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ISBN 978-85-60949-19-9
Impresso no Brasil
2 METACONSUMIDOR - a transformação do mercado pela percepção do consumidor global sobre sustentabilidade e consumo consciente
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Sumário
Introdução: A era do Metaconsumidor ............................................................ 7
1 - Sustentabilidade: Desafios atuais e futuros ................................................. 13
• C&A ............................................................................................. 21
• Carrefour ....................................................................................... 26
2 - Metaconsumidor: O consumidor cada vez mais verde .................................. 31
• Monoprix ....................................................................................... 41
• Tchibo ........................................................................................... 44
• Yázigi Internexus ............................................................................ 49
3 - O Metaconsumidor e sua relação com o varejo ........................................... 53
• Best Buy ....................................................................................... 64
• Grupo Boticário ............................................................................... 69
• Grupo Pão de Açúcar ....................................................................... 76
4 - A Cadeia de Suprimentos Verde: De ponta a ponta ....................................... 81
• Coca-Cola ...................................................................................... 91
• Grupo Pão de Açúcar ....................................................................... 95
• Itautec .......................................................................................... 98
5 - Bottom line: Empresa verde, números no azul ............................................. 105
• Botanic ......................................................................................... 116
• COOP Italia ................................................................................... 120
• Philips .......................................................................................... 125
• Sonae Sierra ................................................................................... 129
• Whole Foods .................................................................................. 133
6 - Entregar a promessa: O básico bem feito .................................................... 137
• Despar .......................................................................................... 145
• Otto .............................................................................................. 148
• Taeq ............................................................................................. 153
7 - Endossustentabilidade: Relacionamento com os colaboradores ....................... 157
• Cybelar........................................................................................... 167
• Spoleto .......................................................................................... 171
• Walmart ........................................................................................ 174
8 - A chave para a mudança: O profissional do mundo sustentável....................... 179
9 - O turismo e a sustentabilidade: Viabilidade para as próximas gerações ............ 185
10 - Questões legais: A Sustentabilidade pode ser declarada por lei? .................... 195
11 - Estudo: A sustentabilidade na visão do consumidor global ........................... 207
Conclusão: A evolução do consumo até o Metaconsumidor ................................. 233
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Introdução
A era do Metaconsumidor
Marcos Gouvêa de Souza, diretor geral da GS&MD - Gouvêa de Souza
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O s movimentos que convergem para o crescimento de importância dos temas Sustentabilidade
e Consumo Consciente criam uma profecia autorrealizável. A sensibilização da sociedade e a
tomada de consciência sobre esses assuntos surgem de tantas frentes que sua importância na
vida das pessoas, no desenvolvimento das empresas e na sociedade como um todo se tornará, de
forma irreversível, cada vez mais importante. E, muito em breve, serão temas obrigatórios nas
discussões sobre quaisquer tópicos econômicos, sociais, corporativos ou individuais.
Na imprensa, esses temas ocupam espaço crescente, com notícias diárias em jornais,
rádio e televisão. Pauta recorrente nas principais revistas e nos meios digitais, em especial
nesse último, um aparente “habitat” natural do assunto. Nas escolas existe amplo trabalho
de educação a respeito desses aspectos, com debates, trabalhos e visitas para criar maior
consciência nos estudantes. Novos livros são constantemente lançados: somente na
Amazon.com há mais de 430 obras, indo de discussões globais sobre o tema até orientações
de alinhamento pessoal com melhores práticas.
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Grandes corporações, como Petrobras, Vale, Banco Itaú, Bradesco e Santander, disputam
a liderança no posicionamento e buscam comunicar de forma consistente seu alinhamento
“verde” e sustentável. Empresas de médio e pequeno porte também buscam prestar contas
sobre o assunto e envolvem seus funcionários e fornecedores. Governos são obrigados a elevar a
importância que vinham dando ao assunto, ante o crescimento da consciência e das demandas
das sociedades, passando a adotar medidas mais alinhadas com as melhores práticas globais e
corporativas. ONGs multiplicam-se em defesa cada vez mais eloquente do assunto.
Este livro que você tem em mãos reflete a visão da GS&MD – Gouvêa de Souza a respeito
desses temas. Uma visão que vem se consolidando ao longo dos últimos anos, acompanhando
a evolução da sociedade brasileira e os grandes movimentos globais. Ao longo do processo de
consolidação dessa visão, desenvolvemos em 2010 o primeiro estudo global, em 17 países,
com cerca de 9.000 pessoas, com apoio do Ebeltoft Group, aliança de negócios da qual
participamos, para entender a percepção dos consumidores a respeito do tema. Os resultados,
que podem ser vistos no capítulo 11, mostram que Sustentabilidade e Consumo Consciente já
são considerados relevantes no seu processo decisório, ainda que os consumidores não tenham
uma visão clara a respeito do que significa, exatamente, “ser sustentável”. O que fica claro é que
esse processo de aumento da importância do tema na percepção dos consumidores só tenderá
a crescer, impactando decisões sobre produtos, marcas, formatos de lojas, canais de vendas e
comunicação. Nós só não sabemos em que velocidade e dimensão. E é isso que vamos monitorar
e, assim, antecipar tendências.
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Tudo isso significa oportunidades e ameaças para varejistas, indústrias e prestadores
de serviços, que podem atender ao desejo dos consumidores (que anseiam por mais
informações e ensinamentos a respeito desses temas) e, no decorrer desse processo, reforçar
os relacionamentos com o público.
O Fórum, este livro e o estudo global não seriam possíveis sem o total envolvimento da
equipe de Pesquisas & Estudos de Mercado (P&EM) da GS&MD – Gouvêa de Souza, da áreas
de Desenvolvimento de Negócios, Marketing e Eventos, bem como toda a infraestrutura da
empresa, que aqui registramos, da mesma forma que os membros do grupo Ebeltoft e a área de
Publicações, que identificou, ordenou e deu forma definitiva a mais este livro. A todos os envolvidos
parcial ou integralmente no projeto, nossos agradecimentos pela dedicação e esforço e por nos
permitir continuar fiéis às nossas propostas, de forma cada vez mais ambiciosa.
Outubro de 2010
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E mbora esteja em moda falar sobre sustentabilidade, poucas pessoas sabem o que
é. O termo “desenvolvimento sustentável” ganhou atenção mundial em 1987, com o
Relatório Brundtland: “Our Common Future”, elaborado e divulgado pela Organização
das Nações Unidas (ONU). De acordo com esse relatório, desenvolvimento sustentável é
“o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. (Brundtland
Report, 1987)
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As novas dimensões incluem valores, transparência, ciclo de vida dos produtos para
reduzir o desperdício, parcerias, envolvimento com as comunidades onde a empresa atua, a
inclusão da perspectiva de tempo para permitir que a empresa e seus colaboradores se
desenvolvam gradualmente sem comprometer seus recursos e sua saúde. Várias dessas
novas dimensões já estão incorporadas aos princípios de governança corporativa que vêm
norteando o valor das empresas nas principais Bolsa de Valores do mundo, inclusive na
brasileira Bovespa.
Essa ameaça ficou mais latente quando as empresas começaram a perceber o forte
vínculo entre eventos climáticos extremos, como secas e enchentes, os recursos hídricos de
um país e a produção agrícola, que impacta diretamente seu negócio.
Essa percepção passou a ser evidenciada por estudos climáticos. De acordo com uma
pesquisa publicada recentemente sobre a Economia da Mudança do Clima na Universidade
de São Paulo, mensurações feitas desde a década de 1950 indicam que o nível de dióxido de
carbono (CO2) na atmosfera aumentou de 316 partes por milhão (ppm) em 1959 - para
387 ppm em 2009. Medições indiretas revelam que, por mais de 10 mil anos, essa
concentração manteve-se estável em aproximadamente 280 ppm. Já foi evidenciado que a
queima de energias fósseis, desde a Revolução Industrial no século XVIII, contribuiu para
elevar a concentração de CO2 na atmosfera. A ciência, assim como os eventos observados,
indicam uma forte correlação entre o efeito estufa decorrente dessa concentração e a
intensificação de eventos extremos, como secas e fortes chuvas.
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PEGADA ECOLÓGICA E BIOCAPACIDADE POR REGIÃO
Além disso o varejo, tal como a indústria, tem o desafio de incorporar a sustentabilidade
em todos os fatores que determinam o sucesso de suas operações, sejam elas de pequeno,
médio ou grande porte: a escolha dos produtos, os canais de distribuição, os pontos de
venda, a definição do público a ser atingido, a maneira de apresentar os produtos e a divulgação,
entre outros.
Todo o redesenho das operações do varejo também está em curso e agora tem uma
complexidade extra, que é a adesão do consumidor à causa da sustentabilidade.
Neste cenário, parte do desafio é estabelecer padrões sobre o que vem a ser consumo
sustentável no mundo. Ainda não há consenso entre os consumidores sobre o que é
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sustentabilidade, por exemplo. Em um estudo recente da GS&MD - Gouvêa de Souza, realizado
em 17 países, sobre a Sustentabilidade na visão do consumidor, as cinco frases mais associadas
a esse conceito foram: proteger o meio ambiente, reconhecer que os recursos naturais são
finitos, reciclagem de lixo, comprar somente o necessário e agir de maneira ética. A questão
ambiental é a de maior incidência, muito provavelmente pela ampla divulgação que está
tendo nas diversas mídias, bem como pelo fato de ser sentida.
A importância do Brasil
No Brasil, a questão ambiental está sendo mais fortemente sentida, inclusive pela
presença da Amazônia em nosso território. A Amazônia compreende cerca de 61% do
país e abrange mais de dois terços das fronteiras terrestres nacionais. A região equivale
ainda a 5% da superfície da Terra, possui 20% de toda a água doce e 33% das florestas
tropicais do globo.
Pelo contexto de escassez de recursos hídricos no mundo e pela sua grandeza territorial e
riquezas naturais, a Amazônia brasileira adquiriu um novo significado no contexto de revalorização
da natureza e da tomada de consciência sobre as ameaças do aquecimento global, ganhando
visibilidade internacional e tornando-se foco de múltiplos e conflitantes interesses.
Esses são alguns dos desafios atuais. Some-se a eles a percepção de que o próprio ser
humano não se enxerga como parte da sustentabilidade do planeta. O mesmo estudo da
GS&MD - Gouvêa de Souza do qual falaremos mais detidamente adiante neste livro mostra
que as cinco frases menos associadas à sustentabilidade são comer balanceadamente, praticar
exercícios físicos, atingir equilíbrio emocional, ter tempo livre e fazer trabalho voluntário.
Quem sabe educar as pessoas para a importância de ter uma vida mais equilibrada
seja o caminho mais natural e gradual rumo à sustentabilidade das empresas e do planeta.
Fica aqui a sugestão.
Elkinton, John, Canibais com garfo e faca, 2000. Tradução. Editora Makron Books, 2001.
Moura, Anita; Daviaud, Eva; Miglino, Maria Augusta. Estudo de Caso Grupo Horsa para a
disciplina EAD – 5953- Estratégias empresariais e Mudanças Climáticas, 2009.
Redesigning Business Value: A roadmap for sustainable consumption, janeiro 2010, publicado
pelo World Economic Forum.
Sustainable Consumption Facts and Trends, publicado pelo World Business Council on
Sustainable Development.
www.footprintnetwork.org
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