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EDUCAÇÃO ESCOLAR: POLÍTICAS E PRÁTICAS CURRICULARES,


COTIDIANO E CULTURA
CURRÍCULO: POLÍTICAS E PRÁTICAS

Profª Maria Inez Salgado de Souza


Profª Rita Amélia Teixeira Vilela
PPGE-PUCMinas

Introdução: Situando a abordagem de currículo contemplada no eixo temático de


pesquisa

Pesquisas no campo de currículo fazem parte da tradição de pesquisa no Brasil


desde a década de 60. Naquela época, sob forte influência da tradição americana de
valorização de um ensino técnico e científico e sob o apogeu do planejamento
educacional e ensino por objetivos, foi a dimensão técnica do campo de currículo,
entendida como uma área onde se davam a avaliação das experiências escolares e a
proposição de atividades de ensino que caracterizou o trabalho dos pesquisadores
educacionais no país.
Posteriormente, a área sofreu influência de amplo debate, desenvolvido na própria
sociedade norte-americana. Sob a crítica à essa concepção de educação, como também
sob a influência de outras dimensões dentro do campo do currículo, como a Nova
Sociologia da Educação. A teorização crítica no campo do currículo ampliou o
entendimento de que a organização e avaliação do currículo não se limitava a uma
dimensão técnica. A crítica do currículo, sob a abordagem do desvendamento da
ideologia do conhecimento escolar e das práticas escolares, não só modificou o
entendimento do que seria currículo como definiu caminhos posteriores (APPLE,
1992,1989; APPLE, BEANE, 1997).
Em conseqüência dessa nova perspectiva, o currículo ocupa hoje um lugar muito
particular e essencial no contexto da educação. Os estudos de currículo são essenciais
para avaliar e para orientar propostas e práticas escolares articuladas dentro de projetos
de políticas públicas de educação. As questões sobre currículo tornaram-se centrais na
discussão sobre a importância e sobre os problemas da educação escolar. Pesquisas e
estudos sobre currículo fazem hoje parte do cenário nacional alimentando debates e
discussões sobre os currículos das nossas escolas nos diversos ramos e níveis de ensino
como também se pode comprovar um aumento significativo de produção na área com
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grandes contribuições teóricas. PEREIRA E MOURA ( 2005) assinalam o esforço de
diferentes grupos de pesquisa em diferentes regiões do país para entender as tendências
e perspectivas no âmbitos das políticas curriculares nacionais e as conseqüências no
âmbito das práticas escolares em diferentes instituições, modalidades e áreas de ensino.
Dentro dessa abordagem situa-se o trabalho na linha de pesquisa EDUCAÇÃO
ESCOLAR: POLÍTICAS E PRÁTICAS CURRICULARES, COTIDIANO E CULTURA no
Programa de Pós-graduação em Educação da PUC Minas. Uma dimensão particular
dentro dessa linha está situada no eixo de pesquisa CURRÍCULO: POLÍTICAS E
PRÁTICAS, que apresenta como escopo a discussão do campo do currículo como área
de estudo e pesquisa dentro das ciências da educação: sua gênese e desenvolvimento na
relação EscolaXSociedadeXConhecimento; a análise dos processos que dão
materialidade aos currículos propostos nos sistemas escolares e na sala de aula.
Essa dimensão foi incorporada às atividades de pesquisa da temática, já em 2002,
por ocasião da reforma curricular do Mestrado em Educação, quando foi criada a linha de
pesquisa, denominada Escola Currículo e Conhecimento Escolar. O novo eixo de
pesquisa se configurou em 2005 após a consolidação de um conjunto de pesquisas e de
dissertações que melhor revelaram a centralidade das questões e dimensões abordadas
Este eixo de pesquisa está voltado para a investigação de formas escolares de
construção dos conhecimentos curriculares e da ação docente, em diferentes
modalidades e áreas de conhecimento. Além disso, o eixo contempla diferentes trajetórias
nos processos educativos da incorporação e construção de conhecimentos e saberes
diversos, sejam na forma de currículos e disciplinas escolares, ou através das
habilidades, competências, comportamentos e rituais produzidos e compartilhados pela
escola e seus atores. Nesse eixo está sendo incorporado o debate acerca pensamento
científico contemporâneo e as tendências atuais das formas curriculares, tendo em vista
inclusive os efeitos do avanço das novas tecnologias, dos novos conhecimentos no
campo das ciências e da globalização sobre a área e, ainda, as questões advindas do
processo de luta social de diferentes grupos sociais e historicamente afastados da escola
que, hoje, ampliam suas demandas e conquistas no processo educativo. Os desafios
colocados para a escola atual, para abarcar todos os grupos sociais na construção de um
processo de inclusão escolar, superam a perspectiva antes centrada nas diferenças sócio-
econômicas das teorias críticas de currículo, nos anos 1960-1980 considerando, agora, o
processo de inclusão na perspectiva dos sujeitos e das diferenças culturais ( COSTA,
1998; MOREIRA, 2003; GARCIA, MOREIRA,PACHECO, 2004).
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Sem desconsiderar a importância de estudos e investigações que consideram
como currículo experiências sociais fora da instituição escolar, e que têm oferecido
ingredientes substanciais ao debate sobre as relações da escola com processos de luta e
mobilização social de grupos marginalizados na sociedade brasileira, o oixo defende a
centralidade do currículo a partir do lócus da escola, e entende o currículo como o
lugar onde se concretizam as ações decorrentes das políticas curriculares locais e
nacionais (PACHECO, 2005;MACEDO,PACHECO, 20060).
Reconhecer a relação da escola com os processos externos a ela amplia a
percepção do currículo como um campo de conflitos do qual participam uma gama de
atores e situações sociais interferindo nas relações que os sujeitos educacionais
estabelecem com o conhecimento e com a vida escolar, mas não retira o currículo de
dentro da instituição escolar.
Assim, o currículo vai delineando a prática pedagógica de uma dada realidade
educacional da qual decorrerão os resultados escolares para os alunos ali estabelecidos.
Desse modo, os efeitos do currículo podem ser revelados nos resultados dos processos
de escolarização, sejam eles de sucesso ou de fracasso.
Com esse pressuposto, o eixo tem privilegiado as pesquisas e a produção de
conhecimento sobre currículo em duas dimensões: a sala de aula e a relação com as
tendências de escolarização frente aos desafios do mundo contemporâneo. Na primeira
dimensão pode-se considerar a particularidade e a importância do conhecimento da sala
de aula como o “lócus” onde o professor e sua ação dão materialidade às relações
existentes entre a escola e a sociedade. A didática do professor, sua competência e
formas de lidar com o conteúdo e com as situações particulares e coletivas dos sujeitos-
alunos revelam como se concretiza o currículo preestabelecido e, portanto, como o
currículo define os processos de escolarização. Na segunda dimensão tem se dado lugar
para a busca de esclarecimentos sobre o valor social dos diferentes tipos de
conhecimentos e de habilidades e, mesmo de elucidação sobre quais são esses
conhecimentos e habilidades.
Num estudo, publicado há alguns anos nos Estados Unidos, o pesquisador Elliot
Eisner demonstrou sua preocupação com a questão das mudanças curriculares e seu
significado, mostrando que o conhecimento é a peça-chave na realização do
empreendimento a que chamamos ensino escolar. Ao mostrar que há inúmeras e
diferentes formas de se chegar a esse conhecimento, Eisner sugere também que a
maioria esmagadora das instituições de ensino não dá conta do recado: o aluno às vezes
aprende, mas não adquire conhecimento ou o seu domínio seja em que área do currículo
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for. Desse modo, o seu estudo prossegue procurando discutir que tipo de conhecimento
as escolas escolhem (ou são obrigadas a transmitir), que papel ocupam as disciplinas e
seus conteúdos na formação dos sujeitos, o que determina a hierarquia das disciplinas
(EISNER, 1998).Todos esses aspectos são importantes numa discussão curricular, mas
no momento temos que nos preocupar principalmente com “em que consiste o
conhecimento escolar”? De onde partem as disciplinas e como se transformam em
conteúdos escolares? Daí, nossa preocupação com a mudança nos métodos e
concepções do paradigma epistemológico que informa todas as disciplinas que formam o
conjunto do conhecimento humano. A escola e suas teorias curriculares não podem
passar ao largo desta discussão, se almeja reintroduzir o conhecimento como o cerne do
ato educativo. (CORTELLA, 1989).
Partindo, pois, dos mesmos pressupostos, que alimentam as teorias curriculares
recentes - de que o conhecimento escolar é de natureza sócio-cultural - ao lado de
mudanças profundas na sociedade (GARCIA; MOREIRA, 2003), como pesquisadoras
atuantes no eixo, creditamos que se deva levar em conta o tipo de sociedade que temos:
multifacetada, partida, assentada na lógica capitalista, mas contendo em si impulsos
transformadores a partir de novos paradigmas epistemológicos concretos.
Na assim chamada sociedade pós-moderna (LYON, 1998), o contexto mundial tem,
entre outras coisas, influenciado os nossos conceitos a respeito de educação,
aprendizagem e conhecimento. Diferentes pesquisas em diversos campos vêm
reconhecendo os limites da ciência (SANTOS, 1987), o papel da diversidade cultural e o
enfraquecimento da crença no poder e neutralidade do conhecimento científico.
Durante os anos noventa os temas mais enfatizados pelos autores que tratam do
currículo foram a sua transformação, as mudanças paradigmáticas e o papel da
diversidade cultural (MOREIRA & SILVA, 1994; SILVA, 1995; CANDAU, 2000). Estes
estudos, entretanto, não seguem uma só e mesma linha interpretativa. A conseqüência
mais visível foi que esta literatura sobre o currículo acabou chegando ao professor, ou,
pelo menos até aos cursos de formação de professores. Todavia isto levou os próprios
autores a questionarem se a natureza mesma dos estudos curriculares conseguiu alterar
práticas docentes ou deixou que eles permanecessem à margem de tais processos
teóricos. (MOREIRA, 2000).
Isso reforça que a direção tomada para buscar compreender que relações teriam
hoje as mudanças curriculares propostas com os novos conceitos e teorias
epistemológicas, que têm colocado na ordem do dia a natureza mesma do conhecimento
que a escola transmite ou busca transmitir.
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O conhecimento escolar desde o nível básico até o acadêmico é estruturado a
partir de disciplinas retiradas do universo científico, adaptadas ao uso escolar. Esse é o
propósito a que o currículo serviu desde os primórdios da instituição escolar (CORTELLA,
1998). o complicador atual é que o conhecimento científico antes intocado, vem sofrendo
dramáticas mudanças desde o último século, pondo fim às ilusões modernistas e
iluministas, que foram, no entanto, incorporadas pela escola. (DOLL Jr., 1997). Caminha-
se hoje para um novo conceito de ciência e, portanto, de conhecimento, pois embora não
sejam sinônimos, o corpo sistematizado das descobertas humanas, influencia e é
influenciado pela idéia do conhecimento. Boaventura de Sousa SANTOS (1987, 2000),
sociólogo e William DOLL JR. (1999) pesquisador e educador, contribuem para mostrar
como essa mudança de paradigmas epistemológicos acaba por ter sérios reflexos na
sociedade, na educação e naquilo que entendemos como conhecimento.
O eixo “Currículo, políticas e práticas Curriculares” funciona como suporte para o
desenvolvimento das atividades acadêmicas e de intercâmbio de pesquisadores no
âmbito do PPGE da Puc Minas realizando estudos e pesquisas sobre questões
relacionadas com os fundamentos epistemológicos no tratamento de questões atuais
acerca de currículos formais e currículos em ação, exame de políticas curriculares
nacionais e internacionais e seus efeitos em alguns países de língua portuguesa. Ao
longo de sua permanência o grupo manteve diálogo com outros pesquisadores da área e
com grupos de pesquisa instituídos no país, procurando também contatos com
pesquisadores de outros países.
As disciplinas optativas tópicos especiais, oferecidas nestes últimos seis anos
(2002 a 2007), são decorrentes da necessidade de atendimento à demanda de alunos e
revelam a pertinência do trabalho desenvolvido: O Currículo e suas dimensões sócio-
culturais; Currículo: perspectivas atuais; História das disciplinas escolares: natureza e
método, além de uma variedade de Tópicos Especiais contemplando aspectos
emergentes e pontuais do campo.

O conhecimento produzido no Eixo

Como o objetivo das atividades desenvolvidas no eixo é contribuir para a


compreensão do currículo como o campo profícuo para se pensar as relações de
mediação estabelecidas pelos sujeitos na escola, ampliando a possibilidade de um melhor
entendimento sobre a realidade escolar e do conhecimento que ali é veiculado, as
pesquisas dos professores e o conjunto das dissertações produzidas se aproximam dessa
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meta, evidenciando duas dimensões: a escola na sua constituição de centralidade no
processo educacional e a sala de aula. Dentro dessas duas dimensões, diferentes
abordagens do processo educativo operado pelas práticas curriculares são propostas.
Assim, de 2002 ao primeiro semestre de 2008, o conjunto das dissertações produzidas
contemplam os seguintes temas:
Teorias da modernidade e da pós-modernidade e teorização curricular.
História das disciplinas escolares – ensino superior.
Disciplinas escolares e sua materialidade na sala de aula do ensino básico
(fundamental e médio: Matemática, História, Artes, Educação Física, Química,
Temas transversais – Meio Ambiente, Sexualidade.
Práticas Curriculares alternativas.
Inovações Curriculares (uso de tecnologias, ensino bilíngüe, demandas culturais e
da juventude, ensino por competências).
Questões multiculturais e sua abordagem curricular: tensões entre o currículo
proposto e o realizado na escola.
Políticas curriculares para a inclusão de portadores de necessidades educativas
especiais e sua materialidade na sala de aula.
A sala de aula nas séries iniciais: a relação do professor e dos alunos com a
construção do conhecimento.

Além desse esforço coletivo no interior do eixo de pesquisa para que os alunos-
mestrandos produzam pesquisas que reforcem a dimensão assumida, assinala-se, ainda,
a produção das duas professoras: há uma pesquisa desenvolvida por elas,
conjuntamente, para dar sustentação ao debate acerca da relação sala de aula e
currículo, e ambas desenvolvem pesquisas individuais, resultantes de suas buscas
pessoais para opções teórico-metodológicas para o melhor entendimento da escola, seja
na relação com o contexto social da contemporaneidade, seja a sala de aula.
A pesquisa conjunta é uma pesquisa empírica sobre os processos de materialização
de propostas curriculares em salas de aula do ensino básico1, com etapa já concluída
(2007) e em processo de elaboração de relatório final e de avaliação, objetivando definir
questões para continuidade da investigação. A questão central indicada para essa
pesquisa sobre a sala de aula foi desvendar e entender como se processam as condições

1
SOUZA, Maria Inez Salgado de; VILELA, Rita Amélia Teixeira (2006). O currículo e a sala de aula: um estudo sobre as interações
curriculares e a recontextualização pedagógica em classes do ensino básico. Belo Horizonte. Puc Minas. Programa de Pós-Graduação
em Educação. Projeto de Pesquisa. WWW.meduc.pucminas.br
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de realização do currículo escolar: o prescrito e o real. A partir da análise das relações
que professores e alunos mantêm com o currículo, desejava-se desvendar o processo
das interações didáticas e sociais na sala de aula no ensino básico. Entendendo o
currículo como definidor dos processos escolares, desvendar suas práticas em sala de
aula, o “lócus” onde o professor e sua ação revelam as relações existentes entre a escola
e a sociedade, indicou a necessidade de verificar como se processavam as diferentes
formas de lidar com o conteúdo escolar e com as situações particulares e coletivas dos
sujeitos-alunos. Nesse sentido, indagava-se como, na sala de aula, são revelados e como
se concretizam os currículos preestabelecidos. Também interessava desvendar se e como
o “currículo” poderia ser o definidor dos processos de escolarização: como ele revela as
possibilidades e limites de concretização, na escola e através dela, das aspirações da
própria educação. Como é demonstrado no debate empreendido, o currículo constitui-se
“um campo de luta” e essa disputa tem como lócus principal, embora não o único, a sala
de aula. É aí que as contradições, demandas e mediações se apresentam e é preciso
colocá-las em evidência, juntamente com o papel central do currículo nesse processo.
Os desafios colocados à compreensão da sala de aula como o lugar privilegiado onde
as relações de mediação do conhecimento e das normas socialização são processadas
pelos professores e alunos, impôs a necessidade de buscar referenciais teórico-
metodológicos que superem práticas de pesquisa que apenas descrevam a realidade e,
devido a isso, o exercício da pesquisa empírica conduziu as investigadoras para a busca
de posições teóricas que pudessem amparar a discussão. Nessa busca elas ousaram
procurar aportes teóricos ainda não consolidados na área bem como perspectivas
emergentes na discussão do campo.
Uma das pesquisadoras, com investimento anterior em pesquisa teórica na área da
sociologia da educação2, dedicada ao desvendamento das contribuições da Teoria Crítica
de Theodor Adorno e Max Horkheimer para a análise sociológica da escola, direcionou
sua investigação para as questões de currículo3. A primeira pesquisa, realizada entre
2004 e 2006 conduziu a uma segunda, direcionada para investigar, no Brasil e na
Alemanha, como se dava a apropriação da Teoria Crítica de Theodor Adorno como
referencial teórico para o desenvolvimento de pesquisas empíricas sobre escola 4. Nesse
2
A Sociologia da educação alemã – orientações teóricas e metodológicas ( 1991-1993); A função social da escola segundo a Teoria
Crítica de Adorno e Horkheimer ( 1994-1996).

3
VILELA, Rita Amélia Teixeir. A Teoria Crítica da Educação de Theodor Adorno e sua apropriação para análise das questões atuais
sobre currículo e práticas escolares. Belo Horizonte: Puc Minas. Programa de Pós-Graduação em Educação. Relatório de Pesquisa.
2006. WWW.meduc.pucminas.br

4
VILELA, Rita Amélia Teixeira. A presença da Teoria Critica no debate e na pesquisa educacional no Brasil e na Alemanha no período
de 1995 à atualidade. Projeto de Pesquisa. Puc Minas/CNpq. 2006-2008. WWW.meduc.pucminas.br
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processo, a pesquisadora se aproximou da metodologia de pesquisa “hermenêutica
objetiva”, desenvolvida e aplicada por pesquisadores da Universidade de Frankfurt para
investigação do cotidiano da escola e práticas de sala de aula. O trabalho de pesquisa de
uma equipe na Universidade de Frankfurt sinalizou a existência de novas condutas de
pesquisa empírica de sala de aula, com fundamentação teórica na Teoria Crítica,
resultando em novo investimento de pesquisa da investigadora em pareceria com
professores da Universidade de Frankfurt5
No mundo atual, as questões de pesquisa impostas para os estudiosos da educação e
dos sistemas escolares, de certa forma consideram que é universal a necessidade de
entender a função e o papel da escola frente às novas demandas sociais. Nesse sentido
há consenso sobre as demandas para a educação: necessidade de levar aos alunos as
condições de entendimento das novas condições do mundo do trabalho; necessidade de
levar os alunos a construírem e se apossarem de instrumentos para a compreensão da
vida cotidiana; propiciar condições para que os alunos como pessoas possam construir a
identidade social e política como condição de exercício da cidadania, ampliando a visão
de mundo, promovendo e cultivando o direito à diversidade como qualificações para a
vida social.
Entretanto, não há consenso sobre a competência da própria escola para atender a
essas demandas e nem sobre explicações sobre formas de promoção dessas novas
competências e muito menos para se explicar e discutir os problemas decorrentes do fato
reinante e evidente de insatisfação como a escola: alunos dizem não gostar da escola e
que não enxergam valor ou interesse naquilo que ela oferece; professores com
sentimento de despreparo e falta de motivação para o enfretamento de alunos
insatisfeitos e, muitas vezes com condutas que eles não podem entender ou aceitar. Além
disso, há um clima de insatisfação generalizada com as situações relacionais, entre os
alunos, entre estes e os professores, assim como, também, entre os professores e os
alunos e, de forma particular, tendência em considerar como ameaçada a própria
existência da escola (SACRISTÁN, 1999).
Nesse sentido, cresce a importância das pesquisas empíricas da realidade escolar e
cresce a necessidade de ampliação do entendimento de como outros países procuram
desvendar os problemas existentes e buscar perspectivas de superação.

Referências Bibliográficas

5
Projeto de pesquisa pós-doutorado. DAAD/FAPEMIG: A Teoria Crítica e a pesquisa hermenêutica-objetiva da sala de
aula – estudo de caso em escolas no Brasil e Alemanha ( etapa n.1 em 2007 – continuidade em 2009-2010)
9
APPLE, Michael W. Ideologia e Currículo. São Paulo. Brasiliense. 1982.
___________. Educação e poder. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.
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GARCIA, Regina de Leite; MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa.(Orgs.) Currículo na
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GARCIA, Regina Leite; MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa; PACHECO, José
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LYON, David. Pós-modernidade. Tradução de Euclides Luis Calloni. São Paulo: Paulus,
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Desafios para Políticas e Práticas. Porto: Porto Editora, 2006.
PACHECO, Estudos Curriculares para a compreensão crítica da educação. Porto,
Portugal: Porto Editora, 2005.
PEREIRA, Maria Zuleide Costa, MOURA, Arlete Pereira. Políticas e Práticas Curriculares:
apresentação. In: PEREIRA, Maria Zuleide Costa, MOURA, Arlete Pereira (orgs.) Políticas e
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SACRISTÁN, José Gimeno (1999).Poderes Instáveis em Educação. Porto Alegre:
Artmed.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. Lisboa: Edições
Afrontamento,1998, 10ª edição (1ª edição: 1987).
________ . A crítica da Razão Indolente; contra o desperdício da experiência. São
Paulo: Cortez Editora, 2000.
SOUZA, Maria Inez Salgado de; VILELA, Rita Amélia Teixeira. O currículo e a sala de
aula: um estudo sobre as interações curriculares e a recontextualização pedagógica
em classes do ensino básico. Vitória.ES. VIII Encontro de Pesquisa da Região Sudeste,
2007. Anais – textos completos.
SOUZA, Maria Inez S. De. Currículo, conhecimento e abordagem crítica: uma
indagação sobre a teoria .VI Colóquio sobre questões curriculares/II Colóquio Luso-
Brasileiro sobre questões curriculares, UERJ, 2004. Anais – textos completos.

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