Sunteți pe pagina 1din 29

1

cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

2. A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL NA POLÍCIA FEDERAL

Atualmente é bastante comum que investigações criminais


desenvolvidas pela Polícia Federal esbarrem na necessidade de troca de informações
com autoridades policiais ou judiciais de outros países. Investigações criminais de
grande ou pequeno vulto não estão adstritas às provas ou aos indícios encontrados no
Brasil.

O grande fluxo de pessoas e bens gera precioso material para


investigações criminais e é por isso que a cooperação internacional no âmbito da Polícia
Federal deve ser estudada com bastante vagar.

A Coordenação–Geral de Cooperação Internacional é o órgão


central responsável pelas seguintes atribuições relativas à cooperação internacional, de
acordo com a Instrução Normativa nº 13-DG/DPF, de 15 de junho de 2005:

I - propor à Direção-Geral do DPF diretrizes de política de apoio ao combate criminal


internacional;

II - planejar, orientar, coordenar, avaliar e promover as operações policiais do Escritório


Central Nacional da Organização Internacional de Polícia Criminal, que o Brasil se
comprometeu a exercer em decorrência de tratados e acordos firmados junto a outros
países;

III - propor, coordenar e monitorar operações policiais integradas com outras unidades,
órgãos governamentais ou organismos policiais internacionais, concorrendo com os
meios necessários e informando o Diretor da DIREX sobre seus resultados;

IV - coordenar, em articulação com a área congênere no exterior, a execução dos atos


de polícia criminal internacional solicitados por autoridades brasileiras, e, no Brasil, a
dos atos formais solicitados por autoridades estrangeiras, incluindo-se os necessários à
efetivação de extradições ativas ou passivas;

V - promover o intercâmbio de informações com outras entidades congêneres e


organizações multinacionais reconhecidas pelo Brasil, que congreguem organismos
policiais, no interesse do processo de investigação;

VI - coordenar o apoio concedido aos adidos policiais estrangeiros acreditados junto ao


governo brasileiro, nas operações policiais;

VII - controlar e manter o acervo de Leis, Tratados, Acordos, Convênios, Normas e


demais informações correlatas às atribuições de polícia criminal internacional;
2
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
VIII - processar documentos de inteligência policial sobre assuntos correlatos à sua área
de atuação, observando as diretrizes e normas oriundas da DIP, difundindo-as aos
escritórios descentralizados;

IX - coordenar as atividades da equipe do plantão da INTERPOL/DIREX;

X - propor, coordenar, negociar e executar projetos, programas, normas e acordos de


cooperação policial internacional;

XI - promover o controle estatístico dos dados e a consolidação das informações


referentes às atividades, aos resultados das operações policiais e à incidência
infracional, relacionados à sua atribuição, tendo em vista subsidiar a gestão do Diretor
da DIREX.

Para cumprir essas atribuições, a CGCI está subdivida em unidades


com competências específicas, conforme organograma abaixo:

Cada uma dessas unidades exerce atribuições específicas, as quais


serão expostas nos capítulos seguintes.

Para cumprir seu papel, a CGCI conta com 27 (vinte e sete)


representações regionais e mais um escritório em Foz do Iguaçu/PR.
3
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

3. O APOIO ÀS MISSÕES NO EXTERIOR

O Setor de Apoio às Missões no Exterior – SEMEX tem por missão auxiliar


os servidores em exercício no exterior, em missão transitória ou permanente, em todos
os assuntos relacionados à administração, funcionamento e avaliação do posto.

Desde a sua indicação pelo Diretor-Geral, o servidor designado para


exercer as funções de Adido Policial, Auxiliar de Adido e Oficial de Ligação recebe do
SEMEX as primeiras orientações acerca das características da missão a ser
desempenhada, oportunidade em que é informado acerca da rotina do posto e da
legislação e normas de regência.

Em breve síntese, as missões podem ser classificadas em “transitórias” ou


“permanentes”, de acordo com a perspectiva de tempo de sua duração e a finalidade
da representatividade pactuada entre os países e organizações envolvidos.

A título de esclarecimento, são denominadas “eventuais” as missões para


as quais o servidor é indicado para participar de ações de capacitação, ainda que de
longa duração, e reuniões técnico-temáticas.

Na esfera policial, as missões dos adidos policiais e auxiliares de adido


junto às Embaixadas do Brasil nos países acreditantes são classificadas como
“permanentes” e as missões dos oficiais de ligação são classificadas como “transitórias”,
motivo pelo qual estes últimos servidores não têm status de agentes diplomáticos.

Assim, salvo hipótese excepcional de rompimento de relações


diplomáticas com o país acreditante, uma adidância policial funcionará sempre
agregada à respectiva embaixada brasileira, além do fato de que o interesse de sua
existência em caráter permanente é da própria República Federativa do Brasil.

Nesse particular, a adidância policial, além de unidade de cooperação


policial internacional, tem a incumbência de assessorar o chefe da missão diplomática
(embaixador) em todos os assuntos técnicos de polícia judiciária e de segurança pública.

Em vista disso, o Adido Policial e seus dependentes são portadores de


passaportes diplomáticos e estão acobertados pela Convenção de Viena para Relações
Diplomáticas (Decreto nº 56.435/65).

Por sua vez, os oficialatos de ligação atuam no interesse exclusivo do


Departamento de Polícia Federal e do Ministério da Justiça, sendo conferidos aos
respectivos oficiais de ligação passaporte oficial para o desempenho de suas funções,
não gozando esses servidores dos privilégios e imunidades da citada Convenção.

Por serem missões transitórias de natureza administrativa, os oficialatos


de ligação do DPF funcionam em organismos internacionais, em consulados brasileiros
4
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
no exterior ou mesmo em imóveis alugados pela Instituição. Nas duas últimas hipóteses,
esses oficialatos de ligação, na prática, costumam ser denominados de “oficialatos
autônomos”.
Portanto, um oficialato de ligação pode ter prazo certo e determinado de
existência, estando sempre vinculado às necessidades imediatas para as quais foram
criados, o que garante que esses postos atuem de maneira bastante específica e
diferenciada uns dos outros.

Nesse contexto, podem ser criados oficialatos de ligação para atender


necessidades de polícia administrativa (ex.: Oficialato junto à ICAO em
Montreal/Canadá) ou mesmo para servir apenas para transferência de expertise em
matéria de recrutamento, seleção e formação de policiais (ex.: Oficialato em
Bissau/Guiné Bissau – já extinto).

Também há oficialatos responsáveis por representar a Polícia Federal e


por prestar apoio aos organismos policiais internacionais, tais como os Oficialatos de
Ligação junto à Secretaria-Geral da Interpol e o Oficialato de Ligação junto à Ameripol.

Há, ainda, os oficialatos vinculados à prevenção e repressão a delitos


transnacionais, especialmente o tráfico de drogas. Geralmente são os “oficialatos
autônomos” (ex: Oficialato em Santa Cruz de la Sierra/Bolívia).

Atualmente, a Polícia Federal mantém 16 Adidâncias em países


considerados estratégicos, de acordo com as demandas nas áreas de polícia
administrativa e de polícia judiciária vinculada ao crime organizado, bem como 13
Oficialatos de Ligação em países e organismos internacionais de interesse para a
execução da política de cooperação internacional promovida pelo DPF.

A abertura das primeiras adidâncias policiais data de 1999 (Argentina,


Assunção e Bogotá). Já o primeiro oficialato de ligação foi criado junto à Secretaria-Geral
da Interpol, em 2009.

Cada Adidância Policial é composta por um Adido Policial e um Auxiliar de


Adido, totalizando 2 servidores. Já os Oficialatos de Ligação são compostos por apenas
um servidor, o próprio Oficial de Ligação, ou seja, cada servidor, nesse caso, representa
um posto.
5
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

Postos da Polícia Federal no Exterior

As Adidâncias da Polícia Federal no exterior são as seguintes:

África do Sul - Pretória (capital administrativa) - ADIPF/PRY;

Argentina - Buenos Aires - ADIPF/BUE;

Bolívia - La Paz - ADIPF/LPB;

Colômbia - Bogotá - ADIPF/BOG;

Espanha - Madri - ADIPF/MAD;

EUA - Washington - ADIPF/WAS;

França - Paris - ADIPF/PAR;

Itália - Roma - ADIPF/ROM;

México - Cidade do México - ADIPF/MEX;

Paraguai - Assunção - ADIPF/ASU;

Peru - Lima - ADIPF/LIM;

Portugal - Lisboa - ADIPF/LIS;

Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte - Londres - ADIPF/LON;

Suriname - Paramaribo - ADIPF/PBM;

Uruguai - Montevidéu - ADIPF/MVD;

Venezuela - Caracas – ADIPF/CCS.


6
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

Os Oficialatos de Ligação da Polícia Federal no exterior são os seguintes:

Argentina - Buenos Aires – Escritório Regional da Interpol para a América do Sul;

Bolívia - Santa Cruz de la Sierra (oficialato autônomo);

Canadá – Montreal - Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO);

Colômbia – Bogotá – Ameripol;

EUA - Key West, Flórida – Joint Interagency Task Force South (JIATFS);

EUA - Miami, Flórida – Immigrations and Customs Enforcement (ICE);

França - Lyon (Secretaria-Geral da Interpol) – (04 postos);

Guiana – Georgetown (oficialato autônomo);

Guiana Francesa – Caiena (oficialato autônomo);

Guiana Francesa – Saint Georges de l'Oyapock (oficialato autônomo).

A fim de ilustrar a diferenciação técnica entre adidâncias policiais e


oficialatos de ligação, convém observar a sistemática administrativa utilizada pelo
Ministério da Justiça, Ministério das Relações Exteriores e Presidência da República na
tramitação dos expedientes envolvendo missões transitórias e permanentes de
servidores policiais no exterior:

POSTO TIPO DA NATUREZA DA ATO FORMA AUTORIDADE


POLICIAL MISSÃO MISSÃO RESPONSÁVEL
Oficialato Transitória Administrativa Designação Portaria Ministro da Justiça
de Ligação
Adidância Permanent Diplomática Nomeação Decreto Presidente da
Policial e República

Tecidas essas considerações, resta elencar as atribuições do SEMEX:

I – tratar dos assuntos relativos às Adidâncias e Oficialatos de Ligação da Polícia Federal


no exterior;
7
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
II – elaborar parecer sobre a criação e extinção de Adidâncias e Oficialatos de Ligação no
exterior;

III – planejar cursos preparatórios de adidos, adidos adjuntos e oficiais de ligação e


respectivas missões precursoras;

IV – coordenar e orientar o desenvolvimento das atividades dos adidos policiais, adidos


adjuntos e oficiais de ligação;

V – fornecer apoio técnico, administrativo e logístico às Adidâncias Policiais e Oficialatos


de Ligação brasileiros no exterior;

VI – elaborar minutas de atos normativos relativos às Adidâncias e Oficialatos de


Ligação.

4. ASSISTÊNCIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS - ARIN

4.1. Introdução

A Assistência de Relações Internacionais da Polícia Federal –


ARIN/CGCI/DPF, subordinada à Coordenação-Geral de Cooperação Internacional, tem
por missão institucional o assessoramento da Polícia Federal sobre temas afetos às
relações internacionais.

Com base no disposto no art. 254 da Instrução Normativa n° 013/2005-


DG/DPF, compete à ARIN/CGCI/DPF:

I - assessorar o Diretor-Geral sobre temas afetos a relações internacionais,


pronunciando-se e buscando solucionar demandas, estabelecendo contatos com
agentes de Estados estrangeiros, organismos e demais entes públicos
internacionais;

II - auxiliar o Diretor-Geral na elaboração de sua agenda internacional;

III - prestar apoio ao Diretor-Geral na recepção de diplomatas e autoridades


estrangeiras;

IV - organizar as viagens oficiais do Diretor-Geral ao exterior;

V - encaminhar à Secretaria Executiva do Ministério da Justiça os pedidos de


autorização para afastamento do País de servidores do DPF;
8
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
VI - propor a participação de servidores em cursos de especialização,
capacitação, seminários e eventos afins no exterior, bem como controlar e
fiscalizar a entrega dos respectivos relatórios na chegada;

VII – assessorar o Diretor-Geral em solenidades e eventos no exterior;

VIII - emitir pareceres e fornecer informações ao Diretor-Geral sobre assuntos de


competência e interesse do DPF na esfera internacional, em articulação com a
INTERPOL/DIREX e com as adidâncias policiais brasileiras no exterior;

(...)1

XII - apoiar os adidos policiais estrangeiros acreditados junto ao governo


brasileiro;

XIII - controlar e manter os registros relativos aos adidos policiais estrangeiros


acreditados junto ao governo brasileiro, bem como acompanhar sua
movimentação;

XIV - desempenhar outras atribuições que lhe forem delegadas pelo Diretor-
Geral.

4.2. Processo de Afastamento

O servidor público civil da Administração Pública Federal somente poderá


ausentar-se do país após autorização prévia do respectivo Ministro de Estado.
Independem de autorização as viagens ao exterior, em caráter particular, do servidor
em gozo de férias,, licença,; gala ou nojo;, cumprindo-lhe apenas comunicar ao chefe
imediato o endereço eventual fora do País.

O processo de afastamento tem início mediante solicitação do servidor


ou no interesse da administração, sendo concedido através de despacho fundamentado
do Ministro de Estado que autoriza o servidor a afastar-se do país para estudo ou missão
oficial. Somente considera-se autorizado o afastamento com a publicação do despacho
no Diário Oficial da União.

As viagens ao exterior do pessoal civil da Administração direta e indireta,


a serviço ou com a finalidade de aperfeiçoamento, sem nomeação ou designação,
poderão ser de 03 (três) tipos:

1
Foram suprimidos os incisos IX a XI, cuja atribuição compete atualmente à SEMEX/CGCI/DPF.
9
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
• Com ônus, quando implicarem direito às passagens e diárias, assegurados ao
servidor o vencimento ou salário e demais vantagens de cargo, função ou
emprego;
• Com ônus limitado, quando implicarem direito apenas ao vencimento ou salário
e demais vantagens do cargo, função ou emprego;
• Sem ônus, quando implicarem perda total do vencimento ou salário e demais
vantagens do cargo, função ou emprego e não acarretarem qualquer despesa
para a Administração.

O período de afastamento do País não poderá exceder a 04 (quatro) anos


consecutivos, mesmo nos casos de prorrogação. É vedado ao servidor celebrar contrato
de trabalho, para vigorar durante o período do afastamento. Caso o servidor ocupante
de cargo em comissão ou função gratificada afaste-se do país por mais de 90 (noventa)
dias deverá haver perda da gratificação correspondente.

Nos casos de ações de aperfeiçoamento custeadas direta ou


indiretamente pela Polícia Federal o servidor fará jus ao vencimento ou salário e demais
vantagens inerentes ao exercício do cargo, função ou emprego.

Ao servidor beneficiado com o afastamento não será concedida


exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido igual
período, a não ser que seja efetuado o ressarcimento da despesa havida com seu
afastamento.

Sempre que a viagem oficial tiver por destino países em que haja
Adidância da Polícia Federal, o servidor deverá entrar em contato com o adido ou seu
auxiliar, apresentando as informações gerais da viagem.

O afastamento dos adidos e auxiliares de adidos da Adidância para outro


país não precisam ser comunicados à ARIN/CGCI/DPF nem dependem de autorização do
Ministério da Justiça.

4.2.1 Licença Capacitação no Exterior

O Ministério da Justiça mantém entendimento no sentido da


obrigatoriedade de autorização prévia para afastar-se do país para gozo de licença
capacitação.

Dessa forma, depois de cumpridas as exigências gerais da área de


recursos humanos o processo deve ser submetido à ARIN/CGCI/DPF para as
providências relacionadas ao processo de afastamento.
10
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

4.3. Passaporte Oficial e Visto

Aos servidores da Polícia Federal que viajem em missão oficial será


concedido passaporte oficial expedido pelo Ministério das Relações Exteriores - MRE. O
requerimento de passaporte oficial ou sua prorrogação devem ser encaminhados à
ARIN/CGCI/DPF para instrução do processo e posterior envio ao Ministério das Relações
Exteriores. Para concessão do passaporte oficial o servidor deverá apresentar à
ARIN/CGCI/DPF os seguintes documentos:

• Cópia de documento de identidade que contenha local de nascimento,


fotografia, data de nascimento e filiação;
• 02 (duas) fotos 5x7 padrão ICAO recentes;
• Certidão de quitação eleitoral emitida pelo TSE através do site
http://www.tse.jus.br/eleitor/servicos/certidoes/certidao-de-quitacao-
eleitoral;
• Formulário eletrônico de requerimento de passaporte oficial – PASOF –
preenchido e assinado. O formulário pode ser acessado na internet
através do endereço eletrônico https://scedv-mre.serpro.gov.br/scedv-
web/index.jsp; e
• Passaporte Oficial anterior, caso já o possua.

Os documentos devem ser recebidos na ARIN/CGCI/DPF com


antecedência mínima de 05 (cinco) dias úteis da data de início da viagem.

O servidor deverá verificar se é necessário visto de entrada no país


destino da missão. Para tanto se recomenda que seja realizada consulta à lista de países
que exigem ou dispensam visto para titulares de passaportes oficiais do Ministério das
Relações Exteriores. A lista poderá ser consultada pela internet através do endereço
eletrônico http://www.itamaraty.gov.br/o-ministerio/conheca-o-
ministerio/comunidades-brasileiras/divisao-de-documentos-de-viagem-ddv/nota-
verbal/regime-de-vistos. O regime de vistos pode ser alterado pelos países admissores
sem prévio aviso, de maneira que se recomenda entrar em contato com a repartição
consular estrangeira, para informação mais segura e atualizada.

Caso seja necessário visto de entrada no país de destino da missão, o


servidor poderá solicitar à ARIN/CGCI/DPF a emissão de Nota Verbal.

A Nota Verbal é emitida pelo MRE às representações estrangeiras no


Brasil, a fim de solicitar a concessão de visto a titulares de passaporte oficial ou
diplomático em missão oficial. A Nota Verbal não garante a concessão do visto, pois esse
constitui ato discricionário do Estado admissor autorizando a entrada e a permanência
11
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
do nacional estrangeiro em seu território. No entanto, a Nota Verbal pode facilitar o
processo de emissão do visto.

A solicitação de nota verbal deve ser feita por meio de expediente


endereçado ao Chefe da ARIN/CGCI/DPF, devendo constar dele:

• Nome completo do interessado;


• Cidades de destino;
• Período da missão;
• Descrição sucinta da missão;
• Número do passaporte oficial com prazo de validade superior a 06
(seis) meses; e
• Cópia das páginas da caderneta que contenham o número e a data
de validade do passaporte oficial, bem como as informações de
identificação do titular.

Se ainda não tiver sido concedido passaporte oficial ao interessado, ou


caso o passaporte tenha prazo de validade inferior a 06 (seis) meses, deve ser solicitado
o passaporte oficial na forma já descrita.

Após a emissão da Nota Verbal pelo MRE, a ARIN/CGCI/DPF enviará o


documento ao servidor interessado. A Nota Verbal deverá ser anexada pelo servidor
ao(s) formulário(s) e demais documentos exigidos pela representação consular para
emissão do visto.

4.4. Relatório Circunstanciado de Viagem

Em até 30 (trinta) dias a contar da data de regresso ao País, o servidor


que tenha participado de viagem oficial ao exterior deverá encaminhar à
ARIN/CGCI/DPF relatório circunstanciado sobre o evento, anexando eventuais
documentos fornecidos ou produzidos durante a atividade. O modelo do relatório
encontra-se disponível na intranet através do endereço eletrônico
http://intranet.dpf.gov.br/cgci/servicos/formularios/MODELO.RELATORIO.VIAGEM.INT
ERNACIONAL%20I.doc/view.

4.5. Acordos de Cooperação

A Polícia Federal utiliza-se da cooperação internacional como


instrumento para combater de maneira eficaz a criminalidade organizada transnacional
12
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
e para preservar a segurança interna. Para tanto, a Polícia Federal formaliza parcerias
com instituições estrangeiras, fomentando a cooperação e assistência mútuas.

A política de cooperação da Polícia Federal baseia-se na reciprocidade e


no interesse mútuo e tem por objetivo a transferência de conhecimentos e informações,
realização de ações conjuntas e capacitação de policiais. O instrumento utilizado para
formalização dessa parceria é o Acordo de Cooperação.

A ARIN/CGCI/DPF é responsável pela negociação de Acordos bilaterais e


multilaterais que tratam de cooperação policial internacional. Compete à
ARIN/CGCI/DPF a elaboração e acompanhamento dos acordos de cooperação policial
internacional. As solicitações de formalização de acordos de cooperação internacional
devem ser encaminhadas à ARIN/CGCI/DPF pela Diretoria interessada.

4.6 Adidos Estrangeiros no Brasil

Assim como a Polícia Federal mantém adidos policiais no exterior,


diversos países estrangeiros mantêm adidos policiais no Brasil. Os adidos policiais
estrangeiros no Brasil atuam na função de assessoramento do chefe da respectiva
missão diplomática no processo de cooperação policial internacional, sendo
responsáveis por estabelecer contato com as organizações policiais no Brasil. Os adidos
policiais estrangeiros não possuem autorização para exercer poder de polícia no Brasil.

Compete à ARIN/CGCI/DPF controlar e manter os registros relativos aos


adidos policiais estrangeiros acreditados junto ao governo brasileiro e acompanhar sua
movimentação.

5. A COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL

5.1. Introdução

À Divisão de Cooperação Jurídica – DCJ, no âmbito da Coordenação-Geral


de Cooperação Internacional, cumpre, primordialmente, processar e coordenar a
cooperação jurídica internacional, no âmbito da Polícia Federal, bem como processar e
coordenar a execução da cooperação internacional para localização de pessoas com fins
humanitários e, ainda, coordenar e executar a transferência de presos (ativas e
passivas).

Abaixo discorreremos sobre cada uma dessas principais atribuições, bem


como sobre a atuação das representações da Coordenação-Geral de Cooperação
13
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
Internacional nas Superintendências Regionais da Polícia Federal e, especialmente, dos
Adidos Policiais no exterior.

5.2. A cooperação jurídica internacional na Polícia Federal

Conforme já observamos, o Brasil tem ocupado posições de relevo no


âmbito internacional, não só no aspecto econômico, cultural ou político, mas, também,
no que tange à cooperação penal internacional (prevenção e repressão de delitos).

As investigações das infrações penais transnacionais passaram a fazer


parte da rotina policial e a coleta de provas no exterior (cooperação ativa) assim como
a execução de pedidos desta mesma natureza (cooperação passiva), no Brasil, ficou
bastante comum.

Nessa esteira, os canais de cooperação policial internacional e de


cooperação jurídica internacional ganharam evidência, na medida em que funcionam
como facilitadores da comunicação entre autoridades policiais e judiciais de países
diferentes.

Neste tópico, trataremos da cooperação jurídica internacional penal no


âmbito de investigações criminais desenvolvidas pela Polícia Federal.

A cooperação policial internacional será tratada mais adiante, quando


do estudo da Interpol e da Ameripol, bem como de suas respectivas ferramentas de
investigação.

Como premissa para o estudo da cooperação jurídica internacional, de


rigor destacar inicialmente o papel da Divisão de Cooperação Jurídica – DCJ.

Enquanto órgão central da Polícia Federal responsável pelo tema, à DCJ


cumpre auxiliar as autoridades policiais que, para instruir as investigações em curso,
necessitem de diligências no exterior.

A unidade orienta, traduz documentos e encaminha o pedido de


cooperação jurídica para autoridade central brasileira (Departamento de Recuperação
de Ativos e Cooperação Internacional2).

A DCJ ocupa hoje, portanto, o papel de ponto central para:

a) processar e coordenar a execução dos Pedidos de Cooperação Jurídica Internacional


passiva em matéria penal; e

2Para alguns países, como por exemplo, Portugal, cumpre ao Ministério Público exercer o papel de Autoridade
Central.
14
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
b) orientar quanto à formalização dos Pedidos de Cooperação Jurídica Internacional
ativa em matéria penal.

As atribuições da DCJ, como veremos abaixo, diferem da cooperação


policial internacional, na medida em que as diligências praticadas pelo canal da
cooperação jurídica internacional dependem de autorização judicial; são medidas, em
regra, restritivas de direitos individuais e com caráter mais formal.

Cumpre à autoridade policial requerente identificar a natureza da


diligência solicitada e se o ato restringirá direitos individuais, como buscas, apreensões
e interceptações telefônicas. Nestes casos, o canal adequado para obtenção da prova
será o da cooperação jurídica, com provocação da DCJ/CGCI.

Outro exemplo bastante comum é o bloqueio de contas bancárias, no


interesse da investigação criminal, alocadas no exterior.

Um interrogatório, por exemplo, pode ser solicitado via cooperação


jurídica internacional se, no caso específico, tal formalidade seja imprescindível. Caso a
autoridade policial entenda que uma mera entrevista, sem formalidades, seja suficiente
para instrução de sua investigação, poderá valer-se da cooperação policial internacional
(menos formal e em alguns casos mais ágil).

Essa mesma diferenciação entre a cooperação jurídica e a policial, vale


também para os pedidos de execução de medidas restritivas no Brasil. Obviamente,
sempre respeitada a legislação interna de cada país.

A cooperação jurídica internacional ativa (solicitada pela autoridade


policial brasileira), no âmbito da Polícia Federal, deve atender a alguns requisitos.
Vejamos.

a) existência de acordo bilaterais, tratados regionais ou multilaterais que estabeleçam a


cooperação entre os países ou a simples promessa de reciprocidade.

A lista completa e atualizada dos acordos e tratados de que o Brasil é


parte pode ser encontrada no site do Ministério da Justiça –
www.mj.gov.br/cooperacao; e

b) correta instrução do pedido (formulário de cooperação jurídica internacional).

A autoridade policial interessada deverá fornecer3:

• Breve resumo da investigação ou ação que enseja o pedido,


inclusive com informações que identifiquem o juízo perante o
qual corre o procedimento;
• Narrativa clara e objetiva dos fatos investigados, por meio da qual
reste demonstrada a necessidade da medida solicitada;

3
Fonte: Cartilha de Cooperação Jurídica Internacional Penal – Ministério da Justiça, 2012.
15
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
• Transcrição dos dispositivos legais nacionais;
• Descrição completa da assistência solicitada;
• Objetivo da solicitação; e
• Procedimentos especiais a serem observados pela autoridade
requerida (sigilo do pedido, por exemplo).

Destacamos que a autoridade policial interessada deve se comportar


como se estivesse elaborando uma representação para um juízo brasileiro, ou seja,
deverá demonstrar a necessidade e o perigo da demora. No exterior, o pedido será
avaliado geralmente com os mesmos critérios adotados no Brasil.

Reproduzimos, aqui, quadro ilustrativo elaborado pelo DRCI –


Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional com
algumas informações úteis por diligência a ser requerida (cooperação jurídica penal
internacional):

DILIGÊNCIA REQUISITOS NECESSÁRIOS

• Qualificação completa da pessoa a ser


citada, notificada ou intimada, incluindo,
nome completo, nome dos pais (se houver)
e documento de identidade
CITAÇÃO/NOTIFICAÇÃO/INTIMAÇÃO • Endereço completo para localização da
pessoa

• Qualificação completa da pessoa a ser


ouvida, incluindo, nome completo, nome
dos pais (se houver) e documento de
identidade
OITIVA DE TESTEMUNHAS, • Endereço completo para localização da
pessoa
RÉUS OU VÍTIMAS • Quesitos para a inquirição (perguntas a
serem realizadas)
• Relação da pessoa com o crime apurado e de
que forma ela seria útil para o
esclarecimento do caso
16
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

PROVAS • Indicar de forma clara e precisa as provas


requeridas e as diligências solicitadas

• Nome do banco
• Endereço do banco ou código de
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO E identificação (ABA, IBAN)
OBTENÇÃO DE DOCUMENTOS • Número da conta
BANCÁRIOS • Titular da conta
• Período referenciado, tendo em vista o
período máximo de retenção de documentos
bancários, que varia de acordo com a
jurisdição requerida
• Tipos de documentos solicitados
• Relação da conta e de seu titular com os
crimes apurados
• Decisão judicial (se houver) de afastamento
do sigilo bancário do titular da conta

• Número do IP
• Endereço eletrônico completo
QUEBRA DO SIGILO • Hora de acesso, especificando o fuso horário
do local de acesso
TELEMÁTICO • Localização do servidor de rede

• Cópia da decisão judicial que determina a


medida cautelar
MEDIDAS DE URGÊNCIA COMO • Informações detalhadas sobre os bens,
DECRETAÇÃO DE documentos ou valores
INDISPONIBILIDADE (BLOQUEIO), • Localização dos bens, documentos ou
SEQUESTRO, ARRESTO, BUSCA E valores
APREENSÃO DE BENS, • Explicação sobre a necessidade de se
DOCUMENTOS OU VALORES proceder com a medida de urgência

• Cópia da decisão judicial que determina o


perdimento dos bens
REPATRIAÇÃO DE ATIVOS • Affidavit (declaração) da autoridade
requerente sobre a situação processual da
ação penal, principalmente confirmando que
já houve trânsito em julgado e que a decisão
é final
17
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

O pedido de cooperação jurídica penal internacional tramitará da


seguinte forma:

1. Autoridade Policial presidente do processo investigatório preencherá o formulário


padrão e selecionará os documentos que instruirão o pedido;

2. Os documentos serão remetidos para Representação Regional da CGCI/DIREX no


Estado respectivo ou diretamente para DCJ/CGCI/DIREX;

3. Após conferência e tradução dos documentos, o processo será enviado ao DRCI –


Departamento de Recuperação de Ativos; e

4. O DRCI, por sua vez, encaminhará o pedido ao país requerido4.

Assim, a DCJ/CGCI auxiliará as autoridades policiais interessadas da


seguinte forma:

1. orientação (material e formal) sobre a cooperação jurídica internacional na Polícia


Federal; e

2. tradução de documentos (os pedidos devem ser entregues, traduzidos, no DRCI).

Nos casos de cooperação jurídica internacional passiva, a Polícia Federal


receberá do DRCI as ordens judiciais para realização de diligências no Brasil,
especialmente aquelas referentes à restrição de direitos. A DCJ/CGCI será o canal para
o encaminhamento dessas ordens judiciais às unidades descentralizadas da Polícia
Federal.

Todo pedido de cooperação jurídica internacional atenderá aos seguintes


princípios:

1. Reciprocidade;

2. Competência ou Legitimidade na Origem;

3. Princípio da Dupla Incriminação; e

4. Princípio da Especialidade.

4
A Autoridade Central é um órgão técnico-especializado responsável pela boa condução da cooperação jurídica que
cada Estado exerce com as demais soberanias, cabendo-lhe, ademais do recebimento e transmissão dos pedidos de
cooperação jurídica, a análise e adequação destas solicitações quanto à legislação estrangeira e ao tratado que a
fundamenta. Tem como função promover a efetividade da cooperação jurídica, e, principalmente, desenvolver
conhecimento agregado acerca da matéria. Manual de Cooperação Jurídica Internacional e Recuperação de Ativos –
Cooperação em Matéria Penal, Ministério da Justiça, 2012.
18
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

5.2.1. A carta rogatória e o auxílio direto

A cooperação jurídica internacional poderá ser efetivada por meio de dois


instrumentos principais: a carta rogatória e o auxílio direto.

Pela carta rogatória poderão ser efetivados atos não-decisórios e atos


decisórios não definitivos.

Por este instrumento, o Brasil receberá a atribuição de cumprir ato


proferido por autoridade judiciária estrangeira, sem qualquer análise de mérito, como
é o caso das citações. O Superior Tribunal de Justiça é o tribunal competente para decidir
sobre cartas rogatórias.

O auxílio direto é um instrumento mais moderno em relação às cartas


rogatórias e que atende aos novos anseios da cooperação jurídica internacional. Permite
que o juiz de primeira instância, competente para apreciação do fato investigado, avalie
a situação real e profira decisão.

Por meio deste instrumento, portanto, as autoridades brasileiras não


determinam a execução ou homologam ato jurisdicional estrangeiro; essas autoridades
conhecem do fato narrado pela autoridade requerente e proferem decisão própria,
nacional.

O auxílio direto permite a comunicação de atos processuais; a obtenção


de provas; a oitiva de testemunhas; a quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático; a
localização de bens e indivíduos; o sequestro de bens; o congelamento de contas
bancárias até a repatriação de bens ou valores ilicitamente remetidos ao exterior5.

A autoridade policial federal poderá solicitar, por meio de auxílio direto,


quaisquer diligências (administrativas ou não) que entenda necessárias para instrução
de inquérito policial, especialmente aquelas destinadas à quebra de garantias
individuais.

A Polícia Federal também recebe a incumbência de executar pedidos de


auxílio direto provocados por outros países e remetidos pelo DRCI, como é o caso das
consultas sobre trâmites migratórios, pois, no Brasil, não é necessária decisão judicial
para acessar dados desta natureza. Neste caso, o atendimento independerá de
autorização judicial, bastando, tão-somente que o requerente fundamente o pedido e
indique o destino da informação.

Observemos o quadro abaixo acerca do auxílio direto:

5
Cartilha de Cooperação Jurídica Internacional em Matéria Penal. Ministério da Justiça, 2012.
19
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

NECESSITA PROVOCAÇÃO DO JUÍZO


COMPETENTE
DECISÃO JUDICIAL
POLÍCIA FEDERAL
NO BRASIL
AUXÍLIO DIRETO
NÃO NECESSITA CUMPRIMENTO IMEDIATO

DECISÃO JUDICIAL POLÍCIA FEDERAL

NO BRASIL

A autoridade policial interessada em solicitar auxílio direto deverá


preencher o formulário próprio (Anexo I), o qual poderá ser encaminhado previamente
para DCJ/CGCI para verificação de adequação às regras respectivas
(dcj.cgci@dpf.gov.br).

Após eventuais correções, a via original do documento, acompanhada


das cópias necessárias do processo investigativo, deverá ser encaminhada à DCJ/CGCI
para tradução e remessa à Autoridade Central (DRCI).

É imprescindível a adoção das seguintes regras:

1. quem assina o formulário de cooperação jurídica internacional é o Delegado de Polícia


Federal que conduz a investigação;

2. somente cópias necessárias à instrução do pedido serão traduzidas;

3. é dispensada a autenticação de documentos;

4. não serão aceitos pedidos de natureza genérica (fishing expedition); e

5. qualquer compartilhamento de provas deverá ser solicitado ao país inicialmente


requerido.

5.2.2. A Cooperação Jurídica pelo Canal Interpol

A República Federativa do Brasil é signatária da Convenção das Nações


Unidas contra o Crime Organizado Transnacional (Convenção de Palermo), da
Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (Convenção de Mérida) e da
Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas
(Convenção de Viena).
20
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
Os pedidos de cooperação jurídica com base nestas Convenções ocorrem
por meio do auxílio direto que, como já dito, é uma forma de cooperação mais simples
que a carta rogatória. A tramitação do pedido de auxílio direto ocorre por meio das
Autoridades Centrais dos países envolvidos e não pelo canal diplomático.

No entanto, em casos urgentes (a maioria deles) e quando as partes (os


países envolvidos) assim convierem, o pedido poderá ser remetido pelo canal da
Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

Neste caso, existindo ajuste entre os países envolvidos, os pedidos de


cooperação jurídica poderão ser encaminhados diretamente, pela DCJ/CGCI, ao
Escritório Central da Interpol do país requerido, ou vice-versa.

Lembramos que esse é um terreno ainda pouco explorado pela Polícia


Federal, razão pela qual as autoridades policiais devem buscar informações atualizadas
sobre as rotinas, junto à DCJ/CGCI, antes de apresentarem o pedido.

O canal, sem dúvida, facilita a comunicação entre os países, pois, ao


menos, desobriga a Polícia Federal de realizar traduções para idiomas incomuns
(mandarim, russo etc), já que, pelo canal Interpol, o pedido poderá ser remetido em
qualquer dos quatro idiomas da instituição (francês, inglês, espanhol ou árabe).

Bastante importante é a leitura do artigo 13 do Decreto 5.015, de 12 de


março de 2004, o qual promulgou a Convenção das Nações Unidas contra o Crime
Organizado Transnacional. Este decreto pode ser amplamente utilizado pelas
autoridades policiais que desejem acionar o canal Interpol para cooperação jurídica
internacional:

[...]

13. Cada Estado Parte designará uma autoridade central que terá a responsabilidade e
o poder de receber pedidos de cooperação judiciária e, quer de os executar, quer de os
transmitir às autoridades competentes para execução.

Se um Estado Parte possuir uma região ou um território especial dotado de um sistema


de cooperação judiciária diferente, poderá designar uma autoridade central distinta, que
terá a mesma função para a referida região ou território.

As autoridades centrais deverão assegurar a execução ou a transmissão rápida e em boa


e devida forma dos pedidos recebidos.

Quando a autoridade central transmitir o pedido a uma autoridade competente para


execução, instará pela execução rápida e em boa e devida forma do pedido por parte da
autoridade competente.

O Secretário Geral da Organização das Nações Unidas será notificado da autoridade


central designada para este efeito no momento em que cada Estado Parte depositar os
21
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
seus instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão à presente
Convenção.

Os pedidos de cooperação judiciária e qualquer comunicação com eles relacionada serão


transmitidos às autoridades centrais designadas pelos Estados Partes.

A presente disposição não afetará o direito de qualquer Estado Parte a exigir que estes
pedidos e comunicações lhe sejam remetidos por via diplomática e, em caso de urgência,
e se os Estados Partes nisso acordarem, por intermédio da Organização Internacional de
Polícia Criminal, se tal for possível.

[...]

Relembramos, finalmente, que a utilização do canal Interpol para


cooperação jurídica não faz com que o pedido seja interpretado como cooperação
policial internacional, nos termos já amplamente explicados no presente caderno
didático.

5.2.3. O papel do Adido Policial na cooperação jurídica internacional

A troca de informações pelo canal da cooperação jurídica internacional


é bastante comum, porém, muitas vezes, autoridades estrangeiras possuem dúvidas
sobre qual o melhor canal para obterem informações criminais das autoridades
brasileiras.

Também neste ponto, as Adidâncias da Polícia Federal tem sido


bastante provocadas a auxiliarem autoridades estrangeiras sobre como proceder, a
partir de orientações acerca dos canais do auxílio direto e carta rogatória acima
explicados.

O Adido Policial, muito embora não possua poder de polícia no exterior,


exerce importante papel enquanto orientador das autoridades estrangeiras
(principalmente policiais), já que presta esclarecimentos sobre o sistema processual
penal brasileiro e sobre a escolha da melhor forma dessas autoridades provocarem a
Polícia Federal Brasileira.

Assim, sempre que nossas Adidâncias forem questionadas sobre qual o


melhor meio de obter indícios ou provas no Brasil, primeiramente questionará sobre a
natureza da medida pretendida.

A partir daí, identificada diligência cujo cumprimento dependa de


ordem judicial no Brasil, o canal da cooperação jurídica internacional será sugerido para
as autoridades estrangeiras.

São exemplos de demandas cujo cumprimento no Brasil depende de


ordem judicial:
22
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
1. interceptações telefônicas e telemáticas
2. bloqueio de bens
3. quebra de sigilo bancário ou fiscal
4. dentre outras

Da mesma forma, os Adidos Policiais também poderão ser questionados


por autoridades policiais brasileiras sobre como proceder em relação a pedidos de
cooperação jurídica internacional. Neste caso, basta que indiquem a DCJ/CGCI/DIREX
como canal adequado para o recebimento e encaminhamento de demandas de
cooperação jurídica internacional ao exterior.

6. TRANSFERÊNCIA DE PESSOAS CONDENADAS

O instituto da transferência de pessoa condenada é a medida de


caráter humanitário que visa remover uma pessoa que cumpre pena no Brasil ou em
Estado estrangeiro para continuidade do cumprimento em seu país de origem, a fim de
possibilitar a proximidade com sua família, ambiente social e cultural.

Medida essencialmente humanitária, a transferência de pessoa


condenada visa à facilitação da ressocialização do preso.

Assim, um preso brasileiro condenado no exterior que deseje cumprir


o restante de sua pena no Brasil poderá solicitar às autoridades competentes a sua
transferência. Da mesma forma o estrangeiro que cumpre pena no Brasil. O trâmite
desse pedido foi bem esclarecido no resumo lançado na página do Ministério da Justiça,
conforme transcrição abaixo6:

[...]
O Departamento de Estrangeiros é o órgão do Ministério da Justiça responsável pelos
trâmites de todos os processos administrativos para fins de transferência de pessoas
condenadas e é ele quem realiza a análise de admissibilidade do pedido.

A Divisão de Medidas Compulsórias, do Departamento de Estrangeiros, atua no sentido


de agilizar os trâmites dos pedidos, agindo em parceria com os diversos órgãos
envolvidos, incluindo o Ministério das Relações Exteriores, a Polícia Federal, a Interpol e
os Juízes das Varas de Execuções Criminais.

Os documentos, caso estejam de acordo com o Tratado aplicável ao caso, são


encaminhados ao Juiz da Vara de Execuções Penais onde residam os familiares do
brasileiro condenado no exterior que providenciará vaga em estabelecimento prisional
brasileiro.

6
Ministério da Justiça, www.portal.mj.gov.br, consultada em 2013.
23
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
Estando o processo administrativo devidamente instruído, conforme o previsto no
acordo, as autoridades centrais de ambos os Estados, remetente e recebedor, deverão
proferir decisão final aprovando a transferência.

Os funcionários do governo brasileiro responsáveis pela escolta do brasileiro condenado


no exterior dirigem-se até o Estado remetente a fim de trazê-lo ao Brasil, para ser
recolhido em estabelecimento prisional, para cumprimento do restante da pena a ele
imposta pela justiça estrangeira.

Tratando-se de transferência passiva, o Departamento de Estrangeiros, da Secretaria


Nacional de Justiça, recebe o pedido expresso do estrangeiro no sentido de ser
transferido para seu país de origem. Recebido o pedido, incumbe à Divisão de Medidas
Compulsórias providenciar junto ao Poder Judiciário os documentos destinados à
instrução do processo. Uma vez instruído, é providenciada a tradução dos referidos
documentos para o idioma oficial do país de origem do preso estrangeiro, condenado
pela justiça brasileira.

O processo será então submetido à apreciação da Secretária Nacional de Justiça que


deverá expressar sua anuência com o translado.

Os documentos serão encaminhados ao país recebedor, via diplomática, que poderá


concordar ou não com o translado. Caso a resposta seja positiva, o país recebedor
providenciará a retirada do território brasileiro de seu nacional, em local e dia acordado
pelas Partes.

A entrega do preso estrangeiro aos policiais de seu país de origem responsável pela
escolta deverá ocorrer concomitantemente à efetivação da sua expulsão. O processo
administrativo para fins de expulsão tramita paralelamente ao processo de
transferência.
[...]
Atendidos os trâmites acima, cumprirá à Polícia Federal o
planejamento e a efetivação da transferência, por meio de sua Divisão de Cooperação
Jurídica – DCJ/CGCI/DPF.

Abaixo, alguns requisitos para efetivação da transferência de pessoa


condenada:

• Existência de Tratado Internacional celebrado entre os países;


• Trânsito em julgado da sentença condenatória;
• Requerimento do próprio preso;
• Anuência dos dois Estados envolvidos;
• Exequibilidade:
a) o preso deverá cumprir integralmente a pena;
b) para eventual concessão de indulto ou anistia, o país da condenação
deverá ser consultado e concordar; e
c) cumpre ao Estado recebedor a decisão sobre benefícios no decorrer
da execução penal.
24
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

Até o ano de 2013, o Brasil possuía os seguintes tratados bilaterais em


vigor:

• Argentina (Decreto nº 3.875/2001)


• Bolívia (Decreto nº 6.128/2007)
• Canadá (Decreto nº 2.547/1998)
• Chile (Decreto nº 3.002/1999)
• Espanha (Decreto nº 2.576/1998)
• Holanda (Decreto nº 7.906/2013)
• Inglaterra (Decreto nº 4.107/2002)
• Panamá (Decreto nº 8.050/2013)
• Paraguai (Decreto nº 4.443/2002)
• Peru (Decreto nº 5.931/2006)
• Portugal (Decreto nº 5.767/2006)

À Polícia Federal cumprem as seguintes ações para executar a


transferência do preso:

• verificar estado de saúde do preso;


• verificar se o preso possui documento de viagem válido;
• comunicar plano de viagem com antecedência mínima de 15
dias (companhia aérea, horários e datas do voo, equipe de
escolta: nome, cargo, passaporte). Na transferência ativa, o
Escritório Central Nacional da Interpol será comunicado acerca
desses dados, bem como a Divisão de Medidas Compulsórias
do Ministério da Justiça (DMC/MJ) e a companhia aérea
respectiva. Na transferência passiva, somente a DMC/MJ
deverá ser comunicada;
• confirmar a existência de vaga no estabelecimento prisional
indicado pela DMC e comunicar ao diretor do presídio e ao Juiz
da Vara de Execuções Penais a data da entrega do preso (ativa);
se passiva, comunicar a data de retirada do preso; e
• elaborar Termo de Entrega do preso e enviar cópia para a
DCJ/CGCI, em Brasília, para encerramento do caso após
comunicações de praxe.
25
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

Operação Bravo Índia – Transferência de Presos de Portugal para o Brasil

6.1. O papel do Adido Policial no processo de transferência de pessoas


condenadas

As Adidâncias da Polícia Federal no exterior também exercem atividades


humanitárias, mormente pela proximidade com o serviço diplomático brasileiro em
cada país.

Os Adidos Policiais poderão ser provocados pela DCJ/CGCI/DIREX/DPF,


a auxiliarem as autoridades brasileiras na obtenção de documentos de viagem do preso
ou para apoio e facilitação de trâmites de expedientes nas instituições responsáveis pela
efetivação da medida de transferência ativa.

As Adidâncias poderão realizar algumas ações, tais como:

1) comunicar à área de segurança das empresas aéreas a movimentação de pessoa


presa (facilita o embarque e a escolha de assentos);
2) elaboração de documento para avaliação do estado de saúde do preso e o
potencial risco que represente;
3) expedição de ARB junto ao Consulado brasileiro;
4) auxílio à equipe de escolta brasileira, no território estrangeiro;
5) outros.
6)

Dessa forma, é bastante importante que os Adidos Policiais tenham


uma boa rede de parceiros no exterior, para que questões sejam rapidamente
resolvidas. Contatos com área de segurança das empresas aéreas são essenciais, bem
como, com o órgão responsável pelo controle imigratório local.

As Adidâncias da Polícia Federal na Espanha e em Portugal são as mais


requisitadas neste item.
26
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

7. LOCALIZAÇÃO DE PESSOAS DESAPARECIDAS E IDENTIFICAÇÃO DE


CADÁVERES

Outro papel humanitário da Polícia Federal envolve a busca por pessoas


desaparecidas e a identificação de cadáveres.

Além da cooperação jurídica internacional penal, os países também


necessitam de canais ágeis para comunicação com o intuito de resolverem questões
humanitárias.

O Brasil é signatário de diversos acordos internacionais nesse sentido.

A Polícia Federal atua em duas grandes frentes, concomitantemente com


outras instituições, para auxiliar na identificação de cadáveres e na localização de
pessoas desaparecidas (crianças, adolescentes ou adultos) que eventualmente tenham
sido localizadas ou possam estar no exterior ou no Brasil.

Vejamos cada uma das situações.

7.1. A localização de pessoas desaparecidas

A Polícia Federal é uma das instituições públicas que atua para localização
de pessoas desaparecidas.

De um lado, é responsável pela inclusão e coordenação, no Brasil, das


Difusões Amarelas da Interpol, de outro, participa como braço operacional da
Autoridade Central Administrativa Federal – ACAF (Decreto nº 3951/2001 – Sequestro
Internacional de Menores), nas questões que envolvam deslocamentos ilegais de
crianças entre países.

No primeiro caso, a partir de uma demanda da família7 da pessoa


desaparecida, a Polícia Federal insere no canal Interpol, a Difusão Amarela, por meio da
qual, os 190 países membros da Interpol são informados sobre o interesse do Estado
brasileiro em localizar uma pessoa desaparecida (crianças, adolescentes ou adultos). A
Difusão Amarela Interpol também visa localizar os familiares de pessoa que não saiba
informar suas origens (caminho reverso).

7
Excepcionalmente, demandas vindas de terceiros serão aceitas, desde que atendidos requisitos próprios.
27
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal

A Difusão Amarela também é utilizada para casos de pessoas que não saibam identificar sua origem

O procedimento para inclusão da Difusão Amarela no canal Interpol é


bastante simples, pois basta que a pessoa interessada (geralmente, os pais do
desaparecido) compareça a uma das Representações Regionais da Interpol/CGCI nos
Estados e preste declarações sobre as circunstâncias do desaparecimento, bem como
apresente dados de identificação do desaparecido (criança, adolescente ou adulto),
além de alguns documentos.

A Difusão Amarela permite que caso a pessoa desaparecida seja


encontrada em qualquer ponto de fiscalização (imigração, embaixadas, abordagem
policial de rotina etc) a autoridade oficiante identifique que é procurada (após pesquisa
no Sistema I-24/78) e avise o país interessado imediatamente para que as medidas
cabíveis sejam adotadas.

Além disso, a Difusão Amarela está disponível para pesquisa por cerca de
100.000 usuários do sistema Infoseg e, ainda pode ser acessada no site público da
Interpol (www.interpol.int).

Essa grande capilaridade faz com que a Polícia Federal administre um dos
mais importantes bancos de dados de pessoas desaparecidas do país.

Outra iniciativa pública nacional de maior destaque é a da SDH/PR –


Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o do próprio Ministério
da Justiça, por meio do Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos
(Lei nº 12.127/2009).

A Difusão Amarela da Interpol propicia, ainda, que sejam colhidos dados


de identificação do cidadão desaparecido (impressões digitais e perfil genético) para
confronto oportuno, como no caso de uma criança encontrada abandonada em abrigo
e que é procurada pelos pais.

8
O sistema I-24/7 pode ser acessado pelos policiais federais interessados, bem como via Infoseg aos servidores autorizados. O sistema
ainda está disponível para as Adidâncias da Polícia Federal, Oficialatos e, ainda, Embaixadas brasileiras. Existe, também, o acesso
público ao sistema, por meio do site www.interpol.int, onde estão publicadas difusões amarelas que não foram classificadas como
sigilosas.
28
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
Observem que o desaparecimento de pessoa não é necessariamente
vinculado a um fato criminal. O indivíduo pode ter desaparecido simplesmente por não
mais desejar o contato com sua família.

Quando o fato envolver crime, no entanto, a Polícia Judiciária agirá


normalmente, com o registro do fato, instauração de processo investigatório e
acionamento da Justiça. Portanto, a publicação de uma Difusão Amarela não impede
outros atos de Polícia Judiciária, nem mesmo a publicação de uma Difusão Vermelha, a
qual será estudada oportunamente.

Algumas condições foram estabelecidas para que a Difusão Amarela fosse


publicada:

1. o desaparecimento ou descoberta já deve ter sido formalizado em alguma instituição


policial (inclusive PF);
2. o paradeiro ou identidade da pessoa deve ser desconhecido;
3. em caso de adultos, o direito à privacidade deve ser respeitado; e
4. devem ser colhidos dados suficientes para identificação da pessoa desaparecida.

O atendimento das famílias interessadas é feito pelas Representações


Regionais da CGCI/INTERPOL nos Estados e a inclusão no sistema I-24/7 será feita pela
DCJ/CGCI, após envio do formulário adequado. Cabe às Regionais, portanto, apresentar
a proposta de inclusão da Difusão. O formulário eletrônico está disponível na intranet.

Outra frente de trabalho da Polícia Federal, no que tange às pessoas


desaparecidas, é sua atuação enquanto braço operacional da ACAF, nos termos do
Decreto nº 3.951/2001 e Decreto nº 3.413/2001 – Convenção sobre os aspectos civis do
sequestro internacional de crianças).

A atual posição ocupada pelo Brasil no cenário internacional, também fez


surgir famílias cujos pais possuem nacionalidades diferentes. Não raro, em algumas
situações, a guarda de filhos advindos dessas relações não é estabelecida de forma
pacífica e acaba gerando discussões no âmbito internacional.

Neste cenário, a Polícia Federal atua para localizar crianças e


adolescentes que foram deslocados ou retidos ilicitamente, por meio da expertise de
que dispõe. A ACAF solicita diversas diligências à Polícia Federal, todas com o intuito de
permitir que a Justiça decida sobre a melhor situação para a criança (localização, entrega
de notificações e, ainda, acompanhamento da execução de ordens judiciais).

A Polícia Federal receberá da ACAF dados referentes às crianças e aos


adolescentes desaparecidos ou que tenham sido deslocados ou retirados de sua
residência habitual em violação ao direito de custódia, para que sejam feitas diligências
nacionais e/ou internacionais.

A ACAF adotará providências, em âmbito nacional, para o regresso das


crianças e adolescentes brasileiros transferidos ilicitamente ao exterior, em conjunto
com a Polícia Federal e o Ministério das Relações Exteriores.
29
cCoo6
Unidade II - Cooperação Internacional na Polícia Federal
Reiteramos que independentemente de sua atuação humanitária, a
Polícia Federal não está proibida de praticar atos de Polícia Judiciária caso identifique
algum crime, como é o caso de eventual sequestro interparental ou atos de violência
contra a pessoa.

A Polícia Federal poderá dar início a investigações, no Brasil, acerca do


sequestro e acionar os canais judiciais que entender necessários.

7.1.1. O papel do Adido Policial na localização de pessoas desaparecidas

A grande proximidade entre as atividades do Adido Policial no exterior


e as ações do corpo diplomático brasileiro determina que muitas vezes o policial federal
aja prontamente também para auxiliar famílias brasileiras ou estrangeiras a localizarem
parentes desaparecidos.

São inúmeros os casos em que nossas Adidâncias são provocadas a


atuarem para localizar pessoas que viajaram ao Brasil e não mais fizeram contato com a
família ou, também, o contrário.

O papel do Adido Policial é orientar sobre a atribuição da Polícia Federal,


conforme tópicos anteriores.

As demandas poderão ser encaminhadas diretamente para o


NACH/DCJ/CGCI/DIREX – Núcleo de Ações de Caráter Humanitário, unidade responsável
por realizar diligências e contatos com autoridades nacionais e estrangeiras com o
intuito de localizar pessoas desaparecidas ou suas famílias. O canal utilizado é o correio
eletrônico dcj.cgci@dpf.gov.br.

7.2. A identificação de cadáveres

A identificação de cadáveres, também de caráter humanitário, visa


utilizar a estrutura policial para proporcionar a identificação de um corpo encontrado
em determinado território sem qualquer documento ou elemento que possa
individualiza-lo.

Para tanto, a Polícia Federal dispõe de uma importante ferramenta


denominada Difusão Negra, cujo objetivo é auxiliar o reconhecimento e identificação de
corpos encontrados nessa situação.

Com a Difusão dos elementos de identificação para os países da Interpol,


a identificação da origem daquele indivíduo se torna mais fácil.

S-ar putea să vă placă și