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l.a edição publicada em 1970


pela Emprevan Editora, Caixa Postal 1165
« ZC 00 Rio de Janeiro, GB.
com a devida autorização.
Direitos reservados pela Emprevan Editora

Impresso na República Federativa do Bfasi)


(Printed in the United States of Brazil)
nas oficinas da Editora Betânia,
Rua Padre Pedro Pinto, 2435,
Belo Horizonte, Minas Gerais.
t
INTRODUÇÃO

"Que os homens nos considerem como. . .


I
despenseiros dos mistérios de Deus. Além
disto, o que se requer dos despenseiros, é
que cada um deles seja achado fiel/
( I Cor. 4:1-2)

Cremos que devido ao amor fraternal que nos


une em Cristo, e o nosso conhecimento do Autor
deste livro, pediu-nos o Editor que escrevêssemos
esta introdução; e, levando em consideração ambos
sentimentos, eis-nos atendendo-o, esperando que dal-
gum modo possamos ser de utilidade a ambos.
A doutrina da mordomia é bíblica e perfeitamen-
H te cristã. Esquecê-la, ou deixar de ensiná-la, é deixar
de cumprir o dever de "ensinar todo o conselho de
Deus", conforme fazia Paulo, em obediência a Cristo,
quando determinou: "Ide, fazei discípulos... ensinan-

do-os a guardar tôdas as coisas que eu vos tenho
3 ordenado."
Reconhecemos, porém, que devido às incompre-
ensões a que se expõem quando ministram ensino
sobre mordomia, muitos pastôres omitem esta dou-
trina, com prejuízos pessoais e da causa que espo-
sam, por deixarem de cumprir todo o dever que lhes
é imposto por Deus.
7
A mordomia abrange a tôdas as atividades do
cristão, e a tôda a sua personalidade — a vida, a
saúde, o tempo, a inteligência, as oportunidades, os
bens, os dotes naturais etc., são coisas sôbre que
devemos exercer a mordomia, para a glória de Deus
e nossa felicidade pessoal.
O texto que citamos acima, alude a conveniên-
cia e necessidade de sermos, pelos homens, reconhe-
cidos como mordomos de Cristo, e finda dizendo: PREFÁCIO
"Além disto, o que se requer dos despenseiros, é
15
que cada um deles seja achado fiel" no exercício MORDOMIA CRISTÃ é o assunto que vamos es-
de sua mordomia. tudar através das páginas dêste opúsculo. Trata-se de
O autor dêste livro, numa linguagem simples, uma doutrina que, a despeito do seu conceito bíblico
clara e precisa, demonstra, em cinco capítulos, que e da sua importância, tem sido relegada a plano se-
Deus é o dono de tudo, que o homem, portanto, é cundário nos meios cristãos, especialmente nos púl-
apenas um dispenseiro dos Seus bens e destarte um pitos. Alguns a ignoram e muitos jamais a enten-
mordomo. deram devidamente; eis por que não se decidiram
Dêste modo, os talentos, o tempo, a vida, a saúde, a uma obediência total à Palavra de Deus no que
os bens, e tudo o mais que desfrutamos no presente, concerne à mordomia cristã em todos os seus as-
são bens de Deus dados à nossa guarda, para dêles pectos.
desfrutarmos e os administrarmos com eficiência e O que vamos estudar são ensinamentos bíblicos
fidelidade cristã. que nos revelam o dever de uma integral dedicação
Aludindo por fim à mordomia dos bens, êle de- a Deus, incluindo tudo o que somos e possuímos
monstra, com base na Bíblia, que o dízimo é doutri- como condição para prosperarmos material e espi-
na tão atual para o Cristão, como o foi para Abraão ritualmente.
e para seus descendentes imediatos que a praticavam Pedimos ao Senhor Jesus que na Sua grande mi-
liberal e livremente. sericórdia abençoe esta modesta obra que leva ao
Afirma o autor: "O dízimo esteve em vigência amado irmão o ensino claro da Palavra de Deus
antes da lei, nos tempos da vigência desta, e conti- e o nosso propósito de ajudá-lo a servir melhor a
nua em plena vigência na atualidade", conforme o Deus, no cumprimento fiel de sua mordomia, peran-
ensino de Cristo e da Bíblia, te ÊLE.
Sem nenhuma reserva, recomendamos a leitura
dêste livro a quem quer que seja, a quem merecer
8
fé a nossa palavra; por sabermos que todos que o
lerem e se deixarem instruir pelo seu ensino, estarão
sendo diretamente instruídos pela doutrina Cristã e
bíblica que seguimos para nossa edificação na fé em ÍNDICE
Cristo, de acordo com a Bíblia.
Pág.
A. P. Vasconcelos INTRODUÇÃO 7
Rio, 6/3/1970
PREFACIO 9
CAPÍTULO I — DEUS, DONO DE TUDO . . . 13
Conceitos Bíblicos da Mordomia; Mo-
tivação da Mordomia; Princípios Bási-
cos da Mordomia.
CAPÍTULO I I — OS TALENTOS 17
Tudo Para Glorificar a Deus; Fidelida-
de; As Três Cortes.
CAPÍTULO I I I — O TEMPO 26
Remir o Tempo; Aproveitar as Oportu-
nidades; Diligentes; Pontualidade; A
Escolha do Tempo; Dar Parte do Nosso
Tempo a Deus; A Brevidade do Tem-
po; A Segunda Vinda de Cristo; A Épo-
ca em que Vivemos.
CAPÍTULO I V — COISAS M A T E R I A I S 33
Dualismo; Materialismo; Materialismo
Prático; Somos Depositários; Um Pon-
to de Equilíbrio; Conforme a Vontade
de Deus.
CAPÍTULO V — INEGÁVEL, A DÉCIMA PARTE 39
O Dízimo Antes da Lei; O Dízimo no
Tempo da Lei; O Dízimo Depois da
10 Lei; Deram-se a Si Mesmos.
1 CAPÍTULO I — DEUS, DONO DE TUDO

Mordomia é o ofício de mordomo, chefe dos


criados de um soberano ou de uma casa de condi-
ções nobres. O mordomo ou despenseiro tem encargo
das despesas da casa e organização de recepções.
Mordomo é um título apropriadamente atribuído ao
homem de Deus, a quem também foi entregue o do-
mínio de todas as coisas, e que tem o encargo da
administração das coisas espirituais, na qualidade de
salvo e "bom despenseiro da multiforme graça de
Deus" ( I Ped. 4:10).
A seguir, procuraremos elucidar alguns pontos
a respeito da Mordomia Cristã, com o propósito de
ajudar os filhos de Deus a entenderem melhor o
< assunto, que abrange todos os aspectos das nossas
relações com Deus. Consideremos o seguinte:

CONCEITOS BÍBLICOS DA MORDOMIA

Deus é o Criador de todas as coisas e portanto,


dono de tudo que há neste maravilhoso universo.
" N o princípio criou Deus os céus e a terra" (Gên.
1:1). "Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela
se contém, o mundo e os que nêle habitam. Fundou-a
."Èle sobre os mares e sobre as correntes a estabe-
leceu" (Sal. 24:1).
13
Pretendendo Deus aprofundar no coração do Seu
mos ensinados: "Não reine, portanto, o pecado em
povo a convicção desta verdade, nos dias da lei não
vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às
permitia que vendessem a terra em caráter defini-
suas paixões; nem ofereçais cada um os membros
tivo. "A terra não se venderá em perpetuidade, por-
do seu corpo ao pecado como instrumento de ini-
que a terra é minha" (Lev. 25:23).
qüidade; mas oferecei-vos a Deus como ressurretos
Êstes textos mostram com clareza que a terra dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como
pertence ao Senhor. Essa posse de tudo inclui as ri- instrumentos de justiça" (Rom. 6:12 e 13). Esta é a
quezas minerais. Em Ageu 2:8, lemos: "Minha é a maneira correta de glorificarmos a Deus no corpo
prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos." e no espírito, os quais pertencem a Deus.
Ainda vai além o sentido de posse: "Ao Senhor per-
Êstes são, portanto, os conceitos bíblicos a res-
tence a terra e tudo o que nela se contém." Eze-
peito da mordomia — tudo pertence a Deus — em-
quiel diz: "Eis que todas as almas são minhas; como
bora esteja em nossas mãos e tenhamos o direito
a alma do pai, também a alma do filho é minha"
de utilizar. Deus, contudo, tem estabelecido normas
(Ezeq. 18:4).
para usarmos aquilo que nos confiou, como mordo-
Esta verdade básica é ensinada igualmente no
mos que somos.
Nôvo Testamento, do ponto de vista da redenção,
apresentando o próprio ser humano como possessão
MOTIVAÇÃO DA MORDOMIA
de Deus, para uso do Senhor. Paulo diz: " N o qual
também vós juntamente estais sendo edifiçados pa-
Qual é, pois, a motivação básica da mordomia?
ra habitação de Deus no Espírito." (Ef. 2:22). E mais:
A gratidão. Gratidão é o sentimento próprio de quem
"Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do
reconhece conscientemente que Deus nos deu bens,
Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da
dons naturais e bênçãos espirituais. Se tudo o que
parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Por-
possuímos nos é dado por Deus, é justo que tudo
que fôstes comprados por bom preço; glorificai pois
consagremos a Êle. Esta é a prova da nossa gratidão
a Deus no vosso corpo e no vosso espírito os quais
a Deus. Os infiéis procedem de modo exatamente
pertencem a Deus." ( I Cor. 6:18 e 20 — V. Almeida,
contrário, como se tudo que possuem fôsse produto
simplificada).
de seus próprios esforços. Ao invés de consagrarem
Entre as coisas que figuram como possessão de
ao Senhor os bens recebidos, usam-nos contrària-
Deus, inclui-se o nosso corpo, pelo qual temos gran-
mente a Seus santos propósitos. O servo de Deus,
de responsabilidade, já que o conceito bíblico neste
ao contrário, sente-se motivado a dizer como o sal-
sentido focaliza diretamente o ponto de vista da re-
mista: "Bendize, ó minha alma, ao Senhor e tudo
denção. Deus tanto é o Criador como o Redentor do
o que há em mim bendiga o seu Santo nome. Ben-
nosso corpo. O plano divino da redenção não visa
dize, ó minha alma, ao Senhor e não te esqueças de
sòmente à alma, mas também o corpo. Por isto so-
nenhum dos seus benefícios" (Sal. 103:1 e 2).
14 15
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA MORDOMIA

A mordomia cristã envolve a vida em todos os


aspectos: TALENTOS, TEMPO E COISAS MATE-
RIAIS. Consideremos os assuntos separadamente:

CAPÍTULO I I — OS TALENTOS

Em Mat. 25:14 a 30, vemos o Senhor Jesus en-


sinando, através da parábola dos talentos, de certo
homem (Êle mesmo), que se ausentou do país, cha-
mou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A
um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um ta-
leito, a cada um segundo a sua capacidade.. . Nos
versículos seguintes vemos que o Senhor exigiu de
cada um, na proporção do que lhe fôra confiado,
em condições ao alcance de todos, dentro dos limi-
tes de suas possibilidades. Deus trata com os ho-
mens à base de um critério verdadeiramente justo.
Ninguém poderá desculpar-se perante Êle.
Talentos, ou habilidades para o trabalho, nos fo-
ram dados por Deus, a fim de nos tornarmos úteis
em nossa posição de mordomos. A nossa sinceridade
e humildade em usar os talentos que nos são entre-
gues, são qualidades imprescindíveis ao bom despen-
seiro. São deveres do bom despenseiro.

TUDO PARA GLORIFICAR A DEUS

A isto somos constrangidos de fato, reconhecen-


do a procedência divina de nossas habilidades. Paulo
nos ensina em I Cor. 4:7: "Quem é que te faz so-
bressair? e que tens tu que não tenhas recebido?

16
17
e, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o realizar a sua obra (João 4:34). Mesmo na extrema
não tiveras recebido?" agonia do Getsêmani, orou dizendo: * "Pai, se queres,
Como Pedro consideraria êste assunto? Podia passa de mim êste cálice; contudo, não se faça a mi-
pensar em sua antiga profissão, com a roupa de nha vontade, e, sim, a tua." (Luc. 22:39-42).
pesca, molhada ou salpicada de lama, a lidar com a
rede na madrugada fria. Poderia considerar também FIDELIDADE
a sua nova posição à frente de milhares de pessoas,
a ouvi-lo reverentes e a atender-lhe prontamente a Em ( I Cor. 4:2, lemos: "Ora, além disto, o que se
orientação, como sendo credenciado por Deus a in- requer dos despenseiros é que cada um dêles seja
dicar-lhes o caminho do céu. Tornara-se incontestà- encontrado fiel." Sabemos que há três provas de fi-
velmente um líder. delidade:
Êste mesmo conceito aplica-se a muitos de nós, a) A prova da quantidade — Jesus distribuiu os
hoje, se não a todos. Há muitos que, de origem hu- talentos segundo a capacidade dos servos. Houve até
milíssima, viveriam e morreriam inteiramente desco- quem recebesse um talento apenas. Nessa prova o
nhecidos, anônimos ou notados apenas pelos simples servo demonstrou infidelidade. Isto levou o Senhor
companheiros de profissão. Deus, por misericórdia, os a adverti-lo: "Quem é fiel no pouco, também é fiel
fez sobressair. Projetaram-se, tornaram-se notáveis e no muito, e quem é injusto no pouco, também é in-
admirados. Se êste é o teu caso, prezado leitor, para justo no muito." (Luc. 16:10 e 12). Jesus ensinou que
nunca te envaideceres, repete intimamente a pergun- aquêle que usa sábia e fielmente os seus talentos, em-
ta: "Quem te faz sobressair?" Se te sentes dono de bora poucos, acabará por tê-los multiplicados. "Por-
um bom cabedal de conhecimentos e experiências que ao que tem se lhe dará, e terá em abundância;
cristãs, pergunta a ti mesmo: "Que tens, que não mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado"
tenhas recebido? E, de quem o recebeste?" A respos- (Mat. 25:29). O Mestre não aceitou nenhuma das des-
ta certa está em Tiago 1:17: "Tôda boa dádiva e culpas apresentadas pelo servo infiel (vs. 24-28), pois
todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das nos é ordenado usar fielmente o talento que nos é
luzes, em quem não pode existir variação ou som- entregue, sem considerar a quantidade. Talvez mui-
bra de mudança." tos falhem nesta prova, esperando iniciar as ati-
Os talentos ou dons que recebemos, são motivo vidades na obra do Senhor somente quando tive-
para nos gloriarmos, mas como está escrito: "Aquê- rem abundantes e notáveis talentos, capazes de atraí-
le que se gloria, glorie-se no Senhor" ( I Cor. 1:31). rem a si a admiração geral. Assim têm de esperar
Cristo foi o grande exemplo neste sentido. "Eu te muito, esperar demais, antes de terem a primeira
glorifico na terra, consumando a obra que me con- oportunidade para qualquer serviço na Casa do Se-
fiaste para fazer" João 17:4. Jesus tinha como prin- nhor. Cuidado!
cipal comida fazer a vontade do Pai que o enviou a b) A prova do tempo — A duração do trabalho.
18 19
21 15
Por quanto tempo devemos ser fiéis? Há os que se c) A prova das circunstâncias — Não é difícil
mostram fiéis fto princípio da carreira e logo mu- ser fiel quando as circunstâncias favorecem e o am-
dam de atitude. Judas Iscariotes certamente foi fiel biente ajuda; mas nem sempre teremos tais favo-
algum tempo chegando a merecer a confiança de ser res. A fidelidade em nossa mordomia, tem de ser
tesoureiro de Cristo e dos apóstolos, mas talvez o provada mesmo quando as situações são adversas.
tempo tenha sido pouco mais de dois anos. Dimas É no negrume das dificuldades que mais se destaca
começou "bem como companheiro de Paulo no traba- o brilho da nossa fidelidade.
lho missionário, mas algum tempo depois o abando- José do Egito é um maravilhoso exemplo de fi-
nou, atraído pelo mundo. ( I I Tím. 4:10). Assim muitos delidade em circunstâncias contrárias. Diz o registro
outros têm sido tão fiéis nos primeiros tempos de bíblico em Gên. 39:10 que a tentação o assediava to-
sua mordomia, que se o Senhor tivesse vindo em tal dos os dias. José entretanto, resistiu às provas e evi-
tempo os encontraria maravilhosamente bem. No en- tou o pecado, desprezou a oferta de Satanás e per-
tanto a recomendação e promessa do Mestre é: "Sê maneceu fiel a Deus. Tornou-se uma vítima da ca-
fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" Apoc. lúnia e da injustiça, mas não do pecado. Em conse-
2:10. Pedro também diz: " . . . andai em temor, du- qüência, "o Senhor era com José" e o fêz triunfar
rante o tempo da vossa peregrinação." de tôdas as adversidades, promovendo-o às maiores
Jesus advertiu aos discípulos, dizendo: "Quem é, alturas da dignidade! "A quem tem dar-se-á, e terá
pois, o servo (ou mordomo) fiel e prudente a quem em abundância..."
o Senhor confiou os seus servos para dar-lhes o sus- Daniel, na Babilônia, foi outro exemplo eloqüen-
tento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a te de fidelidade em circunstâncias opostas. Mesmo
quem o seu Senhor, quando vier, achar fazendo como escravo de guerra, na sede de um império pa-
assim. Em verdade, vos digo que lhe confiará todos gão e idolatra, onde as leis o obrigavam a desobede-
os seus bens. Mas se aquêle servo, sendo mau, disser cer a Deus, confiou no Senhor^ propôs no coração
consigo mesmo: meu senhor demora-se, e passar a não se contaminar e alcançou vitória. Como resul-
espancar os seus companheiros, e a comer e beber tado, Deus o abençoou maravilhosamente, tornando-o
com ébrios, virá o Senhor daquele servo em um dia o mais excelente sábio de sua época. A exemplo de
em que não o espera, em hora que não sabe e cas- José do Egito, tornou-se a causa da salvação dos
tiga-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas..." seus companheiros. Dan. capítulos 2, 4, 5, e 6.
(Mat. 24:45-51). Em face destes e de outros exemplos, ninguém
O galardão será dado não a quem servir bem poderia desculpar-se por falhar em circunstâncias di-
durante dez, vinte ou trinta anos, mas àquele a quem fíceis. Há sempre um meio de escape para os que
o Senhor, quando vier, encontrar fiel em sua mor- se propõem a servir a Deus fielmente. "Deus é fiel e
domia. Esta é a prova do tempo. Isto tem relação não deixará que sejais tentados além das vossas for-
com a perseverança. ças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos
samos, falamos ou procedemos em desacordo com
proverá livramento, de sorte que a possais suportar"
a vontade do Senhor.
( I Cor. 10:13).
A consciência é um instrumento íntimo com a
Cristo nos ensina que haverá o tempo de presta-
capacidade de indicar o nosso conceito diante de
ção de contas, ( I I Cor. 5:19). Também em Lucas 16:2,
Deus, mediante a certeza de nossa condição real a
lemos: "Presta contas da tua mordomia." Não nos es-
Seus olhos. Êsse aparelho, todavia, está sujeito a fa-
queçamos destas palavras. Elas serão ouvidas peran-
lha. Somos informados biblicamente de que há cons-
te o Tribunal de Cristo.
ciências cauterizadas, insensíveis, incapazes de preve-
nir-nos com o necessário rigor contra os erros fatais.
AS TRÊS CÔRTES
Não faz muito tempo, em vôo noturno, enorme
avião com 96 pessoas a bordo, chocou-se contra a Cor-
Há três cortes de justiça, às quais estamos su-
dilheira dos Andes, ocasionando a morte de todos a
jeitos:
bordo. A perícia descobriu como causa do desastre
Conceitos humanos — Êste é o julgamento
o mau funcionamento do altímetro. O piloto, baseado
que fazem aquêles com quem privamos, crentes e
no altímetro, julgava estar voado muito acima da
não crentes, que nos observam e têm, de fato, o
serra, quando foi surpreendido com o choque fatal.
direito de fazê-lo. Que dizem de nós? Que influência
O mordomo fiel deve atender à voz da consciência,
estamos irradiando? Qual o efeito do nosso testemu-
mas deve ser cauteloso, para saber se êsse elemen-
nho em suas vidas? Não temos o direito de pensar
to de controle funciona corretamente. Em I I Cor. 13:5,
ou dizer que nada têm a ver com os nossos atos e
lemos: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente es-
com o nosso modo de viver. Ê isto que o apóstolo
tais na fé, provai-vos a vós m e s m o s . . . "
Paulo ensina: "Importa que os homens nos conside-
Diante de Cristo — Quanto a esta côrte
rem como ministros de Cristo e despenseiros dos
não há nada a suspeitar — não falha.
mistérios de Deus" ( I Cor. 4:1). É certamente isto que
Maria talvez tenha se sentido acanhada ao ouvir
Cristo espera de nós: "Assim brilhe a vossa luz di-
a censura de sua irmã, Marta. Porém sentiu-se rea-
ante dos homens, para que vejam as vossas boas
nimada ao ouvir as palavras do Mestre: "Maria es-
obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus."
colheu a bo^, parte, a qual não lhe será tirada"
(Mat. 5:16).
(Lucas 10:40-42). O fariseu que desprezava e censurava
O juízo humano é contudo o menos importante.
a mulher pecadora ao lavar com lágrimas os pés
Os homens vêem apenas o que está diante dos olhos.
de Jesus, sentiu-se desapontado quando o Mestre de-
A Consciência — É a segunda corte de justiça
monstrou que a sua condição era ainda pior que a
a que estamos sujeitos e a quem nos devemos ren-
da pecadora, a despeito de orgulhar-se. de sua con-
der dccílmente pois a consciência, quando normal,
dição social e religiosa (Lucas 7:37 a 50). Êstes tópi-
iluminada e inspirada pelo Espírito Santo, tem a fun-
cos nos habilitarão a pensar melhor na divina ca-
ção imparcial de acusar-nos tôdas as vêzes que pen-
23
22
pacidade do Senhor Jesus para julgar as obras de fato, a causa da inércia de muitos no serviço de
cada um, segundo o bem ou o mal que tivermos Deus.
feito por meio do corpo. ( I I Cor. 5:10). Da entrega total dos nossos talentos ao Senhor,
Cristo é o doador dos talentos. Êle sabe quanto para o Seu serviço, depende o rendimento dos mes-
confiou a cada servo. Sabe também quanto devem mos. Jesus ensinou isto ao dizer: "Dai e ser-vos-á
render os talentos que nos entregou na proporção dado."
do tempo e quanto à maneira de usá-los. Todos os Conta-se que certo príncipe ao percorrer as ruas
talentos devem ser movimentados para a glória de de sua cidade, aproximou-se de um mendigo a quem
Deus; se assim não fizermos seremos infiéis. pretendeu auxiliar e ao mesmo tempo experimentar-
lhe os sentimentos de generosidade. Quando o men-
Quanto ao terem sido os talentos distribuídos
digo lhe estendeu a mão suplicando uma esmola, o
em números diferentes: cinco, dois e um, significa
príncipe antes de atendê-lo pediu-lhe que também
que há serviço para todos na igreja. Ninguém está
lhe desse alguma coisa do que possuísse na sacola.
isento da responsabilidade de trabalhar para o reino
O pobre, numa revelação clara de indisposição para
de Deus. Num jardim há diferentes flores com be- dar, tirou cinco grãos de milho e deu-os ao príncipe.
lezas variadas e perfumes diversos. Numa orques- Êste perguntou-lhe: — "O senhor não me pode dar
tra há diferentes instrumentos com sons distintos mais alguns grãos?" A resposta foi negativa. Então o
mas todos se harmonizam na produção das melodias. nobre homem abriu uma pasta, tirou cinco grãos
Assim deve ser na igreja, pois há diferentes dons de ouro entregando-os ao mendigo. Êste ao receber
e díversidades de ministérios ou serviços. ( I Cor. tão valiosa dádiva apercebeu-se de que recebeu a mes-
12:8-10). Neste caso cabe ao pastor da igreja a res- ma quantidade que ofertara. Já fora do tempo, sen-
ponsabilidade da distribuição de serviços, e a cada tiu-se profundamente arrependido de não haver en-
crente a de atender fielmente a voz de comando, exe- chido a mão para aquêle que se revelara um grande
cutando com presteza e habilidade a parte que lhe benfeitor! Não será esta a causa por que não rece-
cabe no trabalho de Deus. Se a alguém falta capa- bemos mais do Senhor? É justo que Êle nos dê o
cidade para determinada tarefa, poderá ser ocupado correspondente à nossa disposição para com Êle.
em outra. Há lugar e serviço para todos na Igreja. Entreguemos tudo a Deus e façamos tudo para a
Aquêle a quem o Senhor deu apenas um talento Sua glória. Ao fim ouviremos dÊle: "Muito bem, ser-
tinha de prestar contas na proporção do que rece- vo bom e fiel." O nosso Rei não falha, glória a Deus!
bera, mas pelo fato de o haver enterrado, nada ren-
deu. Por que falta então êsse servo foi condenado?
A sentença foi proferida contra o servo mau e ne-
gligente. É justo. Inúmeros males podem advir da
negligência para com as coisas de Deus. Esta é de
24
APROVEITAR AS OPORTUNIDADES

Em Col. 4:5 lemos: "Portai-vos com sabedoria


para com os que são de fora; aproveitai as oportu-
nidades." Isto significa agir no momento apropriado.
Jesus ensinou esta lição profunda ao propor a pará-
bola das dez virgens. As cinco néscias tiveram a mes-
ma oportunidade que as prudentes mas se descui-
CAPÍTULO I I I — O TEMPO daram e somente fora do tempo se aperceberam de
que suas lâmpadas precisavam de azeite... Foram
comprá-lo fora de tempo e chegaram tarde demais
O tempo é dádiva de Deus. Ninguém pode jactar- para participar da festa nupcial. (Mat. 15:1-13).
se de produzi-lo. O que temos de fazer é utilizá-lo Como aproveitar as oportunidades? É Jesus que
sàbiamente. Deus pedirá contas da nossa mordomia nos dá solenes ensinamentos neste sentido. As opor-
também com respeito ao tempo. São deveres do mor- tunidades poderão apresentar-se como não desejaría-
domo fiel: mos, ou chegar inesperadamente. Daí a necessidade
de uma disposição permanente para aproveitá-las. É
R E M I R O TEMPO bom lembrar que as oportunidades nem sempre se
manifestam como um privilégio, ou como ocasiões
Paulo ensina: "Vede prudentemente como andais, para sermos honrados, mas para servir, o que im-
remindo o tempo, porque os dias são maus." (Ef. plica em algum sacrifício e exige abnegação e hu-
5:16 e 17). mildade.
Jesus narrou a história do bom Samaritano, a
Não raro ouvimos alguém, na pretensão de des-
qual envolve três personagens com iguais oportuni-
culpar-se da falta no cumprimento dos deveres para
dades de fazer o bem ao homem que caíra nas mãos
com Deus, alegar escassez de tempo. Tal declaração,
dos salteadores, fôra espancado e deixado semi-morto.
é inteiramente destituída de valor diante de Deus,
O sacerdote que por ali passava, "vendo-o passou de
pois Êle é o Senhor do tempo, que a todos dá como
longe". O mesmo comportamento teve o levita. O
lhe apraz e nós, simples mordomos, temos o dever de
Samaritano, entretanto, procedeu de modo diferente.
usá-lo para a Sua glória. Perante Deus ninguém po-
Agiu no tempo apropriado para salvar a vida daquele
derá alegar falta de tempo, pois está escrito que
que necessitava dos seus cuidados. Mas que signifi-
"há tempo para todo o propósito debaixo do céu../'
cam essas oportunidades? Leia cuidadosamente Ma-
(Ec. 3:1-8). Se há propósito, haverá tempo e sempre
teus 25:31-46, onde o Senhor ensina que, usando as
o temos para o que mais nos interessa. oportunidades para cuidar dos necessitados, estamos
26 27
servindo a Êle próprio. O Senhor baseou o Seu juízo, Èste tipo de sabedoria consiste na previdência
dizendo: " O que fizestes a um dêstes meus pequeni- que se revela, no cuidado imediato para realizar o
nos irmãos, a mim o fizestes... e, sempre que dei- necessário, no tempo oportuno. É bem conhecido o
xastes de fazer a um destes meus pequeninos, a mim provérbio: "A preguiça é a chave da pobreza." Isto
deixastes de f a z e r . . . " Os que não aproveitaram as é evidente. Ao contrário, a prosperidade material e
oportunidades tiveram sorte diferente. Tenhamos estabilidade financeira de muitos homens são ine-
cuidado com as ocasiões que Deus nos dá para ser- gavelmente o resultado de uma disposição inque-
ví-lO, sejam quais forem. brantável para o trabalho e uma atividade incan-
O assunto diz respeito tanto a judar material- sável pela emancipação econômica. "A quem traba-
mente ao próximo, como ao cuidado espiritual para lha Deus ajuda." A nossa consciência aceita isso como
com os carentes de salvação; a segunda hipótese é verdade, especialmente por estar de acordo com o
ainda mais grave. Jesus soube aproveitar o momento ensinamento cristão. Não se aplicaria esta mes-
próprio para salvar a mulher samaritana e, por meio ma norma à vida espiritual? Claro que sim. Se
desta, muitas outras pessoas da cidade de Sicar. (João lermos as biografias de grandes homens de Deus,
4:5-30).O Mestre não julgou como desperdício de tem- em todos os tempos, veremos que o grande êxito
po o evangelizar uma única mulher. Aliás, esta era obtido, as maravilhosas realizações que concreti-
a Sua oportunidade para derrubar o muro de pre- zaram, foram o resultado lógico de grandes esfor-
conceitos que a longo tempo separava samaritanos ços. Sim, "esforçaram-se e Deus os fêz prosperar"
e judeus. Era o momento de uni-los no plano da I Sam. 30:6. Da mesma forma, a pobreza espiri-
salvação. Além desta, muitas outras preciosas lições tual e o conseqüente insucesso de muitos, é fruto
o Mestre nos dá com palavras e exemplos. do comodismo e da indolência que os impede de
buscar a Deus e apropiarem-se das insondáveis ri-
DILIGENTES quezas da graça divina. No dizer de Salomão, até
as formigas nos podem ensinar a vencer o como-
A Palavra de Deus exorta a sermos diligentes. dismo .
(Rom. 12:12). A negligência é responsável pela perda
do precioso tempo que Deus nos dá. É muito se- PONTUALIDADE
vera esta exortação do autor dos Provérbios: "Vai
ter como a formiga, ó preguiçoso, considera os seus O uso sistemático do tempo — Há pessoas para
caminhos, e sê sábio." (Prov. 6:6). Somos testemunhas quem tanto faz chegar na hora como em atraso.
de que a sabedoria da formiga consiste em apro- Cremos que Deus ama a pontualidade, pois é a ca-
veitar o tempo próprio para prover o alimento, vi- racterística peculiar do bom mordomo e tem, de
sando o rigor do inverno, quando lhe é impossível fato, relações com o caráter da pessoa. Os im-
trabalhar. pontuais, tanto perdem as oportunidades como pre-
29
28
judicam os outros, mormente em se tratando de perar nos trabalhos de evangelizaçao etc.
pessoas ocupadas no trabalho de Deus. Implica O tempo dedicado ao trabalho de Deus e às ho-
forçosamente em prejuízo à causa divina. Tal pro- ras de devoção, louvor e oração, além de ser de gran-
cedimento não deixa de ser reprovável aos olhos de proveito espiritual, resulta em bênçãos na
do Senhor. Além do prejuízo pessoal a impontua- execução de outros afazeres. George Muller, quan-
lidade revela desinteresse para com as coisas de do estava mais assoberbado de trabalho, chegou à
Deus, que excedem em importância o valor da pró- conclusão de que realizava mais no dia que destina-
pria vida. va mais tempo à oração. Esta talvez seja a con-
A ESCOLHA DO TEMPO clusão a que chegam muitos outros servos de Deus,
Se queremos aproveitar bem o nosso tempo, te- de profunda experiência espiritual.
mos que dividí-lo metòdicamente; temos que ter tem- A respeito do melhor aproveitamento do tem-
po certo para o trabalho; para a leitura e meditação po, convém lembrar:
na Palavra de Deus; para a oração e para a recrea-
ção necessária à preservação da saúde física e A BREVIDADE DA VIDA
mental.
O controle impróprio do tempo, pode levar-nos A vida, por mais longa que seja, nada é, compa-
a dar maior parte dêle às coisas de menor impor- rada à eternidade; e muitos há que nem atingem a
tância, com sérios prejuízos da vida espiritual, tan- velhice. Correto é o pensamento de Moisés: "Tudo
to da nossa como dos que estão sob o nosso cui- passa rapidamente e nós voamos." (Sal. 90:10). Jesus,
dado. na mesma ordem de idéias, disse: "É necessário que
Não é nossa intenção estabelecer normas para façamos as obras daquele que me enviou, enquanto
o aproveitamento vantajoso do tempo. O leitor deve é dia; a noite vem, quando ninguém pode traba-
ser capaz para isto e pode fazê-lo de acordo com as lhar." (João 9:4). E ainda: Eu vos dei o exemplo
suas atividades. Insistimos, porém, que isto é im- para que, como eu vos fiz, façais vós também."
praticável, quando não há pontualidade. (João 13:15). Cada minuto desperdiçado é subtraído
do tempo útil de nossa existência, que caminha ra-
DAR PARTE DO NOSSO TEMPO A DEUS pidamente na direção do ocaso. Cada minuto ou
hora que passa sem aproveitamento, são frações do
O tempo, isto é, as horas, os dias e anos, quanto precioso tempo, que se escoam no abismo insondável
tivermos nesta vida, nos foram dados por Deus. do passado, para jamais voltar. O tempo mal apro
Deus é também o Senhor soberano do tempo. Por veitado, por mais longa que seja a vida, a tornará
exemplo: o dia do Senhor. Muitos trabalham tôda a curta em razão do aproveitamento deficiente.
semana e ainda entram pelo domingo, de modo que
não têm ocasião de servir a Deus na Igreja, de coo-
30 31
A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

Já estão patentes todos os sinais que precede-


riam a segunda vinda de Cristo. As mentes des-
pertadas admitem que Cristo poderá vir a qualquer
momento. Os poucos dias que restam antes do
Advento de Cristo é o tempo que nos resta para CAPÍTULO IV — COISAS MATERIAIS
trabalharmos em favor do Seu reino, como despen-
seiros, na expectativa do doce encontro com o Se-
nhor e a conseqüente prestação de contas. (Mafc. Cristo falou das coisas materiais cinco vêzes
24:27-31). mais do que de qualquer outro assunto. Por quê?
Porque a maneira como usamos essas coisas, influi
intimamente no destino eterno da alma.
A ÉPOCA EM QUE VIVEMOS
Jesus ensinou que as coisas materiais, quando
usadas sabiamente, dentro do plano de Deus, podem
Vivemos na era da conquista da Lua, na era
constituir um tesouro no céu. "Não acumuleis para
atômica, do jato e do computador eletrônico; as me-
vós outros tesouros sôbre a terra, onde a traça e
didas mais sérias, desastrosas e fatais poderão ser
a ferrugem corroem e onde os ladrões escavam e
adotadas com incalculável brevidade. Além disto,
roubam; mas ajunteis para vós outros tesouros no
como um mal universal, os homens estão divididos
céu, onde a traça nem a ferrugem corroem, e onde
em divergências crônicas, numa disparada infernal
os ladrões não escavam nem roubam; porque onde
de preparação bélica. Precisamos salvar os homens!
está o vosso tesouro, aí estará também vosso co-
Sem perda de tempo. Eles têm armas para a des-
ração." (Mat. 6:19-21).
truição de todos e nós temos as armas para a sal-
vação dêles. Façamos isto no tempo que ainda O comportamento dos primitivos cristãos, com res-
resta. peito aos bens temporais, estêve em harmonia com
os ensinos de Jesus. (Atos 4:32-37). As instruções de
É dever do fiel despenseiro aproveitar sàbiamen- Paulo, alguns anos mais tarde, concordavam plena-
te o tempo. Moisés, autor do Salmo 90, entendia
mente com os ensinos do Mestre de Nazaré, de que
isto. Assim orou: "Ensina-nos a contar os nossos
as coisas materiais podem ser convertidas em tesou-
dias, para que alcancemos corações sábios." (Sal.
ro no céu. Na epístola a Timóteo, lemos: "Exorta
90:12).
aos ricos dêste mundo que não sejam orgulhosos,
nem depositem a esperança na instabilidade da ri-
queza, mas em Deus, que tudo nos dá e nos pro-
porciona ricamente para o nosso aprazimento, que
32
33
psmfcíqtiejn o "bem, sejam ricos de boas obras, ge- afirmam amar a Deus e Seu trabalho, praticamente
nerosos em dar e prontos a repartir, que acumulem demonstram maior apego às coisas terrenas, que a
para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o Deus. Revelam maior confiança nos recursos passa-
futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida." geiros do que no Todo-poderoso. Agem como se to-
( I Tim. 6:17-19). dos os seus recursos fossem produto do esforço pró-
prio. Jesus reprovou esta atitude materialista refe-
rindo-se ao avarento da parábola: "Louco, esta noi-
DUALISMO
te te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para
quem será?" (Lucas 12:2-21). Mostrou também o Mes-
Dualismo é o êrro segundo o qual as coisas ma-
tre que "nem só de pão viverá o homem, mas de
teriais são más, e nada têm a ver com as espirituais.
tôda a palavra que procede da bôca de Deus." (Mat.
Já estudamos que todas as coisas foram cria-
4:4).
das por Deus e tudo o que criou é útil e bom,
O apóstolo Paulo igualmente nos adverte dizen-
dependendo apenas da maneira de usá-las. Daí a res-
do; "O amor ao dinheiro é raiz de todos os males;
ponsabilidade do mordomo cristão no sentido de
e alguns nessa cobiça, se desviaram da fé, a si mes-
usar as coisas materiais em harmonia com a con-
mos se atormentaram com muitas dores." ( I Tim.
veniência do reino de Deus.
6:10). Isto significa que algumas pessoas tornam-se
praticamente escravas do dinheiro e Jesus preveniu;
MATERIALISMO
"Ninguém pode servir a dois senhores..., não po-
deis servir a Deus e às riquezas." (Mat. 6:24).
O rnaterialismo nega a existência das coisas es-
Já ficou esclarecido que as co;sas materiais não
pirituais. Nega o próprio Deus, a alma e a origem
são más. São "provisões de Deus para o nosso de-
divina da criação, atribuindo-a ao acaso ou a uma
leite". Portanto, não culpamos o dinheiro como raiz
evolução simplesmente imaginária. O rnaterialismo
de todos os males, mas o amor a êle. Isto é chama-
não discerne a diferença entre o homem e os irracio-
do de rnaterialismo prático porque a vítima dêsse
nais, quanto às origens bíblicas. Daí procedem o co-
sentimento, fàcilmente se afasta de Deus, negando a
munismo e outras falsas ideologias.
devida obediência ao Criador e doador de tôdas
as coisas.
MATERIALISMO PRATICO
Na convicção do dever de fidelidade como mor-
domos das coisas temporais, convém-nos considerar:
Há o chamado rnaterialismo cristão. Esta é a
designação da atitude de muitos cristãos. Reconhe-
SOMOS DEPOSITÁRIOS
cem a existência de Deus, reconhecen-nO como o
Criador de tôdas as coisas, mas são excessivamente Sim, somos depositários dos bens materiais que
apegados às coisas materiais. Enquanto oralmente 17
34
pertencem a Deus, pois "ao Senhor pertence a terra que está em conflito com doutrina cristã. Paulo diz:
e tudo o que nela se contém." (Sal. 24:1). "Os céus são "A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o
os céus do Senhor, mas a terra deu-a Êle aos filhos amor..." (Rom. 13:8). Eis o motivo por que as dívidas
dos homens." (Sal. 115:16). pesam em especial na consciência dos cristãos côns-
cios dos seus deveres a respeito dêste aspecto dou-
UM PONTO DE EQUILÍBRIO trinário. Ê de fato razoável a preocupação pois os
negócios desequilibrados e compromissos não satis-
Devemos ter um ponto de equilíbrio no contrô- feitos sempre trazem escândalo para o Evangelho. É
le financeiro. Isto poderia consistir em uma racional justo, portanto, que cada cristão tenha o inteiro con-
e rigorosa auto-discíplina. Em muitos casos a esta- trole das finanças a fim de manter a consciência lim-
bilidade econômica só é possível mediante rigoroso pa e poder confiar inteiramente em Deus, triunfando
controle nos gastos. Êste processo resultará segura- sôbre males dêsse tipo.
mente na emancipação econômica e bem-estar geral.
Tomemos por base o agricultor. Em um mesmo CONFORME A VONTADE DE DEUS
lugar há dois homens trabalhadores da roça. Um
prospera e outro se torna cada vez mais pobre. Se-
Os bens materiais devem ser usados conforme a
ria injusto que essa seria a vontade de Deus. A causa
deve ser a tática administrativa de um, e a falta vontade de Deus e não com amor ao mundo. ( I João
de controle ou má administração de outro. A extre- 2:15-17). Os homens sem Deus esbanjam desregrada-
ma pobreza pode bem ser o resultado de adminis- mente os bens que dÈle recebem, em prazeres mun-
tração inadequada dos bens que Deus confiou para danos, orgias e imoralidades (Luc. 16:19-31). Vivem
o conforto da família. alheios à vontade divina e zombam dos que contri-
Não raro acontece isto. Agricultores vendem a buem para o trabalho do Senhor, embora êles gas-
"safra" quando o produto tem o menor preço, força- tem muito mais em práticas dissolutas, fúteis e pre-
dos a recomprá-lo quando atinge os preços mais al- judiciais, capazes de satisfazer apenas às paixões de-
tos. Seria difícil evitar o sacrifício da produção ven- sordenadas e ao diabo — o pai da maldade.
dendo-a "na palha", como dizem, mas é certo que O servo de Deus, entretanto, sabe que deve usar
outros passam, sem sacrificar a produção. Deus quer os bens recebidos de Deus, não só consigo mesmo,
que Seus servos sejam diligentes e controlados a fim e com a família, mas também com o próximo e com
de evitarem dificuldades que cheguem a envolver a o trabalho do Senhor. Lucas menciona algumas mu-
vida espiritual, tornando o lar um ambiente de lheres que, durante o ministório terreno de Jesus,
amargura e desconforto. "lhe serviram e prestaram assistência com os seus
A falta de controle financeiro, na maioria dos bens", (Luc. 8:3); e Paulo ensina em Efésíos 4:28:
casos leva até o crente a escravizar-se às dívidas, o "Aquêle que furtava, não furte mais; suites trabalhe,
36 37
fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que
tenha com que acudir ao necessitado."
Se todas as coisas pertencem a Deus e dÊle
tudo recebemos pela fé e por fé vivemos — Rom. 1:17
— a fé que nos constrange a obedecer a Deus, inclu-
sive quanto ao uso das coisas materiais resultará
CAPÍTULO V — INEGÁVEL A DÉCIMA
também em bênçãos abundantes. Claro, pela f é re-
PARTE
cebemos não só as bênçãos espirituais, mas também
materiais. (Sal. 34:8-10).
É inegável que a mordomia envolve igualmente
o DÍZIMO, que significa a décima parte. O dízimo
é a forma correta, proporcional e justa da contri-
buição exigida por Deus em favor do trabalho. Deus
não estabelece uma quantia indefinida. Ninguém tem
o direito de contribuir conforme o seu próprio arbí-
trio. Há o percentual deteminado por Deus. Também
não estabeleceu uma quantia indefinida, fácil para
o rico e impossível ao pobre, mas uma taxa propor-
cional à renda de cada um.
Êste assunto pode parecer pouco simpático para
alguns, mas está claramente incluído na mordomia
cristã e é tão bíblico quanto qualquer outra doutrina
divina. Em Lev. 27:30, lemos: "Todos os dízimos da
terra, tanto do grão do campo, como do fruto das
árvores, são do Senhor." Êste é o conceito bíblico so-
bre o dízimo: "Todos são do Senhor " Temos ouvido
discussão a respeito de dar o dízim^ ou pagar o dí-
zimo. De acordo com a Bíblia, o mais certo é pagar,
pois não estamos dando do que é nosso. Se o dízimo
é do Senhor e está em nossas mãos, entregá-lo cons-
titui saldar uma dívida.
Em Malaquias 3:10, lemos: "Trazei todos os
dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimen-
tos na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor
38
39
dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas dos quanto me concederes, certamente te darei o dízimo."
céus, e não derramar sôbre vós bênçãos sem medi- (Gên. 28:20-22).
da." No versículo 8 o Senhor requer igualmente as Notemos que Jacó prometeu ao Senhor o dízi-
ofertas, dizendo: "Roubará o homem a Deus? Toda- mo de tudo, se o Senhor simplesmente lhe desse pão
via vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? para comer e roupa para vestir. Exatamente isso
Nos dízimos e nas ofertas." que Deus nos tem dado. A "doutrina do dízimo", por-
Há quem negue a vigência da doutrina do dízi- tanto, era conhecida e praticada pelos servos de
mo, alegando que era matéria da lei e findou com Deus, antes da lei. É provável que os cananeus in-
ela. Talvez não saibam que a lei começou a vigorar crédulos e pagãos a desconhecessem e até zombas-
cerca de 2.500 anos depois da criação, aproximada- sem de Abraão e dos demais membros da linhagem
mente 1.500 anos antes de Cristo. escolhida...
O dízimo pertence ao Senhor, Criador de todas
as coisas e sempre constituiu um dever dos servos O DÍZIMO NO TEMPO DA L E I
de Deus, ANTES DA LEI, NA VIGÊNCIA DA L E I E
DEPOIS DA L E I — na autal dispensação. No período da lei, Deus deu a seu povo precei-
tos diversos nos quais incluiu o dízimo. Ficou esta-
O DÍZIMO ANTES DA L E I belecido, não somente que trouxessem o dízimo mas
que no caso do fruto da terra ou do rebanho, se al-
Em Gên. 14:18-20, Melquizedeque, sacerdote do guém resgatasse o dízimo, deveria "acrescentar a
Deus Altíssimo, abençoou a Abraão "e Abraão de quinta parte". (Lev. 27:30-33; Números 18:21; Deut.
tudo lhe deu o dízimo". Ora, Abraão foi o Patriarca 14:22). Além destas, há muitas outras referências
da dispensação da promessa que muito se assemelha acerca do dízimo no período da lei. Esclarecido o
à atual, da graça. Abraão é chamado de crente e caso do dízimo na lei, passemos ao 3.° tópico.
nele seriam abençoados todos os que são da fé.
nêle seriam abençoados todos os que são da fé. (Gal. O DÍZIMO DEPOIS DA L E I
3:7-9). Abraão viveu centenas de anos antes da lei.
para comer e roupa com que me vista.. . de tudo Êste é o ponto principal, embora pareça o mais
É fácil entender que Abraão, em ligeiro encontro com obscuro para alguns. Há mesmo os que afirmam
Melquizedeque, não pensaria em dar-lhe o dizimo, não existir qualquer "doutrina sôbre o dízimo" no
se não fôsse acostumado a fazê-lo, ou se não o reco- Nôvo Testamento. Felizmente ela existe na minha
nhecesse como mandamento de Deus. Jacó, neto de Bíblia e a considero particularmente para mim.
Abraão, também prometeu dar ao Senhor o dízimo Leiamos Mateus 23:23, onde temos as palavras de
de tudo. "Se Deus fòr comigo, e me abençoar e me Jesus: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do co-
40 41
minho, e tendes negligenciado os preceitos mais im- duas razões por que Cristo e os apóstolos não insis-
portantes da lei, a justiça, a misericórdia e a fé; de- tiram mais no assunto:
vieis, porém, fazer estas coisas sem omitir aquelas." a) Em relação aos judeus, a quem Cristo mi-
Compare com Luc. 11:42. nistrou diretamente, não havia necessidade de enfa-
Ora, se "omitir" é deixar de fazer, logo, ao dizer tizar esta doutrina, visto que êles a praticavam es-
Jesus, devíeis fazer estas coisas (praticar a justiça, crupulosamente, chegando mesmo a se gloriarem
a misericórdia e a f é ) sem omitir aquelas (o dizi- disso. (Luc. 18:11 e 12; Mat. 23:23). Jesus apenas
mo) ou mais claramente, devíeis pagar o dízimo de os advertiu a não desprezarem os outros preceitos
tudo, mas não julgar isto como o suficiente, mas implícitos da lei, a respeito da justiça, da misericór-
praticar também a justiça, a misericórdia e a fé, que dia e da fé, pois realmente não há razão para des-
são preceitos bem mais importantes.
prezarmos uma parte, pelo fato de obedecermos a
Seria absurdo admitirmos que Deus estabeleces- outra. A obediência que devemos a Deus é integral,
se regras de contribuição (diz m o ) para manutenção e não é nada de mais obedecê-lo de coração e por
do ministério sacerdotal no tempo da lei e nada ti- inteiro.
vesse determinado para a atual dispensação cujo mi- b ) Em relação aos cristãos, também tornou-se
nistério é mais glorioso. ( I I Cor. 3:7-11). desnecessário um ensinamento insistente a respeito
Como poderíamos entender passagens bíblicas de contribuições pois estes, cheios do Espírito San-
como estas: "Dai a César o que é de César, e a Deus to, transbordando de amor a Deus e ao Seu traba-
o que é de Deus." (Mar. 12:17). "Assim ordenou o lho, não se limitavam ao dízimo e ofertas "rotinei-
Senhor aos que pregam o Evangelho, que vi- ras". Foram além: vendiam propriedade e bens
vam do Evangelho." ( I Cor. 9:14). Na pri- trazendo o produto aos pés dos apóstolos; então se
meira citação, o que é de César são os impostos distribuía a qualquer um na medida das necessida-
e o que é de Deus o que será? Na segunda "vivam
des. (Atos 4:32-35).
do Evangelho", o que poderia o Evangelho produzir
para a subsistência dos que o pregam, se Deus não DERAM-SE A SI MESMOS
estabelecera norma alguma de contribuição no Nôvo
Testamento? E porque Deus assim ordenou, se não Em I I Cor. 8:1-5 somos informados de que os
tem o direito de fazê-lo? E como teria tal direito, se macedônios voluntàriamente quiseram participar no
o mandamento era apenas para os dias da lei? Isto plano de contribuições para os pobres da Judéia, o
é muito claro sobretudo à mente cristã, iluminada f u e fizeram excedendo a expectativa dos apóstolos.
pelo Espírito Santo. Diz Paulo: "Não somente fizeram como esperáva
Se os textos citados, e outros contidos no Nôvo mos, mas deram-se a si mesmos, primeiramente ao
Testamento representarem ensino insuficiente a res- Senhor." Certamente aqui temos a chave do assun-
peito do dízimo na era cristã, temos a considerar to: "Deram-se a si mesmos ao Senhor." Já estuda-
42 43
mos que a mordomia envolve tudo o que somos, in- rento e o idolatra não entrarão no reino de Deus.
clusive o próprio ser. ( I Cor. 6:19 e 20). Se não nos Compare I Cor. 6:9 e Apoc. 21:8.
entregarmos a nós mesmos ao Senhor, podemos tam- A infidelidade quanto ao dever de contribuir, es-
bém negar-Lhe as demais coisas. Êste deve ser o mo-
pecialmente com o dízimo, é motivo de maldição da
tivo por que muitos cristãos não se dispõem a con-
parte de Deus. No texto de Malaquias 3:8-10, temos
tribuir nos dízimos e ofertas para o trabalho. Ê o
duas palavras de sentidos diametralmente opostos:
grande motivo: a falta de amor a Deus e a Seu tra-
maldição e bênção. Com "maldição sois amaldiçoa-
balho .
dos, porque a mim me roubais..." v. 9. No versí-
Os que consideram a responsabilidade de mor- culo 10 lemos: "Trazei todos os dízimos à casa do
domos e amam a causa do Mestre, recebem como tesouro, para que haja mantimentos em minha ca-
privilégio as oportunidades para cooperarem da me sa e, provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se
lhor maneira possível. Se faltar o amor, ao contrá- eu não vos abrir as janelas do céu e, não derramar
rio, o indivíduo procura até mesmo um fundamento sobre vós bênçãos sem m e d i d a . . . " Não será esta a
bíblico para fugir ao dever. Já temos ouvido a cita- razão de uns prosperarem, tanto nas coisas mate-
ção de I I Cor. 9:7 como "prova" de que só contribui riais como na vida espiritual? Não será a maldição
quem quer. "Cada um contribua segundo tiver pro- de Deus sôbre os infiéis, o motivo de não prospera-
posto no seu coração" e pronto. . . É como se disses- rem?
sem: "Não tenho proposto contribuir, portanto
O profeta Ageu, respondendo aos remissos na
nada tenho a fazer." Seria melhor considerar:
contribuição para o trabalho de Deus, diz: "Tendes
1° — O referido texto, antes de falar em "pro- semeado muito e recolhido pouco; corneis, mas não
pósito do coração" diz: "contribua". É portanto, chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para sa-
uma norma para quem contribui e não para fugir. ciar-vos; vesti-vos, mas ninguém se aquece e o que
2 ° — A parte final do versículo diz: "Deus ama recebe salário, recebe para pô-lo em saco furado."
ao que dá com alegria." Quem não estimaria ser (Ag. 1:16). A respeito da maldição consideremos duas
objeto do amor de Deus? Então, a contribuição é coisas:
motivo para gozarmos dêsse amor, desde que o nos- a) A maldição é proferida contra os que rou-
so gesto seja repassado de alegria. bam a Deus, retendo a parte que Lhe devem.
É certo que um coração avarento jamais se pro- b ) A contribuição que devemos a Deus, espe-
põe a contribuir para o trabalho de Deus, pois a cialmente o dízimo, Deus não exige para Si mesmo.
avareza é o mesmo que "idolatria" (Col. 3:5) e o O dízimo é reclamado para a manutenção do traba-
avarento é idolatra, faz do dinheiro o seu deus, e o lho e do ministério divino em favor dos homens; em
ama acima de Deus, o doador de tudo o que temos benefício de nossas almas.
e o que somos. Isto é muito perigoso, pois o ava- Prezado irmão leitor, considera cuidadosamente
44 45
êste assunto. Verifica as tuas relações com Deus à
luz da Palavra Sagrada e apressa-te em normalizar
os teus caminhos diante de Deus, enquanto é tem-
po.
Além dêstes aspectos doutrinários da mordo-
mia, particularmente no que tange ao dízimo, seria
edificante considerarmos o lado lógico do assunto.
Tomemos por base a Igreja Evangélica Assembléia
de Deus, cujo patrimônio já é bem valioso. Milha-
res de templos e outras importantes propriedades.
Milhares de pastores e evangelistas a pregar a men-
sagem salvadora em todo o território nacional, man-
tidos pela Igreja. Sim, mantidos pela Igreja e não
com recursos dos cofres públicos, nem missões es-
trangeiras. Perguntamos, pois, ao irmão que não é
fiel nos dízimos ou não os paga de modo algum, se
todos os demais crentes seguissem o seu exemplo,
como seria possível à Igreja realizar êsse elenco de
obras? Quantos milhares de almas não teriam ido
para a eternidade sem Cristo, pôr falta de recursos
para a evangelização, e outras obras de expansão do
reino de Deus? Como seria, meu irmão, se todos
pensassem e agissem como você? Deus tenha mise-
ricórdia da sua alma!...
Tudo é fácil de entender se considerarmos que
Deus é o Criador e o dono de tudo: talentos, tempo,
coisas materiais, e nós apenas mordomos ou despen-
seiros, com a responsabilidade de administrarmos
tudo segundo a Sua vontade e usarmos os bens para
Sua glória, de modo a que, naquele dia, Êle possa di-
zer a cada um de nós: "Muito bem, servo bom e fiel,
entra no gôzo do teu Senhor." Amém.

Estevam Ângelo de Souza


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