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FACULDADE DE BELAS-ARTES
O VALOR DO DESIGN
O impacto das capacidades em Design na performance
económica das organizações
2017
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE BELAS-ARTES
O VALOR DO DESIGN
O impacto das capacidades em Design na performance económica das
organizações
Júri:
Presidente: Doutora Isabel Maria Dâmaso Rodrigues, Professora Auxiliar e Diretora
da Área de Design de Equipamento da Faculdade de Belas-Artes da
Universidade de Lisboa (nomeado por despacho do Senhor Vice-Reitor,
datado de 30 de março de 2017, no uso de competências delegadas).
Vogais: Doutora Maria Inês de Castro Martins Secca Ruivo, Professora Auxiliar da
Escola de Artes da Universidade de Évora (1ª arguente);
Doutor Carlos Alberto Miranda Duarte, Professor Catedrático do IADE-
U Instituto de Arte, Design e Empresa (2º arguente);
Doutor Fernando José Carneiro Moreira da Silva, Professor Catedrático da
Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa;
Doutor Fernando António Baptista Pereira, Professor Associado da
Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa;
Doutor Paulo Jorge Martins Parra, Professor Associado com Agregação da
Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, orientador.
ANO 2017
DECLARAÇÃO DE AUTORIA
Eu Carlos Manuel Luzia Alcobia, declaro que a tese de doutoramento intitulada “O valor do
Design - O impacto das capacidades em Design na performance económica das
organizações”, é o resultado da minha investigação pessoal e independente. O conteúdo é
original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas na bibliografia ou
outras listagens de fontes documentais, tal como todas as citações diretas ou indiretas têm
devida indicação ao longo do trabalho segundo as normas académicas.
O Candidato,
Palavras-chave:
Capacidades design; design estratégico; equações estruturais; capacidades dinâmicas;
estudos de inovação.
ABSTRACT
Keywords:
Design capabilities; strategic design; structural equations; dynamic capabilities;
innovation studies.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de destacar nos agradecimentos o meu orientador e amigo Paulo Parra. Pela
presença no acompanhamento e amizade no encorajamento. Sem a sua orientação este
caminho teria sido menos iluminado.
Professores Isabel Dâmaso, Inês Secca Ruivo, Fernando Moreira da Silva, Carlos Duarte
e Fernando António pela presença no júri do Doutoramento. Henrique Carreiro, Beatrice
D’Ippolito, Davide Ravasi, RobertoVerganti, Catherine Wang, Pedro Janeiro, Rui
Marcelino, Claudia Acklin, Hugo Silva, Deborah Mrazek, Steve Sato, Mikko Koria,
André Gouveia, Cristovão Pereira, Rita Almendra, Peter McGrory, Ferdy Gilsing,
Joaquin Alegre Vidal, Chiva Gómez Ricardo, Bruce Tether, James Utterback, Leonor
Santos Silva, Maria João Dornelas, David Gonher, Brigit Jevnaker, Scott Swan, Ammon
Salter, Andrea Mina, Jonathan Sapsed, Silvia Massini, Katia Pina, Paul Cleave, Gareth
Shaw, Rhodri Thomas, Tim Taylor, Tiago Girão, Massimo Bianchini, João Costa, João
Rocha, Mafalda Cardeira, Liliana Cardeira, Pedro Soares Neves, Ivan Vuksanov, Marcelo
Galbiati, Raquel Mendes, Paulo Soeiro Carvalho, Bernardo Gaeiras, Susana Corvelo,
Fred Garnett Telmo Alcobia, Paula Oliveira, Maria do Carmo, Licínia Santos, Cátia
Carramona, Elsa Pedrosa, Joana Silva, Paulo Santos, e a todos aqueles que, direta ou
indiretamente, contribuíram para a realização desta investigação e Tese de Doutoramento.
DEDICATÓRIA
"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós.
Antoine de Saint-Exupéry
ÍNDICE
Introdução ......................................................................................................................... 1
Hipóteses de investigação....................................................................................... 11
Limitações à investigação....................................................................................... 21
i
Notas introdutórias ..................................................................................................... 43
ii
4.4.1 Validade facial e de conteúdos ............................................................... 124
iii
6.3 Dados recolhidos............................................................................................ 182
iv
Efeitos de mediação ................................................................................ 221
v
Contribuições para as organizações ........................................................ 279
Metatabela dos principais contributos sobre impacto económico do Design ....... 343
vi
Estimação de efeitos por sectores de actividade ....................................................... 442
vii
LISTA DE DIAGRAMAS
viii
LISTA DE TABELAS
ix
Tabela 30- Variável de controlo rendimentos anuais da empresa ................................ 413
Tabela 31- Variável de controlo data de fundação da empresa .................................... 413
Tabela 32 - Variável de controlo sectores industriais de atividade .............................. 413
Tabela 33- Variável de controlo nacionalidade da organização ................................... 414
Tabela 34- Variável de controlo cargo de quem respondeu ao questionário................ 414
Tabela 35- Variável de controlo responde diretamente à Administração inicial ......... 414
Tabela 36 - Variável de controlo responde diretamente à Administração reformulado 415
Tabela 37- Variável de controlo variação no investimento em Design inicial ............. 415
Tabela 38 - Variável de controlo variação no investimento em Design reformulada .. 415
Tabela 39 - Estatísticas descritivas constructo ABSORPT .......................................... 415
Tabela 40 - Estatísticas descritivas constructo ADAPT ............................................... 416
Tabela 41 - Estatísticas descritivas constructo STRATB ............................................. 417
Tabela 42 - Estatísticas descritivas constructo STRATA ............................................ 418
Tabela 43 - Estatísticas descritivas constructo OPERAT ............................................. 419
Tabela 44 - Estatísticas descritivas constructo GROWTH ........................................... 420
Tabela 45 - Estatísticas descritivas constructo PROFIT .............................................. 421
Tabela 46 - Testes da família qui-quadrado ................................................................. 423
Tabela 47 - Testes da família índices absolutos ........................................................... 424
Tabela 48 - Testes da família indices relativos............................................................. 425
Tabela 49 - Testes da família indices de parcimónia.................................................... 427
Tabela 50 - Testes de outros indices ............................................................................. 428
Tabela 51 - Identificação de indices de modificação elevados .................................... 429
Tabela 52 - Estimação de resultados com efeitos directos STRATA e STRATB ao
constructo de performance............................................................................................ 430
Tabela 53 - Estimação do modelo sem variáveis de controlo ...................................... 431
Tabela 54 - Estimação de modelo com variáveis de controlo ...................................... 433
Tabela 55 - Efeitos indirectos da variável de mediação ............................................... 435
Tabela 56 - Efeitos de moderação volatilidade do ambiente e sem variáveis de controlo
...................................................................................................................................... 437
Tabela 57 - Efeitos de moderação da natureza dos recursos em Design e sem variáveis
de controlo .................................................................................................................... 439
Tabela 58 – Níveis de significância dos efeitos das variáveis de controlo................... 440
Tabela 59 - Comparação dos efeitos sobre os indicadores capacidades operacionais com
efeito de moderação contratação externa de Design .................................................... 441
x
Tabela 60 - Efeitos por sector de actividade industrial ................................................ 442
Tabela 61 - Estimação do modelo para o sector textil .................................................. 445
Tabela 62 - Estimação do modelo para o sector da cerâmica ...................................... 446
Tabela 63 - Estimação do modelo para os sectores da consultoria e programação
informática .................................................................................................................... 448
Tabela 64 - Estimação do modelo para o sector da mobilidade ................................... 450
Tabela 65 - Estimação do modelo para outros sectores de produção industrial ........... 452
Tabela 66 - Estimação do modelo para o sector da electrónica................................... 454
Tabela 67 - Estimação do modelo para o sector do mobiliário .................................... 455
Tabela 68 - Resultados da regressão multivariada das variáveis ST4 e ST5 sobre os items
do constructo de capacidades de inovação ................................................................... 456
Tabela 69 - Guia de avaliação enviado ao painel de especialistas ............................... 460
xi
LISTA DE GRÁFICOS
xii
LISTA DE EQUAÇÕES
xiii
Introdução
Descrição do problema
“Não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, mas
antes aquelas que melhor se adaptam e se ajustam ao contexto em mudança em
que se encontram”1 - Leon C. Megginson
1
Tradução livre do autor do original “It is not the most intellectual of the species that survives; it is not the
strongest that survives; but the species that survives is the one that is able best to adapt and adjust to the
changing environment in which it finds itself.”
1
mediação de conflitos, transmissores de conhecimento entre áreas, e como garante da
coerência entre inovação e os valores associados à marca (Karjalainen & Snelders, 2010;
Monika Hestad, 2013; Mozota, 2003b). Outros autores construindo sobre esta evidência
destacavam outras características na construção de significado tal como a importância do
Design na promoção da transdisciplinaridade e aprendizagem aplicada (Bruce & Davies-
Cooper, 1994; Cross, 1982; Koria et al., 2011; Neilson et al., 2008; Parra, 2007), a
importância do Design em processos de inovação conduzidos por significância (Monika
Hestad, 2013; Verganti, 2003, 2006, 2008b; von Hippel, 2005), ou a sua responsabilidade
social e ambiental, produzindo soluções que simultaneamente permitissem tornar a
qualidade acessível a todos os consumidores, garantissem a sustentabilidade de recursos,
e estendessem o ciclo de vida dos produtos intervindo sobre os hábitos de consumidor e
nas escolhas de materiais (Locke & Wellhausen, 2014; Papanek, 1971; Vezzoli &
Manzini, 2008).
Mas o que são capacidades em Design? Apesar de ainda não existir uma definição
definitiva e estabilizada, o que aliás constitui uma das razões que motivou a realização
desta investigação, é contudo possível identificar e conceptualizar algumas características
comuns2 que ajudam na sua identificação. Se entendermos a empresa como um conjunto
de elementos (equipamentos, recursos humanos, competências) que possibilitam a
criação de produtos e serviços, então as capacidades dessa empresa dizem respeito ao
conjunto de ações e processos relativos à utilização desses elementos que se encontram
2
Essas suportadas pelos contributos retirados da literatura da teoria das capacidades e da Visão Baseada
em Recursos (VBR) e que serão apresentados com maior rigor no decorrer do próximo capítulo
2
disponíveis com o propósito à criação de valor. Ou seja, capacidades em Design não se
referem às competências do designer mas sobretudo à sua ação efetiva e na rotina
quotidiana da organização, e que consiste em identificar as formas mais corretas de
utilizar recursos e competências existentes dentro da empresa para produzir valor ou
capacitá-la para o processo de transformação desejado.
Deste modo torna-se relevante reforçar o estudo relativo ao papel e natureza das
capacidades em Design, sobretudo na medição do seu impacto em termos de performance
económica das empresas. Pretende-se que os resultados e contributos adicionais
alcançados permitam reforçar e sustentar a reivindicação de que o Design pode ser um
recurso de relevância estratégica para as organizações, fundamentação de particular
relevância nos esforços para justificar um superior investimento na aquisição de recursos
de Design. Por fim um maior e melhor entendimento sobre qual o papel do Design na
criação de vantagens competitivas dentro da empresa poderá também contribuir para uma
promoção do Design dentro do processo de formação e gestão estratégica da organização,
nomeadamente ao nível dos processos de tomadas de decisão e planeamento, procurando-
se posicionar o papel das capacidades em Design ao nível da transformação estratégica
de recursos na organização.
3
particular as capacidades relacionadas com a inovação e adaptação à mudança. Por esse
motivo, a presente tese de Doutoramento representou ainda uma oportunidade para
realizar um estudo quantitativo sobre o impacto económico das capacidades em Design,
o que não sendo porventura a abordagem mais recorrente em investigação em Design, é
uma metodologia útil e particularmente pertinente aos esforços de responder a eventuais
lacunas no conhecimento, proporcionando uma compreensão mais completa e
aprofundada sobre os mecanismos e fatores subjacentes à avaliação do seu valor e
relevância dentro da organização.
4
de resposta das organizações para competir em ambientes dinâmicos e dominados pela
incerteza.
O modelo teórico agora proposto foi analisado e a sua validade testada por meio
do desenvolvimento de um instrumento de medida que operacionalize um conjunto de
variáveis latentes relativas às capacidades em Design, performance económica e efeitos
de mediação e moderação. O conjunto de indicadores utilizados na operacionalização das
diferentes variáveis latentes e pressupostos que definem o modelo teórico tem origem em
instrumentos identificados em literatura relevante e o processo de escolha foi realizado
por um painel de especialistas externo para assegurar validade de conteúdo e reduzir o
possível viés da intervenção do autor da tese. A variável de moderação de alinhamento
estratégico visa medir os condicionantes para a integração das capacidades em Design na
organização e não medir o grau de alinhamento estratégico geral dos diversos recursos e
3
De acordo com Mintzberg (1998) existem as seguintes escolas de pensamento para gestão estratégica:
Escola do Design; Escola do Planeamento; Escola do Posicionamento; Escola do Empreendedorismo;
Escola Cognitiva; Escola da Aprendizagem; Escola do Poder; Escola da Cultura; Escola Ambiental; e a
Escola da Configuração.
5
capacidades na organização. O instrumento de medida desenvolvido foi um questionário
aplicada a uma amostra de 455 empresas de um conjunto de sectores de atividade
diversificado mas nos quais o Design é entendido pelos intervenientes como sendo um
recurso de alguma relevância e importância operacional ou estratégica para a sua
atividade. Este estudo é de natureza quantitativa, não obstante existir uma componente de
análise qualitativa importante, e que se desenvolve essencialmente em torno da revisão
de literatura realizada, focada na identificação de contributos relativos à importância
económica das capacidades em Design para as organizações (foco na performance e não
na gestão), e que procura sobretudo fundamentar o modelo teórico proposto e auxiliar à
fundamentação dos resultados quantitativos obtidos. Este estudo não tem como ambição
nem propósito principal de aprofundar o porquê da importância do Design para as
organizações mas antes procurar quantificar esse valor e isolar as principais variáveis
responsáveis pelos mecanismos de criação de valor.
Por último, importa também referir que o Design enquanto disciplina académica
enfrenta atualmente diversas ameaças, sobretudo as relativas à apropriação ou adulteração
dos seus processos e especificidades. É disso exemplo o número crescente de consultoras
financeiras que hoje existem e que começam a operar sobretudo na área do Design
estratégico, procurando assumir-se como parceiros privilegiados das empresas para junto
7
destas explicar as virtudes das metodologias do Design (Badler & Zaccai, 1996, p. 60).
Aliás, os executivos são vistos por alguma literatura de referência académica como o
futuro do design thinking ao nível da gestão estratégica das organizações (Ignatius, 2015),
e um número crescente de livros de negócios realiza apropriações da linguagem e
metodologia do Design. Outro dos perigos vem da externalização dos serviços de Design
por parte das organizações, que eliminam ou limitam os seus departamentos internos de
Design porque não conseguem se adaptar à incapacidade dos seus designers de comunicar
os processos e resultados do Design à restante organização, limitação que acreditam não
existir junto das consultoras externas de Design (Kallish, 2007, p. 23). Todas estas
ameaças têm contudo origem na incapacidade do Design (enquanto disciplina) em
comunicar com outras áreas científicas e atores o valor acrescentado que pode produzir e
desta forma demonstrar competências para assumir o protagonismo na geração e gestão
desse valor.
Objetivos de investigação
8
investimento nesses recursos. Identificaram-se contudo lacunas no conhecimento
relativas a estas questões e que o autor argumenta serem necessárias de preencher para
permitir esse melhor entendimento sobre as capacidades do Design por parte das
organizações. Mais especificamente procura-se identificar no Design o que lhe permite
ajudar a organização a construir e manter vantagens competitivas, e se possível
quantificar o impacto desses contributos num quadro teórico que permita distinguir a
importância do Design estratégico para o desempenho económico. Este é aliás outro
objetivo principal de investigação e que está relacionado com a evidência empírica e
mensurável, sem a qual se torna difícil fundamentar e justificar a reivindicação de maior
relevância do Design dentro da organização.
Por fim, e devido à pretensão de que este estudo possa trazer contributos à forma
como as organizações recorrem ao Design para inovar e antecipar a mudança, procurou-
se que a investigação pudesse também trazer contribuições para o campo da gestão
estratégica e estudos de inovação, campos de conhecimento para os quais o autor acredita
que a investigação em Design se possa expandir e ter um impacto relevante na criação de
novo conhecimento.
9
Tabela 1 - Objetivos principais e secundários
Pergunta de investigação
10
organizações. Para melhor enquadrar as questões relacionadas com o estudo do Design
enquanto conjunto de capacidades e complementar o estudo realizado a partir desta
pergunta de investigação única e central, formularam-se um conjunto de questões
adicionais secundárias e de âmbito mais específico e delimitado. A relação entre a
investigação realizada e o conjunto de questões de investigação subjacentes estarão
presentes ao longo da monografia, nomeadamente durante a discussão da revisão da
literatura (capítulos 2 e 3) e será novamente abordada no capítulo de conclusão (capítulo
9).
Hipóteses de investigação
11
2ª Hipótese de investigação: As capacidades em Design e a sua importância para
a organização podem ser melhor entendidas se distinguirmos entre os seus
comportamentos dinâmicos e operacionais. A relação entre capacidades
operacionais e dinâmicas é mediada pelo grau de alinhamento estratégico e
integração dessas capacidades dentro da organização.
12
Tabela 2 – Perguntas de investigação e hipóteses
Perspectivas metodológicas
13
empírica é sobretudo notória em relação a estudos de natureza quantitativa, o que
contribui para que a formulação das afirmações seja muitas vezes vaga, com deficiências
metodológicas, o que fragiliza as pretensões por uma fundamentação suficientemente
robusta que permita a validação e generalização dos resultados ou conclusões da
investigação. Por esse motivo é um desejo do autor que esta investigação possa dar uma
contribuição decisiva relativamente à operacionalização de algumas dessas questões-
chave e conceitos, e contribuir para o preenchimento da lacuna de dados quantitativos
sobre os fenómenos descritos.
14
Estrutura e pressupostos da investigação
Estrutura da Tese
16
para comparar os resultados com algumas questões em aberto igualmente identificadas
durante a discussão da revisão da literatura dos capítulos dois e três.
17
Tabela 3 – Resumo da fundamentação teórica por capítulos
18
Capítulo referente à operacionalização dos pressupostos teóricos, inclui
a especificação e identificação do modelo teórico
Resultados pretendidos: Pretende-se traduzir o conjunto de pressupostos
Capitulo 5 teóricos e hipóteses de investigação num instrumento de medição que
permita a recolha de dados obtidos no mundo real e que representem de
forma fidedigna e fiável as variáveis latentes descritas no modelo
teórico.
Capítulo referente à recolha de dados e descrição de procedimentos
analíticos.
Resultados pretendidos: Este capítulo pretende descrever os
procedimentos relativos ao teste e implementação do instrumento de
Capitulo 6
medida, assim como proceder à triagem e categorização dos dados
recolhidos. Inclui a análise factorial exploratória que visa confirmar o
modelo inicial proposto em relação aos dados obtidos e testar a validade
e fiabilidade desses resultados.
Capítulo referente à estimação do modelo teórico e avaliação da
qualidade de ajustamento.
Capitulo 7 Resultados pretendidos: Avaliar a qualidade de ajustamento dos dados
recolhidos ao modelo teórico proposto, possibilitando a re-especificação
deste em caso de mau de ajustamento.
Capítulo referente à discussão de resultados
Resultados pretendidos: Pretende-se analisar os dados obtidos em
Capitulo 8
função dos pressupostos teóricos, assim como discutir esses resultados à
luz dos contributos teóricos identificados durante a revisão de literatura.
Conclusão e investigação futura
Resultados pretendidos: Avaliação de realização em relação aos
objetivos, a contribuição original e pesquisas futuras. Mais
especificamente pretende-se validar as hipóteses de investigação e
Conclusões
propor uma resposta síntese relativa à pergunta de investigação inicial.
Este capítulo pretende também identificar as limitações da investigação,
assim como propor ramificações futuras deste estudo, e tendo em
consideração as limitações e motivações.
19
Principais resultados esperados
20
na especialidade de Design em particular) da Faculdade de Belas-Artes da Universidade
de Lisboa, contribuindo em particular no que diz respeito ao alcance destes resultados e
investigação para o desejado enriquecimento e diversificação dos resultados de
investigação existentes na Faculdade de Belas-Artes, e dentro de um quadro
historicamente exigente e de vanguarda no contexto nacional (I. D. Rodrigues, 2011; pp
291-292). E é precisamente num quadro particularmente exigente e composto por
desafios específicos que tanto a Indústria como as Universidades Portuguesas atravessam,
que se justifica a realização de estudos como este que possibilitem a edificação de novas
pontes de relacionamento e investigação com impacto futuro e direto quer sobre a
Economia quer sobre a Sociedade, nomeadamente sobre o grande chapéu da inovação (ou
estudos da inovação).
Limitações à investigação
Espera-se por fim, que não obstante as limitações apontadas, a pertinência do tema
de estudo, a abordagem metodológica e a qualidade da investigação realizada sejam
suficientes para cumprir com os mais elevados critérios de exigência associado a este
programa doutoral.
22
1 Enquadramento teórico
Notas introdutórias
Neste capítulo tem-se também como objetivo contextualizar alguns dos conceitos
abordados durante esta Tese, ambicionando o autor contribuir para uma melhor
compreensão sobre algumas das opções realizadas durante o processo de investigação
qualitativa, em especial aquele relativo à revisão da literatura.
23
1.1 Capacidades em Design
4
Tradução livre do autor do original “There is nothing permanent except change."
24
decisivo para a redução dos custos associados à produção, eficiência produtiva, redução
do tempo de desenvolvimento de produto e sua entrada no mercado para comercialização,
entre outros fatores (Walsh, 1996).
5
Tradução livre do autor do original “Design today plays a major role in most companies. “Design or die”
is no longer an ironic quip as it was in the 1980s; design today is a serious topic discussed at the
management level, and strategic company decisions nearly always include design decisions”
25
resultaram desta atenção da Comissão Europeia para com o Design foram posteriormente
adicionados dentro da iniciativa para a inovação em Design e despoletadas por estudos
prévios sobre impacto do Design para inovação centrada no utilizador. Esses estudos
incluem o Design European Policies (Maffei, Coordinator, Milano, Meeting, & Projects,
2014), o Design Policy Monitor do programa Sharing Experience Europe (Innovation et
al., 2013), ou o estudo sobre o valor do Design Measuring Design value (Bager-sjögren,
Edman, Moultrie, & Nomen, 2013).
26
que se encontram relutantes em aceitar e reconhecer a importância do Design (Design
Council & School, 2014; Kretzschmar, 2003; Livesey & Moultrie, 2008). Essa
desconfiança, ou simplesmente falta de crença nas virtudes do Design, resulta num
investimento direcionado ao apoio de atividades e recursos de Design aquém do desejado
dentro da organização. Embora as motivações para essa desconfiança possam variar,
alguns autores relatam que tal ceticismo se deve principalmente ao facto de que os
mecanismos através dos quais o Design realiza as suas potencialidades ainda serem
largamente desconhecida (Abecassis-Moedas & Mahmoud-Jouini, 2008, p. 477), ou
simplesmente à convicção de que o Design e os designers são simplesmente não-
administráveis devido à inerente imprevisibilidade associada pelos gestores à criatividade
e práticas criativas (Olson, Cooper, & Stanley, 1998, p. 55).
Esta constatação leva alguns autores a argumentar que embora já se tenham dado
alguns passos no sentido da compreensão e promoção do uso do Design enquanto recurso
estratégico ao serviço das empresas, a realidade é que ainda não se possuí suficiente
articulação do conhecimento disponível sobre o comportamento das capacidades em
Design e que permita às organizações explorar o seu potencial (Menguc, Auh, &
Yannopoulos, 2014, p. 315; Rosensweig, 2012, p. 16).
O bom Design pode ser um bom negócio (Kallish, 2007, p. 16), contudo é
importante construir consenso sobre o comportamento e previsibilidade das suas
capacidades e os mecanismos pelos quais o Design gera valor dentro da empresa
(D’Ippolito, 2014, p. 7). Uma vez que os números e resultados financeiros são cruciais
para as organizações mitigarem junto dos seus investidores a perceção de risco, torna-se
cada vez mais importante entender como o Design desenvolve o seu impacto económico
a fim de justificar um maior investimento e relevância dentro da organização.
27
1.1.2 O que são capacidades em Design?
“Esta observação levanta a questão sobre o que são afinal capacidades em Design
e de onde estas provêm?“6(Davide Ravasi & Stigliani, 2012, p. 476)
Nem sempre as empresas que recorrem ao Design de forma intensiva7 revelam ser
as mais competitivas ou lucrativas nos Mercados em que operam (Davide Ravasi &
Stigliani, 2012, p. 481). Tal facto pode indiciar que muito investimento em Design pode
não ser condição suficiente para garantir um bom Design nos produtos e serviços que a
empresa oferece, ou mesmo a criação de condições favoráveis de negócio e
competitividade assentes em superiores princípios de Design. Por esse motivo Davide
Ravasi defende a importância de se realizar mais investigação empírica para que melhor
se possa entender sobre como uma organização pode oferecer produtos de qualidade
superior através do Design (Davide Ravasi & Stigliani, 2012, p. 476). Essa clarificação
torna-se prioritária para a organização que se esforça em se tornar mais competitiva e
melhorar o seu desempenho. É igualmente importante para o estudo e operacionalização
dos processos de Design estratégico ou mesmo para a identificação das condições
subjacentes a esses processos. Em conjunto poderiam ajudar a resolver algumas das
questões adicionais de maior relevo e que são relativas aos contextos de maior
volatilidade tecnológica (e mudança em geral) tais como: por que razão algumas
organizações se distinguem e são capazes de superar a concorrência? Ou por que razão
nem todas as empresas conseguem atingir o mesmo nível de competência e resultados
mesmo que invistam de forma relevante em Design? Por que motivo nem todos podem
ser um caso de sucesso como a Apple mesmo que passem a encarar o Design como sendo
uma prioridade para o investimento?
6
Tradução livre do autor do original “This observation begs the question of what are design capabilities
really and where do they come from?”
7
Descritas na literatura como sendo intensivas em Design
28
rotinas de negócios e processos de inovação. Nas últimas décadas, assistimos a um
aumento da atenção sobre de que formas o Design pode ser útil à Gestão em lidar com os
processos de inovação, a fim de decifrar e domar o campo criativo e desconhecido do
Design (Olson et al., 1998, pp. 55–56). Termos e processos como design thinking têm
desde então sido compreendidos pela Administração das empresas como sendo uma
espécie de caixa mágica na qual reside a promessa de trazer criatividade e inovação que
necessitam para competir (Nussbaum, 2012, p. 1). De acordo com certos autores é essa
promessa que leva à ascensão na popularidade do design thinking entre os gestores
(Ignatius, 2015) assim como o crescimento no número de consultoras a operar na área do
Design estratégico mas sem terem nesta área a sua especialização ou proveniência (Badler
& Zaccai, 1996).
Mas da mesma forma que se verifica o aumento desse interesse existe também
uma frustração crescente junto dos gestores pela falta de resultados, nomeadamente da
utilização do design thinking enquanto fonte de criação de vantagens competitivas dentro
da organização. Atualmente mesmo os apoiantes e defensores mais proeminentes da
integração do design thinking nas organizações questionam-se sobre a sua capacidade em
entregar o que prometeu. Tais promessas acabariam por gerar grandes esperanças para
taxas tão baixas de sucesso (Nussbaum, 2012, p. 2). Face a esta realidade alguns autores
argumentam que enquanto consultoras de Design prometem processos mágicos capazes
de produzir uma mudança cultural dentro da empresa, poucas foram as organizações que
efetivamente aceitaram a desordem inerente à prática de qualquer processo criativo não
realizando esforços sinceros e comprometidos no sentido de recorrer à metodologia do
Design para administrar o incontrolável (Nussbaum, 2012, p. 2).
29
vantagens competitivas atuando em mercados dinâmicos nunca foi uma discussão
pacífica nos meios académicos. E talvez por esse motivo o campo da Gestão Estratégica
é caracterizado por uma grande diversidade de escolas de pensamento que não obstante o
facto de tratarem de questões por vezes semelhantes entre si recorrem a abordagens
diferentes (Mintzberg, Ahlstrand, & Lampel, 1998, pp. 354–359).
De acordo com (Helfat et al., 2007) o cabaz de recursos de uma empresa pode ser
discriminado por meio de uma ordem hierárquica que contém os componentes da
organização (recursos, processos e capacidades). Nessa ordem os recursos são elementos
de ordem zero, sendo que constituem a base para a constituição de vantagens competitivas
caso simultaneamente demonstrem ser recursos VRIN9, ou seja, recursos valiosos, raros,
inimitáveis e difíceis de substituir (Eisenhardt & Martin, 2000, pp. 1106–1107). Como
componentes de primeira ordem temos capacidades, ou seja, a capacidade de usar e
escolher e utilizar os recursos mais apropriados e no momento desejado com o propósito
de desencadear uma ação/resposta específica e visando obter determinado resultado
desejado. Dentro de capacidades podemos distinguir ainda elementos de segunda ordem,
as capacidades nucleares ou essenciais que são "um conjunto de recursos de uma empresa
e capacidades que são estrategicamente importantes para a sua vantagem competitiva
8
O artigo de David Teece e Gary Pisano que introduziu o conceito de capacidades dinâmicas “acabou
mesmo por ser a investigação mais citada no campo da Economia da década 1995-2005” (Helfat et al.,
2007, p. viii).
9
Acrónimo do inglês Valuable, Rare, In-imitable, e Non-substitutable
30
em um certo ponto"10 (Wang & Ahmed, 2007, p. 37). Com o objetivo de lidar com as
mudanças externas resultado do ambiente dinâmico onde a organização opera, temos por
fim os elementos de terceira ordem que são as capacidades dinâmicas e que lidam com
adaptação e resposta às mudanças e onde uma estrutura mais rígida teria dificuldades em
acomodar.
É opinião do autor que para melhor se entender o quadro teórico das capacidades
dinâmicas torna-se ainda importante discernir entre capacidades operacionais e
capacidades dinâmicas. Mas uma vez que também a natureza da relação entre capacidades
dinâmicas e operacionais é motivo de discórdia e discussão entre autores (Cepeda & Vera,
2007, p. 426), importa referir que este projeto de investigação privilegiou e adotou os
contributos seminais de Winter (2003), Wang (2007) e Teece (1997) nos quais se
argumenta que capacidades dinâmicas são a capacidade de uma empresa em se adaptar,
renovar, recriar e/ou implementar os seus recursos e capacidades com o objetivo de
responder às condições de mudança num ambiente dinâmico (Helfat et al., 2007) e com
o propósito de alcançar e manter vantagens competitivas relevantes (Teece et al., 1997,
p. 516; Wang & Ahmed, 2007, p. 35). Catherine Wang argumenta contudo que
“capacidades dinâmicas não são somente processos, mas também processos embutidos
dentro de outros processos”11(Wang & Ahmed, 2007, p. 36) reforçando deste modo a
perceção sobre uma natureza tácita e intangível em torno do conceito de capacidades
dinâmicas.
As capacidades operacionais por seu lado são aquelas relativas ao modo como a
organização ganha a vida no seu quotidiano (Winter, 2003, p. 992), ou seja, o conjunto
de habilidades organizacionais necessárias "para executar um conjunto coordenado de
tarefas, utilizando os recursos organizacionais, com a finalidade de alcançar um
resultado final particular"12 (Helfat & Peteraf, 2003, p. 999). Ainda de acordo com
Winter (2003), capacidades operacionais representam um conjunto de competências,
processos e rotinas específicas à empresa e às quais esta recorre de forma regular para dar
resposta a questões e problemas com que se depara no dia-a-dia durante o processo de
10
Tradução livre do autor do original “are a bundle of a firm’s resources and capabilities that are
strategically impor- tant to its competitive advantage at a certain point”
11
Tradução livre do autor do original “dynamic capabilities are not simply processes, but embedded in
processes”
12
Tradução livre do autor do original “to perform a coordinated set of tasks, utilizing organizational
resources, for the purpose of achieving a particular end result.”
31
conceção e desenvolvimento de produtos. São competências e rotinas essenciais ao
desenvolvimento da atividade de uma empresa e procuram garantir as condições
necessárias à geração de rendimentos e redução de custos (Helfat & Peteraf, 2003, p.
999). De igual modo as capacidades operacionais são também frequentemente ignoradas,
não devido ao caracter intangível das capacidades dinâmicas, mas antes por se
encontrarem embutidas dentro dos departamentos organizacionais, não tendo autonomia
suficiente que lhes permita destacar os seus efeitos dentro do sistema de operações da
empresa (Wu, Melnyk, & Flynn, 2010, p. 722). Ilídio Barreto acrescenta que uma vez que
as capacidades dinâmicas podem alterar a base de recursos e competências existentes na
organização, somente esses recursos e através dessas alterações é que poderão ter efeitos
no seu desempenho, relegando para as capacidades dinâmicas um efeito indireto nesse
impacto (Barreto, 2010, p. 275). A consideração de que o resultado das capacidades
dinâmicas por não ser a produção direta de um produto ou serviço não poderá ter um
efeito direto no desempenho das empresas mas antes um efeito indireto é aliás partilhado
por outros autores (Helfat & Peteraf, 2003, p. 999).
32
estratégia da
organização
performance
comunalidades:
económica:
• capacidades adaptiva
• capacidade absorção • mercado
• Capacidade inovação
• performance
financeira
processos subjacentes:
• integração
• reconfiguração relação directa
• renovação
• recriação
relação indirecta
Neste diagrama pode-se concluir que de acordo com os autores esse efeito indireto
resulta do facto de que as capacidades dinâmicas serem responsáveis pelo
desenvolvimento de novas capacidades e competências operacionais. Esta visão é aliás
partilhada por outros autores (Prieto, Revilla, & Rodríguez, 2008, p. 4), quer no facto
deste desenvolvimento impactar por sua vez sobre a base de recursos (Ambrosini &
Bowman, 2009, pp. 8, 20) e que quer no argumento de que são estes efeitos que
proporcionam à empresa a capacidade para diariamente competir e/ou construir vantagens
competitivas (Protogerou, Caloghirou, & Lioukas, 2012, p. 25).
33
existente e de forma a fazer face a objetivos da empresa e ter um impacto sobre a sua
competitividade (Wang & Ahmed, 2007, pp. 40–41).
13
Do inglês “blackbox”
34
fatores de mudança externa, assim como saber qual a melhor forma para alinhar essas
capacidades com seus objetivos estratégicos. E sem essa clarificação torna-se mais difícil
ao Design e ao designer reivindicar maior relevância e assumir um maior protagonismo
nos processos de planeamento e execução estratégica da organização e junto da sua
Administração ou justificar um maior investimento por parte desta em recursos de
Design.
14
Do acrónimo inglês DROI - Design Return on Investment
15
Tradução livre do autor do original “For some time, I have wondered what it takes to create and sustain
a dynamic design capability in a real-life corporate landscape”
35
A importância de aprofundar o estudo das capacidades em Design justifica-se
também pelo facto de que o alcance do Design ser amplo16 e a sua natureza ser intangível,
tornando-se difícil definir estratégias que permitam avaliar e medir o seu valor e
impactode forma objectiva dentro da organização e em contextos de mudança rápida.
16
Por amplitude larga o autor refere-se especificamente ao facto do Design pode ser encontrado embutido
dentro de vários processos e ao longo da cadeia de geração de valor da empresa
36
1.3.2 Protocolo de revisão de literatura
37
a pesquisa a algumas das principais publicações académicas na área de estudos do Design,
Gestão do Design e Estudos de Inovação. Essas publicações foram seccionadas de acordo
com os critérios de impacto, número de citações e frequência das referências dentro da
literatura de Design (Gemser, De Bont, Hekkert, & Friedman, 2012; Roworth-stokes,
2006). Essa expansão significou que fossem consideradas outras bases de dados e de
indexação académica além da Science Direct, cujos conteúdos fossem mais direcionados
para as problemáticas a analisar, passando-se a analisar as seguintes bases de dados e
publicações científicas:
38
Após este procedimento o número de publicações científicas foi reduzido para 213
artigos. Chegou-se a esse número após ter-se também agregado estes artigos à lista de
referências previamente identificada durante a revisão bibliográfica exploratória, e com
o objetivo de se consolidar a pesquisa desenvolvida e eliminar possíveis redundâncias e
duplicações.
39
1ª Ronda (n=82)
Science Direct
82 artigos totais
2ª Ronda (n=213)
3ª ronda (n=-82)
rejeição de artigos
inadequados
4ª ronda (n=84)
40
científicas relevantes para a investigação, existe contudo a convicção de que o protocolo
seguido e as medidas adicionais que se tomaram permitiram a obtenção de um número
robusto de referências que permitam realizar um exame do Estado da Arte da literatura
adequado aos objetivos da investigação.
41
Resumo do capítulo
42
2 Capacidades em Design
Notas introdutórias
Conclui-se o capítulo com uma discussão sobre alguns dos problemas identificados
na revisão de literatura, contribuindo para o debate académico sobre as áreas de estudo
abordadas por esta investigação. O objetivo final é complementar a análise desenvolvida
no capítulo anterior, para que a revisão da literatura possa fornecer uma base sólida que
permita definir as bases da hipótese de investigação e as premissas metodológicas
(capítulo quatro).
43
2.1 Capacidades em Design
17
Tradução livre do autor do original “They suggest how the world might be; they are all futurists to some
extent”
44
A estratégia de Design "pode levar à criação de vantagens competitivas
sustentáveis através da entrega de valor superior ao cliente"18 (Olson et al., 1998, p. 58),
contribuindo para um compromisso eficiente entre os limites da padronização (perceção
do produto enquanto mercadoria e um menor apelo de exclusividade) e dos custos mais
altos associados a projetos customizados. Sendo de particular importância o papel do
Design na formação estratégica das suas organizações por lhes permitir adquirir
capacidades de maior diferenciação e ligação às preferências e emoções do
utilizador/consumidor (Mozota, 2008, p. 32). Procurando simplificar pode-se argumentar
que para estes autores o valor da estratégia em Design é sobretudo mostrar como as coisas
podem estar interligadas e relacionadas entre si, ou melhor ainda, "mostrando como tudo
se interliga com tudo" (Richardson & Roy, 2004, p. 27) através do Design.
18
Tradução livre do autor do original “can lead to the creation of sus- tainable competitive advantages
through the delivery of superior customer value.”
45
decorram da capacidade do designer em manter várias iterações com o problema e no
decorrer do processo de desenvolvimento do projeto/solução.
19
Tradução livre do autor do original “It finds patterns and relationships in diverse variables (…)
Technically speaking, it uses abduc- tive reasoning to create heuristics”
46
2.1.2 A natureza das capacidades em Design
20
Tradução livre do autor do original “consensus can be found that product design impinges on price and
non-price factors such as product performance, ease of use, durability, and product delivery”
47
d) O Design de produto tem um efeito positivo sobre a perceção dos consumidores
em relação à preferência e julgamentos de qualidade, ajudando marcas mais fracas
a competir com marcas mais fortes (Page & Herr, 2002, p. 144);
21
Tradução livre do autor do original “Superior technology and operational efficiency are no longer
enough”
48
Isso proporciona a oportunidade de trabalhar em estreita colaboração com outros recursos
internos, tais como o Marketing, Operações e Gestão, a fim de identificar informações
valiosas e complementaridades tais como mercados-alvo, pontos de preço (price-points)
ou planeamento de produção.
“ (…) o designer pode ser visto como um ator que interpreta um papel fundamental
enquanto tradutor em uma ou mais redes de pessoas (dentro e fora da empresa, todos
com diferentes conhecimentos, informações, habilidades e desejos), e de ideias,
artefactos, instruções, constrangimentos de produção, de custo, projetos, protótipos e
assim por diante.”23 (Walsh, 1996, p. 515)
22
Tradução livre do autor da expressão inglesa utilizada na literatura especializada “gatekeeper”
23
Tradução livre do autor do original “the designer can be seen as an actor playing a key role as translator
in one or more networks of people (inside and outside the firm, all with different knowledge, information,
49
Outros autores referem o poder de integração e transformação que o Design
proporciona para a organização (Mozota, 2003b, p. 47), agregando valor à gestão
estratégica da empresa, agindo como guardião entre os seus recursos internos e as
mudanças no ambiente externo (D’Ippolito, 2014, p. 6; Mozota, 2006, 2003b, p. 47). O
Design é também entendido como a capacidade de abraçar, equilibrar e integrar diferentes
ideais e processos responsáveis por trazer maior valor para as organizações (Maciver,
2012, p. 29), fazendo-o por duas vias principais:
De acordo com a autora estas duas vias comunicam e interagem entre si e estendem-
se por diferentes níveis de organização. Um estudo desenvolvido em conjunto com
PME’s Britânicas revelou que os designers externos são capazes de recorrer às
capacidades em Design nomeadamente através da promoção e do uso de design thinking
para impulsionar a mudança estratégica da organização, fornecendo-lhe novas
oportunidades de crescimento no Mercado, estimulando a inovação e aumentando a sua
competitividade (Ward & Dekker, 2009, p. 48). A tarefa das PME’s de aumentar a sua
competitividade através do Design pode contudo revelar ser um desafio. E poderá ser
ainda mais difícil se as organizações tiverem pouca ou nenhuma experiência prévia na
gestão de capacidades e recursos de Design. Ainda assim a autora Claudia Acklin
argumenta que as organizações devem mostrar ser capazes de adquirir, assimilar e
integrar as contribuições dos designers externos que trabalham com recursos internos da
organização, a fim de transferir o conhecimento e contribuir para criação efetiva de
capacidades em Design que desenvolvem essas vantagens competitivas. Acklin
acrescenta que o reconhecimento do Design enquanto capacidade que permite a absorção
de novos conhecimentos para as PME começa com a sua valorização como conhecimento
complementar, embora reconhecendo que esta não seja uma tarefa fácil (Acklin, 2013b).
skills and desires), and of ideas, artefacts, instructions, cost constraints, machinery, blueprints, prototypes
and so on”
50
Este argumento do Design como capacidade que se deve integrar junto de outras
áreas e departamentos é compartilhada por Thomas Walton (2000, p. 7) e Alan Topalian
(2002, p. 13) que acrescenta que um Design eficaz deve ser um Design integrado porque
o Design necessita de se articular com outras diferentes disciplinas durante as fases de
desenvolvimento de projetos.
Tom Kelley da IDEO considera que existe uma forte relação entre o Design e
processos de inovação existentes na organização, atribuindo ao Design a capacidade de
“capturando o talento e os recursos disponíveis dentro e fora da sua organização para
permitir a criação de novos produtos, novos ambientes e novas experiências para o
utilizador”24 (Bachman et al., 1998, p. 17). Isso, na opinião de Kelley, pode justificar o
crescente interesse pelo Design por parte da Gestão e da comunidade empresarial
conforme o reconhecimento do valor estratégico do Design também vai crescendo. Robert
Blaich (1988, p. 297) estabelece uma relação entre as origens dos avanços realizados no
Japão pelo mercado de eletrónicos de consumo e as capacidades integrativas presentes no
Design. O autor Danny Miller (2005, pp. 400–401) argumenta que o Design oferece à
organização quatro capacidades críticas, e são elas a:
24
Tradução livre do autor do original “capturing the talent and resources available inside and outside your
organization to create new products, new environments, and new user experiences”
51
para o facto de que os designers devem ser capazes de estabelecer a ponte não apenas
com a Administração, mas também com os restantes colegas de outros departamentos,
não demonstrando somente competências na redefinição de processos quando se depara
com novos contributos e perspectivas vindos do exterior, mas também ser capaz de
constantemente mediar e sintetizar as contribuições e as expectativas entre as equipas
estratégicas e operacionais, assim como os demais stakeholders internos e externos
(Bucolo, Wrigley, & Matthews, 2012, p. 26).
Roberto Verganti (2008a, pp. 445, 446) refere-se ao Design como sendo uma
capacidade de inovação ("inovação orientada pelo Design") que permite à organização
ter acesso, recombinar e disseminar conhecimentos, identificar, interna e externamente
elementos chave que promovam o processo de inovação, e desenvolver relacionamentos
com esses elementos a fim de criar soluções únicas e que resultem de necessidades do
utilizador final. Tal é possível devido à característica do Design capacitar a organização
em ter acesso a conhecimento externo, assim como identificar dentro e fora da
organização os elementos-chave que promovem a inovação e estabelecer relações com
eles, a fim de criar soluções únicas e que resultem de necessidades e pontos de vista do
utilizador. De igual modo Myfanwy Trueman e David Jobber consideram que o processo
de Design encontra-se no coração da inovação tecnológica devido ao papel dos designers
enquanto facilitadores que geram, interpretam e integram novas ideias e conceitos,
tornando-se fulcrais para o aumento da eficiência no processo de desenvolvimento de
produto e introdução ao Mercado (Trueman & Jobber, 1998, p. 601).
52
c) E a capacidade da organização em se adaptar às mudanças externas e explorar
novas oportunidades de negócios inovando continuamente ("O design como
transformador").
Outros autores argumentam que o Design é um recurso estratégico que auxilia nos
processos de gestão e desenvolvimento de produto. Quer facultando a capacidade de
combinação e implantação de recursos funcionais pelos diferentes departamentos da
organização, quer permitindo o desenvolvimento de soluções inovadoras (Luchs & Swan,
2011, p. 341), ou mesmo enquanto fonte de valor acrescentado se agir como um elemento
de conexão ou integrador, ligando partes da organização que antes se encontravam
separadas, e proporcionando aos clientes experiências de forma mais integrada.
Todos estes contributos permitem entender a importância que tem sido dada aos
designers enquanto dispositivos de interface entre o conhecimento relevante e externo à
organização, e as capacidades existentes internamente. Ainda de acordo com estes autores
25
Tradução livre do autor do original “For example, in a financial services company the design of the
software, the offering made at retail, the description used by sales, customer service scripts, and marketing
materials now all need to be designed into a cohesive, user-centered journey”
26
Tradução livre do autor do original “shift from a departmental and product focus to a customer- focused
experience”
53
esse papel de interface é multifacetado mas agrega-se em torno de duas áreas de atuações
distintas (interna e externa): uma ação dos designers na identificação de oportunidades
externas, monitorização dos aspetos de mudança e absorção dos elementos de mudança e
inovação relevantes para dentro da organização; e uma ação dos designers no sentido de
integração desse conhecimento dentro da organização, muitas vezes implicando uma
adaptação dos recursos e competências existentes, ou mesmo operando modificações a
nível da cultura organizacional existente.
27
Tradução livre do autor do original “Design emerges as an important component of firms' strategic
approach and competitiveness since it allows the synthesis and integration of external knowledge with
firms' organisational capabilities”
54
Frans Joziasse e Tim Selders (2009, p. 35) separam capacidades operacionais em
Design de capacidades estratégicas em Design. Criticando as empresas que optam por
manter o foco somente na exploração dos ganhos fornecidos pelo Design ao nível
operacional, ignorando o impacto potencial do Design nos processos organizacionais e
aumento da taxa de retorno sobre investimento.
28
Tradução livre do autor do original “help strategic managers define and implementmore successful
strategies in their businesses”
29
Tradução livre do autor do original “organizational strategies, new business initiatives, analysis, and
growth, moving the designer’s role toward strategic planning”
30
Tradução livre do autor do original “questioning, reconceptualising, and re-arranging of the existing
organisation and practices with regard to the firm’s business goals”
55
o designer por ser ágil, crítico e curioso ajuda a definir uma organização livre de
comportamentos negativos e práticas de trabalho desatualizadas e crenças obsoletas que
produzem ineficiências múltiplas (Jenkins, 2008, p. 18).
Por fim realçar os contributos de Gerard Badler e Gianfranco Zaccai que, em 1996,
previram que um número crescente consultoras iriam surgir a operar na área do Design
estratégico, e não estando diretamente associadas com as práticas do Design iriam ainda
assim apropriar-se da sua linguagem e conceitos (Badler & Zaccai, 1996, p. 60). Os
autores consideram que esse fenómeno iria decorrer em parte devido ao número também
crescente de livros de negócios que vinha sendo a ser publicados e que adicionavam
sugestões e explicações sobre como existiam empresas a realizar resultados financeiros
relevantes através de um investimento no Design - algo que o autor chama de "alter-ego
do Design" (Badler & Zaccai, 1996, p. 60).
Ulla Ramlau e Christina Melander (2004, p. 50) alertam-nos para o facto de que
embora uma percentagem superior a 80% do total das empresas considere o Design como
sendo uma fonte de competitividade relevante, somente metade dessas mesmas empresas
56
invista na contratação e manutenção de designers internos na organização. Walsh (1996,
p. 524) relatou que nos estudos do grupo de investigação DIG31 as empresas
Dinamarquesas e Suecas revelaram opor-se ao uso de designers internos à empresa pois
acreditavam que os serviços externos de Design seriam capazes de estabelecer uma
melhor ligação entre o Design e os restantes departamentos. Encontramos outros autores
que também questionam se os ganhos relativos às capacidades em Design se encontram
exclusivamente dependentes da contratação de designers. Para Deanne Beckwith (2011,
p. 56) tal deve-se ao facto das consultoras em Design atualmente estarem a ocupar um
espaço antes reservado aos departamentos internos de Design, e estas fazem-no porque
demonstram ser capazes de lidar também com questões estratégicas de negócios, uma
vantagem para as empresas confrontadas com um aumento da concorrência nos mercados
em que as empresas tecnológicas operam. Bettina Stamm, por outro lado argumenta que
antes que a organização possa lucrar com os benefícios do Design e rentabilizar o seu
impacto sobre a inovação, deve em primeiro lugar ser capaz de desenvolver capacidades
internas relativas à Gestão uma vez que o potencial advém da capacidade em integrar
essas capacidades internamente, mesmo que num momento inicial o Design externo possa
fazer a diferença "Trazer de fora pode ajudar a relançar o processo, mas no final ele vai
continuar a ser algo adicionado, um membro artificial que é útil, mas não completamente
parte do núcleo. Em cenários mais pessimistas, essa ajuda externa tornar-se-ia como que
um transplante que é rejeitado pelo organismo”32 (Stamm, 2004, p. 18). A autora
argumenta que a contratação de serviços externos de Design pode ajudar a alavancar o
processo, mas não é suficiente para garantir a sua integração (Stamm, 2004, p. 18).
31
Design Innovation Group – Grupo de investigação partilhado entre a Universidade de Manchester e a
Open University que aborda o estudo dos contributos de Design para a organização de empresas e inovação.
32
Tradução livre do autor do original “Bringing in outsiders might help to kick-start the process, but
ultimately it will remain a bolt- on, an artificial limb that is useful but not quite part of the core. In worst-
case scenarios, outside help becomes a transplant that is rejected by the organism”
57
considerando que os recursos internos de Design possuem uma visão mais estreita das
possibilidades do Mercado e da indústria, defende que os designers externos têm por sua
vez uma maior dificuldade em absorver a cultura organizacional e a identidade da
empresa o que dificulta a criação de vantagens competitivas através do Design (Beckwith,
2011, p. 55). Nigel Cross (2004, p. 439) argumenta que a experiência acumulada dos
designers permite-lhes obter uma identificação e enquadramento do problema de forma
mais rápida e partir para o desenvolvimento de uma solução de forma mais eficiente do
que os designers sem experiência. Abecassis-Moeda e Benghozi consideram que a
organização que possui o seu próprio departamento de Design suporta uma limitação à
sua capacidade de inovação e de absorção, mas que contudo possuí vantagens relativas a
estes designers possuírem um maior conhecimento sobre a organização e os seus
produtos, tornando-se capazes de integrar as suas propostas mais facilmente com os
outros departamentos. "Neste contexto, design torna-se menos uma atividade criativa que
exige liberdade e independência, e mais uma atividade produtiva que fica na junção de
fabricação e comercialização."33(Abecassis-Moedas & Benghozi, 2012, p. 406).
Stamm por sua vez enumera algumas vantagens de se possuir designers internos,
como relação custo-eficiência, disponibilidade e controlo sobre os recursos da
organização, ou uma compreensão íntima dos valores e da posição da empresa. Mas esta
autora identifica também vantagens importantes associadas ao uso de designers externos,
argumentando que trazem valor acrescentado para a empresa através de novas
perspectivas e conhecimentos especializados, maior velocidade e dinamismo, ou criação
de oportunidades para abordagens mais experimentais (Stamm, 2004, p. 17). Outros
autores (Czarnitzki & Thorwarth, 2012, p. 889) identificam problemas adicionais
relacionados com o uso de designers externos tais como o abrandamento do processo de
Design, falta de acessibilidade no dia-a-dia, insuficiente conhecimento sobre as práticas,
cultura organizacional e recursos específicos da empresa, e o surgimento de problemas
acrescidos de coordenação com outros departamentos da organização. O estudo de Dirk
Czarnitzki e Susanne Thorwarth (2012, p. 887) revela que as empresas que recorrem
apenas aos serviços internos de Design são capazes de alcançar um maior crescimento de
vendas do que as empresas que dependem exclusivamente dos serviços de Design
externos, o que levou os autores a concluir que a literatura pode estar a sobrevalorizar a
33
Tradução livre do autor do original “In this context, design becomes less a creative activity that demands
liberty and independence, and more a productive activity that sits at the junction of manufacturing and
marketing”
58
importância das capacidades em Design contratados externamente à empresa (Czarnitzki
& Thorwarth, 2012, p. 888).
59
designers encontrarem-se muitas vezes demasiado embrenhados entre os detalhes
técnicos e funcionais.
Gemser faz uma distinção entre Design inovador e Design não-inovador e o seu
impacto no desempenho da empresa, enfatizado pela natureza da resposta do Mercado
(Gemser et al., 2011, pp. 76–77). Seguindo a mesma linha de raciocínio Caloghirou et al
mencionam a importância do dinamismo de Mercado como pré-condição para o
desempenho da inovação dando exemplos de diferentes sectores tais como os Alimentares
e Químicos que são susceptíveis de inovar menos, e os sectores das TIC onde se verifica
o oposto (Caloghirou, Kastelli, & Tsakanikas, 2004, p. 37). Contudo um estudo da
Comissão da UE não faz distinção, referindo-se ao Design como sendo igualmente
importante enquanto ferramenta para a inovação e centrada no utilizador quer seja em
mercados maduros (tipicamente menos dinâmicos), quer em mercados emergentes mais
dinâmicos (Communities, 2009, p. 15). Mozota por sua vez afirma que a Gestão está
crescentemente consciente da importância do Design para lidar com a mudança e
incerteza existentes dentro de ambiente voláteis e dinâmicos, argumentando que os
contributos que as capacidades que o Design oferece à integração de conhecimento
externo, atuando como um intermediário de conhecimento para as organizações (de
Mozota, 2008)
60
condições do Mercado, mas também reconhecendo no Design capacidades por intervir
dentro da organização e por torná-la capaz de fazer face a essas mudanças revelando
competências e capacidades de adaptação dinâmicas.
Eun Sook Kwon et al (2007, p. 43) alertam para o facto de que o Design não se
deve limitar apenas à função de fornecer locais de trabalho emocionantes que ilustrem e
sustentem determinada filosofia de trabalho da empresa, defendendo que o Design deve
ser também utilizado pela organização para estimular a criatividade dos seus
trabalhadores, numa turbulenta Era de inovação tecnológica e de mudanças económicas,
e onde esta capacidade se torna um critério competitivo crucial para a sobrevivência e
prosperidade da empresa.
Hakil Moon et al (2013, p. 42) afirmam por sua vez que as preferências e
comportamentos dos clientes mudaram muito rapidamente em resultado das expansões
tecnológicas e, portanto as organizações encontram-se hoje mais pressionadas para serem
capazes de se adaptar à mudança e a fim de enfrentar a cada vez mais heterogénea e volátil
procura de Mercado. Nesse sentido um maior investimento em inovação pelo Design
pode ajudar a organização a superar os desafios associados a essa volatilidade,
permitindo-lhe desenvolver e trazer mais produtos inovadores para o mercado, mas
também aumentar a aceitação dos mesmos uma vez que os clientes valorizam mais os
produtos que revelaram ter uma preocupação centrada no utilizador durante a sua
conceção. Swan et al (2005, pp. 155–156) testaram os efeitos da incerteza contextual
como um moderador entre as capacidades e o desempenho da empresa concluindo que
quanto maior o nível de incerteza no Mercado maior o efeito das capacidades em Design
sobre o desempenho dos negócios. No entanto, e no que diz respeito à velocidade de
lançamento no Mercado essa relação é, de acordo com os autores invertida, Talvez devido
aos efeitos da incerteza associados ao desenvolvimento de novos Designs e produtos. Os
autores concluem por esse motivo que o impacto das capacidades em Design no
desenvolvimento de novos produtos e no desempenho da empresa é mediado pelo nível
de incerteza contextual, sendo positivo para as capacidades funcionais, mas negativo para
as capacidades estéticas e tecnológicas (Swan et al., 2005, p. 157). Pradeep Sharma e
Dean Poole (2010, p. 72) encontram motivos para as empresas recorrerem às capacidades
em Design de forma a se adaptarem a mudanças nos comportamentos de consumo e
portanto serem capazes de responder à volatilidade no Mercado dando o exemplo do
movimento slow food onde os consumidores estão cada vez mais preocupados com as
61
questões éticas e onde características inerentes aos processos de Design como a busca de
autenticidade se podem revelar ferramentas muito eficazes de comunicação.
Outros autores consideram que o Design pode revelar-se como uma capacidade
útil para ajudar a organização a tornar-se resiliente às mudanças externas, adicionando ao
Design um valor acrescentado em ambientes híper dinâmicos. Ryan Rosensweig refere
que em "mercados voláteis, (o Design) pode ser extremamente útil para uma empresa
para desenvolver uma competência essencial na resposta à mudança"34 (Rosensweig,
2012, p. 17). Este autor acrescenta que o Design, e devido por causa de seu "saber em
ação" e "reflexão na ação" (Rosensweig, 2012, p. 19) exibe o potencial para auxiliar no
processo de rápida reconfiguração da organização, na sua estrutura e nas suas rotinas de
resposta face a novas oportunidades e/ou ameaças (Rosensweig, 2012, p. 17). Destacam-
se por fim as contribuições de Jianxi Luo et al (2012, p. 4) que reforçam um possível
entendimento do Design enquanto capacidade dinâmica por considerarem que este
permite que a empresa possa responder a um ambiente em rápida mutação, quer
integrando na organização informação externa relevante e quer promovendo a adaptação
rápida da organização para esta mudança.
34
Tradução livre do autor do original “In volatile markets, it can be extremely useful for a firm to develop
a core competency in responding to change”
62
facilmente imitável ou incorporada pelos seus competidores diretos (Birgit H Jevnaker,
2000, p. 33). Jevnaker considera a excelência em Design como uma capacidade que
permite à organização consolidar vantagens competitivas, e não só os pressupostos
defendidos pela autora parecem adequar-se encaixar ao conceito de capacidades
dinâmicas (Teece et al., 1997; Wang & Ahmed, 2007, p. 35), mas existe também a
identificação de uma tipologia de capacidades dinâmicas em Design. Essa tipologia
propõe ainda a divisão das capacidades dinâmicas de Design em seis subgrupos distintos
entre si e de acordo com a natureza dos seus resultados e áreas de intervenção:
organizacional; recursivo; combinatória, inovadora, estratégica e capacidade de proteção
vantagem competitiva (Birgit H Jevnaker, 2000, p. 28). Brigitte Jevnaker argumenta que
são essas capacidades dinâmicas que se encontram presentes no Design que permitem às
organizações tornarem-se mais flexíveis e capazes de se adaptar num contexto de
crescente incerteza e concorrência (Birgit H Jevnaker, 2000, p. 33).
Contudo Jevnaker adverte que essas capacidades em Design não são passíveis de
ser simplesmente adquiridas ou construídas instantaneamente pelas empresas pois
resultam de diálogo permanente e continuado investimento entre a gestão estratégica do
Design e a gestão da empresa sendo portanto um processo que se estende temporalmente
(Birgit H Jevnaker, 2000, p. 27). Jevnaker identifica também lacunas na literatura
especializada observando que ainda não se foi capaz de comprovar como as capacidades
dinâmicas são adquiridas e desenvolvidas dentro de uma organização assim como
entender qual o papel do designer neste processo (Birgit Helene Jevnaker, 2005, p. 37).
63
estabelecer a consciência do valor total do Design por toda a empresa (Rosensweig, 2012,
p. 20). O mesmo exemplo é fornecido por um autor diferente para chegar a conclusões
semelhantes. Steve Sato et al (2010) reportam no seu artigo os resultados de uma
investigação sobre o impacto do Design para a estratégia de inovação da Hewlett Packard,
e na qual concluíram que nesta empresa o design thinking permite acrescentar capacidade
de resposta e flexibilidade à organização, e é em si, um elemento essencial na capacidade
de resposta desta aos desafios externos (Sato et al., 2010, p. 45).
Charles Noble questiona sobre o que é afinal o Design dentro deste quadro de
análise (2011, p. 391), afirmando que as ramificações estratégicas inerentes a esta questão
influenciará as condições que o Design irá enfrentar no esforço de ser aceite, rapidamente
adotado e integrado por outros e dentro da organização. Este autor afirma ainda que a
resposta a esta questão permitirá uma maior compreensão sobre a capacidade do Design
em preparar a organização para lidar com a mudança externa (Noble, 2011, p. 391). Walsh
por sua vez identifica uma separação entre as oportunidades dinâmicas (e que são
apresentados como sendo oportunidades permeáveis às mudanças que surgem fora da
organização) e oportunidades operacionais para de seguida atribuir ao designer a
responsabilidade de combinar e criar a capacidade de absorção e de reconfiguração da
organização (Walsh, 1996, p. 514).
64
2.2 Discussão da revisão de literatura
“É o Design uma cultura, uma capacidade, uma capacidade dinâmica (ou tudo
isto junto)?”35 (Noble, 2011, p. 391)
Apesar de vários estudos (Chiva & Alegre, 2009; Dickson, Schneier, Lawrence,
& Hytry, 1995; Hertenstein & Platt, 1997; James Moultrie et al., 2009; Mozota, 2011) já
fornecerem evidências empíricas sobre como superiores capacidades em Design ajudam
a construir e manter vantagens competitivas, o Design é ainda visto como um processo
caixa-negra dentro da organização (Abecassis-Moedas & Mahmoud-Jouini, 2008). De
facto, após esta revisão de literatura pode-se concluir existir uma considerável dispersão
e indefinição em torno do que se entende por capacidades em Design. Isto limita o
entendimento por parte das organizações sobre como aproveitar e tirar partido do
potencial estratégico do Design porque (entre outras razões) as organizações são
incapazes de gerir o que não conseguem compreender. Esta revisão de literatura permite-
nos entender as razões subjacentes ao mito sobre como o Design (por causa de sua
criatividade inerente) funciona como uma besta selvagem, uma prática de comportamento
imprevisível que não pode ser medido ou adequadamente gerido (Olson et al., 1998, p.
55). Nesse sentido, e face aos contributos analisados, pode-se concluir que embora
diversos autores atribuam ao Design um conjunto de características e capacidades que
permitem à organização desenvolver vantagens competitivas e inovar, é a falta de um
35
Tradução livre do autor do original “Is design a culture, a capability, or a dynamic capability (or all of
them)?”
65
quadro teórico mais completo que impede uma reflexão mais profunda sobre a natureza
e o comportamento das capacidades em Design dentro dela.
66
estabelecimento dessas relações teóricas e sobreposições serão fornecidas no capítulo
cinco e no decorrer do desenvolvimento de instrumentos e geração de itens realizado
durante a operacionalização das variáveis teóricas.
67
Que escolhas e opções estarão disponíveis às empresas e quais os impactos da sua
política de investimento em Design? Torna-se importante avaliar a importância da origem
dos recursos de Design para o desenvolvimento e o impacto das capacidades em Design
dentro da organização. De igual forma, e se o entendimento for de que as capacidades em
Design podem ajudar a empresa a lidar e se adaptar à mudança externa, então torna-se
importante entender se diferentes graus de dinamismo do mercado afetam (e de que forma
eles afetam) o comportamento e a importância de capacidades em Design. Na literatura
verifica-se que existe um número alargado de autores que partilham a opinião sobre a
importância do nível de volatilidade do mercado para explicar uma diferença no
comportamento, composição e impacto que as capacidades dinâmicas possam ter na
competitividade das empresas. Contudo mesmo junto desses autores não existe um
consenso alargado, existindo um conjunto igualmente robusto de autores que
simplesmente ignoram que existam quaisquer efeitos relativos ao dinamismo do ambiente
no qual a organização se insere (Barreto, 2010, p. 261).
Exemplo disso mesmo é a discordância entre dois dos autores mais influentes
dentro da literatura de Gestão Estratégica e capacidades dinâmicas, onde o autor Shaker
Zahra defende que o efeito indireto das capacidades dinâmicas sobre o desempenho só é
possível em mercados voláteis, tornando dependente do dinamismo do mercado o efeito
global de capacidade dinâmica sobre o desempenho (S. a. Zahra, Sapienza, & Davidsson,
2006, p. 16). E entre os contributos do artigo de Kathleen Eisenhardt e Jeffrey Martin que
apesar de sustentarem que "O padrão de capacidades dinâmicas eficazes depende do
dinamismo do mercado. Em particular, as capacidades dinâmicas variam em sua
dependência de conhecimento existente."36 (Eisenhardt & Martin, 2000, p. 1110),
acrescentam que também é possível considerar a existência de capacidades dinâmicas nos
mercados moderadamente dinâmicos. De acordo com Eisenhardt e Martin embora nesses
mercados haja menos incentivos para a construção de capacidades que se ocupam da
mudança externa estas mantêm a sua importância, apenas exibindo um comportamento
diferente das capacidades dinâmicas desenvolvidas por empresas inseridas em mercados
hiper-dinâmicos (Eisenhardt & Martin, 2000, p. 1110).
36
Tradução livre do autor do original “The pattern of effective dynamic capabilities depends upon market
dynamism. In particular, dynamic capabilities vary in their reliance on existing knowledge”
68
particular entre as capacidades de absorção e adaptação. Por exemplo verificou-se que
autores como Verganti e Ravasi quando descrevem o papel do designer enquanto
intermediário ou guardião de passagem não se limitam a dar relevo somente à capacidade
de absorver e integrar conhecimento externo, mas incluem sem distinção a capacidade do
designer em recombinar, adaptar e reconfigurar as capacidades e conhecimento existentes
dentro da empresa para possibilitar a integração e exploração desse conhecimento
externo. Torna-se portanto difícil estabelecer fronteiras claras entre dimensões, o que traz
dificuldades acrescidas à operacionalização dos conceitos e ao estabelecimento de
unidades de medida para avaliar os efeitos entre constructos. Tal acarreta um perigo de
não se ser capaz de conseguir distinguir sobre o que são capacidades dinâmicas, sendo
aliás a mesma armadilha de hiper-relativismo anteriormente apontada ao Design (Heskett,
2003), e para a qual se deve ter especial atenção durante a etapa do desenvolvimento do
modelo teórico e respectiva operacionalização.
69
As capacidades em Design comportam-se de formas diferentes e relativamente ao
seu impacto sobre o desempenho económico das organizações. Através das capacidades
dinâmicas podemos intervir diretamente ou indiretamente através do melhoramento das
capacidades operacionais em Design existentes (ou outras capacidades) e de forma a
permitir à organização melhor acomodar e acautelar os choques externos.
70
Resumo do capítulo
Encerramos este capítulo com uma discussão sobre alguns dos problemas
identificados por outros autores, deixando-nos a oportunidade de identificar questões
importantes que devem ser posteriormente analisadas no capítulo oito (discussão dos
resultados), onde algumas das questões identificadas serão confrontadas com os
resultados empíricos da investigação.
71
3 O impacto económico das capacidades em Design nas organizações
Notas introdutórias
Novamente este capítulo termina com uma discussão sobre alguns dos problemas
identificados por outros autores, procurando-se incentivar e incrementar o debate
académico relativo às áreas de estudo desta investigação. O objetivo final é complementar
a análise desenvolvida no capítulo anterior, permitindo que a revisão da literatura
realizada no conjunto dos dois capítulos forneça uma base sólida para a definição das
hipóteses de investigação assim como as premissas metodológicas a elas associadas
(capítulo cinco).
72
3.1 Impacto na performance económica das organizações
Moultrie et al dividem em três as áreas nas quais o Design pode acrescentar valor
à empresa: criação de produtos e serviços; a forma como os produtos e serviços são
comercializados; e o impacto no desenvolvimento de novos processos de negócio e
ambientes no local de trabalho que produzam maior eficiência (James Moultrie et al.,
2009, p. 79). Brigitte Mozota considera que, embora muitas organizações ainda estejam
relutantes em investir no desenvolvimento de melhores capacidades em Design, existe
um número crescente de empresas que compreendem a importância de gerir e desenvolver
a capacidade do Design enquanto recurso estratégico de forma a manter uma comparativa
e vantagem sustentável sobre a concorrência (Mozota, 2011, p. 49). Quer através da
melhoria do Design operacional que permite a criação de valor para as atividades
principais das organizações, ou antecipando mudanças externas no contexto em que a
empresa opera, Mozota também se refere à importância da integração do Design nas
atividades de geração de valor da organização assim como na sua estratégia global para
que o Design "possa repercutir uma vantagem competitiva relevante em todo o sistema
de valor" (Mozota, 1998, p. 28).
O autor Peter Zec (2011, p. 39) considera no seu artigo que a importância de
quantificar o impacto do Design deve-se ao facto de que este ajuda a reduzir os riscos
associados a um investimento em Design. De igual forma também Harry Rich argumenta
que as métricas associadas a essa quantificação permitem também ajudar a Administração
da organização a monitorizar melhor o cumprimento dos objetivos financeiros e comparar
os resultados relativamente à evolução dos sectores industriais nos quais a organização
opera (Rich, 2004, p. 33). A investigação desenvolvida por Rich revelou que as empresas
que haviam sido identificadas como as que utilizavam de forma mais eficaz os recursos
em Design não só apresentavam melhores resultados do que outras empresas indexadas
no FTSE 10038, mas também sugeria que, se os investidores estivessem convencidos de
37
Tradução livre do autor do original “Good Design is good Business”
38
O FTSE 100 é um índice de performance que é calculado com base nas 100 empresas mais importantes
e com maior volume de negócios representadas na Bolsa de valores de Londres
73
que o Design é bom negócio, então as empresas nas quais investem ficariam com pressão
extra em fazer um melhor uso do Design (Rich, 2004, p. 34).
Outros estudos têm fornecido evidências empíricas sobre esse impacto positivo.
Sharifi e Pawar (1996, p. 257) argumentam que o Design desempenha um papel central
no reforço da competitividade da empresa. Fynes e Búrca (2005, p. 10) apresentam
resultados da sua investigação que indiciam que a qualidade do Design contribui para a
redução dos custos associados ao tempo de colocação do produto no mercado. A
investigação de Marina Candi e Rögnvaldur Saemundsson (2011, pp. 549–550) parece
sugerir que o Design enquanto um fator de intervenção estética apenas pode constituir
74
uma vantagem competitiva em mercados onde exista um forte nível de comoditização e
para os quais a capacidade de diferenciação torna-se uma vantagem relevante. A pesquisa
de Gemser et al concluiu que quanto maior o envolvimento de designers no
desenvolvimento de produtos, maior será a ênfase dos projetos nos aspetos experienciais
e funcionais do Design. Por sua vez um maior ênfase do Design no ciclo de conceção de
produtos traduz-se num aumento no desempenho financeiro da organização quando
comparado com empresas que não investem na inserção dos contributos dos designers em
processos de desenvolvimento de produtos (Gemser et al., 2011, p. 75).
75
que melhores resultados podem nem sempre significar uma maior rentabilidade uma vez
que uma maior aposta no Design significa igualmente um custo associado mais elevado
devido às necessidades de investimento e quando comparado com a abordagem de Design
silencioso (Candi, 2010, p. 199).
No seu estudo os autores (Best, Kootstra, & Murphy, 2010, p. 34) providenciam
evidências de que a gestão do Design aumenta o desempenho económico das
organizações. Heather Fraser (2009, p. 57) afirma que embora já seja reconhecido o valor
do Design em permitir que a organização possa desenvolver novos e mais significativos
produtos e serviços, o seu valor real reside contudo nas contribuições que a metodologia
de Design traz para o desenvolvimento de estratégia de negócios e novos modelos de
negócios centrados em torno da experiência do utilizador. A investigação conclui que as
capacidades em Design devem ser vistas como um conhecimento em si, e que pode ser
combinado com outras capacidades operacionais com vista à criação de valor. Isto
posiciona o Design como um recurso estratégico independente que cabe à empresa gerir,
em vez de apenas ser visto como uma componente das capacidades tecnológicas e
Marketing (Verona & Ravasi, 2003).
Thomas J. Watson afirmou que o Design pode ser de facto um bom investimento
para a empresa, essa conclusão parece ser confirmada pelo estudo que Robin Roy (1994,
p. 15) desenvolveu e que conclui que vez que mais de 90% do investimento das empresas
76
em Design é recuperado nos resultados do primeiro ano. Contudo outros autores alertam-
nos para algumas condicionantes que podem limitar esses resultados. Destacam-se
novamente os estudos de Chiva e Alegre (2009, p. 434) onde se observa que o aumento
da rentabilidade do investimento em Design encontra-se dependente do grau de
desenvolvimento das capacidades em Design assim como de uma adequada gestão dessas
capacidades. De igual forma a investigação de Kathryn Best et al (2010, p. 35) revelou
existir uma relação positiva entre superior gestão de Design e o crescimento da empresa,
considerando (entre outros aspetos) que as despesas em Design passem a ser consideradas
como sendo um investimento para o crescimento futuro em vez de contabilizadas como
meros custos operacionais. Jevnaker (2005, p. 38) por sua vez afirma que enquanto os
gestores consideram as atividades de Design como sendo simultaneamente fascinantes e
arriscadas, já os designers consideram ser sim arriscado que os gestores optem por não
para investir em atividades de Design. A confirmar estes argumentos de Brigitte Jevnaker
encontra-se o estudo conduzido pelas investigadoras Anna Grzecznowska e Emilia
Mostowicz (2004, p. 58) e no qual se revela que as despesas realizadas pela organização
com recursos de Design são quase insignificantes quando comparados com os custos
globais de produção (menos de 0,01%). Estes resultados parecem confirmar que uma das
principais limitações ao investimento do Design continua a ser a perceção de que o
investimento em Design acarreta riscos consideráveis uma vez que a Administração e
gestores seniores parecem não reconhecer os efeitos positivos a longo prazo do Design.
77
encontra-se entre esses autores (2007, p. 63) e considera a obtenção de prémios em Design
como sendo um bom veículo ao dispor dos designers para avaliar e demonstrar a
qualidade do seu Design junto dos clientes de forma objetiva. Este autor demonstra
preferência por este indicador pois argumenta que o sucesso de vendas dos produtos
depende de outros fatores além do Design o que torna difícil a reivindicação dos créditos
associados a esse sucesso. XèniaViladas defende o uso do retorno sobre expectativas
(RSE) em vez do retorno sobre o investimento (RSI) (Viladàs, 2009, p. 60). Viladàs
(2011, p. 58) sugere mesmo o recurso a indicadores-chave de desempenho especialmente
desenvolvidos e adequados à prática do Design sugerindo indicadores de relevância que
permitam medir o valor de Design tais como: a percentagem de desvio relativamente aos
custos; percentagem dos desvios aos prazos limites; a taxa de desenvolvimento e
velocidade em que os conceitos são aprovados; o número de conceitos e produtos que a
equipa de Design desenvolve durante um determinado período de tempo; e a taxa de
sucesso dessas ideias medida em termos do número de produtos e serviços que
efetivamente conseguem emergir do outro lado do funil de desenvolvimento de novos
produtos A análise agregada de tais indicadores também se poderá revelar útil se não se
limitar a monitorizar os resultados face às expectativas, mas também servisse de base para
o cálculo e estimação do retorno sobre o investimento em Design (RSID).
78
“Influência de fatores emotivos e de compra; Estratégia de entrada em novos mercados;
Construir a imagem da marca e reputação corporativa; Melhoramento do tempo de
entrada em mercado e de processos de desenvolvimento de produto; retorno sobre o
investimento em Design (RSID) / redução de custos; Grau de inovação em produtos e
serviços; Aumento da satisfação do cliente / desenvolvimento de comunidades de
clientes; patentes de design e marcas / criação de outras formas de propriedade
intelectual; Melhorar a usabilidade; melhorar a sustentabilidade”39 (Lockwood, 2007,
p. 91)
39
Tradução livre do autor do original “Purchase influence/emotion; Enable strategy/enter newmarkets;
Build brand image and corporate reputation; Improve time tomarket and development processes; Design
return on investment (ROI)/ cost savings; Enable product and service innovation; Increase customer
satisfaction/develop communities of customers; Design patents and trademarks/create intellectual
property; Improve usability; Improve sustainability”
79
por Wallace demonstra que a capacidade de medir o impacto financeiro do Design através
do impacto direto sobre as vendas do Design de embalagem e a rentabilidade é tão rara
que até a única organização que durante a recolha de dados admitiu ter desenvolvido as
suas próprias métricas considerou ter nelas uma vantagem competitiva e portanto, não se
mostrou disponível para compartilhar a sua metodologia ou resultados (Wallace, 2001, p.
22). Contudo Wallace acrescenta que possuir uma ferramenta de avaliação eficiente
significaria resolver somente parte do problema uma vez que as dificuldades
continuariam sobre qual a melhor forma de interpretar as informações recolhidas
(Wallace, 2001, p. 23). A investigação de Wallace revelou também que, e apesar das
dificuldades na aquisição e interpretação das informações, a maioria das empresas
concordaram em permanecer com a medida mais ineficiente mas igualmente mais
estandardizada da taxa de RSI, elevando mesmo o papel desta medida enquanto métrica
determinante da política de Marketing (Wallace, 2001, p. 23). Este autor recomenda que
o período de recolha de dados abranja o período de tempo entre o inicio e o fim do projeto
e durante o qual o Design participa de modo a permitir uma comparação na variação do
volume de vendas e analisar essas alterações em comparação com os custos globais do
projeto (Wallace, 2001, pp. 26–27). Wallace também acrescenta que o acesso a
informações adicionais relevantes possibilita que o departamento responsável pela gestão
dos recursos e capacidades em Design possa gerar previsões mais precisas relativas ao
impacto financeiro do Design dentro da organização e, assim ser capaz de justificar a
obtenção de mais recursos e investimento para si (Wallace, 2001, p. 27). O sucesso é
medido pela capacidade de demonstrar o valor do Design aos gestores seniores para que
estes possam compreender e apreciar (Wallace, 2001, p. 27).
80
das capacidades em Design e atividades das empresas que investem em capacidades em
Design através de iniciativas tais como o Designer ISO e uma formação continua em
gestão de Design, porque na sua opinião "o Designer ISO não só envolve os aspetos
criativos e específicos de conceção de uma empresa comercial, mas também se relaciona
com negócios do dia-a-dia e vai ajudar a profissionalizar a empresa."40 (Ramlau &
Melander, 2004, pp. 53–54)". Onesirosan-Martinez também menciona a necessidade de
acreditação regulada e mantida através de uma monitorização contínua, incluindo
avaliações periódicas do impacto quer do “negócio do design” e quer do “design no
negócio” (Onesirosan-Martinez, 2007, p. 37).
Tung-Jung Sung e Manlai You sugerem que futuros sistemas de avaliação das
capacidades em Design deverão sempre ser estruturados em torno de três níveis
organizacionais distintos:
"Nível corporativo, nível de departamento e nível de projeto com base no guia British
Standard 7000 (BS 7000) para a gestão de design de produto (BSI, 1997). No nível
corporativo, a criação e acompanhamento de estratégias ou objetivos do projeto estão
envolvidos. No nível do departamento, estabelecendo, controlando e orientando as
políticas de design são as principais preocupações. Ao nível do projeto, a implementação
de design e comunicação de design são mais importantes."42 (T.-J. Sung & You, 2007, p.
196)
40
Tradução livre do autor do original “the Designer ISO not only involves the creative and design-specific
aspects of a commercial enterprise but also relates to day-to-day business and will help professionalize the
company”
41
Tradução livre do autor da expressão inglesa “branding”
42
Tradução livre do autor do original “corporate level, department level and project level based on the
British Standard 7000 (BS7000) guide for the management of product design (BSI, 1997). At the corporate
level, the crea- tion and monitoring of design strategies or objectives are involved. At the de- partment
81
Por fim, de referir ainda o trabalho de Sally Brazier e Barbara Cruz que
descrevem a ferramenta de autoavaliação Escadaria de Gestão de Design43 desenvolvida
com o intuito de compreender a importância das capacidades da gestão do Design para a
organização. A base de análise destas autoras para o seu modelo recaí sobre os fatores de
consciencialização e visibilidade, processo, especialização, planeamento e recursos e que
permite aos gestores avaliar a maturidade da sua empresa para o uso do Design, e em
comparação com os valores médios disponibilizados numa base de dados constituída para
o efeito (Brazier & Cruz, 2009, p. 68). Todos estes contributos demonstram a importância
que tem para os estudos de Design, profissionais e organizações o entendimento sobre o
potencial de retorno de investimento do Design para a empresa. A necessidade sobre esse
entendimento entende-se (e como se discutiu anteriormente) pela também necessidade
que as organizações e os designers têm de justificar a alocação de recursos e investimento
adicional em Design e em detrimento de outros departamentos ou recursos.
level, establishing, controlling and directing design policies are the main concerns. At the project level,
design implementation and design com- munication are most important.”
43
Tradução livre do autor do titulo original em Inglês de “Design Management Staircase”
44
Tradução livre do autor do original “in the packaging of our consumer goods, in our mobile phones, in
our furniture and fashion, and in the stores we patronize”
45
Tradução livre do autor a partir do original em Inglês “Design is to design a design to produce a design”
82
essa possível vantagem do Design de assumir em si diferentes dimensões conceptuais e
modos de intervenção, também lhe coloca sérias limitações à medição dos seus impactos
económicos. Essa limitação por sua vez dificulta consideravelmente o Design no seu
esforço por ser considerado um ativo estratégico dentro da empresa e justificar um reforço
do investimento nos seus recursos e capacidades. A natureza subjetiva do Design faz com
que seja mais difícil avaliar ou medir os seus impactos e resultados na organização.
46
Tradução livre do autor do original “a soft parameter – on par with human resources and marketing –
which is difficult to quantify since its mechanism cannot be defined in isolated terms”
47
Tradução livre do autor do original “design is notoriously difficult to define, tough to measure, hard to
isolate as a function, and tricky to manage, making it challenging for many non-designers to comprehend”
83
Não obstante o crescimento do interesse da Gestão pelo uso do Design enquanto
ferramenta estratégica dentro da organização Jeneanne Rae também reconhece as
dificuldades em torno da determinação do valor do Design pelo gestor de quadro
intermédio. O autor considera que tal é assim porque, na realidade "o design é
notoriamente difícil de definir, difícil de medir, difícil de isolar como uma função, e difícil
de gerir, tornando-se um desafio para muitos não-designers para compreender." (Rae,
2013, p. 31). James Moultrie considera que falta um quadro teórico que sustente as
conclusões de estudos prévios existentes assim como a sua aplicabilidade na Indústria. O
autor identifica em particular a carência por evidência empírica e dados mensuráveis
relativos ao impacto do Design e em termos do seu valor económico e das suas
contribuições para a inovação (James Moultrie et al., 2009, p. 69). Mas Moultrie também
associa algumas dificuldades com a captura de dados relativos às capacidades em Design,
tais como o facto de que a despesa associada a essas capacidades encontrar-se distribuída
por toda a organização e necessitar de ser recolhida a partir de diferentes centros de custo
contabilísticos e em vários departamentos ou divisões dentro da organização (James
Moultrie et al., 2009, p. 79). Outra limitação identificada prende-se com o facto de que o
Design não sendo uma commodity homogénea torna-se impossível a tarefa de distinguir
um bom de um mau gasto em Design (James Moultrie et al., 2009, p. 80)
84
crescimento da empresa o estudo realizado pela DMI revela que as organizações utilizam
uma mistura de métricas rígidas (orçamento, dimensão da equipa, ou geração de valor do
Design) com métricas moles como influência do Design, visibilidade ou a capacidade de
mudança cultural (Westcott et al., 2013, p. 16).
Os autores Julian Jenkins e Tony Golsby-Smith (2013) por seu lado consideram
no seu artigo que as métricas de negócios podem causar danos e até mesmo matar as
capacidades de inovação devido à cegueira de curto prazo provocada por um excessivo
85
protagonismo e dependência da análise dos resultados financeiros da organização. Esta
posição é igualmente defendida por Anna Whicher (2011) que apontam para alguns dos
principais desafios associados à avaliação do valor de Design e que estão relacionados
com a falta de medidas ou indicadores comumente aceites ou indicadores para a avaliação
do Design o que se traduz na falha do uso de tal avaliação para efeitos de aumento de
resultados (Whicher et al., 2011, p. 51).
James Moultrie e Finbarr Livesey (2014) concluem que, embora o seu estudo
tenha indicado que a maioria das empresas tende a investir mais dinheiro no Design do
que em Investigação e Desenvolvimento (I&D), a literatura Académica ainda dá mais
ênfase à medição da última em detrimento do Design, levando os autores a concluir que
o Design aparenta ser um primo pobre nos padrões de medição existentes quando se
compara com a importância dada à I&D. Os mesmos autores (James Moultrie & Livesey,
2014, pp. 580–581) sugerem que a razão para esse obscurantismo em torno da medição
do Design se possa dever em parte aos protocolos padrão utilizados para medir a inovação
tais como o Manual Frascati. Estes manuais optam por concentrar-se sobretudo na
medição de Investigação e Desenvolvimento (I&D) fornecendo uma visão muito estreita
do ponto de vista das contribuições de Design. Mas essas fontes por serem o resultado
utilizado faz com que existam dificuldades acrescidas na medição do Design, forçando
os investigadores a caírem nos erros de uma contabilidade dupla já que as medidas de
I&D já incluem os impactos do Design.
“Os designers são por vezes tentados a confundir o carácter estratégico de certos
projetos de Design com a convicção de que eles podem ser os estrategistas da empresa”48
(Mozota, 2003b, p. 51)
48
Tradução livre do autor do original “Designers are sometimes tempted to confound the strategic character
of cer- tain design projects with the conviction that they can be the strategists of the firm”
86
Esta citação de Brigitte Mozota serve como um alerta para um equívoco e
limitação por vezes recorrente. Para que o Design possa alimentar a ambição de ter um
impacto estratégico a nível organizacional primeiro necessita de conhecer e estar alinhado
com as metas estratégicas definidas pela Administração, assim como entender e
incorporar os constrangimentos de gestão da organização. Isto significa que não se deve
exigir somente aos gestores seniores o esforço de estarem conscientes do potencial
estratégico do Design mas é também exigível um esforço aos designers no sentido de
procurarem integrar na sua prática informações que emanam de negócios e que por vezes
evitam. Birgit Jevnaker (2000, p. 47) acredita que a literatura de gestão estratégica
encontra-se mais preocupada em saber como o Design se encaixa com sucesso na
estratégia corporativa. Contudo a autora considera que a fim de se desenvolver vantagens
através do Design um diálogo mais equilibrado entre o Design e a Gestão é aconselhável.
Craig Vogel (1996, p. 32) defende por sua vez que, embora as organizações já estejam
cientes da importância do Design, estas ainda se encontram atrasadas na compreensão
sobre como integrar o Design dentro da estratégia da empresa e através da qual este
poderia alterar a própria cultura organizacional.
Ryan Rosensweig (2012, p. 24) identifica que um dos maiores obstáculos para o
uso do Design enquanto capacidade dinâmica é que ainda permanece em grande parte
fora do âmbito de gestão estratégica. Esta é uma opinião aliás partilhada por outros
autores (Goodrich, 2007, p. 66) que também acreditam que o Design pode-se revelar
fundamental para a capacidade de uma empresa em se adaptar à mudança e inovar, mas
que para tal deve estar devidamente integrado dentro da sua gestão estratégica e ser levado
a sério para que possa desempenhar um papel relevante no difícil processo de mudança
dos modelos fundamentais da empresa. Badler desafia os designers a mostrarem aos
gerentes seniores, diretores executivos e outros o quão relevante se torna o uso estratégico
de design para o desempenho da organização (Badler & Zaccai, 1996, p. 55).
87
Design e outros aliados da organização devem, então, não somente concentrar seus
esforços na construção das capacidades em Design dentro da organização, mas também
encarar a necessidade de operar uma mudança por todo o ecossistema e cultura
organizacional para que a empresa possa na sua totalidade ser condutiva de inovação pelo
Design (Jenkins, 2008, p. 17). A autora defende ainda que, a fim de construir uma cultura
que incorpore o Design na organização é necessário existir um forte apoio da gestão de
topo e líderes das respectivas unidades de negócios. Para Jenkins a organização necessita
de campeões49 e entusiastas de Design que promovam o Design junto de colegas que
desempenham funções executivas, pois caso contrário os esforços dos designers encontra-
se condenado ao fracasso (Jenkins, 2008, p. 19). De igual modo também Frans Joziasse e
Folke Meijer defendem a importância do envolvimento dos quadros intermédios e gestão
de topo na ligação entre estratégia e branding para um melhor alinhamento entre
comunicação e visão e posicionamento da empresa (Joziasse & Meijer, 2006, p. 24).
49
Traduzido do autor da expressão inglesa “Design champions”
88
Sharifi e Pawar (1996, p. 262) consideram que o uso de equipas multifuncionais
(e que integram designers juntamente com engenharia e marketing) permite à empresa
enfrentar as dificuldades causadas pelos níveis cada vez maiores de complexidade do
produto e incerteza global que rodeia a Procura, os Mercados e o comportamento do
consumidor. Sharifi e Pawar acrescentam que o compromisso e apoio da administração
são elementos cruciais para incentivar e implementar esses desafios multidisciplinares.
89
organizacional adequada para que o Design possa desenvolver-se e crescer dentro desta
e possibilitar que se torne mais competitiva em contextos de mudança (Song & Chung,
2008, p. 43). Topalian defende que tanto o apoio dos quadros médios de gestão como do
executivo sénior são necessários para a gestão eficaz do Design. E como o Design não
faz parte da cultura da Gestão, então uma formação formal em gestão de Design é
necessária para os gestores da empresa (Topalian, 2002, p. 13). Para este autor a mais
poderosa equipa de designers são na realidade os executivos de empresas pois têm nas
suas mãos a decisão sobre de que forma os recursos e capacidades em Design são
implementados pela organização e qual o papel que assumem no seu interior. São também
eles que têm o poder de "criar o ambiente dentro do qual as energias de Design podem
florescer ou ser frustradas. Eles também influenciam a seriedade com que o Design é
tratado e integrado com outras disciplinas”50 (Topalian, 2002, p. 15). Esta opinião é de
resto partilhada por Jevnaker (2000, p. 31) uma vez que os resultados da sua investigação
apontam para a importância de um apoio entusiástico por parte dos gestores e executivos
e para uma implementação e uso estratégico das capacidades em Design dentro da
empresa. Tal apoio e defesa pró-ativa é de especial importância para sustentar os esforços
de Design ao longo do tempo, proporcionando a estabilidade necessária no momento em
que os novos produtos inovadores são expostos à crítica, desconfiança e até rejeição
interna e externa.
Os autores Mark Allen e Kenji Akuan consideram que, embora o Design seja um
interface crítico para outras disciplinas51 atingir os utilizadores finais e mediante a criação
de ferramentas ajustadas às suas necessidades específicas, ele só é realmente valorizado
pelos designers porque continua a ser mal compreendido dentro das organizações (Allen
& Ekuan, 2002, p. 58). Maciver por sua vez adverte-nos para a diferença de ideais entre
os designers e os gestores, diferença essa que pode levar até ao colapso no relacionamento
entre eles (Maciver, 2012, p. 27). E Vogel complementa esse raciocínio presenteando-
50
Tradução livre do autor do original “They create the environment within which design energies can
flourish or are thwarted. They also influence the seriousness with which design is handled and integrated
with other disciplines”
51
Disciplinas tais como a Gestão, a Engenharia ou o Marketing
90
nos com uma breve perspectiva histórica onde se tenta explicar por que razão o Design
não tem a mesma relevância na cultura da organização como as disciplinas do Marketing
ou Engenharia - e que por sua vez está relacionado com os obstáculos e dificuldades
sentidas nos esforços para o alinhamento e integração estratégica do Design. De acordo
com este autor a principal explicação é que enquanto o Marketing, Engenharia e Gestão
foram os primeiros a serem capazes de garantir posições de destaque nas organizações
(antes da viragem entre os séculos XIX e XX), o Design, por outro lado, só surgiu
enquanto uma "disciplina tão distinta já no final de 1920." (Vogel, 1996, p. 34).
Stamm argumenta por sua vez que para que a organização possa lucrar com os
benefícios do Design e ter um impacto sobre a inovação precisa em primeiro lugar de
desenvolver capacidades internas junto da Gestão e promover a integração das
capacidades em Design na organização (Stamm, 2004, p. 18). De igual modo também
Michele Simoni et al advertem os gestores para a necessidade de uma contínua avaliação
91
e alinhamento das capacidades em Design no que diz respeito à estratégia de
desenvolvimento de produto (Simoni et al., 2014, pp. 11–12).
52
Tradução livre do autor do original “Strategic commitment is the promise an organization makes to itself
and its marketplace— an agreement to deliver on its vision. Failure to keep the promise to the market
means rejection by customers: If a competitor’s product is available, customers will flock to it. Failure by
the organiza- tion to keep its promise to itself, on the other hand, leads to employees leaving”
53
Tradução livre do autor do original “It is simply amazing how rapidly support for design can fade, first
around the edges, then among key management”
92
Olson sustenta que de forma a evitar lutas internas pela autoria/coordenação do
projeto ou redundâncias, as linhas de comunicação devem permanecer abertas entre os
designers e as outras unidades funcionais que existam dentro da organização. De acordo
com o autor a integração do Design significa por isso que os seus processos e resultados
têm de ser interligados com os esforços de colegas de outras áreas e departamentos (Olson
et al., 2000, p. 13). Essa posição de interligação com outros departamentos além da Gestão
é também defendida por Inês Secca Ruivo (2008, pp. 326–327). A autora considera que
o Designer deve procurar entender as metodologias de trabalho de outros departamentos
da organização e intervir junto de outros sectores tais como o Marketing, Financeiro ou
Comercial para também melhor explorar as oportunidades de intervenção do Design no
desenvolvimento estratégico da organização.
93
3.3.2 Integração de métricas de gestão
Sam Bucolo et al (2012, p. 25) consideram que os líderes em Design podem ser
entendidos enquanto tradutores, tradutores esses que convertem a linguagem e prática do
Design para a linguagem dos negócios e que também traduzem restrições de negócios em
problemas de Design que os designers possam resolver. Mas para que seja assim Wallace
apela aos designers que parem de falar sobre criatividade e os processos, ou apenas
procurem abordar as questões de criatividade e as especificidades do processo de Design,
e comecem a discutir conceitos como RSI e o contributo do Design para um crescimento
dessa taxa de retorno sobre o investimento quando quiserem reclamar mais
reconhecimento por parte da gestão de topo (Wallace, 2001, p. 21). Outros autores (Allen
& Ekuan, 2002, p. 58; Joziasse & Selders, 2009, p. 36) vão mais longe afirmando que os
designers tornam-se no seu próprio pior inimigo por não falarem a linguagem dos
negócios ou por não realizar um esforço para aplicar os conhecimentos de Design em
outras áreas como finanças ou investigação. Os designers são os únicos responsáveis
pelas limitações sobre as quais eles acabam por se queixar uma vez que nenhum esforço
é feito por eles em expandir os limites da profissão além do que é já conhecido e aceite.
Durante a sua investigação Sean Carr et al identificaram a existência de
resistências por parte de gestores seniores em aceitar o Design enquanto recurso
estratégico, sobretudo devido à falta presença de métricas de negócio no Design:
54
Tradução livre do autor do original “Creativity is the designer’s most important contribution to business”
55
Tradução livre do autor do original “Talk like a strategist, not a designer” we were told. Adopt busi- ness
language; talk about business outcomes. Speak to customer impact, brand, revenue growth, and return on
94
Koostra afirma que o RSI se tornou uma obsessão para os designers que procuram
alcançar um maior reconhecimento junto da Administração e assim obter mais
protagonismo dentro da empresa. Este esforço significa que os designers reconheçam nas
medidas quantitativas o poder para validar o impacto do Design junto da Gestão (Kootstra
& Vink, 2007, p. 81).
Mrazek afirma que, num contexto onde o Design se torna mais importante
enquanto recurso estratégico em vez de capacidade operacional, torna-se cada vez mais
importante que o Design saiba comunicar seu valor de forma adequada de forma a
investment—things that are on managers’ minds. Tell stories of design’s successes, and develop metrics to
demonstrate them.”
56
Tradução livre do autor do original “This will lead higher mastery on cost-benefit analysis in the decision-
making in design thought as well as developing entrepreneurial skills establishing a new design firm,
analysis of the economic bounds of product and management of risk, particularly market risk, and help the
firm to manage exposure to risk”
95
demonstrar a sua relevância para a Gestão (Mrazek et al., 2011, p. 8). Søren Petersen e
Peter Phillips afirmam no seu artigo que os briefings podem fornecer uma boa ferramenta
para incorporar métricas de negócios no desenvolvimento da prática do Design, mas que
para tal as empresas têm de previamente desenvolver um ambiente que permita à
colaboração estratégica entre a Gestão (que oferece as necessidades do negócio) com o
Design (que se torna o co- proprietário dos desafios descritos no briefing). Ao possibilitar
uma melhor comunicação entre os departamentos e em torno de um briefing do qual
ambos são coproprietários a eficiência melhora significativamente (Petersen & Phillips,
2011, p. 65).
Philip Swift considera que os designers industriais por serem treinados para
valorizar e comunicar conceitos relacionados com forma, linha, ou cor possam ter
dificuldades em adaptar-se aos métodos de análise mais quantitativos que constituem a
base de tomada de decisões da Gestão (Swift, 1997, p. 51). No entanto o mesmo autor
considera que, independentemente das dificuldades associadas, se o designer procura
obter credibilidade, ele deve ser capaz de quantificar até mesmo perceções qualitativas,
adotando uma abordagem mais científica relativamente ao processo de Design, assim
como fazer um esforço para produzir dados credíveis e recorrendo a metodologias
científicas (Swift, 1997, p. 52).
96
1994, p. 71). O autor conclui que, se os designers começassem a participar de forma
regular nas avaliações financeiras o Design seria mais facilmente promovido à condição
de recurso estratégico dentro da empresa (Thompson, 1994, p. 78)
Para Mozota "gestão e design têm uma relação constrangida" (de Mozota, 2008,
p. 31), mas cada designer tem que admitir que o Design enquanto atividade não poderia
existir sem algum nível de conhecimento sobre Gestão, assim como os gestores deviam
aprender a aceitar a importância das capacidades e contributos do Design em áreas como
posicionamento de marcas (branding) e comunicação para melhorar o retorno sobre
património e a reputação da organização. Richardson também defende a importância de
descrever Design em termos de negócios e ser capaz de discutir RSI, de mercados, ou
roteiros para lançamento de produtos (Richardson & Roy, 2004, p. 27).
Topalian elabora um argumento interessante, afirmando que uma das razões para
os designers procurarem ter maior sensibilidade em relação às questões e conceitos de
Gestão deve-se também com o facto de que existe um preconceito que os designers são
contra a necessidade de procura do lucro e não possuem nem a disciplina e nem a
motivação para gerar riqueza, e que portanto eles têm a necessidade de provar o contrário
e desconstruir esses preconceitos, evidenciando as razões que fazem do Design um
instrumento estratégico e ao dispor da organização para criar valor (Topalian, 2002, p.
11).
57
Tradução livre do autor do original “Define for your clients the pre- and post-proposal process, how you
will set up a definitive written plan with them, get buy-in from their employees, map out an ROI model with
them, communicate from beginning to end with their top management, and provide a follow-up phase to
ensure successful implementation of the project or program”
97
Acima de tudo, o que estes diferentes contributos recolhidos de diversos autores
procuram demonstrar é a importância que tem para o Design em estender (e fazer
entender) com sucesso a sua atuação e influência à Gestão. Para isso deve também
demonstrar ser capaz de trabalhar lado a lado com gestores seniores, o que muitas vezes
implica que recorra e partilhe também as métricas de negócios, consideradas por esse
motivo e por muitos destes autores como sendo as mais apropriadas para demonstrar o
valor do Design em virtude do público-alvo a que o designer se deve dirigir dentro da
organização e com o intuito de promover o seu valor.
Sanchez (2006) enumera três desafios que os designers devem superar de forma a
poder influenciar os processos de planeamento estratégico das organizações: 1º identificar
e entender quais os constrangimentos de Gestão durante o planeamento estratégico: 2º
identificar as contribuições úteis para a satisfação dos objetivos estratégicos; 3ª ser capaz
de comunicar as potenciais contribuições recorrendo a conceitos que são do entendimento
dos gestores (Sanchez, 2006, p. 10). O alinhamento estratégico torna-se possível somente
se os designers forem previamente capazes de falar sobre a sua profissão à luz da
terminologia da Gestão. Mas, para os autores da empresa de consultoria especializada em
Design Frog deve-se também olhar para a natureza comportamental do indivíduo
"estratégia de design não é simplesmente sobre os fatores de negócios. Trata-se de uma
abordagem holística, multifacetada para os desafios dos clientes, que abrange, sim, de
98
negócios, mas também usuários, mercados, tecnologia e tendências culturais"58
(Richardson & Roy, 2004, p. 27).
Richardson defende que para que uma consultora em Design possa alcançar a
confiança das organizações e com elas desenvolver relações estratégicas que se
prolonguem no tempo, deve primeiro começar por incorporar a linguagem dos negócios
quando descrevem os contributos do Design e o seu impacto, recorrendo para isso (e
incorporando) a profissionais que possam fazer a ponte entre as áreas (por experiência e
afinidade de áreas), assim como ser capaz de juntar diferentes departamentos através de
práticas de trabalho e aprendizagem comuns (Richardson & Roy, 2004, p. 27). A
investigação de Gornick evidenciou que, embora o Design já seja amplamente aceite
enquanto um recurso valioso para a gestão, a organização necessita ainda de promover
um esforço contínuo de integração desse recurso e capacidades junto de outros
departamentos (Gornick, 2010, p. 49).
Outro perigo relativo à não integração de métricas utilizadas pela Gestão vem da
possibilidade da passagem para um modelo de contratação externa de recursos de Design.
Kallish adverte-nos para uma ameaça que paira contra sobre os departamentos internos
de Design e que se relaciona com a relativa incapacidade destes em se adaptar e integrar
os procedimentos financeiros da organização e com o propósito de comunicar os
processos e resultados do Design. Na opinião de Kallish isso leva à perceção de que o
Design não faz parte dos negócios, ou que é algo passível de ser gerido internamente,
adicionando que por este motivo algumas empresas têm vindo a fechar os seus
departamentos internos e a recorrer à contratação externa de serviços em Design. (Kallish,
2007, p. 23).
58
Tradução livre do autor do original “Design strategy is not simply about business factos. It’s about a
holistic, multi-faceted approach to clients’ challenges that covers, yes, business, but also users, markets,
technology, and cultural trends”
59
Tradução livre do autor do original “Business objectives answer such questions as: What are we trying
to accomplish with this product? Why is this product needed in the marketplace? Who will buy this product?
What is the return on investment, market share, competitive position, and relationship to the company brand
desired? How will this product be priced and promoted?”
99
orientados para as metas e objetivos da Gestão e direcionados à necessidade dos
"objetivos de negócio responder a perguntas como: o que estamos tentando fazer com
este produto? Porque é que este produto necessário no mercado? Quem vai comprar este
produto? Qual é o retorno sobre o investimento, participação de mercado,
posicionamento competitivo, e sua relação com a marca da empresa desejada? Como é
que este produto ser fixado o preço e promovido? (Petersen & Phillips, 2011, p. 65). De
acordo com estes autores estas são perguntas que os designers devem procurar responder
estando conscientes sobre os objetivos e constrangimentos económicos, e no decorrer do
desenvolvimento de estratégias específicas para alcançar esses objetivos.
Rosensweig (2012) considera que o design thinking pode atuar enquanto elo de
ligação entre a Gestão e o Design, e antevê que no futuro as organizações irão procurar
designers e estudantes de Mestrados em Administração de Empresas (MBA) que sejam
capazes de integrar e conjugar conhecimentos e capacidades analíticas providenciadas
por ambas as disciplinas. Desta forma estes futuros profissionais estariam capacitados a
fornecer à organização visão e capacidades multidisciplinares uteis a uma integração
100
estratégica e que lhe permitissem tornar-se mais competitiva e expandir a sua quota de
Mercado.
“Os designers aprenderam que não é só sobre dispositivos na moda e latas de lixo
projetadas por designers de $200 dólares. E os gestores têm aprendido uma dolorosa
lição de que o foco nos números e na perseguição de lucros trimestrais por crescimento
de ação como se fossem o Santo Graal tem algumas desvantagens graves. Cada vez mais,
ambos os lados reconhecem que a medida fundamental do sucesso – tanto no design como
na gestão - é se efetivamente se está a criar valor para alguém lá fora (da
organização)”60 (Liedtka, 2010, p. 11)
Ryan Rosensweig (2012) afirma que para que o Design possa desenvolver-se
enquanto capacidade dinâmica primeiro requer interação com a gestão estratégica da
organização e isso pode ser possível através do design thinking. O design thinking é assim
entendido pelo autor como sendo uma ferramenta que permite mediar entendimentos e
estabelecer pontes de ligação entre duas línguas fundamentalmente diferentes
(Rosensweig, 2012, pp. 19–20). Pode-se concluir que para Rosensweig o design thinking
é também uma competência que pode ajudar as organizações a incentivar a formação e
colaboração dentro de equipas multidisciplinares, não sendo em si uma capacidade
dinâmica, mas antes como uma ferramenta que pode por sua vez apoiar o Design em
60
Tradução livre do autor do original “Designers have learned that it’s not all about cool gadgets and $200
designer trash cans. Business has been taught a painful lesson that managing the numbers and chasing
quarterly earnings per share growth as if they were the Holy Grail has some serious downsides.
Increasingly, both sides are recogniz- ing that the fundamental measure of success—in design or in
business—is whether we are really creating value for somebody out there”
101
desenvolver capacidades dinâmicas com utilidade e impacto real dentro da empresa
(Rosensweig, 2012, p. 20).
Maciver acredita que existem sinais que sugerem a "simbiose nas metas,
metodologias e preocupações de design e negócios."61 (Maciver, 2012, p. 25). Um estudo
conduzido pela autora revela que em consultoras de classe mundial o peso das tarefas e
decisões em gestão já corresponde a metade do tempo total utilizado pelos designers
seniores com as suas obrigações e responsabilidades (Maciver, 2012, pp. 24–25).
A investigação feita por Micheli revela por sua vez que, na verdade, a linguagem
utilizada pelos gestores e designers não difere tanto como outros autores afirmam. Onde
se verificou que existia particular diferença e distinção foi na forma em que "os designers
deram especial importância a elementos, tais como o uso de materiais e tecnologia, bem
como a importância de um projeto para resultar em um produto icónico, enquanto
gestores destacou aspetos relacionados à marca e preço, e a exclusividade de produtos
que são bem desenhados."62 (Micheli et al., 2012, p. 702). Assim sendo os gestores e os
designers devem também prestar alguma atenção às perceções que cada grupo dá aos
meios e fins, pois os autores afirmam que além de constituírem línguas diferentes
possuem perspectivas diferentes e que podem originar tensão criativa (Micheli et al.,
2012, p. 703).
61
Tradução livre do autor do original “symbiosis in the goals, methodologies, and concerns of both design
and business”
62
Tradução livre do autor do original “designers gave particular importance to elements such as the use of
materials and technology, and the importance for a design to result in an iconic product, whereas managers
stressed aspects related to brand and price, and the exclusivity of products that are well designed”
63
Tradução livre do autor do original “the insights and unique perspectives of designers with regard to a
wide range of issues, an additional benefit is that design managers can frequently serve as effective conduits
between disparate groups, such as marketing and R&D. An added benefit of the team approach is found in
the delineation of responsibilities. Clearly, the discipline of design overlaps with engineering and
marketing”
102
Sharma e Poole desafiam os gestores a trazer o design thinking para todos os níveis
de tomada de decisão dentro da organização. Isso significa passar de produtos bem
projetados para “empresas bem projetadas”. Simultaneamente os autores desafiam os
designers a fazer esforços para compreender "o contexto em que o design opera no
contexto do negócio, bem como o contexto do consumidor" (Sharma & Poole, 2010, p.
74). No entanto Carr alerta para o facto de que o ensino de design thinking dirigido a
gestores pode ser simultaneamente uma boa e uma má ideia, dependendo se o ensino é
focado em permitir aos gestores apreciar o valor do Design, mas não "permitindo" que
possam começar a praticar Design (Carr et al., 2010, p. 62). Esta posição justifica-se com
o facto de que os designers e gestores recebem durante os seus estudos uma formação de
natureza diferente e por isso o esforço deve concentrar-se em tornar os gestores
conscientes sobre os fundamentos do Design e o seu processo. Isto permitirá a que ambos
os grupos profissionais possam dar maior importância às questões relativas ao Design
estratégico. Mas não se deve ignorar o facto de que ser-se designer exige uma formação
muito mais aprofundada e caracterizada pela exigência que não pode simplesmente ser
substituída por noções introdutórias de design thinking (Carr et al., 2010, p. 62).
103
acrescentado atribuída ao Design, ou seja o de ser um parâmetro “mole” (Kretzschmar,
2003, p. 5).
64
Esta crítica ao artigo de Chiva e Alegre é em parte corroborada por Davide Ravasi (2012, pp. 476–478)
65
Como são descritos os processos de Design por outros autores (Abecassis-Moedas & Mahmoud-Jouini,
2008)
104
e de forma a contribuir para um aumento dos seus resultados (crescimento e
rentabilidade). Tal constitui uma oportunidade para recorrer aos contributos e literatura
identificada durante o capítulo primeiro e sobre a teoria das capacidades dinâmicas. De
acordo com essa literatura as capacidades dinâmicas e operacionais não apenas revelam
ter um comportamento diferente, mas até efeitos potencialmente conflituosos para o
desempenho económico (Barreto, 2010, p. 264). Por um lado a identificação de
comportamentos diferentes entre tipos de capacidades em Design pode contribuir para
um melhor entendimento sobre como o valor do Design se gera e quais os elementos que
condicionam a sua ação. Por exemplo, a investigação a realizar pode servir para confirmar
ou descartar as conclusões de Gemser et al (2011) segundo as quais a concentração de
esforços ao incidir somente sobre as capacidades operacionais do Design faz com que a
organização se arrisque a desperdiçar outras valiosas contribuições que o Design pode
oferecer à sua capacidade para inovar (com perdas em termos de crescimento e
rentabilidade).
105
prática diária. Vários autores defendem que, para o Design desenvolver e aumentar a sua
importância dentro da organização, deve procurar interagir com a gestão estratégica da
organização, seja para aumentar os limites da profissão (Allen & Ekuan, 2002, p. 58;
Joziasse & Selders, 2009, p. 36), para confrontar e eliminar preconceitos existentes
(Olson et al., 2000; Topalian, 2002, p. 11), para facilitar o processo de integração do
Design como parte do processo de decisão executiva (Petersen & Phillips, 2011), ou
simplesmente ganharem mais relevo aos olhos da Administração (Thompson, 1994, p.
71; Wallace, 2001, p. 21). E que tal pode ser possível através da utilização do design
thinking enquanto uma ferramenta que permite mediar um entendimento entre duas
línguas e modos de estar diferentes (Rosensweig, 2012, p. 20). Tal argumento é
igualmente consistente com Wang e Ahmed segundo os quais "As empresas tendem a
desenvolver capacidades quando orientados por uma estratégia firme" (Wang & Ahmed,
2007, p. 41). Os autores acrescentam ainda alguns exemplos que podem ser úteis para
ilustrar o argumento principal:
66
Tradução livre do autor do original “a firm possessing higher levels of dynamic capabilities focuses on
developing capabilities as navigated by its strategic choices. For example, when the firm’s strategic
orientation is to achieve different- iation, its dynamic capabilities may direct toward concentrating its
assets on developing innovative capability, which results in higher levels of innovative products or services.
In contrast, when adopting a cost leadership strategy, the firm may focus on efficient manu- facturing and
overall cost cutting. Hence, this paper proposes that capability development is an outcome of dynamic
capabilities, often steered by firm strategy”
106
“Gestores. Muitos estudiosos (por exemplo ADNER e Helfat 2003; Eisenhardt e Martin
2000; Helfat et al 2007; Tripsas e Gavetti, 2000) destacam o papel crucial dos gestores
na capacidade da sua empresa em se adaptar às novas circunstâncias. Eles sugerem que
os gestores seniores são determinantes na implantação das diferentes formas de
capacidades dinâmicas"67 (Ambrosini & Bowman, 2009, p. 17)
67
Tradução livre do autor do original “Managers. Many scholars (e.g. Adner and Helfat 2003; Eisenhardt
and Martin 2000; Helfat et al. 2007; Tripsas and Gavetti 2000) highlight the key role managers play in
their firm's ability to adapt to new circumstances. They suggest that senior managers are critical
determinants in the deployment of different forms of dynamic capability”
107
3.4.1 Formulação das hipoteses de investigação
Esta conclusão parece ser aliás consistente com o modelo das capacidades
dinâmicas. Para efeitos de simplificação do processo de teste e validação das hipoteses
de investigação a realizar-se posteriormente optou-se por dividir a anterior hipótese de
investigação inicial (identificada no capitulo 2) - As Capacidades em Design podem ser
divididas entre capacidades operacionais e capacidades dinâmicas. Ambas têm um
impacto positivo mas distinto no desempenho económico da organização - em duas novas
hipoteses. Assim o primeiro pressuposto teórico traduz uma hipótese sobre o impacto das
capacidades em Design sobre a performance económica da organização, enquanto a
segunda hipótese diferencia os efeitos em termos de capacidades em Design e efeitos de
mediação. É também modificada a hipótese de investigação anteriormente formulada
sobre a importância de efeitos de moderação como volatilidade de mercado e natureza de
recursos de Design para o desenvolvimento das capacidades dinâmicas em Design:
108
2ª Hipótese de investigação (modificada): As capacidades em Design e a sua
importância para a organização podem ser melhor entendidas se distinguirmos
entre os seus comportamentos dinâmicos e operacionais. A relação entre
capacidades operacionais e dinâmicas é mediada pelo grau de alinhamento
estratégico e integração dessas capacidades dentro da organização.
109
Resumo do capítulo
110
4 Metodologia
Notas introdutórias
111
4.1 Introdução
De acordo com Bacharach (1989) uma teoria "não é mais do que um recurso
linguístico usado para organizar um mundo empírico complexo"68 (Bacharach, 1989, p.
496), que serve, assim, a função de organizar (parcimónia) um conjunto de conceitos
teóricos e relações entre conceitos teóricos e de forma a se poder comunicar (clareza) uma
visão mais simples e compreensível do mundo natural (inerentemente complexo).
68
Tradução livre do autor do original “It is no more than a linguistic device used to organize a complex
empirical world”
112
disciplinas e domínios científicos. A investigação em Design não compartilha apenas um
espaço comum mas também complementa a produção de conhecimento de outras
disciplinas, o que exige uma maior ênfase no rigor e métodos de investigação avançada
no âmbito da disciplina e prática do Design (David Durling & Friedman, 2003, p. 1).
pressupostos
teóricos
constructos constructos
GENERALIZAÇÃO
hipóteses variaveis
variaveis
113
entre motivações e outras idiossincrasias, e as escolhas metodológicas que desenvolve
durante o processo de investigação, de forma a melhor posicionar as contribuições da sua
pesquisa e demonstrar a coerência do pensamento e processo subjacente à mesma.
Conforme Anne Ryan argumenta na sua obra (2006, p. 14) não se pode permitir
que os investigadores sociais realizem a sua investigação isolados, como se residissem
dentro de uma bolha, uma vez não é possível separá-los a eles e à sua investigação de
contextos históricos, sociais e teóricos mais amplos. Torna-se portanto importante saber
como o investigador interpreta e revê a sua procura de conhecimento dentro de tais
contextos para entender melhor as opções de pesquisa que realiza. Como Ryan (2006, p.
16) afirma "O conhecimento não pode ser dissociada da ontologia (ser) e da experiência
pessoal"69.
69
Tradução livre do autor do original “Knowledge cannot be divorced from ontology (being) and personal
experience”
114
fenómeno uma vez que todos os conceitos e delimitações existentes sobre a objetividade
ou conhecimento científico são socialmente construídos e, portanto, contaminados e
dependentes do contexto social e cultural no qual o investigador se insere. O autor defende
contudo que a Ciência procura conduzir o ser Humano à descoberta da verdade e como
tal acredita na importância do raciocínio dedutivo como forma de alcançar uma
aproximação a essa verdade, contribuído para desenvolver teorias que possam ser testadas
no mundo real. Também acredita que existe uma realidade que pode ser estudada, e que
essa realidade é independente e está para além da subjetividade da nossa experiência
individual.
A Ontologia seguida pelo autor, ou seja a relação do que existe no mundo a ser
conhecido, é a do realismo crítico, que defende que tudo o que nós (seres humanos)
sabemos é somente uma aproximação da realidade e que esta, embora exista e seja única,
é demasiado complexa para que nós a possamos compreender toda de uma só vez (Guba
& Lincoln, 1994). Tal opção distancia-me das posições defendidas pelo paradigma
Construtivista e para o qual não existe uma realidade externa única, uma vez que tudo o
que existe é uma construção mental que decorre da experiência individual e sistema de
crenças de cada individuo (Guba & Lincoln, 1994).
115
uma lógica científica. Esta abordagem pode ser por exemplo verificada nas entrevistas
que tiveram lugar durante o desenvolvimento de medidas e que foram realizadas junto de
pessoas provenientes dos sectores em estudo devido à sensibilidade que fornecem sobre
as motivações dos grupos alvo. Na verdade um investigador pós positivista quando realiza
investigação quantitativa faz-o na procura por respostas às questões de pesquisa através
do desenvolvimento de teorias objetivas, contudo esse mesmo investigador mantem a
crença subjacente de que a verdadeira compreensão sobre o comportamento de uma
variável observada está sempre por vir. Essa convicção e natureza manifesta-se aliás nos
métodos quantitativos escolhidos. Charles Spearman, um psicólogo Inglês, desenvolveu
o método de análise factorial no início do Século XX e que procura estabelecer relações
estatísticas entre comportamentos de variáveis manifestas com o intuito de comprovar a
existência de uma variável latente escondida. Este método de análise quantitativa de
correlações e o subsequente método de modelação por equações estruturais permite
deslocarmo-nos do clássico modelo de teste de teoria que caracteriza os paradigmas do
Positivismo e Modernismo, para uma procura pós-positivista por uma verdade escondida
por inferência e aproximação. A análise do modelo de equações estruturais, principal
método de análise utilizado no decorrer desta investigação, é baseado na análise factorial
mas adota a perspectiva da falseabilidade pós-positivista. Analisa os dados empíricos
recolhidos e testa o ajuste do modelo teórico, comparando as proposições teóricas
subjacentes com os resultados relativos aos testes das hipóteses operacionais, e termina
propondo a aceitação ou rejeição dos pressupostos e contribuições do modelo para uma
melhor compreensão dos construto(s) escondido (s).
116
Por fim o autor sustenta que a investigação estruturada em torno de um paradigma
pós positivista pode complementar uma abordagem construtivista mais dominante
existente no campo de estudos em Design, em particular a partir das contribuições
seminais de Schon (Cross, 2001; Donald A. Schon, 1984). Conforme foi identificado
anteriormente durante a revisão da literatura os designers tem de disputar com a Gestão
o protagonismo e legitimidade dentro das organizações, em particular nas ações de
definição estratégica, uma das razões para as quais sendo que o campo do Design não
possui a maturidade científica e metodológica de outras disciplinas presentes nos estudos
de inovação e organizacionais como é o caso da Gestão (Buchanan, 1990, 1992; Bürdek,
2005, pp. 276–280). Ainda de acordo com Rizal Sebastian (2005, pp. 81–83, 89), os
designers são solucionadores de problemas, geralmente menos focados na análise das
relações de causalidade ou questões de validade que garantam a generalização de soluções
para outros contextos. Esta limitação dificulta contudo a sua luta pela legitimidade no
discurso académico e investigação, enfraquecendo igualmente os esforços e a luta pela
credibilidade dentro da organização, que por motivos operacionais e culturais é ainda
fortemente dependente de contributos advindos de raciocínio dedutivo e menos sensível
a argumentos qualitativos e subjetivos - “Muitos conceitos são baseados em histórias de
sucesso pessoais dos gurus, que inventam o curso em torno, e reúnem um grupo de
seguidores. Contudo as ideias teóricas e os modelos subjacentes não são suficientemente
validados empiricamente e as terminologias surgem como sendo fracas quando
confrontadas com os críticos das regras e lógicas formais”70(Sebastian, 2005, pp. 88–
89)
70
Tradução livre do autor do original “fundamental being sufficiently as fields of science. Many concepts
are based on personal success stories of the gurus, who invent the travel around, and gather a group of
followers. Theoretical ideas, models are not empirically while often validated, terminologies appear weak
against the critics of rules and formal logics”
117
4.3 Racional metodológico
118
externa de serviços de Design também funciona como estímulo para o
desenvolvimento de capacidades dinâmicas de inovação e absorção de
conhecimento do exterior. Estabelecer esta relação pretende contribuir para uma
maior compreensão sobre a importância de adequar o investimento e esforço no
desenvolvimento do Design como um recurso estratégico em relação às
oportunidades ou limitações oferecidas pelo ambiente onde a organização está
inserida.
Enquanto a literatura revista nos capítulos dois (2) e três (3) permitiu obter uma
melhor compreensão sobre alguns dos aspetos relativos à natureza das capacidades em
Design dentro da organização, permitiu também identificar um conjunto de lacunas no
conhecimento e que são resultado de um reduzido número de estudos quantitativos
realizados até ao momento sobre o impacto das capacidades em Design na performance
financeira das organizações. Posição descrita sumariamente no primeiro capítulo,
argumenta-se que a teoria das capacidades dinâmicas fornece um quadro teórico
adequado e útil à compreensão da natureza e ao estudo do comportamento das
capacidades em Design. Em particular, o modelo apresentado no artigo de Catherine
Wang e Pervaiz Ahmed (2007) e que serve o propósito de contextualização das questões
119
identificadas, proporcionando a esta investigação fundamentar-se junto de um quadro
teórico mais amplo e coerente, o que se torna particularmente útil durante a análise do
fenómeno.
120
O processo de recolha de dados foi composto de múltiplas etapas, que procuraram
primeiro auxiliar no desenvolvimento do instrumento de medida. Posteriormente
procurou-se obter informação através desse instrumento e que permitisse testar a validade
e qualidade de ajustamento do modelo à evidência empírica. Os métodos de recolha de
dados foram os seguintes (e por ordem de realização):
a) Entrevistas semiestruturadas;
b) Painel de juízes;
71
Tradução livre do autor do original “structural equation modeling permits complex phenomena to be
statistically modeled and tested. SEM techniques are therefore becoming the preferred method for
confirming (or disconfirming) theoretical models in a quantitative fashion”
121
variável latente (Schumacker & Lomax, 2010, p. 2). Como tal a estimação de resultados
implica que exista sempre a possibilidade de existência de erro, procurando-se contudo
garantir que a probabilidade desse erro existir não seja estatisticamente significante. Por
fim é importante adicionar que o modelo de equações estruturais pertence à classe de
modelos estatísticos reflexivos, ou seja, modelos para os quais os indicadores, ou
variáveis manifestas, assumem valores devido à existência de uma variável subjacente e
que não é visível por observação direta (variável latente) (Kline, 2011; Marôco, 2014).
122
investigação que envolve métodos quantitativos, as questões de validade e fiabilidade
alcançam ainda uma maior importância.
123
validação mais transparente (Nunnally & Bernstein, 1994), partilhando tanto as
preocupações como as estratégias utilizadas para reduzir os riscos de enviesamento e
demais ameaças ao processo de verificação da validade da operacionalização dos
constructos teóricos. Por outro lado essa transparência contribui para a credibilidade das
conclusões e sobre o rigor da investigação realizada (Watt & Berg, 2002, p. 98), além de
ser um exercício fundamental para o desenvolvimento de medidas de qualidade (T. R.
Hinkin, 1998, p. 4).
teste / reteste
questionários alternativos
conteúdo critério constructo
consistência interna
De acordo com Timothy Hinkin (1995, p. 969) validade de conteúdo deverá ser a
principal preocupação durante o processo de geração de itens e o requisito psicométrico
mínimo para avaliar a adequação dos instrumentos de medição. E embora não seja
somente em si mesma suficiente para provar a validade de constructo, a validade de
conteúdo é muitas vezes vista como o seu primeiro e mais importante passo (Timothy R.
Hinkin, 1995, p. 969; Schwab, 2005, pp. 31–32). Por esse motivo deve ser estabelecida
antes de se procurar testar a teoria (Johnston et al., 2014, p. 241; Lynn, 1986), e é descrito
pelos autores como sendo um processo composto por duas fases distintas:
124
a) Definição do domínio e desenvolvimento do instrumento - De acordo com
Grant e Davis se o domínio do constructo e identificação subdomínio devem ser
considerados os primeiros passos, em seguida, o investigador deve ter como
objetivo identificar e descrever os itens utilizados para medir tais construtos
(Grant & Davis, 1997, p. 269);
125
estabelecer a ponte entre o conceito teórico e fenómenos do mundo real, por ajudar à
recolha de respostas precisas dos participantes (Schwab, 2005, p. 31).
“A avaliação da validade facial é útil e importante porque permite testar a reação típica
que os indivíduos possam ter em relação a um instrumento, teste ou questionário. Se o
individuo considera que o instrumento, teste ou questionário efetivamente mede o que é
concebido para medir, então esse individuo poderá ficar mais motivados para participar
na medida. (Por esse motivo) a medida não tem necessariamente de ter validade facial”72
(Sampson, 2012, p. 40)
72
Tradução livre do autor do original “Examining face validity is important because it is useful to know the
typical reaction that individuals have to an instrument, test, or questionnaire. If the individual believes that
the instrument, test, or questionnaire does measure what it is intended to measure, then the individual may
be more motivated to complete the measure. A measure does not necessarily need to have face validity”
126
ser feitas sobre a correspondência entre essa teoria e os resultados do mundo real, a
validade do constructo ganha relevância sendo extraída da avaliação do comportamento
de scores e comparando possíveis padrões convergentes com as proposições teóricas
sobre como esse scores pontuações se deviam comportar. A validade de constructo é uma
questão-chave no desenvolvimento de instrumento de medição.
73
Tradução livre do autor do original “Construct validity is the degree to which an operational measure
correlates with the theoretical concept investigated. Construct validity provides the researcher with
confidence that a survey actually measures what it is intended to measure. Construct validity allows
researchers to draw legitimate conclusions from their findings when and if no criterion or content has been
accepted as adequate”
127
4.4.2.1 Validade convergente e descriminante
"Se os resultados não convergem, isso sugere que as variações nos dados podem derivar
em parte da diferença de métodos, aumentando assim a dúvida sobre a validade da
medida"74 (O’Leary-Kelly & J. Vokurka, 1998, p. 399).
74
Tradução livre do autor do original “If the results fail to converge, this suggests that the varia- tions in
the data may stem in part from the difference in methods, thereby raising doubt about the validity of the
measure”
75
Tradução livre do autor do original “Discriminant validity is the degree to which measures of different
concepts are distinct. The notion is that if two or more concepts are unique, then valid measures of each
should not correlate too highly”
128
diferenciar. Isto é de particular importância modelo teórico desenvolvido, composto por
variáveis teóricas que se devem distinguir entre si76.
76
Por exemplo a importância de se validar a diferença entre os constructos de capacidades dinâmicas e
capacidades operacionais em Design
129
4.4.2.3 Validade de critério
4.4.2.4 Fiabilidade
130
c) Fiabilidade da consistência de dados que se refere ao grau de consistência dos
scores ao longo de um determinado período de tempo, avaliando-se o grau de
correlação entre eles. Esta avaliação depende da utilização de medições que se
desenvolvam de forma iguais, sobre a mesma amostra mas em pelo menos dois
momentos inteiramente distintos e com suficiente intervalo entre eles.
131
Resumo do capítulo
Foi também dado especial ênfase à descriminação das ações relativas aos testes
de validade e fiabilidade das medidas utilizadas no processo de investigação devido à
importância que o relatório destas ações tem para a transparência e robustez dos
processos e conclusões da investigação (Eriksson, 2014).
132
5 Especificação e identificação do modelo
Notas introdutórias
Assim sendo este capítulo inicia-se com a apresentação dos processos subjacentes
à definição do submodelo de medida e relativo à operacionalização dos constructos
identificados no modelo teórico, incluindo os passos para verificação da validade de
conteúdos e facial importantes a essa etapa. Após essa primeira etapa, os subcapítulos
finais serão dedicados à especificação e identificação do modelo teórico, com a
identificação dos parâmetros e relações estabelecidas entre as variáveis na forma de
equações estruturais.
133
5.1 Operacionalização dos construtos teóricos
O modelo teórico proposto pelo autor é uma extensão do modelo proposto por
Wang (2007), mas foca-se contudo no estudo do comportamento das capacidades em
Design. O modelo apresentado é também original na sua procura e análise dos fatores
subjacentes a essas capacidades em Design, responsáveis por estas se tornarem rotinas
134
estratégicas dentro da organização. Um estudo mais aprofundado no comportamento das
capacidades em Design poderá auxiliar as organizações na sua adaptação à mudança
externa, contribuir para a manutenção ou construção de vantagens competitivas de relevo,
e assim permitir um entendimento sobre o seu impacto sobre a performance económica
das empresas. Para se alcançar estes objetivos procedeu-se a uma conversa cruzada entre
autores de campos de conhecimento diferentes e no decorrer da revisão da literatura (em
particular capítulos dois e três). A extensão ao modelo original que resultou deste
processo implicou a inserção de algumas modificações, presentes sobretudo na
introdução dos constructos de capacidades operacionais em Design (substituindo o
constructo de desenvolvimento das capacidades) e alinhamento estratégico (em vez de
estratégia da empresa).
De acordo com Peter Schwab (2005, p. 26) o investigador deve procurar sempre
especificar com clareza o domínio dos constructos que se propõem a operacionalizar,
identificando a sua natureza, o seu significado e o que nele se encontra incluído de forma
135
a permitir comunicar a outros investigadores o que pretende investigar e qual o seu
entendimento sobre os conceitos abordados. A inclusão da definição do domínio dos
constructos a operacionalizar é aliás descrito por outros autores (Grant & Davis, 1997, p.
269) como sendo um elemento fundamental no processo de garantir a validade de
conteúdos e por esse motivo deve sempre ser uma das principais preocupações a ter pelo
investigador.
77
Tradução livre do autor do original “If using a pre-existing scale, researchers must establish the
instrument’s reliability and validity for their sample. In the case where an appropriate scale does not exist,
researchers need to use a panel of experts to assist in developing items that measure each construct they
plan to investigate”
136
identificação das características dessas capacidades em Design e na forma como estas são
geridas dentro da organização. Em alguns casos, contudo, essas escalas não foram
encontradas na literatura de Design e tiveram que ser emprestadas de outras áreas do
conhecimento, o que, e novamente de acordo com (Burton & Mazerolle, 2011, p. 29), não
constitui um problema se a fiabilidade e validade dessas escalas forem posteriormente
comprovadas.
Assim sendo, e de acordo com Flatten et al (2011, pp. 100–101) iniciou-se por
identificar sobreposições teóricas entre linhas de investigação da área de estudos de
Design e as dimensões dos constructos conforme definidas no seu domínio pelo modelo
teórico original (Wang & Ahmed, 2007), estabelecendo sempre que possível uma relação
inequívoca entre essas linhas de investigação e as dimensões dos constructos
apresentados, de forma a possibilitar a identificação de um conjunto inicial de indicadores
recolhidos e a partir de investigação realizada sobre capacidades em Design para ser
examinada na sua validade por especialistas externos.
A meta tabela resumo das justaposições teóricas pode ser consultada nos anexos
(Tabela 14 - Resumo das sobreposições teóricas). Essa meta tabela disponibiliza a
correspondência entre as linhas de investigação e as dimensões, descrevendo-se de
seguida de forma resumida algumas das principais conclusões sobre esse processo.
137
Em relação ao Design enquanto capacidade de absorção encontramos particular
interesse na investigação de Claudia Acklin (Acklin, 2013a, 2013b), sendo que por sua
vez Acklin conserva as raízes dos seus conceitos no constructo ACAP78 de Flatten e Zahra
(Flatten et al., 2011; S. A. Zahra & George, 2002). Também igualmente importantes as
contribuições de Salvato (2003) a respeito das micro-estratégias centrais da organização
e do papel do Design nas mesmas.
78
O acrónimo ACAP significa capacidade de absorção e provém do Inglês Absorptive CAPacity
138
de produção retirado do constructo de dimensões de Design no desenvolvimento de novos
produtos (Trueman & Jobber, 1998, pp. 601, 603).
139
Ahmed (2004, p. 14) propõem que se procure examinar a atitude das organizações no
sentido de promoção da inovação, tais como o encorajamento dado aos funcionários para
pensarem e agirem de forma inovadora ou se a organização é frequentemente pioneira no
mercado na introdução de novos produtos e serviços.
140
tecnologias com o desenvolvimento de capacidades na identificação de nichos
emergentes como forma de se diferenciarem da competição através da inovação.
Outros estudos referem existir uma relação positiva entre performance da empresa
e o grau de liberdade que é dado aos designers para explorarem conceitos e ideias
inovadoras (Gemser et al., 2011, p. 76). Ou propondo a operacionalização do constructo
de capacidades de inovação em Design através de indicadores que medem o grau de
adoção de novo conhecimento e ideias, o fomento pelo Design de espaços de trabalho
criativos, e o grau de incentivo a disseminação de práticas e trocas entre departamentos
através do Design (Birgit H Jevnaker, 2000, p. 29). Pode-se concluir que estes autores
concentram dentro da cultura organizacional da empresa o seu foco na identificação de
indicadores.
Por fim referir que o autor optou por rejeitar alguns dos itens sugeridos e citados
pelos autores do modelo teórico original das capacidades dinâmicas (Wang & Ahmed,
2007). Essa opção deve-se ao facto de se ter considerado que para medir as contribuições
específicas de Design para a inovação deve-se privilegiar os contributos de autores nas
áreas de Design. Por esse motivo também os itens adicionados são resultado de alguns
contributos identificados durante a revisão da literatura (capítulos dois e três).
141
5.1.2.2 Capacidade de absorção
142
facilitar a integração desta ideias e visões frescas. Nele o autor estuda o modelo
estratégico e operacional da Alessi para concluir que nesta organização existe uma
combinação repetida e contínua de novo conhecimento obtido junto de designers externos
com os elementos centrais e definidores da visão estratégica da empresa, incorporados no
briefing e no meta-projeto pré-designado pela empresa de acordo com essa estratégia e
posicionamento (Salvato, 2003, p. 94).
Para Tsai (2001, p. 999) um indicador interessante para medir a capacidade de
absorção ao nível das unidades de negócio é a medida de intensidade em I&D (custos em
I&D divididos por total de vendas). Cohen e Levinthal propõem no seu artigo (1990) a
medição de outros fatores tais como nível de transferência de conhecimento entre
departamentos da empresa, e a existência de interfaces ou os guardiões tais como aqueles
discutidos nos capítulos anteriores e que tenham a responsabilidade e capacidade de
assegurar essa transferência de conhecimento interno e a absorção de conhecimento
externo.
143
Por fim o autor considerou também os indicadores propostos por Flatten et al
(2011, p. 110) relativos à operacionalização das quatro dimensões do constructo ACAP
de Zahra (2002). São elas a procura por atualização de conhecimentos e de aplicação em
capacidades operacionais da organização (dimensão de aquisição), a capacidade de
disseminar novas ideias e conceitos por vários departamentos (dimensão de assimilação),
a capacidade de adaptação a mudanças externas como preferências dos consumidores ou
a introdução de novas tecnologias assim como a capacidade dos trabalhadores em
absorver e aplicar novo conhecimento na sua pratica (dimensão transformação), e por fim
a capacidade de levar ao mercado novos produtos e conceitos assim como aumentar a sua
eficiência interna com o recurso e adoção de novas tecnologias e processos (dimensão
exploração).
144
5.1.2.3.2 Indicadores para o constructo capacidade de adaptação
Cristina Gibson e Julian Birkinshaw (2004, p. 217) propõem alguns itens para a
construção de escalas que capturaram a dimensão adaptabilidade, dentro do constructo de
ambidestria tais como os incentivos ao questionamento de práticas obsoletas e
inamovíveis, ou a capacidade de adaptação do sistema de gestão da empresa para se
adaptar rapidamente a mudanças no Mercado ou mudanças nas prioridades de negócio.
Violina Rindova e Suresh Kotha (2001, pp. 1273, 1274) desenvolveram uma
pesquisa sobre a empresa tecnológica Yahoo e que se concentra na importância das
capacidades dinâmicas para ajudar a organização a construir vantagens competitivas,
mesmo em um mercado muito exigente e rápido identificando um conjunto de indicadores
relativos à medição da capacidade de adaptação e evolução em mercados hiper-
dinâmicos. Esses indicadores incluem a capacidade da organização em desenvolver
rotinas de aprendizagem, e capacidade de recombinar de forma consciente e contínua
diferentes elementos internos para responder à mudança.
145
Para estes autores as capacidades de adaptação e flexibilidade que os designers externos
traziam às empresas somente se manifestavam se estas organizações entendessem e
tratassem estas capacidades como complementares, procurando envolver e integrá-las
junto das capacidades de produção e relação com o consumidor já existentes
internamente. Beatrice D’Ippolito et al (2014, p. 1345) consideram por sua vez que as
capacidades de reconfiguração do Design dependem da progressiva conversão, integração
e formalização de novas práticas que os designers absorvem junto das práticas e
capacidades existentes dentro da organização. Maciver (2012, p. 28) descreve o perfil de
atuação das consultoras de Design com intuito de destacar o perfil proactivo de
reorientação e reconfiguração das capacidades e recursos existentes nas empresas. Para
Maciver esses contributos só se tornam possíveis devido à capacidade do Design em
desenvolver metodologias transversais de Design ou de recorrer a equipas
multidisciplinares e dinâmicas que possibilitem a flexibilidade necessária para criar
soluções customizadas e ajustadas ao perfil de cada cliente e/ou projeto. Westcott et al
(2013, p. 16) consideram que estas capacidades de adaptação em Design só são
desenvolvidas em organizações que possuem equipas de designers em departamentos
chave e que lhes possibilite um relacionamento próximo com os clientes.
Para outros autores (Sato et al., 2010) estas capacidades devem-se ao uso de
metodologias de prototipagem, a relação direta com o utilizador final e que possibilitam
à organização desenvolver essa flexibilidade, mudar as formas tradicionais de agir ou
procedimentos, e simultaneamente adaptar-se e reagir à mudança de comportamento dos
clientes e concorrentes. Por fim Kathleen Eisenhardt e Martin (2000, p. 1107) revisitam
a ideia de intermediação de conhecimento descrita por outros autores tais como Roberto
Verganti ou Davide Ravasi, mas desta vez enfatizando a capacidade de reconfiguração e
recombinação do conhecimento externo absorvido com o conhecimento interno já
existente. Fundamentam estes argumentos através do exemplo da IDEO e na qual são
identificadas capacidades dinâmicas de reconfiguração nas rotinas dos gestores de Design
durante a procura e criação de novos produtos através “intermediação de conhecimento
a partir de um conjunto de projetos de Design anteriormente desenvolvidos em diferentes
indústrias e em conjunto com um número alargado de clientes” 79 (Eisenhardt & Martin,
2000, p. 1107).
Tradução livre do autor do original “knowledge brokering from a variety of previous design projects in
79
146
5.1.2.4 Capacidades operacionais em Design
147
relativamente ao estudo das capacidades dinâmicas, sendo porventura mais evidente nas
capacidades operacionais. Ainda de acordo com Sarah Wu et al (2010, p. 734), e por nos
focarmos nessas comunalidades de forma a reduzir a imprecisão causada pela omissão
das especificidades de cada empresa, deve-se focar no desenvolvimento de instrumentos
perceptuais e que incluam medidas auto-prescritas.
148
quer em termos de crescimento de mercado quer em termos de rentabilidade económica.
Essas capacidades operacionais incluem o desenvolvimento de produtos com elevada
qualidade estética, funcionalidade e usabilidade que possibilitem à empresa diferenciar-
se da competição e praticar preços mais altos de forma sustentável. Estes autores
consideram que essas capacidades incluem a capacidade dos designers de “criar
abordagens inovadoras e de baixo custo que permitam alcançar a funcionalidade
especificada. Eles não devem somente procurar alcançar soluções de alta qualidade com
materiais de baixo custo mas também reduzir outros custos relacionados com
materiais”80 (Hertenstein et al., 2005, pp. 17–18) ou associados à existência de práticas
empresariais que estimulem esses efeitos tais como a criação de constrangimentos e
necessidade de atingir os custos projetados (otimização) mais reduzidos sem se sacrificar
a qualidade e funcionalidade dos produtos. Estas práticas organizacionais incluem “O
encorajamento dos designers industriais para pensar além que acontece ao nível
operacional dentro da fábrica e com vista à identificação de oportunidades externas para
redução de custos. Por exemplo, o desenvolvimento de produtos duráveis e de alta
qualidade pode reduzir as despesas com garantia de qualidade. Produtos concebidos
para facilitar o serviço de manutenção e reparação podem reduzir o custo. Produtos
projetados para fácil instalação e primeira utilização podem reduzir custos com
marketing, publicidade e de suporte ao cliente”81 (Hertenstein et al., 2005, pp. 17–18).
Os autores identificam a funcionalidade, estética, proximidade com o utilizador, poder
simbólico (desejabilidade) e eficiência de produção como as capacidades operacionais do
Design que mais contribuem para a competitividade económica das empresas.
80
Tradução livre do autor do original “create innovative, lower-cost approaches to achieve specified
functionality. They not only can seek high-quality, lower-cost materials but also can reduce other materials-
related costs”
81
Tradução livre do autor do original “industrial designers should be encouraged to think beyond the
manufacturing floor for opportunities to reduce costs. For example, durable, high-quality products can
reduce warranty expenses. Products designed for easy servicing can reduce service and repair cost.
Products designed for easy installation and first use can reduce marketing, advertising, and customer
support costs”
149
5.1.2.5 Performance económica da organização
Esta posição é consistente com a definição utilizada por Wang e Ahmed (2007, p.
41), autores do modelo que constitui o ponto de partida da proposta aqui apresentada, e
que é também aqui utilizada para identificação do domínio do constructo de performance.
Assim sendo performance económica é a capacidade de uma empresa em obter e manter
uma vantagem competitiva, e deste modo assegurar a sua sobrevivência e crescimento a
longo prazo.
82
Tradução livre do autor do original “The growth dimension reflects the performance trend of the business
in terms of sales gains and market share gains, while profitability dimension reflects an efficiency view of
current performance”
150
b) Rentabilidade – Esta dimensão é normalmente operacionalizada recorrendo aos
tradicionais indicadores financeiros, que procuram medir o nível de crescimento
das rendas económicas que a organização obtém a partir das suas atividades
quotidianas e planeamento estratégico (Venkatraman, 1989).
151
comparação com outros competidores diretos. Apresentando um estudo sobre impacto da
gestão em Design na organização, Chiva e Alegre procuram seguir a definição de
Venkatraman (1989, p. 957,960), onde se propõe a medição de diferentes aspetos e
indicadores tais como a satisfação do crescimento de vendas, quotas de mercado, ou
satisfação com a rentabilidade do investimento ou liquidez financeira em relação aos
competidores.
83
Tradução livre do autor do original “The subjective approach is based on executive perceptions of
performance, whereas the objective approach is based on reported accounting measures”
84
Tradução livre do autor do original “return on investment, market share, sales growth and new product
success rate compare to that of their competitors, in their principal markets”
152
financeiros objetivos são muitas vezes criticados por falta de consistência, encontram-se
dependentes de diferentes noções contabilísticas ou mesmo manipulação de dados.
Por fim de referir ainda os contributos para uma medição qualitativa dos autores
Gibson e Birkinshaw (2004, p. 216) que propõem a medição do constructo desempenho
financeiro através de um conjunto de itens distintos entre si relativos ao nível de satisfação
dos clientes, capacidade de resposta às oportunidades ou de crescimento potencial
(Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 216). Sendo que também Gemser et al recorrem a
medidas subjetivas para medir performance financeira, nomeadamente perguntando aos
gestores para avaliar a performance dos produtos numa escala Likert de sete pontos e em
relação quer a produtos da competição e quer em termos de margens de lucro,
rendimentos, ou rentabilidade (Gemser et al., 2011, pp. 74–75).
153
de resultado Y através de uma ou mais variáveis de mediação (Diagrama 5 - Efeito de
mediação). De acordo com Rex Kline tanto os efeitos diretos como os indiretos (através
de variáveis mediadoras) podem ser estimadas através de modelos estruturais desde que
a sua existência seja previamente prevista e fundamentada teoricamente (Kline, 2011, pp.
5, 8, 95). Tal significa que se deve procurar refletir e justificar o tipo de mediação desde
logo nas hipóteses e antes do seu teste.
mediador
r
v. indep. v. dep.
154
produtos, que clarifiquem o papel do Design no âmbito desse processo, e que permitam à
gestão de topo promover as contribuições e valor do Design junto da gestão sénior
(Hertenstein & Platt, 1997, pp. 12–13; Mrazek et al., 2011, pp. 14–15).
155
nova tecnologia, assim como para a criação de um ambiente mais aberto dentro da
organização (menos restrições à aprendizagem pelo erro). Na opinião dos autores esta
abordagem permite à organização pavimentar o caminho para o sucesso, incluindo a
importância de avaliar o compromisso estratégico para com a integração de novas
tecnologias e sua adaptação interna.
Fiona Maciver (2012, p. 27) considera que existem algumas abordagens que
possam reduzir o potencial de confrontação conceptual e relacional entre designers e
gestores, permitindo um maior alinhamento estratégico entre ambos. Essas abordagens
incluem a alocação estratégica dos membros da equipa de Design para maximizar a
interação com o departamento comercial, o grau de transparência e proximidade na
comunicação entre departamentos, grau de proximidade e regularidade no contacto com
os clientes, e capacidade de orientar e sensibilizar o cliente sobre a importância e o valor
da abordagem pelo Design.
Outros autores (Stamm, 2004, p. 18; Westcott et al., 2013, p. 16) também
destacam a importância do apoio da Administração da organização para que os designers
possam ter um maior impacto na capacidade da organização para inovar. A investigação
desenvolvida por Hertenstein e Platt conclui por sua vez que as empresas quando sujeitas
a mudanças externas evidenciam ter um maior alinhamento estratégico entre o processo
de Design de produto e o planeamento estratégico da organização (Hertenstein & Platt,
1997, pp. 12–13). Os autores que estiveram na origem deste estudo referem ainda que
nessas empresas existe processos específicos para interligar os diferentes níveis de
decisão estratégica (a estratégia corporativa com a estratégia de design industrial com a
estratégia de linha de produto com o Design de produtos específicos) facilitando a
circulação de informação desde o planeamento estratégico às decisões inerentes ao
processo de Design. Outra manifestação desse esforço para com a existência de
156
alinhamento estratégico foi a incorporação de designers no processo de formação
estratégica da empresa com o objetivo de integrar essas diretivas estratégicas nos
objetivos do departamento de Design e atingir maior consistência estratégica através de
toda a empresa.
Hertenstein e Platt (Hertenstein & Platt, 1997, p. 13) referem ser igualmente
importante à organização desenvolver esforços no sentido de documentar de forma
conveniente e suficiente o processo de Design de produto, incluindo a publicação e
disponibilização a outros departamentos dos resultados dessa documentação.
85
Tradução livre do autor do original “at one company, the vice president of design reported that a con-
certed effort on the part of his industrial design group to “understand the company measurements, the
company language, and the corporate strategy” resulted in his participation in corporate strategic
planning”
157
alinhamento entre si e com a estratégia corporativa. Ou seja, todos os departamentos
devem partilhar e trabalhar em conjunto na persecução de objetivos de negocio comuns
e sobre os quais todos tenham tido uma palavra a dizer “Reunir todas as partes
interessadas leva tempo, mas fará com que o processo de desenvolvimento decorra de
forma mais suave, mais confiável e produza resultados mais poderosos”86(Mrazek et al.,
2011, pp. 12–13).
Davide Ravasi e Gabriella Lojacono (2005, pp. 57–58) referem a importância quer
dos sinais simbólicos quer das ações concretas que contribuam para a promoção da
relevância estratégica do Design para o resto da organização. Citam alguns exemplos tais
como a promoção de designers seniores ao posto de vice-presidente da organização, ou o
envolvimento pessoal da administração e gestores seniores em atividades relacionadas
com o Design. Em ambos os casos sinaliza-se para os diferentes departamentos o
empenho e a aposta da organização em promover o Design enquanto recurso estratégico.
No mesmo sentido identificou-se ainda as contribuições de Verganti (2003, pp. 40–41)
que argumenta que os designers enquanto intermediários de linguagens devem manter
uma linha de comunicação direta com os gestores de topo na organização, assim como o
envolvimento desses executivos na promoção do Design enquanto recurso estratégico
dentro da organização.
De acordo com Kline (2011, p. 334) uma variável de moderação é uma variável
que envolve um efeito de interação com outra variável, alterando a força da relação causal
entre variáveis no modelo, e para João Marôco (2014, p. 163) tal acontece quando o efeito
da variável preditora é afetado pela presença da variável moderadora (Diagrama 6 - Efeito
de moderação). Tudo isto significa que a definição do efeito de moderação é em tudo
semelhante ao que se descreveu anteriormente e relativamente ao efeito de variáveis
mediadoras, existindo contudo uma diferença substancial, é que o moderador não
consegue ver a sua causalidade testada diretamente. Outra diferença relevante é que as
variáveis moderadoras ao contrário das mediadoras não têm de estar entre a variável
86
Tradução livre do autor do original “Bringing all stakeholders together early takes time, but will make
the development process smoother, more reliable, and more powerful”
158
independente e a variável dependente caso essas variáveis moderadoras sejam variáveis
categóricas, e iremos ver que esse é precisamente o nosso caso.
moderador
v. indep. v. dep.
De acordo com João Marôco (2014, p. 176) as diferenças entre ambos os efeitos
são do ponto de vista dos resultados estatísticos praticamente inexistentes, justificando-
se a utilização de um efeito em detrimento de outro por razões conceptuais ou obedecendo
a critérios teóricos. E para o modelo teórico apresentado verifica-se que o efeito do
alinhamento estratégico por ser um efeito que se teoriza potenciar o desenvolvimento de
capacidades operacionais de Design sendo representado e interpretado como um efeito
mediador situado entre as capacidades operacionais e as dinâmicas, e afetado pelo grau
de intensidade de capacidades dinâmicas. O efeito do grau de dinamismo do mercado ou
da existência de designers externos na empresa são por outro lado fatores exógenos,
variáveis independentes que não dependem das capacidades dinâmicas mas que teoriza-
se que afetem o seu comportamento dentro do modelo, sendo por isso entendidas como
efeitos de moderação para o modelo como um todo, mas em particular para o constructo
das capacidades dinâmicas.
87
Sectores menos dinâmicos versus sectores mais dinâmicos ou recursos unicamente internos versus outros
159
de operacionalização uma vez que não se definem constructos em torno dos efeitos de
moderação.
160
considerados inapropriados. Tratou-se de um processo convergente que permitiu ao autor
avaliar o conjunto inicialmente proposto de itens, e por meio de entrevistas
semiestruturadas que foram construídas em torno das conclusões retiradas da análise
teórica.
161
Esta análise alargada e comparativa (revisão de literatura e entrevistas) permitiu
uma maior profundidade na identificação e refinamento dos diferentes itens na sua relação
com as variáveis latentes pré-determinadas.
Ainda de acordo com Grant e Davis (1997, pp. 269–270), o recurso a peritos para
fornecer validação de conteúdo dos instrumentos muitas vezes ou ignora ou simplesmente
opta por não discriminar o racional (a lógica) que esteve por detrás desse procedimento,
88
De acordo com os autores Grant e Davis (1997, p. 273) são essas as classificações de quarto (4)- o
indicador é representativo do constructo, e três (3) - o indicador necessita de pequenas modificações para
ser representativo do constructo
89
Ainda de acordo com Grant e Davis (1997, p. 273) não se consideram as classificações de dois (2) – o
indicador necessita de uma séria revisão para ser representativo do constructo, e um (1) – o indicador não
é representativo do constructo
162
apesar da robustez geral dos argumentos dependerem grandemente desse racional. A
seleção de um painel de especialistas para a validade de conteúdo foi o resultado do seu
currículo e experiência relevante, sendo que a avaliação da relevância teve em particular
linha de consideração o histórico de artigos publicados em revistas científicas de alto
impacto, a pertinência da investigação da realizada sobre o fenómeno analisado, o número
de citações por outros autores referidos na revisão de literatura e experiência profissional
em posições de elevada importância no campo do Design estratégico.
a) Conteúdo dos itens: De acordo com Grant e Davis para que os indicadores
sejam considerados como apropriados para uma correta representação e
medição de um determinado constructo devem primeiro exibir uma sólida
validade de conteúdo. Por esse motivo os autores sugerem que seja pedido ao
painel de júris/especialistas que avaliem a representatividade do domínio do
constructo alcançada através do conjunto de indicadores individuais. Grant e
Davis adicionam que deve ser permitido aos júris (e caso seja considerado por
eles pertinente) sugerir revisões para os itens que não mostrem ser adequados
ou consistentes na sua redação inicial (Grant & Davis, 1997, p. 271);
b) Estilo e clareza dos itens: Grant e Davis defendem também que os indicadores
devem descritos de forma clara e inteligível de forma a permitir ao instrumento
representar igualmente de forma precisa e inequívoca o domínio dos
constructos que pretende ilustrar. Por esse motivo os júris devem procurar
também avaliar as questões relativas à construção frásica e legibilidade dos
diferentes itens (Grant & Davis, 1997, p. 271);
c) Acessibilidade e compreensão dos itens: Por fim, e novamente de acordo com
os autores Grant e Davis, deve-se pedir ao painel de especialistas que realizem
uma avaliação global e geral ao instrumento, no conjunto dos seus indicadores
e na relação estabelecida com os constructos que procura representar e medir.
Pretende-se que se avalie a sua capacidade de representar e capturar a
totalidade do domínio do constructo, sendo-lhes dada inclusivamente a
liberdade para eliminar ou adicionar itens que possibilitem essa captura global
dos domínios atribuídos aos constructos.
163
Os autores referem ainda a importância de se obter um grau de concordância
aceitável entre os especialistas que compõem o painel de avaliadores, e nas três dimensões
anteriormente descritas para que se possa garantir maior robustez na validação de
conteúdos do instrumento. E quando os especialistas demonstrem não concordar de forma
significativa sobre determinados indicadores ou sobre a adequação do instrumento aos
domínios propostos então o mesmo deve ser revisto, alterado e reavaliado pelo
investigador (Grant & Davis, 1997, p. 271).
164
calcular o nível de concordância entre os especialistas antes de passar para o cálculo do
índice de validade de conteúdo. Assim sendo, e procurando seguir-se as recomendações
dadas, o autor estabeleceu uma escala de quatro pontos para normalizar a avaliação de
cada item:
90
Tradução livre do autor do original “This method uses a 4-point ordinal relevance or representative
rating scale ranging from 1 (not relevant or not representative) to 4 (succinct and very relevant or very
representative). Content validity is determined by the proportion of experts who score items as relevant or
representative with either a 3 or 4. The index for relevancy or representativeness of the total instrument is
the percentage of total items judged to be content valid by receiving a score of 3 or 4”
165
5.5 Operacionalização das hipóteses e especificação do modelo
Este estudo procura-se entender o papel das capacidades em Design dentro das
organizações e em particular a sua influência sobre o desempenho económico, tentando
recolher evidência que permita suportar a existência do quadro teórico apresentado
anteriormente.
166
Isto havia sido previamente apresentado no capítulo introdutório e capítulo três da
revisão de literatura, sendo que nesta secção procura-se traduzir essas hipóteses nas suas
vias mais concretas – as hipóteses operacionais. Realiza-se essa ação pois tal como foi
referido anteriormente a operacionalização das hipóteses de investigação permite que o
investigador possa identificar com maior precisão os resultados que espera atingir e de
forma a melhor interpretar e fundamentar os resultados que sustentam a verificação da
hipótese apresentada. A tabela nomeia e descreve as hipóteses operacionais direcionais,
estabelecendo a ligação com as hipóteses gerais de investigação.
167
Tabela 4 - Operacionalização das hipóteses de investigação
168
5.5.2 Especificação do modelo
169
alinhamento
factores
estratégico
condicionantes:
performance
comunalidades:
económica:
relação directa
capacidades adaptiva
capacidade absorção crescimento
efeitos de mediação capacidade inovação
rentabilidade
e moderação
Diagrama 7 - Modelo teórico inicial (especificação e identificação) - adaptado de Wang e Ahmed (2007)
Por fim, e após a especificação dos parâmetros e relações entre variáveis (anexos:
Especificação dos modelos estruturais hipotetizados (fatores de 2ª ordem); e
Especificação dos modelos de medida (fatores de 1ª ordem)), procurou-se verificar as
condições de identificação do modelo. A identificação do modelo teórico significa a
verificação de que o número de graus de liberdade disponibilizados por este é pelo menos
igual ou superior a zero, caso contrario o modelo é considerado subidentificado e o que
significa que dos seus resultados não se podem retirar conclusões e nem se calcular
estimativas relativas aos parâmetros que o compõem. Ou seja, caso o número de
parâmetros a estimar seja superior à informação disponibilizada pelos indicadores que
representam as variáveis latentes, ou seja os graus de liberdade forem inferiores a zero
(g.l.<0), então torna-se simplesmente impossível determinar soluções para o modelo.
Estes modelos são considerados indeterminados e não permitem avaliar o ajustamento
das hipóteses de investigação até que se reduza o número de parâmetros a estimar,
aumente o número de indicadores, ou ambos.
170
Contudo mesmo que se obtenha um modelo identificado mas o número de graus
de liberdade obtido for igual a zero (g.l.=0) tal significa que o modelo é saturado porque
o número de parâmetros a estimar é igual às variâncias e covariâncias estabelecidas entre
as diferentes variáveis manifestas (Schumacker & Lomax, 2010). E de acordo com
Marôco (2014, p. 34) os modelos saturados também não são uteis ao investigador pois
não permitem avaliar a qualidade de ajustamento do seu modelo teórico à realidade, pois
permitem somente soluções únicas, de ajustamento perfeito e que nunca podem estar
errados.
Existem 21 variâncias de erro de mensuração - 𝜀1𝑎𝑑 , 𝜀2𝑎𝑑 , 𝜀3𝑎𝑑 , 𝜀1𝑎𝑏 , 𝜀2𝑎𝑏 , 𝜀3𝑎𝑏 , 𝜀1𝑖𝑛 ,
𝑔𝑟 𝑔𝑟 𝑔𝑟
𝜀2𝑖𝑛 , 𝜀3𝑖𝑛 , 𝜀1𝑠𝑡 , 𝜀2𝑠𝑡 , 𝜀3𝑠𝑡 , 𝜀1𝑜𝑐 , 𝜀2𝑜𝑐 , 𝜀3𝑜𝑐 , 𝜀1 , 𝜀2 , 𝜀3 , 𝜀1𝑝𝑟 , 𝜀2𝑝𝑟 e 𝜀3𝑝𝑟
𝑝𝑒 𝑝𝑒
Existem 9 coeficientes de estrutura - µ1𝑑𝑐 , µ𝑑𝑐 𝑑𝑐 𝑑𝑐 𝑑𝑐 𝑠𝑡 𝑜𝑐
2 , µ3 , µ4 µ5 , µ1 , µ1 , µ1 e µ2
Existem 9 variâncias erro de estimação da equação - 𝜕1𝑎𝑑 , 𝜕1𝑎𝑏 , 𝜕1𝑖𝑛 , 𝜕1𝑑𝑐 , 𝜕1𝑠𝑡 ,
𝑔𝑟
𝜕1𝑜𝑐 , 𝜕1𝑝𝑒 , 𝜕1 e 𝜕1𝑝𝑟
171
De acordo com o determinado através da sua especificação conclui-se que existe
no modelo teórico um conjunto de 60 parâmetros que requerem estimação. De acordo
com Marôco (2014, p. 33) com esta informação já se torna possível calcular o número de
graus de liberdade disponível no modelo estrutural através da seguinte equação91, e onde:
(𝑝 + 𝑞)(𝑝 + 𝑞 + 1)
𝑔. 𝑙. = −𝑡
2
24 ∗ 25
𝑔. 𝑙. = − 60
2
𝑔. 𝑙. = 240
91
p é igual ao número de variáveis manifestas dependentes, q representa o número de variáveis manifestas
independentes, t é igual ao número de parâmetros por estimar
172
Resumo do capítulo
173
6 Recolha de dados e procedimentos analíticos
Notas introdutórias
O capítulo sexto inicia onde o anterior (capitulo cinco) havia sido finalizado, isto
é, no teste e aplicação do instrumento de medida utilizado para a recolha de dados,
descrevendo os procedimentos relativos ao pré-teste e piloto do questionário. A triagem
dos dados recolhidos antecede a descrição do processo de análise factorial exploratória,
constituindo ambas as etapas as bases de fundamentação do modelo teórico
reespecificado e que será estimado no capítulo por meio da análise de equação estrutural.
174
6.1 Amostra
De acordo com outros autores (Czaja & Blair, 1996; Forcheh, 2003) deve-se
sempre ter em consideração os objetivos de investigação e os tipos de análise a utilizar
para definir entre outros aspetos qual o Universo, a amostra e as técnicas de amostragem,
e de forma a assegurar a maior qualidade de ajustamento dos dados recolhidos face aos
resultados pretendidos. A nível operacional isso significa que se deve proceder à
operacionalização de cada objetivo de investigação num conjunto de instruções
operacionais mais simples e que permitissem reduzir o grau de ambiguidade desses
objetivos nas etapas de definição de amostragem e pré-teste do instrumento proposto
(Forcheh, 2003, p. 70). Pretende-se também através desse ajustamento garantir que a
amostra retirada do Universo seja representativa desse mesmo Universo de forma a
permitir que as conclusões obtidas pela amostra possam ser extrapoladas para os restantes
elementos da população, e o que implica uma partilha de características e semelhança
(Hill & Hill, 2012, p. 42).
175
evidente a preocupação de alguns dos estudos (Council, 2005, 2007, 2011; Design, 2006;
Design Council & School, 2014; Kretzschmar, 2003) em obter uma amostra
representativa de diversos sectores industriais que possam ter algum interesse particular
em explorar recursos de Design (uma forma de refinar e direcionar o estudo). Verificou-
se também na revisão de literatura que estudos relevantes como os realizados pelos
investigadores Ricardo Chiva e Joaquín Alegre (2009) concentram-se somente apenas na
resposta de um sector, neste caso, a indústria de azulejos espanhóis e italianos. Contudo
essa limitação não permite que os investigadores possam reivindicar validade externa que
suporte a generalização dos resultados obtidos na investigação, nomeadamente a outros
sectores que poderão revelar comportamentos e resultados diferentes. No caso desta Tese,
e dada a natureza da mesma, entendeu-se ser útil e pertinente realizar-se um estudo com
maiores ambições, e procurando criar as condições que suportassem essas ambições.
Neste caso desenvolver uma amostra intersectorial que permita examinar com maior
cuidado possíveis diferenças entre sectores e elaborar conclusões para um Universo mais
extenso sobre a importância das capacidades em Design.
176
robusto de AEE optou-se por utilizar a fórmula proposta por João Marôco (2014, pp. 28–
29):
𝑝
Onde 𝑟 = 𝑓
29 29
𝑛 ≥ 50 ( 9 )2 − 450 + 1100
9
𝑛 ≥ 20092
92
Conforme se poderá constatar pelos capítulos seis e sete houve alterações no modelo teórico que
resultariam na redução na dimensão exigível à amostra. O modelo final contaria com oito variáveis latentes
e vinte e cinco variáveis manifestas o que implicaria uma amostra com dimensão mínima de n= 183.
177
superior a 16 milhões de empresas. Esses 16 milhões de registos traduz um número muito
relevante de PME’s e startups compilados por 27 países Europeus, e para os quais se
encontram disponibilizadas informações ao nível dos dados contabilísticos empresariais
padronizados para vinte e dois itens de balanço financeiro, vinte e dois itens de
demonstrações de resultados, e vinte e um índices financeiros. De referir ainda que a base
de dados a que se recorreu permitiu a filtragem dos dados de acordo com diferentes
tipologias pretendidas tais por país, sector de atividade, dimensão, entre outras e sendo
de particular importância o facto de disponibilizar como critério de seleção até três dígitos
dos códigos NACE– o sistema de estandardização Europeu para a classificação de
atividade industrial93.
93
Recorreu-se à seriação por código NACE para a classificação dos sectores e definição da variável dummy
“indústria”.
94
Neste caso recorreu-se à plataforma SurveyGizmo versão profissional
178
por correio eletrónico e a criação de uma hiperligação dedicada e que permite o
estabelecimento da posterior correspondência de cada resposta aos dados específicos
recolhidos sobre a empresa na base de dados AMADEUS.
179
os investigadores (Shelby D. Hunt, Richard D. Sparkman, & Wilcox, 1982, p. 269). Nesta
investigação contudo não só a fase de pré teste não foi sacrificada como inclusive foi
dividida em duas etapas distintas para maximizar o controlo de qualidade na recolha de
informação final. Numa fase inicial procurou-se não só testar o preenchimento do
questionário presencial mas também se discutiu com o respondente (e durante uma breve
entrevista) a adequação entre si dos objetivos de investigação, instrumento e amostra
(validade facial). Por fim houve ainda lugar a teste piloto final, realizado junto de uma
subamostra da população, e no qual se procurou testar a adesão ao questionário
analisando-se taxas de resposta e questões práticas de análise de dados como codificação
e protocolo de tratamento e aplicação dos dados.
6.2.3.1 Pré-teste
180
de diversas entrevistas (algumas por Skype95) a um conjunto de 10 pessoas das áreas da
gestão e Design e dos países envolvidos (Itália, Espanha, Portugal, Holanda e Reino
Unido). Ao longo do processo foi possível avaliar a coerência interna do instrumento, e
nomeadamente modificar e adicionar questões sobre aspetos que suscitavam maior
ambiguidade ou resistências por parte dos respondentes.
95
Software que permite a comunicação com audio e video por internet
96
De destacar a introdução de um controlo sobre a importância do Design que compreendeu perguntar
directamente a variação no investimento com Design dentro da organização e de acordo com Chiva e Alegre
(2009) para confirmar o grau de compromisso da Administração com o apoio ao Design.
181
em quantidade suficiente para satisfazer os objetivos da investigação?"97 (Shelby D.
Hunt et al., 1982, p. 270).
Por fim, e entre os meses Novembro 2015 e Janeiro 2016, realizou-se o envio do
questionário principal, recorrendo-se à plataforma Survey Gizmo responsável pelo envio
por correio eletrónico a uma amostra total de cinco mil empresas retiradas aleatoriamente
da base de dados AMADEUS. Ao longo de dois meses foi possível obter um total de 474
respostas às quais foram posteriormente excluídas 19 respostas, obtendo-se uma taxa de
respostas válidas final de 9,48%. A empresa média tem 81 empregados (mediana 24), tem
a sua fundação em 1980 (mediana 1987) e com uma faturação média de superior a 10
milhões de euros anuais (mediana 3,5 milhões euros).
Frequência Percentagem
97
Tradução livre do autor do original “The ultimate question is, "Will the instrument provide data of suffi-
cient quality and quantity to satisfy the objectives of the research project?””
182
Triagem e preparação de dados
183
6.3.1.1 Dados omissos
Diversos autores de referência (Hair et al., 2010; Kline, 2011, p. 55) defendem
que se pode assumir a existência de dados omissos, desde que estes aparentem acontecer
de forma aleatória e desde que representem menos de 10% das respostas totais de uma
variável não é caso de preocupação. Tal é importante verificar-se se esses dados omissos
não sugerem a existência de algum motivo em particular, sendo resultado de atritos
aleatórios. Nos casos nos quais o investigador é confrontado com um número não
significativo de dados omissos este pode optar por eliminar os casos que tenham respostas
incompletas ou optar por substituir os valores em falta pelas médias relativas à variável,
ou mesmo recorrer a métodos de substituição múltipla e que substituem os valores
omissos por estimativas para cada variável (Hair et al., 2010; Kline, 2011, pp. 56–57).
184
no decorrer de todo o questionário. Para se aferir sobre o grau de descomprometimento
na resposta calculou-se o desvio padrão para as respostas obtidas nos itens medidos em
escalas Likert, eliminando-se as respostas para valores inferiores a 0.3 do limiar de
aceitação considerado para o desvio padrão. A eliminação desses casos justifica-se por
que se revelou uma variação mínima entre as respostas nos diferentes itens, o que permite
ao autor colocar em causa a seriedade com que o respondente abordou o questionário.
185
Variáveis categóricas
186
dados secundários relativos à volatilidade no mercado (calculado como o coeficiente de
variação de vendas para um período de 5 anos), mudança tecnológica98 (calculado com
um conjunto de três indicadores que medem volatilidade tecnológica) e volatilidade geral
dentro do sector industrial99 (calculado pela variação do EBITDA por um período de 5
anos). Também de acordo com Tosi et al (1973, p. 31) é igualmente necessário calcular-
se o coeficiente de variação da medida compósita para se obter o nível de volatilidade
final do sector. O coeficiente de variação é igual ao cálculo do desvio padrão ajustado à
média de valores para a variável, sendo que essa ponderação permite ao investigador
eliminar possíveis distorções causadas por elevadas discrepâncias entre scores.
98
De referir que se optou por um utilizador um instrumento diferente do proposto por Tosi et al (1973) para
medir o grau de volatilidade tecnológica. Neste caso recorreu-se aos indicadores propostos por Jaworski e
Kohli (Jaworski & Kohli, 1993, pp. 68–69) e utilizados para medir a percepção de turbulência tecnológica
pela organização e no principal mercado em que opera.
99
O autor seguiu as contribuições de Snyder e Glueck (1982, p. 188) que sugerem a utilização do indicador
EBITDA para calcular essa medida de volatilidade geral do sector de actividade.
187
14
12
10
Volatilidade Tecnológica
8
6 Volatilidade de Mercado
4 Volatilidade de Rendimentos
freq %
Sectores estáveis (30, 31, 23 e 15) 154 34%
Sectores dinâmicos (14, 27, 26 e 32) 142 31%
Sectores muito voláteis (62, 74, 29 e 71) 159 35%
188
particular nos efeitos das capacidades em Design sobre o desempenho económico da
organização, é importante controlar a importância que determinadas variáveis
independentes possam ter nessa relação, nomeadamente a dimensão da organização, a sua
antiguidade ou o nível de investimento em Design.
O tamanho das empresas é uma das variáveis de contexto mais utilizadas devido
ao seu efeito no desempenho económico das empresas (Chiva & Alegre, 2009, p. 430;
Deeds, Ph, Decarolis, & Coombs, 1999, p. 221; Protogerou et al., 2012, p. 20; Spanos &
Lioukas, 2001, p. 914; Tsai, 2001, p. 1000), sendo habitualmente operacionalizada
através do número de empregados que a empresa possui (Deeds et al., 1999, p. 221;
Protogerou et al., 2012, p. 20; Spanos & Lioukas, 2001, p. 914; Tsai, 2001, p. 1000) ou
com o nível de rendimentos (Tsai, 2001, p. 1000). Nesta investigação recorreu-se à
operacionalização de uma medida que incorporasse as dimensões relativas à dimensão
por rendimentos e por número de empregados, ambos indicadores extraídos da base de
dados AMADEUS. O autor adicionou ainda assim uma categorização adicional relativa
à dimensão (anexos - Tabela 29 - Variável de controlo empregados; e Tabela 30- Variável
de controlo rendimentos anuais da empresa) - pois na sua opinião é equilibrada e sensata
a divisão pelas seguintes tipologias: Micro empresas - ate 10 trabalhadores100; Pequenas
empresas até 50 trabalhadores; Médias empresas - acima de 50 trabalhadores; e Grandes
empresas – acima de 250 trabalhadores. Optou-se agregar as médias e grandes empresas
(+250 trabalhadores) num só grupo porque por verificou-se só existir 25 organizações
com essa dimensão na amostra (pouco mais de 5% da amostra).
100
Para melhorar a qualidade dos dados o minímo de empregados considerado foi cinco. Assim sendo a
categoria de micro-empresas compreende valores no seguinte intervalo [5;10]
189
O autor considerou que a distribuição proposta era a mais equilibrada, na qual o
grupo com menor dimensão (anterior a 1970) inclua 103 empresas, além de que resultava
num conjunto de três grupos bem definidos: 1 - empresas antigas com mais de 40 anos
de atividade; 2 - empresas estabelecidas com mais de 15 anos e menos de 40 anos de
atividade; e 3 - empresas recentes com menos de 15 anos de atividade (anexos - Tabela
31- Variável de controlo data de fundação da empresa).
Outra variável categórica criada para efeitos de controlo foi a relativa ao país de
origem da organização (anexos - Tabela 33- Variável de controlo nacionalidade da
organização) e novamente apesar da frequência reduzida em algumas categorias - os casos
da Holanda (n=28) e Reino Unido (n=34) – o autor considerou importante para efeitos de
análise identificar diferenças de comportamento dentro do modelo e associadas às
culturas organizacionais entre países do Norte e do Sul da Europa. Inseriu-se também
uma variável de controlo relativamente à origem da resposta do questionário, procurando-
se diferenciar para efeitos de análise a resposta entre os encarregados máximos das
organizações e relativamente aos outros dirigentes de cargos intermédios.
190
Tabela 7 - Recursos internos de Design versus contratação de serviços externos
Frequência Percentagem
Válido Recursos internos de Design 164 36,0
Contratação de serviços externos 48 10,5
Utilizam ambos 243 53,4
Total 455 100,0
Por fim optou-se por inserir uma variável de controlo relativa ao nível de
investimento em Design, reconhecendo-se a importância de um estudo mais amplo sobre
a importância do investimento para os resultados de performance da empresa (Chiva &
Alegre, 2009; Kretzschmar, 2003). Para efeitos de utilização desta medida como variável
de controlo, optou-se por reespecificar e reduzir a escala Likert de sete pontos
originalmente proposta pelos autores por uma variável dummy de dois valores (1=
investimento em Design mantem-se ou reduz; 2 = O investimento em Design cresceu)
(anexos - Tabela 38 - Variável de controlo variação no investimento em Design
reformulada).
191
estabelecidas para explicar o comportamento dos indicadores. Foi aliás esta a
preocupação que motivou à utilização da análise factorial exploratória para proceder à
verificação de que os itens propostos identificavam corretamente os fatores que o autor
havia teorizado como sendo subjacentes aos conjuntos de indicadores definidos na
operacionalização. Procurou-se verificar para o modelo proposto a situação ideal, ou seja
que cada indicador se correlaciona-se unicamente com o fator designado e que cada
conjunto de indicadores seja uma manifestação significativa somente do constructo que
se acredita ser a sua manifestação. Essa correspondência comprova indiretamente a
presença e limites desse constructo.
101
Verifica-se que os valores dos loadings dos factores e os eigenvalues são sempre um pouco inflacionados
quande se aplica o método de componentes principais, além de que é sempre possível determinar uma
solução com esse método
102
Diversos autores tem vindo a defender a utilização do método de extração por máxima verossimilança
devido a uma falha identificada na para a extração por componentes principais. Esses autores verificam
que o facto de se assumir que toda a variabilidade dos itens é explicada reduz a qualidade deste método e
retira fiabilidade aos resultados pelo que não deve ser usado na extração de factores de um modelo.
192
Factorial Confirmatória (AFC) - a cuja família pertence - e modelação estrutural, sendo
que na fase de análise factorial experimental para efeitos de avaliação de validade deve
ser consistente. - “O método de método de estimação de máxima verossemelhança é o
padrão na maioria dos programas de computador de AEE, e a maioria dos modelos de
equações estruturais descritos na literatura são analisados através deste método”103
(Kline, 2011, p. 154). Ainda, e de acordo com João Marôco (2014, pp. 40–41), o método
de máxima verossimilhança por produzir de forma continuada resultados consistentes, e
mesmo em situações de aumento da dimensão da amostra, permite que as estimativas
gradualmente se aproximem do verdadeiro valor do parâmetro populacional, o que
confere maior robustez a reivindicações de generalização dos resultados desde que
observados os pressupostos de Normalidade.
A rotação de fator é um método que permite que haja maior diferenciação entre
loadings de fatores o que por sua vez facilita a interpretação e identificação entre fatores.
Entre as diferentes opções disponíveis (ortogonais e obliquas), o autor optou pela
realização de uma rotação de fator PROMAX (rotação oblíqua). Isto porque na rotação
oblíqua as variáveis são avaliadas para a relação única estabelecida entre cada fator e as
variáveis (removendo relações que possam ser compartilhadas por entre múltiplos
fatores), permitindo uma computação mais rápida do que outros métodos de rotação e
sendo particularmente útil em conjuntos de dados de grande dimensão como é o caso.
103
Tradução livre do autor do original “It is the default method in most SEM computer tools and the most
widely used method for analyses with continuous outcomes”
193
6.4.1.2 Scree plot
Conforme se pode verificar pelo scree plot com um autovalor limiar de 0.96 seria
possível extrair sete fatores distintos entre si104. Estes sete fatores extraídos deveriam
representar um somatório dos quadrados dos loadings extraídos superior ao desejado de
0,6 (ou 60%), sendo que neste caso verificou-se que o total da variância explicada pelos
fatores extraídos foi até bastante superior a esse valor de referência, com até 76,96% da
variância total dos itens a ser explicada dentro destes sete fatores extraídos (anexos -
Tabela 28 - Matriz padrão).
Por fim mencionar ainda que também a percentagem de resíduos que são
computados entre correlações observadas e reproduzidas também situou-se abaixo do
valor de referência (10%) (Kline, 2011, p. 171) registando um valor final de 4%.
104
O facto de aplicarmos um limiar de aceitação de 0.96 pode ser aceite pois de acordo com Hair et al
(2010) é um valor muito perto do critério de raíz latente de 1.0
194
possuiam recursos internos de Design e que se especula terem dificuldades em responder
à questão. Esta hipótese é em parte sustentada pelo facto de este ser o item que possuía o
valor mais baixo de comunalidades. Retirou-se também o indicador AB3 “A nossa
organização recorre frequentemente aos designers para promover uma participação
ativa de clientes e/ou fornecedores no processo de desenvolvimento de novos produtos“
porque além de também exibir um baixo valor de comunalidades, era também um
indicador que ajustava em menos de 0.5 ao fator do constructo ABSORPTIVE. Com a
sua eliminação pretendia-se aumentar o valor médio de convergência desse fator,
reforçando deste modo a validade convergente. Alem deste motivo verificou-se que no
caso do indicador AB3 exibia para a matriz de correlação de fator uma correlação
simultânea com mais do que um fator em simultâneo. E retirou-se também o IN2 “Nos
últimos anos a nossa empresa introduziu um maior número de produtos e serviços
inovadores do que a sua concorrência direta” por motivos de parcimónia uma vez que
verificou-se ser muito semelhante ao indicador IN1 “A nossa empresa é uma referência
no seu sector no que diz respeito à introdução de novos produtos e serviços” e sendo que
este último exibia um loading superior dentro do mesmo constructo.
Durante esse processo verificou-se ainda existir alguns problemas com os itens
OP1 “Na nossa empresa encaramos o design como algo muito importante para a
qualidade global do produto, nomeadamente a sua qualidade técnica, a funcionalidade
que oferece e a sua facilidade de uso“ e OP2 “Na nossa organização o design é
importante no desenvolvimento de produtos que ajudem os clientes a expressar a sua
identidade e transmitir os valores desta empresa” dentro do fator das capacidades
operacionais. Podia-se optar por separar o constructo capacidades operacionais em dois
mas essa decisão iria provocar uma redução do número de itens para dois em cada um
dos constructos resultantes. Essa situação é de evitar pois de acordo com a literatura cada
constructo deve ser definido por um número aconselhado mínimo de três indicadores
(Marôco, 2014, p. 36).
195
a disseminação das tendências mais atuais e novas práticas em design pelos seus
diferentes departamentos” e AD1 “Os designers que trabalham com esta organização
auxiliam-nos constantemente a questionar e desafiar as formas tradicionais de
trabalhar”.
Pode-se ainda observar que existem correlações significantes entre todos os itens
que se distribuem pelas duas dimensões das capacidades dinâmicas identificadas pela
análise factorial exploratória, existindo por isso uma relação em torno do constructo de
segunda ordem comum (anexos - Tabela 28 - Matriz padrão). Estes resultados confirmam
e fundamentam a decisão de procurar explorar diferentes dimensões para capturar a maior
informação possível sobre o comportamento das capacidades dinâmicas de Design,
refletindo-se nos itens propostos as possíveis diferenças nas quais estas se manifestam.
O teste de esfericidade de Bartlett’s serve por sua vez para verificar se a matriz de
hipóteses é uma matriz de identidade comparando o grau de ajustamento entre as duas.
Caso a matriz de correlação fosse considerada uma matriz identidade, tal indicaria que
existiria uma não desejável correlação perfeita entre os itens em análise e bastaria um
fator apenas para explicar o modelo. Assim procura-se que para um nível de significância
mínimo de 5% se possa rejeitar a hipótese nula de correlação da matriz identidade.
196
Tabela 8 - níveis de referência para o teste de KMO
197
estatísticos da análise multivariável aumenta a robustez das interpretações e conclusões,
garantindo uma maior qualidade de ajustamento dos dados recolhidos à realidade que
pretendem ilustrar. Ainda de acordo com Hair et al (2010, pp. 71–77) existem quatro
pressupostos estatísticos fundamentais que importa confirmar juntos dos dados
recolhidos: a normalidade da distribuição, a existência de homocedacidade; o pressuposto
de linearidade dos dados; e ausência de correlação de erros ou multicolinearidade.
198
Realizaram-se os testes de Shapiro Wilks e Kolmogorov Smirnov para testar os
pressupostos de normalidade da distribuição, assim como os testes de estatística Z para o
teste de assimetria e para a análise dos níveis de curtose. Os resultados demonstraram que
para todas as variáveis consideradas existe diferença estatisticamente relevante em
relação a uma distribuição normal, ou seja, existe uma violação do pressuposto da
Normalidade. Contudo e conforme afirma Hair (Hair et al., 2010, p. 72) “O tamanho da
amostra tem o efeito de aumentar o poder estatístico por meios de redução do erro de
amostragem. Isso resulta num efeito semelhante aqui, em que as amostras de grande
dimensão reduzem os efeitos negativos da não normalidade (...) para amostras de
tamanho superior 200 estes efeitos são insignificantes”, e por essa razão o autor aconselha
os investigadores a recorrer a amostras de grande dimensão para evitar as distorções na
interpretação de estimações decorrentes de distribuições não normais (Hair et al., 2010,
p. 72). Relembra-se que a amostra utilizada para este estudo é bastante superior ao limiar
indicado por Hair para amostras de grande dimensão (N=455) pelo que os efeitos de não
normalidade não causam distorção e limitações à análise futura e estimação do modelo.
6.5.1.2 Linearidade
199
das relações STRATA e ADAPT, e OPERAT e ADAPT em que a estatística Z da equação
potência é ligeiramente superior a da linearidade. Ainda assim são valores muito
semelhantes e o pressuposto de linearidade somente depende da existência de
significância ainda que seja sempre preferível que o valor mais alto de Z seja para a
equação linear. Realizou-se deste modo uma estimação por curva de todas as relações
estabelecidas no modelo teórico, tendo-se concluído existir para todas essas relações entre
variáveis dependentes e independentes linearidade suficiente para que possam ser mais
tarde testadas através de uma AEE e mediante o uso do software AMOS e baseada no
comportamento das covariâncias entre variáveis.
105
Os valores de referência são os seguintes: para VIF > 3 teremos um problema potencial, VIF > 5 muito
provavelmente teremos problemas, com VIF > 10 então é porque existirá de certeza razões para afirmar
existir multicolinearidade
200
6.5.1.4 Homocedacidade
Adequação conceptual
201
um teste de adequação KMO muito robusto superior a 0.8 e quase igual a 0.9 (=0,88). Por
fim procurou-se verificar que na tabela das comunalidades cada indicador tenha no
minimo uma correlação partilhada com outro indicador de 0.4 para despistar potenciais
enviesamentos relativos a correlação entre itens. Para um teste de comunalidades um
valor superior a 0.5 é considerado preferível (Hair et al., 2010, p. 708). Conforme se pode
verificar pela tabela em anexo (anexos - Tabela 28 - Matriz padrão) existem alguns itens
que demonstram ter valores ligeiramente inferiores a esse limiar informal.
Validade do instrumento
202
0.7 mas ainda assim é aceitável comprovar-se a fiabilidade do constructo para valores
superiores a 0.5.
106
Neste caso não temos valores acima de 0.7, bastante distante por isso do valor máximo de referência.
203
Fiabilidade das escalas de medida
204
Resumo do capítulo
205
7 Estimação e avaliação de ajustamento do modelo
Notas introdutórias
Por esse motivo este capítulo concede uma especial importância às questões
relativas à avaliação de qualidade de ajustamento, descrevendo os diferentes
procedimentos realizados e os testes que foram aplicados nessa etapa.
206
7.1 Estatísticas descritivas
O 𝛼 (alpha) de Cronbach calculado é igual a 0,84 (α= 0,84) que confirma a elevada
consistência dos indicadores em torno do constructo que é suposto representarem,
confirmando a fiabilidade da escala proposta. Relembra-se contudo que o fator
ABSORPTIVE resulta de uma composição de indicadores diferente da proposta
inicialmente, mas conforme se discute no capítulo seis, os resultados são consistentes com
a base teórica apresentada.
207
Os indicadores revelam possuir uma assimetria ligeiramente negativa, ou seja,
existe para todos estes itens uma maior concentração de valores na metade abaixo da
mediana mas em nenhum caso a assimetria calculada é superior a 1. Os resultados
relativos à curtose são semelhantes, novamente todos os valores ligeiramente negativos
(o item AD2 é quase uma distribuição Gaussiana de curtose igual a zero), o que significa
curvas de distribuição um pouco achatadas em relação a uma distribuição normal.
Também aqui se verifica que todos os valores de curtose não ultrapassa o limiar de
aceitação que é de 3, a partir do qual se poderia considerar haver um efeito substancial.
A observação do diagrama de extremos e quartis revela apenas uma diferença por parte
do indicador IN3 em relação aos restantes em que o terceiro quartil coincide com a
frequência máxima. Verifica-se ainda que para este constructo os valores médios e de
mediana são positivos (médias entre 4,7 e 5,3) o que significa um grau de concordância
alto com os indicadores propostos. Destaca-se o indicador IN3 “Consideramos que a
promoção de um ambiente criativo dentro da empresa é uma condição fundamental para
o nosso sucesso” por ser o indicador que recolhe maior concordância da parte dos
inquiridos, sendo que no extremo oposto temos o indicador AB1 “A nossa empresa
incentiva e promove a disseminação das tendências mais atuais e novas práticas em
design pelos seus diferentes departamentos” como sendo o indicador com o valor mais
baixo de concordância.
208
O alpha de Cronbach calculado igual a 0,882 (α= 0,882) confirma a elevada
consistência dos indicadores em torno do constructo que se propõem a representar,
confirmando a fiabilidade da escala proposta. Relembra-se contudo que o fator ADAPT,
e tal como o constructo anteriormente descrito ABSORPTIVE, resulta de uma
composição de indicadores diferente da proposta inicialmente, mas conforme se discutiu
durante o capitulo seis, os resultados são consistentes com a base teórica apresentada.
209
sido discutido durante o capítulo sexto pela análise das características dos indicadores
que compõem o novo constructo, essa composição é consistente com a base teórica
proposta.
O alpha de Cronbach calculado igual a 0,795 (α= 0,795), tal significa que se
verifica uma elevada qualidade e consistência dos indicadores em torno do constructo que
é suposto representarem, confirmando a fiabilidade da escala proposta.
212
Constructo de rentabilidade financeira (PROFIT)
Este constructo, e ao contrário dos anteriores, revela ser composto por indicadores
com um comportamento menos previsível e consistente. O indicador ROE_LYEAROT
exibe uma curtose altamente positiva (=10,001), ou seja, a distribuição deste indicador é
muito deformada e concentrada em tornos de valores acima da mediana. Os restantes itens
que compõem o constructo apresentam valores mais baixos de curtose mas ainda assim
sempre superiores ao valor de referência de curtose três. Apesar dos valores de assimetria
não serem ultrapassarem os valores limiares de aceitação previamente identificados, o
facto é que os indicadores por exibirem uma distribuição com valores de curtose tão
elevados violam os pressupostos de normalidade. Também os desvios padrões e as
variâncias exibem valores muito altos (em particular os indicadores ROE_LYEAROT e
ROE_AVEOT), manifestando existir grande inconstância nos valores assumidos, e
mesmo a existência de diversos outliers. Essa dispersão é particularmente visível na
observação do diagrama de extremos e quartis, e mesmo após a remoção dos principais
outliers identificados (e conforme havia sido descrito no capitulo sexto).
213
7.2 Avaliação de ajustamento do modelo
107
Tradução livre do autor do original “The chi-square test of model fit can lead to erroneous conclusions
regard- ing analysis outcomes. The χ2model-fit criterion is sensitive to sample size because as sample size
214
Consoante a dimensão da amostra aumenta também irá aumentar a diferença entre
as matrizes de covariância observadas e estimadas (Hair et al., 2010, pp. 666, 672). Isto
significa que este teste tem uma tendência de indicar significância quando a amostra é
superior a 200, razão pela qual existem muitas limitações e alguma cautela a interpretar
resultados para amostras de grande dimensão como a usada para o atual estudo
(n=455)108.
increases (generally above 200), the χ2 statistic has a tendency to indicate a significant probability level.
In contrast, as sample size decreases (generally below 100), the χ2 statistic indicates non-significant
probability levels.”
108
João Marôco (Marôco, 2014, p. 45) acrescenta mesmo que “Para amostras de dimensão considerável
(n>400), o teste do 𝜒 2 é quase sempre significativo (p<0.05)”
215
para testar o ajustamento do modelo nas suas várias dimensões, incluindo-se os índices
qualidade absolutos, relativos, de parcimónia, entre outros.
109
Do Inglês Root Mean Sware Error of Approximation
110 2
IM superiores a 11 (𝜒0.999 = 10.82)
216
índice/teste (anexos - Tabela 46 - Testes da família qui-quadrado; Tabela 47 - Testes da
família índices absolutos; Tabela 48 - Testes da família indices relativos; Tabela 49 -
Testes da família indices de parcimónia; e Tabela 50 - Testes de outros indices). Verifica-
se que não obstante o resultado do qui-quadrado ter indicado um mau ajustamento (o teste
deu significante para p=0.01), esse valor deveu-se na realidade à excessiva sensibilidade
do teste à dimensão da amostra (n=455) e não devendo por esse motivo serem tiradas
ilações deste resultado. Para reforçar esta conclusão foram considerados e aplicados um
número excecionalmente grande de testes alternativos de avaliação de ajustamento e para
todos estes testes sem exceção constatou-se que os resultados dos testes de ajustamento
são em gerais bons ou mesmo muito bons. Sendo que no caso de estudos com amostras
superiores a 250 e graus de complexidade maiores (número de variáveis consideradas) os
níveis de tolerância e aceitação podem e costumam ser mais permissivos dos que os
valores de referência indicados e considerados (Hair et al., 2010, pp. 671–672). Tudo isto
permite concluir com segurança, e com base nos dados apresentados, que existe um muito
bom ajustamento dos dados obtidos ao modelo teórico proposto.
Fatores de 2ª ordem
217
AD2
0.68***
0.85*** Capacidades
AB1
absorção
0.67***
AD1
0.67*** 0.94***
IN3
0.56***
IN1
Capacidades
dinâmicas em
Design
0.80***
AD3
0.87*** Capacidades
adaptação
0.84***
AD4 loadings estandartizados
0.82***
AB4 ***p<0.001; **p<0.01; *p<0.05
218
Após a realização desses testes com algumas alterações ao modelo pode-se
verificar que o STRATA não ajustava com o STRATB num constructo de segunda ordem,
não sendo ambos dimensões do mesmo fenómeno. Na verdade o STRATA revelou ser
um mediador de um outro constructo que infelizmente não se encontra incluído no modelo
teórico proposto. Essa conclusão, apesar de inesperada abre outras leituras conceptuais
interessantes, abrindo espaço para investigação futura sobre a importância do Design
para o desenvolvimento de capacidades organizacionais que possibilitem o crescimento
de vendas.
Variáveis de controlo
Numa primeira fase procurou-se adicionar todas estas variáveis de controlo com
o intuito de apenas identificar quais aquelas as que apresentavam um efeito significante.
Tomou-se essa opção devido às precauções identificadas no capítulo anterior e segundo
as quais adicionar um número excessivo de variáveis de controlos além de exigir uma
amostra robusta promove um efeito negativo de afogamento dos efeitos das variáveis
independentes sobre as variáveis dependentes. Também conforme havia sido discutido
no capítulo anterior e com o intuito para otimizar os resultados optou-se por seguir as
indicações de outros autores (Becker, 2005, pp. 275, 285) que aconselham omitir os
resultados das variáveis de controlo menos importantes durante a análise de algumas
111
A identificação de todos os itens eliminados durante o processo de análise de resultados assim como
uma explicação mais pormenorizada e relativa a essa decisão é feita no decorrer do capítulo oitavo
219
relações entre variáveis independentes e variáveis dependentes. Importa por isso fazer um
teste prévio para ver quais as variáveis de controlo que não revelando ter significância
podem ser eliminadas do modelo (anexos - Tabela 58 – Níveis de significância dos efeitos
das variáveis de controlo).
rentabilidade
0.11
idade
0.08
dimensão - rendimento
dimensão - empregados
0.11 0.10
0.27
crescimento
112
As variáveis de control CONTROL_CEO, CONTROL REPORT, CONTROL_COUNTRY, e
CONTROL_SECTOR
220
Efeitos de mediação
113
Se o efeito não era significante e continua a não ser significante então pode-se concluir que não existe
efeito de mediação na trajectória
114
Se o efeito era significante e mantem-se significante pode-se concluir que existe uma trajectória que é
parcialmente mediada
115
Se o efeito era significante mas deixou de o ser com o mediador então pode-se concluir que existe uma
trajectória com total efeito da variável mediadora
221
A trajetória entre DYNAMIC e OPERAT é parcialmente mediada pelo constructo
STRATB porque verificou-se que manteve a significância entre o efeito direto sem
variável mediadora e o efeito direto sem mediação, assim como efeito indireto não ser
significante.
222
Moderação multigrupos
116
Tradução livre do inglês pelo autor de “Pairwise Parameter comparisons”
223
resultados mais relevantes pode também ser consultada nos anexos (anexos - Tabela 57 -
Efeitos de moderação da natureza dos recursos em Design e sem variáveis de controlo).
Novamente se pode concluir que não se verificaram quaisquer problemas, não havendo a
necessidade de se realizar uma re-especificação do modelo antes de realizar os testes de
invariância estrutural aos multigrupos.
224
7.3.4.3 Efeitos natureza dos recursos em Design
225
contratação de conhecimento externo. Ainda assim, e devido ao facto de existir um
impacto positivo dessa inclusão de serviços externos de Design no crescimento da
empresa (GR1 GROWTH = 0,135) faz com que especial atenção seja dada à discussão
destes resultados no capítulo oitavo.
226
Resumo do capítulo
Ainda assim verificou-se que o modelo reespecificado após a AFE revela ter um
bom grau de ajustamento, podendo-se considerar válidos os pressupostos teóricos a ele
subjacentes e que irão alimentar a discussão de resultados do próximo capítulo. De referir
ainda que estes testes sobre a qualidade de ajustamento foram realizados sobre uma AEE
completa ao modelo teórico, testando o comportamento das variáveis latentes de segunda
ordem, assim com os efeitos de mediação, moderação multigrupos e variáveis de controlo,
em simultâneo no mesmo modelo o que reforça a qualidade da estimação do mesmo.
227
8 Discussão de resultados
Notas introdutórias
Este capítulo procura depois providenciar uma explicação para esses resultados e
outros resultados, confrontando-os sempre que possível a algumas das questões lançadas
nos capítulos teóricos. Esta discussão é de particular interesse sobre aspetos relativos à
pergunta de investigação que se procura responder no capítulo seguinte, assim como para
criar a fundamentação e a argumentação que irá suportar a validação (ou rejeição) das
hipóteses de investigação. Esta discussão de resultados é um passo essencial antes que se
possa extrair conclusões da investigação, dotando a evidência empírica de significância e
significado.
228
8.1 Re-especificação do modelo e variáveis de controlo
229
indicador foi retirado porque verificou-se que era muito semelhante com o outro
indicador IN1 “A nossa empresa é uma referência no seu sector no que diz
respeito à introdução de novos produtos e serviços“. Infelizmente este facto não
foi identificado por nenhum dos especialistas do painel designado, nem esse facto
foi apontado durante o período de pré-teste nas suas diferentes etapas. Através da
sua eliminação reduziu-se também a redundância, com efeitos positivos sobre a
parcimónia do modelo, e sem comprometer a qualidade do fator ABSORPT que
conta ainda com cinco indicadores – número acima dos três indicadores
aconselhados na literatura (Hair et al., 2010, p. 704);
231
Verificou-se que quando a dimensão tamanho era estabelecida pelo indicador
número de empregados que a empresa possui, o efeito das capacidades em Design
era significativo mas negativo. Ou seja, quanto maior for o número de empregados
menor o impacto das capacidades em Design sobre os resultados da empresa
(crescimento). É um resultado interessante pois significa que o impacto das
capacidades em Design sobre a performance da empresa reduz-se com o aumento
da dimensão em termos de número total de empregados. Ou seja, estes dados
parecem reforçar ilustrar que os contributos do Design tendem a dissolver-se
dentro de empresas muito grandes e onde há maior dificuldade na compreensão
do seu valor pois encontra-se compartimentado e distribuído por diferentes
departamentos (James Moultrie et al., 2009, p. 79).
232
c) Variáveis de controlo sem significância – Por fim houve um conjunto de
variáveis de controlo que não demonstram ter qualquer influência sobre o impacto
que as capacidades em Design desenvolvem sobre a performance económica da
empresa. Foram estas: a pessoa que responde ao questionário (se é diretor
executivo ou não) e se o designer responde diretamente à Administração de topo
ou não. Se no caso da primeira variável a motivação para a sua inclusão foi
verificar se este indicador poderia de alguma forma adicionar algum
esclarecimento adicional sobre as questões do apoio dos diretores executivos,
ainda que indiretamente, concluindo-se que nenhuma diferença significativa.
Sobre a importância do designer responder diretamente à Administração, verifica-
se que se existir algum efeito este não é possível de se observar através de um
indicador com estas características. Também a nacionalidade da organização não
aparenta ter qualquer influência no impacto das capacidades em Design na sua
performance económica, e nem o sector industrial de origem o que é um resultado
importante pois significa que as capacidades em Design não obstante possuírem
especificidades e comportamentos diferenciados de sector para sector (discutido
mais à frente neste capítulo) possuem efeitos semelhantes em termos de
importância económica geral.
Respondendo à questão formulada no seu artigo por Charles Noble (2011, p. 391)
sobre o que é afinal o Design pode-se considerar face aos resultados obtidos que aparenta
ser um pouco de tudo. Contudo também se pode discutir que apesar de ser um pouco de
tudo, também o é sempre de forma diferenciada e intercalada. Ou seja podemos entender
o Design enquanto fator estruturante de uma cultura organizacional virada para a
inovação, ou como uma capacidade operacional que potencie competitividade e valor
acrescentado às atividades quotidianas da organização onde se insere, ou mesmo relevar
aspetos de capacidades dinâmicas cujo impacto se poderá fazer sentir na empresa
adaptando-a para se adaptar à mudança externa, ou mesmo contribuindo para a criação
da referida cultura organizacional favorável à inovação pelo Design. Uma das principais
conclusões deste estudo é a comprovação de que efetivamente existe uma diferenciação
233
entre capacidades dinâmicas e capacidades operacionais de Design, que se reflete nos
resultados económicos e competitivos que suscitam, mas que dialogam entre si e se
relacionam na criação de dinâmicas especificas aos desafios envolventes.
234
constructo das capacidades dinâmicas, este mesmo constructo contudo subdividia-se em
somente duas dimensões (e com significância de p=0.01 para ambas) ao invés das três
propostas. No decorrer da análise factorial exploratória verificou-se que os dados
recolhidos para definir capacidades em Design não se ajustavam com a qualidade
pretendida ao modelo teórico proposto. Ou seja a AFE revela que o constructo
multidimensional de capacidades dinâmicas (e com base nos dados recolhidos) não é na
verdade composto por capacidades de inovação, de absorção e de adaptação como
preconiza Wang e Ahmed (2007), mas antes somente duas dimensões distintas.
Uma das dimensões que efetivamente foi identificada pela AFE e posteriormente
confirmada através da AFC é a dimensão composta por indicadores que representam a
identificação e incorporação de oportunidades externos:
b) AD3 “Os designers que trabalham para esta empresa evoluem e adaptam-se
rapidamente em resposta a mudanças nas nossas prioridades de negócios”;
Esta dimensão inclui dois itens inicialmente propostos como sendo pertencentes
ao constructo de capacidades dinâmicas adaptativas e um indicador que havia sido
proposto relacionado para constructo absortivo, neste caso específico relacionado com a
capacidade de aplicar novo conhecimento nas práticas diárias mas com um foco na
capacidade de estar atualizado em relação ao conhecimento externo. Assim sendo o
denominador comum aparenta ser a forma como o Design se apresenta capaz de se virar
para dentro de si mesmo e de forma a se adaptar às mudanças externas ou internas - quer
por se manter atualizado, quer por ser flexível o suficiente para se adaptar à mudança.
Confirma-se a existência de uma dimensão já identificada durante a análise da literatura
dos capítulos dois e três e relativa aos conceitos de sensoriamento e adaptação/integração
das suas práticas de Design dentro da organização para torná-la capaz de enfrentar as
mudanças no Mercado.
235
É uma dimensão relativa à capacidade do Design em identificar, absorver e
integrar conhecimento externo na sua prática diária (capacidades operacionais) e
funcionando como guardião da passagem para dentro da organização empresa. A
capacidade do designer em estar atento e acompanhar o que se passa à volta da
organização, ser capaz de monitorizar e identificar oportunidades, trazer conhecimento
para dentro da empresa (estar atualizado). É uma qualidade que inclui a capacidade de
adaptar esse conhecimento às necessidades da sua prática diária, revelando flexibilidade
e ser capaz de alinhar esse conhecimento com as exigências estratégicas da empresa e
promover soluções alinhadas com esse posicionamento. Todos estes aspetos representam
uma capacidade que possibilita não só a absorção de conhecimento externo mas também
a integração desse conhecimento dentro da organização.
Com base nos resultados obtidos da análise factorial considera-se que este
constructo de adaptação é composto por itens que dizem respeito à capacidade de manter-
se atualizados e de adaptação e evolução à mudança. Esta dimensão relativa à capacidade
do Design de sensoriamento e adaptação às mudanças externas parece ser consistente
com o constructo da ACAP de Zahra et al (2006), e com fortes reverbações também para
a dimensão “agarrar a oportunidade” de David Teece (2007, pp. 1326–1329) ou sobre
a microfundação do sensoriamento “as capacidades que permitem à empresa detectar
mudanças externas e ser capaz de configurar os seus recursos e capacidades, a fim de
lidar com ela” (Prieto et al., 2008, p. 3).
236
b) AB1 “A nossa empresa incentiva e promove a disseminação das tendências
mais atuais e novas práticas em design pelos seus diferentes departamentos”;
d) IN1 “A nossa empresa é uma referência no seu sector no que diz respeito à
introdução de novos produtos e serviços”;
237
disseminação incorpora as capacidades de inovar e geração de uma cultura de inovação.
Os itens são consistentes com a visão de Mozota no que diz respeito à criação de uma
cultura organizacional mais aberta e que potencia a inovação. Ainda de acordo com
Mozota isso acontece porque o Design permite abrir a cultura organizacional aos desafios
culturais de um mercado globalizado, nomeadamente estimulando um ambiente propício
à inovação pela personalização às culturas locais onde a empresa compete (Mozota, 2008,
p. 36).
238
impacto das novas tecnologias no desenvolvimento de novas competências e
desenvolvimento de novas funções organizacionais”117 (D’Ippolito et al., 2014, p. 1347).
117
Tradução livre do autor do original “the contribution of practical knowledge to capability development
within firms; the trial-and-error adoption of novel production criteria; the impact of new technologies on
the development of new skills and emergence of new organisational roles”
239
organizações defendidas pelos principais autores dentro da teoria das capacidades
dinâmicas e citados no capítulo 1 (Barreto, 2010; Eisenhardt & Martin, 2000; Teece,
2007; Teece et al., 1997; Wang & Ahmed, 2007; Winter, 2003; S. A. Zahra & George,
2002).
240
Impacto sobre o lucro
Estas conclusões contradizem estudos prévios de outros autores (Chiva & Alegre,
2009; Platt et al., 2001) para os quais melhores capacidade de Design significam
necessariamente um aumento nos lucros das empresas. Esta divergência de resultados
poderá ter origem no facto de que melhores capacidades podem significar custos mais
elevados e associados a um maior volume de investimento de inovação pelo Design como
aliás Marina Candi alertava no seu artigo (2010, p. 199). Superiores capacidades em
Design implicam um custo superior imputado à empresa através do investimento no
desenvolvimento dessas capacidades, e que no final também se traduz numa redução da
rentabilidade da operação. De referir ainda que também Gemser alerta para efeitos de
tradeoff e escolha, neste caso para a escolha entre contributos para inovação versus
contributos operacionais estéticos, já que uma ênfase em capacidades operacionais
implica uma redução do impacto negativo das capacidades dinâmicas, ou Design
experimental, que contribui sobretudo no capítulo da inovação (Gemser et al., 2011, p.
75).
241
a performance financeira. Na verdade Spanos e Lioukas concluíram também que esse
efeito era indireto e mediado precisamente pelo crescimento da performance de Mercado
(Spanos & Lioukas, 2001, p. 918) - “embora a influência direta dos 'ativos da firma na
rentabilidade seja fraco e insignificante (0,083; p>0,10), o seu efeito através de quota
de mercado (ou seja, os ativos → desempenho do mercado → rentabilidade, = 0,277 *
0,306) é significativa (0,08; p = 0,059). Assim o desempenho do mercado parece
constituir uma variável interveniente significativa na relação entre recursos e a
rentabilidade da empresa” (Spanos & Lioukas, 2001, p. 920). Podemos interpretar estes
resultados como a consequência de um desfasamento temporal entre efeitos operacionais
de performance e efeitos financeiros (Venkatraman & Ramanujam, 1986), e esperar que
a longo prazo as empresas que revelem ter capacidades superiores em Design e possam
vir a ter melhores índices de rentabilidade financeira do que as restantes empresas no
Mercado e como resultado indireto de um crescimento sustentado e continuado das quotas
de mercado.
242
conjugando ambos. As limitações na investigação a haver são aspetos que foram
devidamente acautelados e os seus efeitos limitados ao que era possível alcançar pelo
investigador.
Efeitos de mediação
243
De seguida iremos analisar com maior cuidado um desses novos constructos, o
STRATA e que é composto pelos seguintes indicadores:
Após análise dos indicadores que compõem este constructo entende-se que têm a
importância do alinhamento das capacidades em Design com objetivos de gestão comuns
à empresa. São indicadores que refletem a preocupação de existência de integração do
Design junto de outros departamentos através de um alinhamento estratégico comum.
Neste conjunto encontramos a importância da existência de métricas de Design alinhadas
com objetivos partilhados com outros departamentos, a capacidade do designer em
entender esses objetivos de gestão comuns, e o estímulo ao Design trabalhar em conjunto
com outros departamentos. Esta necessidade de recorrer a métricas de gestão faz com que
este constructo indicie a preocupação de levar os benefícios das capacidades do Design a
outros departamentos, sendo os objetivos comuns estratégicos a plataforma que permite
a incorporação e agregação dessas capacidades junto de outros departamentos.
Isto é consistente com Olson et al (1998, p. 56) que afirma que se o Design
trabalhar com outros departamentos pode servir para identificar mercados-alvo relevantes
e ajudar no planeamento de produção. As capacidades dinâmicas em Design têm um
maior impacto sobre o crescimento da organização se houver integração dessas
244
capacidades noutros departamentos (Sanchez, 2006, p. 17), auxiliando no processo de
reconfiguração da própria organização, trazendo conhecimentos externos à empresa e
estruturando-os em torno de resultados concretos e passíveis de serem utilizados pelos
vários departamentos, contribuindo para o desenvolvimento de novas iniciativas
empresariais, e providenciar uma análise qualitativa sobre o que os clientes desejam
(Allen & Ekuan, 2002, p. 57).
Estes resultados reforçam o argumento de que o Design gera valor junto de outros
departamentos (Walton, 2000, p. 7), nomeadamente a identificação de oportunidades e
priorização ou o fomento de interações produtivas entre departamentos (Miller, 2005, pp.
400–401) ou mediar e sintetizar as contribuições e as expectativas de ambas as equipas
estratégicas e operacionais, assim como os demais stakeholders internos e externos
(Bucolo et al., 2012, p. 26), mas que para realizarem semelhante contributo necessitam
da existência de uma articulação prévia que lhes permita disseminar esse valor (Topalian,
2002, p. 13).
Como o STRATA não tem efeito significante sobre o OP e o STRATB por sua
vez já possui, questiona-se se existirá algum efeito de mediação entre estes constructos
com o GROWTH. Contudo existe um impacto de capacidades em Design estratégicas ou
dinâmicas sobre o crescimento através da integração de métricas comuns a outros
departamentos. Ou seja, algumas capacidades em Design, quando estimuladas a ser
integradas com outros departamentos e trabalhando em conjunto pela aquisição de
objetivos estratégicos comuns, tem um impacto positivo nos resultados da organização, e
mesmo que este impacto não se esteja a realizar e materializar em superiores capacidades
em Design. O efeito das capacidades dinâmicas na performance económica da
245
organização parece extravasar o simples efeito sobre capacidades operacionais, uma vez
que este efeito mediador permite um valor acrescentado e mais-valia para outras áreas e
departamentos de negócio mas sem efeito nas capacidades operacionais pela
Administração.
Uma explicação possível e verosímil para estes resultados é que o STRATA não
está a mediar os efeitos entre capacidades dinâmicas de Design e capacidades
operacionais de Design mas antes capacidades organizacionais uma vez que o STRATA
também tem impacto significante e positivo sobre o GROWTH. O constructo STRATA
pode não estar a influenciar positivamente o desenvolvimento de superiores capacidades
operacionais através da absorção e integração de conhecimento externo relevante, mas
está a promover a participação dos designers no desenvolvimento estratégico da empresa
e a causar impacto sobre o seu crescimento através dos efeitos sobre outras capacidades
organizacionais que impactam positivamente no crescimento.
Estes resultados parecem também confirmar que o Design não deve ser encarado
como algo não administrável, eliminando o mito sobre as limitações que a criatividade
impõe ao processo de Design (Olson et al., 1998, p. 55), merecendo ao invés ser integrado
no planeamento estratégico da organização uma vez que aumenta o crescimento da
organização no Mercado, rentabilizando o investimento realizado na aquisição de
superiores capacidades (STRATAGROWTH) “O Design surge como sendo uma
componente importante da 'abordagem estratégica e competitividade das empresas, uma
vez que permite a síntese e integração de conhecimento externo com as capacidades
organizacionais dessas empresas”118 (D’Ippolito, 2014, p. 5).
118
Tradução livre do autor do original “Design emerges as an important component of firms' strategic
approach and competitiveness since it allows the synthesis and integration of external knowledge with
firms' organisational capabilities”
246
falar em termos de resultados de negócio e fundamentar o retorno de investimento das
suas ações e capacidades.
Por fim de referir que estes resultados permitem ainda discutir se não será
necessária preservar uma certa autonomização do Design enquanto recursos estratégico
independente não diluindo o seu valor dentro de outros departamentos (Abecassis-
Moedas & Mahmoud-Jouini, 2008, pp. 486–487). Isto porque se os resultados forem
entendidos como sinais de que o valor das capacidades em Design não se confina aos
limites de um só departamento mas antes o extravasa, pode-se estudar formas mais
adequadas de gerir essas sinergias e combinar com outras capacidades organizacionais
existentes e de forma transversal por toda a empresa com vista à criação de valor.
Após se ter efetuado a análise dos indicadores que compõem este constructo o
autor conclui que estes têm em comum serem uma manifestação do apoio da
Administração ao uso e incorporação do Design no planeamento estratégico da empresa,
incluindo o apoio mas também medidas que promovem a presença do Design dentro dos
processos de tomada de decisão ao mais alto nível, assim como a integração do Design
desde o início dos processos de inovação e desenvolvimento de novos produtos. Seria
interessante analisar os contributos deste constructo enquanto um reflexo do esforço de
integração do Design como recurso estratégico da organização. Isto porque o constructo
247
agrega itens reveladores sobretudo do apoio dado pela Administração ao
desenvolvimento de melhores capacidades em Design.
248
de existirem promotores do Design do lado da gestão sénior e líderes das respectivas
unidades de negócios, que exerçam uma promoção ativa e militante dos benefícios e
valências do Design junto de outros colegas que desempenham funções executivas. Esta
posição é aliás consistente também com Topalian - são os administradores que têm o
poder de "criar o ambiente dentro do qual as energias de design podem florescer ou são
frustrados. Eles também influenciam a seriedade com que o projeto é tratado e integrado
com outras disciplinas”119 (Topalian, 2002, p. 15).
Efeitos de moderação
119
Tradução livre do autor do original “They create the environment within which design energies can
flourish or are thwarted. They also influence the seriousness with which design is handled and integrated
with other disciplines”
249
A introdução de designers externos reduz a importância do indicador AB4 “Os
designers que trabalham connosco procuram manter-se atualizados e mostram ser
capazes de aplicar novos conhecimentos no desenvolvimento do seu trabalho”. Este
resultado é na opinião do autor algo curioso pois seria de se esperar que a inclusão de
designers externos aumenta-se a perceção sobre a atualização e aplicação de
conhecimento externo na empresa. Contudo talvez este dado sirva para confirmar a tese
de Moultrie (2014, p. 580) e em particular de Czarnitzki e Thorwarth (Czarnitzki &
Thorwarth, 2012, pp. 888–889) de que o insuficiente conhecimento sobre a organização,
as suas especificidades e interligação com os outros departamentos existentes
compromete a sua capacidade de adaptar/integrar os conhecimentos externos às
necessidades internas da organização. Este resultado parece também indicar que a
inclusão de designers externos reduz a necessidade e estimulo aos designers de se
manterem atualizados, talvez porque se pressuponha que a contratação de recursos
externos já signifique essa absorção de conhecimento externo contemporâneo e ajustado
às necessidades da organização. Esta parece ser aliás a visão por detrás da inovação em
produto da Italiana Alessi e de acordo com o artigo de Roberto Verganti (2006).
250
Design é revelador de uma tendência por parte da organização de aposta em atividades
de Design de natureza mais experimental. A introdução de designers externos reduz a
importância do indicador AD1 “Os designers que trabalham com esta organização
auxiliam-nos constantemente a questionar e desafiar as formas tradicionais de
trabalhar”. Considera-se este efeito um pouco surpreendente uma vez que a expectativa
do autor era de que os designers por serem exteriores à organização tivessem uma atitude
de maior questionamento de procedimentos internos. Contudo este resultado faz-nos
questionar se não será um sinal sobre o descomprometimento do designer externo para
com a necessidade de ajustar os recursos internos da organização também já referidos na
literatura (Czarnitzki & Thorwarth, 2012, p. 889).
Por outro lado verifica-se que a inclusão de designers externos aumenta o efeito
dos efeitos absortivos no constructo de mediação STRATB, efeito esse também
considerado interessante porque a incorporação de designers externos aparenta exercer
um efeito de tradeoff, no desenvolvimento de capacidades em Design. Estes resultados
são de particular interesse para na perspectiva da gestão da organização pois significa que
se deve ponderar entre o uso de capacidades internas ou contratação externas de Design
de acordo com o perfil e necessidades da organização.
251
que a variável de investimento em Design demonstrou ter um efeito significativo sobre a
rentabilidade e se incluirmos o moderador designers externos.
252
através da exploração das capacidades em Design, a gestão da empresa deve revelar-se
ser capaz de encontrar mecanismos para promover a sua integração adequada junto de
outros departamentos (Stamm, 2004, p. 18). A contratação de serviços externos de Design
é importante para alavancar processos de absorção de conhecimento externo mas sem a
existência de mecanismos internos e específicos da empresa para absorção desse
conhecimento através do Design o seu impacto para a inovação é limitado. Poderá assim
ser porque os designers externos manifestem ter maiores dificuldades em absorver a
cultura organizacional e potenciar esse entendimento nos produtos e soluções que
desenvolve (Beckwith, 2011, p. 55). Recordemos que outros autores defendem que a
utilização exclusiva de designers internos pode limitar a capacidade da empresa em
absorver conhecimentos externos (Cross, 2004, p. 439), ou de inovar (Abecassis-Moedas
& Benghozi, 2012, p. 406). Ainda esses mesmos autores contrapõem com as vantagens
em maior integração dos valores intrínsecos à organização o que facilita a aceitação e
comunicação com os restantes departamentos (Abecassis-Moedas & Benghozi, 2012, p.
406)
MKTDYN_LOW MKTDYN_HIGH
z-score
Estimate P Estimate P
AB4 <--- ADAPT 0,736 0 1,067 0 2,89***
ROE_LYEAROT <--- PROFIT 4,565 0 2,805 0 -2,288**
ROE_AVEOT <--- PROFIT 2,772 0 1,43 0 -2,913***
253
Verificou-se ainda que os efeitos das capacidades dinâmicas em Design - tanto as
adaptativas (p= 0.32956) como as absortivas (p= 0.43598) - sobre as capacidades
operacionais em Design crescem com o aumento da volatilidade mas os seus valores não
são significativos. Apesar do z-score ser útil para ver se as diferenças de estimação são
em quantidade significativas, existem outros resultados que podem ser analisados e
permitir discussões interessantes, tais como o facto de um efeito ser significativo num
grupo e noutro não. Assim sendo é importante que apesar de forma reduzida tanto o
constructo STRATB e STRATA reduzem a sua significância em sectores de baixa
volatilidade.
254
ligeiramente a importância das capacidades dinâmicas e a importância do apoio da
Administração, mas por outro lado verifica-se uma forte redução do impacto do OPERAT
sobre o GROWTH.
255
São contudo resultados úteis e que respondem ao apelo desafio lançado por
Barreto por mais investigação que nos permita entender quais os ambientes nos quais
capacidades dinâmicas são mais relevantes, comparando de forma explícita os efeitos das
mesmas variáveis mas em condições de competição externa muito distintas (Barreto,
2010, p. 276). E contribuem inclusivamente para reforçar os resultados do estudo de
(Protogerou, 2012) que indicam que as capacidades dinâmicas em Design podem ser uteis
à organização quer em ambientes estáveis ou dinâmicos.
256
Os valores são significativos para b=0.01 e o efeito afinal é positivo para todos os
indicadores de inovação tanto com ST4 como ST5 (anexos - Tabela 68 - Resultados da
regressão multivariada das variáveis ST4 e ST5 sobre os items do constructo de
capacidades de inovação). Ou seja, e à luz do discutido anteriormente podemos afirmar
que na verdade a existência de métricas de gestão servem para promover as capacidades
em Design em inovação na empresa, talvez porque promova os seus impactos noutros
departamentos dentro da organização ou porque permita ao Design estar alinhado com os
objetivos estratégicos da empresa o que facilita o processo de encontro da inovação entre
necessidade e oportunidade.
257
investimento (RSI) (Viladàs, 2009, p. 60). Tal significaria medir o desvio dos resultados
em relação às expectativas quer em relação aos custos, taxa de cumprimento de prazos,
grau de sucesso na aprovação de projetos e tempo de lançamento dos produtos no
mercado (Viladàs, 2011, p. 58).
258
Conclui-se por isso que se deveria dar mais foco ao estudo das importância das
métricas pois apesar destas não estimularem o desenvolvimento de capacidades
operacionais de Design, manifestam ter um impacto positivo na integração das
capacidades dinâmicas com as capacidades organizacionais, e com impactos positivos
(mas diferenciados por sectores) no crescimento organizacional.
259
acordo com as características do sector no qual essa organização opera. Esses mesmos
resultados aparentam ainda demonstrar que é possível agregar essas diferenças em dois
grandes grupos, abrindo novas possibilidades de estudos comparativos entre sectores e
que incidam sobre o estudo das diferentes dinâmicas que oferecem ao desenvolvimento
das capacidades em Design dentro das organizações. Um maior entendimento sobre as
especificidades contextuais para o desenvolvimento dessas capacidades e de acordo com
características presentes e comuns a determinados sectores industriais poderá revelar-se
como um futuro importante contributo para o conhecimento, determinante mesmo para
uma gestão mais eficiente e informada sobre os recursos e capacidades em Design para o
desenvolvimento de vantagens competitivas. Contudo deve-se ter algum cuidado na
explicação deste fenómeno, pois este efeito do constructo STRATA sobre crescimento e
efeito não significativo das capacidades operacionais sobre o crescimento não quer
necessariamente dizer que nestas organizações/sectores as capacidades dinâmicas não
sejam importantes para ajudar as capacidades operacionais a ter impacto também no
crescimento. Pode antes significar que os itens que definem as capacidades operacionais
não sejam os mais importantes ou adequados nestes sectores, havendo outros mais
relevantes que estejam omissos da análise. Um melhor entendimento futuro sobre este
efeito é portanto necessário, sendo uma limitação da investigação, que uma granularidade
sobre o constructo do que que são capacidades operacionais em Design poderá resolver
em estudos subsequentes (e porventura de natureza mais qualitativa).
O estudo realizado não permite contudo oferecer desde já um grande detalhe sobre
as razões subjacentes às diferenças identificadas, mas pode contudo revelar outros aspetos
interessantes que permitiram aos investigadores o desenvolvimento de hipóteses teóricas
mais consistentes à luz dos resultados agora obtidos. Desses resultados destacam-se de
seguida alguns para discussão.
260
em determinados sectores (exemplo calçado), e a relativa incapacidade de reproduzir
essas histórias de sucesso noutros sectores e nos quais o Design também ocupa
tradicionalmente uma posição de destaque.
261
produção” que reporta a importância do design para aumentar a eficiência. Verifica-se
que o OP2 “Na nossa organização o design é importante no desenvolvimento de produtos
que ajudem os clientes a expressar a sua identidade e transmitir os valores desta
empresa” só é significativo no sector de as empresas especializadas em Design - Contudo
o autor considera curioso que o OP2 fique significativo somente se virmos as empresas
especializadas em Design, e neste caso o OP1 já não tem importância – isto é importante
de realçar pois poderá trazer alguma clarificação à literatura sobre a importância das
consultoras de Design no planeamento estratégico.
Ainda assim conclui-se que este estudo permite agora comprovar a existência de
capacidades em Design, que possuem naturezas e comportamentos diferentes dentro das
organizações. Esta conclusão abre um novo caminho para práticas e abordagens de gestão
dessas capacidades de forma mais complexa e diferenciada – enquanto anteriormente a
divisão que imperava era substancialmente simplista (Design operacional, tático e
estratégico). Por fim este estudo abre também a possibilidade de se entender melhor de
que forma estas capacidades interagem entre elas, de forma diferenciada e de acordo com
um conjunto de constrangimentos e oportunidades diferentes a cada sector ou até a cada
empresa, o que abre caminho para o desenvolvimento de novas abordagens na gestão
destas capacidades.
262
Resumo do capítulo
O capítulo oitavo foi útil para permitir um melhor entendimento e desenvolver uma
leitura contextual sobre a informação recolhida nos capítulos anteriores. Foi um capítulo
importante pelo que confirmou mas também naquilo em que discordou dos pressupostos
teóricos previamente apresentados, tendo-se identificado diversos pontos de interesse
durante a discussão e que consubstanciam a pretensão de originalidade e pertinência da
investigação realizada. Adicionalmente de referir que este capítulo constitui uma etapa
fundamental para a fundamentação das conclusões apresentadas no próximo e último
capítulo da tese (capitulo nono) e que constitui uma síntese da reflexão teórica agora
desenvolvida.
263
9 Conclusões e investigação futura
264
9.1 Objetivos principais e secundários
120
Tradução livre do autor do original “Are design capabilities simply a matter of hiring ‘better’ designers,
giving them plenty of resources, and involving them early in the development process? Or do design
capabilities rest in distinctive ways of organizing and managing design resources? Can we conceptualize
design capabilities in terms of the consolidation of organizational structures and policies that mirror and/or
enhance designers’ distinctive practices”
265
investigadores, servindo para uma aproximação a um fenómeno complexo, abrindo
caminhos para outras abordagens e campos de estudo. Este estudo estabelece que as
capacidades em Design são variáveis quantificáveis, com natureza específica e que se
relacionam de forma específica com outras variáveis dentro da organização, facilitando a
identificação do seu valor e possibilitando a sua gestão no nível estratégico.
266
crescimento (crescimento de vendas e de quota de mercado) da organização. Constatou-
se que esse efeito é sempre significativo e positivo, seja contemplando ou não a inclusão
das variáveis de controlo ou ponderando ou não os efeitos de mediação.
267
organizacionais existentes através da sua capacidade de absorver e integrar conhecimento
externo, assim como providenciar um ambiente interno favorável à inovação.
Assim sendo também a pergunta secundária Que outros fatores específicos para
além do investimento afetam o desempenho do Design e das suas capacidades na
organização? Pode ser respondida que terá de ter em consideração a natureza dos
designers externos, mas não o nível de volatilidade de mercado. Na verdade os resultados
por confirmar parcialmente as hipóteses de investigação apresentadas implicam que não
se possa confirmar a importância da volatilidade no sector em que as organizações operam
para o desenvolvimento de capacidades em Design (em particular capacidades
dinâmicas). Conforme foi discutido anteriormente este resultado poderá significar apenas
que a variável de moderação de volatilidade não foi definida de forma conveniente,
contudo esta definição sendo retirada da literatura deve ainda assim ser tomada na devida
consideração, mesmo que os resultados não fossem os esperados. Mais assertivos
revelaram ser os resultados em relação à importância da inclusão de recursos externos de
Design na organização, e que confirmam que sim, esses recursos externos potenciam a
268
absorção de conhecimento externo mas limitam o desenvolvimento de capacidades
organizacionais. Estes resultados sugerem uma confirmação da literatura discutida
anteriormente.
Por fim, todos estes contributos e resultados centram-se em torno de uma pergunta
de investigação inicial e comum a todos e que agora se sintetiza em torno de uma possível
resposta. À pergunta de partida Qual a relevância das capacidades em Design para o
desempenho económico das organizações? pode-se responder da seguinte forma: As
capacidades em Design existem, diferem entre si na sua natureza mas revelam ser todas
igualmente relevantes para a competitividade e crescimento das organizações em
mercados com maior ou menor intensidade de concorrência e dinamismo. As capacidades
em Design e o seu desenvolvimento devem por esse motivo ser estimuladas dentro da
organização pois permitem o aumento da competitividade e promovem a incorporação de
conhecimento externo relevante à empresa e a sua capacidade de inovar. Os resultados
demonstraram que as capacidades em Design revelam ser fatores de crescente grandeza
para as organizações que operam em mercados globais, onde a necessidade de inovar e
diferenciação são ingredientes cada vez mais necessários para assegurar a sua
sobrevivência. Contudo as capacidades em Design não são homogéneas, comportando-se
e agindo de forma diferenciada de acordo com a sua natureza, fatores subjacentes e
características do sector e mercado em que se insere. Essas especificidades são fatores
importantes e que devem ser tidos na devida consideração e caso a organização pretenda
retirar o melhor rendimento dessas capacidades.
Principais conclusões
269
Procurou-se evidenciar a existência de diferentes tipologias de capacidades em
Design, diferenciando o seu impacto nas organizações, e tendo esta investigação tido
sucesso em gerar um conjunto de resultados que confirmam a existência e estabeleçam
uma distinção entre capacidades dinâmicas e capacidades operacionais em Design, assim
como identificar uma relação de subsidiariedade existente entre ambas. Capacidades que
no seu conjunto permitem à organização ganhos de competitividade e diferenciação
através de um Design superior, mas que também permitem ter no Design uma ferramenta
que permite à empresa absorver e incorporar informação externa e ajudar a redesenhar os
seus processos e organização de forma a permitir que se adapte à mudança externa. Em
particular as capacidades dinâmicas permitem que se utilizem um conjunto de recursos e
capacidades operacionais em Design de forma a renovar competências e promover o
desenvolvimento de gestão estratégica que responda aos desafios externos. Essas
capacidades em Design ajudam a criar vantagens competitivas nas organizações
manifestando por isso uma grande relevância no seu crescimento e resiliência à mudança
e ao quadro contextual de incerteza que a mesma provoca. Os principais resultados
encontram-se resumidos na seguinte tabela:
270
Objetivos Objetivos Principais conclusões
principais secundários
impacto das capacidades em Design sobre os resultados da
empresa;
Este estudo confirma a importância de utilizar o Design
enquanto recurso de reformulação estratégica da empresa
271
Objetivos Objetivos Principais conclusões
principais secundários
Os sectores que exercem atividade nas áreas da cerâmica,
mobiliário e mobilidade demonstram ter capacidades
dinâmicas que influenciam sobretudo o crescimento
através das capacidades operacionais;
Os sectores que exercem atividade nas áreas dos têxteis,
serviços de computação, e outra produção industrial121
exibem capacidades dinâmicas que influenciam o
desempenho económico sobretudo através da sua ação
sobre as restantes capacidades organizacionais.
121
NACE Rev. 2 / CAE Rev. 3 32 “Outras indústrias transformadoras”
272
Objetivos Objetivos Principais conclusões
principais secundários
Os designers internos aumentam o impacto das
capacidades em Design através das capacidades
organizacionais, enquanto os designers externos aumentam
sobretudo o impacto das capacidades operacionais no
crescimento da empresa;
No caso de haver contratação externa de recursos de
Design o ideal será explorar esses recursos e dedicá-los ao
melhoramento das capacidades operacionais de Design;
Os resultados contudo indiciam que investir em designers
internos também é um bom negócio, mas a melhor solução
é complementar os recursos internos com consultores
estratégicos de Design externos;
Identificar um
conjunto de Para que a organização possa aumentar as suas capacidades
273
Novo modelo teórico
Por fim refira-se ainda que este modelo é também útil no auxílio à conceptualização
de um enquadramento para as capacidades em Design dentro da organização, assim como
estabelecer as fundações dos instrumentos de medida sobre o seu impacto. Esta
investigação e o modelo dela decorrente poderá ser útil não só em futura investigação
académica como permitir às organizações ter um melhor entendimento sobre o potencial
posicionamento do Design dentro dela e melhor fundamentar uma mudança estratégica.
274
Apoio da
Administração
factores
condicionantes
capacidades capacidades
natureza dos
recursos dinâmicas em operacionais em
Design Design Design
performance
comunalidades:
económica:
capacidades de
sensoriamento Crescimento
e adaptação nos Mercados
relação directa capacidades de
transformação
e inovação outras
efeitos de mediação
e moderação capacidades
organizacionais
Alinhamento e
integração
estratégica
Mas também existem outro tipo de contribuições, que procuram aliás responder a
necessidades das próprias organizações. Esses contributos são uteis para a gestão
organizacional pois abordam políticas de estímulo à inovação pelo Design, discutindo
constrangimentos e estratégias, procurando sempre quantificar o impacto do Design o que
reduz o grau de incerteza no momento de tomadas de decisão e investimento pelas
organizações.
275
Por fim esta investigação apresenta um conjunto de recomendações para a ação e
que procuram explorar (entre outros aspetos) a existência de novos caminhos dentro da
investigação em Design, novas possibilidades para a prática do Design, e o
questionamento do papel do designer dentro das organizações no futuro.
Contribuições académicas
277
independentemente das condições dos mercados ou sectores industriais em que estas se
inserem. Nenhum estudo havia anteriormente procurado medir o impacto das capacidades
em Design, estabelecendo logo à partida uma divisão sobre a sua natureza, não havendo
fundamentação que suportasse a generalização de um argumento a favor das capacidades
dinâmicas em Design.
Este estudo traz ainda contributos relevantes para a teoria das capacidades
dinâmicas, nomeadamente no que diz respeito às especificidades das capacidades em
Design que ditaram alterações no modelo teórico proposto por Wang e Ahmed.
Destacam-se a existência de duas dimensões (ao contrário de três) para capacidades
dinâmicas em Design, além da identificação de importantes efeitos de mediação e
moderação que condicionam e potenciam o desenvolvimento dessas capacidades.
Por outro lado esta investigação procurou dar resposta à limitação tautológica dos
estudos das capacidades dinâmicas. A questão tautológica pode-se resumir nesta frase de
Ambrosini “se uma empresa tem uma capacidade dinâmica, então deve apresentar-se
bem em termos de desempenho, e se a empresa apresenta um bom desempenho, então
278
esta deve ter uma capacidade dinâmica” (Ambrosini & Bowman, 2009, p. 13). Ou seja,
o problema reside em não se poder aferir se uma coisa causa a outra ou vice-versa, e por
esse motivo o autor desta tese procurou evitar medir o efeito de capacidades dinâmicas
diretamente na performance e durante os estudos empíricos devido à armadilha em que
se poderia cair devido à questão tautológica (Mulders & Romme, 2009, pp. 65–66). Teve-
se em devida consideração o apelo de outros autores como Cepeda e Vera para estudar
também o efeito das capacidades operacionais e em particular a sua relação com as
capacidades dinâmicas para ajudar a eliminar esse efeito tautológico (Cepeda & Vera,
2007, p. 434). Esta posição é alias partilhada também por outros autores que consideram
deixar de haver uma questão tautológica se separarmos as capacidades dinâmicas do
impacto direto na performance económica (Mulders & Romme, 2009, p. 66; Protogerou
et al., 2012, p. 30).
Este estudo permitiu descortinar diferenças nos efeitos das capacidades em Design
de acordo com diferentes sectores industriais, dimensão da organização, capacidade de
investimento e outras variáveis. Tal permite contribuir para um entendimento de padrões
de comportamento nas capacidades em Design de acordo com condições existentes, e isso
abre a possibilidade de prescrição de ações de acordo com a particularidade de cada
empresa. Relembra-se o facto de que as principais das críticas aos estudos anteriores
eram de limitações na generalização ou uma incapacidade de distinção sobre fatores
subjacentes à criação de valor nas empresas através do Design. Não obstante as limitações
desta investigação, o facto é que se procurou ultrapassar alguns desses obstáculos,
fortalecendo o conhecimento disponível aos gestores para adequarem a sua resposta às
condições em que reconheçam se encontrar.
280
importância do Design no reforço da competitividade da empresa. Mas mais do que
contribuir para um reconhecimento dessa importância, este estudo fornece indicações
sobre quais podem ser os melhores mecanismos de apoio da gestão ao Design e de acordo
com objetivos, motivações ou outras questões intrínsecas a cada organização. Não basta
investir em Design, como condição única para justificar o crescimento dos resultados,
sendo por exemplo impossível ignorar a importância da mudança de cultural
organizacional, e para a qual o gestor tem um papel de relevo. Partilha-se da opinião de
outros autores (Davide Ravasi & Stigliani, 2012, p. 476) de que não é somente uma
questão de números ou sobre quanto se gasta em Design, mas antes sobre como se gasta,
equilibrando entre a necessidade de desenvolver determinadas capacidades e o
investimento que esse desenvolvimento acarreta.
281
considerado ser de maior relevância, assim como justificar um maior apoio de parte do
topo da gestão da empresa de forma a criar as condições subjacentes necessárias à
capitalização dessas capacidades.
Este estudo procura fornecer um enquadramento teórico solido, com raízes nas
escolas de gestão estratégica, que posiciona os contributos das diferentes naturezas de
capacidade em Design de forma diferenciada, identificando protagonistas e antagonistas,
oportunidades e constrangimentos, e abrindo a porta para uma melhor perceção sobre
como aumentar os impactos dessas capacidades em Design sobre aquilo que mais importa
e que é a performance da empresa. Os modelos de maturidade que outros autores seguem
e promovem não fazem das capacidades o seu foco, sendo estas muitas vezes tratadas de
forma indistinta e descaracterizada, colocadas como itens indiferenciados, e
independentemente do sector e do contexto em que se desenvolvem.
282
9.2.3.1 Recomendações para os gestores
283
racionais económicos que influenciam o processo de tomada decisão da gestão para que
possam também serem úteis na sua análise e contributos.
284
importantes para introduzir uma melhoria no design dos seus produtos e que garantam
um maior crescimento da empresa nos mercados em que opera.
285
alcance e importância dessas capacidades para a empresa. Por esse motivo torna-se
necessário que o designer seja capaz de efetuar uma correta análise sobre a tipologia e
características do mercado e sector em que a organização opera. De acordo com as
características do sector o designer deverá compreender se o valor acrescentado que traz
a organização é maior na sua capacidade operacional, ou se a sua atividade é mais
valorizada como recurso estratégico inimitável a nível da absorção e integração de
conhecimento externo, ou na adaptação e reconfiguração da organização para a absorção
desse conhecimento e desenvolvimento de estratégias e procedimentos que confiram
resiliência à mudança. Aconselha-se por isso os designers a não procurarem aplicar os
seus conhecimentos de forma indiscriminada e tenham em consideração os quadros de
constrangimentos e oportunidades apresentados pelo modelo. Existem contextos em que
os seus contributos serão mais valorizados no desenvolvimento de produtos com Design
superior, enquanto noutros momentos os seus contributos líquidos são maiores se
direcionados ao desenvolvimento e implementação de capacidades dinâmicas de Design
que permitam à organização ter uma superior capacidade de resiliência e adaptação à
mudança.
286
60). A incapacidade dos designers em integrarem nas suas práticas métricas de gestão traz
também a ameaça da passagem para um modelo de contratação externa de recursos de
Design. Recorde-se a esse propósito as advertências que Kallish coloca sobre a ameaça
que paira sobre os departamentos de Design internos e devida à perceção de que o Design
não faz parte dos negócios, ou que é algo passível de ser gerido internamente, adicionando
que por este motivo algumas empresas têm vindo a fechar os seus departamentos internos
e a contratar serviços externos de Design (Kallish, 2007, p. 23)
122
Estas opiniões foram recolhidas no decorrer de algumas entrevistas exploratórias e durante alguns
projectos de investigação no qual o autor participou no decorrer deste doutoramento.
287
prática diária mas também junto de outros departamentos e dos quais a organização
também necessita para realizar valor. O autor defende que o designer não necessita de
abandonar o que o torna único, seja a importância da procura por coerência e valores por
vezes subjetivos ou um pensamento abdutivo (ao invés do dedutivo). O designer deve
contudo procurar direcionar a sua criatividade para a resolução de problemas de
posicionamento da organização, entender a importância de custos marginais decrescentes
ou de retornos sobre investimento crescentes entre outros aspectos de gestão
organizacional relevantes à sua prática. O estudo agora apresentado indicia isso mesmo,
que o Design é um recurso estratégico de grande importância e impacto para o
crescimento e sobrevivência das organizações, um recurso que assume diferentes papéis
(de acordo com sectores de atividades ou outras especificidades), ou sujeito a um
heterogéneo conjunto de constrangimentos e condicionantes (alinhamento estratégico ou
natureza dos recursos em Design), mas contudo as capacidades em Design que
consubstanciam esse valor para a organização têm sempre os seus pilares num
conhecimento e prática único ao designer no qual se sustenta. O designer pode ser por
isso a peça central numa organização desde que entenda como melhor projetar o seu valor
e desenvolver as suas capacidades em torno das necessidades dessa organização.
Limitações
288
Reconhece-se contudo existir ainda importantes limitações ao estudo das
capacidades em Design, e das capacidades dinâmicas em particular, através de métodos
de análise quantitativos. Partilha-se a opinião de Ambrosini para a qual estudos
qualitativos, com amostras mais reduzidas, permitem a obtenção de uma maior
granularidade sobre os complexos mecanismos por detrás do desenvolvimento dessas
capacidades e da sua atuação na cadeia de criação de valor da organização (Ambrosini &
Bowman, 2009, pp. 12–13). Os estudos quantitativos não são muito uteis em comprender
razões e identificar causas para o acontecimento de determinado fenómeno, os estudos
qualitativos são mais uteis nessas situações. Contudo, e conforme se argumentou
anteriormente, este estudo procura sobretudo complementar um conjunto relativamente
vasto de investigação qualitativa já realizada no campo dos estudos do Design e sobre a
importância e o valor das suas capacidades para a competitividade da organização, sendo
que contudo pouca evidência empírica foi identificada como existente durante o processo
de revisão da literatura e que permitisse confirmar a existência do fenómeno. Esse é aliás
o principal contributo dos estudos quantitativos, procurar confirmar a existência e
mensurar a importância de teorias no mundo real. Ao se recolher evidências empíricas
sobre a importância das capacidades em Design, mensuráveis ao longo de diferentes
sectores de atividade e distinguindo entre contributos de capacidades operacionais e
dinâmicas, contribui-se para fundamentar os contributos teóricos identificados e
providenciar provas concretas que fomentem futura investigação sobre a importância do
Design para a gestão estratégica de uma organização.
289
mais facilmente posicionar os seus contributos no campo teórico e quando procurem
complementar as limitações desta análise quantitativa.
Outra limitação importante deste estudo relaciona-se com a dimensão tempo. Essa
limitação já havia eliminado a possibilidade de se realizar uma verificação da validade
preditiva, conforme foi descrito no capítulo quatro. Contudo a dimensão tempo é
importante uma vez que as capacidades dinâmicas relacionam-se com mudança e a
mudança nas variáveis identifica-se comparando dados recolhidos em períodos diferentes
de tempo (Ambrosini & Bowman, 2009, p. 22). A existência de capacidades dinâmicas
num determinado momento pode significar impactos na competitividade e resultados da
organização só no futuro (Eriksson, 2014; Helfat et al., 2007), e os estudos que confiem
290
apenas em comparação de dados puramente transversais produzem conclusões limitadas
em termos do impacto das capacidades dinâmicas sobre os resultados (Ambrosini &
Bowman, 2009, p. 22; Eriksson, 2014, p. 317).
Contudo refira-se que o facto do modelo teórico testado não recair na análise do
impacto direto das capacidades dinâmicas sobre a performance económica reduz essa
limitação. O facto dos constructos da rentabilidade ser composto por indicadores
objetivos, calculados em médias ponderadas dos resultados agregados de cinco anos
também visa minimizar essa limitação, contudo é uma condição insuficiente sendo
necessário que o estudo fosse longitudinal e a recolha de dados fosse realizada em
condições muito semelhantes mas em diferentes momentos para permitir um
entendimento sobre a variação e o comportamento das variáveis ao longo de um período
de tempo significativo. Assume-se essa limitação mas argumenta-se que as características
decorrentes de uma investigação dentro de um programa doutoral, e os constrangimentos
que a ele são inerentes (nomeadamente tempo e custos suportados integralmente pelo
investigador) não permitiram a realização de um estudo longitudinal, com múltiplas
rondas de recolha de dados durante um período extenso de tempo (entre 5 a 10 anos)
como alguns autores sugerem (Eriksson, 2014, p. 316). Por outro lado, e conforme se
argumentou durante a operacionalização considerou-se útil que os instrumentos
incluíssem indicadores perceptuais pois determinados elementos das variáveis teóricas
não são passiveis de serem captadas só recorrendo a dados secundários. Esta investigação
poderá contudo servir de referência para futuros estudos espaçados no tempo, ou talvez
simplesmente complementado por investigação futura mais qualitativa.
291
Diagrama 11 - Principais autores e suas interligações na teoria das capacidades dinâmicas - retirado de
Peteraf et al (2013, p. 1399)
292
estudadas. Outras limitações prendem-se contudo com as especificidades inerentes a cada
organização e que só poderão ser ultrapassadas através de uma análise mais aprofundada
e de natureza qualitativa junto de um número reduzido de organizações, sacrificando-se
contudo a capacidade de generalização mencionada anteriormente.
Uma última referência para o facto de o autor considerar que futuros estudos
deveriam conceder mais atenção e estar focados no impacto das capacidades do Design
para a inovação. Os itens agora considerados não incidem muito sobre isso e é uma
limitação a lamentar. Essa limitação advém contudo da pouca atenção concedida na
literatura à identificação desses itens e em particular itens específicos ao Design.
Investigação futura
293
em capturar algo tão esquivo como capacidades (quer sejam operacionais ou dinâmicas).
Tanto a questão do novo construto de capacidades organizacionais como a reformulação
do construto de capacidades operacionais sugerem a importância da investigação futura
se centrar numa procura de âmbito mais qualitativa. Tal investigação iria também permitir
procurar entender-se melhor as condições e os mecanismos subjacentes às capacidades
em Design. Nesse sentido concorda-se com a posição de Ambrosini que considera que
somente através da acumulação de mais estudos qualitativos se vai permitir atingir uma
maior granularidade para estudos quantitativos subsequentes (Ambrosini & Bowman,
2009, pp. 12–13).
294
prévios e de natureza exploratória (Communities, 2009, p. 49; Hollanders & Cruysen,
2009; J Moultrie & Livesey, 2009). Os estudos relativos às capacidades em Design
poderão ter um maior impacto na gestão das empresas e no posicionamento futuro do
designer se for possível traduzir-se estes contributos num modelo de auditoria de
maturidade que permita aos administradores dessas empresas avaliar melhor a situação,
e se possível acompanhado por um modelo prescritivo sobre quais as medidas a tomar
para melhorar o desempenho dessas atividades e por conseguinte os resultados da
empresa através das capacidades em Design. O desenvolvimento de modelos prescritivos
permitiria às organizações ganhar uma maior compreensão e contribuiria decisivamente
para que estas deixassem de entender o Design como sendo uma caixa negra (Abecassis-
Moedas & Mahmoud-Jouini, 2008), adquirindo algum grau de autonomia na gestão
dessas capacidades e que permitam a adequação estratégica do Design. O autor acredita
que tal permitiria igualmente a consolidação de parcerias entre consultores externos e
organizações, potenciar os seus resultados e assim contribuir para a desmistificação sobre
as suas áreas de atuação e para a sua especialização crescente.
295
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315
Glossário
316
modelo de medição hipotetizado. Por esse motivo este modelo de hipótese é baseado em
investigação pesquisa teórica e / ou analítica anterior.
317
Cabaz de recursos: Termo económico para designar um conjunto diversificado de
recursos, neste caso, ao dispor da organização.
318
Covariância: A covariância, ou variância conjunta, é uma medida do grau de
interdependência (ou inter-relação) numérica entre duas variáveis aleatórias. Assim,
variáveis independentes têm covariância zero. A covariância é por vezes chamada de
medida de dependência linear entre as duas variáveis aleatórias.
Design silencioso: Design silencioso é um conceito definido pelo autor Peter Gorb,
referindo-se ao Design desempenhado por colaboradores que não são designers e nem
estão conscientes de que se encontram a desenvolver uma atividade de Design.
EBITDA: EBITDA representa a sigla (em Inglês) de “Earnings Before Interest, Taxes,
Depreciation and Amortization”, que significa lucros antes de juros, impostos,
depreciação e amortização. O EBITDA é um indicador financeiro que representa o
quanto uma organização gera de recursos através de suas atividades operacionais, sem
contar impostos e outros efeitos financeiros. O cálculo do EBITDA é importante para os
gestores pois dá a possibilidade destes não analisarem apenas o resultado final da
organização, e sim o processo com um todo.
Efeito tautológico: O efeito tautológico ocorre quando um argumento se explica por ele
próprio, resultando por vezes em redundância ou falácia. Da mesma forma, um sistema é
caracterizado como tautológico quando não apresenta saídas à sua própria lógica interna.
319
Elasticidade de procura: A elasticidade do preço na procura é um conceito econômico
que apresenta a elasticidade da quantidade na procura de um bem ou serviço, em relação
às mudanças nos preços destes. Em termos matemáticos, visa medir a variação percentual
na quantidade da procura de um bem ou serviço, dada uma variação percentual no preço
destes.
Escala Likert: A escala Likert é o tipo de escala de resposta psicométrica mais utilizada
em questionários e pesquisas de opinião. Ao responderem a um questionário baseado
nesta escala, a amostra especifica o seu nível de concordância com uma afirmação.
320
Escola da Configuração: A estratégia é vista como um processo de transformação,
através de mudanças estruturais e inovações. As organizações são percebidas como
configurações, ou seja, agrupamentos coerentes de características e comportamentos.
Para haver uma mudança estratégica, a organização tem que mudar de configuração,
ocorrendo assim, uma transformação da organização.
Escola do Design: Esta escola surgiu nos anos 60 abrindo espaço para o desenvolvimento
das demais escolas de natureza prescritiva e é considerada como a mais influente no
processo de formulação de estratégia. Seu modelo é baseado em avaliações das situações
internas e externa da organização. A Escola do Design propõe um modelo de formulação
de estratégia que busca atingir uma adequação entre as capacidades internas e
possibilidades externas.
321
Escola do Poder: Na Escola do Poder a formação da estratégia é vista como um processo
de negociação, utilizando a influência do poder e da política. As estratégias tendem a ser
emergentes e assumem mais a forma de posições e meios de iludir do que de perspetivas.
322
Graus de liberdade: Grau de liberdade é, em estatística, o número de determinações
independentes (dimensão da amostra) menos o número de parâmetros estatísticos a serem
avaliados na população. É um estimador do número de categorias independentes num
teste particular ou experiência estatística. Encontram-se mediante a fórmula n-1, onde n
é o número de elementos na amostra (também podem ser representados por k-1 onde k é
o número de grupos, quando se realizam operações com grupos e não com sujeitos
individuais).
Índice CFI: O índice de ajuste comparativo (CFI), tal como o índice de ajuste
comparativo (NFI), faz uso de uma distribuição de qui-quadrado não-central, e que
procura levar em consideração a complexidade de um modelo. A vantagem do uso do
CFI é evitar a subestimação do ajuste observado no NFI quando a amostra é pequena.
Loading: O loading representa o peso que uma variável manifesta tem na determinação
de uma varíavel latente e de que conceptualmente depende.
323
preparado e publicado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE), as suas definições são aceites em todo o mundo e seus princípios utilizados
como standard para diversas leis de incentivo económico.
Método dos mínimos quadrados: O método dos mínimos quadrados é uma técnica de
otimização matemática que procura encontrar o melhor ajuste para um conjunto de dados
tentando minimizar a soma dos quadrados das diferenças entre o valor estimado e os
dados observados (tais diferenças são chamadas resíduos). É a forma de estimação mais
amplamente utilizada na Econometria. Consiste em um estimador que minimiza a soma
dos quadrados dos resíduos da regressão, de forma a maximizar o grau de ajuste do
modelo aos dados observados.
324
neles existem variáveis nominais, ordinais, ou dummies que os distinguem. Possibilita
que o investigador possa estimar o modelo estrutural ajustando e testando os diferentes
grupos pré-estabelecidos, e registando quais diferenças que existem nos coeficientes de
regressão entre esses grupos.
325
Quási-manipulação: Quási-manipulação, ou manipulação quási-experimental, é um
estudo empírico usado para estimar o impacto causal de uma intervenção na sua
população alvo realizado sem atribuição aleatória. A investigação quási-experimental
compartilha semelhanças com a investigação experimental tradicional ou o ensaio
controlado aleatório, mas carece especificamente do elemento de atribuição aleatória para
tratamento ou controle. Em vez disso, a manipulação quási-experimental ocorre quando
o investigador exerce o controlo sobre a atribuição para a condição de tratamento, mas
usando algum critério diferente da atribuição aleatória (por exemplo, uma marca de corte
de elegibilidade).
Retorno Sobre Ativos: A taxa de Retorno Sobre Ativos (ROA) possibilita calcular a
percentagem de rentabilidade dos ativos de uma empresa (lucro líquido) em relação à
geração de receita.
Retorno Sobre Expectativas: O retorno das expectativas (RSE) é uma abordagem que
procura demonstrar o valor organizacional de um determinado investimento ou ação com
base no grau de satisfação de expectativas definidas a priori pelos principais stakeholders
da organização.
RMSEA: RMSEA, ou a raiz da média dos quadrados dos erros de aproximação, possui
uma distribuição conhecida e, portanto, representa de forma mais adequada quão bem um
modelo se ajusta à população, não apenas à amostra utilizada para a estimação. Valores
abaixo de 0,08 são considerado desejáveis e valores abaixo de 0,05 são considerados
326
ótimos em termos de análise do grau de ajustamento dos dados obtidos ao modelo
proposto.
Rotação de factor PROMAX: Para rotações oblíquas, o método mais popular é o método
PROMAX que tem a vantagem de ser rápido e conceitualmente simples. Uma rotação
oblíqua busca expressar cada variável em termos de um número mínimo de fatores,
preferivelmente um único fator. O método busca ajustar uma matriz alvo que tem uma
estrutura simples.
Scree plot: O Scree Plot é um gráfico de segmento de linha simples que mostra a fração
da variância total nos dados. Nesse gráfico podemos encontrar, em ordem decrescente de
grandeza, os autovalores de uma matriz de correlação. No contexto da análise de fatores
ou análise de componentes principais, o scree plot auxilia o investigador a visualizar a
importância relativa dos fatores, sendo que uma queda acentuada sinaliza que os fatores
subsequentes são ignoráveis.
327
Teste de Shapiro Wilks: O objectivo do teste Shpiro Wilks é de fornecer uma estatística
de teste para avaliar se uma amostra tem distribuição Normal. O teste pode ser utilizado
para amostras de qualquer tamanho.
Vantagem competitiva: Vantagem competitiva pode ser entendida como uma vantagem
que uma empresa tem em relação aos seus concorrentes e descreve atributos que permitem
uma organização superar os mesmos. Esses atributos podem incluir o acesso aos recursos
naturais, a existência de recursos humanos altamente qualificados, localização geográfica,
altas barreiras de entrada, entre outros.
Variância: A variância é uma medida da sua dispersão estatística, indicando "o quão
longe" em geral os seus valores se encontram do valor esperado. A unidade de variância
é o quadrado da unidade de observação. Por esse motivo se a variância pode ser calculada
(ou seja, a integral ou o somatório convergem), podemos concluir que ela nunca é
negativa, porque os quadrados são sempre positivos ou nulos.
328
Visão Baseada em Recursos (VBR): A Visão Baseada em Recursos (VBR) é uma
perspetiva da estratégia que explica a vantagem competitiva a partir dos recursos e
competências distintivos da organização. Este modelo parte da análise interna da empresa
adota duas premissas: As organizações, mesmo dentro de uma mesma indústria, são
heterogêneas com respeito aos recursos estratégicos que controlam; e esses recursos não
são perfeitamente distribuídos entre as organizações, o que faz com que a vantagem
competitiva obtida possa durar muito tempo.
329
ANEXOS I
330
Citações Metodologia Palavras-
Nome da
Autores Citação Titulo do artigo no Google Principais contributos de chave de
publicação
Académico investigação procura
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Celine Abecassis-Moedas Recipient Complementarity in Product Capacidades Qualitativo Design
62
Mahmoud-Jouini, 2008 Designing New Products: An Innovation dinâmicas em Design value
Sihem Ben Empirically Derived Framework Management
Capacidades
operacionais em
Journal of
Abecassis-Moedas, Efficiency and Innovativeness as Design; Condições
Abecassis-Moedas Product Métodos Design
Celine Determinants of Design Architecture 16 subjacentes ao
2012 Innovation mistos capabilities
Benghozi, Pierre-Jean Choices desenvolvimento de
Management
capacidades em
Design
Capacidades
Design Management Absorption Model 1st cambridge dinâmicas em Design;
– A Framework to Describe the academic Condições
Qualitativo Design
Acklin, Claudia Acklin 2011 Absorption Process of Design design 10 subjacentes ao
capabilities
Knowledge by SMEs with Little or No management desenvolvimento de
Prior Design Experience conference capacidades em
Design
Capacidades
operacionais em
Design Management Absorption in
Tese de Design; Capacidades Qualitativo
Acklin, Claudia Acklin 2013 SMEs with Little or No Prior Design 3
Doutoramento dinâmicas em Design;
Experience
Capacidades em
Design
Condições
subjacentes ao
Design
Design As Interface: As Professionals desenvolvimento de Qualitativo Design
Allen, Mark Allen 2002 Management n/a
See It capacidades em Capabilities
Journal
Design; Capacidades
em Design
331
Design
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Management dinâmicas em Design maturity
Journal
Design
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Journal
Condições
Design subjacentes ao
Consulting in Changing Times and New Qualitativo
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Cultural Contexts
Review capacidades em
Design
Condições
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Condições
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The Journal of desenvolvimento de
Design
Product capacidades em Qualitativo
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Innovation Design; Capacidades
Management
Management dinâmicas em Design;
Design enquanto
vantagem competitiva
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Gaps in Organizational Leadership:
Bucolo, Sam Design
Linking Strategic and Operational Capacidades em Métodos Design
Wrigley, Cara Bucolo 2012 Management 22
Activities through Design-Led Design mistos Capabilities
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Propositions
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Candi, Marina
Aesthetic Design as an Element of New Product Capacidades em
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Service Development and Innovation Design
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Journal of
The Contribution of In-house and
Czarnitzki, Dirk Product Capacidades em
Czarnitzki2012 External Design Activities to Product 23 Quantitativo
Thorwarth, Susanne Innovation Design
Market Performance
Management
Condições
subjacentes ao
D’Ippolito, Beatrice Knowledge systematisation, Design
desenvolvimento de
Miozzo, Marcela Dippolito 2014 reconfiguration and the organisation of Research Policy 4 Qualitativo Strategic
capacidades em
Consoli, Davide, firms and industry: The case of design Management
Design; Capacidades
dinâmicas em Design
Design enquanto
vantagem Design
The importance of design for firms '
competitiva; capabilities /
DIppolito, Beatrice Dippolito 2014a competitiveness : A review of the Technovation 9 Qualitativo
Design
literature Capacidades em Performance
Design
Design
Dumas, Angela e Managing Design / Designing Capacidades em
Dumas 1989 Management 74 Qualitativo
Mintzberg, Henry Management Design
Journal
333
Eric, M. Olson Design
Design Strategy and Competitive Business Design enquanto
Cooper, Rachel Eric 1998 68 Qualitativo Strategic
Advantage Horizons vantagem competitiva
Stanley, F. Slater Management
Design
Design
Innovation — What ’ s Design Got to Capacidades Capabilities
von Stamm, Bettina Stamm 2004 Management 51 Qualitativo
Do with It ? dinâmicas em Design / Design
Review
Performance
Design
Designing business: New models for Capacidades em
Fraser, Heather Ma Fraser2009 Management 41 Qualitativo
success Design
Review
Design enquanto
Journal of vantagem
How integrating industrial design in
Product competitiva; Design
Gemser, Gerda Gemser 2001 the product development process 342 Quantitativo
Innovation Performance
impacts on company performance Capacidades em
Management
Design
Capacidades Quantitativo
Gemser, Gerda Design
How Design Can Improve Firm dinâmicas em Design; Design
Candi, Marina Gemser 2011 Management 5
Performance Capacidades em Performance
van den Ende, Jan Review
Design
Condições
subjacentes ao
Design
Goldschmidt, Gabriela Goldschmidt 1995 The designer as a team of one Design Studies 265 desenvolvimento de Qualitativo
Evaluation
capacidades em
Design
Design
In-House Design: How Do Design Capacidades Design
Gornick, Naomi Gornick 2010 Management 5 Qualitativo
Managers Manage Change? dinâmicas em Design Integration
Journal
Condições
Design
Design subjacentes ao
Hertenstein, Julie H Performance
Hertenstein 1997 Developing a Strategic Design Culture Management 51 desenvolvimento de Qualitativo
Platt, Marjorie B / Design
Journal capacidades em
Value
Design
334
Condições
Design subjacentes ao
Creating the Right Environment for Design
Jenkins, Julian Jenkins 2008 Management 23 desenvolvimento de Qualitativo
Design Capabilities
Review capacidades em
Design
Design
Jevnaker, Birgit Championing Design : Perspectives on Capacidades em Design
Jevnaker 2000 Management 29 Qualitativo
Helene Design Capabilities Design; capabilities
Journal
Design
Jevnaker, Birgit Management Capacidades em Design
Jevnaker 2000 How Design Becomes Strategic 27 Qualitativo
Helene Journal (Former Design Economics
Series)
Condições
Design
subjacentes ao
Jevnaker, Birgit Vita Activa : On Relationships between capabilities /
Jevnaker 2005 Design Issues 20 desenvolvimento de Qualitativo
Helene Design(ers) and Business Design
capacidades em
Performance
Design
Condições
subjacentes ao
Design
Joziasse, Frans Getting the Best Out of Designers: desenvolvimento de Design
Joziasse 2006 Management 4 Qualitativo
Meijer, Folke Blending Internal and External Forces capacidades em Assessment
Review
Design; Capacidades
dinâmicas em Design
Design Capacidades
Joziasse, Frans The Next Phase: Laying Bare the Design
Joziasse 2009 Management 1 operacionais em Qualitativo
Selders, Tim Contributions of Design Maturity
Review Design
335
Condições
subjacentes ao
Design
desenvolvimento de
"Feeding the Lion": One Internal capabilities /
Kallish, Adam Kallish 2007 Design Issues 2 capacidades em Qualitativo
Design Group ' s Odyssey Design
Design; Design
Performance
enquanto vantagem
competitiva
Condições
Kwon, EunSook Design subjacentes ao
Design Managers as Company desenvolvimento de
Cooper, Michael Kwon2007 Management 1 Qualitativo
Strategists: The Power of the Eighth S
Synan, Joe Review capacidades em
Design
Love, James H.
Openness, knowledge, innovation and Capacidades
Roper, Stephen Love 2011 Research Policy 84 Quantitativo Design ROI
growth in UK business services dinâmicas em Design
Bryson, John R.
Journal of Design
Luchs, Michael Perspective: The Emergence of Product Product Capacidades em Capabilities
Luchs 2011 83 Qualitativo
Swan, K. Scott Design as a Field of Marketing Inquiry Innovation Design; / Design
Management value
Capacidades
Design
Diversity, Polarity, Inclusivity: Finding operacionais em Design
Maciver, Fiona Maciver 2012 Management 2 Qualitativo
Balance in Design Leadership Design; Capacidades Integration
Review
dinâmicas em Design
336
Design enquanto Design
vantagem Audit /
Measuring design investment in firms:
Moultrie, James competitiva; Design ROI
Moultrie 2013 Conceptual foundations and Research Policy 13 Quantitativo
Livesey, Finbarr / Design
exploratory UK survey Capacidades Business
dinâmicas em Design performance
Capacidades em
Structuring Strategic Design Design
Mozota, Brigitte Borja Design ; Design Design
Mozota 1998 Management: Michael Porter ’ s Value Management 19 Quantitativo
De enquanto vantagem Performance
Chain Journal
competitiva
Design and competitive edge: A model
Mozota, Brigitte Borja Academic Capacidades em Design
Mozota 2003 for design management excellence in 128 Quantitativo
De Review Design performance
European SMEs
Capacidades em
Design Management - using design to Design; Design
Mozota, Brigitte Borja Métodos
Mozota 2003a build brand value and corporate Livro 419
De enquanto vantagem mistos
innovation
competitiva
Design
The Four Powers of Design: A Value Capacidades em Design
Mozota, Brigitte Borja Mozota 2006 Management 111 Qualitativo
Model in Design Management Design; Performance
Review
Capacidades
dinâmicas em Design;
Design Design enquanto
Mozota, Brigitte Borja A Theoretical Model for Design in Design
Mozota 2008 Management 7 vantagem Qualitativo
De Management Science Capabilities
Journal competitiva;
Capacidades em
Design
Capacidades
Strategic view of design in management
de Mozota, Brigitte dinâmicas em Design;
Mozota 2011 - Exploring the value of designer skills IDBM papers n/a Qualitativo
Borja Design enquanto
in our 21st century economy
vantagem competitiva
337
Mrazek, Deborah
Lucente, Sam
Wakid, Katherine Design
Capacidades Design
Sato, Steve Mrazek 2011 The Holy Grail of Design Measurement Management 3 Qualitativo
dinâmicas em Design Performance
Wai, Conrad Review
Menter, Adam
Hartley, Philip
Developing organisational design
capability in a Finland-based Capacidades Métodos Design
Mutanen, Ulla-Maaria Mutanen 2008 Design Studies 16
engineering corporation: the case of dinâmicas em Design mistos capabilities
Metso
Capacidades
Design Métodos
Na, Jea Hoo What Next ? Future Strategy for UK dinâmicas em Design; Design
Na 2010 Management 2 mistos
Boult, John Product Design Consultancies Design enquanto Capabilities
Journal
vantagem competitiva
The Journal of Design
On Elevating Strategic Design Product Capacidades em capabilities /
Noble, Charles H Noble 2011 17 Qualitativo
Research Innovation Design Design
Management performance
Condições
Olson, Eric M. Design subjacentes ao
Managing Design for Competitive Design
Slater, Stanley F. Olson 2000 Management 37 desenvolvimento de Qualitativo
Advantage: A Process Approach Economics
Cooper, Rachel D. Journal capacidades em
Design
An Investigation of the Processes by
Journal of
Page, Christine Which Product Design and Brand Design enquanto Design
Page 2002 Consumer 139 Qualitativo
Herr, Paul M. Strength Interact to Determine Initial vantagem competitiva Evaluation
Psychology
Affect and Quality Judgments
Condições
Design subjacentes ao
No Silver Bullets: On the Humility of Design
Pearson, Jason Pearson 2008 Management 4 desenvolvimento de Qualitativo
Designers Performance
Review capacidades em
Design
338
Ramlau, Ulla Design
Design enquanto Design
Hovgaard Ramlau 2004 In Denmark , Design Tops the Agenda Management 17 Qualitativo
vantagem competitiva Assessment
Meleer, Christina Review
Condições
Design
Design subjacentes ao
Richardson, Adam Design: Strategic Partner with a Point Capabilities
Richardson 2004 Management 8 desenvolvimento de Qualitativo
Roy, Jojo of View / Design
Review capacidades em
Value
Design
Design
More than Heroics: Building Design as Capacidades em Design
Rosensweig, Ryan R. Rosensweig 2012 Management 4 Qualitativo
a Dynamic Capability Design; Capabilities
Journal
Condições
Design subjacentes ao
Sanchez Integrating Design into Strategic
Sanchez Ron Management 20 desenvolvimento de Qualitativo
2006 Management Processes
Review capacidades em
Design
Design
Sato, Steve capabilities /
Design Thinking to Make Organization Design
Lucente, Sam Capacidades em Design
Sato 2010 Change and Development More Management 13 Qualitativo
Meyer, Douglas Design Performance
Responsive Review
Mrazek, Deborah / Design
value
Condições
Adopting Design Thinking in Novice The Journal of
subjacentes ao
Seidel, Victor P. Multidisciplinary Teams: The Product Métodos Design
Seidel 2013 25 desenvolvimento de
Fixson, Sebastian K. Application and Limits of Design Innovation mistos performance
capacidades em
Methods and Reflexive Practices Management
Design
Capacidades
Design
Sharma, Pradeep It's Not What Design Is, It's What dinâmicas em Design; Design
Sharma 2010 Management 8 Qualitativo
Poole, Dean Design Does Capacidades em Capabilities
Review
Design
339
Product design strategies in Design
Simoni, Michele
technological shifts: An explorative Capacidades capabilities /
Cautela, Cabirio Simoni 2014 Technovation 2 Quantitativo
study of Italian design-driven dinâmicas em Design Design
Zurlo, Francesco
companies Performance
Design Design enquanto
Smith, Jeff Smith1999 Act Strategic; Be Cool Management n/a Qualitativo
vantagem competitiva
Journal
Exploring Robust Design Capabilities, The Journal of Design
Swan, K. Scott
Their Role in Creating Global Product Capacidades em capabilities /
Kotabe, Masaaki Swan 2005 76 Quantitativo
Products, and Their Relationship to Innovation Design; Design
Allred, Brent B.
Firm Performance Management Value
Capacidades
Teece, David J Strategic dinâmicas em Design;
Dynamic Capabilities and Strategic
Pisano, Gary Teece 1997 Management 22965 Qualitativo
Management Capacidades em
Shuen, Amy Journal
Design
Condições
Design subjacentes ao
Promoting Design Leadership through Design
Topalian, Alan Topalian 2002 Management 21 desenvolvimento de Qualitativo
Skills Development Programs Capabilities
Journal capacidades em
Design
Capacidades
Trueman, Myfanwy Long Range dinâmicas em Design; Design
Trueman 1998 Competing through design 68 Quantitativo
Jobber, David Planning Capacidades em Performance
Design
Journal of Capacidades
Product operacionais em
Ulrich, Karl T Ulrich 2011 Design is everything? 22 Qualitativo
Innovation
Management Design
Design enquanto
vantagem
Design
competitiva;
Valade-Amle, Steinar Valade-Amland 2011 Design for People Profit and Planet Management 4 Qualitativo
Capacidades
Review
operacionais em
Design
340
Design enquanto
Journal of
Valencia, Ana An in-depth case study on the role of vantagem
Engineering Design
Person, Oscar Valencia 2013 industrial design in a business-to- 7 competitiva; Qualitativo
and Technology performance
Snelders, Dirk business company Capacidades em
Management
Design
Design Capacidades
Design as brokering of languages: Design
Verganti, Roberto Verganti 2003 Management 168 Qualitativo
Innovation strategies in Italian firms dinâmicas em Design Performance
Journal
Journal of
Design, Meanings, and Radical Capacidades
Product Design
Verganti, Roberto Verganti 2008 Innovation: A Metamodel and a 383 Qualitativo
Innovation dinâmicas em Design capabilities
Research Agenda
Management
Condições
From design awareness to design
Design subjacentes ao
integration: Influencing corporate Design
Vogel, Craig M. Vogel 1996 Management 1 desenvolvimento de Qualitativo
strategy and research in the United Integration
Journal capacidades em
States
Design
Condições
subjacentes ao
Design
desenvolvimento de
Defining the Connections Between Management Design
Walton, Thomas Walton 2010 1 capacidades em Qualitativo
Design and Business Journal (Former Assessment
Design; Design
Series)
enquanto vantagem
competitiva
International
Wang, Catherine L. Dynamic capabilities: A review and Journal of Capacidades
Wang 2007 1017 Qualitativo
Ahmed, Pervaiz K. research agenda Management dinâmicas em Design
Reviews
341
Design
Ward Antonia Capacidades
Ward 2009 Managing Design in SMEs Management 2 Qualitativo
Dekker Jan dinâmicas em Design
Review
Capacidades
operacionais em
Westcott, Michael
Design; Condições
Sato, Steve The DMI Design Value Scorecard: A Design
subjacentes ao Design
Wallace, Rob Westcott 2013 New Design Measurement and Management 3 Quantitativo
desenvolvimento de Performance
Vanka, Surya Management Model Review
capacidades em
Hardin, Dianne
Design; Capacidades
dinâmicas em Design
342
Metatabela dos principais contributos sobre impacto económico do Design
343
Total de
Metodologia Palavras-
Nome da citações no Principais
Autores Citação Titulo do artigo de chave de
publicação Google contributos
investigação procura
Académico
Abecassis-Moedas, Absorptive Capacity and Source-Recipient The Journal of
Impacto
Celine Abecassis-Moedas Complementarity in Designing New Product Qualitativo
62 económico do Design value
Mahmoud-Jouini, 2008 Products: An Empirically Derived Innovation
Design
Sihem Ben Framework Management
Journal of
Abecassis-Moedas, Impacto
Abecassis-Moedas Efficiency and Innovativeness as Product Métodos Design
Celine 16 económico do
2012 Determinants of Design Architecture Choices Innovation mistos capabilities
Benghozi, Pierre-Jean Design
Management
Assessing the impact of organizational
Alegre, Joaquin Métricas de Absorptive
Alegre 2008 learning capability on product innovation Technovation 345 Quantitativo
Chiva, Ricardo Design capacity
performance: An empirical test
Alinhamento
Design estratégico e
Allen, Mark Qualitativo Design
Allen 2002 Design As Interface: As Professionals See It Management n/a integração de
Ekuan, Kenji Capabilities
Journal métricas de
gestão
Decision making in the conceptual phase of Impacto
Almendra, Rita Métodos
Almendra 2010 Design processes : Adequacy and overall Tese n/a económico do
Assoreira mistos
quality of Design outcomes Design
Alinhamento
The Influence of Product Design Evaluations
Design estratégico e
on Investors ’ Willingness to Invest in Design
Aspara, Jaakko Aspara 2012 Management 4 integração de Quantitativo
Companies : Theory and Experiment with Economics
Review métricas de
Finnish Individual Investors
gestão
Alinhamento
Design estratégico e
Badler, Gerard Qualitativo Design
Badler 1996 New directions for design Management 2 integração de
Zaccai, Gianfranco Assessment
Journal métricas de
gestão
344
Alinhamento
Design estratégico e
Qualitativo Design
Barngrover, Mark Barngrover 2010 The Making of Design Champions Management 6 integração de
Maturity
Review métricas de
gestão
Métricas de
Design;
Alinhamento
estratégico e
Bashir, Hamdi integração de Design
Bashir 1999 Metrics for design projects: a review Design Studies 62 Quantitativo
Thomson, Vince métricas de Performance
gestão;
Impacto
económico do
Design
Impacto
Bedford, Chris Daniels, económico do
George Desbarats, Gus Design; Design
Design
Hertenstein, Julie Alinhamento Performance
Bedford 2010 Profiting by Design Management 17 Quantitativo
Phillips, Peter estratégico e / Design
Review
Platt, Marjorie integração de Value
Wallace, Rob métricas de
gestão
Alinhamento
Berends, Hans estratégico e
Reymen, Isabelle External designers in product design integração de Métodos Design
Berends 2011 Design Studies 29
Stultiens, Rutger G.L. processes of small manufacturing firms mistos Performance
Peutz, Murk métricas de
gestão
Best, Kathryn Design Impacto
Design Management and Business in Europe Quantitativo Design
Kootstra, Gert Best 2010 Management 4 económico do
: A Closer Look Economics
Murphy, Darragh Review Design
345
Alinhamento
The Journal of
estratégico e Design
Product
Blaich, Robert Blaich 1988 From experience - global design 13 integração de Quantitativo Strategic
Innovation
métricas de Management
Management
gestão
Métricas de
Design;
Design Alinhamento
Brazier, Sally DME: A European Design Management Qualitativo Design
Brazier 2009 Management 1 estratégico e
Cruz, Barbara Quintas Journey Maturity
Review integração de
métricas de
gestão
Alinhamento
Bucolo, Sam Gaps in Organizational Leadership: Linking Design estratégico e
integração de Qualitativo Design
Wrigley, Cara Bucolo 2012 Strategic and Operational Activities through Management 22
Capabilities
Matthews, Judy Design-Led Propositions Journal métricas de
gestão
Design
Human Factors Simulation: Integrating Métricas de Qualitativo Design
Burnette, Charles Burnette 1995 Management n/a
Design and Assessment Design Assessment
Journal
Impacto
The sound of silence: Re-visiting silent design Design
Candi, Marina Candi 2010 Design Studies 9 económico do Quantitativo
in the internet age capabilities
Design
Journal of
Impacto
Benefits of aesthetic design as an element ofProduct
Candi, Marina Candi2010 29 económico do Quantitativo
new service development Innovation
Design
Management
Journal of
Candi, Marina Exploring the Relationship Between Aesthetic Impacto
Product
Saemundsson Candi2011 Design as an Element of New Service 27 económico do Quantitativo
Innovation
Rognvaldur J. Development and Performance Design
Management
346
Alinhamento
Carr, Sean D. Halliday, Design
Design estratégico e
Amy King, Erew C. The Influence of Design Thinking in Qualitativo Performance
Carr 2010 Management 18 integração de
Liedtka, Jeanne Business: Some Preliminary Observations / Design
Review métricas de
Lockwood, Thomas Value
gestão
Métricas de
Design;
Celaschi, Flaviano Design Alinhamento
The Extended Value of Design: An Advanced Qualitativo Design
Celi, Manuela Celaschi 2012 Management 16 estratégico e
Design Perspective Economics
Garcıa, Laura Mata Journal integração de
métricas de
gestão
Journal of
Impacto
Chiva, Ricardo Investment in Design and Firm Performance: Product
Chiva 2009 103 económico do Quantitativo Design value
Alegre, Joaquin The Mediating Role of Design Management Innovation
Design
Management
Alinhamento
Design estratégico e
Clark, Kevin Qualitativo
Clark2008 Unleashing the Power of Design Thinking Management 54 integração de
Smith, Ron
Review métricas de
gestão
Métricas de Qualitativo
Cross, Nigel Cross2004 Expertise in design: an overview Design Studies 512
Design
Journal of
The Contribution of In-house and External Impacto
Czarnitzki Dirk Czarnitzki Product
Design Activities to Product Market 23 económico do Quantitativo
Thorwarth Susanne 2012 Innovation
Performance Design
Management
347
Design Impacto
Desbarats Creating Better Connections: Strategic Gains Qualitativo
Desbarats, Gus Management 1 económico do
2007 from Holistic Design
Review Design
Alinhamento
Design estratégico e
Dumas, Angela Managing the Form, Function, and Fit of Qualitativo
Dumas 1991 Management 76 integração de
Mintzberg, Henry Design
Journal métricas de
gestão
Strategic
Eisenhardt, Kathleen Qualitativo
Eisenhardt 2000 Dynamic capabilities: what are they? Management 9937
M. Martin, Jeffrey
Journal
Design
Design Impacto
Innovation — What ’ s Design Got to Do with Capabilities /
von Stamm, Bettina Stamm Management 51 económico do Qualitativo
It ? Design
Review Design
Performance
Desgn Impacto
Fraser, Heather M Fraser2009 Designing business: New models for success Management 41 económico do Qualitativo
Review Design
International
Impacto
Fynes Brian The effects of design quality on quality Journal of Quantitativo
Fynes2005 88 económico do
De Burca Sean performance Production
Design
Economics
Impacto
Gemser, Gerda Design económico do
Quantitativo Design
Cei, Marina Gemser 2011 How Design Can Improve Firm Performance Management 5 Design;
Performance
van den Ende, Jan Review Métricas de
Design;
Alinhamento
Design estratégico e
Goodrich Transforming into Dell 2.0: The Customer's
Goodrich, Kristina Management 2 integração de Qualitativo
2010 Strategic Role in Design Innovation
Review métricas de
gestão
348
Alinhamento
Design estratégico e
In-House Design: How Do Design Managers Design
Gornick, Naomi Gornick 2010 Management 5 integração de Qualitativo
Manage Change? Integration
Journal métricas de
gestão
Design Impacto
Grzecznowska, Anna Quantitativo
Grzecznowska2004 Industrial Design: A Competitive Strategy Management 13 económico do
Mostowicz, Emilia
Review Design
Alinhamento
Procedia -
estratégico e
Social and Quantitativo Design
Gunes, Serkan Gunes 2012 Economics Education in Industrial Design 1 integração de
Behavioral economics
métricas de
Sciences,
gestão
Métricas de
Design;
Design
Design Alinhamento
Hertenstein, Julie H Performance
Hertenstein 1997 Developing a Strategic Design Culture Management 51 estratégico e Qualitativo
Platt, Marjorie B / Design
Journal, integração de
Value
métricas de
gestão
Métricas de
Design;
Profiles in Strategic Alignment: The Role of Design Alinhamento
Hertenstein, Julie H Quantitativo
Hertenstein 2000 Cost Information in New Product Management 9 estratégico e
Platt, Marjorie
Development Journal integração de
métricas de
gestão
Design
Hertenstein, Julie H. Design
What Is “Good Design”?: An Investigation Métricas de Quantitativo Assessment /
Platt, Marjorie B. Hertenstein 2013 Management 4
of the Complexity and Structure of Design Design Design
Veryzer, Robert W. Journal
Economics
349
Alinhamento
Design estratégico e
Design
Jenkins, Julian Jenkins 2008 Creating the Right Environment for Design Management 23 integração de Qualitativo
Capabilities
Review, métricas de
gestão
Impacto
Design económico do
Jenkins, Julian Jenkins (Im) Proving It: Designing a Measurement
Management n/a Design; Qualitativo
Golsby-Smith, Tony 2013 System that Nourishes Innovation
Review Métricas de
Design;
Impacto
económico do
Design;
Design
Championing Design : Perspectives on Alinhamento Design
Jevnaker, Birgit Helene Jevnaker 2000 Management 29 Qualitativo
Design Capabilities estratégico e capabilities
Journal
integração de
métricas de
gestão
Design Alinhamento
Management estratégico e
integração de Design
Jevnaker, Birgit Helene Jevnaker 2000 How Design Becomes Strategic Journal 27 Qualitativo
Economics
(Former métricas de
Series), gestão
Alinhamento
estratégico e Design
Vita Activa: On Relationships between integração de capabilities /
Jevnaker, Birgit Helene Jevnaker 2005 Design Issues, 20 Qualitativo
Design(ers) and Business Design
métricas de Performance
gestão
350
Impacto
económico do
Design;
Design
Joziasse, Frans Getting the Best Out of Designers: Blending Alinhamento Design
Joziasse 2006 Management 4 Qualitativo
Meijer, Folke Internal and External Forces estratégico e Assessment
Review,
integração de
métricas de
gestão
Impacto
económico do
Design;
Métricas de
Design
Joziasse, Frans The Next Phase: Laying Bare the Design; Design
Joziasse 2009 Management 1 Qualitativo
Selders, Tim Contributions of Design Alinhamento Maturity
Review
estratégico e
integração de
métricas de
gestão
Impacto
económico do
Design; Design
"Feeding the Lion": One Internal Design Alinhamento capabilities /
Kallish, Adam Kallish 2007 Design Issues 2 Qualitativo
Group ' s Odyssey estratégico e Design
integração de Performance
métricas de
gestão
Impacto
Design económico do
Kootstra, Gert Measuring the Future Brand Effect of Métodos Design
Kootstra 2007 Management 3 Design;
Vink, Jos Graphic Design mistos Economics
Review Métricas de
Design;
Alinhamento
Kwon EunSook Design estratégico e
Design Managers as Company Strategists:
Cooper Michael Kwon2007 Management 1 integração de Qualitativo
The Power of the Eighth S
Synan Joe Review métricas de
gestão
351
Alinhamento
Lee, Dong Oh Design
The Impact of CEOs ’ ‘‘ Design-Driven ’’ Design estratégico e
Chung, Economics /
Lee 2012 Decision Making in the Korean Automobile Management 1 integração de Qualitativo
Kyung-won Design
Industry Journal métricas de
Nam, Ki-young Integration
gestão
Alinhamento
Design estratégico e
Liedtka Business Strategy and Design: Can this
Liedtka, Jeanne Management 18 integração de Qualitativo
2010 Marriage Be Saved?
Review métricas de
gestão
Métricas de
Design;
Design Alinhamento
Design Value : A Framework for Métodos Design
Lockwood, Thomas Lockwood 2007 Management 28 estratégico e
Measurement mistos Performance
Review integração de
métricas de
gestão
Journal of
Impacto Design
Luchs, Michael Perspective: The Emergence of Product Product
Luchs 2011 83 económico do Qualitativo Capabilities /
Swan, K. Scott Design as a Field of Marketing Inquiry Innovation
Design Design value
Management
Alinhamento
Design estratégico e
Diversity , Polarity , Inclusivity: Finding Design
Maciver, Fiona Maciver 2012 Management 2 integração de Qualitativo
Balance in Design Leadership Integration
Review métricas de
gestão
Alinhamento
Design estratégico e
Building Strategic Commitment in High- Design
Mathers, John G Mathers 1997 Management n/a integração de Qualitativo
Performance Teams Performance
Journal métricas de
gestão
Micheli, Pietro Alinhamento
Journal of Design
Jaina, Joe estratégico e
Perceptions of Industrial Design: The Product Métodos capabilities /
Goffin, Keith Micheli 2012 23 integração de
“Means” and the “Ends” Innovation mistos Design
Lemke, Fred métricas de
Management performance
Verganti, Roberto gestão
352
Moultrie, James
Impacto
Livesey, Finbarr
Design económico do
Malvido, Cecilia Design Funding in Firms: A Conceptual Métodos Design
Moultrie 2009 Management 6 Design;
Beltagui, Ahmad Model of the Role of Design in Industry mistos Capabilities
Journal Métricas de
Pawar, Kul
Design
Riedel, Johann
Design Audit
Measuring design investment in firms: / Design ROI
Moultrie, James Research Métricas de
Moultrie 2013 Conceptual foundations and exploratory UK 13 Quantitativo / Design
Livesey, Finbarr Policy Design
survey Business
performance
Design
Mozota, Brigitte Borja Structuring Strategic Design Management : Métricas de Design
Mozota 1998 Management 19 Quantitativo
De Michael Porter ’ s Value Chain Design Performance
Journal
Impacto
Mozota, Brigitte Borja Design Management - using design to build económico do Métodos
Mozota 2003a Livro 419
De brand value and corporate innovation mistos
Design
Alinhamento
Design estratégico e
Mozota, Brigitte Borja A Theoretical Model for Design in Design
Mozota 2008 Management 7 integração de Qualitativo
De Management Science Capabilities
Journal métricas de
gestão
Strategic view of design in management -
de Mozota, Brigitte Métricas de
Mozota 2011 Exploring the value of designer skills in our IDBM papers n/a Qualitativo
Borja Design
21st century economy
353
Mrazek, Deborah
Lucente, Sam
Wakid, Katherine Design
Métricas de Design
Sato, Steve Mrazek 2011 The Holy Grail of Design Measurement Management 3 Qualitativo
Design Performance
Wai, Conrad Review
Menter, Adam
Hartley, Philip
Alinhamento
Design estratégico e Métodos
Na, Jea Hoo What Next ? Future Strategy for UK Product integração de Design
Na 2010 Management 2 mistos
Boult, John Design Consultancies Capabilities
Journal métricas de
gestão
Alinhamento
Design estratégico e
Nam, Ki-Young Bottom-Up Design Leadership as a Strategic Design
Nam 2008 Management 7 integração de Qualitativo
Jung, Mi-Jin Tool Performance
Review, métricas de
gestão
The Journal of Design
Product Métricas de capabilities /
Noble, Charles H Noble 2011 On Elevating Strategic Design Research 17 Qualitativo
Innovation Design Design
Management, performance
Métricas de
Design;
Olson, Eric M. Design Alinhamento
Managing Design for Competitive Design
Slater, Stanley F. Olson 2000 Management 37 estratégico e Qualitativo
Advantage: A Process Approach Economics
Cooper, Rachel D. Journal, integração de
métricas de
gestão
Design
Onesirosan-Martinez, Onesirosan- Métricas de Design
Design Managing the Business of Design Management n/a Qualitativo
Christina Martinez 2007 Design performance
Review
354
;Métricas de
Design;
Design Alinhamento
No Silver Bullets: On the Humility of Design
Pearson, Jason Pearson 2008 Management 4 estratégico e Qualitativo
Designers Performance
Review integração de
métricas de
gestão
Alinhamento
Design estratégico e
Petersen, Soren Métodos Design
Petersen 2011 Inspiring Design — Informed by Metrics Management 10 integração de
Phillips, Peter L mistos Performance
Review métricas de
gestão
Impacto
Platt, Marjorie B Design económico do
Valuing Design: Enhancing Corporate Design
Hertenstein, Julie N. Platt 2001 Management 95 Design; Quantitativo
Performance through Design Effectiveness performance
Brown, David R Journal Métricas de
Design
Impacto Design
Design
económico do Performance
Rae, Jeneanne Rae 2013 What is the Real Value of Design? Management n/a Qualitativo
/ Design
Review Design Value
Impacto
Design económico do
Ramlau, Ulla Hovgaard Design
Ramlau 2004 In Denmark , Design Tops the Agenda Management 17 Design; Qualitativo
Meleer, Christina Assessment
Review Métricas de
Design;
Impacto
económico do
Design;
Design
Alinhamento Design
Rich, Harry Rich 2010 Proving the Practical Power of Design Management 15 Qualitativo
estratégico e Ladder
Review
integração de
métricas de
gestão
355
Alinhamento
Design estratégico e Design
Richardson, Adam Design: Strategic Partner with a Point of
Richardson 2004 Management 8 integração de Qualitativo Capabilities /
Roy, Jojo View
Review métricas de Design Value
gestão
Design
More than Heroics: Building Design as a Métricas de Design
Rosensweig, Ryan R. Rosensweig 2012 Management 4 Qualitativo
Dynamic Capability Design Capabilities
Journal
Impacto
Design económico do
Can the Benefits of Good Design Be Design; Métodos Design
Roy, Robin Roy1994 Management 52
Quantified ? mistos Economics
Journal Métricas de
Design
Alinhamento
Design para o futuro. O indivíduo entre o
estratégico e
artifício e a natureza - Design Biónico,
Ruivo, Inês Secca Ruivo 2008 Tese n/a integração de Qualitativo
Design Natural, Biodesign e Design
métricas de
Simbiótico
gestão
Alinhamento
Design estratégico e
Sanchez Integrating Design into Strategic
Sanchez Ron Management 20 integração de Qualitativo
2006 Management Processes
Review métricas de
gestão
Alinhamento
estratégico e
Sebastian The Interface between Design and
Sebastian Rizal Design Issues 47 integração de Qualitativo
2014 Management
métricas de
gestão
356
Alinhamento
estratégico e
Sharifi Sudi Pawar Product design as a means of
Sharifi1996 Technovation 14 integração de Qualitativo
Kulwant S integratingdifferentiation
métricas de
gestão
Design Impacto
Sharma, Pradeep It's Not What Design Is, It's What Design económico do Design
Sharma 2010 Management 8 Qualitativo
Poole, Dean Does Capabilities
Review Design
Alinhamento
estratégico e
integração de Design
Simoni, Michele Product design strategies in technological métricas de capabilities /
Cautela, Cabirio Simoni 2014 shifts: An explorative study of Italian design- Technovation 2 Quantitativo
gestão; Design
Zurlo, Francesco driven companies
Impacto Performance
económico do
Design
Alinhamento
The Role of Chief Executive Officers in Design estratégico e
Song, Min Jeong Métodos Design
Song 2008 Design Management Exercises: Content Management 4 integração de
Chung, Kyung-won mistos Capabilities
Analysis and Case Studies Journal métricas de
gestão
Design
Sung, Tung-Jung A method for establishing an online design Métricas de Métodos
Sung 2007 Design Studies 8 Capabilities /
You, Manlai audit platform Design mistos
Design Value
Alinhamento
Design estratégico e
Science drives creativity: A Methodology for Design
Swift, Philip W Swift 1997 Management 16 integração de Qualitativo
Quantifying Perceptions Capabilities
Journal métricas de
gestão
357
Alinhamento
Design estratégico e
Making Design a Strategic Weapon: The Design
Thompson, Phillip Thompson 1994 Management 4 integração de Qualitativo
PIMS Contribution Economics
Journal métricas de
gestão
Design Impacto
Thurston, Paul económico do Design
Thurston 2011 The Product Advantage from Service Design Management n/a Qualitativo
Cawood, Gavin Ladder
Review Design
Alinhamento
Design estratégico e
Promoting Design Leadership through Skills Design
Topalian, Alan Topalian 2002 Management 21 integração de Qualitativo
Development Programs Capabilities
Journal métricas de
gestão
Impacto
Trueman, Myfanwy Long Range Design
Trueman 1998 Competing through design 68 económico do Quantitativo
Jobber, David Planning Performance
Design
Journal of
Product Métricas de
Ulrich, Karl T Ulrich2011 Design is everything? 22 Qualitativo
Innovation Design
Management
Alinhamento
Design estratégico e
Herbruck, Diane Design Management and New Product Design
Umbach 1997 Management 19 integração de Qualitativo
Umbach, Steve Development: Linking People and Process Performance
Journal, métricas de
gestão
Journal of Impacto
Valencia, Ana An in-depth case study on the role of Engineering económico do
Métodos Design
Person, Oscar Valencia 2013 industrial design in a business-to-business and 7 Design;
mistos performance
Snelders, Dirk company Technology Métricas de
Management, Design
358
Impacto
Design económico do
Design
Viladas, Xenia Viladas 2009 Design that Pays Management 4 Design; Qualitativo
Ladder
Review Métricas de
Design
Design
Measuring Design ’ s Contribution to Métricas de Design
Viladas, Xenia Viladas 2011 Management 2 Qualitativo
Business Success: A Three-Tier Approach Design Performance
Review
Alinhamento
From design awareness to design Design estratégico e
Design
Vogel, Craig M. Vogel 1996 integration: Influencing corporate strategy Management 1 integração de Qualitativo
Integration
and research in the United States Journal, métricas de
gestão
Impacto
económico do
Design;
Métricas de
Design
Proving Our Value: Measuring Package Design; Design
Wallace, Rob Wallace 2001 Management 26 Quantitativo
Design ’ s Return on Investment Alinhamento Economics
Journal
estratégico e
integração de
métricas de
gestão
Design Alinhamento
Management estratégico e
Defining the Connections Between Design Design
Walton, Thomas Walton 2010 Journal 1 integração de Qualitativo
and Business Assessment
(Former métricas de
Series) gestão
International
Wang, Catherine L. Dynamic capabilities: A review and research Journal of
Wang 2007 1017 Qualitativo
Ahmed, Pervaiz K., agenda Management
Reviews,
359
Westcott, Michael Impacto
Sato, Steve The DMI Design Value Scorecard: A New Design económico do
Design
Wallace, Rob Westcott 2013 Design Measurement and Management Management 3 Design; Qualitativo
Performance
Vanka, Surya Model Review, Métricas de
Hardin, Dianne Design
Design
Whicher, Anna Design
Evaluating Design: Understanding the Métricas de Performance
Raulik-Murphy, Gisele Whicher 2011 Management 7 Quantitativo
Return on Investment Design / Design
Cawood, Gavin Review
value
Design Impacto
Zec, Peter Zec2010 Design on stage - The Red Dot Design Award Management 6 económico do Qualitativo
Review Design
Impacto
Design económico do
Zec, Peter Zec2011 Design Value Management 5 Design; Qualitativo
Review Métricas de
Design
360
Etapas e roteiros metodológicos
Fases do
processo de Etapas Ações Fontes principais
investigação
(Kothari, 2004)
(Fink, 2005)
(Okoli &
Schabram, 2010)
Revisão sistemática da (Tacconelli, 2010)
a. Modelo teórico
literatura relevante (Greenhalgh &
e
Peacock, 2005)
desenvolvimento (Bacharach, 1989)
1. de hipóteses
Fundamentação
teórica
Identificação de (Flatten et al.,
sobreposições teóricas 2011)
361
Fases do
processo de Etapas Ações Fontes principais
investigação
(Hair, 2010)
Dados omissos (Marôco,
Eliminação de 2014)
respostas (Schwab,
a. Triagem de
descomprometidas 2005)
dados
(Kline, 2011)
Resolução de outliers
(Schumacker
Definição das & Lomax,
variáveis categóricas 2010)
362
Fases do
processo de Etapas Ações Fontes principais
investigação
363
Roteiro das etapas de investigação
especificação e
verificação da validade
identificação do geração de indicadores
de conteúdo
modelo
validade facial
aplicação do triagem e análise dos
pré teste questionário dados
questionário piloto
– Fundamentação teórica
– Recolha de dados
364
Desenvolvimento e validação do instrumento de medida
Geração de itens
Revisão de literatura
Painel de
especialistas
Índice de validade de conteúdo
Validade de conteúdo
Pré-teste instrumento
Pré-teste do questionário
Validade facial Questionário piloto
Questionário
Aplicação do instrumento
Triagem de dados
Recolha de dados
Pressupostos de normalidade
365
Sobreposições teóricas
Construto: capacidade de inovação (Wang & Ahmed, 2004, Investigação relacionada: Envolvimento de outros
2007)
Definição: Implica saber envolver clientes e fornecedores no processo de Inovação comportamental
Definição: capacidade de inovação é a capacidade de Design a fim de obter novas ideias de produtos. Sublinha a importância da
constantemente desenvolver novos produtos e /ou mercados, interação do Design com outros atores e considera que o processo de
através do alinhamento de uma orientação estratégica Design de produto requer a presença e participação ativa dos vários
inovadora com comportamentos e processos inovadores participantes, como clientes e fornecedores.
Aspetos: a) Inovação de produto - a novidade e o simbolismo Fonte: (Chiva & Alegre, 2009)
de novos produtos introduzidos em tempo útil no mercado;
Investigação relacionada: capacidade de inovação em Design
b) Inovação de mercado – Enquanto fator componente
Definição: Envolve a tomada de ações que leva à adoção de novos Inovação comportamental
separado de inovação de produto, a capacidade de inovação
conhecimentos e ideias, incluindo a promoção e desenvolvimento de
do mercado refere-se ao aspeto inovador das abordagens que
ambientes criativos e o cultivo de troca aberta dentro da organização para
as empresas adotam para entrar e explorar mercados-alvo;
permitir a inovação.
c) Inovação comportamental - Inovação comportamental é
Fonte: (Birgit H Jevnaker, 2000)
demonstrada através de indivíduos, equipas e gestão que
366
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
permitem a formação de uma cultura de inovação, assim como Investigação relacionada: Capacidade de Design estratégico
a recetividade interna global a novas ideias e inovação;
Definição: Fornece um foco estratégico, permitindo e valorizando o
d) Inovação estratégica – A capacidade de uma organização surgimento de descobertas inesperadas. Procura a ancoragem dos
Inovação estratégica
para gerir objetivos organizacionais ambiciosos desenvolvimentos de Design de ancoragem em estratégia de negócios e
gestores.
Definição: Liberdade e recursos (apoio) dada aos designers para explorar Inovação estratégica
conceitos e ideias que vão além do âmbito definido para o projeto e que se
afastem de ideias e conceitos pré-existentes. Isso permite aos designers
possuírem condições para desenvolver novas ideias que podem levar a
novas oportunidades e projetos futuros.
367
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
Construto: Capacidade de absorção (Wang & Ahmed, 2007; Investigação relacionada: capacidades em Design estratégico e liderança
S. A. Zahra & George, 2002)
Definição: Ele tem suas raízes no construto ACAP e ao qual se refere em Aquisição
Definição: A capacidade de reconhecer o valor da informação termos de dois aspetos:
Assimilação
nova, externa e valiosa, além da capacidade para assimilar
a) Aquisição que consiste em identificar uma contribuição específica
essa informação e aplicá-la dentro da organização para fins
Design para a criação de valor da empresa. Isso inclui a definição de
comerciais
hipóteses para novas oportunidades de negócio, ou a formulação de uma
Aspetos: a) Aquisição – Aquisição refere-se à capacidade de estratégia de Design como parte da estratégia da empresa.
uma empresa para identificar e adquirir conhecimento gerado
b) Assimilação que implica um compromisso mais profundo com
externamente e que é considerado crítico para suas operações;
conhecimentos externos obtidos pelo Design, combinando-os com os
b) Assimilação – Conjunto de rotinas e processos da processos e projetos de engenharia ou de marketing e promovendo a sua
organização que permitem analisar, processar, interpretar e utilização em simultâneo com fontes complementares de conhecimento em
Design. Inclui identificar conhecimentos de Design relevantes e
capacidade de combiná-lo com competências internas da equipa, fornecer
368
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
compreender as informações obtidas a partir de fontes briefings a parceiros externos, bem como a contratação e alocação de
externas; recursos para cumprir estratégicos definidos.
369
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
Construto: Capacidade adaptativa (Wang & Ahmed, 2007) Investigação relacionada: competências de inovação
Definição: A capacidade da organização em identificar, Definição: A capacidade de gerir a inovação, tornando-se rapidamente se Monitorização
adaptar e aproveitar as oportunidades de mercado emergentes. conscientes de inovações concorrentes e capacidade de encontrar novas
A capacidade adaptativa é manifestada através da ideias de Design que não se limitem a serem simples imitações de algo já
flexibilidade estratégica - a flexibilidade inerente dos recursos existente.
disponíveis para a empresa e a flexibilidade na aplicação
Fonte: (Chiva & Alegre, 2009)
desses recursos
Definição: A capacidade de gerir a mudança. Inclui alterar as formas Promoção da mudança interna
tradicionais de fazer as coisas, conseguir que diferentes departamentos
dentro da empresa consigam trabalhar em conjunto, e substituindo um
370
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
Aspetos: a) Adaptação – A capacidade de uma empresa de processo de desenvolvimento de projeto sequencial por um processo
adaptar o âmbito do seu produto no mercado para responder a simultâneo.
oportunidades externas;
Fonte: (Chiva & Alegre, 2009)
b) Monitorização – Estar atento à evolução do mercado,
Investigação relacionada: Ambidestria contextual
mostrando ser capaz de acompanhar as tendências em torno
do comportamento de clientes e concorrentes e alocar recursos Definição: Ambidestria contextual é a capacidade comportamental de Promoção da mudança interna
para responder a possíveis alterações e oportunidades; demonstrar simultaneamente alinhamento e adaptabilidade através de uma
Capacidade de resposta
unidade de negócio inteira. Adaptabilidade refere-se à capacidade de
c) Capacidade de resposta – A capacidade de responder de
reconfigurar rapidamente atividades dentro da unidade de negócios para
forma rápida às mudanças nas condições do mercado;
atender às novas necessidades no ambiente de operações, incluindo as
c) Promoção da mudança interna - Sistemas de gestão da formas tradicionais de fazer.
empresa que incentivem as pessoas a desafiar as tradições
Fonte: (Gibson & Birkinshaw, 2004)
ultrapassadas e práticas obsoletas, permitindo que a empresa
possa responder rapidamente às mudanças no mercado e Investigação relacionada: Design thinking e mudança organizacional
evoluir rapidamente em resposta a mudanças nas suas
prioridades de negócios Definição: O Design thinking promove a flexibilidade organizacional e Capacidade de resposta
estimula a sua capacidade de adaptação a mudanças externas. Esses
Promoção da mudança interna
contributos são realizados através da sua utilização enquanto metodologias
de aplicação das capacidades em Design a casos e situações específicas e
inesperadas, e de forma eficiente otimizando os recursos existentes
disponíveis. Inclui a utilização de métodos e práticas projectuais tais como
371
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
372
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
373
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
374
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
(Winter, 2003) Definição: Um conjunto de aspetos relacionados com o Design e que se Qualidade funcional
enquadram exclusivamente no âmbito do trabalho especializado
Definição: Capacidades operacionais permitem a organização Qualidade experiencial
desenvolvido por designers. Dividido em duas categorias de design, o
a desenvolver e realizar o seu valor, fundamental para a sua
primeiro design funcional estar, que inclui o design tecnológico, para
sustentabilidade. No caso do Design compreende as
funcionalidade e usabilidade. E a segunda categoria é o Design
atividades básicas necessárias para criar produtos de alta
experiencial, que inclui o design como forma de apelar aos sentidos (design
qualidade, melhorar os padrões de desenvolvimento de
sensorial) e o design simbólico que evoca emoções e apoia a
produto, e reduzir os custos associados à produção e ao tempo
autoexpressão.
de entrada dos produtos no mercado
Possíveis indicadores a) a qualidade global do produto, a sua qualidade
Aspetos: a) Qualidade funcional;
técnica, a qualidade da funcionalidade que o produto fornece e a sua
375
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
Construto: Alinhamento estratégico (Gibson & Birkinshaw, Investigação relacionada: Ambidestria contextual.
2004; Wang & Ahmed, 2007)
Definição: Ambidestria contextual é a capacidade comportamental de Alinhamento
Definição: Alinhamento refere-se a coerência entre todos os demonstrar simultaneamente alinhamento e adaptabilidade através de uma
padrões de atividades e diferentes departamentos dentro da unidade de negócio inteira. Alinhamento refere-se a coerência entre todos
mesma unidade de negócios, tornando-os capazes de os padrões de atividades e diferentes departamentos dentro da mesma
colaborar em conjunto em torno dos mesmos objetivos. unidade de negócios, tornando-os capazes de colaborar em conjunto em
torno dos mesmos objetivos.
376
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
Aspetos: a) Alinhamento – (a mesma definição que a anterior) Possíveis indicadores: a) “Os sistemas de gestão desta organização leva-
nos a desperdiçar recursos durante atividades produtivas” (indicador
invertido) (Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 217)
377
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
Possíveis indicadores:
378
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
379
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
380
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
Possíveis indicadores:
381
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
Construto: Performance (Venkatraman & Ramanujam, 1986; Investigação relacionada: Investimento em design e desempenho da
Wang & Ahmed, 2007) empresa
Crescimento
Definição: A capacidade das empresas em atingir e sustentar Definição: A capacidade das empresas em atingir e sustentar uma
Rentabilidade
uma vantagem competitiva, permitindo a sua sobrevivência e vantagem competitiva, permitindo a sua sobrevivência e sucesso a longo
sucesso a longo prazo, ou seja, através do desempenho de prazo, ou seja, através do desempenho de mercado e rentabilidade.
mercado e rentabilidade.
Possíveis indicadores a) crescimento das vendas em relação à concorrência
(Chiva & Alegre, 2009, p. 440)
382
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
Aspetos: a) Crescimento – Realizações externas da empresa b) Satisfação com a taxa de crescimento das vendas (Chiva & Alegre,
no mercado; 2009, p. 440)
b) Rentabilidade - o resultado interno relativo às rendas c) ganhos de quota de mercado em relação à concorrência (Chiva &
económicas da empresa e decorrentes das suas atividades e Alegre, 2009, p. 440)
opções estratégicas
d) A satisfação das empresas com o retorno sobre o investimento (Chiva
& Alegre, 2009, p. 440)
383
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
Construto: Dinamismo de Mercado (Miller & Friesen, 1983; Definição: dinamismo contextual manifesta-se pelo grau de Incerteza no comportamento do
Wang & Ahmed, 2007) imprevisibilidade da mudança de comportamento dos consumidores e consumidor
clientes, tecnologias de produção ou de serviços, e os modos de
Definição: Um ambiente de mercado dinâmico pode ser Incerteza no comportamento
concorrência nas principais indústrias em que a empresa opera
causado por um ou mais fatores exógenos à organização, dos concorrentes
incluindo o grau de inovação tecnológica, as mudanças Possíveis indicadores a) “atividades de mercado dos seus principais
Taxa de mudança / volatilidade
regulatórias, o ciclo económico e a mudança da natureza concorrentes é mais / menos previsível” (Miller & Friesen, 1983, p. 231)
tecnológica
competitiva nos sectores industriais e mercados em que a
b) “Os gostos e preferências de seus clientes na sua principal indústria
empresa opera.
tornaram-se mais / menos estável e previsível” (Miller & Friesen, 1983, p.
Aspetos: a) Incerteza no comportamento do consumidor; 231)
b) Incerteza no comportamento dos concorrentes; c) “O grau de inovação de novos processos operacionais e de novos
produtos ou serviços no principal sector industrial em que opera foi
c) Taxa de mudança / volatilidade tecnológica
drasticamente aumentada / diminuída” (Miller & Friesen, 1983, p. 231)
384
CONSTRUCTOS TEÓRICOS E DEFINIÇÕES DOMÍNIO DE
CONSTRUCTOS RELACIONADOS E CORRENTES TEÓRICAS SOBREPOSIÇÃO DOS
(FONTES) CONSTRUCTOS
385
Resultados da análise de validade de conteúdo dos indicadores
386
(Gemser & Wijnberg,
A nossa organização é habitualmente premiada com prémios de 2003; W. O. Sung et
Inovação 8
Design e em reconhecimento do carácter inovador e qualidade 4 1 2 1 4 1 0,5
(IN8) al., 2010)
superior dos nossos produtos
(Gemser & Wijnberg,
Na nossa empresa, consideramos a obtenção de prémios e 2003; W. O. Sung et
Inovação 9
distinções em Design como um meio importante para alcançar o 3 1 2 1 1 0,25
(IN9) al., 2010)
sucesso
A nossa organização recorre frequentemente aos designers para (Chiva & Alegre,
Absorção 3
promover uma participação ativa de clientes e/ou fornecedores no 2009) 4 1 3 1 2 4 1 0,75
(AB3)
processo de desenvolvimento de novos produtos
Os designers que trabalham connosco procuram manter-se (Flatten et al., 2011, p.
Absorção 4
atualizados e mostram ser capazes de aplicar novos conhecimentos 110) 4 1 4 1 1 3 1 0,75
(AB4)
no desenvolvimento do seu trabalho
(Flatten et al., 2011, p.
Absorção 5 Os nossos funcionários conseguem interligar com êxito o
110) 2 1 1 2 0
(AB5) conhecimento existente e novas perspectivas
(Flatten et al., 2011, p.
Absorção 6
A nossa Administração apoia o desenvolvimento de protótipos 110) 4 1 2 1 2 0,25
(AB6)
387
(Flatten et al., 2011, p.
Absorção 7 A nossa empresa analisa regularmente novas tecnologias e procura
110) 4 1 4 1 1 2 0,5
(AB7) adaptá-las de acordo com a necessidade de novos conhecimentos
Os designers que trabalham com esta organização auxiliam-nos (Chiva & Alegre,
Adaptação 1
constantemente a questionar e desafiar as formas tradicionais de 2009, p. 440) 4 1 3 1 3 1 4 1 1
(AD1)
trabalhar
(Gibson & Birkinshaw,
Adaptação 2 Nós encorajamos os nossos empregados e gestores a desafiar
2004, p. 217) 4 1 4 1 3 1 3 1 1
(AD2) tradições e práticas ultrapassadas
Os designers que trabalham para esta empresa evoluem e adaptam- (Gibson & Birkinshaw,
Adaptação 3
se rapidamente em resposta a mudanças nas nossas prioridades de 2004, p. 217) 4 1 4 1 1 4 1 0,75
(AD3)
negócios
As contribuições dos designers revelam ser suficientemente (Gibson & Birkinshaw,
Adaptação 4
flexíveis para nos permitir responder rapidamente a alterações no 2004, p. 217) 3 1 4 1 1 4 1 0,75
(AD4)
mercado
Nós recorremos ao Design para rapidamente identificarmos e (Chiva & Alegre,
Adaptação 5
acompanharmos inovações e imitações dos nossos concorrentes 2009, p. 440) 1 2 4 1 4 1 0,5
(AD5)
principais
388
Tabela 16 - Indicadores capacidades operacionais em Design
389
Tabela 17 - Indicadores sobre alinhamento estratégico
390
(Gibson & Birkinshaw,
Estratégico 8 Os sistemas de gestão desta organização provocam o desperdício
2004, p. 217) 1 1 1 2 0
(ST8) de em atividades pouco produtivas (indicador revertido)
As pessoas nesta organização, muitas vezes acabam trabalhando (Gibson & Birkinshaw,
Estratégico
com objetivos opostos porque os nossos sistemas de gestão de dar- 2004, p. 217) 1 1 1 3 1 0,25
10 (ST10)
lhes objetivos conflituantes (indicador revertido)
(Hertenstein & Platt,
Estratégico A nossa organização procura documentar o processo de Design a 1997, p. 13; Mrazek et
1 2 4 1 3 1 0,5
11 (ST11) fim de melhorar a coordenação com os outros departamentos al., 2011, pp. 12–13)
Volatilidade
Na nossa indústria a tecnologia está a mudar rapidamente (Jaworski & Kohli, 1993, p. 68)
tecnológica 1 (TV1)
391
Tabela 19 - Indicadores sobre performance económica da organização
Crescimento 1 (GR1) Crescimento das vendas relativamente aos competidores mais diretos (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)
Crescimento 2 (GR2) Satisfação com a taxa de crescimento das vendas (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)
Crescimento 3 (GR3) Crescimento da quota de mercado relativamente à competição (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)
Rentabilidade 1 (ROA_AVE) Média de 5 anos do indicador Retorno sobre Ativos (RSA) (Bettis & Hall, 1982, p. 259)
Rentabilidade 3
Média de 5 anos do indicador Retorno sobre Património (RSP) (Schendel & Patton, 1978, p. 1614)
(ROE_AVEOT)
392
Especificação e identificação do modelo teórico
µ𝑑𝑐
1 1
Dynamic ADAPT 𝜕1𝑎𝑑
µ𝑑𝑐
2 1
Dynamic ABSORPT 𝜕1𝑎𝑏
𝐴𝐵𝑆𝑂𝑅𝑃𝑇 = µ𝑑𝑐 𝑎𝑏
2 𝐷𝑦𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐 + 𝜕1
µ𝑑𝑐
3 1
Dynamic INOV
393 𝜕1𝑖𝑛
ap
Equação estrutural hipotetizada:
𝐼𝑁𝑂𝑉 = µ𝑑𝑐 𝑖𝑛
3 𝐷𝑦𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐 + 𝜕1
µ𝑑𝑐
4 1
Dynamic STRAT 𝜕1𝑠𝑡
𝑠𝑡
𝑆𝑇𝑅𝐴𝑇 = µ𝑑𝑐
4 𝐷𝑦𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐 + 𝜕1
Dynamic
µ𝑑𝑐
5
1 𝑜𝑝
OPERAT 𝜕1
STRAT µ𝑠𝑡
1
𝑜𝑝
𝑂𝑃𝐸𝑅𝐴𝑇 = µ𝑑𝑐 𝑠𝑡
5 𝐷𝑦𝑛𝑎𝑚𝑖𝑐 + µ1 𝑆𝑇𝑅𝐴𝑇 + 𝜕1
394
Onde 𝜕1𝑜𝑝 representa o erro estimado, µ𝑑𝑐 𝑠𝑡
5 and µ1 representam os coeficientes estruturais
µ𝑜𝑐
1 1
PERFORM 𝑝𝑒
OPERAT 𝜕1
µ𝑝𝑒
1 1
GROWTH 𝑔𝑟
PERFORM 𝜕1
𝑔𝑟
𝐺𝑅𝑂𝑊𝑇𝐻 = µ1𝑝𝑒 𝑃𝐸𝑅𝐹𝑂𝑅𝑀 + 𝜕1
𝑔𝑟
Onde 𝜕1 representa o erro estimado e µ1𝑝𝑒 representa o coeficiente estrutural
395
Equação 9 - Rentabilidade financeira
µ𝑝𝑟
2 1
PROFIT 𝑝𝑟
PERFORM 𝜕1
𝑔𝑟
𝑃𝑅𝑂𝐹𝐼𝑇 = µ𝑝𝑒
2 𝑃𝐸𝑅𝐹𝑂𝑅𝑀 + 𝜕1
ADAPT 𝜆𝑎𝑑
2
1
AD2 𝜀2𝑎𝑑
𝜆𝑎𝑑
3
1
AD3 𝜀3𝑎𝑑
3
Equações de medida:
𝐴𝐷2 = 𝜆𝑎𝑑 𝑎𝑑
2 𝐴𝐷𝐴𝑃𝑇 + 𝜀2
𝐴𝐷3 = 𝜆𝑎𝑑 𝑎𝑑
3 𝐴𝐷𝐴𝑃𝑇 + 𝜀3
396
Equação 11 - Capacidades de absorção em Design
1
AB1 𝜀1𝑎𝑏
1
ABSORPT 𝜆𝑎𝑏
2
1
AB2 𝜀2𝑎𝑏
𝜆𝑎𝑏
3
1
AB3 𝜀3𝑎𝑏
Equações de medida:
𝐴𝐵2 = 𝜆𝑎𝑏 𝑎𝑏
2 𝐴𝐵𝑆𝑂𝑅𝑃𝑇 + 𝜀2
𝐴𝐵3 = 𝜆𝑎𝑏 𝑎𝑏
3 𝐴𝐵𝑆𝑂𝑅𝑃𝑇 + 𝜀3
𝜆𝑖𝑛
2
1
INOV IN2 𝜀2𝑖𝑛
𝜆𝑖𝑛
3
1
IN3 𝜀3𝑖𝑛
Equações de medida:
𝐼𝑁2 = 𝜆𝑖𝑛 𝑖𝑛
2 𝐼𝑁𝑂𝑉 + 𝜀2
𝐼𝑁3 = 𝜆𝑖𝑛 𝑖𝑛
3 𝐼𝑁𝑂𝑉 + 𝜀3
397
Equação 13 - Alinhamento estratégico
1
ST1 𝜀1𝑠𝑡
1
STRAT 𝜆𝑠𝑡
2
1
ST2 𝜀2𝑠𝑡
𝜆𝑠𝑡
3
1
ST3 𝜀3𝑠𝑡
𝑆𝑇𝑅𝐴𝑇 = (𝜆1𝑠𝑡 𝑆𝑇1 + 𝜀1𝑠𝑡 ) + (𝜆2𝑠𝑡 𝑆𝑇2 + 𝜀2𝑠𝑡 ) + (𝜆3𝑠𝑡 𝑆𝑇3 + 𝜀3𝑠𝑡 )
Equações de medida:
OPERAT 𝜆𝑜𝑐
2
1
OP2 𝜀2𝑜𝑐
𝜆𝑜𝑐
3
1
OP3 𝜀3𝑜𝑐
Equações de medida:
𝑂𝑃2 = 𝜆𝑜𝑐 𝑜𝑐
2 𝑂𝑃𝐸𝑅𝐴𝑇 + 𝜀2
𝑂𝑃3 = 𝜆𝑜𝑐 𝑜𝑐
3 𝑂𝑃𝐸𝑅𝐴𝑇 + 𝜀3
398
Equação 15 - Crescimento de Mercado
1
GR1 𝑔𝑟
𝜀1
1
𝑔𝑟 1
GROWTH 𝜆2 GR2 𝑔𝑟
𝜀2
𝑔𝑟
𝜆3
1 𝑔𝑟
GR3 𝜀3
𝑔𝑟 𝑔𝑟 𝑔𝑟 𝑔𝑟 𝑔𝑟 𝑔𝑟
𝐺𝑅𝑂𝑊𝑇𝐻 = (𝜆1 𝐺𝑅1 + 𝜀1 ) + (𝜆2 𝐺𝑅2 + 𝜀2 ) + (𝜆3 𝐺𝑅3 + 𝜀3 )
Equações de medida:
𝑔𝑟
𝐺𝑅1 = 𝐺𝑅𝑂𝑊𝑇𝐻 + 𝜀1
𝑔𝑟 𝑔𝑟
𝐺𝑅2 = 𝜆2 𝐺𝑅𝑂𝑊𝑇𝐻 + 𝜀2
𝑔𝑟 𝑔𝑟
𝐺𝑅3 = 𝜆3 𝐺𝑅𝑂𝑊𝑇𝐻 + 𝜀3
𝑝𝑟 1
PROFIT 𝜆2 PR2 𝑝𝑟
𝜀2
𝑝𝑟
𝜆3
1
𝑝𝑟
PR3 𝜀3
Equações de medida:
𝑃𝑅2 = 𝜆𝑝𝑟 𝑝𝑟
2 𝑃𝑅𝑂𝐹𝐼𝑇 + 𝜀2
𝑃𝑅3 = 𝜆𝑝𝑟 𝑝𝑟
3 𝑃𝑅𝑂𝐹𝐼𝑇 + 𝜀3
399
Triagem de dados e teste de pressupostos de normalidade
400
Gráfico 4 - Outliers finais
N
Válido Ausente Média Mediana Curtose
Emp 455 0 81,55 24,00 395,416
Year 455 0 1980,35 1987,00 12,747
Year_Outlier 455 0 1983,35 1987,00 ,749
Cont1 455 0 1,068 1,000 9,872
Cont3 455 0 2,174 3,000 -1,757
Cont4 455 0 1,316 1,000 1,703
Cont5 455 0 4,734 5,000 -,374
AB1 455 0 4,725 5,000 -,578
AB2 455 0 4,574 5,000 -,725
AB3 455 0 4,376 4,000 -,821
AB4 455 0 5,121 5,000 -,001
AD1 455 0 4,802 5,000 -,425
AD2 455 0 5,174 5,000 -,091
AD3 455 0 4,910 5,000 -,193
AD4 455 0 4,862 5,000 -,280
IN1 455 0 4,835 5,000 -,605
IN2 455 0 4,873 5,000 -,394
401
IN3 455 0 5,360 5,000 -,221
ST2 455 0 4,848 5,000 -,394
ST6 455 0 4,708 5,000 -,503
ST7 455 0 4,756 5,000 -,431
ST3 455 0 5,262 5,000 -,081
ST1 455 0 5,031 5,000 -,448
ST4 455 0 4,985 5,000 ,200
ST5 455 0 4,829 5,000 -,225
GR1 455 0 4,881 5,000 -,193
GR2 455 0 4,648 5,000 -,438
GR3 455 0 4,695 5,000 -,299
TV1 455 0 5,336 6,000 -,530
TV2 455 0 5,266 5,000 -,252
TV3 455 0 5,110 5,000 -,582
OP1 455 0 5,767 6,000 ,450
OP2 455 0 5,591 6,000 ,067
OP3 455 0 4,345 4,000 -,883
OP4 455 0 5,018 5,000 -,647
Rev_Sblank 455 0 10598,43880 3579,01200 23,445
ROE_AVEOT 455 0 5,6373 4,6230 4,803
ROE_LYEAROT 455 0 4,3016 3,0400 10,001
ROA_AVE 455 0 2,5816 1,9740 8,489
ROA_LYEAR 455 0 2,1091 1,4440 6,678
ROAROE_AVE 455 0 4,1094 3,6100 3,931
402
Crescimento ,392 292,647 1 453 ,000 ,820 ,126
403
Composto ,177 97,186 1 453 ,000 2,534 1,152
Potência ,142 75,166 1 453 ,000 2,397 ,459
S ,091 45,196 1 453 ,000 1,811 -1,159
Crescimento ,177 97,186 1 453 ,000 ,930 ,141
404
NACE Rev. 2 / CAE DESCRIÇÃ FRE INCO INCOM SOM
TECHN MKT
Rev. 3 O Q M ABS A
Fabricação
0,1 3,333
31 de mobiliário 61 4,93 5 1 -0,32 0,32 4
7 33
e de colchões
Fabricação
de outro 0,2 4,666
30 14 4,9 4 9 0,1 0,1 1
equipamento 5 67
de transporte
Outras
indústrias 0,1 5,666
32 45 4,68 3 3 -3,64 3,64 11
transformado 9 67
ras
Fabricação
de
equipamento
s
informáticos,
6,666
26 equipamento 27 5,44 9 0,2 5 0,55 0,55 6
67
para
comunicaçõe
s e produtos
electrónicos
e ópticos
Fabricação
de 0,1 6,666
27 44 5,28 8 4 0,81 0,81 8
equipamento 9 67
eléctrico
Indústria do 5,02 0,2 7,666
14 24 7 6 -2,24 2,24 10
vestuário 7 1 67
Actividades
1 0,3 1 8,333
7111 de 16 5,45 -0,29 0,29 3
0 5 2 33
arquitectura
Fabricação
de veículos
automóveis,
reboques,
0,2 8,666
29 semi- 18 5,01 6 8 -7,93 7,93 12
3 67
reboques e
componentes
para veículos
automóveis
Actividades 1 1 9,333
741 16 5,69 0,3 -0,67 0,67 7
de design 1 0 33
Consultoria e
programação
1 0,3 1 10,66
6201 + 6202 informática e 109 6,04 1,76 1,76 9
2 4 1 67
actividades
relacionadas
405
Análise factorial exploratória
Tabela 26 - Tamanho da amostra e loadings minímos para validade convergente - retirado de Hair (2010)
406
Tabela 27 - Matriz de correlações entre factores
Factor 1 2 3 4 5 6 7
1 1,000 ,479 ,609 -,071 ,272 ,600 ,460
2 ,479 1,000 ,648 -,082 ,301 ,501 ,557
3 ,609 ,648 1,000 -,031 ,397 ,713 ,524
4 -,071 -,082 -,031 1,000 ,129 -,040 -,027
5 ,272 ,301 ,397 ,129 1,000 ,436 ,228
6 ,600 ,501 ,713 -,040 ,436 1,000 ,411
7 ,460 ,557 ,524 -,027 ,228 ,411 1,000
Método de Extracção: Probabilidade máxima.
Método de Rotação: Promax com normalização de Kaiser.
407
Tabela 28 - Matriz padrão
Factor
α= α=
α= 0,944 α= 0,97 α= 0,84 α= 0,791 α= 0,917
Item Descrição do item 0,882 0,795 Comunalidades
1 2 3 4 5 6 7
(STRATA) (STRATB) (ABSPT) (PROFIT) (GRWTH) (ADAPT) (OPERT)
ST4 e outras métricas de design que estejam alinhados com os 0,963 0,87
principais objetivos de negócio da empresa
Nós procuramos desenvolver indicadores intermédios de
design que monitorizem o seu progresso face a objetivos
ST5 0,946 0,807
empresariais, recorrendo a ações corretivas caso se revele
necessário
Na nossa organização incentivamos os designers a
ST3 trabalhar em conjunto com outros departamentos por 0,817 0,876
forma a atingir objetivos de negócio comuns
Os designers que colaboram connosco são capazes de
compreender a estratégia desta empresa e dos seus
ST1 0,815 0,742
objetivos de negócio, estando por isso aptos a participar
no planeamento estratégico corporativo
A administração e as restantes coordenações desta
ST2 empresa apoiam de forma entusiasta o desenvolvimento 0,997 0,955
estratégico da organização através de uma abordagem
408
Factor
α= α=
α= 0,944 α= 0,97 α= 0,84 α= 0,791 α= 0,917
Item Descrição do item 0,882 0,795 Comunalidades
1 2 3 4 5 6 7
(STRATA) (STRATB) (ABSPT) (PROFIT) (GRWTH) (ADAPT) (OPERT)
409
Factor
α= α=
α= 0,944 α= 0,97 α= 0,84 α= 0,791 α= 0,917
Item Descrição do item 0,882 0,795 Comunalidades
1 2 3 4 5 6 7
(STRATA) (STRATB) (ABSPT) (PROFIT) (GRWTH) (ADAPT) (OPERT)
410
Factor
α= α=
α= 0,944 α= 0,97 α= 0,84 α= 0,791 α= 0,917
Item Descrição do item 0,882 0,795 Comunalidades
1 2 3 4 5 6 7
(STRATA) (STRATB) (ABSPT) (PROFIT) (GRWTH) (ADAPT) (OPERT)
411
Factor
α= α=
α= 0,944 α= 0,97 α= 0,84 α= 0,791 α= 0,917
Item Descrição do item 0,882 0,795 Comunalidades
1 2 3 4 5 6 7
(STRATA) (STRATB) (ABSPT) (PROFIT) (GRWTH) (ADAPT) (OPERT)
412
Estatísticas descritivas
Variável categórica
Frequência Percentagem
Variável categórica
De a Percentagem
Anterior a 1970 1740 1969 23 %
1970 a 1999 1970 1999 47%
2000 a 2015 2000 2015 30%
Mobiliário 62 13,60%
Cerâmica 53 11,70%
413
Variável categórica Frequência Percentagem
Vestuário e Têxtil 50 11,00%
Mobilidade 32 7,10%
Variável categórica
Frequência Percentagem
Variável categórica
Frequência Percentagem
Válido Sim 337 74,1%
Não 92 20,2%
Não sabe 26 5,7%
Total 455 100,0%
414
Tabela 36 - Variável de controlo responde diretamente à Administração reformulado
Variável categórica
Frequência Percentagem
Válido Sim 337 79%
Não 92 21%
Total 429 100,0%
Variável categórica
Frequência Percentagem
Válido Reduziu 75 16%
Manteve 140 31%
Aumentou 240 53%
Total 455 100,0%
Variável categórica
Frequência Percentagem
Válido Reduziu ou manteve 215 47%
Aumentou 240 53%
Total 455 100,0%
N Desvio
Var Média Mediana Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo
Válido Ausente Padrão
AB1 455 0 4,725 5,000 1,5414 2,376 -,305 -,578 1,0 7,0
AD1 455 0 4,802 5,000 1,5020 2,256 -,333 -,425 1,0 7,0
AD2 455 0 5,174 5,000 1,5130 2,289 -,695 -,091 1,0 7,0
IN1 455 0 4,835 5,000 1,5613 2,438 -,387 -,605 1,0 7,0
IN3 455 0 5,360 5,000 1,4578 2,125 -,647 -,221 1,0 7,0
415
Gráfico 5 - Histograma constructo ABSORPT
N Desvio
Média Mediana Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo
Válido Ausente Padrão
AB4 455 0 5,121 5,000 1,4067 1,979 -,621 -,001 1,0 7,0
AD3 455 0 4,910 5,000 1,4043 1,972 -,419 -,193 1,0 7,0
AD4 455 0 4,862 5,000 1,4299 2,045 -,368 -,280 1,0 7,0
416
Gráfico 7 - Histograma constructo ADAPT
N Desvio
Média Mediana Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo
Válido Ausente Padrão
ST2 455 0 4,848 5,000 1,4993 2,248 -,334 -,394 1,0 7,0
ST6 455 0 4,708 5,000 1,4813 2,194 -,252 -,503 1,0 7,0
ST7 455 0 4,756 5,000 1,4526 2,110 -,232 -,431 1,0 7,0
417
Gráfico 9 - Histograma constructo STRATB
N Desvio
Média Mediana Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo
Válido Ausente Padrão
ST3 455 0 5,262 5,000 1,5294 2,339 -,736 -,081 1,0 7,0
ST1 455 0 5,031 5,000 1,5619 2,440 -,546 -,448 1,0 7,0
ST4 455 0 4,985 5,000 1,3738 1,887 -,663 ,200 1,0 7,0
ST5 455 0 4,829 5,000 1,4727 2,169 -,495 -,225 1,0 7,0
418
Gráfico 11 - Histograma constructo STRATA
N Desvio
Média Mediana Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo
Válido Ausente Padrão
OP1 455 0 5,767 6,000 1,3710 1,880 -1,053 ,450 1,0 7,0
OP2 455 0 5,591 6,000 1,5033 2,260 -,934 ,067 1,0 7,0
OP3 455 0 4,345 4,000 1,7553 3,081 -,050 -,883 1,0 7,0
OP4 455 0 5,018 5,000 1,6419 2,696 -,421 -,647 1,0 7,0
419
Gráfico 13 - Histograma constructo OPERAT
N Desvio
Média Mediana Variância Assimetria Curtose Mínimo Máximo
Válido Ausente Padrão
GR1 455 0 4,881 5,000 1,2815 1,642 -,099 -,193 1,0 7,0
GR2 455 0 4,648 5,000 1,3713 1,880 -,202 -,438 1,0 7,0
GR3 455 0 4,695 5,000 1,2960 1,680 -,156 -,299 1,0 7,0
420
Gráfico 15 - Histograma constructo GROWTH
N
Médi Media Desvio Variânc Assimetr Curtos Mínim Máxim
Válid Ausen
a na Padrão ia ia e o o
o te
5,637 20,615
ROE_AVEOT 455 0 4,6230 424,981 -,249 4,803 -83,55 95,48
3 08
ROE_LYEAR 4,301 25,174 10,00 -
455 0 3,0400 633,731 -1,471 99,34
OT 6 02 1 143,75
2,581 7,8654
ROA_AVE 455 0 1,9740 61,865 ,539 8,489 -41,24 46,79
6 2
2,109 9,7853
ROA_LYEAR 455 0 1,4440 95,754 ,525 6,678 -37,86 57,83
1 9
421
Gráfico 17 - Histograma constructo PROFIT
422
Testes e índices de avaliação da qualidade de ajustamento
Valor
Nome Descrição Limiar de aceitação
obtido
O teste de estatística qui-quadrado serve
para avaliar o grau de discrepância do
modelo teórico em relação aos dados
• Quanto menor
obtidos. Apesar de ser o teste que é
melhor; p>
X2 (CMIN) utilizado com maior frequência para 503,688
0.05 (Marôco,
avaliar a qualidade de ajustamento do
2014, p. 55)
modelo (Marôco, 2014, p. 44) revela ter
problemas com amostras de grande
dimensão.
• <5
Ajustamento
mau
• ]2;5] –
O teste de qui-quadrado ajustado ao ajustamento
número de graus de liberdade é índice sofrível
X2/gl que visa responder de forma • ]1; 2] –
Ajustamento 1,922
(cmin/df) simplificada aos potenciais problemas
bom
que o teste de qui-quadrado poderá ter • ~1 –
com amostras de grande dimensão. Ajustamento
muito bom
(Marôco,
2014, p. 55)
423
Tabela 47 - Testes da família índices absolutos
Valor
Nome Descrição Limiar de aceitação
obtido
RMR (Standartized O índice RMR analisa a diferença das médias quadradas entre as matrizes estimadas e
Root Mean Square observadas, o que torna este índice particularmente útil para a comparação de • < 4.0 (Hair et al.,
0.656
Residual Index) ajustamento entre modelos que utilizem os mesmos dados (Schumacker & Lomax, 2010)
2010, p. 87)
424
Tabela 48 - Testes da família indices relativos
Valor
Nome Descrição Limiar de aceitação
obtido
• < 0.8 – Ajustamento
mau
• [0.8; 0,9] –
O índice Tucker Lewis (também conhecido como índice de ajustamento não
Ajustamento sofrível
Tucker–Lewis Index normalizado - NNFI) permite a comparação entre modelos alternativos, ou como neste
• [0,9;0,95] –
(TLI) caso, comparar o modelo proposto com um modelo nulo (Schumacker & Lomax, 2010, 0.968
Ajustamento bom
p. 88).
• > 0,95 –
Ajustamento muito
bom (Marôco, 2014,
p. 55)
• ]0,8;0,9] –
O índice de ajustamento normalizado compara um modelo constrangido com um ajustamento sofrível
Normed Fit Index modelo saturado, medindo o ajustamento ao longo de uma escala de 0 a 1, sendo 1 igual • >0.9 bom
0.944
(NFI) a um ajustamento perfeito (Schumacker & Lomax, 2010, pp. 88–89). ajustamento
(Marôco, 2014, p.
48)
425
Valor
Nome Descrição Limiar de aceitação
obtido
• < 0.8 – Ajustamento
mau
• [0.8; 0,9] –
Ajustamento sofrível
O índice de ajustamento comparativo (CFI), e de acordo com Schumacker e Lomax
Comparative Fit Index • [0,9;0,95] –
(2010, p. 89), mede o nível de melhoramento (distância) do índice não-centralidade ao 0.972
(CFI) Ajustamento bom
passar-se do valor registado pela matriz observada para os valores da matriz estimada.
• > 0,95 –
Ajustamento muito
bom (Marôco, 2014,
pp. 48–49, 55)
• > 0.9 – Bom
O índice AGFI serve para medir o grau de ajustamento de um modelo tendo conta o
ajustamento
AGFI número de variáveis e relações estabelecidas pelo mesmo, ajustando o seu resultado ao
(Homburg & 0.900
número de graus de liberdade. (Schumacker & Lomax, 2010, p. 87)
Baumgartner, 1996,
p. 54)
426
Tabela 49 - Testes da família indices de parcimónia
Valor
Nome Descrição Limiar de aceitação
obtido
De acordo com João Marôco (2014, pp. 49–50) os índices de parcimónia são calculados
sobre os índices gerais de ajustamento (CFI, GFI, NFI) com uma penalização associada
à complexidade do modelo teórico proposto. Através da análise de parcimónia pode-se
Parcimónia CFI • ≤ 0.6 mau 0.849
reduzir os incentivos à inclusão de mais parâmetros que acarretam a consequência
ajustamento
negativa de redução do grau de generalização a outras amostras. O índice de Parcimónia
• ]0,6; 0,8]
CFI penaliza o índice CFI pelo rácio de parcimónia (Marôco, 2014, p. 50).
ajustamento razoável
O índice de Parcimónia GFI penaliza o índice GFI pelo rácio de parcimónia (Marôco,
Parcimónia GFI • 0.8 bom ajustamento 0.873
2014, p. 50).
(Marôco, 2014, p.
O índice de Parcimónia NFI penaliza o índice NFI pelo rácio de parcimónia (Marôco,
Parcimónia NFI 50) 0.824
2014, p. 50).
427
Tabela 50 - Testes de outros indices
Valor
Nome Descrição Limiar de aceitação
obtido
• 0.10 – ajustamento
inaceitável
RMSEA (índice de O índice de discrepância populacional é útil para verificar o grau de ajustamento global • ]0.05; 0.10] –
discrepância da variância e co-variância observada ao modelo estrutural proposto. De acordo com ajustamento
0.045
populacional) Maroco (2014, p. 51) tem a vantagem de ser mais rigoroso com modelos complexos aceitável
do que a estatística F0 (valor mínimo do parâmetro de não-centralidade) • ≤ 0.05 ajustamento
muito bom (Marôco,
2014, p. 55)
De acordo com Kline (2011, p. 171) a qualidade da correlação de resíduos é medida • Um valor inferior a
pela diferenção entre os valores expectáveis para o modelo proposto e os valores 10% é considerado
Qualidade de
obtidos da análise da amostra. Caso exista um valor acima do limiar de aceitação um bom valor 4%
correlação de resíduos
proposto pode-se afirmar que o modelo teórico proposto falha em explicar a variação (Kline, 2011, p. 171)
da correlação da amostra, o que fragiliza a fiabilidade dos resultados dele obtido.
428
Análise factorial e estimação do modelo
e3 ↔ e4 37,502 ,132
e2 ↔ e3 24,225 -,108
e1 ↔ e2 128,797 ,276
429
Tabela 52 - Estimação de resultados com efeitos directos STRATA e STRATB ao constructo de
performance
PROFIT OPERAT -0,423 0,788 -0,537 0,591
GROWTH OPERAT 0,189 0,114 1,661 0,097
ABSORPT dynamic 1
ADAPT dynamic 1,011 0,082 12,403 ***
GROWTH STRATA 0,176 0,063 2,803 0,005
PROFIT STRATA 0,031 0,437 0,071 0,944
PROFIT STRATB -0,088 0,418 -0,211 0,833
GROWTH STRATB 0,151 0,06 2,53 0,011
ST4 STRATA 1
ST5 STRATA 1,012 0,029 35,062 ***
ST3 STRATA 1,284 0,041 31,228 ***
ST1 STRATA 1,175 0,045 26,129 ***
ST2 STRATB 1
ST6 STRATB 0,954 0,019 49,639 ***
ST7 STRATB 0,937 0,019 50,143 ***
AD2 ABSORPT 1
AB1 ABSORPT 1,283 0,083 15,383 ***
430
Estimate S.E. C.R. P
AD1 ABSORPT 0,977 0,066 14,868 ***
IN3 ABSORPT 0,955 0,075 12,688 ***
IN1 ABSORPT 0,848 0,079 10,709 ***
ROA_LYEAR PROFIT 1
ROE_LYEAROT PROFIT 2,958 0,18 16,387 ***
ROE_AVEOT PROFIT 1,777 0,122 14,602 ***
GR2 GROWTH 1
GR3 GROWTH 0,936 0,036 26,306 ***
GR1 GROWTH 0,914 0,035 25,799 ***
AD3 ADAPT 1
AD4 ADAPT 0,975 0,045 21,768 ***
AB4 ADAPT 0,945 0,044 21,3 ***
OP4 OPERAT 1
OP3 OPERAT 0,797 0,074 10,702 ***
OP1 OPERAT 1,178 0,105 11,199 ***
OP2 OPERAT 1,218 0,111 10,932 ***
431
Estimate S.E. C.R. P
432
Estimate S.E. C.R. P
433
Estimate S.E. C.R. P
434
Estimate S.E. C.R. P
435
dynami STRAT OPERA ADAP GROWT PROFI ABSORP
c B T T H T T
ROE_LYEARO
,832 ,600 ,831 ... ... ... ...
T
436
dynami STRAT OPERA ADAP GROWT PROFI ABSORP
c B T T H T T
MKTDYN_LOW MKTDYN_HIGH
z-score
Estimate P Estimate P
STRATB ABSORPT 0,846 0,000 0,963 0,000 0,681
STRATB ADAPT 0,171 0,024 0,280 0,000 0,971
OPERAT STRATB 0,123 0,044 0,206 0,002 0,906
STRATA ABSORPT 0,458 0,000 0,515 0,000 0,461
OPERAT ABSORPT 0,337 0,001 0,456 0,000 0,779
STRATA ADAPT 0,368 0,000 0,495 0,000 1,306
OPERAT ADAPT 0,154 0,005 0,237 0,000 0,975
PROFIT OPERAT -0,405 0,560 -1,088 0,323 -0,524
GROWTH OPERAT 0,747 0,000 0,359 0,010 -1,530
GROWTH STRATA 0,128 0,264 0,156 0,123 0,183
PROFIT STRATA 0,173 0,716 0,373 0,651 0,209
ST5 STRATA 1,047 0,000 0,979 0,000 -0,887
437
ST3 STRATA 1,358 0,000 1,212 0,000 -1,288
ST1 STRATA 1,269 0,000 1,194 0,000 -0,612
ST6 STRATB 0,926 0,000 0,917 0,000 -0,206
ST7 STRATB 0,903 0,000 0,930 0,000 0,593
AB1 ABSORPT 1,150 0,000 1,337 0,000 0,979
AD1 ABSORPT 0,979 0,000 1,002 0,000 0,156
IN3 ABSORPT 0,918 0,000 1,109 0,000 1,053
IN1 ABSORPT 0,902 0,000 0,631 0,000 -1,443
ROA_AVE PROFIT 0,751 0,000 0,681 0,000 -0,856
ROE_LYEAROT PROFIT 4,565 0,000 2,805 0,000 -2,288**
-
ROE_AVEOT PROFIT 2,772 0,000 1,430 0,000
2,913***
GR3 GROWTH 0,953 0,000 0,872 0,000 -0,959
GR1 GROWTH 0,859 0,000 0,878 0,000 0,223
AD4 ADAPT 0,918 0,000 1,058 0,000 1,186
AB4 ADAPT 0,736 0,000 1,067 0,000 2,89***
OP3 OPERAT 0,811 0,000 0,856 0,000 0,233
OP1 OPERAT 1,335 0,000 1,070 0,000 -0,874
OP2 OPERAT 1,456 0,000 1,149 0,000 -0,936
Notes: *** p-value < 0.01; ** p-value < 0.05; * p-value < 0.10
438
Tabela 57 - Efeitos de moderação da natureza dos recursos em Design e sem variáveis de controlo
DESRES_INT DESRES_OTH
STRATB ABSORPT 0,675 0,000 0,924 0,000 1,759*
STRATB ADAPT 0,291 0,000 0,122 0,050 -1,843*
OPERAT STRATB 0,210 0,004 0,214 0,000 0,051
STRATA ABSORPT 0,440 0,000 0,498 0,000 0,571
OPERAT ABSORPT 0,346 0,000 0,317 0,000 -0,233
STRATA ADAPT 0,397 0,000 0,408 0,000 0,143
OPERAT ADAPT 0,225 0,000 0,099 0,015 -1,694*
PROFIT OPERAT 0,477 0,624 -0,675 0,370 -0,936
GROWTH OPERAT 0,326 0,032 0,397 0,000 0,372
GROWTH STRATA 0,274 0,033 0,154 0,024 -0,823
PROFIT STRATA -1,675 0,053 0,697 0,149 2,39**
ST5 STRATA 1,035 0,000 0,996 0,000 -0,545
ST3 STRATA 1,338 0,000 1,245 0,000 -0,915
ST1 STRATA 1,229 0,000 1,147 0,000 -0,727
ST6 STRATB 0,992 0,000 0,931 0,000 -1,398
-
ST7 STRATB 1,003 0,000 0,898 0,000
2,786***
AB1 ABSORPT 1,244 0,000 1,285 0,000 0,231
AD1 ABSORPT 1,147 0,000 0,798 0,000 -2,459**
IN3 ABSORPT 0,860 0,000 1,027 0,000 1,106
IN1 ABSORPT 0,792 0,000 0,779 0,000 -0,082
ROA_AVE PROFIT 0,805 0,000 0,721 0,000 -1,115
439
ROE_LYEAROT PROFIT 3,118 0,000 2,838 0,000 -0,673
ROE_AVEOT PROFIT 1,670 0,000 1,841 0,000 0,645
GR3 GROWTH 0,887 0,000 0,976 0,000 1,231
GR1 GROWTH 0,834 0,000 0,969 0,000 1,863*
AD4 ADAPT 1,005 0,000 0,942 0,000 -0,685
AB4 ADAPT 1,048 0,000 0,861 0,000 -2,097**
OP3 OPERAT 0,772 0,000 0,784 0,000 0,071
OP1 OPERAT 1,059 0,000 1,283 0,000 0,943
OP2 OPERAT 1,077 0,000 1,336 0,000 1,037
Notes: *** p-value < 0.01; ** p-value < 0.05; * p-value < 0.10
440
Estimate S.E. C.R. P
GROWTH CONTROL_REPORT 0,215 0,132 1,628 0,104
GROWTH CONTROL_CEO 0,053 0,107 0,492 0,623
PROFIT CONTROL_CEO -0,666 0,781 -0,852 0,394
GROWTH CONTROL_SECTOR 0,03 0,023 1,284 0,199
PROFIT CONTROL_SECTOR 0,113 0,17 0,666 0,505
PROFIT CONTROL_DESINV 1,206 0,769 1,569 0,117
Tabela 59 - Comparação dos efeitos sobre os indicadores capacidades operacionais com efeito de
moderação contratação externa de Design
Estima Estima
S.E. C.R. P S.E. C.R. P
te te
GR OP 0,09 0,0 1,8 0,0 GR OP 0,63 0,1
3,78 ***
2 2 7 53 28 67 2 2 3 68
GR OP 0,07 0,0 1,5 0,1 GR OP 0,33 0,1 1,99 0,0
1 2 5 49 12 3 1 2 2 66 7 46
GR OP 0,0 1,4 0,1 GR OP 0,56 0,1 3,04 0,0
0,07
3 2 5 04 6 3 2 4 85 8 02
GR OP 0,10 0,0 1,8 0,0 GR OP 0,56 0,2 2,21 0,0
1 1 4 55 91 59 1 1 5 55 8 27
GR OP 0,12 0,0 2,1 0,0 GR OP 0,37 0,2 1,44 0,1
2 1 7 59 59 31 2 1 2 57 6 48
GR OP 0,12 0,0 2,2 0,0 GR OP 0,24 0,2 0,87 0,3
3 1 5 56 45 25 3 1 7 84 1 84
GR OP 0,0 0,4 0,6 GR OP - 0,1 - 0,5
0,02
1 3 44 53 51 1 3 0,087 44 0,604 46
GR OP 0,04 0,0 0,8 0,3 GR OP - 0,1 - 0,7
2 3 1 47 67 86 2 3 0,05 45 0,345 3
GR OP - 0,0 - 0,6 GR OP 0,16 0,1 1,01 0,3
3 3 0,017 45 0,387 99 3 3 3 61 4 11
GR OP 0,11 0,0 2,1 0,0 GR OP - 0,1 - 0,0
3 4 2 51 98 28 3 4 0,385 98 1,942 52
GR OP 0,10 0,0 1,9 0,0 GR OP - 0,1 - 0,8
1 4 1 5 93 46 1 4 0,039 78 0,219 26
GR OP 0,04 0,0 0,8 0,4 GR OP - 0,1 - 0,3
2 4 5 54 23 1 2 4 0,156 79 0,869 85
441
Estimação de efeitos por sectores de actividade
Nota: Não foi possível ao autor estimar os resultados para todos os diferentes sectores industrias por não haver em alguns casos número de
respostas suficientes que permitissem essa estimação. Na realidade o único sector para o qual não foi possível realizar a estimação foi o relativo a
Actividades de Design e Arquitectura por não haver número de respostas suficientes para permitir o cálculo desses dados (N=32). Adicionalmente, e
para facilitar a leitura dos resultados e maximização da análise optou-se por eliminar o construto de 2ª ordem “Capacidades Dinâmicas” deste
modelo, permitindo desta forma distinguir e comparar os efeitos de cada dimensão (Absoprt e ADAPT) nas diferentes variaveis teóricas
consideradas no modelo e para cada grupo de sectores industriais.
SERVIÇOS DE OUTROS
TEXTEIS ELECTRÓNICA CERÂMICA MOBILIÁRIO MOBILIDADE TODOS
COMPUTAÇÃO SECTORES
Esti Esti Est Estim Esti Esti Esti Esti
P P P P P P P P
mate mate imate ate mate mate mate mate
** 0,4 ** 0,0 ** ** ** **
STRATB <--- ABSORPT 1,41 0,869 *** 0,359 0,806 0,898 0,976 0,862
* 87 * 15 * * * *
- 0, 0,02 0,0 0, 0, 0, 0, **
STRATB <--- ADAPT 0,251 0,443 *** 0,035 0,254 0,359 0,178
0,125 262 4 76 498 821 02 001 *
0, 0,02 - 0, 0, 0, 0, **
OPERAT <--- STRATB 0,301 0,175 0,42 *** 0,168 0,063 0,152 0,215
018 9 0,038 483 071 47 494 *
** 0,3 ** 0,0 ** 0, 0, **
STRATA <--- ABSORPT 0,748 0,484 *** 0,292 0,668 0,264 0,976 0,481
* 06 * 22 * 005 003 *
0, 0,0 0, 0, 0, 0, **
OPERAT <--- ABSORPT 0,136 0,544 *** 0,58 *** 0,191 0,287 0,646 0,354
432 77 376 143 075 083 *
0, 0,1 0, 0, ** 0, **
STRATA <--- ADAPT 0,203 0,562 *** 0,697 *** 0,266 0,379 0,129 0,401
026 6 049 038 * 339 *
442
SERVIÇOS DE OUTROS
TEXTEIS ELECTRÓNICA CERÂMICA MOBILIÁRIO MOBILIDADE TODOS
COMPUTAÇÃO SECTORES
0, 0,00 0,1 0, - 0,5 0, 0, - 0, **
OPERAT <--- ADAPT 0,144 0,243 0,101 0,208 0,136
052 6 48 339 0,058 31 222 033 0,031 802 *
0, - 0,52 13, 0, 0,2 0, - 0, - 0, - 0,
PROFIT <--- OPERAT 0,592 1,689 0,668
638 0,766 3 147 368 48 666 0,352 722 2,628 183 0,453 441
0, 0,44 4,0 0, - 0,5 0, 0, 0, **
GROWTH <--- OPERAT 0,166 0,117 1,04 0,867 0,833 0,39
478 3 63 34 0,106 13 023 06 03 *
0, 0,07 - 0, 0,0 - 0, 0, 0, 0,
GROWTH <--- STRATA 0,503 0,221 0,253 0,21 0,154 0,182
001 4 0,695 007 48 0,067 639 375 374 003
- 0, 0,57 - 0, - 0,2 - 0, 0, 0, - 0,
PROFIT <--- STRATA 0,537 0,363 0,302
0,529 51 7 3,952 038 1,396 18 1,054 244 586 788 0,014 975
** 1,2 ** ** ** ** **
ST5 <--- STRATA 1,005 1,037 *** 0,982 *** 0,955 1,219 0,901 1,012
* 13 * * * * *
** 1,5 ** ** ** ** **
ST3 <--- STRATA 1,316 1,231 *** 1,202 *** 1,263 1,529 1,312 1,283
* 85 * * * * *
** 1,2 ** ** ** ** **
ST1 <--- STRATA 1,157 1,19 *** 0,943 *** 1,177 1,496 1,209 1,175
* 11 * * * * *
** 1,2 ** ** ** ** **
ST6 <--- STRATB 0,944 0,905 *** 0,999 *** 0,946 0,916 0,902 0,954
* 49 * * * * *
** 1,2 ** ** ** ** **
ST7 <--- STRATB 0,895 0,878 *** 0,935 *** 0,857 0,924 0,963 0,937
* 16 * * * * *
** 1,0 ** ** ** ** **
AB1 <--- ABSORPT 1,39 1,274 *** 1,684 *** 1,107 1,244 1,57 1,291
* 13 * * * * *
** 0,7 ** ** ** ** **
AD1 <--- ABSORPT 0,819 1,053 *** 0,954 *** 1,092 0,851 0,967 0,921
* 35 * * * * *
** 0,3 0, ** ** 0, **
IN3 <--- ABSORPT 1,367 1,16 *** 1,131 *** 0,996 0,652 0,991 0,979
* 96 005 * * 001 *
** 0,7 ** ** ** 0, **
IN1 <--- ABSORPT 0,782 0,535 *** 1,043 *** 1,202 0,72 0,9 0,79
* 05 * * * 015 *
ROE_LYE ** 2,2 ** 0, ** ** **
<--- PROFIT 2,589 2,538 *** 2,329 *** 1,926 9,263 2,979 2,958
AROT * 33 * 054 * * *
ROE_AVE ** 1,5 ** 0, ** 0, **
<--- PROFIT 1,82 1,41 *** 1,785 *** 0,379 4,607 1,383 1,777
OT * 73 * 345 * 004 *
** 1,0 ** ** ** ** **
GR3 <--- GROWTH 1,143 0,88 *** 0,845 *** 0,738 1,025 0,987 0,938
* 64 * * * * *
443
SERVIÇOS DE OUTROS
TEXTEIS ELECTRÓNICA CERÂMICA MOBILIÁRIO MOBILIDADE TODOS
COMPUTAÇÃO SECTORES
** 1,0 ** ** ** ** **
GR1 <--- GROWTH 1,04 0,908 *** 1,023 *** 0,846 0,793 0,947 0,914
* 4 * * * * *
** 1,0 ** ** ** ** **
AD4 <--- ADAPT 0,934 1,16 *** 1,021 *** 0,975 0,873 0,683 0,98
* 29 * * * * *
** 1,0 ** ** ** ** **
AB4 <--- ADAPT 1,031 1,135 *** 1,02 *** 0,535 0,661 0,959 0,944
* 92 * * * * *
0, 0,1 0, 0, 0, ** **
OP3 <--- OPERAT 1,115 0,774 *** 0,832 *** 0,646 0,732 1,462 0,796
002 54 892 057 002 * *
0, 1,2 0, 0, 0, 0, **
OP1 <--- OPERAT 1,458 1,13 *** 0,98 *** 2,096 1,086 1,285 1,175
002 15 383 005 016 005 *
0, 0,7 0, 0, 0, 0, **
OP2 <--- OPERAT 1,173 1,103 *** 1,297 *** 2,119 1,497 1,053 1,224
003 51 485 005 01 017 *
444
Tabela 61 - Estimação do modelo para o sector textil
445
Estimate S.E. C.R. P
446
Estimate S.E. C.R. P
447
Estimate S.E. C.R. P
448
Estimate S.E. C.R. P
449
Estimate S.E. C.R. P
450
Estimate S.E. C.R. P
451
Estimate S.E. C.R. P
452
Estimate S.E. C.R. P
453
Estimate S.E. C.R. P
454
Estimate S.E. C.R. P
455
Estimate S.E. C.R. P
Tabela 68 - Resultados da regressão multivariada das variáveis ST4 e ST5 sobre os items do constructo de
capacidades de inovação
456
ANEXOS II
457
Indice de validade de conteudo
I sincerely hope that you will consider participating in this important stage of my
PhD. research process. Thank you in advance for your time.
Sincerely,
Universidade de Lisboa
458
Segunda carta convite para o painel de especialistas
Dear Professor x,
Having reached the final revision of the proposed measurement instruments - and
following the recommendations of some scholars as Grant (1997), Polit (2006) or Hinkin
(1995) - I would like to invite you to participate as a content expert responsible for the
assessment of the content validity of the proposed instruments. Knowledgeable of your
extended research regarding design management capabilities I consider your participation
of the utmost importance at this stage of measurement instruments review.
On the attached form you are asked to judge how representative items are of the
content domain for each of the constructs. Providing revisions related to
representativeness, the dimension of each item, and clarity will be useful in refining the
instrument.
I sincerely hope that you will consider participating in this important stage of my
PhD and I wish to thank you in advance for your time and consideration regarding this
request.
Sincerely yours,
Universidade de Lisboa
459
Revisão do questionário - guia de avaliação enviado ao painel de especialistas
Definition: Innovative capability is the ability of Design to consistently develop new products and/or
1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the
markets, through aligning strategic innovative orientation with innovative behaviors and processes
construct
(Wang & Ahmed, 2004, 2007)
Dimensions:
2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be
PRODUCT INNOVATIVENESS - The novelty and meaningfulness of new products introduced to
representative of the construct
the market at a timely fashion (Wang & Ahmed, 2004, 2007)
MARKET INNOVATIVENESS - The newness of approaches that companies adopt to enter and 3 = the item needs MINOR REVISIONS to be
exploit the targeted market (Wang & Ahmed, 2004, 2007) representative of the construct
BEHAVIORAL INNOVATIVENESS - Behavioral innovativeness is demonstrated through
individuals, teams and management practices that enables the formation of an innovative culture, 4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct
also contributing to the overall internal receptivity to new ideas and innovation (Wang & Ahmed,
2004, 2007)
460
STRATEGIC INNOVATIVENESS - An organization’s ability to develop new competitive
strategies and manage ambitious organizational objectives, supporting innovative practices and
leveraging limited resources (Wang & Ahmed, 2004, 2007)
1. In new product and service introductions, our company is often first-to-market Representativeness (1 to 4):
Source (item is based on): (Wang & Ahmed, 2004, p. 13) Comments:_____________
Related research stream: (Item and measurement scale developed by the same author that defined
the construct)
Dimension overlap: PRODUCT INNOVATIVENESS
2. Our new products and services are often perceived as very novel by customers Representativeness (1 to 4):
Comments:_____________
Source (item is based on): (Wang & Ahmed, 2004, p. 13)
Related research stream: (Item and measurement scale developed by the same author that defined
the construct)
Dimension overlap: PRODUCT INNOVATIVENESS
3. In comparison with our competitors, our company has introduced more innovative products and Representativeness (1 to 4):
services during the past five years Comments:_____________
461
4. We provide designers in our company with extensive freedom and resources to explore new ideas Representativeness (1 to 4):
and concepts Comments:_____________
462
Related research stream: Design Innovation capability (Birgit H Jevnaker, 2000)
Definition of related research stream: Involves taking actions that leads to the adoption of new
knowledge and ideas, including the fostering and development of creative environments and the
nurturing of open exchange inside the organization to enable innovation.
Dimension overlap: BEHAVIORAL INNOVATIVENESS; STRATEGIC INNOVATIVENESS
7. Our organization often obtains new product ideas from customers. Representativeness (1 to 4):
Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009) Comments:_____________
Source (item is based on): (Gemser & Wijnberg, 2003; W. O. Sung et al., 2010)
Related research stream: Economic significance of Design awards (Gemser & Wijnberg, 2003; W.
O. Sung et al., 2010)
463
Definition of related research stream: Awards can give the award winner different types of benefits
namely being an innovative approach to better differentiate and exploit the market. Winning an
award may deter competitive imitation, increasing the visibility of the firm and/or its products inside
the market, and signaling quality toward the final consumers
Dimension overlap: MARKET INNOVATIVENESS; PRODUCT INNOVATIVENESS
9. In our company we consider the achievement of Design awards an important priority in order to Representativeness (1 to 4):
achieve success Comments:_____________
Source (item is based on): (Gemser & Wijnberg, 2003; W. O. Sung et al., 2010)
Related research stream: Economic significance of Design awards (Gemser & Wijnberg, 2003; W.
O. Sung et al., 2010)
Definition of related research stream: Awards can give the award winner different types of benefits
namely being an innovative approach to better differentiate and exploit the market. Winning an
award may deter competitive imitation, increasing the visibility of the firm and/or its products inside
the market, and signaling quality toward the final consumers
Dimension overlap: MARKET INNOVATIVENESS; STRATEGIC INNOVATIVENESS
Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,
production and design department?
464
CONSTRUCT DESIGN AS ABSORPTIVE CAPABILITY REPRESENTATIVENESS
Definition: The ability to recognize the value of new, external and valuable information, being also able
1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the
to assimilate it and apply it inside the organization for commercial ends (Wang & Ahmed, 2007; S. A.
construct
Zahra & George, 2002)
Dimensions:
2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be
ACQUISITION – Firm’s capability to identify and acquire externally generated knowledge that is critical
representative of the construct
to its operations (S. A. Zahra & George, 2002)
ASSIMILATION – Firm’s routines and processes that allow it to analyze, process, interpret and 3 = the item needs MINOR REVISIONS to be
understand the information obtained from external sources (S. A. Zahra & George, 2002) representative of the construct
TRANSFORMATION – Firm’s capability to develop and refine the routines that facilitate combining
existing knowledge and the newly acquired and assimilated knowledge (S. A. Zahra & George, 2002) 4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct
EXPLOITATION – Routines that allow firms to refine, extend and leverage existing competencies or to
create new ones by incorporating acquired and transformed knowledge into its operations (S. A. Zahra &
George, 2002)
1. We encourage and promote the dissemination of new design knowledge throughout our company Representativeness (1 to 4):
465
Definition of related research stream: Assimilation entails a deeper commitment to the new design
knowledge by combining it to engineering or marketing processes and projects and by establishing it to
work with complementary sources of design knowledge. This includes sourcing design expertise and
combining it with in-house team expertise, briefing of external partner, and contracting and allocating
resources to fulfill strategic requirements/goals. The existence of a design strategy or hypothesis of where
a process and the absorption of design knowledge connected to where it should take the enterprise.
Dimension overlap:: ACQUISITION; ASSIMILATION
2. We encourage and promote the combination of in-house knowledge with new knowledge developed by Representativeness (1 to 4):
external designers Comments:_____________
Source (item is based on): (Abecassis-Moedas & Mahmoud-Jouini, 2008; Acklin, 2013b)
Related research stream: Strategic / leadership design capabilities (Acklin, 2013b)
Definition of related research stream: Assimilation entails a deeper commitment to the new design
knowledge by combining it to engineering or marketing processes and projects and by establishing it to
work with complementary sources of design knowledge. This includes sourcing design expertise and
combining it with in-house team expertise, briefing of external partner, and contracting and allocating
resources to fulfill strategic requirements/goals. The existence of a briefing constituted by the assembled
knowledge at this point in time, the direction and the scope of the design work
Dimension overlap:: ACQUISITION; ASSIMILATION
466
3. Our organization usually involves customers and/or suppliers in the design process and in the co- Representativeness (1 to 4):
creation of new products. Comments:_____________
Related research stream: Measure for absorptive capacity (Flatten et al., 2011)
Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George,
2002)
Dimension overlap: TRANSFORMATION
5. Our employees are able to apply new knowledge in their practical work Representativeness (1 to 4):
467
Related research stream: Measure for absorptive capacity (Flatten et al., 2011)
Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George,
2002)
Dimension overlap: TRANSFORMATION
6. Our management supports the development of prototypes Representativeness (1 to 4):
Source (item is based on): (Flatten et al., 2011, p. 110) Comments:_____________
Related research stream: Measure for absorptive capacity (Flatten et al., 2011)
Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George,
2002)
Dimension overlap: EXPLOITATION
7. Our company regularly reconsiders technologies and adapts them accordant to new knowledge Representativeness (1 to 4):
Source (item is based on): (Flatten et al., 2011, p. 110) Comments:_____________
Related research stream: Measure for absorptive capacity (Flatten et al., 2011)
Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George,
2002)
Dimension overlap: EXPLOITATION
8. Our management demands periodical cross-departmental meetings to interchange new developments, Representativeness (1 to 4):
problems, and achievements Comments:_____________
468
Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George,
2002)
Dimension overlap:: ASSIMILATION
9. The search for relevant information concerning our industry is every-day business in our company Representativeness (1 to 4):
Source (item is based on): (Flatten et al., 2011, p. 110) Comments:_____________
Related research stream: Measure for absorptive capacity (Flatten et al., 2011)
Definition of related research stream: Based on the same construct definitions as (S. A. Zahra & George, 2002)
Dimension overlap: ACQUISITION
Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,
production and design department?
469
CONSTRUCT DESIGN AS ADAPTIVE CAPABILITY REPRESENTATIVENESS
Definition: The ability of the organization to identify, adapt and capitalize on emerging market
1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the
opportunities. Adaptive capability is manifested through strategic flexibility – the inherent flexibility of
construct
the resources available to the firm and the flexibility in applying these resources (Wang & Ahmed, 2007)
Dimensions:
2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be
ADAPTATION - A firm’s ability to adapt their product–market scope to respond to external opportunities
representative of the construct
MONITORING - Being able to scan and monitor the market (customers, competitors, processes, etc.) in
order to rapidly identify and react to changing conditions of the external environment 3 = the item needs MINOR REVISIONS to be
RESPONSIVENESS - Respond to changing market conditions in a speedy manner representative of the construct
PROMOTION OF INTERNAL CHANGE – The firm’s management systems encourage people to
challenge outmoded traditions and practices. 4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct
1. We use design to quickly becoming aware of competitors’ innovations and imitations Representativeness (1 to 4):
Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440) Comments:_____________
470
2. We constantly seek to question and challenge the traditional ways of doing things Representativeness (1 to 4):
Comments:_____________
Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440)
471
Definition of related research stream: Contextual ambidexterity is the behavioral capacity to
simultaneously demonstrate alignment and adaptability across an entire business unit. Adaptability refers
to the capacity to reconfigure activities in the business unit quickly to meet changing demands in the task
environment, including challenging traditional ways of doing.
Dimension overlap: PROMOTION OF INTERNAL CHANGE; RESPONSIVENESS
5. Our management system is flexible enough to allow us to respond quickly to changes in the market Representativeness (1 to 4):
Source (item is based on): (Gibson & Birkinshaw, 2004, p. 217) Comments:_____________
472
CONSTRUCT DESIGN AS OPERATIONAL CAPABILITY REPRESENTATIVENESS
Definition: Operational capabilities are the ones that enable an organization to earn a living in the Present.
1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the
As for Design these includes the basic activities and routines required to design high quality products,
construct
improve manufacturability standards, or reduce the production costs and time to market of products
(Gemser et al., 2011; Trueman & Jobber, 1998; Winter, 2003)
2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be
representative of the construct
Dimensions:
FUNCTIONAL QUALITY – Includes the contributions of Design for the improvement of product 3 = the item needs MINOR REVISIONS to be
functionality and ease of use (Gemser et al., 2011) representative of the construct
EXPERIENCE QUALITY – Includes the contributions of Design for the appeal of the products and image
to the human senses (sensorial design) and symbolic design, which evokes emotions and supports self- 4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct
expression (Gemser et al., 2011)
PRODUCTION QUALITY – The capability of design in contributing to the efficient fulfilling of
production and manufacturing requirements, including simplification of processes and reduction of
overall production costs (Trueman & Jobber, 1998)
1. In our organization Design is important for the overall quality of the product, namely its technical Representativeness (1 to 4):
quality, the quality of the functionality the product provides, and its ease of use Comments:_____________
473
Related research stream: design effectiveness (Gemser et al., 2011)
Definition of related research stream: A set of design aspects that fall under the scope of work that may
be conducted by designers. Divided into two categories of design, the first being functional design, which
includes design for technology, functionality, and ease of use. And the second being experiential design,
which includes design to appeal to the human senses (sensorial design) and symbolic design, which evokes
emotions and supports self-expression
Definition of related research stream: A set of design aspects that fall under the scope of work that may
be conducted by designers. Divided into two categories of design, the first being functional design, which
includes design for technology, functionality, and ease of use. And the second being experiential design,
which includes design to appeal to the human senses (sensorial design) and symbolic design, which evokes
emotions and supports self-expression
474
Representativeness (1 to 4):
3. In our organization Design contributes to the reduction of production costs
Comments:_____________
Source (item is based on): (Trueman & Jobber, 1998, p. 603)
Related research stream: Design dimensions in NPD (Trueman & Jobber, 1998)
Definition of related research stream: Design contributions to the clarity of the projects, providing detailed
specifications and requirements. Also the contribution of Design in the identification and elimination of
unnecessary features. And finally helping to understand on how the products can better relate to what the
customer really wants, and how they differentiate (or not) from the competition.
Dimension overlap : PRODUCTION QUALITY
Representativeness (1 to 4):
4. In our organization Design contributes to overcoming problems in production efficiency
Comments:_____________
Source (item is based on): (Trueman & Jobber, 1998, p. 602)
Related research stream: Design dimensions in NPD (Trueman & Jobber, 1998)
Definition of related research stream: Design contributions to the clarity of the projects, providing detailed
specifications and requirements. Also the contribution of Design in the identification and elimination of
unnecessary features. And finally helping to understand on how the products can better relate to what the
customer really wants, and how they differentiate (or not) from the competition.
Dimension overlap : PRODUCTION QUALITY
Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,
production and design department?
475
__ Yes, the following items are clear
Definition: Strategic alignment refers to the achievement of coherence among the design department and 1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the
construct
design activities with top management decisions, thus being capable of working together towards the
2 = the item NEEDS MAJOR REVISIONS to be
accomplishment of common strategic goals (Gibson & Birkinshaw, 2004)
representative of the construct
3 = the item needs MINOR REVISIONS to be
Dimensions:
representative of the construct
MANAGEMENT PRACTICES – Development of managerial practices that enable different and 4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct
departments and business units to work together toward the same strategic goals (Gibson & Birkinshaw,
2004)
INCORPORATION OF BUSINESS METRICS - The comprehension and integration of business metrics
and constraints within the design practice in order to allow the participation of the designers in the
476
organization’s strategic planning process and strategy formation. Such connections allow for the
maintenance of a consistent strategic direction throughout the firm (Hertenstein & Platt, 1997)
TOP MANAGEMENT SUPPORT - In order to anchor design developments in business strategy and
strategists, middle and top management support is key to provide the integration of such contributes
(Birgit Helene Jevnaker, 2000)
DOCUMENTATION - Documenting the new product development process clarifies industrial design’s
role within the process, thus enabling the top management to promote the contributions and value of
design to senior management. Formally documenting and publishing the product design process also
facilitates communication about and coordination of the process. (Hertenstein & Platt, 1997; Mrazek et
al., 2011)
1. The management systems in this organization cause us to waste resources on unproductive activities Representativeness (1 to 4):
(reversed) Comments:_____________
477
Related research stream: Contextual ambidexterity (Gibson & Birkinshaw, 2004)
Definition of related research stream: (Item and measurement scale developed by the same author that
defined the construct)
Dimension overlap: MANAGEMENT PRACTICES
3. People in this organization often end up working at cross-purposes because our management systems Representativeness (1 to 4):
give them conflicting objectives (reversed) Comments:_____________
478
the side of designers. Such connections allow for the maintenance of a consistent strategic direction
throughout the firm
Dimension overlap: INCORPORATION OF BUSINESS METRICS
5. Top and middle Management are enthusiastic supporters inside the organization of a Design approach Representativeness (1 to 4):
for the business strategy development. Comments:_____________
Related research stream: Development of Strategic Design Culture (Hertenstein & Platt, 1997)
Definition of related research stream: The importance of NPD documentation. Documenting the new
product development process clarifies industrial design’s role within the process, thus enabling the top
management to promote the contributions and value of design to senior management. Formally
documenting and publishing the product design process also facilitates communication about and
479
coordination of the process. It reveals the importance of information flow to the product design process
and clarifies what information is required and when and where it is required. This is also reported to result
in greater commitment to the process. Finally, publishing the product design process enabled the industrial
design group to better control the process, thus providing greater control in negotiating adjustments to the
process in time and resources pressures situations.
Dimension overlap: DOCUMENTATION
7. In our organization encourage the designers to work together with other departments and toward the Representativeness (1 to 4):
achievement of common business goals. Comments:_____________
480
Related research stream: Design measurement (Mrazek et al., 2011)
Definition of related research stream: The development of design metrics that aligns design contribution
with key business outcomes - design metrics system enables teams to make better-informed and timelier
decisions throughout the project. A metrics system should reassure its stakeholders by providing structure
for an otherwise nebulous process, opening the doors to more-strategic conversations within the
organization. For designers and innovators, metrics can provide a shared vocabulary for team members
and project stakeholders, as many stakeholders use metrics and data analysis as fundamental elements of
any business decision
481
10. Our organization promotes the presence of designers in top management (i.e. Chief designer as Vice- Representativeness (1 to 4):
president) Comments:_____________
482
Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,
production and design department?
Definition: A firms’ ability to attain and sustain competitive advantage, enabling its long-term survival
1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the
and success, namely through market performance and profitability.
construct
Source (item is based on): (Venkatraman & Ramanujam, 1986)
483
4 = the item IS REPRESENTATIVE of the construct
Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440) Comments:_____________
Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)
Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)
Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)
484
Definition of related research stream: (the same as Venkatraman (1986))
Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)
Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440) Comments:_____________
Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)
Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)
485
Definition of related research stream: (the same as Venkatraman (1986))
Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)
Source (item is based on): (Chiva & Alegre, 2009, p. 440) Comments:_____________
Related research stream: Investment in Design and Firm Performance (Chiva & Alegre, 2009)
486
CONSTRUCT MARKET DYNAMISM REPRESENTATIVENESS
Definition: A dynamic market environment can be caused by a leading factor or a combination of several
1 = the item is NOT REPRESENTATIVE of the
factors, including industry technological innovation, regulatory change, economic cycle and the changing
construct
competitive nature of the industry. (Miller & Friesen, 1983; Wang & Ahmed, 2007)
Source (item is based on): (Miller & Friesen, 1983, p. 231) Comments:_____________
Definition of related research stream: Dynamism in the environment is manifested by the amount and
unpredictability of change in customer tastes, production or service technologies, and the modes of
competition in the firm’s principal industries
487
Dimension overlap UNCERTAINTY IN COMPETITOR ACTIONS ;
2. The tastes and preferences of your customers in your principal industry have become more/less stable Representativeness (1 to 4):
and predictable Comments:_____________
Definition of related research stream: Dynamism in the environment is manifested by the amount and
unpredictability of change in customer tastes, production or service technologies, and the modes of
competition in the firm’s principal industries
Definition of related research stream: Dynamism in the environment is manifested by the amount and
unpredictability of change in customer tastes, production or service technologies, and the modes of
competition in the firm’s principal industries
488
Clarity: Are the proposed items well written, distinct, and at an appropriate reading level for individuals with the responsibilities of organization’s management,
production and design department?
489
Questionários
________________________________________
Caracterização geral
_________________________________________________
( ) Sim
( ) Não
_________________________________________________
4) Qual a natureza dos recursos de design que a sua empresa tem ao seu dispor?*
490
________________________________________
8) Na nossa empresa encaramos o design como algo muito importante para a qualidade
global do produto, nomeadamente a sua qualidade técnica, a funcionalidade que oferece
e a sua facilidade de uso *
491
10) A administração e as restantes coordenações desta empresa apoiam de forma
entusiasta o desenvolvimento estratégico da organização através de uma abordagem pelo
design, desenvolvendo também acções concretas nesse sentido*
11) A administração desta empresa promove a presença de designers nos seus processos
de tomada de decisão*
( ) Sim
( ) Não
________________________________________
492
( ) discordo em absoluto ()2 ()3 ()4 ()5 ()6 ( ) concordo em
absoluto
15) A nossa organização recorre frequentemente aos designers para promover uma
participação activa de clientes e/ou fornecedores no processo de desenvolvimento de
novos produtos *
17) A nossa empresa incentiva e promove a disseminação das tendências mais actuais e
novas práticas em design pelos seus diferentes departamentos*
________________________________________
493
19) Na nossa indústria a tecnologia está a mudar rapidamente *
21) Na nossa industria um grande número de ideias e novos produtos só surgiram devido
a avanços tecnológicos *
22) A nossa empresa é uma referência no seu sector no que diz respeito à introdução de
novos produtos e serviços *
23) Nos últimos anos a nossa empresa introduziu um maior número de produtos e serviços
inovadores do que a sua concorrência directa*
24) Os designers que trabalham para esta empresa evoluem e adaptam-se rapidamente em
resposta a mudanças nas nossas prioridades de negócios *
494
( ) discordo em absoluto ()2 ()3 ()4 ()5 ()6 ( ) concordo em
absoluto
25) As contribuições dos designers revelam ser suficientemente flexiveis para nos
permitir responder rapidamente a alterações no mercado *
________________________________________
27) Os designers que colaboram connosco são capazes de compreender a estratégia desta
empresa e dos seus objetivos de negócio, estando por isso aptos a participar no
planeamento estratégico corporativo*
495
29) Nós procuramos desenvolver indicadores intermédios de design que monitorizem o
seu progresso face a objetivos empresariais, recorrendo a acções correctivas caso se revele
necessário*
31) Nos últimos anos de que forma variou o investimento em design por parte da sua
empresa?*
( ) A sua empresa é pouco competitiva no sector ()2 ()3 ()4 ()5 ()6
( ) A sua empresa está entre as mais competitivas no sector
( ) A sua empresa é pouco competitiva no sector ()2 ()3 ()4 ()5 ()6
( ) A sua empresa está entre as mais competitivas no sector
496
( ) A sua empresa é pouco competitiva no sector ()2 ()3 ()4 ()5 ()6
( ) A sua empresa está entre as mais competitivas no sector
________________________________________
497
Questionário versão em Italiano
________________________________________
_________________________________________________
( ) Sì
( ) No
Ad esempio, CEO, alti dirigenti, product manager, direttore del design, ecc
_________________________________________________
( ) Usiamo entrambe
498
________________________________________
8) Nella nostra organizzazione, il design è importante per la qualità globale del prodotto,
cioè la sua qualità tecnica, la sua funzionalità e la sua facilità di utilizzo*
499
( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ()3 ()4 ()5 ()6 ( ) Sono
assolutamente d'accordo
11) La nostra organizzazione promuove la presenza di designer nel top management del
processo decisionale*
( ) Sì
( ) No
( ) Non sa la risposta
________________________________________
500
( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ()3 ()4 ()5 ()6 ( ) Sono
assolutamente d'accordo
Se la vostra organizzazione non assume alcun servizio di design esterno scelga l'opzione
"Sono completamente d'accordo"
501
18) I designers che lavorano per l’organizzazione cercano costantemente di mettere in
discussione e di sfidare i modi tradizionali di fare le cose*
________________________________________
20) Nel nostro settore, i cambiamenti tecnologici offrono grandi opportunità di crescita
e di miglioramento dei risultati finanziari*
21) Nel nostro settore, un gran numero di idee e nuovi prodotti sono diventate possibili
grazie alle innovazioni tecnologiche*
502
23) Rispetto ai nostri concorrenti, la nostra organizzazione ha introdotto prodotti e servizi
più innovativi nel corso degli ultimi anni*
26) I designers che lavorano con noi cercano di essere aggiornati e sono in grado di
applicare le nuove conoscenze nel loro lavoro quotidiano*
________________________________________
27) I designers che lavorano con noi sono in grado di capire e di condividere gli obiettivi
di negozio e la strategia aziendale, essendo così in grado di partecipare nella
pianificazione strategica aziendale*
503
( ) Sono assolutamente in disaccordo ( ) 2 ()3 ()4 ()5 ()6 ( ) Sono
assolutamente d'accordo
28) Nella nostra organizzazione, incoraggiamo i designers a lavorare insieme con gli altri
dipartimenti e a raggiungere obiettivi di business comuni*
Si prega di valutare le prestazioni nel corso degli ultimi anni della vostra azienda nei
confronti delle imprese concorrenti
504
( ) La vostra azienda appartiene alla ditte con il più basso punteggio ()2 ()3
()4 ()5 ()6 ( ) La vostra azienda appartiene alle ditte con il più alto punteggio
( ) La vostra azienda appartiene alla ditte con il più basso punteggio ()2 ()3
()4 ()5 ()6 ( ) La vostra azienda appartiene alle ditte con il più alto punteggio
( ) La vostra azienda appartiene alla ditte con il più basso punteggio ()2 ()3
()4 ()5 ()6 ( ) La vostra azienda appartiene alle ditte con il più alto punteggio
________________________________________
505
Questionário versão em Inglês
________________________________________
_________________________________________________
( ) Yes
( ) No
_________________________________________________
4) What is the nature of the design resources that your company has at its disposal?*
We want to know if your company has in house designers, hires external design services,
or both
( ) We exclusively use the internal resources design that exist within the company
506
________________________________________
8) In our organization design is important for the overall quality of the product, namely
its technical quality, the functionality that the product provides and its ease of use *
9) Top management of this company seeks to incorporate a design approach since the
very start and throughout the innovation and product development processes *
10) Top and middle management are enthusiastic supporters of a design approach for
business strategy development, developing concrete actions in this regard *
Here we refer to design approach as the use of design methods and processes (e.g. design
thinking) within the context of the company’s strategic management
507
( ) I totally disagree ()2 ()3 ()4 ()5 ()6 ( ) I totally agree
11) Our organization promotes the presence of designers in top management decision
making *
12) Does the designers report directly to the top management of this company?*
( ) Yes
( ) No
________________________________________
14) We encourage and promote the combination of in-house knowledge with new
knowledge developed by external designers *
If your company does not hire any external design services please choose the option "I
totally disagree"
508
15) Our organization frequently relies on designers to promote the active participation of
customers and / or suppliers in new product development *
17) Our company encourages and promotes the dissemination of new design knowledge
and practices throughout its different departments *
18) The designers working with this company constantly seek to question and challenge
the traditional ways of doing things *
________________________________________
20) In our industry technological changes offer big opportunities for growth and improved
financial results *
509
21) In our industry a large number of ideas and new products were only made possible
due to technological breakthroughs *
22) In new product and service introductions, our company is often first-to-market *
23) In comparison with our competitors, this company has introduced more innovative
products and services during the last years *
24) The designers working with this company evolve and adapt rapidly in response to
shifts in our business priorities *
25) The designer’s contributions are flexible enough to allow us to respond quickly to
changes in the market *
26) The designers working with us seek to be updated and are able to apply new
knowledge into their daily work *
510
________________________________________
27) The designers working with us are able to understand and share the business goals
and the corporate strategy, thus being able to participate into the corporate strategic
planning *
28) In our organization we encourage the designers to work together with other
departments and toward the achievement of common business goals *
29) We develop in-process design indicators in order to monitor its progress according to
business goals and take course-correction measures if necessary *
30) We promote the use of productivity indicators and other design metrics aligned with
key business goals*
31) How much has your company increased or decreased its investment in design over
the last years? *
Please rate your firm’s performance over the last years against competing firms
511
( ) Your firm belongs to the lowest scoring firm ()2 ()3 ()4 ()5 ()6
( ) Your firm belongs to the highest scoring firm
Please rate your firm’s performance over the last years against competing firms
( ) Your firm belongs to the lowest scoring firm ()2 ()3 ()4 ()5 ()6
( ) Your firm belongs to the highest scoring firm
Please rate your firm’s performance over the last years against competing firms
( ) Your firm belongs to the lowest scoring firm ()2 ()3 ()4 ()5 ()6
( ) Your firm belongs to the highest scoring firm
________________________________________
512
Questionário versão em Espanhol
________________________________________
Caracterización general
_________________________________________________
( ) Sí
( ) No
_________________________________________________
( ) Utilizamos ambos
513
________________________________________
8) En nuestra empresa encaramos el diseño como algo muy importante para la calidad
global del producto, es decir, su calidad técnica, la funcionalidad que el producto ofrece
y su facilidad de uso *
9) La administración de esta empresa intenta incorporar los aportes del diseño desde el
inicio y a lo largo de los procesos de innovación y desarrollo del producto*
514
10) La administración y las otras cordinaciones de esta empresa apoyan de forma
entusiasta el desarrollo estratégico de la organización mediante un abordaje a partir del
diseño, desarrollando acciones concretas en este sentido*
( ) Sí
( ) No
( ) No sé la respuesta
________________________________________
515
14) Alentamos y promovemos la combinación de los conocimientos internos con los
nuevos conocimientos desarrollados por diseñadores externos*
Si su empresa no contrata a ningún servicio de diseño externo, por favor elija la opción
"Estoy totalmente en desacuerdo"
15) Nuestra organización recorre frecuentemente a los diseñadores para promover una
participación activa de los clientes y/o proveedores en el desarrollo de nuevos productos*
18) Los diseñadores que trabajan con esta empresa nos ayudan constantemente a
cuestionar y desafiar las formas tradicionales de hacer las cosas*
516
( ) estoy totalmente en desacuerdo ()2 ()3 ()4 ()5 ()6 ( ) estoy
totalmente de acuerdo
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21) En nuestra industria sólo se hizo posible un gran número de ideas y nuevos productos
debido a los avances tecnológicos*
517
( ) estoy totalmente en desacuerdo ()2 ()3 ()4 ()5 ()6 ( ) estoy
totalmente de acuerdo
24) Los diseñadores que trabajan con esta empresa evolucionan y se adaptan rápidamente
en respuesta a los cambios en nuestras prioridades de negocio*
25) Las contribuciones de los diseñadores son lo suficientemente flexibles como para que
podamos responder rápidamente a los cambios en el mercado*
26) Los diseñadores que trabajan con nosotros buscan actualizarse y son capaces de
aplicar nuevos conocimientos en su trabajo diario*
________________________________________
27) Los diseñadores que trabajan con nosotros son capaces de entender la estrategia
empresarial y compartir los objetivos de negocio, pudiendo así participar en la
planificación estratégica corporativa*
518
28) En nuestra organización animamos a los diseñadores a trabajar en conjunto con otros
departamentos y así alcanzar objetivos empresariales comunes*
31) ¿De qué forma varió la inversión en diseño por parte de su empresa en los últimos
años?*
519
33) Satisfacción con la tasa de crecimiento de las ventas*
________________________________________
520