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Roteiro de estudo da Crítica da Razão Pura

Sergio Dela~Sávia (UFRN)

I. Prefácio

A razão pensa questões que lhe interessam centralmente, mas cujas respostas fogem às suas
possibilidades.

1. Estende, para além dos limites da experiência, os princípios cuja validade fora comprovada
por experiências anteriores.

2. Seus erros e construções obscuras não podiam ser verificados pois os princípios sobre os
quais repousava não tinham mais relação alguma com a experiência.

3. No entanto, seus objetos não são indiferentes à natureza humana.

4. Importa retificar os princípios que lhe servem de base: “A nossa época é a época da crítica, à
qual tudo tem que submeter-se. A religião, pela sua santidade e a legislação, pela sua
majestade, querem igualmente subtrair-se a ela. Mas então suscitam contra elas justificadas
suspeitas e não podem aspirar ao sincero respeito que a razão só concede a quem pode
sustentar o seu livre e público exame” (A XI, nota).

5. A Razão deve constituir para si mesma um tribunal que lhe assegure legitimidade a todo
conhecimento a que esta pode aspirar os quais são, por natureza, independentes de toda
experiência.

6. Uma Crítica da Razão Pura, assim, poderá determinar as condições de possibilidade da


metafísica, enquanto saber não fundado na experiência, bem como a extensão deste saber e
seus limites. “O problema que aqui levanto é simplesmente o de saber até onde posso
esperar alcançar com a razão, se me for retirada toda a matéria e todo o concurso da
experiência” (A XIV).

7. Todo conhecimento que se funda sobre princípios a priori são absolutamente necessários,
portanto conferem certeza.

8. “A questão fundamental reside sempre em saber o que podem e até onde podem o
entendimento e a razão conhecer independentemente da experiência e não como é possível a
própria faculdade de pensar” (A XVII).

9. A razão, no entanto, tem outros conceitos que não derivam da matéria sensível, conceitos
puros (Deus, liberdade, alma, etc.). A razão é, ela mesma, livre, é faculdade de pensar o
infinito, o absoluto, o incondicionado. A razão pura, assim, terá outra aplicação que aquela
do entendimento: a razão não conhece, pensa. Destituída de objetos sensíveis, a razão, como
atividade pura, ultrapassará os limites da sensibilidade (ser) orientando-se para o terreno do
dever-ser, o mundo prático, o reino dos fins: “As idéias são fins, tarefa, projeto. (...)
Inserem-se no mundo da cultura, da liberdade, em que o homem ou a razão é o ponto de
partida ‘absoluto da ação’” (SALGADO, A Idéia de Justiça em Hegel, p. 50). A razão,
portanto, assumirá uma função reguladora, será razão legisladora, numa palavra, razão
prática.

II. Introdução

1. Todo conhecimento começa com a experiência, porém, nem todo ele se origina da
experiência.

2. Aqueles que têm relação com a experiência denominam-se a posteriori. Estes nos dão
certeza, pois nos mostram como algo é (sua constituição sob dadas circunstâncias); porém,
eles não podem informar como algo possa ser de outro modo, posto que a experiência não
nos fornece nada que valha de modo universal. Portanto, os conhecimentos a posteriori são
sempre contingentes.

3. Aqueles que são independentes de toda experiência são nomeados a priori. Destes, são
ainda diferenciados os puros e os impuros. Os conhecimentos puros a priori apresentam-se
absolutamente independentes de toda experiência, isto é, neles não há mescla de algo que
seja empírico.

4. Os conhecimentos a priori têm, portanto, o caráter de necessidade. “Se encontramos uma


proposição que tem que ser pensada com caráter de necessidade, tal proposição é um juízo
‘a priori’” (p. 4). Se, além disto, valem por si mesmos, isto é, sem o recurso à experiência,
são também conhecimentos puros.

5. Os conhecimentos a priori, além do caráter de necessidade, preenchem rigorosamente a


exigência de universalidade, diferentemente dos juízos fundados na experiência. “A
necessidade e a precisa universalidade são os caracteres evidentes de um conhecimento ‘a
priori’, e estão indissoluvelmente unidos” (p. 4).

6. Juízos puros a priori contém necessidade e universalidade. Ex.: as proposições


matemáticas, no caso da ciência, ou a idéia de que toda mudança possui uma causa, no caso
do senso comum. [Crítica à associação, por hábito, entre causa e efeito, como havia proposto
Hume]. Os conhecimentos a priori são, em verdade, essenciais para a validade da própria
experiência, “pois de onde queria a própria experiência tirar sua certeza se todas as suas
regras, segundo as quais progride, fossem sempre empíricas e portanto contingentes?”

7. III. A filosofia necessita de uma ciência que determine a possibilidade, os princípios e a


extensão de todos os conhecimentos a priori. Essa ciência deve ser precedida de uma crítica
do limites da Razão (alegoria da pomba).

Diferença entre juízos analíticos e juízos sintéticos.

1. “Os juízos analíticos (afirmativos) são aqueles em que a ligação entre sujeito e predicado se
concebe por identidade”. Ex.: “Todos os corpos são extensos” (IV, p. 7).

2. As proposições matemáticas são todas juízos sintéticos, porém, a priori (ex.: “7 + 5=12”; “a
linha reta é a mais curta entre dois pontos”). Nos juízos analíticos apenas desdobramos,
como predicado, uma certeza já contida no sujeito. Ex.: “O todo é maior que a parte”.

2
3. Nos juízos sintéticos a relação entre sujeito e predicado não se dá por identidade, mas por
adição. Ex.: “Todos os corpos são pesados”. Juízos tirados da experiência são todos
sintéticos.

4. A ciência da natureza (Física) contém como princípios, juízos sintéticos a priori.

5. Os conceitos da metafísica são juízos sintéticos a priori.

6. Questão crítica fundamental: como são possíveis juízos sintéticos a priori? A resolução
dessa questão permitirá responder pela legitimidade, alcance e limites da própria metafísica.
“Uma vez que se conheça perfeitamente a sua própria faculdade em relação com os objetos
que pode fornecer-lhe a experiência, ser-lhe-á fácil determinar com toda segurança a
exatidão a extensão e limites de seu exercício, intentado fora dos limites da experiência”
(VI, p. 11).

7. Uma crítica da razão pura limita-se a ser uma propedêutica de um sistema da razão pura
ainda por se fazer. Ela não pretende, pois, ampliar nossos conhecimentos a priori, mas
livrar-nos dos erros que nascem da aplicação indistinta e sem critério dos nossos juízos
sintéticos a priori.

8. Transcendental: “todo conhecimento que em geral se ocupe, não dos objetos, mas da
maneira que temos de conhecê-los” (VII, p. 12).

9. “O conhecimento humano tem duas origens e que talvez ambas procedam de uma comum
raiz desconhecida para nós; estas são: a sensibilidade e o entendimento; pela primeira os
objetos nos são dados, e pelo segundo, concebidos” (VII, p. 13).

III. Estética Transcendental

1. O múltiplo dado aos sentidos (a pluralidade sensorial) é reunida ou unificada como


fenômeno pelas intuições puras (= a priori) de espaço e tempo, momentos da
SENSIBILIDADE: “Toda nossa intuição não é senão a representação de fenômeno. (...)
Todas essas coisas enquanto fenômenos não podem existir em si mesmas, mas somente em
nós” (Crítica da Razão Pura, I, § 8);

2. A pluralidade fenomênica (matéria informada por espaço e tempo) é unificada como objeto
pelas formas puras do ENTENDIMENTO: os conceitos; a consciência é produtora do
objeto, da objetividade do objeto: não é o objeto que torna possível o pensamento, mas o
pensamento que torna possível o objeto: “Não nos é possível nenhum conhecimento a priori
senão unicamente com respeito a objetos de experiência possível. Todavia, este
conhecimento, limitado meramente a objetos da experiência, não é por isso extraído todo da
experiência, mas tanto as intuições puras como os conceitos puros do entendimento são
elementos do conhecimento encontrados a priori em nós” (Crítica da Razão Pura, II, § 27.
Em grifo no original);

3. A estrutura gnosiológica da primeira Crítica articula-se do seguinte modo: a) Intuição: re-


presentação que se refere a um objeto da experiência → sensibilidade; b) Conceito: re-
presentação que se refere a um fenômeno → entendimento; c) Idéia: conceitos puros da
razão (distintas dos conceitos puros do entendimento, ou seja, as categorias e que se referem
a objetos singulares da experiência) que se referem à totalidade absoluta de toda experiência

3
possível. Na sua função transcendental, as idéias estimulam a extensão do entendimento,
embora não sejam princípios constitutivos.

4. A capacidade sintética da razão (de reunir o múltiplo sensível [matéria] na unidade da


autoconsciência [forma]), é a fonte de toda re-presentação, pela qual o diverso torna-se
objeto de conhecimento. Mas essa atividade formal da razão tem um limite preciso: as
categorias do entendimento estão dispostas no sujeito para a síntese do que se apresenta (a
variedade apreendida pela sensibilidade), isto é, o entendimento conhece, e conhece apenas
por meio de fenômenos;

IV. Questões gerais da Crítica da Razão Pura

Papel da Razão Pura

As Idéias da Razão referem-se aos conceitos do entendimento para lhes conferir ao mesmo
tempo um máximo de unidade e de extensão sistemáticas. A Razão constitui focos ideais fora da
experiência, para os quais convergem os conceitos do entendimento e forma horizontes
superiores que refletem e abarcam os conceitos do entendimento.

Uso legítimo da Razão

a) apenas os fenômenos podem ser submetidos à faculdade de conhecer. As coisas em si não


podem ser objeto de um interesse especulativo natural;

b) os fenômenos são submetidos, pela síntese da imaginação, ao entendimento e suas categorias.


É pois o entendimento que legisla na faculdade de conhecer;

c) o entendimento legisla sobre os fenômenos do ponto de vista da sua forma: ele apenas aplica-
se ao que lhe é submetido. A Razão se reserva o papel de constituir a totalidade das condições
sob as quais se atribui uma categoria de relação aos objetos da experiência possível. Nesse
sentido, as Idéias da Razão permitem a superação da própria experiência.

Uso ilegítimo da Razão

A Razão pretende aplicar-se diretamente a objetos e quer legislar no domínio do conhecimento.


Pretende, assim, determinar um objeto como correspondendo à Idéia (uso transcendente da
Razão).

3. Necessidade da Razão

“Os homens têm uma inclinação, talvez uma necessidade de pensar para além dos limites do
conhecimento, de fazer dessa habilidade algo mais do que um instrumento para conhecer e agir”
(ARENDT, A vida do espírito, p. 11).

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Bibliografia

ARENDT, Hannah. A vida do espírito: o pensar, o querer, o julgar. Trad. Antônio Abranches,
Cesar Augusto R. de Almeida e Helena Martins, 1. ed., Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992.

KANT, E. Crítica da Razão Pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburger. 2. ed.
São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Os Pensadores).

SALGADO, Joaquim C. A Idéia de Justiça em Hegel. São Paulo: Loyola, 1996.

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