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Aos meus filhos (Thallys Henrique e Thayanne), que tão cedo me ofertaram ao campo
missionário.
À Gleide Borges Aguiar, a qual Deus nos fez amigas e o amor nos momentos de
angústia nos tornou irmãs.
V
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor Deus que me capacitou à conclusão deste curso, apesar das minhas
debilidades.
À minha Igreja Nova Vida do Alcântara (RJ) que tem me apoiado, investido e
acreditado no ministério missionário o qual o Senhor me confiou.
À Pastora Dulce Gomes por sua identificação pessoal com as minhas necessidades
missionárias, dando-me assistência de forma especial e única.
Ao Pastor Kamp, que além de um grande referencial, será sempre o pastor da minha
juventude.
À irmã Marlene Rolin que foi um instrumento usado por Deus tanto para descoberta
desse gracioso dom (ensino) como para investimento financeiro do mesmo e suas constantes
orações.
À Igreja Presbiteriana do Bairro dos Estados (PB), por sua compreensão à minha
ausência nos momentos finais desse curso.
Ao Presbítero Pedro Soares que apesar das minhas limitações de saúde sempre confiou
na capacitação de Deus sobre a minha vida para o ensino.
À minha amiga Gleide B. Aguiar que apesar da distância geográfica esteve sempre
presente com sua amizade através de palavras de motivações e orações.
À Drª. Ana Emilia (Aninha) por ter com carinho e profissionalismo contribuído para o
meu equilíbrio emocional, durante um período de grande estresse.
À minha mãe, Sulanita Mansur Vitória, pelo seu abençoado ventre que me acolheu e
me deu a oportunidade de nascer para honra e glória de Deus.
Ao meu pai, Néris Campos Lima (In Memorian), que mesmo não tendo conhecido a
Cristo como seu Senhor e Salvador, foi grandemente usado por Ele para que hoje eu pudesse
viver esse momento de vitória.
À tia Juçara (Tia Jú) obrigada por você não desistir de mim. Tenho certeza que você
não se arrependeu. Te amo por tudo.
Ao amigo Anderson Alves Rossi, por me fazer sentir tão à vontade e tão transparente.
Você é muito especial.
À irmã Alice, por ser uma mantenedora sensível, que só chegava às horas certas.
À irmã Zélia por seu carinho, admiração e cuidado expresso de forma tão maravilhosa.
À colega íntima Itatiara Facure por sua paciência, carinho e dedicação em momentos
de grandes lutas, desafios e debilidades.
RESUMO
ABSTRACT
Some have been considering a great challenge to understand the one that in fact the authors of
the New Testaments wrote in yours books, and what understood its first readers. When
reading the a lot of existent translations in our vernacular, so much as the many biblical
comments, we noticed that the questions are still larger than we imagined. In this work, we
will approach the complexity of we be not reading the text in the original language and of the
disadvantages that this provides us with relationship to the complete understanding of the
same to the exhibitor. We established as reference theoretical Greek grammars, lexicons,
biblical comments, and authors that approach the preaching originating from of the biblical
exhibition in the New Testament. It is configured here, a reflection on the research in the
original text of the New Testament, in way to also consider the historical and cultural aspects
that constitute it.
9
SUMÁRIO
RESUMO.....................................................................................................................................7
ABSTRACT................................................................................................................................8
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................10
1 Limitação léxica......................................................................................................................20
2 Limitação sintática..................................................................................................................23
CONCLUSÃO.................................................................................................................,,,,......38
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................40
10
INTRODUÇÃO
1
Pai da Igreja – Pós-Niceno e influenciador da escola de interpretação Alexandrina. (CAIRNS, Earlle. O
cristianismo através dos séculos: uma história da igreja cristã. São Paulo: Vida Nova, 2003. p. 113).
11
e, por conseguinte não fazem uso dessa língua no seu estudo da Palavra de Deus, resultando
com isso em análises superficiais, as quais por sua vez resultam em equívocos interpretativos.
Algumas pessoas, por sua vez, interpretam a Bíblia erroneamente sem o saber. Muitas
vezes vítimas da falta de oportunidade de um aprendizado adequado, ou até mesmo da
negligência daqueles que gozaram desta oportunidade, mas não entenderam sua
responsabilidade de se tornarem referenciais e preparadores de outros.
Nos últimos anos, vemos um interesse crescente pelo estudo bíblico informal. Muitos
grupos pequenos reúnem-se em casas ou nas igrejas para debater a Bíblia e como aplicar sua
mensagem. Será que os integrantes desses grupos sempre chegam ao mesmo entendimento da
passagem estudada? Estudar a Bíblia dessa forma, sem as diretrizes apropriadas da
hermenêutica, pode gerar confusão e interpretações que se encontram até em inequívoco
desacordo.
Quando a Bíblia não é interpretada corretamente, a teologia de um indivíduo ou de
toda uma igreja pode ser desorientada ou superficial, e seu ministério, desequilibrado.
Segundo estudiosos, um dos maiores motivos por que a Bíblia é um livro difícil de
entender é o fato de ser antigo. Os cinco primeiros livros do Antigo Testamento foram
escritos por Moisés em 1.400 a.C. aproximadamente. Apocalipse – o último livro da Bíblia –
foi escrito pelo apóstolo João por volta de 90 d.C. Isto mostra que precisamos tentar transpor
vários abismos que se apresentam pelo fato de termos em mãos um livro tão antigo.
A primeira tarefa do intérprete chama-se exegese, que é o estudo cuidadoso e
sistemático da Escritura para descobrir o significado original que foi pretendido. A exegese é
basicamente uma tarefa histórica. É a tentativa de escutar a Palavra conforme os destinatários
originais devem tê-la ouvido; descobrir qual era a intencionalidade original das palavras do
autor.
O objetivo proposto nesta pesquisa será o de mostrar a relevância do conhecimento da
língua grega do Novo Testamento, koinê, para uma melhor exposição do mesmo, focando
erros gramaticais e usuais que se cometem, ao tentarem uma correspondência entre uma
língua tão antiga e peculiar da época com a nossa nos dias de hoje. Ainda é necessário que se
leve em conta as limitações léxicas relacionadas ao novo tom dado pelos autores do Novo
Testamento a seus vocábulos e a sintaxe cristã peculiar aos mesmos, como citado
anteriormente.
Analisaremos, ainda, a complexidade do abismo lingüístico com suas expressões
incomuns ou de sentido obscuro, difíceis de compreender em nosso idioma, juntamente com
suas estruturas léxicas e sintáticas e suas múltiplas funções.
12
Alguns gramáticos acreditam que alguns autores bíblicos além de possuir princípios e
regras gramaticais que lhes eram próprios, possuíam até mesmo desregramentos gramaticais
curiosos.
As várias traduções a que se tem acesso hoje sofreram influências diversas, como
teológicas e culturais. Muitas vezes as palavras originais expressam mais uma idéia do que
propriamente um termo específico. Alguns sinônimos na língua original não encontram
correspondente na língua receptora. O mesmo ocorre com os comentários bíblicos, pois há
momentos em que a tradução depende muito mais de uma escolha pessoal baseada em alguns
pressupostos do que na verdade uma base segura do contexto.
Esses são apenas alguns motivos pelos quais o conhecimento e a prática da pesquisa
da língua grega tornam-se relevantes à exposição do Novo Testamento.
O método que utilizaremos na reunião do material e composição da presente pesquisa
é o bibliográfico.
13
CAPÍTULO I
A análise dos termos deste tema é necessária, por entendermos que os mesmos tendem
a assumir variados conceitos em diferentes contextos.
Assim, conceituaremos os termos relevância da língua grega e exposição do Novo
Testamento, com o objetivo de tornar claro para o leitor o conceito que estaremos usando no
bojo deste trabalho, para que com base na pesquisa bibliográfica fique evidente a relevância
do objeto de nossa pesquisa.
1
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio século XXI: o minidicionário da língua portuguesa. 5.
ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p. 471.
14
mesmo de as tribos terem penetrado na área da Grécia atual. Os mais antigos dialetos parecem
ter sido o dórico, o aeólico e o jônico. O desenvolvimento desses dialetos teria ocorrido entre
1.600 a 2.000 a.C. tendo aparecido com quatro grupos distintos: aeólico (lésbio, tessalônico e
boécio), ático – jônico, arcádio - cipriata e grego ocidental (noroeste da Aetólia, Locris, Elis e
outros lugares; e dórico na Corcira, em Creta, em Rodes e em outros lugares).
A primeira migração de povos gregos para Europa Continental deve ter tido lugar
antes de 1.900 a.C. Provavelmente esse êxodo se deu através da Ásia Menor, segundo a
erudição moderna, com o auxílio da arqueologia, tem demonstrado.
O período clássico da língua grega é situado desde Homero2 (900 a.C.) até as
conquistas de Alexandre (330 a.C.). Posto que o dialeto ático fosse proeminente na literatura
grega antiga e na atividade filosófica, esse dialeto gradualmente foi sobrepujando os demais,
exercendo uma influência mais vasta que os outros. O dialeto ático, que era falado inclusive
em Atenas, tornou-se a força moldadora no desenvolvimento da língua grega.
Filipe da Macedônia (meados do séc. IV a.C.) efetuou a unificação política da Grécia,
e assim foi descontinuado o isolamento em que viviam as cidades-estados dos gregos. Os
dialetos começaram a desaparecer. O filho de Filipe, Alexandre o Grande, mediante suas
conquistas de âmbito mundial, espalhou a cultura e a língua grega por toda a parte. O
resultado disso, no que diz respeito ao idioma, foi o de dissipar mais ainda as diferenças
dialetais, emergindo assim uma única forma essencial do idioma grego, o koinê. Desse modo,
o grego se tornou um idioma universal.
As datas do período do koinê vão de 300 a.C. a 330 d.C. aproximadamente. Os
historiadores dizem-nos que esse grego era francamente falado em Roma, em Alexandria, em
Jerusalém e em outros centros populosos, tanto quanto era falado em Atenas3.
A língua grega, objeto de nossa pesquisa, será, portanto, o koinê. Isso pelo fato de ter
sido ela o idioma em que todo o Novo Testamento foi escrito em seu original. O Novo
Testamento é o maior monumento desse idioma universal.
O objetivo desta pesquisa é de estabelecer a relevância da língua grega koinê no
sentido de importante e/ou necessária na tentativa de escutar a Palavra de Deus conforme os
destinatários originais devem tê-la ouvido e descobrir qual era a intencionalidade original das
palavras do autor, pois entendemos que não se deve confundir relevante com imprescindível,
por não se tratar de algo que, de forma alguma, pode-se deixar de lado ou desprezar.
2
O maior dos poetas gregos do séc. X a.C.
3
CHAMPLIN, Russel N. Artigos introdutórios (1995, volume I, p. 164).
15
Apesar de muita controvérsia ter girado em torno da discussão sobre o caráter exato do
grego do Novo Testamento, numerosos documentos em papiro, descobertos no começo do
séc. XX, alguns fragmentários, e outras porções bastante extensas, começaram a revolucionar
todo o método de estudo da filosofia neotestamentária.
Os eruditos começaram a ver que o Novo Testamento havia sido escrito na língua
comum do povo, a língua franca do mundo greco-romano. Muitíssimos papiros bíblicos e
não-bíblicos foram encontrados. Entre eles, as declarações não-bíblicas de Jesus, manuscritos
autênticos do Novo Testamento, escritos completos não-bíblicos, como cartas particulares,
petições, pesquisas de terras, testamentos, contas, contratos e outros tipos de correspondências
diárias, além de vários tipos de literatura cristã primitiva. Tudo isso demonstrou que o Novo
Testamento, quanto à linguagem, não é substancialmente diferente da linguagem comum
daquela época. A vasta maioria das palavras do Novo Testamento, desconhecida no grego
clássico, tem sido encontrada nesses documentos.
O grego koinê é essencialmente ático, mas contém elementos dos outros dialetos,
especialmente no que toca à forma e soletração de algumas palavras. Deve-se notar também
que uma simplificação geral do ático clássico teve lugar na formação do koinê, tanto
gramaticalmente como em suas expressões. Assim sendo, o grego koinê pode ser muito mais
facilmente traduzido pelo estudante moderno do que os escritos clássicos.
Koinê é um termo que designa o grego helênico ali empregado, o que tem em vista o
linguajar comum do povo, o grego padronizado da época, em contraste com a linguagem dos
autores clássicos. Contudo, é necessário esclarecer que o koinê não era uma língua cheia de
gírias e de expressões pouco recomendáveis, mas a expressão de uma grande e frutífera
educação.
Bryan Chapell (2002) acredita que a pregação expositiva não somente constrange o
pregador a interpretar o que a Bíblia diz, como também o obriga a explicar o que a Bíblia
significa na vida das pessoas hoje.
O fato do real sentido de um texto permanecer oculto até que compreendamos como
suas verdades podem governar nossas vidas, mostra-nos que a exposição completa não pode
ser limitada a uma apresentação de informações bíblicas. O expositor deve ajustar cada
detalhe explicativo da exposição a fim de que seu impacto sobre a vida do ouvinte seja
evidente.
As indicações dos deveres de nossa pregação emergem nas descrições da Bíblia das
palavras de Cristo, enquanto caminhava com dois discípulos na estrada de Emaús. Lucas
registra: “E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a
seu respeito constava em todas as Escrituras” (Lc 24.27 versão Revista e Atualizada – RA). A
palavra traduzida “expunha” quer dizer desvendar o significado de alguma coisa, ou
interpretar. Mais tarde, os dois discípulos comentam as palavras de Cristo dizendo:
“Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos
expunha as Escrituras?” (Lc 24.32 RA). Essa “exposição” das Escrituras expressa o conceito
de revelar as completas implicações de algo (como abrir completamente a porta para que se
veja o interior)4.
Desvendar e abrir o sentido da Palavra de Deus caracteriza a tarefa do expositor, não
apenas sobre a base do exemplo de Cristo, mas igualmente sobre a base do antigo precedente
bíblico, que define também as qualidades essenciais de exposição (apresentação da Palavra;
explicação da Palavra; e exortação fundamentada na Palavra)5.
A designação de Novo Testamento dada à segunda parte da Bíblia vem do latim
Novum Testamentum que vem a ser uma tradução do grego H KAINH DIAOHKH (Hē Kainē
Diathēkē) (TENNEY, 1995, p. 21).
Esta expressão grega era usada geralmente para designar “uma última vontade, ou
testamento”, como indica a tradução latina, sendo certo, contudo, que esta tradução não dá
exaustivamente todo o seu significado. O que significava realmente era uma disposição feita
por uma parte que a outra parte podia aceitar ou rejeitar, mas nunca alterar; essa disposição,
quando fosse recebida, obrigava pelas suas cláusulas as duas partes. Uma vez que o melhor
exemplo de tal escritura é um legado, usa-se o latim testamentum que traduzido em português
corresponde a testamento.
4
Grego – dianoigo.
5
Exemplo extraído de Neemias 8.5-8.
17
6
TENNEY, Merril C. O novo testamento: sua origem e análise. 3. ed. São Paulo:Vida Nova, 1995, p. 21.
7
Um método de interpretação que enfatiza a necessidade de se levar em consideração as línguas originais e o
contexto das Escrituras. (KAISER, Walter C. Jr.; SILVA, Moisés. Introdução à Hermenêutica Bíblica. São
Paulo: Cultura Cristã, 2002. p. 17).
18
CAPÍTULO II
1
BITTENCOURT, B. P. O novo testamento: cânon, língua, texto. 2. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1984. pp. 63,
64, 65, 66).
2
Exemplo extraído da obra de BITTENCOURT (1984, p. 60).
3
Estudo das mudanças ou trasladações sofridas, no tempo e no espaço, pela significação das palavras.
19
de grande poder a elevar a língua do Novo Testamento a pedestal de glória que só com o novo
movimento poderia alcançar.
Tome-se, por exemplo, eirhvnh4. Nos escritores clássicos, ou mesmo no período ático,
quer dizer libertação ou cessação de guerra ou luta. No Antigo Testamento a palavra ainda
guarda significado semelhante ao traduzir o momento em que a ira de Deus cessa e restaura a
harmonia entre Ele e os homens (Sl 29.11; 85.8, 10; Is 57.19; Ez 34.25). No Novo Testamento
“paz” indica o estado espiritual de gozo ao qual a graça e a misericórdia de Deus conduzem o
homem por sua libertação do pecado. É algo que vem depois da justificação pela fé (Rm 5.1).
A própria sintaxe cristã é diferente. A frase preposicional en Cristw/ë envolve uso
especial do dativo locativo. Jamais alguém no passado escreveu que estava “em Moisés” ou
“em Platão”. Alguns chamam esta construção de dativo místico. pisteuvein5 como usado pelos
autores do Novo Testamento, especialmente por Paulo e no Quarto Evangelho, indica mais
que confiança pessoal: é a entrega total, é união mística en Cristw..
As várias traduções acessíveis hoje, sofreram influências diversas, como teológicas e
culturais. Muitas vezes algumas palavras originais expressam mais uma idéia do que
propriamente um termo específico. Alguns sinônimos na língua original não encontram
correspondente em nossa língua.
Não temos por objetivo o questionar a inspiração da Palavra de Deus que, entendemos
estar preservada pelo mesmo. Mas, o de resgatar o impacto causado aos primeiros leitores do
Novo Testamento, perdido em parte em nossos dias e cultura.
Consultar a língua original de qualquer obra é não cair nas armadilhas de
“significados” e de “anacronismos”6 alcançando um entendimento também original em
relação ao seu autor.
Somado aos erros gramaticais e usuais que se cometem, ao tentarem uma
correspondência entre uma língua tão antiga e peculiar da época com a nossa nos dias de hoje,
ainda é necessário que se leve em conta às limitações léxicas relacionadas ao novo tom dado
pelos autores do Novo Testamento a seus vocábulos, e a sintaxe cristã, peculiar aos mesmos,
como citado anteriormente.
4
Paz.
5
Crer (infinitivo).
6
Confusão de data quanto a acontecimentos, pessoas, ou significado de termos.
20
1. LIMITAÇÃO LÉXICA
7
Substantivo, feminino, singular, genitivo de aswtiva, a", h.
8
Dicionário Vine (pp. 717 e 953).
21
De igual forma podemos citar o exemplo do termo mansidão. O que dizer a respeito da
compreensão que temos quanto a mesma?
Quando não a entendemos como um temperamento pacífico, não agressivo ou não
violento, sereno e tranqüilo3, entendemos como fraqueza e pusilanimidade em maior ou
menor extensão.
No entanto ao analisarmos prauvthta4 (mansidão) no verso dois do capítulo três da
carta do apóstolo Paulo a Tito, não consiste só no comportamento exterior da pessoa; nem
ainda em suas relações para com o próximo; tampouco na sua mera posição natural 5. Antes é
uma entretecida graça da alma, cujos exercícios são primeira e primariamente para com Deus.
Na verdade a mansidão é a entrega da nossa vontade a Deus. Exige que nossa atitude egoísta
seja substituída pela submissão àquele que “faz todas as coisas conforme o conselho da sua
vontade” (Ef 1.11).
A mansidão diz respeito às nossas reações diante das circunstâncias e das pessoas que
Deus coloca em nosso caminho. O fato de sermos afetados por aquelas circunstâncias da vida
que estão além do nosso controle pertence ao âmbito da mansidão.
Abraão exemplificou a mansidão quando Deus o testou, ordenando-lhe que
sacrificasse seu único filho Isac (Gn 22). Esse herói do Antigo Testamento não levantou
objeções. Não discutiu com Deus. José demonstrou mansidão de um modo singular. O ódio e
o desprezo dos seus irmãos não provocaram nele revolta nem hostilidade. Quando acusado
falsamente de ter tentado estuprar a mulher de Potifar, ele superou essa injustiça ao considerá-
la uma provocação benéfica proveniente de Deus. Os anos que passou na prisão foram para
ele como que um treinamento para desempenhar um serviço maior. Apenas os
verdadeiramente mansos são capazes de passar por tão duras provações sem sentir mágoas,
nem acalentar um espírito de vingança.
Poderíamos prosseguir em outros diversos exemplos envolvendo de Davi ao próprio
Jesus. No entanto, o mais importante é observar que todas as atitudes de mansidão eram
relacionadas às atitudes e reações diante das circunstâncias que se tinha a enfrentar.
Não é de se admirar que o apóstolo Paulo tenha dito que toda mansidão deveria ser
mostrada a todos os homens (Almeida Corrigida Fiel - ACF). Significando um coração que
não luta contra Deus e nem se debate com Ele. Esta mansidão, porém, sendo em primeiro
lugar uma mansidão perante Deus, também o é diante dos homens, até de homens maus,
9
FERREIRA, 2001, p. 447.
10
Substantivo, feminino, singular, acusativo de prauvth".
11
Dicionário Vine (pp. 771, 772).
22
proveniente de um senso de que estes, com os insultos e danos que possam infligir, são
permitidos e empregados por Ele para castigo e purificação dos eleitos.
O entendimento comum à época era que quando o homem era manso, era porque ele
não podia se ajudar. O Senhor Jesus era manso (Mt 11.29) porque Ele tinha os recursos
infinitos de Deus à sua disposição.
Mediante tal análise percebemos claramente a distância de equivalência léxica entre o
termo mansidão para os originais neotestamentários e para época hodierna.
Enriqueceremos o assunto em questão usando um último exemplo: oikonovmoj (Tt 1.7).
A palavra despenseiro é muito comum no Novo Testamento. O vocábulo grego
oikonovmoj designa um mordomo ou superintendente (geralmente um escravo), encarregado de
providenciar o alimento e todas as coisas necessárias a uma grande propriedade. Ele prestava
contas, não aos seus colegas, mas ao seu senhor. Não tinha de tomar suas próprias iniciativas,
e muito menos exercer sua própria autoridade pessoal. Simplesmente tinha de cumprir as
ordens do seu senhor e cuidar do serviço.
Da mesma forma, Paulo se considera responsável, não perante o povo de Deus ou
qualquer Tribunal humano (1Co 4.3), mas somente perante o Senhor. E é assim que ensina a
Tito. Paulo ensina que os ministros devem ter uma consciência tenaz de que devem prestar
contas de sua mordomia, e que esta consciência deve torná-los ainda mais sensíveis e alertas
para as necessidades dos irmãos. Não os dominando, nem os bajulando, mas agindo de modo
responsável com eles, sem privá-los do que Deus providenciou para eles.
Como um bom mordomo, o ministro vai garantir que o alimento certo chegue na hora
certa. O mordomo nada tem a oferecer exceto o que ele mesmo recebe do seu Senhor. A
motivação suprema deve consistir em que “um dia terei de prestar contas a Deus”. O
mordomo não espera condenação nem louvor de ninguém, deixa que seu Senhor faça o
julgamento de seu trabalho.
Com essa explicação cultural da época neotestamentária em relação ao vocábulo
oikonovmoj (despenseiro) e da imagem produzida nas mentes da época, entendemos que o
objetivo de todo líder e mestre do evangelho, o propósito e meta de todas as suas lutas, inclui
“a administração da fé requerida por Deus”.
O mordomo dentro desse contexto vai além de distribuição de cestas básicas, e
organizações burocráticas ou de espaço e lugares para sentar, mas sim administrar os tesouros
espirituais com respeito à casa ou família de Deus.
Concluímos, então, que uma definição de fidelidade tem como foco o significado do
original. A estrutura lingüística do original era natural e significativa, ou seja, inteligível. Não
23
apresentava uma estrutura gramatical ou léxica que fosse impossível ou muito difícil de
entender. Pelo contrário, era uma estrutura usada nos diálogos do dia-a-dia. Esta característica
dava ao texto original uma qualidade dinâmica que deve ser preservada numa tradução fiel6
para exposição em nossos dias, comunicando ao ouvinte ou leitor a mesma informação e
impacto que o original comunicou aos primeiros leitores. A mensagem não é alterada nem
distorcida; não ganha nem perde em conteúdo mais do que o inevitável.
2. LIMITAÇÃO SINTÁTICA
Sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras nas frases e das
frases no discurso. (FERREIRA, 2001, p. 507).
Para interpretar sintaticamente, é necessário que se conheça os princípios gramaticais
da língua em que o documento foi originalmente escrito. O expositor deve lembrar-se, a todo
tempo, de que a função da gramática é simplesmente expor leis da língua, não determiná-las.
Isto é, desenvolveu-se primeiramente a língua como instrumento de comunicação das idéias
da humanidade e, depois, escreveram-se gramáticas voltadas à explicação das leis e princípios
que lhe regem a operação como veículo de expressão do pensamento. Na língua nativa,
percebe-se o sentido da fraseologia quase que subconsciamente, mas em se tratando de língua
estrangeira, tem-se de adquirir, mediante diligente esforço e labor, a perspectiva da língua e
acompanhar-lhe de perto as formas de expressão para alcançar-lhes o real significado.
Como vimos anteriormente, uma mesma palavra pode ter vários sentidos. Essa
associação de uma forma com vários sentidos não se limita apenas aos itens léxicos, pois
ocorre também nas funções múltiplas das estruturas gramaticais. Além disso, assim como os
sentidos que se associam a uma palavra são específicos para cada língua, também são
específicas as várias funções que se relacionam com uma determinada estrutura gramatical.
Referente à limitação sintática, escolhemos na epístola de Paulo a Tito duas funções
múltiplas, dentre as tantas outras existentes, que têm apresentado muitos problemas aos
expositores. São elas: conjunções e o tempo verbal Aoristo.
É mister lembrar que não faremos nenhuma análise profunda dos tópicos em questão,
mas uma análise breve e, ao mesmo tempo fundamental para ilustração do assunto em
questão.
12
Uma tradução que transfere o significado e a dinâmica do texto original.
24
Conjunção é a palavra que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma
mesma oração. (PASCHOALIN, 1996, p. 135).
Freqüentemente, ligamos palavras e palavras, frases a frases, cláusulas e cláusulas.
Isto deu origem a uma classe de vocábulos conectivos, por isso chamados de conjunções.
(CHAMBERLAIN, 1989, p. 170).
Há uma grande quantidade de conjunções no grego, jungindo7 não apenas palavras,
frases, cláusulas e até sentenças, mas ainda parágrafos a parágrafos. A conjunção serve para
tornar clara a relação entre os dois elementos por ela unidos.
As conjunções se dividem em duas classes gerais, uma que une elementos de projeção
diversa, designada de hipotética ou subordinante, e outra, de conjunções que unem elementos
de igual projeção, designadas de paratéticas8 ou coordenantes.
kaiv estabelece ligação, em moldes não precisamente definidos, por isso é a conjunção
mais usada através do Novo Testamento. Admite, de modo geral, três acepções distintas, que
não se limitam aos escritos neotestamentários.
Mero conectivo, a traduzir-se como e. É, naturalmente, o uso mais freqüente e mais
simples, por vezes a aparecer em cadeia, numa seriação de vocábulos de qualquer
modalidade, como se vê em Filipenses 4.9 “a] kai. evma,qete kai. parela,bete kai. hvkou,sate kai.
ei;dete evn evmoi, tau/ta pra,ssete kai. o` qeo.j th/j eivrh,nhj e;stai meq u`mw/n ”9 (quatro vezes,
verbos), Romanos 9.4 “oi[tine,j eivsin VIsrahli/tai w-n h` ui`oqesi,a kai. h` do,xa kai. ai` diaqh/kai
kai. h` nomoqesi,a kai. h` latrei,a kai. ai` evpaggeli,ai”10 (cinco vezes, substantivos), Apocalipse
7.12 “le,gontej VAmh,n h` euvlogi,a kai. h` do,xa kai. h` sofi,a kai. h` euvcaristi,a kai. h` timh. kai. h`
du,namij kai. h` ivscu.j tw/| qew/| h`mw/n eivj tou.j aivwn/ aj tw/n aivwn, wn\ avmh,n”11 (seis vezes,
substantivos).
Não raro do contexto surgem matizes de sentido que afetam o teor básico e permitem
ou impõem tradução específica. É o que se pode ver em João 3.19 (“au[th de, evstin h` kri,sij
o[ti to. fw/j evlh,luqen eivj to.n ko,smon kai. hvga,phsan oi` a;nqrwpoi ma/llon to. sko,toj h to. fw/j
13
Ligar por jugo, subjugar.
14
De parataktiko ", forma adjetiva procedente de paratassw – coloco ao lado; arranjo de par com.
9
O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será
convosco.
10
São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas.
11
Dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam
ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!
25
h=n ga.r ponhra. auvtw/n ta. e;rga”)12; 4.20 (“oi` pate,rej h`mw/n evn tw/| o;rei tou,tw| proseku,nhsan
kai. u`mei/j le,gete o[ti evn ~Ierosolu,moij evsti.n o` to,poj o[pou dei/ proskunei/n”)13; 6.46; (“ouvc
o[ti to.n pate,ra tij e`wr, ake,n eiv mh. o` wn para. tou/ qeou/ ou-toj e`wr, aken to.n pate,ra)14 7.30
(“VEzh,toun ou=n auvto.n pia,sai kai. ouvdei.j evpe,balen evp auvto.n th.n cei/ra o[ti ou;pw evlhlu,qei h`
w[ra auvtou/”)15 e 1 João 2.9 (“o` le,gwn evn tw/| fwti. ei=nai kai. to.n avdelfo.n auvtou/ misw/n evn th/|
skoti,a| evsti.n e[wj a;rti”)16, em que o teor adversativo ou concessivo parece prevalecer,
reclamando a tradução e, no entanto; e, contudo; porém; mas, antes. Em Lucas 12.24
(“katanoh,sate tou.j ko,rakaj o[ti ouv spei,rousin ouvde. qeri,zousin oi-j ouvk e;stin tamei/on ouvde.
avpoqh,kh kai. o` qeo.j tre,fei auvtou,j po,sw| ma/llon u`mei/j diafe,rete tw/n peteinw/n”)17,
entretanto, parece estabelecer um contraste, correspondendo, destarte, à adversativa enfática
avlla.. Neste caso, outra vez, é injunção do contexto. Já em Marcos 15.25 (“kai. o[te evne,paixan
auvtw/| evxe,dusan auvto.n th.n porfu,ran kai. evne,dusan auvto.n ta. i`ma,tia ta. i;diaÅ kai. evxa,gousin
auvto.n i[na staurw,swsin auvto,n”) parece quase assumir o sentido temporal de o[te – quando:
h=n de. w[ra tri,th kai. evstau,rwsan auvto,n – “era a hora terceira QUANDO (o) crucificaram”
(grifo meu).
Elemento adjuntivo, quando se deve traduzir por: também; assim como. Nesta
acepção, não exerce propriamente função conjuncional, coordenante, mas é de conveniência
considerá-la neste contexto para que apreenda o estudioso esta especial distinção do sentido
de um mesmo termo. Nestes moldes aparece com substantivos: kaiV oi maqhtaiv sou (Jo 7.3) –
“os teus discípulos também”; com pronomes: kai gar egw anqrwpo upo exousivan (Mt 8.9) –
“pois também eu (sou) um homem sob autoridade”. O kai dá a entender que estão ambos em
situação similar, o jovem enfermo e o centurião. Pode ocorrer também com verbos, advérbios
e mesmo conjunções.
Elemento ascensivo, quando requer a tradução kai telw’nai até; mesmo; até mesmo.
É climático em teor. Introduz algo especial, fora do comum: (Mt 5.46) acentua que, “até”
mesmo publicanos amam aos que os amam e, daí, esse padrão de amor não se pode aceitar
como adequado aos filhos do Pai Celestial. O grau de intensidade desta acepção decorre
inteiramente do contexto.
12
O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as
suas obras eram más.
13
Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.
14
Não que alguém tenha visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus; este o tem visto.
15
Então, procuravam prendê-lo; mas ninguém lhe pôs a mão, porque ainda não era chegada a sua hora.
16
Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas.
17
Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os
sustenta. Quanto mais valeis do que as aves!
26
Dois exemplos práticos podem ser encontrados em Tito 1.1 e 1.9, com relação à
abordagem feita acima.
No versículo 1 do capítulo 1 de Tito temos a frase: Paulo doulo qeou' apovstolo de
Ihsou' Cristou' kata pivstin ekleltw'n qeou' kaiV (grifo meu) epivgnwsin alhqeiva th kat j
eujsevbeian (“Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos
eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade - RA). Neste primeiro
texto encontramos a conjunção kai com função de coordenativa copulativa, ou seja,
estabelecendo relação de soma como mero conectivo (... “para promover a fé ... e para
promover o pleno conhecimento”...).
Já no versículo 9 do mesmo capítulo: antekovmenon tou' kata thVn didachVn pistou'
lovgon, ina dunato kai (grifo meu) parakalei'n ejn th'/ didaskalia/ th' ugiainouvsh/ kai
antilevgonta elevgkein (“apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha
poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem - RA).
Encontramos a conjunção kai com função coordenativa correlativa. Uma função que na
verdade expressa unidade um tanto mais íntima do que lhe é de costume. Via de regra, viria
proposta com a partícula enclítica tev mais a palavra ou locução de que é conectivo (exemplo:
te kai ... te – não só ... mas também; tanto ... quanto; assim ... como). Passando uma idéia de
relação mútua, com o mesmo teor de intensidade. De uma só fonte (“apegado à palavra fiel”)
vem o poder para exortar e para convencer, persuadir pelo reto ensino.
que significam esforço ou processo onde o aoristo mostra a obtenção do fim ou resultado dos
mesmos. Podemos observar este exemplo em Atos 5.4: “ouvk evyeu,sw avnqrw,poij avlla. tw/|
qew/”| . (Você não mentiu a homens, mas a Deus), primeiro a pessoa deve tomar a decisão de
mentir, depois elaborar a mentira e, finalmente, mentir.
O aoristo gnômico é usado para expressar um fato, verdade atemporal. Pode ser
encontrado em Lucas 7.35: edikaivwqh h Sofia apo pantwn tw'n tevknwn auth (A sabedoria é
justificada por todos os seus filhos).
O aoristo epistolar é usado para descrever uma ação ou estado a partir do ponto de
vista do leitor. De algum modo este aoristo é similar ao culminante. Paulo escreve em Fp
2.28: “spoudaiote,rwj ou=n e;pemya auvto.n i[na ivdo,ntej auvto.n” (“Eu o mandei”). Na verdade
quando Paulo escreveu ainda não o havia mandado, só o mandou após terminar a carta e,
quando a declaração é lida a ação chega a seu término.
Mais uma vez, deve ser enfatizado que o contexto e o significado do verbo usado são
os fatores determinantes. É uma falsa metodologia nomear primeiro o aoristo e, depois,
traduzir o verbo. O método correto trabalha com a oração e deixa o contexto determinar a
nuance do aoristo usado.
Do contexto decidir-se-á, em cada caso, o sentido conveniente, pois ao explicar o texto
o expositor deve ter em mente que o objetivo principal é atingir o mesmo grau de clareza e
ênfase que foi expresso no grego.
Dentro da epístola eleita como objeto de estudo do presente capítulo (a de Paulo a
Tito) extrairemos três exemplos que certamente tornarão mais clara as explicações dadas
acima.
Em Tito 1.2 temos: “na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir
prometeu (ephggeivlato 18) antes dos tempos eternos” (RA). Nesse caso trata-se de um aoristo
constantivo, pois é um tema verbal que expressa a noção de um ato continuado, durativo. Foi
prometida uma só vez, mas por ter sido prometido nos tempos eternos tem duração eterna.
Dá-nos também o entendimento de que a promessa feita na eternidade foi-nos revelada em
Gênesis 3.15 e iniciada em Filipenses 1.6.
E em Tito 1.3: “e, em tempos devidos, manifestou (efanevrwsen19) a sua palavra
mediante a pregação que me foi confiada por mandato de Deus, nosso Salvador” (RA). Temos
um aoristo gnômico por se tratar de uma verdade “universal” e “atemporal”. Pois, a
manifestação da palavra de Deus na pregação de Paulo é uma verdade eterna e
24
Verbo terceira pessoa singular aoristo médio indicativo do verbo epaggellomai.
25
Verbo terceira pessoa singular aoristo ativo indicativo do verbo fanevrow.
29
26
Verbo primeira pessoa singular aoristo ativo indicativo do verbo apoleipw.
30
CAPÍTULO III
Como vimos no capítulo anterior, não podemos partir do pressuposto de que as regras
lingüísticas da sintaxe de nossa língua ou as nuanças das palavras de nosso vocabulário
correspondam àquelas do grego do Novo Testamento; caso contrário, corremos o risco de
impor nossas idéias sobre o texto bíblico.
Semelhantemente, se falharmos em tomar nota das características distintivas culturais
da sociedade hebraica ou das circunstâncias históricas por detrás de um livro do Novo
Testamento, permitiremos que nosso “filtro” mental, isto é, nossos preconceitos, determinem
o que as passagens bíblicas podem ou não significar.
Percebemos, então, que o desafio da exposição bíblica não diz respeito somente à
linguagem do texto, mas, também à História. Em outras palavras, quando lemos o Novo
Testamento nos deparamos com um número muito maior de detalhes sobre os quais somos
ignorantes do que podíamos imaginar.
Esse modo de tratar a questão nos ajuda a reconhecer que os problemas da exposição
do Novo Testamento são normalmente nossos e, não do mesmo.
Por isso, a presente pesquisa não tem por objetivo superestimar o valor de se conhecer
o grego koinê. Como sugerimos no primeiro capítulo, seria extremamente lamentável dizer
que os cristãos quem têm acesso à Bíblia somente por meio de suas modernas traduções são
incapazes de aprender por si mesmo o que é a mensagem de salvação.
O alvo do estudo bíblico, como o da pregação expositiva, é um entendimento do texto
quanto ao seu sentido original e à sua aplicação diretamente ao leitor ou ouvinte na sua
situação contemporânea. Nesse processo, há duas etapas principais, caracterizadas pelos
termos exegese e hermenêutica, ou seja, devemos procurar compreender o que foi dito a eles
“lá” e “então”, e aprender a ouvir essa mesma palavra no “aqui” e “agora”.
Procuramos transpor os abismos cronológicos, geográficos, culturais, lingüísticos,
literários e sobrenaturais, interpretando de forma a esclarecer e tornar inteligível o que era
obscuro ou desconhecido para a língua receptora, e só então transmitir o significado do texto e
de sua aplicabilidade ao ouvinte moderno.
31
1
LIEFELD, Walter L. Exposição do novo testamento do texto ao sermão. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 1988. p.
51.
2
Consiste em um resumo, em uma frase, das idéias encontradas na análise lexicográfica.
32
A análise teológica deverá comentar o tema que resuma a verdade do texto com uma
pequena expressão. É a apresentação, de maneira sistemática, de um estudo da verdade
teológica do texto em toda a Bíblia.
Finalmente, uma interpretação satisfatória da Bíblia requer uma pré-disposição
submissa. Não podemos lançar uma parte das Escrituras contra a outra, nem podemos
interpretar um detalhe das Escrituras de forma que enfraqueça sua mensagem básica.
Nosso reconhecimento de que a Bíblia é humana, assim como divina, implica, de fato,
que deveríamos considerar a diversidade de seus vários autores, e diversidade de ênfases, suas
formulações únicas, e assim por diante, não significando dizer que diversidade implica abrir
mão da unidade. Há unidade na diversidade.
Esta análise, como já visto no segundo capítulo do presente trabalho, é o processo por
meio do qual se tenta descobrir, através da gramática, seu significado por meio da verificação
dos aspectos lexicográfico3, morfológico4, partes do discurso5, e sintaxe6.
O exemplo em questão encontra-se em Lucas 9.57-62, onde se desenvolvem três
curtos diálogos. Daremos atenção especial aos dois últimos.
No segundo diálogo lemos: “a outro disse Jesus: segue-me! Mas ele disse: Senhor
deixa-me ir primeiro sepultar meu pai. Mas ele lhe disse: deixa que os mortos sepultem os
seus próprios mortos. Mas tu, vai e proclama o reino de Deu” (Lc 9.59–60).
Há o uso de paralelismo invertido no texto acima citado. Além disso, a língua grega é
muito precisa em sua estrutura verbal. O tipo de imperativo usado aqui (no grego, aoristo)
indica uma ordem para começar uma ação nova. A frase “enterrar o pai” é expressão
idiomática tradicional que se refere especialmente aos deveres do filho de ficar em casa e
cuidar de seus pais até que eles jazam em paz, para descansar com todo respeito.
No idioma sírio coloquial de aldeias isoladas da Síria e do Iraque, quando um filho
rebelde procurava reafirmar a sua independência em relação ao seu pai, a repreensão final e
contundente do pai é: kabit di gurthy (você quer me enterrar). A idéia é: “você quer que eu me
apresse em morrer para que a minha autoridade sobre você termine, e você fique por sua
própria conta”7.
Obviamente os mesmos pressupostos culturais vistos acima estão em funcionamento
aqui. Os filhos têm o dever de permanecer em casa até a morte dos pais. Então, e só então,
eles podem pensar em outras opções. Mas Jesus diz que os espiritualmente mortos podem
cuidar das responsabilidades tradicionais da comunidade local, mas, “quanto a você, vá e
proclame a chegada do reino” (a palavra você (ou tu) é enfática no texto grego).
No terceiro diálogo, à semelhança do primeiro voluntário (Lc 9.57–58), este candidato
a discípulo se oferece impetuosamente para seguir o mestre (Lc 9.61–62).
A palavra grega tradicionalmente traduzida como “dizer adeus a” é apotassō. Pode
significar “dizer adeus” ou “partir de”. Ocorre quatro vezes no restante do Novo Testamento
significando partir. Só em Lucas 9.60 encontramos o mesmo verbo grego traduzido como
“dizer adeus”. A diferença entre as duas traduções é importante no Oriente Médio. A pessoa
que está indo embora precisa pedir permissão para aqueles que estão ficando. Neste caso o
3
Significado das palavras.
4
Forma das palavras.
5
Função das palavras.
6
Relação das palavras.
7
Exemplo extraído de BAILEY, Kenneth. As parábolas de Lucas. 3. ed. São Paulo: Vida Nova, 2003.
34
objetivo verdadeiro do texto há muito tempo tem sido obscurecido com a tradução “despedir-
me”. A idéia é que o voluntário está pedindo o direito de ir para casa e obter permissão dos
“de casa” (isto é, seus pais). Todas as pessoas que ouviram o diálogo sabiam que naturalmente
o seu pai iria recusar-se a permitir que o seu filho saísse a vaguear em um empreendimento
duvidoso. Desta forma, a desculpa do voluntário é apresentada propositalmente. Derramando
lágrimas ele pode insistir, em alto e bom som, que deseja ir, mas o seu pai não lhe dará
permissão. A tradução do Siríaco Antigo expressa esta idéia ao dizer: “Deixa-me primeiro
expor o meu caso aos da minha casa”. Na verdade, aquele voluntário estava pedindo
permissão para submeter o assunto de seguir a Jesus à autoridade de seus pais.
Nessa cena cultural, citada no contexto, ele está claramente falando: “vou te seguir,
Senhor, mas é claro que a autoridade de meu pai é maior do que a tua, e eu preciso ter a
permissão dele antes de me aventurar pelo mundo contigo”. No mundo do Oriente Médio, a
autoridade do pai tradicionalmente é suprema. Não é de admirar que o pai se tenha tornado
símbolo de Deus.
Tendo isto como ponto de partida, vemos Jesus aqui exigindo que sua autoridade (as
exigências do reino) tenha prioridade sobre todos os outros relacionamentos.
A pessoa que não pode resolver a tensão das lealdades conflitantes, e vive olhando
para trás para ver o que a família está ordenando, é julgada inapta para o reino de Deus.
Este era o impacto que causava na época, este é o impacto que ainda deveria causar
nos dias de hoje. Ao ser exposto este texto em uma classe de seminário de alunos nativos do
Oriente Médio, todos literalmente empalideceram com a sua afirmação de que Jesus estava
reivindicando uma autoridade superior à do pai do segundo voluntário.
Jesus, na verdade, estava dizendo que sua autoridade é absoluta, e que não aceita
nenhuma como sendo superior à mesma.
Passaremos, agora, a outro exemplo, Filipenses 4.4-7, onde a análise léxico-gramatical
estabelece uma condicional imperceptível em nossas traduções.
A princípio, nos versículos 4-7, encontramos quatro verbos no imperativo, lembrando
que o imperativo é o modo da ordem ou do pedido, o modo da volição 8 que expressa o apelo
de uma vontade a outra, podendo expressar ordem, proibição ou pedido. O primeiro
imperativo é um verbo na segunda pessoa do plural, no presente ativo: caivrete (alegrai-vos)
de caivrw (alegre-se). Este presente demanda uma ação habitual e contínua. Neste caso,
expressa uma ordem de continuidade. Por mais que pareça fora de propósito alegrar-se em
8
Ato em que há determinação de vontade.
35
9
A tradução em português é feita no plural porque o sujeito está no plural, embora no grego esteja no singular
por ser sujeito neutro plural, permitindo assim a tradução no singular.
36
A primeira razão por que precisamos aprender como interpretar é que, quer deseje
quer não, todo leitor é ao mesmo tempo um intérprete; ou seja, a maioria de nós toma por
certo que, enquanto lê, também entende o que lê. Tendemos, também, a pensar que nosso
entendimento é a mesma coisa que a intenção do Espírito Santo ou do autor humano. Apesar
disso, invariavelmente levamos para o texto tudo quanto somos, com toda nossa experiência,
cultura e entendimento prévio de palavras e idéias. Às vezes, aquilo que levamos para o texto,
sem o fazer deliberadamente, nos desencaminha ou nos leva a atribuir ao texto idéias que lhe
são estranhas.
A tradução, pois, é em si mesma uma forma (necessária) de interpretação. Nossa
Bíblia – seja qual for a tradução que empreguemos para nós é o ponto de partida – é, na
realidade, o resultado final de muito trabalho erudito. Os tradutores são regularmente
conclamados a fazer escolhas quanto ao significado, e as escolhas deles irão afetar nosso
entendimento.
Portanto, ao manusearmos quaisquer traduções, estamos, por assim dizer, consultando
de forma indireta os originais. Paradoxalmente, é apenas depois de outros terem feito esse tipo
de trabalho, o de desenterrar fatos e trazer à luz sentidos que, de outra forma, teriam se
perdido, que alguém pode perceber, por si mesmo, a verdade que há nele.
Além das traduções temos, os comentários bíblicos e dicionários totalmente
embasados nos originais aos quais recorremos nos preparos de nossas exposições de textos no
Novo Testamento. Um bom exemplo é o Dicionário Internacional de Teologia do Novo
Testamento (DIT), que desde que veio a lume pela primeira vez em 1965, o Theologisches
Begriffslekicon Zun Neuen Testament10 tem se estabelecido como obra padrão de referência
entre os teólogos, ministros, estudantes e entre todos aqueles que se preocupam com um
entendimento mais exato dos ensinos da Bíblia.
Nenhum comentário bíblico, dicionário, ou tradução pode ter como ponto de partida
outro texto que não seja o original, no caso, o grego koinê.
Historicamente, a igreja tem compreendido a natureza da Escritura de maneira muito
semelhante a sua compreensão da pessoa de Cristo – a Bíblia é, ao mesmo tempo, humana e
divina. É esta natureza dupla da Bíblia que exige da nossa parte a tarefa da interpretação.
10
Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, 2000 (Introdução).
37
Por ser a Palavra de Deus, tem relevância eterna; fala para toda a humanidade em
todas as eras e em todas as culturas. Mas porque Deus escolheu falar através das palavras
humanas na História, todo livro da Bíblia também tem particularidade histórica; cada
documento é condicionado pela linguagem, pela sua época, e pela cultura em que
originalmente foi escrito (e em alguns casos também pela história oral que teve ates de ser
escrito). A interpretação bíblica é exigida pela “tensão” que existe entre sua relevância eterna
e sua particularidade histórica.
Ou nos esmeramos por essa interpretação, ou nos condicionamos a que outros já
fizeram. O que não é possível é partir de outro ponto que não seja o original. Ou escutamos,
ao interpretarmos, a Palavra que os primeiros leitores ouviram, lá e então, e aprendemos a
ouvir a mesma no aqui e agora, ou confiamos cegamente na interpretação de outros, como
fidedigna verdade.
Com isto, nos deparamos com a realidade de que direta, quando nós mesmos vamos
aos originais, ou indiretamente, quando recorremos a comentários, dicionários, ou traduções
bíblicas, sempre manteremos contato com os escritos originais, no caso, a língua grega koinê,
na qual foi escrito o Novo Testamento como já debatido e confirmado no primeiro capítulo da
presente pesquisa.
As vantagens desse contato direto é o de podermos resolver questões que o próprio
contexto não nos assegura e que os próprios comentaristas não chegam a um acordo entre si.
Com tantos comentários, dicionários, e traduções, o que precisamos mesmo é
recuperarmos nossa prévia convicção. Precisamos reconquistar nossa confiança na
veracidade, relevância e poder do Evangelho e voltar a nos sentir impactado com ele. A
exposição não é proclamação de uma teoria, nem o debate a respeito de uma dúvida.
Estamos conscientes de que há uma erosão contínua da fé cristã. Precisamos ser
dominados por determinadas convicções, e estas convicções dependem de uma interpretação
saudável da Palavra de Deus.
Não somos preferidos de Deus, nem tão pouco privilegiados. Somos apenas, a partir
de quem, Deus estará preparando outros para a ministração de sua Palavra. Preparação esta
que se dará através do referencial do que realmente representa a responsabilidade do
aprendizado da mesma, e do diferencial em cada exposição do Novo Testamento, onde ao
mesmo tempo em que se resgata o impacto dos primeiros leitores impactando a vida dos
cristãos contemporâneos, se desperta o desejo do aprendizado para um ensino mais eficaz na
vida dos que são apaixonados e chamados a fazer o mesmo.
38
CONCLUSÃO
neotestamentários, tem por ponto de partida os originais, portanto, como abordado no último
capítulo, direta ou indiretamente, sempre acabamos indo aos originais.
É fundamental termos a compreensão e acesso aos originais, a fim de recuperarmos
nossa prévia convicção e nos tornarmos referenciais e diferenciais em cada exposição do
Novo Testamento.
Através da argumentação exposta nesta pesquisa, desejamos encorajar a todos a quem
Deus tem dado a oportunidade de um aprendizado mais profundo de sua Palavra,
especialmente aos seminaristas, a não enterrarem seus talentos, nem desprezá-los, nem deixar
de aplicá-los, e nem negligenciá-los no preparo de novas lideranças.
40
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