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A manjedoura, a cruz e o nosso coração

O Verbo Divino encarnado veio até nós para nos reconduzir ao Pai, refazer o caminho de amor que
pelo pecado havíamos perdido. Fê-lo assumindo em tudo a nossa humanidade, menos o pecado, e
remindo-o, vencendo-o de uma vez por todas em sua gloriosa cruz. Deste modo, o nascimento e a
morte de Jesus Cristo estão intimamente ligados, o modo escolhido por Deus para sua entrada neste
mundo em Jesus Cristo e para seu retorno ao Pai estão unidos de modo especial. O verbo encarnou
para assumir na carne o pecado e vencê-lo. O verbo assumiu nossa humanidade para levar-nos de
volta a Deus pela santa Cruz. Encarnação e morte, manjedoura e cruz, no nosso coração Cristo quer
relembrar e fazer-se sempre presente nessas duas realidades: acolhido e acolhedor. “Sou o
caminho”, o caminho pelo qual Deus vem a nós e nós vamos a Deus. O Pai quis que o Verbo viesse
a nós pela encarnação, na manjedoura; e que, por sua morte na cruz, pudéssemos ir a ele. Perfeitos
são seus desígnios!

O lenho
Jesus nasce e é posto numa manjedoura. Ali, um cocho preparado para refeição de animais, o lenho
rústico acolhe o menino Deus que acabara de assumir nossa humanidade. Na cruz, o lenho usado
para exibir os malfeitores, eleva, exalta o maior bem feito, proclama o maior amor. Na manjedoura,
abaixamo-nos para observar e acolher o Deus que se dignou a rebaixar-se ainda mais para ser
acolhido. Na cruz, elevamos nosso olhar para contemplar o fato consumado, o fato, o amor que
nasceu posto na manjedoura, e culmina posto na cruz. Por amor, assumiu nossa humanidade e
remiu nossos pecados. Por amor aceita ser acolhido no nosso rústico coração, cheio das mazelas
dos nossos defeitos e pecados, cheio das coisas desnecessárias que o tornam ainda mais
desconfortável a Jesus. Mas Jesus quer fazer e, tendo-o disponível, faz morada em nosso coração.
Tendo conhecido o bercinho rústico e desconfortável no qual foi colocado e tendo sofrido as
consequências do pecado ao assumir a cruz, não se furta em entrar em nosso coração
desconfortável e cheio de pecados. O faz para renová-lo, para com seu amor e misericórdia lavar
nossos pecados, confortar-nos em si, nos fortalecer diante das cruzes da vida, diante dos
desconfortos a que somos infligidos para que nossa alma ame mais a Deus. No lenho da
manjedoura, no lenho da cruz, no nosso coração, uma semelhança: Cristo não se furta a vir para
derramar-se em amor e misericórdia por nós.

A agonia
Veja Jesus Menino chorando. É apenas um bebê, mas o bebê Salvador pois é o próprio Deus. Mas
verte lágrimas chorando logo após o nascimento milagroso. Chora como um de nós ao nascer,
assumindo desde tão cedo a nossa pequenez. O verbo se fez carne e habitou no meio de nós, como
um de nós, chorando como um de nós, vertendo lágrimas tal e qual nós também fizemos ao nascer.
Para se aproximar de nós ainda mais, Deus se fez igual a nós, rebaixando-se, esvaziando-se de sua
glória. O esvaziamento que parecia completo quando Deus assumiu uma estrutura humana, é
radicalizado, potencializado quando Jesus assume na carne humana as consequências do pecado.
No horto das oliveiras, Jesus não apenas chora, mas sua sangue. Não escorrem mais umas lágrimas
de seus divinos olhinhos, mas sangue sagrado dos poros onde haviam penetrado os pecados de
toda a humanidade. Os pecados de toda a humanidade, de todos os tempos, são assumidos em sua
carne. O divino, que havia assumido nossa condição chorando feito bebê, tem de sofrer a pior das
agonias. O contato de Jesus, verdadeiro Deus, com o pecado – total afastamento de Deus – provoca
tal agonia e o faz suar sangue pelas consequências do pecado. Se o choro do menino Deus e o suor
de sangue do Cristo que se daria na cruz não são capazes de mover nosso coração a Ele,
agonizamos nós. Choramos nós, sangra o nosso coração se não o conduzimos a Deus, por Cristo,
com Cristo e em Cristo. Quão inclinada ao mal é nossa natureza que não é capaz de comover-se
com as agonias de Cristo e, assim, mover-se a Ele? É preciso mesmo que Cristo venha a nós, em
nós e nos mova, e nos leve a ele. Nasça em nossos corações, carregue nossa cruz conosco para
nos conduzir. “Sem mim, nada podeis fazer”. Nada, Senhor. Nada podemos fazer sem tua
Santíssima presença em nós.

A palha e a coroa
A palha colocada sobre a manjedoura pinica o menino recém-nascido. Jesus, Deus verdadeiro de
Deus verdadeiro feito homem, se sujeita a cada coisa por nós homens, e para nossa salvação... Na
manjedoura, a palha seca pinica a pele afável e sedosa do bebê Deus que acabara de nascer. O
incomodar da palha cutucando sua pele, prefigura os espinhos que de fato perfurarão sua carne
quando a coroa lhe será colocada na cabeça. Ali se sujeita, mais uma vez, por amor a nós. Quanto
mais a palha lhe pinica e incomoda, mais o menino Deus chora em nossa humanidade. No entanto,
quanto mais os espinhos lhe penetram a sagrada carne, mais ele lembra quanto amor ao Pai, por
nós, desde que fora colocado sobre aquela palha. Que grande graça: quanto mais lhe ferem os
espinhos, mais sangue sagrado os envolvem. Assim como com nossos pecados: onde abundam,
superabunda a misericórdia de Deus. O nosso coração manchado, se aberto à graça e à misericórdia
de Deus, é inundado delas, transformado, transfigurado. E Deus se faz ali reconhecer mais uma vez:
derramando sua misericórdia em nós. Se lhe incomodam a palha, ou lhe ferem os espinhos, veio
para isso, para sofrer de amor por nós, pois no sofrimento o amor é forjado, e no amor somos
reconduzidos ao Pai. Cada vez que nos ferem os nossos pecados, a misericórdia de Deus se
apresenta para nos curar.

Jesus imobilizado
Ao nascer, Jesus é envolto em faixas, entregando-se novamente à nossa humanidade. Protegido do
frio, do rústico bercinho, fica imobilizado, impossibilitado de mexer-se. Nós tentamos nos proteger
de muitas coisas, ou mesmo proteger os nossos dos sofrimentos que nos podem ocorrer (quem
mesmo gostaria de lembrar da cruz olhando para a manjedoura?). No entanto, os sofrimentos são
colocados graciosamente por Deus em nosso caminho, não como meta, como desejo, mas para nos
aproximarmos dele. O meio que conduziu o homem de volta a Deus foi a cruz! “Protegidos” do
sofrimento, ficamos como que imóveis, paralisados diante de Deus. Quão triste é o mundo que
protege os seus filhos em redomas; protege-os das dificuldades, dos afazeres, das decepções, dos
trabalhos, das coisas de como a vida é. Quão triste é o mundo que nega a doença, a velhice, a
finitude das coisas. É imóvel a Deus um mundo assim. Jesus imobilizado ao nascer, doa-se por
vontade própria à morte, e é preso, atado à coluna, flagelado. Sofrendo tudo ao entregar-se à
vontade do Pai, cumpre assim plenamente sua vontade, amando-o perfeitamente, reconduzindo-nos
a Ele. Não somos mais paralisados pelo pecado, mas livres para voltar a Deus, pois Jesus nos
reconduziu! Deu-nos vida, deu-nos ao Pai. Se estava envolto em faixas ao nascer, ao sair do
sepulcro, deixa as faixas ali, pois a morte não o conteve: venceu-a! Se estava imobilizado, contido
em nossa humanidade, agora volta ao Pai, e nos leva consigo, e nos eleva consigo, livres do pecado
para voltarmos a Deus.

Os animais e os escarnecedores
Naquela noite em que nascera, poucos o acompanharam. Além de Maria e José, rodeavam seu
bercinho apenas alguns animais. Não sabiam o que se passava ali, não podiam entender. Sem uma
alma capaz de compreender o que de tão grandioso acontecia ali, só faziam mugir, grunhir, comer
capim, ou o que quer que fosse capaz a sua natureza animal. Faziam ali o que faziam diante de
qualquer situação, numa noite qualquer, como se aquilo fosse algo corriqueiro, sem qualquer
atenção especial ao Deus que se fez homem e vinha ao mundo naquele instante. E o que de diferente
faziam os judeus que bramiam contra Jesus na cruz? De modo semelhante, não reconheceram a
grandiosidade do que acontecia ali. Faziam o que faziam com qualquer um que julgassem malfeitor.
Tratavam aquela como uma situação corriqueira. “Ele veio para o que era seu, e os seus não o
receberam.” Ao menos os animais cumpriram com sua natureza. E nós, homens? Diante de Jesus
Menino, o Salvador que seria elevado na cruz, comportamo-nos de modo animal negando a
grandiosidade, não reconhecendo o amor de Deus por nós? Temos uma alma e um desejo dados
por Deus para reconhecermos sua grandeza e, mais, irmos em direção à manjedoura, irmos em
direção à cruz. Ajoelharmos para contemplar e acolher o menino Jesus na manjedoura; e elevar
nossos olhos ao alto da cruz para sermos elevados ao céu por aquele que se deixou crucificar por
nós é próprio da dignidade humana, dom de Deus dado a nós. Não podemos e não devemos nunca
em nossas vidas perder o senso da grandiosidade de um Deus que se fez homem e morreu por nós,
por todos e por cada um de nós. A vida não nos pode passar como passa a um animal, ou, pior, a
um escarnecedor de Deus. No entanto, se não meditamos sempre sobre os grandiosos mistérios da
encarnação, da paixão, da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, de modo que os tenhamos em nosso
coração, teremos desperdiçado esse grande dom de Deus. Ajoelhemos sempre para contemplar o
menino Jesus na manjedoura, elevemos sempre nosso olhar ao alto da cruz para contemplar Jesus
crucificado, o próprio Deus se encarrega de elevar nossa alma a Ele quando vê nosso coração
desejoso desse encontro, dessa união com Ele.

José e João
Duas presenças que silenciosamente acompanham a espetacular e magnífica ação de Deus naquele
instante. José recebe a incumbência de dar seu nome e linhagem à Jesus, bem como de proteger a
Sagrada Família, meio escolhido por Deus para vir a este mundo. João, o discípulo amado, recebe
a missão de dar sua casa à Virgem Santíssima, proteger o meio escolhido por Deus para que Jesus
venha sempre a este mundo, afinal, parafraseando São Luís Maria Grignion de Montfort, se por Maria
Jesus veio ao mundo, é por ela que Ele sempre virá. Em José e em João, duas figuras silenciosas
na manjedoura e na cruz, Deus confia missões para proteger dois meios especiais das vindas de
Jesus: a família e a Virgem Maria. Sim, ele veio em uma humanidade, e nos vem sempre na Sagrada
Eucaristia. Mas, na primeira vinda, o verbo se faz carne no seio de uma família, quis habitar a
Sagrada Família protegida por José. Deus poderia ter se utilizado dos meios que bem entendesse
para enviar seu filho a este mundo, no entanto quis que ele viesse por meio de uma família, não por
outros meios, não de outros modos, mas por uma família, homem e mulher, santificando assim essa
instituição família. A Igreja reconhece isso e coloca no tempo do Natal, uma semana após a
celebração de 25 de dezembro, a Solenidade da Sagrada Família, uma das cinco festas deste
Tempo. Na vinda “intermediária”, isto é, antes da vinda definitiva de Nosso Senhor, unimo-nos de
modo especial a Jesus por meio da Santíssima e Sempre Bem-Aventurada Virgem Maria, entregue
por Jesus para ser acolhida, recebida e cuidada pelo discípulo amado. João, a partir daquele
instante, a acolhe em sua casa. Aquele se coloca como discípulo amado e acolhe Maria na casa do
seu coração, recebe sempre de seus braços o próprio Cristo. Ela, que o estendeu para colocá-lo na
manjedoura, estende-o, dando-o ao nosso coração em cada comunhão. Santificando a família e
vindo a nós pela Virgem Maria, protegidos e conservados especialmente por José e João, são dois
meios especialíssimos nos quais Jesus nasce e habita em nossa alma, em nosso coração, em nossa
vida. José nos ensina a tê-lo no seio da família. João, a receber Maria em nosso coração, para que
ela nos dê Jesus. Nem sempre temos a família que desejamos, às vezes gostaríamos de ter nascido
naquela família de nosso amigo. Jesus também nem sempre encontra as melhores condições em
nossos corações, e ainda assim faz morada e renova-os, como é capaz de renovar-nos diante de
nossas famílias. Talvez nunca vejamos nossas famílias unidas, indo sempre à missa toda junta, em
grandiosos e confortantes almoços de domingo, mas o menino feito Deus santificou cada uma delas,
pois por elas é que ele faz nascer, por meio delas é que há vida, por meio das famílias é que a
humanidade é possível, e assim foi com o próprio Jesus. Ainda que por meios tortos, pelo mal uso
da liberdade humana, Deus faz gerar vidas nos seios das famílias, e isso as santifica, o nascimento
de Cristo numa família a santificou para sempre! Nem sempre temos nossa mãe por perto, ou
mesmo uma mãe que caminha conosco no seguimento a Jesus, e isso talvez nos cause algum mal.
Mas Jesus deu-nos sua própria mãe, para acolhermos e dela recebermos o seu próprio filho, que é
todo o bem. Como José, protejamos sempre as famílias, por meio do qual Deus faz nascer vidas,
faz nascer Jesus. Como João, acolhamos Maria Santíssima em nossa casa, em nosso coração, para
recebermos Jesus Cristo em nós.

A Virgem Maria
O parto da Santíssima Virgem aconteceu sem dores. Conservava tudo em seu coração, de modo
que as dores todas ela viria a sentir ao ver o menino que um dia ela mesma colocou cuidadosamente
na manjedoura, ser pregado no alto de uma cruz. Estende-o à manjedoura dando-o a nós, e recebe
todos nós do próprio Jesus, do alto da cruz: recebe por graça a maternidade de toda a humanidade.
Assim, ela que estendeu os braços e o depositou maternal e amorosamente naquele bercinho
rústico, o faz sempre nos corações em que encontra do mesmo modo: não obstante os pecados que
tornam igualmente rústicos esse ambiente, espera encontrá-los igualmente disponíveis, abertos a
receber o Cristo que vem. A Virgem Santíssima não se cansa de doá-lo a nós, já que Ele próprio não
se cansa de doar-se. Nos ambientes rústicos, mas mais disponíveis a receber a Cristo para que
cumpra sua missão, Ele vem e a cumpre: a manjedoura, a cruz, o nosso coração. Se Cristo não se
furtou a vir num lugar sujo e malcheiroso, rodeado de animais, deitar num cocho forrado de palha;
se Cristo se submeteu a carregar uma cruz, a ser flagelado, humilhado, espancado, pregado,
crucificado; por que se furtaria a vir a um lugar muito pior, que é nosso coração manchado? Ou não
é nosso orgulho pior que a palha que pinicava a pele do bebê? Ou não fere a Cristo nossa vaidade
muito mais do que os espinhos da coroa? Ou nossos pecados não ofendem mais a Deus do que o
escarnecimento dos que passavam diante da cruz? O ambiente mais rústico a que Jesus veio e
sempre vem não foi a manjedoura, não foi a cruz, é o nosso coração. Por isso, recorramos à Virgem
Santíssima, para que, unidos à ela, conformemos nossa alma à mãe que tão perfeitamente recebeu
o Cristo e assim o pode doar. Estou certo de que, sem a Santíssima Virgem Maria, não é possível
receber Cristo perfeitamente. Se o próprio Deus escolheu-a por meio de seu filho encarnar-se, se o
próprio Jesus deixou-nos Maria como meio dele sempre vir a nós, não recusemos, acolhamos.
Acolhamos, pois ela torna esse ambiente rústico do nosso coração, muito mais dócil e acolhedor à
presença de Cristo. Ao olhar para o presépio, a figura de Maria nos enternece. Ao olhar para a Cruz,
a figura de Maria nos consola. Sua presença em nosso coração torna muito mais doce e consoladora
a Santíssima Presença de Nosso Senhor Jesus Cristo em nossa alma.

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