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INTERPRETAÇÃO DO ESPAÇO
Resumo
1
Estudante de Geografia-Universidade Federal de Santa Maria. denisegeomachado@gmail.com
2
Estudante de Geografia-Universidade Federal de Santa Maria. anacarlalenz@gmail.com
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Orientadora. Professora titular do curso de Geografia Universidade Federal de Santa Maria.
g.benaduce@gmail.com
ISSN 2176-1396
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Introdução
Desenvolvimento
Uma forma de fazer a leitura do mundo é por meio da leitura do espaço, o qual traz
em si todas as marcas da vida dos homens. Desse modo, ler o mundo vai muito além
da leitura cartográfica, cujas representações refletem as realidades territoriais, por
vezes distorcidas por conta das projeções cartográficas adotadas. Fazer a leitura do
mundo não é fazer uma leitura apenas do mapa, ou pelo mapa, embora ele seja
muito importante. É fazer a leitura do mundo da vida, construído cotidianamente e
que expressa tanto as nossas utopias, como os limites que nos são postos, sejam eles
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Piaget (1967, p.10-17) concebe a conduta humana como uma adaptação ou mesmo
como uma contínua readaptação, cuja conduta é explicada como trocas funcionais entre o
indivíduo e o meio exterior, comportando dois aspectos intimamente interdependentes: o
cognitivo e o afetivo. Assim, como o conhecimento é gerado através de uma interação do
sujeito com o meio, a partir de estruturas existentes no sujeito, não haverá desta maneira,
sujeito sem objeto.
No processo de ensino e aprendizagem a Geografia juntamente com a Cartografia
assume um papel relevante no desenvolvimento das noções e produções de mapas, cartas e
plantas. A partir dos conhecimentos cartográficos consegue-se compreender diversos
conteúdos relevantes à Geografia, principalmente no tocante aos seus diferentes conceito-
chaves, como por exemplo, alfabeto cartográfico, espaço, território, região, e paisagem.
(CALLAI, 2005).
A cartografia representa um recurso para o ensino e a pesquisa de Geografia, ao
possibilitar a representação dos diversos recortes do espaço e em diferentes escalas. Sendo
assim, a cartografia se fundamenta na leitura e representação do espaço, permitindo uma
visualização em diversas escalas local, regional ou global. Através dos mapas e outros
recursos saberá distinguir os mais diferentes e distantes locais, possibilitando uma visão
reflexiva da realidade na qual pertence. (ALMEIDA, 2001).
Portanto, a Cartografia é um instrumento necessário para a educação e na formação do
conhecimento, sendo que, o desenvolvimento e aprendizagem da linguagem cartográfica
tornam-se importantes desde o início da escolaridade, contribuindo para que eles venham a
compreender como utilizar mapas, o que certamente o possibilitará realizar leituras sobre a
representação do espaço geográfico. Oliveira (1978, p. 36) afirma:
[...] O estudo da Cartografia deve ser precedido pelo estudo de uma cartografia
infantil, na qual a criança tenha oportunidade de desenvolver atividades
preparatórias, para em seguida realizar concretamente as operações mentais de
redução, rotação e generalização, que são propriedades fundamentais do processo de
mapeamento. Para que o desenvolvimento de uma cartografia infantil seja eficaz, é
preciso considerar o mapa como um entre os vários tipos de linguagem de que os
homens dispõem para se comunicarem e se expressarem.
buscando fazer com que o educando vivencie a experiência, e construa seu conhecimento pelo
ato vivido, tocado, operado. Cavalcanti (1999, p 136) acrescenta:
Ao docente cabe salientar, que neste processo, ele passa a exercer o papel de
mediador estabelecendo possibilidades a construção do conhecimento de forma reflexiva e
crítica. O docente juntamente com as suas concepções de educação e do ensino de Geografia é
que pode fazer a diferença. Assim, ao possibilitar estudos cartográficos voltados para a
interpretação do cotidiano dos educandos através da construção de mapas, plantas, croquis
representando dessa forma, o espaço vivenciado pelos mesmos, oferece ao educando a
oportunidade de interpretar e analisar as várias informações contidas em cada um dos
elementos, do objeto em estudo.
Caminhos Trilhados...
Para que esse trabalho fosse realizado foram elaboradas leituras a respeito dos teóricos
da educação, tendo como base a teoria de Piaget, a partir das etapas do desenvolvimento
cognitivo da criança, sendo que foram importantes para compreender a noção de espaço e a
orientação espacial dos educandos. Sobre as noções básicas para a alfabetização cartográfica
escolar foram priorizados os seguintes temas: os tipos de visões (oblíqua, vertical, frontal); os
tipos de imagens (a bidimensional com duas dimensões largura e comprimento ou altura e a
imagem tridimensional, que além das duas dimensões apresenta a profundidade). Tratou-se
também do alfabeto cartográfico destacando três elementos: o Ponto utilizado para representar
cidades, capitais de estados, entre outros; a Linha que representa rios, contornos de litoral,
estradas, limites de cidades, estados, ferrovias e a Área, usada para representar as áreas de
Estados, tipos de vegetação, áreas industriais. Importante também foi o estudo da escala,
utilizado para representar a relação de proporção entre a área real e a sua representação.
Em um segundo momento, aplicou-se os conceitos sobre alfabetização cartográfica,
associados com o assunto trabalhado pelo educador em sala de aula. Tal prática versou na
utilização do pátio da escola para a elaboração de um croqui que retratasse a região nordeste
do Brasil, priorizando aspectos culturais, climáticos e topográficos. O croqui que representou
de forma mais adequada o nordeste foi reproduzido no espaço escolar. Por fim, os dados
foram tabulados e discutidos em laboratório.
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Dinâmica da Atividade
predominante, para esboçar esse tipo de vegetação, os educandos utilizaram Cactos, os quais
foram plantados em garrafas pet e pendurados no pallet.
A atividade elaborada e aplicada proporcionou experiência única. Pois a construção e
elaboração de croquis e maquetes em sala de aula é uma forma de trazer a prática para o
processo de ensino/aprendizagem por meio de conceitos estudados. Dessa maneira,
correlacionar à teoria com a prática é uma dinâmica que busca auxiliar a fixação e
aprendizagem do conteúdo, dentro da temática trabalhada.
Considerações Finais
REFERÊNCIAS
CALLAI, Helena Copetti. Aprendendo a ler o Mundo: a Geografia nos anos iniciais do
Ensino Fundamental. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 66, p. 227-247, maio/ago. 2005.
Disponível em: http://www.cedes.unicamp.br Acessado em: 14 set.2015