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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 7ª

VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SANTOS – SÃO PAULO

MARCOS RIBEIRO, já qualificado nos autos da


ação penal nº____, que lhe move a Justiça Pública, por seu procurador que a
esta subscreve (conforme procuração anexa – doc. 01), vem, respeitosamente,
dentro do prazo legal, apresentar a sua

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

com fulcro nos artigos 396 e 396-A, ambos do


Código de Processo Penal, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir
aduzidos.

I – DOS FATOS
Segundo consta dos autos, no dia 31 de dezembro
de 2015, o acusado se dirigiu até uma festa na casa de sua amiga Paula, que
havia convidado diversas pessoas para comemoração de final de ano,
convidando inclusive a vítima, que era o melhor amigo do denunciado na
época do colégio, até que ele ficou com a namorada da vítima e com ela se
casou.
No dia dos fatos, imaginando que a desavença já
tinha acabado, o denunciado foi de encontro à vítima para conversarem.
Todavia, a vítima, sem esperar qualquer palavra de Marcos, atirou um copo de
suco em direção ao seu desafeto e, em seguida, foi para cima dele, desferindo
socos e pontapés.
Em ato contínuo, diante da agressão, Marcos
empunhou uma faca que estava sobre a mesa dos queijos e atingiu a vítima na
região do abdômen, momento em que se desvencilharam e Rômulo foi
prontamente levado até o hospital por outros convidados, mas veio a óbito
logo após. Ainda na festa, o acusado, sem dar explicações e muito assustado,
deixou o local dos fatos.
Dessa forma, os autos seguiram para o Ministério
Público, que ofertou denúncia em face do acusado pelo crime de lesão
corporal seguida de morte, crime este tipificado no artigo 129, § 3º, do Código
Penal, tendo o órgão acusatório instruído a peça inicial apenas com a
confissão do acusado em sede de inquérito policial, ao dizer que ele foi o
responsável pelos ferimentos causados na vítima.
A peça acusatória foi recebida por este d. Juízo,
citando-se o denunciado para apresentar resposta à acusação.

II – DO DIREITO
A. DA AUSÊNCIA DE EXAME DE CORPO DE DELITO
Excelência, de início é importante frisar que o
presente caso é de patente nulidade, tendo em vista que o Ministério Público
ofereceu denúncia pelo crime de lesão corporal seguida de morte com base tão
somente na confissão feita pelo acusado, ainda em sede inquisitorial, no
sentido de que realmente foi ele o autor da conduta que causou os ferimentos
na vítima.
Como é cediço, o crime em questão é daqueles que
deixam vestígios, também chamados pela doutrina de crimes não transeuntes,
razão pela qual o Código de Processo Penal, em seu artigo 158, diz ser
indispensável a realização de exame de corpo de delito, seja ele direto ou
indireto.
Nota-se que, no fluente caso, não houve a feitura de
exame de corpo de delito na vítima a fim de aferir as lesões realmente
causadas pelo autor, e, desprovido de qualquer prova da materialidade
delitiva, o órgão do Ministério Público ofereceu denúncia, imputando a
conduta ao acusado, levando em consideração tão somente sua confissão nos
autos de inquérito policial.
Ora, é expresso o texto de lei no sentido de que,
além de existir a indispensabilidade do exame de corpo de delito nas infrações
que deixam vestígios, ele não pode ser suprido pela confissão do acusado,
como se deu no caso em análise. Assim, é de se dizer que a confissão por ele
feita não tem qualquer valor em termos de prova da materialidade do crime.
Ademais, percebe-se que não foi realizado exame
de corpo de delito indireto, isto é, por meio da oitiva de testemunhas presentes
no local dos fatos, de modo que houve a plena manutenção da situação de
prejudicialidade da materialidade delitiva.
No mais, cumpre dizer que há consequências em
virtude da ausência de prova da materialidade do crime de lesão corporal
seguida de morte, supostamente praticado pelo acusado: há nulidade do feito,
pois uma vez ausente o exame de corpo de delito, faz-se necessário declarar a
nulidade do processo "ab initio", nos termos do artigo 564, inciso III, alínea
"b", combinado com o artigo 158, ambos do Código de Processo Penal.
Porém, caso não seja este o entendimento adotado
por Vossa Excelência, é de rigor a rejeição da denúncia, conforme teor do
artigo 395, inciso III, do Código de Processo Penal, que prevê hipótese de
rejeição consistente na ausência de justa causa para o exercício da ação penal,
o que se tornou flagrante, uma vez que não há mínimo lastro probatório que
justificasse o início do processo penal contra o acusado.

B. DA LEGÍTIMA DEFESA
É dos autos que o acusado encontrou a vítima
durante a confraternização de final de ano e seguiu em sua direção com a
finalidade de manter conversa, sob a falsa suposição de que a vítima já havia
esquecido os fatos ocorridos entre eles anos atrás.
Todavia, o que realmente aconteceu é que, ao ver o
acusado, a vítima se alterou e prontamente se armou com o copo de suco que
tomava, atirando-o em direção a Marcos. Não obstante e não satisfeito com a
agressão, a vítima seguiu rumo ao acusado e passou a desferir socos e chutes.
Na sequência, Marcos empunhou uma faca e desferiu um golpe contra o
abdômen da vítima, ferindo-o.
Ora, Excelência, o que se conclui da análise das
provas colhidas em sede inquisitorial é que o acusado atuou encobertado por
causa excludente de ilicitude, qual seja, a legítima defesa, prevista dessa
maneira no artigo 23, inciso II, do Código Penal.
Nos termos do artigo 25 do Estatuto Repressivo,
atua em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Assim, é
límpido que o acusado utilizou moderadamente dos meios dispostos para
repelir injusta agressão perpetrada pela vítima, a qual era atual, pois de fato
foi atingido pelos golpes de Rômulo.
Nesse ínterim, é de rigor decretar a absolvição
sumária do acusado, nos termos do artigo 397, inciso I, do Código de Processo
Penal, ante a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato,
representada pela legítima defesa.
III – DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a defesa seja anulado "ab
initio" o processo, com fulcro no artigo 564, inciso III, alínea "b", combinado
com o artigo 158, ambos do Código de Processo Penal.
No entanto, caso não seja este o entendimento de
Vossa Excelência, requer seja a denúncia rejeitada na íntegra, tendo em vista a
ausência de lastro mínimo probatório que enseje o oferecimento da denúncia
(justa causa), com fundamento no artigo 395, inciso III, do Código de
Processo Penal.
Na hipótese de não serem acatadas as duas teses
anteriores, requer seja o réu absolvido sumariamente, uma vez que agiu em
manifesta legítima defesa, consoante o que dispõe o artigo 397, inciso I, do
Código de Processo Penal, combinado com os artigos 23, inciso II, e 25,
ambos do Código Penal.
Ainda, caso não seja este o posicionamento adotado
por esta Vara Criminal, requer a oitiva em juízo das testemunhas abaixo
arroladas, para prosseguimento do processo nos seus ulteriores termos.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Santos, 11 de abril de 2018.

Advogado
OAB nº...

ROL DE TESTEMUNHAS
1 – Testemunha, qualificação, endereço.
2 – Testemunha, qualificação, endereço.
3 – Testemunha, qualificação, endereço.
4 – Testemunha, qualificação, endereço.
5 – Testemunha, qualificação, endereço.
6 – Testemunha, qualificação, endereço.
7 – Testemunha, qualificação, endereço.
8 – Testemunha, qualificação, endereço.

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