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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DA PRODUÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ADRIANO SOUTO HERCULANO

MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS CUSTOS OCULTOS NO SETOR


DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL DE UMA MINERAÇÃO: impacto
gerencial no ciclo de vida

JOÃO PESSOA
2009
ADRIANO SOUTO HERCULANO

MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS CUSTOS OCULTOS NO SETOR


DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL DE UMA MINERAÇÃO: impacto
gerencial no ciclo de vida

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós Graduação em Engenharia de Produção
do Centro de Tecnologia da Universidade
Federal da Paraíba como quesito parcial para
obtenção do grau de Mestre em Engenharia
de Produção.

Área de concentração: Gestão da Produção


Sub-área: Gerência de Custos
Professora Orientadora: Dr. Maria Silene Alexandre Leite – UFPB

JOÃO PESSOA
2009
H539m Herculano, Adriano Souto
Mensuração e avaliação dos custos no setor de
manutenção industrial de uma mineração: impacto gerencial no
ciclo de vida / Adriano Souto Herculano. – João Pessoa: UFPB,
2009.
140f. il.:

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)


PPGEP / Centro de Tecnologia / Campus I / Universidade
Federal da Paraíba – UFPB.

1. Custo Oculto 2. FMEA – Análise de Modos de Falha e


Efeitos 3. LCC - Custo do Ciclo de Vida I - Título

BS/CT/UFPB CDU: 657.4 (043)


ADRIANO SOUTO HERCULANO

MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS CUSTOS OCULTOS NO SETOR DE


MANUTENÇÃO INDUSTRIAL DE UMA MINERAÇÃO:
impacto gerencial no ciclo de vida

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Programa de Pós Graduação em Engenharia
de Produção do Centro de Tecnologia da
Universidade Federal da Paraíba como
quesito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia de Produção.

Aprovado em ___ de _______ de 2009.

___________________________________________________
Profª Drª Maria Silene Alexandre Leite (UFPB)
(Orientadora)

__________________________________________________
Prof. Dr. Cosmo Severiano Filho (UFPB)
(Examinador Interno)

__________________________________________________
Prof. Dr. Aloisio da Silva Lima (UFPB)
(Examinador Externo)
AGRADECIMENTOS

`A DEUS pela vida concedida, `a minha esposa e filhos pelo apoio fornecido e
aos meus pais pelo exemplo demonstrado.
RESUMO

O objetivo desta dissertação é associar ferramentas de gestão que permitam


identificar, mensurar e avaliar os custos da atividade de manutenção industrial em
uma indústria de mineração, de modo que se verifique a existência dos custos
ocultos. A metodologia empregada está baseada em três aspectos. O primeiro
consistiu na utilização da ferramenta FMEA em paralelo com a árvore de custos como
direcionador para classificação das atividades de manutenção, de forma a identificar
e separar atividades de acordo com a classificação pré-estabelecida: substituição
preventiva (SP), restauração preventiva (RP), inspeção preditiva (IP), inspeção
funcional (IF), serviço operacional (SO), manutenção corretiva (MC), e reparo
funcional (RF). A classificação obtida pelo FMEA serviu como direcionador da
mensuração dos custos pelo sistema de custeio RKW. O segundo aspecto consistiu
em calcular as atividades de manutenção através de duas formas. Sendo que, a
primeira delas é baseada na expressão convencional Cman = CMat + CMO + CFer +
Cinv (fórmula 2, onde Cman significa Custo de manutenção, CMat= custo com
materiais, CMO= significa custo com mão-de-obra, CFer= custos com ferramental e
Cinv= Custos com investimentos). A segunda é representada pela relação Cman=
CP+CC+Cf (Cman Custo de manutenção, CP= custo com atividades de
prevenção,CC= custo com atividades corretivas e Cf = Custo devido a falhas)
propostas por Almeida (2001). Para utilização da fórmula Cman= CP+CC+Cf foi
necessário o desenvolvimento dos termos que permitem o cálculo de Cf, com
identificação dos custos ocultos oriundos das atividades qualitativamente
classificadas e associadas a custos da não qualidade (CNQ) e custo da baixa
produtividade (CPD). O terceiro e último aspecto caracterizou-se pela utilização do
Custo do Ciclo de Vida (LCC) para analisar o impacto das duas formas de se calcular
os custos de manutenção dentro de quatro situações apresentadas e
costumeiramente vividas no dia-a-dia da manutenção, que são: continuar a oferecer
manutenção, reformar parcialmente ou totalmente o equipamento atual ou trocár-lo
por um novo. Deste modo, obtem-se os seguintes resultados finais: (1) o
estabelecimento de uma classificação determinada pela ferramenta FMEA que
permitiu identificar e mensurar dentro da atividade de manutenção o fator custos de
falhas (Cf) como também que fossem utilizadas novas formas de se calcular a
atividade de manutenção e associar por conseqüência com a medição de custos
ocultos dentro desta atividade; (2) Tanto a forma convencional de se calcular os
custos de manutenção como a forma proposta através da fórmula Cman =
CP+CC+Cf devem ser usadas em parceria e de forma complementar; (3) A
ferramenta LCC como utilização das duas formas de se calcular, conseguiu classificar
as 4 situações, propostas na seguinte sequência: repotenciar ou reformar
parcialmente (situação 3), manter a condição de manutenção atual (situação 1),
reformar totalmente (situação 4) e trocar por um novo equipamento (situação 2).

Palavras – chave: Custo Oculto. FMEA – Análise de Modos de Falha e Efeitos LCC
- Custo do Ciclo de Vida.
ABSTRACT

The objective of this thesis is to combine management tools to identify, measure and
evaluate the costs of industrial maintenance activity in an mining industry, in order to
verify the existence of hidden costs. The methodology is based on three aspects. The
first was the use the FMEA tool in parallel with the cost tree as a determinant for the
classification of maintenance activities in order to identify and separate activities
according to the predetermined classification: preventive replacement (SP), preventive
restoration (RP), predictive inspection (IP), functional inspection (IF), operational
service (OS), corrective maintenance (CM), functional repair (RF). The classification
obtained by the FMEA was used as director of the cost measurement by the RKW
costing system. The second aspect consisted in calculating the maintenance activities
by two ways. The first of them is based on the conventional term Cman = CMAT +
CMO + CFer + Cinv (formula 2, where Cman is maintenance cost, CMAT = material
cost , CMO = labor force cost, CFer = tooling costs and Cinv = investment costs) . The
second is represented by the formula Cman = CP + CC + Cf (Cman = maintenance
cost, CP = cost with prevention activities, CC = cost with corrective activities and Cf =
cost due to failure) proposed by Almeida (2001). To use the formula Cman = CP +
CC + Cf was required the development of the terms that allow the calculation of the
term Cf, with the identification of the hidden costs from activities qualitatively classified
and associated to costs of non quality (CNQ ) and costs of low productivity (CPD). The
third and final point was characterized by the use of Life Cycle Cost (LCC) to check
the impact of the two ways of calculating the costs of maintenance in four situations
presented and customarily experienced in day-to-day maintenance, that are: to
continue providing maintenance, reform partially or completely the existing equipment
or replace the equipment for a new one. Thus, we obtain the following final results: (1)
the establishment of a classification determined by the FMEA tool that allowed to
identify and measure in the maintenance activity the failure factor costs (Cf) and also
be used new ways to calculate the maintenance activity and consequently associate
with the measurement of hidden costs in this activity. (2) Both, the conventional way of
calculating the cost of maintenance and the form proposed by the formula Cman =
CP + CC + Cf, should be used together and in a complement way; (3) the LCC tool,
as the using of the two ways to calculate, has managed to rank the 4 situations,
proposed in the following way: restore partially (situation 3), maintain the condition of
the current maintaining ( situation 1), restore totally (situation 4) and replace for a
new equipment (situation 2).

Keywords: Hidden Cost . FMEA - Analysis of Failure Modes and Effects. LCC - Life
Cycle Cost
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Relação entre Precisão e Custo do sistema de mensuração...................14


Figura 2 – Distribuição de Serviços desnecessários .................................................18
Figura 3 – Árvore Estrutural sobre Gastos ................................................................25
Figura 4 – Sistemas de Informações Contábeis........................................................27
Figura 5 – Princípios de custeio ................................................................................31
Figura 6 – Custos tradicionais de manutenção .........................................................36
Figura 7 – Relação Custo e tipo de intervenção........................................................37
Figura 8 – Ponto ótimo de intervenção......................................................................38
Figura 9 – Relação Manutenção x Custos ................................................................39
Figura 10 – Relação entre tipo de atividade de Manutenção e o retorno obtido pelo
investimento realizado .................................................................................42
Figura 11 – Composição dos investimentos devido ao tipo de atividade de
manutenção e o retorno obtido ....................................................................43
Figura 12 – Estratificação das horas improdutivas na manutenção corretiva e
preventiva ....................................................................................................51
Figura 13 – Gráfico sobre a evolução da manutenção..............................................55
Figura 14 - Classificação da manutenção .................................................................59
Figura 15 – Exemplo de FTA.....................................................................................64
Figura 16 – Fontes dos Modos de Falha...................................................................74
Figura 17 – Coleta de Dados.....................................................................................82
Figura 18 – Roteiro para implantação da confiabilidade ...........................................86
Figura 19 – Análise LCC ...........................................................................................87
Figura 20 – Relação entre as interfaces....................................................................89
Figura 21 – Fluxo seqüencial ....................................................................................90
Figura 22 – Etapas do LCC .......................................................................................90
Figura 23 – Diagrama Organizacional.......................................................................96
Figura 24 – FTA ........................................................................................................97
Figura 25 – FMEA .....................................................................................................98
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Conceitos básicos de custos ..................................................................26


Quadro 2 – Definições dos componentes do RISC ...................................................35
Quadro 3 – Tipos de perdas quanto ao resultado do processo.................................48
Quadro 4 – Tipos de perdas quanto ao resultado do serviço de engenharia ............49
Quadro 5 – Tipos de perdas quanto ao resultado do serviço de manutenção ..........50
Quadro 6 – Associação dos tipos de custos ocultos com tipos de perdas ................50
Quadro 7 – Mensuração dos “Custos ocultos” ..........................................................52
Quadro 8 - Classificação dos termos da fórmula 3....................................................54
Quadro 9 - Planilha de medição mensal ...................................................................54
Quadro 10 - – Definições básicas de manutenção....................................................60
Quadro 11 - Comparação sobre a evolução da visão da manutenção......................61
Quadro 12 – Conceitos básicos do FMEA ................................................................67
Quadro 13 – Detectabilidade.....................................................................................68
Quadro 14 – Freqüência ...........................................................................................68
Quadro 15 – Severidade ...........................................................................................68
Quadro 16 – Modos de falhas Básicos......................................................................69
Quadro 17 - Variáveis de investigação e indicadores de pesquisa ...........................80
Quadro 18 – Planilha básica do FMEA .....................................................................83
Quadro 19 – Esquema metodológico ........................................................................93
Quadro 20 - Tipos de atividades complementares ....................................................98
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Pareto para situação 1 (condição atual) ................................................104


Tabela 2 – Pareto para situação 2 (Troca) ..............................................................104
Tabela 3 – Pareto para situação 3 (Repotenciamento) ...........................................104
Tabela 4 – Pareto para situação 4 (Reforma Geral)................................................105
Tabela 5 – Tabela comparativa entre as opções 1 e 2............................................107
Tabela 6 – Conclusão sobre a influência dos custos ocultos ou mal estruturados..109
Tabela 7 – Resumo sobre a classificação entre as situações propostas ................110
LISTA DE SIGLAS

(CP+ CC) dep - Custos com depreciação


(CP+ CC) ext - Custos com serviços externos e terceirização envolvendo
manutenção Preventiva e/ou manutenção Corretiva
(CP+ CC) loc = Custos com atividades de locomoção
(CP+ CC) log - Custos com atividades de logística
(CP+ CC) pes - Custos com pessoal (mão-de-obra) envolvendo manutenção
Preventiva e/ou manutenção Corretiva
Ab - Elementos de custo de absenteísmo
ABC – Custeio Baseado em Atividades
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRAMAN – Associação Brasileira de Manutenção
AT - Elementos de custos de acidente de trabalho
CCdes - Custos Corretivos com descarte
Cf ou CT – Custos das falhas de manutenção
CFer – Custos com Ferramentas
Cic - Custos decorrentes da insatisfação do cliente
CIF – Custos Indiretos de Fabricação
Cinv – Custos com investimentos
Cman – Custos Totais de Manutenção
Cmat – Custos Totais de Materiais
CMO – Custos de Mão-de-Obra
Cmu - Custos decorrentes de multas ou processos judiciais em decorrência
da falha
CNQ - Custo de não qualidade
CP – Custos com atividades de prevenção
CP taxas - Custos com impostos, taxas, etc...
CPD - Custo ligado à produtividade direta
Cpfa - Custos decorrentes da perda de faturamento
CPmel - Custos Preventivos com melhorias
FMEA – Análise de Modos de Falha e Efeitos
FTA - Árvore de Análise de Falhas
GI – Grau de Importância
HH – Homem-Hora
IF - Inspeção Funcional
IP - Inspeção Preditiva
LCC – Custo do Ciclo de Vida
MAXIMO – Sistema Informatizado para gerenciamento da Manutenção
MC - Manutenção Corretiva
MTBF – Tempo Médio entre Falhas ou TMEF
MTTR – Tempo Médio Para Reparos ou TMPF
Nf - Número de falhas possíveis de ocorrer em determinado período
OS – Ordem de Serviço
QFD – Desdobramento da Função Qualidade
RF – Reparo Funcional
RISC – Custo Relativamente Mal Estruturado
RKW – Método de Custeio Baseado em Centros de Custos
RP - Elementos de custos de rotação de pessoal
RP - Restauração Preventiva
RWSC – Custo Relativamente Bem Estruturado
SESMT – Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho
SIGMA – Sistema Informatizado de Gerenciamento da Manutenção
SIM – Sistema Integrado de Manutenção
SO - Serviço Operacional
SP - Substituição Preventiva
TPM – Manutenção Produtiva Total
UEP – Método de Custeio baseado em Unidades de Esforços de Produção
VPL – Valor Presente Líquido
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA PESQUISA..............................13


1.1 Formulação do Problema.............................................................................13
1.2 Justificativa...................................................................................................16
1.3 Objetivos .......................................................................................................20
1.3.1 Objetivo Geral.................................................................................................20
1.3.2 Objetivos Específicos .....................................................................................21
1.4 Estruturação da Dissertação .......................................................................21

CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................23


2.1 Custos ...........................................................................................................23
2.1.1 Estruturação do Sistema de Mensuração.......................................................23
2.1.2 Relação entre Sistema de Produção e Sistema de Gestão de Custos...........29
2.1.3 Custos na Manutenção...................................................................................35
2.1.4 Conceituando “Custos Ocultos”......................................................................46
2.2 Manutenção Industrial..........................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
2.2.1 Classificação da Manutenção.........................................................................57
2.2.2 Confiabilidade e FMEA ...................................................................................62
2.2.3 Índices de Manutenção...................................................................................70
2.3 Ciclo de Vida .................................................................................................72

CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .........................................78


3.1 Tipo de Pesquisa ..........................................................................................78
3.2 Sujeitos da Pesquisa....................................................................................79
3.3 Definição das Variáveis da Pesquisa..........................................................79
3.4 Coleta de Dados ...........................................................................................80
3.5 Ferramenta da Pesquisa ..............................................................................84
3.6 Tratamento dos Dados.................................................................................88
3.7 Limitações do Método Escolhido................................................................91
3.8 Etapas do Processo de Pesquisa................................................................92

CAPÍTULO 4 - RESULTADOS OBTIDOS ................................................................95


4.1 Caracterização da Empresa Pesquisada ....................................................95
4.2 Caracterização do Equipamento Estudado................................................95
4.3 Aplicação da FMEA ......................................................................................95
4.4 Levantamento e Mensuração dos Custos ..................................................99
4.4.1 Comparativo do Uso das Fórmulas 2 e 3 .......................................................99
4.4.2 Cálculo dos Custos Ocultos..........................................................................102
4.5 Cálculo dos Índices de Manutenção Relacionados com FMEA e Custo
Oculto ..........................................................................................................103
4.6 Cálculo do Ciclo De Vida ...........................................................................103

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇOES ........................................108


5.1 Recomendações para Trabalhos Futuros ................................................111

REFERÊNCIAS.......................................................................................................112

ANEXOS .................................................................................................................117
ANEXO A – Filtro Prensa ......................................................................................118
ANEXO B - ORDEM DE SERVIÇO DO SISTEMA MÁXIMO COMPONENTE:
ROLOS.........................................................................................................119
ANEXO C - FTA dos Rolos - Componente: Selos/ FTA das Válvulas -
Componente: Sistema Hidráulico/ FTA da Tubulação - Componente:
Válvulas/ FTA do Circuito Elétrico - Componente: Tubulação/ FTA dos
Coletores - Componente: Circuito Elétrico/ FTA das Placas -
Componente: Coletores/ FTA dos Selos - Componente: Placas............120
ANEXO D - FMEA Sistema Mecânico / FMEA Sistema Elétrico e Hidráulico /
FMEA Sistema Hidráulico ..........................................................................128
ANEXO E - Árvore de Custos ...............................................................................131
ANEXO F - Quadro dos custos anuais para forma tradicional..........................133
ANEXO G - Quadro dos custos anuais para a forma proposta na fórmula 3...134
ANEXO H - Quadro dos custos anuais para cálculo de Cf ................................135
ANEXO I - Planilha de Custos ..............................................................................136
ANEXO J - Planilha de LCC (Situações 1 e 2)/ Planilha de LCC (Situações 3 e 4)
.....................................................................................................................137
ANEXO K - Planilha do VPL para opção 1/ Planilha do VPL para opção 2.......139
CAPÍTULO 1 - ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA PESQUISA

Com o objetivo de demonstrar a importância do tema abordado, apresenta-se,


neste capítulo inicial uma breve evolução da gestão dos processos de manufatura
para atender as novas demandas existentes e o respectivo impacto que estas geram
dentro da mensuração dos custos.
Considerando aspectos de ordem prática e teórica, este capítulo apresenta o
problema pesquisado e evidencia as características que justificam a realização do
mesmo associado aos objetivos propostos.

1.1 Formulação do problema

A recente crise existente no ano de 2008 provoca duas conseqüências:


redução drástica do crédito e a constatação de que não basta às empresas saberem
reagir ao mercado e às suas crises, elas precisam se prevenir e antecipar cenários,
ou seja, a empresa não deve ser reativa e sim proativa. A retração do crédito dentro
do mundo globalizado, onde a concorrência é mais acirrada, afeta as empresas que
se sentem pressionadas a rever seus investimentos e redimensionar seus custos
para se manterem competitivas no mercado. Este redimensionamento de custos
ocorre de forma compulsória visando à sobrevivência da empresa e como é feito de
forma reativa, o foco está na redução ou corte dos custos. Segundo Padoveze (2006),
a eficácia dessa forma de redução é incerta, pois áreas vitais para a geração de
receita podem ser atingidas, o que ressalta a importância da contabilidade gerencial
possuir um sistema de gestão de custos que forneça informações úteis, para a
gerência tomar as melhores decisões.
Para as empresas que conseguiram se antecipar e se prevenir, o
redimensionamento de custos ocorre de forma programada, visa obter para a
empresa o que Porter (1992) definiu como vantagem competitiva. Essa vantagem é
obtida porque em uma concorrência ou competição onde existe a escassez de crédito
e retração do mercado, o tipo de relação ganha-perde dominam as relações
comerciais, como conseqüência os bens ou serviços de menor custo tendem a ser os
mais procurados
14

e na relação demanda-oferta as empresas que possuem esta condição (fornecimento


de bens ou serviços mais baratos) saem ganhando dos concorrentes. Esta forma de
redimensionamento é a mais eficaz, pois segundo Hansen (2003) existe uma relação
entre a precisão do sistema e o custo inerente. Esta relação é apresentada na Figura
1:

Figura 1 – Relação entre Precisão e Custo do sistema de mensuração


Fonte: Hansen (2003).

A Figura 1 apresenta no eixo das abcissas a precisão do sistema de


mensuração de custos e no eixo das ordenadas o custo decorrente para o
desenvolvimento da precisão. Assim, verifica-se a existência de três curvas
decorrentes desta relação, onde a curva “Custo de Mensuração” representa os custos
associados com as mensurações requeridas pelo sistema de gestão de custos
adotado. Esta curva possui aspecto exponencial (quanto mais preciso for o sistema,
maior o custo para sua implantação). A curva referente ao “Custo do Erro” na
mensuração representa os custos associados com tomadas de decisões inadequadas
ou ineficazes baseadas em custos imprecisos de bens ou serviços. Esta curva possui
aspecto logarítmico (quanto mais preciso for o sistema de mensuração, menor as
conseqüências devido à erros de medição). A terceira curva (custo total) é a
composição das duas curvas anteriores. Observa-se que quanto mais baixo o custo
de mensuração, maior o custo decorrente de erro na apropriação pois as curvas,
segundo Hansen (2003), são conflitantes. Este conflito dificulta e muito a eficácia da
15

tomada de decisão quanto ao redimensionamento dos custos, principalmente quando


ocorre de forma reativa onde a preocupação é a redução dos custos das atividades,
visto que uma medição imprecisa não reflete a realidade, oculta fatos e dados que
permitiriam a solução eficaz do problema.
A relação apresentada na Figura 1 identifica-se com o conceito de “custo
oculto”, uma vez que um sistema preciso consegue reconhecer aspectos de
atividades que um sistema menos preciso não consegue (linha das abcissas).
Todavia, esta precisão possui um custo (curva custo de mensuração) que está
relacionado de forma direta (maior precisão, maior o custo para obtê-la). Esse fato
pode ser um gerador de “custos ocultos”, pois o antagonismo existente no
comportamento das curvas “Custo de Mensuração” e “Custo do Erro” associado a
limites de recursos financeiros induz muitas empresas a adotarem sistemas menos
preciso e, com isto, deixam de “enxergar”, ocultando mensurações de atividades e
seus respectivos custos pois, falhas não percebidas por sistemas menos precisos são
identificadas pelos sistemas mais precisos de forma que possam ser solucionadas
minimizando ou eliminando perdas, reduzindo o custo do erro (curva custo de erro).
Segundo Bornia (2008), o ajuste e otimização dos custos é um processo
permanente e isto gera impactos no decorrer do ciclo de vida do produto, o que torna
imperioso para a sobrevivência da empresa tomar decisões e medidas de forma
preventiva que se referem eficazes e rápidas, com a mensuração dos custos
respectivos obtida de forma mais precisa e menos onerosa possível, a fim de gerar
assim impactos gerenciais positivos.
Para Kardec (2002) somente a partir do uso eficiente de um modelo flexível de
gerenciamento de custos que identifique, mensure e avalie sistematicamente os
custos indiretos, consegue-se mostrar a importância estratégica da atividade de
manutenção, cada vez mais crescente e de difícil visualização devido ao grau de
subjetividade. Esta resulta da dificuldade de se estabelecer parâmetros para as
atividades de manutenção alinhadas à estratégia da empresa. Tal dificuldade atribui-
se a três fatores:
O primeiro, segundo Bornia (2008), deve-se ao fato da atividade de
manutenção ser considerada uma atividade que não agrega valor efetivo, mas
propicia suporte para as atividades que agregam valor;
O segundo fator, segundo Almeida (2001), é devido a complexidade técnica
existente na atividade de manutenção que exige serviço especializado e o terceiro
16

fator está relacionado ao fato da atividade de manutenção ser considerada serviço.


No caso da manutenção industrial, a mesma está inserida dentro de um processo de
manufatura, o qual sempre adota um sistema de gerenciamento de custos voltado
para manufatura. Segundo Kardec (2002), é fundamental para a atividade de
manutenção desenvolver no âmbito do seu planejamento índices de mensuração
relacionados à produtividade, qualidade e flexibilidade para atingir o alinhamento
desejado.
Segundo Severiano Filho (1998), devido ao avanço tecnológico da manufatura
os atuais sistemas precisam se adaptar as novas demandas como a mensuração dos
custos da produtividade, dos custos da qualidade e dos custos da flexibilidade.
Severiano Filho (1998) esquematiza a organização desses custos em duas
categorias: custos relativamente bem estruturados (RWSC) e custos relativamente
mal estruturados (RISC). Os custos de produtividade estão relacionados ao RWSC,
pois tratam de inputs tangíveis (facilmente quantificáveis). Por sua vez, os custos da
qualidade e da flexibilidade estão relacionados ao RISC, devido ao fato de existir
relativa falta de conhecimento sobre os mesmos, o que gera oportunidade para
aparecimento de “custos ocultos”. Observa-se também que as definições existentes
sobre os termos custos da qualidade e custos da flexibilidade e seus índices estão
associadas à operação da manufatura e a manutenção precisa desenvolver os seus
respectivos índices e definições equivalentes, para minimizar esta falta de
conhecimento que proporciona a existência de “custos ocultos” e promover o
alinhamento de suas atividades com a estratégia da empresa. Assim, elabora-se a
seguinte questão-problema:
“Como identificar os custos ocultos ou custos mal estruturados no setor de
manutenção industrial de uma mineração de forma a se obter o melhor ciclo de LCC
(Custo do Ciclo de Vida) do produto?”

1.2 Justificativa

Segundo Padoveze (2006), a utilização de custos dentro das empresas é


essencialmente gerencial, por isto, a contabilidade de custos desde seus primórdios
sempre esteve em constante evolução e não está presa a nenhuma regra contábil
17

específica. O único fundamento da contabilidade de custos é sua efetiva e eficaz


utilização dentro das organizações.
Padoveze (2006), Cogan (2007) e Porter (1992) afirmam que é imprescindível
que os aspectos conceituais da contabilidade de custos sejam analisados, entendidos
e praticados durante a formação do custo de todos os recursos e na sua respectiva
relação com as atividades e/ou produtos e serviços finais. Hansen (2003) defende
que um dos grandes desafios dentro da contabilidade gerencial neste novo contexto
está em se descobrir o ponto de equilíbrio no gráfico da Figura 1. Para isso, é
necessário entender os novos fatores que provocam essas mudanças.
Já Almeida (2001) afirma que para atender as maiores exigências gerenciais
impostas pelo mercado globalizado, em termos de redução dos custos operacionais,
flexibilidade e qualidade dos produtos e serviços prestados aos clientes, novas
funções antes consideradas secundárias tornam-se tão importantes quanto a
atividade fim da empresa, dentre elas a manutenção.
Bornia (2008) destaca que, dentro do novo ambiente competitivo existente, é
necessário que as empresas possuam duas características fundamentais dentro do
seu modelo de gestão para conseguir sobreviver a constante evolução e acirramento
da concorrência, quais sejam: melhoria contínua associada com a eliminação do
desperdício e filosofia da qualidade total.
Diante deste cenário, torna-se evidente que a busca pela excelência é o
caminho a ser trilhado pelas empresas que exigem tratamento em diversas áreas, tais
como: manutenção, logística, assistência técnica, segurança e meio-ambiente. Como
conseqüência desta atuação em várias áreas surge a necessidade de planejamento e
de priorização.
Padoveze (2006) discute que na contabilidade gerencial, necessita-se de um
processo classificatório que permita agrupar os custos em determinadas classes de
forma a melhorar as apurações, análises e conseqüentes tomadas de decisão.
Almeida (2001), Porter (1992) e Kardec (2002) afirmam que um dos critérios de
priorização de atividades se refere ao alinhamento com as diretrizes do planejamento
estratégico ou com o valor que a mesma possui dentro do processo produtivo.
Baseados nesses critérios existem serviços necessários (alinhados com o
planejamento estratégico ou que agregam valor ao processo produtivo, ou que dão
suporte para as atividades que agregam valor) e serviços desnecessários ou
secundários. A ABRAMAN (2003) em seu documento nacional afirma que,
18

atualmente, no Brasil existe a seguinte distribuição de serviços de manutenção, como


demonstra a Figura 2:

Desnecessários Necessários
25% 75%

Figura 2 - Distribuição de Serviços desnecessários


Fonte: ABRAMAN (2003).

Os serviços desnecessários de manutenção são responsáveis por 25% das


atividades e consomem boa parte desses recursos, de entre esses se destacam:
excesso de manutenção preventiva; problemas de qualidade de mão-de-obra que
geram repetição de serviços e maior tempo em sua execução; desvio de recursos
(materiais e humanos) para cobrir deficiências de outros setores, além de outros.
Desta forma, verifica-se a necessidade do desenvolvimento de sistema de gestão de
custos com maior grau de precisão que consiga mensurar as atividades de
manutenção de forma mais adequada com as características e a dinâmica do
processo, que envolva função Manutenção associada à divisão estabelecida na
Figura 2.
Prahalad (2000) destaca que como a precisão requerida do sistema de gestão
de custos e os critérios de priorização estão relacionados com a estratégia das
empresas, é fundamental saber “o que” se deve priorizar e medir, pois é comum
ocorrerem casos de fracassos como, por exemplo, na implantação do sistema de
gerenciamento da qualidade total na Kodac e HP, devido ao foco ter sido apenas em
“como” se prioriza e se mede, sem levar em consideração este alinhamento com “o
que” medir , priorizar e também com a cultura das empresas.
Todavia, Padoveze (2006) afirma que o método é o fundamento teórico mais
importante na questão da contabilidade de custos. Porém não é o único. Por isto,
definido o método a ser utilizado na empresa, todos os demais fundamentos e
processos decisórios deverão ser modelados à luz do método adotado.
Consequentemente, os termos “o que” (princípios de custeio) e “como” (método de
custeio) fazer e medir possuem igual importância e precisam andar em parceria, pois
19

são complementares e fundamentais no processo de identificação dos “custos


ocultos”.
É necessário, portanto, que os sistemas contábeis se utilizem de progressos
que ocorram no ambiente de manufatura, sendo que, dentro destes avanços,
destacam-se: a teoria das restrições, a manufatura just-in-time e a gestão da
qualidade total como as que mais se sobressaíram nesta última década em função do
resultado apresentado pelas empresas que as adotaram em seu gerenciamento de
rotina como, por exemplo, a CSN, GE, GM, Inbev, Intel, Nissan, Toyota e Votorantim.
(EXAME, 2009).
Werkema (2002) discute que dentro da filosofia da qualidade total, tão
importante quanto a identificação das fontes de falha é a sua medição para se
verificar o impacto que provocam e assim desenvolver, com base nesta medição,
uma série de medidas preventivas e/ou corretivas priorizadas de acordo com o valor
obtido.
Deming (1990), considerado o “pai” do programa de qualidade total no Japão,
afirma que não se pode gerenciar aquilo que não se mede. Para se identificar e medir
os “custos ocultos”, é necessário ter o conhecimento do processo produtivo e o
respectivo mapeamento das atividades da função manutenção, para o
desenvolvimento dos dados que, depois de analisados, fornecerão informações
fundamentais para o processo de identificação e mensuração dos custos ocultos,
observando que os serviços desnecessários estarão dentro da parcela conhecida
como “custo oculto”.
Siqueira (2005) afirma que na manutenção e no gerenciamento de ativos, tão
importante quanto estabelecer o que deve ser feito é também se estabelecer o que
não pode ser feito, principalmente para fornecer parâmetros para a segurança do
trabalho no programa de prevenção de acidentes e na determinação dos níveis de
risco. Para isto é necessário realizar a avaliação das conseqüências das falhas como
parte da análise de modos e efeitos da falha (FMEA).
No FMEA, a lógica de seleção entre atividades necessárias e não necessárias
com a lógica de decisão sobre como atuar dependem do estabelecimento das
funções, das falhas e dos modos de falhas. Para Scapin (1999) e Siqueira (2005)
estabelecer as funções, as falhas e os modos de falha, é necessário o conhecimento
sobre os mecanismos de falhas existentes e, neste estudo a, modelagem da
probabilidade de falha se realiza por unidade de tempo.
20

Segundo Scapin (1999) a variável de tempo t usada na modelagem estocástica


pode ser substituída por qualquer outra variável que represente o ciclo operacional da
função e esteja relacionada com a probabilidade de ocorrência de falhas, tais como:
horas, meses, rotações, produção, quilômetros, ciclos de abertura ou de paradas ou
de reabastecimento, e entre outros. Para Motta (2002) e Sotile (2007), isto permite o
intercâmbio com outras ferramentas (LCC - Custos por ciclo de vida), que utilizam
como fator de medição do tempo unidades como o ciclo de forma sinérgica para
auxiliar o sistema de gerenciamento de custos na medição dos “custos ocultos”.
Segundo Prahalad (2000), no processo decisório quanto à continuação ou
interrupção de uma atividade para a fabricação de um produto ou o fornecimento de
um serviço, é necessário ter o conhecimento da expectativa restante de vida e a
relação entre os resultados esperados e os obtidos e, para isto, é imprescindível o
conhecimento sobre o ciclo de vida desenhado e planejado para o mesmo.
É importante que o local, aonde seja realizado o estudo possua
representatividade dentro do cenário em que a mesma está inserida. Assim, a
escolha do tema Mineração obedecem a três fatores. O primeiro, reside no fato das
exportações no Brasil estarem baseadas em commodites e a Mineração responder
por 62% do que é exportado, ou seja, desde a década de 1990 o principal setor
produtivo de exportação no Brasil é a mineração. O segundo, foi o fato do IBGE
classificar e publicar em seus relatórios em 2006 e 2008 que a mineração de ferro,
em função do volume produzido e do valor de mercado existente, tenha sido o
principal produto de exportação brasileiro. O terceiro e último fator reside na
constatação da ABRAMAN (em seu documento nacional emitido anualmente após a
realização de seu congresso de manutenção), afirmar que o setor de mineração
possui a segunda maior relação entre custo de manutenção e faturamento bruto,
perdendo apenas para o setor Siderúrgico.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Identificar, mensurar e avaliar os custos ocultos ou mal estruturados dentro do


setor de manutenção industrial de uma Mineração, de forma a obter o melhor ciclo de
vida do produto.
21

1.3.2 Objetivos Específicos

a) Caracterizar o sistema de gestão de custo utilizado na usina de mineração


estudada, com foco no setor de manutenção;
b) mapear as atividades inerentes ao setor de manutenção na usina de
mineração estudada associado aos critérios: função, falha e modo de falha
de acordo com a recomendação do FMEA ;
c) identificar os custos ocultos existentes no setor de manutenção na usina de
mineração estudada;
d) mensurar os custos ocultos mapeados
e) avaliar os custos ocultos mensurados, relacionando-os com o ciclo de vida
dos bens e serviços que recebem manutenção, de forma a elaborar o
respectivo LCC (Custo do Ciclo de Vida).

1.4 Estruturação da Dissertação

Esta dissertação segue uma estrutura dividida em cinco capítulos. Neste


Capitulo é realizada a apresentação do problema, suas justificativas, objetivos
propostos e como este trabalho está estruturado. O capítulo 2 possui cunho teórico,
apresenta o conceito relacionado. Dentro de três áreas básicas envolvidas nesta
pesquisa: Custos, Manutenção e Ciclo de Vida resultando em uma sub-divisão em
capítulos 2.1, 2.2 e 2.3. No item 2.1, é apresentado o conceito fundamental de custos
associados à manutenção e dos “custos ocultos”. No item 2.2 fornece-se uma
cobertura de informações sobre conceitos relacionados à terminologia de
manutenção, sua classificação, seus índices de medição e a associação com o
FMEA. No item 2.3, finalizamos o Capítulo com apresentação do conceito necessário
para o entendimento do ciclo de vida envolvido. A ordem existente no Capítulo 2 foi
determinada de forma decrescente, baseada na influência que cada uma das três
áreas básicas possui dentro desta pesquisa.
O Capítulo 3 possui cunho metodológico, nele apresenta-se toda a seqüência
envolvida para determinado método adotado e suas respectivas etapas a serem
desenvolvidas na obtenção e formatação dos dados, aplicar-se os conceitos
apresentados no Capítulo anterior. Por isto, o Capítulo 3 está sub-dividido nos itens
22

3.1(tipo de pesquisa), 3.2 (sujeitos da pesquisa), 3.3 (definição das variáveis de


pesquisa), 3.4 (coleta de dados), 3.5 (ferramenta da pesquisa), 3.6 (tratamento dos
dados), 3.7 (limitações do método escolhido) e 3.8 (etapas do processo de pesquisa),
para obter-se desta forma, os meios necessários no desenvolvimento da pesquisa.
No capítulo 4 ocorre a aplicação do procedimento recomendado no capítulo 3 e
utilização dos conceitos existentes no capítulo 2. Desta forma, o capítulo 4 está sub-
dividido nos itens 4.1(desenvolvimento do FMEA), 4.2(custos), 4.3 (cálculo dos
índices de manutenção relacionados com FMEA e custo oculto), 4.4 (cálculo do ciclo
de vida). Esta seqüência foi estabelecida em função do objetivo proposto, no qual
procura-se relacionar: FMEA - custos ocultos – índices de manutenção – ciclo de
vida. O FMEA servirá de base de dados para obtenção dos custos ocultos e esta
relação será medida através de índices de manutenção específicos e posteriormente
avaliados os impactos destes custos ocultos dentro do ciclo de vida.
No capítulo 5, são apresentadas as considerações finais e recomendações
para futuros trabalhos. Nos anexos são encontrados os diagramas e as planilhas
desenvolvidas no decorrer da pesquisa. Assim, de acordo com a seqüência de
execução das atividades desenvolvidas tem-se a apresentação do equipamento
envolvido, de uma Ordem de Serviço (OS), das FTA’s dos problemas levantados, do
FMEA, da árvore de custos, das planilhas de levantamentos de custos e da planilha
para análise do LCC.
A aplicação do método, bem como dos conceitos que este envolve, encluem o
que foi exposto nos capítulos anteriores.
CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para facilitar a compreensão sobre o tema abordado, apresentam-se neste


capítulo os conceitos necessários para o desenvolvimento da base teórica, que
servirão de fundamento ao desenvolvimento das ações a serem realizadas nas
etapas seguintes. Assim, este capítulo está focado em três temas básicos: Custos,
Manutenção e Ciclo de Vida que são apresentados de forma a evidenciar a
correlação existente entre eles e os princípios que guiarão a formação da lógica a ser
adotada na metodologia.

2.1 Custos

2.1.1 Estruturação do sistema de mensuração

Segundo Padoveze (2006), desde a revolução industrial ocorrida por volta de


1760 até hoje, a contabilidade de custos vivenciou mudanças relevantes,
evidenciadas pela reformulação de objetivos e pela ampliação do seu campo de
atuação. Assim, a partir da Primeira Guerra Mundial, a contabilidade de custos deixou
de ter como objetivo único a avaliação de inventários, de produtos vendidos e de
resultados obtidos.
Cogan (2007) afirma que devido à mecanização gradativa das operações
industriais, as determinações do valor da produção, dos inventários e dos resultados
obtidas começam a demonstrar-se cada vez mais complexos, em virtude
fundamentalmente da importância crescente de novos custos de produção, originados
da mecanização dos processos produtivos, os quais apresentavam dificuldades na
mensuração do valor incorporado aos produtos fabricados pelas empresas.
Com o crescimento das organizações empresariais, sendo notória a
intensificação da concorrência e a conseqüente escassez de recursos, surgiu a
necessidade de se aperfeiçoar os mecanismos de planejamento e controle das
atividades empresariais. Verificou-se então, que as informações fornecidas pelos
sistemas de custos, desde que organizadas de forma apropriada, assim como
24

resumidas e relatadas, poderiam constituir um importante subsídio para a execução


de tais atividades administrativas (planejamento e controle). Dessa forma, a
contabilidade de custos começa a se transformar, gradativamente, num verdadeiro
sistema de informações gerenciais de vital importância para a gestão empresarial.
Subsidiada pelo o desenvolvimento de sistemas de processamento eletrônico de
dados, os quais permitiram a elaboração e o manuseio de um grande volume de
informações em tempo reduzido. Estes introduziram melhorias fundamentais em
termos de confiabilidade das informações fornecidas pelos novos sistemas de custos.
Para Bordeaux-Rêgo (2008) esta evolução histórica do sistema de
contabilidade de custos evidencia a importância da correta conceituação de custos
dentro do sistema gerencial, pois tal conceituação estabelece os princípios básicos
que nortearão o sistema de mensuração de custos determinando o rumo dos estudos
de viabilidade econômico-financeira de qualquer empreendimento. Com base em
Hansen (2003), considera-se custos como o valor dos bens e serviços consumidos na
produção de outros bens e serviços. Estes consumidos, segundo Tiffany e Peterson
(1996), representam o esforço desenvolvido pela empresa na sua atividade de
manufatura ou na prestação de serviço.
Segundo Bornia (2008), os esforços da empresa podem ser divididos em
trabalho e desperdício. O trabalho pode ser dividido em trabalho que agrega valor e
trabalho que não agrega valor.
Prahalad,C.K. e Hamel (2000) e Motta (2002) afirmam que o trabalho que
agrega valor ou trabalho efetivo compreende as atividades que realmente modificam
o produto ou serviço, fazendo-o valer mais do que antes. Para Sotile (2007), o
trabalho que não agrega valor, pode ser dividido em duas partes: trabalho adicional e
desperdícios. O adicional compreende as atividades que não aumentam o valor do
produto ou serviço, mas fornecem apoio para o trabalho efetivo. Os desperdícios não
adicionam valor aos produtos ou serviços e também não são necessários ao trabalho
efetivo, sendo assim desnecessários além de, muitas vezes, proporcionarem
diminuição do valor dos produtos ou serviços oferecidos. Conseqüentemente, verifica-
se a necessidade de mensuração monetária das atividades que agregam valor, das
que não agregam valor e dos desperdícios.
Hansen (2003) associa as atividades que agregam valor com custo direto e as
que não agregam valor com custo indireto. Já para Cogan (2007), esse tipo de
associação é uma forma de classificação visando à tomada de decisão dentro do
25

critério de facilidade de alocação. Observa-se que a questão do desperdício não faz


parte deste tipo de categorização, o que resulta em uma deficiência do sistema de
custos diretos e custos indiretos dentro desta nova realidade precisa ser atualizado e
inserir no sistema a questão da mensuração do desperdício.
Para suprir esta necessidade, o primeiro passo é o estabelecimento de
conceitos básicos, demonstrados na Figura 3 e no Quadro1.

Despesa
Investimento

Custos
Gasto

Despesa
Consumo

Custos

Figura 3 – Árvore Estrutural sobre Gastos


Fonte: Viana (2002).

Na Figura 3, é estabelecida uma relação que facilita o entendimento de como


um sistema de mensuração pode ser dividido, complementados pelos conceitos
expostos no Quadro 1., na Figura 3 o gasto monetário é dividido em duas partes
alocadas segundo o foco de atuação em manutenção da condição atual (consumo) e
melhoria da condição atual (investimento). Para cada um dos focos (investimento ou
consumo) a mensuração se divide com base no critério de relação direta (consumo) e
indireta com a atividade produtiva a ser mensurada.
Estabelecida esta estrutura básica, segue-se para a definição dos parâmetros
envolvidos. Estes parâmetros segundo Cogan (2007) devem considerar a relação
entre a atividade produtiva a ser mensurada quanto ao aspecto de variabilidade (fixo
ou variável), a influência no processo produtivo (direta ou indireta) e a agregação de
valor. Se a atividade não agrega valor a mesma é considerada desperdício.
26

ITEM Classificação Definição


É todo esforço monetário com o objetivo de manter, expandir ou
1 Gasto
melhorar suas operações

É todo esforço monetário com o objetivo de expandir ou melhorar


2 Investimento
suas operações
É todo esforço monetário com o objetivo de manter suas
3 Consumo
operações

É o gasto ocorrido na aquisição de um bem ou serviço não ligado


4 Despesa diretamente na atividade produtiva e que possui a finalidade de
obter receita para a organização

É o gasto ocorrido na aquisição de um bem ou serviço com o


5 Custo
objetivo de ser aplicado diretamente na atividade produtiva

São todos os custos que a organização tem, independente da


quantidade produzida pelo seu processo, ou seja, é um valor
6 Custo fixo constante em termos absolutos. Porém, quanto maior for a
quantidade produzida, o valor monetário do custo fixo por unidade
será menor

Podem ser eliminados em curto prazo caso a empresa encerre


7 Custo fixo eliminável
temporariamente suas atividades.Ex.: Salários, aluguéis, etc.

Custo fixo não Não são passíveis de eliminação a curto prazo. Ex.: depreciação
8
eliminável de instalações.

É o custo caracterizado por ser proporcional à produção da


9 Custo variável
empresa.

É o custo que pode ser relacionado diretamente com o produto,


10 Custo direto
processo, centro de trabalho ou qualquer outro objeto.

É o custo que não pode ser relacionado diretamente com o


11 Custo indireto produto, processo, centro de trabalho ou outro objeto,
necessitando de algum fator ou indexador para relacioná-lo.

É o resultado de toda atividade que não agrega valor de forma


direta (trabalho efetivo) e nem indireta (trabalho adicional,
12 Desperdício
responsável por fornecer suporte às atividades que agregam
valor).

São custos que não representam o consumo dos insumos, pela


Custo de
13 empresa, mas o quanto alguém deixou de ganhar pelo fato de ter
oportunidade
optado por um investimento ao invés de outro.
Quadro 1 – Conceitos básicos de custos
Fonte: Viana (2002)

O Quadro 1 apresenta também o conceito de custo de oportunidade, pois este,


segundo Viana (2002), auxilia na mensuração dos desperdícios. Assim, considerar
como o primeiro passo, o estabelecimento da lógica; o segundo, o estabelecimento
27

dos conceitos e parâmetros e o terceiro passo consiste em verificar como os mesmos


estão estruturados dentro do sistema de mensuração de custos. Para Cogan (2007)
e Bordeaux-Rêgo (2008), para se realizar esta verificação é necessário conhecer
como se desenvolve o registro de informações contábeis e sua relação com o sistema
produtivo e com o sistema de custeio adotado. Do resultado desta análise há a
constatação se os custos estão bem ou mal estruturados.
Segundo Sakurai (1997) e Bornia (2002), a partir das definições básicas se
parte em direção ao desenvolvimento do sistema que irá gerenciar todo o processo
de registro de informações contábeis. Padoveze (2006) e Cogan (2007) afirmam que,
de acordo com o objetivo proposto (gestão financeira ou gestão de custos), se
desenvolve-se um sistema específico, que Hansen (2003) define como sistema de
informações contábeis e apresenta a sua estrutura na Figura 4.

Figura 4 – Sistemas de Informações Contábeis


Fonte: Hansen (2003).

De acordo com a Figura 4, o sistema de informações de contabilidade


financeira é responsável pela contabilidade da empresa para atender aos aspectos
financeiros e legais, enquanto que o sistema de informações de gestão de custos
está voltado para a contabilidade gerencial. Comparando com o escopo desta
dissertação, dos dois sistemas apresentados, apenas o sistema de informações de
gestão de custos será tratado neste trabalho.
Para Hansen (2003) o sistema de informações de gestão de custos trata-se de
um subsistema com o objetivo de fornecer informações para os usuários internos
(gerência), por isso os critérios que governam a entrada e o processamento são
28

decididos internamente, ou seja, segundo Medeiros (1994) e Padoveze (2006),


diferente do sistema de informações da contabilidade financeira (que engloba a
contabilidade fiscal e financeira), no sistema de informações de gestão de custos não
se mostrar obrigatório acompanhar os princípios contábeis e o mesmo não está
condicionado às disposições legais, todavia este sistema precisa fornecer
informações fidedignas que permitam: a mensuração monetária correta dos produtos
e serviços, bem como o planejamento e controle de forma que auxiliem a correta
tomada de decisão.
Com base na Figura 4, observa-se que o sistema de informações de gestão de
custos possui uma subdivisão em: sistema de informações da contabilidade dos
custos e o sistema de controle operacional. O primeiro realiza toda a medição
monetária e prepara os relatórios contábeis. Está focado na mensuração e busca o
fato ocorrido. Enquanto que o segundo realiza a análise com foco na identificação das
oportunidades para melhorar e ajudar a encontrar meios para otimizar o processo,
para tanto precisa das informações recebidas pelo Sistema de Informações da
contabilidade dos custos. Esse sistema (controle operacional) está focado na análise
e propostas de soluções, portanto, busca a causa e meios de se evitar a repetição de
falhas, por isso é fundamental dentro de um programa de melhoria contínua. Para
realizar a análise e propostas de soluções, precisa-se de uma integração muito maior
com os demais sistemas do que o sistema de informações da contabilidade dos
custos.
Segundo Campos (1992), em algumas empresas esta divisão é realizada de
tal modo que a subordinação destes setores é distinta, ou seja, respondem a chefias
diferentes como forma de agilizar o processo de identificação e solução dos
problemas. Hansen (2003) informa que de acordo com o porte da empresa, esta
subdivisão pode deixar de existir, tornando-se o sistema de informações de gestão de
custos o responsável pela contabilidade gerencial.
Dentro da contabilidade gerencial, Sakurai (1997) e Beuren e Schlindwein
(2008) afirmam que um dos primeiros passos para um correto gerenciamento é o
conhecimento sobre o Sistema Produtivo da Empresa, por caracterizar a forma como
ocorre a manufatura e o tipo de produto que é produzido. Tal sistema fornece
informações que irão auxiliar na mensuração dos custos gerenciais. Da mesma
forma, Cogan (2007) relata a importância dos sistemas produtivos e de informação
possuírem um canal que possibilitem um gerenciamento eficaz, que envolva a gestão
29

dos custos e do processo, e acrescenta a necessidade da definição clara dos


fundamentos teóricos da contabilidade de custos que serão adotados.

2.1.2 Relação entre Sistema de Produção e Sistema de Gestão de Custo

Segundo Russomano (1988) e Slack et al (2001), existem basicamente três


tipos de Sistemas Produtivos, por encomenda, o de produção contínua e o
intermitente. O primeiro caracteriza-se pela fabricação descontínua de produtos não
padronizados, sendo que para cada produto, existe uma seqüência de operações
únicas e distintas. Esse tipo de sistema caracteriza-se pelo pequeno volume de
produção e pela grande variedade de produtos. O segundo define-se pela fabricação
em série de produtos padronizados, é o mais utilizado mundialmente para processos
industriais de beneficiamento de commodities. Observa-se nele o grande volume de
produção e a pouca variedade de produtos. Já o terceiro e último caracteriza-se pela
fabricação em lotes de uma série de produtos padronizados, mais utilizado em
processos industriais do ramo têxtil. Esse sistema apresenta um valor intermediário
tanto em nível de volume de produção, como pela variedade de produtos ofertados,
ou seja, possui uma produção maior do que o sistema de produção por encomenda,
menor do que o contínuo. Com relação à variedade de tipos de produtos ofertados ou
flexibilidade de mudança de linha de produção para alteração no fornecimento de
determinado tipo de produto, o sistema de produção intermitente possui uma
capacidade menor do que o processo por encomenda, contudo maior do que o
processo contínuo. Como esta dissertação se desenvolve em uma Mineração com
características de produção contínua, o sistema produtivo usado será este.
Para Cogan (2007), conhecido o sistema produtivo pode-se partir para a
definição do sistema que gerenciará a contabilidade de custos. Segundo Padoveze
(2006), a contabilidade de custos pode ser representada em três grandes
fundamentos: sistema de acumulação; forma de custeio e método de custeamento.
Assim, o primeiro citado é composto de instrumentos e critérios para registro e
guarda de informações segundo um ordenamento lógico. Existem quatro maneiras
básicas: acumulação por ordem, acumulação por processo, acumulação por
atividades e acumulação híbrida.
30

Para Padoveze (2006) acumulação por ordem é o sistema tipicamente usado


dentro do processo produtivo do tipo por encomenda como, por exemplo, escritório de
projetos de engenharia, ou seja, o armazenamento de dados tem como referência à
autorização para a fabricação de determinado produto ou serviço. Esta autorização
possui vários nomes como: ordem de serviço, ordem da fabricação, lote de produção.
Todas as informações para posterior cálculo do custo estarão dentro ou registradas
nesta autorização, ou seja, a produção de cada elemento de custo é acumulada
segundo ordens específicas de produção referentes a um determinado produto ou
lote de produtos. Esse sistema se diferencia do sistema de acumulação por processo,
poeque enquanto neste os gastos são acumulados, à medida que o processo avança,
no tipo de acumulação por atividade, a acumulação é restrita e específica de cada
atividade sem acumulação sucessiva.
Hansen (2003) afirma que a acumulação por processo é o sistema mais
utilizado por empresas que exigem processo contínuo. Esse sistema evidencia o
custo a cada processo de forma cumulativa. Essas empresas tendem a ter poucos
produtos, manufatura em massa e relativamente padronizada que utilizam
basicamente o mesmo processo de fabricação com pequenas alterações. O sistema
de acumulação por atividades é muito similar ao sistema de acumulação por
processo. Para Cogan (2007), com a utilização do método de custeio ABC a empresa
irá adotar o sistema de acumulação por atividades. O último sistema, acumulação
híbrida, possui esta denominação, pois é composto de dois dos sistemas de
acumulação citados anteriormente.
Segundo Sakurai (1997) e Wernke (2001), o conhecimento do processo
produtivo, a escolha do sistema de acumulação e a escolha do método de
custeamento devem ser realizados em conjunto e de forma seqüencial. Quanto à
forma de custeio, a mesma está dividida em basicamente dois grupos: custo real
(considera os gastos realizados) e custo prévio (considera dados futuros ou
esperados de forma a ter um custo de maneira antecipada), sendo o custo real a
forma mais comum e a adotada nesta dissertação. O método de custeamento
determina como serão mensurados e alocados os custos das operações.
Hansen (2003) afirma que a contabilidade de custos é representada pelo seu
respectivo sistema de custeio. Este é um conjunto de partes inter-relacionadas que
realizam um ou mais processos para atingir objetivos específicos, no caso o objetivo
é a mensuração dos custos no processo industrial, com base no sistema produtivo da
31

empresa e no sistema de acumulação de custos, os quais definem qual será o


sistema de Custeio adotado, que para Bornia (2008) é composto basicamente de
duas partes: Princípios de custeio e métodos de custeio. Sendo o primeiro princípio
de custeio são princípios ou filosofias que orientam os métodos de custeio. Existem
três princípios que regem os sistemas de custos: Custeio Total (ou integral), Custeio
por Absorção e Custeio Direto. O custeio total apropria todos os custos fixos aos
produtos. O custeio por absorção apropria os custos fixos, diferenciando-se do
custeio total apenas nos volumes alocados. O custeio direto assume que os custos
fixos não devem ser incluídos. Em comparação com a proposta de Padoveze (2006),
os princípios de custeio de Hansen (2003) equivalem à definição do método de
custeio de Padoveze (2006).Todavia para Sakurai (1997) Hansen (2003) e Cogan
(2007) existem no caso do método por absorção uma sub-divisão ,que é absorção
integral e a absorção ideal conforme Figura 5.

Figura 5 – Princípios de custeio


Fonte: Bornia (2008).

A diferença existente entre o princípio de custeio por absorção integral e o


princípio de custeio por absorção ideal está no fato não separar os desperdícios.
Enquanto que no último separa os desperdícios do cálculo do custo do produto ou
serviço.
Como o escopo desta dissertação trata da identificação de “custos ocultos”,
então os princípios de custeio direto ou variável não são indicados, pois os mesmos
por definição já descartam a medição dos custos indiretos e fixos, desconsideram
assim o seu impacto. Conseqüentemente, nesta dissertação será usado o princípio
de custeio por absorção ideal.
32

Segundo Hansen (2003) e Padoveze (2006), existem basicamente quatro


métodos que são: custo-padrão, RKW, ABC e UEP de origem americana consiste
em se calcular o custo considerado ideal ou correto, estabelecendo-o como padrão
para realizar as medições no dia-a-dia. Segundo Bornia (2008), sua utilidade está
mais associada ao controle operacional do que à medição de custos propriamente
dito. Tem utilidade apenas para avaliação das variações ocorridas entre o real e o
padronizado, pois seu objetivo principal é o estabelecimento de medidas de
comparação (padrões) no emprego dos meios de produção e seus custos
associados (Matéria-prima, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação). Tal
método enfoca basicamente os custos diretos, o que segundo Kardec (2002) é uma
desvantagem como instrumento de medição de custos associados com a atividade
de manutenção. Segundo Cogan (2007), o método citado anteriormente deve ser
utilizado no processo decisório em parceria com outro método de custeio que
consiga medir os custos indiretos de forma mais apurada. Viana (2002) endossa ao
informar que este método (custo-padrão) apresenta dificuldade para a determinação
de padrões para os custos indiretos de fabricação (CIF), porém é uma eficiente
ferramenta para avaliação de desempenho.
Para Kaplan (2000), o método RKW (Custo por absorção baseado em
Centros de Custos), faz os produtos absorverem uma parcela dos custos fixos e
variáveis, que seguem um critério de distribuição. Desse modo, os custos são
formados de três componentes básicos: matéria-prima, mão-de-obra direta e gastos
gerais de fabricação ou custos indiretos de fabricação (CIF). De forma progressiva,
rateia os custos indiretos de fabricação para os centros produtivos (centros que
possuem relação direta com os produtos), segundo critérios conhecidos como base
de rateio.
A operacionalização do método de custeio RKW é sintetizada por Bornia
(2008) em cinco fases: a) separação dos custos em itens; b) divisão da empresa em
centros de custos; c) identificação dos custos com os centros (distribuição primária);
d)redistribuir os custos dos centros indiretos até os diretos (distribuição secundária);
e) distribuição dos custos dos centros diretos aos produtos (distribuição final).
A forma como serão desenvolvidas e utilizadas as bases de rateio segundo
Cogan (2007), Padoveze (2006), Hansen (2003) e Sakurai (1997) determina o
principal ponto de atenção e limitação na utilização deste método, pois nas empresas
(principalmente as departamentalizadas) o grande desafio para o sistema de medição
33

de custos que utiliza este método está naqueles custos incorridos nos departamentos
auxiliares que não podem ser alocados diretamente aos produtos, mas precisam ser
transferidos para os departamentos produtivos beneficiados. Dessa forma a lógica do
rateio obedece a seguinte relação:

Cálculo do CIF

Resultado CIF = Taxa CIF x Montante (1)

Onde:
Taxa CIF = CIF anuais orçados/nível de atividade anual orçada.
Montante = Quantidade realizada do nível de atividade.

Observa-se na Fórmula 1 que o critério de rateio representado pela Taxa CIF


está estabelecido sobre critérios estimados e isto prejudica a apuração dos custos.
Deve-se procurar desenvolver critérios mais adequados. Conforme Medeiros (1994) e
Padoveze (2006), o custeio por absorção é amplamente aceito no Brasil, porém leva
desvantagem se comparado ao método ABC, no que diz respeito ao critério de
medição dos custos indiretos de fabricação, por adotar a lógica de rateio.
O método ABC de origem americana, segundo Cogan (2007), adota o princípio
de que um negócio é constituído por uma série de processos inter-relacionados e
estes são constituídos por atividades que convertem insumos em resultados. Para
Bornia (2008), o ponto central do método ABC é o conceito de atividade, considerado
por ele o menor segmento de responsabilidade dentro da empresa, gera produto e
serviço e consome recursos para a execução desta atividade necessária à geração
desses produtos e serviços. Hansen (2003) destaca que o método ABC defende a
teoria de que o custo é causado e suas causas podem ser gerenciadas, onde quanto
mais perto se relacionar os custos às suas causas, melhor será a mensuração e
conseqüentemente a orientação para as decisões gerenciais decorrentes. A lógica do
método ABC recomenda: a divisão dos processos da empresa em atividades; a
análise do comportamento destas atividades para identificar a sua lógica de
agregação de valor e assim estabelecer os direcionadores de custos aos processos;
mensuração dos custos das atividades que compõem os processos empresariais;
identificação das causas principais dos custos das atividades (bases de relação para
34

estabelecer os direcionadores de custo aos produtos) e por fim a alocação dos custos
aos produtos de forma proporcional ao grau de utilização das bases de relação.
De acordo com Padoveze (2006), o método das unidades de esforço de
produção (UEP) propõe a unificação da produção com a utilização da noção de
agregação de valor. A matéria-prima é apenas objeto de trabalho. Por esse motivo, o
método U.E.P. preocupa-se basicamente com os Custos de Transformação. Sua
proposta é a medição de produtos diferentes através de um único parâmetro de forma
a permitir que se tenha um valor global e sintético das atividades da empresa. Este
sistema atua exclusivamente nesta mensuração, através da unificação da produção
em uma unidade de medida (chamada UEP) que agiria como um “indexador” da
produção.
Um dos objetivos nesta dissertação é a identificação dos custos ocultos ou mal
estruturados. Esta identificação deve ser realizada independente do método de
custeio adotado. Conseqüentemente, o método de custeio adotado nesta dissertação
será o existente na empresa estudada.
Concluído como são desenvolvidos o registro de informações contábeis, o
sistema produtivo vigente e o método de custeio existente, passa-se para a última
atividade dentro do terceiro passo que é a análise de se o modelo está bem ou mal
estruturado. Segundo Lafraia (2001) um modelo é uma representação simplificada da
realidade que possui uma natureza muito complexa para ser analisada diretamente.
Desta forma, o modelo para representar melhor a realidade, ele precisa de
informações detalhadas numa relação diretamente proporcional. Todavia, a busca por
informações mais detalhadas torna a atividade mais onerosa. Isto fica evidente ao se
analisar a Figura 1. Conseqüentemente, em relação a custos, os modelos procuram
comparar o detalhamento necessário de informações e o benefício a ser obtido. Da
análise entre o esforço necessário e o benefício obtido surge, segundo Kardec
(2002), decisões que desenvolvem sistemas que apresentam custos relativamente
mal estruturados (RISC). Com base em Severiano Filho (1998) e Martins (2008)
apresenta-se o Quadro 2 com as definições básicas de componentes, que dentro do
processo de mensuração dos custos no sistema de produção possuem suas
atividades mal estruturadas quanto a sua respectiva medição em termos monetários.
35

ITEM Classificação Definição


Está relacionado com as atividades e prevenção de defeitos dos
1 Prevenção produtos acabados, através de checagem e correção de problemas
de qualidade no processo, antes da inspeção final.
Está relacionado com os produtos acabados que não alcançaram o
padrão de qualidade estabelecido. Esse custo inclui as despesas
2 Falha com falhas internas referentes a desperdício de material e retrabalho
assim como despesas oriundas de processo de reclamação de
clientes.
Consiste no custo de preparação das máquinas para cada fase do
3 Set-up
processo produtivo.
Refere-se ao custo de oportunidades de peças que estão esperando
4 Espera
por serviço em algum ponto do processo de produção.
Trata-se de outro custo por oportunidade associado a sub-utilização
5 Ociosidade
dos equipamentos de produção.
6 Estoque Trata-se do custo devido a existência de estoque.
Quadro 2 – Definições dos componentes do RISC
Fonte: Severiano Filho (1998) e Martins (2008).

As definições existentes no Quadro 2 só serão eficazes, se os três passos para


identificação dos desperdícios e a separação de atividades necessárias e
desnecessárias forem executados. Portanto deve-se a partir do conhecimento no
aspecto macro, seguir para o detalhamento (aspecto micro). Este detalhamento
passa primeiro por conhecer como estão estruturados os custos de manutenção e
depois o que se considera custos ocultos dentro desta função Manutenção.

2.1.3 Custos na manutenção

Segundo Kardec (2002) os custos na manutenção tradicional são


representados através da seguinte relação:

Custo de Manutenção tradicional


Cman =Cman
CMat=+CMat
CMO++CMO
CFer ++ CFer
Cinv (2)

Onde:
C man = Custos totais de manutenção;
C Mat = Custos com materiais;
C MO = Custos com Mão-de-obra;
36

C Fer = Custos com ferramental e uso de bens , incluindo aqui


depreciação, pagamento de taxas e impostos ,etc.;
C inv = Custos com investimentos.

Baseado nesta relação, o gráfico resultante:

Figura 6 - Custos tradicionais de manutenção


Fonte: Kardec (2002).

Conforme Figura 6, no modelo tradicional, a parcela Cinv possui


comportamento constante. Segundo Almeida (2001), esse modelo precisa ser
revisado, pois isto só ocorre se a parcela de investimento for muito maior do que a
parcela de custos com falhas, de forma que a ordem de grandeza não seja afetada
pela variação em virtude dos custos decorrentes de falhas. De forma semelhante, os
termos CMO e Cfer apresentam comportamento constante em relação a custos (eixo
das ordenadas), pois estes recursos são previamente orçados e disponibilizados
baseados na média histórica e não em função das atividades de manutenção (eixo
das abcissas). Estas necessitam de maiores recursos do que os estabelecidos nos
termos CMO e Cfer, são imputados dentro do termo Cinv. Todavia o Cinv também é
constante, ou seja, possui limites orçamentários, de forma que estes recursos
excedentes de CMO e Cfer são rateados ou distribuídos dentro do Cinv. O sucesso
ou fracasso deste rateamento está na forma como são estabelecidos os critérios de
rateamento. Pois o termo CMat (único com comportamento diretamente proporcional
a atividade de manutenção) funciona como termômetro para medir se os termos
37

CMO,Cfer e Cinv foram corretamente previstos e mensurados, pois segundo Kardec


(2002), Werkema (2002) e Siqueira(2005) a qualidade dos serviços de manutenção
passa obrigatoriamente pelos fatores mão-de-obra,ferramentas e materiais. Além
disso, os custos com reparos historicamente são maiores após a falha do que antes,
principalmente nos circuitos em série ou em equipamento cuja falha prejudica a
qualidade do produto processado, a saúde humana ou o meio ambiente. Com base
neste raciocínio defendido por Scapin (1999), Viana (2002) e Siqueira (2005),
apresenta-se a Figura 7, que mostra a relação existente entre o custo com reparos
antes e depois da falha, demonstra-se a seguir o crescimento existente com os
custos em ações de reparo realizadas após a falha.

Antes da Falha
Custo com
reparos
Após a Falha

Falha

Vida útil do componente

Figura 7 – Relação Custo e tipo de intervenção


Fonte : Manual de Produção Caterpillar (2002).

Siqueira (2005) destaca que isto reforça o conceito de que a manutenção deve
ter o foco para manter a função do equipamento e não para manter o estado do
equipamento. Pois todo componente possui sua curva característica de desempenho
e assim a manutenção deve atuar no sentido de identificar esta respectiva curva e
monitorar seu desempenho, de forma a atender atuação esperada. Daí a importância
do uso de técnicas preditivas e de ferramentas da confiabilidade no planejamento,
execução e controle das atividades de manutenção. Segundo Viana (2002) e Almeida
(2001), somente com a adoção das mesmas se conseguem executar este salto de
qualidade, adquirir o que Porter (1992) chama de diferencial competitivo. Baseado
nisto, o ponto de reparo deve ser imediatamente antes da falha, porém o mais
próximo possível da falha para se obter o máximo de uso ou de rendimento que o
38

determinado componente ou equipamento pode oferecer sem afetar a segurança,


pois o reparo realizado bem antes da falha onera por demais a manutenção,
conforme se mostra na Figura 8.

Custo com
reparos por Ponto ótimo para reparo
Hora

Vida útil do componente Falha

Figura 8 – Ponto ótimo de intervenção


Fonte : Manual de Produção Caterpillar (2002).

Utilizando os conceitos apresentados nas Figuras 7 e 8 para associá-los ao


processo de mensuração de custos, verifica-se a vantagem de se adotar formas
preventivas de manutenção.
Considerando que existem dois tipos de manutenção: a Corretiva e a
Preventiva citadas em Alvarez (1998), Almeida (2001), Kardec (2002) e Siqueira
(2005), verifica-se que de forma simplificada existem duas situações básicas
decorrentes do tipo de manutenção adotada. Assim tem-se a Manutenção Corretiva
associada às atividades de correção e a Manutenção Preventiva associada às
atividades de prevenção. Como todo o sistema é passível de falha, é necessário levar
em consideração que, qualquer que seja o tipo de manutenção adotada a mesma
pode falhar, como por exemplo, uma atividade de correção ou prevenção não tenha
sido executada ou planejada corretamente gerando perdas, em decorrência disto e
considerando o aspecto probabilístico, existe a condição de falha de manutenção.
Desta forma se verifica que é necessário ter uma relação entre os serviços totais da
manutenção que (envolvem serviços preventivos, serviços corretivos e falhas
existentes) com o respectivo custo. Baseado nisto, Almeida (2001) apresenta na
Figura 9 uma função que pode representar os custos para manter o sistema como
destacado na Figura 8. No eixo das abcissas existe o termo manutenção para
39

representar o resultado dos serviços de manutenção (representado por um índice de


manutenção) e no eixo das ordenadas o custo realizado para tanto.

Cman

CP
Custo

CC

Cf

Manutenção
Zona ótima

Figura 9 - Relação Manutenção x Custos


Fonte: Almeida (2001).

Baseado na Figura 9 verifica-se a seguinte relação:

Custo de Manutenção
Cman = CP + CC + Cf (3)

Onde:
Cman = Custos totais de manutenção;
CP = Custos com atividades de prevenção;
CC = Custos com atividades de correção;
Cf ou CT = Custos das falhas de manutenção.

Os custos das falhas são os custos de todas as possibilidades de perdas


decorrentes de cada configuração de falha. Vale destacar que apesar de apresentar
valores mais baixos do que os valores respectivos para as curvas CP e CC, a curva
Cf ou CT não irá desaparecer, pois se sabe do caráter probabilístico e de incerteza
existente. Este envolve para cada vez que a falha ocorrer o custo da insatisfação do
cliente; perda de faturamento decorrente desta falha e os custos com multas e
dispêndios decorrentes de legislações; contratos ou processos judiciais impostos.
40

Detalhando A Fórmula 3:

Cman = (CP+ CC)pes + (CP+ CC)loc + (CP+ CC)log + CPtaxas+ (CP+ CC)dep +
(CP+ CC)ext + CPmel + CCdes + Cf

Onde:
(CP+ CC) pes = Custos com pessoal (mão-de-obra) envolvendo manutenção
Preventiva e/ou manutenção Corretiva;
(CP+ CC) loc = Custos com atividades de locomoção (transporte de pessoal e
ferramentas manuais) envolvendo manutenção Preventiva e/ou manutenção
Corretiva;
(CP+ CC) log = Custos com atividades de logística (disponibilização,
preparação da infra-estrutura, equipamentos de movimentação de carga e
materiais) envolvendo manutenção Preventiva e/ou manutenção Corretiva;
CP taxas = Custos com impostos, taxas, etc...;
(CP+ CC) dep = Custos com depreciação envolvendo manutenção Preventiva
e/ou manutenção Corretiva;
(CP+ CC) ext = Custos com serviços externos e terceirização envolvendo
manutenção Preventiva e/ou manutenção Corretiva;
CPmel = Custos Preventivos com melhorias;
CCdes = Custos Corretivos com descarte;
CF= Custos das falhas de manutenção.

Para Almeida (2001) e Martins (2008) dos três últimos itens os custos de falhas
são os que possuem maior dificuldade de medição, pois é um tipo de custo por
oportunidade e está intrinsecamente ligado ao custo da qualidade sendo um dos
componentes do RISC apresentado no Quadro 2. verifica-se na Figura 9 que a zona
ou região hachurada indica a melhor situação, ou seja, a situação de equilíbrio entre
as curvas CP e CC que proporcionam o menor valor de custo da curva Cman. Na
região à esquerda da área hachurada observa-se que a curva CP está em movimento
ascendente (tendência de elevação) e a curva CC está em movimento descendente
(tendência de queda), porém os custos ou valores da curva CC estão em um nível
mais elevado do que os custos ou valores da curva CP, ou seja, nesta região a
relação custo-benefício entre o tipo de manutenção a adotar e o retorno em termos
41

monetários é a favor de se adotar a prevenção e não se adotar a correção, já que o


custo com a preventiva será menor do que com a manutenção corretiva. Na região à
direita da área hachurada, observa-se que a curva CP continua em movimento
ascendente ainda, e a curva CC está em movimento descendente. Todavia, ocorreu
uma inversão de nível, ou melhor, uma troca de posição. Pois a curva CP está em um
nível acima da curva CC e em função disto se conclui que nesta região o retorno que
se obtém com a prevenção não compensa os gastos realizados, dessa forma, a
relação custo-benefício é a favor de se adotarem medidas corretivas. Vale destacar
que esta análise não se contrapõe à análise da Figura 7, uma vez eu nela observado
os gastos realizados entre o mesmo serviço na situação antes da falha (de forma
preventiva) e depois da falha (de forma corretiva).
Em função desta característica sobre o comportamento das curvas nas Figuras
7 e 9, existentes na composição dos custos, constata-se a importância do
alinhamento das atividades de prevenção e de correção com a estratégia da empresa
,a fim de verificar em caso de identificação de falta de alinhamento, uma possível
fonte de “custos ocultos”. Cogan (2007), Kaplan (2000) e Shank (1997) destacam
que, ao se verificar o alinhamento das atividades com a estratégia, a apuração de
custos precisa não só mensurar o que foi realizado, mas também comparar se esta
atividade estava ou não prevista e qual a sua contribuição no resultado do processo
de forma a identificar se existe ou não alinhamento. Para ocorrer esta comparação é
necessário acompanhar as atividades (preventiva ou corretiva) e baseado em
Werkema (2002), Prahalad (2000) e Porter (1992), observa-se a necessidade de
mensuração quanto ao planejamento, controle e correção. Nas Figuras 10 e 11 a
seguir, Palady (2002) considera o planejamento como custo de prevenção; o controle
como custo de avaliação e a correção como custo de falha.
42

Retorno em
dólares

Dividendos

Custo de Custo de Custo de


Prevenção Avaliação Falhas

Figura 10 – Relação entre tipo de atividade de Manutenção e o retorno obtido


pelo investimento realizado
Fonte: Palady (2002).

Na Figura 10 verifica-se a relação dos três tipos de custos apresentados no


eixo das abscissas com seus respectivos dividendos ou retornos monetários, medidos
em dólares no eixo das ordenadas. Pode-se observar que a maior coluna ou o maior
retorno é obtido quando se investe no custo de prevenção, ou seja, quando se adota
ferramentas que auxiliem o planejamento e a prevenção de problemas. Um exemplo
disto, é o investimento em manutenção preditiva, pois os custos de implantação são
elevados e são debitados ou inseridos no item Custo de Prevenção (Figura 10),
todavia este tipo de manutenção é o melhor caminho para se obter o ponto ótimo,
citado na Figura 9, através de duas possibilidades: via curva CC na região hachurada
depois do ponto de inflexão; ou via curva CP na região hachurada antes do ponto de
inflexão. Sendo uma de forma corretiva quando a curva CC estiver abaixo da curva
CP, mas sem atingir o ponto de inflexão da curva existente na Figura 9 e a outra
forma preventiva se a curva CP estiver abaixo da curva CC nesta mesma figura. Com
isso, seja de forma corretiva ou de forma preventiva o retorno obtido pela manutenção
preditiva é determinar o tempo correto da necessidade de intervenção, com o intuito
de aproveitar ao máximo a vida útil de determinado equipamento e com isso este
custo investimento em prevenção provoca os maiores dividendos, conforme se
observa na Figura 10. Segundo Viana (2002), esta determinação é obtida pela
43

manutenção preditiva através de suas quatro técnicas básicas (análise de vibração,


ensaio por ultra-som, termografia e análise de óleo).
Como complemento da Figura 10 é apresentado na Figura 11, uma
comparação entre três empresas que tomaram diferentes decisões sobre o quanto
investir em prevenção, avaliação e na correção (falha). É importante destacar que
semelhante ao raciocínio adotado na Figura 10, no eixo das ordenadas está
registrado o termo “DÓLARES”, entenda-se como retorno do investimento ou dos
dividendos obtidos.

1 Pouco ou nenhum investimento em prevenção

2 Investimento com implementação

3 Investimento sem implementação


3
Retorno em
dólares

3
1 2 1 2 1
2

Custo de Custo de Custo de


Prevenção Avaliação Falhas

Figura 11 – Composição dos investimentos devido ao tipo de atividade de


manutenção e o retorno obtido
Fonte: Palady (2002).

Na Figura 11, as barras número 1 representam uma organização que investe


pouco em prevenção, sendo forçada a alocar grande parte dos recursos ou de seu
fluxo de caixa na categoria de custo de falhas; As barras número 2 representam uma
organização que investe em prevenção com retornos substanciais através da redução
do custo de falha, enquanto que as barras número 3 representam uma organização
que investe na prevenção, mas como não possui controle eficaz, a sua
implementação não se efetiva e, com isso, o custo de falha aumenta.
Diante da exposição feita anteriormente nota-se que uma empresa tipo 2
investiu um volume menor do que a empresa tipo 3 em avaliação e controle e obteve
um retorno muito maior (refletido no custo de falha), com isso observa-se a
44

importância que o controle sobre os investimentos possui para o sucesso do


investimento.
Comparando-se os três itens (custo com prevenção, custo com avaliação e
custo de falhas) apresentados nas Figuras 10 e 11, com os termos presentes na
fórmula 3 se observa que existe o termo Cf da fórmula 3 e o item avaliação das
Figuras 10 e 11 que são diferentes. Portanto, da associação das Figuras 10 e 11 com
a Fórmula 3, se verifica que o termo Cf na fórmula 3 precisa ser detalhado para se
poder ter condições de se avaliar. Baseado em Campos (1992) e Werkema (2002),
estabelece-se a seguinte relação da fórmula 4:

Custo falha
Cf = Nf(Cic+Cpfa +Cmu) (4)

Onde:
Cf = Custo de falha;
Nf = Número de falhas possíveis de ocorrer no determinado período. Este
número pode ser obtido através do FMEA, multiplicando-se o tipo de falha
ocorrido (estabelecido pelo FMEA, através do modo de falha) pela sua
respectiva quantidade no período;
Cic = Custos decorrentes da insatisfação do cliente;
Cpfa = Custos decorrentes da perda de faturamento;
Cmu = Custos decorrentes de multas ou processos judiciais em decorrência da
falha.

Segundo Werkema (2002), a parcela Cic+Cpfa +Cmu é de difícil mensuração e


recomenda-se , caso possível, a substituição por uma parcela que represente melhor
as características do processo e esteja alinhada com o princípio de que deva
reproduzir a insatisfação do cliente. Portanto, essa será substituída aqui pelos termos
CNQ e CPD que representam a falha da manutenção que provoca a insatisfação
junto ao seu respectivo cliente.

Ao se comparar os itens custos e prevenção, com avaliação e falhas


apresentadas nas Figuras 10 e 11 com a fórmula 3, percebe-se que há diferenças
45

entre o termo CP desta e o item avaliação daquelas. Assim, tal associação, verifica-
se que o termo feito CP, para uma melhor avaliação, necessita de detalhamento . O
que é possível a luz de Campos (1992) e Werkema (2002), com isso temos o custo
de falha dentro do processo de manufatura representado pela formula a seguir:

Cf = Nf (CPD+CNQ) (5)

Onde:
Cf = Custo de falha;
Nf = Número de falhas possíveis de ocorrer no determinado período;
CPD = O custo ligado à produtividade direta;
CNQ= O custo de não qualidade.

Na mensuração de custos da manutenção, as relações básicas estão


representadas pelas fórmulas três (detalhada) e cinco com o grau de
desenvolvimento da empresa nesta mensuração estará associado à forma como se
obtém estes dados, já para obtenção dos valores de cada parcela destas fórmulas,
deve-se adotar os métodos de custeio existentes. Segundo Hansen (2003) Kardec
(2002), Viana (2002), Bornia (2002) e Almeida (2001), se a empresa não optar pelo
método de custeio ABC e adotar o RKW, será necessário levar em conta a lógica do
rateio, apresentada na fórmula 1 que recomenda relacionar uma taxa ou uma
classificação pré-estabelecida (Taxa CIF) pela quantidade respectiva (Montante).
Quanto ao princípio de custeio, segundo Almeida (2001) e Kardec (2002). Ao se tratar
de manutenção, o princípio de custeio por absorção ideal (Figura 5) é o mais
recomendado.
Estabelecidas as características dos custos existentes na Função Manutenção
e levando em consideração a relação apresentada na Figura 1, verifica-se que o
desafio está, segundo Kardec (2002), na capacidade do corpo gerencial responsável
pela gestão da manutenção de medir a falha em seu processo e isto, segundo
Hansen (2003) e Castro, Pereira e Kliemann (2004), desenvolve condições para o
surgimento de “custos ocultos”.
46

2.1.4 Conceituando “custos ocultos”

“Custo Oculto” ou mal estruturados é qualquer custo que não seja aparente na
contabilidade padrão, ou, em termos gerais, que não esteja imediatamente aparente,
mas que seja importante para o processo de produção (FUREDY, 2005). Segundo
Severiano Filho (2006), provém da constatação de que os sistemas de informações
contábeis não permitem colocar em evidência determinados custos que são,
entretanto, suportados pela empresa. Como o próprio nome sugere, “custos
ocultos”ou mal estruturados são aqueles custos que não foram identificados e,
portanto não foram mensurados. Hansen (2003) afirma, que dentro da contabilidade
gerencial esta falha na identificação que afeta o sistema de informações de gestão de
custos (Figura 4), pode ter surgido na escolha dos princípios de custeio ou na escolha
do método de custeio. Tal afirmação pode ser comprovado ao se analisar a Figura 1,
a qual representa a relação existente em termos de custos entre precisão do sistema
de medição e erro. Nota-se que o surgimento dos “custos ocultos” é fruto da
deficiência de precisão que o sistema de custeio adotado possui ao realizar uma
atribuição para mensuração monetária de uma atividade, conforme preconiza os
princípios e métodos de custeamento (RKW, ABC , etc). Esta deficiência está
associada a um erro decorrente e isto tem um preço, traduzido em custo do erro.
Como conseqüência desta deficiência (imprecisão), o mesmo não é identificado e fica
oculto.
De acordo com Femenick (2005) o setor de manutenção está dentre os que
mais contribuem para o surgimento de “custos ocultos” é o de manutenção, pois
quando uma máquina ou um equipamento sofre qualquer dano, há uma interrupção
no fluxo produtivo em, pelo menos, um ou mais dos seus setores, conseqüentemente
haverá menos produtos, menos vendas, menos receitas. Os custos da manutenção
preventiva e corretiva são perfeitamente identificáveis. Sendo, neste caso, o “custo
oculto” de manutenção o valor da produção não realizada, quando, por ineficiência da
manutenção preventiva, tenha havido a paralisação da produção. Esse custo “oculto”
pode ser mensurado baseado no preço de venda das mercadorias não fabricadas.
Kardec (2002) concorda quanto à facilidade de identificação dos custos da
manutenção preventiva e corretiva, todavia adverte sobre a dificuldades em mensurar
atividades necessárias, conforme citado na Figura 2 . Visto que em determinados
tipos de equipamentos a manutenção corretiva acarreta melhor custo-benefício do
47

que a preventiva, como por exemplo, em equipamentos que possuam redundância.


Assim, basta posicionar, na Figura 9, um equipamento no ponto da linha abcissa –
manutenção, antes da interração das curvas do CP e CC, ou seja, na parte em que a
primeira citada está abaixo da segunda para se obter a confirmação do exposto.
Kardec (2002) e Almeida (2001) recomendam a associação não só dos “custos
ocultos” com a ineficiência da manutenção preventiva, como preconiza Femenick
(2005), mas também da ineficiência da manutenção corretiva. Esta mensuração,
segundo Viana (2002), Stonner (2001) e Shank (1997) pode ser realizada
comparando o tipo de serviço previsto com o tipo de serviço realizado.
Lima (1991) destaca que os elementos de “custos ocultos” podem ser
classificados e decompostos em seis elementos: custo de absenteísmo; custos de
acidente de trabalho; custos de rotação de pessoal; custos de não qualidade e custos
ligados à produtividade direta.
Dessa forma considerando os ensinamentos de Lima (1991), tem-se a
seguinte relação:

Custo Oculto

Custo Oculto = Ab + AT + RP + CNQ + CPD (6)

Onde:
Ab = Elementos de custo de absenteísmo;
AT = Elementos de custos de acidente de trabalho;
RP = Elementos de custos de rotação de pessoal;
CNQ = O custo de não qualidade;
CPD = Os custos ligados à produtividade direta.

Dos seis itens que compõem a Fórmula 6, proposta na classificação dos


custos ocultos de Lima (1991), adota-se, neste trabalho, os itens que possuem
relação direta com o escopo do ciclo de vida e relacionados a equipamentos, quais
sejam: custo da não qualidade (CNQ) e custos ligados à produtividade direta (CPD).
Baseado nisto, observa-se que os termos Ab, AT e RP estão relacionados a políticas
que envolvem os recursos humanos. Não sendo, portanto, focalizados pela presente
dissertação cujo o foco é com o ciclo de vida do equipamento. Deste modo, os termos
48

Ab, AT e RP são consideradas constantes e não influenciam na ótica do Ciclo de


Vida. Conseqüentemente, a Fórmula 6 passa a ser reescrita da seguinte forma.

Custo Oculto vinculado ao desempenho

Custo Oculto = CNQ + CPD

Na correlação entre a fórmula 6 e a fórmula 5, se observa que caso o termo Nf


possa ser considerado 1, então o custo de falha da fórmula 5 pode ser obtido pela
fórmula 6, ou seja, a fórmula 5 para Nf=1 apresenta o mesmo valor da fórmula 6.
Portanto,é necessário o desenvolvimento de duas ações citadas na seqüência:
- Desenvolvimento dos termos CNQ e CPD;
- Desenvolvimento de uma classificação pré-estabelecida para as atividades
de manutenção com o respectivo quantitativo de ocorrência de cada classe,
de forma a desenvolver condições para que Nf=1 e se obedeça a lógica de
rateio da fórmula 1.

Quanto à classificação dos “custos ocultos”, os mesmos estão relacionados


com as perdas existentes no processo, pois o desperdício é fonte de perda, conforme
ressalta Bornia (2008). Segundo este mesmo autor, muitos sistemas de mensuração
verificam apenas os custos diretos e os indiretos, desprezando os desperdícios e
gerando “custos ocultos”. Portanto, apresenta-se o Quadro 3 a seguir:

Tipo Descrição
Por superprodução Quando se produz mais do que o necessário
Qualquer o fluxo de transporte entre seções não agrega valor ao produto que
Por transporte está sendo manufaturado, prejudicando assim o andamento do processo
produtivo. Quanto menor este item melhor
Quando ocorre uma falha no cumprimento da seqüência de execução do
No processamento
processo
Por fabricação de
Quando o resultado da operação não atende as especificações determinadas
produtos
para tal operação
defeituosos
Quando existe a presença de movimentos desnecessários para realizar
No movimento determinada operação. Está muito associado ao estudo de tempos e
movimentos.
Quando ocorre desperdício de matéria-prima durante a sequência de execução
De matéria-prima
do processo.
Quando o produto fica parado por algum motivo
Por estoque
Quadro 3 – Tipos de perdas quanto ao resultado do processo
Fonte: Werkema (2002), Bornia (2002).
49

Ao se observar a classificação do Quadro 3, verifica-se que as perdas são


direcionadas para processo produtivo, ou seja, para as atividades de operação ou
fabricação e devido a isto, percebe-se a necessidade de ocorrer um detalhamento
destas definições de forma a representar de fato o que acontece na rotina das
atividades de manutenção. Para tanto, existe uma classificação proposta por Kardec
(2002) para serviços de engenharia, e apresentada no Quadro 4. Esta classificação
facilita, mas não é adequada para fins específicos de manutenção, pois na área de
engenharia há o ramo de projetos e construção. Por isso, será necessário realizar
alterações nas definições existentes no Quadro 3 para apresentá-los posteriormente
no Quadro 4. Quanto à classificação e a especificação de projeto, Kardec (2002)
utiliza a mesma divisão de perdas normais e anormais.

Tipo Descrição
Quebras perdas de matéria-prima não passíveis de recuperação
Sobras perdas de materiais que não foram utilizados na composição do produto
perdas advindas do reprocessamento de materiais semi-acabados ou
Retrabalhos
produtos fora das especificações
materiais semi-acabados ou produtos fora das especificações requeridas
Refugos pelo processo ou pelos clientes, para os quais não haja a possibilidade
ou não sejam vantajosos os retrabalhos
disponibilidades de tempo dos recursos não aproveitadas integralmente
Ociosidades
para agregar valor ao produto
perdas oriundas dos desvios ocorridos durante a execução do processo
Ineficiências
com relação às especificações de projeto
Quadro 4 – Tipos de perdas quanto ao resultado do serviço de engenharia
Fonte: Kardec (2002)

Para elaboração do Quadro 5 com as novas descrições, considera-se a


recomendação proposta por Siqueira (2005) sobre aos critérios de aplicabilidade e
classificação de atividades. Desse modo, dentro da manutenção centrada em
confiabilidade existe a classificação usual, quanto ao critério de programação, em
atividades programadas e atividades não-programadas. Na da divisão de atividades
programadas existe uma sub-divisão em quatro classes distintas: Atividades
direcionadas por tempo, atividades direcionadas por condição, atividades
direcionadas por falhas e atividades direcionadas para operação. Dentro da divisão
das atividades não-programadas existe a sub-divisão em atividades para correção de
defeitos e atividades para correção de falhas. Baseado nas suas respectivas
definições realizadas em Siqueira (2005), apresenta-se as novas descrições.
50

Tipo Descrição
São perdas decorrentes de falha na atividade programada orientada para
Quebras operação quanto ao aspecto de inspeção, lubrificação e pequenos ajustes
São perdas decorrentes de falha na atividade programada orientada para
Sobras
operação quanto ao aspecto de limpeza e controle de vazamentos.
São perdas decorrentes de falha na atividade não programada de correção de
Retrabalhos
falhas o defeitos que precisam ser refeitos
São perdas decorrentes de falha na atividade não programada de correção de
Refugos
falhas que obrigam o equipamento a trabalhar em "meia-carga"
São perdas decorrentes de falha na atividade programada orientada por
Ociosidades
condição ou por falha

Ineficiências São perdas decorrentes de falha na atividade programada orientada por tempo

Quadro 5 – Tipos de perdas quanto ao resultado do serviço de manutenção


Fonte: Adaptado de Werkema (2002), Bornia (2002)

Observa-se a necessidade de associar os Quadros 4 e 5 com as Fórmulas 5 e


6 como forma de associar o tipo de perda com o tipo de custo oculto envolvido. Para
realizar esta associação foi desenvolvido o Quadro 6.

Tipo de custo Tipo perda quanto ao


oculto resultado
CNQ Quebra

CPD Sobras

CNQ Retrabalhos

CNQ Refugos

CPD Ociosidades

CPD Ineficiência
Quadro 6 – Associação dos tipos de custos ocultos com
tipos de perdas
Fonte: Adaptado de Werkema (2002), Bornia (2002).

Encerrada a fase de classificação baseada na seqüência apresentada na


Figura 12, passa-se à fase da medição. Nesta fase, foi realizada a análise para
mensuração do item identificado no Quadro 5 (“Ineficiência”) o qual associado ao
fator tempo. Desta análise surgiu o mapeamento das atividades de manutenção
preventiva e corretiva apresentado na Figura 12 a seguir. O filtro a ser adotado está
baseado em Almeida (2001) o qual divide a disponibilidade de um equipamento em
dois termos: (tempo disponível para operação e tempo disponível para manutenção)
51

sendo cada um de seus componentes dividido em tempo efetivo de uso e tempo não
efetivo. No caso do tempo não efetivo total tem-se:
- Paradas e esperas na Manutenção corretiva;
- Ineficiência na utilização das horas pela manutenção preventiva.

Observa-se que ambos estão relacionados com os custos ligados à


produtividade direta. Uma vez que, os custos da não qualidade já são identificados
através do índice de manutenção, intitulado retrabalho.

Disponibilidade

Horas planejadas para Horas planejadas para


operação manutenção preventiva

Horas Horas realizadas Horas planejadas para


realizadas pela manutenção preventiva
pela manutenção
operação corretiva Horas
efetivas Ineficiência

Horas realizadas pela


manutenção corretiva

Horas Paradas e
efetivas esperas

Figura 12 - Estratificação das horas improdutivas na manutenção corretiva e preventiva

Na Figura 12, destaca-se a disponibilidade que é composta pelas horas


planejadas para operação e para a manutenção. Dentro das horas destinadas à
operação há uma subdivisão composta dos itens: horas realizadas pela operação e o
tempo gasto devido à manutenção corretiva oriunda de quebras de equipamentos não
previstas. Dentro das horas realizadas pela manutenção corretiva ocorre uma nova
subdivisão: horas efetivas e paradas e esperas. De maneira análoga, as horas
destinadas à manutenção preventiva são compostas dos itens: horas efetivas e horas
desperdiçadas em virtude de alguma deficiência representada como ineficiência.
52

Este detalhamento apresentado na Figura 12 associado aos Quadros 5 e 6, servirá


de base para identificação e classificação das perdas existentes que provocam custos
ocultos no processo de manutenção industrial de uma mineradora, de forma a
mensurá-los. Esta formulação será efetiva se na medida desenvolvida para a
mensuração desta atividade for atendido também a condição da existência de uma
normatização pré-estabelecida associada a um quantitativo respectivo. Isto é
alcançado ao se criar como critério de classificação o FMEA nas ordens de serviços
(OS’s). Em paralelo, deve-se adotar também na mensuração dos custos ocultos o
custo horário de manutenção para relacionar os gastos realizados com materiais,
ferramentas e demais termos especificados na fórmula 3 com as horas previstas para
manutenção. Obtendo uma relação entre a estratificação apresentada na Figura 12
com os gastos mensurados na fórmula 3. Apresenta-se o Quadro 7 que define como
devem ser mensurados os “custos ocultos” na manutenção.

Tipo Custo Descrição


Somatório( horas das OS´s do tipo corretiva provocada) X (custo
Quebras Custo Quebra
horário da manutenção)

Somatório{ ( horas das horas de funcionamento do circuito de


Sobras Custo Sobra recirculação)/ (horas de funcionamento do circuito geral no
mesmo período)} X (custo horário da operação do circuito geral)
Somatório( horas das OS´s do tipo retrabalho) X (custo horário da
Retrabalhos Custo Retrabalho
manutenção)
Somatório {(horas de funcionamento do circuito a meia-
Refugos Custo Refugo carga)/(horas de funcionamento programado para o mesmo
período)} x (custo horário da operação do circuito geral)
Custo horário de manutenção x índice de ociosidade x
Ociosidades Custo Ociosidade
Quantidade de horas totais de manutenção corretiva
Custo horário de manutenção x índice de ineficiência x
Ineficiências Custo Ineficiência
Quantidade de horas totais de manutenção preventiva
Quadro 7 – Mensuração dos “Custos ocultos”
Fonte: Adaptado de Werkema (2002), Bornia (2002).

No Quadro 7, observa-se a existência de dois índices: de ociosidade e de


eficiência. Os mesmos foram criados a partir da Figura 13, a diante, na qual se
determina que as horas realizadas pela manutenção corretiva são compostas pelas
horas efetivas na realização das atividades de manutenção corretiva e pelas horas
desperdiçadas em paradas e esperas; determina também que as horas planejadas
para manutenção preventiva são compostas pelas horas efetivas na realização das
atividades de manutenção preventiva e pelas horas desperdiçadas em ineficiência na
53

execução das mesmas. Dessa forma, com a utilização de conceitos estatísticos de


probabilidade, tem-se:
índice de ociosidade

Índice de ociosidade = (horas realizadas de manutenção corretiva/ horas previstas (7)


de manutenção corretiva)

índice de ineficiência

(horas realizadas de manutenção preventiva/ horas


Índice de ineficiência = (8)
previstas pela manutenção preventiva)
Analisando o

No Quadro 7, a forma estabelecida para a mensuração baseada em OS’s


atende a condição de fornecer dados quantitativos, desde que estas OS’s estejam
vinculadas a uma classificação pré-estabelecida. Esta classificação será determinada
através da FMEA a ser apresentada posteriormente. Assim, pode-se voltar para a
Fórmula 6 e detalhar suas parcelas do seguinte modo:

Custo Oculto = CNQ + CPD

Custo Oculto da Não Qualidade

CNQ = Custo Quebra +Custo Retrabalho + Custo Refugo (9)

Custo Oculto da Não Produtividade

CPD = Custo Sobra + Custo Ociosidade + Custo Ineficiência (10)

Conforme citado no item 2.1.2, o princípio de custeio a ser adotado é o de


absorção ideal (Figura 5), em função disto torna-se imprescindível relacionar os
componentes da Fórmula 3 com a formulação dos custos quanto à variabilidade (Fixo
ou Variável) por ser uma classificação dada em função do nível de atividade. Através
do Quadro 8, adiante, é obtido esta relação entre a fórmula 3 e a classificação fixo ou
variável, assim se desenvolva as condições para a formulação da planilha baseada
em Bornia (2008) e representada pelo Quadro 9, a seguir:
54

Componente Descrição Classificação


Cpes Custo com pessoal Fixo
Cloc Custo com locomoção Variável
Clog Custo com logística Variável
Ctax Custo com taxas Fixo
Cdep Custo com depreciação Fixo
Cext Custo com serviços externos Variável
Cmel Custo com melhoramentos Variável
Cdes Custo com descarte Variável
Quadro 8 - Classificação dos termos da fórmula 3
Fonte: Adaptado de Werkema (2002), Bornia (2002).

Custo Janeiro Fevereiro Março Abril


Custo
variável
Custo fixo
CNQ
CPD
Custo Total
Quadro 9 - Planilha de medição mensal
Fonte: Adaptado de Bornia (2008).

Estabelecida uma relação para mensuração dos custos ocultos (representados


pelas fórmulas 6 a 10) associado com a mensuração dos custos de manutenção
(fórmula 3) de forma a considerar o custo com falhas (fórmula 5) e tabulados através
do Quadro 9, analisa-se que o Quadro 7 serve de base para o Quadro 8 e 9 e
também associa a mensuração através de ordem de serviços(OS´s).
Segundo Kardec (2002), Viana (2002) e Warren (2002), dentro da atividade de
manutenção a ordem de serviço é o melhor instrumento para registro de informações.
Kardec (2002) acrescenta que um serviço de manutenção não deve vender
manutenção (reparo) baseado em horas de mão-de-obra e sim em disponibilidade ou
garantia de que o bem ou equipamento que sofreu manutenção irá cumprir sua
respectiva função, ou seja, o serviço de manutenção deve ser avaliado em termos de
ganho de disponibilidade ou de outro índice de medição de desempenho.
Considerando também a relação apresentada na Figura 2, na qual se destaca a
existência de atividades necessárias e desnecessárias, mostra-se a necessidade do
desenvolvimento de critérios que permitam o alinhamento das atividades com a
estratégia da empresa, de forma a se obter uma relação entre o resultado que o
serviço de manutenção proporcionou, o custo realizado para tanto e a não
contribuição para o surgimento de “custos ocultos”. O desenvolvimento destes
55

critérios passa do campo da contabilidade para o campo da manutenção, a qual será


tratada a seguir:

.
2.2 Manutenção Industrial

Conforme Siqueira (2005), a história da manutenção pode ser


aproximadamente dividida em três gerações distintas, assim discriminadas: primeira
geração onde ocorreu a mecanização; segunda onde ocorreu a industrialização e a
terceira onde está acontecendo a automação. Cada geração é caracterizada pelo
aparecimento de novos conceitos e paradigmas nas atividades de manutenção
associadas à evolução tecnológica dos meios de produção.

Geração

Manutenção da Confiabilidade
Terceira
Manutenção Produtiva

Manutenção Preditiva
Segunda
DA
Manutenção Preventiva

Primeira Manutenção Corretiva


Anos

1940 1950 1970 1980 1990 2000 20100

Figura 13 - Gráfico sobre a evolução da manutenção


Fonte: Siqueira (2005).

Para Viana (2002) a manutenção industrial somente começou a existir de fato


com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, a qual exigiu das fábricas disponibilidade
dos equipamentos para atender à programação de fabricação, tanto no nível de prazo
quanto no nível de quantidade, dos armamentos e munições que seriam utilizados
nos campos de batalha.
56

Deming (1990) afirma que nesta mesma época começou a despertar dentro do
processo de manufatura, a preocupação com a qualidade. Todavia não existia
ferramenta gerencial para administração do fator qualidade, ficando assim o foco
apenas o cumprimento dos fatores prazo e quantidade. Segundo Alvarez (1988), na
primeira geração da manutenção a mecanização da indústria ainda estava incipiente,
com a utilização de equipamentos simples e sobredimensionados as funções para as
quais foram fabricados. Conseqüentemente, Siqueira (2005) estabelece que a
atividade de manutenção na primeira geração, limitava-se a tarefas simples, de rotina,
como limpeza e lubrificação e tarefas corretivas para reparação de falhas. Na
segunda geração, como resultado do esforço pós-guerra, ocorreu o acompanhamento
da disseminação das linhas de produção para a fabricação de produtos de utilidade
para a sociedade civil, o que gerou o aumento das expectativas e dependência desta
sociedade quanto ao desempenho da indústria. Neste momento surgem também
novos fatores que irão influenciar o desempenho, são eles o preço e a qualidade para
trabalharem junto dos tradicionais fatores prazo e quantidade. Descreve-se desta
forma como conseqüência deste novo cenário, a questão disponibilidade dos
equipamentos ganhou importância ainda maior.
Diante desses fatos, Siqueira (2005) estabelece uma nova demanda que
motivou um esforço científico de pesquisa e desenvolvimento de técnicas de
manutenção preventivas, orientadas para a minimização dos impactos de falhas nos
processos e meios de produção para e também, atuarem em parceria com as
atividades de limpeza, lubrificação e tarefas corretivas herdadas da primeira geração.
Isto foi o que caracterizou a segunda geração. Viana (2002) destaca que esta
geração foi marcada também pelo surgimento da Manutenção Preditiva e da
Manutenção Produtiva Total (TPM). Autores como Almeida (2001), Werkema (2002) e
Alvarez (1988) afirmam que o TPM foi uma característica da terceira geração. Na
Figura 13, ver-se que o TPM iniciou na fronteira entre a segunda e terceira geração e
por isto fornece condições para diferentes interpretações. O fato é que a TPM surgiu
em meados da década de 1970 como conseqüência do desenvolvimento das técnicas
da Qualidade Total. Portanto, com a intensificação das políticas de qualidade e dos
sistemas “just-in-time” que exigem estoques reduzidos de produtos inacabados, o que
antes era considerado uma pequena interrupção passou a ser considerado grande,
em vista disso exigiu mais da linha de produção. Na terceira geração ocorreu a
elevação de custos, de mão-de-obra e de capital, associados à concorrência em
57

escala mundial, isto conduziu à prática do dimensionamento de equipamentos no


limite da necessidade dos processos, o que tornou mais estreitas suas faixas
operacionais, aumentando ainda mais a importância da manutenção. As exigências
passaram a ser um dos requisitos tradicionais, como disponibilidade dos
equipamentos e custo para incluir também, confiabilidade nos serviços, segurança no
trabalho e vida útil. Como conseqüência dessas novas exigências, a manutenção
preditiva, a manutenção centrada em confiabilidade e a manutenção produtiva total
são atualmente as grandes vertentes do desenvolvimento das técnicas de
manutenção, de forma a automatizar e otimizar o processo.
Para dar suporte ao volume de informações oriundas das atividades destas
novas vertentes, estão os sistemas informatizados de gerenciamento da manutenção,
onde os mais utilizados são SIGMA, SAP (módulo de manutenção), SIM e o MÁXIMO
os quais auxiliam no gerenciamento dos dados e planejamento das ações de
manutenção.
Em processos produtivos onde o custo com manutenção for superior a 4% do
faturamento obtido ou no caso de projetos futuros em que a aplicação de capital em
ativos é o maior investimento, Kardec (2002), Almeida (2001) e Viana (2002) afirmam
que a manutenção obrigatoriamente assume uma nova dimensão quanto à
importância estratégica, que é a gerência de ativos, sendo isto uma nova fronteira
para a atuação da manutenção.

2.2.1 Classificação da manutenção

Para Affonso (2005), Almeida (2001), Werkema (2002), Stonner (2001), Palady
(2002) e as normas da ABNT, a classificação dos serviços de manutenção ocorre
quando existe ocorrência des falhas e em função disto. Há basicamente dois tipos de
intervenção: a manutenção corretiva e a manutenção preventiva. Sendo a primeira
um procedimento adotado em uma empresa na qual se espera que a máquina
apresente uma falha, seja ela concreta ou latente para então corrigi-las.
Entende-se falha concreta como o estágio final de todo o defeito, que termina
produzindo a parada do equipamento. Já a falha latente é o primeiro estágio ou
período de incubação de toda a falha concreta, quando a falha resulta do
envelhecimento natural, desgaste ou fadiga. A falha latente não impede o
58

funcionamento do equipamento, apenas prejudica seu desempenho, já a falha


concreta impede seu funcionamento. A característica principal da falha latente é a de
que esta imperfeição estrutural ou funcional nem sempre paralisa a operação do
equipamento, que continua o mesmo a funcionar, ainda que com o defeito
engendrado.
Autores como Viana (2002), Affonso (2005) e Siqueira (2005) chamam a falha
latente de defeito. A classificação entre falha latente ou falha concreta depende
também de fatores que levem em consideração aspectos de segurança e de
qualidade, pois um vazamento em uma mangueira, dependerá dos critérios de
segurança e de qualidade existentes, para determinar se este problema e desta ou
daquela ordem. A Manutenção Preventiva “É a assistência técnica dada a um sistema
funcional físico, segundo inspeções executadas com freqüências pré-fixadas e com o
intuito de detectarem falhas latentes, afim de prevenir, a forma parada devido às
falhas concretas”.
Segundo Almeida (2001), a classificação baseada na ocorrência das falhas
(antes ou depois) é válida para aspectos de mensuração, porém, para aspectos de
avaliação onde o objetivo é verificar se o resultado obtido foi o esperado, a
classificação precisa estar associada a função que o equipamento desempenha.
Affonso (2005) e Kardec (2002) afirmam que a forma de classificação baseada na
ocorrência de falha, em virtude de sua característica de fácil visualização e
identificação, permite a adoção de sistemas de mensuração monetária simples.
Porém, para aspectos de avaliação, o sistema de mensuração precisa estar
associado à determinação da função, ou seja, o sistema de mensuração monetária é
dependente da forma como a função do equipamento é determinada dentro do
planejamento da manutenção. Na determinação da função se define o objetivo
necessário para o atendimento das metas estabelecidas com relação ao desempenho
do equipamento analisado. O estabelecimento da função dentro da atividade de
manutenção cria o vínculo necessário com as áreas de planejamento e controle,
fundamentais para a obtenção de dados a serem utilizados na mensuração monetária
destas atividades.
Para Pallady (2002) e Siqueira (2005), associado ao estabelecimento da
função é fundamental se determinar: o motivo, o que fazer, como realizar e quando
realizar. O conhecimento do primeiro citado facilita a priorização das tarefas e o
estabelecimento do que deve ser feito. O conhecimento do como deve ser feito e de
59

quando deve ser feito determina o método a ser adotado para execução destas
tarefas. Este conhecimento é básico para o planejamento providenciar recursos
materiais, ferramentas, equipamentos e mão-de-obra além de estimar o tempo
necessário de forma eficaz e eficiente. Classificar uma atividade quanto à forma de
programação leva em consideração o fator quando fazer, enquanto que classificar
uma atividade de acordo com o objetivo associa-se aos fatores: o que fazer e como
fazer. As duas formas, quanto à forma de programação e quanto aos objetivos, juntas
determinam a forma de priorização das tarefas. Na Figura 14, apresenta-se a
classificação adotada em Siqueira (2005) e Viana (2002). Esta complementa a forma
de classificação quanto à ocorrência de falhas.

Periódica
Manutenção programada

Aperiódica
Classificação quanto a
forma de programação

Manutenção não programada

manutenção corretiva ou reativa


manutenção preventiva
manutenção preditiva
Classificação quanto ao manutenção produtiva
objetivo das tarefas manutenção proativa
executadas manutenção detectiva

Figura 14 - Classificação da manutenção


Fonte: Siqueira (2005).
60

No Quadro 10 é apresentado um resumo das definições adotadas quanto à


manutenção.
ITEM Classificação Definição
Manutenção São atividades de manutenção previstas , planejadas e realizadas
1
programada obedecendo critérios de tempo e condições pré-definidas.
Manutenção
2 São atividades realizadas a intervalos fixos de tempo
programada periódica
Manutenção São atividades realizadas a intervalos variáveis de tempo mas não
3 programada de forma aleatóra. O caráter aleatório só existe na manutenção não-
aperiódica programada
São atividades realizadas de forma aleatória vinculada a
Manutenção não
4 necessidades e oportunidades de parada devido a outros motivos
programada
não atribuídos a manutenção (exemplo: falta de matéria-prima).

Manutenção corretiva São atividades realizadas após a ocorrência de falhas, é uma


5
ou reativa manutenção reativa
Manutenção
6 São atividades realizadas antes da ocorrência de falhas
preventiva
São atividades realizadas de medição e monitoramento para
7 Manutenção preditiva identificar presença ou não de falha e medir e acompanhar sua
evolução.
São atividades de manutenção realizadas de forma planejada
Manutenção (corretiva ou preventiva) visando garantir que a função do
8
produtiva equipamento seja desempenhada de forma a atender as
necessidades da operação.
São atividades de manutenção realizadas de forma a desenvolver no
9 Manutenção proativa equipamento condição mínima de manutenção, ou seja,atingir o nível
de "free-manutenance".
São atividades de manutenção realizadas para detectar falhas
10 Manutenção detectiva ocorridas e não devidamente tratadas devido ao seu baixo impacto
na operação.
Quadro 10 - – Definições básicas de manutenção
Fonte: Siqueira (2005)

O alinhamento entre a função do equipamento com a estratégia ou os objetivos


da empresa é fundamental para se determinar o tipo de manutenção a ser adotado.
Segundo Almeida (2001), em equipamentos que possuam dispositivos “stand-by”,
que não sejam críticos para o processo e sua falha não proporcione sérios efeitos ao
nível de segurança, qualidade e custo. Pode-se utilizar a manutenção corretiva como,
por exemplo, em bombas d’água para abastecimento de instalações sanitárias em
prédios e depósitos. Neste mesmo local, equipamento igual e de mesma
especificação. Porém com aplicação e importância crucial, podem exigir a utilização
da manutenção preditiva através de equipamentos específicos de monitoramento,
que permitem a medição de parâmetros como temperatura, vibração, condição do
óleo, etc. Previamente definidos para caracterizar a condição do material,
61

identificando a presença e a evolução da falha a tempo de serem corrigidas, com o


planejamento adequado para esta intervenção.
De forma resumida equipamentos iguais recebem tratamento diferente e
proporcional ao seu papel (função) dentro do processo produtivo. Stonner (2001)
informa que o desempenho do equipamento é afetado basicamente pela correta
especificação e também quanto ao uso, ou seja, na forma como o mesmo é operado,
regulado, inspecionado e mantido, portanto a conservação é apenas um dos
aspectos, entretanto não o único.
Almeida (2001) afirma que a manutenção produtiva promoveu uma mudança
no foco, nos conceitos e nos paradigmas, pois antes o objetivo central estava na
conservação do estado do equipamento, pois somente assim se acreditava que a
disponibilidade deste seria obtida conforme prescrição do fabricante, dessa maneira a
manutenção produtiva provou em exemplos de sucesso em aplicações na Toyota,
Honda, Mitsubishi, CSN, entre outros, que o foco deve ser na manutenção da função
na qual foram projetados os equipamentos e isto deve estar associado com as
condições operacionais impostas de forma a se otimizar o uso dos mesmos.
Ao analisar o Quadro 11, observa-se que os focos antigos e atuais não são
antagônicos e sim complementares, ou seja, o antigo foco está dentro do novo, pois
este novo foco é mais amplo.

Foco Índice de desempenho


Antiga Estado (conservação) Disponibilidade
Atual Uso (otimizar) Função na qual foi projetado
Quadro 11 - Comparação sobre a evolução da visão da manutenção
Fonte: Kardec (2002)

Um dos objetivos (item 1.3.2.3) é o desenvolvimento de mecanismos de


mensuração monetária dos “custos ocultos”, existentes nas atividades de
manutenção. Todavia, para se realizar a análise destes: As atividades de manutenção
devem ser levantadas e analisadas quanto ao seu alinhamento à estratégia da
empresa (desnecessário x necessário). Portanto, é fundamental o conhecimento da
função que o equipamento analisado possui dentro do processo produtivo. Siqueira
(2005), afirma que associado à função, é necessário se determinar no planejamento,
a aplicação de conceitos de confiabilidade e uso de suas ferramentas, que levem em
consideração a característica probabilística da ocorrência das falhas e seu impacto no
62

ciclo de vida. Para tanto, é fundamental a focalização no binômio função “versos”


modo de falha, os quais estão explicitados no Quadro 12, apresentado na seqüência.

2.2.2 Confiabilidade e FMEA

Confiabilidade é a capacidade de um item de desempenhar uma função


requerida sob condições especificadas, durante um intervalo de tempo determinado
(NBR 5462, 1994). Baseado neste conceito se analisa que a confiabilidade está
atrelada a três aspectos básicos: função requerida, condição especificada e tempo
determinado. Para Siqueira (2005), a função requerida representa “o que” deve ser
feito, a condição especificada se relaciona com “o como” deve ser feito e o tempo
determinado está relacionado ao “quando” deve ser feito. Para uma ferramenta ser
adotada em trabalhos de confiabilidade é necessário, segundo Almeida (2001), ter
especificado o trinômio: “o que”, “como” e “quando”. Simões (2004) afirma que a
ferramenta que se mostrou mais adequada para ser utilizada ao se tratar de
levantamento de dados para estudos de confiabilidade na manutenção é a FMEA
(análise de modos de falha e efeitos).
Segundo Palady (2002), FMEA consiste em um grupo de atividades sistêmicas
com o objetivo de reconhecer e avaliar a falha potencial de um produto ou processo e
seus possíveis efeitos, para identificar as ações que podem eliminar ou reduzir a
chance de uma falha vir a ocorrer além de documentar o processo de análise. Para
Segismundo e Hique (2006) FMEA é uma técnica analítica com o espírito de agir
“antes do evento” e não como um exercício “após o evento”, daí ser muito útil dentro
do campo de Projetos, Segurança do Trabalho e de Manutenção Preventiva. Todavia,
não é a única, pois existem também a FTA (Análise das Árvores de Falha) e a PRA
(Análise Probabilística de Risco) que, segundo Siqueira (2005), podem ser úteis. As
demais existentes (“5 por quês?”, QFD-Função Desdobramento da Qualidade,
“Espinha-de–Peixe” ou Diagrama de Ishikawa) não atendem ao objeto deste trabalho,
pois não estão atreladas ao modo de falha. Quanto à utilização do FTA é necessário
esclarecer que, baseado em Scapin (1999) e Werkema (2002), a ferramenta FTA
complementa a ferramenta FMEA, pois enquanto esta tem caráter preventivo, a FTA
possui caráter corretivo. Além disto, a ferramenta FMEA se mostrou efetiva no
planejamento, enquanto que a FTA se mostrou efetiva com as equipes de execução,
63

conclui-se que FTA tem sido usada como fonte de “feedback” para que a ferramenta
FMEA possa fazer os ajustes necessários. Por isto, nesta dissertação será adotada a
ferramenta FMEA como ferramenta principal. As demais serão usadas caso
necessário.
O FMEA consiste de definições, cujo objetivo primordial é “radiografar” cada
uma das partes de um sistema, a fim de levantar todas as maneiras pelas quais o
componente possa vir a falhar e avaliar quais os efeitos que estas falhas acarretam
sobre os demais elementos e sobre o sistema (instalação, equipamento, etc.)
(CARBONE; TIPPET; SIMÕES, 2004). É um método útil para documentar, de forma
organizada, os modos e os efeitos de falhas de componentes, ou seja, investiga-se o
componente com a intenção de levantar todos os elementos, com a inclusão das
ações inadequadas do ser humano, que possam interromper ou degradar o seu
funcionamento e/ou do sistema ao qual o componente pertença (SIMÕES, 2004). De
acordo com Maddox (2005), o FMEA constitui uma das técnicas de análise de risco
mais utilizadas no domínio de engenharia de produto, a qual analisa os possíveis
modos de falhas dos itens de um sistema e indica os efeitos e a criticidade destes
defeitos sobre outros elementos e sobre o sistema. Para Puente et al (2002), o FMEA
permite que problemas potenciais sejam analisados e possíveis imperfeições em
produtos sejam identificadas.
Na elaboração do FMEA, cada parte é examinado de forma a se identificar
seus possíveis modos de falha. Assim para cada um destes são atribuídos três
valores: a capacidade dos meios de detecção desta falha antes que ela realmente
ocorra (Quadro 13), a probabilidade de ocorrência de um modo de falha (Quadro 14)
e a severidade do impacto de tal falha (Quadro 15). A simples multiplicação destas
três variáveis gera a criticidade (MADDOX, 2005).
A base da estrutura de um FTA reside na definição de um evento topo (falha
funcional de um item específico). Segundo Scapin (1999), o evento topo é interligado
às falhas básicas, isto é, conjunto de problemas que originam a imperfeição do
evento topo. Para Maddox (2005), os elementos utilizados para a construção de um
FTA são identificados como: elementos que classificam (simbologia dos eventos) e
conectam (portas lógicas). Destas as principais são simbolizadas pela lógica
Booleana e fluxogramas. Mediante o exposto, na Figura 15, apresenta-se um
exemplo de FTA.
64

EVENTO TOPO

Falha Básica 1 Falha Básica 2

Figura 15 - Exemplo de FTA


Fonte: Maddox (2005).

A norma que rege a aplicação da metodologia da confiabilidade é a IEC 60300-


3-11. Esta afirma a indispensável importância da documentação dos métodos de
relação dos critérios utilizados e dos resultados obtidos. Para tanto, apresenta um
roteiro com as sete etapas que compõem o processo de implantação da manutenção
centrada na confiabilidade, são eles: seleção do sistema e coleta de informações,
análise de modos de falha e efeitos, seleção de funções significantes, seleção de
atividades aplicáveis, avaliação da efetividade das atividades, seleção de tarefas
aplicáveis e efetivas e definição da periodicidade das atividades.Verifica-se que este
roteiro leva a elaboração das funções a serem preservadas (estabelece “o que”
fazer), para em seguida desenvolver o plano de manutenção (“como” fazer para
manter as funções) e a definição da respectiva periodicidade (“quando” fazer).
Ao se traçar um paralelo a este roteiro com o escopo a presente dissertação,
comprova-se que o mesmo deve ser seguido até a quarta etapa, pois é necessário
estabelecer um critério de alinhamento que torne o trabalho de manutenção passível
para identificações de atividades necessárias e atividades desnecessárias (que
geram “custos ocultos”). A ferramenta FMEA através do estabelecimento das funções
associadas às falhas, modos de falhas, causas e efeitos fornece um conjunto de
dados que permite estabelecer uma relação diretamente proporcional entre a ação
recomendada e o benefício desejado. Pois baseado em Siqueira (2005), para um
mesmo componente podem existir diversos modos de falhas e diversas causas mais
também variadas opção de ação.
Se um procedimento adotado de manutenção em determinado componente
não estiver associado ao modo de falha e nem a causa da falha, pode-se concluir que
esta ação, não está alinhada para manter a função do componente e assim pode ser
65

classificada como desnecessária ou supérflua. Atividades desnecessárias geram


perdas, pois não agregam valor. Este segundo Porter (1992) e Prahalad,C.K. e Hamel
(2000) é uma relação obtida entre o benefício que se pretende obter e o valor a ser
pago para este benefício, ou seja, se um produto “cobra” um preço muito baixo em
comparação com o benefício que proporciona, então, conclui-se que o mesmo está
“barato” e caso contrário o mesmo estará “caro”. Esta ferramenta permite ao término
do preenchimento da mesma classificar o que é uma perda normal e uma perda
anormal. Baseado nisto, as ferramentas de contabilidade gerencial tratarão de
mensurar estas perdas e verificar o impacto dos custos ocultos. Em casos de
dificuldade para se identificar as causas das perdas anormais, deve-se adotar o FTA.
Para uso desta ferramenta é fundamental, segundo Scapin(1999) e Siqueira
(2005), o conhecimento das funções , falhas e modos e imperfeições que precisam
ser previamente definidos.

Componente Parte integrante de um equipamento.


Representa o que o usuário deseja que o item ou sistema faça dentro de um
padrão de performance especificado. Sendo classificadas como principal (gera
Funções o objetivo principal do sistema) , secundária (acrescenta objetivos ao sistema),
auxiliar (modifica objetivos do sistema) e supérflua (introduz objetivos
desnecessários)
Representa a interrupção ou alteração da capacidade de um item
desempenhar determinada função esperada ou requerida. Pode ser do tipo
Funcional ou concreta que impossibilita de desempenhar sua função ou falha
Potencial ou latente na qual caracteriza-se pela degeneração da sua função
ou o início da ocorrência de uma falha funcional. Portanto, segundo Viana
(2002), falha é o término da capacidade de um item desempenhar a função
Falha
requerida. Depois da falha o item tem uma pane (NBR 5462, 1994).Neste
momento é importante estabelecer a distinção entre falha e defeito.Pois, o
defeito, segundo Viana (2002), é qualquer desvio de uma característica de um
item em relação a seus requisitos (NBR 5462, 1994) afirmam que o
aparecimento do defeito não impede o funcionamento apenas prejudica o
desempenho.
É um evento ou condição física que provoca uma falha funcional, trata-se de
um fenômeno associado a passagem do estado normal para o estado
Modo de
anormal,.Os modos de falha descrevem como as falhas funcionais
Falha
acontecem.O modo de falha descreve o que está errado na funcionalidade do
componente.
Descreve por que está errada a funcionalidade do componente. É importante
Causa de
esta distinção pois é na etapa de projeto que se combate a causa da falha e na
Falha
etapa de manutenção que se combate o modo de falha.
Efeito de É o que acontece quando um modo de falha se apresenta. A avaliação destes
Falhas efeitos será determinada preliminarmente baseados nos níveis de severidade
existentes na MIL- STD – 882 D assim denominados:
Categoria I – Efeito Catastrófico (causa mortes, grandes danos ambientais e
ao processo produtivo)
Continua
66

Categoria II – Efeito Crítico ( lesão grave ou incapacitante, graves danos


ambientas ou ao processo)
Categoria III – Efeito Marginal ( lesão leve, dano pequeno e ou atraso na
produção)· Categoria IV – Efeito Insignificante
Gravidade ou Severidade e Frequência são classificados segundo tabelas
Gravidade e específicas baseadas na norma IEC 60300-3-11 com o objetivo de mensurar
Frequência qualitativamente os efeitos que a falha provoca dentro destes dois aspectos
básicos que medem a intensidade e a repetição dos mesmos.
São as atividades de manutenção realizadas atualmente dentro da rotina
Tarefas
existente na empresa em estudo. Para sua descrição e classificação usa-se o
Atuais
Quadro 1
O risco de uma atividade é obtido da relação Risco = Severidade x Frequência
Análise de x Detectabilidade onde os valores de severidade, frequência e detectabilidade
Riscos possuem tabelas específicas determinadas pela Norma americana MIL - STD -
882 D.
Obtido através da comparação entre os efeitos das falhas e a função
Consequência
estabelecida de forma a determinar quais são as funções significantes e quais
das falhas
as que não são.
São critérios que estabelecem se as funções significantes são ou não
aplicáveis. Os critérios são baseados na prevenção do modo de falha ou na
minimização dos efeitos da falha para níveis aceitáveis. Os critérios são:
Critério de
Atividades direcionadas por tempo,
Aplicabilidade
Atividades direcionadas por condição,
Atividades direcionadas por falhas,
Atividades direcionadas por operação.
Documento básico responsável por registrar todas as atividades de
manutenção. Neste documento deve ser determinado: a data, a descrição do
Ordem de
serviço, o tipo de serviço, o número de identificação do equipamento (tag), os
Serviço
materiais e ferramentas utilizados, previsão de duração, identificação e
assinatura do responsável.
Sáo as atividades realizadas segundo os critérios de aplicabilidade. Existem
Atividades sete tipos que são: Substituição Preventiva (SP), Restauração Preventiva (RP),
Aplicáveis Inspeção Preditiva (IP), Inspeção Funcional (IF), Serviço Operacional (SO),
Manutenção Corretiva (MC) e Reparo Funcional (RF)
Substituição Consiste na reposição programada de um componente ou peça de um
Preventiva determinado equipamento ou máquina em determinada idade limite , para
(SP) prevenir sua falha funcional. Atividade direcionada por tempo
Restauração Consiste na correção programada do desgaste ou desvio de um componente
Preventiva ou peça de um determinado equipamento ou máquina em determinada idade
(RP) limite , para prevenir sua falha funcional. Atividade direcionada por tempo
Consiste na verificação programada de um componente ou peça de um
determinado equipamento ou máquina por sentido humano e instrumental do
Inspeção
estado de evolução de uma falha potencial com o objetivo de detectar e corrigir
Preditiva (IP)
antes da evolução para uma falha funcional. Atividade direcionada por
condição
Consiste na verificação programada do estado funcional de um componente ou
Inspeção peça de um determinado equipamento ou máquina visando descobrir uma
Funcional (IF) falha funcional que já tenha ocorrido.Envolve testar a funcionalidade do
componente. Atividade direcionada por falhas
Serviço Consiste no ressuprimento de materiais consumíveis usados na operação
Operacional normal do equipamento e outras atividades repetitivas como limpeza e outras
(SO) associadas a conservação. Atividade direcionada para operação
Manutenção Consiste na restauração não programada de um componente ou peça de um

Continua
67

Corretiva determinado equipamento ou máquina visando corrigir defeitos ou falhas


(MC) potenciais detectadas. Atividade direcionada por condição.
Reparo Consiste na recuperação não programada da capacidade funcional de um
Funcional componente ou peça de um determinado equipamento ou máquina visando
(RF) repara falhas funcionais já ocorridas. Atividade direcionada por falha
Quadro 12 – Conceitos básicos do FMEA
Fonte: Siqueira (2005).

Baseado nos resultados apresentados nas Figuras 10 e 11, nota-se que tão
importante quanto à execução de medidas preventivas é a execução de medidas
avaliativas, deste modo o FMEA fornece dados para esta avaliação. Basta comparar
as ações executadas em determinado equipamento, em um determinado período com
o tipo de ação recomendado na planilha FMEA para este mesmo equipamento. Para
facilitar esta comparação surge o Quadro 12 (Conceitos básicos do FMEA -
SP,RP,IP,IF,SO,MC,RF). Caso uma ordem de serviço (OS) executada seja do tipo RF
e na planilha exista a recomendação de uma ação do tipo IP para o respectivo modo
de falha, constata-se uma imperfeição na execução da atividade IP e isto deve ser
investigado. Desta forma, o uso da ferramenta FMEA permite que as ações de
avaliação auxiliem as ações de prevenção.
Com o Quadro 12, consegue-se estabelecer critérios para classificar as
atividades. Assim, estas estiverem registradas nas OS’s, desenvolve-se condições
para utilizar o Quadro 7 e com isso, calcular os termos da fórmula 6 e considerar que
a fórmula 6 substitui a fórmula 5. Pois com o Quadro 7 e 12 desenvolvidos, atende-se
os pré-requisitos necessários (classificação de atividades pré-estabelecidas e o
respectivo quantitativo) para determinar neste trabalho que Nf = 1 e se respeita a
lógica de rateio da fórmula 1. Nos Quadros 13, 14, 15 e 16 a seguir existe o
detalhamento dos conceitos de detectabilidade, freqüência, severidade e modos de
falhas. Estes fornecem dados para mensuração da atividade, desenvolvem
informações básicas para definição dos critérios de aplicabilidade e permitir a
associação das tarefas e atividades aplicáveis de manutenção classificadas como
necessárias ou desnecessárias unidas a mensuração dos custos ocultos.
68

Detectabiliadade de Risco
Nível Detectabilidade Descrição Valor
1 Fácil Falha detectável por procedimento operacional 1
2 Razoável Falha detectável por inspeção operacional 2
3 Difícil Falha detectável por ensaio funcional 3
4 Muito Difícil Falha detectável apenas por desligamento 4
5 Impossível Falha totalmente oculta 5

Quadro 13 – Detectabilidade
Fonte: Maddox (2005).

No Quadro 13, mensura-se como está o processo de identificação e


localização de falha, no qual quanto mais fácil for a localização da falha com os
recursos disponíveis (material humano, ferramentas, know-how do processo), menor
a pontuação.

Nível de Frequência de Modos de Falha


Nível Frequência Descrição Exemplo Valor
Problemas diários, semanais ou
1 Frequente Falha ocorrerá continuamente 6
mensais
2 Provável Falha ocorrerá com frequência Falhas bimestrais ou trimestrais 5
Falha esperada de ocorrer
3 Ocasional Falhas semestrais 4
ocasionalmente
4 Remoto Falha razoavelmente esperada Falhas anuais 3
5 Improvável Falha ocorrerá excepcionalmente Falhas devido a acidente 2
Falhas devido terremotos,
6 Imprevisível Falha praticamente não ocorrerá 1
temporais, intervenção do Estado
Quadro 14 – Freqüência
Fonte: Warren (2002)

No Quadro 14, mensura-se o segundo aspecto que trata do comportamento da


falha em relação ao tempo, onde quanto mais freqüente e menos aleatória, maior a
pontuação.

Níveis de Severidade de Riscos


Danos
Categoria Severidade Valor
Ambiental Pessoal Econômico
I Frequente 5 Grande Mortal Total
II Provável 4 Significante Grave Parcial
III Ocasional 3 Leve Leve Leve
IV Remoto 2 Aceitável Insignificante Aceitável
V Improvável 1 Inexistente Inexistente Inexistente
Quadro 15 – Severidade
Fonte: Palady (2002).

No Quadro 15, mensura-se quanto ao aspecto de severidade, encerrando


assim os três aspectos para priorização das falhas (facilidade de localização,
freqüência e gravidade se ocorrer). No Quadro 15 a relação está distribuída no
69

sentido de que quanto mais grave for o dano causado pela ocorrência da falha, maior
a pontuação.
Para facilitar a comparação e aplicação dos critérios para priorização,
apresenta-se o Quadro 16 com as definições clássicas existentes segundo Palady
(2002) e Almeida (2001).
Modos de Falha Básicos
Classe Modo de Falha Tipo de Falha Causa da Falha
Dúctil Deformação plástica por escoregamento
Frágil Propagação de trinca sob tensão estática
Fratura
Fadiga Térmica Propagação de trinca sob tensão cíclica
Fadiga Térmica Propagação de trinca por ciclo térmico
Mecânico Remoção de material por atrito
Químico Remoção de material por reação química
Eletroquímico Perda de material por reação eletroquímica
Corrosivo Ação eletroquímica do meio ambiente
Desgaste
Mecânico Adesivo Ruptura de micro adesões entre superfícies
Abrasivo Risco superficial por material mais duro
Cavitação Estouro de bolhas devido a diferencial de pressão
Remoção superficial devido a atrito entre partes que não
Fretting
deveriam ter movimento relativo entre si (falha de fixação)
Tração Alongamento dúctil sob força de tração
Deformação Pressão Encolhimento dúctil sob força de pressão
Torção Distorção helicoidal dúctil por tração
Processual Depósito de material utilizado no processo
Incrustação
Ambiental Depósito de material do meio ambiente
Dielétrica Condução elétrica em semicondutores
Magnética Magnetização de núcleos magnéticos
Perdas
Superficial Condução elétrica superficial em sólidos
Sobrecarga Aquecimento por excesso de carregamento
Sobretensão Excesso de tensão elétrica aplicada
Elétrico Contaminação Modificação de característica por impurezas
Isolamento Térmica Perda do isolamento por aquecimento
Eletroquímica Perda do isolamento por reação eletroquímica
Química Redução do isolamento por reação química
Mecânica Perda de secção por extrusão dúctil
Resistência
Contaminação Modificação da característica por impurezas
Manutenção Erro na execução da manutenção
Erosão Incidência de chuva e vento
Dano Ambiental
Abrasão Ocorrência de chuva de granizo
Elétrico Incidência de raios
Estrutural Deterioração Corrosão Ação (eletroquímica) do meio ambiente
Ambiental Deterioração Característica própria dos materiais não metálicos
Mecânica Propagação de trincas sob efeitos cíclicos
Dano por Fadiga Térmica Propagação de trincas sob ciclo térmico
Irradiação Aceleração da fadiga por irradiação
Quadro 16 – Modos de falhas Básicos
Fonte: Siqueira (2005).
70

No Quadro 16, expõe um resumo das definições necessárias para formulação


e estruturação do banco de dados a ser utilizado no FMEA. Com esta estruturação
definida, é estabelecido os parâmetros para busca de dados, todavia estes, dados
para se tornarem informações úteis dentro do processo gerencial segundo Werkema
(2002) e Martins (2008) precisam estar associados a índices, que segundo Porter
(1992), Pidd (1998) e Barcaui (2006) servem de balizamento na comparação, se o
resultado esperado está sendo alcançado, o monitoramento das ações é eficaz.

2.2.3 Índices de manutenção

Os índices norteiam o processo de atribuição e apropriação de custos,


segundo Viana (2002), existem seis indicadores que formam os “índices de classe
mundial”; estes são apresentados adiante:
MTBF - Mean Time Betwen Failures, conhecido no Brasil como TMEF –
Tempo Médio Entre Falhas. Mede quanto tempo um equipamento esteve em
operação entre uma falha e outra; O segundo é o MTTR – Mean Time To Reparo, ou
TMPR – Tempo Médio Para Reparo. Ele mede a duração média de reparo executada
pela equipe de manutenção, ou seja, quanto tempo em média leva para um
equipamento voltar para a condição de operacional; o terceiro índice é o MTTF –
Mean Time To Failure, ou TMPF - Tempo Médio Para Falha. Este se aplica em
equipamentos e componentes que não sofrem reparos, ou seja, são substituídos por
novos quando apresentam falhas, como por exemplo, lâmpadas elétricas; O quarto
índice representa a disponibilidade física do equipamento. De acordo com a ABNT,
disponibilidade é a capacidade de um componente está em condições de executar
uma determinada função em um dado instante ou durante um intervalo de tempo
determinado; O quinto índice é o custo de manutenção por faturamento. Este consiste
na relação entre os gastos totais de manutenção e o faturamento da empresa. O
último é o custo de manutenção por valor de reposição. Tal índice consiste na relação
entre o custo total de manutenção de um determinado equipamento com o seu valor
de compra.
Segundo Kardec (2002), além dos “índices de classe mundial”, existem mais
oito indicadores muito importantes para medição do desempenho. São eles: Backlog,
definido como o tempo que uma equipe de manutenção deve trabalhar para concluir
71

todos os serviços pendentes utilizando toda a sua força de trabalho. Este parâmetro
consiste na relação entre a demanda de serviços e a capacidade de atendê-los; O
segundo indicador é o retrabalho, como o próprio nome sugere, trata do percentual de
horas trabalhadas em Ordens de Manutenção encerradas e reabertas por qualquer
motivo, em relação ao total geral trabalhado no período; O terceiro índicador é o de
Corretiva, indica o percentual das horas de manutenção dedicadas a manutenção
corretiva em relação ao total geral trabalhado no período; O quarto índice é o de
Preventiva. É o oposto ao índice de corretiva, pois indica o percentual das horas de
manutenção dedicadas à manutenção preventiva em relação ao total geral trabalhado
no período; O quinto índice trata da alocação de HH (Homem-Hora) em OM (Ordem
de Manutenção ou Ordem de Serviço). Este mostra o percentual de horas de
manutenção registradas nas OS’s (Ordem de Manutenção), ou seja, mostra quanto
das horas disponíveis da equipe foram efetivamente gastas com execução do serviço
existente nas OS’s; O sexto índice trata do treinamento na Manutenção, este
corresponde ao percentual de horas de treinamento sobre o total de horas disponíveis
da equipe de manutenção; O sétimo item trata da taxa de Freqüência de Acidentes,
ele representa o número de acidentes por milhão de Homens – Horas (HH)
trabalhado. Trata-se de um índice adotado pelos setores de Serviços Especializados
de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). O último trata da taxa de Gravidade
de Acidentes. Consiste no total de homens horas perdido decorrente de acidentes de
trabalho por milhão de HH trabalhado. É um índice adotado pelos setores de Serviços
Especializados de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).
Prahalad,C.K. e Hamel (2000) destacam que o registro de informações para
ser considerado eficaz e auxiliar o processo decisório deve passar por dois critérios:
alinhamento com a estratégia da empresa e agregação de valor ao processo
conforme citado no item 2.1.3 para desenvolvimento do Quadro 7 é necessário o
estabelecimento de critérios. Nota-se que não se encontra dentro dos itens
gerenciáveis do setor de Manutenção algum índice que possua critérios para a
mensuração dos custos ocultos de forma direta ou indireta. Conseqüentemente, os
mesmos precisam ser desenvolvidos e o FMEA é a opção, através do fornecimento
de dados, para comparação entre a atividade realizada, a atividade recomendada e a
representada na seqüência.
72

índice de aderência ao FMEA

Índice de N° de OS’s onde a atividade recomendada no FMEA foi executada


aderência =
Número de OS’s totais executadas (11)
ao FMEA

Baseado na Fórmula 11, desenvolve-se a Fórmula 12 onde convergem o


índice de preventiva, com a disponibilidade obtida e com o índice de aderência ao
FMEA. Deste produto, obtém-se uma relação na qual se constatado: 1. o
planejamento das atividades (índice de preventiva) com a aderência ao FMEA
(fórmula 11); e o 2. resultado obtido desta ação que é a disponibilidade. Estes
eventos refletem o desempenho da manutenção em termos percentuais e
relacionando o planejamento com o resultado obtido. Quanto mais alto este índice
melhor.

Desempenho da Manutenção

Desempenho da = Índice de Índice de aderência Disponibilidade do (12)


Manutenção Preventiva x ao FMEA x equipamento no período

Desenvolvida esta relação precisa-se verificar seu impacto no decorrer do uso


durante determinado tempo ou ciclo.

2.3 Ciclo de vida

Hansen (2003), define ciclo de vida do produto como o tempo de existência


deste produto – de sua concepção até o seu abandono. Segundo Sakurai (1997), “o
custeio do ciclo de vida” é um método de apuração do custo de um produto ou de um
equipamento durante toda sua vida útil, ou seja, Life Cycle Costs ou Custos do Ciclo
de Vida de equipamentos ou de projetos. Tais denominações designam somatórios
de estimativas ou apurações de custo desde a concepção até a sua baixa, obtidos
por meio de análises. Hansen (2003) e Bordeaux-Rêgo (2008), afirmam ainda que
LCC é uma técnica de avaliação econômica do custo de determinado equipamento.
73

Leva em consideração a aquisição, operação, manutenção e disposição de um


sistema de manufatura em um certo período de tempo.
Conforme Kaplan (2000), o objetivo de uma análise de LCC é escolher a
melhor aproximação de uma série de alternativas para que o menor custo de longo
prazo seja atingido. Segundo Motta (2002), a escolha decorre da comparação da
situação atual com as situações desejáveis ou previstas. Isto permite a utilização de
diversas metodologias e técnicas. Almeida (2001) afirma que a análise de LCC
permite que os engenheiros e gestores justifiquem a seleção de equipamentos e
processos baseados no custo total e não apenas no custo de aquisição inicial.
Geralmente os custos de operação, manutenção e baixa excedem todos os outros
custos, mas existem exceções. Para Bordeaux-Rêgo (2008), justificativas de
melhorias são baseadas em detalhes e alternativas financeiras. Motta (2002)
acrescenta que o dado para qualquer melhoria começa com a mensuração do custo
da condição atual, ou seja, é fundamental a correta apropriação dos custos.
Estabelecida à situação atual ou o “status quo”, passa-se para a mensuração dos
custos das alternativas. Bordeaux-Rêgo (2008) relata que é importante destacar que,
para cada alternativa, deve-se existir uma justificativa que forneça o respaldo
necessário. Portanto, segundo Werkema (2002) sugestões de melhorias requerem o
conhecimento de: 1) como as coisas falham e 2) qual é o custo da falha. Segundo
Almeida (2001), os princípios de engenharia de confiabilidade mostram não só de que
forma os itens apresentam problemas, mas também auxiliam na mensuração das
imperfeições em termos qualitativos. Neste campo de atuação, as ferramentas FMEA
e FTA (Análise da Árvore de Falha) são consideradas como as mais apropriadas
conforme Simões (2004).
Com base nas Figuras 7 a 11, percebe-se como o gerenciamento influencia
durante a vida útil do equipamento e no retorno obtido. Para isto, é apresentado a
seguir a Figura 16, que mostra quais os fatores que estão presentes em cada uma
das três fases da vida útil de um equipamento, a fim de se obter o máximo de retorno.
74

Fase 1 Fase 2 Fase 3


Probabilidade de
Falha Qualidade do Projeto Qualidade no Projeto Qualidade do Projeto
Qualidade Gerencial Qualidade Gerencial Qualidade Gerencial
Hábitos do usuário
ambiente

Mortalidade infantil
Expectativa de vida Desgaste

Tempo
Figura 16 – Fontes dos Modos de Falha
Fonte: Palady (2002).

A Figura 16, evidencia que os fatores qualidade do projeto e qualidade


gerencial estão presentes em todas as fases, tendo como diferença os fatores:
hábitos do usuário e o ambiente que estão presentes, apenas na fase 2. Baseado em
Mirshawka (1990) e Falconi (1992) constata-se que estes dois últimos itens citados
(hábitos do usuário e o ambiente) estão relacionados com a utilização no decorrer do
tempo e, em decorrência deste fator a sua mensuração deve estar associada a
ferramentas gerenciais que o priorizem, ou seja, uma análise no decorrer do tempo.
Desse modo conclui-se que há a necessidade do uso de ferramentas de análise de
custos, associadas ao ciclo de vida (decorrer do tempo), pois elas se alinham com um
dos objetivos específicos deste trabalho que é a utilização da ferramenta LCC dentro
das atividades de manutenção em um gerenciamento de custos estratégicos.
Segundo Kardec (2002), engenheiros e gestores devem estar preocupados
com os custos do ciclo de vida, para tomarem decisões econômicas através de ações
de engenharia. Por isto, é necessário o equilíbrio entre engenharia e economia.
Porter (1992) e Prahalad (2000) destacam que é fundamental dentro do pensamento
estratégico e como forma de obter a vantagem competitiva, realizar observações e
análises dentro de aspectos que envolvam a melhor utilização presente (eficiência)
associada à forma mais duradoura de utilização (o menor custo no decorrer da vida
útil), ou seja, ponderar entre utilizar ao máximo possível na atualidade e o respeito às
condições que promovam uma vida mais longa. Segundo Warren (2002), a tomada
de decisão estratégica é o ato de escolher entre estratégias que fornecem uma
garantia razoável de crescimento e sobrevivência a longo prazo para uma empresa.
75

Portanto é fundamental na análise ter a disposição dados que permitam uma visão a
longo prazo. LCC (Life Cycle Costs ou Custos do Ciclo de Vida) é a mensuração das
estimativas de custo tanto de equipamentos quanto de projetos, desde a concepção
até o fim de sua vida útil, através de um estudo analítico e uma estimativa do total de
custos durante a vida destes. Em Hansen (2003), verifica-se que o objetivo de uma
análise de LCC é escolher a melhor alternativa possível para que o menor custo de
longo prazo seja atingido. Pois a análise de Custos de Ciclo de Vida visa:
compreender os custos que ocorrem em um projeto, desde sua concepção até seu
descomissionamento, fornecendo dados que suportem a tomada de decisões, quanto
a avaliação e comparação de abordagens para substituição, recuperação, extensão
de vida ou baixa de equipamentos e priorizar alocação de fundos nos diferentes
projetos, para ajudar no planejamento financeiro de longo prazo. Comprova-se então
que o estudo de LCC não é uma medição dos gastos. A análise de LCC ajuda os
engenheiros a justificar a seleção de equipamentos e processos baseados no custo
total e não apenas no custo de aquisição inicial.
Como o foco deste trabalho está no campo da manutenção, então baseado em
Kardec (2002), ao afirmar que o problema prioritário, dentro do âmbito da estratégia
de manutenção, é definir qual ação tomar dentre os seguintes itens:
• Manutenção da condição atual;
• Repotenciamento, ou seja, troca de alguns componentes do equipamento
por outros com características específicas diferentes das originais;
• Troca do equipamento por um novo;
• Mudança do processo de manutenção (por exemplo: Reforma geral ou
terceirização com mudança no custo e/ou desempenho dos equipamentos).

Segundo Bordeaux-Rêgo (2008), o LLC realiza sua análise baseado em três


fatores fundamentais: custo, tempo e taxa de desconto. Segundo Stonner (2001),
Hansen (2003) e Padoveze (2006) o custo dentro do LCC leva em consideração
quatro partes (pesquisa e desenvolvimento, aquisição, operação e suporte da
manutenção e, finalmente, o custo da retirada ou desmobilização). Baseado em
Maddox (2005), Hansen (2003) e Kardec (2002), a primeira parte do fator de custo se
aplica em casos de lançamento de novos produtos. O fator tempo é o período em que
incorre os custos e segundo Kardec (2002) é dividido em duas fases (Fase 1 - O
período de planejamento / construção: o tempo desde o inicio do estudo até a data
76

em que a construção torna-se operacional e a Fase 2 - O período de serviço: vai


desde a operacional até o final do Estudo).
Segundo Bordeaux-Rêgo (2008), o terceiro e último valor (taxa de desconto) é
a taxa que reflete o interesse do investidor em um retorno financeiro, em um certo
tempo, onde todos os custos são equalizados para Valor Presente.
Para Hansen (2003) e Bordeaux-Rêgo (2008), o Valor Presente é definido pela
fórmula 13:

VPL - Valor Presente Líquido

(13)

A fórmula 13 é composta dos seguintes termos:

I = Trata do Investimento necessário. Possui o sinal negativo, pois trata do


desembolso, ou seja, a saída de dinheiro
FC = Fluxo de Caixa. São todas as entradas (por isto o sinal positivo) que
devem ser somadas. Retrata todo o retorno obtido com o uso do
equipamento.
(1+i) = Trata da taxa de juros a ser considerada na operação de trazer para do
futuro para o presente
n = Expoente da taxa de juros que significa o período a ser considerado.

A fórmula 13 retrata a comparação entre um desembolso a ser realizado


(investimento) e todos os retornos obtidos com o uso deste, representados pelo fluxo
de caixa de forma a se obter em uma data (valor presente) a constatação de se o
retorno adquirido compensa (quando o resultado é positivo) ou não (quando o
resultado é negativo). Para se trazer um valor futuro para o presente é necessário
descontar a taxa de juros. Por isto, o termo FC está dividido pela taxa de juros.
Exposto os princípios teóricos envolvidos, verifica-se que para a correta
aplicação dos mesmos será necessário levar em consideração as seguintes
prerrogativas durante o desenvolvimento da metodologia:
77

- Na fórmula 1, a forma como é obtida a “taxa CIF” precisa ser revista e para
isto existe a utilização do FMEA;
- Desenvolver durante a utilização do FMEA parâmetros (Quadros 12 a 16)
que forneçam os dados necessários para mensuração do custo de falha
representado pela fórmula 5 e dos custos ocultos representados pelas
fórmulas 6 a 10.Verificando também, se, na fórmula 5, pode-se considerar
como Nf =1 e assim o custo de falha ser calculado pela fórmula 6;
- Realizar a comparação entre as fórmulas 2 e 3 que medem os custos com
a manutenção de forma a evidenciar e mostrar a presença de custos
ocultos;
- Desenvolver o LCC de forma a apresentar a influência que estes custos
ocultos ou mal estruturados possuem nas quatro alternativas (manutenção
da condição atual, repotenciamento,troca e reforma geral).

Estabelecidos os conceitos, considerações, abrangências e limites existentes


passa-se para a execução e para tanto, é necessário se definir o “como fazer” e isto
envolve estudo do método a ser adotado. Tratar-se-á deste ponto no capítulo a
seguir.
CAPÍTULO 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O objetivo deste capítulo é a descrição dos procedimentos metodológicos


envolvidos para o cumprimento dos objetivos apresentados no capítulo 1.

3.1 Tipo de pesquisa

Gil (1991) destaca que, quanto a sua natureza a pesquisa pode ser de dois
tipos: básica quando objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da
ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. O
segundo tipo, pesquisa aplicada a qual objetiva gerar conhecimentos para aplicação
prática, dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses
locais. Esta forma a presente dissertação possui cunho de pesquisa aplicada.
Vergara (1997) classifica a pesquisa científica quanto a dois aspectos básicos:
fins (objetivos) e meios (procedimentos técnicos). Baseado nisto, esta pesquisa
possui quanto aos fins caráter exploratório descritivo e quanto aos meios possui
caráter de um estudo de caso.
O caráter exploratório fica evidente a partir do momento que esta dissertação
procura proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo
explícito. Em paralelo, o estudo possui caráter descritivo quanto aos fins, pois
procura: delinear o processo produtivo de beneficiamento de mineração, conforme
citado no objetivo específico a); apresentar as características de determinado
fenômeno; utilizar técnicas padronizadas de coleta de dados; fazer uma observação
sistemática.
Quanto aos meios, trata-se de um estudo de caso, pois foi realizada dentro de
uma empresa de mineração, situada no município de Parauapebas, sudeste do Pará.
O motivo da escolha foi definido em função da acessibilidade e pelo fato do
pesquisador trabalhar nesta empresa de forma a conhecer melhor o seu sistema de
custeio além de perceber a aplicação de “custo oculto” na manutenção que atende ao
disposto nos objetivos específicos d) e e) do presente trabaljo.
O caráter documental está presente, pois foi realizada uma investigação em
documentos internos da empresa; nas planilhas de custos; no sistema de
79

gerenciamento da manutenção (MÁXIMO, 2007) e seus respectivos relatórios; no


planejamento e controle da produção; nos mapas de investimento por setor; nos
planos de ampliação; nas diretrizes do planejamento estratégico; nos relatórios de
qualidade; no meio ambiente e segurança, de forma a atender ao objetivo específico
b) da presente dissertação.
A pesquisa bibliográfica foi realizada em livros, dissertações e manuais que
tratam especificamente sobre os temas e foi essencial para atender aos objetivos
específicos a) e c).

3.2 Sujeitos da pesquisa

Nesta dissertação, os sujeitos da pesquisa estão representados por


funcionários de nível gerencial da empresa, especialmente o gerente de planejamento
de manutenção, o gerente de engenharia de manutenção, a analista de custos e o
gerente de operações da usina de mineração da unidade Carajás/PA. Isto se deve ao
fato dos mesmos, devido as suas respectivas funções terem fácil acesso às
informações necessárias à pesquisa, especialmente, no que tange aos dados
históricos sobre manutenções, planos de produção específicos, planilhas de
investimentos e diretrizes do planejamento estratégico de períodos passados .

3.3 Definição das variáveis da pesquisa

Estão diretamente relacionadas com os objetivos do estudo, sendo a fonte


para a elaboração dos instrumentos de pesquisa. São determinadas por meio de
indicadores, que possibilitam medi-la ou indicar-la no fenômeno. As variáveis de
investigação, suas definições e seus indicadores, apresentam-se no Quadro 17.
80

Objetivos Variáveis Definição Indicadores

a) Identificar o sistema Sistema de


de gestão de custos contablidade de Identificar e caracterizar Princípio de custeio
utilizado na usina de custos gerenciais qual o princípio e o existente (baseado na
mineração estudada, adotado na empresa método de custeio Figura 5) e o método de
com foco no setor de em estudo (baseado adotados custeio (RKW)
manutenção; nas Figuras 3 e 4)

b) Mapear as
Desenvolvimento da
atividades inerentes
planilha FMEA com a
ao setor de Identificação da política
especificação dos tipos
manutenção na usina adotada pela empresa
de atividades aplicáveis
de mineração Tipo de manutenção quanto ao planejamento
e em parceria com os
estudada associado utilizado ( Quadros 10 e gestão da
Quadros 2 e 5 para o
aos critérios: função, a 12) manutenção e o
desenvolvimento dos
falha e modo de falha estabelecimento do
dados a serem
de acordo com a custos de falhas
utilizados nas fórmulas
recomendação do
2 a 6)
FMEA ;

c) Identificar os custos
Estabelecer a relação Desenvolvimento dos
ocultos existentes no
entre as atividades da Quadros 5 a 7
setor de manutenção CNQ e CPD
manutenção e custos associados com a
na usina de
ocultos planilha FMEA
mineração estudada;

Desenvolvimento dos
Graduação do nível de
d) Mensurar os custos dados para uso das
eficiência do Mensuração de CNQ e
ocultos mapeados no fórmulas 7 a 10 em
desempenho da CPD
objetivo c) parceira com os
manutenção
Quadros 7 a 9

e) Avaliar os custos
ocultos mensurados Mensuração dos
no objetivo d) custos para cada uma
relacionando com o das quatro opções Desenvolvimento de
Desenvolvimento da
ciclo de vida dos bens existente no LCC dados para utilização
Planilha de LCC para
e serviços que (manutenção da das Figuras 17 e 19 e
análise das opções
recebem manutenção condição atual, fórmula 11
de forma a elaborar o repotenciamento,
respectivo LCC (Custo troca e reforma geral)
do Ciclo de Vida).

Quadro 17 - Variáveis de investigação e indicadores de pesquisa

3.4 Coleta de dados

A coleta de dados ocorreu por meio de pesquisa bibliográfica em livros, sites


especializados, anais de eventos e dissertações com informações pertinentes ao
assunto tratado nesta dissertação, consultando bibliotecas e banco de dados, de
forma pessoal ou por meio eletrônico.
81

Nesta etapa, procurou-se estudos desenvolvidos sobre três itens básicos:


manutenção e seus custos; custos ocultos; e LCC, com foco no entendimento de
seus processos e nas suas métricas de mensuração. Realizou-se isto, de forma a
possibilitar melhor entendimento sobre o assunto, como também para permitir uma
melhor realização do estudo definido em pauta.
A coleta de dados foi realizada também por via documental. Seja de forma
direta, através do acompanhamento dos fenômenos que ocorrem por meio de
pesquisa de campo na execução da rotina diária, seja de forma indireta, uma vez que
foram levantados dados internos acerca da empresa estudada, do seu processo
produtivo e sobre suas atividades de manutenção e de mensuração dos custos.
Consultou-se também os dois sistemas informatizados de gerenciamento da
manutenção (MÁXIMO) e o da operação (KM). Realizou-se tal empreendimento
através de instrumentos de pesquisa como entrevistas, questionários, roteiros de
observação e tabela de dados (Anexos). Esses instrumentos foram utilizados com os
ocupantes dos pontos-chave e que foram por isto classificados como sujeitos da
pesquisa. Nestas entrevistas e avaliações, optou-se pela utilização de transcrição dos
dados principais, de modo que, as informações secundárias, mas não menos
importantes acerca de características e especificações do produto, listagem de peças
sobressalentes, relação de matérias-primas na composição do produto, diretrizes do
planejamento estratégico e cenário onde a empresa atua, sejam absorvidos para
posterior análise.
Com base nos dados e informações coletadas nas pesquisas bibliográficas,
documental e campo, foram identificados os processos, suas causas e efeitos para o
surgimento dos “custos ocultos” na manutenção, através da identificação e
mensuração dos fatores existentes no dia-a-dia da empresa analisada e da análise
dos sistemas de registro de dados e mensuração dos respectivos custos na
manutenção.
Nesta dissertação, o processo de coleta de dados ocorreu com base em dois
pontos fundamentais: a fonte para coletar os dados e a montagem do formulário
FMEA.
A fonte para coletar os dados seguiu o fluxo apresentado na Figura 17, no qual
pode-se verificar três situações que servem de base para entendimento da lógica
adotada nesta dissertação para a coleta de dados. Verifica-se que a fonte é a mesma
(Ordem de Serviço), todavia, a forma como são apurados os dados foi diferente,
82

assim existem três possíveis situações, mas nesta dissertação foram utilizadas duas
situações – situações 1 e 3).

OS – Ordem de Serviço

Número Seqüencial:
Data:
Identificação do Equipamento (TAG) Situação 1

Descrição da Atividade Situação 2

Tipo de Atividade:
Situação 3
Responsável:

Data Programada:

Duração Prevista:

Ferramentas:

Materiais Utilizados:

Responsável

Equipe Executante

Figura 17 – Coleta de Dados

São três situações, onde a situação 1 é a existente. Na situação 2, o registro


que serve de referência para mensuração dos custos é a atividade, e na situação 3 o
registro que serve de referência para mensuração dos custos é a classificação do tipo
de atividade. Esta exige a criação de uma tabela classificatória dos serviços
existentes segundo um critério pré-determinado. Na situação 1, o registro que serve
de referência para mensuração dos custos é o número de identificação do
equipamento ou o TAG. Este tipo de registro para o sistema de custeio é utilizado
principalmente quando os custos são identificados por centros de custos, ou seja,
quando método de custeio adotado é o RKW. O tipo de registro que retira os dados
para o sistema de custeio, conforme a situação 2, é utilizado principalmente no
método ABC, que exige a criação de um manual de atividades que serve de
referência.
A situação 2 seria utilizada caso se desejasse o desenvolvimento do sistema
de custeio ABC. Todavia o mesmo não foi utilizado em virtude de dois motivos: sendo
o primeiro deles o fato do manual exigir constantes atualizações, o que se mostrou
83

inviável diante dos recursos existentes; e o segundo motivo é que o mesmo é focado
no manual do fabricante e neste foi observada a especificação de serviços de
desmontagem geral e substituição de componentes, sem haver detalhamento de
serviços de regulagens e inspeções.
A situação 3 trata da proposta desta dissertação, ou seja, através do FMEA se
obter uma classificação de todos os serviços registrados. No campo Descrição da
Atividade, foram analisados os critérios estabelecidos na FMEA, foram ainda retirados
nele às informações que alimentam o sistema de gerenciamento de custos. Baseado
nisto, os cálculos para mensuração dos custos que utilizam a fórmula 2 foram
baseados na situação 1, enquanto que os cálculos requeridos as fórmulas 1, 3 a 10
foram baseados na situação 3 com a posterior comparação entre estas duas
situações a serem na Figura 20 e apresentadas a seguir.
Vale destacar que o resultado da fórmula 1 e da fórmula 2 deve apresentar o
mesmo valor monetário , ou seja, o custo total, onde a diferença será apenas em
como os termos são calculados e na respectiva apropriação.
O segundo ponto trata da montagem do formulário FMEA. Baseado em
Almeida (2001), Palady (2002) e Viana (2002), todo o desenvolvimento sobre custo
na manutenção precisa firmar-se na relação apresentada na Fórmula 3. Para tanto,
necessita-se do desenvolvimento dos fatores que irão compor os termos CP, CC e Cf
ou CT presentes na fórmula 3. Estes, segundo Siqueira (2005), a confiabilidade pode
fornecer através da implantação de sua metodologia apresentada na Figura 18. Para
desenvolvimento do estudo, apresenta-se o Quadro 18 com a planilha básica do
FMEA.
Fórmulário básico FMEA
Equipamento Componente Folha
Sistema Data Revisão

Item Função Falha Modo de falha Causa Efeito Severidade

Quadro 18 – Planilha básica do FMEA


Fonte: Siqueira (2005).
84

No Quadro 18, o cabeçalho serve para identificação do equipamento a ser


analisado com o registro do nome do mesmo, o componente a ser verificado, a sua
posição no registro (folha), o sub-conjunto a que pertence (sistema), data da análise e
o número da revisão. Em seguida, deve ser descrito na coluna item todas as peças
que fazem parte do componente. Para cada peça é descrita sua respectiva falha,
modo de falha e causa associada. Nas colunas efeito e severidade, são registradas a
pontuação encontrada nas respectivas tabelas dos Quadros 14 e 15.

3.5 Ferramentas da pesquisa

É importante destacar que a escolha dos instrumentos de coleta de dados,


procura obter condições que facilitem a definição das variáveis de investigação e a
sua relação com os respectivos indicadores, ou seja, como este trabalho se propõe a
realizar uma busca de dados implícitos no processo em estudo (custos ocultos),
então as técnicas adotadas (ferramentas) precisam possuir a característica de
desenvolver indicadores, por isto o destaque para FMEA, seguida da efetuação e a
mensuração dos custos.
No decorrer do trabalho, podem ocorrer eventos não planejados e imprevistos
pelo FMEA, conhecidos como eventos extraordinários. Para os mesmos foi utilizada a
ferramenta de análise FTA. A partir desta estruturação de dados, passa-se para a
mensuração dos mesmos. Para tanto, deve-se consultar o sistema informatizado de
gerenciamento da manutenção (MÁXIMO) e o sistema de gerenciamento do processo
(KM). Vale destacar que estes se comunicam e possuem interfaces de acesso em
ambos. Em seguida, os dados foram analisados de acordo com as determinações
estabelecidas nas ferramentas FMEA (Quadro 3).
Na Figura 18, é apresentado o diagrama do processo de implementação até a
quarta etapa. Sendo a primeira etapa, seleção do sistema ou equipamento e coleta
de informações, tem por objetivo identificar e documentar o processo que será
submetido à análise. Assim, são obtidos os seguintes resultados:
- Descrição do equipamento;
-Caracterização das fronteiras e interfaces entre os componentes pertencentes
ao equipamento analisado;
- Diagrama organizacional da hierarquia dos componentes;
- Diagrama funcional do equipamento.
85

Estes itens são apresentados através de diagramas para facilitar o


entendimento. Caracterizado o equipamento, passa-se para a segunda etapa, nesta
são identificados e registrados, todas as funções e seus modos de falha, assim como
os efeitos adversos produzidos pelos defeitos e sua severidade. Esta etapa é
representada através de uma planilha comumente conhecida como planilha FMEA.
Na terceira etapa, seleção de funções significantes, utiliza-se um processo
estruturado para analisar cada função identificada na etapa anterior e determinar se
uma falha tem efeito significante ou não. É levado em consideração aspectos básicos
como: segurança, meio ambiente, custos, qualidade e operação. Neste momento, é
fundamental o alinhamento com as diretrizes estratégicas da empresa. Nesta etapa, é
que se pode iniciar o processo de mensuração dos “custos ocultos”, pois nas duas
etapas anteriores o foco é a caracterização do equipamento em termos de
especificação técnica de engenharia. Agora se procura identificar as funções
significantes com os demais campos existentes como custos, qualidade, segurança,
entre outros. Para se formar o elo necessário entre o planejamento da manutenção e
o processo de mensuração dos “custos ocultos”, deve ser estabelecido nesta etapa
os fatores ou os índices relevantes que serão adotados na seleção, pois aqui o
objetivo é estabelecer quais são as funções significantes e quais são as funções
insignificantes.
Por fim, na quarta e última etapa, determinam-se as tarefas de manutenção
preventiva que sejam tecnicamente aplicáveis, para prevenir ou corrigir cada modo de
falha ou amenizar as suas conseqüências. Como resultado desta etapa se determina
onde a manutenção preventiva é aplicável e onde não é aplicável. A relação de
atividades aplicáveis, também apresentada através da planilha FMEA, fornece as
informações que servirão de base para no processo de mensuração dos custos se
identificarem quais atividades foram desnecessárias ou não agregaram valor ao
processo para assim fornecer dados para identificação e mensuração dos “custos
ocultos”.
86

Manutenção Centrada na Confiabilidade (MCC)

Etapa Diagrama de processo

1 – Seleção do Projeto
sistema e
coleta de Descrição Contexto Fronteiras Diagrama
informações textual operacional do organizacional
Seleção sistema
de
sistema

2 – Análise de
Modos de Funções Falhas Modos de Efeitos Gravidade e
Falha e Efeitos Falhas Frequência

3 – Seleção de Consequência Gravidade e


funções Tarefas Análise das Falhas Priorizacão Frequência
significantes atuais dos
Riscos

4 – Seleção de Critérios de Atividades


Aplicabilidade aplicáveis
atividades aplicabilidade
aplicáveis

Figura 18 – Roteiro para implantação da confiabilidade


Fonte: Siqueira (2005).

Identificadas as situações que se enquadram nos Quadros 5 e 6, que


caracterizam a existência de “custos ocultos”, passa-se para o cálculo dos
respectivos índices nas Fórmulas 7 e 8 para aplicação no Quadro 7 e,
posteriormente, nas Fórmulas 6, 9 e 10. Portanto, ao se concluir a mensuração dos
“custos ocultos”, calcula-se os de manutenção através das Fórmulas 2 a 5 e a
utilização do Quadro 9. Finalizando os cálculos, seu impacto no ciclo de vida. Este
impacto é realizado através do posterior preenchimento da planilha presente na
Figura 19 apresentada a seguir.
87

Situação 1: Manutenção da condição atual


Equipamento X Período 1 Período 2
Custos
Disponibilidade Física
Opção 1 R$/Hora Trabalhada
Custos
Perdas (Custos Ocultos)
Opção 2 Custo Total
Disponibilidade Física
R$/Hora Trabalhada
Variação obtida (%)
Situação 2: Trocar

Equipamento X Período 1 Período 2


Custos
Disponibilidade Física
Opção 1
R$/Hora Trabalhada
Custos
Perdas (Custos Ocultos)

Opção 2 Custo Total


Disponibilidade Física
R$/Hora Trabalhada
Variação obtida (%)
Situação 3: Repotenciar

Equipamento X Período 1 Período 2


Custos
Disponibilidade Física
Opção 1
R$/Hora Trabalhada
Custos
Perdas (Custos Ocultos)

Opção 2 Custo Total


Disponibilidade Física
R$/Hora Trabalhada
Variação obtida (%)
Situação 4: Reforma Geral
Equipamento X Período 1 Período 2
Custos
Disponibilidade Física
Opção 1
R$/Hora Trabalhada
Custos
Perdas (Custos Ocultos)
Custo Total
Opção 2
Disponibilidade Física
R$/Hora Trabalhada
Variação obtida (%)

Figura 19 - Análise LCC


88

Ao observar a Figura 19, nota-se 4 situações a serem avaliados. A primeira


situação é a manutenção da condição atual, a segunda situação é a troca do
equipamento por um novo, a terceira situação trata-se do repontenciamento do
equipamento e a quarta e última situação trata-se da reforma geral. No formulário da
Figura 19 existem os seguintes campos a serem preenchidos: Equipamento onde se
identifica o equipamento em estudo de ordem; Período onde se define o tempo de
observação, que pode ser mensal, semanal ou outro tipo).
Na opção 1, serão considerados a forma tradicional de custo. Desta maneira, o
cálculo do campo Custos será obtido através da fórmula 2. Dentro da opção 1, o
campo Disponibilidade Física será obtido diretamente do sistema (software) de
informações que gerencia os dados de manutenção (MÁXIMO). O campo R$/Hora
trabalhada é obtido através da divisão entre o campo Custos e as horas totais
trabalhadas pelo equipamento (obtido diretamente no software de gerenciamento
operacional – KM).
Na opção 2, serão considerados a forma proposta de calcular os custos. Desta
maneira o cálculo do campo custos será obtido através da fórmula 3. O campo
Perdas será obtido através da fórmula 6. O campo Custo Total será obtido da
diferença do valor encontrado na fórmula 3 menos o valor encontrado na fórmula 6,de
forma que, o resultado apresente os gastos de manutenção retirando os custos
ocultos. Para realizar esta diferença, depende-se dos valores obtidos anteriormente
nas fórmulas de 7 a 10 e nos Quadros 7 e 9. Na opção citada, são considerados os
custos ocultos e sua retirada na apresentação do valor total. Este mostrará a
influência que o mesmo possui. Pois, a opção 2, na análise de LCC, se mostre melhor
do que a opção 1 em toda as situações possíveis, isto será sinal da grande influência
dos “custos ocultos” de outra forma não demonstra influência. Isto se faz necessário,
pois caso o valor total dos custos de manutenção seja calculado pelas fórmulas 2 ou
3, terão necessariamente o mesmo valor. O campo Disponibilidade Física será obtido
da mesma forma que na opção 1. O campo R$/Hora trabalhada é obtido através da
divisão entre o campo Custos e as horas totais trabalhadas pelo equipamento.

3.6 Tratamento dos dados

Como o presente trabalho constitui-se numa pesquisa do tipo bibliográfica e de


campo, com uma natureza exploratória – descritiva. Na busca dos dados e das
89

informações utiliza-se o método dedutivo com toda a sua ordenação e tratamento de


dados. Adota-se uma formulação qualitativa na identificação dos custos ocultos e
uma quantitativa durante a sua mensuração. Isto ocorre de forma a atender o objetivo
da pesquisa aplicada que é gerar conhecimento para aplicação prática dirigida à
solução de problemas específicos, no caso o sistema de custeio de um processo de
manutenção industrial de uma mineradora.
Quanto às interfaces, em função do âmbito da pesquisa, leva-se em
consideração os recursos intangíveis como o tempo, associado a dois fatores
principais de mensuração de custos usado neste trabalho: recursos e atividades,
conforme Figura 20.

Atividades

Recursos Tempo

Figura 20 – Relação entre as interfaces

As características existentes no sistema produtivo da organização objeto de


estudo foram: sistema de produção contínuo; baixa variabilidade de produtos (seis
tipos); alto volume de produção; intenso uso de equipamentos e ativos (responsável
pela maior parcela de custos). Foi adotado na presente dissertação o mesmo método
usado pela empresa: o RKW. Vale destacar também que, a rigor, qualquer um dos
métodos de custeio pode ser aplicado com qualquer um dos diversos princípios de
custeio.
Quanto à seqüência adotada é a apresentada na Figura 21. Onde da esquerda
para a direita, no primeiro quadro, apresenta-se a fonte de dados (OS’s); em seguida,
no segundo quadro, apresenta-se a utilização do FMEA como ferramenta para
definição dos parâmetros que servirão de base para mensuração dos custos ocultos;
No terceiro, apresenta-se quais as relações (fórmulas) adotadas para a mensuração
90

dos custos ocultos e por fim, no último a elaboração do estudo do LCC com o
preenchimento dos dados existentes na Figura 19.

FMEA LCC
- Definição das funções; Avaliação do impacto
Consulta das via planilha da Figura
OS’s dentro do - Definição das atividades CUSTO OCULTO
para cada modo de falha - Cálculo através 22 e utilizando a
sistema de Planilha do Anexo 4
gerenciamento - Análise de eventos das fórmulas 2 a
extraordinários 10 e quadros 17 para cada um dos 4
de informações casos existentes de
de manutenção - Identificação da e 19
existência de custos forma a alimentar a
(MÁXIMO) Planilha do Anexo F
ocultos

Figura 21 - Fluxo seqüencial

Com relação ao LCC, o tratamento seguirá a seqüência da Figura 22, a seguir:

Passo Tarefa

Identificação das Alternativas de


1 Análise

Preparação da Árvore de
2 Desdobramento de Custos

3 Coleta de Dados

4 Elaboração dos Perfis de custos por


período

5 Desenvolvimento dos Gráficos de


Pareto para Nivelamento das
Alternativas do Passo 1
Feedback
6 Análise dos Custos e suas Razões

Seleção de Melhor alternativa


7

Figura 22 – Etapas do LCC


91

No passo 1, foi realizada a definição das alternativas. Conforme citado no item


2.3, o foco deste trabalho está no campo da manutenção, conseqüentemente as
alternativas serão:
• Manutenção da condição atual
• Troca
• Repotenciamento
• Reforma Geral ou Mudança do processo de manutenção, por exemplo:
terceirização com mudança no custo e/ou desempenho dos equipamentos.

No segundo passo ocorreu a elaboração da árvore de custo. Esta seguiu o


padrão de organização de organogramas. Já o terceiro consistiu na coleta de dados
detalhada no item 3.4. Em tal etapa, foram feitos contatos com as gerencias de
planejamento, operação e execução para levantamento dos dados de custos
operacionais, de manutenção e de vida útil dos componentes do Filtro (Anexo A). Os
sistemas informatizados da manutenção (Máximo), de operação (KM) e o de
materiais (Oracle) foram também fonte de consultas para o mapeamento dos custos
envolvidos.
No quarto passo foram elaborados os perfis de perdas e custos por período
através da planilha apresentada no Anexo I. No quinto, constrói-se o gráfico de
Pareto para desenvolver as condições de comparação. Após o levantamento dos
dados de custo, consultas ao manual do fabricante e planos de manutenção com foco
nos componentes identificados pelo FMEA para o levantamento da sua periodicidade
de repetição, geraram-se as tabelas com o perfil de custo, considerando um período
de 10 anos. Com essa informação, pode-se identificar quais os custos de maior
impacto e seu comportamento, a fim de fornecer dados para construção da tabela
comparativa das 4 situações propostas e apresentadas no Anexo J. No sexto passo,
ocorreu a análise e por fim, no sétimo e último passo, desenvolveu-se a conclusão
com a melhor alternativa encontrada.

3.7 Limitações do método escolhido

Esta pesquisa apresenta três limitações: os dados para análise do resultado


foram referentes ao ano de 2008; a aplicação do conceito de “custo oculto” ser
92

vinculado ao departamento de manutenção; o uso seletivo da ferramenta FMEA


apenas para estabelecer parâmetros que permitam identificar uma perda normal de
uma anormal.

3.8 Etapas do processo de pesquisa

Método é um processo ou uma maneira de se executar determinada tarefa,


sendo que, para isto é necessário se definir O QUE precisa ser feito, COMO deve ser
feito e QUANDO deve ser feito, ou seja, estas são as dimensões básicas envolvidas
na utilização de um método específico. Na seqüência, apresentam-se as dimensões,
a serem desenvolvidas procurando esclarecer os aspectos principais e necessários
em cada etapa com a seguinte correlação preliminar:
• O QUE deve ser feito = representado pelas fases da pesquisa. Procura-se
detalhar como foram feitas a análise e interpretação dos dados;
• COMO deve ser feito = representada pelo item Ferramenta. Nesta
dimensão, descreve-se como foram feitos o ordenamento e o tratamento dos dados;
• QUANDO deve ser feito = representada pelo item Etapa. Nela, detalha-se o
universo da pesquisa, com a apresentação de como foram feitas a composição desta
etapa, de forma a adotar as medidas adequadas à consecução dos objetivos da
investigação.

O esquema metodológico usado é apresentado de forma resumida no Quadro


19.
93

ETAPA FASE (o que fazer) FERRAMENTAS (Como fazer) OBJETIVO


1.1 - Pesquisa bibliográfica para
conhecer o processo atual do
gerenciamento da manutenção e Mapofluxograma do processo de Específico a). Identificar o
elaboração do seu mapeamento; manutenção e apresentação das sistema de gestão de custo
Definição planilhas de gerenciamento de utilizado na usina de mineração
1.2 – Identificar e caracterizar o
custos mostrando os princípios e estudada, com foco no setor de
sistema de custeio existente
método de custeio adotado manutenção;
baseado no mapeamento do
processo obtido;

Específico b) Mapear as
atividades inerentes ao setor de
manutenção na usina de
mineração estudada associado
2.1 – Determinação do aos critérios: função, falha e
Realizar os passos apresentados
equipamento envolvido como modo de falha de acordo com a
Medição na Figura 5 utilizando FMEA e
piloto e realizar as 4 etapas do recomendação do FMEA e
FTA.
MCC. correlacionado ao processo
produtivo de beneficiamento de
mineração de forma a gerar
dados para a mensuração do
custo de falha;
3.1 – Pesquisa e avaliação das
condições operacionais do
processo de beneficiamento de
mineração identificando os custos
ocultos existentes na manutenção
do equipamento piloto;
3.2 - Determinação da forma de c) Identificar os custos ocultos
estratificação dos dados e coleta. Planilhas baseadas nos Quadros existentes no setor de
Análise
O instrumento de coleta será 10 a 12 e 19 e Figura 18 manutenção na usina de
composto de observação e mineração estudada;
formulários de forma a se obter a
definição das variáveis
estabelecendo o que vai ser
medido, como será medido e a
respectiva elaboração do plano de
coleta de dados;
Elaboração, tabulação e
formatação dos dados colhidos de
forma a quantificar estes custos
ocultos. A tabulação dos dados
será composta das informações
obtidas na coleta de dados e os
históricos sobre o desempenho da
Planilhas baseadas nas Fórmulas d) Mensurar os custos ocultos
Implantação máquina, custo de manutenção,
2 a 13 e Quadros 3 a 6 mapeados no objetivo c)
disponibilidade, durabilidade e
confiabilidade de forma a
complementar o mapeamento do
processo e a identificação dos
custos ocultos com dados mais
específicos e informações mais
detalhadas.
Específico e). Avaliar os custos
ocultos mensurados no objetivo
Planilhas baseadas nas Figuras d) com o ciclo de vida dos bens
Controle 4.3 – Resultados alcançados; 19 a 25 e apresentadas em e serviços que recebem
Anexos manutenção de forma a
elaborar o respectivo LCC
(Custo do Ciclo de Vida).
Quadro 19 – Esquema metodológico
94

Concluído o desenvolvimento dos procedimentos metodológicos, passou-se á


execução, ou seja, à aplicação destes procedimentos metodológicos.
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS OBTIDOS

O objetivo deste capítulo é a execução dos procedimentos metodológicos


descritos no capítulo 3, com a apresentação dos resultados encontrados.

4.1 Caracterização da empresa pesquisada

A VALE é uma empresa do ramo de Mineração, que ocupa o lugar de segunda


maior mineradora do mundo. No ramo de ferrosos, é líder mundial e possui no
município de Parauapebas – Sudeste do Estado do Pará, a mina de Carajás que é
considerada a maior mina à céu aberto do mundo, dispõe conseqüentemente da
maior produção anual de minério de ferro mundial (em torno de 100 milhões de
toneladas ano). Esta empresa privada é o maior exportador brasileiro de commodites
e divide com a PETROBRÁS a liderança no comércio exterior brasileiro, supera
empresas como EMBRAER, VOTORANTIM e os fabricantes de veículos como
FORD, GM e VOLKSWAGEM.

4.2 Caracterização do equipamento estudado

O filtro-prensa é um equipamento utilizado no processo de mineração para


realizar a separação entre o minério trabalhado e a água adicionada ao processo
para o transporte deste dentro de tubulações. No anexo A, existe uma figura que
mostra o funcionamento da máquina.

4.3 Aplicação da FMEA

Em função da característica do equipamento analisado - Filtro Prensa –


verificou-se a necessidade da elaboração de um diagrama que permita melhor
entendimento do sistema envolvido, a fim de estabelecer condições para o
96

desenvolvimento do FMEA. Baseado nisto, foi elaborado o seguinte diagrama


organizacional apresentado na Figura 23.

Filtro Prensa

Mecânico Elétrico Hidáulico

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1 1
2
0 1 2

Legenda:

1 – Rolos
2 – Selos
3 – Placas
4 – Coletores
5 – Circuito de Comando
6 – Circuito de Força
7 – Tubulação
8 – Válvula e Reservatório
9 – Cilindro
10 – Bombas
11 – Filtro
12 – Motor Hidáulico

Figura 23 – Diagrama Organizacional

No Anexo A, é apresentada a foto do equipamento com seu respectivo


esquema de funcionamento, fornecido pelo fabricante. Baseado na Figura 18,
observa-se que, concluída a elaboração do diagrama organizacional (Figura 23) e do
lógico funcional (Anexo A), passa-se agora para a análise dos modos de falhas e
efeitos. Esta será realizada baseada no Quadro 16, na Figura 23 e na consulta as
OS’s (Ordem de Serviço) dentro do Sistema MÁXIMO (apresentado no Anexo B) e
explicitado a forma da coleta de dados na Figura 17. Desta análise, verifica-se a
necessidade da utilização da ferramenta FTA, devido à complexidade envolvida na
análise do sistema. Portanto, foram elaboradas oito FTA’s apresentadas em anexo.
Todas as FTA’s foram desenvolvidos seguindo a metodologia representada na Figura
15. Para este trabalho, a lógica adotada para realizar a associação do FTA com a
ferramenta FMEA está representada na Figura 24. Nesta associação, coloou-se como
97

evento topo a falha apresentada pelo sistema; no nível abaixo a associação do


componente com as falhas básicas existentes, para no último nível ser especificada a
causa da falha para, a partir daí, desenvolver-se condições de identificar a causa e
ligada a esta se determinar a solução. Resolução classificada neste, FTA através do
último nível, que é a especificação do tipo de atividade necessário para eliminar a
causa.

Falha

Componente 1 Componente 2

Causa Causa Causa Causa


Falha 1 Falha 2 Falha 3 Falha 4

Solução Solução Solução Solução

Tipo Tipo Tipo Tipo


de de de de
Atividade Atividade Atividade Atividade

Figura 24 – FTA

Ao consultar o banco de dados do sistema MÁXIMO (Anexo B), verificou-se


que a classificação RF não existia e deparou-se com classificação apresentada no
Quadro 20, a qual não se enquadrava na classificação do Quadro 12.
98

Tipo Descrição
Falha Operacional Ocorre quando existe desbalanceamento na linha por falha operacional e
uma parte do circuito entra em recirculação ou opera em vazio
Corretiva Provocada Ocorre quando existe uma falha devido uma falha operacional
Teste de Meia Carga Ocorre quando um defeito existe ou a manutenção não foi adequada e exige
que a máquina opera com baixo rendimento
Retrabalho Ocorre quando existe uma falha devido a uma atividade de manutenção
realizada de forma inadequada
Quadro 20 - Tipos de atividades complementares

Todavia, ao se consultar o Quadro 5, verificou-se que as definições existentes


nele atendem à associação do Quadro 12 com o Quadro 20. Assim, as atividades
existentes no Quadro 20 serão classificadas como atividade RF no Quadro 12.
Como conseqüência, foi elaborado o respectivo FMEA do conjunto
apresentado parcialmente na Figura 25 e de forma mais detalhada no Anexo D

Figura 25 – FMEA
99

Baseado no Quadro 17, verifica-se que de posse do FMEA (objetivo b) e


baseado no fluxo apresentado na Figura 21, passa-se para o cálculo dos custos
ocultos com a utilização os Quadros de 5 a 7. A fonte de consulta para obtenção dos
dados dispostos para mensuração dos custos continua sendo as Ordens de Serviços
(OS), pois é nas mesmas, onde se registra os materiais aplicados, as ferramentas e
recursos empregados (exemplo: guindaste), a equipe envolvida, duração e tipo da
atividade. Desta forma, o custo com atividades de prevenção (CP) será obtido do
somatório dos gastos existentes nas OS’s classificadas como SP, RP e IP (baseado
no Quadro 12). O custo com atividade de correção (CC) será obtido do somatório dos
gastos existentes nas OS’s classificadas como SO, IF e MC (baseado no Quadro 12).
O custo de falhas (Cf) será obtido do somatório dos gastos existentes nas OS’s
classificadas como RF (baseado no Quadro 12 e Quadro 20). Foi escolhido como
fonte de dados as OS’s, pois segundo Kardec (2002) e Viana (2003) são as fontes de
dados mais utilizadas. Por conseguinte, são também mais adotadas na empresa aqui
pesquisada.

4.4 Levantamento e mensuração dos custos

Nesta etapa, usa-se as planilhas apresentadas nos anexos de F a J, com o


objetivo de obter os dados necessários para preenchimento da planilha da Figura 19,
responsável por efetuar a comparação entre as situações analisadas sob as óticas da
fórmula tradicional (opção 1) e da forma proposta (opção 2).

4.4.1 Comparativo do uso das Fórmulas 2 e 3

No Anexo E é apresentada, de forma detalhada, a árvore de custos


desenvolvida conforme modelo citado na Figura 6. Os componentes desta árvore
servem de base para a estruturação da planilha apresentada no Anexo F. Nela são
representadas como os custos desenvolvem-se na empresa estudada.
100

- Fórmula 2: Todos os termos desta fórmula são obtidos diretamente do


sistema através de seu banco de dados localizado com o de TAG (número de
identificação do equipamento ou número patrimonial, no caso uma prensa filtro) e do
respectivo centro de custo
Cmat = Soma de todos os valores monetários registrados nas OS’s do
período (Mês, ano ou dia) para cada TAG dos materiais retirados do almoxarifado (a
requisição de material está anexada na OS) dentro do centro de custos materiais.
Cmo = Soma de todas as horas da equipe que realizou as respectivas OS’s
para cada TAG, com consideração o mesmo período adotado no cálculo do Cmat.
Nas OS’s estão anexados os cartões de ponto e contabilizados no centro de custo
Mão-de-obra.
Cfer = Soma de todas as horas de uso dos equipamentos de içamento e
também das ferramentas retiradas da ferramentaria. O próprio sistema também
possui o critério de depreciação adotado pela contabilidade/controladoria e possui o
centro de custo específico intitulado ferramentas.
Cinv = Valor constante adotado pela empresa em função dos investimentos
realizados para rateio em cada equipamento (rateio por TAG) no início do ano. Este
valor vem determinado pelo setor de contabilidade/controladoria.

Consultando o Anexo F que apresenta a planilha com a memória de cálculo


encontra-se:
Valor total da planilha do Anexo F (forma tradicional) => Valor Total = R$
659.400,00.
Aplicando este valor na fórmula 2 encontra-se:
Cman = R$ 659.400,00 , o que comprova os dados levantados na tabela do
Anexo F.
No Anexo G é apresentada a planilha com os valores encontrados para uso na
fórmula 3 (proposta deste trabalho). No Anexo H mostra-se a planilha para cálculo do
Custo de Falha. Observa-se que o valor total da planilha do Anexo F é igual ao
somatório do valor total das planilhas do Anexo G e H. Conclui-se que os cálculos
estão corretos pois os valores totais são iguais conforme apresentado a seguir:
101

- Fórmula 3 :
CP = Soma de todos os valores monetários (materiais, mão-de-obra,
ferramentas e Cinv) para cada TAG registradas nas OS’s do período (Mês, ano ou
dias) de acordo com a classificação do Quadro 12 para as atividades de:
substituição preventiva (SP), restauração preventiva (RP) e inspeção preditiva (IP).
CC = Soma de todos os valores monetários (materiais, mão-de-obra,
ferramentas e Cinv) para cada TAG registradas nas OS’s do período (Mês, ano ou
dias) de acordo com a classificação do Quadro 12 para as atividades de: serviço
operacional (SO), inspeção funcional (IF) e manutenção corretiva (MC).
Cf = Soma de todos os valores monetários (materiais, mão-de-obra,
ferramentas e Cinv) para cada TAG registrados nas OS’s do período (Mês, ano ou
dias) de acordo com a classificação do Quadro 20 que substituiu as atividades de RF
do Quadro 12.
Na consulta aos Anexos G e H que apresentam as planilhas com as
respectivas memórias de cálculos, encontram-se:
Valor total da planilha do Anexo G => Valor Total = R$ 593.460,00.
Valor total da planilha do Anexo H => Valor Total = R$ 65.940,00.
Valor total da planilha dos Anexos G e H somados=> Valor Total = R$
659.400,00.
Ao se aplicar este valor na fórmula 3, encontra-se:
Cman = R$ 659.400,00.

Este resultado reflete que o uso da fórmula 3, pode substituir a fórmula 2.


Percebeu-se também que os valores do custo com investimento (Cinv) da planilha do
Anexo F, possui o mesmo valor do custo com melhorias da planilha do Anexo G.
Checado os valores sobre a forma de distribuição dos custos, passa-se para o cálculo
dos custos ocultos, que será o detalhamento dos custos de falhas. Conforme
explicado no decorrer da elaboração da fórmula 6, constatou-se que a mesma pode
substituir a fórmula 5 se existir condições para que Nf = 1 e esta condição (Nf = 1)
seja alcançada ao se utilizar o FMEA para classificar as atividades e quantificá-las
através do registro nas OS’s, em disposição à lógica de rateio da fórmula 1.
102

4.4.2 Cálculo dos custos ocultos

Foram coletados no banco de dados da empresa:


- O circuito trabalhou 24 horas por dia nos 365 dias do ano de 2008;
- No ano estão previstas 680 horas de manutenção preventiva para este
equipamento;
- Índice de preventiva é de 88%;
- Disponibilidade média anual de 92%;
- Carga horária de funcionamento operacional = (24 horas x 365 dias) – (horas
previstas para manutenção) = (24 x 365) – (680) = 8080 horas;
- Custo horário de manutenção = Custo Total / Tempo previsto para manutenção
= R$ 659.400,00 / 680 horas = R$ 970,00 / horas.
- Custo horário de operação = R$ 19.400,00.

Memória de cálculo:
Baseado na planilha do Anexo H e com o emprego das fórmulas do Quadro 7,
determina-se:
Custo Quebra = (26+10) x (970) = R$ 34.970,00
Custo Sobra = (610/8080) x (19400) = R$ 1.464,00
Custo Retrabalho = (1,88+2,06+5,11+1,71+2,84+5,62)x (970) = R$ 18.639,00

Obs.1: O termo 2,06 horas equivale, conforme está especificado na


Observação A da planilha para cálculo de Cf no Anexo H, ao gasto de R$ 2.000,00
que foi identificado no histórico das OS’s como retrabalho. O termo 5,11 horas
equivale, de acordo com o especificado na Observação B da planilha para cálculo de
Cf no Anexo H, ao gasto de R$ 4.956,00 identificado no histórico das OS’s como
retrabalho. Os valores: 1,88 ; 1,71 ; 2,84 e 5,62 foram obtidos diretamente das OS’s.
Custo Refugo = (1600/8080) x (19400) = R$ 3.843,00

Para o cálculo dos termos custo de ociosidade e custo de ineficiência é


necessário primeiro se utilizar respectivamente as fórmulas 7 e 8 para se obter os
índices de ociosidade e de ineficiência.
Índice de Ociosidade = 451/102 = 4,42
Índice de Ineficiência = 1918/680 = 2,82
103

Desta forma:
Custo Ociosidade = (970) x (4,42) = R$ 4.286,00
Custo Ineficiência = (970) x (2,82) = R$ 2.738,00
Valendo-se dos valores obtidos nas fórmulas 9 e 10 calcula-se
respectivamente:
CNQ = 34.970 + 18.639 + 3.843 = R$ 57.452,00
CPD = 1.464 + 4.286 + 2.738 = R$ 8.488,00
Com aplicação na fórmula 6, determina-se:
Custo Oculto = 57.452 + 8.488 = R$ 65.940,00.
Os resultados destes cálculos estão representados através da planilha
existente no Anexo I que servirá de base para o cálculo do ciclo de vida.

4.5 Cálculo dos índices de manutenção relacionados com FMEA e custo oculto

Com estes resultados calculados, passa-se agora para o cálculo não só dos
índices de manutenção, mas também baseado na fórmula 11, do Índice de aderência
FMEA.
Índice de aderência FMEA = 128/130 = 98%.
Baseado na fórmula 12 calcula-se o desempenho da manutenção.
Desempenho da manutenção = (0,88) x (0,98) x (0,92) = 0,79 = 79% ;
Desempenho da manutenção = 79%.

4.6 Cálculo do ciclo de vida

De posse dos valores obtidos, analisa-se o impacto destes no ciclo de vida do


equipamento. No Anexo A, existe um resumo dos demonstrativos encontrados, que
serve de fonte para atendimento do fluxo estabelecido na Figura 22.
Considerando as quatro opções para análise (Manutenção da condição atual,
Troca, Repotenciamento e Reforma Geral); a árvore de custos apresentada no Anexo
E e pesquisa na base de dados da empresa onde se realizou este estudo,
desenvolve-se as seguintes tabelas baseadas no método de Pareto:
104

Tabela 1 – Pareto para situação 1 (condição atual)

Tabela 2 - Pareto para situação 2 (Troca)

Tabela 3 – Pareto para situação 3 (Repotenciamento)


105

Tabela 4 – Pareto para situação 4 (Reforma Geral)

Como esta análise envolve a perspectiva de gastos para os próximos 10 anos


e tem por base o Anexo F, constata-se que a maior parcela dos custos é de materiais,
logo foi considerado apenas o gasto com estes. Da análise comparativa, adota-se a
situação 1 como referência para comparação com as demais situações. No item
custos, observa-se que das três situações alternativas apesar de exigirem um custo
de aquisição alto, as situações 2 (Tabela 2) e 3 (Tabela 3) no somatório geral
apresentam valor menor do que a situação atual (Tabela 1). Ao retirar o custo de
aquisição e comparar a situação 1 com a situação 2, percebe-se que ocorre uma
redução em torno de 40%. Com a adoção da mesma medida e comparação da
situação 1 com a 3, se observa que ocorre uma redução em torno de 8%. Dentro da
mesma condição (retirada do custo de aquisição) e comparando a situação 1 com a 4
(Tabela 4), analisa-se que ocorre uma redução em torno de 10%. Baseado nisto,
serão aceitos no item custos para formulação da tabela comparativa (Figura 19) os
percentuais respectivamente de 40% para situação 2, 8% para a situação 3 e 10 %
para a situação 4 como critério de nivelamento. Esta tabela (Figura 19) está
apresentada no Anexo J. Para fornecimento de dados e preenchimento da planilha do
Anexo J foram considerados:

Situação 2 (trocar): Aquisição em janeiro, disponibilidade fornecida pelo


fabricante de 98% e redução de perdas em manutenção em 95%.
106

Situação 3 (repotenciar): Realização em janeiro, disponibilidade fornecida de


96% e redução de perdas em manutenção em 92%.

Situação 4 (reforma geral): Realização em janeiro, disponibilidade fornecida de


97% e redução de perdas em manutenção em 90%.

Desta forma, considerm-se os seguintes dados históricos da empresa:

- Relação Dólar / Real = R$ 1,80


- Taxa de inflação anual = 4%.
- Custos ambientais e custos de perdas de produção = Foram adotados os
mesmos valores para as 4 opções, de forma a provocar a análise sob a
ótica exclusiva dos custos de manutenção.
- Limite de análise = 10 anos.
- Horas por ano = 8080 horas.
- Intervalos de manutenção, relação de peças e homens–horas necessários:
Plano de manutenção adotado na empresa e baseado no manual do
fabricante.

Da apreciação dos valores do item custo da planilha apresentada nos Anexos


J, estabelece-se no Anexo K um quadro comparativo do VPL para a opção 1 e neste
mesmo um quadro comparativo para a opção 2 também. Da análise dos gráficos
existentes no Anexo K, considera-se na análise do VPL a melhor opção como de
menor valor monetário, pois os fluxos de caixa são gastos (saídas). Desta avaliação
verifica-se que a situação 3 na análise do LCC, torna-se a melhor opção. Isto mostra
a importância do LCC, pois se a análise fosse baseada apenas no levantamento
obtido nos dados históricos apresentados nas Tabelas de 1 a 4, a opção 2 se tornaria
a mais adequada. Conseqüentemente, a comparação será em relação à situação 3,
da qual se obtém a tabela comparativa na seqüência:
107

Tabela 5 – Tabela comparativa entre as opções 1 e 2


Forma Tradicional do cálculo
Tabela Forma Proposta do cálculo do
do custo de manutenção
comparativa custo de manutenção
Cman=CMat+CMO+Cfer+Cinv
apresentada Cman=CP+CC+Cf (fórmula 3). Influência dos
(fórmula 2).
pelo LCC Que considera os custos custos ocultos ou Conclusão
Que não considera os custos
entre as 4 ocultos mal estruturados
ocultos
situações
existentes Valor % Valor %

Comparação Variação entre as


entre fomas de calcular
Influência
repotenciar R$ 1.002.533,71 30,27 R$ 650.924,22 20,14 os custos de
percebida
ou manter o manutenção em
"status quo" torno de 10%

Variação entre as
Comparação
fomas de calcular
entre Influência
os custos de
repotenciar R$ 1.034.346,17 31,23 R$ 1.016.563,82 31,46 não
manutenção
ou reformar percebida
menor do que de
geral
1%
Variação entre as
Comparação
fomas de calcular
entre Influência
os custos de
repotenciar R$ 5.592.408,09 168,87 R$ 5.581.688,38 172,71 não
manutenção
ou trocar por percebida
menor do que de
um novo
4%

Na Tabela 5, constata-se a influência que os custos ocultos possuem. Das três


possíveis comparações, a primeira comparação (situação 3 e 1) apresenta a maior
variação entre as opções 1 (forma tradicional de mensuração dos custos) e 2 (forma
proposta de mensuração dos custos). Já a maior variação entre a opção 1 e 2 ocorre
justamente em relação a duas situações mais aplicadas no dia-a-dia da manutenção
(manter o status atual – situação 1 e realizar melhoria parcial ou repotenciar –
situação 3), encontra-se refletida aqui a importância do desenvolvimento de sistemas
de mensuração que adotem o calculo dos custos ocultos em situações cotidianas,
estes são caracterizadas por decidir entre opções que não necessitem de grande
aporte financeiro pontual (caracterizando como investimento) e as que possam ser
tratadas dentro do âmbito dos centro de custos operacionais de manutenção.
108

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇOES

Os dois índices desenvolvidos nesta dissertação para análise do desempenho


obtiveram respectivamente os seguintes resultados:
Índice de aderência ao FMEA = 98%
Desempenho da manutenção = 79%
Estes resultados refletem que apesar do excelente resultado na implantação
da FMEA, observa-se que devido ao baixo índice de execução da manutenção
preventiva obtido (88%), o desempenho desta manutenção ficou abaixo da meta
recomendada para o setor que é de 82%. Isto indica a necessidade de uma
investigação para verificar as causas que levaram a equipe de execução a não
realizar o que foi recomendado fazer. Em paralelo, este resultado constata que os
índices desenvolvidos nesta dissertação cumprem o objetivo proposto para todo
índice de controle, ou seja, de servirem dentro do processo de gerenciamento, como
guias que norteiam as atividades a serem executadas.
A utilização da FMEA só foi possível a partir da caracterização do sistema de
custeio e da elaboração da árvore de custo que permitiu definir em quantas classes
deveria ser dividida a FMEA. Neste caso, o resultado obtido foi a divisão nas
classes: mecânica, elétrica e hidráulica, as quais foram identificadas junto ao
sistema de custeio por centro de custos (RKW) que permite a mensuração de
perdas, conforme afirmam Castro, A. G.; Pereira, M. L.; Kliemann, F. J. N. (2004).
Em paralelo, desenvolveu-se o Anexo F, principalmente a coluna Conta Contábil,
esta é uma demonstração da utilização do conceito de departamentalização.
Desenvolvida a árvore de custos (Anexo E), associada aos departamentos
existentes (operação, manutenção, logística e fretes), fica demonstrado que a
caracterização do sistema de gestão de custo utilizado na usina de mineração, mais
especificamente no departamento.
O mapeamento das atividades de manutenção obtido através da ferramenta
FMEA teve como resultado o conhecimento das 44 atividades fundamentais para
assegurar a funcionalidade do equipamento estudado. Destas 44 atividades, em
apenas 10 recebeu recomendação para a substituição preventiva (SP) e em 16
atividades recebem recomendação à manutenção corretiva (MC) associada ao
monitoramento de 11 atividades via Inspeção preditiva (IP), pois ambas são
109

direcionadas por condição, ou seja, as atividades de manutenção corretiva passam a


ser direcionadas pela manutenção preditiva. Isto possibilitou uma mudança radical no
direcionamento da manutenção corretiva que deixa de ser uma atividade indesejada e
aleatória para atuar de forma estratégica junto com a manutenção preditiva. A FMEA
permitiu estabelecer os parâmetros para se diferenciar atividades através dos critérios
função, modo de falha, solução e criticidade (expressa pelo produto entre
detectabilidade, freqüência e severidade) e associam ao tipo de atividade a ser
desenvolvida: substituição preventiva (SP), restauração preventiva (RP), inspeção
preditiva (IP), inspeção funcional (IF), serviço operacional (SO), manutenção corretiva
(MC), reparo funcional (RF)), demonstrando, a importância de cada atividade.
Em relação ao terceiro e quarto objetivos específicos, é necessário a
apresentação da Tabela 6 para evidenciar o resultado obtido com a identificação e
mensuração dos custos ocultos ou mal estruturados:

Tabela 6 – Conclusão sobre a influência dos custos ocultos ou mal estruturados

Forma Tradicional do cálculo do


custo de manutenção Forma Proposta do cálculo do
Cman=CMat+CMO+Cfer+Cinv custo de manutenção Influência dos
Tabela comparativa
(fórmula 2). Cman=CP+CC+Cf (fórmula 3). custos
apresentada pelo LCC
Que não considera os custos Que considera os custos ocultos ocultos ou Conclusão
entre as 4 situações
ocultos mal
existentes
estruturados

Valor % Valor %
Variação
entre as
fomas de
Comparação entre
calcular os Influência
repotenciar ou manter R$ 1.002.533,71 30,27 R$ 650.924,22 20,14
custos de percebida
o "status quo"
manutenção
em torno de
10%
Variação
entre as
fomas de
Comparação entre Influência
calcular os
repotenciar ou reformar R$ 1.034.346,17 31,23 R$ 1.016.563,82 31,46 não
custos de
geral percebida
manutenção
menor do que
de 1%

Variação
entre as
fomas de
Comparação entre Influência
calcular os
repotenciar ou trocar R$ 5.592.408,09 168,87 R$ 5.581.688,38 172,71 não
custos de
por um novo percebida
manutenção
menor do que
de 4%
110

A influência dos custos ocultos fica evidente na comparação entre as


situações onde não existe o custo de aquisição (comparação entre a repotenciar ou
manter a condição atual), pois existe uma diferença em torno de 10% entre a forma
tradicional de se calcular a forma proposta. Nas demais comparações entre as
situações, o custo de aquisição devido a sua ordem de grandeza contribui para a
influência dos custos ocultos, ou seja, na forma tradicional o custo de aquisição ao
ser inserido no termo Cinv, eleva-se a um valor muito maior do que os demais
termos: CMat, CMO e Cfer da expressão Cman = CMat+CMO+ Cfer + Cinv. Da
mesma forma, o custo de aquisição ao ser inserido no termo CPmel, induz a um
valor muito maior do que os demais termos: Cpes, C loc, Clog, CPtaxas, Cdep,Cext,
Cdes e Cf da expressão Cman = Cman = (CP+ CC)pes + (CP+ CC)loc + (CP+
CC)log + CPtaxas+ (CP+ CC)dep + (CP+ CC)ext + CPmel + CCdes + Cf (fórmula 3
detalhada).
Para o quinto e último objetivo específico, que diz respeito a avaliação dos
custos ocultos relacionados com o ciclo de vida, foi desenvolvido a Tabela 7, a esta
atendeu ao objetivo maior desta análise, pois com a utilização do LCC clasificou as
quatros situações propostas para a análise e tomada de decisão.

Tabela 7 - Resumo sobre a classificação entre as situações propostas


Valor do VPL
Situação Proposta Classificação
Opção 1 Opção 2

Manter condição atual R$ 4.314.132,39 R$ 3.882.719,15 20


Trocar R$ 8.796.277,30 R$ 8.711.140,31 40
Repotenciar R$ 3.311.598,68 R$ 3.231.794,93 10
Reforma geral R$ 4.345.944,85 R$ 4.248.358,75 30

A proposta de repotenciamento (situação 3) foi a melhor classificada, pois


nesta avaliação se levou em consideração que, como se trata de medição de custos
, então o mesmo dentro de uma avaliação de valor presente (VPL) assume a
condição de saída de caixa (desembolso) e portanto a avaliação que se realiza é
quanto menor o valor obtido, melhor o resultado. Portanto, os valores menores
ficaram com os primeiros lugares. Outro aspecto que pode ser destacado é sobre a
segunda situação classificadora de manter a condição atual. Isto reflete que o
equipamento em estudo está em condições de ser operacionalizado de forma
111

produtiva, desde que se efetue o planejamento da manutenção, o que reforça e


endossa a análise realizada em função dos números obtidos pelos índices de
manutenção desenvolvidos nesta dissertação.

5.1 Recomendações para trabalhos futuros

1 – Utilização da ferramenta FMEA como balizador para estabelecimento de


atividades dentro do gerenciamento de projetos e como determinante dos critérios de
rateio em sistema de custeio RKW dentro do gerenciamento de custos em projetos de
engenharia.
2 – Estudo comparativo entre a mensuração via sistema de custeio RKW e a
mensuração via sistema de custeio ABC. Para utilização deste, basta adotar na
Figura 17 a situação 2 como fonte de dados e a partir daí desenvolver o estudo
comparativo.
3 - Utilização do LCC e FMEA dentro do processo de gerenciamento de frotas
de equipamentos móveis para determinação do momento de substituição.
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ANEXOS
118

ANEXO A – Filtro Prensa


119

ANEXO B - ORDEM DE SERVIÇO DO SISTEMA MÁXIMO COMPONENTE: ROLOS


120

ANEXO C - FTA dos Rolos - Componente: Selos/ FTA das Válvulas -


Componente: Sistema Hidráulico/ FTA da Tubulação -
Componente: Válvulas/ FTA do Circuito Elétrico - Componente:
Tubulação/ FTA dos Coletores - Componente: Circuito Elétrico/
FTA das Placas - Componente: Coletores/ FTA dos Selos -
Componente: Placas

Prensagem Inadequada

Rolos desgastados Suporte dos mancais Rolamento dos Placas com


folgados mancais acoplamento
danificados inadequado
Ver anexo 3.3

Desgaste Inspeção Montagem Falha de Contaminação Montagem


abrasivo operacional Inadequada Lubrificação Inadequada
não checou a
marcação do
aperto na
cabeça do
Montagem Trocar Montagem
parafuso
seguindo óleo seguindo
Trocar Procedimento baseado Trocar Procedimento
Filtro Trocar Operacional na Filtro Operacional
Parafuso condição

Substituição Corretiva Manutenção Inspeção Substituição Manutenção


Preventiva provocada Corretiva Preditiva Preventiva Corretiva
121

FTA - Componente: Selos

Sistema com vazamento

Selo danificado

Selo rompido Selo ressecado Selo deformado ou


corroído

Componentes Fluído com


Pressão no sistema acima Temperatura no sistema metálicos (molas) características
do especificado acima do especificado corroídos químicas
inadequadas

Verificação da limpeza no Trocar selo


Regulagem do trocador de calor ou de
pressostato e troca do Trocar óleo
restrição no sistema
componente defeituoso baseado na
condição

Inspeção Substituição Substituição Inspeção


Funcional Preventiva Preventiva Preditiva
122

FTA - Componente: Placas

Placas com acoplamento inadequado

Sistema hidráulico Folga entre Beiral danificado Sensor mecânico de


com vazamento placas alinhamento acionado
Ver anexo 3.6

Placa empenada Contaminação do sistema Placa não alinhada devido


a falha de montagem

Troca da placa
Trocar Beiral e limpar o Montagem seguindo
sistema Procedimento Operacional

Substituição
Preventiva Corretiva Provocada (RF – Manutenção Corretiva
Reparo Funcional)
123

FTA - Componente: Coletores

Transbordo no sistema

Coletores não atuam

Coletores Coletores incrustados ou


desgastados entupidos

Trocar Realizar reparo


Coletores localizado com Efetuar a limpeza
solda

Substituição Manutenção Serviço


Preventiva Corretiva Operacional
124

FTA - Componente: Circuito Elétrico

Sistema elétrico com falha

Sistema de força Sistema de


com falha comando com
falha

Programador Lógico Sobretensão Falha na lógica de


danificado programação

Resetar Reinstalar software de


Substituir sistema programação
Programador
1 2 3 4

Manutenção Manutenção Manutenção


5 6 7 Corretiva Corretiva Corretiva

Manutenção Manutenção
Corretiva Corretiva

Legenda:
1 – Falha fornecimento da
concessionária
2 – Sobrecarga
3 – Falha no isolamento
4 – Curto-circuito
5 – Checar sistema de
proteção e verificar causa
6 – Troca de componente
7 – Retirar curto
125

FTA - Componente: Tubulação

Circulação Inadequada

Tubulação com
vazamento Tubulação
restringida

Desgaste Montagem Inadequada


abrasivo Pressão no Contaminação
devido a sistema abaixo
passagem do de 4 BAR
produto Trocar Filtro
Verificar
sistema de
Trocar trecho Montagem seguindo
bombeamento
da tubulação Procedimento Operacional

Inspeção Substituição
Funcional Preventiva
Substituição Manutenção
Preventiva Corretiva
126

FTA - Componente: Válvulas

Fluxo interrompido

Válvula sem
receber sinal
elétrico

Solenóide Fiação elétrica Sistema de comando


queimado com defeito com falha

Válvula travada
ou danificada Trocar Trocar Trocar componente
componente componente defeituoso
defeituoso defeituoso

Manutenção
Corretiva Manutenção Manutenção
Corretiva Corretiva

Contaminação Vazão abaixo de 5


litros por minuto

Trocar
Filtro Trocar
bomba

Substituição Inspeção Preditiva


Preventiva
127

FTA - Componente: Sistema Hidráulico

Cilindros não atuam

Cilindro com Baixa pressão no Tubulação com


reparo danificado sistema circulação
inadequada
Ver anexo 3.6

Bomba Bomba não recebe Montagem Inadequada


Haste Selo danificado danificada sinal elétrico
riscada Ver anexo 3.2
Montagem seguindo
Trocar componente Procedimento
Trocar defeituoso baseado na análise Trocar componente
Operacional
componente termográfica e medição defeituoso
defeituoso amperagem

Manutenção
Manutenção Inspeção Manutenção Corretiva
Corretiva Preditiva Corretiva
128

ANEXO D - FMEA Sistema Mecânico / FMEA Sistema Elétrico e Hidráulico /


FMEA Sistema Hidráulico
129

FMEA Sistema Elétrico e Hidráulico


130

FMEA Sistema Hidráulico


131

ANEXO E - Árvore de Custos

EQUIPAMENTO

Custos Custos
Variáveis Fixos

Impostos Pessoais
e Taxas
Operação Logística
Transporte e EPIs e
fretes Uniformes
Manutenção Manta Mobilizaçã
o e Base
de Transporte de
Materiais
funcionários
Mecânica
Limpeza Serviços Pessoal
de Alimentação
Hidráulica içamento
Depreciação Assistência
Elétrica Custos médica
Energia
/Instrumentação elétrica considerados
Ferramentas
Salários com
horas extras Materiais
desgaste Instalações
Materiais
reservas
Salários
com
horas
132

LCC

Custo de Manutenção Custo de Manutenção Custo de


Custo de Aquisição Custo de Operação
Planejada Não Planejada Disponibilização

Preço de Mão-de-Obra Custo de


Compra Direta Custo de Preventivas Custo de Corretivas Conversão

Administração e Custo de inspeções Custo de materiais- Custo de


Utilidades
Engenharia sensitivas desmontagem

Custo de inspeções Custo de mão de


Instalação Consumíveis Limpeza da planta
preditivas obra

Perda de Custo de materiais-


Treinamento
Produção e instrumentos

Consumo de
Energia Custo de mão de
Conversão
obra
Manutenção de
Peças
Transporte Sobressalentes
133

ANEXO – F Quadro dos custos anuais para forma tradicional


134

ANEXO G - Quadro dos custos anuais para a forma proposta na fórmula 3


135

ANEXO H - Quadro dos custos anuais para cálculo de Cf


136

ANEXO I - Planilha de Custos


137

ANEXO J - Planilha de LCC (Situações 1 e 2)/ Planilha de LCC (Situações 3 e 4)

Situação 1: Manutenção da condição atual


Equipamento
Período 1 Período 2 Período 3 Período 4 Período 5 Período 6 Período 7 Período 8 Período 9 Período 10 Período 11 Período 12
X

Custos 56115,00 54000,00 58130,00 57275,00 59270,00 53080,00 54090,00 52055,00 53120,00 52170,00 54000,00 56095,00
Disponibilidad
OPÇÃO 1 92 92 92 92 92 92 92 92 92 92 92 92
e Física
R$/ Hora
51625,8 49680 53479,6 52693 54528,4 48833,6 49762,8 47890,6 48870,4 47996,4 49680 51607,4
Trabalhada
Custos 49215,00 48000,00 53130,00 52285,00 54340,00 48500,00 49350,00 47555,00 47237,00 46268,00 47627,00 49953,00
Perdas(Custos
6900,00 6000,00 5000,00 4990,00 4930,00 4580,00 4740,00 4500,00 5883,00 5902,00 6373,00 6142,00
Ocultos)
OPÇÃO 2 Custo Total 56115,00 54000,00 58130,00 57275,00 59270,00 53080,00 54090,00 52055,00 53120,00 52170,00 54000,00 56095,00
Disponibilidad
92 92 92 92 92 92 92 92 92 92 92 92
e Física
R$/ Hora
45277,8 44160 48879,6 48102,2 49992,8 44620 45402 43750,6 43458,04 42566,56 43816,84 45956,76
Trabalhada
Variação obtida (%) 88% 89% 91% 91% 92% 91% 91% 91% 89% 89% 88% 89%

Situação 2: Trocar
Equipamento
Período 1 Período 2 Período 3 Período 4 Período 5 Período 6 Período 7 Período 8 Período 9 Período 10 Período 11 Período 12
X
7944762,0
32400,00 34878,00 34365,00 35562,00 31848,00 32454,00 31233,00 31872,00 31302,00 32400,00 33657,00
Custos 0
Disponibilidad
OPÇÃO 1 98 98 98 98 98 98 98 98 98 98 98 98
e Física
R$/ Hora 7785866,7
31752 34180,44 33677,7 34850,76 31211,04 31804,92 30608,34 31234,56 30675,96 31752 32983,86
Trabalhada 6
7944762,0
30780,00 33134,1 32646,75 33783,9 30255,6 30831,3 29671,35 30278,4 29736,9 30780 31974,15
Custos 0
Perdas(Custos
0 1620,00 1743,90 1718,25 1778,10 1592,40 1622,70 1561,65 1593,60 1565,10 1620,00 1682,85
Ocultos)
7944762,0
OPÇÃO 2
Custo Total 0 32400,00 34878,00 34365,00 35562,00 31848,00 32454,00 31233,00 31872,00 31302,00 32400,00 33657,00
Disponibilidad
98 98 98 98 98 98 98 98 98 98 98 98
e Física
R$/ Hora 7785866,7
30164,40 32471,42 31993,82 33108,22 29650,49 30214,67 29077,92 29672,83 29142,16 30164,40 31334,67
Trabalhada 6
138

Variação obtida (%) 0 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95% 95%

Situação 3:
Repotenciar
Período
Equipamento X Período 1 Período 2 Período 3 Período 4 Período 5 Período 6 Período 7 Período 8 Período 9 Período 10 Período 11
12

Custos 2383428,60 49680,00 53479,60 52693,00 54528,40 48833,60 49762,80 47890,60 48870,40 47996,40 49680,00 51607,40
Disponibilidade
OPÇÃO 1 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96
Física
R$/ Hora
2288091,46 47692,80 51340,42 50585,28 52347,26 46880,26 47772,29 45974,98 46915,58 46076,54 47692,80 49543,10
Trabalhada
Custos 2383428,60 45705,60 49201,23 48477,56 50166,13 44926,91 45781,78 44059,35 44960,77 44156,69 45705,60 47478,81
Perdas(Custos
0 3974,40 4278,37 4215,44 4362,27 3906,69 3981,02 3831,25 3909,63 3839,71 3974,40 4128,59
Ocultos)
OPÇÃO 2 Custo Total 2383428,60 49680,00 53479,60 52693,00 54528,40 48833,60 49762,80 47890,60 48870,40 47996,40 49680,00 51607,40
Disponibilidade
96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96
Física
R$/ Hora
2288091,46 43877,38 47233,18 46538,46 48159,48 43129,84 43950,50 42296,98 43162,34 42390,42 43877,38 45579,66
Trabalhada
Variação obtida (%) 0 92% 92% 92% 92% 92% 92% 92% 92% 92% 92% 92%

Situação 4 :
Reforma Geral
Período
Equipamento X Período 1 Período 2 Período 3 Período 4 Período 5 Período 6 Período 7 Período 8 Período 9 Período 10 Período 11
12

Custos 3575142,90 48600,00 52317,00 51547,50 53343,00 47772,00 48681,00 46849,50 47808,00 46953,00 48600,00 50485,50
Disponibilidade
OPÇÃO 1 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97
Física
R$/ Hora
3467888,61 47142,00 50747,49 50001,08 51742,71 46338,84 47220,57 45444,02 46373,76 45544,41 47142,00 48970,94
Trabalhada
Custos 3575142,90 43740,00 47085,30 46392,75 48008,70 42994,80 43812,90 42164,55 43027,20 42257,70 43740,00 45436,95
Perdas(Custos
0 4860 5231,7 5154,75 5334,3 4777,2 4868,1 4684,95 4780,8 4695,3 4860 5048,55
Ocultos)
OPÇÃO 2 Custo Total 3575142,90 48600,00 52317,00 51547,50 53343,00 47772,00 48681,00 46849,50 47808,00 46953,00 48600,00 50485,50
Disponibilidade
97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97
Física
R$/ Hora
3467888,61 42427,80 45672,74 45000,97 46568,44 41704,96 42498,51 40899,61 41736,38 40989,97 42427,80 44073,84
Trabalhada
Variação obtida (%) 0 90% 90% 90% 90% 90% 90% 90% 90% 90% 90% 90%
139

ANEXO K - Planilha do VPL para opção 1/ Planilha do VPL para opção 2


140

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