Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Fotos de capa:
6
Karim Scharf,
Correio
Luciana Melo,
Dúvidas e comentários dos leitores
Richard Cheles
e Divulgação
Grande Angular
Notícias e novidades 8
Foto do Mês
Um clique especial do fotojornalismo 14
Revele-se
Fotos dos leitores em destaque 16 Escolha
equipamento
seu
Portfólio do Leitor
O Carnaval de Veneza por Francisco Andrade 22 Cinco kits de três tipos
para quem quer
começar a trabalhar
30
50
Curadoria em fotografia
Entenda qual é a função de um curador
Divulgação
Claudio Gatti
Luciana Melo
TESTE DE FLASH
ASH
Novidade da Godox
36
é versátil e tem
bateria recarregável
58
Ric
Cores em P&B
64
Karim Scharf
Lição de Casa
A inspiração em mestres da fotografia 70
Raio X
76
44
As fotos dos leitores comentadas
FilmMaker
Como criar efeitos simples na filmagem 82
Lifestyle
Conheça esse estilo de fotografia de família
Fique por Dentro
Exposições, concursos e cursos 88
Fevereiro 2018 • 3
CARTA AO LEITOR
S
Diretores:
Aydano Roriz empre que penso em reality show vem à mente algo no estilo celebri-
Luiz Siqueira
Tânia Roriz dades de 15 minutos de um Big Brother ou de choques de egos de um
Editor e Diretor Responsável: Aydano Roriz
Master Chef. Quando fiquei sabendo que ia rolar um programa desses
Diretor Executivo: Luiz Siqueira voltado para fotografia, imaginei coisa do gênero. Então, fui convidado
Diretor Editorial e Jornalista Responsável:
Roberto Araújo – MTb.10.766 – araujo@europanet.com.br para acompanhar a gravação da parte final do oitavo e último episódio
num dos estúdios da produtora Cinegroup, que fez o programa Arte na Foto-
REDAÇÃO grafia para o canal Arte 1, do Grupo Band. Conheci muito rapidamente os seis
Diretor de Redação: Sérgio Branco (branco@europanet.com.br) concorrentes, mas percebi que parecia reinar um clima de companheirismo e
Editor-contribuinte: Mário Fittipaldi amizade entre eles. Achei estranho. Depois, fui um dos votantes do júri espe-
Repórteres: Livia Capeli e Juliana Melguiso (estagiária) cial que avaliou as exposições com as fotos dos dois finalistas, Camilla Kinker e
Editora de arte: Izabel Donaire
Revisão de texto: Denise Camargo Rafael Aguiar. Pelo que vi na hora, votei na garota, que me pareceu ter um olhar
Colaborador especial: Diego Meneghetti mais bem resolvido do que o rapaz – quando escrevi a matéria da edição 254,
Colaboraram nesta edição: César Barreto, Guilherme Mota,
Laurent Guerinaud e Richard Cheles contando como seria o reality, já conhecia o vencedor, mas, claro, mantive o
acordo de sigilo com os produtores.
PUBLICIDADE
publicidade@europanet.com.br Saí de lá com muita curiosidade sobre o programa, já que pouco se reve-
São Paulo
lou naquele momento. Tanto que escrevi que haveria eliminações, tendo co-
Equipe de Publicidade: Angela Taddeo, Alessandro Donadio, mo base outros realities. Mas, quando comecei a assistir ao Arte na Fotogra-
Elisangela Xavier, Ligia Caetano, Renato Perón e Roberta Barricelli
Criação: Adriano Severo – (11) 3038-5067
fia, percebi que a pegada era outra. As eliminações só ocorreram no sétimo
e penúltimo episódio. O esperado clima de disputa intestina deu lugar a uma
Outras Regiões
Head de Publicidade Regional
luta dos jovens fotógrafos consigo mesmos e imperou o signo da camarada-
Mauricio Dias (11) 98536 -1555 gem. Claudio Feijó e Eder Chiodetto foram ótimos mentores, com análises co-
Bahia e Sergipe: Aura Bahia – (71) 3345-5600/9965-8133 erentes – não concordei com todas as avaliações deles, mas isso faz parte do
Brasília: New Business – (61) 3326-0205 jogo. O fato é que quem viu os oito episódios se sentiu fazendo uma espécie de
Paraná: GRP Mídia – (41) 3023-8238
Rio Grande do Sul: Semente Associados – (51) 8146-1010 workshop pela tevê, conforme escreveu um jovem leitor em mensagem à re-
Santa Catarina: MC Representações – (48) 9983-2515 dação – saiba mais sobre o reality em matéria nesta edição, na pág. 36.
Outros estados: Mauricio Dias – (11) 3038-5093
Publicidade – EUA e Canadá: Global Media, +1 (650) 306-0880 Acho que todo fotógrafo, principalmente os jovens, deveriam ver os episó-
dios, disponíveis no Facebook do Arte na Fotografia e no serviço sob demanda
ATENDIMENTO AO LEITOR
Gerente: Fabiana Lopes (fabiana@europanet.com.br) Now, da Net. Foi um boa surpresa, ponto positivo para a fotografia em geral.
Coordenadora: Tamar Biffi (tamar@europanet.com.br)
Equipe: Josi Montanari, Camila Brogio, Regiane Rocha, Gabriela Sérgio Branco
Silva, Bruna Alcântara e Bia Moreira
Diretor de Redação
ATENDIMENTO LIVRARIAS E BANCAS – (11) 3038-5100 branco@europanet.com.br
Equipe: Paula Hanne (paula@europanet.com.br)
PRODUÇÃO E EVENTOS
Juan Esteves
LOGÍSTICA
Coordenação: Henrique Guerche
(henrique.moreira@europanet.com.br)
Equipe: Luís Aleff e William Costa
ADMINISTRAÇÃO
Gerente: Renata Kurosaki SE FOR O CASO, RECLAME.
Equipe: Paula Orlandini
DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL
NOSSO OBJETIVO É A EXCELÊNCIA!
Tânia Roriz e Elisangela Harumi
Correspondência Atendimento: 0800-8888-508 e
Rua MMDC, 121, São Paulo, SP - CEP 05510-900 Rua MMDC, 121 (11) 3038-5050 (cidade de São Paulo),
Telefone: 0800-8888-508 (ligação gratuita) e CEP 05510-900 – São Paulo – SP Das 8h às 20h
(11) 3038-5050 (cidade de São Paulo) e-mail: atendimento@europanet.com.br
Pela Internet: www.europanet.com.br
E-mail: atendimento@europanet.com.br Redação Publicidade
Fone: (11) 3038-5114 Fone: (11) 3038-5093
A Revista Fotografe Melhor é uma publicação da Editora Europa Ltda e-mail: fotografe@europanet.com.br e-mail: publicidade@europanet.com.br
(ISSN 1413-7232). A Editora Europa não se responsabiliza pelo
conteúdo dos anúncios de terceiros.
Digital Para entrar em contato
Site: www.europadigital.com.br com a Editora Europa
DISTRIBUIDOR EXCLUSIVO PARA O BRASIL
e-mail: suportedigital@europanet.com.br Fones: 0800 8888 508
Total Publicações Ligação gratuita
Sistemas: Windows, iOS, Android, Mac e Linux
Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678, Osasco (SP), CEP 06045-390. ou (11) 3038-5050
São Paulo – SP
Desafio Fotografe
Uma cena que é
E ntre os dias 15 de dezembro de 2017 e
10 de janeiro de 2018, foi realizado o De-
safio Fotografe com o tema “Vida de Inseto”.
160. Para S lvia, o importante para o fotó-
grafo é ter atenção não apenas no todo, mas
também em detalhes mínimos, que podem
corriqueira foi
bem fotografada
pela leitora
A foto escolhida pela redação foi a da leito- gerar fotos atraentes e de qualidade. Sylvia Tristão
ra S lvia Tristão, de Niterói (R ),
que teve um total de 252 intera-
ções, entre curtidas, comentá-
rios e compartilhamentos.
S lvia conta que o clique
aconteceu em um bar flutuante
em Arraial do Cabo (R ), enquan-
to se distraía observando o voo
das gaivotas. “Me deparei com
essa abelhinha na minha bebida,
e num cenário tão amplo como o
mar ao meu redor ela chamou a
minha atenção”, diz ela.
S lvia Tristão
Fevereiro 2018 • 9
GRANDE ANGULAR
ohn Threlfall
Tibor Kercz
Carlos ared
Brasileiro se destaca em
concurso científico do Reino Unido
A Academia Nacional de Ciências do Reino
nido, a Ro al Societ , organiza anualmen-
te um prêmio que prestigia o trabalho cuidado-
da como Phyllomedusa nordestina, de apenas
4 cm de comprimento. A foto foi realizada du-
rante um trabalho de campo, quando ele es-
Brasileiro
recebeu menção
honrosa ao
so de observação do campo científico e que ge- tudava a adaptação dos anfíbios ao ambiente registrar o
ra belos registros da natureza, o Ro al Societ seco da Caatinga. “O projeto visa entender as momento de
Publishing Photograph Competition. Na edição estratégias comportamentais e morfológicas reprodução de
2017, o pesquisador brasileiro Carlos ared foi desses animais para sobreviver, principalmen- uma perereca
um dos destaques e recebeu uma menção hon- te pelo fato de a pele dela ser muito frágil para de 4 cm
rosa na categoria Ecologia e Ciência Ambiental. o ambiente”, explica o fotógrafo-pesquisador,
Biólogo e especialista em morfologia de que usou uma Nikon D3 com lente Micro Ni-
anfíbios e répteis, ared registrou o momen- kkor 105 mm, auxiliada pelo flash Nikon R1C1
to da reprodução de uma perereca conheci- ireless Close up Speedlight.
Um olhar de deslumbre
O
fotógrafo Lucas Landau viveu en- ma vez publicada, o retorno foi recebeu críticas, esclarece que, como
tre o dia 31 de dezembro de 2017 imediato, com mensagens querendo fotojornalista, tem o direito de vender,
e os primeiros dias de janeiro de saber quem era o menino. Nem ele sa- mas que não irá fazer isso por respeito
2018 uma experiência incrível: viu uma bia. Postou no Facebook a foto contex- ao menino e à mãe que desde o início
foto de sua autoria viralizar na internet e tualizada, pedindo informações sobre quis privacidade para proteger o filho.
abrir um debate sobre como uma ima- o garoto, caso alguém soubesse. Foi o
gem pode tocar as pessoas. Tudo por ter que bastou para o fato ir parar na gran-
fotografado um menino aparentemente de mídia, a foto viralizar e abrir uma di- A seção Foto do Mês é uma parceria
solitário com os olhos maravilhados pe- cussão que ganhou portais de internet entre Fotografe e a Arfoc-SP e ocorre
la famosa queima de fogos no Réveillon e artigos em páginas de jornal. “Era por meio do Instagram da Arfoc-
na Praia de Copacabana. apenas uma criança deslumbrada com -SP (#arfocsp). A ideia é escolher uma foto
de destaque a cada mês para publicação
Landau estava cobrindo a passa- os fogos, nada mais do que isso”, diz. na revista, contando a sua história, ou seja,
gem do ano no Rio de aneiro (R ) como Landau localizou o menino e se en- o autor é entrevistado para relatar como
stringer (frila) da agência Reuters. Em controu com ele e a mãe uma semana captou a imagem. A participação é aberta
meio à multidão, ele localizou o meni- depois. Ele foi com a família para Copa- a fotojornalistas de todo o Brasil e as
no, fotografou-o e enviou o material pa- cabana e, no momento do flagrante, es- fotos devem ser atuais, e não de acervos.
ra a Reuters. Depois, em casa, decidiu tava tomando um banho de mar. A pe- A única restrição é que o participante
seja um repórter fotográfico profissional,
publicar algo no Instagram dele. Esco- dido da mãe (com quem se entendeu contratado ou freelancer. As imagens
lheu a imagem do menino. O original muito bem), preservou a identidade do devem ser enviadas para #arfocsp e
é colorido, mas Landau decidiu editar menino e não divulgou nenhuma infor- #fotografemelhor. Para saber mais sobre a
em P B por não ter gostado das cores. mação sobre ele. Mas, como também Arfoc-SP, acesse http://bit.ly/2fvPSAo.
Fevereiro 2018 • 17
REVELE-SE
ESCONDE-ESCONDE
Fotografar crianças é sempre algo uma turma de crianças brincando de es-
proveitoso e muito divertido, tanto conde-esconde. ma delas se escondeu
para elas quanto para quem faz a foto. E em um brinquedo colorido de madeira,
a melhor maneira de conseguir imagens deixando apenas os olhos e as mãos à
de impacto e expressões espontâneas é vista. O brinquedo serviu como moldura
clicá-las entre as brincadeiras, como fez e deu um charme especial à foto de al-
o fotógrafo almir Brelaz. No parquinho mir, que usou um enquadramento mais
do condomínio onde ele mora, observou fechado para destacar o tema.
ALEGRIA, ALEGRIA
O truque de jogar o bebê para o alto é in- um ipê superflorido. ugo usou uma lente 18-
falível quando se deseja um sorriso do pe- 55 mm e fotografou de baixo para cima, tornan-
queno junto com os pais. Foi assim que ugo do o enquadramento ainda mais agradável.
Furlan conseguiu um belo retrato da prima dele A pequena de 6 meses abriu um sorrisão, e o re-
com a filha. Ele levou as duas para um passeio trato, tecnicamente simples, foi feito com uma ex-
na praça perto de casa e as posicionou diante de pressão espontânea tanto da mãe quanto da filha.
Fevereiro 2018 • 19
REVELE-SE
O GRAFISMO DA FÉ
A Catedral da Sé, no centro da capital pau- fotos. Nesse dia em especial, ela teve a oportuni-
lista, é um dos mais famosos pontos de re- dade de circular por trás do altar (acesso que nor-
ferência de São Paulo e também um dos favoritos malmente não é permitido ao público) para con-
da leitora Angela orokosk . Ela conta que sem- seguir o ângulo da foto. A condição de pouca luz e
pre que está pelo centro acaba entrando no local a falta de apoio exigiram que ela usasse um ISO
para aproveitar a paz do ambiente e fazer umas alto, porém o resultado foi um sucesso.
O dia dos
mascarados POR JULIANA MELGUISO
O
carnaval sempre fascinou o muitos, nos dias carnavalescos, po-
O paraibano Francisco advogado, administrador de dem ser o que não são no cotidiano.
Andrade documentou empresas e fotógrafo pa- Essa tradição começou a partir do
raibano Francisco Andra- século 16 em Veneza, quando a no-
a cor, a pompa e a de, de 60 anos. Por se tratar breza se disfarçava para se misturar
beleza do carnaval de de uma festa popular não à plebe nas ruas. Desde essa época,
Máscaras de Veneza só no Brasil, como em outras partes o uso de máscaras e de trajes luxuo-
do mundo, essa comemoração cria- sos se tornou uma marca na cidade
e transformou o da pelo cristianismo ocidental me- turística italiana, o que levou Andra-
trabalho em livro xe com o imaginário das pessoas, e de a visitá-la por quatro vezes con-
Fevereiro 2018 • 23
PORTFÓLIO DO LEITOR
riam mudar de acordo com a dinâ- cipal do projeto, sobretudo por tra- NO INVERNO
mica do momento, porém, sem- zer a essência da atmosfera da an- Outro fator importante na com-
pre mantendo uma linha dentro tiga Veneza. “Esses eventos ocor- posição das imagens foi a exposi-
do que foi inicialmente planejado. rem diariamente nos seis sestieri ção. Por ocorrer em época de inver-
“Por ser um evento público e com (bairro ou distrito), desde sua aber- no na Europa, fevereiro e março, os
a participação de uma multidão, tura até seu encerramento. Assim, dias do carnaval acabam se tornan-
havia muitas variantes. Por isso, eu procurava fotografar os eventos do mais curtos, frios (com tempe-
precisei apelar para o improviso e mais relevantes, já que era impos- raturas abaixo de zero) e escuros.
a criatividade algumas vezes”, afir- sível estar presente simultanea- Assim, ele trabalhou com a câmera
ma Andrade. mente em todos, uma vez que mui- ajustada no modo de prioridade de
Imagens exclusivamente com tos deles ocorriam no mesmo ho- abertura, além de usar o flash pa-
pessoas mascaradas era o foco prin- rário”, explica. ra jogar uma leve luz na cena e po-
der trabalhar com o ISO mais bai-
xo possível.
Por causa da baixa temperatu-
ra, a autonomia da bateria é algo
extremamente importante, já que
em situações assim a carga dura
bem menos, e isso pode atrapalhar
a realização das imagens. “Eu me
preocupava em manter as baterias
sempre aquecidas a fim de man-
ter a carga pelo maior tempo pos-
sível. Também mantinha sempre
as baterias de reserva totalmente
carregadas em contato com o ca-
lor do corpo”, explica. Como equi-
pamento, Francisco Andrade conta
que utilizou DSLRs Nikon variadas,
como uma D90, uma D600 e uma
Fevereiro 2018 • 25
CULTURA
Linguagens do Corpo
Carioca, no Museu
de Arte do Rio:
curador de fotografia
thales leite
administra acervos e
organiza mostras
entenda a F nção do
curador de fotografia
A
Por MÁRIO FITTIPALDI
Com curadoria de Milton Guran e Paulo Herkenhoff, exposição Linguagens do Corpo Carioca buscou representar a alma dos
moradores da cidade; abaixo, mostra do Paraty em Foco na Praça da Matriz busca aproximar a fotografia do público
nereu r
Fevereiro 2018 • 31
di genes Moura CULTURA
Imagem do curador Diógenes Moura documenta usuários de crack do centro paulistano para a exposição Livro de Rua
ele quer dizer. “O trabalho de curado- segue a mesma linha. Ela lembra de que o procuraria assim que tivesse
ria é algo muito íntimo, você tem de uma das primeiras exposições que or- chance”, conta. “Foi a melhor au-
se tornar parte da família do artista. É ganizou para a icônica galeria, com o la de edição da minha vida, um pro-
quase uma irmandade”, explica. fotógrafo Carlos Moreira, que acabou cesso que se manteve ao longo dos
A curadora, arquiteta e museólo- virando um amigo muito próximo. “Foi anos em que a galeria ficou na Rua
ga paulistana Rosely Nakagawa, que um momento feliz. Quando ainda era Bela Cintra. Acompanho o seu tra-
dirigiu a Galeria Fotóptica, criada por estudante na Faculdade de Arquite- balho até hoje”, comenta.
Thomaz Farkas nos anos 1980, e a Ca- tura da USP, vi uma exposição dele e Rosely ensina que, quando se faz
sa da Fotografia Fuji, de 1997 a 2004, me encantei. Jurei para mim mesma uma seleção de fotografias, seja pa-
ra uma exposição, instalação, livro
ou performance, o mais importan-
te é entender o desejo do autor. “A
partir daí, o curador cria uma costu-
ra que o ajuda a realizar seus obje-
tivos”. Ela ressalva, no entanto, a di-
mensão que o trabalho de curado-
ria vem assumindo de se colocar em
uma instância superior à do fotó-
grafo. Exatamente por isso, ela está
abolindo de seu vocabulário o termo
“curador”, tendo preferido “comis-
sário”: “O trabalho tem de ser o de
suporte ao autor, e não de direciona-
mento como está sendo feito agora.
O comissário atua como um facilita-
dor, um organizador”, conclui.
DIógenes Moura diz
que curador tem de DO ACERVO À PAREDE
formar irmandade Administrar o acervo de obras
ale ruaro
fia são algumas das frentes de tra- rios de crack da região central da ca- posição que organizou em parceria
balho de um curador de fotografia. pital paulista, está em cartaz na Gale- com Paulo Herkenhoff para o Museu
Durante sua passagem pela Pina- ria Utópica, de São Paulo (SP). de Arte do Rio, o MAR, em 2017, cha-
coteca do Estado de São Paulo, Di- O trabalho de curadoria pa- mada Linguagens do Corpo Carioca
ógenes Moura deixou um acervo de ra uma exposição, dependendo da [A Vertigem do Rio]. “Foram dez me-
mais de 600 fotografias, todas de fo- profundidade e do envolvimento do ses de trabalho para selecionar cer-
tógrafos brasileiros. “Foram todas curador, pode gerar uma nova obra. ca de 900 obras de 150 artistas pa-
doadas, muitas produzidas com ex- É o que explica o fotógrafo, antropó- ra representar a alma dos morado-
clusividade para mostras que eu or- logo e curador carioca Milton Gu- res da cidade. É claro que o resulta-
ganizei”, orgulha-se. “Quando che- ran, de 69 anos. “Você mergulha em do desse trabalho é uma exposição
guei lá, nos anos 1980, havia apenas um acervo fotográfico, faz um recor- de autoria dos curadores”, enfatiza.
74 imagens”, afirma. te daquele acervo que produz senti- Outra frente de trabalho que, no
Atualmente trabalha de forma in- do, cria um discurso visual coerente. Brasil, é relativamente nova, segun-
dependente. A exposição Retumban- Depois, organiza e cuida de todos os do Guran, é a curadoria de livros, que
te Natureza Humanizada, feita com o detalhes, como a iluminação, o flu- resulta na publicação de uma obra ou
fotógrafo paraense Luiz Braga, ven- xo do público, os textos curatoriais de uma coleção de livros de fotogra-
ceu o prêmio da Associação Paulista e até a tipografia usada na identida- fia. Ele participou da curadoria edito-
dos Críticos de Arte (APCA) em 2014. de visual. O resultado é uma obra de rial do livro História do Brasil em 100
E sua própria exposição, Livro de Rua, autoria do curador a partir da maté- Fotografias (Editora Bazar do Tem-
que reúne 34 imagens feitas com ce- ria-prima, que é o trabalho de um ou po, 2017), em conjunto com a edito-
lular nos últimos sete anos docu- mais fotógrafos”, diz. ra Ana Cecília Impellizieri Martins, o
mentando moradores de rua e usuá- Guran cita o exemplo de uma ex- fotógrafo e historiador Joaquim Mar-
Fevereiro 2018 • 33
CULTURA
O curador
do Festival
Paraty em
Foco 2017
Érico Elias
thais rocha
Milton Guran, um dos curadores do livro História do Brasil em 100 Fotografias
(abaixo), destaca a curadoria editorial como uma nova frente de trabalho
nereu r
realitydeshow
Foto raFia
Por SÉRGIO BRANCO
M
Arte na Fotografia ais do que um reality show, grama. No episódio derradeiro, a vence-
teve oito episódios a primeira temporada de dora do primeiro reality sobre fotografia
Arte na Fotografia, trans- da televisão brasileira foi Camilla Kinker,
e colocou seis mitido na TV por assinatu- 24 anos, talentosa fotógrafa formada em
jovens fotógrafos ra pelo canal Arte 1, do Gru- Cinema que, na reta final, se destacou
po Band, foi uma espécie pela ousadia, superando Rafael Aguiar,
à prova das mais de workshop dividido em oito episódios e 34 anos, mineiro radicado no Rio de Ja-
variadas formas. comandado por dois professores de ge- neiro (SP), único dos competidores que
No fim, todo mundo rações e olhares bem diferentes, Clau- não morava na cidade de São Paulo (SP).
dio Feijó, 71 anos, e Eder Chiodetto, 42, Caio Luiz de Carvalho, diretor execu-
saiu ganhando com mentores dos seis jovens participantes, tivo do canal Arte 1, diz que o programa
o aprendizado escolhidos a dedo pela produção do pro- superou a expectativa nas redes sociais,
Fevereiro 2018 • 37
Fotos: luciana Melo entreteniMento
ambientação das provas (o Rio larga da consiga atrair mais patrocinado- Essa dinâmica, aliás, não foi per-
como favorito); as provas serão total- res (apenas o Sesi apoiou o progra- cebida pelo telespectador. Quem viu o
mente diferentes das que foram im- ma) e público, dada a repercussão al- reality imaginava que as provas eram
plementadas na primeira temporada. tamente positiva do reality. Sem decla- feitas, os participantes voltavam para
rar qual o custo total da produção, Lu- o estúdio e, então, os mentores ava-
DINÂMICA ciana afirma que a dinâmica da pri- liavam os trabalhos do tema propos-
Luciana Pires, produtora executi- meira temporada foi pensada para to. Na realidade, todas as provas fo-
va do Cinegroup, empresa responsá- otimizar os recursos disponíveis sem ram realizadas primeiro e depois, nu-
vel pela produção do programa, tam- prejuízo da qualidade do produto. “Fo- ma segunda etapa, foram gravadas
bém enxerga o reality com uma pega- ram 22 diárias de estúdio para gravar as avaliações de Claudio Feijó (pe-
da mais educativa do que competiti- o programa e uma logística pensada dagogo, psicólogo e fotógrafo) e de
va. “Foi uma iniciativa muito bem-su- para que as provas fossem realizadas Eder Chiodetto (jornalista, fotógrafo
cedida e tanto os participantes quan- de forma sequencial. Foi bem corrido e curador).
to o público puderam aprender com e espero que na segunda temporada Camilla Kinker adorou ter parti-
os mentores Claudio e Eder”, diz. Ela a gente tenha mais recursos para não cipado do reality justamente pelo for-
acredita que a segunda tempora- ter que correr tanto”, comenta. mato, pois antes, quando o grupo se
Rafael na prova Homens e Máquinas, do primeiro episódio, e Júlio César (à dir.) na prova Esportes, do sétimo episódio
encontrou pela primeira vez, havia ram Yve Louise de Mendonça, Júlio um público de convidados com a aju-
uma expectativa negativa de que eles César Soares, Daniela Ometto e Lu- da dos outros participantes. Camilla,
poderiam ser manipulados pela pro- an Batista de Souza. Eles cumpriram Yve e Daniella formaram uma equi-
dução, como ocorre em alguns pro- sete tarefas, fotografando temas co- pe feminina, enquanto Rafael, Luan e
gramas do gênero. “Foi uma compe- mo Homens e Máquinas (10 episódio, Júlio César, uma masculina, por pura
tição com nós mesmos, e não com os com participação de Juan Esteves na afinidade. Claudio e Eder deram as di-
colegas. Na realidade, a gente se aju- avaliação ao lado de Claudio e Eder), cas finais para a montagem das expo-
dava, trocava informações e dava opi- Moda e Estilo (20, com Zé Takahashi), sições com uma mostra de todo o tra-
nião para a edição de foto um do ou- Nu (30, com Gal Oppido), Fotojorna- balho feito pelos dois em sete provas.
tro. Aprendi muito e esse foi o maior lismo/Tédio (40, com Cassio Vascon- Com o público no estúdio (cerca
prêmio”, avalia ela, que recebeu pela cellos), Arte no Palco (50, com William de 20 pessoas), a votação secreta em
conquista uma Canon EOS 5D Mark Aguiar), Foto Poema (60, com Geórgia cédulas foi feita após uma análise das
IV com lente Canon 24-105 mm f/4. Quintas) e Esportes (70, com Flavio duas exposições. Camilla acabou ven-
A única coisa que ela sugere como Florido). Após esses sete episódios, cendo com uma boa vantagem sobre
mudança para a segunda temporada é foram eliminados Júlio César, Luan e Rafael, já que apresentou um material
que as provas não sejam feitas uma na Yve. Daniela se juntou a Camilla e Ra- mais equilibrado e fez na prova final,
sequência da outra. “O ideal seria fazer fael numa espécie de semifinal no oi- cujo tema era Megalópole, um ensaio
a prova e ter a avaliação dos mentores tavo e último episódio. bastante criativo e ousado.
em seguida. Eu sei que nesse primei- Daniela foi eliminada e a prova fi- É possível acessar os oito episó-
ro a verba era curta e as coisas foram nal entre Camilla e Rafael foi mon- dios pelo Facebook do reality por meio
bem corridas. Mas quem sabe no pró- tar uma exposição no estúdio para do link http://bit.ly/2DcQSVc.
ximo essa dinâmica mude”, opina.
Fevereiro 2018 • 39
dicas ProFissionais
Retratos na cama
do casal é uma das
sequências iniciais
feitas por Karim Scharf
para a sessão lifestyle
scharf
Fotos: kari
Fotos de família
se redos do estilo liFest le
C
Por LIVIA CAPELI
om o objetivo de capturar o dia praia, desde que a sessão seja bem pla-
Fotografar o a dia com simplicidade e de ma- nejada. Mas vale lembrar que nada me-
cotidiano das neira genuína, o estilo lifestyle lhor do que um ambiente confortável e
de fotografar troca as poses por conhecido para o cliente se sentir à von-
famílias de modo sorrisos espontâneos, permitin- tade, o que assegura mais naturalidade.
espontâneo é do mostrar as pessoas de forma Apesar de contar com um estúdio
palavra de ordem mais autêntica e descontraída, sem dei-
xar de lado o registro da cumplicidade e
em São Paulo (SP), a fotógrafa Karim
Scharf muitas vezes troca o fundo infi-
nesse tipo de tema. da afeição entre pais e filhos. nito pelo aconchego dos lares dos clien-
Confira as dicas Geralmente, os ensaios de família tes. Segundo ela, algumas famílias op-
ocorrem na casa do cliente, mas nada tam pelo lifestyle por se identificar com
valiosas de uma impede que as fotos sejam realizadas esse estilo mais moderno, que busca
especialista em uma locação, casa de campo ou na imagens mais afetivas, representativas
SEMPRE PREPARADO
Apesar dos pontos positivos, fo-
tografar no estilo lifestyle tem suas
surpresas, como desconhecer o lo-
Fevereiro 2018 • 45
dicas ProFissionais
scharf
Fotos: kari
cal e a luz do lugar. Se não há como ferência por trabalhar com lente tos mais fechados, que eliminam o
visitar previamente a casa, uma ma- grande angular. Isso possibilita que fundo (ou parte dele). Ela também
neira de contornar a situação é pe- ela registre as pessoas inseridas na busca espaços com sombras mais
dir para que o cliente envie fotos dos vida doméstica sem perder deta- marcadas e capricha na direção de
ambientes da residência. lhes importantes do local. fotografia – o item mais importante
Para lidar com situações ines- Problemas estéticos do ambien- para que a família revele sua essên-
peradas da casa do cliente ou da te? A fotógrafa recorre a recursos cia e fique muito à vontade. Isso aju-
locação, Karim diz que existem al- técnicos: usa diafragmas mais aber- dará a tornar as imagens mais criati-
guns truques. Em ambientes pe- tos, como f/2.8, que geram desfo- vas e mais próximas ao senso estéti-
quenos, por exemplo, ela dá pre- ques no fundo, ou faz enquadramen- co desejado para o trabalho e deixa o
ambiente em segundo plano.
Uma sugestão da especialista pa-
ra fotografar nesse estilo é recorrer
sempre à luz natural, mesmo em dias
mais escuros, procurando usar lentes
profissionais luminosas. Por precau-
ção, é bom estar munido de um bom
kit de lentes, como a 20 mm ou a 24
mm (para ambientes pequenos), a 35
mm e a 50 mm (usada na maioria do
tempo) e a 85 mm para retratos e si-
tuações externas. Uma zoom profis-
sional 24-70 mm f/2.8, por exemplo,
atende a esses requisitos.
PRODUÇÃO E DIREÇÃO
Na hora de sugerir a produção, a
especialista orienta o cliente a apos-
tar em looks neutros, leves e des-
contraídos, porém elegantes. Para
os adultos, um único figurino é sufi-
ciente (no caso de grávidas, pode-se
realizar três trocas de roupa, no má-
ximo). Peças em jeans e camisas e
camisetas de cores claras e neutras
são recomendadas por ela. Para as
crianças, vale pelo menos uma tro-
ca de look, contando com roupas co-
loridas e que estejam em harmonia.
“Adoro vestidos, tecidos leves e de-
licados e pés descalços”, comenta. Na sessão lifestyle, o fotógrafo irá se deparar com diferentes tipos de luz e
Mesmo tendo um apelo pelo natu- de ambiente; o ideal é contar com um kit de lentes profissionais luminosas
ral, é importante ter peles maquiadas
e cabelos alinhados. Uma maquiado-
ra experiente pode ser indicada pelo
fotógrafo para realizar o serviço na ca-
sa – ou o cliente pode ele mesmo fa-
zer a maquiagem ou contratar uma
profissional de sua confiança.
Apesar de priorizar a espontanei-
dade, o estilo lifestyle pede um pou-
co de direção, mesmo que impercep-
tível. Ou seja, o fotógrafo acaba insti-
gando uma expressão. Karim explica
que chega um determinado momen-
to em que as famílias não percebem
mais que estão sendo dirigidas. Outra
dica: é nos intervalos entre as fotos
que ela obtém as melhores imagens.
Fevereiro 2018 • 47
dicas ProFissionais
A fotógrafa
Bióloga, pós-graduada em
Marketing de Saúde e especialista
em Comunicação, a fotógrafa
Karim Scharf, 43 anos, atua há 10
anos em fotografia especializada
em gestantes, newborn, famílias
Sugestões do que é
e crianças. Ela é fundadora
possível conseguir na do Newborn Club, um grupo
hora de fotografar... especialistas em fotografia de bebês,
baseado em critérios de segurança
e responsabilidade. Além disso, faz
parte do NAPCP, uma associação
internacional de fotógrafos de
crianças, sediada nos Estados
Unidos. Karim tem um estúdio na
zona sul de São Paulo (SP), projetado
para ensaios newborn, mas que
também serve para sessões de
famílias e crianças. Para saber
mais sobre a fotógrafa, acesse:
karimscharf.com.br.
scharf
Fotos: kari
Fotos: divulgação
Escolha
scolha seu
equipamento
5 kits selecionados Pela redação
F
Por GUILHERME MOTA
Fevereiro 2018 • 51
SERVIÇO
Fotos: divulgação
SONY A6000 SONY A7S II SONY A9
:: Sensor: APS-C (23,5 x 15,6 mm), :: Sensor: full frame (35,6 x 23,8 mm), :: Sensor: full frame (35,6 x 23,8 mm),
24 MP de resolução 12 MP de resolução com 24 MP de resolução
:: Sensibilidade ISO: 100-25.600 :: Sensibilidade ISO: 100-102.400 :: Sensibilidade ISO: 100-51.200
:: Velocidade de disparo: 30s a 1/4.000s (50-409.600 expandido) (50-204.800 expandido)
:: Disparo contínuo: 11 fps :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s
:: Monitor: 3 pol., 0,9 milhão de pontos, :: Disparo contínuo: 5 fps (1/32.000s eletrônico)
articulado em um eixo (tilt) :: Monitor: 3 pol., 1,2 milhão de pontos, :: Disparo contínuo: 20 fps
:: Preço: US$ 550 articulado em um eixo (tilt) :: Monitor: 3 pol. com 1,4 mil de pontos,
:: Preço: US$ 2.700 articulado em 1 eixo (tilt)
:: Preço: US$ 4.500
Fevereiro 2018 • 53
SERVIÇO
Fotojornalismo
O fotojornalista precisa sempre voltar para a re-
dação com uma narrativa consistente e am-
pla, sendo capaz de contar histórias com apenas
tes com velocidade e precisão. Para capturar esses
momentos, é preciso ter velocidade, timing e versa-
tilidade. Além disso, o trabalho de rua é exigente do
imagens, e de abordar detalhes próximos e distan- ponto de vista de resistência do equipamento.
Fotos: divulgação
NIKON D7500 NIKON D500 NIKON D5
:: Sensor: APS-C (23,5 x 15,7 mm), :: Sensor: APS-C (23,5 x 15,7 mm), :: Sensor: full frame (35,9 x 23,9 mm),
21 MP de resolução 21 MP de resolução 21 MP de resolução
:: Sensibilidade ISO: 100-51.200 :: Sensibilidade ISO: 100-51.200 :: Sensibilidade ISO: 100-102.400
(50-164.000 expandido) (50-164.000 expandido) (50-328.000 expandido)
:: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s
:: Disparo contínuo: 8 fps :: Disparo contínuo: 10 fps :: Disparo contínuo: 14 fps
:: Monitor: 3,2 pol., touchscreen, 0,9 :: Monitor: 3,2 pol., touchscreen, 2,36 :: Monitor: 3,2 pol., 2,36 milhões de pontos
milhão de pontos, articulado em um eixo milhões de pontos, articulado em um eixo :: Preço: US$ 6.500
:: Preço: US$ 1.250 :: Preço: US$ 1.900
KIT AVANÇADO DE ILUMINAÇÃO
KIT BÁSICO DE ILUMINAÇÃO KIT INTERMEDIÁRIO DE ILUMINAÇÃO
+ 3 flashes dedicados (R$ 2.400)
+ rebatedor circular 5 em 1 (R$ 100) + 2 flashes dedicados (R$ 1.600) + 1 kit de softbox 80 x 80 com suporte
+ 1 flash dedicado (R$ 800) + 1 kit de softbox 80 x 80 com suporte S-Type da Godox para trabalhos
+ 1 kit de softbox 80 x 80 com S-Type da Godox para trabalhos off-camera (R$ 290)
suporte S-Type da Godox para off-camera (R$ 290) + 2 suportes extras S-Type
trabalhos off-camera (R$ 290) + 1 suporte extra S-Type da da Godox (R$ 400)
+ 1 tripé de iluminação (R$ 100) Godox (R$ 200) + 1 Beauty Dish Godox (R$ 246)
+ 1 radiotransmissor (R$ 200) + 1 Beauty Dish Godox (R$ 246) + 1 refletor parabólico (R$ 200)
+ 2 tripés de iluminação (R$ 200) + 3 tripés de iluminação (R$ 200)
+ 1 radiotransmissor (R$ 200) + 1 radiotransmissor (R$ 400)
Fevereiro 2018 • 55
SERVIÇO
Arquitetura e Decoração
O fotógrafo de arquitetura e decoração não
tem a pressa do jornalismo e dos eventos
nem a possibilidade de planejar a luz como os
do se utiliza o equipamento correto.
O ideal é ter uma lente tilt-shift, que corrige
a perspectiva, mas, como elas são bem caras,
fotógrafos de moda. O que ele precisa, de fato, é quem está começando raramente tem condi-
enquadrar ambientes inteiros – alguns deles re- ções de comprar uma. Daí, a alternativa é tirar o
almente grandes, corrigindo ao máximo as dis- máximo do equipamento, combinando técnica e
torções provocadas pela lente. Ambos os pro- criatividade e acertando problemas de perspec-
blemas podem ser facilmente superados quan- tiva em programas específicos na pós-produção.
CANON EOS T7I CANON EOS 6D MARK II CANON EOS 5DS R Fotos: divulgação
:: Sensor: APS-C (22,3 x 14,9 mm), 24 MP :: Sensor: full frame (35,9 x 24 mm), 26 MP :: Sensor: full frame (36 x 24 mm), 51 MP
:: Sensibilidade ISO: 100-25.600 :: Sensibilidade ISO: 100-40.000 :: Sensibilidade ISO: 100-6.400
(51.200 expandido) (50-102.400 expandido) (50-12.800 expandido)
:: Velocidade de disparo: 30s a 1/4.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/4.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s
:: Disparo contínuo: 6 fps :: Disparo contínuo: 6,5 fps :: Disparo contínuo: 5 fps
:: Monitor: 3 pol., touchscreen, 1 milhão de :: Monitor: 3 pol., touchscreen, 1 milhão de :: Monitor: 3,2 pol., 1 milhão de pontos, fixo
pontos, articulado pontos, articulado :: Preço: US$ 3.700
:: Preço: US$ 750 :: Preço: US$ 1.900
Um flash
muito versátil
Testamos, com a
ajuda do fotógrafo
Richard Cheles,
os flashes da
linha Godox
Witstro AD600,
que, entre outras
funções, podem ser
usados com bateria
recarregável
E
le oferece disparos de relâmpagos EM ALTA
super-rápidos, de até 1/10.000s, O preço médio de R$ 3.300 pa-
e efetua a sincronização em até ra o modelo AD600BM e R$ 3.600
1/8.000s. É compatível com aces- para o AD600B pode não ser um dos
sórios de iluminação como mon- mais convidativos. Por outro lado, es-
tagem tipo Bowens (universal) e tar diante de um flash tão versátil, con-
ainda pode ser usado com cabo de forme visto no teste, leva a pensar na pos-
energia ou bateria de lítio recarregável para sibilidade de um investimento.
fotografar em ambientes externos. A fabricação é chinesa, e a constru-
Essas são apenas algumas das muitas ção do flash, segundo Richard Cheles, é feita
funções do flash chinês Godox da linha Wits
Wits- com materiais de qualidade: “O acabamen-
tro AD600 (que incluem os modelos AD600B, to é bom, a carcaça é de plástico rígido e dá a
que tem sistema TTL, e AD600BM, manu- sensação de durabilidade, o encaixe do tripé
al), produto criado para conquistar fotógrafos e da bateria é resistente, a alavanca para an-
Acima, o modelo
de diversos perfis e necessidades, sendo um gular é boa. A lâmpada do flash tem design Witstro AD600BM,
equipamento polivalente. diferente, encapsulada, o que ajuda a evitar que funciona
Para avaliar o potencial do produto, Foto- o contato da oleosidade das mãos; o encaixe com bateria
grafe convidou o expert em fotografia publici- dela também facilita a troca”, diz ele. recarregável;
tária Richard Cheles, que usou o equipamento Outro ponto positivo apontado por ele é a ao lado, foto de
em seus trabalhos comerciais e depois apon- qualidade do painel LCD do flash, que é bem modelo feita com
tou os prós e contras dos flashes. Confira. visível até em distâncias mais longas. O ma- uso do flash
Fevereiro 2018 • 59
teste de e iPaMento
GAMA DE VERSATILIDADE
A alimentação por bateria de lí-
tio recarregável é uma das mais
atraentes funções dessa linha de
flashes da Godox, que dá liberdade
para fotografar em externas. A bate-
ria de lítio vai acoplada à carcaça e
é capaz de fazer aproximadamente
500 disparos em carga total.
Para recarregar a bateria de lí-
Fotos: richar cheles
EM BAIXA
O flash é pesado, por isso exige
um tripé mais robusto, o que difi-
culta um pouco o transporte em ca-
Fevereiro 2018 • 61
Fotos: richar cheles
teste de e iPaMento
Acima, lâmpada de flash durante disparo feito com o AD600B usando o HSS (à esq.); splash também feito com o modo HSS
so de foto externa. Cheles também meza, ficando com um certo molejo No geral, a linha de flash agradou
apontou que o sistema TTL do equi- entre as peças. Já a leitura de carga bastante ao fotógrafo Richard Cheles,
pamento é um pouco inconsistente, da bateria no LCD do flash é um pou- especialista em publicidade. Ele gostou
variando durante a avaliação em até co incerta”, comenta. Ele percebeu is- tanto da versatilidade quanto dos re-
1 ponto nas alterações de abertura so durante a avaliação, pois a leitura cursos tecnológicos que o produto ofe-
do mesmo assunto. Porém, ele afir- de carga no LDC dava como comple- rece, como qualidade de reprodução
ma que é possível compensação de ta. Também quando o botão de carga de cor e a inovadora bateria recarregá-
exposição por meio do disparador. da bateria era apertado, a informação vel, acoplada ao flash. Para ter mais in-
O fotógrafo avaliou o encaixe Bo- era a mesma. Mas, quando ele conec- formações sobre o equipamento basta
wens dos acessórios e considerou ele tava a bateria no carregador, ela acu- acessar o site da Greika: www.greika.
um pouco frouxo: “não trava com fir- sava 50% de carga. com.br.
BOTÃO GRUPO/CANAL
SELETOR
BOTÃO TESTE/FLASH
PRONTO PARA DISPARO
BOTÃO LIGA/DESLIGA
LÂMPADA MODELADORA
BOTÃO SINCRONIZAÇÃO
DE ALTA VELOCIDADE
P
or conta do passado evolutivo do houvesse Eva sugerido um maracujá para
ser humano, foram desenvolvi- Adão. Mas é essa a questão que se impõe
Converter uma das não apenas relações funcio- e que vale para tantas outras cores: como
nais com as cores (que permitem traduzir tais sensações em P&B?
imagem colorida distinguir peras de maçãs ou atra- Não há como traçar diretivas, uma
para impressão vessar ruas em segurança), mas vez que tudo nesse campo é bastante re-
em P&B, seja também toda uma gama de reações emo- lativo. Porém, deve-se levar em conta al-
tivas, que tanto podem ser universais como guns dados de como a percepção huma-
originária de filme próprias de cada cultura. A visão de san- na foi moldada ao longo dos milênios. Um
ou de captura gue, por exemplo, sempre será marcan- primeiro ponto é que o verde veio a ser a
digital, requer te e assim não é de se estranhar que aos cor predominante no sistema visual do
tons de vermelho esteja associada uma homem, característica dividida com ou-
um arquivo carga emocional mais intensa. Essas co- tros primatas. A sensibilidade maior nes-
com o máximo res ditas quentes também estão relacio- sa parte do espectro faz o homem ver
nadas a padrões sexuais, tanto na espécie massas de vegetação como deleites vi-
de informação humana quanto em animais. É até provável suais e a riqueza de tons dessa natureza
possível. Confira que a história da humanidade fosse outra sempre foi um problema sério no que to-
ca à reprodução em filmes e papéis fotográfi- fundidade e certa tranquilidade visual. As câ- Acima, uma
cos, em que os tons de verde surgem da com- meras digitais são bastante sensíveis nes- panorâmica
posição de corantes ciano e amarelo, com li- sa parte do espectro – talvez por isso senso- realizada com
negativo colorido
mite claro do gamut, ou seja, a gama ou paleta res filtrados para o azul estão presentes em e convertido para
de cores que uma determinada tecnologia ou número reduzido, como também entram em P&B por meio de
processo é capaz de reproduzir. desvantagem nos softwares de edição de ima- múltiplas camadas
gem. Assim, é preciso tomar cuidado especial no Photoshop
SISTEMA RGB no trato dessas cores, pois céu e mar são im-
No reino da fotografia digital, a situação é portantes elementos na fotografia de nature-
justamente inversa. Não apenas tem-se o ver- za, mas remetem a sensações diferentes e
de presente como ele é o esteio do sistema demandam atenção localizada.
RGB utilizado em sensores e softwares. Des- Tons quentes, de amarelo a vermelho,
sa forma, não raro há em monitores uma es- talvez sejam os mais difíceis de traduzir em
cala de tons até mais vibrante do que na pró- P&B, uma vez que disparam nos sentidos
pria natureza. Mas dificilmente sua tradução cargas de informação que não se relacionam
em P&B irá trazer o mesmo impacto visual. O diretamente a sua luminosidade. O fato é que
universo verde pode ser extremamente foto- muitas cores da natureza, mesmo parecen-
gênico, mas o ideal é extrair dele formas, tex- do vivas e saturadas, podem ser traduzidas
turas, linhas de composição e também utilizar em tons de cinza muito claros e totalmen-
sabiamente os recursos de foco e perspectiva te descasados de uma representação natu-
para enriquecer as imagens. ral. Em capturas com filmes em P&B sem-
No extremo do espectro, dos tons de azul, pre se usa filtros para ter controle pontual
violeta e UV, encontra-se situação bem dife- sobre essas cores, mas no mundo digital vo-
rente. Essas são consideradas cores recessi- cê tem que trabalhar corretamente com os
vas, em que o foco se forma em plano poste- canais de RGB caso pretenda ter cinzas com
rior da retina, o que induz sensações de pro- densidades adequadas.
Fevereiro 2018 • 65
dica t cnica
VERDE ORIGINAL
COLORIDO ORIGINAL
A fotografia digital captura cores
com saturação elevada, além até do
que possível imprimir em papel
ARMADILHAS COLORIDAS
Para usuários da Adobe, pode pa-
recer perda de tempo ler sobre pro- P&B NO LIGHTROOM P&B NO PHOTOSHOP
cessos de conversão de cor para A conversão para P&B no Photoshop oferece mais ferramentas que no Ligthroom
P&B, pois hoje são oferecidas ferra-
mentas eficazes e quase intuitivas, texto se tais recursos satisfizessem ções sugerem melhor compreensão
em que basta empurrar setas de um demandas mais críticas e que vão dos canais e de suas quase infinitas
lado para o outro e assim controlar além do uso em internet. interações. O Photoshop não é o úni-
de 6 a 8 cores individualmente. Óbvio Um olhar mais atento pode reve- co software da praça, mas continua
é, contudo, que nem começaria esse lar uma série de questões, e as solu- sendo um aliado de primeira para tal.
Fevereiro 2018 • 67
dica t cnica
Fevereiro 2018 • 69
LIÇÃO DE CASA
temas ilustrados pelo leitor
INSPIRE-SE NA OBRA DE
grandes
mestres
Clicar tendo um grande mestre da fotografia
como referência é muito instrutivo e lúdico.
Pode ser um excelente caminho para encontrar
e desenvolver o próprio estilo. Saiba mais
Wander Rocha
E
m todas as disciplinas da novas que surge a criação artística. ce: o fotógrafo, ao contrário do pintor,
arte, pesquisar e obser- A maior dificuldade é encontrar o precisa trabalhar com “a realidade”,
var os trabalhos dos gran- ponto certo para conseguir se ins- embora muita coisa seja possível por
des mestres para se inspi- pirar sem puramente copiar. Até as meio dos softwares de pós-produ-
rar na hora de criar é ab- imagens mais simples exigem uma ção. Assim, na hora de selecionar a
solutamente normal. É na boa organização e preparação. obra que servirá de inspiração, é re-
sutileza dessa aliança entre influ- Copiar uma pintura ou uma foto- comendável optar por temas que vo-
ência das obras existentes e ideias grafia não é tão simples como pare- cê já costuma praticar.
70 • Fotografe Melhor no 25
Por exemplo: para copiar uma natureza numerosos contatos, achar o modelo certo A inspiração de Wander
morta, é bom ter uma boa noção de ilumina- pode requerer uma longa fase de busca. Rocha vem da obra do
ção ou fotografia em estúdio. Da mesma for- É mais fácil também se inspirar em uma mestre Ansel Adams:
em vez de ter Sierra
ma, para usar um retrato ou nu artístico, é obra elaborada com técnicas que você co-
Nevada e o Mount
necessário saber dirigir um modelo. No se- nhece. O uso de um forte desfoque de fundo, Williamson como
gundo caso, ainda é preciso encontrar um uma composição muito estruturada e hie- cenário, ele enquadrou
modelo parecido com a pessoa retratada na rarquizada, um primeiro plano imponente o skyline de Balneário
obra-base. E, a menos que o fotógrafo tenha são alguns exemplos. Camboriú (SC)
Fevereiro 2018 • 71
LIÇÃO DE CASA
temas ilustrados pelo leitor
Lobo Júnior
PARÂMETROS TÉCNICOS
Para poder imitar um estilo, um mí-
nimo de conhecimento técnico é impres-
cindível. Portanto, é necessário entender
bem as noções de abertura de diafragma,
tempo de exposição e sensibilidade ISO,
assim como os efeitos que eles produzem.
Abrir o diafragma (menor valor de f/) per-
mite que o sensor receba mais quantidade
de luz, além de resultar em uma diminui-
ção da profundidade de campo (amplitude
do plano nítido).
Uma pequena profundidade de cam-
po é ideal na hora de se inspirar no traba-
72 • Fotografe Melhor no 25
Luís Rogério Sodré
As paisagens em P&B do mestre Michael Kenna inspiraram o olhar do leitor Luís Rogério Sodré, de Cascavel (PR)
lho de retratistas cujas obras apre- lução para criar um efeito pictural ou meiro necessita de uma leve subex-
sentam um plano de fundo muito imitar o grão de uma foto antiga. posição, enquanto é preciso superex-
apurado: permite destacar o tema Toda foto é um compromisso en- por para o segundo, tomando cuidado
principal posicionado no curto pla- tre abertura, velocidade e sensibilida- para não estourar as altas luzes. Es-
no nítido deixando os demais pla- de em função da iluminação, da expo- se controle de luz na fotografia é mui-
nos desfocados. sição e dos efeitos desejados. A expo- to mais complicado do que na pintura.
Outras técnicas permitem gerir o sição correta é primordial para se con-
desfoque. Assim, segundo o resultado seguir uma reprodução justa de uma INSPIRAÇÃO SEM PLÁGIO
desejado, é possível selecionar o pon- obra. Ela precisa ser ajustada em fun- Personalizadas ou extravagantes,
to de foco na cena (medi-lo em outro ção da densidade e luminosidade do as “cópias” de obras dos grandes mes-
ponto ou usar o foco manual) ou optar tema, do resultado e das especificida- tres são homenagens. Dessa forma, é
por um tempo de exposição suficiente des da imagem de inspiração. diferente do plágio, que tem conotação
para que os movimentos (da câmera Assim, foto inspirada na pintu- negativa. Reproduzir de forma idêntica
ou dos elementos em movimento) se- ra em claro-escuro se faz de manei- uma obra de que você gosta pode ser
jam retratados como rastros. ra diferente se for low-key (atmosfera um excelente incentivo para melhorar
Em função da abertura do dia- de sombra e mistério) ou high-key (on- sua técnica sem prejudicar o autor. Po-
fragma, da velocidade do obturador e de os tons claros predominam). O pri- rém, se houver fins comerciais ou lu-
da iluminação no ambiente, a quanti-
dade de luz que alcança o sensor ain-
Yuriy Zhuravov /Shutterstock
Fevereiro 2018 • 73
Miguel Melleiro Junior LIÇÃO DE CASA
74 • Fotografe Melhor no 25
RAIO X POR LAURENT GUERINAUD
fotos de leitores comentadas
3 Tecnicamente, a foto
está bem-feita, e a 4 A foto é boa, o corte está
correto (aproveitando
5 Tecnicamente, a foto
é boa. A composição
também é agradável,
6 A cena é interessante por se
tratar de algo diferente do que
costumamos ver no Brasil. Porém,
composição, correta. Mas bem o reflexo), a porém, a minha o corte bem no limite da roda
falta o elemento humano iluminação é apropriada e recomendação seria da primeira moto (lado direito)
para dar mais vida à cena. você fez certo ao esperar por um enquadramento incomoda bastante porque fecha
Ele poderia estar na rede, as nuvens entrarem no vertical, do tipo retrato, o movimento ainda mais que há
sentado na cadeira à direita cenário. Contudo, a foto mais fechado, conforme um espaço maior atrás da última
ou debruçado numa das ficou muito clássica e sugerido no corte. Isso moto. Para evitar o inc modo e
janelas. Isso faria uma bastante estática: que tal destacaria a abelha e acompanhar melhor o movimento,
diferença enorme e a foto do inverter o corte entre a eliminaria o excesso de bastava girar levemente a câmera
chalé no campo teria mais igreja e o reflexo para mais espaço nas laterais. para o lado direito, cortando no
força, remetendo a uma originalidade Você poderia Equipamento: Canon limite da roda traseira da moto
mensagem de descanso ainda optar por um formato EOS 70D com objetiva da esquerda e deixando o espaço
ou de ócio. Do jeito que retrato, que permitiria Canon 18-135 mm maior do outro lado.
está, parece um registro de incluir o ambiente nas Exposição: f 19, 1 400s Equipamento: Canon EOS 6D com
arquitetura, frio e sem vida. laterais da igreja. e ISO 400 objetiva Canon 24-105 mm
Equipamento: Nikon D7000 Equipamento: Nikon Exposição: f 5, 1 160s e ISO 100
com objetiva Nikkor D7100 com objetiva
18-105 mm Nikkor 18-105 mm
Exposição: f 4, 1 3s
e ISO 100
Exposição: f 8, 1 160s
e ISO 100
4
Fevereiro 2018 • 77
RAIO X
FERNANDO CHAVES, CESAR FERRARO, THOBIAS ALMEIDA, RAFAEL L. COSTA,
Brasília (DF) Rio de Janeiro (RJ) Betim (MG) Parnaíba (PI)
10
9
11 O ângulo escolhido
esmaga e achata o
lagarto: o resultado ficaria
12 O alto nível de ruído
digital e o uso de
um filtro close up passam
13 A sobreposição da cidade
e do avião é interessante.
Porém, aqui o avião ficou
14 A cena é bastante
simples, o que deixava
duas alternativas: registrá-la
melhor se você tivesse uma sensação de falta de centralizado, o que prejudica o de maneira clássica, acertando
se abaixado ao nível do nitidez que, combinados dinamismo da imagem. Você os mínimos detalhes, ou
chão. Além disso, a parte com as cores pastel e o real poderia ter virado a câmera para procurar um ângulo, um ponto
visível da cabeça está desfoque no fundo, gera uma algum lado a fim de posicionar o de vista, um enquadramento
escura. m disparo de foto muito estética, quase tema no terço esquerdo ou direito original para se destacar.
flash poderia resolver o abstrata e onírica. Talvez do quadro. Além disso, o céu Aqui, você optou por uma
problema, preenchendo as você poderia ter posicionado vazio, sem detalhes, ocupa um foto clássica, com bom
sombras. á ainda muito o caramujo um pouco mais espaço demasiado: o ideal seria posicionamento da estátua
espaço na parte direita do para cima e à direita para apontar a câmera mais para baixo, no terço do quadro. Porém,
quadro. m corte vertical explorar melhor a harmonia deixando no máximo um terço do a sobreposição da torre com
melhoraria um pouco a da cena. quadro para o céu. Enfim, seria a mão do Cristo incomoda.
composição. Equipamento: Canon EOS interessante repetir a foto em Acredito que outro ponto
Equipamento: Nikon 50D com objetiva Canon outras condições de luz (p r do sol, de vista teria permitido
D5100 com objetiva 18-55 mm e filtro close up céu nublado carregado etc.) para esconder a torre totalmente
Nikkor 18-105 mm Exposição: f 5.6, 1 800s dar mais impacto. E, apesar de um atrás da estátua.
Exposição: f 5.6, 1 1.000s e ISO 3.200 ISO relativamente baixo, nota-se Equipamento: Canon
e ISO 100 bastante ruído digital no céu. EOS 6D com objetiva
Equipamento: Canon EOS Rebel Canon 24-105 mm
XSI com objetiva Canon 18-135 mm Exposição: f 4.5 1 25s
Exposição: f 22, 1 500s e ISO 400 e ISO 400
11 12
13 14
Fevereiro 2018 • 79
RAIO X
ERIKSON PIMENTA, MATEUS SOUZA JOSÉ EDUARDO LETICIA FRANÇA,
Rio de Janeiro (RJ) SILVA, CANDEIAS, Mogi das Cruzes (SP)
Uberlândia (MG) Botucatu (SP)
15 A foto é interessante.
sempre proveitoso
brincar com a iluminação, 16 extremamente difícil
conseguir uma boa 17 A cena ficou muito
sobrecarregada.
18 Vendo a extrema
centralização do sol e da
linha de horizonte, acentuada
como você fez. O único foto incluindo somente O poste no primeiro pelo formato retrato, assim
ponto que incomoda o nuvens. A imagem precisa plano perturba a leitura como a ausência de outros
observador é o “objeto ser muito bem pensada e da imagem, ainda mais elementos de leitura, imagino
desfocado” que o construída como uma foto que um dos pontos de que seu objetivo fosse realizar
autorretratado segura meio abstrata, organizando interesse (o homem) está uma foto muito estática,
nas mãos. Entendo que todos os elementos, igualmente centralizado, ressaltando a tranquilidade.
se trata da sua câmera e tonalidades e formas da no mesmo eixo. A escolha Todavia, esteticamente, não foi
que não havia alternativa. maneira mais harmoniosa do ponto de foco, nas a melhor solução: o observador
Porém, para uma imagem possível. Nesse intuito, é folhagens do primeiro não encontra ponto de interesse
perfeita, precisaria preciso identificar pontos de plano, também não facilita que capte o olhar dele e a falta
aparecer algum objeto um destaque (formas originais, a leitura, deixando os de dinamismo não convida
pouco mais reconhecível, zonas claras etc.) e elementos de destaque (as a percorrer a foto. As ilhas
em adequação com a posicioná-los de forma mais duas pessoas) desfocados. podiam constituir pontos de
cena fotografada, já que o atraente. Aqui, o observador preciso pensar com destaque interessantes, porém,
tema é diferenciado (luz, não encontra ponto de cuidado no ponto de foco precisavam ser mais valorizadas
capacete...). destaque ou elementos e “limpar” a composição pelo seu posicionamento, em
Equipamento: Nikon de leitura que captem seu antes de disparar. contraponto com o sol, por
D5200 com objetiva olhar. Equipamento: Nikon exemplo. ma composição no
Nikkor 50 mm Equipamento: Nikon D7000 com objetiva formato paisagem, respeitando
Exposição: f 1.8, 1 30s e Coolpix P330 com objetiva Nikkor 18-105 mm a regra dos terços, parecia ser a
ISO 5.000 equivalente a 24-120 mm Exposição: f 9, 1 320s e mais indicada para a cena.
Exposição: f 3.1 10s ISO 100 Equipamento: Nikon D5100 com
e ISO 200 objetiva Nikkor 18-55 mm
Exposição: f 11, 1 200s
e ISO 160
15 16
18
17
Shutterstock
O uso de luzes e
fumaça pode criar
efeitos de impacto em
filmagens variadas
À
s vezes, uma ideia sim- luz, de posicionamento de câmera, dades, mas sempre dá para criar e
ples pode mudar tudo de cor, de efeitos sonoros... Até as sair do lugar-comum com truques
numa filmagem. Melhor grandes produções se valem desses fáceis de serem implementados. E
ainda quando é basea- efeitos – tanto pela economia quan- é muito melhor filmar já pensan-
da em soluções simples que cabem to pela qualidade do resultado. do no efeito desejado do que ten-
no orçamento de qualquer produ- Um bokeh diferente, uma to- tar improvisá-lo na pós-produção.
ção: casamentos e eventos sociais, mada com um flare intencional, Nem sempre fica bom.
documentários, filmes institucio- uma imagem difusa ou um efei-
nais e, claro, os mais diversos tipos to sonoro para criar suspense são FILTROS CASEIROS
de ficção. É exatamente isso que algumas alternativas que o film- Ter à mão um jogo de filtros é
pode ser atingido quando se explo- maker tem para valorizar um take sempre uma vantagem, mas nem
ra o potencial de filtros, de algumas que poderia não ter nada demais. sempre é um investimento bara-
gambiarras que causam efeito de Cada produção tem suas peculiari- to. A boa notícia é que criar os pró-
Fotos: Divulgação
uma dica: fita adesiva. Fácil, rápi-
do e cria uma interessante difra-
ção de luz na imagem. Basta co-
lar um pedaço de fita transparente
(durex) no filtro UV diante da len- Meia-calça feminina (à esq.) ou linha de pesca à frente da lente gera efeitos interessantes
te e direcionar um facho de luz pa-
ra ela, sem ser de frente, mais pe- quando colocado parcialmente sobre iluminar a lente lateralmente com
la lateral. A ideia é forçar um flare, a lente. Na falta de gel, vale improvi- uma lanterna. E, para criar um efei-
porém, passando pela fita. Isso po- sar com papel celofane. E, no caso de to de pôr do sol, o macete é ilumi-
de ser feito com uma lanterna, mas se um bokeh diferente, basta recortar nar a lente lateralmente com um
dosando a quantidade de luz para o formato desejado num papel-car- spot de luz com uma temperatu-
não criar efeito em excesso. tão e colocar à frente da lente. As lu- ra de cor mais quente, próximo ao
zes desfocadas vão ficar no formato tungstênio (3200K).
BOKEH DIFERENTE do furo que você recortou.
O uso de um conjunto de gel colo- Também muito simples é o ma- FUMAÇA
rido próprio para filmagem pode dar cete de passar uma linha de pesca à Uma máquina de fazer fumaça
outra atmosfera à produção, pois ele frente da lente. O resultado será pa- custa menos de R$ 200 e o aluguel
altera as cores, deixa a luz difusa e in- recido com o visual gerado por len- do equipamento sai ainda mais ba-
terfere no bokeh (desfoque forte no tes anamórficas nos reflexos de luz. rato (abaixo dos R$100). O investi-
fundo formando manchas coloridas) Para ampliar os resultados, tente mento que se paga facilmente e vo-
Fevereiro 2018 • 83
FILMMAKER / Consultoria Profissional
Shutterstock
Numa produção como
essa, sobre zumbis, a
fumaça cria um clima
de terror e suspense
cê tem uma ferramenta a mais para tes a pegar fogo; reforçar a luz de dor, e o processo de busca pela cor
criar cenas com mais impacto. uma lanterna, mostrando o facho; ideal pode ser uma tarefa compli-
Bem usado, o efeito da fuma- e, claro, criar um clima de suspen- cada se você não está habituado.
ça pode criar um ambiente oníri- se e horror, provavelmente a apli- Um jeito de acelerar a tarefa é apli-
co e especial; simular cenas de frio cação mais usada do efeito. cando LUTs às sequências.
intenso; dar um ambiente de fic- “LUT” é sigla para “Look Up Ta-
ção científica; remeter ao passado LUTS ble”, ferramenta muito utilizada no
em flashbacks; gerar uma luz difu- A forma como as cores são cinema e em produções de maior
sa, romântica e agradável; simu- apresentadas em um filme vão in- orçamento para criar uma referên-
lar equipamentos pifados ou pres- fluenciar diretamente o especta- cia inicial de cores (para uma cena
ou o filme como um todo). São ge-
ralmente aplicados como forma de
“prever” (ainda no set, por exem-
plo) o resultado final de uma gra-
vação ou são criados como uma re-
ferência para ser usada pela colori-
metria somente na pós-produção.
Na prática, são arquivos com in-
formações de cores que podem ser
aplicados diretamente sobre o ví-
deo para criar um look diferenciado
de imediato, e estão disponíveis nos
principais programas de edição e
O uso de LUTs na edição de cores do filme é prático e pode gerar efeitos variados
tratamento, como Adobe Première,
Da Vinci e Final Cut. Também é pos-
sível baixar LUTs (gratuitamente ou
comprados) em diversos sites, co-
mo o da Vision Color (www.vision-
color.com) e o da Small HD (www.
smallhd.com).
PERSPECTIVA FORÇADA
O filme O Senhor dos Anéis (2001)
é uma superprodução que custou
cerca de US$ 93 milhões. Mas o di-
cluir no orçamento.
Em Batman: O Cavaleiro
das Trevas, o som da moto
do herói foi planejado para
criar um efeito de tensão
Fevereiro 2018 • 85
FIQUE POR DENTRO
exposições, concursos e cursos
88 • Fotografe Melhor no 25
Rio Utópico
O Rio de Janeiro sempre foi
um dos destinos turísticos
mais fotografados do Brasil,
selecionadas porque seus no-
mes sugerem alguma situação
utópica ou ideal, fotografadas
tornando-se a cara do País pa- por jovens moradores de comu-
ra o exterior. Porém, boa par- nidades, orientados a registrar e
te dessas belas imagens trata pesquisar o lugar em que vivem.
apenas de 10% do verdadeiro Além disso, qualquer visitante
território da cidade. pode contribuir com fotos des-
Em Rio Utópico, a artista Ro- ses lugares. Elas serão acres-
sângela Rennó reúne fotogra- centadas às paredes enquanto
Lucas Ururahy
fias de mais de 50 localidades, a mostra estiver em cartaz.
Fevereiro 2018 • 89
cursos
SÃO PAULO (SP) Preço: consultar com a escola
A escola Fullframe oferece em fevereiro Local: Avenida Braz Olaia Acosta, 171 –
os cursos de Módulo de Câmera, Profis- Jardim Califórnia
sionalizante, Iluminação em Estúdio, Li- Informações: (16) 2440-4747
ghtroom, Flash Speedlight e Tratamento www.grupoluz.com.br
de Imagem (Básico e Intermediário).
Data: a partir de 5 de fevereiro RIO DE JANEIRO (RJ)
Preço: consultar com a escola O tradicional Curso de Fotografia Hel-
Local: Av. Pedroso de Morais, 99 cio Peynado tem novas turmas às quar-
– Pinheiros tas-feiras, além das turmas regulares
Informações: (11) 3097-9448 de Fotografia e de Iluminação aos sába-
www.fullframe.com.br dos. A pedido dos alunos, foi aberta uma
nova turma de Iluminação às segundas-
O Instituto da Foto promove em fevereiro feiras. O curso disponibiliza câmeras e
a seguinte grade de cursos: Técnica Com- acessórios para as aulas práticas do cur-
pleta em DSLR, Domine o Flash Exter- so de fotografia.
no, Direção de Arte para Fotojornalismo e Data: a partir de 21 de fevereiro
Moda, Eventos Sociais na Prática, Fotojor- Preço: consultar com a escola
nalismo: Conceito e Vivência e Desenvol- Local: consultar com a escola
vimento de Certificação Profissional. Informações: (21) 3427-4031
Data: a partir de 12 de fevereiro www.helciopeynado.com.br
Preço: a partir de R$ 500
Local: Rua Itararé, 123 – Vila Madalena BELO HORIZONTE (MG)
Informações: (11) 98165-2073 A Studio 3 está com inscrições abertas ao
www.institutodafoto.com público para os cursos de Iluminação em
Estúdio e Fotografia Profissional.
A Focus Foto conta com a seguinte gra- Data: a partir de 5 de fevereiro
de de cursos para fevereiro: Curso Profis- Preço: consultar com a escola
sionalizante em Fotografia, Interpretando Local: Rua Álvares Maciel, 59 – Santa
a Luz, Conhecendo a Luz, A Construção Efigênia
da Luz em Moda, Retrato e Books, Estúdio Informações: (31) 2551-3720
Publicitário Editorial e Still, Fotojornalis- www.studio3escoladefotografiasesi
mo Digital, Curso de Casamento e Even- minas.com
tos Sociais, além do curso de Photoshop
para Fotógrafos Digitais. A Escola de Imagem está com inscrições
Data: a partir de 14 de fevereiro abertas ao público para os cursos de: Fo-
Preço: consultar com a escola tografia Newborn, Photoshop Básico, Li-
Local: Rua Riachuelo, 265, 1o andar, ghtroom, Flash Externo, Luz e Composi-
conj. 12 – Sé ção e Fotografia para Iniciantes.
Informações: (11) 3107-2219 Data: a partir de 17 de fevereiro
www.focusfoto.com.br Preço: consultar com a escola
Local: Rua Colômbia, 375 – Sion
O IIF – Instituto Internacional de Foto- Informações: (31) 3264-6262
grafia conta com os seguintes cursos pa- www.escoladeimagem.com.br
ra fevereiro: Capacitação Profissional em
Fotografia e Fotografia Digital. FLORIANÓPOLIS (SC)
Data: a partir de 17 de fevereiro A Escola de Fotografia Saulo Fortkamp
Preço: consultar com o MIS promove em fevereiro os cursos: WS de
Local: Rua Engenheiro Francisco de Câmera Compacta, cursos Básico, Inter-
Azevedo, 807 – Vila Madalena mediário e Avançado de Fotografia Digi-
Informações: (11) 3021-3335 tal, WS Lightroom CC, WS Produtos para
www.iif.com.br Web e Curso de Fotografia Dental.
Data: a partir de 5 de fevereiro
GUARULHOS (SP) Preço: consultar com a escola
A New – Centro de Estudos da Fotogra- Local: Rua Djalma Moellmann,
fia (antigo Estúdio Newton Medeiros) ofe- 80 – Centro
rece em fevereiro o curso Básico de Foto- Informações: (48) 98404-6269
grafia Digital (intensivo) e Estúdio Prático www.saulofortkamp.com.br
de Produtos.
Data: a partir de 18 de fevereiro PORTO ALEGRE (RS)
Preço: consultar com a escola A Fluxo – Escola de Fotografia Expandi-
Local: Rua Marajó, 113 – Jardim Barbosa da oferece em fevereiro o curso de Foto-
Informações: (11) 2440-4747 grafia Expandida, Lightroom como Labo-
www.new.fot.br ratório Digital, Direção Cinematográfica e
Flash TTL.
RIBEIRÃO PRETO (SP) Data: a partir de 17 de fevereiro
O Grupo Luz Fotografia conta com a se- Preço: consultar com a escola
guinte grade de cursos para fevereiro: Local: Rua General João Telles,
Curso de Imagens Híbridas, Flash e Pho- 291 – Bom Fim
toshop (Avançado). Informações: (51) 3095-1234
Data: a partir de 2 de fevereiro www.escolafluxo.com.br
ATENÇÃO: para participar desta seção, envie a programação para a redação de Fotografe
Melhor até o dia 1o do mês anterior ao evento, pelo e-mail fotografe@europanet.com.br
90 • Fotografe Melhor no 25