Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 03
Olá pessoal!
SUMÁRIO
ATOS ADMINISTRATIVOS
2. (Cespe – MIN 2013) Quando o juiz de direito prolata uma sentença, nada mais
faz do que praticar um ato administrativo.
CONCEITO
2 Lucas Furtado ensina que, no Direito Privado, o conceito de ato jurídico compreende tanto as
6 Sobre o tema, Maria Sylvia Di Pietro assinala que até mesmo o silêncio pode significar forma de
manifestação de vontade, quando a lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei fixa um prazo,
findo o qual o silêncio da Administração significa concordância ou discordância. Entretanto, mesmo nesses
casos, o silêncio não é considerado um ato administrativo, pois, embora haja manifestação de vontade,
não há declaração de vontade ou seja não há exteriorização do pensamento elemento essencial do ato
administrativo corresponde ao elemento forma
****
Delimitada a abrangência do conceito de ato administrativo,
passemos a abordar os elementos e atributos que o distingue dos
demais atos da Administração.
ATRIBUTOS
11. (Cespe – MIN 2013) Suponha que determinada secretaria de Estado edite ato
administrativo cujo conteúdo seja manifestamente discriminatório. Nessa situação,
podem os administrados recusar-se a cumpri-lo, independentemente de decisão
judicial, dado que de ato ilegal não se originam direitos nem se criam obrigações.
Comentário: O item está errado. Pelo atributo da presunção de
legitimidade, os atos administrativos são tidos como legais desde sua origem
e, por isso, vinculam os administrados por ele atingidos desde a edição. Por
conseguinte, o particular é obrigado a cumprir as determinações do ato ainda
que, aparentemente, ele esteja eivado de ilegalidade. É claro que o ato poderá
ser questionado judicialmente ou perante a própria Administração. Porém,
enquanto ele não for invalidado, continuará a produzir efeitos normalmente,
obrigando os administrados, que não podem recusar-se a cumpri-lo. De outra
parte, se o ato for invalidado judicialmente (ou pela própria Administração), aí
sim deixará de originar direitos e obrigações. Abre-se um parêntese para
destacar que é possível a sustação dos efeitos dos atos administrativos
através de recursos internos ou de ordem judicial (medidas liminares ou
cautelares); nesse caso, o ato permanece válido mas sem produzir efeitos,
continuando assim até o pronunciamento final de validade ou invalidade do
ato ou até a derrubada da liminar.
Gabarito: Errado
15. (Cespe – CNJ 2013) Todos os atos administrativos são imperativos e decorrem
do que se denomina poder extroverso, que permite ao poder público editar
provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, interferindo na
esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as unilateralmente em obrigações.
Comentário: Questão errada. Imperatividade é o atributo pelo qual os atos
administrativos se impõem a terceiros, independentemente da sua
concordância. Decorre, é verdade, do chamado poder extroverso, que é a
prerrogativa dada ao Poder Público de impor, de modo unilateral, obrigações a
terceiros, ou seja, a sujeitos que estão além da esfera jurídica do sujeito
emitente. Entretanto, nem todos os atos administrativos são imperativos. A
imperatividade está presente apenas nos atos que impõem obrigações ou
restrições, a exemplo da interdição de estabelecimentos comerciais; mas não
está presente nos atos enunciativos (certidão, atestado, parecer) e nos atos
que conferem direitos solicitados pelo administrado (licença, autorização de
bem público).
Gabarito: Errado
AUTOEXECUTORIEDADE
TIPICIDADE
18. (Cespe – Ibama 2012) O IBAMA multou e interditou uma fábrica de solventes
que, apesar de já ter sido advertida, insistia em dispensar resíduos tóxicos em um rio
próximo a suas instalações. Contra esse ato a empresa impetrou mandado de
segurança, alegando que a autoridade administrativa não dispunha de poderes para
impedir o funcionamento da fábrica, por ser esta detentora de alvará de
funcionamento, devendo a interdição ter sido requerida ao Poder Judiciário.
22. (Cespe – Anatel 2012) Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são
requisitos de validade de um ato administrativo
Comentário: O item está correto. Os elementos também são chamados de
requisitos de validade de um ato administrativo. Afinal, determinados defeitos
(vícios) em algum deles poderá levar à anulação ou revogação do ato,
conforme o caso. Em suma, a competência refere-se ao sujeito a quem
compete a prática do ato; finalidade diz respeito ao resultado final da produção
do ato, que sempre deve ter como fim geral o interesse público; forma é o rito
seguido para a produção do ato, bem como o meio de exteriorização do ato em
si, sendo a escrita a forma mais comum; motivo é o pressuposto de fato e de
direito que fundamenta a prática do ato; e objeto é o conteúdo do ato, ou seja,
seu efeito jurídico.
Gabarito: Certo
COMPETÊNCIA
24. (Cespe – TCE/ES 2012) A competência para a prática dos atos administrativos
depende sempre de previsão constitucional ou legal: quando prevista na CF, é
denominada competência primária e, quando prevista em lei ordinária, competência
secundária.
Comentário: Tanto as competências previstas na CF quanto as previstas
nas leis são denominadas competências primárias, daí o erro. São chamadas
de competências secundárias aquelas previstas em normas infralegais.
Gabarito: Errado
Características
A doutrina ensina que o elemento competência apresenta as
seguintes características:
É de exercício obrigatório: trata-se de um poder-dever do
agente público, não sendo exercido por sua livre conveniência, mas sim
para a satisfação do interesse público.
É irrenunciável: em respeito ao princípio da indisponibilidade
do interesse público, o administrador atua em nome e interesse da
coletividade, não podendo renunciar àquilo que não lhe pertence. Todavia,
Delegação e Avocação
Delegação consiste na transferência de funções de um agente a
outro, normalmente de plano hierárquico inferior.
A Lei 9.784/1999, que cuida do processo administrativo no âmbito
federal, trata da delegação de competência nos seguintes termos:
17 Frise-se, porém, que parte da doutrina entende que a delegação de competência só é possível nos casos
em que a norma expressamente autoriza (Carvalho Filho 2014, p. 109)
18 Carvalho Filho (2014, p. 109).
19 Por exemplo, competência para editar leis, para proferir decisões judiciais, para iniciar a ação penal
26. (FCC TRE/AM 2010) São critérios para a distribuição da competência, como
requisito ou elemento do ato administrativo, dentre outros:
(A) delegação e avocação.
(B) conteúdo e objeto.
(C) matéria, forma e sujeito.
(D) tempo, território e matéria.
(E) grau hierárquico e conteúdo.
Comentário: A resposta é a alternativa “d”, eis que apresenta,
exclusivamente, critérios de distribuição de competência. Na opção “a”,
delegação e avocação são características do elemento competência; na opção
“b”, conteúdo e objeto são sinônimos e, assim como a competência, são
elementos do ato administrativo; na opção “c”, matéria é critério para
distribuição de competências, mas forma e sujeito são elementos do ato; já na
alternativa “e”, hierarquia é critério de distribuição de competência, mas
conteúdo é elemento.
Gabarito: alternativa “d”
FINALIDADE
27. (Cespe – PGE/BA 2014) Incorre em vício de forma a edição, pelo chefe do
Executivo, de portaria por meio da qual se declare de utilidade pública um imóvel,
para fins de desapropriação, quando a lei exigir decreto.
Comentário: O quesito está correto. No caso, o decreto é a forma prevista
na lei para que ocorra a exteriorização da vontade do Chefe do Poder
Executivo. Assim, o ato de declaração de utilidade pública para fins de
desapropriação deveria ser emitido mediante decreto, e não portaria. Logo,
houve vício de forma.
Gabarito: Certo
MOTIVO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
32. (Cespe – MIN 2013) Considere que um servidor público tenha sido removido
de ofício pela administração pública, com fundamento na alegação de excesso de
servidores no setor em que atuava. Nessa situação, provando o servidor que, em
realidade, faltavam funcionários no setor em que trabalhava, o ato de remoção
deverá ser considerado inválido.
Comentário: O item está certo. Pela teoria dos motivos determinantes, se
os motivos da prática do ato forem expostos, deverão ser existentes e
verdadeiros, sob pena de invalidação do ato. Na situação apresentada, a
remoção do servidor foi amparada em motivo falso, por isso é certo que
deverá ser considerada nula.
Gabarito: Certo
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA
VÍCIOS DE MOTIVO
MÉRITO ADMINISTRATIVO
Todos esses quesitos têm sido usados pelo Poder Judiciário como
fundamento para decretar a anulação de atos administrativos
discricionários. Isso, contudo, não implica invasão na discricionariedade
administrativa; o que se procura é colocar essa discricionariedade em
seus devidos limites, impedindo arbitrariedades que a Administração
Pública pratica sob o pretexto de agir discricionariamente 35.
33. (Cespe – Anatel 2012) Embora tenha competência para analisar a legalidade
dos atos administrativos, o Poder Judiciário não a tem relativamente ao mérito
administrativo desses atos.
Comentário: O item está correto. O controle judicial sobre os atos
administrativos se restringe à aferição da legalidade e da legitimidade. O Poder
Judiciário não pode entrar no mérito do ato, quer dizer, não pode fazer juízo de
conveniência e oportunidade em relação a atos discricionários praticados
dentro dos limites da lei e com observância aos princípios administrativos.
Caso a Administração ultrapasse esses limites, o Judiciário poderá invalidar
ato, sem que isso caracterize controle de mérito; uma vez rompidos os limites
da lei, o controle passa a ser de legalidade.
Gabarito: Certo
*****
Pronto, chegamos ao fim do conteúdo teórico da aula de hoje.
Lembrando que ainda não esgotamos o assunto. Continuaremos a estudar
os atos administrativos na aula seguinte.
Vamos resolver mais questões?!
37. (Cespe – TCU 2015) Conforme a teoria dos motivos determinantes, a validade
do ato administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram, sendo, portanto,
nulo o ato administrativo cujo motivo estiver dissociado da situação de direito ou de
fato que determinou ou autorizou a sua realização.
Comentário: A teoria dos motivos determinantes estipula que a validade
do ato está adstrita aos motivos indicados como seu fundamento, de maneira
que, se os motivos forem inexistentes ou falsos, o ato será nulo.
Gabarito: Certo
Gabarito: Certo
40. (Cespe – MIN 2013) O conceito de ato administrativo não se confunde com o
conceito legal de ato jurídico.
Comentário: Ato jurídico é toda manifestação da vontade humana que
produz efeitos jurídicos, como o casamento e a adoção de uma criança. Por
sua vez, ato administrativo é o ato jurídico decorrente de manifestações da
Administração Pública, a exemplo da nomeação de um servidor público e da
adjudicação de uma licitação. Logo, a assertiva está incorreta, pois o ato
administrativo é uma espécie do gênero ato jurídico.
Gabarito: Errado
41. (Cespe – MIN 2013) A construção de uma ponte pela administração pública
caracteriza um fato administrativo, pois constitui uma atividade pública material em
cumprimento de alguma decisão administrativa.
Comentário: É certo que a construção de uma ponte é um fato
administrativo, pois representa uma atividade administrativa material, isto é,
trata-se de um “fazer algo” no seio da Administração, no caso, a realização de
uma obra.
De regra, o fato administrativo, como operação material, ocorre como
consequência de um ato administrativo (ou de uma decisão administrativa,
como diz o quesito). Por exemplo, a construção da ponte (fato administrativo)
foi precedida da ordem de serviço (ato administrativo) que determinou a
realização da obra. Daí, portanto, a correção do item. Ressalte-se, contudo,
que o fato administrativo não se consuma sempre em virtude de algum ato
administrativo. Por exemplo, um raio que destrói um bem público ou uma
enchente que inutiliza equipamentos pertencentes ao serviço público são fatos
administrativos decorrentes de fenômenos natureza, e não de atos
administrativos. Em outras situações, ainda, é o fato administrativo que
precede o ato: é o caso da apreensão de bens, em que o agente primeiro
produz a operação material de apreender, e depois é que a descreve no auto
de apreensão, este sim o ato administrativo.
Gabarito: Certo
46. (Cespe – Suframa 2014) Caso a SUFRAMA pretenda alugar uma nova sala
para nela realizar curso de formação de novos servidores, o contrato de locação,
nessa hipótese, em razão do interesse público, apesar de ser regido pelo direito
privado, será considerado tecnicamente como ato administrativo.
Comentário: Os atos de direito privado praticados pela Administração,
como a locação de imóveis, não são atos administrativos (estes são de direito
público), e sim atos da Administração.
Gabarito: Errado
47. (Cespe – Cade 2014) Embora a função administrativa seja atípica para os
Poderes Judiciário e Legislativo, no exercício da função administrativa, esses
poderes praticam atos administrativos.
Comentário: Os órgãos administrativos de todos os Poderes – Executivo,
Legislativo e Judiciário – exercem atividades administrativas e, portanto,
editam atos administrativos. É o caso, por exemplo, de quando a Mesa do
Senado promove concurso público para a seleção de novos servidores; de
quando a Secretaria do STF realiza licitação para adquirir uma nova frota de
veículos para o Tribunal; ou de quando o Presidente do TCU demite servidor
do órgão.
Gabarito: Certo
49. (Cespe – TRT10 2013) Segundo a doutrina, os atos administrativos gozam dos
atributos da presunção de legitimidade, da imperatividade, da exigibilidade e da
autoexecutoriedade.
Comentário: Os atributos do ato administrativo apresentados pela
doutrina são: Presunção de legitimidade; Autoexecutoriedade; Tipicidade;
Imperatividade. Para guardar, usamos o mnemônico “PATI”.
A questão não lista o atributo da tipicidade, porém, não deve ser tomada
como exaustiva (está incompleta, mas não está errada).
Por outro lado, o item apresenta o atributo da exigibilidade que, segundo
a doutrina, é um desdobramento da autoexecutoriedade, e representa os atos
administrativos exigíveis por meios de coerção indireta (ex: multa).
Gabarito: Certo
51. (Cespe – MIN 2013) O atributo da imperatividade não está presente em todos
os atos administrativos.
Comentário: a imperatividade está presente apenas nos atos que impõem
obrigações e restrições; por conseguinte, não está presente nos atos
enunciativos (ex: certidão, atestado, parecer), nos atos internos (ex: ordem de
serviço, portarias de criação de grupo de trabalho) e nem nos atos negociais
(ex: licença ou autorização de uso do bem público), uma vez que, nesses
casos, não há a criação de obrigações ou restrições a terceiros.
Gabarito: Certo
58. (Cespe – MDIC 2014) Se determinado servidor público for removido, de ofício,
por interesse da administração pública, sob a justificativa de falta de servidores em
outra localidade, e se esse servidor constatar o excesso de pessoal na sua nova
unidade de exercício e não a falta, o correspondente ato de remoção, embora seja
discricionário, poderá ser invalidado.
Comentário: Questão muito parecida com a anterior, sobre a aplicação da
teoria dos motivos determinantes, e está correta pelas mesmas razões.
Gabarito: Certo
60. (ESAF – CVM 2010) Assinale a assertiva que não pode ser caracterizada como
ato administrativo.
a) Semáforo na cor vermelha.
b) Queda de uma ponte.
c) Emissão de Guia de Recolhimento da União eletrônica.
d) Protocolo de documento recebido em órgão público.
e) Instrução Normativa da Secretaria de Patrimônio da União.
Comentário: Atos administrativos se caracterizam por expressar uma
manifestação de vontade. Assim, fatos concretos, materiais, produzidos
independentemente de qualquer manifestação de vontade, ainda que
provoquem efeitos no mundo jurídico e no âmbito da Administração Pública,
não são atos administrativos, e sim fatos administrativos.
É o caso, por exemplo, da queda de uma ponte (opção “b”). A princípio,
trata-se de um evento da natureza, não decorrente de manifestação alguma de
vontade dos agentes públicos. A queda pode, é claro, provocar consequências
jurídicas para o Estado (como a necessidade de organizar o trânsito, de
recolher os entulhos, de fazer outra licitação etc.); porém, nem por isso o
evento passa a ser um ato administrativo; pela ausência de manifestação
volitiva da Administração, a queda é simplesmente um fato administrativo.
Das alternativas da questão, as opções “c”, “d” e “e” não suscitam
maiores dúvidas, afinal, evidentemente constituem declarações de vontade da
Administração Pública, ou seja, atos administrativos. Já a alternativa “a” é
interessante. O “semáforo na cor vermelha” também é um ato administrativo.
Isso porque os atos administrativos não são produzidos apenas na forma
escrita (embora essa seja a forma mais comum); a vontade da Administração
também pode ser exteriorizada de outras formas: verbalmente, por placas de
sinalização e até por sinais sonoros e luminosos, como é o caso do semáforo.
Gabarito: alternativa “b”
61. (ESAF – AFRFB 2009) Quanto à competência para a prática dos atos
administrativos, assinale a assertiva incorreta.
a) Não se presume a competência administrativa para a prática de qualquer ato,
necessária previsão normativa expressa.
62. (ESAF – MIN 2012) Nos termos da legislação federal vigente, não há exigência
expressa de motivação dos atos administrativos que
a) dispensem licitação.
b) suspendam outros atos administrativos.
c) decorram de reexame de ofício.
d) exonerem servidor ocupante de cargo em comissão.
e) revoguem outros atos administrativos.
Comentários: Em regra, os atos administrativos devem ser motivados,
sejam eles discricionários, sejam vinculados. Afinal, estamos tratando da
coisa pública, e o uso que se faz dela deve ser bem explicado e justificado aos
seus verdadeiros donos: a sociedade.
Todavia, ainda que desejável, nem sempre a motivação prévia ou
concomitante dos atos é obrigatória. Com efeito, o art. 50 da Lei 9.784/1999
determina ser obrigatória a motivação dos seguintes atos:
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e
dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.
Perceba que, embora seja bastante amplo o rol de atos que devem ser
obrigatoriamente motivados, a lei deixa espaço para que alguns atos sejam
praticados sem motivação. Um deles é a exoneração de servidor ocupante de
cargo em comissão (alternativa “d”), ato que prescinde de motivação prévia,
eis que é tratado pela própria Constituição Federal como de livre nomeação e
exoneração. Todos os demais atos apresentados nas alternativas da questão
Bons estudos!
Erick Alves
Certos atos administrativos podem ser executados pela própria Administração, sem
necessidade de intervenção judicial.
Desdobra-se em:
Exigibilidade: coerção indireta (ex: aplicação de multas);
Executoriedade: coerção direta (ex: demolição de obra irregular)
Autoexecutoriedade
Está presente apenas quando:
expressamente prevista em lei (ex: poder de polícia; penalidades disciplinares).
tratar-se de medida urgente.
Não está presente quando envolve o patrimônio do particular (ex: cobrança de multa
não paga; desconto de indenização ao erário nos vencimentos do servidor).
ELEMENTOS:
VINCULAÇÃO e DISCRICIONARIEDADE:
Poder Judiciário não aprecia o mérito administrativo: caso a Administração ultrapasse os limites da
discricionariedade, o Judiciário poderá anular o ato (jamais convalidar), sem que isso caracterize controle
de mérito; uma vez rompidos os limites da lei, o controle passa a ser de legalidade.
5. (Cespe – PRF 2012) Nem toda ação da administração pública é considerada ato
administrativo, a exemplo daquelas praticadas pelas empresas públicas e sociedades de
economia mista.
10. (Cespe – MPU 2013) Dada a imperatividade, atributo do ato administrativo, devem-se
presumir verdadeiros os fatos declarados em certidão solicitada por servidor do MPU e
emitida por técnico do órgão.
11. (Cespe – MIN 2013) Suponha que determinada secretaria de Estado edite ato
administrativo cujo conteúdo seja manifestamente discriminatório. Nessa situação, podem
os administrados recusar-se a cumpri-lo, independentemente de decisão judicial, dado que
de ato ilegal não se originam direitos nem se criam obrigações.
12. (Cespe – MIN 2013) Há presunção imediata de legalidade de todo ato administrativo
editado por autoridade pública competente.
13. (Cespe – MTE 2014) Caso seja fornecida certidão, a pedido de particular, por servidor
público do quadro do MTE, é correto afirmar que tal ato administrativo possui presunção de
veracidade e, caso o particular entenda ser falso o fato narrado na certidão, inverte-se o
15. (Cespe – CNJ 2013) Todos os atos administrativos são imperativos e decorrem do
que se denomina poder extroverso, que permite ao poder público editar provimentos que
vão além da esfera jurídica do sujeito emitente, interferindo na esfera jurídica de outras
pessoas, constituindo-as unilateralmente em obrigações.
18. (Cespe – Ibama 2012) O IBAMA multou e interditou uma fábrica de solventes que,
apesar de já ter sido advertida, insistia em dispensar resíduos tóxicos em um rio próximo a
suas instalações. Contra esse ato a empresa impetrou mandado de segurança, alegando
que a autoridade administrativa não dispunha de poderes para impedir o funcionamento da
fábrica, por ser esta detentora de alvará de funcionamento, devendo a interdição ter sido
requerida ao Poder Judiciário.
Em face dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.
Um dos atributos do ato administrativo executado pelo IBAMA na situação em questão é o
da autoexecutoriedade, que possibilita ao poder público obrigar, direta e materialmente,
terceiro a cumprir obrigação imposta por ato administrativo, sem a necessidade de prévia
intervenção judicial.
22. (Cespe – Anatel 2012) Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos
de validade de um ato administrativo.
23. (Cespe – TRT10 2013) Consoante a doutrina, são requisitos ou elementos do ato
administrativo a competência, o objeto, a forma, o motivo e a finalidade.
24. (Cespe – TCE/ES 2012) A competência para a prática dos atos administrativos
depende sempre de previsão constitucional ou legal: quando prevista na CF, é denominada
competência primária e, quando prevista em lei ordinária, competência secundária.
26. (FCC – TRE/AM 2010) São critérios para a distribuição da competência, como
requisito ou elemento do ato administrativo, dentre outros:
(A) delegação e avocação.
(B) conteúdo e objeto.
(C) matéria, forma e sujeito.
(D) tempo, território e matéria.
(E) grau hierárquico e conteúdo.
27. (Cespe – PGE/BA 2014) Incorre em vício de forma a edição, pelo chefe do Executivo,
de portaria por meio da qual se declare de utilidade pública um imóvel, para fins de
desapropriação, quando a lei exigir decreto.
28. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) O motivo do ato administrativo não se confunde
com a motivação estabelecida pela autoridade administrativa. A motivação é a exposição
dos motivos e integra a formalização do ato. O motivo é a situação subjetiva e psicológica
que corresponde à vontade do agente público.
29. (Cespe – Bacen 2013) Define-se o requisito denominado motivação como o poder
legal conferido ao agente público para o desempenho específico das atribuições de seu
cargo.
31. (Cespe – Anatel 2012) Josué, servidor público de um órgão da administração direta
federal, ao determinar a remoção de ofício de Pedro, servidor do mesmo órgão e seu
inimigo pessoal, apresentou como motivação do ato o interesse da administração para suprir
32. (Cespe – MIN 2013) Considere que um servidor público tenha sido removido de ofício
pela administração pública, com fundamento na alegação de excesso de servidores no setor
em que atuava. Nessa situação, provando o servidor que, em realidade, faltavam
funcionários no setor em que trabalhava, o ato de remoção deverá ser considerado inválido.
33. (Cespe – Anatel 2012) Embora tenha competência para analisar a legalidade dos atos
administrativos, o Poder Judiciário não a tem relativamente ao mérito administrativo desses
atos.
35. (Cespe – INSS 2016) A autoexecutoriedade é atributo restrito aos atos administrativos
praticados no exercício do poder de polícia.
36. (Cespe – TCU 2015) A exoneração dos ocupantes de cargos em comissão deve ser
motivada, respeitando-se o contraditório e a ampla defesa.
37. (Cespe – TCU 2015) Conforme a teoria dos motivos determinantes, a validade do ato
administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram, sendo, portanto, nulo o ato
administrativo cujo motivo estiver dissociado da situação de direito ou de fato que
determinou ou autorizou a sua realização.
39. (Cespe – TCU 2015) É proibido delegar a edição de atos de caráter normativo.
40. (Cespe – MIN 2013) O conceito de ato administrativo não se confunde com o conceito
legal de ato jurídico.
42. (Cespe – MIN 2013) Todos os atos da administração pública que produzem efeitos
jurídicos são considerados atos administrativos, ainda que sejam regidos pelo direito
privado.
45. (Cespe – Suframa 2014) Caso a administração seja suscitada a se manifestar acerca
da construção de um condomínio em área supostamente irregular, mas se tenha mantida
inerte, essa ausência de manifestação da administração será considerada ato administrativo
e produzirá efeitos jurídicos, independentemente de lei ou decisão judicial.
46. (Cespe – Suframa 2014) Caso a SUFRAMA pretenda alugar uma nova sala para nela
realizar curso de formação de novos servidores, o contrato de locação, nessa hipótese, em
razão do interesse público, apesar de ser regido pelo direito privado, será considerado
tecnicamente como ato administrativo.
47. (Cespe – Cade 2014) Embora a função administrativa seja atípica para os Poderes
Judiciário e Legislativo, no exercício da função administrativa, esses poderes praticam atos
administrativos.
49. (Cespe – TRT10 2013) Segundo a doutrina, os atos administrativos gozam dos
atributos da presunção de legitimidade, da imperatividade, da exigibilidade e da
autoexecutoriedade.
51. (Cespe – MIN 2013) O atributo da imperatividade não está presente em todos os atos
administrativos.
54. (Cespe – Polícia Federal 2014) Há presunção de legitimidade e veracidade nos atos
praticados pela administração durante processo de licitação.
58. (Cespe – MDIC 2014) Se determinado servidor público for removido, de ofício, por
interesse da administração pública, sob a justificativa de falta de servidores em outra
localidade, e se esse servidor constatar o excesso de pessoal na sua nova unidade de
exercício e não a falta, o correspondente ato de remoção, embora seja discricionário, poderá
ser invalidado.
59. (Cespe – AFRE/ES 2013) No que se refere a atos administrativos, assinale a opção
correta.
a) A ausência de manifestação da administração em situações em que deve pronunciar-se,
conhecida como silêncio administrativo, é considerada ato administrativo,
independentemente de lei, pois afeta direta ou indiretamente os administrados.
b) Os atos administrativos discricionários não exigem motivação e a motivação, se houver,
em nada afeta a validade do ato administrativo, ante a impossibilidade de vinculação dos
motivos.
c) O atributo da imperatividade dos atos administrativos diz respeito à possibilidade de o ato
ser imediatamente executado, independentemente de solicitação prévia ou posterior do
Poder Judiciário.
d) Um fato administrativo não se preordena à produção de efeitos jurídicos, traduzindo-se
em uma atividade material no exercício da função administrativa.
60. (ESAF – CVM 2010) Assinale a assertiva que não pode ser caracterizada como ato
administrativo.
a) Semáforo na cor vermelha.
b) Queda de uma ponte.
c) Emissão de Guia de Recolhimento da União eletrônica.
d) Protocolo de documento recebido em órgão público.
e) Instrução Normativa da Secretaria de Patrimônio da União.
61. (ESAF – AFRFB 2009) Quanto à competência para a prática dos atos administrativos,
assinale a assertiva incorreta.
a) Não se presume a competência administrativa para a prática de qualquer ato, necessária
previsão normativa expressa.
b) A definição da competência decorre de critérios em razão da matéria, da hierarquia e do
lugar, entre outros.
c) A competência é, em regra, inderrogável e improrrogável.
d) Admite-se, excepcionalmente, a avocação e a delegação de competência administrativa
pela autoridade superior competente, nos limites definidos em lei.
e) Com o ato de delegação, a competência para a prática do ato administrativo deixa de
pertencer à autoridade delegante em favor da autoridade delegada.
62. (ESAF – MIN 2012) Nos termos da legislação federal vigente, não há exigência
expressa de motivação dos atos administrativos que
a) dispensem licitação.
b) suspendam outros atos administrativos.
c) decorram de reexame de ofício.
d) exonerem servidor ocupante de cargo em comissão.
e) revoguem outros atos administrativos.
*****
GABARITO
2) E 3) E 4) E 5) C
1) E
7) C 8) E 9) E 10) E
6) C
12) C 13) C 14) C 15) E
11) E
17) E 18) C 19) E 20) C
16) C
22) C 23) C 24) E 25) E
21) C
27) C 28) E 29) E 30) E
26) d
32) C 33) C 34) C 35) E
31) C
37) C 38) E 39) C 40) E
36) E
42) E 43) E 44) C 45) E
41) C
47) C 48) C 49) C 50) E
46) E
52) E 53) C 54) C 55) C
51) C
57) C 58) C 59) d 60) b
56) C
62) d
61) e
Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.