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CAPÍTULO I I — OS TALENTOS
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e, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o realizar a sua obra (João 4:34). Mesmo na extrema
não tiveras recebido?" agonia do Getsêmani, orou dizendo: * "Pai, se queres,
Como Pedro consideraria êste assunto? Podia passa de mim êste cálice; contudo, não se faça a mi-
pensar em sua antiga profissão, com a roupa de nha vontade, e, sim, a tua." (Luc. 22:39-42).
pesca, molhada ou salpicada de lama, a lidar com a
rede na madrugada fria. Poderia considerar também FIDELIDADE
a sua nova posição à frente de milhares de pessoas,
a ouvi-lo reverentes e a atender-lhe prontamente a Em ( I Cor. 4:2, lemos: "Ora, além disto, o que se
orientação, como sendo credenciado por Deus a in- requer dos despenseiros é que cada um dêles seja
dicar-lhes o caminho do céu. Tornara-se incontestà- encontrado fiel." Sabemos que há três provas de fi-
velmente um líder. delidade:
Êste mesmo conceito aplica-se a muitos de nós, a) A prova da quantidade — Jesus distribuiu os
hoje, se não a todos. Há muitos que, de origem hu- talentos segundo a capacidade dos servos. Houve até
milíssima, viveriam e morreriam inteiramente desco- quem recebesse um talento apenas. Nessa prova o
nhecidos, anônimos ou notados apenas pelos simples servo demonstrou infidelidade. Isto levou o Senhor
companheiros de profissão. Deus, por misericórdia, os a adverti-lo: "Quem é fiel no pouco, também é fiel
fez sobressair. Projetaram-se, tornaram-se notáveis e no muito, e quem é injusto no pouco, também é in-
admirados. Se êste é o teu caso, prezado leitor, para justo no muito." (Luc. 16:10 e 12). Jesus ensinou que
nunca te envaideceres, repete intimamente a pergun- aquêle que usa sábia e fielmente os seus talentos, em-
ta: "Quem te faz sobressair?" Se te sentes dono de bora poucos, acabará por tê-los multiplicados. "Por-
um bom cabedal de conhecimentos e experiências que ao que tem se lhe dará, e terá em abundância;
cristãs, pergunta a ti mesmo: "Que tens, que não mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado"
tenhas recebido? E, de quem o recebeste?" A respos- (Mat. 25:29). O Mestre não aceitou nenhuma das des-
ta certa está em Tiago 1:17: "Tôda boa dádiva e culpas apresentadas pelo servo infiel (vs. 24-28), pois
todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das nos é ordenado usar fielmente o talento que nos é
luzes, em quem não pode existir variação ou som- entregue, sem considerar a quantidade. Talvez mui-
bra de mudança." tos falhem nesta prova, esperando iniciar as ati-
Os talentos ou dons que recebemos, são motivo vidades na obra do Senhor somente quando tive-
para nos gloriarmos, mas como está escrito: "Aquê- rem abundantes e notáveis talentos, capazes de atraí-
le que se gloria, glorie-se no Senhor" ( I Cor. 1:31). rem a si a admiração geral. Assim têm de esperar
Cristo foi o grande exemplo neste sentido. "Eu te muito, esperar demais, antes de terem a primeira
glorifico na terra, consumando a obra que me con- oportunidade para qualquer serviço na Casa do Se-
fiaste para fazer" João 17:4. Jesus tinha como prin- nhor. Cuidado!
cipal comida fazer a vontade do Pai que o enviou a b) A prova do tempo — A duração do trabalho.
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Por quanto tempo devemos ser fiéis? Há os que se c) A prova das circunstâncias — Não é difícil
mostram fiéis fto princípio da carreira e logo mu- ser fiel quando as circunstâncias favorecem e o am-
dam de atitude. Judas Iscariotes certamente foi fiel biente ajuda; mas nem sempre teremos tais favo-
algum tempo chegando a merecer a confiança de ser res. A fidelidade em nossa mordomia, tem de ser
tesoureiro de Cristo e dos apóstolos, mas talvez o provada mesmo quando as situações são adversas.
tempo tenha sido pouco mais de dois anos. Dimas É no negrume das dificuldades que mais se destaca
começou "bem como companheiro de Paulo no traba- o brilho da nossa fidelidade.
lho missionário, mas algum tempo depois o abando- José do Egito é um maravilhoso exemplo de fi-
nou, atraído pelo mundo. ( I I Tím. 4:10). Assim muitos delidade em circunstâncias contrárias. Diz o registro
outros têm sido tão fiéis nos primeiros tempos de bíblico em Gên. 39:10 que a tentação o assediava to-
sua mordomia, que se o Senhor tivesse vindo em tal dos os dias. José entretanto, resistiu às provas e evi-
tempo os encontraria maravilhosamente bem. No en- tou o pecado, desprezou a oferta de Satanás e per-
tanto a recomendação e promessa do Mestre é: "Sê maneceu fiel a Deus. Tornou-se uma vítima da ca-
fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" Apoc. lúnia e da injustiça, mas não do pecado. Em conse-
2:10. Pedro também diz: " . . . andai em temor, du- qüência, "o Senhor era com José" e o fêz triunfar
rante o tempo da vossa peregrinação." de tôdas as adversidades, promovendo-o às maiores
Jesus advertiu aos discípulos, dizendo: "Quem é, alturas da dignidade! "A quem tem dar-se-á, e terá
pois, o servo (ou mordomo) fiel e prudente a quem em abundância..."
o Senhor confiou os seus servos para dar-lhes o sus- Daniel, na Babilônia, foi outro exemplo eloqüen-
tento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a te de fidelidade em circunstâncias opostas. Mesmo
quem o seu Senhor, quando vier, achar fazendo como escravo de guerra, na sede de um império pa-
assim. Em verdade, vos digo que lhe confiará todos gão e idolatra, onde as leis o obrigavam a desobede-
os seus bens. Mas se aquêle servo, sendo mau, disser cer a Deus, confiou no Senhor^ propôs no coração
consigo mesmo: meu senhor demora-se, e passar a não se contaminar e alcançou vitória. Como resul-
espancar os seus companheiros, e a comer e beber tado, Deus o abençoou maravilhosamente, tornando-o
com ébrios, virá o Senhor daquele servo em um dia o mais excelente sábio de sua época. A exemplo de
em que não o espera, em hora que não sabe e cas- José do Egito, tornou-se a causa da salvação dos
tiga-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas..." seus companheiros. Dan. capítulos 2, 4, 5, e 6.
(Mat. 24:45-51). Em face destes e de outros exemplos, ninguém
O galardão será dado não a quem servir bem poderia desculpar-se por falhar em circunstâncias di-
durante dez, vinte ou trinta anos, mas àquele a quem fíceis. Há sempre um meio de escape para os que
o Senhor, quando vier, encontrar fiel em sua mor- se propõem a servir a Deus fielmente. "Deus é fiel e
domia. Esta é a prova do tempo. Isto tem relação não deixará que sejais tentados além das vossas for-
com a perseverança. ças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos
samos, falamos ou procedemos em desacordo com
proverá livramento, de sorte que a possais suportar"
a vontade do Senhor.
( I Cor. 10:13).
A consciência é um instrumento íntimo com a
Cristo nos ensina que haverá o tempo de presta-
capacidade de indicar o nosso conceito diante de
ção de contas, ( I I Cor. 5:19). Também em Lucas 16:2,
Deus, mediante a certeza de nossa condição real a
lemos: "Presta contas da tua mordomia." Não nos es-
Seus olhos. Êsse aparelho, todavia, está sujeito a fa-
queçamos destas palavras. Elas serão ouvidas peran-
lha. Somos informados biblicamente de que há cons-
te o Tribunal de Cristo.
ciências cauterizadas, insensíveis, incapazes de preve-
nir-nos com o necessário rigor contra os erros fatais.
AS TRÊS CÔRTES
Não faz muito tempo, em vôo noturno, enorme
avião com 96 pessoas a bordo, chocou-se contra a Cor-
Há três cortes de justiça, às quais estamos su-
dilheira dos Andes, ocasionando a morte de todos a
jeitos:
bordo. A perícia descobriu como causa do desastre
Conceitos humanos — Êste é o julgamento
o mau funcionamento do altímetro. O piloto, baseado
que fazem aquêles com quem privamos, crentes e
no altímetro, julgava estar voado muito acima da
não crentes, que nos observam e têm, de fato, o
serra, quando foi surpreendido com o choque fatal.
direito de fazê-lo. Que dizem de nós? Que influência
O mordomo fiel deve atender à voz da consciência,
estamos irradiando? Qual o efeito do nosso testemu-
mas deve ser cauteloso, para saber se êsse elemen-
nho em suas vidas? Não temos o direito de pensar
to de controle funciona corretamente. Em I I Cor. 13:5,
ou dizer que nada têm a ver com os nossos atos e
lemos: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente es-
com o nosso modo de viver. Ê isto que o apóstolo
tais na fé, provai-vos a vós m e s m o s . . . "
Paulo ensina: "Importa que os homens nos conside-
Diante de Cristo — Quanto a esta côrte
rem como ministros de Cristo e despenseiros dos
não há nada a suspeitar — não falha.
mistérios de Deus" ( I Cor. 4:1). É certamente isto que
Maria talvez tenha se sentido acanhada ao ouvir
Cristo espera de nós: "Assim brilhe a vossa luz di-
a censura de sua irmã, Marta. Porém sentiu-se rea-
ante dos homens, para que vejam as vossas boas
nimada ao ouvir as palavras do Mestre: "Maria es-
obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus."
colheu a bo^, parte, a qual não lhe será tirada"
(Mat. 5:16).
(Lucas 10:40-42). O fariseu que desprezava e censurava
O juízo humano é contudo o menos importante.
a mulher pecadora ao lavar com lágrimas os pés
Os homens vêem apenas o que está diante dos olhos.
de Jesus, sentiu-se desapontado quando o Mestre de-
A Consciência — É a segunda corte de justiça
monstrou que a sua condição era ainda pior que a
a que estamos sujeitos e a quem nos devemos ren-
da pecadora, a despeito de orgulhar-se. de sua con-
der dccílmente pois a consciência, quando normal,
dição social e religiosa (Lucas 7:37 a 50). Êstes tópi-
iluminada e inspirada pelo Espírito Santo, tem a fun-
cos nos habilitarão a pensar melhor na divina ca-
ção imparcial de acusar-nos tôdas as vêzes que pen-
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pacidade do Senhor Jesus para julgar as obras de fato, a causa da inércia de muitos no serviço de
cada um, segundo o bem ou o mal que tivermos Deus.
feito por meio do corpo. ( I I Cor. 5:10). Da entrega total dos nossos talentos ao Senhor,
Cristo é o doador dos talentos. Êle sabe quanto para o Seu serviço, depende o rendimento dos mes-
confiou a cada servo. Sabe também quanto devem mos. Jesus ensinou isto ao dizer: "Dai e ser-vos-á
render os talentos que nos entregou na proporção dado."
do tempo e quanto à maneira de usá-los. Todos os Conta-se que certo príncipe ao percorrer as ruas
talentos devem ser movimentados para a glória de de sua cidade, aproximou-se de um mendigo a quem
Deus; se assim não fizermos seremos infiéis. pretendeu auxiliar e ao mesmo tempo experimentar-
lhe os sentimentos de generosidade. Quando o men-
Quanto ao terem sido os talentos distribuídos
digo lhe estendeu a mão suplicando uma esmola, o
em números diferentes: cinco, dois e um, significa
príncipe antes de atendê-lo pediu-lhe que também
que há serviço para todos na igreja. Ninguém está
lhe desse alguma coisa do que possuísse na sacola.
isento da responsabilidade de trabalhar para o reino
O pobre, numa revelação clara de indisposição para
de Deus. Num jardim há diferentes flores com be- dar, tirou cinco grãos de milho e deu-os ao príncipe.
lezas variadas e perfumes diversos. Numa orques- Êste perguntou-lhe: — "O senhor não me pode dar
tra há diferentes instrumentos com sons distintos mais alguns grãos?" A resposta foi negativa. Então o
mas todos se harmonizam na produção das melodias. nobre homem abriu uma pasta, tirou cinco grãos
Assim deve ser na igreja, pois há diferentes dons de ouro entregando-os ao mendigo. Êste ao receber
e díversidades de ministérios ou serviços. ( I Cor. tão valiosa dádiva apercebeu-se de que recebeu a mes-
12:8-10). Neste caso cabe ao pastor da igreja a res- ma quantidade que ofertara. Já fora do tempo, sen-
ponsabilidade da distribuição de serviços, e a cada tiu-se profundamente arrependido de não haver en-
crente a de atender fielmente a voz de comando, exe- chido a mão para aquêle que se revelara um grande
cutando com presteza e habilidade a parte que lhe benfeitor! Não será esta a causa por que não rece-
cabe no trabalho de Deus. Se a alguém falta capa- bemos mais do Senhor? É justo que Êle nos dê o
cidade para determinada tarefa, poderá ser ocupado correspondente à nossa disposição para com Êle.
em outra. Há lugar e serviço para todos na Igreja. Entreguemos tudo a Deus e façamos tudo para a
Aquêle a quem o Senhor deu apenas um talento Sua glória. Ao fim ouviremos dÊle: "Muito bem, ser-
tinha de prestar contas na proporção do que rece- vo bom e fiel." O nosso Rei não falha, glória a Deus!
bera, mas pelo fato de o haver enterrado, nada ren-
deu. Por que falta então êsse servo foi condenado?
A sentença foi proferida contra o servo mau e ne-
gligente. É justo. Inúmeros males podem advir da
negligência para com as coisas de Deus. Esta é de
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APROVEITAR AS OPORTUNIDADES