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CONTEÚDO

Ano 22 • Edição 257 •


Fevereiro de 2018

Fotos de capa:

6
Karim Scharf,
Correio
Luciana Melo,
Dúvidas e comentários dos leitores
Richard Cheles
e Divulgação
Grande Angular
Notícias e novidades 8
Foto do Mês
Um clique especial do fotojornalismo 14
Revele-se
Fotos dos leitores em destaque 16 Escolha
equipamento
seu
Portfólio do Leitor
O Carnaval de Veneza por Francisco Andrade 22 Cinco kits de três tipos
para quem quer
começar a trabalhar
30
50
Curadoria em fotografia
Entenda qual é a função de um curador

Divulgação
Claudio Gatti
Luciana Melo

TESTE DE FLASH
ASH
Novidade da Godox

36
é versátil e tem
bateria recarregável

58
Ric

REALITY SHOW COM FOTOS


har
dC
hel

Conheça o vencedor da 1a temporada


es

Cores em P&B
64
Karim Scharf

Dicas para fazer conversão com qualidade

Lição de Casa
A inspiração em mestres da fotografia 70
Raio X
76
44
As fotos dos leitores comentadas

FilmMaker
Como criar efeitos simples na filmagem 82
Lifestyle
Conheça esse estilo de fotografia de família
Fique por Dentro
Exposições, concursos e cursos 88
Fevereiro 2018 • 3
CARTA AO LEITOR

S
Diretores:
Aydano Roriz empre que penso em reality show vem à mente algo no estilo celebri-
Luiz Siqueira
Tânia Roriz dades de 15 minutos de um Big Brother ou de choques de egos de um
Editor e Diretor Responsável: Aydano Roriz
Master Chef. Quando fiquei sabendo que ia rolar um programa desses
Diretor Executivo: Luiz Siqueira voltado para fotografia, imaginei coisa do gênero. Então, fui convidado
Diretor Editorial e Jornalista Responsável:
Roberto Araújo – MTb.10.766 – araujo@europanet.com.br para acompanhar a gravação da parte final do oitavo e último episódio
num dos estúdios da produtora Cinegroup, que fez o programa Arte na Foto-
REDAÇÃO grafia para o canal Arte 1, do Grupo Band. Conheci muito rapidamente os seis
Diretor de Redação: Sérgio Branco (branco@europanet.com.br) concorrentes, mas percebi que parecia reinar um clima de companheirismo e
Editor-contribuinte: Mário Fittipaldi amizade entre eles. Achei estranho. Depois, fui um dos votantes do júri espe-
Repórteres: Livia Capeli e Juliana Melguiso (estagiária) cial que avaliou as exposições com as fotos dos dois finalistas, Camilla Kinker e
Editora de arte: Izabel Donaire
Revisão de texto: Denise Camargo Rafael Aguiar. Pelo que vi na hora, votei na garota, que me pareceu ter um olhar
Colaborador especial: Diego Meneghetti mais bem resolvido do que o rapaz – quando escrevi a matéria da edição 254,
Colaboraram nesta edição: César Barreto, Guilherme Mota,
Laurent Guerinaud e Richard Cheles contando como seria o reality, já conhecia o vencedor, mas, claro, mantive o
acordo de sigilo com os produtores.
PUBLICIDADE
publicidade@europanet.com.br Saí de lá com muita curiosidade sobre o programa, já que pouco se reve-
São Paulo
lou naquele momento. Tanto que escrevi que haveria eliminações, tendo co-
Equipe de Publicidade: Angela Taddeo, Alessandro Donadio, mo base outros realities. Mas, quando comecei a assistir ao Arte na Fotogra-
Elisangela Xavier, Ligia Caetano, Renato Perón e Roberta Barricelli
Criação: Adriano Severo – (11) 3038-5067
fia, percebi que a pegada era outra. As eliminações só ocorreram no sétimo
e penúltimo episódio. O esperado clima de disputa intestina deu lugar a uma
Outras Regiões
Head de Publicidade Regional
luta dos jovens fotógrafos consigo mesmos e imperou o signo da camarada-
Mauricio Dias (11) 98536 -1555 gem. Claudio Feijó e Eder Chiodetto foram ótimos mentores, com análises co-
Bahia e Sergipe: Aura Bahia – (71) 3345-5600/9965-8133 erentes – não concordei com todas as avaliações deles, mas isso faz parte do
Brasília: New Business – (61) 3326-0205 jogo. O fato é que quem viu os oito episódios se sentiu fazendo uma espécie de
Paraná: GRP Mídia – (41) 3023-8238
Rio Grande do Sul: Semente Associados – (51) 8146-1010 workshop pela tevê, conforme escreveu um jovem leitor em mensagem à re-
Santa Catarina: MC Representações – (48) 9983-2515 dação – saiba mais sobre o reality em matéria nesta edição, na pág. 36.
Outros estados: Mauricio Dias – (11) 3038-5093
Publicidade – EUA e Canadá: Global Media, +1 (650) 306-0880 Acho que todo fotógrafo, principalmente os jovens, deveriam ver os episó-
dios, disponíveis no Facebook do Arte na Fotografia e no serviço sob demanda
ATENDIMENTO AO LEITOR
Gerente: Fabiana Lopes (fabiana@europanet.com.br) Now, da Net. Foi um boa surpresa, ponto positivo para a fotografia em geral.
Coordenadora: Tamar Biffi (tamar@europanet.com.br)
Equipe: Josi Montanari, Camila Brogio, Regiane Rocha, Gabriela Sérgio Branco
Silva, Bruna Alcântara e Bia Moreira
Diretor de Redação
ATENDIMENTO LIVRARIAS E BANCAS – (11) 3038-5100 branco@europanet.com.br
Equipe: Paula Hanne (paula@europanet.com.br)

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PRODUÇÃO E EVENTOS
Juan Esteves

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LOGÍSTICA
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4 • Fotografe Melhor no 257


CORREIO
dúvidas e comentários dos leitores
lo (SP). Pretendo abordar temas como
mercado, marketing, branding, propa-
ganda, ferramentas, posicionamento,
produto, fotografia, conceito, vendas,
dicas e gestão. Para saber mais sobre
meu trabalho, acesse: .celsovick.
com.br, e para tirar dúvidas basta ligar
no telefone (11) 3214-4234.
Celso Vick, via e-mail

VIVÊNCIA COM FOTOGRAFE


Tive muita vontade, mas não
consegui participar do evento Vi-
vência com Fotografe em 2017.
Amigos que foram gostaram mui-
to e elogiaram as palestras que fo-
MACROS ESPETACULARES para a revista e, quem sabe, vocês ram dadas. Pretendo me progra-
Sou iniciante em macrofotogra- publicam uma foto minha no Re- mar para ir em 2018 e quero sa-
fia e curti bastante a reportagem vele-se. Gostei também da repor- ber se vocês já têm algum plane-
com o fotógrafo efferson Allan tagem de retrato sobre o fotógrafo jamento para o evento.
publicada na edição 256. Meu so- Claudio Gatti. O cara é fera Jair Lopes, via e-mail
nho de consumo é uma lente ma- Lucas Oliveira, via e-mail
cro Canon MP-E 65 mm f 2.8 igual Sim, a princípio, o Vivência com
à que ele tem. Mas, enquanto ela WORKSHOP DE Fotografe de 2018 deve ocorrer no
não chega, me viro com uma Canon CASAMENTO mês de agosto. Vários pontos ainda
Macro 100 mm f 2.8 que comprei de Gostaria de divulgar meu estão sendo discutidos com base na
segundo mão. Ela também é muito orkshop de Fotografia de Casamen- experiência do primeiro, como lo-
boa. Tenho feito algumas experiên- to, que está prevista para os dias 10 e cal, número de palestras, data, en-
cias com a técnica de focus stacking, 11 de março de 2018, das 9h às 18h na tre outros detalhes. Mas em breve
e assim que tiver um material ba- sede do Foto Cine Clube Bandeirante, teremos informações mais concre-
cana para apresentar vou mandar na Rua Augusta, 1.108, em São Pau- tas para divulgar.

Desafio Fotografe
Uma cena que é
E ntre os dias 15 de dezembro de 2017 e
10 de janeiro de 2018, foi realizado o De-
safio Fotografe com o tema “Vida de Inseto”.
160. Para S lvia, o importante para o fotó-
grafo é ter atenção não apenas no todo, mas
também em detalhes mínimos, que podem
corriqueira foi
bem fotografada
pela leitora
A foto escolhida pela redação foi a da leito- gerar fotos atraentes e de qualidade. Sylvia Tristão
ra S lvia Tristão, de Niterói (R ),
que teve um total de 252 intera-
ções, entre curtidas, comentá-
rios e compartilhamentos.
S lvia conta que o clique
aconteceu em um bar flutuante
em Arraial do Cabo (R ), enquan-
to se distraía observando o voo
das gaivotas. “Me deparei com
essa abelhinha na minha bebida,
e num cenário tão amplo como o
mar ao meu redor ela chamou a
minha atenção”, diz ela.
S lvia Tristão

Ela usou uma Canon EOS


60D com lente 18-135 mm, com
exposição de f 5.6, 1 500s e ISO

6 • Fotografe Melhor no 257


GRANDE ANGULAR
notícias e novidades

a aprakash oghee Bojan

Veja os vencedores do concurso da


National Geographic
A
O fotógrafo Bojan, de National Geographic anunciou os ven- ra, foi vencedor do Grande Prêmio ao flagrar
Singapura, flagrou cedores da edição 2017 de um dos um orangotango se escondendo atrás de um
um orangotango mais renomados concursos de fo- tronco de árvore enquanto atravessava o Rio
tentando se tografia do mundo, o Nature Photographer Bornéu, na Indonésia. Ameaçada de extin-
esconder durante a of the Year. A mais recente edição recebeu ção, a espécie de primata sofre com o des-
travessia de um rio cerca de 11 mil imagens inscritas, divididas florestamento de seu hábitat graças às plan-
na Indonésia em quatro categorias: Fotografia Aérea, Vi- tações para cultivo de óleo de palma. Isso faz
da Selvagem, Paisagens e Debaixo D’água. com que os orangotangos se desloquem em
A premiação é de US$ 7.500 para o vencedor busca de alimento e de locais para mante-
do Grande Prêmio e US$ 2.500 para os ga- rem seus bandos.
nhadores das categorias. O destaque princi- Na categoria Fotografia Aérea, o austra-
pal tem ainda sua foto publicada na revista liano Todd Kennedy garantiu o primeiro lugar
National Geographic. com a fotografia de uma piscina construída
Jayaprakash Joghee Bojan, de Singapu- numa rocha natural em pleno Oceano Pací-

8 • Fotografe Melhor no 257


Todd Kenned
Piscinas construídas à beira-mar em Sydney, na Austrália, e fotografadas de cima deram o prêmio a Todd Kennedy
im Obester

fico em 1930, em Sydney, na Austrá- O americano Jim


lia. Já na categoria Paisagens, o pri- Obester venceu na
meiro lugar ficou com Karim Iliya, categoria Debaixo
dos Estados Unidos, que, logo após D’água ao registrar
o anoitecer no Parque Nacional dos uma anêmona
Vulcões de Kalapana, Havaí, flagrou fluorescente
um fragmento de rocha expelindo
um spray de lava pouco antes de re-
tornar a seu fluxo constante.
O prêmio na categoria Debai-
xo D’água foi para o também ame-
ricano Jim Obester, que apresentou
a imagem de uma anêmona em que
luzes estroboscópicas estimulam os
pigmentos fluorescentes em seus Jato de lava em
tentáculos no Hood Canal, em Wa- vulcão no Havaí deu
shington. Para saber mais sobre as o prêmio a Karim
imagens vencedoras, acesse o link: Iliya na categoria
natgeo.com/photocontest. Paisagens
Karim Ili a

Fevereiro 2018 • 9
GRANDE ANGULAR

Conheça os ganhadores do Comedy Wildlife, o


Concurso de natureza engraçada

ohn Threlfall
Tibor Kercz

A corujinha que luta para não cair do galho


(ao lado) recebeu o prêmio principal, e o pássaro
que parece um jato venceu na categoria No ar

A natureza tem um lado cômico que poucos


notavam até surgir o Comedy Wildlife Pho-
tography Awards, que premia as fotos de ani-
e um troféu feito à mão por homens e mulhe-
res da organização Wonder Workshop, da Tan-
zânia, que acolhe pessoas com diversos tipos
mais mais engraçadas do ano. Em 2017, foram de deficiência.
cerca de 3.600 imagens inscritas no concurso O inglês John Threlfall ganhou o prêmio na
por fotógrafos de 86 países. Ao final, cinco fotos categoria No ar por ter fotografado um grupo
foram eleitas vencedoras nas categorias Geral, de quatro aves no céu, sendo que uma delas
Na terra, Embaixo d’água, No ar e Portfólio. parece voar em alta velocidade por estar so-
O hamster O húngaro Tibor Kercz venceu as catego- breposta a um rastro de avião. Na categoria Na
que se diverte rias Geral e Portfólio pela brilhante série de terra, o fotógrafo italiano Andrea Zampatti le-
(abaixo) e a uma coruja desajeitada que quase cai do galho vou o prêmio graças ao flagrante de um eufó-
tartaruga que em que pousou, tentando desesperadamente rico hamster na ponta de uma flor. Já na cate-
empurra o peixe voltar para seu bando. Kercz recebeu como goria Embaixo d’água, o australiano Troy May-
estão entre as prêmio um safári para o Quênia, juntamente ne venceu com a foto de um peixe que parece
fotos premiadas de uma bolsa para equipamentos Think Tank estapeado pela nadadeira de uma tartaruga.
Tro Ma ne
Andrea ampatti

10 • Fotografe Melhor no 257


GRANDE ANGULAR

Carlos ared
Brasileiro se destaca em
concurso científico do Reino Unido
A Academia Nacional de Ciências do Reino
nido, a Ro al Societ , organiza anualmen-
te um prêmio que prestigia o trabalho cuidado-
da como Phyllomedusa nordestina, de apenas
4 cm de comprimento. A foto foi realizada du-
rante um trabalho de campo, quando ele es-
Brasileiro
recebeu menção
honrosa ao
so de observação do campo científico e que ge- tudava a adaptação dos anfíbios ao ambiente registrar o
ra belos registros da natureza, o Ro al Societ seco da Caatinga. “O projeto visa entender as momento de
Publishing Photograph Competition. Na edição estratégias comportamentais e morfológicas reprodução de
2017, o pesquisador brasileiro Carlos ared foi desses animais para sobreviver, principalmen- uma perereca
um dos destaques e recebeu uma menção hon- te pelo fato de a pele dela ser muito frágil para de 4 cm
rosa na categoria Ecologia e Ciência Ambiental. o ambiente”, explica o fotógrafo-pesquisador,
Biólogo e especialista em morfologia de que usou uma Nikon D3 com lente Micro Ni-
anfíbios e répteis, ared registrou o momen- kkor 105 mm, auxiliada pelo flash Nikon R1C1
to da reprodução de uma perereca conheci- ireless Close up Speedlight.

D. Joãozinho será UMA CAMPANHA PARA AJUDAR O


o embaixador TRABALHO DE NOILTON PEREIRA
do Paraty em Foco O fotógrafo baiano Noilton Perei-
ra criou uma campanha de cro-
wdfunding em busca de ajuda para a
a por um carro no qual possa levar
mais alimentos para os necessitados.
Suas fotos retratam a vida dos serta-
entrega de cestas básicas para famí- nejos e as dificuldades em sobrevi-
lias carentes no sertão da Bahia. Ele ver na extrema pobreza, chamando a
ficou conhecido pela prática da foto- atenção do público para o tema. Esse
grafia solidária (edição 254), pois re- trabalho foi mostrado em outubro de
gistra a realidade dessas famílias e, 2017 pelo apresentador Luciano Huck
com doações e venda de imagens, no programa Caldeirão do Huck, na TV
compra os alimentos. Globo, quando Noilton ganhou um kit
Pedro Karp Vasquez

Por meio da campanha na pla- de equipamentos fotográficos da Ca-


taforma Vakinha, Noilton busca doa- non. Mais informações sobre a cam-
ções para agilizar as entregas e apo- panha e também como fazer doações
sentar sua Honda Biz, substituindo- pelo link http://bit.ly/2m7Hveg.

O Festival Internacional de Fo-


tografia Paraty em Foco ganhou ALEM FA IMAGENS INCR VEIS
um reforço nobre para 2018: o prínci-
pe João Henrique de Orleans e Bragan- DENTRO DE V LC ES ATIVOS
D
ça, popularmente conhecido como Dom ocumentar peculiaridades da na- dentro de um vulcão ativo. É comum
Joãozinho, aceitou o convite de Giancar- tureza sempre foi alvo de interes- ela se deparar, a uma distância segu-
lo Mecarelli, criador do evento, para ser se dos fotógrafos, mesmo que, mui- ra, com lagos de lava de 1.200 ºC ou
o embaixador do Paraty em Foco. Mora- tas vezes, pudessem arriscar suas vi- temperaturas até superiores.
dor de Paraty (RJ) e fotógrafo, D. João- das. Esse é o caso da alemã Ulla Loh-
zinho, 63 anos, sempre esteve envolvido mann, 40 anos, que tem como cenário
com o festival desde a primeira edição. o interior dos vulcões. Ela passou par-
O convite foi oficialmente feito no fi- te dos últimos dez anos documentan-
nal de 2017, quando Mecarelli e Paulo do o interior dessas estruturas geoló-
Marcos de Mendonça Lima (foto acima) gicas. Ulla se arrisca nos maiores vul-
se reuniram com D. Joãozinho no Rio de cões ativos ao redor do mundo. Ao la-
Janeiro (RJ), encontro do qual também do de pesquisadores da área e com
participou Pedro Karp Vasquez, pesqui- roupas de montanhista, a alemã já
sador, fotógrafo e crítico de fotografia. chegou a percorrer até 600 metros
O evento deste ano está previsto para o
período de 19 a 23 de setembro. A alemã se arrisca para
documentar vulcões
lla Lohmann

12 • Fotografe Melhor no 257


FOTO DO MÊS
o melhor do fotojornalismo
Reuters Lucas Landau

Um olhar de deslumbre
O
fotógrafo Lucas Landau viveu en- ma vez publicada, o retorno foi recebeu críticas, esclarece que, como
tre o dia 31 de dezembro de 2017 imediato, com mensagens querendo fotojornalista, tem o direito de vender,
e os primeiros dias de janeiro de saber quem era o menino. Nem ele sa- mas que não irá fazer isso por respeito
2018 uma experiência incrível: viu uma bia. Postou no Facebook a foto contex- ao menino e à mãe que desde o início
foto de sua autoria viralizar na internet e tualizada, pedindo informações sobre quis privacidade para proteger o filho.
abrir um debate sobre como uma ima- o garoto, caso alguém soubesse. Foi o
gem pode tocar as pessoas. Tudo por ter que bastou para o fato ir parar na gran-
fotografado um menino aparentemente de mídia, a foto viralizar e abrir uma di- A seção Foto do Mês é uma parceria
solitário com os olhos maravilhados pe- cussão que ganhou portais de internet entre Fotografe e a Arfoc-SP e ocorre
la famosa queima de fogos no Réveillon e artigos em páginas de jornal. “Era por meio do Instagram da Arfoc-
na Praia de Copacabana. apenas uma criança deslumbrada com -SP (#arfocsp). A ideia é escolher uma foto
de destaque a cada mês para publicação
Landau estava cobrindo a passa- os fogos, nada mais do que isso”, diz. na revista, contando a sua história, ou seja,
gem do ano no Rio de aneiro (R ) como Landau localizou o menino e se en- o autor é entrevistado para relatar como
stringer (frila) da agência Reuters. Em controu com ele e a mãe uma semana captou a imagem. A participação é aberta
meio à multidão, ele localizou o meni- depois. Ele foi com a família para Copa- a fotojornalistas de todo o Brasil e as
no, fotografou-o e enviou o material pa- cabana e, no momento do flagrante, es- fotos devem ser atuais, e não de acervos.
ra a Reuters. Depois, em casa, decidiu tava tomando um banho de mar. A pe- A única restrição é que o participante
seja um repórter fotográfico profissional,
publicar algo no Instagram dele. Esco- dido da mãe (com quem se entendeu contratado ou freelancer. As imagens
lheu a imagem do menino. O original muito bem), preservou a identidade do devem ser enviadas para #arfocsp e
é colorido, mas Landau decidiu editar menino e não divulgou nenhuma infor- #fotografemelhor. Para saber mais sobre a
em P B por não ter gostado das cores. mação sobre ele. Mas, como também Arfoc-SP, acesse http://bit.ly/2fvPSAo.

14 • Fotografe Melhor no 257


REVELE-SE
fotos dos leitores em destaque

:: Autor: Leonardo Campos Froes


:: Cidade: Campinas (SP)
:: Câmera: Nikon D610
:: Objetiva: Rokinon 14 mm
:: Exposição: f/4.5, 30s e ISO 1.600

UM SELFIE DIANTE DO CÉU


Todos os meses, o fotógrafo Leonardo retrato diante do observatório. Para captar o be-
Froes vai até o observatório municipal de lo céu estrelado, Leonardo colocou a câmera em
Campinas, no interior de São Paulo, para con- um tripé, programou a velocidade do obturador
templar e fotografar o céu. Ele é fã de astrono- para 30s e ficou paradinho no banco: o esforço
mia e está sempre estudando o tema. Como valeu a pena, ainda mais porque ele usou uma
adora o assunto e o lugar, ele decidiu fazer um grande angular (14 mm) para evidenciar o céu.

16 • Fotografe Melhor no 257


ESCRITO NAS
ESTRELAS
Foi em Santa Fé, no interior do
Paraná, logo após comprar a
primeira câmera DSLR, um tripé e
assistir a um vídeo sobre astrofoto-
grafia no outube, que osé Rober-
to Souza estreou em grande estilo
no segmento de fotografia de estre-
las. Ele considera o fato como sor-
te de principiante, pois conseguiu
configurar corretamente a câmera.
Também é modesto na hora de in-
formar que a abertura em f 3.8 po-
deria ter sido maior, mas que acer-
tou na velocidade de 29s para cap-
turar a Via Láctea. Sorte ou não, o-
sé Roberto aproveitou a noite de boa
visibilidade no céu paranaense para
fazer uma boa imagem. Foi o pon-
tapé inicial para se apaixonar por
astrofotografia.

:: Autor: José Roberto P. Souza


:: Cidade: Santa Fé (PR)
:: Câmera: Nikon D5300
:: Objetiva: Nikkor 18-55 mm
:: Exposição: f/ 3.8, 29s e ISO 4.000

Fevereiro 2018 • 17
REVELE-SE

:: Autor: Walmir Brelaz


:: Cidade: Belém (PA)
:: Câmera: Nikon D7000
:: Objetiva: Nikkor 18-300 mm
:: Exposição: f/6.3, 1/100s e ISO 100

ESCONDE-ESCONDE
Fotografar crianças é sempre algo uma turma de crianças brincando de es-
proveitoso e muito divertido, tanto conde-esconde. ma delas se escondeu
para elas quanto para quem faz a foto. E em um brinquedo colorido de madeira,
a melhor maneira de conseguir imagens deixando apenas os olhos e as mãos à
de impacto e expressões espontâneas é vista. O brinquedo serviu como moldura
clicá-las entre as brincadeiras, como fez e deu um charme especial à foto de al-
o fotógrafo almir Brelaz. No parquinho mir, que usou um enquadramento mais
do condomínio onde ele mora, observou fechado para destacar o tema.

18 • Fotografe Melhor no 257


:: Autor: Hugo Leonardo Furlan
:: Cidade: Fartura (SP)
:: Câmera: Nikon D3200
:: Objetiva: Nikkor 18-55 mm
:: Exposição: f/ 11, 1/320s e ISO 400

ALEGRIA, ALEGRIA
O truque de jogar o bebê para o alto é in- um ipê superflorido. ugo usou uma lente 18-
falível quando se deseja um sorriso do pe- 55 mm e fotografou de baixo para cima, tornan-
queno junto com os pais. Foi assim que ugo do o enquadramento ainda mais agradável.
Furlan conseguiu um belo retrato da prima dele A pequena de 6 meses abriu um sorrisão, e o re-
com a filha. Ele levou as duas para um passeio trato, tecnicamente simples, foi feito com uma ex-
na praça perto de casa e as posicionou diante de pressão espontânea tanto da mãe quanto da filha.

Fevereiro 2018 • 19
REVELE-SE

:: Autor: Angela Horokosky


:: Cidade: Barueri (SP)
:: Câmera: Canon EOS Rebel T6i
:: Objetiva: Canon 10-18 mm
:: Exposição: f/8, 1/25 e ISO 3.200

O GRAFISMO DA FÉ
A Catedral da Sé, no centro da capital pau- fotos. Nesse dia em especial, ela teve a oportuni-
lista, é um dos mais famosos pontos de re- dade de circular por trás do altar (acesso que nor-
ferência de São Paulo e também um dos favoritos malmente não é permitido ao público) para con-
da leitora Angela orokosk . Ela conta que sem- seguir o ângulo da foto. A condição de pouca luz e
pre que está pelo centro acaba entrando no local a falta de apoio exigiram que ela usasse um ISO
para aproveitar a paz do ambiente e fazer umas alto, porém o resultado foi um sucesso.

20 • Fotografe Melhor no 257


TEXTURAS MUSICAIS
A pequena cidade de Santa- ta da foto exibir seu talento em bus- :: Autor: Fabiano Martins
na do Parnaíba (SP), localizada ca de alguns trocados extras. O fotó- :: Cidade: Santana do Parnaíba (SP)
na zona Oeste da região Metropolita- grafo Fabiano Martins flagrou o mú- :: Câmera: Canon EOS 60D
na de São Paulo, é famosa pela Fes- sico justamente quando ele parou ao :: Objetiva: Sigma 70-200 mm
ta da Padroeira de Santa Ana, evento lado de uma tênue luz de uma bar- :: Exposição: f/4, 1/250s
que todo ano atrai religiosos e turis- raca de pastel, o que criou sombras e ISO 3.200
tas da capital e do interior do Esta- duras e ressaltou a textura das mar-
do. o momento ideal para o gaitis- cas da idade nas mãos e no rosto.

Mande fotos e ganhe um kit de limpeza de lentes


Os autores das fotos selecionadas Especifique no e-mail: nome, endereço,
para publicação na revista receberão telefone, ficha da foto (equipamento,
pelo correio um kit de limpeza de dados técnicos...) e um breve relato
lentes da Greika. Para participar da (local, data...) sobre as imagens que
seção “Revele-se”, envie até três você enviar. Os arquivos devem ter, no
fotos, no máximo, em arquivo digital mínimo, tamanho de 13 x 18 cm
(formato PEG), para o e-mail (ou aproximado) com resolução de 200
fotografe@europanet.com.br. a 300 ppi. Evite arquivos muito pesados.

Não encontrou a revista Fotografe Melhor nas bancas Fale direto


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PORTFÓLIO DO LEITOR
mostre seu trabalho
As roupas de luxo
remetem a nobres
do século 18 e as
máscaras são usadas
desde o século 16

O dia dos
mascarados POR JULIANA MELGUISO

O
carnaval sempre fascinou o muitos, nos dias carnavalescos, po-
O paraibano Francisco advogado, administrador de dem ser o que não são no cotidiano.
Andrade documentou empresas e fotógrafo pa- Essa tradição começou a partir do
raibano Francisco Andra- século 16 em Veneza, quando a no-
a cor, a pompa e a de, de 60 anos. Por se tratar breza se disfarçava para se misturar
beleza do carnaval de de uma festa popular não à plebe nas ruas. Desde essa época,
Máscaras de Veneza só no Brasil, como em outras partes o uso de máscaras e de trajes luxuo-
do mundo, essa comemoração cria- sos se tornou uma marca na cidade
e transformou o da pelo cristianismo ocidental me- turística italiana, o que levou Andra-
trabalho em livro xe com o imaginário das pessoas, e de a visitá-la por quatro vezes con-

22 • Fotografe Melhor no 257


Andrade fotografou os mascarados

Fotos: Francisco Andrade


em planos mais abertos, mostrando
a cidade, e em planos mais
fechados, focando em detalhes

secutivas sempre com o mesmo objeti-


vo: fotografar os mascarados.
Andrade é um fotógrafo entusiasta
avançado, que não depende financeira-
mente da fotografia, mas que atua com
técnica apurada, seriedade e responsa-
bilidade quando sai à caça de imagens.
“Desde garoto sempre fui fascinado por
fotografar. Sempre procurei me aprofun-
dar nessa arte, variando os temas dos
trabalhos entre fotografia de paisagens,
natureza, pessoas, esportes, arquitetura
e, claro, no carnaval”, conta ele.
Após concluir que o carnaval de
máscaras seria um tema interessante
para ser documentado, Andrade resol-
veu focar sua série no berço dessa tra-
dição. “Concebi o projeto dividido em du-
as partes. Sendo a primeira parte o car-
naval mascarado de Veneza e a segunda
parte o mascarado dos brasileiros”, ex-
plica o fotógrafo.
Nas viagens que fazia para fotogra-
far, ele criava diariamente um rotei-
ro das imagens que deveriam ser fei-
tas, observando alguns aspectos, como
local, hora, evento etc., mas que pode-

Fevereiro 2018 • 23
PORTFÓLIO DO LEITOR

Fotos: Francisco Andrade


A fase moderna do carnaval de Veneza começou em 1979 e se tornou uma atração a mais na cidade turística italiana

riam mudar de acordo com a dinâ- cipal do projeto, sobretudo por tra- NO INVERNO
mica do momento, porém, sem- zer a essência da atmosfera da an- Outro fator importante na com-
pre mantendo uma linha dentro tiga Veneza. “Esses eventos ocor- posição das imagens foi a exposi-
do que foi inicialmente planejado. rem diariamente nos seis sestieri ção. Por ocorrer em época de inver-
“Por ser um evento público e com (bairro ou distrito), desde sua aber- no na Europa, fevereiro e março, os
a participação de uma multidão, tura até seu encerramento. Assim, dias do carnaval acabam se tornan-
havia muitas variantes. Por isso, eu procurava fotografar os eventos do mais curtos, frios (com tempe-
precisei apelar para o improviso e mais relevantes, já que era impos- raturas abaixo de zero) e escuros.
a criatividade algumas vezes”, afir- sível estar presente simultanea- Assim, ele trabalhou com a câmera
ma Andrade. mente em todos, uma vez que mui- ajustada no modo de prioridade de
Imagens exclusivamente com tos deles ocorriam no mesmo ho- abertura, além de usar o flash pa-
pessoas mascaradas era o foco prin- rário”, explica. ra jogar uma leve luz na cena e po-
der trabalhar com o ISO mais bai-
xo possível.
Por causa da baixa temperatu-
ra, a autonomia da bateria é algo
extremamente importante, já que
em situações assim a carga dura
bem menos, e isso pode atrapalhar
a realização das imagens. “Eu me
preocupava em manter as baterias
sempre aquecidas a fim de man-
ter a carga pelo maior tempo pos-
sível. Também mantinha sempre
as baterias de reserva totalmente
carregadas em contato com o ca-
lor do corpo”, explica. Como equi-
pamento, Francisco Andrade conta
que utilizou DSLRs Nikon variadas,
como uma D90, uma D600 e uma

Trios, duplas ou mascarados


solitários participam do carnaval
nos meses de fevereiro ou março,
como ocorre no Brasil

24 • Fotografe Melhor no 257


O fotógrafo paraibano viajou por quatro anos consecutivos para Veneza, com o objetivo
de documentar o carnaval local, e produziu cerca de 32 mil imagens do evento

O luxo está presente em muitos detalhes


da indumentária dos foliões venezianos

D810, sempre auxiliadas pelo flash


compacto Nikon SB-700 e as lentes
24-70 mm, 70-200 mm, 14-24 mm
e 28-300 mm.
Após quatro viagens consecu-
tivas a Veneza na época do carna-
val, de 2012 a 2015 (fotografando
durante 10 dias nas três primeiras
e cinco dias na última), o fotógra-
fo teve a ideia de reunir as imagens
em um livro. Daí nasceu Cenas Ve-
nezianas, que mostra a exuberân-
cia e o colorido dessa festa cente-
nária. “Foi um trabalho de muita
paciência, persistência e perseve-
rança. Além disso, tive a felicidade
de reunir o que se poderia chamar
de a equipe dos sonhos para execu- Brasil, que escreveu o prefácio do meio de plataformas de crowdfun-
tar o projeto de produção do livro”, conta Andrade. ding, pois, segundo Andrade, existe a
livro, como Valde- Ele fez a edição do livro com possibilidade de viabilizar uma tira-
mir Cunha, Ken Ta- uma tiragem limitada, em parceria gem maior com o apoio financeiro de
naka, Xavier Barta- com a embaixada da Itália no Bra- grandes empresas que estão sendo
buru, Clício Barroso sil, a fim de produzir alguns exem- contatadas. Atualmente, Francisco
e também Antonio plares de apresentação para patro- Andrade planeja dar início à segunda
Bernardini, embai- cinadores. “Nos últimos dias rece- etapa do projeto, que é fotografar as
xador da Itália no bi a notícia de que o livro ganhou origens do carnaval mascarado bra-
o Prêmio Brasileiro de Excelência sileiro, e assim mostrá-lo também
Gráfica Fernando Pini na categoria para o mundo.
impressão digital, e fiquei extrema-
mente feliz”, comemora o fotógra- Para participar desta seção, envie no
O livro de Francisco
Andrade já recebeu
fo ao receber o maior prêmio da in- máximo dez fotos do seu portfólio, em
dústria gráfica da América Latina. baixa resolução, para o e-mail: fotografe@
até um prêmio de europanet.com.br. Serão publicados
excelência gráfica O livro, ainda em fase de captação somente os que forem selecionados pela
em 2017 de patrocínio, não será financiado por redação, um portfólio a cada edição.

Fevereiro 2018 • 25
CULTURA

Linguagens do Corpo
Carioca, no Museu
de Arte do Rio:
curador de fotografia

thales leite
administra acervos e
organiza mostras

entenda a F nção do
curador de fotografia
A
Por MÁRIO FITTIPALDI

palavra curadoria virou moda. curador de fotografia.


Profissional cuida Tanto que seu significado ori- O escritor, curador de fotografia e
de acervos de ginal, que é o de cuidar, admi- editor pernambucano radicado em São
nistrar (do latim curare) e que Paulo (SP) Diógenes Moura, de 61 anos,
imagens e viabiliza sempre esteve ligado à admi- que esteve durante 13 anos à frente da
exposições, nistração e cuidado de acer- curadoria de fotografia da Pinacoteca do
eventos e livros, vos de obras de arte – incluindo a fo-
tografia –, acabou se expandindo para
Estado de São Paulo, diz que, modismos
à parte, o trabalho de um curador é al-
criando um canal outras áreas e se descolou do sentido. go muito sério. “É preciso, antes de mais
de comunicação Hoje há curador para escolher e indi- nada, ter uma compreensão saudável
car queijos, vinhos, roupas da moda… do mundo e de seu existir nele”, obser-
entre fotógrafo Como consequência, há dúvidas sobre va, adiantando que só assim é possível
e público o que é de fato curadoria e o que faz o enxergar a intenção do fotógrafo, o que

30 • Fotografe Melhor no 257


ana ste art
Fa io tei eira

Com curadoria de Milton Guran e Paulo Herkenhoff, exposição Linguagens do Corpo Carioca buscou representar a alma dos
moradores da cidade; abaixo, mostra do Paraty em Foco na Praça da Matriz busca aproximar a fotografia do público
nereu r

Fevereiro 2018 • 31
di genes Moura CULTURA

Imagem do curador Diógenes Moura documenta usuários de crack do centro paulistano para a exposição Livro de Rua

ele quer dizer. “O trabalho de curado- segue a mesma linha. Ela lembra de que o procuraria assim que tivesse
ria é algo muito íntimo, você tem de uma das primeiras exposições que or- chance”, conta. “Foi a melhor au-
se tornar parte da família do artista. É ganizou para a icônica galeria, com o la de edição da minha vida, um pro-
quase uma irmandade”, explica. fotógrafo Carlos Moreira, que acabou cesso que se manteve ao longo dos
A curadora, arquiteta e museólo- virando um amigo muito próximo. “Foi anos em que a galeria ficou na Rua
ga paulistana Rosely Nakagawa, que um momento feliz. Quando ainda era Bela Cintra. Acompanho o seu tra-
dirigiu a Galeria Fotóptica, criada por estudante na Faculdade de Arquite- balho até hoje”, comenta.
Thomaz Farkas nos anos 1980, e a Ca- tura da USP, vi uma exposição dele e Rosely ensina que, quando se faz
sa da Fotografia Fuji, de 1997 a 2004, me encantei. Jurei para mim mesma uma seleção de fotografias, seja pa-
ra uma exposição, instalação, livro
ou performance, o mais importan-
te é entender o desejo do autor. “A
partir daí, o curador cria uma costu-
ra que o ajuda a realizar seus obje-
tivos”. Ela ressalva, no entanto, a di-
mensão que o trabalho de curado-
ria vem assumindo de se colocar em
uma instância superior à do fotó-
grafo. Exatamente por isso, ela está
abolindo de seu vocabulário o termo
“curador”, tendo preferido “comis-
sário”: “O trabalho tem de ser o de
suporte ao autor, e não de direciona-
mento como está sendo feito agora.
O comissário atua como um facilita-
dor, um organizador”, conclui.
DIógenes Moura diz
que curador tem de DO ACERVO À PAREDE
formar irmandade Administrar o acervo de obras
ale ruaro

com fotógrafo de um museu ou galeria e organizar


exposições e mostras de fotogra-

32 • Fotografe Melhor no 257


ale ruaro

Ao lado, a fotografia de Carlos


carlos Moreira

Moreira encantou a curadora


Rosely Nakagawa (acima), que
organizou mostra do fotógrafo
na extinta Galeria Fotóptica

fia são algumas das frentes de tra- rios de crack da região central da ca- posição que organizou em parceria
balho de um curador de fotografia. pital paulista, está em cartaz na Gale- com Paulo Herkenhoff para o Museu
Durante sua passagem pela Pina- ria Utópica, de São Paulo (SP). de Arte do Rio, o MAR, em 2017, cha-
coteca do Estado de São Paulo, Di- O trabalho de curadoria pa- mada Linguagens do Corpo Carioca
ógenes Moura deixou um acervo de ra uma exposição, dependendo da [A Vertigem do Rio]. “Foram dez me-
mais de 600 fotografias, todas de fo- profundidade e do envolvimento do ses de trabalho para selecionar cer-
tógrafos brasileiros. “Foram todas curador, pode gerar uma nova obra. ca de 900 obras de 150 artistas pa-
doadas, muitas produzidas com ex- É o que explica o fotógrafo, antropó- ra representar a alma dos morado-
clusividade para mostras que eu or- logo e curador carioca Milton Gu- res da cidade. É claro que o resulta-
ganizei”, orgulha-se. “Quando che- ran, de 69 anos. “Você mergulha em do desse trabalho é uma exposição
guei lá, nos anos 1980, havia apenas um acervo fotográfico, faz um recor- de autoria dos curadores”, enfatiza.
74 imagens”, afirma. te daquele acervo que produz senti- Outra frente de trabalho que, no
Atualmente trabalha de forma in- do, cria um discurso visual coerente. Brasil, é relativamente nova, segun-
dependente. A exposição Retumban- Depois, organiza e cuida de todos os do Guran, é a curadoria de livros, que
te Natureza Humanizada, feita com o detalhes, como a iluminação, o flu- resulta na publicação de uma obra ou
fotógrafo paraense Luiz Braga, ven- xo do público, os textos curatoriais de uma coleção de livros de fotogra-
ceu o prêmio da Associação Paulista e até a tipografia usada na identida- fia. Ele participou da curadoria edito-
dos Críticos de Arte (APCA) em 2014. de visual. O resultado é uma obra de rial do livro História do Brasil em 100
E sua própria exposição, Livro de Rua, autoria do curador a partir da maté- Fotografias (Editora Bazar do Tem-
que reúne 34 imagens feitas com ce- ria-prima, que é o trabalho de um ou po, 2017), em conjunto com a edito-
lular nos últimos sete anos docu- mais fotógrafos”, diz. ra Ana Cecília Impellizieri Martins, o
mentando moradores de rua e usuá- Guran cita o exemplo de uma ex- fotógrafo e historiador Joaquim Mar-

Fevereiro 2018 • 33
CULTURA

O curador
do Festival
Paraty em
Foco 2017
Érico Elias

thais rocha
Milton Guran, um dos curadores do livro História do Brasil em 100 Fotografias
(abaixo), destaca a curadoria editorial como uma nova frente de trabalho

nereu r

dar na colocação no mercado de ar-


te. “O curador faz uma leitura crítica
da obra, sempre com um olhar obje-
tivo e generoso”, diz.
Guran vê ainda uma relevan-
te função social nos festivais. No Fo-
çal e o historiador Luciano Figueire- uma cidade pequena e charmosa. toRio, além das exposições em es-
do. O livro reúne imagens que repre- Ele ressalta que, nesses festi- paços fixos, que contam com a cura-
sentam quase 200 anos de fotogra- vais, a ideia é a de promover encon- doria dos organizadores, há também
fia no Brasil. “O resultado é o mínimo tros que discutam a produção foto- uma transferência da curadoria para
denominador comum dessas quatro gráfica em todas suas formas e ver- a sociedade. “Recebemos propostas
cabeças”, resume. tentes, como a fotografia experimen- de exposição e, se tiver coesão e quali-
tal, artística ou documental, e esten- dade técnica, aprovamos. Daí, se elas
FESTIVAIS E EVENTOS der essa discussão ao público. “Além encontrarem lugar para ir para a pa-
Outro nicho importante de atua- de capturar tendências, o curador rede, estarão no FotoRio. Vale qual-
ção do curador é na organização de tem de encontrar maneiras de atrair quer espaço, seja um restaurante, um
eventos. O curador da mais recen- e formar público”, acrescenta. corredor de metrô…”, explica.
te edição do Festival Paraty em Foco, Milton Guran, que também orga- Ele ressalta que a ideia não é exi-
Érico Elias, 36 anos, mineiro de Gua- niza o Encontro Internacional de Fo- gir do fotógrafo iniciante e da perife-
xupé radicado em Paris, ressalta que tografia do Rio de Janeiro, o FotoRio, ria a mesma qualidade do experiente
essa é uma função cada vez mais im- destaca a importância do trabalho de que vai para o Centro Cultural Banco
portante, uma vez que, a partir dos leitura de portfólios que muitas ve- do Brasil, por exemplo, mas integrá-
anos 2000, houve uma popularização zes ocorre nesses eventos. Durante -lo ao conjunto do festival. “Na medida
de festivais de fotografia no Brasil – 20 minutos, o fotógrafo tem a opor- em que o iniciante está no FotoRio, o
muitos, como o próprio Paraty em Fo- tunidade de ter seu trabalho avalia- público dele também vai se interessar
co, segundo o modelo do famoso Ren- do por um curador, que, com sua ex- pelo cara do CCBB. Assim, acabamos
contres d’Arles francês, de reunir fo- periência, pode identificar acertos, também formando público para a fo-
tógrafos e público por vários dias em sugerir novas abordagens e até aju- tografia como arte”, acredita.

34 • Fotografe Melhor no 257


entreteniMento

Fotos: luciana Melo


Camilla Kinker, 24 anos, e Rafael Aguiar, 34 anos, finalistas do primeiro reality show de fotografia realizado no Brasil

caMilla kinker ence

realitydeshow
Foto raFia
Por SÉRGIO BRANCO

M
Arte na Fotografia ais do que um reality show, grama. No episódio derradeiro, a vence-
teve oito episódios a primeira temporada de dora do primeiro reality sobre fotografia
Arte na Fotografia, trans- da televisão brasileira foi Camilla Kinker,
e colocou seis mitido na TV por assinatu- 24 anos, talentosa fotógrafa formada em
jovens fotógrafos ra pelo canal Arte 1, do Gru- Cinema que, na reta final, se destacou
po Band, foi uma espécie pela ousadia, superando Rafael Aguiar,
à prova das mais de workshop dividido em oito episódios e 34 anos, mineiro radicado no Rio de Ja-
variadas formas. comandado por dois professores de ge- neiro (SP), único dos competidores que
No fim, todo mundo rações e olhares bem diferentes, Clau- não morava na cidade de São Paulo (SP).
dio Feijó, 71 anos, e Eder Chiodetto, 42, Caio Luiz de Carvalho, diretor execu-
saiu ganhando com mentores dos seis jovens participantes, tivo do canal Arte 1, diz que o programa
o aprendizado escolhidos a dedo pela produção do pro- superou a expectativa nas redes sociais,

36 • Fotografe Melhor no 257


Acima, Claudio Feijó e Thalma de Freitas explicam para os seis participantes como
tendo em praticamente um mês de será a prova do quarto episódio, com o o tema Fotojornalismo/Tédio; abaixo, Daniela,
exibição 8,5 milhões de views no You- Júlio, Yve, Luan e Camilla arrumam o equipamento antes de sair para fotografar
tube e uma legião de 50 mil seguido-
res no Facebook, mesmo com a pou-
ca divulgação que teve. Vencida a eta-
pa do ineditismo, o que levou o reality
a ser feito com poucos recursos, mui-
ta correria e uma seleção de partici-
pantes restrita a São Paulo e Rio, Car-
valho espera que o projeto decole de
vez. “Esse foi um projeto-piloto que
deu muito certo. Não é um reality de
competição, mas de aprendizado de
fotografia. O Claudio e o Eder se saí-
ram muito bem. A Thalma (de Freitas)
foi uma ótima apresentadora e, como
ela também gosta muito de fotografia,
estamos pensando até em aumentar
a participação dela na próxima tem-
porada”, afirma Carvalho.
O diretor antecipou algumas novi-
dades para 2018: serão abertas inscri-
ções para participantes de todo o Bra-
sil e será exigido de cada um o envio
de portfólio para a primeira etapa de
seleção; há grandes chances de a se-
gunda temporada ser gravada fora
da cidade de São Paulo para mudar a

Fevereiro 2018 • 37
Fotos: luciana Melo entreteniMento

Ao lado, Daniela com um senhor no metrô de São Paulo durante


uma prova; acima, Luan na prova Foto Poema, do sexto episódio

ambientação das provas (o Rio larga da consiga atrair mais patrocinado- Essa dinâmica, aliás, não foi per-
como favorito); as provas serão total- res (apenas o Sesi apoiou o progra- cebida pelo telespectador. Quem viu o
mente diferentes das que foram im- ma) e público, dada a repercussão al- reality imaginava que as provas eram
plementadas na primeira temporada. tamente positiva do reality. Sem decla- feitas, os participantes voltavam para
rar qual o custo total da produção, Lu- o estúdio e, então, os mentores ava-
DINÂMICA ciana afirma que a dinâmica da pri- liavam os trabalhos do tema propos-
Luciana Pires, produtora executi- meira temporada foi pensada para to. Na realidade, todas as provas fo-
va do Cinegroup, empresa responsá- otimizar os recursos disponíveis sem ram realizadas primeiro e depois, nu-
vel pela produção do programa, tam- prejuízo da qualidade do produto. “Fo- ma segunda etapa, foram gravadas
bém enxerga o reality com uma pega- ram 22 diárias de estúdio para gravar as avaliações de Claudio Feijó (pe-
da mais educativa do que competiti- o programa e uma logística pensada dagogo, psicólogo e fotógrafo) e de
va. “Foi uma iniciativa muito bem-su- para que as provas fossem realizadas Eder Chiodetto (jornalista, fotógrafo
cedida e tanto os participantes quan- de forma sequencial. Foi bem corrido e curador).
to o público puderam aprender com e espero que na segunda temporada Camilla Kinker adorou ter parti-
os mentores Claudio e Eder”, diz. Ela a gente tenha mais recursos para não cipado do reality justamente pelo for-
acredita que a segunda tempora- ter que correr tanto”, comenta. mato, pois antes, quando o grupo se

Rafael na prova Homens e Máquinas, do primeiro episódio, e Júlio César (à dir.) na prova Esportes, do sétimo episódio

38 • Fotografe Melhor no 257


Gal Oppido em seu estúdio, ao lado de Thalma e Claudio, fala aos participantes sobre a prova Nu, do terceiro episódio

encontrou pela primeira vez, havia ram Yve Louise de Mendonça, Júlio um público de convidados com a aju-
uma expectativa negativa de que eles César Soares, Daniela Ometto e Lu- da dos outros participantes. Camilla,
poderiam ser manipulados pela pro- an Batista de Souza. Eles cumpriram Yve e Daniella formaram uma equi-
dução, como ocorre em alguns pro- sete tarefas, fotografando temas co- pe feminina, enquanto Rafael, Luan e
gramas do gênero. “Foi uma compe- mo Homens e Máquinas (10 episódio, Júlio César, uma masculina, por pura
tição com nós mesmos, e não com os com participação de Juan Esteves na afinidade. Claudio e Eder deram as di-
colegas. Na realidade, a gente se aju- avaliação ao lado de Claudio e Eder), cas finais para a montagem das expo-
dava, trocava informações e dava opi- Moda e Estilo (20, com Zé Takahashi), sições com uma mostra de todo o tra-
nião para a edição de foto um do ou- Nu (30, com Gal Oppido), Fotojorna- balho feito pelos dois em sete provas.
tro. Aprendi muito e esse foi o maior lismo/Tédio (40, com Cassio Vascon- Com o público no estúdio (cerca
prêmio”, avalia ela, que recebeu pela cellos), Arte no Palco (50, com William de 20 pessoas), a votação secreta em
conquista uma Canon EOS 5D Mark Aguiar), Foto Poema (60, com Geórgia cédulas foi feita após uma análise das
IV com lente Canon 24-105 mm f/4. Quintas) e Esportes (70, com Flavio duas exposições. Camilla acabou ven-
A única coisa que ela sugere como Florido). Após esses sete episódios, cendo com uma boa vantagem sobre
mudança para a segunda temporada é foram eliminados Júlio César, Luan e Rafael, já que apresentou um material
que as provas não sejam feitas uma na Yve. Daniela se juntou a Camilla e Ra- mais equilibrado e fez na prova final,
sequência da outra. “O ideal seria fazer fael numa espécie de semifinal no oi- cujo tema era Megalópole, um ensaio
a prova e ter a avaliação dos mentores tavo e último episódio. bastante criativo e ousado.
em seguida. Eu sei que nesse primei- Daniela foi eliminada e a prova fi- É possível acessar os oito episó-
ro a verba era curta e as coisas foram nal entre Camilla e Rafael foi mon- dios pelo Facebook do reality por meio
bem corridas. Mas quem sabe no pró- tar uma exposição no estúdio para do link http://bit.ly/2DcQSVc.
ximo essa dinâmica mude”, opina.

LIÇÃO PARA A VIDA


Finalista ao lado de Camilla, Rafa-
el Aguiar acredita que leva do progra-
ma uma lição para a vida profissional.
“Sempre fui muito intuitivo na minha
fotografia. Durante o reality, aprendi a
pensar a fotografia antes, a refletir so-
bre o objetivo que eu desejava”, diz.
Assim como Camilla, a única coi-
sa que mudaria seria a forma como
as provas foram feitas. “Se você faz a
prova e tem a avaliação logo depois,
sua chance de evoluir durante o pro-
grama é maior ainda”, explica.
Os outros quatro participantes fo- Eder Chiodetto orienta o grupo para a prova Moda e Estilo, do segundo episódio

Fevereiro 2018 • 39
dicas ProFissionais

Retratos na cama
do casal é uma das
sequências iniciais
feitas por Karim Scharf
para a sessão lifestyle

scharf
Fotos: kari
Fotos de família
se redos do estilo liFest le

C
Por LIVIA CAPELI

om o objetivo de capturar o dia praia, desde que a sessão seja bem pla-
Fotografar o a dia com simplicidade e de ma- nejada. Mas vale lembrar que nada me-
cotidiano das neira genuína, o estilo lifestyle lhor do que um ambiente confortável e
de fotografar troca as poses por conhecido para o cliente se sentir à von-
famílias de modo sorrisos espontâneos, permitin- tade, o que assegura mais naturalidade.
espontâneo é do mostrar as pessoas de forma Apesar de contar com um estúdio
palavra de ordem mais autêntica e descontraída, sem dei-
xar de lado o registro da cumplicidade e
em São Paulo (SP), a fotógrafa Karim
Scharf muitas vezes troca o fundo infi-
nesse tipo de tema. da afeição entre pais e filhos. nito pelo aconchego dos lares dos clien-
Confira as dicas Geralmente, os ensaios de família tes. Segundo ela, algumas famílias op-
ocorrem na casa do cliente, mas nada tam pelo lifestyle por se identificar com
valiosas de uma impede que as fotos sejam realizadas esse estilo mais moderno, que busca
especialista em uma locação, casa de campo ou na imagens mais afetivas, representativas

44 • Fotografe Melhor no 257


A fotografia em uma locação externa ou na casa do cliente pode deixar
as pessoas mais à vontade e proporcionar imagens mais espontâneas
da verdadeira essência da família.
“Algumas pessoas não se sen-
tem à vontade em estúdio, onde há
a necessidade de trocas de rou-
pas, poses e direção por comandos.
Além disso, existem casos em que
o cliente valoriza a comodidade de
receber o fotógrafo em casa, ou até
mesmo por motivos de saúde ou de
repouso, no caso de uma gestante,
pessoa idosa ou de crianças espe-
ciais”, comenta ela.
Outro ponto positivo para fotó-
grafos optarem por esse estilo de
sessão é que não é preciso manter
um estúdio para atender os clientes.
Basta ter o equipamento e dominar
a técnica para poder trabalhar.

SEMPRE PREPARADO
Apesar dos pontos positivos, fo-
tografar no estilo lifestyle tem suas
surpresas, como desconhecer o lo-

Fevereiro 2018 • 45
dicas ProFissionais

Aqui a fotógrafa fez


um corte ousado,
destacando a criança e a
barriga da mãe grávida

scharf
Fotos: kari
cal e a luz do lugar. Se não há como ferência por trabalhar com lente tos mais fechados, que eliminam o
visitar previamente a casa, uma ma- grande angular. Isso possibilita que fundo (ou parte dele). Ela também
neira de contornar a situação é pe- ela registre as pessoas inseridas na busca espaços com sombras mais
dir para que o cliente envie fotos dos vida doméstica sem perder deta- marcadas e capricha na direção de
ambientes da residência. lhes importantes do local. fotografia – o item mais importante
Para lidar com situações ines- Problemas estéticos do ambien- para que a família revele sua essên-
peradas da casa do cliente ou da te? A fotógrafa recorre a recursos cia e fique muito à vontade. Isso aju-
locação, Karim diz que existem al- técnicos: usa diafragmas mais aber- dará a tornar as imagens mais criati-
guns truques. Em ambientes pe- tos, como f/2.8, que geram desfo- vas e mais próximas ao senso estéti-
quenos, por exemplo, ela dá pre- ques no fundo, ou faz enquadramen- co desejado para o trabalho e deixa o
ambiente em segundo plano.
Uma sugestão da especialista pa-
ra fotografar nesse estilo é recorrer
sempre à luz natural, mesmo em dias
mais escuros, procurando usar lentes
profissionais luminosas. Por precau-
ção, é bom estar munido de um bom
kit de lentes, como a 20 mm ou a 24
mm (para ambientes pequenos), a 35
mm e a 50 mm (usada na maioria do
tempo) e a 85 mm para retratos e si-
tuações externas. Uma zoom profis-
sional 24-70 mm f/2.8, por exemplo,
atende a esses requisitos.

Propor brincadeiras no quintal de


casa e usar a criatividade para montar
cenários é uma boa ideia

46 • Fotografe Melhor no 257


Momentos da rotina da família
em casa não devem ser
deixados de fora do ensaio

Contar com um roteiro é sempre


um bom caminho para ajudar na con-
dução do ritmo do ensaio. Karim gos-
ta de começar a sessão de família fo-
tografando as crianças na cama dos
pais, no colo e com pequenas brinca-
deiras entre eles. O que ajuda os pe-
quenos a se sentirem seguros e ga-
nharem confiança na presença do fo-
tógrafo. Entretanto, existem casos em
que é necessário esquecer o planeja-
mento, pois às vezes as crianças es-
tão com sono, com fome e desconfor-
táveis com alguma situação. Em situ-
açõe assim, elas é que devem ditar o
ritmo da sessão.

PRODUÇÃO E DIREÇÃO
Na hora de sugerir a produção, a
especialista orienta o cliente a apos-
tar em looks neutros, leves e des-
contraídos, porém elegantes. Para
os adultos, um único figurino é sufi-
ciente (no caso de grávidas, pode-se
realizar três trocas de roupa, no má-
ximo). Peças em jeans e camisas e
camisetas de cores claras e neutras
são recomendadas por ela. Para as
crianças, vale pelo menos uma tro-
ca de look, contando com roupas co-
loridas e que estejam em harmonia.
“Adoro vestidos, tecidos leves e de-
licados e pés descalços”, comenta. Na sessão lifestyle, o fotógrafo irá se deparar com diferentes tipos de luz e
Mesmo tendo um apelo pelo natu- de ambiente; o ideal é contar com um kit de lentes profissionais luminosas
ral, é importante ter peles maquiadas
e cabelos alinhados. Uma maquiado-
ra experiente pode ser indicada pelo
fotógrafo para realizar o serviço na ca-
sa – ou o cliente pode ele mesmo fa-
zer a maquiagem ou contratar uma
profissional de sua confiança.
Apesar de priorizar a espontanei-
dade, o estilo lifestyle pede um pou-
co de direção, mesmo que impercep-
tível. Ou seja, o fotógrafo acaba insti-
gando uma expressão. Karim explica
que chega um determinado momen-
to em que as famílias não percebem
mais que estão sendo dirigidas. Outra
dica: é nos intervalos entre as fotos
que ela obtém as melhores imagens.

Fevereiro 2018 • 47
dicas ProFissionais

A fotógrafa
Bióloga, pós-graduada em
Marketing de Saúde e especialista
em Comunicação, a fotógrafa
Karim Scharf, 43 anos, atua há 10
anos em fotografia especializada
em gestantes, newborn, famílias
Sugestões do que é
e crianças. Ela é fundadora
possível conseguir na do Newborn Club, um grupo
hora de fotografar... especialistas em fotografia de bebês,
baseado em critérios de segurança
e responsabilidade. Além disso, faz
parte do NAPCP, uma associação
internacional de fotógrafos de
crianças, sediada nos Estados
Unidos. Karim tem um estúdio na
zona sul de São Paulo (SP), projetado
para ensaios newborn, mas que
também serve para sessões de
famílias e crianças. Para saber
mais sobre a fotógrafa, acesse:
karimscharf.com.br.
scharf
Fotos: kari

... a interatividade entre


pais e filhos nesse tipo
de ensaio, que pode ser
feito na casa do cliente uma boa sequência de imagens. O
cliente dela recebe cerca de 80 fo-
tos em um pendrive, todas em alta
COMO COBRAR definição e cuidadosamente trata-
Para calcular o orçamento de das. Além disso, ela oferece no pa-
uma sessão lifestyle, a fotógrafa ex- cote um álbum fotográfico com 20
plica que é necessário considerar, páginas, com possibilidade de in-
além dos custos fixos e do valor da cluir lâminas extras, que são co-
hora de trabalho, alguns outros fa- bradas à parte.
tores, como deslocamento (se é pa- Para atrair clientes para o en-
ra algum lugar próximo, ou litoral saio lifestyle, ela propõe esse tra-
ou interior). Portanto, é necessário balho mais espontâneo em um mo-
criar uma tabela de valores propor- mento de pós-venda para as famí-
cionais por quilometragem rodada. lias que já passaram pela experiên-
Há ainda o custo da maquiagem, de cia em estúdio. Assim, busca criar
estacionamento, de algum tipo de a cultura do ensaio anual de família
produção e se o pacote contempla e que a cada ano pode ser feito em
álbum e de que tamanho. um lugar diferente. Os clientes de
Karim Scharf afirma que costu- Karim também participam de um
ma fotografar muito durante esse grupo em redes sociais. Assim, ela
tipo de sessão e normalmente en- consegue propor sempre novos en-
trega uma coleção grande, fazendo saios em datas especiais.

48 • Fotografe Melhor no 257


SERVIÇO

Câmeras como a Nikon D500, a


Canon EOS Rebel T7i e a Sony
Alpha A7R III são opções para
perfis diferentes de fotógrafos

Fotos: divulgação

Escolha
scolha seu
equipamento
5 kits selecionados Pela redação

F
Por GUILHERME MOTA

otografar não envolve apenas um em mãos amplia as possibilidades cria-


Com base em olhar apurado, mas também o tivas, tornando a renovação um bem (ou
câmeras e lentes pleno conhecimento do equipa- mal) necessário.
mento que se utiliza. Por um la- Por isso, Fotografe selecionou diferen-
mais atuais, veja do, e quem está há anos na pro- tes kits, do básico ao avançado, com o ob-
sugestões de fissão sabe bem, adquirir uma jetivo de ajudar o fotógrafo a conhecer o
câmera de última geração nunca criou que há de mais recente no mercado para
conjuntos básicos, um bom profissional: isso é atingido ape- diversos segmentos profissionais. Veja al-
intermediários e nas com estudo, treino, dedicação e ex- gumas alternativas de câmeras, lentes e
avançados para periência de campo, aspectos fundamen- acessórios de iluminação. Nenhuma des-
tais na evolução do estilo e do olhar de sas opções é uma “regra”, e sim suges-
cinco áreas de cada fotógrafo. Mas todos os meses sur- tões que você pode usar como referência
atuação profissional gem novos equipamentos, e ter opções na hora de fazer suas próprias escolhas.

50 • Fotografe Melhor no 257


A escolha do conjunto
de equipamento deve
ser de acodo com o
tipo de serviço que o
fotógrafo vai realizar
shutterstock

Fevereiro 2018 • 51
SERVIÇO

Fotografia social e eventos


O fotógrafo de eventos precisa ter mobilida-
de e autonomia. Em geral, isso se traduz em
câmeras leves e objetivas versáteis – o que faz as
desse tipo de câmera é a facilidade de aceitar ob-
jetivas projetadas para as DSLRs (utilizando adap-
tadores próprios), o que amplia enormemente o
câmeras mirrorless, menores e mais compactas, leque de opções. Cada vez mais profissionais do
ganharem pontos nesse quesito. Outra vantagem segmento estão adotando as mirrorless.

BÁSICO INTERMEDIÁRIO AVANÇADO


Para fotografia de casamentos e Já a Sony A7S II é um upgrade e Para quem quer trabalhar com
eventos, é sempre interessante que tanto para quem procura alternativa qualidade superior, a Sony A9 não vai
as imagens tenham grande poten- superior, com estabilização em cinco decepcionar. Com resolução de 24
cial de tratamento – já que a edição eixos. Adicione ao arsenal a Sony FE megapixels, os recursos desta full fra-
é uma etapa essencial nesse tipo de 24-105 mm f/4 (US$ 1.300), com sua me agradam bastante, em especial
trabalho. Assim, mesmo para os ini- abertura máxima constante, e terá seu monitor touchscreen articulado,
ciantes, a câmera precisa ter bons ar- um kit essencial para trabalhar com com 1,4 milhão de pontos, seu auto-
quivos em RAW, aspecto presente na precisão. Quanto aos flash, a alta po- foco com 693 pontos e o disparo con-
Sony A6300. Acompanhada de uma tência de saída e flexibilidade são as tínuo de até 20 fps. Para acompanhar,
objetiva versátil como a Sony E 18-135 características positivas do modelo uma objetiva para retratos como a
mm f/3.5-5.6 OSS (US$ 600), esta mir- HVL-F60M, que custa US$ 550 e pode Sony FE 85 mm f/1.8 (US$ 600) e uma
rorless encara bem os desafios. Uma ser virado para os lados e para cima grande angular como a FE 16-35 mm
opção econômica de flash é o modelo até um ângulo de 150°. Em potências f/2.8 (US$ 2.200) são boas alternativas
HVL-F32M, que custa US$ 300. mais baixas, seu tempo de reciclagem para se ter à disposição em cerimô-
pode ser de apenas 0,1s. nias e eventos sociais.

Fotos: divulgação
SONY A6000 SONY A7S II SONY A9
:: Sensor: APS-C (23,5 x 15,6 mm), :: Sensor: full frame (35,6 x 23,8 mm), :: Sensor: full frame (35,6 x 23,8 mm),
24 MP de resolução 12 MP de resolução com 24 MP de resolução
:: Sensibilidade ISO: 100-25.600 :: Sensibilidade ISO: 100-102.400 :: Sensibilidade ISO: 100-51.200
:: Velocidade de disparo: 30s a 1/4.000s (50-409.600 expandido) (50-204.800 expandido)
:: Disparo contínuo: 11 fps :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s
:: Monitor: 3 pol., 0,9 milhão de pontos, :: Disparo contínuo: 5 fps (1/32.000s eletrônico)
articulado em um eixo (tilt) :: Monitor: 3 pol., 1,2 milhão de pontos, :: Disparo contínuo: 20 fps
:: Preço: US$ 550 articulado em um eixo (tilt) :: Monitor: 3 pol. com 1,4 mil de pontos,
:: Preço: US$ 2.700 articulado em 1 eixo (tilt)
:: Preço: US$ 4.500

KIT BÁSICO DE ILUMINAÇÃO KIT INTERMEDIÁRIO DE ILUMINAÇÃO KIT AVANÇADO DE ILUMINAÇÃO


+ Rebatedor circular 5 em 1 + 2 flashes dedicados (R$ 1.600) + 3 flashes dedicados (R$ 2.400)
(R$ 100) + 1 kit de softbox 80 x 80 cm com + 1 kit de softbox 80 x 80 com
+ 1 flash dedicado (R$ 800) suporte S-Type da Godox para suporte S-Type da Godox
+ 1 kit de softbox 80 x 80 com trabalhos off-camera (R$ 290) para trabalhos off-camera (R$ 290)
suporte S-Type da Godox para + 1 suporte extra S-Type da Godox + 2 suportes extras S-Type da
trabalhos off-camera (R$ 290) (R$ 200) Godox (R$ 400)
+ 1 tripé de iluminação (R$ 100) + 1 Beauty Dish Godox (R$ 246) + 1 Beauty Dish Godox (R$ 246)
+ 1 radiotransmissor (R$ 200) + 2 tripés de iluminação (R$ 200) + 1 refletor parabólico para luz
+ 1 radiotransmissor (R$ 200) de cabelo (R$ 200)
+ 3 tripés de iluminação (R$ 200)
+ 1 radiotransmissor (R$ 400)

52 • Fotografe Melhor no 257


Moda e book
U ma das áreas mais glamourosas da fotogra-
fia, a moda tem suas peculiaridades. Enquan-
to uma boa parte de seus equipamentos precisa
saios ao ar livre. Ao mesmo tempo, muito do ma-
terial produzido termina em criações publicitárias,
fazendo da resolução e nitidez variáveis fundamen-
ser pensada para o trabalho em estúdio, é muito tais para o fotógrafo. A mesma configuração atende
comum precisar sair a campo, para desfiles e en- também aos serviços de book para modelos.

BÁSICO INTERMEDIÁRIO AVANÇADO


Para os iniciantes, uma boa al- Fotógrafos de nível intermediá- Para quem já está estabelecido no
ternativa é a Canon EOS 80D. O tra- rio podem optar pela EOS 7D Mark mercado, a EOS 5D Mark IV é a ferra-
balho pode tranquilamente ser reali- III, modelo com um leque maior de menta ideal para o dia a dia. É uma
zado com as lentes EF-S 18-135 mm recursos, como os 65 pontos de fo- câmera de muitos recursos, robusta
f/3.5-5.6 (US$ 400) e EF 50 mm f/1.8 co em disposição cruzada. Combina- e com sensor de quadro cheio. Como
STM (US$ 125), uma objetiva bastan- do ao disparo sequencial em 10 fps, retratos são essenciais na produção
te acessível e de ótimos resultados. ela se torna um recurso prático para de books, um quesito no qual a lente
Uma opção acessível de flash é o mo- acompanhar objetos em movimen- faz toda a diferença, especialmente as
delo 430 EXIII-RT, que oferece ótimas to (como modelos em uma passare- de grande abertura, as boas opções
funcionalidades, porém, com potên- la, por exemplo). O set-up pode ser fi- são a EF 50 mm f/1.2L (US$ 1.350) e a
cia máxima e autonomia mais limita- nalizado com objetivas como a EF 24- EF 85 mm f/1.4L IS (US$ 1.600). Para
da que o modelo top. Custa US$ 250. 105 mm f/4L IS (US$ 1.100). Quanto ao acompanhá-las, adicione uma zoom
flash, o recomendável é o modelo 600 tele de qualidade superior, como a EF
EX II-RT, que custa US$ 480. Ele tem 70-200 mm f/2.8L IS (US$ 1.950).
cabeça totalmente articulável e ótimo
desempenho com o sistema E-TTL2
da marca.

CANON EOS 80D CANON EOS 7D MARK II CANON EOS 5D MARK IV


:: Sensor: APS-C (22,5 x 15 mm), :: Sensor: APS-C (22,4 x 15 mm), :: Sensor: full frame (36 x 24 mm),
24 MP de resolução 20 MP de resolução 30 MP de resolução
:: Sensibilidade ISO: 100-16.000 :: Sensibilidade ISO: 100-16.000 :: Sensibilidade ISO: 100-32.000
(25.600 expandido) (51.200 expandido) (50-102.400 expandido)
:: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s
:: Disparo contínuo: 7 fps :: Disparo contínuo: 10 fps :: Disparo contínuo: 7 fps
:: Monitor: 3 pol., touchscreen, 1 milhão :: Monitor: 3 pol., 1 milhão de pontos, fixo :: Monitor: 3,2 pol., touchscreen, 1,6 milhão
de pontos, articulado :: Preço: US$ 1.500 de pontos, fixo
:: Preço: US$ 1.100 :: Preço: US$ 3.300

KIT BÁSICO DE ILUMINAÇÃO KIT INTERMEDIÁRIO DE ILUMINAÇÃO E ILUMINAÇÃO


KIT AVANÇADO DE
+ Rebatedor circular 5 em 1 + 2 flashes com mais de 300 W + 3 flashes com mais de 400 W
(R$ 100) (R$ 1.900) (R$ 3.600)
+ 1 flash básico de até 200 W + 1 softbox tipo sombrinha + 1 octobox tipo sombrinha (R$ 200)
(R$ 800) (R$ 180) + 2 softboxes tipo sombrinha (R$ 360)
+ 1 sombrinha difusora (R$ 50) + 1 octobox tipo + 3 tripés de iluminação (R$ 300)
+ 1 tripé de iluminação (R$ 100) sombrinha (R$ 200) + 1 radiotransmissor (R$ 400)
+ 1 cabo de sincronismo (R$ 40) + 2 tripés de
iluminação (R$ 200)
+ 1 radiotransmissor (R$ 200)

Fevereiro 2018 • 53
SERVIÇO

Fotojornalismo
O fotojornalista precisa sempre voltar para a re-
dação com uma narrativa consistente e am-
pla, sendo capaz de contar histórias com apenas
tes com velocidade e precisão. Para capturar esses
momentos, é preciso ter velocidade, timing e versa-
tilidade. Além disso, o trabalho de rua é exigente do
imagens, e de abordar detalhes próximos e distan- ponto de vista de resistência do equipamento.

BÁSICO INTERMEDIÁRIO AVANÇADO


Se você está começando, uma Quanto aos upgrades futuros, Em um nível mais alto, as câme-
DSLR como a Nikon D7500 pode ser manter-se com produtos do mesmo ras mais apropriadas são aquelas que
a alternativa ideal. Já a objetiva pre- fabricante geralmente oferece bene- combinam potência de disparo, reso-
cisa ser versátil e funcional, e no ca- fícios pela possibilidade de manter lução e robustez – quesitos dos mo-
so de contar com apenas uma opção, acessórios e objetivas. Nesse caso, delos top de linha como a Nikon D5, o
o ideal é que ela possa atender a uma a Nikon D500, também com sensor mais completo da marca. Selada con-
extensa gama de distâncias focais, co- DX, é a recomendação como a próxi- tra intempéries, registra até 14 ima-
mo a Nikkor DX 16-80 mm f/2.8-4 E ma opção para quem está nas ruas, gens por segundo e tem um dos me-
ED VR (US$ 1.100). Ela terá na D7500 já que tem a capacidade de fazer até lhores sistemas de foco desenvolvidos
uma distância focal equivalente a 24- 200 imagens contínuas na velocidade pela Nikon. O ISO máximo é de incrí-
120 mm por causa do fator de corte do de 10 fotos por segundo (fps). Adicio- veis 328.000, e a bateria permite cli-
sensor DX (1,5x), o que resolve a gran- ne ao conjunto a nova Nikkor AF-P 70- car mais de 3 mil fotos sem precisar
de maioria das situações. Com pre- 300 mm f/4.5-5.6 E ED VR (US$ 750) de recarga. A objetiva de trabalho ide-
ço de US$ 330, o Nikon SB-700 é uma e estará com um bom conjunto. Com al para acompanhá-la é a zoom Ni-
opção mais acessível, não tão potente, preço de US$ 600, o Nikon SB-5000 é kkor 24-70 mm f/2.8E VR (US$ 2.400).
mas que dá conta do recado. a melhor opção para ir a campo, com E, para distâncias focais maiores, vale
tempo de resposta rápido e capaz de a pena pensar na Nikkor 70-200 mm
fazer até 100 disparos consecutivos. f/2.8E VR (US$ 2.800).

Fotos: divulgação
NIKON D7500 NIKON D500 NIKON D5
:: Sensor: APS-C (23,5 x 15,7 mm), :: Sensor: APS-C (23,5 x 15,7 mm), :: Sensor: full frame (35,9 x 23,9 mm),
21 MP de resolução 21 MP de resolução 21 MP de resolução
:: Sensibilidade ISO: 100-51.200 :: Sensibilidade ISO: 100-51.200 :: Sensibilidade ISO: 100-102.400
(50-164.000 expandido) (50-164.000 expandido) (50-328.000 expandido)
:: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s
:: Disparo contínuo: 8 fps :: Disparo contínuo: 10 fps :: Disparo contínuo: 14 fps
:: Monitor: 3,2 pol., touchscreen, 0,9 :: Monitor: 3,2 pol., touchscreen, 2,36 :: Monitor: 3,2 pol., 2,36 milhões de pontos
milhão de pontos, articulado em um eixo milhões de pontos, articulado em um eixo :: Preço: US$ 6.500
:: Preço: US$ 1.250 :: Preço: US$ 1.900
KIT AVANÇADO DE ILUMINAÇÃO
KIT BÁSICO DE ILUMINAÇÃO KIT INTERMEDIÁRIO DE ILUMINAÇÃO
+ 3 flashes dedicados (R$ 2.400)
+ rebatedor circular 5 em 1 (R$ 100) + 2 flashes dedicados (R$ 1.600) + 1 kit de softbox 80 x 80 com suporte
+ 1 flash dedicado (R$ 800) + 1 kit de softbox 80 x 80 com suporte S-Type da Godox para trabalhos
+ 1 kit de softbox 80 x 80 com S-Type da Godox para trabalhos off-camera (R$ 290)
suporte S-Type da Godox para off-camera (R$ 290) + 2 suportes extras S-Type
trabalhos off-camera (R$ 290) + 1 suporte extra S-Type da da Godox (R$ 400)
+ 1 tripé de iluminação (R$ 100) Godox (R$ 200) + 1 Beauty Dish Godox (R$ 246)
+ 1 radiotransmissor (R$ 200) + 1 Beauty Dish Godox (R$ 246) + 1 refletor parabólico (R$ 200)
+ 2 tripés de iluminação (R$ 200) + 3 tripés de iluminação (R$ 200)
+ 1 radiotransmissor (R$ 200) + 1 radiotransmissor (R$ 400)

54 • Fotografe Melhor no 257


Produtos e gastronomia
A guçar o apetite com apenas uma imagem é
o desafio de quem fotografa gastronomia,
seja em trabalhos em restaurantes ou em lojas
o que há de mais interessante para uso comer-
cial. Assim, as câmeras ideais para esses tra-
balhos devem oferecer confiabilidade, qualida-
de clientes ou na “tranquilidade” do estúdio. Já de de imagem e facilidade de manipulação. Mo-
em produtos, a missão é buscar a melhor com- nitor articulado também é bem-vindo, uma vez
binação entre forma e iluminação para destacar que os ângulos de captura variam bastante.

BÁSICO INTERMEDIÁRIO AVANÇADO


Uma boa câmera para começar a Um upgrade relevante é a Sony Em nível avançado, o set-up pode
trabalhar nessa área é a Sony A5100, A6500, uma versátil câmera de sen- incluir não uma troca, mas a adição
com 24 megapixels, monitor articula- sor APS-C, com um conjunto de re- de uma câmera – permitindo traba-
do e apenas 283 g de peso. Uma boa cursos sólidos para o trabalho, in- lhar com diferentes opções de objetiva
objetiva para as necessidades da fun- cluindo aí a estabilização em cinco ei- e configurações de imagem à mão. A
ção é a Sony E 18-135 mm f/3.5-5.6 xos da marca – algo muito útil para es- Sony A7RIII, com um sensor full frame
OSS (US$ 600), que cobre as principais se tipo de fotografia. Nesse kit, a su- de 42 megapixels, é uma opção pa-
distâncias focais de trabalho. Para gestão é a zoom FE 24-105 mm f/4 G ra ter alta tecnologia e respostas rá-
macros de produtos e de pratos, uma (US$ 1.300) e a macro FE 90 mm f/2.8 pidas. Pela versatilidade, a FE 70-200
boa objetiva é a FE 50 mm f/2.8 Macro Macro (US$ 1.100). Quanto ao flash, se mm f/2.8 GM OSS (US$ 2.600) pode
(US$ 500), com um fator de magnifi- a ideia é ter mais potência, o modelo ser uma alternativa mais profissional
cação 1:1, acompanhada do flash ma- HVL-MT24AM Macro Twin, que custa – ou a fixa FE 100 mm f/2.8 (US$ 1.500)
cro HVL-RL1 (US$ 350) para garantir US$ 750, é a alternativa da marca. para quem quer gastar menos.
imagens bem iluminadas de perto.

SONY A5100 SONY A6500 SONY A7R III


:: Sensor: APS-C (23,5 x 15,6 mm), :: Sensor: APS-C (23,5 x 15,6 mm), :: Sensor: full frame (35,9 x 24 mm),
24 MP de resolução 24 MP de resolução 42 MP de resolução
:: Sensibilidade ISO: 100-25.600 :: Sensibilidade ISO: 100-25.600 :: Sensibilidade ISO: 100-32.000
:: Velocidade de disparo: 30s a 1/4.000s (51.200 expandido) (50-102.400 expandido)
:: Disparo contínuo: 6 fps :: Velocidade de disparo: 30s a 1/4.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s
:: Monitor: 3 pol., touchscreen,, 0,9 milhão :: Disparo contínuo: 11 fps :: Disparo contínuo: 10 fps
de pontos, articulado em um eixo :: Monitor: 3 pol., touchscreen, 1,2 milhão :: Monitor: 3 pol., touchscreen, 1,4 milhão
:: Preço: US$ 550 de pontos, articulado em um eixo de pontos, articulado em um eixo
:: Preço: US$ 1.400 :: Preço: US$ 3.200

KIT BÁSICO DE ILUMINAÇÃO KIT INTERMEDIÁRIO DE ILUMINAÇÃO KIT AVANÇADO DE ILUMINAÇÃO


+ Rebatedor circular + 2 flashes com mais de 300 W + 3 flashes com mais de 400 W
5 em 1 (R$ 100) (R$ 1.800) (R$ 3.600)
+ 1 flash básico de até + 1 softbox tipo sombrinha + 2 softboxes tipo sombrinha (R$ 360)
200 W (R$ 800) (R$ 180) + 1 refletor parabólico para luz de
+ 1 softbox tipo sombrinha + 1 refletor parabólico para fundo (R$ 90)
(R$ 180) luz de fundo (R$ 90) + 3 tripés de iluminação (R$ 300)
+ 1 tripé de iluminação + 2 tripés de iluminação (R$ 200) + 1 radiotransmissor (R$ 400)
(R$ 100) + 1radiotransmissor (R$ 200) + 1 rolo pequeno de fundo de papel
+ Cabo de sincronismo + 1 rolo pequeno de fundo de papel branco 1,20 x 5 m (R$ 140)
(R$ 40) branco 1,20 x 5 m (R$ 140) + 1 kit de suporte para fundo (R$ 350)
+ Placa de PVC branca para + 1 kit de suporte para fundo (R$ 350) + 4 garras (R$ 80)
fundo infinito (R$ 50) + 2 garras (R$ 40)

Fevereiro 2018 • 55
SERVIÇO

Arquitetura e Decoração
O fotógrafo de arquitetura e decoração não
tem a pressa do jornalismo e dos eventos
nem a possibilidade de planejar a luz como os
do se utiliza o equipamento correto.
O ideal é ter uma lente tilt-shift, que corrige
a perspectiva, mas, como elas são bem caras,
fotógrafos de moda. O que ele precisa, de fato, é quem está começando raramente tem condi-
enquadrar ambientes inteiros – alguns deles re- ções de comprar uma. Daí, a alternativa é tirar o
almente grandes, corrigindo ao máximo as dis- máximo do equipamento, combinando técnica e
torções provocadas pela lente. Ambos os pro- criatividade e acertando problemas de perspec-
blemas podem ser facilmente superados quan- tiva em programas específicos na pós-produção.

BÁSICO INTERMEDIÁRIO AVANÇADO


Uma câmera acessível é a Ca- O passo adequado para subir de ní- Para uma pegada bem profissio-
non EOS Rebel T7i, sob medida pa- vel pode ser investir em uma câmera nal, o caminho a seguir é buscar câ-
ra quem está começando na área, de quadro cheio, como a EOS 6D Ma- meras de alto nível que produzam
pois oferece um bom conjunto de rk II, que permite explorar ao máximo a imagens de alta qualidade com de-
recursos aliado a um custo-bene- profundidade de campo e ainda é mais finição superior como a Canon EOS
fício atraente. Quanto às objetivas, acessível do que a linha 5D. Como ob- 5DS R. Com sensor de 50,6 mega-
o ideal é ter ao menos uma gran- jetiva, a Canon EF 24-105 mm f/4L IS pixels de resolução, tem filtro passa
de angular já de partida, como a fi- (US$ 1.100) e a EF 16-35 mm f/2.8L baixa cancelável, o que proporciona
xa EF-S 24 mm f/2.8 STM (US$ 150), III (US$ 2.000) é uma escolha que alia nitidez e detalhes ainda mais apura-
que equivale a uma 35 mm, e uma qualidade e praticidade. E, como na de- dos. Adicione ao kit objetivas tilt-shift
zoom como a EF-S 10-22 mm coração a capacidade de capturar de- da nova linha TS-E, caso da 50 mm
f/3.5-4.5 (US$ 600), que pode aju- talhes do ambiente também é impor- f/2.8 Macro (US$ 2.200) e da 135 mm
dar bastante, pois equivale a uma tante, uma boa macro como a EF 100 f/4L Macro (US$ 2.200), lançadas no
16-35 mm. f/2.8L Macro (US$ 800) se torna um final de 2017. São ferramentas ideais
item essencial e acessível. para corrigir as distorções de pers-
pectiva já na hora de fotografar.

CANON EOS T7I CANON EOS 6D MARK II CANON EOS 5DS R Fotos: divulgação
:: Sensor: APS-C (22,3 x 14,9 mm), 24 MP :: Sensor: full frame (35,9 x 24 mm), 26 MP :: Sensor: full frame (36 x 24 mm), 51 MP
:: Sensibilidade ISO: 100-25.600 :: Sensibilidade ISO: 100-40.000 :: Sensibilidade ISO: 100-6.400
(51.200 expandido) (50-102.400 expandido) (50-12.800 expandido)
:: Velocidade de disparo: 30s a 1/4.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/4.000s :: Velocidade de disparo: 30s a 1/8.000s
:: Disparo contínuo: 6 fps :: Disparo contínuo: 6,5 fps :: Disparo contínuo: 5 fps
:: Monitor: 3 pol., touchscreen, 1 milhão de :: Monitor: 3 pol., touchscreen, 1 milhão de :: Monitor: 3,2 pol., 1 milhão de pontos, fixo
pontos, articulado pontos, articulado :: Preço: US$ 3.700
:: Preço: US$ 750 :: Preço: US$ 1.900

KIT BÁSICO DE ILUMINAÇÃO KIT INTERMEDIÁRIO DE ILUMINAÇÃO KIT AVANÇADO DE ILUMINAÇÃO


+ 1 flash básico de até + 2 flashes com mais de + 3 flashes com mais
200 W (R$ 800) 300 W (R$ 1.800) de 400 W (R$ 3.600)
+ 1 softbox tipo + 2 softboxes tipo + 3 softboxes tipo
sombrinha (R$ 200) sombrinha (R$ 360) sombrinha (R$ 540)
+ Tripé de iluminação + 2 tripés de + 3 tripés de iluminação
(R$ 100) iluminação (R$ 200) (R$ 300)
+ Cabo de sincronismo + 1 radiotransmissor + 1 radiotransmissor
(R$ 40) (R$ 200) (R$ 400)

56 • Fotografe Melhor no 257


teste de e iPaMento

Um flash
muito versátil
Testamos, com a
ajuda do fotógrafo
Richard Cheles,
os flashes da
linha Godox
Witstro AD600,
que, entre outras
funções, podem ser
usados com bateria
recarregável

Por LIVIA CAPELI

E
le oferece disparos de relâmpagos EM ALTA
super-rápidos, de até 1/10.000s, O preço médio de R$ 3.300 pa-
e efetua a sincronização em até ra o modelo AD600BM e R$ 3.600
1/8.000s. É compatível com aces- para o AD600B pode não ser um dos
sórios de iluminação como mon- mais convidativos. Por outro lado, es-
tagem tipo Bowens (universal) e tar diante de um flash tão versátil, con-
ainda pode ser usado com cabo de forme visto no teste, leva a pensar na pos-
energia ou bateria de lítio recarregável para sibilidade de um investimento.
fotografar em ambientes externos. A fabricação é chinesa, e a constru-
Essas são apenas algumas das muitas ção do flash, segundo Richard Cheles, é feita
funções do flash chinês Godox da linha Wits
Wits- com materiais de qualidade: “O acabamen-
tro AD600 (que incluem os modelos AD600B, to é bom, a carcaça é de plástico rígido e dá a
que tem sistema TTL, e AD600BM, manu- sensação de durabilidade, o encaixe do tripé
al), produto criado para conquistar fotógrafos e da bateria é resistente, a alavanca para an-
Acima, o modelo
de diversos perfis e necessidades, sendo um gular é boa. A lâmpada do flash tem design Witstro AD600BM,
equipamento polivalente. diferente, encapsulada, o que ajuda a evitar que funciona
Para avaliar o potencial do produto, Foto- o contato da oleosidade das mãos; o encaixe com bateria
grafe convidou o expert em fotografia publici- dela também facilita a troca”, diz ele. recarregável;
tária Richard Cheles, que usou o equipamento Outro ponto positivo apontado por ele é a ao lado, foto de
em seus trabalhos comerciais e depois apon- qualidade do painel LCD do flash, que é bem modelo feita com
tou os prós e contras dos flashes. Confira. visível até em distâncias mais longas. O ma- uso do flash

58 • Fotografe Melhor no 257


Fotos: richar cheles

Fevereiro 2018 • 59
teste de e iPaMento

O flash é bom para fotos


externas, sem exigir energia
elétrica: ao lado, foto final e,
abaixo, Cheles em ação

nuseio também é muito fácil: ele ofe-


rece os modos Manual, TTL (no mo-
delo AD600B) e multi, além de fun-
cionar no modo Slave S1 e S2. No S1,
dispara por meio de outro flash com
fotocélula. No S2, desconsidera o
pré-flash de olhos vermelhos.
Uma vantagem nos flashes da li-
nha Witstro AD600 é o encaixe Bo-
wens, que é um padrão universal pa-
ra uso de acessórios de iluminação de
diversos fabricantes, o que não obriga
o fotógrafo a adquirir acessórios espe-
cíficos para determinado flash.

GAMA DE VERSATILIDADE
A alimentação por bateria de lí-
tio recarregável é uma das mais
atraentes funções dessa linha de
flashes da Godox, que dá liberdade
para fotografar em externas. A bate-
ria de lítio vai acoplada à carcaça e
é capaz de fazer aproximadamente
500 disparos em carga total.
Para recarregar a bateria de lí-
Fotos: richar cheles

tio totalmente descarregada, é ne-


cessário 3 horas e meia, em média –
2 horas se ela estiver em meia car-
ga. Para usar o flash em estúdio ali-
mentado por energia elétrica (en-
quanto a bateria é recarregada ou
para não viciar a bateria), o ideal é
adquirir um cabo adaptador espe-
cialmente para isso.
Cheles avaliou que ambos os
modelos da linha Witstro AD600 têm
velocidade de recarga muito rápida
em todas as potências, sendo prati-
camente instantânea até a potência
de 1/4 (150 watts), aumentando em
1/2, e sendo de 2,5 segundos na po-
tência mais alta.
“O Witstro AD600 tem potência
total de 600 watts, mais do que sufi-
ciente para realizar qualquer tipo de
trabalho, tanto em estúdio como em
Making of: autoretrato

externa. Além disso, ele conta com


uma gama de variações de potência,
sendo a menor de 1/256s (2,35 wat-
ts), com frações de +0.3, +0.7 1/128,
e assim por diante”, avalia Cheles.

60 • Fotografe Melhor no 257


4
(1) Encaixe Bowens de acessórios;
(2) tampa protetora de lâmpada; 5
(3) lâmpada do flash; (4) bateria; 1
(5) carregador da bateria

O equipamento ainda dispõe da


função HSS (High Speed Sync), ou se-
ja, é um sistema que sincroniza o flash
em velocidades acima de 1/250s até 3
1/8.000s, perfeito para compensação
de luz ambiente, principalmente pa-
ra fotos feitas com lentes muito lumi- 2
nosas, em que se deseja usar grandes
aberturas em produções externas sob
sol forte, podendo escurecer o fundo e
ter desfoque. Sem contar que o flash
permite congelar movimentos rápi-
dos pelo disparo em alta velocidade,
permitindo realizar imagens de spla-
shes, por exemplo.
Outro apontamento do fotógra-
fo é que a tecnologia do flash permi-
te o uso de um disparador específi-
co e comercializado à parte para ser
usado em cada tipo de câmera (no
caso X1S (sendo o S de Sony), X1C
(Canon) e X1N (Nikon)). Esse dispo-
sitivo possibilita controlar à distância
a potência do flash, tornando mui-
to mais fácil alterá-la sem precisar
ir até o flash (principalmente quan-
do ele está muito longe ou acopla-
do a uma grua e no alto). Sem con-
tar que o dispositivo ainda permi-
te realizar compensação de expo-
sição (no caso do flash no modelo
AD600B) no modo TTL e ativar fun-
ções de multidisparos. Acima, os dois modelos da linha: o DS600BM (manual) e o AD600B (TTL); abaixo, o
flash com a bateria destacada mostra como a fonte de energia é simples e eficiente
O fotógrafo também achou inte-
ressante o fato de os dois modelos do
Witstro AD600 contarem com um re-
ceptor de flash interno. Ambos têm
entrada tipo P2 para conexão de ou-
tro disparador, caso não se possua o
disparador nativo do equipamento.
“Achei a consistência de cor do
equipamento considerável. Excelen-
te fidelidade cromática em todas as
cargas, com variações mínimas de
cor, de no máximo 60K entre uma
foto e outra”, ressalta Cheles.

EM BAIXA
O flash é pesado, por isso exige
um tripé mais robusto, o que difi-
culta um pouco o transporte em ca-

Fevereiro 2018 • 61
Fotos: richar cheles
teste de e iPaMento

Acima, lâmpada de flash durante disparo feito com o AD600B usando o HSS (à esq.); splash também feito com o modo HSS

so de foto externa. Cheles também meza, ficando com um certo molejo No geral, a linha de flash agradou
apontou que o sistema TTL do equi- entre as peças. Já a leitura de carga bastante ao fotógrafo Richard Cheles,
pamento é um pouco inconsistente, da bateria no LCD do flash é um pou- especialista em publicidade. Ele gostou
variando durante a avaliação em até co incerta”, comenta. Ele percebeu is- tanto da versatilidade quanto dos re-
1 ponto nas alterações de abertura so durante a avaliação, pois a leitura cursos tecnológicos que o produto ofe-
do mesmo assunto. Porém, ele afir- de carga no LDC dava como comple- rece, como qualidade de reprodução
ma que é possível compensação de ta. Também quando o botão de carga de cor e a inovadora bateria recarregá-
exposição por meio do disparador. da bateria era apertado, a informação vel, acoplada ao flash. Para ter mais in-
O fotógrafo avaliou o encaixe Bo- era a mesma. Mas, quando ele conec- formações sobre o equipamento basta
wens dos acessórios e considerou ele tava a bateria no carregador, ela acu- acessar o site da Greika: www.greika.
um pouco frouxo: “não trava com fir- sava 50% de carga. com.br.

Painel de funções do flash


BOTÃO MENU
BOTÃO SELEÇÃO MODO

BOTÃO SELEÇÃO WIRELESS

BOTÃO GRUPO/CANAL

SELETOR

BOTÃO TESTE/FLASH
PRONTO PARA DISPARO

BOTÃO LIGA/DESLIGA

LÂMPADA MODELADORA
BOTÃO SINCRONIZAÇÃO
DE ALTA VELOCIDADE

62 • Fotografe Melhor no 257


dica t cnica

256 tons de cinza


Por CESAR BARRETO

P
or conta do passado evolutivo do houvesse Eva sugerido um maracujá para
ser humano, foram desenvolvi- Adão. Mas é essa a questão que se impõe
Converter uma das não apenas relações funcio- e que vale para tantas outras cores: como
nais com as cores (que permitem traduzir tais sensações em P&B?
imagem colorida distinguir peras de maçãs ou atra- Não há como traçar diretivas, uma
para impressão vessar ruas em segurança), mas vez que tudo nesse campo é bastante re-
em P&B, seja também toda uma gama de reações emo- lativo. Porém, deve-se levar em conta al-
tivas, que tanto podem ser universais como guns dados de como a percepção huma-
originária de filme próprias de cada cultura. A visão de san- na foi moldada ao longo dos milênios. Um
ou de captura gue, por exemplo, sempre será marcan- primeiro ponto é que o verde veio a ser a
digital, requer te e assim não é de se estranhar que aos cor predominante no sistema visual do
tons de vermelho esteja associada uma homem, característica dividida com ou-
um arquivo carga emocional mais intensa. Essas co- tros primatas. A sensibilidade maior nes-
com o máximo res ditas quentes também estão relacio- sa parte do espectro faz o homem ver
nadas a padrões sexuais, tanto na espécie massas de vegetação como deleites vi-
de informação humana quanto em animais. É até provável suais e a riqueza de tons dessa natureza
possível. Confira que a história da humanidade fosse outra sempre foi um problema sério no que to-

64 • Fotografe Melhor no 257


cesar arreto

ca à reprodução em filmes e papéis fotográfi- fundidade e certa tranquilidade visual. As câ- Acima, uma
cos, em que os tons de verde surgem da com- meras digitais são bastante sensíveis nes- panorâmica
posição de corantes ciano e amarelo, com li- sa parte do espectro – talvez por isso senso- realizada com
negativo colorido
mite claro do gamut, ou seja, a gama ou paleta res filtrados para o azul estão presentes em e convertido para
de cores que uma determinada tecnologia ou número reduzido, como também entram em P&B por meio de
processo é capaz de reproduzir. desvantagem nos softwares de edição de ima- múltiplas camadas
gem. Assim, é preciso tomar cuidado especial no Photoshop
SISTEMA RGB no trato dessas cores, pois céu e mar são im-
No reino da fotografia digital, a situação é portantes elementos na fotografia de nature-
justamente inversa. Não apenas tem-se o ver- za, mas remetem a sensações diferentes e
de presente como ele é o esteio do sistema demandam atenção localizada.
RGB utilizado em sensores e softwares. Des- Tons quentes, de amarelo a vermelho,
sa forma, não raro há em monitores uma es- talvez sejam os mais difíceis de traduzir em
cala de tons até mais vibrante do que na pró- P&B, uma vez que disparam nos sentidos
pria natureza. Mas dificilmente sua tradução cargas de informação que não se relacionam
em P&B irá trazer o mesmo impacto visual. O diretamente a sua luminosidade. O fato é que
universo verde pode ser extremamente foto- muitas cores da natureza, mesmo parecen-
gênico, mas o ideal é extrair dele formas, tex- do vivas e saturadas, podem ser traduzidas
turas, linhas de composição e também utilizar em tons de cinza muito claros e totalmen-
sabiamente os recursos de foco e perspectiva te descasados de uma representação natu-
para enriquecer as imagens. ral. Em capturas com filmes em P&B sem-
No extremo do espectro, dos tons de azul, pre se usa filtros para ter controle pontual
violeta e UV, encontra-se situação bem dife- sobre essas cores, mas no mundo digital vo-
rente. Essas são consideradas cores recessi- cê tem que trabalhar corretamente com os
vas, em que o foco se forma em plano poste- canais de RGB caso pretenda ter cinzas com
rior da retina, o que induz sensações de pro- densidades adequadas.

Fevereiro 2018 • 65
dica t cnica

POUCOS TONS DE CINZA

VERDE ORIGINAL

Os tons de verde DUAS ORIGENS, MESMA SAÍDA

Fotos: cesar arreto


são ricos aos olhos
Por mais que na tela as imagens a par-
humano e nas imagens
digitais, mas podem tir de filmes possam se assemelhar com
decepcionar quando às digitais, as origens diversas sugerem
convertidos em P&B abordagens próprias. Como filmes tra- TONS CINZA ADEQUADOS
zem uma paleta de cores mais reduzida,
composta apenas por corantes subtrati- Negativos, que foram projetados para
vos CMY (ciano, magenta e yellow), dificil- serem ampliados em papéis com curvas de
mente produzem cores ou contrastes pro- contraste bem mais elevadas, apresentam
blemáticos em sua tradução. problema inverso, sendo necessário ex-
pandir tons em diferentes áreas, de forma
a ter escalas de cinza que tragam o devi-
Especialista em impressão P&B do impacto visual. Por sua vez, as imagens
Cesar Barreto é carioca e há digitais tendem a produzir cores saturadas
quarenta anos atua como fotógrafo e que ficam atraentes na tela, mas que po-
profissional. É autor de ensaios, dem não “caber” no estreito intervalo de
printer em P&B e instrutor diletante. cinzas disponível. Ao trabalhar em forma-
Em seu trabalho pessoal, dedica-se
prioritariamente à fotografia analógica tos RAW ou TIFF em 16 bits há mais chan-
em grande formato, abordando motivos ces de evitar achatamentos de tons graves,
da natureza, still life e o perfil urbano da mas isso não garante que sejam passíveis
cidade do Rio de Janeiro (tema de seu
livro Rio Pictoresco, de 2013).
de impressão.
Produziu impressões e No artigo da edição 255, sobre digita-
tratamento de imagem para livros e lização de filmes, tratei das dificuldades
exposições de Marcos Prado, Tiago de se obter bom equilíbrio de cores a par-
Santana, Pierre Verger, Evandro
Teixeira, Pedro Vasquez, entre outros. tir de negativos, mas, se o destino final de
E suas obras foram incorporadas às um scan é se tornar P&B, a questão muda
Marcelo correa

coleções da Biblioteca Nacional, MAR por completo. E o que se deve buscar é um


(Museu de Arte do Rio), MASP/Pirelli,
Joaquim Paiva e Museu Nacional de
arquivo saudável e com o máximo de infor-
Belas-Artes. mação possível para fazer frente ao traba-
lho posterior.

66 • Fotografe Melhor no 257


CANAL DE VERMELHO CANAL DE VERDE
O vermelho não tem informação de amarelo; o verde está sem saturação de vermelho

COLORIDO ORIGINAL
A fotografia digital captura cores
com saturação elevada, além até do
que possível imprimir em papel

Fique ligado: a pior solução a ser


tentada é a mais cômoda, ou seja, fa-
zer a conversão na etapa de digitali-
zação. Softwares de scanners não fo-
ram feitos para isso e o que eles ofe-
recem raramente será uma boa ima-
gem em P&B, e sim uma foto “sem
cor”. Na realidade, às vezes pode ser
até interessante fazer uma primeira CANAL DE AZUL SATURAÇÃO ZERO
leitura de cores bem errônea, mas O azul perde informações de verde, amarelo e vermelho; a zero, o P&B fica pobre
sabendo que ela vai render bem den-
tro de uma escala de cinzas.
A inevitável granulação é uma
questão correlata que ficará atrela-
da aos movimentos de aumentar con-
traste global e seletivamente. No en-
tanto, ela pode e deve variar bastante
entre diferentes áreas da imagem. Es-
tá claro que isso também dependerá
muito do filme utilizado, seu formato,
tamanho da ampliação etc, mas é al-
go que não deve ser esquecido.

ARMADILHAS COLORIDAS
Para usuários da Adobe, pode pa-
recer perda de tempo ler sobre pro- P&B NO LIGHTROOM P&B NO PHOTOSHOP

cessos de conversão de cor para A conversão para P&B no Photoshop oferece mais ferramentas que no Ligthroom
P&B, pois hoje são oferecidas ferra-
mentas eficazes e quase intuitivas, texto se tais recursos satisfizessem ções sugerem melhor compreensão
em que basta empurrar setas de um demandas mais críticas e que vão dos canais e de suas quase infinitas
lado para o outro e assim controlar além do uso em internet. interações. O Photoshop não é o úni-
de 6 a 8 cores individualmente. Óbvio Um olhar mais atento pode reve- co software da praça, mas continua
é, contudo, que nem começaria esse lar uma série de questões, e as solu- sendo um aliado de primeira para tal.

Fevereiro 2018 • 67
dica t cnica

Fotos: cesar arreto


Aqui, o azul do céu e o verde grama está executando uma seleção quelas em outras áreas que esca-
da mata mereceram especial e interação das informações contidas pam à atenção.
atenção na hora da conversão em cada canal. Nesse sentido, vale Numa região próxima ao sol,
da imagem original para o P&B
sempre a pena visualizar o que mos- tem-se canais de R (red, vermelho)
tra cada um e também conferir no e G (green, verde) praticamente sem
Ao saber de antemão que to- conta-gotas quais valores estão de fa- informação, e o normal seria recu-
das as cores presentes numa ima- to presentes em cada região, seja no perar detalhes escurecendo o canal
gem digital devem ser resultado de arquivo ainda em RGB, seja no resul- de B (blue, azul). Mas, se você fizer
uma composição de três imagens tado da conversão. isso, fatalmente vai também escure-
em P&B, que representam os ca- cer todos os tons de pele, vegetação
nais de RGB, faz-se claro perceber TOME CUIDADO etc. Ou seja, pode ser difícil encon-
que quanto maior a saturação de de- Há de se notar que a observação trar um ajuste local que seja igual-
terminada cor, ou seja, quanto maior das cores pode muitas vezes ser en- mente eficaz num plano global. No
seu grau de pureza, mais essa infor- ganosa. Não raro, por exemplo, exis- Photoshop, a solução se dá com al-
mação estará concentrada num úni- tem cenas em que o céu pode trazer guma facilidade utilizando camadas
co canal. Os espaços de cor em que tons de azul quase violeta nas áre- de ajuste e máscaras. Mas esse re-
você salva os arquivos também po- as mais escuras, chegando a cianos curso pode ser mais limitado em
dem ter influência sobre a transcri- bem delicados nas altas luzes. Ha- outras aplicações.
ção em P&B, uma vez que codificam vendo sol, mais complicado será es- Outro problema comum de ser
saturação e luminosidade de cada se degradê, e à medida que as setas encontrado é o efeito colateral de
cor de formas distintas. do programa são movidas, tentando aberrações cromáticas, que normal-
Quando se usa ferramentas de aumentar o contraste visual, é possí- mente são bem separadas pelos ca-
conversão para P&B, no fundo o pro- vel criar passagens ruidosas ou se- nais nas bordas de maior contraste.

68 • Fotografe Melhor no 257


Escurecer o céu é tarefa rotineira
na conversão para P&B e os
controles do Camera Raw (acima,
à esq.) são eficientes para isso

E só vai se agravar quando somado


a filtros de sharpenning (nitidez). Tais
efeitos serão perceptíveis em am-
pliações maiores, e uma vez criados
é difícil de serem corrigidos.
Pessoalmente, me acomodei a
usar ferramentas clássicas do Pho-
toshop, tanto no trato de negativos
quanto no trato de imagens digitais.
Em camadas sucessivas é possível Ao escurecer o céu, detalhes nas bordas de maior contraste (acima) podem
extrair o que há de positivo em cada apresentar problemas somados a aberrações cromáticas e sharpenning
canal, corrigir problemas localizados,
expandir ou contrair escalas com cur-
vas específicas e também preparar o
arquivo de forma ideal para cada tipo
de impressão. Hoje, o Lightroom tam-
bém oferece um bom conjunto de re-
cursos, mas com certeza demanda
mais do que um ajuste apressado até
que sejam dominados com perfeição.
O tratamento de imagens em P&B
visando a diferentes saídas, sejam im-
pressas ou luminosas, é assunto que
se estende mais um tanto. No próxi-
mo artigo, mostrarei algumas estra-
tégias que costumo adotar e como li-
do com os limites e potenciais de dife-
rentes mídias. Como há de se consta-
tar, luz, tinta e prata são coisas muito,
muito distintas. Na última versão, o céu foi escurecido por meio de curvas para evitar problemas

Fevereiro 2018 • 69
LIÇÃO DE CASA
temas ilustrados pelo leitor

Luís André Sampaio


Inspirado no mestre Robert
Frank, Luís André Sampaio, de
Rio Grande (RS), fez esta foto na
estação de trem de Delhi, Índia

INSPIRE-SE NA OBRA DE

grandes
mestres
Clicar tendo um grande mestre da fotografia
como referência é muito instrutivo e lúdico.
Pode ser um excelente caminho para encontrar
e desenvolver o próprio estilo. Saiba mais
Wander Rocha

POR LAURENT GUERINAUD

E
m todas as disciplinas da novas que surge a criação artística. ce: o fotógrafo, ao contrário do pintor,
arte, pesquisar e obser- A maior dificuldade é encontrar o precisa trabalhar com “a realidade”,
var os trabalhos dos gran- ponto certo para conseguir se ins- embora muita coisa seja possível por
des mestres para se inspi- pirar sem puramente copiar. Até as meio dos softwares de pós-produ-
rar na hora de criar é ab- imagens mais simples exigem uma ção. Assim, na hora de selecionar a
solutamente normal. É na boa organização e preparação. obra que servirá de inspiração, é re-
sutileza dessa aliança entre influ- Copiar uma pintura ou uma foto- comendável optar por temas que vo-
ência das obras existentes e ideias grafia não é tão simples como pare- cê já costuma praticar.

70 • Fotografe Melhor no 25
Por exemplo: para copiar uma natureza numerosos contatos, achar o modelo certo A inspiração de Wander
morta, é bom ter uma boa noção de ilumina- pode requerer uma longa fase de busca. Rocha vem da obra do
ção ou fotografia em estúdio. Da mesma for- É mais fácil também se inspirar em uma mestre Ansel Adams:
em vez de ter Sierra
ma, para usar um retrato ou nu artístico, é obra elaborada com técnicas que você co-
Nevada e o Mount
necessário saber dirigir um modelo. No se- nhece. O uso de um forte desfoque de fundo, Williamson como
gundo caso, ainda é preciso encontrar um uma composição muito estruturada e hie- cenário, ele enquadrou
modelo parecido com a pessoa retratada na rarquizada, um primeiro plano imponente o skyline de Balneário
obra-base. E, a menos que o fotógrafo tenha são alguns exemplos. Camboriú (SC)

Fevereiro 2018 • 71
LIÇÃO DE CASA
temas ilustrados pelo leitor
Lobo Júnior

O leitor Lobo Júnior, de DISTÂNCIA FOCAL tiva depende exclusivamente do ponto de


Araxá (MG), teve duas É preciso igualmente se certificar de que vista (distância entre a câmera e a cena fo-
grandes inspirações haja as “ferramentas” necessárias para a tografada): quanto mais perto da cena foto-
para o retrato da menina
acima: Steve McCurry e
realização da foto, tanto na questão do equi- grafada, maior o efeito da perspectiva.
Sebastião Salgado pamento fotográfico quanto de acessórios. Assim, para conseguir um enquadra-
Não adianta registrar uma paisagem com mento aberto combinado com uma pers-
perspectiva muito marcada se não tiver em pectiva apoiada (forte convergência das li-
mãos uma lente grande angular que permi- nhas de fuga, predominância do primeiro
O fotógrafo Mayer
te trabalhar a curta distância do tema. plano e dos objetos mais próximos), é ne-
George se inspirou
no mestre Patrick A escolha da distância focal certa não é cessário usar uma grande angular para
Demarchelier para este só uma questão de enquadramento, e sim trabalhar a curta distância.
nu de muita elegância de perspectiva, já que o efeito de perspec- Ao contrário, se o objetivo for um en-
quadramento mais fechado no tema, as-
sociado a uma perspectiva mais suave
Mayer George/Shutterstock

(que necessita de uma distância maior


entre a câmera e o tema), uma objetiva
de longa distância focal ou uma teleobje-
tiva se faz necessário.

PARÂMETROS TÉCNICOS
Para poder imitar um estilo, um mí-
nimo de conhecimento técnico é impres-
cindível. Portanto, é necessário entender
bem as noções de abertura de diafragma,
tempo de exposição e sensibilidade ISO,
assim como os efeitos que eles produzem.
Abrir o diafragma (menor valor de f/) per-
mite que o sensor receba mais quantidade
de luz, além de resultar em uma diminui-
ção da profundidade de campo (amplitude
do plano nítido).
Uma pequena profundidade de cam-
po é ideal na hora de se inspirar no traba-

72 • Fotografe Melhor no 25
Luís Rogério Sodré

As paisagens em P&B do mestre Michael Kenna inspiraram o olhar do leitor Luís Rogério Sodré, de Cascavel (PR)

lho de retratistas cujas obras apre- lução para criar um efeito pictural ou meiro necessita de uma leve subex-
sentam um plano de fundo muito imitar o grão de uma foto antiga. posição, enquanto é preciso superex-
apurado: permite destacar o tema Toda foto é um compromisso en- por para o segundo, tomando cuidado
principal posicionado no curto pla- tre abertura, velocidade e sensibilida- para não estourar as altas luzes. Es-
no nítido deixando os demais pla- de em função da iluminação, da expo- se controle de luz na fotografia é mui-
nos desfocados. sição e dos efeitos desejados. A expo- to mais complicado do que na pintura.
Outras técnicas permitem gerir o sição correta é primordial para se con-
desfoque. Assim, segundo o resultado seguir uma reprodução justa de uma INSPIRAÇÃO SEM PLÁGIO
desejado, é possível selecionar o pon- obra. Ela precisa ser ajustada em fun- Personalizadas ou extravagantes,
to de foco na cena (medi-lo em outro ção da densidade e luminosidade do as “cópias” de obras dos grandes mes-
ponto ou usar o foco manual) ou optar tema, do resultado e das especificida- tres são homenagens. Dessa forma, é
por um tempo de exposição suficiente des da imagem de inspiração. diferente do plágio, que tem conotação
para que os movimentos (da câmera Assim, foto inspirada na pintu- negativa. Reproduzir de forma idêntica
ou dos elementos em movimento) se- ra em claro-escuro se faz de manei- uma obra de que você gosta pode ser
jam retratados como rastros. ra diferente se for low-key (atmosfera um excelente incentivo para melhorar
Em função da abertura do dia- de sombra e mistério) ou high-key (on- sua técnica sem prejudicar o autor. Po-
fragma, da velocidade do obturador e de os tons claros predominam). O pri- rém, se houver fins comerciais ou lu-
da iluminação no ambiente, a quanti-
dade de luz que alcança o sensor ain-
Yuriy Zhuravov /Shutterstock

da pode ser insuficiente para uma ex-


posição correta (deixando uma ima-
gem escura, subexposta). Nesse ca-
so, o fotógrafo pode aumentar a sen-
sibilidade ISO. Porém, um valor ISO al-
to pode produzir ruído digital (tipo de
granulação e pontos luminosos desa-
gradáveis) ou igualmente ser uma so-

O mestre Robert Doisneau


é uma referência para o
fotógrafo Yuriy Zhuravov

Fevereiro 2018 • 73
Miguel Melleiro Junior LIÇÃO DE CASA

Aqui a foto foi inspirada na obra


pós-impressionista do pintor
francês Édouard Leon Cortès,
segundo o leitor Miguel Melleiro
Junior, de São Paulo (SP)

crativos, é condenável. Uma alternativa é intervir na ilu- perceptível. E, ao se liberar progres-


Além disso, de um ponto de vis- minação, escolhendo, por exemplo, sivamente da influência do mestre,
ta artístico, essa alternativa é pouco uma luz dura e contrastada onde o o aprendiz poderá desenvolver seu
enriquecedora. É muito mais fecun- autor original optou por uma ilumi- próprio rumo, mesmo voltando a te-
do trazer uma visão pessoal do tra- nação suave; ou simplesmente inver- mas já abordados, só que de maneira
balho do mestre de quem se inspira. ter o lado da luz. Tudo é questão de muito mais pessoal.
E, nesse intuito, existem muitos ca- imaginação e sensibilidade artística.
minhos criativos. Um dos mais ób- Com o passar do tempo, das bus-
vios é alterar ou dar um toque pes- cas baseadas em obras de mestres, Mande sua foto para a
soal ao tema principal. Essa aborda- o estilo próprio do fotógrafo irá se seção Lição de Casa
gem pode igualmente ser aplicada apurando. Foto após foto, a influên-
Caso você tenha uma foto
aos elementos secundários ou à de- cia da obra inspiradora desaparecerá bacana sobre o tema, envie-a para a
coração do ambiente. aos poucos até se tornar quase im- redação da revista pelo e-mail
fotografe@europanet.com.br.
Coloque no assunto “Lição de
Casa”. Cada leitor pode mandar
Natalie Board /Shutterstock

A fotógrafa apenas uma foto. As imagens


Natalie Board enviadas serão avaliadas e poderão
tem Steve ser usadas no artigo de Laurent
McCurry Guerinaud. Apenas as que forem
como uma selecionadas pela redação serão
publicadas. Veja os próximos temas
de suas e a data-limite para enviar a foto:
referências
258 Foto noturna sem tripé;
até 7 de fevereiro de 2018
259 Uso criativo de dominante
colorida; até 8 de março
260 Fotos da cidade à noite;
até 6 de abril de 2018

74 • Fotografe Melhor no 25
RAIO X POR LAURENT GUERINAUD
fotos de leitores comentadas

PAULO ROCK MENDES,


Como participar Barbacena (MG)

O objetivo desta seção é dar


ao leitor informações e dicas que
1 Gostei da foto. O salto
da bailarina foi muito
bem registrado, com um
sirvam para um aprimoramento enquadramento perfeito, onde
do ato de fotografar. Ela é aber- aparecem o palco embaixo e as
ta a qualquer tipo de fotógrafo: três lâmpadas em cima. O único
amador, expert ou profissional. porém é que a bailarina está
Antes de enviar suas fotos para virada para trás: a foto ficaria
análise, você precisa ler e aceitar perfeita se o rosto dela estivesse
as regras a seguir: virado para o lado da câmera.
• É importante ressaltar que um Equipamento: Nikon D5200 com
comentário é necessariamente objetiva Nikkor 18-140 mm
subjetivo. Não é um julgamento, Exposição: f 3.5, 1 125s
mas apenas uma apreciação pes- e ISO 2.000
soal que, portanto, pode ser con-
testada e criticada. Já que o obje-
tivo de uma foto é agradar ao ob-
servador, qualquer crítica, mesmo
que formulada por uma só pes-
soa, aponta um elemento que po-
de ser melhorado ou ao menos
discutido. Assim, a crítica é sem-
pre de caráter construtivo.
• Quem envia as fotos para aná-
lise com a finalidade de comentá-
rios e dicas para melhorar a téc-
nica o faz sabendo disso. 1
• A publicação das fotos envia-
das não é garantida. As imagens
publicadas serão escolhidas pe- 2 REGINALDO ROSA,
lo mérito do comentário que per- Belo Horizonte (MG)
mitirem, não por sua qualidade.
Apenas uma foto de cada leitor
será comentada. 2 O retrato é bem-feito,
a composição é boa e
a iluminação agradável,
• Alguns comentários poderão
até parecer duros, porque o que principalmente a contraluz,
vai ser avaliado é a qualidade téc- que valoriza o cabelo no fundo
nica da imagem (enquadramento, preto. O principal comentário
composição, foco, exposição...), é relativo ao braço, cuja
sem levar em conta o aspecto posição não parece natural,
afetivo que pode ter para o au- além das manchas de luz
tor que registrou uma pessoa, um próximo ao cotovelo da modelo.
momento ou uma cena importan- A mecha de cabelo que
te e emocionante da sua vida. circunda o olho direito dela
Como enviar também incomoda um pouco.
Envie até três imagens em Equipamento: Nikon D3000
formato JPEG e em arquivo de com objetiva Nikkor 18-55 mm
até 3 MB cada um para o e-mail: e dois flashes oungnuo 565 EX
fotografe@europanet.com.br. II com sombrinha translúcida e
Escreva “Raio X” no assunto e in- flash de recorte Nikon SB-800
forme nome completo, cidade Exposição: f 5.6, 1 100s
onde mora e os dados da foto e ISO 100
(câmera, objetiva, abertura, ve-
locidade, ISO, filme, se for o ca-
so, e a ideia que quis transmitir).
É importante que os dados pedi-
dos sejam informados para aju-
dar na avaliação das fotos e na
elaboração dos textos que as
acompanham.

76 • Fotografe Melhor no 257


EDUARDO ALEXSANDER LUIZ CARLOS DIAS, ARI PEIXOTO,
COUTINHO, ARGUELO, Natal (RN) Rio de Janeiro
Niterói (RJ) Aquidauana (MS)

3 Tecnicamente, a foto
está bem-feita, e a 4 A foto é boa, o corte está
correto (aproveitando
5 Tecnicamente, a foto
é boa. A composição
também é agradável,
6 A cena é interessante por se
tratar de algo diferente do que
costumamos ver no Brasil. Porém,
composição, correta. Mas bem o reflexo), a porém, a minha o corte bem no limite da roda
falta o elemento humano iluminação é apropriada e recomendação seria da primeira moto (lado direito)
para dar mais vida à cena. você fez certo ao esperar por um enquadramento incomoda bastante porque fecha
Ele poderia estar na rede, as nuvens entrarem no vertical, do tipo retrato, o movimento ainda mais que há
sentado na cadeira à direita cenário. Contudo, a foto mais fechado, conforme um espaço maior atrás da última
ou debruçado numa das ficou muito clássica e sugerido no corte. Isso moto. Para evitar o inc modo e
janelas. Isso faria uma bastante estática: que tal destacaria a abelha e acompanhar melhor o movimento,
diferença enorme e a foto do inverter o corte entre a eliminaria o excesso de bastava girar levemente a câmera
chalé no campo teria mais igreja e o reflexo para mais espaço nas laterais. para o lado direito, cortando no
força, remetendo a uma originalidade Você poderia Equipamento: Canon limite da roda traseira da moto
mensagem de descanso ainda optar por um formato EOS 70D com objetiva da esquerda e deixando o espaço
ou de ócio. Do jeito que retrato, que permitiria Canon 18-135 mm maior do outro lado.
está, parece um registro de incluir o ambiente nas Exposição: f 19, 1 400s Equipamento: Canon EOS 6D com
arquitetura, frio e sem vida. laterais da igreja. e ISO 400 objetiva Canon 24-105 mm
Equipamento: Nikon D7000 Equipamento: Nikon Exposição: f 5, 1 160s e ISO 100
com objetiva Nikkor D7100 com objetiva
18-105 mm Nikkor 18-105 mm
Exposição: f 4, 1 3s
e ISO 100
Exposição: f 8, 1 160s
e ISO 100
4

Fevereiro 2018 • 77
RAIO X
FERNANDO CHAVES, CESAR FERRARO, THOBIAS ALMEIDA, RAFAEL L. COSTA,
Brasília (DF) Rio de Janeiro (RJ) Betim (MG) Parnaíba (PI)

7 O grande espaço de grama


no primeiro plano incomoda,
ainda mais que cortou os
8 Comedouros proporcionam
boas oportunidades para
fotografar pássaros. O fotógrafo
9 A composição é boa
e rendeu uma foto
agradável, que não
10 á muitos elementos
na composição. Você
parece não ter se decidido
balões em cima. avia margem tem tempo para escolher o levantou grandes críticas. qual seria o destaque no
para apontar a câmera mais melhor ponto de vista em função O único ponto de melhoria enquadramento. O barco
para cima. A foto não rende da luz, do fundo etc., e tem muitas seria a eliminação do ponto no primeiro plano, os
uma sensação de grande chances de repetir os cliques até verde (folhas ) no primeiro meninos jogando bola
multidão. Para que o tamanho obter a imagem desejada. Aqui, a plano, no meio do quadro, atrás do barco, os enormes
da multidão parecesse maior, iluminação está correta, porém, que constitui um elemento cata-ventos de energia
seria preciso cortar antes a forma quadrada clara no fundo perturbador. Dá para eólica ao fundo, o outro
do final (à direita), deixando desvia a atenção. O pássaro está eliminá-lo na pós-produção barco mais à esquerda...
o observador imaginar a de costas e, sobretudo, totalmente em computador. m Enfim, a foto não ficou bem
continuidade fora do quadro. centralizado, o que gera uma elemento a mais, pessoa resolvida. A cena que parecia
Se o tamanho da cena o imagem muito estática, sem ou animal, valorizaria mais interessante é a dos
permitisse, o ideal seria se dinamismo. E a velocidade estava bem a cena. meninos jogando bola com
posicionar mais à direita para muito baixa para a distância focal Equipamento: Nikon cata-ventos que poderiam
pegar a perspectiva. Outra de 300 mm que você informou D7100 com objetiva parecer enormes traves de
solução seria fechar mais o ter usado. Veja o corte que foi Tamron 24-70 mm um gol ao fundo. preciso
enquadramento, dando zoom sugerido para deixar a imagem Exposição: f 4.5 1 80s rodar em torno da cena,
ou se aproximando mais. mais agradável. e ISO 320 pensar as alternativas e
Equipamento: Nikon D810 com Equipamento: Nikon D300 com então disparar privilegiando
objetiva Sigma 150-600 mm objetiva Nikkor um tema forte.
Exposição: f 6.3, 1 250s 55-300 mm Equipamento: Nikon D3200
e ISO 400 Exposição: 1 20s, f 5,6 com objetiva Nikkor
e ISO 100 18-55 mm
Exposição: f 11, 1 400s
e ISO 400
7
8

10
9

78 • Fotografe Melhor no 257


SERGIO CUNHA, DANILO DUVILIERZ, LUIS EUSTÁQUIO COELHO, JORGE LUIZ ZOVARO,
Rio de Janeiro (RJ) Mogi das Cruzes (SP) São Paulo (SP) Caieiras (SP)

11 O ângulo escolhido
esmaga e achata o
lagarto: o resultado ficaria
12 O alto nível de ruído
digital e o uso de
um filtro close up passam
13 A sobreposição da cidade
e do avião é interessante.
Porém, aqui o avião ficou
14 A cena é bastante
simples, o que deixava
duas alternativas: registrá-la
melhor se você tivesse uma sensação de falta de centralizado, o que prejudica o de maneira clássica, acertando
se abaixado ao nível do nitidez que, combinados dinamismo da imagem. Você os mínimos detalhes, ou
chão. Além disso, a parte com as cores pastel e o real poderia ter virado a câmera para procurar um ângulo, um ponto
visível da cabeça está desfoque no fundo, gera uma algum lado a fim de posicionar o de vista, um enquadramento
escura. m disparo de foto muito estética, quase tema no terço esquerdo ou direito original para se destacar.
flash poderia resolver o abstrata e onírica. Talvez do quadro. Além disso, o céu Aqui, você optou por uma
problema, preenchendo as você poderia ter posicionado vazio, sem detalhes, ocupa um foto clássica, com bom
sombras. á ainda muito o caramujo um pouco mais espaço demasiado: o ideal seria posicionamento da estátua
espaço na parte direita do para cima e à direita para apontar a câmera mais para baixo, no terço do quadro. Porém,
quadro. m corte vertical explorar melhor a harmonia deixando no máximo um terço do a sobreposição da torre com
melhoraria um pouco a da cena. quadro para o céu. Enfim, seria a mão do Cristo incomoda.
composição. Equipamento: Canon EOS interessante repetir a foto em Acredito que outro ponto
Equipamento: Nikon 50D com objetiva Canon outras condições de luz (p r do sol, de vista teria permitido
D5100 com objetiva 18-55 mm e filtro close up céu nublado carregado etc.) para esconder a torre totalmente
Nikkor 18-105 mm Exposição: f 5.6, 1 800s dar mais impacto. E, apesar de um atrás da estátua.
Exposição: f 5.6, 1 1.000s e ISO 3.200 ISO relativamente baixo, nota-se Equipamento: Canon
e ISO 100 bastante ruído digital no céu. EOS 6D com objetiva
Equipamento: Canon EOS Rebel Canon 24-105 mm
XSI com objetiva Canon 18-135 mm Exposição: f 4.5 1 25s
Exposição: f 22, 1 500s e ISO 400 e ISO 400

11 12

13 14

Fevereiro 2018 • 79
RAIO X
ERIKSON PIMENTA, MATEUS SOUZA JOSÉ EDUARDO LETICIA FRANÇA,
Rio de Janeiro (RJ) SILVA, CANDEIAS, Mogi das Cruzes (SP)
Uberlândia (MG) Botucatu (SP)
15 A foto é interessante.
sempre proveitoso
brincar com a iluminação, 16 extremamente difícil
conseguir uma boa 17 A cena ficou muito
sobrecarregada.
18 Vendo a extrema
centralização do sol e da
linha de horizonte, acentuada
como você fez. O único foto incluindo somente O poste no primeiro pelo formato retrato, assim
ponto que incomoda o nuvens. A imagem precisa plano perturba a leitura como a ausência de outros
observador é o “objeto ser muito bem pensada e da imagem, ainda mais elementos de leitura, imagino
desfocado” que o construída como uma foto que um dos pontos de que seu objetivo fosse realizar
autorretratado segura meio abstrata, organizando interesse (o homem) está uma foto muito estática,
nas mãos. Entendo que todos os elementos, igualmente centralizado, ressaltando a tranquilidade.
se trata da sua câmera e tonalidades e formas da no mesmo eixo. A escolha Todavia, esteticamente, não foi
que não havia alternativa. maneira mais harmoniosa do ponto de foco, nas a melhor solução: o observador
Porém, para uma imagem possível. Nesse intuito, é folhagens do primeiro não encontra ponto de interesse
perfeita, precisaria preciso identificar pontos de plano, também não facilita que capte o olhar dele e a falta
aparecer algum objeto um destaque (formas originais, a leitura, deixando os de dinamismo não convida
pouco mais reconhecível, zonas claras etc.) e elementos de destaque (as a percorrer a foto. As ilhas
em adequação com a posicioná-los de forma mais duas pessoas) desfocados. podiam constituir pontos de
cena fotografada, já que o atraente. Aqui, o observador preciso pensar com destaque interessantes, porém,
tema é diferenciado (luz, não encontra ponto de cuidado no ponto de foco precisavam ser mais valorizadas
capacete...). destaque ou elementos e “limpar” a composição pelo seu posicionamento, em
Equipamento: Nikon de leitura que captem seu antes de disparar. contraponto com o sol, por
D5200 com objetiva olhar. Equipamento: Nikon exemplo. ma composição no
Nikkor 50 mm Equipamento: Nikon D7000 com objetiva formato paisagem, respeitando
Exposição: f 1.8, 1 30s e Coolpix P330 com objetiva Nikkor 18-105 mm a regra dos terços, parecia ser a
ISO 5.000 equivalente a 24-120 mm Exposição: f 9, 1 320s e mais indicada para a cena.
Exposição: f 3.1 10s ISO 100 Equipamento: Nikon D5100 com
e ISO 200 objetiva Nikkor 18-55 mm
Exposição: f 11, 1 200s
e ISO 160
15 16

18

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80 • Fotografe Melhor n 257
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O uso de luzes e
fumaça pode criar
efeitos de impacto em
filmagens variadas

COMO CRIAR EFEITOS


PRÁTICOS, RÁPIDOS E EFICIENTES
Com criatividade, é possível expandir as opções de filmagem com truques
ou ferramentas fáceis de implementar. E sem gastar muito com isso
POR GUILHERME MOTA

À
s vezes, uma ideia sim- luz, de posicionamento de câmera, dades, mas sempre dá para criar e
ples pode mudar tudo de cor, de efeitos sonoros... Até as sair do lugar-comum com truques
numa filmagem. Melhor grandes produções se valem desses fáceis de serem implementados. E
ainda quando é basea- efeitos – tanto pela economia quan- é muito melhor filmar já pensan-
da em soluções simples que cabem to pela qualidade do resultado. do no efeito desejado do que ten-
no orçamento de qualquer produ- Um bokeh diferente, uma to- tar improvisá-lo na pós-produção.
ção: casamentos e eventos sociais, mada com um flare intencional, Nem sempre fica bom.
documentários, filmes institucio- uma imagem difusa ou um efei-
nais e, claro, os mais diversos tipos to sonoro para criar suspense são FILTROS CASEIROS
de ficção. É exatamente isso que algumas alternativas que o film- Ter à mão um jogo de filtros é
pode ser atingido quando se explo- maker tem para valorizar um take sempre uma vantagem, mas nem
ra o potencial de filtros, de algumas que poderia não ter nada demais. sempre é um investimento bara-
gambiarras que causam efeito de Cada produção tem suas peculiari- to. A boa notícia é que criar os pró-

82 • Fotografe Melhor no 257


Acima, o frame de um take filmado
com uma lente que teve parte do
filtro UV untado com vaselina,
truque simples de ser feito (ao lado)

prios filtros é mais fácil do que pa-


rece, usando materiais do dia a dia.
Uma simples meia-calça feminina,
por exemplo, pode deixar a imagem
mais embaçada e difusa, com um
visual típico de sonhos ou flashba-
cks. Basta esticar a meia à frente da
lente e quanto mais abertos forem
os furos (ou mais esticada estiver a
meia) mais suave será o efeito.
Outro truque, muito usado na
fotografia no passado, é passar
uma fina camada de vaselina sobre
o filtro UV à frente da lente (jamais
passe diretamente nela). Passe la-
teralmente ou comece pelas bor-
das e vá ampliando a área, vendo
como o efeito se comporta. Mais

Fotos: Divulgação
uma dica: fita adesiva. Fácil, rápi-
do e cria uma interessante difra-
ção de luz na imagem. Basta co-
lar um pedaço de fita transparente
(durex) no filtro UV diante da len- Meia-calça feminina (à esq.) ou linha de pesca à frente da lente gera efeitos interessantes
te e direcionar um facho de luz pa-
ra ela, sem ser de frente, mais pe- quando colocado parcialmente sobre iluminar a lente lateralmente com
la lateral. A ideia é forçar um flare, a lente. Na falta de gel, vale improvi- uma lanterna. E, para criar um efei-
porém, passando pela fita. Isso po- sar com papel celofane. E, no caso de to de pôr do sol, o macete é ilumi-
de ser feito com uma lanterna, mas se um bokeh diferente, basta recortar nar a lente lateralmente com um
dosando a quantidade de luz para o formato desejado num papel-car- spot de luz com uma temperatu-
não criar efeito em excesso. tão e colocar à frente da lente. As lu- ra de cor mais quente, próximo ao
zes desfocadas vão ficar no formato tungstênio (3200K).
BOKEH DIFERENTE do furo que você recortou.
O uso de um conjunto de gel colo- Também muito simples é o ma- FUMAÇA
rido próprio para filmagem pode dar cete de passar uma linha de pesca à Uma máquina de fazer fumaça
outra atmosfera à produção, pois ele frente da lente. O resultado será pa- custa menos de R$ 200 e o aluguel
altera as cores, deixa a luz difusa e in- recido com o visual gerado por len- do equipamento sai ainda mais ba-
terfere no bokeh (desfoque forte no tes anamórficas nos reflexos de luz. rato (abaixo dos R$100). O investi-
fundo formando manchas coloridas) Para ampliar os resultados, tente mento que se paga facilmente e vo-

Fevereiro 2018 • 83
FILMMAKER / Consultoria Profissional

Shutterstock
Numa produção como
essa, sobre zumbis, a
fumaça cria um clima
de terror e suspense

cê tem uma ferramenta a mais para tes a pegar fogo; reforçar a luz de dor, e o processo de busca pela cor
criar cenas com mais impacto. uma lanterna, mostrando o facho; ideal pode ser uma tarefa compli-
Bem usado, o efeito da fuma- e, claro, criar um clima de suspen- cada se você não está habituado.
ça pode criar um ambiente oníri- se e horror, provavelmente a apli- Um jeito de acelerar a tarefa é apli-
co e especial; simular cenas de frio cação mais usada do efeito. cando LUTs às sequências.
intenso; dar um ambiente de fic- “LUT” é sigla para “Look Up Ta-
ção científica; remeter ao passado LUTS ble”, ferramenta muito utilizada no
em flashbacks; gerar uma luz difu- A forma como as cores são cinema e em produções de maior
sa, romântica e agradável; simu- apresentadas em um filme vão in- orçamento para criar uma referên-
lar equipamentos pifados ou pres- fluenciar diretamente o especta- cia inicial de cores (para uma cena
ou o filme como um todo). São ge-
ralmente aplicados como forma de
“prever” (ainda no set, por exem-
plo) o resultado final de uma gra-
vação ou são criados como uma re-
ferência para ser usada pela colori-
metria somente na pós-produção.
Na prática, são arquivos com in-
formações de cores que podem ser
aplicados diretamente sobre o ví-
deo para criar um look diferenciado
de imediato, e estão disponíveis nos
principais programas de edição e
O uso de LUTs na edição de cores do filme é prático e pode gerar efeitos variados
tratamento, como Adobe Première,
Da Vinci e Final Cut. Também é pos-
sível baixar LUTs (gratuitamente ou
comprados) em diversos sites, co-
mo o da Vision Color (www.vision-
color.com) e o da Small HD (www.
smallhd.com).

PERSPECTIVA FORÇADA
O filme O Senhor dos Anéis (2001)
é uma superprodução que custou
cerca de US$ 93 milhões. Mas o di-

84 • Fotografe Melhor no 257


As diferenças de altura entre
personagem do filme O Senhor
do Anéis foram obra da técnica
de perspectiva forçada

retor Peter Jackson economizou ao to tempo, especialmente em sequ- BANCOS DE IMAGENS


menos em algumas cenas. Isso por- ências que precisam ter uma “esca- Muita gente não sabe, mas a ce-
que ele utilizou em várias tomadas lada” de intensidade, como cenas na final do clássico Blade Runner
um dos efeitos mais simples do cine- horror ou ação. O efeito deixa o es- (1982) foi filmado por ninguém me-
ma: a perspectiva forçada. pectador à espera de um ápice que nos que... Stanley Kubrick. Isso por-
Se um filme inclui gigantes, nunca chega (ou que termina num que o diretor Ridley Scott pediu a
anões ou qualquer outra coisa em susto, por exemplo). ajuda a seu colega de profissão, já
escala fora do normal, esse pode Para usar o efeito, basta criar três que precisava de material interes-
ser o jeito mais barato de criar inte- tons diferentes, separados por ape- sante o suficiente para fechar o fil-
ração entre as personagens de uma nas uma oitava. Enquanto o volu- me. Recebeu parte do material uti-
forma realista. Basta usar o posicio- me do tom mais alto decresce com lizado em um sucesso da época,
namento de câmera para manter os o tempo, o do meio permanece es- O IIuminado (1980), de Kubkick –
atores a distâncias diferentes, mas tável e o mais baixo aumenta grada- são as mesmas imagens que apare-
apenas aparentemente no mesmo tivamente. A seguir, coloque o tre- cem na abertura do filme.
alinhamento. E, para conseguir o cho em looping e terá o efeito de um Esse é um caso curioso, mas que
efeito por completo, o set também som que nunca acaba. ilustra um recurso que pode e de-
pode ser adaptado, o que vai variar Exemplos recentes podem ser ve ser explorado: os bancos de ima-
de acordo com a história e o orça- vistos nas obras do diretor anglo-- gens. Com eles é possível colocar
mento disponível. americano Christopher Nolan, um imagens de Nova York, Paris ou Tó-
dos aficionados pelo recurso, pre- quio, por exemplo, em qualquer fil-
TOM DE SHEPPARD sente em Dunkirk (2017), Interes- me a um custo infinitamente infe-
Criar suspense e tensão por telar (2014) e Batman: O Cavalei- rior do que o de enviar alguém lá pa-
meio do áudio é um recurso que ro das Trevas (2012). Neste último, ra filmar (ou contratar remotamen-
faz a diferença. Você pode nunca ter o tom foi adotado intencionalmen- te). Os bancos têm também uma in-
ouvido falar do “tom de Sheppard”, te no design de som da motocicle- finidade de cenas de locações e situ-
mas com certeza já sentiu seu efei- ta do herói, e pode ser facilmente ações como parques, crianças brin-
to. Em Hollywood é utilizado mui- conferido durante o filme. cando, entre outras, que podem aju-
dar a completar uma produção.
Hoje em dia há planos de paga-
mento por essas imagens bastante
acessíveis, além de diversos bancos
gratuitos (porém, bem mais limita-
dos) que podem ser explorados pe-
lo filmmaker. O segredo é vasculhar
os bancos e saber desde a pré-pro-
dução que tipo de imagem eles po-
dem lhe oferecer e, se for o caso, in-
Imagens: Divulgação

cluir no orçamento.

Em Batman: O Cavaleiro
das Trevas, o som da moto
do herói foi planejado para
criar um efeito de tensão

Fevereiro 2018 • 85
FIQUE POR DENTRO
exposições, concursos e cursos

Fotos: Flávio Damm


BA
A maioria das imagens captadas por Flávio Damm em Salvador (BA) em 1966 permaneceu inédita até surgir a exposição

Salvador recebe a inédita exposição


Mulher-Dama, de Flávio Damm
A
prostituição sempre foi um grande tabu na de Salvador, mostrando a vivência no local, o jeito
sociedade brasileira. Famoso por abrigar de se vestirem e a amizade com outras residen-
diversas prostitutas e inúmeras histórias, tes. Além do bordel Meia-Três, que encerrou su-
o bordel Meia-Três, que funcionava no bairro do as atividades na década de 1970, o fotógrafo re-
Pelourinho e era um dos maiores centros de pros- tratou as ruas do bairro Maciel, atualmente o Pe-
tituição em Salvador, se tornou cenário de um en- lourinho, revelando a vida social e cultural na-
saio do fotógrafo Flávio Damm na década de 1960. quele pedaço de Salvador.
As fotos, que seriam parte de
um livro que Flávio publicaria ao
lado do escritor e amigo Jorge
Amado (1912-2001), foram cen-
suradas durante a ditadura militar
e hoje, quase 50 anos depois, se
transformaram na inédita exposi-
ção Mulher-Dama, no Museu Na-
cional da Cultura Afro-Brasileira
da capital baiana.
A mostra, que reúne 42 fo-
tografias realizadas entre janei-
ro e fevereiro de 1966 e outras 52
em projeção, selecionadas entre
mais de 200 imagens, apresenta
o dia a dia dessas mulheres que
atuavam no mais famoso bordel

:: Data: até 10 de março de 2018


:: Local: Museu Nacional da Cultura
Afro-Brasileira (Muncab) – Rua do
Tesouro, s/n – Centro, Salvador
:: Informações: (71) 3022-6722 A documentação do cotidiano de prostitutas era para gerar um livro

88 • Fotografe Melhor no 25
Rio Utópico
O Rio de Janeiro sempre foi
um dos destinos turísticos
mais fotografados do Brasil,
selecionadas porque seus no-
mes sugerem alguma situação
utópica ou ideal, fotografadas
tornando-se a cara do País pa- por jovens moradores de comu-
ra o exterior. Porém, boa par- nidades, orientados a registrar e
te dessas belas imagens trata pesquisar o lugar em que vivem.
apenas de 10% do verdadeiro Além disso, qualquer visitante
território da cidade. pode contribuir com fotos des-
Em Rio Utópico, a artista Ro- ses lugares. Elas serão acres-
sângela Rennó reúne fotogra- centadas às paredes enquanto

Lucas Ururahy
fias de mais de 50 localidades, a mostra estiver em cartaz.

:: Data: até 15 de abril de 2018


:: Local: Instituto Moreira Salles – Rua Marquês
RJ de São Vicente, 476 – Gávea, Rio de Janeiro
:: Informações: (21) 3284-7400

AUTORRETRATO CUBANO LIVRO DE RUA


P ela primeira vez no Brasil, o fotó-
grafo cubano José Alberto Figue-
roa apresenta sua obra por meio de uma
lada Um Autorretrato Cubano, mostra o
olhar de Figueroa sobre fases históricas
de seu país, desde os primórdios da Re-
exposição que reúne 69 imagens. Intitu- volução Cubana, que trouxe mudanças
sociais significativas, porém controver-
sas, até os tempos atuais. Dividida em
quatro seções, é composta por fotos do
início da carreira de Figueroa até as que
Diógenes Moura

refletem a manipulação de ícones na-


cionais, como a bandeira cubana, o he-
José Alberto Figueroa

rói nacional José Martí, criador do Parti-


do Revolucionário Cubano, e o revolucio-
nário argentino Ernesto Che Guevara.

:: Data: até 4 de março de 2018


SP
A
:: Local: CAIXA Cultural São Paulo – pós sete anos de pesquisa re-
Praça da Sé, 111 – Centro, São Paulo
sp :: Informações: (11) 3321-4400
alizada no bairro Campos Elí-
seos, em São Paulo (SP), o fotó-
grafo e curador Diógenes Mou-

HILEIA ra apresenta Livro de Rua (série


fashion-abandono), no qual faz
uma crítica à sociedade paulistana

O fotógrafo Antônio Saggese sem-


pre surpreendeu com imagens
que articulam diálogos expressivos en-
ta que, misteriosa, fascina. Realizadas
entre 2014 e 2017, as imagens não se
caracterizam apenas como “fotografia
e sua indiferença com as pessoas
em situação de rua.
Todas as imagens foram fei-
tre a fotografia e outras formas de lin- de natureza” ou algo documental, mas tas com um celular em meio à agi-
guagem. Em Hileia, Saggese mostra a sim como forma de desvendar a Ama- tação da metrópole, na qual a ca-
exuberância da natureza característica zônia como ela é. A mostra é composta da dia milhares de pessoas aca-
da floresta amazônica, buscando recu- por 46 fotografias impressas com pig- bam perdendo o emprego, a casa,
perar o imaginário idealizado da flores- mento mineral sobre papel de algodão. a família e, principalmente, a espe-
rança de uma vida melhor, fazendo

:: Data: até 25 de RJ com que acabem vivendo nas ruas.


fevereiro de 2018 :: Data: até 4 de março de 2018
:: Local: Paço Imperial –
Antonio Saggese

:: Local: Galeria Utópica – Rua


Praça XV de Novembro, 48 Rodésia, 26 – Vila Madalena,
– Centro, Rio de Janeiro São Paulo
:: Informações: :: Informações: (11) 3037-7349
(21) 2215-5231

Fevereiro 2018 • 89
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SÃO PAULO (SP) Preço: consultar com a escola
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Local: Av. Pedroso de Morais, 99 cio Peynado tem novas turmas às quar-
– Pinheiros tas-feiras, além das turmas regulares
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nova turma de Iluminação às segundas-
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Moda, Eventos Sociais na Prática, Fotojor- Preço: consultar com a escola
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Informações: (11) 98165-2073 A Studio 3 está com inscrições abertas ao
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mo Digital, Curso de Casamento e Even- minas.com
tos Sociais, além do curso de Photoshop
para Fotógrafos Digitais. A Escola de Imagem está com inscrições
Data: a partir de 14 de fevereiro abertas ao público para os cursos de: Fo-
Preço: consultar com a escola tografia Newborn, Photoshop Básico, Li-
Local: Rua Riachuelo, 265, 1o andar, ghtroom, Flash Externo, Luz e Composi-
conj. 12 – Sé ção e Fotografia para Iniciantes.
Informações: (11) 3107-2219 Data: a partir de 17 de fevereiro
www.focusfoto.com.br Preço: consultar com a escola
Local: Rua Colômbia, 375 – Sion
O IIF – Instituto Internacional de Foto- Informações: (31) 3264-6262
grafia conta com os seguintes cursos pa- www.escoladeimagem.com.br
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Azevedo, 807 – Vila Madalena mediário e Avançado de Fotografia Digi-
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www.iif.com.br Web e Curso de Fotografia Dental.
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fia (antigo Estúdio Newton Medeiros) ofe- 80 – Centro
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grafia Digital (intensivo) e Estúdio Prático www.saulofortkamp.com.br
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Data: a partir de 18 de fevereiro PORTO ALEGRE (RS)
Preço: consultar com a escola A Fluxo – Escola de Fotografia Expandi-
Local: Rua Marajó, 113 – Jardim Barbosa da oferece em fevereiro o curso de Foto-
Informações: (11) 2440-4747 grafia Expandida, Lightroom como Labo-
www.new.fot.br ratório Digital, Direção Cinematográfica e
Flash TTL.
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O Grupo Luz Fotografia conta com a se- Preço: consultar com a escola
guinte grade de cursos para fevereiro: Local: Rua General João Telles,
Curso de Imagens Híbridas, Flash e Pho- 291 – Bom Fim
toshop (Avançado). Informações: (51) 3095-1234
Data: a partir de 2 de fevereiro www.escolafluxo.com.br

ATENÇÃO: para participar desta seção, envie a programação para a redação de Fotografe
Melhor até o dia 1o do mês anterior ao evento, pelo e-mail fotografe@europanet.com.br

90 • Fotografe Melhor no 25

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