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Traduzido do original em inglês:

Am I Really A Christian? Eight Doubts Answered

Via: www.chapellibrary.org

© Copyright 2016 Chapel Library.

Tradução e capa:

Rodrigo Ferreira dos Santos

Este livreto contém seções selecionadas de A Natureza Humana em seu Quádruplo


Estado, modernizado para facilitar a compreensão pelo leitor de hoje. Jeffrey T. Riddle,
Pastor da Igreja Batista de Cristo Reformada em Charlottesville, Virginia, que
forneceu a abstração e modernização.

Traduzido e publicado em Português pelo blog:


https://diretrizescristasblog.wordpress.com

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material


em qualquer formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o
tradutor, e que também não altere o seu conteúdo nem o utilize para
quaisquer fins comerciais.
Eu Sou Realmente Um Cristão?
Thomas Boston (1676-1732)
Eu Sou Realmente Um Cristão?
Oito Dúvidas Respondidas
Os verdadeiros cristãos têm por vezes sérias dúvidas1. Aqui
estão oito tipos diferentes de dúvidas que frequentemente eles têm.

1. Desconhecer o Exato Tempo da Conversão

Duvido que eu tenha realmente nascido de novo porque não sei


o tempo exato da minha conversão. Nem posso traçar os passos que
me levaram a me tornar um cristão.
Resposta: Embora seja desejável ser capaz de descrever o início
da obra do Senhor em sua vida e o crescimento gradual que você tem
desfrutado, isso não é necessário para que se prove que você realmente
é um cristão. Devemos lembrar que a obra do Espírito Santo é um
mistério. No Evangelho de João, lemos que Jesus cura um homem cego.
Este homem simplesmente disse: "Uma coisa sei, é que, havendo eu

1 Este tratado lida com uma gama limitada de problemas que afetam a segurança da
salvação dos crentes. Se o leitor encontrar aqui questões não discutidas – não se
desespere. A Palavra de Deus é suficiente para ajudá-lo. O livro da Primeira Epístola
de João é um excelente lugar para começar. Ela foi dada por Deus para essa finalidade
(ver 1Jo 5:13). Ela explica a natureza, caráter e comportamento dos verdadeiros
cristãos. Eles nascem do Espírito de Deus (1 Jo 2:29; 3: 9, 4: 7; 5: 1, 4). Portanto, eles
creem em Jesus Cristo (1 Jo 2: 1-2; 2: 21-28; 4: 1-4, 9-19; 5: 1, 4-13, 20). Eles são
convencidos de seus pecados (1 Jo 1: 8-10). Eles obedecem a Palavra de Deus (1 Jo 2:
1-6, 29; 3: 1-10, 24; 5: 2-3). Eles amam os outros cristãos (1 Jo 2: 9-11; 3: 10-19, 23; 4:
7-13, 20-21; 5: 1-3). Eles não amam este mundo ímpio (1 Jo 2: 15-17). Em espírito de
oração, leia todo o livro, sinceramente buscando a Deus para o entendimento.

1
sido cego, agora vejo" (Jo 9:25). Quando vemos uma chama sabemos
que há fogo ainda que não saibamos como começou.
Mesmo assim, podemos saber que somos cristãos, ainda que
não saibamos como ou quando tudo aconteceu. Você crê no Senhor
Jesus Cristo? Você já se arrependeu2 de seus pecados? Houve uma
mudança em sua alma? Sua mente tem luz? Você quer obedecer a Deus
em tudo por causa de Jesus, que morreu na cruz? Você ama os outros
crentes? Você foge dos males deste mundo perverso? Se você
responder "sim" a estas perguntas, então você não precisa se incomodar
com esta dúvida3.

2. Batalha Contra o Pecado

Se eu sou realmente um cristão, uma nova criatura em Cristo,


por que eu continuo lutando contra o pecado?
Resposta: Certamente não queremos dar travesseiros para que os
hipócritas descansem confortavelmente com a indulgência de seus
pecados e façam da graça de Deus uma escrava de seus desejos. Por
outro lado, é preciso lembrar que "todos pecaram e ficaram longe da

2 Arrependimento para a vida é uma graça salvadora, pela qual um pecador, movido
por um verdadeiro senso de seus pecados e apreensão da misericórdia de Deus em
Cristo, converte-se em tristeza e ódio de seu pecado para Deus, com firme propósito
de lutar para uma nova obediência. (Catecismo de Spurgeon Q. 70).
3 Há uma linha fina entre a razoável garantia e o apropriado exame de si mesmo (2 Co

13: 5). Alguém pode sofrer mudança (2 Pe 2:20) ou ser iluminado (Hb 6: 4-9) até certo
ponto e ainda assim não ser um verdadeiro cristão.

2
glória de Deus" (Rm 3:23). O pecado pode prevalecer, por vezes, até
mesmo sobre os filhos de Deus. Você está gemendo sob o peso do
pecado e da corrupção de sua natureza? Você está revoltado consigo
por causa dos pecados do seu coração e da sua vida? Você está se
esforçando para mortificar seus desejos, fugindo diariamente para o
sangue de Cristo, para o perdão e olhando para o Seu Espírito e para a
santificação4? Embora você possa dizer com o Salmo 65: 3:
"Prevalecem as iniquidades contra mim", lembre-se que este versículo
termina: "Quanto às transgressões, tu as purificarás."
A nova criatura em Cristo é como um homem que não vive
sozinho em uma casa: um vizinho mal-humorado vive na mesma casa
com ele. Seu nome é "restos de corrupção." Estes dois lutam
constantemente um com o outro pelo controle: "A carne cobiça contra
o Espírito, e o Espírito contra a carne" (Gl 5:17). Às vezes, a velha
"corrupção" prevalece e faz do filho de Deus um prisioneiro da lei do
pecado (Rm 7:23). Não deixe que suas vitórias ocasionais te façam
concluir que você não é um filho de Deus! Em vez disso, deixe que elas
te humilhem. Deixe-as torná-lo mais atento. Deixe que elas façam de
você mais intensamente sedento por Jesus Cristo, pelo Seu sangue e
pelo Seu Espírito. O princípio da graça dentro de você, o novo
nascimento em Cristo, irá buscar a destruição do próprio pecado que
tão frequentemente o derrota.

4Santificação - santificação é a obra do Espírito de Deus pela qual somos renovados


em todo o homem à imagem de Deus e somos habilitados mais e mais a morrer para
o pecado e viver para a justiça (Catecismo de Spurgeon, P. 34).

3
3. Coração Mais Agitado

Percebo que meu coração está mais agitado do que era antes
depois que me tornei um cristão. Isto é consistente com alguém que
supõem ter se convertido a Cristo?
Resposta: De fato, há terríveis casos de pessoas que
aparentemente se tornaram cristãs, mas que mais tarde renunciaram à fé
e caíram completa e abertamente em imoralidade.
Parece que o diabo retorna ao seu coração com sete espíritos
piores do que ele (cf. Mt 12:45). Estas pessoas estão em um estado
espiritual incrivelmente perigoso. Elas correm o risco de pecarem
contra o Espírito Santo. Elas devem arrepender-se antes que seja tarde
demais.
No entanto, este não é necessariamente o seu caso. A corrupção
pode estar agitada num cristão e ainda mais forte do que antes de se
tornar um cristão. Pode parecer-lhe que todas as forças do inferno têm
se levantado para tentar recapturar você como um fugitivo que escapou.
Tais agitações podem, de fato, ocorrer em pessoas realmente
convertidas a Cristo.
Quando a graça restritiva levanta-se contra a corrupção no novo
crente, não é nenhum espanto que a corrupção tente revidar,
"guerreando contra a lei da minha mente" (Rm 7:23). O pecado resistirá

4
arduamente ao saber que este novo princípio está tentando expulsá-lo.
Quando o sol brilha através de uma janela, vemos toda a poeira na casa
que antes não víamos. Então, quando a luz da graça brilha em nossas
vidas, vemos a corrupção dentro de nós que antes não tínhamos
notado. O pecado não está completamente morto na alma do crente.
Ele está sofrendo uma morte lenta. Ele está sendo crucificado. Não é
de admirar que ele comece a lutar tanto - ele sabe que está prestes a
morrer e por isso se esforça para viver!
Além do mais, o cristão pode ser confrontado com mais
numerosas e mais poderosas tentações após sua conversão. Satanás tem
que trabalhar mais arduamente para tentar trazer de volta aquele que
escapou do que ele faz para manter aquele que permanece um cativo. O
autor de Hebreus diz: "Após serdes iluminados, vós suportastes grande
combate de aflições" (Hb 10:32). Em seguida, ele acrescenta: "Não
rejeiteis, pois a vossa confiança, pois ela tem grande galardão" (v. 35).
Lembre-se, a graça de Deus é suficiente a você, e o Deus de paz, em
breve, esmagará a Satanás debaixo dos vossos pés. Lembre-se como
Faraó e os egípcios haviam encurralado os israelitas no Mar Vermelho,
porém, Deus interveio5 e os destruiu (Êxodo 14)?
Não permita que esta dúvida destrua o fundamento de sua
confiança. Esvazie-se das dúvidas. Seja forte no Senhor e na força do
seu poder, e você será vitorioso.

4. Amor Pelas Coisas Deste Mundo

5 Interveio - veio de modo a mudar o curso dos acontecimentos.

5
Às vezes, sinto que meu amor pelas coisas deste mundo é maior
do que meu amor por Deus. Como então posso chamá-lo de Pai? Na
verdade, às vezes parece que as afeições que eu costumava sentir por
Deus estão indo embora. Temo que todo o amor que eu sempre tive
pelo Senhor tem sido apenas como uma conveniência ou um lampejo.
Temo que eu seja um hipócrita.
Resposta: Não se pode negar que um predominante amor pelo
mundo é certa marca de alguém que não é salvo. "Se alguém ama o
mundo, o amor do Pai não está nele” (1 Jo 2:15).
Ainda assim, as mais ativas afeições nem sempre são as mais
fortes. Um pequeno riacho, por vezes, faz mais barulho do que um
poderoso rio. A força de nossas afeições só pode ser mensurada pela
firmeza e constância da raiz. Suponha que uma pessoa encontra-se com
um amigo que foi para fora do país. Ele não tem visto este amigo por
um longo tempo. A expressão de suas afeições por esse amigo pode, no
momento, ser mais forte que seus sentimentos por sua própria esposa e
filhos. Será que podemos concluir que Ele ama seu amigo mais do que
eles? Certamente não! Da mesma forma, mesmo que um cristão possa
no momento ser movido de amor por alguma coisa neste mundo, isso
não significa que ele ame o mundo mais do que a Deus. O amor a Deus
é sempre mais firmemente enraizado no coração de um crente do que
em qualquer prazer mundano.

6
Se houver sempre uma competição entre o amor a Deus e o
amor ao mundo, um dos amores vencerá (Mt 6:24). Você quer
compreender a sua situação espiritual? Olhe para seu próprio coração e
ponha os dois amores na balança; veja qual peso supera o outro.
Pergunte a si mesmo à vista de Deus, se você deixaria Cristo, por amor
a alguém ou a alguma coisa no mundo. Se você responder
honestamente que, sob seu comando, jogaria fora o que é mais precioso
a você no mundo por Cristo, então não terá nenhuma razão para pensar
que você ama o mundo mais do que a Deus. Por outro lado, se você
ama alguém ou algo no mundo mais do que a Deus, então você não é
um crente. Considere os dois textos seguintes:
Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim,
não é digno de mim. (Mt 10:37)

Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai,


e sua mãe ... não pode ser meu discípulo.
(Lc 14:26)
A partir desses textos, podemos inferir que aquele que está
sempre pronto a separar-se de seu pai e sua mãe por causa do Senhor,
os ama menos do que Ele.
Além disso, considerem que existem dois tipos de amor a
Cristo:
Primeiro, há um amor emocional por Ele. É como um dardo no
coração. Origina-se uma santa enfermidade de amor na alma. Ele anseia em
desfrutar o amado. É como o anseio descrito no Cântico dos Cânticos

7
5: 8: "Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, se encontrardes o meu
amado, que lhe digais que estou enferma de amor." Ou ele se refere a
uma plenitude de amor, como no Cântico dos Cânticos 2: 5: "Sustentai-
me com passas, confortai-me com maçãs, pois desfaleço de amor". Tais
sentimentos fortes são normalmente encontrados em jovens
convertidos, que "cantarão ali, como nos dias de [sua] mocidade" (Os
2:15).
Algumas vezes estão com tanto fervor pelo Senhor que estão
sempre dispostos a criticar pessoas piedosas que são crentes há muito
tempo, só porque elas não compartilham os mesmos sentimentos
fortes. Eles pensam erroneamente que há muito menos religião no
mundo do que realmente há. Como a espuma se encontra sob a borda
de seu próprio copo, assim um homem encontra em si as mesmas
coisas que uma vez criticou em outros. Isso deve humilhá-lo. Deve
fazê-lo saber de sua necessidade diária pelo sangue de Cristo, pelo
perdão e pelo Espírito de Cristo para a santificação. Assim, ele cresce
inclinando-se em humilhação, em autorrepugnância, e em autonegação.
Segundo, há um amor racional6 por Cristo. Este amor é evidenciado
por uma séria consideração pela autoridade de Deus e por Seus
mandamentos. Quando se tem esse amor, ele quer agradar a Deus
obedecendo-lhe mesmo que não sinta fortes emoções. "Porque este é o
amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos" (1 Jo 5: 3).

6 Racional – que tem o poder mental da razão.

8
O amor emocional por Deus nem sempre continua em você. Se ele
lhe falta, você não tem necessidade de considerar-se um hipócrita -
contanto que mantenha um amor racional por Cristo. Uma fiel e amorosa
esposa não tem nenhuma necessidade de questionar seu amor por seu
marido só porque ela não tem a mesma experiência emocional de amor
por ele como quando eles se casaram.

5. Medo Da Hipocrisia

Toda vez que começo a pensar que posso ver as marcas da


graça em mim e que sou verdadeiramente salvo, ouço a respeito de
alguns hipócritas ou apóstatas7 e, então, fico abalado. O medo toma
conta de mim como uma tempestade. Eu sou como este tipo de
pessoa?
Resposta: Estes tipos de questões devem nos estimular. Devemos
nos examinar séria e imparcialmente. Mesmo assim, não devemos estar
sempre em um estado de suspense sobre nosso estado espiritual. Você
pode ver o exterior de um hipócrita. Você pode ver sua atividade
"espiritual" e as suas emoções, mas não pode ver o seu interior. Você
não conhece seu coração.
Você apenas pode formar um julgamento de outra pessoa com
base no que vê exteriormente. Você faria bem em julgar os outros com

7 Apóstata - alguém que abandonou a fé que tinha professado anteriormente.

9
caridade (ou seja, "não suspeitar o mal", 1Co 13: 5). Mais uma vez, você
não pode conhecer as fontes secretas de suas ações. Ao invés de julgar
os outros, você deve olhar para o seu próprio coração. Você é a pessoa
que pode julgar a si mesmo com mais caridade8. Você deve olhar para si
mesmo como ninguém no mundo pode fazer. Você pode ver as coisas
em si mesmo que simplesmente não pode ver em outros.
A religião de um hipócrita pode parecer muito maior do que a
religião de um crente sincero. Lembre-se que aquilo que é grande aos
olhos dos homens é, muitas vezes, de pouco valor aos olhos de Deus (1
Sm 16: 7). Eu preferiria gemer como Paulo (Rm 8: 6) do que derramar
lágrimas falsas como Esaú; profetizar como Balaão a ter a alegria
temporária dos ouvintes de terra rasa (Mt 13:20). Há um fogo que
julgará a obra de cada um para saber "que espécie de obra é" (1 Co
3:13). Se Deus não julga pela aparência exterior, por que você assim o
fará? Sem revelação especial você não pode conhecer a sinceridade da
fé dos outros. Mas você pode saber a sinceridade de sua própria fé sem
qualquer revelação especial. É por isso que Pedro exortou os santos
para, "com diligência, tornar conhecida sua vocação e eleição" (2 Pe
1:10). Portanto, as ações dos hipócritas e dos apóstatas não devem
incomodá-lo. O importante é examinar seriamente a sua própria
condição espiritual.
Aqui estão duas condutas que os santos mais fracos se destacam
aos "melhores" hipócritas:

8Embora seja verdade que conhecemos a nós mesmos melhor do que os outros (1Co
2.11), todavia, nosso autoconhecimento é falho (Jr 17: 9).

10
Primeiro, os santos negam a si mesmos. Eles renunciam a toda
confiança em si mesmos e em suas obras. Eles aventuram suas almas
completamente na salvação de Deus através de Cristo. Eles são "pobres
de espírito" (Mt 5: 3). Eles são abençoados porque não se escandalizam
em Cristo (Mt 11: 6). Em Filipenses 3: 3 Paulo escreveu: "Nós somos a
circuncisão, pela qual servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em
Cristo Jesus, e não confiamos na carne."
Segundo, os santos têm um ódio real pelo pecado. Eles estão dispostos a
abandonarem toda concupiscência, sem exceção, e obedecer a todos os
mandamentos do Senhor. "Então não ficaria confundido, atentando eu
para todos os teus mandamentos" (Sl 119: 6).
Teste a si mesmo por estas normas.

6. Comparação Com Outros

Minha vida encontra-se tão longe dos padrões dos grandes


santos da Bíblia e dos excelentes cristãos que conheço pessoalmente.
Quando olho para eles, mal posso permanecer olhando para mim
mesmo em comparação. Como posso pretender estar na mesma família
com tais santos?
Resposta: Podemos ver uma medida de graça e de santidade nesta
vida que devemos ter, mas que nunca podemos alcançar. Isto deve
humilhar-nos. Isto também nos deve pressionar mais vigorosamente

11
em direção ao alvo. O diabo quer cristãos fracos para que sejam
torturados comparando-se aos cristãos fortes (2 Co 10:12). Ao ceder a
essa tentação você será como uma criança duvidando de sua relação
com seu pai em razão de ela não possuir a mesma altura de seu irmão
mais velho. Isto é irracional!9 Há santos de vários tamanhos na família
de Cristo. Alguns são pais; alguns são jovens; e alguns são crianças
pequenas (1 Jo 2: 13-14).

7. Tentações

Nunca li na Bíblia ou tenho conhecido sobre um verdadeiro


filho de Deus que seja tão tentado ou tão destituído de Deus como eu
sou. Por não conhecer algum cristão que já esteve na mesma condição
que a minha, só posso concluir que não devo ser um crente.
Resposta: Esta dúvida vem tanto da ignorância da Bíblia como da
real experiência dos cristãos. Aqueles que têm esta dúvida devem tentar
falar com um amigo cristão maduro ou com um ministro piedoso.
Fazendo isso, a paz virá àqueles que perceberem que seu caso não é
excepcional e que muitos cristãos têm tido a mesma luta.
A Bíblia fornece muitos exemplos de cristãos sofrendo com
horríveis tentações. O diabo tentou Jó a blasfemar (Jó 1: 11-12; 2: 3-9).
Asafe foi tentado em pensar que a religião era vã e em lançá-la fora (Sl

9 Veja Marcos 4:20 para diferentes graus de fecundidade que há entre os cristãos
verdadeiros.

12
73:13). O próprio Cristo foi tentado a lançar-se para baixo de um
pináculo do templo e adorar ao diabo (Mt 4: 5-9). Muitos cristãos não
somente foram atacados com tentações, mas ainda foram dominados
por elas e caíram em graves pecados por um tempo. Pedro negou a
Cristo, amaldiçoando e jurando que não O conhecia (Mc 14:71). Alguns
cristãos foram obrigados a blasfemar sob a perseguição de Paulo
quando ele ainda não era convertido (At 26: 10-11).
Muitos cristãos podem dar testemunho de suas próprias tristes
experiências pessoais nesta área. Eles têm sofrido muitas grandes
tentações que têm surpreendido seus espíritos, feito seus corpos
tremerem, e os feitos doentes em suas disposições. Dardos inflamados
de Satanás podem causar grandes danos. É preciso muita diligência para
extingui-los ou bloqueá-los com o escudo da fé (Ef 6:16). Às vezes
Satanás lança tantas bolas de fogo em nossa vida que, frequentemente,
o que todos podemos fazer é recuar para, logo adiante, extingui-las.
Devemos, porém, lembrar que meramente a tentação não é pecado.
Será pecado somente quando consentirmos com a tentação (Tg 1: 14-
15). Se alguém é tentado a pecar, mas não consente com a tentação, ele
não pode mais ser acusado por este pecado assim como um homem
casto não pode ser acusado de ser pai de uma criança fora do
casamento.
Suponha que você vá a um amigo cristão maduro ou a um
ministro e compartilhe o seu problema, porém, eles dizem que nunca
conheceram alguém exatamente em sua condição. Ainda assim você
não deve pensar que seu caso é excepcional. Certamente não deve

13
perder a esperança! Até mesmo um cristão maduro ou um ministro
piedoso não podem conhecer todas as dificuldades que um filho de
Deus possa enfrentar. Alguns tiveram conflitos conhecidos apenas por
Deus e por suas próprias consciências. Ainda que a Escritura forneça
direções para cada condição que um crente esteja (1 Coríntios 10:13),
contudo, não lista exaustivamente todas as lutas que um cristão possa
enfrentar. Embora você não possa encontrar seu caso específico na
Bíblia, traga seu caso à Bíblia e você encontrará um remédio. Não se
preocupe em tentar descobrir se alguém já esteve em sua condição; ao
invés disso, esforce-se para aplicar Cristo à sua condição. Cristo tem um
remédio para todas as doenças da alma. Ainda que você encontre um
verdadeiro cristão que foi tentado da mesma maneira que você o que
isso provaria? Suas situações não seriam exatamente as mesmas em
todos os sentidos. Considere o rosto humano. De certa forma, cada
rosto humano é o mesmo. Cada um tem as mesmas feições. Ao mesmo
tempo, cada face também é diferente e pode ser distinguida de todas as
outras.
Conclusão: Se você vir as marcas da regeneração bíblica em sua
vida, você deve concluir que está em estado de graça. Isso é verdadeiro
mesmo que você esteja lutando com tentações que parecem exclusivas a
você (que, por sinal, é impossível).10

10 Embora as circunstâncias particulares de nossas tentações possam ser únicas,


estamos certos de que, a princípio, elas são "comuns ao homem" (ver 1Co 10:13) e
que Cristo foi tentado nos mesmos pontos e triunfou (Veja Hb 4:15)!

14
8. Provações Aparentemente Incomuns

As lutas que tenho são estranhas ou incomuns. Duvido que um


filho de Deus já tenha enfrentado as espécies de provações
providenciais que tenho enfrentado.
Resposta: Muito do que foi dito anteriormente (veja a sétima
dúvida) se aplica aqui também. O santo Jó foi assaltado com toda sorte
de tentações, mas ele as rejeitou e prontamente as afastou. O apóstolo
Pedro diz que os cristãos podem ser tentados: "Amados, não estranheis
a ardente prova que vem para tentar vocês, como se alguma coisa
estranha acontecesse a vocês "(1Pe 4:12).
Às vezes viajamos por caminhos onde não podemos ver as
pegadas de nenhum homem e nem animal. No entanto, não podemos
concluir a partir disso que ninguém jamais foi por este caminho antes
de nós. Mesmo que não possa ver as pegadas do rebanho no caminho
de sua aflição, você não deve concluir que é o primeiro a andar sempre
nessa estrada.
Mas e se você foi o primeiro a andar por esse caminho?
Teoricamente, algum santo ou outro pode ser o primeiro a beber de
cada cálice amargo. Mas, mesmo assim, se tal coisa fosse possível, quem
somos nós para questionar as circunstâncias providenciais que Deus
nos deu? "O teu caminho é no mar, e as tuas veredas nas grandes águas,
e os teus passos não são conhecidos" (Sl 77:19). Se o Senhor deve levá-
lo ao céu por alguma estrada remota, por assim dizer, você não teria
nenhum motivo para reclamar. Temos que aprender a permitir a

15
adequada liberdade da soberania de Deus. Faça o seu dever. Não
permita que qualquer dificuldade que enfrenta esconda de você o fato
de que está em um estado de graça.11

11 [Deus] estabelece essa queda para uma regra de que o amor e o ódio de Deus não
são medidos e julgados pela condição externa dos homens. Se a prosperidade era certa
marca do amor de Deus, e a aflição, de Seu ódio, então ele pode justamente ser uma
ofensa a nós ao ver a maldade e a piedade em valores semelhantes. Mas a questão não
é essa: Ninguém sabe se é amor ou ódio em tudo aquilo que está diante dele neste mundo,
daquelas coisas que são objetos dos sentidos. (Matthew Henry, Comentário sobre a Bíblia
inteira, 1048)

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