Sunteți pe pagina 1din 7

Miopatias inflamatórias no idoso

Inflammatory myopathies in the elderly

Edgard Torres dos Reis Neto1, Daniel Feldman Pollak2

RESUMO Quadro 1. Miopatias inflamatórias


As miopatias inflamatórias foram analisadas em suas diferentes Dermatomiosite
formas, incluindo a dermatomiosite, polimiosite e miosites por Idiopáticas Polimiosite
corpúsculos de inclusão, especialmente focalizadas em relação à Miopatias por corpúsculos de inclusão
população idosa. Foram apresentados aspectos relativos à incidência, Lúpus eritematoso sistêmico
etiologia, quadro clínico, diagnóstico, diagnóstico diferencial, Doença mista do tecido conjuntivo
tratamento em suas várias modalidades e prognóstico. A associação Associada a doenças do colágeno Esclerodermia
das miopátias inflamatórias com neoplasias foi particularmente Síndrome de Sjögren
avaliada. Artrite reumatóide
Viral
Descritores: Doenças musculares; Dermatomiosite; Polimiosite; Infecciosa Parasitária
Miopatias mitocondriais Bacteriana
Fúngica
Miosite eosinofílica
ABSTRACT Associada à vasculite
Inflammatory myopathies were analysed according to its different Miscelâneas Granulomatosa
presentations, which include dermatomyositis, polymyositis and Doença enxerto versus hospedeiro
inclusion body myopathies, especially related to old age. Several Miofasciite macrofágica
aspects were discussed such as incidence, etiology, clinical picture, Fonte: Adaptado de : Hilton-Jones D. Inflammatory muscle diseases. Curr Opin Neurol. 2001;14(5):591-6.
diagnosis, differencial diagnosis, treatment in its various modalities
and prognosis. The association between inflammatory myopathies and
neoplastic diseases were particularly evaluated. as miopatias mais comuns em pacientes com idade
acima de 50 anos(3-4).
Keywords: Muscular diseases; Dermatomyositis; Polymyositis; Mi- A incidência anual estimada de DM ou PM varia
tochondrial myopathies de dois a dez casos por milhão de habitante por ano(5).
Em estudo para avaliar a prevalência relativa da DM e
PM em nove países europeus por Hengsteman et al.(1),
INTRODUÇÃO por meio de questionários enviados a nove centros
A miopatia inflamatória é um grupo heterogêneo de Reumatologia e Neurologia, foram encontrados
de doenças sistêmicas que acometem o tecido 153 pacientes com DM e 179 com PM. A prevalência
muscular esquelético. Nesse grupo estão incluídas a estimada das MCI em estudo holandês foi de 4,9
dermatomiosite (DM), polimiosite (PM), miosites por por milhão de habitantes e na Austrália de 9,3 por
corpúsculos de inclusão (MCI), miosites infecciosas milhão(4).
e as associadas a doenças do tecido conjuntivo e as A DM, PM e MCI são entidades distintas que se
miscelâneas (sarcoidose, miosite eosinofílica, enxerto diferenciam na clínica e na fisiopatologia. A DM é uma
versus hospedeiro etc)(1-3). Elas têm em comum a presença angiopatia com mediação humoral que leva à miosite. A
de inflamação e fraqueza muscular (Quadro 1). PM é tradicionalmente vista como miopatia inflamatória
Dentre as miopatias inflamatórias idiopáticas, mediada por células T citotóxicas, que pode ocorrer no
quando consideradas todas as idades, a DM é a mais contexto de outra doença do tecido conjuntivo6. Tanto
comum de todas, enquanto as MCI têm emergido como a DM quanto a PM se caracterizam por inflamação

1
Residente de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP , São Paulo (SP), Brasil.
2
Professor Adjunto da Disciplina de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil.
Autor correspondente: Daniel Feldman Pollak – Avenida Albert Einstein, 627 – sala 1.205 – Morumbi – CEP 05651-901 – São Paulo (SP), Brasil – Tel.: 11 3747-3205 –
e-mail: dfeldman@reumato.epm.br

einstein. 2008; 6 (Supl 1):S48-S54


Miopatias inflamatórias no idoso S49

do tecido muscular esquelético e necrose(2), porém na


DM o infiltrado inflamatório é perivascular e perimisial
enquanto na PM é predominantemente endomisial(3).
O termo MCI foi pela primeira vez utilizado em 1971,
para descrever pacientes com miopatia progressiva e
inclusões citoplasmáticas filamentares, acompanhadas
por vacúolos com bordos e com material basofílico nas
fibras musculares(4,7). Ocorrem mais em pessoas idosas
e se caracterizam por miopatia degenerativa, com
processo inflamatório secundário(6), em que formações
vacuolares com depósitos amilóides coexistem com
achados imunológicos(3).
A etiologia das miopatias inflamatórias é incerta,
porém, a DM e PM são consideradas doenças auto-
imunes, enquanto a resposta imune é considerada como
secundária a alterações no tecido muscular esquelético
A
na MCI(1).
A DM e PM são as principais causas de miopatias
adquiridas em países desenvolvidos, quando excluídas as
miopatias tóxicas, e são mais freqüentes em mulheres do
que em homens, na proporção de 3:1, sendo vistas em todas
as idades com dois picos de incidência, um na primeira
década de vida e outro entre os 50 e 60 anos de idade(2).
Tanto DM quanto PM se caracterizam clinicamente pela
presença de fraqueza muscular proximal. Porém na DM,
o início dos sintomas pode ser agudo e a progressão da
doença é rápida, em dias a semanas, enquanto na PM, tem-
se uma condição geralmente mais crônica, com meses ou
anos de evolução(4). A DM apresenta lesões cutâneas que B C
acompanham a miosite, incluindo o heliotropo (lesões Figura 1. Lesões cutâneas em paciente com dermatomiosite. A: heliotropo, rash
eritematosas, acompanhadas algumas vezes de edema eritematoso em face; B: sinal do V do decote; C: sinal de Gottron
em pálpebras superiores), de acordo com a Figura 1 A,
rash eritematoso em face, na região anterior do tórax eletroneuromiografia, biópsia muscular e na resposta
(sinal do V do decote), segundo a Figura 1 B, costas e ao tratamento(6).
ombros (sinal do xale), que podem ser exacerbados pela A manifestação mais característica é fraqueza
exposição solar, e o sinal de Gottron, caracterizado por muscular bilateral e simétrica, comprometendo a
eritema e pápulas violáceas em superfície extensora de cintura escapular e pélvica. Enquanto a fraqueza
metacarpofalangeanas e interfalangenas(3,5) (Figura 1 C). é predominantemente proximal na DM e PM, nas
Entretanto, algumas vezes, essas lesões cutâneas MCI é exuberante também em musculatura distal. O
podem estar ausentes e o diagnóstico é confirmado comprometimento de cinturas se traduz por diminuição
somente por meio do histopatológico(4). Por outro lado, da capacidade de erguer objetos acima do nível da
lembramos ainda a existência da DM amiopática, em cabeça, pentear os cabelos, alcançar o cabide, dispor
que há apenas o envolvimento cutâneo sem miosite(3). roupas no varal, subir escadas e levantar-se de um
As MCI devem ser suspeitadas, principalmente, assento sem se apoiar com as mãos(8).
em pacientes idosos do sexo masculino, com Para o diagnóstico das miopatias inflamatórias, foi
fraqueza muscular de início insidioso e lentamente proposto por Bohan e Peter(9) um critério diagnóstico
progressiva, com envolvimento muscular geralmente que incluía a presença de fraqueza muscular proximal
assimétrico(4,6-7). simétrica, elevação de enzimas derivadas do tecido
muscular esquelético, alterações eletromiográficas
compatíveis, incluindo aumento da amplitude e
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO duração dos potenciais de fibrilação e biópsia muscular
O diagnóstico entre as miopatias inflamatórias baseia- compatível, sendo que no caso da DM, há a presença do
se no quadro clínico da fraqueza muscular, exames heliotropo ou das pápulas de Gottron(9). Entretanto, esse
laboratoriais com níveis de enzimas musculares, critério não é útil para o diagnóstico diferencial entre

einstein. 2008; 6 (Supl 1):S48-S54


S50 Reis Neto ET, Pollak DF

DM, PM com as MCI ou outras distrofias, uma vez que em 11 deles (sete com PM e quatro com DM). Artrite
não leva em consideração achados anatomopatológicos e a presença do anticorpo anti-Jo-1 (este positivo em
e imuno-histoquímicos(3). Esses critérios foram 44% dos pacientes com PM e negativo em todos com
modificados por Targoff e Miller, que acrescentaram a DM) foram encontrados mais freqüentemente nos
presença de anticorpos miosite específicos e a presença pacientes com doença intersticial, sendo que a maioria
de inflamação muscular observada a ressonância nuclear dos pacientes apresentava tosse ou dispnéia. Porém,
magnética(8) (Quadro 2). a doença também estava presente em quatro de seis
pacientes sem nenhuma queixa clínica de doença
pulmonar. Esses autores ressaltam que radiografias de
Quadro 2. Critérios diagnósticos para miopatias inflamatórias idiopáticas (MII)*
tórax, tomografia de alta resolução, prova de função
Critérios Interpretação
pulmonar e a pesquisa de anti-Jo-1 devem ser realizados
1. Fraqueza muscular proximal simétrica MII definida: 4 critérios
em todos os pacientes com DM e PM, independente
2. Evidência de miosite ao exame físico MII provável: 3 critérios
3. Elevação de enzimas musculares MII possível: 2 critérios
da presença de sintomas respiratórios(12). Um caso de
séricas associação de DM com bronquiolite obliterante com
4. Eletroneuromiografia com padrão de pneumonia em organização e anticorpo anti-Jo-1
miopatia também foi relatado(11). A associação de anticorpo anti-
5. Presença de anticorpos miosite DM definida: 3 critérios + critério 6 Jo-1 com miosite, artrite e doença pulmonar intersticial
específicos
tem sido denominada síndrome anti-sintetase(12) e
6. Lesões cutâneas típicas da DM DM provável: 2 critérios + critério 6
os pacientes com essa síndrome também podem
7. Inflamação muscular observada a DM possível: 1 critérios + critério 6
RNM apresentar febre ou fenômeno de Raynauld em 90%
*
Antes devem ser excluídas as outras causas de miopatias dos casos, artrite em 60 a 100% dos casos e lesões em
Fonte: Faria AC, Andrade LEC. Miopatias inflamatórias idiopáticas. Histórico e epidemiologia. Sinopse Reumatol.
2003;5(1):4-20.
mãos, conhecidas como mãos de mecânico(11).
As enzimas musculares (CK, AST, DHL, aldolase)
Além da fraqueza muscular, pode-se encontrar são métodos não específicos do grau de miosite e, embora
várias outras manifestações sistêmicas da DM e PM. aumentos dessas enzimas possam predizer atividade da
Sintomas inespecíficos como astenia, febre, fatiga e doença por semanas ou meses, nem sempre seus níveis se
mialgias podem ocorrer e retardar o diagnóstico(10). correlacionam com a atividade da doença. Podem estar
Entre as manifestações gastrintestinais, a principal é a normais em 5 a 10% dos pacientes, apesar da atividade da
disfagia, decorrente da fraqueza muscular cricofaríngea doença pela perda de massa muscular ou pela circulação
ou até mesmo de disfunção esofágica. É encontrada em de inibidores da atividade da enzima. Elevações de CK-
aproximadamente 1/3 dos pacientes com DM e é menos MB também podem ocorrer na doença ou em decorrência
freqüente na PM. Alterações cardíacas podem estar de miocardite. Em pacientes com resposta ao tratamento,
presentes em até 30% dos casos(11), como alterações os níveis de CK começam a diminuir dentro de duas a
eletrocardiográficas, pericardite e insuficiência cardíaca; oito semanas, seguidos de queda dos níveis de AST, DHL
ainda, artralgia e artrite não erosiva podem ocorrer(2), e aldolase, sendo que está é mais específica. Devem-se
assim como fenômeno de Raynauld(5). lembrar outras causas que podem aumentar as enzimas
As manifestações pulmonares são provavelmente as musculares como drogas (estatina, por exemplo),
manifestações sistêmicas da doença mais comuns(2) e sua endocrinopatias (hipotiroidismo), exercícios físicos e
prevalência é relatada em 5 a 46% dos casos(12), sendo, traumas. A dosagem de mioglobina sérica ou urinária
as mais comuns, a pneumonia aspirativa, hipoventilação é outro exame que se correlaciona com a atividade da
por fraqueza muscular, infecções e doença intersticial. doença, porém, apresenta grandes variações dos seus
Esta última afeta de 5 a 10% dos pacientes e caracteriza- níveis durante o dia e, por isso quando medidos, devem
se clinicamente por tosse, dispnéia e hipoxemia(2), ser sempre realizados no mesmo horário(10).
embora possa ser assintomática, principalmente em Com relação à pesquisa de anticorpos, a presença
fases iniciais(12). Aproximadamente 80% dos casos de anti-Jo-1 está mais relacionada à PM que à DM e
estão associados com a presença do anti-Jo-1 e, em se associa à síndrome anti-sintetase, enquanto que o
1/3 dos casos de doença intersticial, as manifestações anticorpo Anti-Mi-2 está mais associado à DM. Outros
pulmonares podem preceder as alterações cutâneas anticorpos como anti-PM-Scl, anti-U1-RNP, anti-U3-
e musculares. A sobrevida de pacientes com doença RNP e anti-sintetases como anti-PL-7, anti-PL-12
intersticial também é menor quando comparada com também podem estar presentes(10).
aqueles com comprometimento muscular semelhante A biópsia muscular é importante para o diagnóstico
sem doença intersticial (18 meses versus 36 meses)(11). diferencial das miopatias inflamatórias(2), embora possa
Fathi et al.(12) avaliaram oito pacientes com DM e ser negativa em 10 a 20% dos casos, pela distribuição,
nove com PM, encontrando doença intersticial pulmonar muitas vezes, focal do infiltrado inflamatório, erro no

einstein. 2008; 6 (Supl 1):S48-S54


Miopatias inflamatórias no idoso S51

local de realização da biópsia, ou até mesmo pelo uso (particularmente o hipotiroidismo), miopatia associada
de medicamentos imunossupressores(13). a neoplasias, miopatia associada ao HIV e outras
A ressonância nuclear magnética (RNM) muscular é infecções, síndrome mialgia eosinofília, doenças de
um método que pode auxiliar na realização de biópsia, depósito e síndrome da fadiga crônica(2).
selecionando o melhor local a ser analisado em pacientes
com suspeita de miopatia inflamatória. A ressonância
pode mostrar hipersinal em T2 nos músculos acometidos, MIOPATIAS INFLAMATÓRIAS E NEOPLASIAS
sugerindo processo inflamatório muscular e melhor local Associação entre DM e neoplasias foi pela primeira vez
para biópsia, sendo útil, principalmente, naqueles casos sugerida por Stertz(14) e, desde então, vários casos com
em que a primeira biopsia é negativa ou inconclusiva, diferentes neoplasias e associações têm sido descritos,
aumentando sua acurácia. Por meio da RNM, pode- com incidência de neoplasias variando de 7 a 34%(15).
se evidenciar edema dentro e ao redor dos músculos, Vários podem ser os sítios das neoplasias, incluindo
calcificações musculares, infiltração de gordura e fibrose vesícula biliar, ovário(16), estômago, próstata(15), intestino,
e as lesões inflamatórias detectadas pela RNM podem se mama(17), linfoma(18), ampola de Vater(19), pulmão(3),
relacionar com a atividade da doença(13). entre vários outros.
Além da biópsia muscular, a biópsia de pele também Casos de neoplasia oculta com DM também foram
pode auxiliar no diagnóstico de dermatomiosite(3). descritos. Till e Jones(15) relataram um caso de paciente
Com relação às MCI, elas são consideradas uma com 73 anos de idade, com diagnóstico de DM, em
das principais formas de miopatias inflamatórias(2) e que apenas durante endoscopia para realização de
apresentam algumas características distintas, entre gastrostomia foi visualizada lesão gástrica com posterior
as quais, a idade acima dos 50 anos, predomínio diagnóstico de adenocarcinoma.
do sexo masculino, início insidioso e progressivo, Estudo realizado por Sigusgeisson et al.(20) para
comprometimento de musculatura proximal e distal, estimar o risco de câncer em pacientes com DM e PM,
níveis séricos de CK normais ou pouco elevados, avaliando 392 pacientes com DM, encontraram 61
alterações eletroneuromiográficas mistas (miopáticas neoplasias em 59 pacientes, com risco relativo de 2,4
e neuropáticas) e resistência a corticosteróides e para homens (IC95% = 1,6-3,6) e 3,4 para mulheres
imunossupressores(8). (IC95% = 2,4-3,7). Entre 396 pacientes com PM, 42
Uma grande variedade de manifestações clínicas é neoplasias foram diagnosticadas em 37 pacientes, com
encontrada e seu diagnóstico é realizado pela biópsia. O risco relativo de 1,8 para homens (IC95% = 1,1-2,7)
caso clínico mais típico é um homem idoso com queixa e 1,7 para mulheres (IC95% = 1,0-2,5). Esses autores
de fraqueza muscular, predominantemente distal, ou concluíram que o risco de câncer está aumentado em
de um paciente com PM refratário ao tratamento. Já o pacientes com DM e PM e, em pacientes com DM, há
curso clínico prolongado, distribuição distal da fraqueza maior taxa de mortalidade por câncer20.
muscular, casos familiares e ausência de resposta ao Koh et al.(5) avaliaram 35 pacientes com PM e 40 com
tratamento imunossupressor sugerem outro diagnóstico DM, com mediana de idade ao diagnóstico de 50,7 anos.
que não DM ou PM(2). A proporção mulher-homem no grupo da PM e DM, foi
Hopkinson et al.(7) avaliaram 1.319 biópsias musculares de 3,35:1 e 1,22:1, respectivamente. Miopatia proximal
realizadas no Reino Unido, entre 1986 e 1990. Dessas, 11 foi encontrada em 86,7% dos casos, artralgia ou artrite
pacientes foram diagnosticados como MCI com média em 34,7%, vasculite cutânea em 18,7%, anormalidades
de idade de 69,4 anos e proporção homem-mulher de 8:3. no eletrocardiograma em 17,3%, doença pulmonar
As manifestações clínicas mais comuns foram: fraqueza intersticial em 14,7% e disfagia em 10,7% dos pacientes.
muscular de membros inferiores proximais, lentamente Creatina-quinase (CK) estava elevada em 89,3% dos
progressiva e indolor com hipotrofia muscular e perda pacientes, aldolase em 95,9%, eletroneuromiografia
de reflexos. Quedas foram os primeiros sintomas em seis e biópsia muscular foram positivos em 79,6 e 76,4%,
pacientes e fraqueza distal ocorreu em nove pacientes. respectivamente. A presença de malignidade associada
Em dez pacientes, a CK estava aumentada, mas somente foi maior em pacientes com DM do que com PM e
em um deles esse nível era acima de 1.000 UI/ml e ocorreram em pacientes significativamente mais velhos,
o tratamento com imunossupressores não alterou a com média de idade de 61,8 anos. Dos 17 pacientes
progressão da doença(7). com neoplasias, 15 tinham DM e dois PM e, em média,
as neoplasias precederam a doença em 0,8 meses. O
diagnóstico anterior mais precoce foi de 4,2 anos e o
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL mais tardio foi de 1,8 anos, após o diagnóstico da DM
O diagnóstico diferencial das miopatias inflamatórias e PM, sendo que as principais causas de mortalidade
inclui polimialgia reumática, miopatias endócrinas foram infecção e neoplasia(5).

einstein. 2008; 6 (Supl 1):S48-S54


S52 Reis Neto ET, Pollak DF

A investigação dos pacientes irá depender Contudo, poucos são os trabalhos controlados e
da presença de sintomas, sinais clínicos e exames randomizados encontrados na literatura a respeito do
laboratoriais. A investigação extensa para neoplasias tratamento dessas afecções. De um modo geral, pode-
ocultas geralmente são frustras e têm pouco valor. Till se dizer que a DM responde melhor do que a PM e as
e Jones(15) sugerem que uma investigação, mesmo em MCI têm tratamento mais refratário.
pacientes com DM assintomáticos, deve incluir pelo O uso de corticoesteróides constitui-se, ainda, como
menos radiografia de tórax, sangue oculto nas fezes, tratamento de primeira linha na DM e PM(4). Os esquemas
colonoscopia, endoscopia digestiva alta, PSA, Ca-125, propostos são empíricos e variados, sendo sugerida dose
ultra-sonografia pélvica e abdominal e mamografia. inicial de 60 a 100 mg/dia por três a quatro semanas,
Seriam possíveis fatores de maior risco para com posterior diminuição da dose nas dez semanas
malignidade na DM: a idade(20), sexo feminino, níveis seguintes, de acordo com a resposta do paciente(3,23).
normais de CK e a presença de doença refratária ou Alguns pacientes irão necessitar da associação de uma
recorrente. Contrariamente ao esperado, a presença droga imunossupressora, seja para diminuir os efeitos
de síndromes de superposição e a presença de miosite adversos dos corticóides, seja pela impossibilidade de
associada com anticorpos parecem reduzir esse risco(15). diminuir dose do corticóide sem que ocorra recidiva
Em relação aos pacientes com DM ou PM, Urbano- da doença, seja por falta de efetividade nos primeiros
Márquez, Casademont e Grau(2) consideram pacientes meses de tratamento ou ainda por fraqueza muscular
com maior risco para neoplasia aqueles com mais de 50 rapidamente progressiva ou insuficiência respiratória(3).
anos, sexo masculino, com lesões cutâneas, em que a Pulsoterapia com metilprednisolona também tem
biópsia muscular mostra lesão capilar. sido proposta como tratamento em casos refratários,
Alguns autores também têm pesquisado a porém, não há evidência de trabalhos controlados e
associação entre a presença/ausência de anticorpos e randomizados(23).
o desenvolvimento de malignidade. Nishikai e Sato(21) Dentre os imunossupressores, pode-se utilizar a
avaliaram 36 pacientes com DM em que 12 apresentavam azatioprina na dose de 2 a 3 mg/kg. O metotrexate em doses
neoplasia. A pesquisa de fator antinuclear foi positiva superiores a 25 mg/sem, no subcutâneo ou endovenoso,
em apenas dois dos pacientes com DM e malignidade age mais rapidamente que a azatioprina. Deve-se ficar
e em 12 dos 24 pacientes restantes com DM sem atento ao uso do metotrexate nesses pacientes, uma vez
neoplasia. A baixa incidência de fator antinúcleo (FAN) que comprometimento pulmonar intersticial também
nos pacientes com neoplasia sugere que a diferença possa ocorrer pelo uso da droga, agravando quadro
sorológica existente entre os dois grupos de pacientes pregresso ou mesmo confundindo a evolução clínica da
pode auxiliar na distinção daqueles com maior chance doença. Ciclosporina nas doses de 100 a 150mg, duas
de desenvolvimento de malignidade(21). vezes ao dia, e ciclofosfamida endovenosa, na forma
Chinoy et al.(22) avaliaram 109 pacientes com PM e 103 de pulsoterapia, na dose de 0,5 a 1 mg/m2 superfície
com DM para determinar se o risco de desenvolvimento corpórea, também têm sido utilizadas(3).
de câncer na miosite pode ser predito pela presença Plasmaferese é utilizada no tratamento de doenças
de anticorpos. Dezesseis pacientes tinham neoplasia auto-imunes refratárias para remover anticorpos circu-
associada com miosite (15 com DM e um com PM). Foi lantes e imunocomplexos. Como a PM e DM estão as-
encontrada positividade para anticorpos anti-155/140 sociadas com auto-imunidade, esse método vem sendo
com alta especificidade e moderada sensibilidade para tentado como tratamento em casos refratários. Em re-
neoplasia associada à miosite. A negatividade para latos iniciais e estudos abertos, seus resultados iniciais
anticorpos anti-Jo-1, anti-PM-Scl, anti-U1-RNP, anti- foram promissores(23). Miller et al.(24) realizaram um tra-
U3-RNP, anti-Ku resultaram em alta sensibilidade e alto balho duplo cego e placebo controlado, com 39 pacien-
valor preditivo negativo para neoplasia associada. Esses tes com PM e DM. Esses pacientes foram randomizados
dados sugerem que a combinação desses dois perfis para receberem plasmaferese, leucaferese ou placebo.
de anticorpos podem ser utilizados para identificar e Doze tratamentos foram realizados em um mês, sen-
rastrear pacientes com miosite e provável maior risco do que, em cada grupo, três pacientes melhoraram, não
de desenvolver neoplasia(22). havendo diferença estatística entre os grupos(24). Dada
sua falta de eficácia demonstrada, o alto custo e poten-
ciais efeitos adversos do procedimento, não há muita
TRATAMENTO justificativa atual para realização desse procedimento
O objetivo do tratamento é a melhora da capacidade em pacientes com miosite, com exceção daqueles com
funcional e da qualidade de vida por meio do aumento gamopatia monoclonal(23). Deve-se sempre ficar atento,
da força muscular, além de regredir ou retardar também, para a resposta conjunta clínica e laboratorial
a progressão das manifestações extramusculares. do paciente, uma vez que na plasmaferese pode haver

einstein. 2008; 6 (Supl 1):S48-S54


Miopatias inflamatórias no idoso S53

diminuição dos níveis de CK sem melhora da força comparado com placebo mais prednisona por três me-
muscular(3). ses, não mostrou utilidade da imunoglobulina no trata-
A imunoglobulina endovenosa tem sido usada no mento das MCI(28).
tratamento de várias doenças reumáticas, inclusive Estudo piloto realizado por Sparks et al.(29) avaliou
em pacientes com DM e PM com sucesso(23). Em estu- quatro pacientes com MCI hereditária, tratados com
do duplo cego e placebo controlado, com 15 pacientes imunoglobulina endovenosa na dose de 1 g/kg em dois
com DM resistente, Dakalas et al.(25) avaliaram o uso dias consecutivos, seguidos de três doses de 400 mg/kg a
de 2 g de imunoglobulina endovenosa com prednisona intervalos semanais, em que todos os pacientes tiveram
comparado a placebo mais prednisona, e encontraram melhora da força muscular.
melhora importante do quadro muscular, logo após a Nas miopatias inflamatórias, especialmente DM e PM,
primeira infusão da imunoglobulina. Porém, a melhora trabalhos com uso de anticorpo anti-CD20 (Rituximab) e
com uso da droga parece continuar por curto período anti-TNF para tratamento da DM e PM ainda estão em
de tempo, sendo necessárias infusões subseqüentes a andamento e resultados consistentes ainda não se encon-
cada seis ou oito semanas(25). Na PM, não há trabalhos tram na literatura para melhor avaliação de resultados,
controlados com a imunoglobulina, que parece ser efe- embora relatos de casos tenham sido descritos com bons
tiva em aproximadamente 70% dos pacientes(3). resultados, principalmente em casos refratários(30-37).
Em estudo aberto, Danieli et al.(26) avaliaram oito Vale ressaltar que o tratamento também inclui me-
pacientes com PM e 12 com DM e relataram que os didas não farmacológicas. Reabilitação com fisioterapia
pacientes em tratamento com ciclosporina e predniso- motora e respiratória, fonoaudiologia e suporte nutricio-
na que receberam imunoglobulina endovenosa, tiveram nal, com cuidados para evitar tanto desnutrição, pela difi-
mais chance de remissão completa ao final de quatro culdade de deglutição, como medidas e treinamento para
anos, do que aqueles que receberam apenas ciclospori- evitar broncoaspiração, são de extrema importância.
na e prednisona, não havendo benefício na associação
de plasmaferese a imunoglobulina(26). Genevay, Sau-
dan-Kister e Guerne(27) relataram caso de paciente com PROGNÓSTICO
PM refratária, tratado inicialmente com imunoglobuli- A taxa de mortalidade geral das miopatias inflamató-
na endovenosa com dose de 2 g/kg/mês, que após alguns rias é variável e a melhora do prognóstico com novos
meses de tratamento foi diminuída a dose para 0,8 g/kg/ tratamentos é evidente nos últimos anos. Nas décadas
mês, mantendo os bons resultados das doses iniciais e de 1970 e 1980, a mortalidade era relatada como cerca
redução do custo da doença(27). de 45%, sendo 17% no primeiro ano, 40% nos seis anos
Na DM e PM, Dalakas E Hohlfeld(3) sugerem os se- seguintes e 27% nos oito anos(38). Em estudo recente de
guintes passos durante o tratamento: Sultan et al.(39), a sobrevida em cinco anos foi de 95% e
1. prednisona; de dez anos de 84%, sendo as complicações pulmonares
2. metotrexate ou azatioprina, sendo que em casos uma das principais causas de óbito.
mais agressivos e graves os passos 1 e 2 podem ser Fatores de pior prognóstico citados são, instalação
combinados; aguda da doença, falha de indução de remissão, raça
3. imunoglobulina endovenosa; não branca, idade avançada, presença de disfagia, níveis
4. ciclosporina, ciclofosfamida, micofenolato de mofe- normais de CK, presença de vasculite cutânea, maligni-
til e clorambucil utilizados individualmente ou em dade e fibrose pulmonar(5).
combinação com os passos de um a três, de acordo Lakhanpal et al.(40) avaliaram características clínicas
com a gravidade da doença, comorbidades, idade do e de autópsia de 24 pacientes com PM e 41 pacientes
paciente e envolvimento sistêmico. com DM com doença pulmonar. Os sintomas pulmona-
res foram encontrados em 43 pacientes e incluíram disp-
Com relação ao tratamento das MCI, a maioria dos néia em 15, tosse em 23 e dor torácica em seis. Doença
pacientes responde pobremente ao tratamento com intersticial pulmonar foi encontrado em 27 pacientes,
corticoesteróides. Além disso, a população acometida pneumonia em 35 e vasculite pulmonar em cinco. Outros
geralmente é idosa e com comorbidades associadas. achados incluíram comprometimento alveolar difuso,
Questiona-se se casos de MCI associada a alterações edema de pulmão, neoplasia maligna primária, pleurite
imunológicas, como a presença do anti-Jo-1, responde- fibrinosa, embolia pulmonar e atrofia diafragmática. A
riam melhor ao tratamento imunossupressor, porém, média de sobrevida foi de 29 meses, sendo pior naqueles
essa ainda é uma pergunta sem respostas conclusivas. com doença intersticial e vasculite pulmonar40.
Há, ainda, relatos de casos com benefícios com uso de Fatores prognósticos foram analisados em 77 pacientes
imunoglobulina endovenosa(4), embora estudo contro- com PM, em trabalho realizado por Lilley, Dennett e
lado com imunoglobulina combinada com prednisona, Byrne(38), encontrando melhora parcial em 47%, total em

einstein. 2008; 6 (Supl 1):S48-S54


S54 Reis Neto ET, Pollak DF

31%, ausência de recuperação da força muscular em 9% 19. Vayopoulos G, Constantopoulos C, Fotiou C, Kaklamanis PH, Fessas PH.
Dermatomyositis/polymyositis and carcinoma of the ampulla of Vater. Ann
e óbito em 11%. Fatores de melhor prognóstico foram:
Rheum Dis. 1987;46(12):945-6.
início da doença antes dos 50 anos de idade e duração
20. Sigurgeirsson B, Lindelöf B, Edhag O, Allander E. Risk of cancer in patients with
dos sintomas inferior a 12 meses; os óbitos ocorreram dermatomyositis or polymyositis. A population-based study. N Engl J Med.
principalmente nos primeiros seis meses da doença(38). 1992;326(6):363-7.
21. Nishikai M, Sato A. Low incidence of antinuclear antibodies in dermatomyositis
with malignancy. Ann Rheum Dis. 1990;49(6):422.
CONCLUSÃO 22. Chinoy H, Fertig N, Oddis CV, Ollier WE, Cooper RG. The diagnostic utility of
Devemos ficar atentos para o diagnóstico diferencial myositis autoantibody testing for predicting the risk of cancer-associated
myositis. Ann Rheum Dis. 2007;66(10):1345-9.
entre estas entidades com tratamentos distintos,
23. Choy EH, Isenberg DA. Treatment of dermatomyositis and polymyositis.
especialmente em pacientes idosos.
Rheumatology (Oxford). 2002;41(1):7-13.
24. Miller FW, Leitman SF, Cronin ME, Hicks JE, Leff RL, Wesley R, et al.
Controlled trial of plasma exchange and leukapheresis in polymyositis and
REFERÊNCIAS dermatomyositis. N Engl J Med. 1992;326(21):1380-4.
1. Hengstman GJ, van Venrooij WJ, Vencovsky J, Moutsopoulos HM, van 25. Dalakas MC, Illa I, Dambrosia JM, Soueidan SA, Stein DP, Otero C, et al.
Engelen BG. The relative prevalence of dermatomyositis and polymyositis in A controlled trial of high-dose intravenous immune globulin infusions as
Europe exhibits a latitudinal gradient. Ann Rheum Dis. 2000;59(2):141-2. treatment for dermatomyositis. N Engl J Med. 1993;329(27):1993-2000.
2. Urbano-Márquez A, Casademont J, Grau JM. Polymyositis/dermatomyositis: 26. Danieli MG, Malcangi G, Palmieri C, Logullo F, Salvi A, Piani M, et al. Cyclosporin
the current position. Ann Rheum Dis. 1991;50(3):191-5. A and intravenous immunoglobulin treatment in polymyositis/dermatomyositis.
3. Dalakas MC, Hohlfeld R. Polymyositis and dermatomyositis. Lancet. Ann Rheum Dis. 2002;61(1):37-41.
2003;362(9388):971-82. 27. Genevay S, Saudan-Kister A, Guerne PA. Intravenous gammaglobulins in
4. Hilton-Jones D. Inflammatory muscle diseases. Curr Opin Neurol. refractory polymyositis: lower dose for maintenance treatment is effective.
2001;14(5):591-6. Ann Rheum Dis. 2001;60(6):635-6.
5. Koh ET, Seow A, Ong B, Ratnagopal P, Tjia H, Chng HH. Adult onset polymyositis/ 28. Dalakas MC, Koffman B, Fujii M, Spector S, Sivakumar K, Cupler E. A
dermatomyositis: clinical and laboratory features and treatment response in controlled study of intravenous immunoglobulin combined with prednisone in
75 patients. Ann Rheum Dis. 1993;52(12):857-61. the treatment of IBM. Neurology. 2001;56(3):323-7.
6. Hengstman GJ, van Engelen BG. Polymyositis, invasion of non-necrotic muscle 29. Sparks S, Rakocevic G, Joe G, Manoli I, Shrader J, Harris-Love M, et al.
fibres, and the art of repetition. BMJ. 2004;329(7480):1464-7. Intravenous immune globulin in hereditary inclusion body myopathy: a pilot
study. BMC Neurol. 2007;7:3.
7. Hopkinson ND, Hunt C, Powell RJ, Lowe J. Inclusion body myositis: an
underdiagnosed condition? Ann Rheum Dis. 1993;52(2):147-51. 30. Chung L, Genovese MC, Fiorentino DF. A pilot trial of rituximab in the treatment
of patients with dermatomyositis. Arch Dermatol. 2007;143(6):763-7.
8. Faria AC, Andrade LEC. Miopatias inflamatórias idiopáticas: histórico e
epidemiologia. Sinopse de Reumatologia. 2003;5(1):4-20. 31. Noss EH, Hausner-Sypek DL, Weinblatt ME. Rituximab as therapy for refractory
polymyositis and dermatomyositis. J Rheumatol. 2006;33(5):1021-6.
9. Bohan A, Peter JB. Polymyositis and dermatomyositis (second of two parts).
32. Brulhart L, Waldburger JM, Gabay C. Rituximab in the treatment of
N Engl J Med. 1975;292(8):403-7.
antisynthetase syndrome. Ann Rheum Dis. 2006;65(7):974-5.
10. Rider LG, Miller FW. Laboratory evaluation of the inflammatory myopathies.
33. Levine TD. Rituximab in the treatment of dermatomyositis: an open-label pilot
Clin Diagn Lab Immunol. 1995;2(1):1-9.
study. Arthritis Rheum. 2005;52(2):601-7.
11. Kalenian M, Zweiman B. Inflammatory myopathy, bronchiolitis obliterans/
34. Dold S, Justiniano ME, Marquez J, Espinoza LR. Treatment of early and
organizing pneumonia, and anti-Jo-1 antibodies--an interesting association.
refractory dermatomyositis with infliximab: a report of two cases. Clin
Clin Diagn Lab Immunol. 1997;4(2):236-40.
Rheumatol. 2007;26(7):1186-8.
12. Fathi M, Dastmalchi M, Rasmussen E, Lundberg IE, Tornling G. Interstitial
35. Efthimiou P, Schwartzman S, Kagen LJ. Possible role for tumour necrosis factor
lung disease, a common manifestation of newly diagnosed polymyositis and
inhibitors in the treatment of resistant dermatomyositis and polymyositis: a
dermatomyositis. Ann Rheum Dis. 2004;63(3):297-301.
retrospective study of eight patients. Ann Rheum Dis. 2006;65(9):1233-6.
13. Lampa J, Nennesmo I, Einarsdottir H, Lundberg I. MRI guided muscle biopsy
36. Hengstman GJ, van den Hoogen FH, Barrera P, Netea MG, Pieterse A, van de
confirmed polymyositis diagnosis in a patient with interstitial lung disease.
Putte LB, et al. Successful treatment of dermatomyositis and polymyositis
Ann Rheum Dis. 2001;60(4):423-6.
with anti-tumor-necrosis-factor-alpha: preliminary observations. Eur Neurol.
14. Stertz G. Polimyositis. Berl Klin Wochenschr. 1916;53:489. 2003;50(1):10-5.
15. Till SH, Jones AC. Dermatomyositis--how far to go! Ann Rheum Dis. 37. Iannone F, Scioscia C, Falappone PC, Covelli M, Lapadula G. Use of
1998;57(4):198-200. etanercept in the treatment of dermatomyositis: a case series. J Rheumatol.
16. Yiannopoulos G, Ravazoula P, Meimaris N, Stavropoulos M, Andonopoulos AP. 2006;33(9):1802-4.
Dermatomyositis in a patient with adenocarcinoma of the gall bladder. Ann 38. Lilley H, Dennett X, Byrne E. Biopsy proven polymyositis in Victoria 1982-1987:
Rheum Dis. 2002;61(7):663-4. analysis of prognostic factors. J R Soc Med. 1994;87(6):323-6.
17. Wilson E, Finley AG, Killingback M. Triple primary carcinomata of rectum, 39. Sultan SM, Ioannou Y, Moss K, Isenberg DA. Outcome in patients with
breast and transverse colon associated with dermatomyositis. Br Med J. idiopathic inflammatory myositis: morbidity and mortality. Rheumatology
1965;2(5453):80-3. (Oxford). 2002;41(1):22-6.
18. Bittar B, Rose CD. Early development of Hodgkin’s lymphoma in association 40. Lakhanpal S, Lie JT, Conn DL, Martin WJ 2nd. Pulmonary disease in
with the use of methotrexate for the treatment of dermatomyositis. Ann polymyositis/dermatomyositis: a clinicopathological analysis of 65 autopsy
Rheum Dis. 1995;54(7):607-8. cases. Ann Rheum Dis. 1987;46(1):23-9.

einstein. 2008; 6 (Supl 1):S48-S54

S-ar putea să vă placă și