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Perguntas e Respostas – Religião é uma Arte Prática

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Perguntas e Respostas – Religião como arte prática


Prof. Luiz Gonzaga de Carvalho

Transcrição não revisada ou corrigida pelo professor.

Pergunta: Ao estudar sobre religião e ler livros de filosofia da religião e


religião comparada, percebo que uma série de ideias e noções que tinha a respeito
dela estavam completamente equivocadas. Além disso, percebo que aquilo que eu
sei sobre religião é ínfimo. Isso vem me dando cada vez mais a sensação de que
uma pessoa só pode realmente entender o que é uma religião e entender o que é
Deus se ela for um intelectual que se dedique ao estudo dessas disciplinas –
filosofia, teologia, religião comparada –, o que é um pouco perturbador.

Minha pergunta é: é possível para uma pessoa, com pouca instrução ou sem
instrução, praticar uma religião corretamente e ter uma relação real com Deus? Ou
o fato de ela não ter um preparo intelectual suficiente implica em ela projetar sobre
Deus noções falsas e se relacionar não com o Deus real, mas com um Deus
concebido e inventado na cabeça dela? Por último: a compreensão intelectual seria
um elemento necessário para a salvação?

Prof: Veja bem, a própria substância da salvação é de natureza intelectual, é


verdade. Deus é uma inteligência e Ele salva seres que são inteligentes. É evidente.
No entanto, não é assim: você precisa ter um monte de conhecimentos sobre
teologia, filosofia... Primeiro, que isso é insensato, porque se fosse assim, se
tivéssemos que ter um monte desses conhecimentos, esses conhecimentos estariam
elaborados no começo da religião. É evidente que todos esses conhecimentos
existem como meios de acesso para determinados indivíduos.

O que é necessário para a religião? “Bem aventurados os pobres de espírito,


porque deles é o reino dos céus”. Essa primeira bem aventurança já define o que é a
condição necessária. O que é pobreza de espírito? Não deixar o seu pensamento, a
sua imaginação, seus desejos, tomarem o lugar de Deus tal como Ele apareceu
evidentemente para você. Se para fazer isso você tiver que estudar calhamaços e
calhamaços, estude calhamaços e calhamaços de livros... Estude filosofia,
antropologia, psicologia, etc., se você precisar disto para libertar-se de opiniões que
aparecem regularmente na sua mente e que você vê que não são fundadas na
informação que você teve acerca de Deus.

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É interessante que todas essas ciências existem para você elaborar, pensar, as
razões da sua fé. O sujeito lê o Evangelho e diz “Esse Sujeito é o Filho de Deus. Eu
quero a salvação que Esse Sujeito oferece”. Ótimo. Mas aí ele pensa “Mas existem
duas naturezas... o que significa duas naturezas em uma pessoa?”. Calma! Se quando
você pensa em Jesus Cristo, você pensa “Não consigo... Esse negócio de ser homem
e Deus está quebrando a minha cabeça, está atormentando meu coração!”, então
você tem que estudar teologia. Ou se você pensa “Ser homem e Deus significava que
há duas pessoas dentro dele, dois seres, duas consciências – como um homem de
duas cabeças.”... Se a formulação doutrinal, a informação que Deus ofereceu sobre
Ele mesmo atormenta sua cabeça com dúvidas, você tem que estudar. E se você
teima – embora não tenha sido o que Ele disse literalmente – em imaginar ou
representar aquilo de um jeito que não está ali na informação objetiva, também você
tem que estudar.

Na verdade, você tem que estudar quando existem obstáculos a essa recepção.
É como diz São Tomás: são os homens de pouca fé que estudam. Só aquele que [se]
pergunta “Como assim, há uma alma imortal? É possível? O que é imortal? Eu não
consigo entender isso!”, e aí a sua alma fica perturbada. Porque enquanto você não
consegue representar aquilo de maneira adequada, você tem dúvida acerca da
promessa divina. “Para bom entendedor, meia palavra basta”. Isso vale para religião.

Por outro lado, é evidente também que Deus não espera de alguém aquilo que
Ele não pode oferecer. Pense bem: se fosse assim, ninguém poderia ser santo e
criança, para começar; ninguém poderia ser santo e analfabeto; ninguém poderia ser
santo e burro.

Essas ciências todas existem como suportes que você tem que usar na medida.
Elas são medicinas. Se você está doente, se a sua religiosidade está doente, está
capengando, então você precisa aplicar suportes. Às vezes o suporte é o estudo e
conhecimento das ciências. Se ela não está, então há duas condições. Se ela não está,
então, em princípio, não é necessário. Com uma única exceção: se você é
excepcionalmente qualificado para ciências especulativas e as pessoas em torno
precisam disso, aplicado a essas informações que são as mais importantes, das quais
depende a salvação delas, aí você também tem que estudar. Você tem que oferecer
para Deus e para o próximo o melhor que você tem. São as duas únicas
circunstâncias que alguém tem que estudar essas coisas.

“Como que eu posso garantir, na prática, que noções falsas não vão se
sobrepor à minha fé?” Simples: disciplina nas práticas tradicionais. Rezar muito.
Sabe por quê? Porque a sua imaginação, os seus sentimentos, eles são moldados pela
informação sensorial, não pela informação intelectual. Então, pegue um ícone da
Santíssima Virgem, reze a Ave Maria. Tudo isso são sons, imagens. Repita isso com
a intenção de se conformar; isso vai moldando sua imaginação no decorrer do
tempo. Também leia o Evangelho com frequência. É isso.

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É por isso que a religião aparece com um certo elemento doutrinal, que é a
doutrina da fé, e também um monte de ritos. Isto é: palavras que você tem que dizer,
ações que você tem que realizar. Porque são as ações, as palavras, as imagens, os
sons, que moldam a sua imaginação e, em última análise, seus sentimentos.

Note bem, [se você pensar] “Aceito a doutrina da fé, aderi a ela. Mas, cara, eu
só penso bobagem...”, mas se, cada vez que você fica com medo, você pega uma
representação – por exemplo, o rosto do Sudário – e fala “Ai, meu Deus, o Senhor é
meu Deus... Não me deixe desviar do caminho”, e olha para aquele rosto, e reza a
Ave-Maria, reza o Pai Nosso, é impossível, ainda que você passe sua vida toda na
insegurança, Deus lhe trair. É impossível!

Acontece que a imaginação não tem um poder ilimitado, a imaginação se


baseia no sentido, ela é um efeito do sentido. A imaginação é uma atividade
secundária do mesmo princípio que os sentidos. Então, se o sujeito [decide] “Cada
vez que eu rezo, eu rezo com as minhas palavras, e cada vez que eu penso em Deus
eu leio “A vida de Jesus”, eu não leio o Evangelho”, bom, meu filho, realmente,
você está moldando a sua imaginação por coisas que não são uma fonte garantida.

Mas se você sistematicamente molda sua imaginação [assim] “Quando eu rezo,


rezo o Pai Nosso, rezo os Salmos” – e os salmos nas distribuições tradicionais, pois
também não é assim: “Eu rezo a cada momento um Salmo que me dá inspiração” –,
ou seja, quanto mais você se baseia naquilo que a maior parte dos melhores sempre
fizeram na sua religião, mais segurança você tem de que não está inventando um
deus. Porque, veja bem, a segurança que eu tenho de que eu não estou inventando
um deus é a segurança que eu tenho de que São Bernardo Claraval e São Francisco
não inventaram um deus para eles. A segurança do homem é essa imensa cadeia de
homens melhores. Porque é primeiro ela que lhe dá acesso a Deus. O próprio Deus
tomou a forma de homem por causa disso.

Então, é a repetição com fervor. E, veja bem, você não tem que inventar um
jeito de ter fervor todo dia. Existe um jeito: quando você está perturbado, leia o
Evangelho, reze a Ave-Maria, reze o Pai Nosso, olhe uma imagem tradicional.
Sempre. Essa é a segurança. Se você fizer isso regularmente, de hoje até o dia de sua
morte... Deus não engana. Estes atos, com estas intenções, contrabalançam qualquer
imaginação errada que você tenha.

Nós contrastamos opiniões com fatos, sempre. Fato 1: Se Jesus Cristo é Deus,
Ave Maria é uma oração revelada; se Jesus Cristo é Deus, a melhor oração é o Pai
Nosso. “Não, mas eu imagino isso...” – você pode imaginar o que quiser, mas você
está fazendo isso.

É engraçado, porque é por isso que, quando perguntam aos santos: “Ah, você
aceita as Escrituras literalmente?” – “Aceito! Literalmente eu tenho alguma garantia

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de que é de Deus”. Eu não posso imaginar que, nas Escrituras, literalmente branco
significa branco; não, literalmente branco significa branco. Isso não é imaginado, é
um dado. Eu sei que as pessoas hoje [se perguntam] “Mas será que Deus criou o
mundo em seis dias?”. Sim, Deus criou o mundo em seis dias. “Não, mas e as
galáxias, e...” – cara, cala a boca, isso é tudo sua imaginação! Imaginação medida
por uma régua matemática, mas é só imaginação. “Mas qual o [outro] sentido...” – é
claro que há outros sentidos, mas esse sentido é o que está lá!

O pouco amor às práticas mais tradicionais as mais regulares, a atração pelo


“estranho”, é metade da atração pelo diabo. Os santos sempre rezaram assim,
ensinam a rezar assim, a dar esmola assim, a fazer aquilo, a dar 10% para a igreja,
10% para os pobres. Essa é a nossa única segurança. Os santos falam: se aparecer
um anjo para você e falar “Não, agora eu vou lhe revelar aqui outra oração, que é
mais segura do que esta, porque você não está compreendendo o sentido místico do
Pai Nosso. Então eu vou lhe ensinar outra”, não é para levar a sério. Se um anjo,
uma criatura luminosa e poderosa, aparecer para você e falar um negócio diferente,
isso é menos garantido do que isso aqui.

É assim, vou lhe explicar: Santo Alberto Magno – “Vamos estudar a filosofia,
a natureza, ciências naturais, a teologia etc...” E 150 vezes por dia se prostrando,
rezando Ave-Maria. Reza uma Ave-Maria e se prostra. Pergunte para ele o que dava
segurança do que ele estava fazendo? Era isso!

É claro que eu não estou falando da segurança sobrenatural que é alcançada por
aquele cuja alma já foi pacificada pela sabedoria, eu não estou falando da segurança
do que já está unido a Deus. Eu estou falando da segurança do homem quando ele
pensa nele mesmo. Quando um Santo consumado como Santo Alberto pensava em
Deus, ele tinha um tipo de segurança que talvez nós nunca tenhamos nessa vida, mas
quando ele pensava nele mesmo, ele tinha exatamente o mesmo tipo de segurança
que eu tenho: reza aqui, se prostra aqui, dá esmola ali. Exatamente essa, nenhuma
outra. Quando ele pensava em Deus, a contemplação, o conhecimento, a
experiência, a intimidade que ele tinha com Deus, dava para ele um tipo de
segurança que é como se não existisse mais inferno: “O portão do Paraíso ficou para
trás, já passei!”. Mas quando ele parava e pensava nele, uma coisa feita de carne,
que não sabe o que vai acontecer amanhã, não sabe de onde veio exatamente, não
sabe o que é certo e o que é errado, aí ele tinha o mesmo tipo de segurança que nós
podemos ter.

É disso que São Paulo fala quando ele diz “Tudo me é permitido, mas nem
tudo me convém”. O homem que está consumado na união com Deus tem um tipo
de liberdade e é evidente que ele poderia se dedicar a outras práticas que nem são as
tradicionais, práticas que derivam da sua inspiração direta, do seu conhecimento
imediato de Deus. Mas este mundo tem dias e noites, e mesmo o homem em união
consumada com Deus de vez em quando olha e vê que ele é um homem, e que

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homem não tem segurança nenhuma, e aí percebe “Nem tudo me convém, me


convém aquilo que é garantido para o homem”. O santo é, na verdade, o sujeito que
oscila entre essas duas certezas: a certeza das formas tradicionais reveladas por Deus
e a certeza direta do conhecimento de Deus. Ele sobe até a certeza direta de Deus e
desce até a certeza de dar esmola, rezar, fazer jejum, com disciplina, boa vontade,
sempre, sempre, sempre.

Tanto que os santos diziam: se a tua contemplação te levar a práticas


completamente diferentes das práticas dos nossos pais, você se desviou do caminho.
Essa é a atitude geral dos santos.

“Não, esse negócio de rezar o terço e se prostrar não move mais. Vamos fazer
o ‘Iê Iê Iê de Jesus’” – Cada um, cada um, mas eu não vou fazer... Quando eu tenho
insegurança, eu faço aquilo que pessoas incalculavelmente melhores do que eu
fizeram, eu tento fazer exatamente a mesma coisa. Porque quando eles estavam
inseguros, era isso que eles faziam.

As formas tradicionais dadas pela religião, às vezes na primeira geração, às


vezes elaboradas a partir da primeira geração, mas sempre muito gradativamente,
sem inovações súbitas e repentinas, estão unidas a Deus. Elas são quase como Deus.
É isso. A única segurança possível é essa, não há outra. O sujeito pode estudar para
dedéu; se estudar para dedéu mover ele para fazer algo diferente disso, então não
adiantou muito. Porque é o seguinte: estudo demais é só aflição. Os santos já diziam
isso. Se eu não me engano isso está na própria Escritura, que estudar demais só gera
aflição.

Então, você estuda quando já existe a razão da aflição ou existe a dúvida; ou


quando percebe que na sua mente há uma persistência de uma opinião errada e você
intui que essa coisa é muito diferente da forma tradicional, e aí o estudo vai servir de
instrumento ou para conformar essa opinião, ou para destrui-la; ou quando você
percebe que entende claramente essas coisas, ou mais ou menos claramente, e
ninguém do lado entende e essas pessoas precisam entender. Essas são as
circunstâncias em que você estuda. Como se fossem as circunstâncias em que você
busca alimento. Você busca alimento quando você está com fome, você busca
medicina quando está doente, ou você busca alimento quando é um outro que
precisa.

Mas isso por si não vai dar segurança para o homem, o que dá segurança para o
homem é conformação a Deus. Os santos dizem que nem o conhecimento de Deus
lhe dá segurança – pelo contrário, o conhecimento de Deus lhe informa o quão
insegura é a condição humana, inclusive a sua. É a conformidade a Deus que lhe dá
segurança. Por isso que “Bem aventurados os puros de coração, porque eles verão a
Deus” não é a última Bem-aventurança. “Bem aventurados os pacíficos”: como você
alcança a paz, essa paz de que eu estou falando? Conformação a Deus, nos atos, nos

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pensamentos, nas imaginações, nas palavras. É assim.

É exatamente como um sujeito que está treinando artes marciais. Você explica
para ele a postura, o golpe etc. Daí ele vai e faz. Ele tem segurança? Não tem. Daí
ele treina o golpe, cem, duzentas vezes, prestando atenção... Depois de um ano ele
tem segurança. É como o médico quando vai fazer uma cirurgia. Ele estudou dez,
quinze anos, para fazer uma cirurgia. Ao fazer a primeira, ele tem segurança? Agora
se ele já fez duzentas, ele tem mais segurança.

Com religião é exatamente a mesma coisa. Religião é uma arte prática.

Transcrição: Gabriel Bernardi

Revisão: Felipe Ken Ueda Kroneis

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