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SENAC

Especialização em Sistemas de Gestão Integrados da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança


e Saúde no Trabalho e Responsabilidade Social
Disciplina: Sustentabilidade Organizacional

ESIGICASDB-1802-669425 (1802-GESTÃO ORGANIZACIONAL)

Produção Individual

Juliana Pivotto Nicodemo de Oliveira

Brasil - 2018
Introdução

Dentro da proposta básica do desenvolvimento sustentável, onde cada um deve oferecer


sua contribuição, as empresas ficaram com três dimensões – ambiental, econômica e social. Esse
foco não significa negligência em relação às outras dimensões, mas uma concentração naquilo
que é específico da atuação das organizações (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009 apud PARENTE,
2017). Por isso, uma empresa com postura sustentável é aquela que incorpora em seu modelo de
negócio ações e políticas que visem equilibrar essas três dimensões, atendendo às necessidades
de seus stakeholders. Nesse sentido, há uma união entre os conceitos de responsabilidade e de
sustentabilidade organizacional. (PARENTE, 2017)

O conceito de capital econômico é o valor dos ativos menos as obrigações da empresa. Na


teoria econômica, o capital pode ser físico (máquinas, equipamentos, entre outros) ou financeiro.
Porém, com o passar do tempo, percebeu-se que esses dois capitais não são suficientes para
sustentar uma empresa, pois muitas dependem de seu capital humano, ou ainda o intelectual
(ELKINGTON, 2012 apud PARENTE, 2017). Ao longo do tempo, o conceito de capital
econômico não será suficiente para sustentar uma empresa; daí a necessidade da incorporação dos
capitais natural e social, considera Tobias Coutinho Parente.

Quanto ao capital social, Elkington (2012) argumenta que ele é baseado na confiança,
sendo a capacidade da prevalência da confiança em uma sociedade ou em parte dela, formando a
capacidade de as pessoas trabalharem juntas, em grupo ou em organizações, para um objetivo
comum. Acima de tudo, sustentabilidade não é um estado, mas sim um valor. A busca da
sustentabilidade deve ser constante, pois as transformações que provocamos na natureza são
perenes. (PARENTE, 2017)

Mediante o conceito de sustentabilidade podemos perceber empresas que tem pautado sua
visão e ações para introduzirem novos produtos e serviços dentre setores já consagrados, como é
o caso da cafeteria Coffee Lab, de Isabela Raposeiras, que será alvo desta produção. O objetivo
deste relatório é apresentar a iniciativa de sustentabilidade desenvolvida no Coffee Lab, baseado
em relatos da proprietária, obtidos pelo site da empresa, e minha breve vivência na cafeteria
durante treinamentos e cursos realizados em 2015.
Apresentação do caso e análise crítica

O Coffee Lab é um laboratório de torra, degustação e preparo de cafés de alta qualidade,


focado em micro lotes com características singulares, responsabilidade eco-social e
rastreabilidade do pé ao pacote. (RAPOSEIRAS)

Segundo raposeiras, a cafeteria é considerada uma das melhores do mundo e já recebeu


diversos prêmios. Formam seus profissionais, segundo as mais modernas teorias e técnicas em
vigor internacionalmente, em que seus cafés são selecionados e torrados em seu próprio processo
produtivo. Dentre eles estão baristas, mestres de torra e degustadores profissionais. Também
oferecem cursos para quem não trabalha com café.

“Aqui no Coffee Lab, nós selecionamos os melhores cafés brasileiros que


encontramos em cada safra. Mantemos relações próximas com os melhores
produtores, e nos certificamos de que nossos cafés foram cultivados de acordo com
nossos altos padrões de exigência, tanto em termos de qualidade e atenção no
processamento do produto quanto da responsabilidade social e ecológica que foi
empregada durante o processo produtivo na lavoura.” (RAPOSEIRAS)

De acordo com Raposeiras, relacionamento direto e frequente com os produtores de quem


compram é uma das premissas importantes de seu trabalho. Por isso, foi conhecer seus dois
primeiros produtores, Genildo Benincá e Joselino Meneguete, em 2003.

Ajudou a desenvolverem suas produções nas montanhas do ES, das quais costumavam
vender, antes de sua consultoria voluntária, seus melhores cafés por R$ 350,00 a saca de 60kg de
grãos crus.

“Senti uma profunda inconformidade quando soube dos valores praticados na região
por se tratar de cafés de qualidade rara e saber que seriam revendidos com ágio
enorme pelos corretores e exportadores. Resolvi desenvolver uma tabela de
remuneração por qualidade de bebida”, expos Isabela.

Genildo (…) disse, em 2003, que cortaria o café e plantaria eucalipto em toda a terra
porque não conseguia mais manter a família.
Tendo em vista a possibilidade de perder um fornecedor excepcional como Genildo,
Raposeiras resolveu que pagaria pelo menos 3 vezes mais por saca, independente da qualidade da
bebida, fechando um contrato para o primeiro ano. Explicou para eles sobre o mercado de cafés
de qualidade, o trabalho no Coffee Lab e outras torrefações do mundo, que mantém relações
realmente justas com seus fornecedores. Criou um vínculo e uma relação de confiança fazendo
visitas frequentes.

“A cada viagem, levava comigo um especialista ou produtor com quem Genildo


pudesse conversar mais tecnicamente e se identificar. Cada sugestão dada era acatada
pela família e os resultados e melhorias no processo eram relatados por Genildo.
Durante todas as visitas, pedi que separasse os lotes e talhões o máximo que pudesse
para conseguirmos mapear os sabores e variedades de sua fazenda; para sabermos que
pedaço da terra e/ou variedade tinham mais potencial para qualidade. Em janeiro de
2014, encontrei vários lotes separados e organizados por letras e números. (…) Saí da
fazenda com 16 amostras e uma mala gigante extra.” (RAPOSEIRAS)

Foi explicado para Genildo, durante uma das visitas, que o Coffee Lab usava uma tabela
de remuneração por qualidade e que seus cafés seriam também avaliados e precificados segundo
a mesma, que utiliza os rígidos padrões desenvolvidos pela SCAA – Specialty Coffee
Association of America. Os cafés com nota igual e superior a 84 são negociados com o produtor
e seus preços variam conforme quantidade do lote. (RAPOSEIRAS)

“Que emoção enorme poder ligar para o Genildo e dizer que, por um dos lotes ele
receberia R$ 950,00 por saca e pelo segundo lote, R$ 1200,00. Ele quase desmaiou de felicidade
do outro lado da linha e nós… fomos ao chão, relata Raposeiras”

A partir de então desistiram de trocar a produção por eucaliptos e sentiam profundo


orgulho de seu produto. O café havia sido selecionado, às cegas, para ser servido em um dos mais
importantes simpósios cafeeiros do mundo e confundido com café do Quênia pelos jurados
estupefatos quando a amostra se revelou de origem brasileira. Após a primeira colheita foi
combinado um adiantamento do valor mínimo de 85 pontos por 60% de sua produção para que
conseguisse colher com mais conforto e perspectiva. Os prêmios por pontuação acima do mínimo
seriam acertados após a avaliação de cada amostra. (RAPOSEIRAS)
“Com toda a família à mesa senti aquela sensação boa de confiança mútua e
perenidade que trazem alegria e conforto ao coração. Já não via mais desconfiança ou
dúvida em seus olhares. E assim falamos dos planos para os lotes e variedades, agora,
de um nível muito mais desenvolvido e consciente.” (RAPOSEIRAS)

Além da iniciativa de sustentabilidade social e econômica demonstrada por ela nos relatos
e conhecidas por todos no ambiente organizacional, outra iniciativa é relatada por ela e pude
perceber durante minha experência com o Coffee Lab, em que se apresentou a sustentabilidade
com enfoque ambiental. Neste caso, trato ambiental tanto no aspecto meio ambiente, ao ter
visualisado a preocupação organizacional com relação aos cuidados que vão desde a produção
dos cafés, aos cuidados com os produtores e redistribuição de renda, ao haver um pagamento
justo pelo produto produzido, permitindo que estes possam permanecer com os cuidados com a
terra. E, ainda, com relação ao olhar cuidadoso para o ambiente de trabalho, em que o foco está
além do exigido por leis ou não, como o cuidado com a reciclagem e a não utilização de métodos
que agridem de alguma forma a natureza, mas também o olhar com relação aos seus
colaboradores, onde Raposeiras diz:

“Em meio a todas as tarefas técnico-empresariais que tinha, jamais perdi de vista que
o mais importante era o investimento na minha galera, ficasse quem ficasse, viesse
quem viesse. Conseguimos chegar num lugar mais gentil e respeitoso, em que
podemos nos olhar por mais de cinco segundos. Nem preciso dizer que a rotatividade
é minúscula agora. Hoje tenho orgulho do que construímos, não só pelo trabalho com
café especial, mas de como hoje olhamos e acolhemos o material humano com todos
os erros e acertos dessa loucura que é conviver.” (RAPOSEIRAS)

Considerações finais

Em virtude dos fatos mencionados podemos perceber que a sustentabilidade é um valor


em que a organização pode torná-la possível por meio de pequenas modificações nos padrões
geralmente adotados pelo seguimento. Assim, se beneficiam de tais atitudes não somente a
empresa, mas também fornecedores, colaboradores, a sociedade e o meio ambiente.
Referências

1. PARENTE, Tobias Coutinho. Sustentabilidade Organizacional. São Paulo: Senac São


Paulo, 2017.
2. RAPOSEIRAS, Isabela. O Coffee Lab/ Quem somos. Disponível em:
<http://coffeelab.com.br/o-coffee-lab/>. Acesso em: 18 de Outubro de 2018.
3. RAPOSEIRAS, Isabela. O Coffee Lab/ Nossos Grãos. Disponível em:
<http://coffeelab.com.br/nossos-graos/>. Acessado em 18 de Outubro de 2018.
4. RAPOSEIRAS, Isabela. O Coffee Lab/ Blog/ Quando a barista chorou. Disponível em:
< http://coffeelab.com.br/quando-a-barista-chorou/>. Acessado em 18 de Outubro de
2018.

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