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Infância e Youtube: a recepção infantil de narrativas audiovisuais digitais1

Ana Júlia de Freitas CARRIJO2


Lara Lima SATLER3
Universidade Federal de Goiás (UFG)

RESUMO

Este estudo tem como proposta investigar a recepção infantil de vídeos do Youtube.
Pretende-se compreender de que maneira essas narrativas alcançam o processo de
construção de identidade das crianças, como elas são estimuladas a assistir a
determinados vídeos, por que o fazem e que tipo de conteúdo tem sido veiculado
nessa plataforma. Embasada nas metodologias científicas pesquisa bibliográfica,
análise fílmica e grupo focal, esta pesquisa espera comprovar o grande alcance
psíquico das narrativas audiovisuais nas crianças e entender o porquê de tamanho
interesse nesse tipo de conteúdo.

PALAVRAS-CHAVE: recepção; infância; Youtube; identificação.

1 INTRODUÇÃO

O tema dessa pesquisa é a recepção infantil de conteúdos audiovisuais digitais.


Busca-se entender de que maneira as crianças são estimuladas a assistir a
determinadas programações, porque o fazem e como esses vídeos refletem na
realidade das crianças e no seu processo de construção de identidade. A ideia é
compreender não só de que modo essas narrativas comunicam com o público infantil
– linguagem verbal e audiovisual – mas também entender que tipo de conteúdo essas
crianças estão acessando ao assistirem a esses canais, e, consequentemente,
reproduzindo na sua realidade cotidiana.

                                                                                                                         
1
Trabalho apresentado no GT 2 – Caiu na rede, ainda é cinema? do 4o CAPPA realizado nos dias 15 e 16 de maio
de 2017.
2  Estudante  de  Graduação  6º.  semestre  do  Comunicação  Social  –  Publicidade  e  Propaganda  da  UFG,  email:  

anajucarrijo@gmail.com  
3
Orientadora do trabalho. Docente do curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda da UFG, email:
satlerlara@gmail.com

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O espaço de análise é parte da recepção de vídeos publicados plataforma
Youtube, cujos produtores são os chamados Youtubers. Este estudo propõe-se a
realizar uma oficina para um grupo de crianças com idade de 7 a 13 anos ensinando-
as a produzir, elas mesmas, vídeos no modelo que se vê atualmente na referida
plataforma. Haverá momentos para uma conversa informal com as crianças, visando
investigar a quais canais elas assistem, em qual meio, qual o Youtuber favorito de
cada uma e porquê. E haverá, também, espaços formativos com dicas para a produção
dos vídeos. Para a análise desse material, a pesquisa recortará os dados coletados em
busca de a) compreender que tipo de relação crianças e Youtubers constroem uns com
os outros; b) quais conteúdos mais atraem as crianças recrutadas; c) de que maneira
esses conteúdos são veiculados (linguagem verbal e audiovisual).

2 QUESTÃO PROBLEMA

Pretende-se estudar a recepção infantil de vídeos de Youtubers para descobrir


como essas narrativas alcançam o processo de constituição de identidade das crianças.
Isso, para entender como a linguagem que vem sendo construída nesses vídeos cativa
o público infantil e se faz parte formativa do indivíduo.
A questão principal deste estudo é: como a linguagem das narrativas
produzidas por Youtubers é recebida pelo público infantil? A partir daí buscar-se-á
entender de que modo essas narrativas se fazem parte formativa desses indivíduos. E
ainda: como elas alcançam o processo de constituição de identidade das crianças?

3 OBJETIVO

• Objetivo geral:

o Compreender de que maneira a linguagem que vem sendo


construída por Youtubers é recebida pelo público infantil se
fazendo parte da construção de identidade do indivíduo.
• Objetivos específicos:
o Promover uma oficina com ensinamentos direcionados à
produção de vídeos para o Youtube;
o Analisar o conteúdo e a forma de vídeos publicados na
plataforma Youtube;

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o Compreender qual a contribuição dessas narrativas no
processo de construção de identidade de sua audiência
infantil;
o Realizar revisão bibliográfica sobre processos de formação
de identidade, narrativas audiovisuais contemporâneas e
teoria da recepção.

4 JUSTIFICATIVA

Esta pesquisa se justifica devido ao amplo acesso oferecido às crianças a


canais diversos do Youtube e, também, por conta das pouquíssimas possibilidades de
controle que os pais têm. A verdade é que, diante da infindável quantidade de
conteúdos sendo exibidos de maneira livre, acessível e interativa na Internet, entender
a relação dessas crianças com esse novo tipo de mídia é essencial para compreender
seu processo de formação enquanto sujeitos.
A pesquisa de Nilda Jacks (2002) reúne um compilado de estudos brasileiros
de recepção, no Brasil na década de 90. Um tema constantemente reiterado nessas
produções acadêmicas é a migração do telespectador televisivo da TV aberta para a
TV a cabo. Dos anos 90 para os dias de hoje, o que se vê é um outro deslocamento:
indivíduos migram da televisão – tanto aberta como por assinatura – para plataformas
de streaming, como o Youtube. A televisão, grande veículo de entretenimento para as
gerações anteriores, divide espaço com esses novos canais. Por quê? Qual o motivo
dessa mudança? O que essas novas narrativas apresentam de diferente? Por que as
crianças se atem a elas? É preciso pesquisar, agora, para entender essa nova
mudança, seu sucesso e alcance.

5 METODOLOGIA

Este estudo será conduzido a partir de três metodologias científicas: grupo


focal, análise fílmica e pesquisa bibliográfica.
O grupo focal (COSTA, 2010) permitirá a este estudo coletar dados que
auxiliarão na compreensão do processo de recepção do material em questão. Essa
metodologia será adaptada ao público infantil de modo que atenda a dois interesses:
dar conta do recrutamento de colaboradores para a pesquisa e, em contrapartida,
oferecer a eles um espaço de formação para a produção de vídeos. A proposta é

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realizar uma oficina e, entre um momento e outro, propiciar conversas sobre os vídeos
assistidos e produzidos. A partir do feedback das crianças, mesmo que não
verbalizado, a pesquisa conseguirá respostas. O grupo focal será utilizado, então,
como uma via de mão dupla: por meio da discussão que surgirá entre as crianças,
observar de que modo elas percebem o discurso dos Youtubers e qual a repercussão
das opiniões individuais no grupo, e, em contrapartida oferecer a elas um espaço
formativo.
A análise fílmica (VANOYE, 2008) é válida para esta pesquisa para fazer um
contraponto entre a visão da pesquisadora e a visão das crianças do grupo. Essa
metodologia guiará o entendimento da proposta narrativa dos vídeos, sua linguagem e
conteúdo, para que, depois, seja possível contrapor as diferentes maneiras de análise e
recepção deles. A análise será sobre duas fontes: alguns vídeos que essas crianças
disserem que assistem e também sobre os vídeos que elas mesmas produzirem. Assim
será possível comparar os materiais e perceber os processos de identificação ali
presentes.
A pesquisa bibliográfica (STUMPF, 2010) será usada como uma maneira de
guiar a observação do objeto por meio de um contexto construído por pesquisas
anteriores, ou seja, embasado nas teorias. “As teorias são como prismas através dos
quais o observador olha e procura enxergar, reconhecer e interpretar o mundo”
(BARROS; JUNQUEIRA, 2008, p. 33). Elas são fundamentais para que este estudo
se insira no âmbito científico. Para associar aquilo que se vê na prática ao pensamento
crítico é fundamental ser guiado por pesquisadores que já analisaram o tema.

6 DISCUSSÃO TEÓRICA

A presente pesquisa sustenta-se em um tripé teórico básico compostos pelas


teorias do pós-cinema, pelas teorias da recepção e também pelas teorias sexuais
infantis.
Robert Stam (2000), com suas teorias do digital, apresenta o pós-cinema: o
cenário em que nascem os vídeos dos Youtubers. É preciso recorrer a essa teoria para
analisar os modos de produção desses novos conteúdos audiovisuais. Como essas
narrativas são feitas? De que maneira remetem ao cinema tradicional? De que modo
conquistam o público? Seria o pós-cinema uma reinvenção do cinema tradicional?
São muitas as questões a serem pesquisadas visando respostas à questão principal

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deste estudo. A partir daí faz-se necessário buscar contribuições que as pesquisas em
Comunicação, em especial as teorias da recepção – Nilda Jacks (2015), Jesús Martín-
Barbero (1997) –, podem oferecer. Assim como as narrativas em questão, seu público
infantil é crescente e novo. Público esse que também é sujeito produtor de sentido.
Quais são suas referências culturais, sociais e psicológicas? O que essas pessoas estão
buscando no Youtube? O que elas pensam estar encontrando? É mais que devido
compreender quem é esse novo público e a maneira pela qual ele recebe essa nova
linguagem. Para ir além, este estudo se propõe a fundamentar-se, também, em
Sigmund Freud (2011). O objetivo é aprofundar esta pesquisa indo em busca de uma
aplicação da tese do referido autor, segundo a qual a construção subjetiva do
indivíduo é fundada a partir de sua relação com o outro. Aqui, estão incluídas noções
de identificação, desejo e desenvolvimento infantil. O “outro” em questão são as
figuras chamadas Youtubers e o grupo de pessoas envolvidas nos canais – o público
interativo, por exemplo. Para as crianças, quem são eles? Eles se apresentam como
modelos a serem seguidos? Ou esse público os enxerga assim?

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer deste trabalho espera-se concluir que a plataforma Youtube, como


vem sendo utilizada pelos Youtubers, é uma forma de entretenimento consolidada,
com grande público infantil – mas não somente – cativo e participante. Espera-se
comprovar o grande alcance psíquico dessas narrativas audiovisuais nas crianças e,
por isso, compreender o porquê de tamanho interesse e abertura para esse tipo de
conteúdo. Acredita-se que os vídeos, largamente difundidos e assistidos, têm forte
participação na rotina das crianças, chegando até a mudar seu sotaque, direcionar seus
gostos, delimitar assuntos em conversas, definir hábitos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOOTH, W. C. A arte da pesquisa. 2ª edição. São Paulo: Editora Martins, 2005.

COSTA, M. E. B. Grupo Focal. In: BARROS, A. T., JUNQUEIRA, R. D., Métodos e


técnicas de pesquisa em comunicação. 2ª edição. São Paulo: Editora Atlas, 2008, p.
180-192.

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FREUD, Sigmund. Psicologia das massas e análise do eu e outros textos. 1ª edição.
São Paulo: Companhia das letras, 2011.

JACKS, N. Estudos brasileiros de recepção: a produção acadêmica da década de 90.


Associación latinoamericana de investigadores de la comunicación. 2002.

JACKS, N. et al. Estudos de recepção: estado da questão e os desafios pela frente.


Intercom – RBCC. São Paulo, v.38, n.1, p. 109-128, jan./jun. 2015

MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações – comunicação, cultura e


hegemonia. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997.

STAM, Robert. Introdução à teoria do cinema. 2ª edição. São Paulo: Papirus


Editora: 2003.

STUMPF, I. R. C. Pesquisa bibliográfica. In: BARROS, A. T., JUNQUEIRA, R. D.,


Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. 2ª edição. São Paulo: Editora
Atlas, 2008, p. 51-61.

VANOYE, F., GOLIOT-LÉTÉ, A. Ensaio sobre a análise fílmica. 5ª edição. São


Paulo: Papirus Editora, 2008.

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