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DIREITO DO INIMIGO: Teoria criada pelo alemão “Günter Jakobs”, tem como objetivo a prática de

um Direito Penal que separaria os delinqüentes e criminosos em duas categorias: os primeiros


continuariam a ter o status de cidadão e, uma vez que infringissem a lei, teriam ainda o direito ao
julgamento dentro do ordenamento jurídico estabelecido e a voltar a ajustar-se à sociedade; os
outros, no entanto, seriam chamados de inimigos do Estado e seriam adversários, inimigos do estado
cabendo a estes um tratamento rígido e diferenciado.

Os inimigos perdem o direito às garantias legais. Não sendo capazes de adaptar-se às regras da
sociedade, devem ser afastados, ficando sob a tutela do Estado, perdendo o status de cidadão.

Jakobs vale-se dos pensamentos de grandes filósofos como Rosseau, Hobbes, Kant e Fichte para
sustentar suas teorias, buscando agregar valor e força aos seus argumentos.

Assim, aos cidadãos delinquentes, terão proteção e julgamento legal; aos inimigos, coação para
neutralizar suas atitudes e seu potencial ofensivo e prejudicial.

Atente-se, porém, ao fato de que não temos capacidade, condições ou mecanismos para julgarmos
com precisão e justiça, tampouco arcarmos com as responsabilidades que esta teoria traria ao
mundo.

Esbarramos no mesmo problema, por exemplo, da pena de morte, em que muitos condenados são
inocentes e, ainda, no retrocesso que representaria voltarmos à representação da inquisição, onde
foram considerados inimigos quem não atendia aos ditames do Estado e da Igreja, e do H olocausto,
em que uma nação foi considerada o inimigo e, independentemente de seus atos, os nascidos
judeus eram condenados aos maus tratos e à morte.

TEORIA DA ROTULAÇÃO: Para definirmos o que é um criminoso segundo esta teoria, precisamos
abordar a base teórica de Karl Marx que trata o direito como instrumento de dominação de classes.
Karl Marx afirma que a sociedade vive: “uma guerra ininterrupta entre homens livres e escravos,
patrícios e plebeus, burgueses e operários, enfim, entre dominantes e dominados” (Marx e Engels,
2000, p. 45).

É nessa linha que o professor Roberto Aguiar afirma que a legislação segue a ideologia daqueles
que a legislam:

“as normas jurídicas e os ordenamentos jurídicos, como todos os atos normativos editados pelo
poder de um dado Estado, traduzem de forma explícita, seja em seu conteúdo, seja pelas práticas
que o sustentam, as características, interesses, e ideologia dos grupos que legislam ”. (AGUIAR,
1999, p.115)

No Brasil, são as classes superiores que elegem representantes para o congresso nacional,
portanto, são responsáveis pelo critério de seletividade.

Nessa ótica, quem legislaria contra si mesmo? Isso traduz que quem sofre o processo de
estigmatização são as classes subalternas, ou seja, as classes superiores etiquetam as classes
inferiores, fazendo a opressão de uns e a imunização de outros.

INFLUENCIA DA MIDIA NO DIREITO PENAL:


A Justiça que é feita com base na pressão pública e na opinião publicada é quase sempre Justiça
mal feita, e torna ainda mais desacreditado o Poder Judiciário. É muito fácil: a Justiça que prende por
pressão e não com base em provas sólidas é a mesma que vai soltar dias depois. Quem perde com
isso é o inocente que foi preso, a vítima que se sente desamparada, a Justiça que trabalha na
direção errada e a sociedade que permanece insatisfeita. Perdemos todos nós, daí o perigo desta
inversão tão corriqueira de papéis.[7] Há interesse próprio dos meios de comunicação em massa,
muitas vezes delineado por uma conotação especificamente econômica, pois a empresa midiática
não deixa de ser um meio de produção econômica (capital/trabalho), a seletividade dos temas
tratados pelos mass media não está à margem dos ‘cabimentos’ dos aspectos culturais, sociais e
econômicos de um dado momento histórico.

Contudo, mesmo havendo esse confronto com a justiça, “os meios de comunicação em massa
podem ser considerados um componente importante e indispensável da estrutura social sem o qual a
sociedade contemporânea como é conhecida deixaria de existir”[8]. Essa importância relacional pode
ser tanto no sentindo de um catalisador social, como por outro lado, “podem ser disfuncionais, isto é,
contribuir para desarmonia ao invés de estabilidade”

EMPRESARIO DA MORAL: Com certa regularidade são publicadas notícias nas quais autoridades
elogiam comportamento de policiais que matam civis. Desta vez não foi diferente:“Promotor
aconselha policial a melhorar mira para matar ladrão”. Não menos significativo é o fato de que a
notícia seja acompanhada por inúmeras manifestações de apoio e elogios ao promotor que teria tido
“a coragem de dizer o que todos pensam.”
Eis aqui um ponto de partida: a representação social que é construída dessas autoridades, os efeitos
sobre os agentes do sistema penal e a desconstrução simbólica dos direitos fundamentais de
pessoas em conflito com a lei. Contudo, é bom lembrar que coragem e covardia são valores
cavalheirescos. A guerra medieval, distante da atividade dos grupos de extermínio, respeitava
sempre as regras do jogo. Aliás, como demonstra Huizinga, a guerra se aproximava do jogo. Daí as
limitações a guerrear nos dias santos, as compensações aquele que se encontra em situação de
inferioridade e, sobretudo, a necessidade de que, no duelo, houvesse igualdade de armas.
(HUIZINGA, J. Homo Luddens: O jogo como elemento da cultura. São Paulo, Perspectiva, 1980).
Tudo isso se transforma quando o colonialismo inventa o extermínio, a guerra para ocupar territórios
e implantar unidades de produção ou extração de riquezas. Daí em diante, o discurso de matar com
finalidade ou sem finalidade se sobrepõe, ao menos publicamente, ao modo de como matar. Matar
passa a integrar a mesma linha de produção em série de excluídos. A Guerra Total, como disse Paul
Virilio, domina o horizonte das grandes potenciais mundiais desde a primeira guerra mundial.
(VIRILIO, Paul & LOTRINGER, Sylvere. Guerra Pura. A Militarização do Cotidiano. São Paulo:
Brasiliense, 1984.) Agora, é a economia de um país que será utilizada para fazer a guerra. A morte,
portanto, passa a integrar o cálculo econômico. No plano interno e externo, o impacto é semelhante.
Acaba sendo natural matar para preservar a propriedade privada e ocupar um país para garantir
reservas petrolíferas. Assertivas morais encontram um lugar secundário neste contexto.
Em aparente contradição, a produção em série da morte sem sentido, e sem respeitar as regras do
jogo, encontra-se com um discurso cada vez mais carregado de apelos morais e de imagens
irracionais cujo objetivo é, não obstante, produzir um código binário: incluídos/ excluídos; nós/eles; os
dentro/os estranhos; os justos/os “matáveis”. Como demonstrou Zigmunt Bauman, num mundo em
que as pessoas não se reconhecem como pertencentes a uma comunidade, torna-se comum
construir a identidade pela exclusão de alguns que são rotulados como diferentes. Note-se que se
constrói a percepção da diferença, o que é distinto de reconhecer diferenças. Todos contra alguns, é
o princípio organizador das falsas comunidades. (BAUMAN, Zygmunt. Comunidade. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2003.)
Neste contexto, os empresários morais[1] encontram terreno para nascer. Qual seu papel? Eles não
criam a necessidade de efetivação de vínculos. Essa necessidade já existe na medida em que na
sociedade as formas de exclusão e de distanciamento social são inerentes a sua estrutura. Porém,
eles garantem dois efeitos. A impossibilidade de retorno às perguntas fundamentais (Por quê? Para
quê?), o que, em tese, seriam possibilidades abertas para negar o funcionamento da produção em
série de mortes. E, sobretudo, a ocultação de que o principal critério para a produção em série das
mortes é o reforço dos vínculos de exclusão (econômica e racial).
A morte em números reforça a perspectiva de que a máquina de guerra é bem eficiente no país.
Basta que se veja o número de mortos que as polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo conseguem
produzir anualmente, com os quais alcançam destacada posição dentre as polícias que mais matam
no mundo. (HUMAN RIGHTS WATCH. Força letal. Violência policial e segurança pública no Rio de
Janeiro e São Paulo. EUA, 2009.http://www.hrw.org/node/87056).
Mas os empresários morais são mesmo corajosos? Tem a mesma coragem de homens que
acenderam fornos para exterminar judeus, carregaram seus corpos até o abatedouro, administraram
essas fábricas de morte, mas que, todavia, quando questionados sobre sua responsabilidade
afirmaram estar cumprindo ordens, executavam seu serviço. De fato, empresários morais não fazem
o trabalho sujo, pedem que os policiais executem o serviço, e, obviamente, se algo der “errado”, uma
criança inocente for morta, não assumem a sua responsabilidade pela incitação à violência. Não há
coragem alguma em gritar: “Matem!” Ao contrário isso é não sair de uma zona de conforto. Conforto
por repetir o gesto repetido, à exaustão, nas ruas brasileiras. Para se ter coragem, é preciso se
colocar contra o clamor de uma multidão e na direção contrária da produção em série.
E para quem pensa que a análise aqui transborda o debate jurídico e, sobretudo, ao concreto, é bom
lembrar que o promotor pede que o policial mate o assaltante sobrevivente. Ou seja, a legítima
defesa do policial teria, aparentemente, terminada, pois ela possibilitou a preservação de sua vida e
de sua propriedade. O que autorizaria matar o foragido? O direito ao extermínio, comodamente
defendido pelo Promotor de Justiça. Aqui transbordou ao papel jurídico do Ministério Público e
demonstrou o caráter duvidoso de seu parecer sobre a existência de legítima defesa ou estrito
cumprimento do dever legal. Seu excesso de linguagem demonstra a necessidade de controle
jurisdicional de seu parecer e de sua atividade.

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