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COLLECÇÃO
LEGISLAÇÃO PORTUGUEZA
DEs D E A ULTIMA co M PILAÇÃo D As
O RDENAÇOES,
R E D E G ID A
PELO D Es EM BAR G A D O R
ANTONIO DELGADO DA SILVA,
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L I S B O A:
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NA TY PO GRAFIA MA IGR E N S E.
ANNO l 830.
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Dec. dº 14 de Jul -
de 1679.
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I N D I C E.
A N N O D E 175 0.
A N NO D E I 7 5 2.
ANNO DE 1 7 8 3.
Janeiro 8 Decreto declarando o Conselho da Fazenda Jui
zo privativo sobre Presas
Março 24 Assento para se continuar em os mesmos autos
a execução da sentença depois de liquidada...
30 Alvará para se pagar aos Correios hum por cen
to pelas remessas...... • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
Crime. . . . . . . . . . . . . . . . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • } 66
Setembro - 4 Decreto para o Procurador da Fazenda ser ou
vido nas Causas da Patriarcal, que se trata
rem na Casa da Supplicação............... 167
6 Alvará de confirmação dos Privilegios dos Cor
tadores, e Esfoladores..................... •
167
Outubro 2 Alvará fazendo caso de devassa a publicação de
Satyras, e Libellos famosos........ I 68
Novembro 5 Decreto para se sentenciar dentro de hum mez,
em o Juizo da Coroa, huma Causa de reivin
dicação..... • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • } 69
12 Alvará approvando,
rendimento da pesca das Baleas............. l 69
28 Decreto regulando as épocas das sahidas das
Frotas do Brazil. -. . . . . . . . . . . . . ........... • I 73
29 Alvará declarando o Regimento da Alfandega
do Tabaco de 16 de Janeiro de 1751......... |172
Dezembro 10 Portaria da Junta dos Tres Estados com a Re
solução de 17 de Novembro deste anno ácer
ca do cabimento das Tenças............... I 76
29 Alvará de Regulamento dos Ordenados dos Ve
dores, Conselheiros, e Oficiaes da Fazenda. " 176
VI 1754
A NNO DE 1 754.
A N N o D E 17:5.
Janeiro Portaria da Junta dos Tres Estados com a Re
solução de 16 de Dezembro de 1754......... 346
25
Alvará declarando o Capitulo VI., e X, da Lei
de 3 de Dezembro de 1750 ácerca da cobran
ça dos Quintos........................... 346
25 Alvará sobre a partida, e tornaviagem das Fro
tas do Brasil............................. 347
Fevereiro Decreto para que na Meza dos Aggravos da Ca
sa da Supplicação se decidão as questões ácer
ca da antiguidade dos Ministros............ 349
VIII 1755
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400
Alvará isentando de direitos as madeiras vindas
do Brasil em embarcações Portuguezas...... 401
Decreto regulando o Plano das Praças e Casas
de Lisboa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 |
Dezembro Decreto prohibindo o alterar o preço do aluguer
das Casas em Lisboa................. • • • • • 402
Alvará prohibindo o irem Commissarios volantes
ao Brasil................ • • • • • • • • • • • • • • • • • 404
|0 Edital para que as peças que se encontrarem
no incendio do Terremoto irem para o Depo
sito Geral. . . . . . . . . . . ..................... 406
30 Edital prohibindo levantarem-se casas em Lis
boa sem finalizar o Tombo, e medição das
incendiadas..................... • • • • • • 406
1756 IX
A NNO DE 1 75 6.
A N N O D E 1757.
502
14 Decreto declarando que á Junta do Commercio
pertence decidir, se as fazendas são, ou não
prohibidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 502
15 Alvará prohibindo suspender-se a viagem de Na
vios principiados a carregar, por embargos,
ou pinhoras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 503
|6 Carta Regia isentando de direitos o pão que en
tra de Castella........................... 504
19 Decreto regulando a fórma da arrecadação dos
direitos do Carvão, e Lenha............... 505
20 Edital prohibindo a exportação de Courama
verde......... • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 506
22 Decreto estabelecendo ao Juiz da Balança da Al
fandega de Lisboa novo Ordenado alem do
que leva pelo Alvará de 29 de Dezembro de
1753. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 506
25
propriedades para as Obras de Agoas-Livres. $07
Maio Directorio para as Povoações dos Indios do Pa
rá, e Maranhão.......................... 507
Resolução prohibindo varios generos estrangei
ros: N. B. Vai no Edital de 24 do corrente.
Alvará ampliando a Lei dos Depositos; e para
os não haver na mão dos particulares........ 530
12 Alvará prohibindo o apenarem-se, ou embarga
rem-se os materiaes necessarios para obras... 53I
|6 Alvará permittindo entrar com fundos vincula
dos nas Companhias de Commercio......... 533
24 Edital com Resolução de 3 do corrente mez... 533
Junho lO Alvará declarando a preferencia das soldadas
dos Marinheiros entre os mais credores dos
534
10 Alvará facultando á Junta do Commercio a no
meação de Meirinho, e Escrivão da sua
Vará. . . . , • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
XII 1757
Outubro 24
Decreto para as peças de seda fabricadas no
Reino serem selladas na Alfandega, e livres
de direitos...................... • • • • • • • • • 557 |
26 Alvará ácerca da terça dos Denunciantes de fa
zendas de contrabando.................... 558
29 Decreto para se levantarem no Algarve cinco
Companhias de Dragões............ • • • • • • • 559
Novembro Alvará ácerca dos arrendamentos por dez, e fº
II) alS BI)I1OS. . . . . . . . . . . . . . • • • • • • • • • • • • • • • • • 560
12 Alvará mandando preferir na carregação das fro
tas os navios fabricados no Brasil........... 561
|4 Alvará ampliando os §§. 5. 6. e 7. do Cap. XVII.
uos Estatutos da Junta do Commercio sobre
os Contrabandistas...................... • 562
|3 Decreto ácerca da medição do Sal, que se car
rega para o Brasil........ • • • • • • • • • • • • • • • • • 566
19 Decreto para que aos Estrangeiros vagabundos,
e desconhecidos se não dê licença, para ven
derem pelas ruas......................... $ 67
2l Decreto para que o dinheiro que vem do Brasil
nas Frotas ir em Cofres á Casa da Moeda... 569
Dezembro 13 Estatutos dos Mercadores de Retalho......... 570
}6 Alvará approvando os Estatutos dos Mercadores
de Retalho........................ . . . . . . . 580
16 Decreto nomeando Intendente, Deputados, Pro
curadores, e Escrivão para a Meza do Bem
Commum..................... • • • • • • • • • • •
A NNO DE 1 7 5 8.
A N N O D E 1759.
}
Março Decreto derogando o de 14 de Setembro do an
no antecedente, para se poderem exportar
até setecentas caixas de assucar............ 648
12 Decreto ácerca das Capatazias, e homens do
trabalho da Alfandega do Tabaco, e do As
14 Decreto mandando edificar casas para teares de
seda no sitio das Agoas-Livres.............
28 Alvará declarando o de 14 de Abril de 1757
ácerca dos preços dos fretes dos couros vin
dos do Brasil...................... . . . . . . .
Abril Decreto isentando do direito do hum por cento
os cabedaes da Thesouraria Geral da Cruza
da remettidos do Ultramar................. 6 62
ll Alvará creando a Cidade de Aveiro: N. B. Vai
incluido na Lei de 25 de Julho deste anno.
19 Estatutos da Aula do Commercio confirmados
pelo Alvará de 19 de Maio deste anno: N. B.
Fão juntos ao Alvará.
20 Edital ácerca da reedificação da Cidade de
Lisboa........ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
ANNO DE 1760. #
A N N O D E 176 1.
17 ''; }
Lei regulando os Dotes das Filhas das Pessoas }
A NNO DE I 7 62.
Janeiro $
Alvará concedendo ás Embarcações Portugue
zas que forem carregar sal a Setubal, o pode
rem ali desembarcar as fazendas, que qui
ZGSSCII) . . . . . . . . . . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

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ANNO D E 1750.
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem, que sen
do-me presente não bastavão para congrua sustentação dos Desembarga
dores do Paço, Casa da Supplicação, e do Porto, e mais Ministros de
Justiça os ordenados, e emolumentos, que em diversos tempos lhes fo
rão taxados, pela carestia, a que tem subido todos os generos ; e por
convir ao serviço de Deos, e Meu, e bom despacho das partes, que os
referidos Desembargadores, e Ministros tenhão o necessario para se tra
tarem decentemente , e com independencia : Hei por bem que do pri
meiro de Janeiro deste anno de mil setecentos e sincoenta em diante se
jão os ordenados, e emolumentos na fórma seguinte.
Os Desembargadores do Paço haverão de seu ordenado quatrocen
tos mil réis, e cincoenta pelas assignaturas dos papeis; em que se pro
hibe outro algum emolumento ; e cada hum que for Juiz, ou assignar,
levará das revistas nove mil e seiscentos: das Cartas de legitimação de
filhos adulterinos, sacrilegos, e incestuosos, tres mil e duzentos réis, e
dos filhos puramente naturaes mil e seiscentos réis: dos Supprimentos de
idade quatrocentos réis: das licenças para espingardas, ou outras armas,
oitocentos-réis: das Provisões para prova de direito commum, appellar,
ou aggravar , e commissões em fórma , duzentos e quarenta réis : das
Emancipações , trezentos réis : das Provisões para terras coimeras, e
Privilegios para se não imprimirem livros, ou outros inventos, oitocen
tos réis; das Provisões para os Clerigos possuirem bens em reguengos,
mil e duzentos réis; e para os comprarem para si, na fórma da Lei,
quatrocentos réis: da dispensa da Lei para as Igrejas possuirem bens de
raiz, mil e seiscentos réis : das Cartas de administração de Capellas,
mil e seiscentos réis: dos Alvarás de fiança, e suas reformações, e das
Cartas de Seguro, quatrocentos reis : das Cartas de Oficios, e Confir
mações dos appresentados pelos Donatarios, seiscentos réis : dos Provi
mentos para as serventias, cento e vinte: das Cartas para Escrevente,
2 1750
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dados, cincoenta réis; das Vestorias o mesmo, que os Desembargadores
de Aggravos; das Inquiridorias de testemunhas, a requerimento de Par ºlá
te, cincoenta réis por cada huma; das Sentenças de absolvição de ins ##
tancia, Artigos de habilitação, Declinatorias, Justificações, e Excep #
ções, que se lhe fazem conclusas, levarão a mesma assignatura, que #Vºtº
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1750 9
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EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará virem , que tendo
consideração ao que Me representou o Correio Mór do Reino para efei
to de lhe haver de crear no seu Oficio hum Meirinho, e Escrivão, pa
ra que estes com mais diligencia e brevidade de que , a que se experi
mentava nos Oficiaes do Geral, podessem fazer todas as diligencias per
tencentes ao seu Oficio, e executar as ordens , que o Supplicante pelo
seu Tenente mandar passar, e para haverem de ser prezos, quando por
sua omissão , e negligencia o merecerem , os Tenentes assistentes de
todas as terras, Oficiaes dos Correios, Mestres de Postas, seus Posti
lhões , Pioens, Correios, e todas as mais pessoas de sua Jurisdicção,
para que assim com mais satisfação , e eficacia se satisfizesse ao Meu
Real Serviço, e ao bem commum das partes : E visto seu requerimen
to, resposta do Meu Procurador da Corôa, informações, que se mandá
rão formar pelos Desembargadores Luiz Borges de Carvalho, e Gonçalo
José da Silveira Preto , e o mais que Me foi presente em Consulta do
Meu Desembargo do Paço: Sou Servido crear os dous Oficiaes de Mei
rinho e Escrivão, que o Supplicante pede: E Hei por bem conceder-Lhe
faculdade, e jurisdicção a elle Correio Mór, e a seus Successores no di
to Officio, para poderem nomear o tal Meirinho, e Escrivão, não poden
do estes fazer outra alguma diligencia mais do que as que pertencerem
ao expediente do Oficio do Correio Mór, sendo pagos de seus ordena
dos pela fazenda do mesmo Supplicante: E outro sim; Hei por bem, que
as pessoas mandadas por elle prender , ………… delle a Mim na mes
1O 1750
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•
Pou justas razões, que me forão presentes: Hei por bem, que o Des
embargador Ignacio da Costa Quintella , na fórma da Commissão, que
Fui Servido dar-lhe sobre a casa do Marquez de Louriçal, sentenceie
no termo prefixo de tres mezes todas as dependencias, que correm en
tre o dito Marquez, e Agostinho da Silva, sobre o arrendamento de hu
m a casa, que servio de Opera com outras adjacentes , procedendo logo
a sequestro em todos os rendimentos das mesmas casas, de sorte, que
no mesmo termo acima declarado, se execute a Sentença, que tem ha
vido , e as mais, que houver ; e se o dito Agostinho da Silva impedir
calumniosamente a execução , será preso, até que se finalize na fórma
da Lei. O Duque Regedor, o tenha assim entendido, e o faça cumprir,
sem embargo de qualquer Lei , ou Ordem em contrario. Lisboa 21 de
Fevereiro de 1750. = Com a Rubríca de Sua Magestade.
Regist. na Casa da Supplicação no Livro XIV, dos De
cretos a fol. 59 vers.
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rá mais visinho, o que não póde ter lugar aonde ha Relação, e mais =tº
quando, não obstante a dita Folhinha das Alçadas, sempre assim se pra
ticou, e actualmente conhece o dito Juiz da Chancellaria das suspeições
postas aos Escrivães, e com maior razão o deve ser tambem do Juiz, e
assim se determinou. Porto 9 de Junho de 1730. Como Governador, =
Emauz. = Barrozo. = Santhiago. = Barreto. = Menezes. = Doutor
Dias. = Machado. = Torres. = Azevedo. = etc.
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Regist,
Livro na
das Chancellaria Mór edaimpr.
Leis, a fol. 153, Córte, e Reino no
avulso. •
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Terras lhe deve nomear substituto, por não haver sobre esta prerogati
va clausula alguma expressa em as suas doações: Sou Servido fazer-Lhe
no caso, que por ellas lhe não pertença , nem ao seu Conselho a referi
da prerogativa, mercê especial della, para que daqui em diante se lhe
não dispute a faculdade de poder o mesmo Conselho nomear quem sirva
de Ouvidor das Terras nos impedimentos do Proprietario: E por quanto
na referida dúvida , e com a incerteza da sua Jurisdicção, não podia
validamente nenhum dos dous Ouvidores, que se nomeárão exercitar
acto algum judicial: Hei por bem attendendo á utilidade pública, e erro
commum, validar tudo o que obrou o Ouvidor nomeado pelo Duque Re
gedor; e Ordeno, que o Chanceller da sua Casa, passe pela Chancella
ria, todos os papeis, que se achão impedidos pelo referido defeito: E á
Rainha Minha Mãi e Senhora mandei fazer presente esta Resolução, que
o Duque Regedor terá entendido, e fará executar pela parte, que lhe !
toca. Lisboa 25 de Agosto de 1750. = Com a Rubríca de ElRei.
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EU ELREI Faço saber aos que este Regimento virem , que tendo
consideração a ser conveniente, que os Escrivães de Minha Camera d'an
te os Desembargadores do Paço sejão provídos de sallarios competentes,
quaes não são os que em outros tempos lhe forão conhecidos, mandei ver
esta materia pelos mesmos Desembargadores do Meu Conselho; e porque
me consultárão ser congruentes os sallarios abaixo declarados: Hei por
bem , que os ditos Escrivães os possão levar daqui em diante na fórma
seguinte.
Quanto aos Escrivães da Mesa, e repartição das Justiças.
Levará de cada huma das Cartas, que se passarem aos Juizes de
Fóra da primeira intrancia, mil e duzentos réis.
Das que se passarem aos Juizes de Fóra das Cabeças das Comar
cas, mil e seiscentos réis.
Das Cartas de Ouvidores, e Auditores geraes, que não tiverem
outro predicamento, pelo qual se haja de regular o sallario, levará dous
mil e quatrocentos réis. •
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem: Que ten
do consideração a se Me representar pela Meza do Meu Desembargo do
Paço, que para evitar-se os grandes damnos, que em todas as terras destes
einos commettem os damninhos, e formigueiros, será conveniente que
contra os sobreditos se proceda, perguntando-se por elles nas Devassas
geraes do mez de Janeiro: Hei por bem Mandar que nas sobreditas De
vassas, que todos os Juizes das terras destes Reinos, e Ilhas adjacentes
devem tirar todos os annos no mez de Janeiro, se pergunte pelos damni
nhos, e formigueiros, contra os quaes se procederá a arbitrio dos Julga
dores, com as penas que pelos casos merecerem: e para este efeito se
accrescentará este Capitulo aos que estão declarados na Ordenação pa
ra as taes Devassas; e isto mesmo se observará nesta Cidade pelos Cor
regedores dos Bairros della: e esta mesma Lei Mando se cumpra, e
guarde, como nella se contém. E Ordeno ao Regedor da Casa da Sup
plicação, Governador da Casa do Porto, e a todos os Desembargadores
das ditas Casas, Governadores, Provedores, Ouvidores, Juizes, Justi
I750 19
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que, tendo consideração ás repetidas súpplicas, com que os Póvos de
Minas Geraes me tem representado que em se cobrar por Capitação o Di
reito Senhoreal dos Quintos recebem molestia, e vexação, contrarias ás
pias intenções, com que ElRei meu Senhor, e Pai, que santa Gloria
haja, houve por bem permittir aquelle methodo de cobrança, em razão
de lhe haver sido proposto como o mais suave: E desejando não só alli
viar os referidos Póvos na aflicção, que Me representárão, removendo
delles tudo o que póde causar-lhes oppressão , mas tambem soccorrellos
ao mesmo tempo de sorte, que experimentem os efeitos da Minha Real
Benignidade; do Paternal amor, com que ólho para o bem commum dos
meus fiéis Vassallos ; e do desejo, que tenho, de fazer mercê aos que
concorrem com os seus fructuosos trabalhos para a utilidade pública do
Meu Reino, sendo entre os benemeritos delle dignos de huma distincta
attenção os que se empregão em cultivar, e fertilizar as referidas Minas:
Fui Servido deputar algumas pessoas do Meu Conselho, para que, ven
do, examinando, e combinando attenta e favoravelmente todos os doze
methodos de arrecadação do referido direito que para ella forão estabele
cidos desde o Alvará do mez de Agosto de 1618 até agora, me propuzes
sem entre todos os ditos methodos aquelle que se achasse que era mais
benigno, e mais distante de tudo o que póde ser, ou parecer extorção,
ainda preferindo a tranquillidade, e o commodo dos ditos Póvos ao maior
interesse do Meu Real Erario. E porque entre todos os sobreditos me
thodos se achou que o mais conforme ás circumstancias do tempo presen
te , e ás Minhas Reaes Intenções, foi o que os Procuradores dos ditos
Póvos de Minas propuzerão, e oferecêrão em 24 de Março de 1734 ao
Conde das Galvêas André de Mello; e que, sendo por ele acceito, foi
praticado desde então até o tempo, em que a Capitação teve o seu prin
cipio: Hei por bem annullar, cassar, e abolir a dita Capitação, para
que cesse inteira, e absolutamente desde que esta Lei for publicada nas
Cabeças das Comarcas das Minas onde será feita a sua publicação logo
que a ellas chegar, sem demora alguma: E Sou Servido excitar, e res
tabelecer o dito methodo proposto pelos referidos Póvos em 24 de Março
de 1734 reintegrando-o ao mesmo estado, em que se achava quando foi
suspendido pela Capitação, confirmando-o com a Minha Authoridade Re
gia, e estabelecendo-o por esta Lei geral, modificado com tudo em be
neficio dos mesmos Póvos, que o oferecêrão, pela maneira que será ex
pressa nos Capitulos seguintes. +
C A P I T U L O I.
ele ameaça ao commum dos Póvos, haverá tambem em cada huma das
ditas Casas de Fundição hum livro de Registo, no qual fiquem lançadas
todas as ditas Guias, antes de se entregarem ás partes.
4, Eetes Registos se repartirão em todos os lugares, em que os tem
os Contratadores das Entradas, sendo obrigadas todas as pessoas, que
passarem por elles, a tirarem nova Guia, com que se apresentarão nas
Casas de Moeda do Rio, Bahia, e Lisboa. Em cujas Casas haverá ou
tro livro de Registo, no qual se lancem por memoria as entradas das re
feridas barras, para que todos os annos se possão conferir, e se possa
examinar por este meio, se ha barras falsas. E os Intendentes respecti
vos, como tambem os Vice-Reis do Brasil, e Governadores do Rio, e
das Minas, darão em todas as Frotas conta no Conselho Ultramarino com
o theor das ditas conferencias.
5 Estabeleço, e Mando, que as ditas Guias, e Registos se fação, e
entreguem ás partes pelos respectivos Intendentes, e seus Oficiaes, sem
salario algum ; sob pena de suspensão dos seus Officios contra os trans
gressores, que levarem qualquer emolumento, por minimo que seja. E
esta suspensão será de seis mezes pela primeira vez; de hum anno pela
segunda; e pela terceira incorrerão os transgressores em perpétua priva
ção dos seus Officios. •
C A P I T U L O VI.
D
26 1750
#
C A P I T U L O VII. R.: 1
C A P I T U L O VIII.
• E para obviar ainda mais os ditos contrabandos, hei por repetidas
nesta Lei todas as prohibições, que até agora se estabelecêrão contra os
que entrão nas Minas, ou dellas sahem por atalhos, ou caminhos parti *--*
## !
culares. Ordenando de mais que toda a pessoa, que for achada com Ou
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ro em pó, que exceda hum marco, seguindo algum caminho diverso da
quelles, onde se achão, e acharem estabelecidos os Registos do contra
to das entradas, seja havido por desencaminhador, e condemnado como
tal na sobredita fórma ; salvo , se apresentar Guia da Intendencia do
Lugar, donde sahio com Ouro em pó, pela qual conste que teve legiti
ma causa para se extraviar contra o estabelecido nesta Lei. *#
#
C A P I T U L O IX. km.
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C A P I T U L O X.
• A
Hel por bem, que o Regedor das Justiças, vença de ordenado cada
hum anno oitocentos mil réis, que lhe começárão a correr do primeiro
de Janeiro do presente anno, e serão pagos pela mesma Repartição,
porque até agora se lhe pagava o ordenado, que tinha, que fica inclui
do nos ditos oitocentos mil réis. Lisboa 11 de Dezembro de 1750. = Com
a Rubríca de Sua Magestade.
\
29
ANNO DE 1751.
3 Pagará mais cada huma das ditas arrobas, por proes, e precalços
dos Ministros, e Officiaes das Alfandegas; a saber: Para o Provedor da
Alfandega do dito genero hum real, que Sou servido conceder-lhe de no
vo a titulo de Tara: Para o Provedor da Alfandega do Assucar hum real,
ficando abolidos os dez réis, que até agora cobrou de cada rolo: Para os
Escrivães do mesmo Provedor hum quarto de real, tambem abolido o que
atégora recebêrão de Tara: Para o Feitor da dita Alfandega tres quar
tos de real: Para o Escrivão das marcas da mesma hum quarto de real,
abolida tambem a outra Tara, que actualmente percebe: fazendo em tu
do estes proes, e precalços, mais tres réis e hum quarto de accrescimo.
4 Item além do referido, cada arroba de Tabaco, que entrar na Al
fandega, e della sahir, pagará mais de salarios ás companhias, que cos
tumão conduzir este genero; a saber: desde o Barco até o Armazem cin
coréis por entrada, e desde o Armazem até o Barco indo por agoa, ou
até a porta indo por terra, cinco réis por sahida ; bem visto que o Ta
baco em nenhum destes dous casos poderá sahir da Alfandega, sem que
os conductores o levem pela balança, onde ha de ser pesado na maneira
abaixo ordenada : e pelo trabalho do peso vencerão tambem os pesado
res
maismeio
dez real
reis de cada por
e meio arroba, que for á balança, fazendo estes salarios
arroba. •
C A P I T U L O II. . .
res de fraudes taes, que requeirão as outras mais severas penas, que
se lhe imporão cumulativamente conforme a Lei do Reino, e Regimen
to da Fazenda.
3 A totalidade de número de arrobas e arrateis que tiver cada par
tida de Tabaco, computada na sobredita fórma , será declarada no li
vro da sahida, e nella computada para pagar os Direitos que dever nes
ta conformidade. , *
} C A P I T U L O IV.
C A P I T U L O V.
C A P I T U L O VI.
mo, debaixo das penas, que ao diante serão estabelecidas. Porém ficará
livre aos Lavradores, e compradores do Tabaco inferior, ou da terceira
qualidade, poderem gastallo na terra, ou embarcallo para a Costa de A
frica, como bem lhes parecer, na conformidade do que se acha ordena
do pelo
dens do Regimento da Junta da Administração do Tabaco, e pelas or
Conselho Ultramarino. •
C A P J T U L O VII.
l Por Me ser presente que os Fretes do Brazil para este Reino, por
hum abuso contrario á razão, e ao interesse do Commercio, se encare
cêrão em repetidas occasiões com tal exorbitancia, que o valor dos ge
neros não podia sofrer o custo do transporte, Ordeno que daqui em di
ante nenhum Mestre de Navio ouse pedir, ou receber por frete do Ta
baco de qualquer dos Pórtos do Brazil para este Reino, preço algum,
que exceda a trezentos réis arroba, ou a dezaseis mil e duzentos réis por
tonelada de cincoenta e quatro arrobas. Este preço ficará porém livre e
líquido a favor do Navio, a cujo fim já fica transferido no genero o Di
reito, que antes se pagava na Alfandega desta Cidade a respeito do cas
co. E os que levarem fretes maiores dos assima taxados, perderão toda
a importancia do transporte, que fizerem, a favor da pessoa, a quem
extorquirem a dita maioria. E ficarão sujeitos ás mais penas que mere
cerem, segundo a gravidade da maior culta, em que forem incursos.
em2 diante
O mesmo ordeno,
a respeito dos que se do
fretes observe tambem inviolavelmente daqui
Assucar. •
vios, que houverem levado carga deste Reino para o mesmo Porto, on
de concorrer o Navio, que se achar que nelle entrou de vasio, ou em
lastro, sob pena de que toda a importancia dos fretes, que este ultimo
Navio receber, cederá a favor dos Mestres dos outros Navios, a quem
direitamente pertencia a carga, ou daquelles que o denunciarem, e se
habilitarem na causa desta pena, com o direito de que os seus Navios
levarão carga para o Porto, onde a carregação se achar feita.
3 Semelhantemente os Navios pertencentes á Praça da Cidade do
Porto, que navegarem para os Pórtos do Brazil, não tomarão nelles car
ga pertencente a esta Cidade de Lisboa, senão depois de haverem sido
carregados os Navios da mesma Cidade de Lisboa: nem pelo contrario
os Navios poderão receber carga para o Porto, senão depois de se acha
rem carregados os Navios pertencentes á dita Cidade do Porto, tudo de
baixo das mesmas penas assima ordenadas.
Pelo que: Mando ao Presidente da Junta da Administração do
Tabaco, e Deputados della, que ora são, e aos que ao diante forem ,
cumpräo, e guardem este Regimento, e o fação inteiramente cumprir e
guardar assim pelos Ministros e Oficiaes da sua Repartição, como por
todos os mais do Reino, como nelle se contém. E Mando que depois de
ser por Mim assignado, se imprima, para que seja notorio a todas as pes
soas, a quem tocar a sua observancia. E o mesmo Regimento Hei por
bem que tenha força e vigor de Lei, sem embargo de quaesquer Leis,
ou Ordenações que o encontrem, que por este derogo, como se de cada
huma dellas fizera expressa menção; e quero que valha, como se fosse
Carta passada pela Chancellaria, posto que por ella não passe, sem em
bargo das Ordenações do Livro segundo titulo trinta e nove, quarenta,
e quarenta e quatro, que dispoem o contrario. Lisboa a 16 de Janeiro
de 1751. (1) = Com a Assignatura de Sua Magestade.
Impresso avulso.
} # …>, ºk #
para fóra, ou para levarem as Partes para suas casas o referido genero,
não sómente se lhes dará Despacho na sobredita fórma, e não sómente
se lhes darão a Tara, e favor abaixo declarados; mas tambem se lhes a
baterão de mais dez tostões de premio em cada caixa na conta dos Bi
lhetes; e se lhes darão mais seis mezes de espera para o pagamento dos
Direitos, além do espaço, que tiverem para o mesmo efeito os mais Des
pachadores. Pelo que pertence ao favor das Taras se praticará o mesmo,
que ate agora se praticou, abatendo-se de cada cinco arrobas huma em
beneficio dos Despachadores; ou estes despachem os Assucares para o
consumo do Reino, ou para o extrahirem delle para os Paizes Estrangei
ros. Pelo que pertence aos Direitos, os Assucares, que se despacharem pa
ra o consumo destes Reinos, pagarão por cada arroba do Branco, limpa
da Tara, o mesmo cruzado, que pagárão até agora; e por cada arroba
do Mascavado dous tostões, na conformidade da Lei de treze de Setem
bro de mil setecentos e vinte e cinco; excepto o Donativo, que cessara
inteiramente desde a publicação do presente Decreto. Porém o Assu
car, que se despachar para fóra, constando por ligitimo modo, que he
extrahido para qualquer Paiz estrangeiro, se dividirá na conta por cabe
ça em duas partes iguaes, ou ametades, depois de ser abatida a Tara
assima ordenada. Huma das ditas ametades pagará o Direito na mesma
fórma, em que o pagar o Assucar, que for despachado para o con
sumo do Reino: A outra ametade, que restar, se dará aos Despachado
res livre de todo o encargo a favor do Commercio, o qual gozará deste
beneficio quanto ao preterito desde o dia doze de Agosto do anno pro
ximo passado; e quanto ao futuro até que Eu seja servido dar sobre esta
matereria outras mais amplas providencias. Pelo que pertence aos Fre
tes dos Navios, que transportão do Brazil este genero, Sou servido or
denar, que a respeito delle se observe em tudo, e por tudo o mesmo,
que tenho estabelecido a favor do Tabaco, e sua navegação pelo Capi
tulo setimo do Novo Regimento da Alfandega deste segundo genero,
desde o §. Primeiro até o §. Final inclusivè. Frºm os seiscentos réis de
cada caixa, que até agora pagárão os Donos dos Navios do preço, que
recebião dos Fretes, ficarão daqui em diante transferidos no genero a
cargo dos que o despacharem para se haver delles nos termos, e nos ca
sos em que pagarem os mais Direitos assima declarados. Pelo que per
tence aos primeiros preços no Brazil, sendo certo, que todos os sobredi
tos favores nos Despachos, Direitos, e Fretes, se farião inuteis se o As
sucar se não podesse achar no agro, com tal proporção no custo, que o
Lavrador ganhasse em o fabricar, e o Homem de negocio achasse a sua
conta em o extrahir; estabeleço, que daqui em diante na Bahia de to
dos os Santos, nem cada arroba de Assucar branco fino possa exceder o
valor de mil e quatrocentos réis; nem do Branco redondo o valor de mil
e duzentos réis; nem do Branco batido o valor de novecentos réis; nem
do Mascavado macho o valor de seiscentos réis; nem do Mascavado ba
tido o valor de quinhentos réis; nem do Mascavado broma o valor de
quatrocentos réis; livres, e liquidos para os Lavradores. Os Assucares
do Rio de Janeiro, Pernambuco, e Maranhão, serão vendidos ao mes
mo respeito, com a diferença de cem réis de menos por arroba em todas
as qualidades, e preços assima estabelecidos. Tudo isto sob pena de que
as pessoas, que excederem os sobreditos preços, em qualquer dos refe
ridos Estados, depois de ser passado hum anno, contado do dia da Pu
licação, que nelles se fizer deste Decreto, incorrerão nas mesmas pe
mas estabelecidas pelo Capitulo sexto, §, segundo do Novo Regimento da
40 • I75 |
Impresso avulso.
# %vo…?: #
C A P I T U L O T.
C A P I T U L O II.
Hei por bem, que em cada huma das Casas da Fundição, além
do Intendente, Fiscal, Meirinho, e seu Escrivão, nomeados na Lei,
que para arrecadação dos Quintos do Ouro Mandei publicar em tres de
Dezembro do anno proximo passado de 1750, haja de mais hum Thesou
reiro, hum Escrivão da sua receita, hum Escrivão da Intendencia, ou
tro das Fundições, dous Fundidores, ou hum com seu Ajudante, hum
42 1751
Ensaiador com seu Ajudante, para que assim se faça com mais seguran
ça a arrecadação da Minha Real Fazenda, e se expeção as Partes com
maior brevidade.
C A P I T U L O III.
Dos Intendentes.
§. 26. Para o caso em que venha a succeder, que algum Fiscal seja
suspenso na sobredita fórma, as respectivas Camaras farão sempre elei
ção dos dous, que hão de servir nos seis mezes successivos a ella, para
que o que estiver immediato a entrar, possa substituir o que for suspen
46 1751
Dos Fiscaes.
C A P I T U L O V.
Dos Thesoureiros.
Do Escrivão da Intendencia.
C A P I T U L O IX.
Dos Fundidores.
Dos Ensaiadores.
C A Fºº I T U L! O. XII,
C A P I T U L O XIII.
Dos Cofres.
Das Escovilhas.
zão delles, nem do trabalho se lhes leve cousa alguma; em justa recom #Meu C
pensação desta despeza: Hei por bem declarar, que o producto das Es #Lia,
covilhas pertence á Minha Real Fazenda. #Nykaç;
§. 2. A importancia destas Escovilhas se carregará em receita aos lº, para
Thesoureiros, com distincção e separação do producto dos Quintos, e =\s? As
com a mesma distincção se metterá nos Cofres; e quando se remetter # Dis
o Ouro delles, virá tambem o procedido das mesmas Escovilhas com dif
ferença, para se conhecer que he procedido dellas.
§. 3. Quando a experiencia e conhecimento prático mostre que ha
necessidade de mais providencias das que se expressão neste Regimen
to, assim para a conveniente arrecadação dos Quintos, como para a se
gurança, expedição, e commodo dos particulares, os Governadores, e
Intendentes respectivos, mo farão logo presente, havendo-se nesta par
te com o prompto cuidado, que muito lhes recommendo.
Este Regimento se cumpra e guarde inteiramente, como nelle se
contém, não obstante quaesquer outras Leis, Regimentos, ou Resolu
\,…
… iria
ções em contrario, que hei por derogados para este efeito, como se del
&# Mçºs
les fizesse expressa e individual menção. Pelo que Mando ao Meu Con filº em
selho Ultramarino, Vice-Rei, Governadores, e Capitães Generaes do
Estado do Brasil, Ministros, e mais Pessoas dos Meus Reinos, e Do #
# Ofi
minios, que o cumprão e guardem , e o fação inteiramente cumprir e ("l C00
guardar, como nelle se contém; e ao Desembargador Francisco Luiz da
Cunha e Ataide do Meu Conselho, e Meu Chanceller Mór do Reino, #0 d.
Mando que o faça publicar na Chancellaria, e o faça imprimir e regis * # Tºt
tar nos lugares, onde se costumão fazer semelhantes registos, e enviar ## !
ás partes costumadas: e este proprio se lançará na Torre do Tombo. Es #*#
criptoeem Lisboa a 4 de Março de 1751. = Com a Assignatura de El *# )
Rei, a do Ministro. - •
####
*s,
Regist, na Chancellaria Mór da Córte, e Reino no "intº
Divro das Leis, a fol. 164, e impr. avulso. #, A
# titut
###
# #vo"# *#
# #*<>"+--+
+--|#*Cººk # /*
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará em fórma de Lei virem,
que tendo consideração aos inconvenientes, que resultão de se praticar
na Relação, e Casa do Porto o Assento, que nella se tomou em quinze
de Julho de mil seiscentos setenta e cinco sobre a Ordenação Livro 5.
Tit. 23. no principio: Hei por bem Mandar que daqui em diante se ob
serve na dita Relação, e seu districto o mesmo, que se pratíca na Casa
da Supplicação, e que nem por dezoito dias se conceda Carta de seguro
para caucionar; porque segundo a dita Ordenação, que inteiramente se
deve guardar, a caução, com que os Réos podem ser relaxados da Ca
dêa, se deve arbitrar, e prestar estando elles realmente prezos, e não
podem de outra maneira ser ouvidos; e para este mesmo efeito Sou ser
vido revogar, e abolir o dito Assento: Pelo que Mando ao Regedor da
(1) Vid. Alv. de 24 de Novembro de 1645.
54 175 |
*-+…+-+
C A P I T U L O II.
Dos Inspectores.
1. Os Inspectores serão na Bahia, e no Rio de Janeiro os dous In
tendentes geraes do Ouro, que Fui Servido crear de novo pela Lei que
mandei publicar em tres de Janeiro do anno passado de mil setecentos,
e cincoenta; e em Pernambuco, e no Maranhão os dous Respectivos Ou
vidores, os quaes todos servirão debaixo do juramento dos seus cargos.
Haverá mais em cada Meza hum homem de nogocio dos que costumão
comprar Assucares, ou Tabacos para remetter a este Reino: e hum See
nhor de Engenho, ou Lavrador de Tabaco dos que costumão mandar fa
bricar hum, ou ambos estes dous generos; aos quaes será dado juramenr
to pelos referidos Inspectores Letrados ao tempo da posse. , ,
2. Os quatro Intendentes Ministros de letras serão invariaveis em
quanto occuparem as respectivas Intendencias, e Ouvidorias assima der
claradas.
vido E servirão
Mandar com os mesmos ordenados, que a seu favor Fui Ser
estabelecer. •
*# #t <>$ #
# #ºcººk \}
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que , sendo-Me presente que depois da promulgação da Pragmatica de
vinte e quatro de Maio de mil setecentos quarenta e nove, se tem acha
do na prática della alguns inconvenientes tão dignos da Minha Real At
tenção, como forão esterilizarem-se diferentes obras das fabricas destes
Reinos, e faltarem assim os empregos ao util, e necessario trafico dos
Artifices, e pessoas que delle se costumavão sustentar : Considerando
que semelhantes Leis forão sempre susceptiveis de todas as declarações,
modificações, e limitações, que a experiencia mostra necessarias para a
maior utilidade pública, em que consiste o seu essencial objecto: E pro
curando promover o bem commum de Meus Vassallos, e facilitar os meios
de viverem do seu util trabalho aos que a elle louvavelmente se appli
(1) Vid. o Alvará de 15 de Julho de 1775. H
2
|
60 1751 •
rão contra as ditas pessoas em todos os casos em que forem achadas com
fazendas (ainda das que acima lhe permitto vender) debaixo de capotes,
ou mantos, ou em outro lugar fóra dos referidos fardos que trouxerem ás
costas, ou cabeça descubertos, e públicos.
- Este Alvará se cumprirá tão inteiramente como nelle se contém.
Pelo que Ordeno ao Duque Regedor da Casa da Supplicação, Governa
dor da Casa do Porto, Vice-Reis, e Capitães Generaes, Governadores
destes Reinos, e mais Dominios, que o fação guardar inteiramente. E
Mando ao Desembargador Francisco Luiz da Cunha e Ataide do Meu
Conselho, Chanceller Mór do Reino, que o faça publicar na Chancella
ria, e enviar as copias delle pelas Comarcas; e se registará nos livros da
Mesa do Desembargo do Paço, Casa da Supplicação, e Relação do Por
to, e nos mais Tribunaes desta Minha Corte, onde semelhantes Leis se
costumão registar. Dado em Lisboa aos 21 de Abril de 1751. = Com a
Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist, na Chancellaria Mór da Corte, e Reino no
Livro das Leis a fol. 7., e impr. na Oficina de
Antonio Rodrigues Galhardo.
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo-Me presente em Consultas da Meza do Desembargo do Paço,
do Conselho da Fazenda, e do Senado da Camara, as successivas que
bras, com que tem faltado de credito os Thesoureiros dos Depositos da
Corte, e Cidade, com grave escandalo da fé pública, e com intoleravel
jactura do Commercio interior dos Meus Reinos; sem que bastassem as
diversas providencias que se tomárão em diferentes tempos para obviar
a estas grandes desordens: E desejando com estes justos motivos occor
rer em beneficio commum dos Meus Vassallos a hum mal de tão perni
ciosas consequencias: Sou Servido extinguir para sempre, como se nun
ca houvessem existido, ou dous Officios de Depositario da Corte, e Ci
dade, e crear, e estabelecer no lugar delles para a guarda, e direcção
dos referidos Depositos a Administração abaixo declarada; e dar-lhe pa
ra o seu estabelecimento, e governo o Regimento conteúdo nos Capitu
los seguintes.
C A P I T U L O I.
C A P I T U L o IV.
1 Para maior clareza, e facilidade das sobreditas conferencias, e ba
lanços, haverá em cada Cofre tres Livros separados: A saber: hum Li
1751 65
C A P I T U L O V.
a huma unica verba posto que sejão muitos os Exequentes que requei
rão a entrada , ou sahida dos Depositos , ou as penhoras, e embargos
que nelles se fizerem, se estes forem requeridos contra hum mesmo Réo
executado por huma só acção em que concorrão diferentes litis consor
tes, ou diversas partidas. •
*k-kton% #
# >$1<>#---+
EU ELREI Faço saber, aos que este Regimento virem que tendo
consideração, a que os Oficiaes que servem com o Guarda Mór de Meus
Pinhaes de Leiria, estavão sem Regimento, sem saberem as obrigações,
a que cada hum devia acodir, e ainda o mesmo Guarda Mór usava do
que lhe foi dado na era de mil e quinhentos e vinte, o qual além de di
minuto se acha alterado com o decurso de tantos annos: Fui Servido
Mandar fazer este novo Regimento, não sómente para o Guarda Mór,
e seus Oficiaes, mas tambem para o Superintendente da fabrica da ma
deira da Marinha, seus Oficiaes, e mais pessoas, que tem emprego na
dita fabrica, no qual se dá fórma para o bom governo, e boa arrecada
ção de Minha Real Fazenda, conservação, e augmento de Meus Pinhaes,
que Mando se cumpra, e dê á sua devida execução assim, e da manei
ra que nelle se contem.
§. 25. Toda a pessoa de qualquer qualidade, que seja, que for com
prehendida em cortar páo de algum dos Meus Pinhaes, pagará pela pri
meira vez cinco mil réis, e pela segunda dez mil réis; e sendo porém
páo Real capaz de servir nas Minhas fabricas, pagará pela primeira vez
vinte mil réis, e pela segunda quarenta mil réis, e dous annos de degre
do para a Africa, e em todo o caso perderá as alfaias, os Bois, e os
carros, que forem achados no Pinhal carregando madeira; tudo applica
do na fórma assima dita. E Mando que se dê por provado o delicto to
das as vezes, que se acharem dentro do Pinhal os Bois sem campainhas,
ou com ellas prezas. |-
§. 26. O Guarda Mór por nenhum caso poderá applicar, nem fazer
mercê das madeiras, que forem reprezadas aos Denunciantes, antes man
dará que, por inuteis que sejão, se restituão á custa dos transgressores
na fabrica do Engenho, aonde o Escrivão della as carregará em receita
ao Recebedor, para as vender com as mais do seu recebimento.
27. Tanto que ao Guarda Mór se lhe apresentar mandado do Vé
dor da Minha Fazenda com relação da madeira, que se ha de cortar, e
entregar ao Feitor da Pedreneira, o fará logo registar, e autuar, e as
signando o sitio, em que se ha de fazer o córte, que será o destinado
na vestoria geral, mandará passar outro para se fazer o dito córte com
dia certo.
§ 28. Quando porém Eu for servido fazer Mercê a pessoas particu
lares de alguma madeira, fará o Guarda Mór registar, e autuar o mandaº
72 • 175I
§. 29. O Guarda Mór nomeará hum Couteiro, que assista aos lavra
mentos das madeiras, ou sejão para as Reaes Fabricas, ou para parti
culares, não consentindo que entrem os homens de machada no Pinhal,
sem que assista o Couteiro aos ditos lavramentos.
§. 30. E fazendo Eu mercê a alguma pessoa de alguns páos, e que
rendo esta abri-los em madeira , nunca o Guarda Mór lhe dará licença
para a serrar dentro dos Pinhaes, nem em terras da Coitada, mas será
obrigada a hir serralla dentro dos muros do engenho por serras de mão
á sua custa salvo Eu expressamente mandar que se serre no moinho.
§. 31. Os páos encostados que até agora com errada intelligencia a
titulo de bicadas se entregárão ás pessoas , a quem Eu fazia mercê de
alguns páos, os quaes ao cahir na occasião do córte derribavão outros,
e os encostavão: Mando que os taes páos assim encostados, ou derriba
dos se aproveitem no Engenho para a Minha Real Fazenda, não levan
do as ditas pessoas, mais que o número de páos concedidos nos man
dados. •
§. 32. O Guarda Mór não dará licença, para se cortarem páos para
madeira de consumo, sem que primeiro se informe, se estão aproveita
das as bicadas, os páos cahidos no chão , e os que se cortarem para a
tirada de outros; e só depois de todos estes aproveitados, dará licença,
para que se cortem, os que forem necessarios para o consumo com tan
to que sejão de cogumello inuteis para as Reaes Fabricas, e por des
baste. \ |
§. 33. O Guarda Mór tirará todos os annos em Janeiro huma devassa
do procedimento dos Officiaes, perguntando pelos Capitulos deste Regi
mento, e procederá contra os culpados, e no caso que o Guarda Mór es
teja ausente, ou legitimamente impedido, Mando que sirva em seu lu
gar o Corregedor de Leiria.
§. 34. Mando que o Alcaide, Meirinhos, e Escrivães, e mais Ofi
ciaes de Justiça da Cidade de Leiria, e sua Comarca cumpräo as ordens
do Guarda Mór, e lhe assistão em tudo, que por elle lhe for ordenado a
bem de Meu serviço, pena de prizão, a que procederá o Guarda Mór,
e ás mais, que lhe parecerem justas.
§. 35. Havendo no Pinhal algum incendio , mandará o Guarda Mór
tocar o relogio da Cidade, e fará avizo ao Corregedor da Comarca, Juiz
de Fóra, e Capitão Mór, para que com toda a pressa lhe assistão com
tudo, o que for necessario, para se apagar o fogo , e do contrario que
observarem Me dará parte, para lho estranhar, como Me parecer justo,
assistindo em todo o caso o dito Guarda Mór , e o Superintendente da
Fabrica com seus Officiaes deixando nella , os que forem precisos para
sua guarda, e extincto o fogo mandará tirar o referido Guarda Mór hu
ma exacta devassa dos delinquentes, para proceder contra os que forem
culpados. •
- " … | - - - - 1}
{
1751 77
§ 17. - Da mesma sorte se farão os das rematações dos sepos dos páos
cortados para Pez, a que não assistirá o Feitor da Pederneira, mas sim
o Recebedor da Fabrica, e declarará tambem o Escrivão a importancia,
porque se rematão, e o tempo, em que ha de fazer entrega do dinheiro
o Rematante, o qual assignará o dito termo com o seu fiador , que será
reconhecido, e acceito pelo Recebedor, a quem o dito Superintendente
mandará carregar em receita todo o dinheiro que receber do Rematante,
fazendo-lhe passar conhecimento em fórma para sua descarga. -
Regimento do Recebedor.
que para o mesmo efeito receber dos Almoxarifes da Ribeira das Náos,
a quem dará conhecimento em fórma para as suas contas.
§. 3. Da mesma fórma se lhe ha de carregar em receita todas as fal
cas, ou vigas de pinho, taboas, barrotes, ripas, cerneiras, e costeiros;
que produzirem as bicadas dos córtes, que se fizerem, páos cahidos por
tormenta, e dos que se derem a particulares, e os tocados de cocumel
lo, que se cortarem no Pinhal, depois de se tomarem em lembrança no
livro de ementa, como se declara nos Capitulos 5 e 6 do Regimento do
Escrivão. •
duzia — — — — — — — — — — — — — — — — *{550
Solho de 15 palmos, a duzia - Á685
Solho de 18 palmos, a duzia - 8825
Solho de 21 palmos, a duzia - 3960
Solho de 24 palmos, a duzia - 13100
Solho de 12 palmos de comprido, e palmo e meio de largura,
duzia - - - - -
Solho de 15 palmos, a duzia —
Solho de 18 palmos, a duzia — — —
- - - - •
—
•
— —
• •
•
• • •
: 13200
1 3 500
13800
Solho de 21 palmos, a duzia - - - - - - - - - 23100
Solho de 24 palmos, a duzia - - - - - - 23400
Couceiras de 12 palmos de comprido, a duzia - - - 1,5680
Couceiras de 15 palmos, a duzia — — — — — — — 23100
Couceiras de 18 palmos, a duzia — — — — — — — 23520
Couceiras de 21 palmos, a duzia — — — — — — — 2,3940
Couceiras de 24 palmos, a duzia — — — — — — — 3,5360
Molduras de 12 palmos, a duzia - 1 3200
Molduras de 15 palmos, a duzia - l 3 600
Molduras de 18 palmos, a duzia - 13800
. Molduras de 21 palmos, a duzia — 23 100
Molduras de 24 palmos, a duzia - 2,3400
Forro de 12 palmos, a duzia - - 23 500
Forro de 15 palmos, a duzia - - 3625
Forro de 18 palmos, a duzia - #3750
Forro de 21 palmos, a duzia - g3875
Forro de 24 palmos, a duzia - 13000
Barrotes de 15 palmos, a duzia 3600
Barrotes de 20 palmos, a duzia 13200
Barrotes de 25 palmos, a duzia 1 3800
Barrotes de 30 palmos, a duzia 2,5400
Ripas de 12 palmos, a duzia - 3 100
Ripas de 15 palmos, a duzia - 23 120
Ripas de 18 palmos, a duzia - 3 140
Ripas de 21 palmos, a duzia - 4 160
Ripas de 24 palmos, a duzia - 3200
Madeiras de Cerne.
}
8]
3060
Ditos de 15 palmos, a duzia a - 3080
Ditos de 18 palmos, a duzia a - 3 100
Ditos de 20 palmos, a duzia a - 3 120
82 1751
3080
eu Escrivão fiz esta receita, que comigo assignou, e porá verbas nos li
vros de ementas á margem dos assentos, que tiver feito de taes falcas,
e madeiras, em que declare ficarem-lhe carregadas em receita em seu
livro della a folhas tantas.
§. 7. Terá outro livro, que ha de servir, para se tomar em lembran
ça todas as madeiras, que o Recebedor vender, o que fará em titulos se
parados conforme as suas qualidades na fórma seguinte.
Vendeo o Recebedor tantas duzias de taboas de tal qualidade, ou
comprimento, ou barrotes, ripas, cerneiros, ou costeiros, que a preço
de tanto, importa tanto, cujo assento assignará o dito Escrivão com o
Recebedor, sahindo á margem delle com a sua importancia, dando guia
á parte, que a comprar, para a conduzir com segurança, e lhe não ser
tomada por perdida. -
§. 10. Da mesma sorte fará os das rematações dos sepos dos páos cor
tados para o Pez, a que ha de assistir o Recebedor da Fabrica, e não o
Feitor da Pederneira; e declarará nos termos, que fizer o preço, porque
se rematão, e o tempo, em que o Rematante ha de fazer entrega do di
nheiro, o qual assignará com o seu Fiador na fórma assima, que tambem
terá reconhecido, e aceito pelo Recebedor, a quem carregará em recei
ta todo o dinheiro, que receber do Rematante, passando-lhe conhecimen
to em fórma della para sua descarga.
§. 11. No fim de cada tres mezes fará huma folha dos ordenados do
Superintendente, seu, e do Recebedor, para por ella serem pagos, em
que todos assignarão, de como recebêrão o seu pagamento; e fará da sua
importancia hum termo no livro da despeza em titulo separado, declaran
do, que o Recebedor dispendeo a quantia de tanto, pelo pagamento,
que fez dos ordenados do Superintendente, Escrivão, e Recebedor da
Fabrica em os tres mezes de tantos até tantos, como consta da folha dos
ditos ordenados, em que todos assignárão, e vai a linha do dito Rece
bedor. ?
|-
1751 • 85
§. 14. Terá em cada hum anno, além de seu ordenado, seis mil e
quatrocentos réis por huma vez sómente para o papel, que lhe for pre
ciso para o expediente do seu oficio, os quaes serão levados em conta
ao Recebedor por termo separado feito em seu livro de despeza.
Regimento do Mestre da Fabrica, e Engenho.
§. 1. O Mestre ha de estar á ordem do Superintendente, Recebe
dor, e Escrivão da Fabrica, e será pessoa, que tenha conhecimento de
tudo, quanto he preciso para o Engenho serrar com facilidade toda a cas
ta de madeira, e que saiba introduzir as serras á proporção das falcas,
especulando os desconcertos mais interiores do mesmo Engenho, dos
quaes dará conta ao Recebedor, para o fazer presente ao Superinten
dente.
§ 2. Deve assistir actualmente no Engenho, e zelar os Oficiaes não
sómente, para que se não descuidem das suas obrigações, mas para ver,
se trabalhão, como deve ser em modo, que não tenha o Engenho pre
juizo.
§. 3. E porque o Mestre tem obrigação de procurar que se não le
vem ordenados, ou jornaes indevidamente, achando alguns carpinteiros,
ou Oficiaes, que por preguiça, ou falta de sciencia não são capazes;
dará conta ao Recebedor, para que informando o Superintendente da in
capacidade delles os despeça, ou suspenda.
§. 4. Ha de ter todo o cuidado, em que o Engenho ande sempre lim
po, e concertado, como tambem as tercenas, e mais officinas do dito
Engenho, dando parte ao Recebedor dos concertos, que forem necessa
rios com relação, do que for preciso para elles, para ser presente ao Su
perintendente. - (
Guiné, e India, e hirá ter com o Guarda Mór dos Pinhaes, para deter
minar o dia, e o sitio, em que se ha de fazer o dito córte, ao qual de
ve assistir pessoalmente. •
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Impresso avulso.
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quaes deve ser confiscado: a cujo fim Ordeno a todos os Oficiaes de Jus
tiça destes Reinos, que sendo requeridos pelos mesmos denunciantes dem
logo as necessarias buscas nos lugares, que por elles lhe forem aponta
dos, na mesma fórma, que se pratíca com o Tabaco; sobpena de sus
pensão até nova mercê Minha contra os que ou recusarem fazer as ditas
175] • 97
*
mente: o qual Mando que valha, e tenha força de Lei, não obstantes #
quaesquer outras Leis, Regimentos, Compromissos, Posturas, ou Or #
dens em contrario, que para este efeito sómente Hei por derogadas, co #
mo se dellas fizesse expressa menção. E tambem que este sempre se ob V\,
serve, posto que o seu efeito haja de durar mais de hum anno, como se *#
fosse Carta passada pela Chancellaria, ainda que por ella não passe sem #
embargo das Ordenações do Livro segundo, Titulo trinta e nove, qua "It
renta, e quarenta e quatro, que dispoem o contrario. Lisboa em 14 de #*
Julho de 1761. (1) = Com a Rubríca de Sua Magestade. ta[.
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Regist. no Conselho
liv. 19., e impressodaavulso.
Fazenda a fol. 277. vers. do
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te
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a!
Sesos-Me presente em Consulta do Desembargo do Paço, que fazem
do transacção e amigavel Composição Dona Catharina Leonor de Mene
zes com seu Sobrinho José Antonio de Brito e Menezes por Escritura
pública, pela qual lhe largou todos os bens, e Morgados que possuia,
reservando para seus alimentos cincoenta mil réis cada mez, que elle lhe
satisfaria em dinheiro de contado; cinco porcos, tres marrãs, e tres du
zias de gallinhas pelo carnaval de cada hum anno, e moio e meio de tri
go, que pagaria de ordenado ao seu Procurador João Marques de Deos
Prisbitero do Habito de São Pedro em cada hum dos annos da Vida da
dita doadora, e por sua morte, lhe mandaria dizer quatrocentas Missas;
e tendo o dito contrato reciproco efeito por mais de tres annos, se le
vantará o mesmo seu Sobrinho com os alimentos reservados sem lhe pa
gar muitas mezadas e pitanças vencidas, e pelas que futuramente se ven
cessem, lhe pozera a Escritura em Juizo perante o Corregedor do Civel
da Corte o Desembargador Antonio José da Fonceca Lemos por assigna
ção de dez dias, e formando ele os seus embargos, o dito Ministro os re
cebêra sem condemnação, fundado em hum grande número de recibos,
que ajuntou com elles, que ainda não chegavão a cubrir a divida ven
cida, e sem o condemnar nos alimentos que se hião vencendo, fican
do ella distituida de todo o remedio, e sem outros bens, ou rendas
de que possa subsistir, nem ter com que suprir os gastos da demanda:
Sou Servido Ordenar, que esta Causa se sentencei a final no preciso ter
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EU ELREI Faço saber, aos que este Alvará de Lei virem, que
tendo consideração a que as penas estabelecidas na Lei do Reino contra
os que tirão presos do poderº da Justiça, nem podem ser em parte exe
cutadas, nem tem sido bastantes a impedir a escandalosa liberdade,
com que tantas vezes se commettem estes dilictos; como tambem, a que
sendo este igualmente ofensivo do Meu Alto, e Real respeito, e da boa
ordem, e administração da Justiça, não deve ser diferentemente casti
gado em attenção á graduação, e diversa qualidade dos Ministros, e Of
ficiaes, de cujo poder se tirão os prezos: Querendo sobre este materia
dar huma providencia, que possa proporcionar-se, e igualar a pena, e
evitar com temor della que se repita hum crime de tão máo exemplo, e
prejudiciaes consequencias: Sou Servido determinar que geralmente, e
em todo o caso, em que toda a pessoa de qualquer qualidade, preemi
nencia, estado, e condição que seja, tirar prezo de poder de Justiça, ou
der para este efeito ajuda, e favor, se for peão, seja irremisivelmente
açoutado, e condemnado por dez annos para as Galés; sendo nobre, se
ja degradado por dez annos para Angola; praticando-se esta pena sem
diferença alguma, nem respeito á qualidade dos Ministros, e Oficiaes,
que levarem os prezos. E Mando aos Regedores da Casa da Supplicação,
e Governador da Casa do Porto, e aos Desembargadores das ditas Rela
ções, e a todos os Corregedores, Ouvidores, Juizes, Justiças, Oficiaes,
e pessoas destes Meus Reinos, e Senhorios, cumpräo, e guardem este
Meu Alvará de Lei, como nelle se contém; e para que venha á noticia
de todos, e se não possa allegar ignorancia, Mando ao Doutor Francis
co Luiz da Cunha de Ataide do Meu Conselho, e Chanceller Mór do
Reino o faça publicar na Chancellaria, e enviar a copia dele sob Meu
Sello, e seu signal a todos os Corregedores, º#…2
das Comarcas,
1oo 175 |
e aos das terras dos Donatarios, em que os Corregedores não entrão por
correição; e se registará nas partes, em que semelhantes se costumão
registar; e este proprio se lançará na Torre do Tombo. Dado em Lis
boa a 28 de Julho de 1751. = Com a Assignatura de ElRei, e a do
Marquez Mordomo Mór Presidente.
Regist. na Chancelaria Mór da Corte, e Reino no
Livro das Leis a fol. 15, e impr. avulso.
# **<>$ # •
# #L@º # \:
Impresso avulso.
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo-Me presente que a divisão dos Territorios do Reino do Algar
ve, da Provincia do Além-Tejo, e das Comarcas de Santarem , e de
Setubal impedem a prizão, e facilitão a impunidade dos Delinquentes,
que tem commettido os escandalosos roubos , que grassão na dita Pro
vincia ; animando-se os Réos de tão de testaveis crimes, não só com a
esperança de passarem do districto, em que commettem hum roubo, a
outro districto, onde não tem ainda delinquido, mas tambem com as de
moras, e formalidades, que passão, em quanto as Justiças se deprecão
reciprocamente: Sou servido Ordenar que nesta especie de delictos seja
cumulativa a jurisdicção Criminal de todos os Juizes, e Ministros dos so
breditos Territorios ; de sorte que huns possão prender os Réos no dis
tricto dos outros, e na mesma fórma tomar Querelas , e formar Devas
sas; havendo-se todo o Reino do Algarve, Provincia de Além-Tejo, e
Comarcas de Santarem , e de Setubal por foro do delicto em ordem aos
referidos fins; pois que os Processos se não podem instruir, e julgar se
não na Casa da Supplicação pela Commissão , que Tenho estabelecido
para o dito efeito. Outrosim sou servido dar plena liberdade, em quan
to Eu não mandar o contrario, a todos os Particulares do sobredito Rei
no, Provincia, e Comarcas, para lançarem mão não só dos Delinquen
tes, que por taes forem conhecidos, mas tambem das Pessoas desconhe
cidas, que se fizerem suspeitosas, para que levando-as seguras aos Ma
gistrados dos Lugares mais visinhos, examinem estes promptamente o
merecimento dos Presos; de sorte que achando-lhes culpas formadas, os
remettão á sobredita Commissão; e achando que são meros Vadios, Me
dem conta. E para que estas providencias tenhão o seu prompto, e cum
prido efeito em beneficio do socego público, Sou tambem servido Orde
nar, que ellas se pratiquem , pelo que pertence aos sobreditos crimes,
não obstantes quaesquer Leis, e Privilegios contrarios, e que este va
lha, posto que seu efeito haja de durar mais de hum anno, como se fos
|102 1751
se Carta passada pela Chancellaria, ainda que por ella não passe. E es
te se registará nos livros do Desembargo do Paço, nos da Casa da Sup
plicação, e onde mais se costumão registar semelhantes Leis. Belém em
14 de Agosto de 1751. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist. na Secretaria de Estado dos Negocios do Rei
no no Livro dos Decretos, e Alvarás a fol. 177, e
impr. avulso.
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Faço saber, aos que este Regimento virem , que tendo consideração a
Me representarem os Póvos da parte do Sul do Estado do Brasil, que
por ficar em tanta distancia a Relação da Bahia, não podem seguir nel
la as suas Causas, e Requerimentos, sem padecer grandes demoras,
despezas, e perigos, o que só podia evitar-se, creando-se outra Relação
na Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, que os ditos Póvos se of
ferecião a manter á sua custa, Fui servido mandar vêr esta materia no
Concelho Ultramarino, e no Meu Desembargo do Paço, que se confor
márão no mesmo parecer; e por desejar, que todos os Meus Vassallos se
jão provídos com a mais recta, e mais prompta administração da Justi
ça, sem que para este efeito sejão gravados com novos impóstos, Hou
ve por bem de crear a dita Relação, á que Mando dar este Regimento,
de que foi encarregada a dita Mesa do Desembargo do Paço, para sé
ordenar pelo modo, e fórma mais conveniente; fazendo-se por conta da
Minha Fazenda, e das despezas da dita Relação, as que forem necessa
rias para a sua creação, e estebelecimento.
T I T U L O I.
Do Governador da Relação.
T I T U L O III.
. Do Chanceller da Relação.
36 A ele pertence por bem deste cargo conhecer das suspeições, que
se puzerem ao Governador, Ministros, e Oficiaes da Relação, assim co
mo por ser tambem Juiz da Chancellaria ha de conhecer de todas as sus
peições, que se puzerem a todos os outros Ministros, e Oficiaes da Cida
de de São Sebastião do Rio de Janeiro dentro della sómente; e para o des
pacho das suspeições, que se puzerem ao Governador, que deve não es
tar presente, nomeará o Chanceller os dous Adjuntos que lhe parecer;
porque para o despacho de todas as outras suspeições lhe serão nomeados
pelo Governador os seus Adjuntos.
37 E quando as suspeições forem postas ao mesmo Chanceller como
Juiz das que se houverem posto contra as pessoas assima ditas, se toma
rá logo assento entre os dous Adjuntos, e hum Desembarhador mais,
que o Governador nomear para que se proceda na fórma da Ordenação
Livro 1.° tit. 2. § 8." tit. 4º §. 5.º e tit. 14, §, 3.°
38 Porém quando o Chanceller houver de julgar outros feitos, assim
como o ha de fazer, por ser Juiz da Chancellaria, e lhe forem postas sus
peições, nomeará o Governador outro Desembargador que faça proces
sar, e despachar as mesmas suspeições.
39 E para se evitarem muitas dúvidas, que podem occorrer, Sou ser
vido, que sendo postas as suspeições a algum Desembargador, ou outro
Ministro, senão commetta o feito a outro algum, e fique suspenso intei
ramente o conhecimento delle: tendo-se entendido, que o despacho das
suspeições se deve terminar em trinta dias, e que estes serão improro
gaveis, sem embargo da Ordenação em contrario.
40 Porém se as suspeições forem postas a algum oficial que no feito
«escreva, o commetterá o Governador a outro, em quanto durar o conhe
cimento da suspeição, e este mesmo continuará o processo, se a suspei
qão se julgar contra o recusado, para o que ficará em seu vigor o termo
de quarenta e cinco dias que a Ordenação concede.
4i O mesmo Chanceller, como Juiz da Chancellaria, conhecerá por
acção nova dos erros de todos os Oficiaes de Justiça da Cidade de São
Sebastião do Rio de Janeiro, e quinze legoas ao redor; e por appellação
conhecerá tambem dos erros de todos os outros Oficiaes de Justiça do
districto da Relação, e a todos elles passará as gº de seguro nos ca
108 • 1751
sos que por direito se puderem conceder, dando-as para si aos Oficiaes
da Relação, e Cidade, e quinze legoas ao redor, e para os Ministros
das terras aos outros culpados nos mesmos delictos, e deste Juizo senão
poderá declinar para outro por privilegio algum, posto que seja incorpo
rado em direito. |-
T I T U L O IV.
T I T U L O VIII.
T I T U L O IX.
111 O Guarda Mór, além do mais, que por este Regimento lhe es
tá encarregado, terá cuidado dos Feitos, petições, e mais papeis, que
forem á Relação, ou nella ficarem; e servirá tambem de Distribuidor
de todos os Feitos, Crimes, e Civeis, que á Relação vierem; guardan
do em tudo os Regimentos, que são dados, aos que servem estes Ofi
cios na Casa da Supplicação.
112 Elle passará os Alvarás de fiança, e perdões, e todas as Cartas,
em que assignar o Governador, ou se houverem de expedir immediata
mente pela Relação.
T I T U L O XII.
119 Haverá hum Inquiridor dos Feitos Crimes, e outro dos Civeis.
120 E assim mais haverá hum Carcereiro; e todos estes Oficiaes usa
rão dos Regimentos dados, ou que ao diante se derem, a outros taes da
Casa da Supplicação, em quanto se lhe poderem applicar, assim quanto
aos emolumentos, como a respeito das obrigações de seus Oficios.
/*
175| |119
\,
Pelo que: Hei por bem, que este Regimento se guarde, e cum
pra na fórma, e maneira nelle declarada; e que delle se use, sem em
bargo de quaesquer outros Regimentos, Leis, Provisões, ou costumes
em contrario; porque todos Hei por derogados, como se delles fizera ex
pressa menção; e que este se registe nos Livros desta Relação, e Chan
cellaria della, como tambem nos Livros da Camara da Cidade de São Se
bastião do Rio de Janeiro, aonde se guardará o proprio, e nos das mais
Camaras do districto da mesma Relação a que se enviarão cópias authen
ticas; sendo primeiro registado nos Livros do Desembargo do Paço,
Conselho Ultramarino, e Casa da Supplicação; e assim Mando ao Go
vernador, Chanceller, e mais Ministros desta Relação, e a todos os mais
Governadores, Ouvidores, e Justiças das Comarcas respectivas, que o
cumpräo, e fação cumprir inteiramente. Dado em Lisboa aos 13 de Ou
tubro de 1751. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
\ Com o qual mandei passar esta Carta, pela qual vos Ordeno, que
tanto que a receberes a façaes registar nos livros ....... . . . . . Para
constar o que no dito Regimento Ordeno, o qual Mando se cumpra, e
guarde muito exactatamente, como nelle se contém; e por Decreto Meu
de vinte de Fevereiro do presente anno Ordenei ao Meu Conselho Ultra
marino o mandasse á dita Relação do Rio de Janeiro, e a todos os Go
vernadores, e Ministros do Ultramar, e onde mais convier, tendo o de
vido cuidado, em que o mesmo Regimento se execute. •
Pelo que, pela parte que vos póde tocar o executareis, e fareis
executar, sem dúvida alguma, e sem embargo de quaesquer Leis, Or
denações, ou Regimentos em contrario, e especialmente da Ordenação
do livro 2." tit. 39. e 40. — ElRei nosso Senhor o mandou pelo seu re
ferido Decreto, e por aviso do seu Secretario de Estado da Marinha, e
Conquistas Diogo de Mendonça Corte Real; e pelos seus Concelheiros
do Concelho Ultramarino abaixo assignados. Antonio de Cubellos Perei
ra a fez em Lisboa aos 14 de Março de 1652.
Impresso avulso.
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*k %vCººk }
(1) Se o Diploma embargado não tem surtido o seu efeito, suspendem os embar
go., aliás não segundo Mendes a Castro Arest. 2.° n. 1. ad fin. Themud. p. 3." q
19. Cab. p. 1." Dec. 112, n.° fin. » e outros Praxistas.
123
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A NNO D E 1752. :
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que sendo util, e
necessario, que as Praças deste Reino se reparem, e fortifiquem, ap
plicando-se as contribuições, com que os Meus fiéis Vassallos me assis
tem para tão indispensavel despeza, com huma administração regulada,
e tal, que, mediante ella, se convertão todas as ditas contribuições no
bem commum, que resulta da segurança da Marinha, e das fronteiras,
sem a dependencia de accrescentar, nem ainda com tão justos motivos,
novos gravames aos Póvos, que o Meu Regio, e Paternal animo procura
antes aliviar em quanto he possivel; Sou servido de ordenar, que daqui
em diante se observe a este respeito o seguinte:
I. As obras, que consistem na reparação daquellas ruinas, que o tem
po costuma fazer ordinariamente nas Fortificações, nos Corpos de Guar
da, e nos Quarteis de Infanteria, e de Cavallaria, tendo a consignação
de vinte e sete contos de réis annuos para se dividirem pelas diferentes
Provincias do Reino , pertencem á inspecção dos Governadores das Ar
mas na conformidade do Titulo sexto do Novo Regimento da Receita , e
despeza da Junta dos Tres Estados, que derogou todas as precedentes
constituições. E ordeno que a este respeito se observe daqui em diante o
contheudo no sobredito Titulo desde o paragrafo primeiro até o paragrafo
sexto inclusivè pelo que respeita a terem os sobreditos Governadores das
Armas a inspecção das referidas obras na maneira abaixo declarada.
II. Os mesmos Governadores das Armas, ou quem seus cargos ser
vir, nomearão no fim de cada anno dous Engenheiros, os quaes acom
panhados do Védor geral na Corte, e nas Praças onde houver Védorias,
e nas outras Praças acompanhados de hum Commissario de mostras visi
tem todas as Fortificações, Corpos de guarda, Quarteis, Hospitaes, e
casas pertencentes ás Védorias, examinando, e autuando o estado, em
que se achão, e os reparos, de que necessitão para se conservarem. No
124 1752
caso de acharem alguma ruina, que não seja causada por culpa dos Of
ficiaes, que governarem cada hum dos sobreditos edificios, darão conta
ao respectivo Governador das Armas para a mandar logo reparar antes
de crescer de sorte, que obrigue a maiores despezas. Se porém acharem
que a tal ruina foi feita, ou causada por algum dos sobreditos Oficiaes,
o Védor geral, ou Commissario de mostras mandarão logo fazer hum au
to; declarando nelle a ruina que achárão; as circumstancias, e medidas
della; e a despeza, que se poderá fazer no seu reparo ; o qual auto se
remetterá ao Governador das Armas, que Me dará conta com elle para
determinar o que for servido, segundo a exigencia do caso.
III. Antes de se arrematar qualquer reparação, que seja necessario
fazer-se nos sobreditos edificios , ordenarão os Governadores das Armas
aos Engenheiros, que destinarem para directores da obra, que fação hum
papel de apontamentos, no qual descrevão com toda a especificação as
ruinas, que houver com todas as suas circumstancias, e medidas , e
com a declaração dos lugares do edificio, onde as mesmas ruinas estive
rem, repetindo o sobredito papel em tres cópias authenticas; huma para
ficar ao General; outra para se incorporar no acto de arrematação, que
se fizer na Védoria; e outra para se entregar ao Empreiteiro para o seu
governo. /
3k #«…>, ºk #
Faço saber aos que esta Lei virem, que tendo consideração á utilidade
pública, que resulta de se cultivar nos Meus Dominios toda a Seda, que
elles podem produzir em beneficio da manufactura deste genero, que
Houve por bem Mandar conservar, e ao interesse que ao bem commum
se póde seguir de que se augmente a sobredita Fabrica: Hei, por bem
Ordenar que todas as pessoas, que lavrarem dez arrates de Seda em ra
ma, ou d’ahi para cima, a possão livremente vender, sem que della, e
da terra, em que voluntariamente houverem plantado tantas Amoreiras,
que produzão pelo menos a dita quantidade de Seda, sendo huma só ter
ra, paguem siza, dizima, portagem, quatro e meio por cento, nem ou
tro algum Tributo velho, ou novo, assim nas Alfandegas, como fóra
dellas. As Pessoas que lavrarem huma arroba de Seda em rama, ou d’a-
hi para cima, e seus filhos, #…, que occuparem na dita cultu
ra, gozarão, além da referida isenção, dos Privilegios, que pela Orde
nação do livro segundo, titulo cincoenta e tres, são concedidos aos ca
zeiros encabeçados dos Fidalgos; sendo tambem excusos de servirem con
tra suas vontades nas Companhias das Ordenanças, dos Auxiliares, ou
ainda pagas, posto que seja em tempo de guerra, que Deos não permit
ta. Os que lavrarem tres arrobas de Seda, e d’ahi para cima, se forem
mecanicos, ficarão habilitados nas suas Pessoas, e nas de seus filhos, e
descendentes, para servirem todos os empregos das Cidades, e Villas do
Reino, que requerem nobreza; e se forem nobres, poderão recorrer a
Mim, que lhes farei mercês proporcionadas á utilidade pública, que con
siderar nos seus serviços, acrescentando as suas nobrezas. E os que la
vrarem menos de dez arrates de Seda em rama, em qualquer quantida
de que seja, sempre a poderão vender livre de Direitos do referido ge
nero, posto que não gozem das mais franquezas assima ordenadas.
Estes Privilegios lhes guardarão inteiramente todos os Ministros
de Justiça, Fazenda, e Guerra de Meus Reinos, e será Conservador
delles o Ministro, que o for da dita Fabrica da Seda na Cidade de Lis
boa; e nas Provincias os Corregedores das Comarcas, procedendo con
tra quem os quebrantar do mesmo modo que pela Ordenação livro segun
do, titulo cincoenta e nove, paragrafo quatorze procede o Corregedor
da Corte contra os que quebrantão, ou não guardão os Privilegios dos Des
embargadores. Porém para que estes Privilegios lhes compitão fará cada
hum dos Lavradores de Seda tomar razão, e registo na Camara respe
ctiva em hum Livro numerado, e rubricado que para este efeito Mando
que haja, de todas as Amoreiras que tiver, e da Seda que cada human
no lavrar da sua cultura, para se conhecer a quantidade a que chega, e
com Certidões authenticas dos Vereadores, e Escrivães das Camaras,
porque conste do pezo da Seda, apuradas pelos Corregedores das Comar
cas, se lhes guardarão os respectivos Privilegios que lhes são concedidos
nesta Lei. Bem entendido que todos os concedidos aos Lavradores de
menor quantidade, e pezo, competem aos de quantidade maior, e não
pelo contrario. Os mesmos Escrivães das Camaras, dos districtos passa
rão guias assignadas pelos Vereadores de todas as Sedas, que delles sa
hirem para a Cidade de Lisboa, ou para outra qualquer do Reino, de
clarando nellas se vem por conta dos mesmos Lavradores, ou se vem já
compradas, e por quem : para assim gozarem da liberdade dos Direitos
que nesta Lei lhes vai concedida, e para se evitarem os descaminhos des
1 e genero. E achando-se nas Alfandegas, e Casas, em que se dá entra
da, menos Seda do que aquella que constar das referidas guias, se repu
tará desencaminhada a que faltar, para ser pºiº o valor della a favor
I30 1752
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Reino de que foi desannexado, muito menos deve haver de ser hum da Casa }
da Supplicação, e não o outro, que mella tem igual exercicio: Sou Servido
determinar, que o dito lugar seja hum dos do número da Casa da Sup
plicação, occupando-se com elle hum dos lugares Extravagantes que pa
ra este efeito, Hei por bem supprimido, ficando o Ministro que nelle es }
tava em lugar supranumerario, em quanto o não houver ordinario: Hei
outro sim por bem, que o Desembargador Gonçalo José da Silveira Pre
to, do Meu Conselho que actualmente he Procurador da Fazenda do Ul
tramar, conserve na mesma Casa da Supplicação a antiguidade, que ti
nha como Desembargador dos Aggravos ao tempo em que foi despacha
do para o Conselho da Fazenda como senão tivesse sahido da dita Casa.
O Duque Regedor o tenha assim entendido e o mande executar. Lisboa
28 de Março de 1762. = Com a Rubrica de Sua Magestade.
Regist. na Casa da Supplicação no Livro 14. dos
ecretos a fol. 109 vers.
#=$<<>$=$
TE U ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará de Lei virem, que
por Me ser presente, que algumas pessoas para descobrirem o segredo
das devassas, ou por alguns outros motivos menos justos, abervão desus
2
132 1752
# #*<>"# %
EU ELREI Faço saber aos que este Regimento virem, que conside
rando o que Me representou o Conselho da Fazenda em Consultas de
vinte e sete de Outubro de mil setecentos quarenta e nove , e de nove
de Outubro de mil setecentos cincoenta e hum, a respeito da má arre
cadação, que havia na cobrança, e despeza das Sizas pelos Almoxarifes
delas: Fui servido mandar fazer este Regimento para com elle evitar as
desordens, que atégora se tem experimentado, e reduzir esta arrecada
ção a methodo, em que experimentem os filhos das folhas os seus paga
mentos promptos, e que com facilidade se dem as contas destes recebi
mentos. -
1 Sou servido que daqui em diante haja nesta Corte hum Thesourei
ro geral das Sizas com seu Escrivão para o recebimento dellas de todo o
Reino, o qual será Executor geral das suas Receitas.
2 O Thesoureiro geral terá de ordenado em cada hum anno setecem
tos mil réis, sem que possa ter outro emolumento, propinas, ou ordina
rias, não só da Minha Real Fazenda, como tambem das partes por titu
lo algum, nem ainda o de que falla o Regimento da Fazenda, que hei
por derogado nesta parte: e fazendo-o pelo contrario, se lhe dará em cul
pa, sendo a pena arbitraria; e o seu Escrivão terá duzentos mil réis de
ordenado, e oitenta réis de cada conhecimento, que fizer, com as mes
mas clausulas acima declaradas.
3 Hei por bem extinguir todos os Almoxarifes, e Executores das Co
marcas, Cidades, e Villas destas cobranças neste Reino , e no do Al
garve: e por fazer mercê a algum proprietario, que haja sem culpa, e
que tenha quitações: Sou servido que se lhe pague em sua vida sómen
te, o ordenado, que leva na folha ; e ordeno que do primeiro de Julho
deste anno em diante se abstenhão todos dos exercicios dos ditos Oficios,
ainda aquelles que os estiverem servindo por titulo assignado pela Minha
Real Mão, ou dos Senhores Reis destes Reinos Meus Predecessores; por
que por este Regimento lhes hei por extinctas suas Cartas, Alvarás, ou
Provimentos, para que não possão mais exercitallos, por lhes haver por
extinctas as mercês, com que nellas se conservavão."
4 Para que a arrecadação da dita contribuição nos césse; e se conti
nue como até o presente se fazia, e Meus Vassallos recebão com prom
ptidão ao tempo dos seus vencimentos as quantias, que Eu, e os Reis
Meus Predecessores lhes applicarão nas folhas daquelles rendimentos, as
sim em ordenados, como em juros, ou tenças: Hei por bem que as Ca
meras destes Reinos nas cabeças das Comarcas elejão todos os annos hum
Recebedor, que arrecade as mesmas Sizas dos mais Recebedores dos Ra
mos de cada huma das Comarcas ; e os Recebedores assim eleitos, te
rá cada hum o ordenado, que vai declarado na relação junta, e assigna
da pelo Secretario de Estado Diogo de Mendonça Corte Real, que será
incorporada neste Regimento como parte delle.
5 Os Recebedores eleitos todos os annos, como acima fica disposto,
serão afiançados pelos Vereadores, que os elegerem, ficando seus bens
obrigados a qualquer falencia do Recebedor; e morrendo alguns dos Re
cebedores, serão logo eleitos outros pelas Cameras respectivas, as quaes
requererão sequestros nos bens do Recebedor defunto ao Provedor da Co
Imarca, até se dar por quite o seu recebimento pelo mesmo Provedor.
134 1752
Relação dos Ordenados, que hão de ter em cada anno os Recebedores das
Sizas deste Reino, e do Algarve, que forem nomeados, e approva
dos pelas Camaras respectivas. \
(1) Pela Lei de 22 de Dezembro de 1761 foi alterado em parte, e em parte revo
gado este Alvará. *
I752 137
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gos, ponderando-se a Ordenação Liv. 3.º Tit. 79. § 6., e a Ord. Liv.
S
188 1752
5.° Tit. 126, § 7., e as Doutrinas, que os Doutores referem, sobre pas
sarem, ou não passar em causa julgada as sentenças proferidas em cau
sas crimes, pelo que respeita a pena pública, em que se comprehende
a de degredo, se assentou, que os condemnados nesta qualidade de pe
na, tenhão, ou não tenhão parte mais, que a Justiça, poderão embar
gar, ainda depois de passados os 10 dias, assim nos proprios autos, co
mo na Chancellaria, e ainda na execução, huma só vez, se lhe não com
petir restituição, por virtude da qual possão conforme a Direito ser ad
mittidos com segundos embargos. Porém, que se o condemnado tiver
consentido na Sentença por actos positivos, ordenados para a sua execu
Qão, como tirar Sentença do processo para registar na culpa, e ser rela
xado da prisão, ou tomar o pregão, ou requerer Carta de Guia para ir
cumprir o degredo, e outros semelhantes, não poderá allegar embargos,
ainda que sejão primeiros: e para que assim se observe, serião obriga
dos os Escrivães a informar aos Ministros Criminaes, quando concede
rem vista para embargos, se os condemnados tirárão Sentença, e o Es
crivão dos degradados nas Audiencias será obrigado dar bilhete aos Es
crivães dos livramentos, declarando os réos condemnados, a que passou
Carta de Guia para cumprirem o degredo, e estes farão termo nos au
tos dos mesmos livramentos, declarando o dia, mez e anno, em que lhe
deo o Escrivão dos degradados aquelle bilhete; e nesta fórma se mandou
se observasse. Porto, era ut supra. Como Governador = Emauz. = Bar
roso. = Santhiago. = Machado. = Barreto. = Figueiredo. = Doutor
Sá. = Vasconcellos. = Lobo, &c. +
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EU ELREI Faço saber os que este Alvará virem, que sendo-Me pre
sente o grande prejuizo, que resulta assim aos Lavradores, como aos Mo
radores desta Cidade de nella se vender a palha por pannos sem pezo,
que certa, e determinadamente mostre a quantidade, que se vende, ou
compra; ficando na vontade dos conductores o prejudicarem, ou aos La
vradores que a vendem, ou aos Moradores que a comprão: sem que bas
tem o cuidado, e a providencia, que cabe no Senado da Camara, para
evitar os referidos inconvenientes: sendo-Me outro sim presente a que
bra, que tem as palhas depois de postas em palheiros, e não ser por esta ra
zão justo que se vendão por todo o anno pelo preço taxado no tempo das
colheitas: E considerando tambem o grande prejuizo, que resulta ao pú
blico, de se atravessarem as palhas, fazendo-se dellas armazens particu
lares, donde pelo discurso do anno se vendem ao Povo por grandes pre
ços: Sou servido Ordenar o seguinte.
I. Cada hum dos pannos de palha, que se venderem terá sempre qua
tro arrobas perfeitas, incluido o pezo do mesmo panno, em que he con
duzida; ou cento e vinte arrates livres para o comprador.
II. Posto que o referido pezo se ha de fazer sem intervenção de ou
tra alguma pessoa, que não seja o comprador, e vendedor, ou as pes
soas; a quem eles commetterem a compra, ou venda: com tudo, para
maior expedição das partes, o Senado da Camara fará entregar a cada
I752 • 139;
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem, que sen
do-Me presente que a ultima calúmnia, com que os Réos condemnados
em causas civeis costumão embaraçar as sentenças , e levallas, com o
pretexto de erros nas contas das custas, ao Juizo da Chancellaria, não
só com notorio abuso da Ordenação liv. 1. tit. 14. §. 2. , mas contra a
utilidade pública , que em grande parte consiste na prompta execução
das sentenças: e considerando o prejuizo dos crédores, e por Pedir a boa
administração da Justiça, se remova inteiramente o dito abuso: Hei por
bem, que a expedição, e execução das sentenças se não suspenda com
sobre estes, se
o pretexto de erros de custas ; e que, havendo questão
reserve a decisão della, e cobrança das ditas custas para depois de se
146 1752
acabar a execução das sentenças, quanto ao principal. Pelo que Mando
ao Regedor da Casa da Supplicação, Governador da Casa do Porto, Des
embargadores das ditas Casas , Governadores , e Desembargadores das
Relações das Conquistas, e a todos os Corregedores, Provedores, Ouvi
dores, Juizes, e mais Justiças destes Mens Reinos, e Senhorios, cum
prão, e guardem este Meu Alvará de Lei, como nelle se contém. E ao
Doutor Francisco Luiz da Cunha de Ataide, do Meu Conselho, e Meu
Chanceller Mór, o faça publicar na Chancellaria , e enviar o traslado
delle sob Meu Sello, e seu signal, a todos os Corregedores das Comar
cas destes Reinos, e Ilhas adjacentes, e aos Ouvidores das Conquistas,
e terras dos Donatarios, em que os Corregedores não entrão por Correi
ção, para que o fação publicar nas suas Jurisdicções. E se registará nos
Livros do Desembargo do Paço, Casa da Supplicação, e da Relação do
Porto, e nas mais partes, onde semelhantes Alvarás se costumão regis
tar; e este proprio se lançará na Torre do Tombo. Dado em Lisboa aos
18 de Outubro de 1752. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Mar
quez Mordomo Mór P.
Regist. na Chancellaria Mór da Corte, e Reino no Li
vro das Leis, a fol. 32 vers., e impr. na Oficina de
Antonio Rodrigues Galhardo.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem , que sen
do-Me presente que alguns Ministros, por se lhes dilatar o cumprimen
to das Avocatorias, ou Precatorios, porque pertendem lhes sejão remet
tidos, ou trazer perante si alguns autos, que pendem em outros Juizos,
tem rompido no excesso de os fazer tirar violentamente dos Cartorios dos
Escrivães, em que corrião, ofendendo com este procedimento não só o res
peito dos Juizes, perante quem servem os Escrivães, a que pelo referi
do modo se extrahem os autos, mas a fórma, que as Leis prescrevêrão
para se avocarem, ou pedirem autos dos Juizos, em que pendem, e a
determinação do assento da Relação de vinte e nove Maio de mil sete
centos sincoenta e hum: e desejando atalhar tão prejudicial, e escanda
loso abuso : Hei por bem, que nenhum Ministro, de qualquer qualida
de, ou graduação que seja, e ainda o Contador Mór, mande com pre
texto algum tirar autos dos Cartorios dos Escrivães dos Juizos, em que
penderem ; e no caso de lhes serem necessarios, ou para negocio do Meu
Real Serviço, ou por entenderem lhes pertence privativamente o conhe
cimento das causas, que em outros Juizos se tratão, os peção por Car
ta a vocatoria, ou Precatorio, na fórma determinada na Lei, e Regimen
to dos Contos; e não se cumprindo as ditas Cartas, e Precatorios, dei
xem usar as partes dos meios competentes; e não podendo estes ter lu
gar, se recorra a Mim, abstendo-se de todo, e qualquer procedimento
contra os Escrivães dos pertendidos autos, por se achar prohibido por
Decretos Meus , ainda aos Tribunaes, o proceder contra os Oficiaes
alheios em competencias de jurisdicção. E succedendo o caso, que se
não espera, de se contravir ao sobredito, ficará o transgressor, por esse
mesmo feito, suspenso do lugar, que servir até mercê Minha. Pelo que
Mando aos Presidentes dos Tribunaes respectivos, Regedor da Casa da
*
1752 147
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EU ELREI Faço saber a todos os que este Alvará com força de Lei
virem, que sendo-Me presente a dúvida, que tem havido nas Minas so
bre a fórma de se fazerem os pagamentos das dividas pertencentes á Mi
nha Real Fazenda, e tambem as ordens, que interinamente se tem dado
sobre esta materia; e querendo remover todo o embaraço, que haja a es
te respeito, pelo modo mais favoravel aos meus Vassallos , e mais con
forme ás resoluções de Direito, praticando igualmente a Real clemencia,
com que attendo aos moradores das Minas: Sou servido determinar, que
nos Contratos Reaes, ajustados por quantias de arrobas, e oitavas de
Ouro, que se houverem de satisfazer dentro no districto das Minas, on
de he permittido correr Ouro em pó, se receba a satisfação, e paga da
mesma fórma , que foi estipulada, e na mesma especie, e quantidade
promettida no termo de arrematação , sem que os Contratadores sejão
obrigados a fundir, e quintar o dito Ouro ; porém tanto que elle entrar
na Provedoria , o Provedor da Fazenda o mandará logo á Casa da Fun
dição reduzir a barra, tirando-se o quinto ; porque em favor, e benefiº
cio dos Póvos encabeçados, Hei por bem sujeitar o Ouro, que me per
tence , a esta satisfação, a que não estava obrigado ; o que porém se
não praticará nas Minas, em que se não tiver feito semelhante ajuste
com os Póvos. •
trina, mas porque de novo assim o resolvo, e estabeleço, para que não
haja
cego,embaraço,
que deve ehaver
dúvida,
entreque
os perturbe o Commercio, a união, e o so
Meus Vassallos. • •
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem , que sen
do-Me presente , que o outro Alvará, que com a mesma força foi pu
blicado em onze de Novembro proximo passado na Chancellaria Mór da
Corte, e Reino, sobre a fórma de se fazerem no territorio das Minas Ge
raes com Ouro em pó os pagamentos das dividas pertencentes assim á
Minha Real Fazenda, como aos particulares; sahio da estampa com al
(1) Vid. o Alvará de 21 de Dezembro deste anno,
1752 149
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que tendo consi
deração ás representações, que o Correio Mór do Reino, e os seus As
sistentes nelle, Me fizerão sobre o Regimento de cinco de Junho do an
no proximo passado, em que dei nova fórma á arrecadação das Sizas; e
ao prejuizo, que os sobreditos Me representárão, que se lhes seguiria
de tomarem sobre si o perigo das remessas, sem algum emolumento, que
fosse compensativo destes riscos; ao mesmo tempo, em que de todo o
dinheiro, que até agora transportárão os seus Estafetas, levárão sempre
por inveterado costume hum por cento de conducção: Hei por bem de
clarar o dito Regimento; ordenando, que o referido hum por cento seja
pago aos sobreditos pelo Thesoureiro Geral de todo o dinheiro, que pe
los Correios vier ao seu cofre, descontando-o aos Filhos da Folha, que
voluntariamente quizerem cobrar em Lisboa as suas respectivas porções.
I52 1753
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Poa quanto, com o motivo do grande prejuizo, que resultava assim aos
Lavradores do Riba-Téjo, como aos moradores desta Cidade, das Tra
vessias, que se fazião nas Palhas, e Cevadas das Lezirias, Mandei ex
citar a observancia das Leis estabelecidas sobre esta materia, acrescen
tando algumas conformes ao presente tempo; e dando outras providen
cias mais amplas, entre as quaes se comprehendeo a de que os Ministros
executores das sobreditas Leis, e ordens, que constão da Relação, que
baixa com este além das Contas, que dessem pela Meza do Desembargo
do Paço, serião obrigados a dallas tambem na Minha Real Presença no
fim de cada dous mezes pelo Secretario de Estado Sebastião José de Car
valho e Mello; apontando particularmente quaesquer meios que lhes pa
recessem mais convenientes; assim para a averiguação das culpas, como
para a prizão dos criminosos, que houvesse; e que sem Certidão do mes
mo Secretario de Estado, pela qual constasse, que havião cumprido com
a execução das ditas ordens, se lhes não poderião mandar passar Certi
dões de correntes: Sou Servido Ordenar, que os sobreditos Ministros
em quanto não apresentarem as referidas Certidões, de que bem cum
prírão as ordens, que lhes Mandei expedir pelo dito Secretario de Esta
do, não possão ser julgados por habeis, para requererem na Minha Real
Presença. O Duque Regedor o tenha assim entendido, e faça executar
pela parte que lhe toca. Lisboa 22 de Junho de 1753. = Com a Rubri
ca de Sua Magestade.
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Sesºs-Me presente, que os filhos das pessoas, que em sua vida serví
rão os oficios e ministerios, para que se requer a propria industria, ar
te e experiencia pessoal, como são Pilotos do Alto e das Barras, Patrões,
Marinheiros, Architectos, Mestres de Oficios e outros desta semelhan
ça, costumão depois da morte de seus pais pedir Cartas dos mesmos of
ficios e ministerios, sendo aliás imperítos delles, e se tem mandado pas
sar a muitos , de que resulta detrimento grave ao Meu serviço , e bem
público : Hei por bem declarar em todos e quaesquer oficios e ministe
rios, assim maritimos, como terrestres, para que se requer a propria in
dustria, arte e experiencia pessoal, ou sejão liberaes , " ou mechanicos,
não tem lugar o costume do Reino, e com a morte das pessoas, que os
servirem em dia pela sua pericia, ficão totalmente vagos, para livremen
te se proverem nas pessoas mais peritas e experimentadas, que os per
tenderem ; sem que os filhos dos proprietarios tenhão direito algum de
os pedirem : praticando-se o mesmo nestes oficios, que se observa nos
Contos do Reino e Casa, salvo pelo proprio merecimento, arte, indus
tria e experiencia, com que serão admittidos em concurso. Pelo que or
deno, que mais se não passem cartas, por costume do Reino, de taes
oficios aos filhos dos proprietarios, nem para este fim se admittão a jus
tificar no Juizo das Justificações do Reino; nem se acceitem petições de
graça para se me consultarem sobre esta materia, por quaesquer causas
de equidade, que se representarem : e as pessoas, que já estiverem en
cartadas por semelhante modo, sejão logo mandadas examinar nas Re
partições, a que pertencer; e achando-se imperítos e inha beis para pes
soalmente exercitarem os oficios e ministerios, em que estiverem encar
tados, sejão privados delles, e recolhidas as Cartas, que se desnotarão
em seus Registos : e os oficios serão provídos por concurso nas pessoas
mais habeis, perítas e experimentadas, que os pertenderem, e pessoal
mente houverem de exercitar. A Junta dos Tres Estados o tenha assim
entendido, e o faça executar pela parte, que lhe toca. Belém 3 de A
gosto de 1753. = Com a Rubríca de Sua Magestade.
Regist, no Livro XXX, da Contadoria Geral a fol.
163I., dee F.
J. impr. na Collecção da Universidade por
•
1753 159
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que a vinte e tres
do mez de Novembro de mil seiscentos e doze se expedio o Alvará, cu
jo theor he o seguinte = Eu ElRei Faço saber aos que este Alvará vi
rem, que vendo Eu os grandes damnos, faltas, e inconvenientes, que
ha de andarem ordinariamente de serventia os mais dos Officios menores
de Justiça deste Reino, concedendo-se serventias por leves causas de
com modidades dos proprietarios delles; e desejando Eu de prover de re
medio em materia de tanta ponderação, e importancia ao serviço de
Deos, e Meu, e boa administração da Justiça, a estes, e outros incon
venientes, que disto se seguem : Hei por bem , e Mando, que os pro
prietarios de todos os Oficios de Justiça, assim de todos os Juizos, e
Tribunaes desta Cidade, como da Cidade, e Casa do Porto; e das Co
marcas do Reino , e do Algarve, sirvão seus Oficios por suas proprias
pessoas dentro de hum mez, que começará do dia da publicação deste
Alvará em diante; e não o fazendo assim dentro do dito termo, me praz
que cessem todas as serventias, que de seus Oficios estiverem dadas,
e as sirvão os Oficiaes companheiros dos mesmos Oficios, aonde os hou
verem, até os proprietarios delles estarem desempedidos para o fazerem;
e não havendo companheiros, que por elles possão servir, se haverão os
ditos Oficios por vagos, e Eu mandarei tratar logo da provisão delles,
sem que por isso fique a Minha fazenda com obrigação de satisfação al
guma aos proprietarios. E Mando aos Corregedores, Ouvidores, Prove
dores, Juizes de Fóra das Cidades, Villas, e Lugares deste Reino, que,
passado o dito termo de hum mez, avizem com suas cartas a Mesa do
despacho do Desembargo do Paço, dos que assim o não fizerem, decla
rando os impedimentos, que para isso tem ; as quaes cartas enviarão a
Pedro Sanches Farinha, meu Escrivão do despacho da dita Mesa, para
Eu as mandar ver, e prover em tudo, como mais for servido: porém se
alguns dos ditos proprietarios estiverem justamente impedidos, e disso
houverem informação certa dos ditos Ministros acima nomeados, a quem
tocar o dallas, em tal caso se não tratará de prover seus Officios , e as
serventias delles se proverão na fórma, que atégora se usou: e outrosim
mando aos ditos Julgadores, a cujo cargo estiver dar as informações dos
Oficios deste Reino, a todos em geral, e a cada hum em especial, que
no particular dellas tratem de fazer todas as diligencias necessarias para
mui distinctamente terem noticia das causas, e razões, porque os pro
prietarios estão impedidos, e que por nenhuma via os ditos Julgadores
possão prover , e nem provejão as serventias dos ditos Oficios mais que
o tempo, que a Ordenação lhes concede, tendo os proprietarios justos
impedimentos; e passado o dito tempo, e durando ao proprietario o im
pedimento, eles não poderão prover mais por tempo algum, e avisarão
á Mesa do Desembargo do Paço pela via, que fica dita, para nelle man
dar prover como for servido , e se lhes dará em culpa em suas residen
cias. E Mando ao Presidente, e Desembargadores do Paço, que cum
prão, e guardem este Alvará, e o fação cumprir, e guardar, como nel
Je se contém , e se registará no livro da dita Mesa, e valerá como Car
ta feita em Meu Nome, por Mim assignada, posto que seu efeito haja
de durar mais de hum anno, sem embargo da Ordenação em contrario
16o 1753
E ao Regedor da Casa da Supplicação, e ao Governador da Cidade, e
Relação do Porto, o fação publicar em seus Tribunaes, e dar á sua de
vida execução, e registar nos livros delles. E ao Doutor Damião de A
guiar, do Meu Conselho, e Chanceller Mór destes Reinos, que o faça
publicar na Chancellaria , e envie logo cartas com o traslado delle sob
Meu Sello, e seu signal, a todos os Corregedores, e Ouvidores das Co
marcas destes Reinos, aos quaes outrosim Mando o publiquem logo nos
lugares aonde estiverem , e o fação publicar em todos os das suas Co
marcas, e Ouvidorias, para que a todos seja notorio. Diogo Martins de
Medeiros o fez em Lisboa a vinte e tres do Novembro de mil seiscentos
e doze. E eu Pedro Sanches Farinha o fiz escrever. = E porque sou infor
mado, que o dito Alvará se não cumpre, e executa; e que os Ministros,
e Julgadores contra o disposto nelle prorogão muito as serventias dos Of
ficios de Justiça, além do tempo, que lhes he permittido pela Ordena
ção ; de que se seguem grandes inconvenientes ao Meu Real serviço,
querendo dar providencia para que mais se não continuem estes abusos:
Hei por bem , que o dito Alvará se observe inteiramente , e que além
das penas nelle estabelecidas contra os Ministros transgressores, quaes
quer Oficiaes, que servirem por provimento dos Ministros, ou Julgado
res, depois do tempo, em que estes, conforme a Ordenação , podem
prover as serventias, sejão castigados, como se servissem sem provimen
tos, e que os possa denunciar na Mesa do Desembargo do Paço qual
quer pessoa, em quem a mesma Mesa proverá a serventia, tendo os re
quisitos necessarios para bem servir. E Mando ao Presidente, e Desem
bargadores do Paço , que cumprão, e guardem este Alvará, e o fação
cumprir, e guardar, como nelle se contém ; e se registará no livro da
dita Mesa, e valerá como Carta feita em Meu Nome, e por Mim assig
nada, posto que seu efeito haja de durar mais de hum anno, sem em
bargo da Ordenação em contrario. E ao Regedor da Casa da Supplica
ção, e ao Governador da Cidade, e Relação do Porto, o fação publicar
em seus Tribunaes, e dar á sua devida execução, e registar nos livros
delles. E ao Doutor Francisco Luiz da Cunha de Ataide, do Meu Con
selho, e Chanceller Mór destes Reinos, que o faça publicar na Chancel
laria, e envie logo Cartas com o traslado delle sob Meu Sello, e seu si
gnal, a todos os Corregedores, e Ouvidores das Comarcas destes Rei
nos, aos quaes outrosim Mando, que o publiquem logo nos lugares, aon
de estiverém, e o fação publicar em todos das suas Comarcas, e Ouvi
dorias, para que a todos seja notorio. Lisboa, 8 de Agosto de 1753. =
Com a Assignatura de ElRei.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem, que sendo
informado da eminente ruina , a que se achão expostos o Contrato, e o
Commercio dos Diamantes do Brasil, não só pelas desordens, que até
gora se commettêrão na administração, e no maneio delles, preferindo
se os interesses particulares ao bem público, que se segue da reputação
deste genero; mas tambem pelos consideraveis contrabandos, que delle
se fizerão, com grave prejuizo do Meu Real Serviço, e do cabedal dos
Meus Vassallos, que licita, e louvavelmente se empregão neste negocio,
em commum beneficio dos Meus Reinos, e das suas Conquistas: E tem
do consideração a que no estado, a que tem chegado as sobreditas des
ordens, não podia caber o remedio dellas, nem na applicação dos meios
ordinarios, nem nas faculdades dos particulares, que nelle tem interes
ses: Hei por bem tomar o referido Contrato, e Commercio debaixo da
Minha
guinte. Real, e immediata Protecção, ordenando a respeito delles o se
# •
III. Para que mais eficazmente seja esta Lei observada, Sou servi
do ordenar que as denuncias sejão tomadas em segredo, como se pratí
ca no Fisco dos ausentes; e que, sendo os denunciantes escravos, se li
bertem pela competente parte do premio da denuncia; entregando-se-lhes
o resto para delle uzarem, como bem lhes parecer.
IV. Bem entendido, que em todos os sobreditos casos, sendo os trans
X
162 1753
gressores desta Lei estrangeiros, não terão contra elles lugar as penas de
degredo para os Meus Dominios da America, ou Africa; mas antes em
lugar das referidas penas se executará nelles a de prizão até Minha mer
cê, e a de confiscação de todos os bens , que lhes forem achados nos
Meus Dominios, sendo exterminados para nelles mais não serem admit
tidos. E sendo caso, que nestes Reinos não tenhão bens equivalentes ao
valor do descaminho, e dobro delle acima ordenados , ficarão na cadêa
até que com efeito seja esta pena pecuniaria satisfeita com o inteiro pa
gamento dos interessados nella. * . .
Hei por muito recommendado o cuidado, que devem ter sobre esta ma
ter 1a.
XII. A Companhia de Dragões destinada á guarnição , e guarda do
Serro do Frio será sempre rendida no fim de cada seis mezes com todos
os seus Oficiaes: fazendo-os o Governador substituir por outros Oficiaes
dos Governos visinhos, que lhes parecerem mais dignos da sua approva
ção, e confiança.
XIII. Semelhantemente serão rendidos os Càpitães do Mato , dos
quaes o Governador nomeará, á custa da Minha Real Fazenda, os que
justamente lhe parecerem necessarios para a competente guarda das Ter
ras demarcadas.
XIV. Os Intendentes, além de conservarem sempre abertas as devas
sas que lhes tenho ordenado contra os contrabandistas de Diamantes, vi
sitarão pessoalmente, as mais vezes, que lhes for possivel, a Villa do
Principe, e os Arraiaes do districto, que tenho declarado, para maior
exame do que se passar naquelles lugares.
XV. Não só os referidos Intendentes , mas tambem todos os Minis
tros dos Territorios das Minas, e dos Pórtos do Brasil, perguntarão cui
dadosamente nas correições, e devassas, pelos descaminhos dos Diaman
tes , para por elles procederem contra os culpados na fórma desta Lei:
inquirindo-se nas residencias dos sobreditos Ministros se bem fizerão es
ta diligencia: Não sendo admittidos a despacho sem certidão de que cum
prírão com ella: e dando-se-lhes em culpa qualquer negligencia, em que
forem achados.
XVI. Porque não he da Minha Real Intenção prohibir a entrada dos
Diamantes, que o Commercio deste Reino traz a elle da India Oriental:
e para prevenir todo o abuso, que da entrada dos mesmos Diamantes se
podia seguir: Estabeleço, que os sobreditos Diamantes venhão da mes
ma sorte, que os do Brazil em cofre com arrecadação: registando-se cui
dadosamente na Casa da India , e fazendo-se nella assignar termos aos
seus respectivos donos de os não venderem neste Reino, e de os manda
rem para fóra delle debaixo das guias que Mando se lhes passem para
este efeito. O que tudo se observará debaixo das mesmas penas acima
ordenadas.
XVII. O mesmo determino a respeito de todas as pessoas, que nes
te Reino tiverem ao tempo da publicação desta Lei Diamantes brutos:
Ordenando , que no termo de hum mez, continua, e successivamente
contado do dia da mesma publicação, os venhão manifestar aos Admi
nistradores do Contrato, para se lhes permittir a extracção para fóra do
Reino, com termo competente, debaixo das guias, e segurança neces
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Servirá por tempo de tres annos, no fim dos quaes dará residen
cia em fórma regular. . . - }
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E U ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que havendo-Me
representado o Barão Conde, Presidente do Senado da Camara, que pe
la mudança, que se fizera dos Juizes do Crime, e do Civel desta Cida
de em Corregedores, pelo Alvará de vinte e cinco de Março de mil se
tecentos quarenta e dous, e Decreto de dezenove de Dezembro de mil
setecentos quarenta e tres, ficarão sem exercicio as Doações da dita Ci
dade, segundo as quaes pertencia ao mesmo Senado a nomeação dos re
feridos Juizes do Crime, e do Civel: E desejando Eu conservar á sobre
dita Cidade, e Povo della (em quanto for possivel, e o seu maior bem
o puder permittir) os privilegios, e prerogativas, com que os Senhores
Reis Meus Predecessores o honrarão: Sou Servido, que dos doze Corre
gedores do Crime, que presentemente ha na mesma Cidade, se fiquem
conservando sómente os cinco, que sempre houve: a saber, o da Rua
Nova, do Rocio, de Alfama, do Bairro Alto, e dos Remolares; e que
os sete, que restão, a saber, do Castello, do Limoeiro, da Ribeira, da
Mouraria, de Andaluz, do Monte de Santa Catharina, e do Mocambo,
se extingão, subrogando-se nos seus lugares igual número de Juizes do
Crime. Assim estes, como os Corregedores, terão os mesmos districtos,
que forão assignados aos seus respectivos Bairros pelo dito Alvará de
vinte e cinco de Março de mil setecentos quarenta e dous. Todos servi
rão com os mesmos Oficiaes, com que até agora servirão os Corregedo
res conservados, e extinctos. E por fazer mercê ao sobredito Senado da
Camara, e Povo desta Cidade: Hei por bem, que os referidos sete Jui
zes do Crime, que Mando substituir nos lugares abolidos, Me sejão con
sultados pelo mesmo Senado, na mesma fórma, em que até agora se con
sultavão os Corregedores pelo Desembargo do Paço; e haverão os ordena
dos, e emolumentos, que havião antes do referido Alvará de vinte e cin
co de Março de mil setecentos quarenta e dous; cobrando-os pela mes
ma estação, por onde então lhes erão pagos, e o serão com os accres
centamentos, que forão feitos aos lugares da sua graduação pela Lei de
sete de Janeiro de mil setecentos e cincoenta; guardando os Regimen
1753 167
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EU ELREI Faço saber, aos que este Meu Alvará virem, que tendo
consideração a Me representarem por sua petição os Juizes actuaes do
Officio de Cortador dos Assougues desta Corte, que pela Certidão, que
juntavão, e constava confirmar-lhe o Senhor Rei D. João o V, Meu Pai,
que está em Gloria, os Privilegios, que por resolução de quatro de No
vembro de mil seiscentos e quarenta e quatro se lhe havião concedido,
em consideração do beneficio que fazião os Marchantes, em trazerem ga
dos para mantimentos desta Cidade, para que não fossem obrigadas ás
companhias, nem a outros efeitos de guerra, e que o mesmo se prati
casse com os Cortadores da carne e esfolladores della, por cuja razão sem
pre forão isentos os supplicantes, e seus filhos de se proceder contra el
les para Soldados, e para se lhe observarem os ditos Privilegios, neces
sitão de confirmação, Me pedem lhes faça mercê mandar-lhes passar Al
vará de confirmação delles, na fórma do estilo, o que visto: Hei por bem
confirmar, aos supplicantes os sobreditos Privilegios na fórma que pe
dem, em virtude deste Alvará, a que farão dar inteiro cumprimento os
Governadores das Armas, Generaes, que governão as Armas das Pro
vincias pelos Cabos, e Oficiaes de Guerra, Ministros, e Officiaes de
168 • 1753
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EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará virem, que sendo
Me presentes os Contratos atraz escritos, que se fizerão no Meu Con
selho Ultramarino com Pedro Gomes Moreira, do rendimento da pesca
das Baleas do Rio de Janeiro, Ilhas de Santa Catharina, e S. Sebastião,
Santos, e S. Paulo, por tempo de seis annos, que hão de começar fin
dos os Contratos actuaes, em preço cada anno de quarenta e oito mil
cruzados, e cem mil réis, livres pára a Minha Real Fazenda, a saber:
vinte e oito mil cruzados, e cem mil réis pela pesca da Capitanía do Rio
de Janeiro, dez mil cruzados pela de Santa Catharina, e dez pela de S.
Sebastião, Santos, e S. Paulo, com as condições, e obrigações declara
das nos mesmos Contratos. Hei por bem approvar, e ratificar os ditos
Contratos na pessoa do referido Pedro Gomes Moreira, e Mando se cum
prão, e guardem inteiramente como nelles, e em cada huma de suas Con
dições se contém, por este Alvará, que valerá como Carta, e não pas
sará pela Chancellaria sem embargo da Ordenação do liv. 2.º tit. 39, e
40 em contrario. Lisboa 12 de Novembro de 1753. = Com a Assignatu
ra de ElRei, e a do Marquez de Penalva, Presidente do Conselho Ul
tramarino.
da Silveira Preto, appareceo Pedro Gomes Moreira, pelo qual foi dito
fazia lanço (como com efeito fez) nos Contratos da pesca das Baleas do
Rio de Janeiro, Ilhas de Santa Catharina, e S. Sebastião, Santos, e S.
Paulo, por tempo de seis annos, que hão de principiar findos os Contra
tos actuaes, em preço cada hum anno de quarenta e oito mil cruzados,
e cem mil réis, livres para a Fazenda Real, a saber: vinte e oito mil
cruzados, e cem mil réis pela pesca da Capitanía do Rio de Janeiro; dez
mil cruzados pela de Santa Catharina, e dez pela de S. Sebastião, San
tos, e S. Paulo, que se devem satisfazer na Provedoria de Santos, com
as condições, e obrigações dos Contratos actuaes, e de pagar só as pro
pinas devidas por ordem de Sua Magestade. E para esta rematação pre
cederão editaes, e as mais solemnidades, que dispoem o Regimento, e
resolução do dito Senhor para se rematarem por menos do em que anda
vão, é se lhe declarárão os Decretos de Sua Magestade sobre os Con
luios, e Companheiros, e a Resolução do mesmo Senhor de 27 de Setem
bro de 1746; e deo por fiador á decima a Caetano do Couto Pereira; e
na Provedoria da Fazenda Real do Rio de Janeiro dará elle Contratador
as fianças necessarias a estes Contratos, o qual mostrou ter-se carrega
do em lembrança o preço delles ao Thesoureiro da obra pia, para dos
mesmos pagar a que dever.
PRIMEIRA CONDIÇÃO.
Que poderá elle Contratador haver tudo, o que produzirem estes
Contratos confórme as Leis, Alvarás, e Provisões, porque elles se esta
belecerão, como até ao presente se observou, sem alteração alguma, e
por tempo dos ditos seis annos sómente, que hão de principiar findos que
sejão os Contratos que correm, os quaes lhe fará cumprir o Provedor da
Fazenda Real do Rio de Janeiro, dando das suas determinações appel
lação, e aggravo para os Juizes dos Feitos da Fazenda da Relação do
mesmo Rio.
II. Que elle Contratador dará as fianças necessarias a estes Contra
tos no Rio de Janeiro, as quaes hão de ser approvadas pelo Almoxarife
da Fazenda Real, a quem se ha de carregar em receita a sua importan
cia, de que o mesmo Almoxarife fica sendo Executor para deste rendi
mento dar conta, e ter cuidado de o cobrar aos quarteis em cada anno,
observando o que dispoem a Ordenação do Reino liv. 2." tit. 63, e o Re
gimento da Fazenda, e Contos sobre a fórma da arrecadação, e o modo
das execuções; com declaração, que os dez mil cruzados cada anno per
tencentes á Ilha de S. Sebastião, Santos, e S. Paulo, terá elle Almoxa
rife cuidado, de que o mesmo Contratador os satisfaça promptamente aos
quarteis na Provedoria de Santos, de cuja entrega lhe apresentará co
nhecimento do Almoxarife daquella Praça, para constar de como assim
o cumprio, e quando o não faça o obrigar a isso na fórma do dito Regi
mento, e no caso que haja dúvida sobre o Almoxarife acceitar as fianças,
que o dito Contratador lhe oferecer, as decidirá o Provedor da Fazenda
Real, ficando obrigado na mesma fórma, que o Almoxarife pela falta,
que nellas possa haver, e das suas sentenças sómente se poderá appel
lar, e aggravar para os Juizes dos Feitos da Fazenda da Casa da Sup
plicação. • |-
VII. Com condição, que na Ilha de Santa Catharina será seu Juiz
Conservador o Ministro que nella se achar para lhe cumprir as Condi
ções do seu Contrato, não se embaraçando nelle o Governador, e ménos
se lhe poder impedir a sua pesca naquella Costa; e no Rio de Janeiro
será seu Conservador o Provedor da Fazenda, ou o Ouvidor Geral da
quella Cidade, havendo-o Sua Magestade assim por bem, para o que se
lhe fará Consulta.
E sendo visto pelos Senhores Conselheiros do Conselho Ultrama
rino, presente o Procurador da Fazenda delle, o conteúdo nestes Con
tratos, condições, e obrigações delles o houverão por bem, e se obrigá
rão por bem, e se obrigárão em Nome de Sua Magestade a lhe dar intei
ro cumprimento, e o dito Pedro Gomes Moreira que presente estava, dis
se, os acceitava, e se obrigava a cumprir inteiramente os ditos Contra
tos na fórma da sua rematação, com todas as condições, e obrigações
nelles declaradas, e que não o cumprindo elle em parte, ou em todo,
pagaria, e satisfaria por todos os seus bens, assim moveis, como de raiz,
havidos, e por haver toda a perda, que a Fazenda de Sua Magestade re
ceber os quaes para isso obrigava. E por firmeza de tudo, mandárão fa
zer estes Contratos no livro delles, em que todos assignárão com o dito
Pedro Gomes Moreira, de que se lhe deo huma cópia assignada pelos
Senhores Desembargadores Alexandre Metelo de Sousa e Menezes, e
Rafael Pires Pardinho, Conselheiros do Conselho Ultramarino. Antonio
de Cobellos Pereira, Oficial Maior da Secretaria do dito Conselho, o
fez em Lisboa a 12 de Novembro de 1753. O Conselheiro Antonio Lo
pes da Costa as fiz escrever. = Alexandre Metelo de Sousa e Mene
zes. = Rafael Pires Pardinho.
Y 2
172 I753
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem, que entre
as providencias, que em beneficio da Navegação, e do Commercio, que
os Meus Vassallos fazem para o Estado do Brazil, Fui Servido dar no
Novo Regimento da Alfandega do Tabaco, escrito na Cidade de Lisboa
a dezeseis de Janeiro de mil setecentos cincoenta e hum, são as que se
contém nos Paragrafos primeiro, segundo, terceiro, e quarto do Capi
tulo sete, cujo theor he o seguinte: » Paragrafo primeiro: Por Me
ser presente, que os fretes do Brazil para este Reino por hum abuso
contrario á razão, e ao interesse do Commercio se encarecêrão em
repetidas occasiões com tal exorbitancia, que o valor dos generos não
podia sofrer o custo do transporte: Ordeno, que d’aqui em diante
nenhum Mestre de Navio ouze pedir, ou receber por frete de Tabaco
de qualquer dos pórtos do Brazil para este Reino preço algum, que
exceda a trezentos réis por arroba, ou a dezeseis mil e duzentos réis
por tonelada de cincoenta e quatro arrobas. E este preço ficará po
rém livre, e líquido a favor do Navio, a cujo fim já fica transferido
no genero o Direito, que antes se pagava na Alfandega desta Cida
de a respeito do casco. E os que levarem fretes maiores dos assima
. taxados, perderão toda a importancia do transporte que fizerem, a
º favor da pessoa, a quem extorquirem a dita maioria. E ficarão sujei
º tos ás mais penas, que merecem, segundo a gravidade da maior cul
º pa, em que forem incursos. Paragrafo segundo: O mesmo Ordeno,
” que se observe tambem inviolavelmente d’aqui em diante a respeito dos
fretes do Assucar. Paragrafo terceiro: E para mais suave, e facil ob
servancia desta disposição, estabeleço, que nenhum Navio, que pas
sar em lastro de hum porto do Brazil a qualquer outro do mesmo Esta
do para procurar carga, a possa receber, senão subsidiariamente de
pois de haverem sido carregados os outros Navios, que houverem le
vado carga deste Reino para o mesmo porto, onde concorrer o Navio,
que se achar que nelle entrou de vasio, ou em lastro; sob pena de que
toda a importancia dos fretes, que este ultimo Navio receber, cederá
a favor dos Mestres dos outros Navios, a quem direitamente pertencia
a carga; ou daquelles, que o denunciarem, e se habilitarem na causa
desta pena com o direito de que os seus Navios levárão carga para o
porto, onde a carregação se achar feita. Paragrafo quarto: Semelhan
mente os Navios pertencentes á Praça da Cidade do Porto, que nave
garem para os pórtos do Brazil, não tomarão nelles carga pertencente a
esta Cidade de Lisboa, senão depois de haverem sido carregados os
Navios da mesma Cidade de Lisboa: Nem pelo contrario os Navios de
Lisboa poderão receber carga para o Porto, senão depois de se acha
rem carregados os Navios pertencentes á dita Cidade do Porto: Tudo
23
debaixo das mesmas penas assima ordenadas.
E porque o tempo tem mostrado, que estas uteis Providencias
se fraudão com os mesmos perniciosos fins, que tinhão sido prevenidos,
e reprovados no Preambulo da referida Lei: a saber, os ditos Paragra
fos, primeiro, e segundo; porque nos casos, em que succeder ser a car
ga redundante, e superior ás forças dos Navios, que devem transportal
la, estabelecem os Mestres delles fretes exorbitantes, com os quaes ar
1753 173
Autos originaes com as sentenças, que nelles forem dadas, ao Meu Con
selho Ultramarino, para Mos fazer presentes, ficando os traslados delles
nos Cartorios dos respectivos Escrivães. O mesmo respectivamente pra
ticará nesta Corte, ao tempo da chegada das Frotas, o Juiz de India, e
Mina, por semelhante modo.
E este se cumprirá, e guardará inteiramente, como nelle se con
tém, não obstante quaesquer. Leis, Regimentos, ou Ordens em contra- .
rio , ainda que sejão das Alfandegas, e de quaesquer Casas de despa
cho, e de outras, que requeirão especial menção; porque todos Hei por
derogados no que a este se acharem contrarios. Pelo que, Mando ao Meu
Conselho Ultramarino; Regedor da Casa da Supplicação; Governadores
da Relação, e Casa do Porto, e das Relações da Bahia, e Rio de Janei
ro; Vice-Rei, Governadores, e Capitães Generaes do Estado do Brazil,
Ministros, e mais Pessoas dos Meus Reinos, e Senhorios, que o cum
prão, e guardem, e fação inteiramente cumprir, e guardar, como nelle
se contém. E ao Doutor Francisco Luiz da Cunha de Ataide do Meu
Conselho, e Chanceller Mór do Reino, mando, que o faça publicar na
Chancellaria, e o faça imprimir, e registar no lugar, onde se costumão
fazer semelhantes registos , e enviar ás partes costumadas. E este pro
prio se lançará na Torre do Tombo. Dado em Belém a 29 de Novembro
de 1753. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist. na Chancellaria Mór da Corte, e Reino no Li
vro das Leis, a fol. 43 vers., e impr. na Qficina de
Antonio Rodrigues Galhardo.
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Impresso avulso.
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EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará de Regimento virem,
que sendo-Me presente a desigualdade, com que os Vedores, Conselhei
ros, Procuradores e Oficiaes de Minha Fazenda são remunerados pelo
trabalho de seus empregos, em razão das propinas, ordinarias e ajudas
de custo , que se tem introduzido, e prevalecido mais em humas esta
ções, que em outras, succedendo interessarem mais alguns dos que tra
balhão menos; contra a razão da justiça natural : E desejando, que se
jão todos correspondidos igualmente á proporção do serviço, que Me fa
zem, e da graduação de seus empregos, com ordenados competentes pa
ra sua honesta e congrua sustentação: Hei por bem extinguir no Conse
lho da Fazenda, e em todas as Casas, Juizos e Mezas da sua repartição,
todas as propinas, ajudas de custo e ordinarias, assim de dinheiro, co
mo de generos, ou especies, que se pagão pelos Thesoureiros, Almoxa
rifes, Oficiaes e Contratadores de Minhas rendas, seja qual for o titu
lo, por que se concedêrão , e por que até ao presente se cobrárão : E
para este fim, de Meu motu proprio, Poder Real e absoluto, revogo e
1753 177
C A P I T U L O I.
dito Meirinho haverá outros quatrocentos mil réis de ordenado. Cada hum
dos Moços do Conselho de qualquer das Repartições haverá de seu orde
nado duzentos e cincoenta mil réis; e servirão todos distribuidamente na
Junta da reformação. O Moço, que ajuda o Guarda-livros, por este ex
ercicio, e pela despeza, que faz no aceio da Capella do Conselho, ha
verá cento e vinte mil réis.
I Por justas causas, que me forão presentes : Sou Servido extinguir
os oficios de Thesoureiro mór do Reino, Executor mór do Reino, The
soureiro das Ordinarias e Obras da Conceição, Thesoureiro do meio por
cento dos contractos , e todos os Escrivães , Fieis e Officiaes das ditas
Thesourarias e Executoria: E mando , que o Thesoureiro das despezas
do Conselho da Fazenda arrecade todas as receitas, pertencentes ás di
tas Thesourarias, do 1.° de Janeiro de 1754 em diante; carregando-se-lhes
em titulos separados, para por ellas satisfazer as despezas das folhas cor
respondentes ás mesmas Thesourarias; as quaes do dito dia em diante
se passarão direitamente para o mesmo Thesoureiro na sua mesma folha,
com titulos tambem separados. E do mesmo modo fará todas as execu
ções, que houvera de fazer o Thesoureiro mór do Reino, servindo-se pa
ra a receita e processos do seu mesmo Escrivão; ao qual ficão accumula
das todas as outras Escrivaninhas das Thesourarias e Executoria: e pa
ra as diligencias se servirá do Meirinho do Conselho, e do seu Escrivão.
E attendendo ao maior trabalho , que accresce ao dito Thesoureiro das
despezas do Conselho, haverá este de seu ordenado novecentos mil réis:
e o seu Escrivão pela mesma causa haverá de ordenado seiscentos mil
réis: e o seu Fiel duzentos mil réis.
2 Por ser informado, que o Medico e Cirurgião do partido do Conse
lho não curão, como devem, aos Vedores, Ministros e Officiaes delle:
Hei por bem extinguir estes partidos, e ordeno , que quando estiver
doente, sangrado, ou com outro remedio maior , qualquer dos Vedores
da Fazenda , ou qualquer dos Secretarios de Estado desta Repartição,
lhe possa o Conselho mandar dar de ajuda de custo sessenta mil réis : e
aos Conselheiros, Procurador e Escrivães da Fazenda, cincoenta mil réis:
e aos outros Oficiaes do mesmo Conselho e Casas subalternas, da dita
quantia para baixo, o que parecer justo, regulado pelas graduações de
seus officios, não baixando nunca de dez mil réis.
3 Não levarão do dito dia em diante mais cousa alguma pela Repar
tição do Conselho da Fazenda , o Presidente do Conselho Ultramarino;
os Secretarios de Estado dos Negocios do Reino e Ultramar, o Secreta
rio do Conselho Ultramarino ; os Oficiaes maiores, ordinarios e Portei
ros das Secretarias de Estado ; o Contador da Fazenda ; e os dous Mo
ços, que passárão do Conselho da Fazenda a servir no Conselho Ultrama
rino; porque todos vão provídos por outro Alvará dos ordenados, que de
vem haver, em razão dos seus empregos e oficios,
4 Todos os ordenados , acima constituidos , se repartirão em doze
partes iguaes, e dellas se assentarão tres na Alfandega grande desta Ci
dade, duas na Casa da Moeda, duas nos Almoxarifados da Contadoria
da Fazenda, em que melhor couberem; duas na Thesouraria das despe
zas do Conselho: duas na Thesouraria dos Armazens de Guiné e India;
meia parte na Thesouraria da Casa da India ; e a ultima meia parte na
Chancellaria mór da Corte e Reino.
5 A Mesa da Criação dos Enjeitados, pelo rendimento, que lhe ces
sa na Repartição do Conselho, haverá em cada hum anno pelo Thesou
reiro das despezas do mesmo Conselho, setecentos e trinta mil réis.
1753 179
6 Cada hum dos dous Juizes dos feitos da Fazenda e Corôa, além do
ordenado, assignatura e esportulas, que levão na Casa da Supplicação,
haverá mais de ordenado pelo Thesoureiro das despezas do Conselho, tre
zentos e vinte mil réis; e cada hum dos dous Escrivães dos feitos da Fa
zenda haverá do mesmo modo dez mil réis.
7. O Juiz da Chancellaria, além do que leva na Casa da Supplicação,
na fórma da dita Lei, haverá mais de seu ordenado pelo Thesoureiro das
despezas do Conselho, cento e trinta mil réis : o Executor das Dizimas
quarenta mil réis: o Escrivão das causas do Juizo cincoenta e dous mil
réis : e o Thesoureiro e Oficiaes desta Chancellaria vão provídos no ti
tulo della.
a . O Escrivão das Justificações do Reino haverá de seu ordenado, pe
lo Thesoureiro das despezas do Conselho, cento e sessenta mil réis : e
o Informador
outros dez mil de Mazagão
réis. dez mil réis : e o Porteiro das arrematações
•
4 A cada hum dos oito Escrivães da Meza grande entregará seis par
tes, para seu ordenado e congrua. •
Executoria.
Guardas de Bórdo. *
/
188 1753
mesma Ermida com Sermão e Missa solemme e hum caritativo jantar aos
pobres na Dominga da Santissima Trindade , e outra em dia da Expe
ctação na Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Freires desta Cida
de , com Vesperas solemnes, e com o Santissimo Sacramento exposto;
para cujas despezas concorrêrão sempre os Reis, Meus Predecessores,
com esmolas competentes. E porque o trato do tempo extinguio a dita
Confraria, e se continuárão as festas á custa de Minha Fazenda, reco
nhecendo os Reis, Meus Predecessores, a mesma Senhora, como Pro
tectora Soberana das Alfandegas deste Reino: Hei por bem, que as di
tas festas se continuem perpetuamente, por ordem do Provedor e Feitor
Mór das mesmas Alfandegas; o qual deputará cada hum anno quatro Of
ficiaes da Alfandega grande, que as ordenem e disponhão nos tempos
destinados: e obrigará todos os Oficiaes da mesma Alfandega e das Ca
sas subalternas, que acompanhem a Procissão pública , que se faz na
Vespera da Santissima Trindade com a Imagem da mesma Senhora, sem
que por este trabalho e assistencia levem propina alguma á custa de Mi
nha Fazenda; e sómente lhe poderá mandar distribuir Rosarios bentos,
para o exercicio da sua devoção. No Sermão, Missa solemne, armação
da Igreja e jantar dos pobres, que se faz na Ermida da mesma Senho
ra, poderá o dito Provedor e Feitor Mór mandar dispender pelo Thesou
reiro da mesma Alfandega trezentos e cincoenta mil réis ; e quatrocen
tos mil réis na festa do dia da Expectação, que cada anno se celebra na
Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Freires desta Cidade. E ha
vendo de se renovar a Confraria extincta, se poderá dispender nas ditas
festas, ou em obras de caridade todas as importancias das esmolas, com
que concorrerem os Fieis.
C A P I T U L O III.
C A P I T U L O IV.
Pórtos Seccos.
C A P I T U L o v.
Meza do Sal.
C A P I T U L O VI.
Paço da Madeira.
3 Cada hum dos dous Sacadores haverá de seu ordenado cento e vin
te mil réis (1); e os emolumentos das partes , pelas diligencias, que fi
zerem, assim como vão concedidos aos Sacadores da Alfandega.
4 O Solicitador das causas e tomadias do Paço da Madeira vai pro
vído no Regimento da Alfandega (2), donde tambem he Solicitador das
causas. E os Oficiaes do Consulado desta mesma Casa, irão provídos no
Regimento dos Armazens. -
C A P I T U L o VII.
contadoria da Fazenda desta Cidade de Lisboa.
O Contador da Fazenda desta Cidade , que tambem he Chancel
ler da Chancellaria dos Contos e Cidade , Juiz Executor da Dizima da
mesma Chancellaria, Presidente dos lançamentos das Sizas, e Juiz Con
servador dos Estanques das Cartas de jogar e Solimão, haverá de seu or
denado por todos estes oficios e empregos hum conto e duzentos mil réis,
repartidos pelos Almoxarifados da Contadoria na maneira seguinte. Du
zentos mil réis no Almoxarifado da imposição dos vinhos, cento e cin
coenta mil réis no Almoxarifado das Tres Casas, cento e cincoenta mil
réis no Almoxarifado da Fruta, trezentos mil réis no Almoxarifado da Si
za do Pescado, cento e cincoenta mil réis no Almoxarifado da Portagem,
cento e cincoenta mil réis no Almoxarifado da Casa das Carnes, e cem
mil réis na Dizima da Chancellaria. Mais haverá hum por milhar do pre
co principal, por que forem arrematados no Conselho da Fazenda os con
tratos da sua Contadoria e Repartição; mas não levará cousa alguma dos
arrendamentos dos ramos dos mesmos contratos, que os Rendeiros prin
cipaes perante elle fizerem. Mais haverá o rendimento das tres lojas, que
(1) V. supra Cap. II, § 8.
. (2) V. supra Cap. II. §. 29. |- * * ** • • .
192 1753 |
ficão por baixo das Sete Casas, e doze mil réis na imposição dos vinhos,
e vinte e quatro mil réis no Pescado, para com este rendimento mandar
fazer os reparos miudos annuaes das Casas da Contadoria e Almoxarifa
dos. Pelo trabalho de rubricar os livros da Contadoria e Almoxarifados
subalternos, haverá quarenta mil réis na imposição dos vinhos, dous mil
réis no Almoxarifado de Algés, outros dous mil réis no Almoxarifado de
Oeiras, e outros dous mil réis no Almoxarifado do Pescado fresco. Das
partes levará todas as assignaturas, que pelo Regimento, Decreto, ou
Resoluções Minhas lhe estiverem concedidas. E não haverá mais cousa
alguma, nem por esta, nem por outra repartição á custa de Minha Fa
zenda dos Contratadores, ou das partes: e será obrigado a pagar á sua
custa ao Ouvidor da Contadoria, que propriamente o serve e ajuda; e a
fazer os lançamentos das Sizas, sem levar emolumento algum dos que
até o presente levava; porque todo o trabalho lhe vai attendido no orde
uado, que lhe concedo.
1 Para Procurador da Fazenda desta repartição da Contadoria prove
rá o Conselho da Fazenda hum dos Corregedores do Crime da Cidade,
que mais apto lhe parecer; o qual servirá pelo tempo, que durar o seu
lugar, com cento e vinte mil réis de ordenado, pagos pela imposição dos
vinhos,
os mais,e que
tirará Provisão
dever cada hum anno, pagando os Direitos novos e
na Chancellaria. •
mil réis, pagos na Alfandega desta Cidade; e mais haverá meio por cen
to do preço, por que se arrematar a Siza das Carnes desta Cidade, o
contrato da Tabula Real de Setuval, o contrato dos Pórtos Seccos, o
contrato da Casa dos Cincos, o contrato da Chancellaria dos Contos, o
contrato do Pescado, o contrato da Siza dos Azeites, o contrato da Siza
da Fruta, e o contrato do Paço da Madeira, como até ao presente levou
á custa de Minha Fazenda, por orsamento, nas folhas dos Almoxarifa
dos. E das fianças, que escrever, traslados, que der, e certidões, que
passar, levará os emolumentos do Regimento geral.
6 O Porteiro, Contador e Inquiridor da Contadoria da Fazenda, e
da Chancellaria dos Contos e Cidade, haverá de seu ordenado por todos
estes oficios trezentos e quarenta mil réis, a saber: duzentos mil réis
pela renda da Chancellaria dos Contos e Cidade, cento e vinte mil réis
no Almoxarifado da Siza dos vinhos, dez mil réis no Almoxarifado das
Tres Casas, e dez mil réis no Almoxarifado da Siza das Carnes. Será
porém obrigado de cumprir *"sua custa todas as obrigações, que actual
mente tem, assim na Contadoria, como na Chancellaria, conforme o Re
gimento e estilo. Haverá mais meio por milhar do preço, por que se ar
rematarem os contratos dos Almoxarifados desta Contadoria no Conse
lho da Fazenda; pois, ainda que pelo Capitulo XCIX, do Regimento da
Fazenda lhe toca hum por milhar dos ditos contratos, esta disposição
procedia, tendo sómente de ordenado tres mil e trezentos e vinte e hum
réis; e levando agora trezentos e quarenta mil réis de ordenado, não só
vai satisfeito do outro meio por cento, mas vai muito accrescentado. E
das partes levará os emolumentos, que pelo Regimento expressamente
lhe tocarem.
C A P I T U L O VIII.
Almoxarifados da Imposição
•
dos Vinhos desta Cidade e seu
Termo.
sar, duzentos réis por tudo; e de certidão solta, quarenta réis; de cer
tidão, que passar ao Carregador para desobrigar a fiança no lugar, don
de tirou o vinho para embarque, duzentos réis; do Alvará, que passar
aos Mestres das embarcações grandes para poderem sahir, e da licença
para carregarem, duzentos réis por tudo: por entrada de Navio, duzen
tos réis: de Caravela, ou Hiate, cem réis; e de Barco, cinco réis: por
cada titulo, que abrir ás pessoas, que hão de metter vinhos na Cidade,
cento e vinte réis: por cada despacho de vinho, que se der livre, dez
réis por almude, e pagando Siza, sem ter titulo aberto, cinco réis: por
cada Verba de descarga, ou desobrigação de fiança, quarenta réis: por
cada pipa de vinho, que se consumir atavernada nesta Cidade, levará
dez réis. E dos processos e buscas levará, á custa das partes, os emo
lumentos, que lhe forem contados pelo Regimento geral. -
C A P I T U L O X.
ção grande levará cem réis. E nos processos, denuncias, tomadias, fian
ças, desobrigações, certidões, conhecimentos, e outros papeis guarda
rá o Regimento dos Escrivães da Meza da Portagem (1).
4 O Feitor e Recebedor do rendimento da lenha e carvão haverá de
seu ordenado pelo rendimento della duzentos e sessenta mil réis; e de seu
emolumento levará cincoenta réis á custa do carregador de cada Barco
de lenha, ou carvão, que vier a esta Cidade.
5 O Escrivão da descarga da repartição da lenha haverá de seu or
denado pelo rendimento della cento e cincoenta mil réis; e de seu emo
lumento á custa dos carregadores levará cincoenta réis de cada Barco de
lenha, ou carvão, que vier a esta Cidade.
6 Cada hum dos dous Feitores da descarga e avaliação da lenha ha
verá de seu ordenado pelo rendimento della cento e vinte mil réis; e de
seu emolumento
de lenha, á custa
ou carvão, quedos
viercarregadores cincoenta réis de cada Barco
a esta Cidade. •
C A P I T U L O XI.
8 O Vendedor dos frutos, que vem pelo Rio , não haverá ordenado
algum; e sómente levará dez por cento do preço dos frutos, que vender.
C A P I T U L O XII, +
+
*
C A P I T U. L O XV.
C A P I T U L O XVII.
(3) V. ibid. S. 3. •
gos cento e vinte mil réis pela Alfandega, e cento e oitenta mil réis pe
los Contos.
9 E serão obrigados a servir por distribuição de annos, ou mezes na
receita do Thesoureiro, sem que por este trabalho levem mais cousa al
Ulllla,
8 10 Cada hum dos dous Escrivães das Execuções cento e vinte mil
réis, pagos cincoenta mil réis pela Alfandega, e setenta mil réis pelos
Contos. E mais haverá tres por cento do dinheiro da sua repartição, que
entrar
te annopor
(1).execução no cofre, conforme o Alvará de 23 de Agosto des
•
#1 Cada hum dos tres Moços dos Contos, cento e sessenta mil réis;
com obrigação de servirem por distribuição nas ementas; e serão pagos
de dez mil réis pela Chancellaria Mór, e cento cincoenta mil réis pelos
Contos. •
22 Cada hum dos oito Caminheiros sessenta mil réis por ordenado e
aposentadoria de casas, dos quaes levarão dez mil réis pela Alfandega,
e cincoenta mil réis pelos Contos.
23 Os Contadores, que Eu for Servido provêr em Provedores supra
numerarios, vencerão mais de ordenado cem mil réis, pagos pela Alfan
dega, em quanto não entrarem em lugar ordinario.
(1). V. Alv. de 20 de Novembro de 1764.
2O6 |1753
C A P I T U L O XX.
C A P I T U L O XXII.
C A P I T U L O XXIII.
- C A P I T U L O XXIV.
6 Cada hum dos oito Medidores das Eiras levará hum alqueire por
moio do pão , que medir para Minha Fazenda, e não levarão cousa al
guma á custa dos Lavradores.
7 O Medidor geral do Celleiro levará das partes, para quem medir
qualquer genero de pão , cem réis por moio ; dos quaes dará quarenta
réis aos dous Paneadores; e não levará cousa alguma á custa de Minha
Fazenda. • •
alqueires de trigo, e duzentos réis por dia, dos que gastar em tomar o
ponto á gente do serviço, quando o houver.
15 O Pregoeiro da Contadoria das Jugadas haverá de seu ordenado
quarenta
mente lhealqueires de trigo;
pertencerem e os emolumentos
pelo Regimento dasjustiças.
geral das partes, que direita •
C A P I T U L O XXV.
Almofarifado da Malveira.
O Almoxarife da Malveira haverá de seu ordenado seis moios de
trigo, e vinte mil réis em dinheiro; e como Recebedor das Fabricas, ha
verá mais de ordenado dous moios de trigo, e para fangas , medidas,
pás, pannos e bandeiras do barco, levará doze mil réis á custa do Ren
deiro, e não o havendo, á custa de Minha Fazenda. E em cada moio
de trigo se lhe dará de quebra hum alqueire, e dous alqueires em cada
moio de cevada.
1 O Escrivão deste Almoxarifado haverá de seu ordenado quatro moios
de trigo, e os emolumentos, que direitamente lhe pertencerem.
2 Os dous Alcaides deste Almoxarifado serão obrigados de residir con
tinuamente em Villa-Franca, com pena de perdimento do oficio, e de
pagarem toda a perda e damno, que sentirem os Lavradores e Minha
Fazenda, por falta da guarda das Lizirias; e cada hum na sua reparti
ção cobrará dos Lavradores alqueire e meio de trigo, por cada hum moio
de terra , que trouxerem arrendado, com obrigação de pagarem á sua
custa aos Medidores das Eiras , sem que Minha Fazenda, nem os La
vradores lhe paguem mais cousa alguma. -
C A P I T U L O XXVI.
Almoxarifado de Alcoelha.
C A P J T U L O XXVII.
Almoxarifado da Azambuja.
O Almoxarife da Azambuja haverá de seu ordenado seis moios de
trigo, e vinte mil réis em dinheiro ; e haverá a mesma quebra no trigo
e cevada que vai concedida aos outros Almoxarifes.
1 O Escrivão deste Alxarifado haverá de seu ordenado tres moios de
trigo, e os emolumentos das partes, que direitamente lhe pertencerem.
# O Alcaide deste Almoxarifado haverá dos Lavradores a mesma Al
caidaria, que vai concedida aos Alcaides da Malveira, e ficará sujeito
ás mesmas obrigações e penas.
3 O Mestre das vallas haverá de ordenado hum moio de trigo, e pe
las Fabricas de Alpampilher seis mil réis em dinheiro; e vencerá por ca
da hum dia, que trabalhar, duzentos e quarenta réis. • |-
4 OnoApontador
ponto trabalho. vencerá duzentos réis por cada hum dia, que tomar
•
C A P I T U L O XXVIII.
C A P I T U L O XXIX.
C A P I T U L O XXX.
C A P I T U L O XXXI.
de ordenado seis mil réis; e vencerá duzentos réis por cada hum dos dias,
que tomar o ponto no trabalho.
5 Os Oficiaes das Sizas da Contadoria da Fazenda de Santarem se
rão provídos no Regimento geral das mesmas Sizas.
C A P I T U L O XXXII.
Casa de Ceuta.
C A P I T U L O XXXIII.
5 Cada hum dos dous Juizes dos feitos da Fazenda e Coroa, além dos
ordenados, que levão por outras repartições, haverá por esta quarenta
mil réis.
6 Cada hum dos tres Oficiaes da repartição de Africa, além dos or
denados, que levão por outras repartições, levará por esta dezoito mil
réis; e o Oficial, que fizer a folha, quatro mil réis.
7 O Architecto das Fortalezas da Barra e Castello de S. Jorge desta
Cidade haverá de seu ordenado no rendimento das terças setenta e qua
tro mil réis.
C A P I T U L O XXXV.
C A P I T U L O XXXVI.
C A P I T U L O XXXVII.
Casa da Moeda.
C A P I T U L O XXXIX.
o A P I T U L o XL.
arma… de Guine e India.
9 Mas porque os referidos empregos não são proprios dos oficios dos
dous Escrivães da Meza grande, que os servem, nem se podem com
metter por distribuição aos outros, por ser necessaria para elles huma
particular pericia, actividade, e experiencia: Hei por bem, que quando
vagar qualquer das ditas incumbencias por falta, ou impedimento dos
Escrivães, que actualmente servem, o Conselho da Fazenda, preceden
do informação do Provedor dos Armazens; encarregue cada huma dellas
ao Escrivão da Meza grande, que mais activo, prático e experimenta
do for, para nella bem servir.
1753 . * . 225
Ff 2
228 1753.
C A P I T U L O XLI.
C A P I T U L o XLII.
Torres da Barra.
C A F I T U L o XLIII.
Pinhaes. •
O Guarda Mór dos Pinhaes dos Medos haverá de seu ordenado vin
te e quatro mil réis. O seu Escrivão doze mil réis, e o Couteiro outros
doze mil réis, e a rama da limpeza dos Pinhaes.
1 Os Oficiaes do Consulado da sahida vão attendidos na sua reparti
ção em titulo separado, e não devem por esta levar cousa alguma.
C A P I T U L O XLIV.
• Lastro,
do Rio desta Cidade.
regar em Barcos de meios, levando das partes por cada hum Barco de
pedra dous mil e quatrocentos , , e por cada hum Barco de burgáo nove
centos e sessenta réis, e por cada hum Barco de saborra quatrocentos e
oitenta réis, como sempre se levou , cujos preços nunca jámais poderá
augmentar. E sendo os lastros, que se descarregarem, ou carregarem,
de arêa, não levará cousa alguma; mas dará tal providencia, que se não
tire, nem lance a dita arèa de praia alguma, a que cheguem as aguas
vivas, nem por que corrão as aguas da chuva, para que as não levem
para o Rio humas e outras aguas, achando-as bolidas, ou amontoadas.
7 O dito Guarda Mór he Juiz na primeira instancia de todas as de
nunciações e penas; e o será tambem das resistencias, injúrias, e ofen
sas, feitas aos Guardas menores, dando appellação e aggravo para o Jui
zo dos feitos da Fazenda , e appellando por parte da Justiça nos casos,
em que absolver, ou diminuir as penas estabelecidas. Mas porque o dito
Guarda Mór não tem Escrivão determinado para escrever estes proces
sos: Hei por bem, que escreva nelles hum dos Escrivães do Civel da Ci
dade, que o mesmo Guarda Mór nomear, o qual não haverá cousa algu
ma á custa de Minha Fazenda; e sómente haverá das partes as custas,
em que forem condemnadas na fórma do seu Regimento, em quanto Eu
não for Servido Mandar o contrario.
8 Aos Alcaides e Meirinhos desta Cidade Ordeno, que cumprão
promptamente, com pena de suspensão e prisão, as ordens e mandados,
que o dito Guarda Mór lhe passar por bem do Meu serviço, na fórma da
sua Carta; e aos Ministros seus superiores Ordeno, que os não embara
cem para estas diligencias, com pena de incorrerem no Meu Real des
agrado. E os ditos Alcaides, Meirinhos e Guardas menores, que anda
rem nas diligencias de Meu serviço , ordenadas pelo dito Guarda Mór,
poderão usar das armas ofensivas e defensivas , que lhe forem necessa
rias , como se concedeo na Carta do mesmo oficio : e na Ribeira das
Náos se lhe dará a embarcação ligeira, que for precisa para acudirem a
estas diligencias, além da que nella tem o Guarda Mór; o qual visitará
ao menos huma vez cada mez o Rio , praias e pontes da limpeza, para
provêr o que for conveniente; e do que per si não puder emendar, Me
dará conta pelo Conselho da Fazenda , para lhe dar as providencias ne
CGSS3 Tl3S. •
Gg
234 I753
C A P I T U L O XLVI.
Determinações geraes.
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ANNO D E 1754.
mil réis: pelo Thesoureiro Mór da Junta dos Tres Estados, cem mil réis:
elo Thesoureiro da Casa da India, cincoenta mil réis: e pelo Thesou
reiro da Chancellaria Mór do Reino, cincoenta mil réis.
O Porteiro, e Guarda-Livros da Secretaria de Estado dos Negocios
do Reino, haverá de seu ordenado seiscentos mil réis: pagos, delles du
zentos mil réis pelo Thesoureiro da Alfandega grande desta Cidade: cen
to e cincoenta mil réis pelo Thesoureiro das despezas do Conselho da
Fazenda: cem mil réis pelo Almoxarife dos vinhos: vinte mil réis pelo
Thesoureiro da Casa da India: sessenta mil réis pelo Thesoureiro da
Chancellaria Mór do Reino: e setenta mil réis pelo Thesoureiro Mór da
Junta dos Tres Estados: e mais haverá o azeite, que actualmente cobra
pela Ucharia. |- •
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C A,P I T U L O I.
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tos das partes, que pela repartição dos Pelouros, ou por outro qualquer
titulo justo lhes pertencerem.
II. O Escrivão da Camara haverá de seu ordenado quinhentos mil
réis; quatrocentos e oitenta mil réis pagos pelo Thesoureiro da Cidade,
e vinte mil réis pelo rendimento do real da agua: e mais levará dezeseis
r milhar do preço dos Contratos arrematados a dinheiro, e pão, á cus
ta dos Rendeiros, e os emolumentos das partes, que direitamente lhe
pertencerem. E não levará cousa alguma para papel, panno, ou outra
alguma despeza de seu Oficio , porque por tudo vai attendido no dito
ordenado.
III. Cada hum dos dous Procuradores da Cidade haverá de seu orde
nado, pago pelo Thesoureiro della, quinhentos e cincoenta mil réis; e
os emolumentos das partes, e rubrícas, que pelo Regimento lhes per
tencerem. Mas não levarão ordenado algum de cevada, nem salario á
custa da Cidade, pelas vistorias públicas, que fizerem.
IV. Cada hum dos quatro Procuradores dos Mestéres haverá de seu
ordenado, pago pelo Thesoureiro da Cidade, cento e vinte mil réis ; e
os emolumentos das partes, que direitamente lhes pertencerem.
V. O Juiz do Povo haverá de seu ordenado , pago pelo Thesoureiro
da Cidade , quarenta e oito mil réis; e o seu Escrivão vinte e quatro
mil réis.
VI. O Official Maior da Secretaria do Senado haverá de seu ordena
do , pago pelo Thesoureiro da Cidade, cento e quarenta e quatro mil
réis, com obrigação de pôr á sua custa papel, tinta, pennas, obrêas, e
arêa : e mais haverá das partes os emolumentos, que direitamente lhe
pertencerem. •
VII. Cada hum dos sete Oficiaes Menores da dita Secretaria haverá
de seu ordenado, pago pelo Thesoureiro da Cidade, setenta e dous mil
réis, e os emolumentos das partes, que direitamente lhes pertencerem.
VIII. O Guarda Mór haverá de seu ordenado, pago pelo Thesourei
ro da Cidade, duzentos mil réis, e quatro por milhar á custa dos Ren
deiros do preço dos Contratos do Senado. E não levará cousa alguma pa
ra papel, tinta, pennas, obrêas, e arêa.
IX. Cada hum dos nove homens da Camara, que servem de Contí
nuos, haverá de seu ordenado, pago pelo Thesoureiro da Cidade, qua
renta e oito mil réis.
X. O Escrivão do Assentamento dos ordenados, e juros, haverá de
seu ordenado sessenta mil réis; trinta mil réis pagos pelo Thesoureiro da
Cidade, e outros trinta no rendimento dos reaes da agua : e não levará
mais cousa alguma, por todas as obrigações de seu Officio, nem a ordi
naria de trigo por fazer a folha das Mercieiras da Capella de Dona San
cha. E este Oficio andará sempre annexo ao Oficial Maior da Secreta
ria, para com ele se ajudar, por não ser incompativel.
XI. O Thesoureiro das rendas da Cidade haverá de seu ordenado, pa
go em si mesmo, duzentos e quarenta mil réis; e dez por milhar de to
das as rendas do Senado, e meio por cento do real da limpeza á custa
dos Rendeiros: e para quebras do trigo haverá dous alqueires por moio,
e tres alqueires na cevada; e não levará mais cousa alguma para papel,
nem para outra despeza do seu Oficio, que todas fará á sua custa.
XII. O Escrivão da Receita, e Despeza da fazenda da Cidade have
rá de seu ordenado, pago pelo Thesoureiro della, cento e vinte mil réis;
e oito por milhar do preço das rendas á custa dos Rendeiros, e os mais
emolumentos das partes, que pelo Rºshºp lhe pertencerem.
2
244 I754
C A P I T U L O II.
Contos do Senado.
mil réis por Natal, e quatro mil réis por Pascoa, pagos pelo Thesourei
ro da Cidade; e servirá sempre hum dos Oficiaes menores da Secretaria.
VII. O Procurador das execuções da fazenda da Cidade, e dos reaes
da agua, do vinho, e carne, haverá de seu ordenado cincoenta mil réis;
trinta e oito mil réis pagos pelo Thesoureiro da Cidade, e doze mil réis
pelo rendimento dos reaes da agua: e mais haverá hum por cento da im
portancia de todo o dinheiro, que por execução viva fizer arrecadar de
ambas as repartições.
VIII. O Agente dos negocios do Senado, e do Hospital de S. Laza
ro, haverá de seu ordenado oitenta e seis mil e quatrocentos réis; oi
tenta e quatro mil réis pagos pelo Thesoureiro da Cidade, e dous mil e
quatrocentos réis pelo Hospital de S. Lazaro, e nada mais.
C A P I T U L O III.
• Obras. •
II. O Homem das Obras haverá de seu ordenado, pago pelo Thesou
reiro da Cidade, setenta e dous mil réis; e os emolumentos das partes,
que direitamente lhe pertencerem: mas não levará cousa alguma pelas
diligencias do serviço da Cidade, ainda que sejão no Termo.
III. O dito Homem, ou quem servir de levar o Estandarte nas Pro
cissões, vencerá de ordenado, pago pelo Thesoureiro da Cidade, vinte
e quatro mil réis, em lugar do trigo, que até agora levava.
IV. O dito Homem , ou quem fizer o ponto das Procissões, vencerá
tres mil e seiscentos réis, pagos pelo Thesoureiro da Cidade, em lugar
de trigo, que até agora levava.
V. O dito Homem, ou quem servir de Fiel da Columnata, e toldos
da Procissão do Corpo de Deos, vencerá de ordenado, pago pelo The
soureiro da Cidade, dezenove mil e duzentos réis,
VI. O Architecto das obras da Cidade haverá de seu ordenado, pa
go pelo Thesoureiro della, quarenta e oito mil réis, com obrigação de
assistir promptamente a todas as vistorias do público, para que for cha
mado, e de fazer todas as plantas, e riscos, que o Senado lhe encarre
gar em serviço da Cidade, sem levar outro algum estipendio; e sómen
te nas vistorias de partes, que forem condemnadas em custas, haverá o
emolumento, que justamente se lhe dever.
VII. O Mestre Pedreiro, e Medidor da Cidade haverá de seu orde
nado, pago pelo Thesoureiro della, oitenta mil réis, com a obrigação
de fazer todas as medições, e vistorias do público, sem levar outro al
gum salario; e sómente das partes levará os emolumentos, que justamen
te se lhe deverem. . *
denado, pago pelo Thesoureiro della, sessenta mil réis, com obrigação
de fazer as medições, e vistorias do público, sem levar mais outro al
gum salario; e sómente das partes levará os emolumentos, que direita
mente lhe tocarem.
C A P I T U L O IV.
Chancellaria da Cidade.
Saude.
o A P I T U L O VI.
Almotaçaria.
Cada hum dos quatro Almotacés das execuções haverá de ordina
ria por cada hum mez, que servir, tres mil e duzentos réis, Pºgos pelo
Thesoureiro da Cidadé; e de assignatura por cada huma causa» que jul
gar, daquellas, que póde conhecer na fórma da Lei dº Reino, sendo
248 1754
verbaes, vinte réis, e sendo por escrito sessenta réis, e sendo coi
ma dez réis; e dos mandados, precatorios, e outras cartas, que assignar,
levará a mesma assignatura concedida ao Juiz das propriedades, no Al
vará de Lei de sete de Janeiro de mil e setecentos e cincoenta. Porém
das assignaturas dos bilhetes da Almotaçaria, licenças, e outras miude
zas do expediente do seu Oficio, não levarão cousa alguma, nem amos
tras das partes, com pena de se lhes dar em culpa.
I. Cada hum dos quatro Escrivães dos ditos Almotacés haverá de seu
ordenado, pago pelo Thesoureiro da Cidade, dez mil réis; e os emolu
mentos das partes, que pelo Regimento lhe tocarem.
II. O Requerente da Almotaçaria haverá de seu ordenado, pago pe
lo Thesoureiro da Cidade, quarenta mil réis; e os emolumentos das par
tes, que pelo Regimento lhe tocarem.
III. Cada hum dos quatro Zeladores da Almotaçaria haverá de seu
ordenado seis mil réis, pagos pelo Thesoureiro da Cidade; e os emolu
mentos das partes, que pelo Regimento lhe tocarem. }
IV. . Cada hum dos quatro Homens da Vara da Almotaçaria haverá de
seu ordenado trinta mil réis, pagos pelo Thesoureiro da Cidade; e os
emolumentos das partes, que pelo Regimento se lhe deverem."
C A P I T U L O VII.
Limpeza.
Cada hum dos seis Almotacés da limpeza haverá de seu ordena
do cento e vinte mil réis, pagos pelo Thesoureiro da Cidade, com obri
gação de ter Cavallo para acompanhar os bandos públicos, e de mandar
á sua custa lançar fóra, no termo de duas horas, qualquer animal, que
se achar morto nas ruas das Cidade da sua repartição, e fazer que as
mesmas ruas estejão limpas de lamas, e outras immundicias, com pena
de perdimento do dito ordenado, pela primeira vez, e pela segunda do
Oficio, para nunca mais o haver: e mais haverão os emolumentos, próes,
e precalços, que pelo Regimento lhe pertencerem; e dos mandados, coi
mas, e causas levarão a mesma assignatura concedida aos Almotacés das
execuções.
1. Cada hum dos seis Escrivães dos ditos Almotacés da limpeza ha
verá de seu ordenado, pago pelo Thesoureiro da Cidade, vinte e quatro
mil réis; e os emolumentos das partes, que pelo Regimento lhe perten
CCTCIll. •
C A P I T U L O VIII.
• # ', 4
1754 25 L
C A P I T U L O XI.
Alqueidão.
O Almoxarife das terras do Alqueidão haverá de seu ordenado qua
tro moios de trigo, e quatro de cevada.
I. O Escrivão do dito Almoxarifado haverá de seu ordenado cinco
moios e meio de trigo, e trinta alqueires de cevada.
II. O Alcaide do dito Almoxarifado haverá de seu ordenado cinco
moios e quarenta alqueires de trigo. •
C A P I T U L O XII.
Cousas varias.
Morgados.
O Thesoureiro da Cidade haverá mais de ordenado, pelo recebi
mento das rendas do morgado do Desembargador Francisco de Afonse
ca Sysnel, vinte e quatro mil réis, pagos pelas mesmas rendas.
I. O Escrivão da dita receita vencerá de ordenado dezenove mil e
duzentos réis, pagos pelas mesmas rendas.
II. O dito Thesoureiro da Cidade haverá mais de ordenado, pelo re
cebimento das rendas do morgado do Doutor Henrique da Silva, dezeno
ve mil e duzentos réis, pagos pelas mesmas rendas.
III. O Escrivão da dita receita vencerá de ordenado dezenove mil
réis, pagos pelas ditas rendas.
C A P I T U L O XV.
IX. Cada hum dos onze Alcaides dos bairros da Cidade vencerá de
ordenado trinta mil réis, pagos pelo dito Thesoureiro: e não levará cou
sa alguma pelas diligencias do serviço público, que o Senado lhe encar
regar.
X. O Alcaide de Belém vencerá de seu ordenado quarenta mil réis,
e mais quarenta e cinco mil réis para tres homens da vara, que o devem
acompanhar , pagos pelo dito Thesoureiro : e não levará cousa alguma
pelas diligencias públicas de que for encarregado.
C A P I T U L O XVI,
Determinações geraes. f
Por quanto huma grande parte dos Oficios referidos neste Alvará
são propriamente incumbencias, e empregos, que o Senado separou pa
ra melhor distribuir o seu governo economico; nem podião ser Oficios,
sem que fossem creados por Mim , ou pelos Reis Meus Predecessores,
com alguma jurisdicção, ou quasi jurisdicção : e attendendo ao pouco
tempo, que levão, e ao pouco rendimento, que tem ; razão porque não
fica incompativel, que huma só pessoa sirva muitos dos ditos empregos,
antes he conveniente que se unão para formarem congrua competente a
cada hum dos Oficiaes, e Serventes da Cidade. Hei por bem, que o Se
nado da Camara confira todos os ditos empregos, e incumbencias, que
actualmente não tiverem proprietario, aos Oficiaes, e Serventes da Ci
dade, que sem incompatibilidade , nem detrimento do público, os pu
derem bem servir; ficando perpetuamente unidos, e lotados debaixo de
hum só titulo, para com elle passarem para a Chancellaria Mór da Cor
te, e Reino, e nella Me pagarem os direitos devidos pela propriedade,
ou pela serventia: Com declaração porém, que não poderão unir em hu
ma só pessoa tantos Oficios jurisdiccionaes, que excedão seiscentos mil
254 1754
Impresso avulso.
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C A P I T U L O I.
C A P I T U L o II.
O Escrivão da Camara do Mestrado da Ordem de Christo haverá
de seu ordenado quatrocentos mil réis, pagos na maneira seguinte: cen
to e quarenta mil réis pelo rendimento dos tres quartos da Ordem de
Christo ; treze mil e duzentos réis, que já tem na Chancellaria Mór do
Reino; sete mil e duzentos réis na Chancellaria da Ordem ; e duzentos
trinta e nove mil e seiscentos réis pelo Thesoureiro das despezas, e con
tribuições da Meza : mais haverá o dito Escrivão da Camara os emolu
mentos das partes, que se seguem. Por cada huma Carta de Commenda,
que não exceder cem mil réis de lote , levará hum por cento do mesmo
lote , e não chegando este a oitenta mil réis , levará sempre oitocentos
réis pela dita Carta; e passando de cem mil réis de lote, levará delles pa
racima, hum quarto por cento, até a quantia de quatrocentos mil réis
de lote, e dahi para cima não levará mais cousa alguma, sendo o maior
salario, que ha de receber por Carta de Commenda, mil e setecentos e
cincoenta réis. Por cada huma Carta de Beneficio de Igreja levará hum
por cento do seu lote, até a quantia de cento e cincoenta mil réis, e na
da mais dahi para cima, e não chegando o lote a cincoenta mil réis, le
vará sempre quinhentos réis por cada huma Carta. Por todas as Provisões,
que se passarem a qualquer Cavalleiro para tomar o Habito , levará no
vecentos e sessenta réis. Por cada huma Carta de propriedade de Oficio
levará hum por cento do seu lote, até a quantia de cento e sessenta mil
réis, e não chegando o lote a oitenta mil réis, levará sempre pela dita
Carta oitocentos réis. Por cada huma habilitação de proprietarios de Of
ficios levará dous mil réis, sem que lhe leve cousa alguma pelas Provi
sões, que se passarem, para se tirarem as inquirições no Reino. Por ca
da huma Provisão de confirmação de Prazo novo, ou renovado, que se fi
zer na Contadoria da Ordem, ou por cada hum dos Commendadores, le
vará quatrocentos e oitenta réis , e duas partes do salario da escritura,
que houver levado o Escrivão, ou Tabellião, que a fez. De todos os ou
tros Alvarás, Provisões, e Mandados de informe , que fizer a requeri
mento de parte, levará o mesmo salario, que pelo Regimento de vinte e
cinco de Agosto de mil setecentos e cincoenta, foi concedido aos Escri
vães da Minha Camara, e dante os Desembargadores do Paço; e no ca
so , que o dito Regimento se reforme , seguirá sempre nesta parte , o
que Eu for Servido determinar de emolumentos para os ditos Escrivães
1754 259
C A P I T U L O III,
Captivos.
Cada hum dos Desembargadores, Juizes das causas dos Captivos,
haverá de seu ordenado trinta mil réis, pagos na folha do Mamposteiro
Mór. -
IV. Cada hum dos seis Procuradores do Juizo, que não tem ordena
do, haverá daqui em diante a terça parte do que fizer cobrar por acção
nova, e a quinta parte do que fizer cobrar por execução para o rendi
mento dos Captivos, sem embargo do Capitulo dezenove do Regimento,
que para este fim sómente revogo. • •
mesmo, para seu ordenado, oitenta mil réis; e não levará mais cousa
alguma para tinta, papel, penas, e obrêas.
VII. O Escrivão do dito Thesoureiro, haverá delle para seu ordena
do, quarenta mil réis, e das partes levará os emolumentos, que direita
mente lhe pertencerem: e não levará mais cousa alguma para papel, tin
ta, pennas, e arèa.
VIII. O Thesoureiro das viagens da India haverá quatro por cento
de todo o dinheiro, que se lhe carregar em receita viva.
IX. O Escrivão do dito Thesoureiro haverá dous por cento da dita
receita viva; e das partes levará os emolumentos, que justamente lhe
deverem. •
C A P I T U L O IV.
II. O Juiz Geral das Tres Ordens Militares, haverá de seu ordena
do, cento e vinte mil réis, a saber: sessenta mil réis, que já tem na
folha das Justiças da Casa da Supplicação; oito mil réis pelas rendas do
Convento de Palmella; outros oito mil réis pelas rendas do Convento de
Thomar; e outros oito mil réis pelas rendas do Convento de Aviz; dez
eseis mil réis pelo rendimento | Chancellaria das Ordens; e vinte mil
réis pelo Thesoureiro das despezas, e contribuições da Meza. Das cau
sas crimes, e civeis, que julgar, e dos papeis, que dellas resultarem,
levará a mesma assignatura á custa das partes, que está concedida aos
Corregedores do Civel, e Crime da Corte no Alvará de Lei de sete de
Janeiro de mil setecentos e cincoenta, na parte em que lhe for applica
vel. Das habilitações dos Cavalleiros, e Commendadores, levará o mes
mo salario, que actualmente leva. E das sentenças de habilitação de
Clerigos para Beneficios, ou de Tombos das Commendas, levará seis
centos réis de assignatura por cada huma.
III. O Procurador geral das Tres Ordens Militares haverá de seu or
denado trezentos e sessenta mil réis, a saber: cento e cincoenta mil réis
# mesma repartição, porque já os leva; e duzentos e dez mil réis pe
o Thesoureiro das despezas, e contribuições da Meza: e das partes le
vará os mesmos emolumentos, que actualmente se lhe pagão.
IV. O Escrivão do Juizo geral das Ordens haverá das partes pe
los papeis, e processos, que escrever, os mesmos emolumentos, e cus
tas, que actualmente levão, e ao diante se concederem aos Escrivães do
Crime, e Civel da Corte: e mais haverá a quarta parte de todas as pe
nas crimes, que se condemnarem para as despezas do Juizo.
V. O Thesoureiro das condemnações do Juizo geral das Ordens, ha
verá cinco por cento de todas as quantias, que receber.
VI. Cada hum dos tres Agentes das Ordens Militares, haverá o mes
1754 263
IX. O Thesoureiro das das despezas do dito Juizo, levará cinco por
cento, da importancia da sua receita viva.
X. O Agente do dito Juizo haverá de seu ordenado pelo rendimento
das despezas delle, quarenta e oito mil réis.
XI. . Todos estes ordenados do Juizo dos Cavalleiros terão regresso pa
ra o sobejo da Chancellaria das Ordens; e desta para o Thesoureiro das
despezas, e contribuições da Meza.
XII. O Thesoureiro dos tres quartos da Ordem de CHRIsto, haverá
de seu ordenado quarenta e oito mil réis, pagos em si mesmo.
XIII. O Escrivão do dito Thesoureiro haverá de seu ordenado trinta
e seis mil réis, no rendimento dos tres quartos; e os emolumentos das
partes, que direitamente lhe pertencerem.
XIV. O Thesoureiro, e Executor do Collegio das Ordens Militares
de Coimbra, haverá de seu ordenado quarenta mil réis, pagos em si
mesmo; vinte mil réis pela repartição da Ordem de Sant-Iago; e os ou
tros vinte mil réis pela de São Bento de Aviz. E dos precatorios, e man
dados, e outros quaesquer papeis, que assignar, levará as mesmas as
signaturas concedidas aos Corregedores das Comarcas.
XV. O Escrivão do dito Executor guardará nos processos, e papeis,
que escrever, o mesmo Regimento dos Escrivães do Civel da Cidade; e
levará das partes as custas, que elles actualmente levão, e ao diante se
lhe concederem, na parte que lhe for applicavel: e pelos conhecimentos,
que passar, levará o mesmo salario concedido aos Escrivães do Paço da
Madeira, no Regimento de vinte e nove de Dezembro de mil setecentos
cincoenta e tres, Cap. 6.° § 1.
c AP 1 T U L o v.
Contos subordinados á Meza da Consciencia, e Ordens.
C A P I T U L O VI.
Estações varias.
C A P I T U L o viII.
* Contadoria do Mestrado da Ordem de Christo.
O Contador do Mestrado da Ordem de Christo, além dos duzen
tos mil réis, que já leva de ordenado, pela repartição da Meza Mestral,
do Conselho da Fazenda, no Cap. 1. §. 9, do Alvará de vinte e nove de
Dezembro, de mil setecentos cincoenta e tres ; haverá mais de ordena
do oito moios de trigo, pagos no Almoxarifado da mesma Meza Mestral
da Villa de Thomar: e das partes haverá os emolumentos, que pelo Re
gimento, Alvarás, e Resoluções Minhas lhe estiverem concedidas. E
porque o dito Contador do Mestrado, leva assignaturas das causas, que
julga, e papeis, que assigna, sem Regimento, ou Carta, que lhas con
ceda, fundado no costume de seus Antecessores, o qual he reprovado na
Lei do Reino: Hei por bem, que elle, e os dous Contadores dos Mes
trados das Ordens de Sant-Iago da Espada, e São Bento de Aviz, nas
causas, e feitos, que julgarem, nos papeis, que assignarem, nas tes
temunhas, que inquirirem, e nos dias, que gastarem, sahindo fóra em
diligencias de partes, levem as mesmas assignaturas , e emolumentos,
que estão concedidos aos Corregedores do Civel da Corte, pelo Alvará
de Lei de sete de Janeiro de mil setecentos e cincoenta ; com declara
ção, que as assignaturas das sentenças das causas, e Cartas de arrema
tação, em qualquer quantia, que seja, não poderão exceder quatrocen
tos réis; e que á custa da Ordem, nem elles, nem seus Officiaes, leva
rão assignaturas, ou custas algumas, excepto as que expressamente lhe
forem concedidas; porque pela servirem, he, que levão seus ordenados,
e mantimentos.
I. O Escrivão da dita Contadoria, haverá de seu ordenado dous moios
de trigo; duas pipas de vinho ; e dez mil réis em dinheiro, pago tudo
pelo dito Almoxarifado. E dos arrendamentos das Commendas, levará
a metade do que leva o Contador , á custa dos Rendeiros. E das outras
partes levará os emolumentos, proes, e precalços, que pelo seu Regi
mento, Alvarás, ou Sentenças lhe estiverem concedidos, e julgados. E
dos conhecimentos de receita levará cento e sessenta réis; quarenta réis
por cada quartel. E dos processos entre dº", e papeis, que delles nas
2
268 I754
C A P I T U L O IX.
C A P I T U L O X.
Determinações geraes.
Todos or ordenados constituidos neste Alvará se assentarão nos li
vros, a que pertencerem, e se metterão nas folhas, que já tiverão prin
cipio no primeiro de Janeiro deste anno, e nas mais, que se seguirem,
sem dependencia de outro algum despacho: e porque alguns dos assen
tamentos pertencem á Meza Mestral, Hei por bem, que os mande fazer
por este mesmo Alvará, do qual se lhe ha de remetter hum transumpto
Impresso.
I. E porque he da Minha Real intenção, que todos os ditos ordena
dos, se paguem efectivamente , e póde acontecer , que não chegue o
rendimento das Thesourarias, e Almoxarifados , em que os Mando as
sentar. Sou Servido, que acontecendo esta falta, a Meza da Conscien
cia, e Ordens, Ma faça presente com toda a individuação, e clareza;
porque se conclua, que não resultou de negligencia, ou malicia dos The
soureiros, e Almoxarifes , que devem arrecadar em tempo as consigna
qões das suas folhas, para lhe destinar pagamento eficaz, e prompto em
outras repartições, do resto, que lhe faltar.
II. Além dos ditos ordenados, se não poderá jámais introduzir propi
na, ou ajuda de custo alguma, a titulo de trabalho extraordinario do Of
ficio, nem por outra qualquer causa, posse, ou costume, posto que se
ja immemorial, pois desde já o reprovo, annullo, e condemno na raiz da
sua introducção. E conseguindo alguma pessoa Decreto, ou Resolução
Minha, ou dos Reis Meus Successores, porque se lhe conceda propina,
ou ajuda de custo, se lhe não cumprirá, se expressamente não for revo
gada a disposição deste Capitulo.
III. Permitto porém, que estando doentes sangrados, ou com outro
algum remedio maior, o Presidente, Deputados, Escrivães da Camara,
ou outros quaesquer Oficiaes da Meza da Consciencia, e Ordens, ou
das repartições suas subalternas, possa a mesma Meza mandar dar de
ajuda de custo, sessenta mil réis ao Presidente; cincoenta mil réis a ca
da hum dos Deputados, e Escrivães da Camara; e aos outros Ministros,
e Oficiaes, da dita quantia para baixo, o que parecer justo, conforme
a graduação de seus Oficios, não baixando de dez mil réis no ultimo Of
ficial.
IV. Não he da Minha Real intenção extinguir quaesquer ordinarias,
quotas, ou propinas, que nesta repartição estiverem applicadas por Mim,
ou pelos Reis Meus Predecessores, para esmolas, ou para outras obras
V.
p138. " Os Ministros, e Oficiaes, que estiverem aposentados antes des
•
270 I754
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C A P I T U L O II.
Mm
274 1754
C A P I T U L o III.
Determinações geraes.
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nado, pago pelo mesmo Thesoureiro, hum conto e seiscentos mil réis, e
não levarao mais cousa alguma pela assignatura dos papeis de Meu ser
viço, nem pelas rubrícas dos livros da arrecaçação de Minha Fazenda;
que serão, obrigados rubricar por distribuição, como actualmente fazem,
e sómente levarão das partes as assignaturas, que lhes estão concedidas.
II. O Procurador da Fazenda da repartição do dito Conselho, have
rá por ella de seu ordenado, pago pelo mesmo Thesoureiro, hum conto
e duzentos mil réis. |- |-
IV. Não levará o dito Secretario mais cousa alguma por esta repar
tição, nem pela do Conselho da Fazenda, nem a propina, que levava
pela Fazenda da India. -
Contos de Ultramar.
C A P I T U L O III.
C A P I T U L O IV.
Determinações geraes.
C A P I T U L O V.
dosas, por qualquer titulo concedidas, antes Mando, que todas conti
nuem pela mesma ordem, que forão decretadas.
III. Todos os proprietarios encartados serão obrigados a servir seus
oficios na fórma da Lei do Reino, Regimento da Fazenda, Leis, e De
cretos extravagantes: e os que não forem encartados, não sendo meno
res, serão obrigados de se encartarem dentro em tres mezes, com pena
de perdimento dos oficios, que se darão em vida aos denunciantes. E
quando Eu por alguma justa causa lhes conceder. que possão metter ser
ventuarios, haverão estes duas partes do rendimento dos oficios , e os
proprietarios huma terça parte, sem poderem receber mais cousa algu
ma directa , ou indirectamente , nem ainda dinheiros emprestados sem
juros pelo tempo , que durarem as serventias. E nem os proprietarios,
nem os serventuarios poderão levar das partes emolumentos, ou gratifi
cações algumas, posto que livremente lhas ofereção, depois das suas de
pendencias findas, além do contheúdo nos seus Regimentos, debaixo das
penas da Ord. liv. 5. tit. 72.
IV. Os filhos dos proprietarios, que servirem por Alvarás no impedi
mento de seus pais, não levarão cousa alguma á custa de Minha Fazen
da, nem das partes ; e sómente arrecadarão para os ditos seus pais os
ordenados, e emolumentos, que lhe tocarem.
V. Quando o Conselheiro mais antigo servir no impedimento do Pre
sidente, e o Conselheiro mais moderno no impedimento do Secretario, e
outro qualquer Conselheiro, ou Desembargador da Casa da Supplicação
no impedimento do Procurador da Fazenda ; e assim tambem qualquer
Official subalterno no impedimento de outro, farão suas proprias, as as
signaturas, esportulas, e emolumentos, que pagarem as partes, sem
que se dupliquem outros para os impedidos; mas não levarão cousa al
guma á custa de Minha Fazenda ; e quando o impedimento passar de
quarenta dias, poderão haver do dito termo por diante a quinta parte do
ordenado do Presidente, Ministro, ou Official impedido, a respeito do
tempo, que por elles servirem, para o que haverão mandados do Conse
lho, nos quaes se declare ao Thesoureiro, que faça desconto de outras
tantas quantias nos ordenados dos impedidos , quando lhes fizer paga
mento delles, pondo-se logo as verbas necessarias á margem dos assen
tos das folhas. E quando as serventias estiverem absolutamente vagas,
vencerão os Ministros, e Officiaes , a que forem commettidas, a dita
quinta parte do ordenado, assignaturas, esportulas, e emolumentos do
dia, que nellas entrarem, até o dia, que sahirem. Sendo porém serven
tias de oficios vagos, dos quaes se passem provimentos, que paguem na
Chancellaria os direitos devidos, vencerão os serventuarios tudo quanto
devião vencer os proprietarios se os houvera.
VI. Não se levará mais propina alguma extraordinaria sem nova Re
solução, ou Decreto Meu ; e quando Eu for Servido de a conceder, se
regulará a hum por cento dos ordenados annuaes , que cada hum leva
neste Regimento, entrando nella o Secretario de Estado dos Negocios da
Marinha, e Dominios Ultramarinos, na conformidade do Alvará passado
ao Conselho da Fazenda em vinte e nove de Dezembro de mil setecen
tos cincoenta e tres Cap. 46. §. 9. E sendo Eu Servido mandar vestir os
Tribunaes de luto, se regulará este a cinco por cento dos mesmos orde
nados; com tanto, que nos Oficiaes menores, não baixará a propina ex
traordinaria de mil e quinhentos réis, nem o luto de sete mil réis a ca
da hum.
VII. Todos os ordenados constituidos neste Alvará se assentarão no
28O 1754
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VII. Cada hum dos tres Officiaes menores , haverá de seu ordenado
trezentos mil réis, dos quaes lhe pagará o Contratador actual oitenta mil
réis , como he obrigado , e o Thesoureiro geral do mesmo rendimento,
duzentos e vinte mil réis, com que se completa a dita quantia : e mais
haverão os emolumentos das partes, que justamente lhe deverem, na fór
ma que assima vai declarado a respeito do Oficial Maior ; e na mesma
fórma serão provídos.
VIII. O Official menor supranumerario, que actualmente ha, vence
rá semelhante ordenado, mas ficará supprimido este oficio por morte do
mesmo Oficial, na fórma da sua creação. -
matantes: e será obrigado dar á sua custa tinta, pennas, arêa, obrêas,
agua, e pucaros para o Tribunal.
X. Cada hum dos dous Contínuos da Junta, haverá de seu ordenado
duzentos e quarenta mil réis , dos quaes lhe pagará sessenta mil réis o
Contratador actual, como he obrigado, e o Thesoureiro geral do mesmo
rendimento cento e oitenta mil réis á custa de Minha Fazenda, com que
se completa a dita quantia ; e serão obrigados de servirem no Tribunal
dando as tochas na procissão do Corpo de Deos , sem que por este tra
balho pertendão cousa alguma. E hum dos ditos Contínuos, que tambem
he Distribuidor da Junta, haverá mais das partes os emolumentos, que
pelo Regimento geral lhe pertencerem.
XI. O Meirinho geral da Junta, haverá de seu ordenado quatrocen
tos e cincoenta mil réis, dos quaes lhe pagará o Contratador actual du
zentos quarenta e oito mil oitocentos e cincoenta réis, como he obriga
do , e o Thesoureiro geral do mesmo rendimento duzentos e hum mil
cento e cincoenta réis, com que se completa a dita quantia : E será
obrigado a ter dous homens da Vara, pagando-lhe á sua custa, para os
quaes lhe vão computados sessenta mil réis no todo do dito ordenado, e
não levará cousa alguma mais pelas diligencias do Meu serviço, que lhe
forem encarregadas no mar, ou na terra, pela Junta, ou pelo Conserva
dor, ou por outro qualquer. Ministro, que tenha poder de o mandar. E
das partes haverá os emolumentos, que pelo Regimento geral lhe per
tencerem. •
Nn 2
284 I754
C A P I T U L O II.
Alfandega do Tabaco.
Por quanto a Alfandega do Tabaco foi tirada da Alfandega gran
de desta Cidade, para melhor expedição do Commercio, pagando-se ao
Provedor, e Oficiaes della á custa de Minha Fazenda, sem que levas
sem taras, nem emolumentos alguns das partes, por pertencerem estes
ao Provedor, e Oficiaes da dita Alfandega grande, para os quaes se ar
recadavão, salvando-se assim o prejuizo de seus oficios; he conveniente,
que assim como se regulou a dita Alfandega grande no Alvará de vinte
e nove de Dezembro de mil setecentos cincoenta e tres, Capitulo segun
do, se regule esta Alfandega do Tabaco, que della procede. E porque no
dito Alvará Fui Servido extinguir todos os emolumentos, que até áquel
le tempo levavão os Oficiaes, que concorrem para a arrecadação de Meus
direitos, pelas razões, que nelles se considerarão: Hei por bem, que do
mesmo modo lhe fiquem extinctos por esta repartição, para o que revogo o
§. III. do Capitulo I. do Alvará de Regimento de dezeseis de Janeiro
de mil setecentos cincoenta e kum: e pelo que pertence ás taras do Pro
vedor, e Feitor Mór, e ás marcas do Escrivão dellas; Mando, que se ob
servem os seus Regimentos, dados, no dito Alvará de 29 de Dezem
bro de 1753, Cap. II. § III., e VI., que se referem ás suas Cartas,
Alvarás, e Sentenças, que ha sobre a mesma materia, as quaes não fo
rão expressamente revogadas no dito Cap. I. § III. do Regimento de 16
de Janeiro de 1751, nem Me forão presentes, para que se podesse en
tender revogadas
equivalente na Minha
ao prejuízo Real intenção, porque sendo-o, se devia dar
de terceiro. •
Determinações geraes.
O Provedor, e Oficiaes desta Alfandega do Tabaco devem guar
dar o Foral, e Regimento da Alfandega grande sobre as horas, em que
hão de abrir, e fechar, entradas, receitas, despezas, bilhetes, ponto,
companhias de trabalho, Guardas de navios, e Armazens, e pessoas, que
hão de entrar no despacho, e em tudo o mais, em que lhe for applicavel,
além do que por outros Regimentos particulares lhes está ordenado.
I. Todos os ordenados constituidos neste Alvará se assentarão nos li
vros de Minha Fazenda, e passarão para as folhas, a que pertencerem,
sem dependencia de outro algum despacho, com o vencimento do pri
meiro de Janeiro deste anno em diante, em quanto durar o Contrato a
ctual, que acaba no ultimo de Dezembro de 1755, porque do dito dia
em diante hão de ser todos pagos á custa dos futuros Contratadores, aos
quaes se hade arrematar o Contrato com esta obrigação, excepto pelo
que pertence ao Provedor, e Oficiaes da Alfandega do Tabaco, que sem
pre serão pagos pela fórma ordenada no presente Regimento.
II. Todos os oficios desta repartição do Tabaco se entenderão sem
pre serventias vitalicias, conforme a sua creação: e ainda que Eu, ou
os Reis Meus Successores, por alguma justa causa, faça mercê aos fi
lhos de serventuarios, ou proprietarios vitalicios, se entenderá ser feita
com a mesma natureza, sem que em tempo algum tenha lugar nelles o
eostume do Reino, a respeito dos outros officios de Justiça, e Fazenda,
menos quando por alguma urgentissima razão expressamente dispensar
este Capitulo, e conceder algum dos ditos oficios por direito consuetu
dinario. -
Impresso avulso.
# - -- -
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C A P I T U. L O I. , , , , …
• • •* * 1; •
{ * *
XVI. Cada hum dos dous Oficiaes papelistas, dos dous Escrivães da
Camara, haverá de seu ordenado, setenta e dous mil réis, pagos pelo
Thesoureiro da Casa; e os emolumentos das partes, que levarem os Of
ficiaes papelistas dos Escrivães da Camara da Coroa, na parte em que
lhe for applicavel. •
Pessoas de fóra.
O Advogado das causas da Casa, haverá todos os annos doze mil
réis de ordinaria, pagos pelo dito Thesoureiro.
I. O Contador das custas da Ouvidoria da Alfandega , que tambem
conta as custas dos autos da Casa, vencerá nove mil e seiscentos réis de
ordinaria, pagos pelo dito Thesoureiro.
11. O Porteiro dos Aggravos da Casa da Supplicação , pelo serviço,
que faz á Casa, vencerá sete mil e duzentos réis de ordinaria pagos pe
lo dito Thesoureiro.
C A P I T U L O III.
Contos da Casa.
por todos estes oficios, quatrocentos e oitenta mil réis, pagos pelo The
soureiro da Casa; e os emolumentos das partes, que justamente lhe de
verem.
III. Cada hum dos outros dous Contadores dos Contos, haverá de seu
ordenado, duzentos e oitenta mil réis, pagos pelo Thesoureiro da Casa;
e os emolumentos das partes, que justamente lhe deverem.
IV. O Contador aposentado Manoel Viegas Metella , vencerá cada
hum anno, em quanto vivo for, duzentos sessenta e tres mil e duzentos
réis, pagos pelo dito Thesoureiro, por ser outro tanto, como importa
vão o ordenado, e propinas, quando foi aposentado.
V. Cada hum dos tres Escrivães dos Contadores dos Contos, haverá
de seu ordenado duzentos mil réis, pagos pelo dito Thesoureiro ; e os
emolumentos das partes, que direitamente lhe pertencerem.
VI. O Escrivão das execuções dos Contos, e dívidas da Casa, have
rá de seu ordenado quarenta mil réis, pagos pelo dito Thesoureiro ; e
tres por cento de todo o dinheiro, que por execução viva se recolher no
cofre, ou em mão do Thesoureiro, pagos á custa das mesmas importan
cias recolhidas. •
Chancellaria da Casa.
oito mil réis , e não haverá mais cousa alguma para sacco, nem para
obrêas ; e das partes levará as assignaturas, e emolumentos, que pelo
Regimento lhe pertencerem.
1. O Thesoureiro da Casa, servirá tambem de Thesoureiro da Chan
cellaria , e haverá de si mesmo quarenta mil réis mais de ordenado por
este emprego.
II. O Escrivão da Chancellaria , e do Registo della, haverá de seu
ordenado, pago pelo Thesoureiro, quarenta mil réis; e os emolumentos
das partes, que pelo Regimento lhe deverem.
III. O Porteiro da Chancellaria haverá de seu ordenado , pago pelo
dito
pelo Thesoureiro,
Regimento lhesetenta mil réis; e os emolumentos das partes, que
deverem. •
C A P I T U L O V.
c AP 1 T U L o vi.
• consignação Real.
… O Thesoureiro da Consignação Real, haverá de si mesmo, para
seu ordenado, trezentos e vinte mil réis.
I. O Escrivão do dito Thesoureiro, haverá de seu ordenado, trezen
tos mil réis, pagos pela mesma consignação; e os emolumentos das par
tes, que justamente lhe deverem, levando pelos conhecimentos o dobro,
como está concedido aos Escrivães dos Thesoureiros de Minha Fazenda.
II. O Fiel do dito Thesoureiro, haverá de seu ordenado, cento e cin
coenta e cinco mil réis, pagos pela mesma consignação.
III. O Escrivão da Minha Cozinha vencerá nesta repartição duzen
tos e quarenta
vencia, millhe
as quaes réisficão
de supprimidas.
ordenado, em lugar das propinas, que mella • •
C A P I T U L O VII.
- Gastos secretos.
e º " - CA P I T U L O VIII.;
• • • • - 3
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Determinações
| geraes. *}. •
. -
* { "", } , " " . ! ":";
" ... Todos os ordenados neste Alvará novamente constituidos, se assen
tarão nos livros de Minha Fazenda, e da Fazenda da Casa de Bragança,
a que pertencerem, por este Alvará sómente, sem dependencia de ou
tro algum despacho; e se passarão para as folhas, a que tocarem, com
o referido vencimento do primeiro de Janeiro deste anno. O buri "i
… Todos os Proprietarios encartados serão obrigados a servir seus oficios
na fórma da Lei do Reino, e de outras extravagantes: e os que não fo
1754" 297.
*«…!!--W
pelas ruas as fazendas, que para isso trazem em caixas, e trouxas, sob
pena de perdimento da mesma fazenda , cem mil réis de condemnação,
e seis mezes de cadêa; de que se entrou em dúvida, para se incorrer
nestas penas, se era necessario, que os vendedores as fossem apregoan
do pelas ruas, ou as fossem oferecer pelas casas, para lhas comprarem,
ou se bastaria o serem achados nas ruas com as mesmas fazendas: sen
do as pessoas, que as levarem, das que as costumão vender, levando
comsigo vara, e pesos, com que as costumão medir, e pezar, para pelo
simples acto da achada serem condemnados, sem mais prova, nas penas
desta Lei. E se assentou por muito maior parte dos votos, que a Lei,
como era penal, senão devia extender a caso não comprehendido na sua
prohibição; porque o levar fazendas, e ser achado com ellas, era dispo
sição para a venda, mas não era venda, a qual se devia provar com ef
feito por provas certas, de que voluntariamente os vendedores a tinhão
feito: e que tambem se não comprehendia na Lei, quando semelhantes
vendedores, tendo loja aberta, erão chamados, para levarem fazendas
a casas particulares, para se verem, e comprarem; por obrarem nesta
fórma actos necessarios á utilidade pública, que a Lei não prohibe. E
para não vir mais em dúvida, se mandou neste Livro fazer este Assen
to, que o dito Senhor Regedor assignou com os Desembargadores de Ag
gravos, que presentes estavão. = Duque Regedor. = Castello. = Cu
nha. = Ribeiro. = Doutor Martins. = Oliveira. = Doutor Bermudes.
== Doutor Figueiredo. = Doutor Vasconcellos. = Martins. = Castro.
= Cogominho. = Doutor Novaes.
*-***@"+ #
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que Eu fui Servido crear a Junta da Administração dos Depositos públi
cos por outro Alvará com força de Lei de vinte e hum de Maio de mil
setecentos cincoenta e hum, ordenando no §. 2. do Capitulo 3. do mes
mo Alvará , que a dita Junta mandaria fazer os pagamentos devidos ás
partes, que lhe apresentassem Mandados dos Juizes competentes; e por
que podem mover-se dúvidas sobre a intelligencia da palavra Mandado
inserta no dito §, tomando-o talvez no sentido de ficar a Junta á manei
ra dos Depositarios, que mandei extinguir, subordinada aos Ministros,
que despachão pagamentos pelos Depositos da sua Administração: Que
rendo Eu obviar toda a occasião de controversias prejudiciaes ao expe
diente da dita Junta, e á authoridade, que lhe Tenho conferido : Sou
Servido ordenar, que os Ministros, que despacharem para se receber,
ou extrahir dinheiro, ou móveis dos ditos Depositos, o fação por via de
Precatorios, expedidos com a civilidade competente á authoridade da re
ferida Junta; e que os Escrivães, que os lavrarem, não possão copiar
nelles as sentenças, como costumão em outros Precatorios; mas escre
vão sómente o que atégora se escrevia nos Mandados dirigidos aos De
positarios, sem outra diferença mais , que a da formalidade assima or
denada : e que assim os Escrivães , , como os seus Ministros respectivos
tenhão os mesmos emolumentos pela escrita, e assignaturas dos ditos
Pp 2
3OO I754
# #*<>">} *}
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem, que sendo
Me presente, que para se evitarem os incendios, que a experiencia ti
nha mostrado terem acontecido nesta Cidade por se vender Polvora em
casas particulares, contra as ordens, e posturas, se ordenára ao Tenen
te General da Artilheria no Capitulo 20 do seu Regimento mandasse,
que nenhuma pessoa, de qualquer qualidade que fosse podesse ter Pol
vora em sua casa, ou vendella, debaixo da pena de perder a Polvora,
que se lhe achasse, para a Fazenda Real, e de quatro mil réis de con
demnação para o Meirinho, ou outro qualquer Oficial, que a descobris
se; e que se faria a mesma diligencia nos Navios Portuguezes, e Estran
geiros, que não fossem de guerra, e estivessem no rio, por todos serem
obrigados a recolher a Polvora, que trouxessem para seu fornecimento,
ou para vender, na Torre della antes que descarregassem a mais fazem
da, e tornalla a levar quando houvessem de fazer viagem: e havendo de
se vender, sempre a parte, que a comprasse, a havia de ter dentro da
mesma Torre, ou para a embarcar para fóra, ou para a mandar para a
parte destinada, aonde se podesse vender, por não ficar em parte algu
ma da Cidade, e se evitar deste modo todo o perigo; e que no Regimen
to do Almoxarife da Polvora se lhe ordenava no Capitulo 3 tivesse hum
livro de Entrada, rubricado pelo dito Tenente General, em o qual lan
çaria toda a Polvora de particulares, declarando nelle por assentos o dia,
em que entrára cada partida, donde vinha, e a quem pertencia, o ta
manho dos barrís, e suas marcas, recebendo-os ou por pezo, ou por bar
rís, conforme as partes quizessem; e que teria particular cuidado, e vi
1754 3O]
que os Ministros Criminaes dos Bairros visitem ao menos duas vezes cada
302 1754
mez, nos dias, que bem lhes parecer, todas as tendas, è lojas dos seus
districtos, ainda sem preceder suspeita de terem Polvora; e precedendo
ella, outras quaesquer casas, examinando em humas, e outras com toda
a exacção se nellas ha polvora, e se nas distinadas para nellas se vender
esta pelo miudo se acha mais que a dous barris; e além do sobredito ti
rará cada hum delles devaça, que estará sempre aberta, para se vir no
conhecimento dos transgressores, e admittirão denunciações em segredo,
do modo, que se pratíca no Fisco dos ausentes; e achando em casa, ten
da, ou loja particular Polvora, ou nas destinadas para esta se vender pe
lo miudo, maior quantidade, que a permittida por esta Lei, será prezo
o dono, ou administrador da casa, tenda, ou loja, em que for achada;
e da cadeia, onde pela primeira vez estará trinta dias, pagará vinte mil
réis, e da segunda se lhe dobrará a condemnação, e prizão, e da ter
ceira, além de pagar sessenta mil réis, terá tres mezes de cadeia, e tres
annos de degredo para Mazagão: e nas mesmas penas incorrerão todos
aquelles, que por devaça, ou denunciação se provar, que contravierão a
esta Lei; e sendo comprehendidos por achada, ou devaça, pertencerá a
pena pecuniaria aos Officiaes do Juizo, onde se fizer a apprehensao, ou
ou tirar a devaça; e sendo por denunciação, ao denunciante, e em hum,
e outro caso so perderá a Polvora para Minha Real Fazenda; e além das
referidas penas se executarão as do Regimento do Tenente General da
Artilheria, e Almoxarife da Polvora, e as posturas do Senado, em o que
não forem identicas, ou entre si contrarias. •
4=#«…=#
#=Naomi!--…»
C A P I T U L O I.
O Provedor das Obras, vencerá de seu ordenado hum conto qua
trocentos e oitenta mil réis. E para hum Official, que deve ter para lhe
fazer o registo das Portarias, e despachos, na fórma do Capitulo 9, e 16
do seu Regimento vencerá mais cento e vinte mil réis, que ao todo im
porta hum conto e seiscentos mil réis. __ , , ,
I. O Almoxarife das Obras desta Cidade, vencerá de seu ordenado
oitocentos mil réis.
II. O Escrivão das Obras desta Cidade, vencerá de seu ordenado se
3O4 1754
- XIII. O Mestre Pintor, haverá de seu ordenado, para gozar dos Pri
vilegios da Casa, seis mil réis em dinheiro, e mais hum moio de trigo,
pago pelo Almoxarife das Jugadas de Santarem.…… u' \ t_2 - 1
IV. O Jardineiro dos Paços da Ribeira, vencerá de seu ordenado
cem mil réis, e vestirá á sua custa," " *** - i . …} O si
1754 3O5
C A P I T U L o II. •
C A P I T U L O III.
Quinta de Alcantara.
C A P I T U L o IV.
Paço de Salvaterra de Magos.
O Almoxarife do Paço de Salvaterra de Magos, vencerá de seu
ordenado duzentos e quarenta mil réis em dinheiro. Mais vencerá tres
moios de trigo, e tres moios de cevada, pagos no Almoxarifado da A
zambuja, e as casas, que tem para sua morada, além dos Mouchões do
campo da mesma Villa, que Fui Servido conceder-lhe por hum Alvará
de fóra, unidos a este mesmo Officio. * * * * #
C A P I T U L o v.
Almoxarifado dos Paços de Cintra.
O Almoxarife do Paço de Cintra, vencerá de seu ordenado du
zentos e setenta e seis mil réis; e terá casas para a sua habitação.
I. O Escrivão do dito Almoxarifado, vencerá de seu ordenado cento
e quarenta e quatro mil réis. E como Apontador das Obras, vencerá por
cada hum dia, que fizer ponto nas obras de jornal, duzentos e cincoen
ta réis no rol das Ferias, á custa de Minha Fazenda: e sendo as obras
de empreitada, ou medição, vencerá o dito salario á custa dos Emprei
teiros. •
C A P I T U L O VI. º
Paço de Almeirim.
. . O Almoxarife dos Paços de Almeirim (ao qual tambem está en
carregado o tratamento do Horta, e Jardim do Paço) vencerá de seu or
denado por ambos os empregos trezentos mil réis, e fará seus os frutos
da mesma Horta, com obrigação de a trazer sempre limpa, e cultivada,
renovando a creação dos arvoredos, assim de fruto, como silvestres, e
de comprar á sua custa besta para a nora. E mais haverá dous moios de
trigo, e dous de cevada no Almoxarifado das Jugadas de Santarem.
O Escrivão do dito Paço, que tambem he Escrivão do Paço da
Ribeira de Muge, vencerá de seu ordenado por ambos os oficios, cento
e quarenta e quatro mil réis em dinheiro. E mais haverá dous moios de
trigo no Almoxarifado das Jugadas de Santarem. - |-
milVII.
réis, OqueRelogeiro
já tem...do
e relogio do Paço,
* *
vencerá de seu ordenado seis • * * *
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…. . . . c. A PIT U Lo VII. , .
Paço dos Negros na Rebeira de Muge. • .
• • • º 5 o # 3 : : :'} eq : e - - … .. … #… … , e
Qq º
308 1754
C A P I T U L O VIII.
C A P I T U L O IX.
C A P I T U L o X. . . .
Do modo, com que hão de ser pagos os ordenados deste Regimento.
Todos os ordenados de dinheiro constituidos neste Regimento se
rão pagos pelo Almoxarife da Casa das Obras desta Cidade, com as so
lemnidades requeridas pelo Regimento della, e pelo Regimento dos Con
tos, e Ordenações de Minha Fazenda. E porque as consignações da Ca
sa não bastão para sua satisfação, receberá mais o dito Almoxarife dos
outros Almoxarifes particulares, as importancias dos ordenados, que até
o presente levavão em suas folhas, para o pagarem aos Officiaes da re
partição das obras de Meus Paços, Quintas, e Hortas; as quaes são as
seguintes. Do Thesoureiro do Rendimento da Obra Pia, cento e cincoen
1754 309
C A P I T U L O XI.
• Determinações geraes.
ções, posto que as partes livremente lhas ofereção depois das suas de
pendencias findas, e obrando pelo contrario, incorrerão na pena da Or
denação, livro 5." tit. 72.
IV. Os filhos dos Proprietarios, que por Alvarás Meus servirem no
impedimento de seus pais, não levarão cousa alguma á custa de Minha
Fazenda, nem das partes, e sómente arrecadarão para os ditos seus pais,
os ordenados, e emolumentos, que justa, e simplesmente lhes tocarem.
V. Quando os Oficiaes desta repartição servirem huns por outros,
ou quando se proverem as serventias vagas , se observará inteiramente
o que está disposto no Cap. 46. §. 6, do Alvará de vinte e nove de De
zembro de mil setecentos cincoenta e tres, dado ao Conselho da Fazen
da, e sua Repartição.
VI. Os Provedores das Obras de Meus Paços, que contravierem em
parte, ou em todo, directa, ou indirectamente, as disposições deste Re
gimento, incorrerão no Meu Real desagrado, e nas demonstrações, e
efeitos, que delle resultão: e os outros Oficiaes, perderão os Oficios,
que se darão em vida aos denunciantes, e ficarão inhabilitados, para mais
Me servirem, além das mais penas, que por Direito merecerem : e se
forem Serventuarios, perderão o valor dos Oficios, ametade para o de
nunciante, e outra ametade para o Hospital Real de todos os Santos des
ta Corte. E destas denunciações conhecerão os Juizes dos Feitos da Fa
zenda, assim em público, como em segredo.
VII. Pelo que: Mando aos Védores, e Conselheiros de Minha Fazen
da; ao Provedor das Obras de Meus Paços, e a todas as mais Justiças,
Oficiaes, e Pessoas, a que o conhecimento pertencer, fação inteiramen
te cumprir, e guardar este Regimento, como nelle se contém, e o fa
ção imprimir, e repartir por todas as Casas, Mezas, Juizos, Oficiaes,
e Pessoas, que o devem executar. E valerá ; posto que seu efeito haja
de durar mais de hum anno, como Lei, ou Carta feita em Meu Nome,
e por Mim assignada, e passada pela Chancellaria ; posto que por ella
não passe, sem embargo da Ordenação, livro 2." tit. 39, e 40, em con
trario, que para este fim dispenso. Dado em Lisboa aos 8 de Agosto de
1764. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Impresso avulso.
•
*
…"
no seguinte, tanto dos que produz o Reino e Conquistas, como dos que
costumão vir de Reino Estrangeiro. E examinando-se no dito Conselho
as referidas relações até 15 de Abril, diminuindo-se dellas tudo o que for
excessivo, se fixarão Editaes de 20 dias ao menos para se rematarem os
materiaes e mantimentos necessarios, com Assentos particulares, cada
hum sobre si: bem entendido, que da enxarcia se ha de formar hum As
sento; outro do ferro em ancoras grandes e pequenas, e em pregadura
grossa e miuda; outro de breu, alcatrão e pixe ; outro de lonas, brins,
fileles, linho e estopa em rama, e outro de artilheria, armas, balas e
granadas, ao qual se ajuntará o chumbo em pasta, e o ferro em barra,
ou verga, quando for preciso. Do mesmo modo se distribuirão os Assen
tos dos mantimentos, formando-se hum de toda a casta de carnes, assim
do Reino, como de Irlanda; outro de toda a casta de legumes, em que
entre arroz, manteiga e outros semelhantes mantimentos; outro de toda
a casta de liquidos; e outro de toda a casta de peixes, sêccos e salga
dos. E findo o tempo dos Editaes, se rematará cada hum dos ditos As
sentos á pessoa, que por menos preço se obrigar, até 15 de Maio de ca
da hum anno, com as Condições, que baixão juntas, assignadas por Dio
go de Mendonça Corte-Real , do Meu Conselho, Secretario de Estado
dos Negocios da Marinha e Dominios Ultramarinos; sendo sempre os Re
matantes advertidos dos Decretos e Resoluções, que ha sobre os conluios
e companheiros, que se observarão in violavelmente nestes Assentos. E
com as mesmas Condições e precedencia de Editaes de 20 dias se rema
tarão logo os Assentos dos materiaes e mantimentos necessarios para o
anno, que vem, de 1755. O Conselho da Fazenda o tenha assim enten
dido, e faça logo executar, sem embargo de quaesquer Leis, Regimen
tos, Decretos e Resoluções em contrario, que todas para este fim sómen
te revogo. Belém 30 de Agosto de 1754. = Com a Rubríca de Sua Ma
gestade. + + # # , }
3. Que as ditas entregas não hão de ser feitas por junto, mas sim por
partes, das porções, que forem necessarias, para continuar o serviço da -+ , ,
Ribeira e provimento das Armadas. ,º " -
*
|-
sentos: Como tambem para pelo mesmo livro se fazer desconto aos Con
tratadores dos direitos, que actualmente estiverem arrendados.
11 Que a permissão, concedida na Condição 9, de se poder introdu
zir, livre de direitos, mais generos, que os rematados, dos expressos
na dita Condição, se entende, que cada hum dos Assentistas poderá in
troduzir sómente aquelle genero, que tiver rematado, e não poderá hum
introduzir o genero, que tiver rematado outro; e no caso que o introdu
za, pagará os direitos devidos, ou incorrerá na pena dos descaminhos:
bem entendido , que esta permissão da maioria dos Assentos sómente
procede nos generos, expressamente declarados na dita Condição 9; por
que de todos os outros, que nella se não declarão, se hão de pagar os
direitos devidos de todo o número, pezo, conta e medida, que exceder
as quantidades rematadas para o Assento.
12 Que se passará Alvará, assignado pela Real Mão de Sua Mages
tade , para se cumprirem inviolavelmente estas Condições : e de qual
quer falta, que houver, se pagar o damno e interesse, que os Assentis
tas sentirem. Belém 30 de Agosto de 1754. = Diogo de Mendonça Cor
te-Real,
Impr. na Collecção da Universidade por J. I. F.
# #*<>"+ #
Poa Decreto da data deste : Fui Servido dar providencia para se for
marem Assentos dos Materiaes e Mantimentos necessarios para os Arma
zens de Guiné e India; e porque os Assentistas hão de fazer as entregas
por miudo aos tempos, que forem necessarias, ficão sem exercicio os tres
Almoxarifes dos Materiaes, Mantimentos e Ribeira, que ha nos mesmos
Armazens: e por tanto Sou Servido extinguir os ditos tres oficios do pri
meiro de Janeiro de 1755 por diante, dia, em que hão de principiar os
Assentos: e Mando que todos os despachos, que actualmente se passão
na fórma do Regimento, para os ditos Almoxarifes fazerem entregas, se
fação direitamente para cada hum dos Assentistas pelos generos, que
for obrigado a entregar, depois que os Assentos correrem. Ficarão po
rém servindo os tres Escrivães dos ditos Almoxarifados: e terá cada hum
delles hum livro numerado e rubricado por hum dos Conselheiros de Mi
nha Fazenda, no qual lançarão as despezas e entregas, que fizerem os
respectivos Assentistas, accusando no mesmo livro os despachos do Con
selho, Vedor da Fazenda, ou Provedor dos Armazens, que os manda
rem fazer, com as suas datas; assignando no mesmo livro os Oficiaes e
pessoas, que receberem : e nos taes despachos porão verbas de como se
fizerão as entregas nelles ordenadas, e os guardarão á linha; e dos As
sentos dos livros passarão conhecimentos em fórma a cada hum dos As
sentistas, os quaes serão rubricados pelo Provedor: e feita a conta pelo
preço dos Assentos, lhes pagará o Thesoureiro dos Armazens em dinhei
ro de contado as suas importancias dentro de dous mezes precisos , sem
dependencia de outra qualquer formalidade , ou solemnidade de arreca
dação: porém á margem das entregas, feitas nos ditos livros, se porão
verbas de como se passárão conhecimentos aos Assentistas, para have
rem seus pagamentos, as quaes elles assignarão. E quando o Thesourei
ro dos Armazens der conta nos Contos, se correrá a ementa da sua des
Peza com os livros das ditas entregas, que durarão por hum anno sómenº
* \
1754 315
te, e com os despachos, por que ellas se fizerão, que hão de ir á linha
juntos com os mesmos livros. O Conselho da Fazenda o tenha assim en
tendido, e faça executar, sem embargo de qualquer Lei, Decreto, ou
Resolução
ca de Sua em contrario. Belém 30 de Agosto de 1754. = Com a Rubrí
Magestade. •
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** *
EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará em fórma de Lei vi
rem, que sendo-Me presente a diferença, que ha nas assignaturas, e
emolumentos, que levão os Ouvidores, Juizes, e mais Oficiaes de Jus- ,
tiça nos Meus Dominios da America , introduzidos muitos com excesso
por estilo, e falta de Regimento , o qual he necessario para a boa ad
ministração da Justiça, socego da consciencia, e bem commum, não se
podendo guardar o que a Ordenação determina, e neste Reino se obser
va, pela distancia delles, e mais circumstancias, que são notorias; nem
tambem permittir os emolumentos, que em alguns Regimentos antigos
se taxárão ; os quaes, supposto fossem legitimamente arbitrados, pela
diversidade dos tempos, necessitão de reforma na parte que evidente
mente consta serem excessivos, e prejudiciaes aos póvos: sendo da Mi
nha Real intenção , que estes não sejão gravados nas dependencias da
Justiça com maiores despezas, e salarios, além dos que forem justos,
conforme o estado do Paiz. Pelo que, ponderadas todas as circumstan
cias, Mandei determinar o presente Regimento geral, para as Comar
cas da Beira Mar, e Certão: excepto o das Minas, para o qual separa
damente dou tambem a mesma providencia; e ordeno que com todas el
las se observe inviolavelmente pelos ditos Ouvidores, Juizes, e Oficiaes
de Justiça ; não excedendo em cousa alguma o que nelle vai arbitrado,
e lhe Hei por concedido na fórma abaixo declarada.
minar pela dita sentença , não-levarão della cousa algania: º Das excei
qões declinatorias levarão oitenta réis. * * * * # : ; *, * ** * - - -
*__* Nas acções da alma, não cabendo a causa na alçada, levarão cem
réis; e cabendo nella, º oitenta réis; e esta mesma quantia levarão de
huma absolvição da instancia. Dos mandados de preceito, cem réis; e
de outros quaesquer mandados, cincoenta réis. Das cartas precatorias,
citatorias, executorias, de inquirição de posse, e para outras quaesquer
diligencias, oitenta réis, e o mesmo das Cartas, ou Alvarás de Editos.
Das cartas de seguro, nos casos em que as podem passar, de cada hum
dos culpados, que se pretenderem segurar, sendo pessoas livres, trezen
tos réis; porém sendo pai, e filho, marido, e mulher, ou senhor, e seus
escravos, levarão sómente a dita quantia, como se fosse huma pessoa só;
não passarão porém as cartas de seguro nos delictos exceptuados na Lei,
e que privativamente pertencem ao Corregedor do Crime da Relação do
districto, nem nos casos, que lhe são permittidos, poderão passar as di
tas, cartas, mais que por hum anno; e se dentro delle for a carta que
brada, poderão passar segunda, pelo tempo que restar para se concluir
o anno, da qual levarão a mesma assignatura. Das justificações para
embargo, ou segurança, e de que se mandar passar instrumento, oiten
ta réis. De sello da sentença, ou carta, sessenta réis. De juramento sup
pletorio, e tambem dado aos Louvados, para se avaliar a causa, de ca
da hum oitenta réis; porém louvando-se ambas as partes no mesmo Lou
vado, levarão só a dita quantia. De inquirir cada testemunha, cincoen
ta réis, tanto em causas Crimes, como Civeis, naquellas em que o pó
de fazer. De exame feito em sua casa, e presença, sobre vicio de au
tos, papeis, ou livros, duzentos, réis. De artigos de habilitação, oitenta
réis. De embargos remettidos, oitenta réis; e vindo-se com elles na exe
eução, sendo de nullidade, pagamento, compensação, retenção de bem
feitorias, artigos de liquidação, e justificativos, levarão ametade da as
signatura da sentença definitiva; porém sendo de terceiro senhor , ou
possuidor
nitiva. , levarão a final a mesma assignatura , que da sentença defi
• * *
Terão de alçada nos bens de raiz até doze mil réis, e dezeseis nos
móveis, e nas penas pecuniarias, até quatro mil réis.
. . . Das sentenças definitivas, ou sejão as causas ordinarias, ou sum
marias, sendo de valor até trinta mil réis, levarão sessenta réis. De trin
ta até cem mil réis, cento e vinte réis. De cem até quinhentos mil réis,
duzentos, e quarenta réis. E de quinhentos mil réis para cima, trezen
tos e sessenta réis. E embargando-se as sentenças, ou seja por huma das
partes, ou por ambas, levarão sómente ametade da assignatura da sen
tença, pagando cada huma a parte competente, quando ambas embarga
rem. A mesma assignatura levarão das exceições peremptorias, e de espo
lio, artigos de attentado, de falsidade, e opposição, quando tiverem co
nhecimento ordinario, e se determinarem a final; pondo-se com a sen
tença fim á causa, observada a diferença do valor della, que se regulará
pelo pedido na acção. E não pondo a sentença fim á causa, não levarão
cousa alguma. Das exceições declinatorias, levarão quarenta réis.
Nas acções da alma, não cabendo na alçada, levarão cincoenta
réis; e cabendo nella, quarenta réis. Dos mandados de preceito, cinco
enta réis, e de outros quaesquer mandados para citações, prizões, pe
nhoras, e Alvarás de folha, e soltura, quarenta réis. Das cartas preca
torias, citatorias, e executorias, de inquirição, de posse, e para outras
#*# diligencias quarenta réis, e o mesmo das cartas, ou Alvarás de
Editos. Das justificações para embargo, ou segurança, e de que se mandar
passar intrumentos, quarentaréis. Do sello da sentença quarenta réis. Do
juramento suppletorio, e tambem dado aos Louvados para avaliarem a cau
sa, de cada hum quarenta réis; e louvando-se ambas as partes em hum só
Louvado, levarão a mesma quantia. De inquirir cada testemunha em
causa Crime, ou Civel, quarenta réis. Dos exames, que se fazem em sua
casa, e presença, sobre falsidade, ou vicio de alguns autos, livro ou do
cumento, cento e sessenta réis. De artigos de habilitação, quarenta réis;
e o mesmo das sentenças de absolvição da instancia. De embargos remet
tidos quarenta réis. Dos de nullidade, pagamento, compensação de re
tenção de bemfeitorias, artigos de liquidação, justificativos, levarão meia
assignatura da sentença definitiva, como nos mais embargos, e assima
1754 • 319
não. A raza se ha de contar por regras, a quinze réis por cada cinco
regras, tendo estas trinta letras cada huma; e assim se contará nas in
quirições, appellações, traslados, e termos do processo, attendendo a
terem-se tirado os emolumentos, os termos, revelías, e mandados, que
serão obrigados a fazer como dantes, contados sómente á raza. E das
sentenças, e das que tirarem de instrumento, de aggravo, e cartas de
arrematação, se lhe contará cada meia folha escrita de ambas as partes,
a duzentos réis; tendo cada lauda vinte e cinco regras, e cada regra
trinta letras, humas por outras. Das cartas testemunhaveis, citatorias,
de inquirição, de seguro, ou outra qualquer que leve sello, e instrumen
to de aggravo, levarão de cada meia folha, das primeiras tres, escrita
de ambas as partes, com a mesmas regras, eletras; cento e oitenta réis,
e o mais a raza da fórma, que fica dito.
Das buscas dos processos, ou sejão findos, ou retardados, tendo
passado seis mezes sem se falar nelles, não estando conclusos, ou estan
do hum anno na mão do Escrivão, levarão dos primeiros seis mezes pas
sados dahi em diante por cada mez, vinte e quatro réis, não levando
mais que a respeito dos mezes, que houver, em quanto o feito for findo,
ou retardado, depois de passados os primeiros seis mezes; e chegando a
anno, levarão duzentos e oitenta e oito réis. E sendo mais tempo, que
passe de anno, levarão no segundo mais cento e quarenta e quatro réis,
que he ametade do que lhe pertence pelo primeiro; e se passar de dous
annos, levarão quarenta e oito réis do terceiro, que he a terça parte do
que devem levar a respeito do segundo; e por todos tres levarão quatro
centos e oitenta réis, e nada mais, ainda que a busca seja de mais an
nos, o que se entenderá até trinta annos; porque passados estes, pode
rão levar o que ajustarem com as partes; por não terem obrigação de dar
conta dos processos; e a busca levarão de todos os autos, inquirições,
escrituras, que tiverem em seu poder, e guarda. Porém sendo as bus
cas em livros, como são de queréllas, ou denúncias, levarão de busca
sómente ametade do que levarião dos processos, e escrituras, havendo
respeito ao que fica dito. •
todos duzentos e quarenta réis, e nada mais, ainda que tenhão passado
mais annos; e outro tanto levarão por buscar qualquer instrumento, que
já tiverem tirado da Nota, não lhe tendo sido requerido pela parte, a
que pertencia a entrega delle, quando esta se não demorou por culpa
Slla. * # |- • •
S 2
324 1754
Contadores.
Meirinhos, e Alcaides.
Escrivães da Vara.
trocentos réis. Pela escrita das contas do Conselho, não tendo delle or
denado, levarão tres mil e seiscentos réis.
Escrivães da Almotaçaria. #
# + 5 -
Advogados.
• De cada requerimento em audiencia, oitenta réis. De pôr sua ac
ção, o mesmo. De huma petição de aggravo, seiscentos réis. De huma
exeição, o mesmo. De razão oferecida por embargos, cento e sessenta
réis. De causa ordinaria, com réplica, e tréplica, quatro mil e oitocen
tos réis. De causa summaria, dous mil e quatrocentos réis: o que será,
passando a causa de cem mil réis; e não chegando, levarão ametade.
Requerentes.
De porem huma acção em audiencia, oitenta réis. De cada re
querimento, o mesmo ; e ajustando-se com as partes a tratar das cau
sas, poderão levar por mez, seiscentos réis, e não mais, ou seja huma,
Ou Illul1aS as CauSaS.
Carcereiros.
+--+ucº-tº
EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará em fórma de Lei vi
rem, que tendo particular cuidado na conservação , e augmento dos
Meus Dominios da America, o qual depende muito da boa administra
ção da Justiça , e havendo já dado as providencias, que parecêrão ne
cessarias para a subsistencia dos Ministros , e Oficiaes destinados para
ella , especialmente para o districto das Minas, mandando fazer Regi
mento dos salarios, assignaturas, e mais proes, e percalços, que havião
de levar competentes no anno de mil setecentos e vinte e hum, pelo Go
vernador das Minas Geraes D. Lourenço de Almeida, com outros Mi
nistros Adjuntos, conforme o tempo, e estado della, o qual Mandei ob
servar, não obstante aquella determinação. Sou informado, que o dito
Regimento se não cumpre inteiramente em as Comarcas das mesmas Mi
nas, e em outras, que posteriormente se descobrírão, e povoárão, ou
pela maior distancia dellas, ou pela diversidade dos Governos, introdu
zindo-se salarios excessivos, que se pertendem continuar por estilo , e
com pretexto menos justificados, em prejuizo dos póvos; e querendo des
terrar os abusos, e excessos nesta materia , para que em todas as Co
marcas, e districto das Minas se observe indiferentemente hum só Re
gimento , e este seja em fórma tal, que os Ministros, que a ellas vão
servir, tenhão com que decentemente se possão sustentar independentes
nos lagares, que administrão, e aquelles emolumentos , que se devem
permittir para compensar as despezas, que fazem nas viagens, e jorna
das, e tambem os Oficiaes, que vão provídos para as mesmas partes nos
Oficios creados para aquella administração, sem vexação dos póvos, e
excessos que levão, e tem introduzido. Sou Servido ordenar, que em to
das as Comarcas das Minas , assim pertencentes ao Governo das Minas
Geraes, como do Cuyabá, e Mato Grosso, S. Paulo, e Goyaz; e nas que
ficão no Continente do Governo da Bahia, como são Jacobina, Rio das
Contas, e Minas novas do Arassuay, e em todas as mais, que se des
cobrirem nos mesmos, ou diversos Governos, se observe o presente Re
gimento, que Mandei ordenar, ponderadas todas as circumstancias me
cessarias, e contingentes, com a declaração sómente , de que nelle se
fará menção ; e levarão os Ouvidores, Juizes, e seus Oficiaes as assigº
naturas, e emolumentos seguintes. •
-\
328 I754
coenta mil réis até cem , terão trezentos réis; e passando de cem mil
réis, ou sendo de bens de raiz, seiscentos réis; porém requerendo o
Arrematante carta para seu titulo, não levará della assignatura. De ca
da vistoria da Cidade, ou Villa, dous mil e quatrocentos réis; e sendo
no Termo, ou Comarca, levarão o caminho a seis legoas por dia, qua
tro mil e oitocentos réis; e o mesmo vencerão por dia nas diligencias,
indo fóra da terra a requerimento de parte. Dos instrumentos de aggra
vo, seiscentos réis. Das appellações que vierem ao dito Juizo, e senten
ças dellas, mil e duzentos réis; e vindo-se com embargos á sentença,
ametade da assignatura da primeira, quer esta seja embargada por hu
ma só parte, ou por ambas, na fórma que fica dito. Dos dias de appa
recer, seiscentos réis. Das devaças particulares, que tirarem a requeri
mento de parte, ou havendo culpados, levarão do auto, e juramento ao
queixoso, trezentos réis. De cada testemunha, cento e cincoenta réis;
e de pronúncia, seja hum, ou muitos culpados pronunciados juntamen
te, ou em diverso tempo, seiscentos réis. Nas queréllas, levarão do au
to, testemunhas, e pronúncia o mesmo que nas devaças.
De aposentadoria, quando forem em correição ás Villas de sua Co
marca, não levarão cousa alguma dos bens do Conselho em dinheiro, ou
em especie ; e só se lhes darão camas, casas, lenha para os primeiros
dias, e louça para a cozinha, e meza; e o mais que lhe for necessario o
comprarão com o seu dinheiro pelo preço, e estado da terra; e o mesmo
observarão quando forem ás ditas Villas por mandado Meu a diligencia
do Meu Real Serviço. Da audiencia geral na Camara, capitulos de Cor
reição, e provimentos, que fizerem nos livros della, levarão vinte e qua
tro mil réis. Da eleição das Justiças, pelouros, que os Ouvidores podem
fazer para tres annos, em qualquer tempo do terceiro anno da eleição
passada, doze mil réis. De devaça de suborno, não havendo culpados,
não levarão cousa alguma dos bens do Conselho. Da assignatura das car
tas de usança aos officiaes eleitos , de cada huma levará mil e duzentos
réis. Das rubrícas dos livros das Camaras, onde não houver Juizes de
Fóra, de
• Nascada humadas
revistas folha oitenta das
aferições réis.balanças, pezos, e medidas, não
Terão de alçada nos bens de raiz dezeseis mil réis, e vinte nos
bens móveis, e nas penas pecuniarias, até seis mil réis.
Das sentenças definitivas, ou sejão as causas ordinarias, ou sum
marias, sendo de valor até trinta mil réis, levarão trezentos réis. De
trinta até cem mil réis, levarão quatrocentos réis. De cem até quinhen
tos mil réis, seiscentos réis, de quinhentos mil réis para cima, oitocen
tos réis. Embargando-se as sentenças, ou seja por huma das partes, ou
por ambas, levarão sómente ametade da assignatura da sentença, pagan
1754 331
Os Juizes de Fóra dos Orfãos, no mais que aqui não vai expres
so, levarão as mesmas assignaturas, e salarios de caminho, que ficão
permittidos aos Juizes de Fóra do geral. E os Juizes eleitos pelas Camaras
não levarão assignaturas: da mesma sorte, que as não levão os Juizes
Ordinarios; e só levarão o sello das sentenças , e cartas inquiridorias,
arrematações, e caminhos, dos quaes se lhes contarão sómente dous mil
e quatrocentos réis por dia, a razão de seis legoas; e sendo menor a dis
tancia, a quatrocentos réis por legoa, e os emolumentos das partilhas,
e contas, que determina o dito Regimento de dous de Maio de mil sete
centos trinta e hum. |-
terça parte do que devem levar a respeito do segundo; e por todos tres
levarão novecentos e sessenta réis, e nada mais, ainda que a busca se
ja de mais annos, o que se entenderá até trinta annos; porque passados
estes, poderão levar o que ajustarem com as partes, por não terem o
brigação de dar conta dos processos; e a busca levarão de todos os au
tos, inquirições, escrituras, que tivercm em seu poder, e guarda. Po
rém sendo as buscas em livros, como são de queréllas, ou denuncias, le
varão da busca sómente ametade do que levarião dos processos, e escritu
ras, havendo respeito no que dito fica. - •
Inquiridores.
De inquirir cada testemunha, levarão cento e cincoenta réis, e
de assentada, que terá de cada tres testemunhas, setenta e cinco réis.
De inquirir em casa particular, na Cidade, ou Villa, sendo em huma
só casa, setenta e cinco réis; e se forem diversas casas, levarão o mes
ma de cada huma; e inda fóra da Cidade, ou Villa, levarão o que lhes
tocar de seu caminho, como vencem os Escrivães, e Tabelliães.
Contadores.
- Meirinhos, e Alcaides.
} Advogados.
I
Requerentes.
De pôrem huma acção em audiencia, cento e cincoenta réis. De
cada requerimento, o mesmo; e ajustando-se com as partes a tratar das
causas, poderão levar por mez, mil e duzentos réis, e não mais, ou se
ja huma, ou muitas causas.
Carcereiros.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem, que que
rendo evitar os inconvenientes, que resultão de se tomarem posses dos
1754 |- 343
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EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará virem, que tendo
consideração ao que se Me representou em Consulta do Conselho de Mi
nha Fazenda de 31 de Agosto do anno presente, da má, e abusiva intel
ligencia, que se dá ao Regimento de 29 de Dezembro de 1753, no que
respeita a conceder aos Executores, e seus Escrivães sete por cento, á
custa de Minha Fazenda, de todo o dinheiro, que por execução fizerem
entrar nos Cofres, e Receitas dos Thesoureiros: Hei por bem declarar o
dito Regimento ordenando, que os ditos sete por cento se devem só do
dinheiro, que entrar nos Cofres, não pela simples citação, e penhora;
mas por execução disputada, e rigorosa: e que com esta declaração se
cumpra, e guarde o dito Regimento, e este Meu Alvará; como parte
delle, que valerá como Carta, ainda que seu efeito haja de durar mais
de hum anno, e não passe pela Chancellaria, sem embargo das Ordena
ções, e Regimentos em contrario, sendo registado nas partes necessa
344 I754 #
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EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará virem, que Eu Hei
por bem, que os Desembargadores de Aggravos, e mais Ministros das
Relações da Bahia, e Rio de Janeiro levem as mesmas assignaturas, e
emolumentos, que ultimamente estão permittidos aos Ministros da Ca
sa da Supplicação, como já Fui Servido conceder-lhes por outras Reso
luções Minhas, as quaes por este Confirmo, para que fique sendo parte
do Regimento, que Mandei dar para as Justiças do Brazil, em que se
não comprehenderão as ditas Relações, por estarem já por este modo pro
vídas; e attendendo outro sim a ser conveniente, que em tudo haja igual
dade nas sobreditas duas Relações, e que não póde ser justa a diferen
ça das Alçadas, que ha nos seus Ministros em huma, e outra, por vir
tude dos seus Regimentos: Sou Servido Ordenar, que a Alçada dos Ou
vidores do Civel, e Crimes de ambas as Relações seja de trinta mil réis
nos bens de raiz; quarenta mil réis nos bens móveis; e doze mil réis nas
penas: revogando nesta parte sómente os ditos Regimentos. Pelo que:
Mando ao Vice-Rei, e Capitão General de mar, e terra do Estado do
Brazil, Governadores das Capitanías delle, Desembargadores das ditas
Relações da Bahia, e Rio de Janeiro, e mais Ministros, e pessoas a que
tocar, cumpräo, e guardem este Meu Alvará, e o fação cumprir, e
guardar inteiramente como nelle se contém, sem dúvida alguma, o qual
valerá como Carta, sem embargo da Ordenação em contrario; e será pu
blicado em Minha Chancellaria, e registado nas ditas Relações, e Ca
maras do Brazil, e mais lugares, onde se costumão fazer semelhantes
registos, para que venha á noticia de todos; e este proprio se lançará
na Torre do Tombo. Escrito em Lisboa a 22 de Novembro de 1754. =
Com a Assignatura de ElRei, e a do Marquez de Penalva Presidente.
Regist. na Chancellaria Mór da Corte, e Reino no li--
vro das Leis, a fol. 79 vers., e impr. na Oficina de
Antonio Rodrigues Galhardo.
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ANNO D E 1755.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que sendo infor
mado de que, não obstante ser clara, e literal a disposigão dos Capitu
los sexto, e decimo da Lei fundamental da cobrança dos Quintos do Ou
ro, que foi publicada em tres de Dezembro do anno de mil setecentos e
cincoenta; ainda assim ha pessoas, que duvidão da sua intelligencia:
Por obviar os inconvenientes, que se seguirião de serem os sobreditos
Capitulos interpretados em sentidos contrarios á Minha Real intenção:
Sou Servido declarallos de sorte, que o primeiro dos ditos Capitulos se
entenda sempre, que procede quando o descaminho consistir em Ouro em
pó, ou em barras do mesmo metal materialmente fundidas sem fórma
2 1755 347
alguma de cunho, sem marca, e sem circunstancia, que faça ver, que
se fingírão para se persuadirem verdadeiras, reduzindo-se neste caso o
contrabando a Ouro fundido debaixo desta, ou daquella figura acciden
tal, e dissemelhante das barras verdadeiras; em cujos termos se não po
derá extender a condemnação além das penas estabelecidas literalmente
pelo referido Capitulo sexto: E que o Capitulo decimo se entenda sem
pre das barras, que com dolo por ellas visivel, se fabricarem, imprimin
do-se-lhe cunhos, ou marcas falsas, á imitação das verdadeiras, para as
sim se fazerem passar desencaminhadas aos Quintos, com fraude da Minha
Real Fazenda, e com prejuizo dos póvos. E este Alvará se cumprirá, como
nelle se contém, para o efeito de se não poder julgar nunca contra o
que nelle Sou Servido declarar, sob pena de nullidade de sentenças.
Pelo que: Mando ao Presidente do Desembago do Paço; Presi
dente do Conselho de Ultramar; ao Regedor da Casa da Supplicação;
Governador da Relação, e Casa do Porto; ao Vice-Rei do Brazil; aos
Capitães Generaes; aos Governadores de todas as Conquistas; aos Mi
nistros dos sobreditos Tribunaes; aos Desembargadores das ditas Rela
ções, e das da Bahia, e Rio de Janeiro, e mais Pessoas destes Reinos,
e Senhorios, cumpräo, e guardem inteiramente este Alvará, como nellé
se contém, sem embargo de que seu efeito durará por mais de hum an
no, e de que não passe pela Chancellaria, não obstantes, as Ordenações
em contrario, que Hei por derogadas, como se dellas fizesse expressa
menção, sómente para o efeito de que o disposto neste Alvará se obser
ve inteiramente, sem dúvida, nem contradicção alguma; a cujo fim Hei
por derogadas quaesquer Leis, Ordenações, Resoluções, e Ordens, só
mente no que o encontrarem. E este se registará nos livros do Desem
bargo do Paço, Casa da Supplicação, Relações do Porto, Bahia, e Rio
de Janeiro, nos dos Conselhos de Minha Fazenda, e do Ultramar, e o pro
prio se lançará na Torre do Tombo. Dado em Salvaterra de Magos a 25
de Janeiro de 1755. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que por Me ser
presente que as providencias, que tenho dado pelos Regimentos, Alva
rás, e Decretos de dezeseis, vinte e sete de Janeiro, e primeiro de A
bril de mil setecentos cincoenta e hum; vinte e oito, e vinte e nove de
Novembro de mil setecentos cincoenta e tres, para a regularidade da
partida; torna viagem, e carregação das Frotas do Brazil; não obstante
haverem constituido os moradores daquelle Estado, e os que para elle
navegão nas certezas do tempo, em que cada huma das referidas Frotas
deve chegar ao porto da sua destinação; da demora, que nelle devem fa
zer, e da ordem, que se ha de observar na carregação dos Navios, pa
ra desta sorte acharem as suas respectivas cargas, ou preparadas, ou em
estado de se fazerem promptas com grande brevidade; ainda assim se
tem maquinado diferentes fraudes para se subterfugirem estas Minhas
Paternaes providenicas pelos que antes dellas convertião em reprovado
lucro particular o Commercio, e Navegação, §º tanto procuro promo
X 2
348 1754 •
Regist.
cretos na
a fol. Supplicação no Livro 14 dos De
Casa278da vers. • • * * *
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EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará com força de Lei vi
rem, que dando-se providencia sobre os ordenados, assignaturas, e emo
lumentos dos Ministros, e Oficiaes do Desembargo do Paço pelos Alva
rás de sete de Janeiro, e de vinte e cinco de Agosto de mil setecentos
e cincoenta, tem mostrado a experiencia, que não basta o que nelles se
provêo, para regular a congrua dos mesmos Ministros, e Oficiaes; e por
ser da Minha Real intenção extinguir todas as propinas, ajudas de cus
to, ordinarias, e extraordinarias, assim de dinheiro, como de especies
em todos os Tribunaes, e Juizos de Justiça de Meus Reinos, como já
mandei observar por muitos Alvarás, expedidos no anno de mil setecen
tos cincoenta e quatro, em todas as repartições da Fazenda, se faz mais
necessaria huma nova providencia, e regulação a respeito dos Ministros,
e Officiaes do dito Tribunal. -
C A P I T U L o I.
Do Presidente, Ministros, e Escrivães de Minha Camara.
Pelo que pertence ás assignaturas, e emolumentos do Presiden
te, Ministros, Escrivães de Minha. Camara, e mais Oficiaes do dito
Tribunal, Sou Servido, que se observem, e guardem os ditos Alvarás
de sete de Janeiro, e vinte e cinco de Agosto de mil setecentos e cin
coenta, excepto na parte, ou partes, que pelo presente Alvará for in
novado, ou revogado. |-
C A P I T U L O II.
Determinações geraes.
Todos os ordenados dos constituidos neste Alvará terão vencimen
to do primeiro de Janeiro deste anno, e se assentarão nos livros, folhas,
e róes, a que pertencerem, sem dependencia de outro algum despacho,
assim para o anno presente, como para os annos futuros. * -
* * • #
Impresso avulso. - *
*-+.… *-+--+ • • o
º VIII. Cada hum dos tres Guardas menores da Relação haverá de seu
ordenado cento e vinte mil réis, dos quaes lhe pagará o Thesoureiro da
Casa dos Cinco sessenta mil réis, e outros sessenta o Thesoureiro das
despezas da Casa. Sou informado dos inconvenientes, que ha para que
estes Guardas menores sirvão bem, servindo juntamente de homens da
Vara de Meirinho da Corte. Ordeno que da data deste em diante não
sirvão mais com o dito Meirinho, nem tenhão outros empregos inferio
res, e que o Regedor nomeie pessoas aptas de confiança, e segredo, pa
ra bem servirem, conservando os que actualmente existem, se largarem
outros quaesquer eupregos dos referidos, que lhes sirvão de embaraço.
IX. O Gentil-Homem do bastão do Regedor haverá de seu ordena
do cento e quarenta e quatro mil réis; pagos pelo Thesoureiro das des
pezas da Casa. # * * * * * *
- XXI. A Meza da criação dos meninos expostos lha de haver por esta
repartição cincoenta e hum mil e oitenta réis de esmola , pagos pelo
Thesoureiro das despezas da Casa. . . . , , ; ; , " … …d .
XXII. O Padre Cura da Freguezia de S. Martinho, como Parocho
das Cadeias, ha de haver trinta e seis mil réis pagos pelo Thesoureiro
das despezas da Casa, em gratificação, e conhecença do trabalho, que
tem com os prezos. . . . . Mayº, º , , … ... . . " . ":" . ,
* XXIII. O Medico da Casa da Supplicação ha de haver de seu orde
nado quarenta mil-réis, e cada hum dos Cirurgiões trinta e seis mil réis,
pagos todos pelo Thesoureiro das despezas, com obrigação de curarem
todos os Ministros, e Oficiaes da mesma Casa, e de assistirem aos exa
mes, e corpos de delicto, que se fizerem por ordem dos Corregedores do
Crime da Corte, e dos Ouvidores do Crime da Relação. .1 # :; ·
grande gasto de azeite, que faz, haverá mais para esta despeza quarem
ta mil réis pagos pelo Thesoureiro das despezas.
XXVIII. O Guarda-Livros da dita Cadeia baverá de seu ordenado
trinta mil réis pagos pelo Thesoureiro da Chancellaria Mór do Reino.
XXIX. Cada # dos nove Guardas da dita Cadeia haverá de seu
ordenado sessenta mil réis pagos pelo Thesoureiro da Alfandega grande.
XXX. O Carcereiro da Cadeia do Castello haverá de seu ordenado
duzentos e quarenta mil réis, e mais cincoenta e seis mil réis para alimento,
que ao todo faz trezentos e dezeseis mil réis, dos quaes lhe pagará o
Thesoureiro da Alfandega grande duzentos e vinte mil réis, e o The
soureiro da Chancellaria Mór do Reino vinte mil réis, e o Thesoureiro
das despezas da Casa setenta e seis mil réis,
XXXI. O Guarda-Livros da dita Cadeia haverá de seu ordenado trin
ta mil réis pagos pelo Thesoureiro da Chancellaria Mór do Reino.
XXXII. Cada hum dos nove Guardas da dita Cadeia haverá de seu
ordenado sessenta mil réis pagos pelo Thesoureiro da Alfandega grande
da Cidade de Lisboa. +
C A PI T U L o II.
Determinações geraes.
Todos os ordenados constituidos neste Alvará serão pagos por man
dados do Regedor na fórma da Ordenação, e se assentarão nos livros de
Minha Fazenda, a que pertencer, sem dependencia de outro algum des
pacho, com vencimento do primeiro de Janeiro deste anno. •
+--+.…>…:-*
364 I755
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S……Me presente que o extravio do Ouro, e pedras preciosas, que
vem dos Brazís, India, e outras Conquistas deste Reino, e a introduc
ção dos generos prohibidos, se tem facilitado pelo descuido da abertura
de todos os fardos, e vasilhas, que deixão de fazer, e examinar os Ofi
ciaes das Alfandegas, e Casas tributarias desta Corte, e Reino, e pela
omissão, com que se costumão haver os Ministros nos exames, que em
sua presença devem mandar fazer nas Pontes da Alfandega, e da Casa
da India, conforme as Ordens, que para este fim se lhes tem passado,
pondo-se deste modo sem observancia a disposição dos Foraes, e Regi
mentos das mesmas Alfandegas, e a execução da Lei de vinte e quatro
de Dezembro de mil setecentos e trinta e quatro, e de dezeseis de Agos
to de mil setecentos e vinte e dous, e outras mais, pertencentes á mes
ma arrecadação, com hum detrimento grave de Minha fazenda; para
evitar este damno: Sou Servido Ordenar, que em nenhuma das Alfande
gas, e Casas tributarias de Meus Reinos, se dê despacho a fazenda al
guma, de qualquer pessoa que seja, por maior, e mais alta condição
que tenha, sem que primeiro se abrão na presença dos Oficiaes, a que
•
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Sou Servido, que sómente se pague quatro e meio por cento da terça
parte dos Ordenados concedidos nos Alvarás de quatro de Fevereiro des
te anno, ao Prisidente, Ministros, e Officiaes do Desembargo do Paço,
e ao Regedor, Ministros, e os Oficiaes da Casa da Supplicação, sendo
esta mercê pessoal para os proprietarios actuaes, porque os que forem
novamente provídos hão de pagar por inteiro de toda a importancia, que
1755 º 367
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EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará de Lei virem, que
considerando o quanto convém, que os Meus Reaes dominios da Ame
rica se povoem, e que para este fim póde concorrer muito a communi
cução com os Indios, por meio de casamentos: Sou Servido declarar,
que os Meus Vassallos deste Reino, e da America, que casarem com
as Indias della, não ficão com infamia alguma, antes se farão dignos da
Minha Real attenção, e que nas terras, em que se estabelecerem, serão
preferidos para aquelles lugares, e occupações, que couberem na gra
duação das suas pessoas, e que seus filhos, e descendentes serão habeis,
e capazes de qualquer emprego, honra, ou Dignidade, sem que necessi
tem de dispensa alguma, em razão destas alianças, em que serão tam
bem comprehendidas as que já se acharem feitas antes desta Minha de
claração: E outro sim prohibo, que os ditos Meus Vassallos casados com
as Indias, ou seus descendentes, sejão tratados com o nome de Cabou
colos, ou outro semelhante, que possa ser injurioso; e as pessoas de qual
quer condição, ou qualidade, que praticarem o contrario, sendo-lhes as
sim legitimamente provado perante os Ouvidores das Comarcas, em que
assistirem, serão por sentença destes, sem appellação, nem aggravo,
mandados sahir da dita Comarca dentro de hum mez, até mercè Mi
nha; o que so executará sem falta alguma, tendo porém os Ouvidores
368 º H755
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Aldêas dos Indios Catholicos, e livres, que ele quizer. E para Meser
mais facilmente presente se esta Lei se observa inteiramente: Mando
que o Bispo, e Governador daquelle Estado, e os Prelados das Reli
giões dele, e os Parocos das Aldêas dos Indios, Me dêm conta pelo
Conselho Ultramarino, e Junta das Missões dos transgressores, que
houver da dita Lei, e de tudo o que nesta materia tiverem noticia, e
for conveniente para a sua observancia. E succedendo mover-se a guer
ra defensiva, ou ofensiva a alguma Nação dos Indios do dito Estadó nos
casos, e termos, em que por minhas Leis, e ordens he permittido; os In
dios, que na tal guerra forem tomados, ficarão sómente prisioneiros como
ficão as pessoas que se tomão nas guerras de Europa, e sómente o Go
vernador os repartirá como lhe parecer mais convenieute ao bem, se
gurança do Estado, pondo-os nas Aldêas dos Indios livres Catholicos,
onde se possão reduzir á Fé, e servir o mesmo Estado, e conservarem
se na sua liberdade, e com bom tratamento, que por ordens repetidas
está mandado, e de novo Mando, e encommendo se lhe dê em tudo,
sendo severamente castigado quem lhes fizer qualquer vexação, e com
: maior rigor os que lhas fizerem no tempo em que delles se servirem
por se lhes darem na repartição. Pelo que Mando aos Governadores,
» e Capitães Móres, Oficiaes da Camara e mais Ministros do Estadó
do Maranhão, de qualquer qualidade, e condição que sejão, a todos
. em geral, e a cada hum em particular, cumpräo, e guardem esta Lei,
que se registará nas Camaras do dito Estado; e por ella Hei por de
rogadas não sómente as sobreditas Leis, como assima fica referido;
mas todas as mais, e quaesquer Regimentos, e Ordens, que haja em
; contrario ao disposto nesta, que sómente quero que valha, tenha for
ça, e vigor, como nella se contém, sem embargo de não ser passada
pela Chancellaria, e das Ordenações, e Regimentos em contrario. Lis
boa 1.º de Abril de 1680. . = Com a Assignatura do Principe.
E por que o tempo foi cada dia fazendo mais notorias, e mais de
monstrativas as justissimas causas, em que se estabeleceo esta Lei para
restituir aos Indios a sua antiga, e natural liberdade, fechando a porta
ás impiedades, e ás malicias, com que debaixo do pretexto dos casos,
em que antes, e depois della, se permittio o cativeiro se fazião escravos
os referidos Indios, sem mais razão, que a cubiça, e a força dos que os
cativavão, e a rusticidade, e fraqueza dos chamados cativos: Sou Ser
vido, com o parecer das mesmas Pessoas, e Ministros, derogar, e an
nullar; como por esta derogo, e annullo todas as Leis, Regimentos, Re
soluções, e ordeus que desde o descobrimento das sobreditas Capitanías
do Grão Pará, e Maranhão até o presente dia permittírão, ainda em
certos casos particulares, a escravidão dos referidos Indios, e no mais
em que a esta Lei forem contrarias, para nesta parte sómente ficarem
derogadas, e cassadas, como se da substancia de cada huma dellas fi
zesse aqui expressa, e especial menção, sem embargo da Ordenação do
livro segundo, titulo quarenta e quatro em contrario: Renovando, e ex
citando a inteira, e inviolavel observancia da sobredita Lei assima tras
ladada, e isto com as ampliações, declarações, e restricções, que ao
diante se seguem. •
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378 I755
7 Terá esta Meza hum Juiz Conservador, que com jurisdicção priva
tiva, e inhibição de todos os Juizes, e Tribunaes conheça de todas as
causas contenciosas, em que forem Autores, ou Réos os Deputados Con
selheiros, Secretario, Provedor dos Armazens, Escrivães, e Caixeiros,
ou as ditas causas sejão Crimes, ou Civeis, tratando-se entre os ditos
Oficiaes da Companhia, e terceiras pessoas de fóra della. O qual Juiz
Conservador fará advocar ao seu Juizo nesta Cidade de Lisboa por manda
dos, e fóra della por precatorios as ditas causas, e terá alçada por si só
até cem cruzados, sem appellação, nem aggravo assim nas causas Civeis,
como nas penas por elle impostas, porém nos mais casos, e nos que pro
vados merecerem pena de morte, despachará em Relação em huma só
instancia com os Adjuntos, que lhe nomear o Regedor, ou quem seu
cargo servir; e na mesma fórma expedirá as cartas de seguro nos casos,
em que só devem ser concedidas, ou negadas em Relação. Assim o di
to Juiz Conservador, como o seu Escrivão, e Meirinho, serão nomea
dos pela dita Meza, e confirmados por V. Magestade, que obrigará os
Ministros que forem eleitos pela Companhia, a servirem o dito cargo; e
isto sem embargo da Ord. liv. 3." tit. 12., e das mais Leis publicadas
até o presente sobre as Conservatorias; porque como o Juizo desta se
não toma por gratuito privilegio para molestia, e vexação das partes,
senão por via de contrato oneroso para serviço de Deos, de V. Mages
tade, para bem commum de seus Vassallos, e para boa administração
da Companhia, apresto dos navios della, e cartas, que no Real Nome .
de V. Magestade ha de passar, he precisamente necessario por todos es
tes justos motivos o dito Juiz Conservador. Porém as questões, que se
I755 379
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de confirmação virem, que
havendo visto, e considerado com pessoas de Meu Conselho, e outros
Ministros doutos, experimentados, e zelosos do serviço de Deus, e Meu,
e do bem commum dos Meus Vassallos, que Me pareceo consultar, os
cincoenta e cinco Capitulos, e Condições conteúdos nas doze meias fo
lhas atraz escritas rubricadas por Sebastião José de Carvalho e Mello do
Meu Conselho, e Secretario de Estado dos negocios Estrangeiros, e da
Guerra, que os Homens do Commercio nellas enunciados fizerão, e or
denarão com Meu Real consentimento para formarem huma Companhia,
que sem outro gasto da Minha Fazenda, antes com beneficio della, e
do bem commum destes Reinos, e das Capitanías do Grão Pará, e Ma
ranhão, cultive nellas o commercio, e a navegação, tomando sobre si os
comboios das Frotas, e guardas das Costas daquelle Estado: E porque,
sendo examinadas as mesmas Condições com maduro conselho, e pruden
te deliberação, se achou não só serem convenientes, e com ellas a mes
ma Companhia, contendo esta notoria utilidade para a conservação, aug
mento, e defensa daquelle Estado, e suas Frotas; mas tambem o gran
de serviço, que neste particular faz a dita Companhia, e as pessoas,
quê com ella promovem o commercio, e a agricultura por hum tão util,
e solido estabelecimento: Em consideração, e remuneração de tudo, e
do amor, e zelo com que se dispoem a Me servir a dita Companhia:
Hei por bem, e Me praz de lhe confirmar todas as ditas Condições, e ca
da huma em particular, como se de verbo ad verbum aqui fossem incer
tas, e declaradas; e por este Meu Alvará lhas confirmo de Meu proprio
motu, certa sciencia, Poder Real, e absoluto, para que se cumprão,
e guardem inteiramente como nellas se contém: E quero que esta con
firmação em tudo, e por tudo lhes seja observada inviolavelmente, e nun
ca possa revogar-se, mas sempre como firme, válida, e pérpetua, este
ja em sua força, e vigor sem diminuição e lhe não seja posta, nem pos
sa pôr dúvida alguma a seu cumprimento, em parte, nem em todo, em
Juizo, nem fóra delle, e se entenda sempre ser feita na melhor fórma,
e no melhor sentido, que se possa dizer, e entender a favor da mesma
Companhia, e do commercio, e conservação delle: Havendo por suppri
das) como se postas fossem neste Alvará) todas as clausulas, e solemni
dades de feito, e de direito, que necessarias forem para a sua firmeza;
e derogo, e Hei por derogadas todas, e quaesquer Leis, Direitos, Orde
nações, Capitulos de Cortes, Provisões extravagantes, e outros Alvarás,
opiniões de Doutores, que em contrario das Condições da mesma Comº
392 1755
panhia, ou de cada huma dellas possa haver por qualquer via, ou por
qualquer modo, posto que taes sejão, que fosse necessario fazer aqui del
las especial, e expressa relação de verbo ad verbum ; sem embargo da
Ordenação do Livro segundo Titulo quarenta e quatro, que dispoem não
se entender ser por Mim derogada Ordenação nenhuma, se da substan
cia della não fizer declarada menção: E para maior firmeza, e irrevoca
bilidade desta confirmação prometto, e seguro de assim o cumprir, e fa
zer cumprir, e manter, e lha não revogar debaixo da Minha Real Pala
vra, sustentando aos interessados nesta Companhia na conservação del
la, e do seu commercio como seu Protector, que Sou: E terá este Al
vará força de Lei, para que sempre fique em seu vigor a confirmação
das ditas Condições, e Capitulos, que nella se contém, sem alteração
alguma. Pelo que Mando ao Desembargo do Paço, e Casa da Supplica
ção, Conselho da Fazenda, e do Ultramar, Meza da Consciencia, Ca
mara desta Cidade, e mais Conselhos, e Tribunaes, e bem assim aos
Governadores, e Capitães Generaes do Brazil, Capitães Móres, Prove
dores da Fazenda, Ouvidores Geraes, e Camaras daquelle Estado, e a
todos os Desembargadores, Corregedores, Juizes, e Justiças de Meus
Reinos, e Senhorios, que assim o cumprão, e guardem, e fação cumprir,
e guardar, sem dúvida, nem embargo algum, não admittindo requeri
mento, que impida em todo, ou em parte o efeito das ditas Condições,
por tocar á Meza dos Deputados da Companhia tudo o que a elle diz res
peito. E Hei por bem, que este Alvará valha como carta, sem passar
pela Chancellaria, e sem embargo da Ordenação Livro segundo Titulo
trinta e nove em contrario, posto que seu efeito haja de durar mais de
hum anno. Dado em Lisboa em 7 de Junho de 1755. = Com a Assigna
tura de ElRei, e a do Ministro.
* #«…>…ºk #
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que, havendo restituido aos Indios do Grão Pará, e Maranhão a liberda
de das suas pessoas, bens, e commercio, por huma Lei da mesma da
ta deste; a qual nem se poderia reduzir á sua devida execução, nem os
Indios á completa liberdade, de que dependem os grandes bens espiri
tuaes, e politicos, que constituirão as causas finaes da dita Lei, se ao
mesmo tempo se não estabelecesse para reger os sobreditos Indios huma
fórma de governo temporal, que, sendo certa, e invariavel, se accom
modasse aos seus costumes, quanto possivel fosse, no que he licito, e
honesto; porque assim serão mais facilmente attrahidos a receber a Fé,
e a se metterem no gremio da Igreja: Tendo consideração ao referido,
a que sendo prohibido por Direito Canonico a todos os Ecclesiasticos, co
mo Ministros de Deos, e da sua Igreja, misturarem-se no governo se
cular, que como tal he inteiramente alheio das obrigações do Sacerdocio;
e a que ligando esta prohibição muito mais urgentemente os Parocos das
Missões de todas as Ordens Religiosas; e contendo muito maior aperto
para inhibirem, assim os Religiosos da Companhia de Jesus, que por
1755 393
#*-*-***@** #
EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará em fórma de Lei vi
rem, que tendo consideração a que os meios, e diferentes administra
ções, com que até aqui se tem procurado adiantar o Commercio de Mo
çambique, e mais terras da Africa Oriental, sujeitas ao Meu Real Do
minio, não tem sido bastantes a conseguir hum fim tão importante ao Meu
Serviço, e ao bem dos Meus Vassallos, especialmente dos moradores da
India; desejando evitar este prejuizo, e remover os embaraços, que tem
no methodo presente impedido o progresso, e adiantamento deste nego
cio: Hei por bem extinguir a fórma, porque actualmente se faz este
Commercio, e administração, que se tinha concedido ao Conselho da Fa
zenda do Estado da India; e ordenar, que da publicação deste em dian
te fique o Commercio sobredito de Moçambiqne, e dos mais pórtos, e
lugares da sua dependencia, livre para todos os moradores de Goa , e
das mais partes, e terras da Asia Portugueza, para o poderem fazer co
no lhes parecer, e lhes for mais util com todos os generos, que se cos
tumão navegar para aquella Costa, pagando os direitos devidos nas Al
fandegas, em que entrarem.
1755 395
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo informado, que a Lei de sete de Janeiro de mil setecentos e
cincoenta, em quanto constituio aos Provedores cem réis pelas contas
das Capellas de cem Missas para baixo, foi tão largamente entendida,
e praticada, que até pela conta de huma só Missa levão os Provedores
o mesmo salario de cem réis, que muitas vezes he maior do que a esmo
la da Missa, principalmente nas Provincias: a qual intelligencia, e pra
tica, por ser muito onerosa ás partes, he alheia da Minha Real inten
Ddd 2 *
396 1755
ção, e querendo Eu obviar, que se continue para o futuro: Hei por bem
Ordenar, e Declarar, que pelas contas das Capellas de cinco Missas pa
ra baixo, exame das Certidões do seu cumprimento, e assignatura das
descargas, não possão os Provedores levar por tudo cada anno mais, que
hum vintém, e que sómente, passando as Capellas de cinco Missas, le
vem o salario na fórma da dita Lei de sete de Janeiro de mil setecentos
e cincoenta: e para este efeito revogo quaesquer Leis, Provisões, Sen
tenças, ou estilos, que haja em contrario. E Mando ao Presidente da
Meza do Desembargo do Paço, Regedor da Casa da Supplicação, Go
vernador da Casa do Porto, Desembargadores das ditas Casas, e a to
dos os Corregedores, Provedores, Juizes, e Justiças destes Meus Rei
nos, e Senhorios, cumprão, e guardem este Meu Alvará de Lei, como
nelle se contém. E para que venha á noticia de todos, Mando ao Dou
tor Francisco Luiz da Cunha de Ataíde, do Meu Conselho, e Chancel
ler Mór destes Reinos, o faça publicar na Chancellaria, e envie os tras
lados delle sob Meu Sello, e seu signal a todos os Corregedores das Co
marcas, e aos Ouvidores das terras dos Donatarios, aonde os Corregedo
res não entrão, para o fazerem publicar nas terras de suas jurisdicções,
e registar nas Camaras das Cabeças das Comarcas, e aos Provedores,
para que o fação registar nos livros de suas Provedorias; e se registará
tambem nos do Desembargo do Paço, e das Casas da Supplicação, e do
Porto, e o proprio se lançará na Torre do Tombo. Lisboa 15 de Julho
de 1755. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Marquez Mordomo
Mór Presidente. -
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Relação das possoas que S. Magestade foi Servido nomear para funda
rem a Junta, que deve solicitar o bem commum ao Commercio.
PROVEDOR. = José Rodrigues Bandeira.
SECRETARIO = O Doutor João Luiz de Sousa Sayão.
PROCURADOR = João Rodrigues Monteiro.
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V
S………Me presente , que na Cidade de Lisboa, e suas visinhanças
grassa hum grande número de homens vadios, que não buscando os meios
de subsistirem pelo seu honesto, e louvavel trabalho, vivem viciosamen
te na ociosidade á custa de terceiros com transgressão das Leis Divinas,
e Humanas: E considerando as ofensas de Deos, do Meu Real serviço,
e do bem commum dos Meus Vassallos, que se seguem da tolerancia de
semelhantes homens: Sou Servido excitar a #" , e exacta obser
vancia dos Regimentos, e Leis, estabelecidas para a policia dos Bairros
da mesma Cidade; Ordenando, que todos os Corregedores, e Juizes do
Crime, cada hum nos seus respectivos districtos, examine logo prom
pta, e cuidadosamente com preferencia a qualquer outro negocio as vi
das, costumes, e ministerios de todos os habitantes dos seus respectivos
Bairros, e dos vagabundos, e mendigos, que nelles forem achados com
idade, e saude capaz de trabalharem: E que todas as pessoas, que fo
rem achadas na culpavel ociosidade assima referida, sejão prezas, e au
tuadas em Processos simplesmente verbaes, porque conste da verdade
dos factos, e os mesmos Processos remettidos á ordem do Duque Regedor
da Casa da Supplicação, o qual nomeará logo para elles os Juizes certos, que
lhe parecer, e estes os sentenciarão tambem verbalmente; impondo aos
Réos a pena de trabalharem com bragas nas obras da mesma Cidade, a
que tem dado hum tão geral escandalo, pelo tempo que os Juizes arbi
trarem conforme a gravidade das culpas de cada hum dos Réos que se
lhes propozerem. Sendo necessarios para obras do Meu Real serviço, e
bem commum dos Meus Vassallos, serão pedidos ao mesmo Duque Re
gedor das Justiças, que os mandará entregar com as necessarias caute
las: E vencerá cada hum delles quatro vintens por dia para o seu sus
tento, pagos pela repartição onde se empregarem. Porém não se empre
gando nas sobreditas obras, se poderão conceder aos particulares que os
pedirem para os desentulhos, e obras dos seus edificios, assignando ter
mos de os apresentarem quando houverem acabado o tempo de serviço,
a que tiverem sido condemnados; e de satisfazerem pontualmente o so
bredito jornal nas sextas feiras de cada semana. E porque o sobredito
castigo póde servir de emenda a muitos dos que forem a elles condem
nados: E não he da Minha Real, e pia intensão injuriar os homens, mas
sim desterrar dos póvos, que Deos Me confiou, a ociosidade, e os deli
ctos, que della se seguem: Sou outro sim Servido que as sobreditas pe
nas, e sentenças, em que ellas se julgarem, não irroguem infamia, nem
possão ser allegadas em Juizo, nem fóra delle para inhabilidade alguma,
qualquer que ella seja. O Duque Regedor da Casa da Supplicação o te
nha assim entendido, e faça executar, não obstantes quaesquer Leis, e
Regimentos, Assentos, ou costumes contrarios, que todos Hei por de
rogados sómente para este efeito ficando aliás sempre em seu vigor. Be
lém a 4 de Novembro de 1755. = Com a Rubríca de Sua Magestade.
Impr. avulso com o Alvará antecedente.
1755 40I
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Sendo presente a ElRei Meu Senhor, que o Edital, que fiz publicar
com a data de 17 de Novembro proximo passado, respectivo á restitui
ção das cousas furtadas por occasião do Terremoto, e Incendio, que pa
deceo esta Cidade, não surtio todo o seu efeito, por não ser bastante
o termo de tres dias para poder chegar á noticia de todos, foi Servido
resolver, que por este novo Edital, no Real Nome de Sua Magestade,
declarasse, que toda a pessoa de qualquer qualidade, estado, e condi
ção, que seja, que achar, ou tiver achado nas ruinas do Terremoto, ou
Incendio, que houve nesta Cidade, peças de ouro, ou prata, dinheiro,
ou barras, diamantes, ou outros quaesquer móveis, ou alfaias, no ter
mo dos primeiros quinze dias, contados do da data deste Edital, os ma
nifeste, e entregue á Minha ordem, para as mandar pôr em deposito pe
lo mesmo Senhor constituido, e destinado, para delle se poderem entre
gar a seus donos, declarando as pessoas, que fizerem o manifesto, o lu
gar, e o modo, porque os acharão , sem que porém sejão obrigados a
declarar os seus nomes proprios as pessoas, que assim fizerem a referida
entrega: com declaração, que todo aquelle em cuja mão for aprehendida
qualquer cousa alheia, depois de passado o referido termo, será havido
por ladrão público, e como tal castigado com as penas da Lei, e de seus
novos, e Reaes Decretos. Lisboa a 10 de Dezembro de 1755. = Duque
Regedor.
Impresso avulso,
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ANNO D E 1756.
que faltavão nas que padecerão ruina, e que o commercio tenha huma
Praça digna de Capital destes Reinos, e com a commodidade necessaria
para que nella residão os Homens de Negocio, sem sujeição ás injúrias
do tempo.
E para que com este subsidio se possa adiantar, e concluir com
a maior brevidade a obra referida, supplicão tambem humilissimamente
a Vossa Magestade se sirva ordenar, que o referido Donativo se cobre,
e arrecade com huma total separação dos Direitos, que já se achão es
tabelecidos debaixo da administração de hum Fiel, eleito pela Junta do
Commercio, o qual no fim de cada semana leve ao deposito público da
Corte, e Cidade a importancia, que houver recebido, para delle se ap
plicar por consignação para a reedificação das ditas Alfandegas, por tan
tos annos, quantos forem necessarios para este efeito; e que finalizados
que sejão com o inteiro pagamento da sua despeza, se sirva Vossa Ma
gestade, usando da sua Real, e innata piedade, mandar aliviar nesta
parte os Póvos, e commercio do referido encargo.
Esperamos os supplicantes, que Vossa Magestade, usando da sua
Real benignidade, se sirva mandar impôr o dito Donativo sómente sobre
as mercadorias, e manufacturas, que actualmente pagão Direitos nas
Alfandegas, para que não succeda que os mantimentos, e mais merca
dorias, que os não pagão até o presente, fiquem com este gravamem em
prejuizo dos Póvos: e que a Real grandeza de Vossa Magestade se sirva
de acceitar este subsidio na sobredita conformidade, como hum fiel teste
munho do intimo afecto, e profundissimo reconhecimento, de que se achão
penetrados os corações dos supplicantes pelos successivos beneficios, que
tem recebido da incomparavel grandeza de Vossa Magestade; a qual con
fião, que Deos abençoará de sorte, que faça consummada com a felici
dade destes Reinos a de todos os seus fiéis Vassallos. José Rodrigues Ban
deira, Rodrigo de Sande de Vasconcellos, João Luiz de Sousa Saião,
Antonio dos Santos Pinto, João Rodrigues Monteiro, Domingos de Bas
tos Vanna ; João Luiz Alvares, Bento José Alvares, Manoel Ferreira
da Costa, José Moreira Leal, Estevão José de Almeida, Antonio Ribei
ro Neves, José Francisco da Cruz, José Rodrigues Lisboa, João de Arau
jo Lima, Manoel Gomes de Campos, Custodio Ferreira Goes, Domingos
Gomes da Costa, Damaso Pereira, Manoel Pereira de Faria, Mathias
José de Castro, Antonio de Castro Ribeiro, Guilherme Ferreira Maciel,
Rafael de Oliveira Braga, Domingos Teixeira de Andrade, Francisco
José Lopes, Custodio Vieira da Cruz, Manoel José Vianna, José Leite
Pereira, João Alvares Vieira , Antonio de Azevedo Silva, Domingos
Francisco, Domingos Francisco Pena, Felix Rodrigues, Manoel Anto
nio de Faria Airão, Manoel Gomes de Sá Vianna, José da Silva Leque,
Antonio Alvares dos Reis, Domingos Rodrigues Bandeira, Antonio Li
ma Barros, Balthazar Pinto de Miranda, João Rodrigues Valle, Alva
ro de Sousa, José Domingues, Bernardo Gomes Costa, Manoel Antonio
Pereira. |-
Impresso avulso.
1756 409
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|- - Impresso avulso.
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Hei por bem que em lugar da pena dos dez annos de Galés impostas nas
referidas Leis, incorrão os ditos pretos, e mulatos escravos do dito Es
tado, que as transgredirem, na pena de cem açoutes no Pelourinho, e
repetidos por dez dias alternados; o que se não entenderá com os negros,
e mulatos, que forem livres; porque com estes se devem observar as
Leis já estabelecidas. Pelo que mando ao Presidente, e Conselheiros do
Meu Conselho Ultramarino, e ao Vice-Rei, e Capitão General de mar,
e terra do mesmo Estado do Brazil, e a todos os Governadores, e Capi
tães Móres delle, como tambem aos Governadores das Relações da Ba
hia, e Rio de Janeiro, Desembargadores dellas, e a todos os Ouvido
res, Juizes, Justiças, Oficiaes, e mais pessoas do dito Estado cumpräo,
e guardem esta Lei, e a fação cumprir, e guardar inteiramente , como
nella se contém ; a qual se publicará, e registará em Minha Chancellaria
Mór do Reino; e da mesma sorte será publicada nas Capitanías do dito
Estado do Brazil, e em cada huma das Comarcas delle, para que venha
á noticia de todos, e se não possa allegar ignorancia; e tambem se re
gistará nas ditas Relações, e nas mais partes onde semelhantes Leis se
costumão registar, lançando-se esta propria na Torre do Tombo. Lisboa,
24 de Janeiro de 1756. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Mar
quez de Penalva, Presidente. *
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E… Meu Senhor tem mandado delinear plano para cada hum dos
Bairros de Lisboa, os quaes se publicarão com brevidade, assignando-se
nelles a largura, e a direcção das ruas; a estructura exterior, e eleva
ção dos Edificios, os quaes devem ser uniformes, tudo quanto commoda
mente poder observar-se. Nesta consideração recebi a ordem de fazer
publicar hum Edital com a data de 30 de Dezembro do anno passado;
e o mesmo Senhor me manda annunciar, e declarar novamente o seguin
te = Que todas as Casas, que depois do referido Edital de 30 de De
zembro, e daquelle tempo em diante, se acharem fabricadas de paredes
de pedra, e cal, frontaes, ou tabiques, que no acto da demarcação, que
se fizer, se acharem contrarias aos referidos planos, serão no mesmo ac
to demolidas á custa de seus donos, sem outra alguma figura de juizo.
Lisboa a 10 de Fevereiro de 1756. = Com a Assignatura do Regedor
da Casa da Supplicação.
Impr. com o Edit. de 20 de Abril de 1759 na Oficina
de Galhardo. - -
**
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará em fórma de Lei virem,
que por justas causas, que Me forão presentes: Sou Servido extinguir
os Oficios de Executores da Alfandega grande, e da Alfandega do Ta
baco da Cidade de Lisboa; como tambem a incumbencia da execução
das dívidas da Junta da Administração do mesmo Tabaco, que estava
commettida a hum dos Ministros Deputado della; para o que de Meu
Motu proprio, certa sciencia, Poder Real, e absoluto, revogo todas as
Leis, Regimentos, Foraes, Alvarás, Decretos, Resoluções, e Ordens
da creação dos ditos Oficios, e incumbencias; e em lugar de todos Hei
por bem crear de novo hum Lugar de Letras de graduação de primeiro
Banco, que se intitule: Juiz Executor das dívidas das Alfandegas da Ci
dade de Lisboa, e Junta da Administração do Tabaco; para o qual se Me
consultará no Conselho da Fazenda hum dos Bachareis approvados para Me
servirem, de melhor nota, que tenha cabimento ao dito lugar, o qual
servirá por tempo de tres annos, no fim dos quaes dará regularmente re
sidencia, que será vista no mesmo Conselho, e delle remettida para os
Juizes dos Feitos da Fazenda da Casa da Supplicação, onde será sentencea
da pelo seu merecimento. Vencerá o dito Ministro de seu Ordenado cen
to é oitenta mil réis, dos quaes lhe pagará o Thesoureiro da Alfandega
Grande noventa mil réis, e outros noventa mil réis o Thesoureiro geral
do rendimento do Tabaco: E mais haverá todas as assignaturas, e emo
lumentos, e terá a mesma alçada, que tem os Corregedores do Civel da
Cidade de Lisboa, sem que possa levar, nem pertender outra alguma
propina, assignatura, ordinaria, ou ajuda de custo, . • *
ção viva fizer arrecadar, tire dez por cento; dos quaes leve para si qua
tro, e faça entregar dous á pessoa, que servir de Procurador da Fazen
da no seu Juizo : tres ao Escrivão da causa; e hum ao Solicitador; com
o qual disconto já feito, se entregará o resto das dívidas executadas aos
Thesoureiros a que pertencer: Bem entendido, que pela simples citação,
ou penhora pagando os devedores sem disputa, nem venda de bens, se
não vencerá este premio na conformidade do Alvará de vinte de Novem
bro de mil setecentos cincoenta e quatro, excepto o hum por cento dos
Solicitadores, porque estes sempre os vencerão por não terem outro emo
lumento de seus Officios. - |-
Tanto que o dito Juiz Executor entrar a servir, se lhe fará recei
ta de todas as execuções, que actualmente correrem, e das dívidas, que
de novo se houverem de executar no tempo em que se vencerem, escre
vendo-se em livros separados por cada hum dos Escrivães das Reparti
ções, a que tocarem. E será obrigado a fazer executar, e recolher nos
Cofres dentro de hum anno, contando do dia em que se lhes fizerem as
receitas, todas as dívidas, que forem exígiveis, dando conta no Conse
lho da Fazenda, e na Junta da Administração do Tabaco de todas as
que se não poderem cobrar por falta de bens, para se Me fazerem pre
sentes pelos mesmos Tribunaes, com todas as instrucções necessarias pa
ra se mandarem riscar das receitas: e faltando a qualquer destas obriga
Qões, se lhe dará em culpa na sua residencia. E para o fim da referida
brevidade, Ordeno a todos os Ministros, Oficiaes, e pessoas de Meus
Reinos, e Dominios, que com toda a promptidão executem os Precatorios,
e mandados, que o dito Executor lhes passar por Meu serviço nos ter
mos, que nelles forem prefinidos, com pena de virem emprazados a ca
da hum dos ditos Tribunaes, a que o conhecimento pertencer, dar a ra
zão de suas ommissões, e culpas, e satisfazerem as penas, que lhe fo
rem impostas, negando-se-lhes Certidões para suas residencias: E aos
Juizes dos Feitos da Fazenda Ordeno, que no despacho dos feitos desta
Executoria tenhão a mesma brevidade, que devem ter com o despacho
dos Feitos da Executoria dos Contos do Reino, e Casa, ordenada no Al
vará de vinte e tres de Agosto de mil setecentos cincoenta e tres.
416 1756
* *
•
• Livro das
Miguel Leis, a fol. 90 , e impr. na Oficina de
Rodrigues.
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* *
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esta obrigação, pela qual serão remunerados por esta Junta conforme os
seus merecimentos; e os Mestres dos navios, ou Capitães serão obrigados
a dar entrada no livro deste Donativo, na fórma que se pratíca na Me
za dos Reaes direitos. •
XV. Nenhum dos Oficiaes desta arrecadação poderá levar das partes
Ggg 2
420 1756
emolumento algum, por qualquer pretexto, ou motivo que seja, e a to
das as mais obrigações, que pelo tempo a diante se lhes impozerem se
sujeitão a esta Junta, e sendo chamados acodirão promptamente para
observarem as ordens, que lhes forem encarregadas, e para que em ne
nhum tempo aleguem ignorancia, assignará cada hum dos sobreditos
hum termo, pelo qual se sujeitão á observancia de tudo o que assima fi
ca declarado, e se lhes darão transumptos impressos desta Instrucção,
e dos Reaes Decretos, que nella se enuncião, depois de haver sido con
firmada pelo dito Senhor. Lisboa 10 de Abril de 1756. = José Rodri
gues Bandeira. = João Rodrigues Monteiro. = Pedro Rodrigo Godinho.
= João Luiz de Sousa Sayão. = José Moreira Leal. = João Luiz Alvares.
# *«…>, ºk-' +
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que, tendo consideração aos prejuizos, que sentírão os Meus Vassallos,
que habitão nos lugares das Costas destes Reinos, assim pelas embarca
Qões que perdèrão, como pelas casas, que se lhes arruinárão no Terre
moto do primeiro de Novembro do anno proximo passado; e a que, com
prehendendo o damno, que se seguio daquellas ruinas, huma grande par
te dos outros Meus Vassallos, se fazem todos dignos da Minha Régia,
e Paternal Providencia, para animar a navegação de huns, e dar por
meio della tambem facilidade á reedificação das propriedades dos outros:
Hei por bem que todas as madeiras da producção das terras destes Rei
nos, que forem nelles transportadas de huns para outros pórtos, por em
barcações que, sem dólo, nem malicia sejão proprias de Vassallos Meus
naturaes dos mesmos Reinos, e dos seus Dominios, gozem do mesmo re
bate nos Direitos de entrada, e sahida, assim pelos rios, como pelas fo
zes, e do mesmo favor na fórma da arrecadação, que tenho concedido á
Companhia geral do Grão Pará, e Maranhão, sem alguma diferença.
Pelo que: Mando aos Védores da Minha Real Fazenda, Regedor
da Casa da Supplicação, Governador da Relação, e Casa do Porto, Go
vernador, e Capitão General do Reino do Algarve, e mais Ministros,
Oficiaes, e pessoas a quem pertencer, que cumprão, e guardem, e fa
ção inteiramente cumprir, e guardar, como nelle se contém este Meu
Alvará. O qual valerá como Carta passada pela Chancellaria... posto que
por ella não passe, ainda que o seu efeito haja de durar mais de hum
anno, não obstantes quaesquer Regimentos, Ordens, ou Disposições con
trarias, que todas Hei por derogadas para este efeito sómente, como
se dellas fizesse expressa menção, ficando aliás sempre em seu vigor. E
este se registará em todos os lugares, onde se costumão registar semelhan
tes Leis, mandando-se o original para a Torre do Tombo. Escrita em
Belém
do a 22 de Maio de 1756. = Com a Assignatura de ElRei, e a
Ministro. •
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Impresso avulso.
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mes contrarios, quaesquer que elles sejão ; porque todos Hei por dero
gados para este efeito sómente, como se de cada hum fizesse especial
menção , ficando aliás sempre em seu vigor. Belém a 17 de Agosto de
1756. = Com a Rubríca de Sua Magestade.
Impr, avulso.
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Cidade do Porto, e Reino, como fóra delle. Sobre elles terão plenaria
jurisdicção de os suspenderem, privarem, e fazer devassar, provendo
outros nos seus lugares. Todos servirão em quanto a Companhia os qui
zer conservar; e lhes tomará contas dos seus recebimentos, e dará qui
.tações firmadas por dous Deputados, e selladas com o sello da Compa
nhia, depois de serem vistas, e examinadas em Meza.
§. VII. Terá esta Companhia hum Juiz Conservador, que com juris
dicção privativa, e inhibição de todos os Juizes, e Tribunaes, conheça
de todas as causas contenciosas, em que forem Authores, ou Réos, o
1'rovedor, Deputados, Conselheiros, Secretario, Caixeiros, Administra
dores, e mais Oficiaes da Companhia; ou as ditas causas sejão Crimes,
ou Civeis, tratando-se entre os ditos Oficiaes da Companhia, ou com
elles, e terceiras pessoas de fóra della. O qual Juiz Conservador fará ad
vocar ao seu Juizo na Cidade do Porto por Mandados, e fóra della por
Precatorios as ditas causas; e terá alçada per si só até cem cruzados,
sem appellação, nem aggravo; assim nas causas Civeis, como nas penas
por elle impostas; porém nos mais casos, e nos que provados merecerem
pena de morte, despachará em Relação em huma só instancia com os
Adjuntos, que lhe nomear o Governador pro tempore da Relação, e Ca
sa do Porto, ou quem seu cargo servir. E na mesma fórma expedirá as
cartas de seguro nos casos, em que só devem ser concedidas, ou nega
das em Relação. Assim o dito Juiz Conservador, como o seu Escrivão,
e Meirinho, serão nomeados pela dita Meza, e confirmados por Vossa
Magestade, que obrigará os Ministros, que forem eleitos pela Compa
nhia a servirem o dito cargo, e isto sem embargo da Ord. liv. 3. tit. 12.,
e das mais Leis publicadas até o presente sobre as Conservatorias, por
que como o Juizo desta, se não toma por gratuito privilegio para moles
tia, e vexação das partes, senão por via de contrato oneroso para servi
ço de Vossa Magestade; para bem commum de seus Vassallos; e para
boa administração da Companhia, e cartas, que no Real Nome de Vos
sa Magestade ha de passar; he precisamente necessario, por todos es
tes justos motivos, o dito Juiz Conservador. Porém as questões, que se
moverem entre as pessoas interessadas na mesma Companhia; sobre os
capitaes, ou lucros delles, e suas dependencias, serão propostas na Me
za da Administração, e nella determinadas verbalmente, em fórma mer
cantil, e de plano pela verdade sabida, sem fórma do Juizo, nem ou
tras alegações que as dos simples factos, e as das regras, usos, e cos
tumes do commercio, e da navegação, commummente recebidos, sendo
a isso presentes o Juiz Conservador, e o Procurador Fiscal da Compa
nhia, a qual determinará com o parecer dos ditos dous Ministros todas
as causas, que não exederem de trezentos mil réis sem appellação, nem
aggravo; e as que forem de maior quantia, não estando as partes pela
determinação dos sobreditos julgadores, se farão immediatamente presen
tes a Vossa Magestade, em representação da Meza, para nellas nomear
os Juizes, que for Servido, os quaes as julgarão na mesma conformida
de, sem que das suas determinações se possa interpôr outro algum re
curso ordinario, ou extraordinario, nem ainda a titulo de Revista; e is
to tudo sem embargo de quaesquer disposições de Direito, e Leis, que
o contrario tenhão estabelecido.
§. VIII. Passará o dito Conservador por cartas feitas no Real Nome
de Vossa Magestade as ordens, que lhe forem determinadas pela Com
nhia, assim para o bom governo della, como para tomar carros e embar
cações para a condução dos vinhos, e para obrigar Trabalhadores, Ta
1756 429
facto mais que os dos assentos dos emprestimos nos livros da Companhia,
virificados com escritos dos devedores, reconhecido por Oficial público.
§. XII. Terá a Companhia promptos todos os materiaes, que forem
necessarios para a construcção das vasilhas, não só para o anno, em que
fizer as suas carregações, mas tambem para o seguinte, para que não
succeda que por esta falta, ou se damnifiquem os vinhos, ou se malogre
o provimento, que delles deve fazer nos pórtos do Brazil, que Vossa Ma
gestade he Servido conceder-lhe para este commercio.
§. XIII. E para que os referidos pórtos do Brazil não experimentem
falta do genero, estabelecerá por ora a Companhia o fundo de dez mil pi
pas de vinho bom, e capaz de carregação, para no primeiro anno susten
tar o empate, que poderá experimentar nas primeiras carregações, e es
perar que o seu producto lhe venha no tempo competente,
§. XIV. Para facilitar as entradas das acções a favor dos Lavradores
dos vinhos do Alto Douro receberá nellas a Companhia aos Accionistas
os que forem da melhor qualidade, e na sua perfeição natural, sem mis
turas, ou lotações que os damnifiquem, pelo preço de vinte cinco mil
réis cada pipa de medida ordinaria, e os que forem de menor qualidade,
porém capazes de carregação, receberá na mesma fórma pelo preço de
vinte mil réis cada pipa. Por estes preços comprará os referidos vinhos
nos mais annos, que se seguirem, ou haja abundancia, ou falta deste ge
nero, para cujo efeito assim como a Companhia nos annos de abundan
cia os ha de pagar aos preços referidos; do mesmo modo nos annos de
esterilidade serão obrigados os Lavradores a vender-lhos pelos mesmos
preços sem a menor alteração; compensando-se assim os seus respecti
vos interesses em beneficio deste genero.
§. XV. E para que nem a Companhia arruine a navegação da Cida
de do Porto, faltando-lhe com a carga dos vinhos, que he a parte prin
cipal que a fomenta, nem a navegação possa prejudicar á Companhia,
deixando de ministrar-lhe os competentes Navios para o transporte dos
vinhos ao Estado do Brazil: He Vossa Magestade Servido estabelecer
que pelo frete de cada pipa de vinho, agua-ardente, ou vinagre, da me
dida ordinaria, que a Companhia carregar da Cidade do Porto para o
Rio de Janeiro, pague de frete aos referidos Navios dez mil réis, na fór
ma que até o presente se tem praticado no commercio daquella Cidade,
sem que a este respeito haja de huma, e outra parte a menor alteração.
})os que forem para a Bahia pagará na referida fórma oito mil réis, pelo
frete de cada huma das referidas pipas; e do mesmo modo pagará sete
mil e duzentos réis de frete por cada pipa que mandar para Pernambu
co; os quaes fretes de nenhum modo se poderão alterar nem pela Com
panhia, nem pelos proprietarios, ou Capitães dos Navios, sob pena que
o que contravier a esta disposição de qualquer modo que seja pagará ou
tro tanto, quanto importarem os referidos fretes, cujo valor se applica
rá, ametade para o denunciante, e a outra ametade para o Hospital da
Cidade do Porto, e além disso terá dois mezes de cadeia.
§. XVI. Os vinhos, aguas-ardentes, e vinagres que a Companhia
houver de mandar para os pórtos do Brazil se carregarão nos Navios que
nas respectivas esquadras daquella Cidade se pozerem á carga, repartin
do-se por cada hum delles á proporção das suas lotações, e serão os re
feridos Navios obrigados a recebello sem dúvida alguma, do mesmo mo
do que se pratíca com o Contrato do Sal. Porém succedendo que o con
summo dos referidos generos venha a ser tão excessivo no Estado do Bra
zil, que os Navios particulares do commercio não possão alli conduzir to
1756 | 431 /
la dita Companhia nos pórtos referidos por mais de quinze por cento, li
vres para os seus interessados, do custo principal, vasilhas, carretos, em
barques, direitos de entrada, e sahida, fretes, commissões, hum por
cento do cofre, e mais despezas que com elles se fizerem até o acto da
venda, que tudo fará por conta dos Compradores. Os vinhos porém, at
tendendo ao maior perigo que tem de se damnificarem na sua qualidade,
e que por este principio estão mais proximos a causar algum prejuizo á
mesma Companhia, não poderá esta vender por mais de dezeseis por cen
to, livres para ella de todos os gastos referidos.
§, XXI. E para justificar as suas vendas, e que cumpre com a exa
ctidão dos sobreditos preços, será obrigada a mandar aos seus respecti
vos Feitores, ou Administradores, as carregações em fórma authentica
assignadas por todos os Deputados, e munidas com o sello da Compa
nhia, para assim as fazerem patentes ao povo, para que cada hum dos
Compradores possa examinar nellas o verdadeiro valor dos generos, que
houver apartado, nas quaes carregações se especificarão com toda a in
dividuação os custos, e mais despezas de cada hum dos referidos gene
ros, em ordem a que nelles se não possa suspeitar a menor fraude.
§. XXII. Isto porém se entende sendo os referidos generos vendidos
a dinheiro de contado, ou pagos, no caso de se venderem no preciso
termo que estipular, porque não pagando os devedores incorrerão na pe
na de pagarem mais cinco por cento de interesse por todo aquele tempo
que retardarem o pagamento, ou durar a execução que lhes fizer. Po
rém se os ditos vinhos forem premutados a troco dos generos daquellas
Capitanías, cujo valor he incerto, e depende do livre arbitrio dos Ven
dedores; neste caso ficará o ajuste a avença das partes; porque não se
ria justo que os hahitantes daquelle Estado quizessem reputar tanto os
seus generos, que causassem prejuizo á Companhia, nem que a Compa
nhia os abatesse de sorte, que desanimasse a sua Agricultura. -
sem embargo das suas respectivas jurisdicções; porque ainda que pare
ça que o maneio dos negocios da mesma Companhia respeita a estas, ou
áquellas jurisdicções, como elles não tocão á Fazenda de Vossa Mages
tade , senão ás pessoas que na dita Companhia mettem seus cabedaes,
per si os hão de governar com a jurisdicção separada, e privativa, que
Vossa Magestadº lhes concede. Querendo porém algum Tribunal saber
da Meza desta Administração alguma cousa concernente ao Real Servi
ço fará escrever pelo seu Secretario ao da referida Meza, que sendo por
elle informada lhe ordenará o que deve responder. Quando seja cousa a
que a Meza ache que lhe não convem deferir , o Tribunal que houver
feito a pergunta , poderá consultar a Vossa Magestade , para que ou
vindo a sobredita Meza, resolva então o que mais for servido.
º §: XXXVI., Succedendo falecerem na America, ou em outra parte
os Administradores, e Feitores desta Companhia , não poderão nunca
intrometter-se na arrecadação dos seus livros , e espolios os Juizes dos
Defuntos, e Ausentes, nem os Juizes dos Orfãos, ou outro algum que
não seja o da Administração da Companhia nos respectivos lugares, on
de os sobreditos Administradores, e Feitores falecerem; a qual Admi
nistração arrecadará os referidos livros, e espolios, e delles dará conta
# Meza da Companhia na Cidade do Porto, para que separando o que
lhe pertencer com preferencia a quaesquer outras acções, mande então
entregar os remanecentes aos Juizes, ou partes aonde, e a quem per
tencer; o que se entenderá tambem a respeito dos Caixas, e Adminis
tradores da Cidade do Porto , com os quaes ajustará a Companhia con
tas na sobredita fórma, até á hora do seu falecimento, ouvidos os her
deiros, aos quaes de nenhum modo poderá nunca passar o direito de
Administração, que será sempre intransmissivel.
§. XXXVII. As dívidas que se deverem a esta Companhia, que se
jão procedidas de efeitos della, e não de outra qualquer natureza: Ha
Vossa Magestade por bem , que se cobrem a favor da Companhia pelo
seu Juiz Conservador, ou pelos Ministros a quem se requer a sua exe
cução em toda a parte como fazenda de Vossa Magestade sem embargo
de quaesquer Privilegios, ou Resoluções de Vossa Magestade , que os
devedores possão alegar em contrario.
§. XXXVIII. Ha outro sim Vossa Magestade por bem que todas as
pessoas do commercio de qualquer qualidade que sejão, e por maior pri
vilegio que tenhão , sendo chamadas á Meza da Companhia para nego
cio da Administração della, sejão obrigadas a ir promptamente ; e não
o fazendo assim, o Juiz Conservador procederá contra elles como melhor
lhe parecer. |-
dens Militares, sem dispensa de mecanica, e para seus filhos lerem sem
ella no Desembargo do Paço; com tanto, que depois de haverem exer
citado a dita occupação não vendão per si em lojas, ou tendas por miu
do, ou não tenhão exercicio indecente ao dito cargo, depois de o have
rem servido; o que com tudo só terá lugar nas Eleições seguintes a fa
vor das pessoas, que occuparem os lugares de Provedor, e Vice-Prove
dor, depoisdadeCompanhia.
satisfação haverem servido pelo menos dois annos completos, com
• • |-
# #«…>, ºk-**
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de confirmação virem, que
havendo visto, e considerado com pessoas do Meu Conselho, e outros
Ministros Doutos, experimentados, e zelosos do serviço de Deos , e
Meu, e do Bem commum dos Meus Vassallos, que Me pareceo consul
tar os cincoenta e tres Capitulos, e Condições, conteúdos nas trinta e
tres meias folhas atraz escritas, rubricadas por Sebastião José de Carva
lho e Mello, do Meu Conselho, e Secretario de Estado dos Negocios do
Reino, que os principaes Lavradores de cima do Douro, e Homens Bons
da Cidade do Porto, nellas enunciados, fizerão, e ordenárão com Meu
Real consentimento, para formarem huma Companhia, que sustentando
competentemente a cultura das vinhas do Alto Douro, conserve ao mes
mo tempo as producções dellas na sua pureza natural, em beneficio do
commercio Nacional, e Estrangeiro, e da saude dos Meus Vassallos,
sem alguma despeza da Minha Fazenda , antes com beneficio della , e
do Ben, commum dos Meus Reinos: E porque sendo examinadas as mes
mas Condições com maduro conselho, e prudente deliberação, se achou
não só serem convenientes, e com ellas a mesma Companhia, contendo
esta, notoria utilidade da mesma Cidade do Porto, e Provincias a ella
adjacentes , mas tambem o grande serviço k?" neste particular faz a
442 1756
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem , que sendo-Me
presente, que na Meza do Paço da Madeira se duvída dar livres dos Di
reitos da dizima as madeiras, que entrão pela Foz, vindo por conta, e
risco dos moradores de Lisboa , e sendo transportadas dos Meus Domi
nios por embarcações proprias dos Meus Vassallos , fundando-se a refe
rida dúvida, em que a graça, e mercê, que Fui Servido conceder no
Meu Real Decreto de vinte e nove de Novembro, e Alvará de vinte e
dous de Maio proximos passados, indistinctamente se refere ao favor
permittido no despacho das madeiras pertencentes á Companhia Geral
do Grão Pará, e Maranhão, a qual pelo Capitulo trinta e hum das suas
instituições he isenta, sem distincção alguma , dos Direitos da siza só
mente: Sou Servido declarar, que a graça concedida á sobredita Com
panhia Geral, em quanto isenta ás madeiras de siza sómente, se deve
entender daquellas, que vierem destinadas para se venderem nestes Rei
nos; por quanto as madeiras, que vierem por conta, e risco dos mora
dores de Lisboa, ou de quaesquer outros Vassallos Meus, para o gasto
das suas obras, e que tiverem proporção com o consummo della, sem
excesso, nem dólo, serão isentas de todos os Direitos, e pensões, da
mesma fórma , que pelo Regimento do Paço da Madeira no Paragrafo
segundo do Capitulo onze o farão sempre, as que se transportão do Ri
ba-Téjo, e Banda d’Além, nas referidas circumstancias, e nesta mes
ma conformidade Sou outro sim Servido, que respectivamente se entem
dão o Meu sobredito Real Decreto de vinte e nove de Novembro, e Al
vará de vinte e dous de Maio proximos passados. -
* *«…»a? #
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo-Me presente, que as ordens, que se costumão expedir para
se alistarem Marinheiros para o serviço "#" Náos,
2
ficão muitas
444 - 1756
# #…»ºr #
Impresso avulso.
# #…>, # #
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com fórça de Lei virem:
Que sendo-me presente, que com o motivo de não haver a Junta da Ad
ministração da Companhia Geral do Grão Pará, e Maranhão, admittido
até o terremoto do memoravel dia primeiro de Novembro do anno proxi
mo passado, mais de dez mil cruzados a cada hum dos Accionistas, que
nella se interessárão, para que assim se extendesse a mais pessoas o be
neficio de hum tão util estabelecimento; se achou ao tempo daquella ge
ral calamidade incompleto o fundo da mesma Companhia: E tendo at
tenção ao muito, que importa ao Bem commum facilitar os meios de se
interessarem nella os meus fiéis Vassallos, que não tendo prompto di
nheiro para fazerem as suas entradas, tem com tudo bens móveis, e de
raiz, livres, ou vinculados, ou Acções efectivas, com que possão segu
rar as respectivas sommas, que tomarem a juro para tão louvavel, e pro
veitosa applicação: Hei por bem declarar, e ampliar o Paragrafo cin
coenta da Instituição da mesma Companhia, para o efeito de que o di
nheiro, que se achar determinado para se empregar em bens, que hajão
de ser vinculados em Morgados, ou Capellas, ou para se dar a interes
se, em quanto senão fazem os referidos empregos, seja dado a juro com
preferencia ás pessoas, que o pedirem para entrarem com Acções na mes
ma Companhia: De tal sorte, que os sebreditos Accionistas, não só te
rão preferencia a todas, e quaesquer outras pessoas; mas senão poderá
dar dinheiro algum a juro na Cidade de Lisboa, e Provincia da Estre
madura, nem ainda dos Cofres das Capellas, Residuos, e Orfãos, que
exceda a quantia de trezentos mil réis, em quanto se não achar comple
to o fundo da referida Companhia; debaixo das penas de nullidade dos
contratos; de privação dos Oficios aos Ministros, e Oficiaes, que os cele
brarem, e neles intervierem; e de pagarem as partes contratantes a fa
vor de quem as denunciar, outro tanto, quanto importar o dinheiro,
que por ellas for emprestado, ou recebido, contra o que deixo assima orde
nado. Os referidos dinheiros passarão direitamente dos Cofres, ou mãos,
em que estiverem, para os da Companhia. E os Depositos, ou pessoas,
que os derem ficarão para sua segurança com especial hypotheca nas Ac
ções da mesma Companhia, e com penhora nellas, como se fosse feita
em execução de sentença, havida em Juizo contradictorio, e com cor
poral apprehensão. E ainda que esta segurança bastava, sendo a referi
da Companhia juntamente hum Banco público, no qual não póde recear
se fallencia: com tudo, para maior exuberancia de boa fé a favor dos
credores, hypothecarão subsidiariamente os devedores, que tomarem o
dinheiro a juro, não só os bens livres competentes, se os tiverem, em
primeiro lugar; mas tambem na falta delles os vinculados, os quaes Hei
Por bem, que possão ser obrigados nesta fórma, sem limitação de tem
1756 447
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com fórça de Lei vi
rem, que, considerando que as grandes ruinas de cabedaes, e creditos,
que a calamidade do memoravel dia primeiro de Novembro do anno pro
ximo passado trouxe ao commercio dos Meus Vassallos; e que o cuidado
de consolidar os mesmos creditos, e cabedaes, em beneficio dos Homens
*
448 1756
quita, ou espera, que os crédores lhe derem, posto que por Escritu
ira pública lha concedão: por quanto as havemos por nullas; sem em
bargo de quaesquer clausulas, e condições que nellas forem postas. E
III. » Item : " Vindo á noticia dos Oficiaes de Justiça, que alguns
bens dos ditos levantados estão em algumas Igrejas, Mosteiros, Lu
gares pios, Fortalezas, Navios, ou em casas de pessoas poderosas,
de qualquer qualidade, e condição, que sejão, as tirarão dellas, sem
lhe ser posto dúvida, ou embargo algum. E farão dellas inventario, e
as depositarão para pagamento dos crédores. |-
2?
gando, ou gastando demasiadamente, incorrerão nas sobreditas penas:
» excepto que não serão havidos por publicos ladrões , nem serão con
» demnados em pena de morte natural, mas em penas de degredo, se
» gundo a qualidade da culpa, em que forem comprehendidos, e quan
» tidade das dívidas, com qne quebrarem, e se levantarem.
VIII. » E os que cahirem em pobreza sem culpa sua , por recebe
rem grandes perdas no mar, ou na terra, em seus tratos, e commer
cios licitos, não constando de algum dolo, ou malicia, não incorre
rão em pena alguma crime. E neste caso serão os Actos remettidos ao
Prior, e Consules do Consulado, que os procurarão concertar, e com
pôr com seus crédores, conforme a seu Regimento.
IX. » E mandamos aos Julgadores , a que o conhecimento perten
33
cer, que, tanto que á sua noticia vier que algum Mercador se levan
3
º tou , vão logo á sua casa , e fação auto , e inventario do que nella
» acharem; e lhe tomem o livro de Razão; e se informem de seus cré
dores da quantia do dinheiro, ou fazenda , com que se levantou , e
. do tempo, em que lhe foi dada; e tirem *# de modo que se saiba
450 H756
ta passada pela Chaneellaria, ainda que por ela não ha de passar, e que
o seu efeito haja de durar mais de hum anno, sem embargo das Orde
nações em contrario: Registando-se em todos os lugares aonde se cos
tumão registar semelhantes. Leis: E mandando-se o Original para a Tor
re do Tombo,, Dado em Belém, aos 13 dias do mez de Novembro de 1766.
= Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro, * **
"... " º - - • • + •
.… . • • *-+---\"<?"+----*
* * * *
EU ELREI . Faço saber aos que este Alvará virem, que, sendo-Me
esente a desigualdade, com que se arbitrão os fretes das mercadorias
íquidas, e volumosas, que se transportão da Cidade de Lisboa para os
diferentes pórtos da America, e deles para este Reino; computando-se
o preço dos mesmos fretes, ou o número das tonelladas, de que depen
de, pela estimação dos Contra-Mestres, que ordinariamente são distitui
dos de todas as instrucções necessarias para fazerem arbitramentos tão
importantes aos communs interesses do Commercio, e da Navegação dos
Meus Vassallos: E tendo resoluto (depois de procederem as necessarias.
informações) estabelecer para o pagamento dos sobréditos fretes hum sys
tema fixo, e inalteravel, que seja reciprocamente proveitoso, assim aos
donos dos navios, como aos Carregadores, que nelles transportão suas
mercadorias: Sou Servido, que a Junta, que solicíta o Bem commum do
Commercio, prepare logo determinadas medidas de correias de couro, e
de varas de páo, pelas quaes sejão avolumados todos os fardos, e vasi
lhas, que houverem de ser embarcadas, computado-se por palmos cubi
cos o conteúdo nelles, e nellas, para com infallivel certeza se regular o
frete, que devem pagar: As ditas correias, e varas, serão divididas por
palmos, para que com toda a clareza possão manifestar o número dos
palmos cubicos, que tem cada vasilha, ou volume: e serão aferidas em
cada hum anno, apresentando-as para esse efeito os respectivos Mestres,
de Navios na referida Junta, para serem publicamente conferidas com o
Padrão, que nella deve ficar perpétuo para este efeito: de sorte que se
faça annualmente certo ao Corpo do Commercio, que as sobreditas me
didas se achão conforme com os Padrões, de que forem tiradas. Para
evitar toda a confusão, e alumiar a falta de conhecimento, em que se
achão alguns dos Interessados no Commercio, e na Navegação, fará a
mesma Junta estabelecer, e estampar algumas Regras certas, que sejão
applicadas ás mais vulgares figuras de todos os volumes, e vasilhas, que
se costumão embarcar. Sobre a certeza dos palmos dos sobreditos volu
mes, e vasilhas, será o preço do frete de cada palmo cubico para o Rio
de Janeiro, Bahia, e Pernambuco, a razão de cento e quarenta e cinco
réis, sem distinção de secco, ou molhado, e de Barris, Pipas; ou Bar
ricas; posto que até agora fossem carregadas por pezo. Por cada quintal
de ferro, chumbo, e cobre, se pagarão duzentos e quarenta réis; e a
dez réis por cada hum dos Arcos de ferro para Barril, ou Pipa. Q mes
mo se práticará nos fretes dos Navios, que n㺠forem para ºs referidos
456 1756
Impresso avulso.
+--+-->}} 33
EU ELREI Faço sabe aos que este Alvaá de declaração virem, que
attendendo ao favor de que se fazem dignos os Oficiaes, Mestres, Ma
rinheiros, e mais Homens do mar, que navegão para os Meus Dominios
Ultramarinos, contribuindo com o seu louvavel trabalho para o Bem com
mum, que aos Meus Vassallos resulta de se frequentar a Navegação dos
Meus Reinos: E procurando beneficiar os que nella se empregão até on
de a possibilidade o póde permittir, sem grave prejuizo do Commercio:
Hei por bem declarar, que não obstante a generalidade da disposição do
Alvará de seis de Dezembro de mil setecentos e cincoenta e cinco, em
que prohibi, que passassem ao Brazil Commissarios volantes, que carre
gão fazendas para voltarem com o procedido dellas, possão os sobreditos
Oficiaes, Mestres, Marinheiros, e mais Homens do mar, carregar por
sua conta, e risco para os mesmos Dominios, e transportar delles a es
tes Reinos, os generos miudos, que constão da Relação, que será com
este, assignada pelo Secretario de Estado Sebastião José de Carvalho e
Mello, sem que se lhe ponha dúvida, ou embargo algum, e ficando a
mesma prohibição sempre em toda a sua força, ainda a respeito dos mes
mos Oficiaes, Mestres, Marinheiros, e mais Homens do mar, pelo que
| 756 / 457
Castanhas piladas: |-
Ameixas passadas.
Azeitonas.
Cebolas. * * •
Alhos.
Alecrim.
Louro. •
Mmm
458 1756
Cocos. •
{
# §kuoºk-->#
Do Provedor da Junta.
C A P I T U L O IV.
Do Fiscal da Junta.
• +
C A P I T U L O VI.
Do Secretario da Junta.
C A P I T U L O VII.
Do Procurador da Junta.
do entre os ditos dous, ou tres Oficiaes o número das caixas em que foi
lotado o Navio, se fará disso mesmo lembrança nos Livros do Lotador,
e Escrivão, para que pedindo o Mestre de qualquer embarcação o seu
despacho, lhe dê o Lotador a certidão impressa, como agora se pratíca,
pela qual conste, que está lotado em certo número de caixas, e deve pa
gar tal quantia: Apresentada a certidão ao Thesoureiro, e satisfeita a lo
tação, dará este outro bilhete ao Mestre, pelo qual lhe passará o Escri
vão hum conhecimento para apresentar nos Armazens, aonde se não pó
de despachar qualquer embarcação, sem que conste estar já satisfeita a
contribuição
gestade, e dedaquelle
novo heanno na fórma,
o mesmo Senhorque foi determinado
Servido por Sua Ma
de o confirmar. •
C A PI T U L o X. #
|-
}
C A P I T U L O XI.
XIII,
que se segue desta falta, e havendo-a tal, que, ou por queixa do pri
meiro nomeado dos Busca caixas, ou de outra qualquer pessoa se dê no
ticia na Junta, será o Capataz suspenso, passando-se a outro Provi
Imento.
2 Os quatro Capatazes das quatro actuaes Companhias dos homens
de trabalho do Pateo da Alfandega, devem ter muito cuidado em que
sempre estejão promptos os seus respectivos trabalhadores, e cuidar mui
to em que não levem maior salario, ou occulto agradecimento pela pre
ferencia; como tambem, que directa, ou indirectamente não concorrão
para fraudar os Direitos de Sua Magestade no seu particular ministerio,
debaixo das penas estabelecidas no preambulo do Capitulo XIII.
3 O Capataz da Companhia da solla, que tambem fica sujeito a esta
Junta, deve ter muito particular cuidado, em que os trabalhadores da
sua Capatazia, separem nos Armazens a carga de cada hum dos Navios;
como tambem, que acabada a descarga da Frota, separem as marcas
de cada hum dos lotes; attendendo a que pelo primeiro trabalho se lhes
conferem dous réis por cada meio de solla, e quatro réis por cada couro;
e que pela separação das partidas, se lhes contribue com quatro réis por
cada meio, e seis réis por cada hum couro; ficando advertido, que de
toda a falta nesta materia ba de ser responsavel o mesmo Capataz, pro
cedendo-se contra elle na sobredita fórma.
4 Todos os referidos Capatazes devem procurar, que sempre esteja
# o número dos homens de trabalho da sua repartição, e que ha
vendo maior concurso de partes, se accrescente o número ordinario de
trabalhadores para competente expedição, sem que por isso se augmen
te o determinado salario; e havendo qualquer incidente, que necessite
de providencia a favor do Bem commum do commercio, o farão saber
nesta Junta para se representar como for conveniente.
5 O Capataz da Alfandega do Tabaco fica sujeito a todas as obriga
ções referidas, e áquelas que lhe forem applicaveis, e debaixo das mes
mas penas; porém quanto ao accrescentamento do número de trabalha
dores declarado no § 4. não se entenderá comprehendida a Companhia
da sobredita Alfandega, por estar determinado assim em Resolução de
Sua Magestade, e não ser possivel, que annualmente haja homens promp
tos para este ministerio, de muito menor rendimento, se nas occasiões
de maior concurso lhes forem diminuidos os lucros. - • -
porque a sua execução não tem sido exacta, e o será sendo encarregada
á mesma Junta, pelo interesse, que nella tem os Commerciantes daquel
les generos. He Sua Magestade Servido, que esta Junta se encarregue de
fazer hum continuado, e particular exame sobre esta materia, passando
ao seu Juiz Conservador os Autos das denúncias, que se lhe derem, e das
culpas, que dellas, e dos seus particulares exames resultarem, para pro
ceder a respeito deste contrabando na sobredita fórma.
9 Porque a malicia dos Lavradores dos Tabacos tem introduzido hum
modo de fraudar o commercio, fazendo levantar os rolos do dito genero
em páos de tanta grossura, e pezo, que chegão alguns a dezoito libras,
e ainda sem este abuso não póde ser proporcionada a tara de seis libras,
que se abatem aos compradores do Tabaco em cada hum rolo, porque o
couro, palhas, enviras, e páo, necessariamente devem pezar mais de
dezoito libras na grandeza, que hoje tem os rolos, e não he justo, que
se conserve a regulação dos ditos seis arrateis, em outro tempo propor
cionada para rolos de menor pezo, quando hoje se conhece o notorio gra
vame dos Negociantes Portuguezes, a quem nas Praças na Europa se faz
desconto do verdadeiro pezo da tara: He sua Magestade Servido, que
da entrada da Frota da Bahia, que chegar a este Porto no anno futuro
de mil setecentos cincoenta e oito em diante nenhum rolo de Tabaco
tenha maior pezo de tara, incluidos nesta denominação o couro, páo, en
viras, cruzetas, e palhas, que o de vinte libras, com pena de que achando
se mais, será o preço do rolo perdido a favor de quem o tiver comprado.
10 Para se fazer este desconto ajuntará o comprador certidão do Es
erivão da Provedoria da Alfandega do dito genero, porque conste do pe
zo do rolo, e aos vendedores ficará a mesma liberdade de fazer desconto
ás pessoas, a quem fizerão as compras, até parar nos Lavradores, que
serão obrigados por estas importancias, perante a inspecção respectiva,
a qual procederá executivamente, e sem Appellação, nem Aggravo pe
las referidas certidões, indo qualificadas com cartas do Juiz Conservador
da referida Junta.
11 E porque na execução da sobredita ordem, e determinação de Sua
Magestade interessa muito o Bem commum do commercio, e alguns dos
compradores poderão duvidar de fazer a referido desconto por particula
res motivos: He o mesmo Senhor Servido, que esta Junta faça averiguar
pelos mesmos Mestres da Alfandega do Tabaco, e mais pessoas, que bem
lhes parecer, se assim se cumpre a sua Real determinação, e constando,
que deixão passar as referidas taras sem darem conta na Junta, incor
rerão no perdimento dos seus Officios, e na de comporem em tresdobro
aos ditos compradores toda a deminuição, que acharem pelo excesso das
sobreditas taras; porém dando a dita conta, com certidão do Escrivão
da Provedoria, será remmettida á respectiva Casa da Inspecção com de
claração da marca para nella se proceder contra o Lavrador, que houver
feito a fraude.
12 Tambem nas taras das caixas de assucar, se encontrão alguns ex
cessos, que devem ser emendados com a possivel providencia, para que
no commercio se experimente aquella boa fé, que sempre deve andar
diante dos olhos a todos os Negociantes: Pelo que Sua Magestade he
Servido, que as taras de todas as caixas sejão primeiro pezadas nos en
genhos, e se lhe ponha a nota do seu pezo na cabeceira, ou testilho,
em que se assinalar o engenho, e marcas, pela qual se possa certificar
o comprador no número de arrobas, e libras, que peza qualquer das ta
ras, e achando-se o contrario, he o mesmo Senhor Servido, que o pre
1756 475
blico, que não interessa em que haja sómente muitos, mas sim em que
> haja muitos, e bons Negociantes: He Sua Magestade Servido, que da
confirmação destes Estatutos em diante, nenhuma pessoa possa abrir lo
ja, assim de Mercador, da Rua Nova, da dos Escudeiros, e das cha
madas da Fancaria, Capella, e geralmente todas, sem que seja exami
nada na presença desta Junta, precedendo as circumnstancias, que ao
mesmo Senhor forão propostas para regulamento desta parte do Commer
cio em particular Estatuto.
21 E porque a confuzão dos tempos proximos passados, ainda con
fundio mais a ordem, e se introduzirão neste commercio pessoas total
mente estranhas do seu conhecimento, das quaes se não póde esperar,
que possão subsistir: a escolha, e exame da mesma Junta deve tambem
comprehender as lojas, que já estiverem abertas, reduzindo tudo a
huma tal ordem, e equilibrio, que nem se prejudique o bem público,
nem os particulares se queixem.
C A P I T U L o XVIII.
Dos Privilegios, e graças, que Sua Magestade he Servido conceder o es
ta Junta, e ás pessoas de que ella se compõe.
Por quanto Sua Magestade foi Servido, crear, e erigir esta Jun
ta debaixo da sua Régia, e immediata protecção, concedida ao corpo
da mesma Junta, com immediato recurso á sua Real Pessoa, na confor
midade do Real Decreto de trinta de Setembro de mil setecentos cin
coenta e cinco, e dos presentes Estatutos: He o mesmo Senhor Servido,
que sendo necessario a algum dos Tribunaes de Sua Magestade saber al
guma cousa concernente ao Real Serviço, faça escrever pelo seu Secre
tario ao desta Junta: Que sendo por elle informada, lhe ordenará o que
deve responder: E quando seja cousa a que a Junta entenda, que lhe
não convém deferir, o Tribunal, que houver feito a pergunta poderá con
sultar a Sua Magestade para que ouvindo a Junta, resolva o que for Ser
vido.
1 Tambem Sua Magestade he Servido, que esta Junta a quem con
cede. que possa denominar-se: Junta do Commercio destes Reinos, e seus
Dominios, possa usar de sello em todos os seus papeis, e cartas, o qual
consistirá na Imagem de ElRei nosso Senhor com esta letra por baixo.
C A P I T U L O XIX.
Do Cofre da Junta.
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de confirmação virem, que
havendo visto, e considerado com pessoas do Meu Conselho, e outros
Ministros doutos, experimentados, e zelosos do serviço de Deos, e Meu,
e do Bem commum dos Meus Vassallos, que Me pareceo consultar, os
Estatutos da Junta do Commercio, conteúdos nas vinte e seis meias fo
480 1736
—…=>$@$$$i$$$$$$$$<=–
ANNO DE 1757.
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que Eu fui Ser
vido confirmar por outro Meu Alvará de sete de Junho do anno de mil
setecentos e cincoenta e cinco o estabelecimento da Companhia Geral
do Grão Pará, e Maranhão com as Condições, e Privilegios incorporados
nos cincoenta e sete Capitulos da sua Instituição; declarando no Capi
tulo trinta e nove, que não prejudicaria á Nobreza herdada de qualquer
pessoa interessar-se na dita Companhia; pois que tendo por objecto fa
zer florecer nos Meus Reinos, e Senhorios o commercio, de que depen
de tanto a utilidade de cada hum em particular, como a do Bem públi
co do Estado, he não só indiferente, mas decoroso a todas as pessoas,
ainda ás de maior grandeza, e qualidade, interessarem-se nella; animan
do assim huma tão grande obra, que sendo do serviço de Deos, e Meu,
toda céde em beneficio da Patria.
E porque seria cousa irracionavel, que não podessem contribuir
para este commum beneficio os Ministros do Meu Conselho, e os que
Me servem nos Tribunaes, e Relações, ou nos Governos Militares, ou
Civis dos Meus Reinos, Provincias, e Conquistas, ou em qualquer lu
gar de Justiça, ou Fazenda, ou Posto Militar, preoccupados de algumas
disposições de Direito Commum, ou do Reino mal entendidas, em quan
to prohibem o commercio a pessoas desta qualidade: Hei por bem decla
rar que he permittido a todus, e a cada hum dos que tem qualquer em
prêgo no Meu Real Serviço, por mais alto, e de maior preeminencia que
seja, negociar por meio da dita Companhia, e de quaesquer outras por
Mim confirmadas, entrando nellas com huma, e mais Acções como qual
quer outro dos Meus Vassallos, sem que lhes obstem as Disposições de
Direito Commum, ou Régio, nem ainda a Lei de vinte e nove de Agos
to de mil setecentos e vinte, e o Alvará de vinte e sete de Março de
mil setecentos e vinte e hum, em que sómente se prohibio a semelhan
Ppp
482 1757
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que havendo-Me supplicado os Oficiaes da Camara, e os da Meza da
Hnspecção do Rio de Janeiro em diferentes contas, e ultimamente na
que Me dirigirão em oito de Agosto do anno proximo passado de mil se
tecentos cincoenta e seis, que houvesse por bem permutar-lhes o contra
to do Tabaco da dita Cidade pelo equivalente de oitocentos réis em ca
da hum escravo, que entrasse naquelle porto, dez tostões em cada hu
ma pipa de geribita, que se lavrasse naquella Capitanía, e a ella viesse
de fóra, e tres mil réis em cada pipa de azeite de peixe, que se consu
misse na mesma Capitanía: e sendo sempre propensa a Minha Paternal,
e Régia clemencia a moderar aos Meus fiéis Vassallos os gravames em
tudo o que as circumstancias do tempo podem permittir: Sou Servido
abolir o dito contrato do Tabaco do Rio de Janeiro como se nunca hou
vesse existido, subrogando em lugar delle os referidos impostos de oito
centos réis em cada escravo que entrar naquelle porto, dez tostões em
cada pipa de geribita da terra e de fóra, e de tres mil réis em cada pi
pa de azeite de peixe, que se consumir na mesma Capitanía, sendo os
referidos impostos arrecadados pelos Oficiaes da Meza da Inspecção; os
quaes farão cobrar em grosso por cabeças, e pipas, a mesma imposição
dos vendedores na entrada, e nunca dos compradores por sahida, não
só por ser assim mais facil a cobrança; mas muito mais ainda, porque
desta sorte será menos onerosa aos póvos, que devem contribuir para el
la se efeituar. * |- - - -
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que o Conselho da
Minha Real Fazenda Me representou em Consultas de doze de Abril de
mil setecentos e cincoenta e dous; doze de Janeiro, e vinte e sete de
Abril de mil setecentos e cincoenta e quatro , a urgente necessidade,
que havia de que Eu désse providencia a respeito dos Thesoureiros pú
blicos, que não tem recebimento da Minha Real Fazenda, mas tão só
mente das partes; pelo prejuizo, que estas havião experimentado em to
do o tempo, e muito proximamente com as frequentes quebras de seme
lhantes Thesoureiros em grave damno do Bem Commum: Quaes erão
os Depositarios do Juizo de India, e Mina, da Ouvidoria da Alfandega,
da Sacca da Moeda, da Conservatoria da mesma Moeda, das Capellas
da Coroa, dos Direitos Reaes das sete Casas, das Capellas particulares,
dos Residuos, da Aposentadoria Mór: E tendo consideração ao muito,
que convém ao Meu Real serviço, e ao interesse commum dos Meus fiéis
Vassallos, consolidar nos Meus Reinos a fé pública, e evitar-lhes tão re
petidas, e intoleraveis perdas: Sou Servido abolir todas as sobreditas
Thesourarias com as dos Juizes dos Orfãos desta Corte, e seu Termo co
mo se nunca houvessem existido: Ordenando, que tudo o que por ellas
se recebeo, e pagou até agora, seja daqui em diante recebido, e pago
pelo Deposito público, que Eu houve por bem estabelecer pelo Meu Al
vará de vinte e hum de Maio de mil setecentos cincoenta e hum : Fa
zendo-se no mesmo Deposito separadas receitas, e despezas de cada hu
ma das referidas Thesourarias, que ficão cessando na sobredita fórma,
em virtude deste Alvará, que se cumprirá, como nelle se contém.
Pelo que: Mando ao Presidente da Meza do Desembargo do Paço,
Védores da Minha Real Fazenda, Presidentes do Conselho Ultramarino,
e da Meza da Consciencia, e Ordens, Regedor da Casa da Supplicação,
Presidente do Senado da Camara, Desembargadores, Ministros, Ofi
ciaes, e mais Pessoas, a quem o conhecimento delle pertencer, o cum
prão, e guardem, e fação inteiramente cumprir, e guardar, sem falta,
nem dúvida alguma: E valerá como Carta passada pela Chancellaria,
ainda que por ella não passe, e o seu efeito haja de durar mais de hum
anno, não obstantes as Ordenações, que dispõem o contrario, e sem em
bargo de quaesquer outras Leis, ou Disposições, que se opponhão ao
conteúdo neste; as quaes Hei tambem por derogadas para este efeito só
mente, ficando aliás sempre em seu vigor: Registando-se em todos os
lugares, onde se costumão registar semelhantes Leis: E mandando-se o
". .
# #*<>"+ + *
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo-Me presentes as excessivas usuras, que algumas pessoas cos
tumão levar do dinheiro, que emprestão a juro, e a risco para fóra do
Reino, com os afectados pretextos de lucro cessante, damno emergem
1757 487
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Impr, avulso.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que sendo-Me
presente em Consulta da Junta do Commercio dos Meus Reinos, e Do
minios, que no Capitulo dezanove dos Estatutos, que fui Servido esta
belecer para o seu governo, se havia omitido a clara expressão de al
gumas das contribuições, que para as despezas da mesma Junta se de
vem pagar, não obstante, que se houvessem ennunciado nos paragrafos
quatro e cinco do Capitulo dez dos sobreditos Estatutos; e isto ao mes
mo tempo em que era notorio, que pelos interessados nos Navios, que
vem dos pórtos do Brazil, e de fóra delles, se fazião a titulo das gratifi
cações, que fui Servido prohibir, despezas muito maiores, do que asso
breditas contribuições omittidas: Accrescendo a tudo não só serem as
que se achão declaradas, muito diminutas para as despezas da referida
Junta, que antes se tinhão considerado; mas tambem as que ultimamen
te lhe augmentou a nomeação dos dous Deputados representativos da Pra
ça do Porto: Hei por bem declarar, que as carregações, que vierem do
Brazil, ou de qualquer outro porto da America, ou da Europa, por Meus
Dominios, ou fóra delles, além das contribuições, que se achão expres
sas no dito Capitulo dezanove, devem. Pºs"? mais ao Cofre da referi
qq
49() • • 1757
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem: Que, sendo-Me
presente a boa administração com que o Provedor, e Deputados da Jun
ta da Companhia Geral do Grão Pará, e Maranhão, tem adiantado o es
tabelecimento da mesma Companhia em serviço de Deos, e Meu, e em
eommum beneficio dos Meus fiéis Vassallos: Attendendo ao louvor , e
Prémio, que merecem os que com fidelidade, e zelo se empregão em tão
uteis, e necessarias obras: E por folgar por estes, e outros motivos, de
lhes fazer mercê. Hei por bem ampliar os Privilegios, que na Instituição
da mesma Companhia fui Servido conceder-lhes, extendendo-os na ma
neira seguinte:
. Item: Porque no Paragrafo sete da referida Instituição se acha
reduzido o Privilegio de Juiz privativo ao Provedor, Deputados, Conse
lheiros, Secretario, Provedor dos Armazens, Escrivães , e Caixeiros,
em quanto exercitassem: Estabeleço, que da publicação deste em dian
te gozem do mesmo Privilegio não só as referidas pessoas, ainda depois
de haverem acabado os seus respectivos ministerios, e empregos; mas
tambem igualmente, e sem diferença alguma, todos os Accionistas, que
se interessarem na mesma Companhia com dez Acções, e dahi para ci
ma; preferindo este Privilegio a todo, e qualquer outro, ainda que se
ja mais antigo, e incorporado em Direito, como o dos Moedeiros; e ex
ceptuando se sómente aquelles, que forem fundados em Tratados públi
I757 49 |
deste, que Hei por bem valha como Carta passada pela Chancellaria sem
por ella passar, sem embargo das Ordenações do livro segundo, titulo
trinta e nove, e quarenta em contrario, e posto que o seu efeito haja
de durar mais de hum anno. Dado em Salvaterra de Magos a 10 de Fe
vereiro de 1757. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
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E U ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que considerando
o muito, que convem ao Meu Real serviço, e ao Bem commum dos
Meus Reinos, que a Nobreza delles tenha escólas proprias, para se ins
truir na Arte, e disciplina Militar, em que a especulação se faz inutil
sem huma quotidiana, e dilatada prática do que he pertencente ás obri
ções de cada hum dos que se empregão em hum tão nobre exercicio,
desde a primeira praça de Soldado gradualmente até os maiores, e ulti
mos póstos do Exercito, a que todos os que nelle entrão devem desde a
primeira hora aspirar pelos seus serviços, e merecimentos, com aquella
virtuosa emulação, que não poderia bem aproveitar para o accrescenta
mento, aos que a tivessem, se ignorassem as obrigações dos póstos de
que devem subir, para delles emendarem aos seus Subalternos nos erros
em que cahirem: Sou Servido ordenar o seguinte:
Em cada Companhia de Infantaria, Cavallaria, Dragões, e Arti
lheria poderão assentar praça tres Fidalgos, ou pessoas de nobreza co
nhecida, assim da Corte, como das Provincias, com a denominação de
Cadetes: Fazendo petição aos respectivos Directores, na qual lhes re
presentem, que pertendem servir de Cadetes no Regimento, que decla
rarem: E que os admitta a fazer as suas provas de Nobreza.
Logo, que o dito Director receber a referida petição do Coronel
do Regimento, onde o Supplicante aspira a servir, a despachará, orde
mando, que o mesmo Supplicante justifique a Nobreza, que allegar, pe
rante o Auditor geral da respectiva Provincia. O qual assignando-lhe
dous mezes para justificar por testemunhas, e documentos; e prorogan…
do quando fornecessario outros dous mezes com denegação de mais tem
po; examinará as referidas provas, e remetterá os Autos com o extracto
dellas, e com o seu parecer sobre a qualidade das testemunhas, e docu
mentos, ao Director, que houver despachado a petição para deferir ao
pertendente em Conselho com o Coronel, Tenente Coronel, Sargento
Mór, e Capitão mais antigo do dito Regimento; tendo o mesmo Dire
ctor voto de qualidade nos casos de empate.
Tendo os mesmos pertendentes o foro de Moço Fidalgo da Mi
nha Casa, e dahi para cima; ou sendo filhos de Officiaes Militares, que
tenhão, ou tivessem, pelo menos, a Patente de Sargento Mór pago; ou
sendo filhos de Mestres de Campo dos Terços Auxiliares, e das Orde
nanças; e justificando-o assim, serão recebidos por Cadetes, sem a ne
cessidade de outra alguma prova de ascendencia. Porém faltando-lhe as
ditas qualidades, serão obrigados a provar, que por seus Pais, e todos
seus quatro Avós tem Nobreza notoria, sem fama em contrario; e não o
mostrando assim claramente não serão recebidos. •
Rrr
498 1757
Por quanto nas ordens, que mandei expedir aos Directores da Infan
taria, e Cavallaria para exercitarem a sua jurisdicção se não achão ex
pressos os limites da que por elles deve exercitar-se: E porque da incer
teza della podem resultar dúvidas prejudiciaes ao Meu Real Serviço, e
á boa disciplina das Tropas: Sou Servido por ora, e em quanto se não
formar Regimento especial para estes importantes empregos, se observe
a respeito delles o seguinte. Não sendo os Directores, de que hoje se
trata, os Directorios subalternos, de que havião fallado as Ordenações
do anno de mil setecentos e oito, sujeitos aos Generaes das Provincias,
e por isso equiparados aos oficios da fazenda della; mas sim os outros
Directorios de ordem superior, que forão creados por ElRei Meu Senhor,
e Pai, que santa gloria haja, no seu Real Decreto de vinte e nove de
Março de mil setecentos trinta e cinco, para nelles terem exercicio o
Marquez de Tancos, Mestre de Campo General mais antigo, e Gover
nador das Armas do Exercito, e Provincia do Além-Téjo, e o Marquez
de Alorna, tambem Mestre de Campo General, e General de toda a
Cavallaria do mesmo Exercito; Declaro que os sobreditos Directores ac
tuaes forão desde a sua creação, e devem ser immediatos á Minha Real
Pessoa, e independentes de todos os outros Generaes das Provincias, e
ainda dos Governadores das Armas do Exercito onde se acharem, e pe
lo que pertence ás suas respectivas Inspecções, que sempre se reduzi
rão, e devem reduzir á disciplina, e economia das Tropas; sendo estas
por elles chamadas para os exercicios, e evoluções de que depende a dis
ciplina dos córpos militares, serão os Commandantes delles obrigados a
executar as ordens que a este respeito receberem dos referidos Directo
res, sem dúvida alguma; o mesmo praticarão quando por elles forem cha
mados para as revistas do estado dos Oficiaes, e Soldados, das Companhias,
dos uniformes, e dos armamentos dos sobreditos córpos: Executando in
violavelmente o que a estes respectivos for ordenado, e provído pelos re
feridos Directores: Observarão porém sempre em todos aquelles casos os
mesmos Commandantes a devída urbanidade que tambem praticarão des
de a creação dos actuaes Directores, e devem praticar daqui em diante:
qual he a de darem parte em cada vez que forem chamados com aquel
les motivos aos seus respectivos Generaes; não só para assim se conser
varem na observancia que lhe devem ; mas tambem para que no caso em
que hajão destinado a diferentes acções alguns Oficiaes, ou Soldados
dos Regimentos, que forem mandados pelos mesmos Directores, possão
em lugar delles nomear outros dos diversos Regimentos, que lhes ficarem
livres: A mesma attenção devem praticar os ditos Commandantes dos
Regimentos com os seus Generaes, quando voltarem dos exercicios, e
evoluções que fizerem, e das revistas que se lhe passarem, dando-lhes
parte do que nellas se houver estabelecido a estes respeitos; assim para
que os ditos Commandantes, retefiquem tambem por mais estes actos a
obediencia aos seus respectivos Generaes; como tambem para que estes
se achem sempre informados do verdadeiro estado das Tropas que devem
mandar. O Conselho de Guerra o tenha assim entendido, e faça execu
tar por ora, e até nova ordem Minha, em que dê sobre esta materia a
mais ampla providencia, sem embargo de quaesquer Regimentos, Reso
1757 • 499
Impresso avulso.
+--+"<>º% #
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que sendo-Me
presente em Consulta da Junta do Commercio destes Reinos, e seus Do
minios, que no Capitulo setenta e dous, Paragrafo penultimo do Foral
da Alfandega, se manda, que os legumes, que vem para esta Corte de
qualquer dos Pórtos do Reino, paguem dez por cento na Meza da Por
tagem; e que pelo Regimento da Meza da Fruta se mandão pagar outros
dez por cento dos mesmos generos; quando os legumes, que entrão pela
Fós, e vem dos Reinos Estrangeiros, são isentos de todo o direito pelo
mesmo Capitulo setenta e dous, Paragrafo final do dito Foral: E queren
do favorecer os Meus Vassallos, animar os Lavradores, e adiantar a cul
tura das terras em beneficio do Bem commum, emendando esta desigual
dade: Sou Servido isentar de todos os direitos, e pensões, os legumes,
que de qualquer dos Pórtos do Reino vierem para esta Cidade, ou seja
dos que se transportão para ella do Riba-Téjo, como dos que entrão pe
Fós; conservando sómente a respeito destes ultimos o exame na Alfan
dega: E Hei por bem, que daqui em diante assim se execute, da mes
ma sorte, que se acha estabelecido pelo Alvará de doze de Junho de mil
setecentos e cincoenta a favor dos trigos, e legumes do Reino do Algar
ve, e das Ilhas, que pela disposição do dito Paragrafo penultimo do Ca
pitulo setenta e dous do Foral da Alfandega erão obrigados a pagar di
reitos. . . •
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J uiz,
Vereadores, e Procurador da Camara da Cidade do Porto: EU
ELREI Vos envio muito saudar. Pela vossa Carta de 28 de Março pro
ximo passado vi, que havieis dado, e tomado posse dos empregos, em
que vos nomeei, fazendo na Minha Real Presença as expressões de zelo,
e de fidelidade, que são proprias dos representativos de huma Cidade, que
tanto se distingue entre as dos Meus Reinos. Os mesmos sentimentos
espero, que vos hão de inspirar sempre toda aquella cooperação, que em
vós estiver, para se expiar hum corpo tão nobre, como o da mesma Ci
dade, da infamia, com que a maculou a sedição, que a excheo de horror
no dia vinte e tres de Fevereiro deste presente anno. E porque hum dos
meios, que julguei indispensaveis para os justos fins de separar os Meus
bons, e fiéis Vassallos, dos que pela sua rebeldia, e preversidade, se
fizerão indignos de tão honorifico nome; e de dar aos primeiros a satisfa
ção, que se lhes deve, pelo escandalo, que lhes causárão os segundos,
consistio no aquartelamento das Tropas, que mandei marchar para a mes
ma Cidade, e que nella tendes aboletado pelas casas dos moradores: Sou
Servido declarar-vos, que o maior pezo dos referidos boletos deve carre
gar, sobre os Bairros, donde sahirão as primeiras vozes do referido Tu
multo; de tal sorte que, por exemplo se a cada hum dos moradores dos
outros Bairros se distribuirem dous Soldados se distribuirão quatro aos da
quelles districtos, donde sahírão os A motinadores. E tereis entendido,
que as referidas Tropas devem ser provídas pelos Patrões das casas, on
de tiverem os boletos, de tudo o necessario para seu diario alimento; e
que o pagamento dos Soldados, e Munições de Guerra, de que necessi
tarem, deve ser feito por contribuição da Cidade, na qual serão tambem
sempre mais gravados os sobreditos Bairros, onde teve seus principios o
Tumulto. Não podendo a necessaria satisfação da Minha indefectivel Jus
tiça dispensar a Minha Real Benignidade desta demonstração, e das
mais abaixo declaradas, ainda sendo extensivas as mesmas pessoas, que
não sahirão de suas casas, nem tiverão parte no Motim; porque no caso
de huma Rebelião tão injuriosa ao nome Portuguez, e tão desusada nes
1757 501
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que sendo-Me
presente em Consulta da Junta do Commercio destes Reinos, e seus Do
minios, a necessidade que ha de se estabelecer preço aos fretes, que se de
vem levar pelos couros, atanados, e solla, que vem para este Reino,
dos Estados do Brazil, nas Frotas da Bahia, Rio de Janeiro, e Pernam
buco, para o fim de se evitarem as grandes dúvidas, e desordens, que
tem havido, entre os Carregadores destes generos, e os Mestres dos Na
vios, visto, que no Regimento de dezaseis de Janeiro de mil setecentos
cincoenta e hum, que Fui Servido estabelecer para os fretes das mer
cadorias do Brazil para este Reino, não forão incluidos os sobreditos ge
neros, sendo nelle, e no Alvará de vinte de Novembro proximo passa
do, o Meu Real objecto a igualdade que deve haver nos fretes, sem dif
ferença de pórtos. Hei por bem, que dos pórtos da Bahia, Rio de Ja
neiro, e Pernambuco, para qualquer dos pórtos do Reino, se não possa
levar de frete por cada couro em cabello, mais de trezentos réis; por ca
da hum de atanado quatrocentos réis, e por cada meio de solla duzen
tos réis: E para que tenhão seu devido efeito os referidos preços: Hei
por bem estabelecellos debaixo das penas determinadas no Alvará de
vinte e nove de Novembro de mil setecentos cincoenta e tres, que Fui
Servido estabelecer contra os transgressores de semelhantes Leis.
… Pelo que: Mando aos Védores da Minha Real Fazenda, Regedor
da Casa da Supplicação, Desembargadores, Juizes, Justiças, e mais
Oficiaes, a quem pertencer o conhecimento deste Alvará, o cumprão,
e guardem, e o fação cumprir, e guardar tão inteiramente como nelle
502 1757
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Poa quanto pelos paragrafos 1.°, 4.° e 6.° do Capitulo 17 dos Estatu
=
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EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará com fórça de Lei
virem, que, sendo-Me presente em Consulta da Junta do Commercio
destes Reinos, e seus Dominios, que algumas vezes succede fazerem-se peº
horas em Navios Portuguezes, que tem recebido toda, ou a maior parte
da sua carga, impedindo por estes procedimentos as viagens com intolera
vel damno dos Carregadores, a quem, sendo os Navios da conserva de
alguma das Frotas, se difficulta o tronsporte para outro, pela brevidade
do tempo, que deve mediar até á partida do Comboi; ou se faz impossi
vel a passagem, por estarem todos os mais carregados; e sendo viagens
livres, se lhes causa, ao menos, o prejuizo das baldeações, e demoras,
de que se segue a grande, ou total ruina dos generos: E querendo favo
recer o Commercio dos Meus Dominios, e animar a Navegação em com
mum beneficio dos Mens Vassallos: Sou Servido, que conservada aos A
crédores a liberdade de requerer, e fazer penhorar os Navios, se suspen
da todo o efeito da execução, embargo, ou outro qualquer impedimento,
huma vez que os Navios estiverem dentro do mez proximo ao dia do E
dital, ou partida da respectiva Frota; ou, quando forem sobre Navios
soltos, logo que tiverem a bordo vinte toneladas de qualquer, genero ou
fazenda; e que, ficando salva aos A crédores toda a preferencia, e direi
to adquirido pelos actos judiciaes, cuja execução se suspende, possão os
Proprietarios dos mesmos Navios, ou os seus Procuradores, fazellos na
vegar de ida para os pórtos dos Meus Dominios, e de volta para os pór
tos do Reino quando, os referidos Acrédores forem nelle assistentes, ou
dos pórtos dos Meus Dominios para este Reino, sómente quando os A cré
dores tiverem seu domicilio nas Conquistas, e de ida, e volta para qual
quer porto dos Reinos Estrangeiros, e delles para os da Minha Coroa, pro
cedendo-se então, em todos os referidos casos, a efectiva execução, como
se fora concluido antes das sobreditas viagens: Para o que sou outro sim
Servido annullar todos, e quaesquer outros actos Judiciaes, que possão
servir de embaraço á execução, sendo feitos no tempo da suspensão refe
rida: E para que o Navio se haja de navegar ao porto, em que foi pe
nhorado, no primeiro caso, ou a algum dos pórtos do Reino, no segun
do, e terceiro caso, e os Acrédores tenhão certeza, nesta parte, do ef>
feito das suas execuções, devem assignar termo, assim os Capitães, co
mo os Mestres, e Pilotos dos mesmos Navies, de- não lhes desviarem as
/*
504 - 1757
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# }w_>}} §
1 Sendº Sua
Magestade Servido pelo Alvará com força de Lei de
7 de Junho de 1755 abolir a administração Temporal, que os Regulares
exer citavão nos Indios das Aldêas deste Estado; mandando-os governar
pelos seus respectivos Principaes, como estes pela lastimosa rusticidade,
e ignorancia, com que até agora forão educados, não tenhão a necessa
ria aptidão, que se requer para o Governo, sem que haja quem os pos
sa dirigir, propondo-lhes não só os meios da civilidade, mas da conve
niencia, e persuadindo-lhes os proprios dictames da racionalidade , de
que vivião privados, para que o referido Alvará tenha a sua devída exe
cução, e se verifiquem as Reaes, e piissimas intenções do dito Senhor,
haverá em cada huma das sobreditas Povoações, em quanto os Indios não
tiverem capacidade para se governarem, hum Director, que nomeará o
Governador, e Capitão General do Estado, o qual deve ser dotado de
bons costumes, zelo, prudencia, verdade, sciencia da lingua, e de to
dos os mais requisitos necessarios para poder dirigir com acerto os refe
ridos Indios debaixo das ordens, e determinações seguintes, que invio
lavelmente
bem, e não semandar
observarão em quanto
o contrario. . Sua Magestade o houver assim por
* * •
Sua Magostade todos os meios para que elles vivão com honra, e esti
mação, mandando-lhes entregar a administração, e o governo Temporal
das suas respectivas Povoações; ao mesmo tempo, em que só devião cui
dar em se fazer benemeritos daquellas distinctas honras, se inhabilitem
para ellas, continuando no abominavel vicio das suas ebriedades.
14 Porém como a reforma dos costumes, ainda entre homens civili
sados, he a empreza mais ardua de conseguir-se, especialmente pelos
meios da violencia, e do rigor, e a mesma natureza nos ensina, que se
póde chegar gradualmente ao ponto da perfeição, vencendo pouco a pou
co os obstaculos, que a removem, e a difficultão: Advirto aos Directo
res, que para desterrar nos Indios as ebriedades, e os mais abusos pon
derados, usem dos meios da suavidade, e da brandura; para que não
succeda, que degenerando a reforma em desesperação, se retirem do
Gremio da Igreja, a que naturalmente os convidará de huma parte o
horror do castigo, e da outra a congenita inclinação aos barbaros costu
mes, que seus Pais lhe ensinárão com a instrucção, e com o exemplo.
15 Finalmente, sendo a profanidade do luxo, que consiste na exces
siva, e superflua preciosidade das galas, hum vicio dos capitáes, que
tem empobrecido, e arruinado os Póvos; he lastimoso o desprezo, e tão
escandalosa a miseria, com que os Indios costumão vestir, que se faz pre
ciso introduzir nelles aquellas imaginações, que os possão conduzir a hum
virtuoso, e moderado desejo de usarem de vestidos decorosos, e decem
tes; desterrando delles a desnudez, que sendo efeito não da virtude,
mas da rusticidade, tem reduzido a toda esta Corporação de gente á
mais lamentavel miseria. Pelo que Ordeno aos Directores, que persua
dão aos Indios os meios lícitos de adquirirem pelo seu trabalho com que
se possão vestir á proporção da qualidade de suas Pessoas, e das gradua
qões de seus póstos; não consentindo de modo algum, que andem nús,
especialmente as mulheres em quasi todas as Povoações, com escandalo
da razão, e horror da mesma honestidade.
16 Dirigindo-se todas as Reaes Leis, que até agora emanárão do
Throno, ao bom regimen dos Indios, ao bem espiritual, e temporal del
les: E querendo os nossos Augustos Monarcas, que os mesmos Índios
pelo meio do seu honesto trabalho, sendo uteis a si, concorrão para o só
lido estabelecimento do Estado, fazendo-se entre elles, e os Moradores
reciprocas as utilidades, e communicaveis os interesses, como já se de
clarou no §. IX, do Regimento das Missões, para o que Foi Servido o
mesmo Senhor mandar entregar aos Padres M## a administra
ção Economica, e Politica dos mesmos Indios; cujos importantes fins só
se podião conseguir pelos meios da Cultura, e do Commercio: De tal
sorte se executarão estas piissimas, e Reaes Determinações, que appli
cados os Indios unicamente ás conveniencias particulares, não se omit.
tio meio algum de os separar do Commercio, e da Agricultura. Para
conseguir pois estes dous virtuosos, e interessantes fins, observarão os
Directores as ordens seguintes.
17 Em primeiro lugar cuidarão muito os Directores em lhes persua
dir o quanto lhes será util o honrado exercicio de cultivarem as suas ter
ras; porque por este interessante trabalho não só terão os meios compe
tentes para sustentarem com abundancia as suas casas, e familias; mas
vendendo os generos, que adquirirem pelo meio da cultura, se augmen
tarão nelles os cabedaes á proporção das lavouras, e plantações, que fi
zerem. E para que estas persuasões cheguem a produzir o efeito, que
se deseja, lhes farão comprehender os Directores, que a sua negligeu
512 1757.
cia, e o seu descuido, tem sido a causa do abatimento, e pobreza, a que
se achão reduzidos; não omittindo finalmente diligencia alguma de intro
duzir nelles aquella honesta, e louvavel ambição; que desterrando das
Républicas o pernicioso vicio da ociosidade, as constitue populosas, res
peitadas, e opulentas. * * *
18 Consequentemente lhes persuadirão os Directores, que dignando
se Sua Magestade de os habilitar para todos os empregos honorificos,
tanto os não inhabilitará pações o trabalharem nas suas proprias terras;
que antes pelo contrario, o que render mais serviço ao publico neste fru
- ctuoso trabalho, terá preferencia a todos nas honras, nos privilegios, e
nos empregos, na fórma que Sua Magestade Ordena. •
mero: Ordeno aos Directores, que apenas chegar ao Porto das suas res
pectivas Povoações alguma Canôa, ou outra qualquer embarcação, a vão
logo examinar pessoalmente, levando na sua companhia o Principal, e
o Escrivão da Camara; e na falta destes a Pessoa, que julgarem de
maior capacidade; e achando na dita embarcação Agua-ardente; (que
não seja para o uso dos mesmos Indios que arremão na fórma abaixo de
clarada), prenderão logo o Cabo da dita Canôa, e o remetterão a esta
Praça á ordem do Governador do Estado; tomando por perdida a dita
Agua-ardente que se applicará para os gastos da mesma Povoação, de
que se fará termo de tomadia nos livros da Camara assignada pelos Di
rectores, e mais pessoas que a presenciarem.
42 Mas, porque póde succeder, que fazendo viagem alguma destas
Canôas para o Sertão, ou para outra qualquer parte que seja indispensa
velmente necessario conduzir algumas frasqueiras de Agua-ardente; ou
para remedio, ou para gastos dos Indios da sua esquipação; o que devem
depôr os mesmos Cabos, debaixo de juramento, que lhe diferirão os Di
rectores; para se acautelarem os irreparaveis damnos, que os ditos Cabos
podem causar nas Povoações, por meio deste prejudicialissimo commer
cio; em quanto elles se demorarem naquelles Pórtos mandarão os Direc
tores pôr em deposito as sobreditas frasqueiras em parte, onde possão ser
guardadas com fidelidade, as quaes lhe serão entregues apenas quizerem
continuar a sua viagem assignando termo de não contratarem, com o re
ferido genero, assim naquella, como em outra Povoação.
43 Ao mesmo tempo, que para favorecer a liberdade do commercio,
permitto, que os Indios possão vender nas suas, e em outras quaesquer
Povoações os generos, que adquirirem, e os fructos, que cultivarem,
exceptuando unicamente os que forem necessarios para a sustenção de
suas casas, e familias: o que só poderão fazer achando-se presentes os
seus Directores na fórma assima declarada. Ordeno aos mesmos Directores
debaixo das penas cominadas no §. 89., que nem por si, nem por inter
posta pessoa possão pessoalmente comprar aos Indios os referidos generos,
nem estipular com elles directa, ou indirectamente negocio, ou contra
to algum por mais racionavel, e justo, que pareça. •
huma parte á maior reputação, que hão de ter nella; e por outra ao li
mitado dispendio, que se fará nos transportes por ser este Paiz cercado
por toda a parte de Rios, pelos quaes se pódem transportar os generos
com muita facilidade, e pouca despeza; recommendo aos Directores, que
persuadão os Indios pelos meios da suavidade, quaes são neste caso , o
propor-lhes a sua maior conveniencia, que conduzão para a Cidade to
dos os generos, e fructos, que aliás poderião vender nas suas Povoações;
observando os Directores nesta materia aquella mesma fórma, que se de
termina nos paragrafos subsequentes a respeito do commercio do Sertão.
46 - Não podendo duvidar-se, que entre os ramos do negocio de que
se constitue o commercio deste Estado; nenhum he mais importante,
nem mais util, que o do Sertão; o qual não só consiste na extracção das
proprias Drogas, que nelle produz a natureza; mas nas feitorias de man
teigas de tartaruga, salgas de peixe, oleo de cupaiva, azeite de andiro
ba, e de outros muitos generos de que he abundante o Paiz; emprega
rão os Directores a mais exacta vigilancia, e incessante cuidado em in
troduzir, e augmentar o referido commercio nas suas respectivas Povoa
ções. E para que nesta interessantissima materia possão os Directores
conduzir-re por huma regra fixa, e invariavel, observarão a fórma, que
lhe vou a prescrever. • • • * #
si; isto se entende se acaso os houver; e que de sorte nenhuma sejão dos
que pertencem á distribuição do Povo; porque a este deve ficar sempre
salvo o seu prejuizo.
53 Tendo ensinado a experiencia, que os mesmos Cabos, a quem se
entregão o governo, e a direcção das Canôas, devendo sustentar a fé
pública deste Commercio, a tem não só diminuido, mas totalmente arrui
nado; porque attrahidos da utilidade propria, fazem com os mesmos In
dios negocios particulares; bastando só esta circunstancia para os cons
tituir dolosos, e iniquos, terão grande cuidado os Directores em que as
Camaras, e os Principaes só nomeiem para Cabos das referidas Canôas
aquellas pessoas, que forem de conhecida fidelidade; inteireza, honra,
e verdade; cuja nomeação se fará pelas mesmas Camaras, e Principaes,
mas sempre a contento daquelles Indios que forem interessados.
54. Feita deste modo a sobredita nomeação, serão logo chamados ás
Camaras os Cabos nomeados, para assignarem termo de aceitação; obri
gando-se por sua pessoa, e bens, não só a dar conta de toda a importan
cia que receberem pertencente aquella expedição ; mas lá satisfação de
qualquer prejuizo, que por sua culpa, negligencia, ou descuido houver
no dito negocio. E como sem embargo de todas estas cautelas poderão
faltar os ditos Cabos ás condições, a que se sujeitarem; ou porque es
quecidos da fidelidade, com que se deve tratar o Commercio comprárão
aos Indios particularmente os efeitos; ou porque os venderão aos mora
dores, antes de chegar ás suas Povoações; Ordeno aos Directores, que
logo na chegada das Canôas, tirem huma exacta informação nesta mate
ria; e achando que os Cabos commetterão culpa grave, além de serem
obrigados a satisfazerem o prejuizo em dôbro, que se distribuirá entre os
mesmos interessados, os remetterão prezos ao Governador do Estado, pa
ra mandar proceder contra elles á proporção de seus delictos. •
moradores devem fazer certa por algum documento; ficarão os Indios per
dendo as duas partes do seu pagamento, que logo se entregarão aos mes
mos Moradores. O que se praticará pelo contrario averiguando-se, que
os Moradores derão causa á dita deserção, porque neste caso não só per
derão toda a importancia do pagamento, mas o dobro delle. E para que
os moradores não possão allegar ignorancia alguma nesta materia, lhes
advirto finalmente, que falecendo algum Indio no mesmo trabalho, ou
impossibilitando-se para elle, por causa de molestia, serão obrigados a
entregar ao mesmo Indio, ou a seus herdeiros o justo estipendio, que ti
ver merecido. •
# + …>># #
# #<>** 1)
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem:
que tendo consideração á utilidade de que será para reedificação da Ci
dade de Lisboa multiplicarem-se as Fabricas de Cal, Tijolo, Telha, e
Madeira, de sorte que haja huma grande abundancia destes necessarios
materiaes aos justos, e accomodados preços, que a razão, e a experien
cia mostrão, que serião incompativeis com a raridade causada pelos em
bargos, e coacções, que se fizessem aos Fabricantes, e Carreteiros dos
mesmos materiaes; porque desanimarião com geral prejuizo a todos aquel
les, que se em gregassem no trabalho de tão uteis manufacturas, e no
transporte do producto dellas; utilisando ilicitamente os Particulares que
os atravessassem, e reduzindo os mesmos materiaes a poucas mãos, pa
ra assim fazerem os monopolios, que sómente poderão cessar pela liber
dade das Fabricas, facilidade dos transportes, e concorrencia dos que
nellas, e neles se empregarem: estabeleço; que da publicação deste em
diante se não possa mais embargar, apenar, ou por qualquer outro mo
do constranger pessoa alguma das que fabricarem, fizerem fabricar,
*--****#----+
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo-Me presente, que no Alvará de trinta de Outubro de mil se
tecentos e cincoenta e seis, porque Fui Servido facilitar os meios de se
interessarem os Meus fiéis Vassallos na Companhia Geral do Grão Pará,
e Maranhão, se não declara, que os Administradores dos Morgados pos
são entrar na mesma Companhia com os dinheiros pertencentes aos Vin
culos, que administrão: E tendo attenção ao beneficio , que receberão
os mesmos Vinculos em se interessarem em hum tão util estabelecimen
to: Hei por bem declarar, e ampliar o sobredito Alvará de trinta de Ou
tubro de mil setecentos e cincoenta e seis, para o efeito, de que os di
nheiros pertencentes a Vinculos, Morgados, ou Capellas, destinadas pa
ra se empregarem em bens, que hajão de ser vinculados, ou para se da
rem a interesse, em quanto se não fazem os referidos empregos, possão
os Administradores dos Morgados, e Capellas entrar com elles na mes
ma Companhia, por ser hum Banco público, em que não póde recear-se
fallencia, e se não poderem dar em outra alguma parte com igual segu
rança. Pelo que: Mando ao Presidente do Desembargo do Paço, Rege
dor da Casa da Supplicação, Védores da Minha Real Fazenda, Presi
dente da Meza da Consciencia, e Ordens, Desembargadores, Correge
dores, Juizes, e Justiças, e mais Pessoas de Meus Reinos, que assim
o cumprão, e guardem, e fação inteiramente cumprir, e guardar este,
como nelle se contém, sem embargo de quaesquer Leis, ou costumes em
contrario, que todas, e todos Hei por derogados, como se de cada hu
ma, e de cada hum delles fizesse expressa, e individual menção, para
este caso sómente, em que Sou Servido fazer cessar de Meu Motu pro
prio, certa sciencia, Poder Real pleno, e supremo, as sobreditas Leis,
e costumes, em attenção ao Bem público, que resulta desta providem
cia: Valendo este Alvará como Carta passada pela Chancellaria, ainda
que por ella não ha de passar; e que o seu efeito haja de durar mais de
hum anno, sem embargo das Ordenações em contrario: Registando-se
em todos os lugares, aonde se costumão registar semelhantes Leis: E
mandando-se o Original para a Torre do Tombo. Dado em Belém aos 16
dias do mez de Maio de 1757. = Com a Assignatura de ElRei, e a de
Ministro.
Regist. na Secretaria de Estado dos Negocios do Rei
no, no livro do Registo da Companhia Geral do Grão
Pará, e Maranhão a fol. 66 vers., e impr. avulso.
% #*<>"# …+
ao Conselho da sua Real Fazenda: E para que a todos conste dos Gene
ros, que finalizado o referido termo, devem ser absolutamente prohibidos,
e comprehendidos nas penas da Real Pragmatica de 6 de Maio de 1749
se faz público o seguinte:
M A P P A.
Impresso avulso.
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de declaração virem, que
por quanto no Capitulo vinte e dous do outro Alvará de treze de Novem
bro do anno proximo passado, ordenei, que no concurso dos Crédores aos
bens dos Mercadores fallidos entrem sem distincção os que o forem a sa
larios, e soldadas: E attendendo á indispensavel necessidade, que o
Commercio tem do trabalho dos Marinheiros, e mais homens do mar, e
á fadiga corporal, e risco devida, com que o prestão: Sou Servido decla
1757, • 535
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que sendo-Me
presente em Consulta da Junta do Commercio destes Reinos, e seus Do
minios, o quanto se lhe fazia preciso hum Meirinho, com seu Escrivão,
para executarem todas as Minhas Reaes Ordens que tenho encarregado
á mesma Junta, assim nos seus Estatutos, como nos Alvarás, e Decre
tos, que forão successivamente expedidos, e que ao mesmo tempo sejão
Officiaes da sua Conservatoria: Hei por bem conceder á mesma Junta o
poder nomear a serventia de Meirinho, e Escrivão da sua Vara, por tem
po de hum anno sómente prorogando-lhe a sua reformação, conforme o
seu procedimento, a cujos Oficiaes se estabelecerão os competentes or
denados, que devem sahir do cofre da Junta, attendendo-se a que pelas
referidas serventias hão de perceber os sobreditos Officiaes todos os emo
lumentos determinados pela Lei novissima que os tem regulado, para cu
jo efeito lhe permitto toda a necessaria jurisdicção.
Pelo que: Mando ao Presidente da Meza do Desembargo do Pa
ço, Védores da Minha Real Fazenda, Presidente do Conselho Ultrama
rino, e da Meza da Consciencia, e Ordens, Regedor da Casa da Sup
plicação, Presidente do Senado da Camara, Desembargadores, Minis
tros, Oficiaes, e mais Pessoas, a quem o conhecimento deste pertencer,
o cumprão, e guardem, e fação inteiramente cumprir, e guardar, sem
536 1757
falta, nem dúvida alguma: E valerá como Carta passada pela Chancel
laria, ainda que por ella não passe, e o seu efeito haja de durar mais
de hum anno, não obstantes as Ordenações, que dispoem o contrario,
e sem embargo de quaesquer outras Leis, ou Disposições, que se oppo
nhão ao conteúdo neste, as quaes Hei por derogadas, para este efeito
sómente; ficando aliás sempre em seu vigor: Registando-se este em to
dos os lugares, onde se costumão resistar semelhantes Leis: E mandan
do-se o original para a Torre do Tombo. Dado em Belém a 10 de Junho
de 1757. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que sendo-Me
presente em Consulta da Junta do Commercio destes Reinos, e seus Do
minios, as repetidas contas, que á mesma Junta remettem os Recebe
dores dos quatro por cento, em que se queixão dos embargos, que pa
ra a sua arrecadação lhes fazem os Juizes das Alfandeges das Provincias;
e querendo evitar as muitas dúvidas, com que incurialmente se oppõem
os sobreditos Juizes á cobrança dos ditos quatro por cento: Sou Servido
declarar, que nas materias pertencentes á referida contribuição, se de
vem entender inhibidos os mesmos Juizes para impedir a execução das
ordens respectivas; e que sómente possão dar conta na mesma Junta,
como privativa neste caso, para se lhes determinar, no devido modo, o
que for conforme ás Minhas Reaes Resoluções, ou Decretos: e que, fal
tando-se a esta pontual observancia, possa o Desembargador Juiz Con
servador proceder com toda a Jurisdicção coactiva contra os mesmos Jui
zes, ou quaesquer outras Pessoas, que motivarem os embaraços á refe
rida cobrança, e suas dependencias.
Pelo que: Mando ao Presidente da Meza do Desembargo do Pa
ço, Védores de Minha Fazenda, Regedor da Casa da Supplicação, De
sembargadores, Corregedores, Juizes, Justiças, e Officiaes dellas, a
quem o conhecimento deste pertencer, o cumprão; e guardem, e o fa
ção cumprir, e guardar tão inteiramente, como nelle se contém , sem
embargo de quaesquer Leis, ou costumes contrarios, que todas, e todos
Hei por derogados para este caso sómente, ficando aliás em seu vigor: E
não passará pela Chancellaria, posto que o seu efeito haja de durar mais
de hum anno, não obstanhe a Ordenação do liv. 2." titulo 39, e 40 em
contrario: Registando-se em todos os lugares, onde se costumão regis
tar semelhantes Leis: E mandando-se o original para a Torre do Tom
bo. Dado em Belém aos 10 dias do mez de Junho de 1757. = Com a
Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist, na Secretaria de Estado dos Negocios do Rei
no, no Livro da Junta do Commercio destes Reinos,
e seus Dominios a fol. 160., e impr, na Officina de
, ! Miguel Rodrigues.
1757 537 …
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que por outro Alvará de trinta de Outubro do anno proximo precedente
de mil setecentos e cincoenta e seis houve por bem ordenar, que na Ci
dade de Lisboa, e Provincia da Extremadura, se não pudesse dar di
nheiro a juro, nem ainda dos Cofres das Capellas, Residuos, e Orfãos,
que excedesse a quantia de trezentos mil réis, em quanto se não achas
se completo o fundo da Companhia Geral do Grão Pará, e Maranhão,
debaixo das penas nelle conteúdas. E porque tem cessado a causa final
do dito Alvará: Sou Servido abolir a sobredita prohibição, e declarar,
que de hoje em diante se possa dar livremente a juro de cinco por cento
todas as quantias, em que as Partes se ajustarem, como se fazia antes
da publicação do dito Alvará de trinta de Outubro do anno proximo pas
sado de mil setecentos e cincoenta e seis, que nesta parte ficará sem
força, nem vigor algum.
Pelo que: Mando ao Presidente do Desembargo do Paço; Rege
dor da Casa da Supplicação; Védores da Minha Real Fazenda; Presi
dente da Meza da Consciencia, e Ordens; Desembargadores, Correge
dores, Juizes, e Justiças, e mais pessoas de Meus Reinos, que assim
o cumpräo, e guardem, como neste Alvará se contém, sem embargo da
dita prohibição em contrario: Valendo este como Carta passada pela
Chancellaria, ainda que por ella não ha de passar, e que o seu efeito
haja de durar mais de hum anno, não obstante a Ordenação do livro
segundo, titulo trinta e nove, e quarenta; registando-se em todos os lu
gares, onde se costumão registar semelhantes Leis, e mandando-se o
Original para a Torre do Tombo. Dado em Belém aos 6 dias do mez de
Agosto de 1757. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist, na Secretaria de Estado dos Negocios do Reino
no livro 1.° da Junta da Companhia Geral do Grão
Pará, e Maranhão, e impr. na Officina de Miguel
Rodrigues.
# #udºk=#
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que, havendo visto, e considerado com pessoas do Meu Conselho, e ou
tros Ministros doutos, experimentados, e zelosos do serviço de Deos, e
Meu, que Me pareceo consultar, os dezesete Artigos dos Estatutos da
Real Fábrica das Sedas, estabelecida no Suburbio do Rato, conteúdo
nas oito meias folhas de papel atraz escritas, rubricadas por Sebastião
José de Carvalho e Mello, do Meu Conselho, e Secretario de Estado dos
Negocios do Reino, os quaes de Meu Real conhecimento fez, e ordenou
a Junta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios: E porque, sen
do examinados com maduro conselho, e prudente deliberação, se achou
serem de grande utilidade para o Bem público dos Meus Vassallos: Hei
por bem, e Me praz de confirmar os ditos Estatutos, e cada hum dos
dezesete Artigos em particular, como se de verbo ad verbum fossem
aqui insertos, e declarados; e por este Meu Alvará os confirmo de Meu
Motu proprio, Sciencia certa, Poder Real, pleno, e Supremo, para que
se cumpräo, e guardem tão inteiramente como nelles se contém. E que
ro, e Mando que esta confirmação em tudo, e por tudo, seja observada
inviolavelmente, e nunca possa revogar-se; mas sempre, como firme,
valiosa, e perpétua, esteja sempre em sua força, e vigor, sem diminui
ção, nem dúvida alguma, que a ella seja posta em Juizo, nem fóra del
le: Havendo por suppridas todas as clausulas, e solemnidades de feito,
e de Direito, que necessarias forem para a sua firmeza: E derogo , e
Hei por derogadas todas, e quaesquer Leis, Direitos, Ordenações, Pro
visões, Extravagantes, e Alvarás, que em contrario forem, por qual
quer via, ou por qualquer modo; posto que sejão taes, que fosse neces
sario fazer aqui dellas especial, e expressa menção.
Pelo que: Mando ao Presidente do Desembargo do Paço, Rege
dor da Casa da Supplicação, Védores da Minha Fazenda, Presidentes
do Conselho Ultramarino, e da Meza da Consciencia, e Ordens, e a to
dos os Desembargadores, Corregedores, e Juizes , e Justiças de Meus
Reinos, que assim o cumpräo, e guardem, e fação cumprir, e guardar
com a mais inviolavel observancia: E Hei por bem, que este Alvará va
lha como Carta passada pela Chancellaria, posto que para ella não pas
se, e o seu efeito haja de durar mais de hum anno, sem embargo da
Zzz
546 1757
# #*<>"+--+
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem , que, devendo
os Directores da Real Fábrica das Sedas, cujos Estatutos Fui Servido
approvar, e confirmar por Alvará da data deste, dar a crédito aos Fabri
cantes della os materiaes crús, e aos Mercadores de retalho as Sedas já
fabricadas: Hei por bem, que nos Armazens da referida Fábrica haja
dous Livros, em que se lancem as fianças de huns, e as obrigações dos
outros: E que as cópias authenticas, que delles se extrahirem, valhão
em Juizo, e fóra delle, como se fossem Originaes, para tudo o que forem
obrigações feitas á sobredita Fábrica.
|- Pelo que: Mando ao Presidente do Desembargo do Paço, Regedor
da Casa da Supplicação, Védores da Minha Real Fazenda, Presidentes
do Conselho Ultramarino, e da Meza da Consciencia, e Ordens, Desem
bargadores, Corregedores, Juizes, e Justiças, a quem o conhecimento
deste Alvará pertencer, o cumpräo, e guardem, e o fação cumprir , e
guardar tão inteiramente, como nelle se contém, sem diminuição, nem
dúvida alguma, não obstantes quaesquer Leis, Disposições, e costumes
contrarios, que Hei por derogados, como se de todas, e de todos fizes
se especial, e expressa menção, para este caso sómente. E valerá como
Carta passada pela Chancellaria, ainda que por ella não ha de passar,
e o seu efeito haja de durar mais de hum anno, sem embargo da Orde
nação em contrario: Registando-se em todos os lugares, onde se costu
mão registar semelhantes Leis, e mandando-se o Original para a Torre
1757 547
adoAssignatura
Tombo. Dadode em Beléme aaosdo 6Ministro.
ElRei, dias do mez de Agosto de 1757. = Com
•
# #*<>"# *
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# #L_>s?| #
•
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que, sendo-Me presente os abusos, que de alguns annos a esta parte
se tem introduzido na Agricultura, Manufactura, e carreto dos Vinhos
do Douro, que fizerão o objecto da Companhia Geral, estabelecida pelo
Meu Alvará com força de Lei, dado nesta Corte de Belém a 10 de Se
tembro de mil setecentos cincoenta e seis: E querendo obviar aos sobre
ditos abusos pelos grandes prejuizos, que delles se seguem ; assim aos
mesmos Lavradores, que cultivão as Vinhas, perdendo com a reputação
das suas producções a constante extracção dos frutos dellas, e a venta
gem dos melhores preços; como aos Negociantes, que commerceião no re
ferido genero, não podendo fazer os seus calculos sobre principios certos,
por serem inaveriguaveis ao tempo das compras a natureza dos Vinhos,
que lhes vendem, e a côr, com que os cobrem; nas quaes só depois de
muitos tempos vem a manifestar-se as fraudes, quando os enganos, que
dellas resultão, não são remediaveis: Sou Servido ordenar aos ditos res
peitos o seguinte. º
@.
550 > 1757
# *<>>* *
E U ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo-Me presente, que tem vindo em dúvida, se nos casos, em qué
os Mercadores fallidos, e apresentados na Junta do Commercio destes
Reinos, e seus Dominios, forem julgados de má fé, devem ter lugar as
determinações do paragrafo dezenove com os seguintes do Alvará de tre
ze de Novembro do anno proximo passado de mil setecentos cincoenta e
seis, que mandão arrematar, e repartir os bens dos fallidos, extinctas as
preferencias: Sou Servido declarar a beneficio do Commercio, que ain
da julgando-se de má fé os Mercadores fallidos, deve proceder a sobre
dita Junta, quanto á arrecadação, e adjudicação dos bens, e acções, na
mesma fórma, que se acha determinado sómente com a separação dos dez
por cento para os que forem julgados de boa fé; na fórma declarada no
paragrafo vinte e dous do mesmo Alvará; porque deste beneficio não po
derão gozar os quebrados por dólo, e malicia.
Pelo que: Mando ao Presidente da Meza do Desembargo do Pa
ço, Védores da Minha Real Fazenda, Regedor da Casa da Supplicação,
Junta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios, Desembargado
res, Corregedores, Juizes, e Justiças, a quem o conhecimento deste Al
vará pertencer, o cumprao, e guardem, e o fação cumprir, e guardar
tão inteiramente, como nelle se contém; sem embargo de quaesquer Leis,
Disposições, Regimentos, ou estilos contrarios, que todas, e todos Hei
por derogados para este caso sómente, como se delles fizesse especial,
e expressa menção. E valerá como Carta passada pela Chancellaria, ain
da que por ella não ha de passar, e o seu efeito haja de durar mais de
hum anno, não obstantes as Ordenações em contrario: Registando-se
em todos os lugares, onde se costumão registar semelhantes Leis: e man
dando-se o original para a Torre do Tombo. Dado em Belém ao 1.° de
Setembro de 1737. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist. na Secretaria de Estado dos Negocios do Rei
mo, no livro da Junta do Commercio destes Reinos,
e seus Dominios a fol. 176. ver., e impr. avulso.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que, sendo-Me
presentes os grandes abusos, que se tem introduzido nas distribuições
dos Guardas, que devem entrar em todos os Navios, logo que estes
dão fundo defronte do Cáes da Alfandega, preterindo-se a devída fór
ma, e fazendo-se venaes as mesmas incumbencias, de que tanto depen
de a boa arrecadação dos Meus Reaes Direitos: Como tambem a liber
dade, que se tem arrogado os quatro Guardas Proprietarios do porto de
Belém, de nomearem pessoas, por quem fazem supprir as suas obriga
ções, precedendo para este fim particulares, e injustas convenções, de
que nécessariamente devem resultar multiplicados descaminhos: Sou Ser
vido, pelo que pertence ao porto de Lisboa, que para a distribuição das
552 • 1757 · •
ções na fórma, que lhes foi prescripta nos Capitulos quinto, e sexto do
Foral da Alfandega, com pena de que, provando-se falta de cumprimen
to, ficará pelo mesmo facto logo suspenso o Guarda, que nella tiver in
corrido, até nova mercê Minha.
E porque os referidos quatro Guardas muitas vezes não podem sup
prir a todo o número de Navios, que entrão neste porto: Sou Servido,
que a Junta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios nomeie do
ze pessoas, que devem estar promptas no porto de Belém para entrarem
por distribuição successiva em todos os Navios, logo que estes surgirem
no lugar de Franquia, e forem despachados pelos Oficiaes da Saude; os
quaes doze nomeados servirão no ministerio de Guardas em propriedades
vitalicias, e pessoaes, sem que possão pertender ordenado, propina, ou
ajuda de custo; mas sómente o costumado salario pela assistencia dos
Navios a que forem distribuidos. Vagando algum dos referidos Guardas,
assim do porto de Lisboa, como de Belém, se fará outra nomeação pe
lo Védor da Minha Real Fazenda, e pela referida Junta do Commercio;
de modo, que sempre estejão completos os numeros de Guardas determi
nados neste Meu Alvará. ,
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de declaração virem, que
havendo pelo Capitulo quinze, paragrafo quinto dos Estatutos da Junta
do Commercio, extinguido a Companhia de Entre portas da Alfandega,
e ordenando, que os Homens de trabalho, da Companhia do Páteo po
dessem tirar caixas, arbitrando-lhe a mesma Junta os salarios, e divi
dindo-se por hora os Homens da dita Companhia extincta, pelas quatro,
que ficavão conservadas, sem declarar expressamente quem devia fazer
a divisão referida, e passando as Ordens a ella concernentes: E atten
dendo ás razões, que sobre este particular Me forão presentes: Hei por
bem declarar, que a Minha Real intenção no dito Capitulo quinze, pa
ragrafo quinto dos Estatutos da Junta do Commercio, foi, que a distri
buição dos Homens de trabalho da Companhia de Entre portas extincta
se fizesse pela mesma Junta; como tambem que as nomeações dos Ho
mens de trabalho de todas as mais Companhias , devem ser propostas
pelos seus Capatazes á mesma Junta, a quem são sujeitos, para lhes de
terminar os que devem servir de entre os mesmos propostos; ou outros,
que bem lhe parecer; havendo por derogado o paragrafo trinta e seis no
Capitulo segundo do Alvará de Regulação de vinte e nove de Dezembro
de mil setecentos cincoenta e tres, que declarou pertencerem ao Prove
dor, e Feitor Mór da Alfandega extincto, as nomeações dos Homens de
trabalho destas Companhias. +
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de declaração virem, que
a Junta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios, Me represen
tou: Que pelo Capitulo dezesete no paragrafo quarto , e seguintes dos
seus Estatutos, Fui Servido encarregar-lhe o cuidado de evitar Contra
bandos, e de fazer executar todas as Leis, Alvarás, ou Decretos, diri
gidos a este mesmo objecto: E que sendo as Denúncias hum dos meios,
que o Foral da Alfandega, conformando-se com as Leis de todos os Rei
nos, conheceo por mais eficaz para o descobrimento deste delicto, pelo
temor, que causão aos Contrabandistas: E tendo as mesmas Denúncias
o seu fundamento no particular interesse dos Denunciantes; duvidão es
tes denunciar pelo receio, que lhes resulta do paragrafo sete do dito Ca
pitulo dezesete dos mesmos Estatutos, que geralmente determina, Que
todas as fazendas apprehendidas sejão publicamente queimadas; enten
dendo, que em consequencia desta Disposição se extinguia aos mesmos
Denunciantes o Terço, que lhes toca. E querendo desvanecer esta erra
da intelligencia: Sou Servido declarar, que as fazendas comprehendidas
na Disposição do dito paragrafo quarto, que as manda publicamente quei
mar, são só as de Contrabando, prohibidas na sua mesma entrada; e
não as descaminhadas, que devendo pagar direitos, se achão sem selo:
E outro sim, que aos Denunciantes se ha de entregar sempre o seu Ter
ço, na fórma praticada antes da publicação dos Estatutos da Junta do
Commercio, sem novidade, ou alteração alguma , assim das fazendas,
que queimadas
ser são admittidas a despacho, como das de Contrabando, que devem
em Praça. •
E para que assim se execute daqui em diante: Hei por bem, que
nos casos de se apprehenderem as mercadorias pelos Oficiaes da Junta,
ou outros quaesquer, que não sejão os da Alfandega, sejão remettidas
á Casa dos Depositos publicos, precedendo as diligencias ordenadas a
este respeito sómente nos Capitulos noventa e quatro, e noventa e seis
do Foral, feitas pelo Escrivão da Receita da Junta, e assignadas pelo
Provedor della. O Auto da Tomadia será feito pelo Escrivão da Conser
vatoria da mesma Junta, para se remetter ao Juiz Conservador, na fór
ma dos seus Estatutos. Todas as fazendas apprehendidas, ainda as de
1757 559
Impresso avulso.
560 1757
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem, que sen
do-Me presentes as repetidas fraudes, com que na Cidade de Lisboa,
e em outros lugares deste Reino, se costumão fazer arrendamentos de
dez, e de mais annos, para com o pretexto de que por elles se transfe
re dominio nos locatarios, efeituarem estes o dólo, e a emulação, com
que procurão o referido titulo de locação por longo tempo, com o mali
cioso, e determinado fim de incommodarem os antecedentes Locatarios,
expulsando-os das casas, e dos Prédios arrendados por menos tempo, que
o de dez annos: Attendendo ao bem, e socêgo público dos Meus Vassal
los: e por obviar os prejuizos, que se seguem aos que assim são incomo
dados, não só pela falta das habitações, donde são expulsos, mas tam
bem pelos injustos, e multiplicados pleitos, com que dolosamente são ve
xados: Estabeleço, que todos os Contratos, que não forem de aforamen
to em Fatiota, ou em Vidas, com inteira translacção do util Dominio,
ou para sempre, ou pelo menos, pelas referidas tres Vidas; se julguem
de simples locação ordinaria, sem que seja visto transferir-se por elles
Dominio algum a favor dos Locatarios para lhe dar direito de excluirem
os outros Inquilinos, ou Rendeiros anteriores, senão nos outros casos,
em que por Direito he permittido aos Locadores despedirem os seus res
pectivos Locatarios. E porque Fui informado de que estas vexações se
tem multiplicado com grande impiedade depois do Terremoto do primei
ro de Novembro do anno de mil setecentos cincoenta e cinco Declaro
por nullos, e de nenhum efeito todos os arrendamentos, que se acharem
feitos na sobredita fórma, não obstante que se fizessem de preterito , e
que se achem ajuizados, e com causas pendentes, ou Sentenças profe
ridas, nas quaes se porá perpétuo silencio. Porém aquelles Inquilinos,
ou Rendeiros, que já se acharem na efectiva habitação, e posse das
casas, ou Prédios arrendados, antes da publicação deste Alvará, não
serão por elle excluidos; com tanto que fiquem sem privilegio algum pa
ra alegarem o tal arrendamento de longo tempo; antes ficarão reputados
por simples Inquilinos para todos os outros casos, em que haverião de
ser expulsos, se taes arrendamentos de dez, ou de mais annos, não hou
vesse; ficando neste caso havidos por nullos, na sobredita fórma.
Pelo que: Mando ao Presidente da Meza do Desembargo do Pa
ço; Védores da Minha Real Fazenda; Presidente do Conselho Ultrama
rino; e da Meza da Consciencia, e Ordens; Regedor da Casa da Suppli
cação; Presidente do Senado da Camara, Desembargadores, Ministros,
Oficiaes, e mais Pessoas a quem o conhecimento deste pertencer, o cum
prão, e guardem, e o fação cumprir, e guardar, sem falta, nem dúvi
da alguma, sem embargo de quaesquer Leis, Ordenações, Regimentos,
Disposições de Direito commum, e Opiniões de Doutores, que em con
trario sejão; as quaes todas Hei por derogadas, como se de todas, e ca
da huma dellas fizesse expressa, especifica, e individual menção. E va
lerá como Carta passada pela Chancellaria, ainda que por ella não ha
de passar, e o seu efeito haja de durar mais de hum anno, não obstan
te a Ordenação do Livro segundo Titulo trinta e nove, e quarenta em
contrario: Registando-se este em todos os lugares , onde se costumão
registar semelhantes Leis, e mandando-se o Original para a Torre do
1757 56 |
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem:
Que sendo o delicto do Contrabando hum dos mais perniciosos entre os
que infestão os Estados; e dos que se fazem na Sociedade Civil mais
odiosos; porque tendo a vileza do furto, não só he commettido contra o
Erario Regio, e contra o Público do Reino, onde he perpetrado; mas
tambem quando grassa em geral prejuizo do Commercio, he a ruina do
mesmo Commercio, e o descredito dos Homens honrados, e de bem, que
nelle se empregão em commum beneficio; porque podendo os Contraban
distas, que fazem os referidos furtos, vender com huma diminuição de
preços, respectiva aos Direitos, que devião pagar; succede aos que cum
prem com a obrigação de os satisfazerem, ficarem com as suas fazendas
empatadas nas lojas, sem haver quem lhas compre; e julgar-se nelles
fraude, e ambição sinistra, pela maior carestia, que comparativamente
se encontra nos generos, que expõem para a venda: Por cujos aggra
vantes motivos são os mesmos Contrabandistas a objecção, e o desprezo
de todas as Nações Civilizadas, como inimigos communs do Erario Real,
da Patria, e do Bem público della: Para obviar mais eficazmente tão
detestavel crime, encarreguei com jurisdicção cumulativa á Junta do
Commercio destes Reinos, e seus Dominios, pelo Capitulo XVII. dos
seus Estatutos, o cuidado de evitar os Contrabandos, e de fazer execu
tar todas as Leis, Decretos, e mais disposições, até então estabelecidas,
e que depois se estabelecessem, para evitar o referido delicto; accrescen
tando a este fim as providencias expressas no sobredito Capitulo: E por
que a experiencia tem mostrado, que sendo as ditas providencias mais
amplas do que aquellas, que antes se tinhão dado sobre esta materia,
ainda não bastarão até agora para extirpar tão prejudicial crime: Sou
Servido ampliar, e declarar o sobredito Capitulo XVII, dos Estatutos da
referida Junta do Commercio na maneira seguinte. +
mo Carta passada em Meu Real Nome, ainda que o seu efeito haja de
durar mais do hum anno; para o que dispenso nas Ordenações do Livro
segundo Titulo trinta e nove, e quarenta, em contrario... E Ordeno ao
Desembargador do Paço Manoel Gomes de Carvalho, do Meu Conselho,
e Chanceller Mór do Reino, que o faça publicar na Chancellaria; e de
pois de publicado, o mande imprimir, e remetter os Transumptos ini
pressos (que sendo assignados pelo dito Chanceller Mór, terão a mesma
fé, e credito, que o proprio Original) a todos os Tribunaes, e mais Pes
soas, a quem o conhecimento delle pertencer: E se registará em todos
os lugares, onde se costumão registar semelhantes Leis: Mandando-se o
Original para aTorre do Tombo. Dado em Belém aos 14 dias do mez de
Novembro de 1757. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist. na Secretaria de Estado dos Negocios do Reino,
no Livro da Junta do Commercio, a fol. 206, vers.,
e impr. avulso.
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EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará com força de Lei vi
rem, que sendo-Me presente, em Consulta da Junta do Commercio destes
Reinos, e seus Dominios, a grande desordem, e consideravel prejuizo,
que sentem os Meus Vassallos, moradores na Cidade de Lisboa, em se
concederem de pouco tempo a esta parte licenças a Estrangeiros vaga
bundos, e desconhecidos, para venderem pelas ruas, e em lojas, toda a
sorte de comestiveis pelo miudo, como tambem vinhos, aguas-ardentes,
e outras muitas bebidas; ampliando-se de tal modo esta liberdade, que
vendem pelas ruas Alfeloas, Obreas, Jarselim, Melaço, e Azeitonas,
chegando ultimamente a intrometer-se por humas novas Fabricas até no
ministerio de assarem castanhas, e outras semelhantes vendas de gene
ros desta qualidade, que são prohibidas pelas Leis deste Reino, e pos
turas do Senado da Camara, até aos mesmos Homens Nacionaes, como
exclusivamente destinadas para o exercicio honesto, e precisa sustenta
ção de muitas Mulheres pobres, Naturaes destes Reinos, que se ajuda
vão a viver, e com efeito vivião, destes pequenos tráficos, sem que Ho
mens alguns se atrevessem a perturballas nelles: E sendo tambem infor
mado, de que aos mesmos Estrangeiros vagabundos, e desconhecidos se
dão outras licenças para poderem vender em lojas volantes, Quinquilha
rias, e algumas fazendas não só contra a disposição da Pragmatica de
vinte e quatro de Maio de mil setecentos e quarenta e nove, que no Ca
pitulo Decimo oitavo prohibe, por termos expressos, assim aos Natu
raes, como aos Estrangeiros, o venderem pelas ruas, e casas, fazenda
alguma, ou ainda Quinquilharia, e contra as Posturas do Senado da Ca
mara, que prohibem o conceder licença a Estrangeiros para semelhan
tes vendas; mas tambem porque huma grande parte dos ditos Estrangei
568 1757
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tulo II. S.I. dos Estatutos da Junta do Commercio destes Reinos, e seus
Dominios na parte em que for applicavel; e sendo propostos á mesma Jun
ta os Oficiaes, que no fim de cada hum anno se elegerem, para se con
sultar a V. Magestade o que parecer mais conveniente ao seu Real ser
viço, e ao Bem Commum do Commercio. A nomeação dos Procuradores,
acabado o primeiro triennio, se fará pela Meza por pluralidade de votos,
e sem que na eleição dos Procuradores de cada huma das classes tenhão
voto os seus respectivos Deputados.
§. IV. Nas referidas eleições presidirá sempre o Desembargador Juiz
Conservador Geral do Commercio, que o será tambem da referida Meza
com especial cuidado da observancia destes Estatutos, e com Jurisdicção
privativa em todas as contravenções, que a elles se fizerem. E o Intén
dente, Deputados, e Escrivão devem jurar perante o mesmo Desembar
gador Juiz Conservador guardar inteiramente estes Estatutos; e de seus
juramentos se fará termo no livro das Eleições.
§. V. O Intendente terá o seu lugar na cabeceira da Meza, e por
huma, e outra parte della se assentarão os Deputados sem ordem, ou
precedencia alguma, exceptuando aquelle que for Substituto do Intenden
te, o qual terá sempre o primeiro lugar no assento da parte direita : e
pela primeira vez será V. Magestade Servido de o nomear para o refe
rido lugar, e depois será proposto á Junta do Commercio para o consul
tar na sobredita fórma. Quando o Desembargador Juiz Conservador Ge
ral do Commercio vier á referida Meza, se lhe dará lugar em huma ca
deira de espaldar á mão direita do Intendente. O Escrivão terá o primei
ro lugar nos assentos da parte esquerda.
§. VI. Haverá hum Porteiro, ou Guarda da dita Casa, o qual será
nomeado pela Meza elegendo a pessoa que lhe pareccer mais idonea, e
digna da sua confiança, que será conservada no referido emprêgo em
quanto bem cumprir com as suas obrigações.
§. VII. Na Casa, em que a Meza fizer as suas Conferencias, terá o
seu Cartorio encarregado ao Escrivão, que será juntamente Carturario
para guardar com toda a segurança, e boa ordem os papeis pertencen
tes aos Negocios, que se tratarem na referida Meza.
§. VIII. Haverá na Meza hum livro chamado das Conferencias, no
qual fará o Escrivão termo dellas no principio de cada huma, e debaixo
do dito termo se escreverá tudo o que se ajustar na mesma Conferencia,
assignando o Intendente, e Deputados. No principio de cada huma das
ditas Conferencias lerá o Escrivão da Meza o que se houver ajustado nas
duas antecedentes, para que não esqueça a execução do que estiver de
cidido: Vencendo em todos os casos a pluralidade de votos, assignando
os que forem vencidos, sem embargo de terem votado diferentemente.
O Intendente terá voto de qualidade em todas as materias.
§. IX. O Intendente, e doze Deputados se ajuntarão na Casa da
Meza duas vezes cada semana, nas Terças, e Sextas feiras de tarde das
duas até ás cinco horas no tempo de Inverno, e das tres até ás seis no
tempo de Verão. Nestes mesmos dias darão os Procuradores conta na Me
za de tudo o que occorrer.
§. X. Sendo o segredo, que se faz no Commercio de qualquer Par
ticular, muito mais indispensavel em huma Meza, em que ha de estar
o governo das referidas cinco Corporações: Será V. Magestade Servido
ordenar, que dos papeis della se não possão pedir, nem dar certidões,
sendo pertencentes á sua interior Economía, sem especial Resolução de
V. Magestade: E que o Intendente, e "…:Oficiaes da Meza, sejão
CCC 2
572 1757
buir, aos preços nellas declarados, pelas lojas da mesma Corporação, com
humá respectiva proporção, segundo as forças de cada huma dellas, fi
cando os Compradores sujeitos, no caso de não pagarem logo, a entrega
rem as respectivas importancias, no Deposito competente, em termo de
dous mezes, debaixo das Leis de fiéis Depositarios do Juizo; e ficando
nullas todas as avaliações feitas contra a formalidade destes Estatutos.
§. X. Querendo a Viuva de qualquer, Mercador de Retalho, ou pelo
miudo, continuar no mesmo Tráfico do defunto seu Marido, fará a sua
proposta á dita Meza do Bem Commum dos Mercadores: Declarando,
que para a continuação do seu Commercio intenta constituir por seu Ca
xeiró, ou ainda Interessado, a Fulano. E examinando-se na dita Meza
se ha cabedal competente na casa, e se ha negociação encoberta; desta
proposta, se dará conta na Junta do Commercio, quando esteja o caso
nesses termos, para se lhe conceder a licença de continuar na mesma
loja, precedendo as mais circunstancias respectivas. |-
C A P I T U L O III.
PAUTA dos Generos pertencentes a cada huma das Classes dos Merca
dores, comprehendidas nestes Estatutos.
•
#
engalas.
, e algibeiras, e adereços para mulheres, sendo permittidos.
# de seda, bolsas de cabeleiras.
Cambraias finas lizas.
Cassas de flores, e listadas.
Chapéos de seda. *
E tudo o mais, que até agora se costumava vender nas ditas lojas.
* * * # * * * . * .
- - • ** . . *> * \ |-
…#
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de confirmação virem:
Que havendo visto, e considerado com as Pessoas do Meu Conselho, e
outros Ministros doutos, experimentados, e zelosos do serviço de Deos e
Meu, que Me pareceo consultar, os Estatutos dos Mercadores de Retal
ho, conteúdos nas treze antecedentes meias folhas de papel que baixão ru
bricadas por Sebastião José de Carvalho e Mello, do Meu Conselho, e Se
cretario de Estado dos Negocio do Reino, os quaes forão ordenados de Meu
Real consentimento: E porque, sendo examinados os mesmos Estatutos
com maduro conselho, e prudente deliberação, se achou serem de gran
de, e notoria utilidade para a conservação, e augmento do Bem público
dos Meus Vassallos, e do Commercio destes Reinos: Em consideração
de tudo: Hei por bem, e Me prazº de confirmar os ditos Estatutos, e
cada hum dos seus Capitulos, e Paragrafos em particular, como se aqui
fossem insertos, e transcriptos; e por este Alvará os confirmo de Meu
proprio Motu, certa sciencia, Poder Real supremo, e absoluto, para que
se cumpräo, e guardem tão inteiramente, como nelles se contém. E que
ro, e Mando, que esta confirmação em tudo, e por tudo, seja inviola
velmente observada, e nunca possa revogar-se: mas sempre como firme,
valiosa, e perpétua, esteja sempre em sua força, e vigor, sem diminui
ção, sem que se possa pôr dúvida alguma ao seu cumprimento em par
te, nem em todo, em Juizo, nem fóra delle: Havendo por suppridas to
das as clausulas, e solemnidades de feito, e de Direito, que necessarias
forem para a sua firmeza, e validade: E derogo, e Hei por derogadas
todas, e quaesquer Leis, Ordenações. Regimentos, Provisões, Extrava
gantes, Alvarás, e Opiniões de Doutores, que em contrario forem por
qualquer via, ou por qualquer modo, ao conteúdo nos mesmos Estatu
tos; como se de tudo fizesse expressa, e delarada menção.
Pelo que: Mando ao Presidente da Meza do Desembargo do Pa
ço, Védores da Minha Real Fazenda, Presidentes do Conselho Ultrama
rino, e da Meza da Consciencia, e Ordens, Regedor da Casa da Suppli
cação, Presidente do Senado da Camara, Desembargador Juiz Conser
vador Geral do Commercio destes Reinos, e seus Dominios, Desembar
gadores, Corregedores, Juizes e Justiças, que assim o cumpräo, e guar
dem, e o fação cumprir, e guardar com a mais inviolavel observancia.
E Hei outro sim por bem, que este Alvará valha como Carta, ainda que
não passe pela Chancellaria, e posto que o seu efeito haja de durar mais
de hum anno, não obstantes as Ordenações do livro segundo, titulo trin
ta e nove, e quarenta em contrario. Dado em Belém aos 16 dias do mez
de Dezembro de 1757. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Minis
tro. ** =
*-**@"+ *}
- Intendente
Felix Mendes Leitão, #,
e
Pela classe dos Mercadores de Lençaria.
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* * *
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583
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A NNO DE 1758.
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de declaração virem, que
havendo prohibido por outro Meu Alvará de quatorze de Novembro pro
ximo passado de mil setecentos e cincoenta e sete, que alguma Pessoa
podesse hir a bordo dos Navios, que entrassem no porto de Lisboa, an
tes de serem de todos descarregados, sem Minha expressa licença; a fim
de se evitarem os muitos Contrabandos com que se procuravão fraudar
os Meus Reaes Direitos: E sendo-Me presente que a generalidade do
dito Alvará, que teve por principal objecto as fazendas secas, e merca
dorias finas, se tem extendido aos Navios, que só trazem Trigo, Ba
calháo, Madeira, Carvão, Esparto, e outros semelhantes generos molha
des, e de grosso volume, que se costumão ajustar a bordo: Hei por bem
declarar, que a Minha Real prohibição de hir a bordo dos Navios, que
estão á descarga, se não deve entender com os Navios, que trazem as
referidas cargas de Trigo, Bacalháo, Madeira, Carvão, Esparto, e ou
tros semelhantes generos de grosso volume: E nesta conformidade o Ad
ministrador da Alfandega de Lisboa, e Juizes das Alfandegas do Porto,
e do Reino do Algarve, poderão passar licenças aos Compradores, para
hirem a bordo dos referidos Navios, e para tratarem do ajuste das suas
mercadorias; ficando porém ao arbitrio regulado dos mesmos Administra
dores, e Juizes o poderem negar as ditas licenças, no caso de suspeita,
de que alguns dos mesmos Navios trazem juntamente fazendas, de con
trabando, ou capazes de descaminho; porque neste caso ficará sempre
em seu inteiro vigor a generalidade da prohibição do referido Alvará de
quatorze de Novembro proximo passado de mil setecentos e cincoenta e
sete; e as penas nelle declaradas contra aquellas Pessoas, que abusando
da Minha Real permissão, forem abordo de quaesquer dos respectivos,
Navios, sem as sobreditas licenças.
Pelo que: Mando ao Presidente da Meza do Desembargo do Pa
584 1758
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que, sendo-Me presentes os monopólios, as vexações , e as desordens,
que se tem seguido aos Meus Vassallos, moradores em Angola, e nas
outras partes dos Meus Reinos, e Dominios que naquelle Estado fazem
o seu commercio, de ser este de muitos annos a esta parte limitado a
certas, e determinadas Pessoas, que conseguião fazello exclusivo em uti
lidade sua particular, sustentada por meios indirectos , e illicitos, com
prejuizo público: E tomando na Minha Real consideração as muitas quei
xas, e requerimentos, que com aquelles attendiveis motivos subirão á
Minha Real Presença: Para de huma vez obviar a tantos, e tão ponde
rosos inconvenientes: Fui Servido (com o parecer de muitas Pessoas do
Meu Conselho, e de outros Ministros doutos, e zelosos do serviço de Deos,
e Meu, que Me pareceo ouvir sobre esta materia) determinar, como por
este determino, que da publicação delle em diante seja livre, e franco
o referido Commercio de Angola, Congo, Loango, e Benguella, Pórtos,
e Sertões adjacentes, a todos, e cada hum dos Meus Vassallos destes
Reinos, e seus Dominios, que até agora o fizerão, e pelo tempo futuro
o quizerem fazer, debaixo da protecção das Minhas Leis : Sem que os
Governadores, Capitães Móres, Cabos, e Oficiaes de Guerra, Ministros
de Justiça, Fazenda, ou os Oficiaes das Camaras, possão impedir ás
Pessoas, que o dito Commercio fizerem, mandarem aos Sertões, e Fei
ras geraes, ao resgate dos Escravos com toda a sorte de Fazendas per
mittidas: E sem que de algumas dellas se possa fazer monopólio, ou es
tanque a favor de alguma Pessoa, de qualquer qualidade, ou condição
que seja; debaixo das penas abaixo declaradas, e das mais, que mere
cerem no caso de haverem feito monopólios. E porque tem cessado os mo
tivos, com que se havia ordenado indistinctamente que os Navios, que
vão aos referidos pórtos, não podessem sahir delles, senão pela mesma
I758 585
aquelle, que for de maior lotação. E para que os Direitos destes Navios
de frete se segurem, sabendo sempre os Oficiaes, e interessados na ar
recadação delles, o certo lugar, a que os mesmos Navios se dirigem :
Ordeno que nenhum Navio possa despachar para outros pórtos do Brazil,
que não sejão os do Rio de Janeiro, Bahia, e Pernambuco, sob pena
de confiscação do Casco, e do valor da sua carga, que se julgarão per
didos pelo facto de ter despachado para outro porto diverso dos tres as
sima referidos. •
e … … …" º vro das Leis, o fol. 99; e impr. na Officina de Mi- "º
-- - - guel Rodrigues. * ** ** * **
* * * * .*
1. *# #ed2";} *
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* * *
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem:
Que, havendo occorrido pelo outro Alvará de 11 do corrente aos mono
pólios, e vexações, que padecião os Meus Vassallos, moradores em An
gola, e nas outras partes dos Reinos, e Dominios, que naquelle Estado
fazem o seu Commercio; estabelecendo-lhes para elle huma nova fórma,
com que o possão fazer *.mais livre, e mais franco, sem os discommodos, •
\,
\
1758 |- 587
go, que os Navios, que sahirem destes Reinos, º seus Dominios para
Angola, e Pórtos da sua dependencia, sem se manifestarem, os do Rei
no á Junta do Commercio, e os dos Dominios Ultramarinos ás respectivas
Casas de Inspecção, declarando os Pórtos para onde navegão, cºm aquel
les, para os quaes hão depois dirigir as suas descargas, levando Guias
nesta conformidade; e trazendo depois Certidões, pelas quaes fação cons
tar haverem cumprido o que tiverem declarado, inceorrão na pena da
confiscação das Embarcações, e no valor de ametade dellas, os respee"
tivos Mestres, não sendo os donos do mesmo Navio. A fim de que tudo
assim se observe inviolavelmente: Ordeno , que na referida Junta do
Commercio, e nas Casas de Inspecção, se estabeleção logo Livros de
Registo para as Declarações, Guias, e Certidões das viagens, e Torna
viagens dos sobreditos Navios.
E este se cumprirá, como nelle se contém, sem embargo de quaes
quer Regimentos, Extravagantes, Resoluções, Decretos, Provisões, e
outras quaesquer Disposições, e Ordens, que Hei por derogadas sómen
te no que a este forem contrarias, como se de todas, e de cada huma
fizesse especial, e expressa menção, não obstante a Lei, que assim o
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guia, e declaração, de que são destinados para as minhas Reaes obras ?>
de que tenho encarregado a Junta do Commercio destes Reinos, e seus
Dominios, e com certidão do Secretario della, porque conste do núme,
ro, quantidades, e qualidades dos ditos materiaes; se não paguem del
les direitos, contribuições, impostos, ou outra pensão alguma, assim na
referida Cidade de Lisboa, como nos lugares, e Pórtos, dondé para ella
vierem remettidos. O Conselho da Fazenda o tenha assim entendido, e
mande passar ordens circulares, para que nesta conformidade inviolavel
mente se execute. Salvaterra de Magos a 28 Janeiro de 1758. = Com a
Rubríca de Sua Magestade. • •• • • • *
Impr. avulo. |- * . .
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que havendo dado na Lei de tres de Dezembro de mil setecentos e cin
coenta as necessarias providencias, para se acautelarem os descaminhos
dos Quintos, que se devem á Minha Real Fazenda, de todo o ouro ex
trahido no Continente das Minas; não só. Fui Servido estabelecer as pe
nas competentes contra os que fizessem, e favorecessem os ditos desca
minhos; mas animando aos Meus bons, e fiéis Vassallos a cumprirem
590 |1758
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo-Me presentes: Por huma parte o grande perigo, que correm
os Navios, que buscão a Barra de Lisboa; as Costas a ella adjacentes;
as entradas da Foz do Rio Téjo, e da mesma Barra de Lisboa; da de
Setubal; Portos do Algarve, e Barras da Cidade do Porto, e Villa de
1758 59]
Vianna; por falta de Faróes, que possão servir aos Navegantes de Mars
ca, e de Guia, # se desviarem opportunamente de fazerem naufra
gio; na mesma fórma, que se pratíca util, e necessariamente nos ou
tros lugares Maritimos da Europa, onde se temem semelhantes perigos :
Por outra parte o grave prejuizo, que sentem os sobreditos Navegantes
na fórma dos despachos dos seus respectivos Navios pelo número, e di
versidade de trinta e cinco diferentes Estações, por onde são obriga
dos a tirar Bilhetes em muitos lugares distantes huns dos outros, e pe
rante diversos Ministros, e Oficiaes, que os dilatão tantos dias, que
chegão a contar a mezes, por accidentes, humas vezes necessarios, e
outras afectados: E pela outra parte as grandes vexações, qne tambem
resultão aos Homens do Mar, que navegão para os Meus Dominios Ul
tramarinos, pelos abusos, que se tem introduzido nos exames, qualifi
cações, e coações, que se lhes fazem, para delles se alistarem os que
hão de servir no Troço, que foi estabelecido pelo Alvará de quatro de
Junho de mil seiscentos setenta e sete; com os grandes inconvenientes,
que a experiencia tem mostrado, que se seguem da observancia delle:
Para que de huma vez cessem todos os sobreditos detrimentos da Neve
gação, e dos Navegantes, que tanto procuro proteger em commum benefi
cio: Ordeno, (coin parecer das Pessoas do Meu Conselho, e de outros Mi
nistros doutos, e zelosos, que Mandei ouvir sobre estas importantes mate
rias) que logo se levantem seis competentes Faróes para guia da Nave
gação das referidas Costas, e Barras, a saber: Hum nas Ilhas das Ber
lengas, e no lugar dellas, que parecer mais proprio: outro no sitio de
Nossa Senhora da Guia, ou no mesmo lugar, onde antes o houve, ou
em qualquer outro, que mais accommodado seja: outro na Fortaleza de
S. Lourenço: outro na de S. Julião da Barra: outro na costa adjacente
á Barra da Cidade do Porto, onde mais util for: e outro em fim na altu
ra da Villa de Vianna: Os quaes todos serão erigidos, e acabados com
a maior brevidade, que couber no possivel, para ficarem nas noites per
petuamente accesos com fógos taes, que sempre do alto Mar, e de lon
ge se possão distinguir, em soccorro dos referidos Navegantes. Pelo que
toca á fórma do despacho dos Navios, estabeleço: Que, conservando-se
por ora o estilo de se tirarem as Verbas da Casa da Descarga da Alfan
dega, para com ellas se pagar na Casa do Marco, como tambem o de
se tirarem Certidões do Cosmografo Mór do Reino, e do Cirurgião Mór
da Armada, (os quaes as terão feitas em papeis estampados com os cla
ros precisos, para nelles escreverem sómente os nomes dos Despachan
tes, e Navios despachados, sem maior dilação ) todos os mais despachos
se reduzão a hum só livro, e nelle a hum só Termo, e a unica somma,
que em si inclua cumulativamente todos os emolumentos, e todas as con
tribuições, que até agora forão pagas por diferentes Repartições; para
que totalmente da referida somma seja depois distribuida com a devída
proporção pelas pessoas, a quem tocarem as sobreditas contribuições, e
emolumentos; na mesma fórma, que Fui Servido determinar para o des
pacho do Tabaco pelo Regimento de dezeseis de Janeiro de mil setecen
tos cincoenta e hum. Porque os Exames pessoaes do Patrão Mór, do Es
crivão da Provedoria, e do Meirinho dos Armazens, não podem ser sup
pridos na referida fórma; e he preciso evitar aos Mestres dos Navios, e
Embarcações mercantes, o embaraço, que lhes resulta da demora des"
tas Vistorias, para as quaes os ditos Oficiaes não podem sempre estar
promptos, principalmente nas occasiões de Frótas, pelas muitas incum
bencias, com que hoje se achão gravados os seus oficios: Hei por bem
592 1758
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…"
Por justos motivos, que Me forão presentes, e muito mais por hum ef
feito da Minha Real clemencia: Hei por bem, que assim as Fazendas,
que se achão na Alfandega do Assucar sem despacho, por serem prohi
bidas pelo Meu Real Decreto de dez de Maio, e Alvará de quatorze de
Novembro, proximos pretéritos, como todas as mais que se acharem na
primeira, ou na segunda mão, despachadas em iguaes circunstancias,
possão ser reexportadas para fóra destes Reinos, e snas Conquistas, pre
cedendo os exames, e attestações necessarias da Junta do Commercio,
e sem que das referidas Fazendas se paguem Direitos alguns nas Alfan
degas, ou no Consulado da sahida: Tomando-se as cautelas, que se to
mão sobre a exportação do Tabaco, para constar, que com efeito forão
desembarcadas nos Paizes Estrangeiros, a que se dirigirem: Mandan
do-se relações dellas a todas as Alfandegas dos Pórtos maritimos destes
Reinos, com a declaração das pesssas a quem pertencerem, e dos Na
vios em que forem, para não tornarem a ser introduzidas: E assignando
termo os que as despacharem, de que no caso, em que as tornem a met
ter nestes Reinos, ou não fação constar, que com efeito as desembar
carão nos Paizes Estrangeiros, que houverem declarado, pagarão anovia
do o valor das que introduzirem depois de haverem sido absolutas dos
Direitos: Para o que se haverá por provada a identidade, logo que cons
tar, que as Fazendas são da mesma qualidade daquellas, das quaes se
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596 • I758
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Impr, avulso.
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Impresso avulso.
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Feita assim a Receita, se lhe deve dar a certidão para com as ver
bas da Alfandega pedir o Passaporte.
Instrucção para o Despacho
- •
dos da
Pórtos Navios Portuguezes, que vão para os
Europa. •
EU ELREI Faço saber aos que este Álvará com força de Lei virem,
que por quanto o Santo Padre Benedicto XIV. ora Presidente na Uni
versal Igreja de Deos pela Constituição de vinte de Dezembro do anno
de mil setecentos quarenta e hum, reprovando todos os abusos, que se
tinhão feito da liberdade dos Indios do Brazil, com transgressão das Leis,
Divinas, e Humanas, condemnou debaixo das penas Ecclesiasticas, na
mesma Constituição declaradas, a escravidão das pessoas, e usurpação
dos bens dos sobreditos Indios: E por quanto pelos Meus Alvarás dados
nos dias seis, e sete do mez de Junho do anno de mil setecentos cincoen
ta e cinco, conformando-Me com a mesma Constituição Apostolica, e ex
citando eficazmente a observancia de todas as Leis, que os Senhores
Reis, Meus Predecessores havião ordenado aos mesmos uteis, e necessa
rios fins do serviço de Deos, e Meu, e do Bem commum dos Meus Rei
nos, e Vassallos delles; estabeleci inviolavelmente a liberdade das Pes
soas, e bens, assim de raiz, como semoventes, e móveis a favor dos In
dios do Maranhão, e o independente exercicio da Agricultura, que por
elles for feita, e do commercio, a que se applicarem; dando-lhes huma
fórma de governo propria para civilizallos, e attrahillos por este unico,
e adequado meio ao Gremio da Santa Madre Igreja: Considerando a maior
utilidade, que resultará a todos os sobreditos respeitos de fazer as refe
ridas duas Leis geraes em beneficio de todo o Estado do Brazil: E decla
rando, e ampliando o conteúdo nellas: Ordeno, que a sua disposição se
estenda aos Indios, que habitão nos Meus Dominios em todo aquelle con
tinente, sem restricção alguma, e a todos os seus bens, assim de raiz,
como semoventes, e móveis, e á sua lavoura, e com mercio, assim , e
da mesma sorte, que se acha expresso nas referidas Leis, sem interpre
tação, restricção, ou modificação alguma, qualquer que ella seja: por
que em tudo, e por tudo quero, que sejão julgados, como actualmente
se julgão os das Capitanías do Grão Pará, e Maranhão; ficando a todos
communs as sobreditas Leis, que serão com esta para a sua devida ob
servancia, debaixo das mesmas penas, que nellas se achão declaradas.
Pelo que: Mando ao Vice-Rei do Estado do Brazil; Governado
res, e Capitães Generaes; Chancelleres da Bahia, e Rio de Janeiro; Of
ficiaes de Justiça, e Guerra; e das Camaras do mesmo Estado do Brazil;
Ouvidores, e mais Pessoas delle de qualquer qualidade, e condição, que
sejão, a todos em geral, e a cada hum em particular, cumpräo, e guar
dem esta Lei, que se registará nas Camaras do dito Estado, e por ella
Hei por derogadas todas as Leis, Regimentos, e Ordens, que haja em
contrario ao disposto nesta, que sómente quero que valha, e tenha for
ça, e vigor como nella se contém, sem embargo de não ser passada pela
Chancellaria, e das Ordenações do livro segundo titulo trinta e nove,
quarenta, quarenta e quatro, e Regimentos em contrario. Belém a 8 de
Maio de 1758. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist. na Secretaria de Estado dos Negocios da Ma
rinha, e Dominios Ultramarinos no livro do Regis
to das Leis, e Alvarás a fol. 7., e impr. avulso.
I758 605
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que contemplando as grandes ventagens, de que seria para os meus Rei
mos, e Estados a reedificação da Capital delles por hum novo Plano re
gular, e decoroso: Houve por bem resolver, que a Cidade de Lisboa fos
se promptamente reedificada com os limites declarados no Meu Real De
creto de tres de Dezembro do anno de mil setecentos cincoenta e cinco,
para que nos Bairros, cujos Edificios forão abrasados, e demolidos, se
alinhem as Ruas com a rectidão, e largura competentes á commodidade
dos seus Habitantes, e ao serviço dos que por ellas passão; e que nos
outros Bairros cujos Edificios ficarem no estado de admittirem concerto
se melhorem as Ruas aos ditos respeitos quanto possivel for. E para que
huma obra tão util, e necessaria para o Bem commum; nem padeça as
demoras, que nella serião intolleraveis; nem se faça com prejuizo dos
Particulares, que seja attendivel: Sou Servido ordenar o seguinte.
I. Assim nos referidos Bairros, cujos Edificios forão abrazados, e
demolidos, como nos Terrenos das casas dos outros Bairros, que forão
inteiramente arruinadas; querendo os Donos dos respectivos solos edifi
car na conformidade do sobredito Plano; e obrigando-se eficazmente a
darem as obras acabadas no termo de cinco annos, successivos, e con
tados do dia em que assignarem a obrigação; o poderão livremente fazer.
E sendo os ditos Terrenos enfiteuticos, preferirão neste direiro de edifi
car os Enfiteutas dos Prazos aos senhores directos delles.
II. Não querendo porém, ou não podendo os Donos dos referidos Ter
renos edificar na sobredita fórma; no caso de serem as Propriedades del
les allodiáes, se adjudicarão pelos Ministros, que Eu for Servido nomear
para este efeito, ás Pessoas que se obrigarem a edificar na mesma com
formidade, e dentro no referido termo: Pagando aos Donos dos Terre
nos o justo valor delles, e dos materiaes, que nelles se acharem: Sendo
tudo avaliado com assistencia dos respectivos Ministros, e citação das
Partes, por Louvados nomeados na fórma de Direito, e do costume pra
ticado em semelhantes casos: E preferindo sempre para edificarem os
Visinhos confrontantes das respectivas Propriedades.
III. Quando as mesmas Partes se considerarem gravadas nas avalia
ções dos Bens allodiáes, e enfiteuticos, que se fizerem na sobredita fór
ma, excedendo a Propriedade o valor de trezentos mil réis no juizo dos
Louvados, ou conforme o parecer de alguns delles, recorrerão á Casa da
Supplicação com o Processo verbal do arbitramento de que interpuzerem
o recurso, o qual será nella tambem verbalmente julgado pelos Juizes, e
Adjuntos, que nomear o Regedor; preferindo sempre o despacho dos so
breditos recursos á expedição de todo, e qualquer outro negocio; sem
que com tudo se suspenda, em quanto os taes recursos se julgarem, na e
dificação, ou reedificação, que se houver de fazer nos Terrenos de cujas
avaliações se tratar.
IV. Nas edificações, e reedificações, que se fizerem nas Proprieda
des sujeitas a Morgados, ou Capellas, preferirão sempre semelhante
mente os respectivos Administradores para fazerem por sua conta as re
feridas obras, parecendo-lhes, e podendo a isso obrigar-se na sobredita
fórma. Porém quando eles não quizerem, ou não poderem obrigar-se ef
6O6 1758
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:
Hel por bem estabelecer aos Ministros, e Oficiaes da Junta dos Con
tos, e Chancellaria da Minha Casa, e Estado do Infantado, por onde
tambem se administrão as rendas dos Meus bens pessoaes, os ordenados,
que abaixo se declarão, extinguindo os que ao presente tinhão, e tudo o
mais, que por qualquer titulo percebião com os seus cargos, e Oficios,
na fórma expressada neste Decreto.
§. I.
18 O Contínuo da Junta cem mil réis, fazendo por ella, e pelos Con
tos o que lhe for ordenado.
19 O Fiel do Thesoureiro da Casa, Chancellaria, e bens pessoaes
por tudo cento e oitenta mil réis.
20 Os dous Praticantes, que pela Junta fadmittidos á prática da
6]O 1758
10 , Vencerá cada hum dos mais Praticantes, que pelo dito aviso Fui
Servido conservar nos Contos, oito mil réis por anno, havendo por es
cusos os que, abusando da dita graça, deixarem de continuar o exerci
cio da prática; e para só se metterem em folha os que tiverem actual
residencia, destes dará o Superintendente huma relação no principio de
cada anno ao Escrivão da fazenda.
11 O Porteiro, que tambem he Guarda livros dos Contos, por ambas
as occupações terá cento e quarenta mil réis de ordenado, fazendo á sua
custa toda a casta de preparação, arrumação, e limpeza dos tinteiros,
cartorio, e Casa dos Contos.
§, III.
1 Far-se-ha assentamento no livro delle dos ordenados aqui constitui
dos, pondo se verbas de extinção nos assentos dos antecedentes, que Hei
por derogados: passando-se de tudo certidões nos Alvarás, e Cartas, a
que se referem, para titulo do que ficão vencendo os Ministros, e Offi
ciaes, que serão pagos pelas folhas da Thesouraria geral aos quarteis de
Janeiro do presente anno em diante, em quanto Eu não mandar o con
trario; e por estar já o Thesoureiro pagando pela folha deste dito anno
os ordenados antigos, o Provedor Antonio Feliciano de Andrade liquida
rá tudo o que se tiver recebido, e do resto para inteirar os novos, porá
verbas nas adicções da mesma folha, para e Thesoureiro na fórma refe
rida lhes ir satisfazendo.
2 Os ditos Ministros, e Oficiaes não levarão mais propinas da Mi
1758 6|1
nha fazenda, ou dos arrematantes dos contratos, nem ajuda de custo por
motivo algum, nem folhinhas em dinheiro, ou em especie, cera, papel,
ramalhetes, rúbricas de livros, nem as ordinarias , que o Escrivão dá
fazenda, e seus Oficiaes tinhão por fazerem as folhas, ou outra alguma
cousa, que até ao presente vencessem, ou queirão innovar; porque tudo
Hei por extincto, e nullo pela reducção aos novos ordenados, que só,
e o mais, que neste Decreto lhes concedo, haverão á custa de Minha
fazenda: e nem das partes cobrarão mais do que os emolumentos, e as
signaturas, que direiramente por Lei, ou Regimento lhes pertencerem
dos papeis, que lavrarem. |-
peza por Minha fazenda, e nada por ella haverão , nem das partes os
filhos dos proprietarios, que servirem por seus pais, ainda que para o
haverem tenhão concessão Minha, o que annullo, e ficará na fórma dos
mais Tribunaes, só o pai vencendo tudo o que toca ao seu Officio, po
dendo cobrar per si, ou por seu filho o seu ordenado.
8 Por ser incompativel, que os Escrivães dos Contos sirvão pelos Con
tadores sem largarem o exercicio dos seus Oficios, supprirão nos impe
dimentos delles alternativamente por nomeação do Superintendente, e
na mesma fórma em seus lugares os Officiaes do registo, e nos destes os
Praticantes do número pela ordem, com que forão nomeados no aviso de
sua creação, e cada hum dos ditos Oficiaes, e Praticantes servirá até
o espaço de hum mez, findo o qual, lhe succederá outro na mesma, ou
diversa serventia, para todos terem igual exercicio, e prática, perceben
do os emolumentos do lugar, que servirem, mas com o seu proprio orde
nado; e faltando algum culpavelmente ás suas obrigações, de sorte, que
seja preciso prover-se o seu lugar, ou por vacatura, a Junta Me consul
tará para Escrivães os Oficiaes do registo, para estes os Praticantes do
número, e para nelle entrarem os supranumerarios , preferindo os que
melhor Me tiverem Servido, sem total desattenção ás antiguidades, ha
vendo semelhante merecimento, e extinctos os ditos supranumerarios,
pessoas idoneas para o número, e os deste supprirão huns nos impedi
mentos justos dos outros, por ser bastante para tudo o número de seis,
que tenho determinado só haja nos Contos; porém em quanto ha supra
numerarios, poderão estes pelas suas antiguidades seguir a referida al
ternativa na substituição delles.
9 Não pagarão os arrematantes de Minhas rendas hum por cento,
dous por milhar, ou outra alguma propina de suas arrematações, fican
do só obrigados aos pagamentos do preço principal, importancia das fo
lhas dos Almoxarifados, e mais encargos, segundo suas condições.
10. As pensões impostas em alguns Oficios, continuarão em quanto
durarem as causas, por que forão concedidas, declarando-se o seu im
porte nas adicções dos novos ordenados, para por elles serem pagas as
pessoas, a quem tocarem.
11 Os Oficios, que não vão contemplados neste Decreto, fiquem na
fórma, em que se achão estabelecidos.
12 Hei por derogadas as graças, que tenho feito, e tudo o mais,
que encontre estas determinações, as quaes a Junta da Casa do Infanta
do fará cumprir. Belém 13 de Maio de 1758. (1) = Com a Rubríca do
Serenissimo Senhor Infante D. Pedro.
**
# -***@"+ +
# #<>*?) *-*#
{ #LOº# #
Sou Servido abolir, e annullar as origens, e graças, por onde forão con
cedidos os ordenados, propinas, e mais ordinarias, que até o presente
vencião os cargos, e Oficios abaixo declarados da Meza Prioral do Meu º
Grão Priorado do Crato, reduzindo-lhes tudo aos ordenados seguintes.
§. I.
2 Nada mais vencerão por Minha Fazenda, nem das rematações dos
Contractos os ditos Ministros, e Oficiaes, por annullar, e extinguir as
6 16 1758
•
*"" . * * * … , º
29 Nesta Rua não ha que compensar, porque fica com a largura, que
tem actualmente: sendo porém necessario alargar as Travessas, que nel
1758 621
la desembocão, se deve ratear por todos os moradores dos lados, donde
ficarem as referidas Travessas, e dos que tiverem casas em ambos os la
dos, o valor dos terrenos devassados, em beneficio seu, na conformida
de da Lei de 12 de Maio proximo precedente.
Chiado, e Rua Nova do Almada.
•
Terreno, que jaz entre a Rua
Lagar dos Ourives
do Sebo, e Rocio.do Ouro, Rua Nova,
Terreno, gue confina pela banda do Sul com os edificios do lado Septen
trional do Terreiro do Paço, pela banda do Poente com os mesmos
edificios, pela banda do Norte com a Rua Nova dos Mercadores, Rua
dos Ourives da Prata, Carneçarias, e Mal-cosinhado; e pela do Nas
cente com a Casa da Misericordia, propriedades, que estão nas cos
tas della.
{ 3ktoºk +
tenha assim entendido, e o faça executar pelo que lhe pertence. Belém
a 12 de Junho de 1768. (1) = Com a Rubrica de Sua Magestade. _-
* * Impr. avulso,
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I PARA o DU a UE REGED o R. J
T Llustrissimo e Excelentissimo SENHOR. = Sua Magestade Manda re
metter a V. Excellencia o Decreto incluso, para fundar, e extender á
jurisdicção de V. Excelencia a todas as materias concernentes á reedifi
cação da Cidade de Lisboa, e á nomeação dos Ministros, que devem ex
pedir as muitas diligencias, que fará precisas huma obra tão grande, e
tão digna da grandeza do animo do mesmo Senhor, e do exemplar zelo,
e completo acerto, com que V. Excelencia se emprega no Serviço Real.
. . . Tambem Sua Magestade Manda passar ás mãos de V. Excellen
cia o Plano, que vai com o mesmo Decreto, em que vão decididas pelo
mesmo Senhor todas as dúvidas, que se propozerão nas ultimas Confe
rencias sobre a reedificação da parte da Cidade, que jaz desde o largo
de S. Roque até o Chiado, da Rua Nova do Almada até á Padaria, e
da extremidade Septentrional do Rocio até o Terreiro do Paço: para
que V. Excelencia mande alinhar, e abrir as Ruas, e Travessas, de
que trata o mesmo Plano, na conformidade do que nelle se acha resoluto
por S. Magestade: e para que depois destas diligencias possão estabele
cer-se sobré principios certos quaesquer Decretos, ou Resoluções, que V.
Excelencia ache, que são necessarios ao dito respeito, para remover nos
casos occorrentes quaesquer dúvidas, que necessitem da especial, e im
mediata Providencia do dito Senhor.
Fico ainda expedindo o Plano do Rocio, para o enviar da mesma
sorte a V. Excelencia com a participação das Providencias, que S. Ma
gestade deu a respeito della, e das Ruas, que hão de desembocar pela
banda do Nascente, Norte, e Poente, naquella bella Praça.
+ E sempre V. Excelencia me achará para executar as suas ordens
com a mais fiel, e obsequiosa promptidão. Deos guarde a V. Excellen
cia. Belém a 16 de Junho de 1758. = Mais obsequioso, e fiel cativo, de
V. Excellencia. = Sebastião José de Carvalho e Mello: *1 * *
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem : Que, por quanto
no preambulo do Capitulo sexto do outro Alvará, e Regimento dos Or
denados do Presidente, Deputados, e mais Ministros da Repartição da
Meza da Consciencia, e Ordens, publicado em vinte e tres de Março de
mil setecentos e cincoenta e quatro, Ordenei, que querendo o Provedor,
e Administrador das Capellas do Senhor Rei Dom Afonso IV. nomear
(1) Para o Senado da Camara desta Cidade se passou outro Decreto semelhante com
a mesma data de 12 de Junho de 1758. - **
Kkkk .
626 1758
Ouvidor, como lhe estava permittido, lhe pagaria á sua custa: E tem
mostrado a experiencia, que os Ministros da graduação de que sempre
forão os referidos Ouvidores, a qual nunca foi menor, do que a de De
sembargador da Casa da Supplicação, se não conformão a receber Orde
nado, que não seja pago pela Minha Real Fazenda: Hei por bem, que
os Ouvidores, que forem nomeados pelo dito Provedor, tenhão, e hajão
de seu Ordenado hum moio de trigo, e outro de cevada, com que a mes
ma Ouvidoria foi creda, para lhes ser annualmente pago pelas rendas
das ditas Capellas; além dos cento e noventa e dous mil réis, que Fui
Servido determinar ao dito Provedor; não obstante o mesmo Regimento,
que Hei por derogado nesta parte, e quaesquer disposições contrarias:
E levarão mais os sobreditos Ouvidores todas as Assignaturas, e emolu
mentos, que direitamente lhes pertencerem, á custa das Partes. -
*-*****-*
-
º -
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo-Me presente, que de annos a esta parte se tem transportado
das Ilhas da Madeira, e dos Açores para estes Reinos tão grande núme
ro de pessoas de ambos os sexos, que em menos de hum anno excedêrão
o número de mil: E tendo consideração aos gravissimos damnos, que in
dispensavelmente hão de resultar, se não restringir pela Minha Real Pro
videncia aos Naturaes, e Habitantes das mesmas Ilhas, a liberdade, de
que tanto tem abusado, passando-se para estes Reinos, sem mais causa,
que a viciosa repugnancia do trabalho, porque fogem dos necessarios ex
ercicios servis, e da louvavel applicação da Agricultura, em que se po
dem empregar em commum beneficio: Accrescendo a estes outros ain
da maiores inconvenientes, como são o de se diminuirem as Povoações,
e o de se dificultarem os transportes dos casaes para as Colonias, que
tenho mandado estabelecer nos Meus Dominios Ultramarinos: Por todos
estes justissimos motivos, Sou Servido prohibir, que pessoa alguma de
hum, e outro sexo, de qualquer qualidade, e condição que seja, possa
sahir das Ilhas da Madeira, e dos Açores para estes Reinos, e suas Con
quistas, e para os Paizes Estrangeiros, sem Passaporte passado pelo Go
vernador, e Capitão General da Ilha da Madeira, ou quem seu cargo
servir, e pelas Pessoas encarregadas do Governo das mais Ilhas adjacen
tes: Precedendo as Justificações necessarias das justas causas, porque
1758 627
Kkkk 2
628 1758
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem : Que Sendo-Me
presente, que nas casas, que a Junta do Commercio destes Reinos, e
seus Dominios tem alugadas no sitio da Cotovia para as suas Conferen
cias, ha competentes accommodações, para nellas se recolherem as fa
zendas apprehendidas por tomadias, não sendo das que devem ser leva
das á Alfândega do Assucar da Cidade de Lisboa: E que resultaria des:
ta nova providencia não sómente a melhor conservação das ditas fazen
das, por haver alli armazens muito mais espaçosos do que aquelles, que
actualmente tem o Deposito público; mas ainda a facilidade das vendas
pela maior frequencia do povo, que concorre naquelle sitio, onde se po
dem fazer os Leilões com mais socego, e maior expedição do que na Pra
ça do referido Deposito: Hei por bem Ordenar que, em quanto Eu não
mandar o contrario, todas as mercadorias, qne do dia da publicação des
te Alvará em diante se apprehenderem pelos Oficiaes da dita Junta do
Commercio, ou por quaesquer outros, que não forem os da sobredita
Alfandega, sejão levadas aos armazens das casas, em que a mesma Jun
ta tem as suas Conferencias, e que delles se fação as vendas, e as arre
matações das fazendas apprehendidas, com assistencia de dous Deputa
dos, e do Provedor della junto das mesmas casas; sem embargo das Dis
posições dos Alvarás de treze de Novembro de mil setecentos cincoenta
e seis, e de vinte e seis de Outubro do anno proximo passado de mil se
tecentos cincoenta e sete, e de quaesquer outras Leis, Regimentos, Fo
raes, Ordens, ou Estilos contrarios, que Sou Servido derogar nesta par
te, ficando aliás sempre em seu vigor; e conservando-se a fórma da ar
recadação do producto das referidas vendas, que se acha ordenada no
sobredito Alvará de vinte e seis de Outubro do anno proximo preceden
te de mil setecentos cincoenta e sete.
Pelo que: Mando ao Presidente da Meza do Dosembargo do Pa
ço, Regedor da Casa da Supplicação, Védores da Minha Real Fazenda,
Presidentes do Conselho Ultramarino, da Meza da Consciencia e Ordens,
e do Senado da Camara, Junta do Commercio destes Reinos, e seus
Dominios, Desembargadores, Corregedores, Juizes, Justiças, e mais
Officiaes, e Pessoas, a quem o conhecimento deste pertencer, o cumpräo,
e guardem sem dúvida alguma, e tão inteiramente como nelle se contém.
E valerá como Carta passada pela Chancellaria, ainda que por ella não
passe, e o seu efeito haja de durar mais de hum anno, não obstantes
as Ordenações em contrario: Registando-se em todos os lugares, onde
se costumão registar semelhantes Leis: Mandando-se o Original para a
Torre do Tombo. Dado em Belém aos 11 dias do mez de Julho de 1758.
= Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist. na Secretaria de Estado dos Negocios do Reino
no Livro II da Junta do Commercio destes Reinos,
e seus Dominios a fol. 125 vers., e impr, na Impres
são Régia.
1758 629
tos e seus authores; logo que se acharem provados pelo número de teste
munhas, que parecer competente, proponha os Autos em Relação, e nel
la os sentenceie summaria, e verbalmente com os adjuntos, que lhe no
mear o Regedor, ou quem seu cargo servir, procedendo de plano na con
formidade dos Meus Reaes Decretos de quatro de Novembro de mil se
tecentos e cincoenta e cinco, impondo a pena ordinaria aos Cabeças das
ditas duas ultimas sedicções até ao número de seis, e aos que o excede
rem entre os principaes Réos as de presenciarem as execuções, e serem
depois dellas açoutados á vista do Patibulo: A referida pena ordinaria
será imposta daqui em diante irremissivelmente a todos aquelles dos di
tos Réos condemnados ao serviço das Obras e ministerios publicos, que
fizerem semelhantes sedições contra as pessoas, que os applicarem ao
trabalho público, a que forem destinados, ou concorrerem para as ditas
sublevações, ou guardarem nas casas em que se recolhem, ou fóra dellas
qualquer arma prohibida pelas Minhas Leis; conservando-se sempre aber
ta a referida Devaça para por ella se proceder privativamente pelo sobre
dito Ministro, e na referida conformidade em todos os casos occorrentes:
O Duque Regedor, ou o Ministro que seu cargo servir o tenha assim en
tendido, e faça executar, mandando afixar este por Edital, que se con
servará sempre nos lugares publicos, e portas do Arsenal; e ordenando,
que no mesmo Edital se declare especificamente quaes são as armas, cu
jo uso terá a sobredita pena, para que chegue á noticia de todos; e exe
cutando-se tudo o referido, não obstante, quaesquer Leis, Disposições,
ou Costumes contrarios. Belém a 18 de Julho de 1758. = Com a Ru
bríca de Sua Magestade.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo-Me presentes em Consulta da Junta do Commercio destes Rei
nos, e seus Dominios, que Mandei vêr por Pessoas do Meu Conselho,
Doutas, e Timoratas, com cujos pareceres Fui Servido conformar-Me,
as notorias obrepções, subrepções, e falta de informação, com que foi
expedido o Alvará de vinte de Fevereiro de mil setecentos quarenta e
oito, que derogou, e declarou os de vinte de Março de mil setecentos
trinta e seis, e de vinte e cinco de Abril de mil setecentos trinta e no
ve, que havião permittido navegarem-se para o Brazil mil caixas em dous
Navios da Ilha da Madeira, outras mil em outros dous Navios da Ilha
Terceira; quinhentas em hum da Ilha de São Miguel; e outras quinhen
tas em outro da Ilha do Faial: Sou Servido cassar, e revogar, para que
da publicação deste, em diante, fique sem efeito o dito Alvará de vin
te de Fevereiro de mil setecentos quarenta e oito, permittindo sómente,
que os Moradores das ditas Ilhas, em lugar de cada hum dos Navios de
quinhentas caixas, que devião navegar, possão expedir tres, ou quatro
de menos porte, para maior facilidade daquella navegação; com tanto,
que vão das sobreditas Ilhas em direita viagem para os pórtos do referi
do Estado carregados dos generos, que ellas produzem, e nellas se fabri
cão, e não de outra sorte.
1758 * 631
* *
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que havendo-se-Me representado pela Junta da Administração da Com
panhia geral do Grão Pará, e Maranhão, que em razão de ter esta Com
panhia a honra de ser por Mim fundada, e de girar debaixo da Minha
immediata Protecção o seu Commercio, se fazia de huma indispensavel
necessidade, que nelle resplandecessem as Minhas Paternaes intenções
com a providencia, e com a prática de huma exuberante boa Fé em to
dos os Pórtos, a que o mesmo Commercio se extende, e em todas as
Pessoas, que o manejão em nome da dita Companhia; de sorte, que en
chendo com o seu zelo, e fidelidade as obrigações de Administradores
públicos dos cabedaes da dita Companhia, estabelecida para o serviço de
Deos, e Meu, e para o Bem Commum dos Meus Vassallos das referidas
Capitanías; fação notoriamente vêr em todos os seus procedimentos,
que trabalhão sem outros fins, que não sejão os de tão necessarios, e pro
veitosos objectos: e procurando em ordem a elle obviar tudo, o que pos
sa: ser interesse, e negociação particular dos ditos Administradores dos
Pórtos, onde a mesma Companhia faz, ou fizer o seu commercio; e tu
do, o que póde ser prevaricação em tão dilicados exercicios: Estabele
ço, que da publicação deste em diante, os Administradores, Feitores,
Caixeiros, ou quaesquer outras Pessoas, que servirem a sobredita Com
panhia em qualquer dos Pórtos do Ultramar, não possão per si, ou por
interpostas pessoas, directa, ou indirectamente, por qualquer via, mo
, ou maneira, que seja, fazer Commercio algum particular, ou inte
ressar-se, com as Pessoas, que o fizerem, em quanto forem Administra
dores; Feitores, ou Officiaes pagos, ou constituidos para o manejo do
Commercio Geral da dita Companhia; para as vendas, e compras das
fazendas seccas, ou molhadas, a ella pertencentes; ou ainda para are
cadação, e custodia das mesmas fazendas: E tudo debaixo das penas de
nullidade dos Contratos, que os ditos Administradores , Feitores, ou
Oficiaes fizerem, depois de haverem transgredido, a observancia desta
Lei; não só pelo que pertence ás contravenções della; mas tambem a to
dos, e quaesquer outros Contratos, celebrados em seu beneficio, os quaes
ordeno, que não produzão efeito, nem possão prestar impedimento em
Juizo, nem fóra delle; de ficarem inhabilitados para Commerciarem , e
para receberem qualquer honra Civil, ou Militar; e de pagarem anovia
do, ametade a favor de quem os delatar, e outra ametade a beneficio dos
interessados na mesma Companhia, todo o valor das fazendas, e gene
ros, com que houverem traficado; e de serem irremissivelmente açouta
632 I758
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de declaração virem, que
sendo-Me presente, de que sem embargo de que no Capitulo sexto, Pa
ragrafo primeiro do Alvará de tres de Dezembro de mil setecentos e
cincoenta, em que houve por bem annullar, cassar, e abolir a Capita
ção, com que naquelle tempo contribuião os moradores das Minas Ge
raes, excitando, e restabelecendo no lugar della o Direito Senhorial dos
Quintos, se acha literalmente expresso, de que em todo o ouro descami
nhado, e na importancia da pena, em que incorrem os descaminha
dores delle, pertence ametade, não só aos que denuncião, mas tam
bem aos que descobrem o sobredito descaminho; ainda assim se movem
dúvidas sobre a sua intelligencia; controvertendo-se, se o beneficio do
referido prémio se deve restringir sómente aos que descobrem os contra
bandos por acto voluntario, e livre; ou se deve extender-se igualmente
aos que achão, e descobrem o mesmo contrabando, quando o buscão, e
descobrem por obrigação do seu ministerio, e oficio; como succede (por
exemplo) aos Soldados das patrulhas, e Oficiaes, de Justiça: Sou Servi
do declarar, que o sobredito beneficio deve comprehender igual, e indis
tinctamente ambos os referidos casos, de ser o descobrimento feito vo
luntariamente por pessoas particulares, ou pelas pessoas, que o buscão,
e achão por obrigação dos seus ministerios, e oficios, como os sobredi
1758 • 637
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Sendº Me presente, que da liberdade, e isenção de direitos, que no
Meu Real Decreto de quinze de Janeiro do anno proximo passado Fui
Servido conceder á louça da Tanoaria concertada, se tem feito conside
ravel abuso por alguns Mestres do Oficio de Tanoeiro, os quaes não du
vidão afirmar, ainda debaixo de juramento, na Meza do Paço da Ma
deira, que huma grande parte das Aduélas, recolhidas nas suas Ofici
nas, forão empregadas em concertos da referida louça, diminuindo por
este modo a importancia dos direitos que devião pagar das Aduélas, com
que havião fabricado toda a louça nova, em prejuizo dos filhos da folha
1758 • 639
… . . Impresso avulso.
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- Impresso avulso.
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642 1758
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A NNO D E 1759.
passada pela Chancellaria, posto que por ella não ha de passar, e que o
seu efeito haja de durar mais de hum anno, sem embargo das Ordena
ções, e quaesquer outras Leis, Regimentos, ou Disposições, que sejão
em contrario. •
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que sendo-Me pre
sente em Consulta do Conselho Ultramarino a dúvida, que muitas vezes
se tem movido sobre dever-se admittir Appellações, ou Aggravo da Sen
tença, que julga por livre alguma pessoa, a quem se controverte a liber
ade; e porque supposto esta não possa ter avaliação, com tudo póde es
ta ter lugar, quando da Sentença se segue sómente o prejuízo do valor
do Escravo, de que fica privado o que pertendia ser seu Senhor; sendo
porém a causa sobre a liberdade que pela sua natureza não admitta es
timação para ser em todo o caso appellavel a Sentença, conforme muitas
opiniões de A.A., que derão causa ao Assento, que se tomou na Casa
da Supplicação, de que se póde appellar, ou aggravar, ou seja a Sen
tença proferida contra a liberdade, ou o favor da mesma: sem embar
go do qual Assento a Relação da Cidade da Bahia julgou caber na sua
Alçada huma causa, em que foi sentenciada por livre huma mulher, que
o pertendia ser; e attendendo Eu ao favor, de que se faz digna a liber
dade: Fui Servido, em Resolução da dita Consulta, conformar-Me com
a opinião, que seguio a dita Relação da Bahia no caso, de que se
tratava; e que por esta se fique sentenciando em todos os casos seme
lhantes, sem embargo do Assento, e opiniões, que estão em contrario:
e Hei por bem daqui em diante sempre que se proferir alguma Senten
ça a favor da liberdade de alguma pessoa, se avalie a causa para efeito
de se admittir, ou não admittir a Appellação, ou Aggravo, que se in
terpozer, conforme a Alçada, que tiver quem proferir a Sentença.
Pelo que: Mando ao Regedor da Casa da Supplicação, Governa
dor da Relação, e Casa do Porto; Vice-Rei do Estado do Brazil, Go
vernador, e Capitão General da Capitanía do Rio de Janeiro, Desem
bargadores das Relações do Reino, e Conquistas, e a todos os Correge
dores, Provedores, Ouvidores, Juizes, e Justiças de Meus Reinos, e
Senhorios, cumpräo, e gnardem este Meu Alvará de Lei, e o fação cum
prir, e guardar. E ao Doutor Manoel Gomes de Carvalho, do Meu Con
selho, e Chanceller Mór destes Reinos, Ordeno o faça publicar na Chan
cellaria, e delle se enviarãe Cópias aos Tribunaes, Ministros, e Pessoas,
que o devem executar. E se registará nos livros do Conselho Ultramari
no, nos do Desembargo do Paço, nos da Casa da Supplicação, nos das
Relações do Porto, Bahia, e Rio de Janeiro, e nas mais partes, onde
semelhantes se costumão registar; e este proprio se lançará na Torre do
646 1759
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem, que, sen
do-Me presente a Sentença, que em doze do corrente mez de Janeiro se
proferio na Junta da Inconfidencia, para o castigo dos Réos do barbaro,
e execrando desacato, que na noite de tres de Setembro do anno proxi
mo precedente se cometteo contra a Minha Real Pessoa; e que entre as
penas, que na mesma Sentença se impozerão aos sobreditos Réos, se
comprehendeo o da efectiva reversão, e actual incorporação na Minha
Real Coroa de todos os bens vinculados, que por elles erão administra
dos, e possuidos, naquellas partes, em que houvessem sido constituidos
em bens da mesma Coroa, ou que della tivessem sahido por qualquer
modo, maneira, ou titulto, que fosse, como o forão por exemplo os bens
declarados nas Doações da Casa de Aveiro, e os mais bens da mesma
natureza, que erão possuidos, ou administrados pelos sobreditos Réos: E
que o mesmo se observasse pelo que pertence aos prazos de qualquer na
tureza que fossem: Sou Servido approvar, ratificar, e confirmar as so
breditas Decisões; não em fórma commua; mas sim em fórma eficaz, e
especifica de Meu Motu proprio, certa Siencia, Poder Real, Pleno, e
Supremo; para que as mesmas Decisões, em tudo, e por tudo se cum
prão, e guardem como nellas se contém, sem embargo da Ordenação do
livro quinto, titulo sexto, paragrafo quinze das clausulas das Doações, e
Instituições por mais exuberantes, e irritantes que sejão; e de quaes
quer Disposições de Direito, ou Opinião de Doutores, que sejão em
contrario, as quaes todas, e cada huma dellas Hei neste por expressas
como se dellas fizesse especial menção, para as derogar, como derogo,
tirando-lhes toda a força, e vigor para como revogadas, e nullas não po
derem mais produzir efeito, ou prestar impedimento algum em Juizo,
ou fóra delle. Estabeleço, que não só se observe assim no caso preterito
declarado pela dita Sentença, não obstante haver sido a pena imposta
depois do delicto, e sem embargo das Disposições contrarias; mas tam
bem que o mesmo se pratique pelo tempo futuro, no castigo de todos os
crimes de Leza Magestade de primeira Cabeça. E Mando a Manoel da
Maia Mestre de Campo General de Meus Exercitos, e Guarda Mór da
Torre do Tombo, que nella faça cassar, averbar, e trancar todas as
Doações, e Titulos, que nella se acharem lançados sendo pertencentes
a bens da Coroa, que hajão sido possuidos, ou administrados pelos Réos,
que forão condemnados por aquelle exacrando delicto, para que dos mes
mos Titulos como cassados, e annullados se não possão mais extrahir Có
pias, e que assim se fique praticando daqui em diante nos casos, em
que se commetter crime de Leza Magestade de primeira Cabeça. Os
treslados das referidas Doações, e Titulos, que já se acharem extrahi
dos em mãos de Pessoas particulares, Ordeno que não possão ter fé, ou
credito algum em Juizo, ou fóra delle, e que se não possão alegar, e
menos attender; mas que antes pelo contrario, logo que forem appare
1759 647
*—****—*
que lhe parecer nomear em cada hum dos incidentes e Decisões que se
oferecerem; e nomeando semelhantemente para Escrivão dos Depositos,
e Causas concernentes ao sobredito Fisco, a pessoa, que lhe parecer mais
idonêa, a qual no caso de não ser Oficial público, dará juramento de se
gredo nas materias, que o requererem, e de bem e fielmente servir o
dito emprêgo de Escrivão: Sou Servido, outro sim nomear para Deposi
tario dos mesmos bens e seus rendimentos a Antonio dos Santos Pinto,
com o qual se continuarão os termos necessarios para a arrecadação del
les se fazer em fórma mercantil. O mesmo Doutor Pedro Gonçalves Cor
deiro Pereira, como Juiz da Inconfidencia, e como Chanceller da Casa
da Supplicação, que serve de Regedor della, o execute e faça assim exe
cutar na sobredita fórma, não obstante , quaes Leis, Disposições , ou
Estilos, que sejão em contrario. Palacio de Nossa Senbora da Ajuda em
18 de Janeiro de 1759. = Com a Rubríca de Sua Magestade.
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A ttendendo á grande urgencia, que constitue a reedificação da Cida
de de Lisboa, e ao muito, que importa ao Bem Commum dos seus Ha
bitantes aproveitar-se o opportuno tempo da Primavera proxima, para
se fabricarem com maior commodidade os Edificios, de que a mesma Ci
dade se hade compor , e decorar: Sou Servido, que o Desembargador
Pedro Gonçalves Cordeiro Pereira, do Meu Conselho, e Chanceller da
Casa da Supplicação, que nella serve de Regedor, faça promptamente
executar todas as ordens, e Instruções, que tenho mandado expedir pa
ra a sobredita reedificação na fórma em que se achão compiladas no Li
vro intitulado: Memorias das principaes providencias, que se derão no
Terremoto, que padeceo a Corte de Lisboa no anno de mil setecentos
cincoenta e cinco, desde a pagina trezentas e dezoito em diante. O mes
mo Ministro o Execute assim na fórma das sobreditas ordens usando de
toda a ilimitada Jurisdicção, que necessaria lhe for ao dito respeito.
Pancas a 13 de Fevereiro de 1759. = Com a Rubríca de Sua Magestade.
Regist. na Casa da Supplicação no Livro XVI dos De
cretos a fol. 131 vers.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de declaração virem, que
por quanto Fui Servido por Alvará de quatorze de Abril de mil setecem
tos cincoenta e sete, estabeler o preço do frete, que se devia pagar por
cada hum dos couros em cabello, ou sem elle, por cada atanado, e por
cada meio de sola, que dos Pórtos da Bahia, Rio de Janeiro, ou Per
nambuco viessem para qualquer dos Pórtos do Reino, por evitar as gran
des dúvidas, e desordens, que tinha havido entre os Carregadores des
tes generos, e os Mestres dos Navios, determinando, que se não podes
se levar de frete por cida hum couro em cabello, ou sem elle, mais de
trezentos réis, por cada hum atanado quatrocentos réis, e por cada meio
de sola, duzentos réis: E por Me ser presente, que antes da referida
Regulação se abatião no frete convencionado pelas partes oito réis por
cada hum couro, atanado, ou meio de sola, cujo abatimento se fazia aos
Navios, por ser esta a parte, que por estilo se lhes havia destribuido no
direito de Comboi, que pagão os despachantes dos referidos generos; e
que sobre a intelligencia da dita Regulação se tem questionado entre os
donos dos Navios, e os Proprietarios dos couros, e sola, se no preço re
gulado pelo dito Alvará, se deve, ou não fazer abatimento do Comboi:
Hei por bem declarar, que a Minha Real Intenção no Alvará de quator
ze de Abril de mil setecentos cincoenta e sete, foi fazer efectivos aos
Proprietarios dos Navios os preços de quatrocentos réis por cada atana
do, trezentos réis por cada couro em
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, e duzentos réis por cada
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652 1759
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem:
Que tendo sido Servido por outro Alvará de treze de Novembro de mil
setecentos e cincoenta e seis, determinar tempo certo para se fazerem
os Inventarios dos Mercadores falidos; ordenando tambem se procedes
se logo ao pagamento dos Crédores por hum justo rateio: Porque a ex
periencia mostra, que a multiplicidade dos Apresentados, a falta dos
lançadores nos bens de raiz, a difficuldade das cobranças, e a demora
dos mesmos Crédores nas justificações das suas dívidas, costuma emba
raçar os ditos rateios: E por Me ser presente, que havendo-se expedido
alguns dos de maior importancia, se entrou na dúvida, se aos Crédores,
cujas dívidas vencião juros por estipulação, se devião contar os mesmos
juros até o dia sómente da apresentação do Falido, ou se os ficavão ven
cendo até o dia do pagamento, e efectivo rateio: Hei por bem declarar,
que supposto que, por via da regra, os juros convencionaes se não ex
tingão sem o efectivo pagamento: com tudo, como pela apresentação,
e sequestro dos Falidos, os seus bens ficão sendo communs dos Crédores;
e como a Minha Real intenção foi introduzir a possivel igualdade entre
todos os ditos Crédores, extinguindo para este fim as preferencias assim
de Direito commum, como do particular destes Reinos: Estabeleço, que
se não possa contar juros, ainda estipulados, senão até o dia da apresen
tação dos Falidos, e sequestro feito nos seus bens; sem embargo de qual
quer Lei, Disposição, ou costume contrario, que todos Hei por deroga
dos para este efeito sómente, ficando aliás sempre em seu vigor.
Pelo que: Mando á Meza do Desembargo do Paço, Conselhos da
Minha Real Fazenda, e do Ultramar, Casa da Supplicação, Meza da
Consciencia, e Ordens, Senado da Camara, Junta do Commercio des
tes Reinos, e seus Dominios, Desembargadores, Corregedores, Juizes,
Justiças, e Oficiaes dellas, a quem o conhecimento deste pertencer,
que assim o cumpräo, e guardem, e fação inteiramente cumprir, e guar
dar, como nelle se contém. E ordeno ao Doutor Manoel Gomes de Car
valho, do Meu Conselho, Desembargador do Paço, e Chanceller Mór
do Reino, que fazendo publicar este Alvará na Chancellaria, remetta
os transumptos delle impressos aos Tribunaes, e Ministros, na fórma cos
tumada: Registando-se nos lugares, onde se costumão registar semelhan
tes Leis: e mandando-se o Original para a Torre do Tombo. Dado no
Palacio de Nossa Senhora da Ajuda aos 17 de Maio de 1759. = Com a
Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist. na Seeretaria de Estado dos Negocios do Rei
no no livro II. do Registo das Consultas da Junta
do Commercio destes Reinos, e seus Dominios a fol.
219., e impr. na Officina de Antonio Rodrigues Ga
lhardo.
I759 + 655
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que havendo-Me representado a Junta do Commercio destes Reinos, e
seus Dominios, que se faz necessario, em algumas circunstancias, co
nhecer-se com averiguação, e exame maior, que o extrajudicial, do pro
cedimento dos Homens de Negocio Fallidos, e apresentados na mesma
Junta, """ á declaração dos seus bens, e acções, e aos motivos para
a sua fallencia, por quanto, havendo suspeitas, ou presumpção de que
algum dos mesmos Fallidos tinha sonegados cabedaes, ou obrigações a
ctivas, ou tenha sido doloso por outro qualquer modo; e sendo errado,
mas estabelecido conceito de entre os Acredores, que lhes he injurioso o
denunciar desses seus Devedores; não se póde chegar ao verdadeiro co
nhecimento dos factos, por outro algum modo, que não seja o de deva
ças; pelo que lhe parecia necessario, qne Eu fosse Servido permittir,
que havendo dúvida sobre o procedimento, e verdade de alguns dos ditos
Fallidos, se possa ordenar ao Solicitador da mesma Junta, que requeira
devaça no Juizo da Conservatoria geral do Commercio, para que, com
certeza juridica, se possa conhecer da boa, ou má fé dos mesmos Falli
dos; dando Eu a jurisdicção necessaria ao Desembargador Conservador
662 1759
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo-Me presente a grande desordem, que ha nos Juizos dos Or
fãos desta Cidade, tanto na facção dos Inventarios, intrometendo-se nel
les os Partidores a fazerem oficio de avaliadores, e os Juizes a arbitrar
lhes salarios exorbitantes, com o erroneo fundamento de só o terem es
tabelecido por Lei do Reino os Partidores, como taes, e não os Avalia
dores; com ignorancia culpavel das repetidas Resoluções, que nesta ma
teria tem havido, especialmente do Decreto de dous de Junho de mil
seiscentos noventa e cinco, dirigido ao Regedor da Casa da Supplicação,
e do Alvará de vinte e cinco de Junho do mesmo anno; como tambem
no pouco cuidado, com que os ditos Juizes zelão os bens dos Orfaos, de
tal sorte, que ainda aquelles, que se reduzem a dinheiro, para se guar
darem nos Cofres, se achão em tão má arrecadação, que se encontrão
varias sahidas de dinheiro sem descarga, e talvez tenha havido o mes
mo descuido na carga da receita: seguindo-se de tudo irreparaveis pre
juizos aos miseraveis Orfãos, pela froxidão dos Juizes, destreza, e máo
procedimento de alguns de seus Oficiaes; devendo todos concorrer com
a maior actividade em beneficio dos ditos Orfãos, que merecem pelo seu
desamparo a Minha Régia Piedade, e efectiva Protecção: Sou Servi
do, pelo que respeita a facção dos Inventarios, excitar o que está man
dado nos ditos Decretos, e Alvará assima enunciados: A saber, que ne
nhum Juiz dos Orfãos, da publicação deste em diante, consinta sejão os
Partidores os mesmos Avaliadores, tendo entendido, que ao oficio de
Partidor só pertence fazer partilha, e divisão dos bens, depois delles es
timados, e avaliados por perítos, nomeados pelo Juiz do Inventario que
devem ser os Juizes dos Oficios ( que annualmente forem, ou tiverem
sido) das cousas, e generos, que os tiverem, ou pessoas práticas, e
intelligentes, tratando-se das cousas, e generos, que não tenhão Jui
zes do Oficio: E a huns, e outros Avaliadores sómente se pagará por
dias, sem que pela razão do trabalho da avaliação lhes possa ser ar
bitrado outro salario: E os Partidores, valendo os bens de trinta mil
réis até cem, levarão por seu salario seiscentos réis para ambos: Va
lendo de cem até quatrocentos mil réis, levarão mil réis: Valendo
de quatrocentos mil réis até dous mil cruzados levarão mil e seiscen
tos réis : Valendo de dous mil cruzados até cinco mil cruzados, le
varão dous mil e quatrocentos: Valendo de cinco até dez mil cruza
dos, levarão quatro mil e oitocentos ; e dahi para cima, seis mil e
quatrocentos, e nada mais, nem a titulo de arbitramento, ou espórtu
la: Sem embargo da Ordenação livro primeiro, titulo oitenta e oito,
paragrafo cincoenta e hum , que Hei por revogada, em quanto de
670 1759
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que tendo consi
deração a que da cultura das Sciencias depende a felicidade das Monar
chias, conservando-se por meio dellas a Religião, e a Justiça na sua pu
reza, e igualdade; e a que por esta razão forão sempre as mesmas Sci
encias o objecto mais digno do cuidado dos Senhores Reis Meus Prede
cessores, que com as suas Reaes Providencias estabelecêrão, e animá
rão os Estudos publicos, promulgando as Leis mais justas, e proporcio
nadas para que os Vassallos da Minha Coroa podessem fazer á sombra
dellas os maiores progressos em beneficio da Igreja, da Patria: Tendo
consideração outro sim a que sendo o estudo das Letras Humanas a base
de todas as Sciencias, se vê nestes Reinos extraordinariamente decahi
do daquelle auge, em que se achavão, quando as Aulas se confiárão aos
Religiosos Jesuitas, em razão de que estes com o escuro, e fastidioso
Methodo, que introduzírão nas Escolas destes Reinos, e seus Dominios;
e muito mais com a inflexivel tenacidade, com que sempre procurárão
sustentallo contra a evidencia das solidas verdades, que lhe descobrírão
os defeitos, e os prejuizos do uso de hum Methodo, que, depois de se
rem por elle conduzidos os Estudantes pelo longo espaço de oito, nove,
e mais annos, se achavão no fim delles tão illaqueados nas miudezas da
Grammatica, como destituidos das verdadeiras noções das Linguas Lati
ma, e Grega, para nellas fallarem; e escreverem sem hum tão extraor
dinario desperdicio de tempo, com a mesma facilidade, e pureza, que
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se tem feito familiares a todas as outras Nações da Europa, que abolí
rão aquelle pernicioso Methodo; dando assim os mesmos Religiosos cau
sa necessaria á quasi total decadencia das referidas duas Linguas; sem
nunca já mais cederem, nem á invencivel força do exemplo dos maiores
Homens de todas as Nações civilisadas; nem ao louvavel, e fervorosoze
lo dos muitos Varões de eximia erudição, que (livres das preoccupações,
com que os mesmos Religiosos pertendêrão allucinar os meus Vassallos,
distrahindo-os na sobredita fórma, do progresso das suas applicações, pa
ra que, criando-os, e prolongando-os na ingnorancia, lhes conservassem
huma subordinação, e dependencia tão injustas, como perniciosas ) cla
márão altamente nestes Reinos contra o Methodo; contra o máo gosto;
e contra a ruina dos Estudos; com as demonstrações dos muitos, e gran
des Latinos, e Rhetoricos, que antes do mesmo Methodo havião floreci
do em Portugal até o tempo, em que forão os mesmos Estudos arranca
dos das mãos de Diogo de Teive, e de outros igualmente sabios, e eru
ditos Mestres: Desejando Eu não só reparar os mesmos Estudos para que
não acabem de cahir na total ruina, a que estavão proximos; mas ainda
restituir-lhes aquelle antecedente lustre, que fez os Portuguezes tão co
nhecidos na Republica das Letras, antes que os ditos Religiosos se in
tromettessem a ensinallos com os sinistros intentos, e infelices succes
sos, que logo desde os seus principios forão previstos, e manifestos pela
desapprovação dos Homens mais doutos, e prudentes nestas uteis Dis
ciplinas, que ornárão os Seculos XVI., e XVII., os quaes comprehen
dêrão, e predicerão logo pelos erros do Methodo a futura, e necessaria
ruina de tão indispensaveis Estudos; como forão por exemplo o Corpo da
Univcrsioade de Coimbra ( que pelo merecimento dos seus Professores
se fez sempre digna da Real attenção ) oppondo-se á entrega do Collegio
das Artes, mandada fazer aos ditos Religiosos no anno de mil e quinhen
tos e cincoenta e cinco; o Congresso das Cortes, que o Senhor Rei D.
Sebastião convocou no anno de mil e quinhentos e sessenta e dous, re
querendo já então nelle os Póvos contra as acquisições de bens tempo
raes, e contra os Estudos dos mesmos Religiosos; a Nobreza, e Povo
da Cidade do Porto no Assento, que tomárão a vinte e dous de Novem
bro de mil seiscentos e trinta contra as Escolas, que naquelle anno a
brírão na dita Cidade os mesmos Religiosos, impondo por elles graves
penas aos que a ellas fossem, ou mandassem seus filhos estudar: E at
tendendo ultimamente a que, ainda quando outro fosse o Methodo dos
sobreditos Religiosos, de nenhuma sorte se lhes deve confiar o ensino, e
educação dos Meninos, e Moços, depois de haver mostrado tão infaus
tamente a experiencia por factos decisivos, e exclusivos de toda a ter
giversão, e interpretação, ser a Doutrina, que o Governo dos mesmos
Religiosos faz dar aos Alumnos das suas Classes, e Escolas, sinistramen
te ordenada á ruina não só das Artes, e Sciencias, mas até da mesma
Monarchia, e da Religião, que nos mesmos Reinos, e Dominios devo
sustentar com a Minha Real, e indefectivel protecção: Sou Servido pri
var inteira, e absolutamente os mesmos Religiosos em todos os Meus Reinos,
e Dominios dos Estudos, de que os tinha mandado suspender: Para que
do dia da publicação deste em diante sê hajão, como efectivamente Hei,
por extinctas todas as Classes, e Escolas, que com tão perniciosos, e fu
nestos efeitos lhes forão confiadas aos oppostos fins da instrucção, e da
edificação dos Meus fiéis Vassallos: abolindo até a memoria das mes
mas Classes, e Escolas, como se nunca houvessem existido nos Meus
Reinos, e Domiuios, onde tem causado tão enormes lesões, e tão gra
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ves escandalos. E para que os mesmos Vassallos pelo proporcionado meio
de hum bem regulado Methodo possão com a mesma facilidade, que ho
je tem as outras Nações civilisadas; colher das suas applicações aquelles
uteis, e abundantes fructos, que a falta de direcção lhes fazia até agora,
ou impossiveis, ou tão difficultosos, que vinha a ser quasi o mesmo: Sou
Servido da mesma sorte ordenar, como por este Ordeno, que no ensino
das Classes, e no estudo das Letras Humanas haja huma geral refórma,
mediante a qual se restitua o Methodo antigo, reduzido aos termos sim
plices, claros, e de maior facilidade, que se pratíca actualmente pelas
Nações polidas da Europa; conformando-Me, para assim o determinar,
com o parecer dos Homens mais doutos, e instruidos neste genero dé
erudições. A qual refórma se praticará não só nestes Reinos, mas tam
bem em todos os seus Dominios, á mesma imitação do que tenho man
dado estabelecer na Minha Corte, e Cidade de Lisboa; em tudo o que
for applicavel aos lugares, em que os novos estabelecimentos se fizerem,
debaixo das Providencias, e Determinações seguintes.
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Por justos motivos, que Me forão presentes: Sou Servido abolir, e cas
sar a Minha Real Determinação de vinte e quatro de Dezembro de mil
setecentos cincoenta e hum, pela qual foi ordenado, que o Thesoureiro
do Hum por cento do Ouro fôsse Depositario dos restos, que ficassem
nos Cofres de cada huma das Frotas, depois do tempo determinado para
as entregas; e dando providencia á referida arrecadação; Ordeno, que
os Homens de Negocio nomeados pela Junta do Commercio destes Rei
nos, e seus Dominios, para as entregas dos dinheiros das mesmas Fro
tas, na fórma dos Meus Reaes Decretos de vinte e hum de Novembro
de mil setecentos cincoenta e sete, e de vinte e oito de Junho deste pre
sente anno, sendo completos os quatro mezes determinados pelo Decre
to de nove de Agosto de mil setecentos cincoenta e dous para as entre
gas dos embrulhos, que vierem nos Cofres, passem logo a abrir os em
brulhos, a que não apparecerem Donos, e que em presença do Escrivão
do Hum por cento do Ouro se contem, e tirada delles a importancia do
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Impresso avulso.
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lhos das respectivas Folhas, que dellas se houverem utilisado antes. Cons
tando tambem, que alguns dos referidos Almoxarifes, Thesoureiros, e
Recebedores, se tem escusado de dar as suas Contas com o motivo de
não poderem cobrar dos Contratadores, Rendeiros, e outros devedores;
em razão de se acharem estes munidos com Moratorias, e Remissões sus
pensivas: E devendo prevalecer a tudo a urgencia de se restituir ao seu
natural estado a Administração das Rendas, que constituem o Meu Real
Erario, e o systema da Administração delas: Sou Servido outro sim,
pelo que pertence ao Ajustamento das referidas Contas, e estabeleci
mento do referido systema, haver por cassadas, e de nenhum vigor a
quellas das ditas Moratorias, e Remissões com efeito, que obstarem pa
ra se consolidarem, e fazerem efectivas as Providencias, que tenho da
do sobre esta materia. Considerando, que os Escrivães dos Contos do
Reino, e Casa, que tem trabalhado nestes negocios com os Ministros
encarregados delles, na conformidade do referido Decreto de treze de
Julho de mil setecentos cincoenta e seis, são os mais proprios para es
creverem nos Processos verbaes, que tenho ordenado; achando-se mais
instruidos nas contas de que nelles se deve tratar: Sou Servido outro
sim, que escrevão nos mesmos Processos; para o que: Mando, que se
lhes dê toda a fé pública; havendo por bem, que venção os salarios da
Escripta, Termos, Actos, e mais diligencias, que fizerem: Regulando
se os ditos salarios pelos que costumão levar os Escrivães dos Feitos da
Fazenda nos Processos por elles autuados. Para que todas as sobreditas
Providencias tenhão o seu devido, e consummado efeito: Sou Servido
outro sim conceder a todos, e cada hum dos ditos Juizes Commissarios
jurisdicção extensiva a todas as Execuções das Sentenças por elles profe
ridas; e a todas as suas dependencias, e negocios annexos, e connexos,
até realmente serem ou os devedores absolutos, ou a Minha Real Fazen
da embolçada: Cedendo em beneficio dos mesmos Ministros, Juizes des
tas causas, pelas execuções, que fizerem, os salarios, que a favor dos
Juizes Executores se achão determinados. Para remover todas as dúvi
das, que se tem suscitado sobre quaes sejão os Officiaes de Recebimen
to, que devem dar as snas Contas perante os sobreditos Juizes Commis
sarios; e quaes os que as devem dar nos Contos do Reino, e Casa: Sou
Servido outro sim declarar, que todos os Officiaes de Recebimento, que
o erão no dia primeiro de Novembro de mil setecentos cincoenta e cinco,
devem dar as suas Contas assim do tempo preterito, como do presente, e
ainda futuro, ante os referidos Ministros Juizes Commissarios; até lhes
apresentarem quitação assignada por Minha Real Mão: E que os outros
Oficiaes, que entrárão depois do dito dia primeiro de Novembro a exer
citar de novo pela sua propria Pessoa, devem dar as descargas do seu
recebimento nos Contos do Reino, e Casa. O que porém não terá lugar
nos Recebedores, e quaesquer outros Substitutos, ou subrogados dos di
tos Almoxarifes, e Thesoureiros; que como taes representarem as Pes
soas daquelles, em cujo lugar se subrogarão. O mesmo militará nos Her
deiros dos sobreditos Almoxarifes, Thesoureiros, Recebedores, Admi
nistradores, e Rendeiros, para darem as suas contas ante os ditos Mi
'nistros Juizes Commissarios. E attendendo a que não podem caber no
expediente ordinario as defezas, e respostas, que por parte da Minha
Real Fazenda se devem fazer nos referidos Processos verbaes, e summa
rios: Sou Servido outro sim, que nelles respondão como Procuradores da
RMinha Real Fazenda os Doutores João Ignácio Dantas Pereira, Grego
rio Dias da Silva, Eusebio Tavares de Sequeira, e Innocencio Alvares
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DoM JOSE por graça de Deos Rei de Portugal e dos Algarves, d'a-
quem, e d’além, Mar em Africa Senhor de Guiné, e da Conquista, Na
vegação, Commercio de Etiopia, Arabia, Persia, e da India, &c. Fa
ço saber aos que esta Lei virem, que considerando a gravidade do deli
cto, que commettem os que tirão prezos do poder da Justiça , ou dão
para isso favor, ou ajuda, e que as penas estabelecidas na Lei do Rei
no, não erão bastantes para impedir hum acto tão ofensivo do Meu Real
respeito, e da boa administração da Justiça Fui Servido por Alvará em
fórma de Lei de vinte e oito de Julho de mil setecentos cincoenta e hum
augmentar as penas proporcionadas a tão abominavel delicto: E porque
Me foi presente, que depois da dita resolução ainda se animavão algu
mas pessoas, com escandalosa liberdade, a commetter o mesmo delicto,
fiadas sem dúvida em os dilatados meios para se descobrirem, e castiga
rem os malfeitores: Hei por bem fazer caso de Devaça especial o di
to crime, sem diferença alguma, ou respeito á qualidade dos Minis
tros, ou Oficiaes, que levarem os prezos na fórma, que se declara no mes
mo Alvará, que tambem se observará inviolavelmente quanto ás penas
nelle impostas. -
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que sendo-Me
presentes em Consultas da Meza do Desembargo do Paço, do Conse
lho da Fazenda, e do Senado da Camara de Lisboa, as successivas, e
incorrigiveis quebras, com que, a pezar de todas as Leis penaes esta
belecidas sobre esta materia, havião faltado de credito todos os Thesou
reiros, que recebião os cabedaes de Partes, com escandalo geral, e pre
juizo público: Houve por bem extinguir os Oficios de Thesoureiros dos
Depositos da Corte, e Cidade; do Juizo de
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'gl:
, e Mina; da Ouvido
SSS
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por isso o Expediente das Partes; mas antes substituirá o seu lugar qual
quer dos dous Escrivães assistentes, vencendo o emolumento dos Conhe
cimentos, que expedir, e Verbas, que lançar.
. IX. Tudo o que tenho assima ordenado, militará igualmente na The
souraria dos Defuntos, e Ausentes do Estado da India Oriental. A qual
Thesouraria Hei tambein por extincta, unindo-a ao mesmo Deposito ge
ral na sobredita fórma.
X. Attendendo ao muito, que importa, que na Capital dos Meus
Reinos não se falte aos Habitantes della a com modidade de terem ( nas
eccasiões de jornadas, e ainda nas mesmas residencias, que depois do
Terremoto do primeiro de Novembro do anno de mil setecentos e cinco
enta e cinco ficárão tão expostas) hum Erario, no qual sem fazerem des
pezas possão guardar os seus cabedaes com toda a segurança: E haven
do respeito, a que pela união das duas Thesourarias dos bens dos De
funtos, e Ausentes, accrescem os salarios dellas a favor dos emolumen
tos, e despezas do dito Deposito Público, para se dividirem na fórma
das Minhas Reaes Ordens; e que fica assim a Junta do mesmo Deposi
to com mais esta utilidade: Ordeno, que todo o Dinheiro, Ouro, Joias,
e Prata, que voluntariamente for levado pelos Habitantes da mesma Ci
dade de Lisboa, e Pessoas nella residentes, para ser guardado; não só
seja no mesmo Deposito gratuitamente recebido, sem o menor emolu
mento; mas que seja em hum inviolavel segredo recolhido em Cofre, e
livros separados, com Arrecadação distincta, em commum beneficio dos
Meus fiéis Vassallos. •
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*
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que attendendo
ás clamorosas, e repetidas queixas, com que os Fabricantes de pannos
das tres Comarcas, da Guarda, Castello-Branco, e Pinhel, supplicárão
na Minha Real Presença, que os provesse de opportuno, e ellicaz reme
•
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4 Para evitar que os mesmos preços sejão tão baixos, que desanimem
os Creadores, ou tão altos, que impossibilitem os Fabricantes: Estabe
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leço, que a lã, nem exceda o preço de dous mil e quatrocentos réis por
arroba, nos annos menos férteis; nem se venda por menos de dous mil
réis na maior abundancia; sendo primeiro aberta, e examinada, de sor
te que se exclúa toda a fraude da parte dos Vendedores. O que com tu
do se entende, sendo a dita lã posta na Praça da Villa da Covilhã , á
custa dos mesmos Creadores; porque vindo de outros lugares; se rebate
rá no sobredito preço, o que porjusto cálculo importar o custo dos trans
portes, segundo a maior, ou menor distancia dos lugares.
5 Attendendo igualmente aos descaminhos, em que da mesma sorte
se tem facilitado os Escarduçadores, Cardadores, Fiandeiras, e Tece
lões: Estabeleço, que os Obreiros dos ditos oficios que venderem lã bru
ta, ou fiada per si, ou por interpostas pessoas, sejão prezos, e castiga
dos, como se as sobreditas lãs, fios, ou obras dellas, e delles, fossem
furtos provados; e que nas mesmas penas incorrão as Pessoas que lhes
comprarem as referidas lãs, fios, e obras delles: Devaçando annualmen
te destes descaminhos o mesmo Superintendente, e Juiz Conservador;
dando livramento aos culpados nos sobreditos crimes; e sentenceando-os
conforme o Direito.
6 Tendo mostrado a experiencia, que nas eleições dos Védores de
pannos se proceda com menos circunspecção, do que requerem tão neces
sarias incumbencias, resultando do erro das escolhas prevaricações per
niciosas: Determino que as sobreditas eleições se fação com assistencia
do Juiz Conservador na Comarca da Guarda, e dos Corregedores na de
Castello-Branco, e Pinhel, na conformidade do Capitulo oitenta e tres
do Regimento, e que na Covilhã, e outras Villas onde houver hum nú
mero de Teares consideravel, sejão dous os Védores; repartindo-se a
cada hum delles os Teares que houverem de ficar a seu cargo; e ficando
sempre no Juiz Conservador a obrigação de visitar os Padrões, Sellos,
Ferros», Livros, e Casas dos Artifices; para assim segurar, que os refe
ridos Védores cumpräo com as suas obrigações; ou para devaçar delles
nos casos de negligencia, ou prevaricação, que delles não espero.
7 Pela informação que tive, de que não só nas referidas tres Comar
cas, mas ainda nas mais partes de fóra dellas, onde os rebanhos costu
mão pastar, se tem introduzido hum prejudicial monopolio de ervagens,
havendo pessoas, que as comprão por menos, para depois as revenderem
aos Creadores, por preços excessivos: Estabeleço, que toda a Pessoa
de qualquer Estado, qualidade, e condição que seja, que fizer este re
provado Commercio, comprando quaesquer pastos para os revender, in
corra na pena de pagar pela primeira vez o tresdobro do valor por que
comprar os referidos pastos; pela segunda vez pagará o mesmo valor sex
1avado, depois de haver tido dous mezes de cadeia; e pela terceira vez
anoveado, com degredo de dez annos para a Praça de Mazagão. Nas
mesmas penas incorrerão as pessoas, que venderem as pastagens aos que
não forem Creadores de gados; e ainda os mesmos Creadores, que as
comprarem para as revenderem, ou para nellas metterem gados alheios,
com os proprios: E tudo o referido terá lugar contra os Vereadores, e
Oficiaes das Camaras que venderem pastos a ellas pertencentes, contra
o determinado por esta Minha Real prohibição.
8 Porque a mudança dos tempos tem feito huma alteração tal no es
tado das cousas, que hoje serião insignificantes as penas pecuniarias,
que forão estabelecidas pelo dito Regimento, para cohibirem as prevari
cações por elle reprovadas: Ordeno, que o mesmo Juiz Conservador pos
sa dobrar, treplicar, e quatropear as referidas penas pelo primeiro lapso;
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4–4 e é—#
porém nos mais casos, e nos que provados merecerem pena de morte,
despachará em Relação, em huma só instancia, com os Adjuntos, que
lhe nomear o Regedor, ou quem seu cargo servir; e na mesma fórma ex
pedirá as Cartas de seguro, nos casos, em que só devem ser concedidas,
ou negadas em Relação. Na Cidade do Porto haverá outro Juiz Conser
vador da Companhia, com Ordenado de cem mil réis por anno, e juris
dicção semelhante á do Juiz Conservador de Lisboa, o qual terá por Ter
ritorio as Provincias da Beira, Minho, e Tras os Montes. Em Pernam
buco haverá tambem outro Juiz Conservador, com cem mil réis de Or
denado, e hum Escrivão, e Meirinho, os quaes todos serão nomeados
pela Junta da Companhia, e confirmados por Vossa Magestade, sem em
bargo da Ord. liv. 3, tit. 12., e das mais Leis até agora publicadas so
bre as Conservatorias. Haverá tambem na Cidade de Lisboa hum Procu
rador fiscal, com Ordenado de duzentos mil réis; sendo a nomeação da
Junta geral da Companhia; e pedindo-se a confirmação a Vossa Mages
tade na referida fórma.
9 Este mesmo Privilegio de Juiz privativo, se servirá Vossa Mages
tade extender a respeito desta Companhia, na conformidade da graça,
que tem feito, por Alvará de dez de Fevereiro de 1757., á Companhia
geral do Grão Pará, e Maranhão, para efeito de que o Provedor, In
tendentes, Deputados, e Secretario, e todos os Accionistas, que se inte
ressarem nesta com dez mil cruzados, e dahi para cima, gozem do mesmo Pri
vilegio por toda a sua vida, preferindo este a outro qualquer, ainda que
seja incorporado em Direito, como o dos Moedeiros; e exceptuando-se
sómente aquelles, que forem fundados em Tratados publicos, ou os es
tabelecidos pela Ord. liv. 2. tit. 59.
10 Não se comprehenderão nas jurisdições dos sobreditos Juizes Con
servadores as questões, que se moverem entre as pessoas interessadas
nesta Companhia sobre os Capitaes, ou lucros della, e suas dependencias,
porque estas serão propostas nas Mezas da Administração, e nellas de
terminadas verbalmente em fórma Mercantil, e de plano pela verdade
sabida, sem fórma de Juizo, nem outras allegações, que as dos simples
factos, e das regras, usos, e costumes do Commercio, e da Navega
ção, commumente recebidos; sendo a isso presente o Juiz Conservador,
e o Procurador fiscal. Não excedendo as Causas a quantia de trezentos
mil réis, não haverá appellação, nem aggravo da Junta da Companhia:
Porém das Direcções subalternas se poderá recorrer como por appellação,
para a Direcção de Lisboa: E excedendo a Causa de trezentos mil réis,
se consultará a Vossa Magestade a materia da dúvida pela Junta da Com
panhia, não querendo as Partes estar pelo acôrdo della, para que Vos
sa Magestade se sirva de nomear Juizes, os quaes julgarão na mesma
conformidade, sem que das suas determinações se possa interpor outro
algum recurso ordinario, ou extraordinario, nem ainda a titulo de Re
vista: E tudo isto sem embargo de quaesquer Disposições de Direito,
e Leis, que o contrario tenhão estabelecido.
11 Passarão os sobreditos Conservadores por Cartas feitas no Real
Nome de Vossa Magestade as Ordens, que lhes forem determinadas pe
la Junta da Companhia, e requeridas pelas Direcções subalternas, as
sim para o bom governo da Companhia, como para tomar Embarcações,
e fazer carretos; podendo cortar madeiras onde forem necessarias, pagando
se a seus donos pelos preços que valerem; e para obrigar Trabalhadores,
Barqueiros, Taverneiros, e todos os Artifices, que sirvão a Companhia,
Pagando lhes os seus salarios: E se lhe não poderão tomar, nem ainda
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sas, e armazens suficientes para o seu despacho, guarda dos seus cofres,
e arrecadação das fazendas; e não sendo possivel, que tudo isto se fabri
que com a brevidade necessaria: Ha Vossa Magestade por bem mandar,
que se lhe tomem por aposentadoria todas as casas, e armazens, cober
tos, e descobertos, que lhe forem precisos; pagando a seus donos os alu
gueis, em que se ajustarem, ou se arbitrarem por Louvados a contento
das partes; e derogando Vossa Magestade para este efeito quaesquer
Privilegios de aposentadorias, que tenhão as pessoas, a quem se toma
rem, ou que nelles tenhão recolhido suas fazendas. Tambem Vossa Ma
gestade he servido conceder-lhe a praia immediata á Casa da Moeda pe
Ja parte do Poente; os armazens, que estão encostados ao muro do pa
tio da mesma Casa, e os mais, que lhe ficão defronte, de que até ago
ra se servia a Ribeira das Náos, para que a Companhia possa fazer edi
ficar Estaleiros para os Navios, e recolher o que a elles for pertencente,
entregando-se-lhe as casas, que se achão no Terreno, que jaz entre os
referidos armazens ; e fazendo-se a necessaria separação entre os ditos
Estaleiros, e Casa da Moeda, com portas separadas. Em Pernambuco
se serve tambem Vossa Magestade conceder á mesma Companhia o uso
da Casa do Ouro, e os seus armazens, como tambem aquella parte de
Marinha que for mais accommodada para a construcção, e concertos dos
seus Navios, e máis Embarcações necessarias, ordenando por este ca
pitulo ao Governador daquella Capitanía, e mais pessoas, a quem toca,
que de tudo lhe fação entrega sem dúvida, nem contradicção alguma.
14 Além do sobredito concede Vossa Magestade licença á Companhia
para fabricar os Navios, que quizer fazer, assim mercantes, como de
Guerra, em qualquer outra parte das Marinhas desta Cidade, e Reino,
onde houver com modidade: Como tambem para cortar madeiras no dis
tricto da Cidade do Porto, Alcacer do Sal, ou outra qualquer parte que
não seja Coutada, participando, pela via, a que tocar, a determinação
do número, e qualidade das madeiras, que intenta fazer cortar , para
que se lhe avaliem, não havendo preços estabelecidos, e se paguem com
toda a brevidade; e para o córte lhe manda Vossa Magestade dar todo
o favor, e promptidão, e ainda preferencia a todas as obras, que não
forem da Fabrica de Vossa Magestade.
15 Poderá a sobredita Companhia, mediante a licença de Vossa Ma
gestade, mandar tocar caixa, e levantar a gente de Mar, e Guerra que
lhe for necessaria para guarnição das suas Frotas, e Náos, assim nesta
Cidade, Reino, e lIhas; como nas Capitanías de Pernambuco, e Paraí
ba, a todo o tempo, que lhe convier, fazendo-lhe as pagas, e ventagens,
que acordar com elles. E succedendo que na mesma occasião mande Vos
sa Magestade fazer levas de gente, precedendo as do Serviço Real, se
seguirão logo, immediatamente, as da Companhia; porém havendo ur
gente necessidade della, consultará a Vossa Magestade para que sirva
de lhe dar a necessaria providencia.
16 E porque para commandar, e dirigir Frotas de tanta importan
cia, se devem eleger pessoas de grande satisfação, e confiança: He Vos
sa Magestade servido permittir, que a Companhia escolha os Comman
dantes, Capitães de Mar, e Guerra, e mais Officiaes, que lhe parecer,
para o governo, e guarnição das Náos, que armar: Propondo a Vossa
Magestade por Consulta da Junta, e Direcção principal , duas pessoas
para cada posto, para que Vossa Magestade se sirva de eleger huma del
las: Dando Vossa Magestade licença aos que estiverem occupados em
seu Serviço, para exercitarem os ditos cargos: Havendo Vossa Magesta
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tade lassim a elles, como os Soldados, aos serviços, que nas ditas
Náos fizerem; como se fossem feitos na sua Real Armada, ou Fronteiras
do Reino, para lhos remunerar conforme as fés de Oficios, e Certidões
que apresentarem; o que se entende, ajuntando Certidão da Companhia,
de como nella derão conta da obrigação do seu cargo; e sem a dita Cer
tidão não poderão requerer a Vossa Magestade nem os seus adiantamen
tos, nem o despacho dos ditos Serviços.
17 Depois de confirmadas por Vossa Magestade as pessoas que a Jun
ta da Companhia eleger para os ditos postos, lhes passará o Secretario
della suas Patentes, com a Vista de dous Deputados na volta, para se
rem assignadas pela Real Mão de Vossa Magestade. Os Regimentos,
que se derem aos Commandantes, e Capitães de Mar, e Guerra, serão
primeiro consultados a Vossa Magestade pela Companhia: E sendo Ser
vido de os approvar, os fará o Secretario della no Real Nome de Vossa
Magestade, para que, com Vista de dous Deputados, sejão assignados
pela sua Real Mão: Com declaração, que os ditos Regimentos , depois
de firmados, tornarão á Junta da Companhia, para os entregar aos ditos
Commandantes, e Capitães, fazendo eles termo, ao pé do Registo, de
darem na dita Companhia conta de tudo, o que obrarão: E dos excessos,
que fizerem, e devaças, que dos seus procedimentos tirar o Juiz Conser
vador, se dará vista ao Procurador Fiscal, que a Companhia constituir,
e Vossa Magestade confirmar, para lhe dar cargos, os quaes serão de
pois sentenciados na Casa da Supplicação pelo Conservador, e Adjun
tos, que se lhe nomeareñº, na fórma assima dita.
18 Sendo notorio a Vossa Magestade, que de presente não ha Náos
de Guerra competentes, que a Companhia possa comprar, nem de fóra
se poderião mandar vir com a brevidade necessaria; e não lhe sendo oc
cultos nem os encargos, que a mesma Companhia toma sobre si, exone
rando a Coroa de Comboios das Frotas daquella Capitanía, e da Guarda
das suas Costas; nem os grandes gastos, despezas, que a mesma Com
panhia será obrigada a fazer nestes principios, assim em Navios, e apres
tos delles, como nas suas cargas: Se serve Vossa Magestade fazer mer
cê, e Doação á mesma Companhia, por esta vez sómente, de duas Fra
gatas de Guerra para os seus Comboios, e successivo serviço. E como a
Companhia ha de fazer as despezas com os mesmos Comboios, e he a
mesma, que, debaixo da Real Protecção de Vossa Magestade, presta
segurança aos seus Cabedaes, se serve Vossa Magestade de que ella não
pague hum por cento de Ouro, ou dinheiro, que lhe vier de Pernambu
co nos Comboios das Frotas do mesmo porto, sendo proprio da mesma
Companhia.
19 Todas as prezas, que as Náos da dita Companhia fizerem aos ini
migos desta Coroa, assim á hida, como á vinda, ou por outro qualquer
titulo, que seja, pertencerão sempre á mesma Companhia, para dellas
disporem os seus Deputados como bem lhes parecer, e por nenhum mo
do tocará á Fazenda de Vossa Magestade cousa alguma dellas,
2o Nenhum dos Navios da Companhia se lhe tomará para o Real ser
viço, ainda que seja em casos de urgente necessidade: Acontecendo po
rém, o que Deos não permitta, que esta Coroa tenha inimigos, que com
poderosa Armada venhão infestar as Costas deste Reino , ou invadir os
seus Portos, e Barras, de modo, que sejão necessarios os ditos Navios,
para que a Armada de Vossa Magestade lhe possa fazer opposição com
o reforço delles, neste caso lho mandará Vossa Magestade fazer a saber,
para que o Provedor, e Deputados, com todas as suas forças acudão ao
702 1759
30 Porque não seria justo nem que os habitantes das mesmas Capi
tanías quizessem reputar tanto os seus generos, que causassem prejuizo
á Companhia, nem que esta os abatesse de sorte, que, em vez de ani
mar a Agricultura, e manufacturas, impossibilitasse os Lavradores, e
Fabricantes para as proseguirem: Nesta Consideração, quando as ditas
vendas, e permutações senão poderem concordar á avença das partes,
ficará sempre livre aos senhores dos generos fazellos transportar por sua
conta a estes Reinos; o que se entende porém nos generos, e fructos,
que cultivarem, e fabricarem; consignando-os á mesma Companhia, pa
ralhos beneficiar nesta Corte, ou na Cidade do Porto. E sendo devedo
res á Companhia, se lhes aceitarão os pagamentos em letras sobre os mes
mos efeitos para ficarem desobrigados ao tempo do embolso da mesma
Companhia; a qual será obrigada a receber os referidos generos nos seus
Navios, pagando-se-lhe pelo transporte delles o frete costumado; a trazel
los tão seguros, e bem acondicionados, como os que lhe forem proprios; e
não os vender por preços menores daquelles, em que regular os seus pro
prios generos, pagando-se da Commissão sómente, e do Seguro, no ca
so, em que pareça ás partes segurar.
31 Porque nas sobreditas Capitanías se achão ainda os productos de
algumas remessas de Commerciantes particulares assim de Lisboa, co
mo da Praça do Porto: He Vossa Magestade Servido, que fique livre a
todas, e quaesquer pessoas, o carregar os generos da producção, e ma
1759. • 705
tros generos não pagarão mais, que ametade dos direitos, sendo extra
hidos para os Paizes estrangeiros. E querendo a Companhia fazellos trans
portar por baldeação, o poderá livremente fazer, assim, e da mesma sor
te, que se houvessem entrado em Navios estrangeiros, e fossem nos seus
respectivos Paizes produzidos: Pagando neste caso sómente, quatro por
cento, e os emolumentos dos Oficiaes. A importancia dos referidos di
reitos será paga na fórma dos espaços concedidos pelo Foral da Alfande
ga de Lisboa: Para o que ha Vossa Magestade, desde já, por abonado
para assignante aquelle Deputado, que huma, e outra Direcção nomear
para assignar os despachos desta Companhia. Quanto ás Madeiras, as
sim as que forem proprias para edificios, como outras quaesquer, serão
livres de todos os direitos, e ainda de dar entradas na Meza do Paço
da Madeira, na conformidade do Alvará de dez de Maio de 1757.
36 . Os Navios do Commercio da Companhia, despachando por saida
nas Mezas costumadas; e pagando nellas o que deverem, segundo as
suas lotações; como actualmente se pratíca; serão despachados prompta
mente, e com preferencia a quaesquer outros Navios; sob pena de sus
pensão dos Oficiaes, que o contrario fizerem, até nova mercê de Vossa
Magestade. O que porém não terá lugar nos Navios de Guerra, que co
mo taes forem armados pela Companhia; porque estes gozarão dos pri
vilegios, de que gozão as Náos de Vossa Magestade, não sendo sujeitos
a outros despachos, que não sejão os mesmos, com que costumão sahir
as Náos da Coroa. Nos despachos por entrada, e fórma das descargas,
haverá a mesma preferencia, e tambem a liberdade de descarregar todo
o número de barcos, que couber no tempo de cada hum dia, e toda a
quantidade de caixas, atanados, couros, e sola , que couber em cada
hum barco, sem embargo das ordens em contrario. -
rem, lhe haverá Vossa Magestade como se fossem feitos a bem da Ar.
mada Real, para por elles serem remunerados por Vossa Magestade em
seus despachos, apresentando os ditos Juizes para isso Certidão das di
tas Mezas: E pelo contrario, se não acudirem a esta obrigação, lhes se
rá extranhado, e lhes será dado em culpa nas suas Residencias.
60 Sendo necessario á Companhia fazer algumas carnes nesta Cida
de, ou na do Porto, e em Pernambuco, as poderá mandar fazer da mes
ma sorte, que se fazem para os Armazens de Vossa Magestade, pagan
do os direitos, que dever, e pedindo-as aos Ministros de Vossa Mages
tade sem prejuizo do Povo.
51 Faz Vossa Magestade mercê ao Provedor, Secretario, Intenden
tes, Deputados, e Conselheiros da Companhia, que não possão ser pre
zos em quanto servirem os ditos cargos, por ordem de Tribunal, Cabo
de Guerra, ou Ministro algum de Justiça, por caso Civel, ou Crime,
salvo se for em flagrante delicto, sem ordem do seu Juiz Conservador:
E que os seus Feitores, e Oficiaes, que forem ás Provincias, e outros
lugares fóra da Corte, fazer compras, e executar as commissões, de que
forem encarregados, possão usar de todas as armas brancas, e de fogo,
necessarias para a sua segurança, e dos cabedaes, que levarem, assim
nestes Reinos, como nas Capitanías de Pernambuco, e Paraíba; com
tanto, que, para o fazerem, levem cartas expedidas pelos Juízes Con
servadores da Companhia no Real Nome de Vossa Magestade.
52 E porque haverá muitas cousas no decurso do tempo, que de pre
sente não podem occorrer, para se expressar: Concede Vossa Mages
tade licença á dita Companhia para as poder consultar nas occasiões,
que se oferecerem, para Vossa Magestade resolver nellas o que mais
convier ao seu Real serviço, Bem commum dos seus Vassallos, e da
mesma Companhia.
33 O fundo, e capital desta Companhia, será de tres milhões, e qua
trocentos mil cruzados, repartidos em tres mil e quatrocentas acções,
de quatrocentos mil réis cada huma dellas; podendo a mesma pessoa ter
muitas acções; e podendo tambem diferentes pessoas unirem-se para
constituirem huma acção; com tanto, que entre si escolhão huma só Ca
beça, que arrecade, e distribua pelos seus Socios os lucros, que lhes a
contecerem: Bem visto, que a Companhia, pela descarga com este, fi
cará desobrigada de dar contas aos outros.
54 O valor das referidas acções se acceitará não sómente em dinhei
ro, mas tamhem em generos pelo seu preço corrente, e em Navios com
petentes, para o serviço da Companhia. Sendo o Accionista senhor in
solidum do Navio, se lhe acceitará todo, querendo entrar com todo o
valor do mesmo Navio. No caso de querer entrar com parte, se lhe fará
compra do resto, pagando-lhe conforme o ajuste. Não sendo porém o
Accionista senhor in solidum, mas tendo nelle metade, ou mais de in
teresse, se lhe aceitará a entrada; obrigando-se os interessados, ma fór
ma praticada, a que, ou larguem as suas partes pelo respectivo valor,
ou comprem á ºp"> pelo mesmo preço, a que lhe foi traspassada
pelo Accionista. E tendo este menos de metade de interesse, sómente
se lhe aceitará quando os outros Interessados ou quizerem entrar com as
suas partes na Companhia, ou vendellas.
55 Para evitar toda a dúvida, que possa acontecer: He Vossa Ma
gestade Servido declarar, que nas referidas entradas com o todo, ou par
te dos Navios, não ha venda, de que se devão direitos ao Paço da Ma
deira, ou outra qualquer Estação, mas sómente huma subrogação do
7IO I759
Commercio, que o dono do mesmo Navio antes fazia com ele pela sua
propria pessoa, e depois pela Corporação da mesma Companhia.
56 Para receber as sommas competentes ás referidas acções, estará
a Companhia aberta: A saber, para esta Cidade, e para o Reino todo,
por tempo de tres mezes: Para as Ilhas dos Açores, e Madeira, por tem
po de seis mezes: E para toda a America Portugueza, por hum anno:
Correndo estes termos, do dia, em que os Editaes forem postos, para
que venha á noticia de todos: Com declaração, que das acções, com que
cada hum entrar no tempo competente, bastará que dê metade nos refe
ridos termos, huma quarta parte dahi a seis mezes; outra parte seme
lhante ao tempo de se completar o anno da Abertura da Companhia: O
que com tudo se deve entender das entradas do Reino; porque as das
Ilhas serão feitas em dous pagamentos; o primeiro dentro dos referidos
seis mezes; e o segundo ao tempo de se completar o anno da publicação
do Edital. Nas entradas da America não haverá mais tempo, que o so
bredito de hum anno; de fórma, que dentro delle se completem os pa
gamentos de todas as entradas; e passando os referidos termos, ou se
antes delles se findarem, for completo o referido Capital de tres milhões,
e quatrocentos mil cruzados, se fechará a Companhia para nella não po
der mais entrar pessoa alguma.
67 As pessoas, que entrarem com as sobreditas acções, ou sejão Na
cionaes, ou Estrangeiras, poderão dar ao preço dellas aquella natureza,
e destinação, que melhor lhes parecer, ainda que seja de Morgado,
Capella, Fideicommisso temporal, ou porpétuo, Doação inter vivos, ou
causa mortis; e outros semelhantes, fazendo as vocações, e usando das dis
posições, e clausulas, que bem lhes parecerem. As quaes todas Vossa Ma
gestade ha por bem approvar, e confirmar desde logo, de seu Motu proprio,
certa sciencia, Poder Real, pleno, e Supremo, não obstantes quaesquer
disposições contrarias, ainda que de sua natureza requeirão especial men
ção; assim, e da mesma sorte, que se as ditas disposições fossem escri
tas em Doações feitas por titulo onoroso; ou em Testamentos, confirma
dos pela morte dos Testadores. E não só aos cabedaes, com que se entrar
nesta Companhia, se poderá dar a natureza de vinculo, mas tambem he
Vossa Magestade servido extender a Real determinação do Alvará de
16 de Maio de 1757 para esta Companhia geral de Pernambuco, e Pa
raíba, declarando que os dinheiros pertencentes a Vinculos, Morgados,
ou Capellas, destinados para se empregarem em bens, que hajão de ser
vinculados, ou para se darem a interesse, em quanto se não fazem os
referidos empregos, possão os Administradores de Morgados, e Capel
das, entrar com elles nesta Companhia, sem que a isto se lhes ponha al
gum impedimento, com tanto, que passem via recta do cofre, onde pa
rarem, para o da dita Companhia.
58 O dinheiro, que nesta Companhia se metter, se não poderá tirar
durante o tempo della, que será o de vinte annos contados do dia em que
partir a primeira Frota, por ella despachada; os quaes annos se poderão
com tudo prorogar por mais dez; parecendo á Companhia supplicallo as
sim; e sendo Vossa Magestade servido concedellõ. Porém, para que as
pessoas, que entrarem com os seus Cabedaes, se possão valler delles,
poderão vender as suas Apolices em todo, ou em parte, como se fossem
padrões de juro pelos preços em que se ajustarem. Para o que haverá hum
livro, em que se lancem estas Sessões, sem algum emolumento; e nelle
se mudarão de humas pessoas para outras, prompta, e gratuitamente,
assim como lhes forem pertencendo pelos legitimos titulos, que se apre
1759 7] I
isentos, e seguros como se cada hum os tivera na sua propria casa: Mer
cê, que Vossa Magestade faz a esta Companhia pelos motivos, que se
lhe tem representado no augmento deste Commercio, de que se segue
serviço á Coroa, e utilidade a todos os seus Vassallos..
63 E porque Vossa Magestade ouvindo os Supplicantes, foi servido
nomear os abaixo declarados para o estabelecimento, e governo desta
Companhia nos primeiros tres annos. Todos elles assigmão este papel em
nome do dito Commercio; obrigando per si os Cabedaes, com que en
trão nesta Companhia, e em geral os das pessoas, que nella entrarem,
tambem pelas suas entradas sómente: Para que Vossa Magestade se sir
va de confirmar a dita Companhia com todas as clausulas, preeminen
cias, mercês, e condições conteúdas neste papel, e com todas as firme
zas, que para a sua validade, e segurança forem necessarias. Lisboa a
30 de Julho de 1759. = Conde de Oeiras. = José Rodrigues Bandeira.
= José Rodrigues Esteves. Policarpo José Machado. = Manoel Dantas
Amorim. = Manoel Antonio Pereira. = Ignacio Pedro Quintella. =
Anselmo José da Cruz. = João Xavier Telles. = José da Silva Leque.
= João Henriques Martins. = Manoel Pereira de Faria.
Impresso com o Alvará seguinte da suaConfirmação na
Oficina de Antonio Rodrigues Galhardo.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que por muitas
informações judiciosas, e concludentes Me tem sido presente, que sen
do inverosimel que o governo dos Regulares da Companhia denominada
de Jesus deixasse de comprehender que para iludir a credulidade das
Pessoas prudentes, que vivem neste Seculo, lhe serião inúteis os disfor
mes, aggregados de mal inventadas calumnias, que contra a mesma Com
panhia tem retorquido a indignação geral de toda a Europa; em razão
da fisica impossibilidade, que para fazer pelos menos apparentemente
criveis as sobreditas calumnias, lhes resultava de serem dia metralmen
te oppostas a factos tão manifestos, e de notoriedade tão pública, como
a guerra feita pelos mesmos Regulares nos fins do Estado do Brazil, na
presença de tres Exercitos, e de toda a America, e com a Conjuração,
que abortou o horroroso insulto de tres de Setembro do anno proximo pre
cedente, que contém factos igualmente publicos, e notorios a toda esta
Corte, e nella julgados sobre irrefragaveis, e concludentes provas, por
Sentença definitiva de hum Tribunal composto de todos os outros Tri
bunaes Superiores deste Reino: Sendo ainda mais inverosimel que os so
breditos Regulares, não lhes podendo faltar este prévio conhecimento,
se sujeitassem a pezar delle á censura pública, e aos outros inconvenien
tes, que erão necessarias consequencias das referidas calumnias por el
I759 717
* *kwoº+ }
# *kº-Oºk *
{
Sendo Me presente, que o Real Decreto de trinta e hum de Outubro
de mil setecentos e dezoito de ElRei Meu Senhor, e Pai, que está em
Gloria, da cópia, que baixa com este assignada pelo Conde de Oeiras
do Meu Conselho, e Secretario de Estado dos Negocios do Reino, para
se lhe dar tanto crédito, como ao Original; se consumio, e os seus Re
gistos no incendio, que se seguio ao fatal Terremoto do primeiro de No
vembro de mil setecentos cincoenta e cinco: Sou Servido, que o sobre
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722 1759
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Impresso avulso.
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ANNO D E 176O.
1.° EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que, ten
do attenção ao que repetidas vezes Me foi representado por parte do Di
rector Geral dos Estudos sobre os Exames dos Professores publicos, e
particulares nesta Corte, e Reino, e sobre os dos Estudantes, que per
tendem matricular-se na Universidade de Coimbra em alguma das qua
tro Faculdades maiores de Theologia, Canones, Leis, ou Medecina:
Fui Servido approvar as providencias, que o sobredito Director Geral tem
praticado, e mandado praticar a este respeito, em quanto por falta do
competente número dos Professores habeis se não tinha chegado ao ter
mo de se pôr na sua inteira observancia tudo o que houve por bem or
denar na Lei, e Instrucções de sete de Julho de mil setecentos cin
coenta e nove, publicadas para a restauração dos Estudos das Letras
humanas. E conformando-Me com as mesmas providencias : Sou Ser
vido, declarar os Paragrafos onze, e dezeseis, e dezesete da dita Lei,
na maneira seguinte.
2." Os Exames para as Cadeiras da Rhetorica se farão sempre daqui
em diante por Professores Regios da referida. Arte, que tenhão cartas
assignadas pelo Director Geral, passadas pela Chancellaria, e tomado
juramento em casa do Chanceller Mór do Reino, de bem cumprirem a
sua obrigação, a saber: Na Cidade de Lisboa por tres dos referidos Pro
fessores na presença do Director Geral: Na Cidade de Coimbra pelos
dous Professores da Rhetorica, que Fui Servido nomear para a mesma
Cidade, em presença do Commissario em quem delegar o Director Ge
ral os seus poderes. O qual deve remetter ao mesmo Director Geral os
autos summarios dos Exames, na fórma das Instrucções, que particular
mente lhe houver dado: Praticando se o mesmo nas Cidades do Porto,
e de Evora, logo que nellas se estabelecerem os seus respectivos Pro
fessores. * • • •
* *-
I76O • 725
4." Tanto que em cada huma das referidas Cidades houver o número
de tres Professores, dos quaes hum seja de Rhetorica, poderão ser por
elles examinados os oppositores ás Cadeiras das Cidades, e Villas das
respectivas Provincias, a que prezidirão os Delegados do Director Ge
ral, sem que os referidos oppositores tenhão o incommodo de virem á Cor
te para este fim.
º 5. Pelo que respeita aos Exames dos que pertendem ensinar parti
cularmente em suas casas, ou nas das pessoas, que lhes quizerem con
fiar a educação de seus filhos, bastará que se fação por dous Professores
Regios de Grammatica Latina, a quem o Director Geral, ou seus Com
missarios os remetterem na conformidade do Paragrafo onze da dita Lei
de vinte e oito de Junho de mil setecentos cincoenta e nove: Concorren
do nos ditos Professores a qualidade de terem cartas passadas pela Chan
cellaria na sobredita fórma.
6." E por quanto nos Paragrafos dezeseis, e dezesete da referida Lei
se persuade a utilidade, e necessidade do Estudo da Rhetorica em todas
as sciencias: Para evitar as dúvidas, que pódem mover-se sobre a sua
intelligencia, de sorte que embaracem os justissimos fins, que fazem o
seu objecto em beneficio público: Sou Servido ordenar, que o dito Para
grafo dezesete se observe sem interpretação, ou modificação alguma : E
que depois que houver decorrido anno e meio, contado do tempo do es
tabelecimento das Cadeiras, mas quatro Cidades assima referidas; assim
como respectivamente se forem nellas estabelecendo; nenhuma pessoa de
qualquer qualidade, estado, e condição que seja, possa ser admittida a
matricular-se na Universidade de Coimbra em alguma das quatro Facul
dades maiores, sem para isso ser habilitada por Exame feito pelos dous
Professores Regios de Rhetorica da Universidade, com assistencia de
Commissario do Director Geral ainda que tenha passe, bilhete, ou escri
to de outro qualquer Professor Régio desta Corte, com quem estudasse,
ou aprendesse; e ainda que tenha hum , ou mais annos de Logica , os
quaes o não escusarão de se habilitar por meio do dito Exame da Rhe
torica, como Arte precisamente necessaria para o progresso dos Estudos
maiores.
E este se cumprirá como nelle se contém , sem dúvida, ou em
bargo algum, para em tudo ter a sua devída execução, não obstantes
quaesquer
por Disposições de Direito commum, ou deste Reino, que Hei
derogados. •
#--+von}} 23
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo informado de que, applicando a Junta do Commercio destes
Reinos, e seus Dominios, todas as possiveis diligencias para evitar as
Transgressões do Alvará de seis de Bºžº de mil setecentos cinco
enta e cinco, em que Fui Servido prohibir aos Commissarios Volantes, a
continuação do seu desordenado commercio para o Brazil, tão prejudi
cial ao Bem commum; tem mostrado a experiencia, que fraudão a refe
rida prohibição, por mais que se procurem cohibir, já negando a alguns
dos ditos Commissarios as Attestações ordenadas no Capitulo dezesete,
Paragrafo terceiro dos seus Estatutos; já fazendo-os denunciar no Juizo
da Conservatoria aquelles Negociantes, que passárão ao Brazil sem li
cença, ou conseguindo-a com falsas, e apparentes causas, voltárão na
mesma Frota: Porque conhecendo huns, e outros, que não incorrem em
outra alguma pena mais, que a da confiscação da fazenda; e que esta só
se manda impôr, quando as denúncias se verefiquem pela apprehensão
corporal; procurão evadir esta facilmente; ou carregando as mesmas fa
zendas em diversos nomes; ou não vindo as suas remessas em efeitos,
mas em dinheiro, e ouro. E porque usando os ditos Commissarios Vo
lantes de huns, e outros Subterfugios, continuão no seu irregular, e pro
hibido. Commercio; sendo de dificil averiguação este contrabando por
meio de Devaça, pela falta de noticia da maior parte dos Delinquentes,
para se fazer a denúncia, que só tem lugar de certas, e determinadas
pessoas: Procurando obviar abusos de tão prejudiciaes consequencias ao
Commercio: Sou Servido ordenar, que nas Mezas da Inspecção dos Pór
tos do Brazil se estabeleça a mesma formalidade das Attestações, que
se passão pela Junta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios,
sem as quaes se não lavrarão Passaportes para este Reino; remettendo
se das mesmas Mezas para a dita Junta a relação das Attestações, que
se houverem passado. Pelo que toca ás averiguações em Lisboa, o Con
servador geral do Commercio terá huma Devaça aberta desde a entrada
até á sahida de qualquer das Frotas; perguntando tambem as pessoas,
que lhe parecer, ainda sem denúucia; procedendo contra os Commissa.
176O 727
+-+v_># }
E U ELREI Faço saber aos que este Alvará de declaração virem, que
havendo feito o objecto essencial do outro Alvará, que mandei publicar
em treze de Novembro de mil setecentos cincoenta e seis, o restabele
cimento, e consolidação da boa fé, e a remossão de todas as fraudes no
Commercio dos Meus Vassallos; estabelecendo, por huma parte, as pe
nas, que justamente merecem os dolosos, e, pela outra parte, a favor
de que se fazem dignos aquelles Negociantes, que, sem culpa, chegão
a falir de crédito, por accidentes que não cabe na sua possibilidade ob
viar. E porque sendo o crédito público do mesmo Commercio de tanta
importancia não póde nunca haver providencia, que a respeito delle seja
demasiada, e não foi, nem he da Minha Real Intenção, que o beneficio
dos dez por cento, que no mesmo Alvará estabeleci para soccorro dos
728 1760
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ça de tres réis por pessa, além dos quatro réis permittidos pela imposi
ção do Sello; com o fundamento de que os referidos tres réis, forão con
cedidos aos Guardas, por Alvará de vinte e quatro de Março , de mil
seiscentos e noventa e cinco: Hei por bem ordenar, que os sobreditos
Meus Reaes Decretos, de dous de Abril, de mil setecentos e cincoenta
e sete, e quatro de Outubro do mesmo anno, sejão inviolavelmente ob
servados, como nelles se contém, não obstante o Alvará de vinte e qua
tro de Março, de mil seiscentos noventa, e cinco, que Hei por deroga
do, em quanto possa ser contrario aos sobreditos Decretos.
Pelo que: Mando á Meza do Desembargo do Paço, ao Conselho
da Fazenda, e do Ultramar, á Meza da Consciencia, e Ordens, á Ca
sa da Supplicação, ao Senado da Camara, ao Governador da Relação,
e Casa do Porto, á Junta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios,
aos Desembargadores, Corregedores, Juizes, Justiças, e mais Oficiaes,
e Pessoas, a quem o conhecimento deste Alvará, pertencer, o cump äo,
e guardem, e o fação cumprir, e guardar tão inteiramente como nelle se
contém, não obstantes quaesquer Regimentos , Leis, Foraes, Ordens,
ou Estilos contrarios, que todos Hei por derogados para este efeito só
mente, ficando aliás sempre em seu vigor. E valerá como Carta passada
pela Chancellaria, posto que por ella não ha de passar, e o seu efeito
haja de durar mais de hum anno, sem embargo das Ordenações do livro
segundo titulo trinta e nove e quarenta em contrario: Registando-se em
todos os lugares onde se costumão registar semelhantes Leis: E mandan
do-se o Original para a Torre do Tombo. Dado no Palacio de Nossa Se
nhora da Ajuda aos 30 de Abril de 1760. = Com a Assignatura de El
Rei, e a do Ministro.
(1) Com este Aviso se imprimio juntamente a Informação que se Mandou a Fran
cisco de Almada de Mendonça Ministro Plenipotenciario de S. M. F. na Curia de
Roma, para # ao Papa a noticia do procedimento, que Sua dita Magestade
havia ordenado que se tivesse com o Cardeal Acciaiolli, a qual he nos termos seguintes
= Os factos referidos na Dedução, e nas Promemorias, que ElRei Fidelissimo dirigio em
29 de Maio proximo preterito a Francisco de Almada de Mendonça seu Ministro Pleni
potenciario na Curia de Roma, para os fazer presentes a Sua Santidade; ao fim de cha
mar sem perda de tempo da Corte de Lisboa ao Cardeal Acciaiolli; testeficão irrefraga
velmente a extremosa contemplação, com que o dito Monarca, havia extendido naquel
les oficios o obsequio ao Santissimo Padre, e a attenção á purpura Cardinalicia, até
o ponto de suspender a natural, e indispensavel defeza, a que se achava urgentissima
mente obrigado pelos Direitos Divino, Natural, e das Gentes para obviar aos clandes
tinos, temerarios, e sediciosos procedimentos do mesmo Cardeal Acciaiolli ; fazendo-o
Sua Magestade sahir sem maior dilação da Corte de Lisboa pelas mesmas vias de fac
to, de que Sua Eminencia se estava servindo com nunca visto abuso. -
Aquelle obsequio, e aquella attenção, que ElRei Fidelissimo devia esperar que
admirassem, e cohibissem de alguma sorte o mesmo Cardeal, em quanto o Santissimo
Padre (de acordo com o dito Monarca) dava sobre a clandestina, e sediosa Conduta
de Sua Eminencia aquellas providencias, que de sua natureza requerião abusos tão dis
formes; produzirão porém o contrario efeito de animarem cada dia mais livremente o
dito Cardeal a accumullar absurdos a absurdos, passando dos particulares aos publicos»
até em fim tomar a liberdade de romper não só com a authoridade Régia do mesmo
Monarca dentro na sua Corte mas com todos, e cada hum de seus fiéis Vassallos.
Com o faustissimo motivo do matrimonio celebrado entre a Serenissima Senhora
Princeza do Brazil, e o Serenissimo Senhor Infante D. Pedro no dia seis do corrente
mez de Junho, ordenou Sua Magestade a todos os seus Tribunaes, e Vassallos da Sua
Corte puzessem luminarias nos tres dias proximos successivos; como com efeito puzerão: fa
zendo todo o Povo de Lisboa as demonstrações de alegria mais universaes, e mais si
gnificantes da sua fidelidade, e zelo conhecido,
Não se avisando para fazerem a mesma demonstração plausivel aos Embaixado
res, e Ministros Estrangeiros; porque seria cousa muito irregular; ainda assim não hou
ve entre elles algum, que não tivesse a attenção de illuminar a sua Casa com todo o
primor concorrendo naquella demonstração de júbilo com a alegria geral da Corte , e
do Reino.
Sómente se singularisou o dito Cardeal; fechando em todas as referidas tres noi
tes de alegria as janellas, e portas das Casas da sua habitação, sem que se vissem sa
hir ainda as luzes do interior dellas, que costumavão reverberar pelas vidraças: Vedan
do-se as ditas janellas, e portas com tal afectação, e com silencio tão profundo que a
Casa do Nuncio de Sua Santidade parecia huma casa deserta, e abandonada pelos seus
habitantes, nas referidas noites.
A arrogancia daquella resolução do Cardeal Nuncio, se adiantou ainda mais
pela pública declaração, que elle fez de que havia tomado a mesma resolução com o
motivo de lhe não ter Sua Magestade Fidelissima feito participar immediata, e formal
mente, a conta do Augusto matrimonio, que deu assumpto áquella pública, e geral
festividade.
E isto como se o referido Cardeal Nuncio não soubesse, nem que se conhecia
qual tem sido a sua reprovada conducta na Corte de Lisboa; nem que depois della se
ter manifestado, lhe não passou mais oficio algum a Secretaria de Estado de Sua Ma
gestade Fidelissima : Como se ignorasse que o mesmo Monarca dirige ha muitos tempos
pelo seu Ministro Plenipotenciario na Curia de Roma immediatamente a Sua Santida
176O 731
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que dictando a razão, e tendo-se manifestado por huma longa, e decisi
va experiencia, que a Justiça contenciosa, e a Policia da Corte, e do
Reino, são entre si tão incompativeis, que cada huma dellas pela sua
vastidão se faz quasi inaccessivel ás forças de hum só Magistrado: Ha
de tudo, o que tem que representar ao Santissimo Padre; da mesma sorte que agora o
praticou com a conta, que no mesmo dia do dito matrimonio mandou participar a Sua
dita Santidade: E como em fim se a falta do referido comprimento com o pessoal del
le referido Cardeal Nuncio o pudesse authorizar para entrar com Sua Magestade Fide
lissima dentro na Capital dos seus Reinos em huma desacordada competencia de Pes
soa a Pessoa; e para em efeito da mesma competencia fazer pelo seu particular, e pro
prio arbitrio (sem ordem, que o legitimasse) huma tão pública desattenção á authori
dade Régia do mesmo Monarca; a toda a sua Corte em geral; e em particular a cada
hum dos seus fiéis, e zelosos Vassallos.
O escandalo, que todos recebêrão, haveria rompido logo naquellas tres noites,
depois dellas contra a Casa, e Pessoa do mesmo Cardeal Nuncio nos excessos do res
sentimento, a que foi, e se acha provocado o Povo de Lisboa, se a Religiosissima pro
videncia de Sua Magestade, não tivesse precavido com grande vigilancia todos os meios
de evitar tumultos populares.
Não podendo porém ElRei Fidelissimo nestas urgentes circunstancias, nem pre
caver bastantemente as consequencias futuras, que contra a Pessoa, e authoridade do
mesmo Nuncio podia ter a sua presença nas ruas de Lisboa sendo exposta á vista de
hum Povo por sua natureza fiel, e zeloso do respeito dos seus Soberanos: Nem tão pou
co retardar, á sua authoridade Régia a prompta reparação, que só podia em tal caso
fazer cessar o referido escandalo: Foi o mesmo Monarca necessitado a mandar, como
mandou, sahir logo da sua Corte, e Reino o dito Cardeal Nuncio; como unico meio
proprio para aquelles uteis, e necessarios fins.
O mesmo Monarca tem por certo que o illuminado descernimento de Sua San
tidade fará toda a devida, e justa reflexão na grande diferença, que Sua Magestade
Fidelissima considerou entre os attentados, que o dito Cardeal Acciaiolli foi accumu
lando ha tantos tempos na Corte de Lisboa, com alguma tal, ou qual apparencia de
obrar debaixo do pretexto do seu Ministerio: E entre estes ultimos excessos, que ago
ra publicou como particular, pelo seu proprio, e pessoal arbitrio, sem a menor possi
bilidade para os pretextar com as ordens, que notoriamente se vê que não podia ter
da sua Corte a respeito de hum facto tão repentino, e tão innopinado. •
alugarem debaixo do seu nome casas para introduzirem nellas algum dos
sobreditos Inquilinos do procedimento reprovado, ou dellas lhe fizerem
cessão, ou recolherem na sua companhia.
9 Todos os Inquilinos, de qualquer estado, qualidade, e condição
que sejão, que pertenderem mudar-se das casas que habitarem, devem
dar parte ao Ministro do Bairro, não só de que se mudão, mas tambem
do lugar para onde fizerem a mudança; para se por verba no Livro do
Registo, com a declaração do morador mudado, e da casa para onde fez
a sua mudança. A qual poderá fazer sem mais formalidade que a de hum
simples Bilhete do respectivo Ministro que faça constar da sua interven
ção. E todos aquelles, que assim o não observarem, serão condemnados
pela primetra vez em ametade do rendimento annual da casa para onde
fizerem a mudança, pela segunda vez no dobro; e pelas outras reinci
dencias se irá sempre dobrando a pena á dita proporção.
10 Semelhantemente prohibo debaixo das mesmas penas, que pes
soa alguma entre em casa de novo, sem se apresentar no termo de tres
dias ao Ministro do Bairro para onde se mudar, com o Bilhete do Mi
nistro do outro Bairro donde houver sahido, e com a declaração das pes
soas da sua Familia, e serviço, ou que na sua casa se acharem hospe
dadas.
11 . Todas as pessoas de qualquer qualidade, estado, e condição, ou
sejão Nacionaes, ou Estrangeiras, que vierem á Minha Corte, e Cidade de
Lisboa, serão obrigadas a apresentar-se, ou anunciar-se no termo de
vinte quatro horas, ao Ministro Criminal do Bairro para onde vierem as
sistir: declarando-lhe os seus nomes, e profissões; o lugar donde vem;
o lugar por onde entrarão neste Reino; o tempo da sua entrada; e o nú
mero, e qualidade das pessoas da sua comitiva: Para que o referido Mi
mistro participe logo tudo por escrito ao Intendente Geral: E isto sob
pena de que as pessoas, que não fizerem a sobredita apresentação, ou
annunciação, dentro no referido termo, serão mandadas sahir da mesma
Corte no espaço de outras vinte e quatro horas, não havendo outra 1a
zão, que as sujeite a maior procedimento.
12 Semelhantemente todos os Estalajadeiros, Taverneiros, Vendei
ros, ou outras quaesquer pessoas, que alojarem nas suas Casas de pas
to, Estalajens, Tavernas, ou Vendas, alguma, ou algumas pessoas Na
cionaes, ou Estrangeiras, serão obrigadas a fazer hum Diario dos que
chegarem ás sobreditas casas, e nellas se houverem recolhido, no qual
escreverão os nomes das mesmas pessoas, os lugares donde vem, as suas
profissões, o número, e qualidade das pessoas das suas comitivas, e das
que forem visitar os referidos adventicios: Entregando de tudo huma re
lação diaria ao Ministro Criminal do Bairro; para a participar ao Inten
dente Geral: E continuando em tratar nella das visitas, de cada hum
dos referidos adventicios em quanto o dito Ministros Criminal do Bair
ro lhe não mandar suspender as sobreditas declarações: Sobpena, de
que não o executando assim em parte, ou em todo, lhes serão fechadas
as Casas de pasto, Estalajens, Tavernas, e Vendas; ficando inhabilita
dos para abrirem outras; além de serem responsaveis por todo o damno
que fizerem as pessoas, cujas declarações houverem sido omittidas, ou
afectadas por cada hum dos sobreditos.
13 Os Mestres de Navios Nacionaes, ou Estrangeiros, que entrarem
de Barra em fóra no Porto de Lisboa, serão obrigados a declarar na Tor
re do Registo o número, qualidade, e profissão dos Passageiros, que
trouxerem, aos quaes não permittirão desembarcarem em quanto para
1760 735
2o Pela informação que tive de que huma das causas que até agora
impedírão a exacta, e necessaria observancia das Leis estabelecidas pa
ra a paz pública da Minha Corte, consistio em serem as mesmas Leis
entendidas, especulativamente pelas opiniões dos Doutores Juristas, as
quaes são entre si tão diversas como o costumão ser osjuizos dos homens:
E para que a segurança dos Meus Vassallos não fique vacillando na in
certeza das sobreditas opiniões: Ordeno que esta Lei, e as mais que por
ella tenho excitado, se observem literal, e exactamente como nellas se
contém sem interpretação, ou modificação alguma, quaesquer que ellas
sejão; porque todas prohibo, e annullo. E quando haja casos taes, que
pareça que nelles conteria a dita literal, observancia rigor incompativel
com a Minha Real, e pia equidade; tomando-se, sobre elles assento, se
Me farão presentes pelo Regedor das Justiças, ou quem seu cargo ser
vir, para Eu determinar o que-Me parecer justo.…… re. . . ………..…………
-"21 - E este Alvará de Lei se cumprirá tão inteiramente, como nel
se contém não obstantes quaesquer outras Leis, Direitos, Ordenações,
Capítulos de Cortes, Extravagantes, e outros Alvarás, Provisões, e
Opiniões de Doutores, que todas, e todos Hei, por derogados, como se
delles fizesse especial, e expressa menção, posto que sejão, taes, que ne
cessitem irem aqui insertos de verbo ad verbum, sem embargo da Orde
nação livro segundo, titulo quarenta e quatro, ficando aliás tudo o referi
do sempre em seu vigor. ; ; …", … . : |- ..… …….… " "
Pelo que: Mando á Meza do Desembargo do Paço, Regedor da
Casa da Supplicação, Conselhos da Minha Real Fazenda, e do Ultra
mar, Meza da Consciencia, e Ordens, Senado da Camara, Junta do
Commercio destes Reinos, e seus Dominios, Desembargadores , Corre
gedores, Juizes, Justiças, e Oficiaes, a quem o conhecimento deste per
tencer, que assim o cumpräo, e guardem, e lhe fação dar a mais intei
ra, e plenaria observancia. Valerá como Carta, posto que o seu efeito
haja de durar mais de hum anno, não obstantes as, Ordenações em con
trário. E para que venha á noticia de todos, Mando ao Doutor Manoel
Gomes de Carvalho, do Meu Conselho, e Chanceller Mór destes Reinos,
e Senhorios, o faça publicar na Chancellaria, e envie os exemplares del
le sob Meu Sello, e seu signal, aos Corregedores das Comarcas, e Qu
vidores das Terras dos Donatarios; registando-se este nos livros da Me
za do Desembargo do Paço, Casa da Supplicação, Relação do Porto; e
remettendo-se o proprio para a Torre do Tombo. Dado no Palacio de
Nossa Senhora da Ajuda aos 25 de Junho de 1760. = Com a Assigna
tura de ElRei, e a do Ministro.… . . …; … … : " …" ?… º q º
: - : ; , …, ….… ; ; ; : ;# º , … … … … - - …" (º .…… :::
-- … , Regist, na Chancellaria Mór da Corte, e Reino no Li-. .
- " " " … º vro das Leis a fol. 26, e impr. na Officina de An-. . .
--. … …… … tonio Rodrigues Galhardo...::: ... , , , , , , , , ,
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que por quanto pela outra Lei, que estabeleci na mesma data desta pa
ra, a Policia, e conservação da tranquilidade pública da Minha Corte,
tenho mandado cessar os procedimentos ordinarios, com que até agora se
protelavão os livramentos dos Criminosos, com formalidades, e delongas,
Aaaaa
738 1760
sim por bem, não havendo assim prompto dinheiro nas despezas, com
ue se satisfizesse: de que tudo mandou o dito Senhor Governador fazer
este Assento, que assignou com os Ministros, que a elle estiverão pre
sentes. Porto, era, ut supra. = Como Governador, = Crasbeclk. = Fer
reira. = Vieira. = Sá Lopes. = Seabra. = Gama. = Abreu. = Doutor
Sequeira. = Moniz. = Cardoso. = Barreto. = Doutor Dias. = Barrozo.
= Lobo. = Miranda. etc.,
Regist,
i14; no Livro
e na dos Assentos
Colleção da Relação
dos Assentos a fol. do Porto fol.
361. •
> º * *-+…+-lº
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que por parte dos Erectores das Fabricas de Sola em Atanados nas Ca
pitanías do Rio de Janeiro, e Pernambuco, Me foi representado que
os Povos das visinhanças das referidas Capitanías, e das de Santos, Pa
raíbas, Rio Grande, e Seará, cortão, e arrazão as arvores chamadas
Mangues, só a fim de as venderem para lenha, sendo que a casca das
mesmas arvores he a unica no Brasil, com que se póde fazer o curtimen
to dos Couros para Atanados, e que pelo referido motivo, se achão já
em excessivo preço as referidas cascas, havendo juntamente o bem fun
dado receio de que dentro de poucos annos falte totalmente este simples,
necessario, e indispensavel para a continuação destas utilissimas Fabri
cas: E querendo Eu favorecer o Commercio, em commum beneficio dos
Meus Vassallos, especialmente as manufacturas, e Fabricas, de que re
sultão augmentos á Navegação, e se multiplicão as exportações dos ge
neros: Sou Servido ordenar, que da publicação desta em diante, se não
cortem as arvores de Mangues, que não estiverem já descascadas, debaixo
da pena de cincoenta mil réis, que será paga da cadeia, onde estarão
os culpados por tempo de tres mezes, dobrando-se as condemnações, e
o tempo da prizão pelas reincidencias; e para que mais facilmente se ha
jão de conhecer, e castigar as contravenções, se aceitarão denúncias em
segredo, e farão a favor dos Denunciantes as referidas condemnações,
que no caso de não os haver, se applicarão para as despezas da Camara: Pe
lo contrario Sou outro sim Servido que assim aos Fabricantes dos Atana
dos, seus Feitores, ou Commissarios, como a todas, e quaesquer Pes
soas, que levarem a vender as Cascas de Mangues para estas Manufa
cturas, seja livremente permittido o descascarem as referidas arvores,
sem distinção de lugar, ou Comarca, e sem dúvida nem contradicção
alguma; no caso porém que ás referidas Pessoas se faça algum embara
ço poderão recorrer aos Intendentes das Mezas da Inspecção respectivas
para que lhes fação executar, e cumprir esta Minha Real Determina
ção; assim, e do mesmo modo que nella se contém, para o que Sou Ser
vido conceder-lhes toda a Jurisdicção necessaria.
- Pelo que: Mando á Meza do Desembargo do Paço; Regedor da
Casa da Supplicação; Conselho de Minha. Real Fazenda, e do Ultra
mar; Meza da Consciencia, e Ordens, Senado da Camara; Junta do
Commercio destes Reinos, e seus Dominios; Vice-Rei do Estado do Bra
742 1760
*#*#*GPº#*#
P oR quanto ElRei Meu Senhor, e Pai, que Santa Gloria haja, com os
motivos da defeza, e indemnidade da sua Authoridade Régia, que fo
rão manifestos, expedio a cinco de Julho do anno de mil setecentos e
vinte e oito o Decreto cujo theor he o seguinte.
» Sendo tão notorias como justificadas as causas que Me moverão
" a mandar sahir da Corte de Roma, e Estados do Papa os Meus Minis
º tros, que nelles residião: Hei por bem pelas mesmas causas, que os
" Meus Vassallos, tanto Seculares, como Ecclesiasticos, e Regulares
” de qualquer condição, dignidade, ou Ordem, que se acharem na mesº
º ma Corte, e terras, ou que de hoje em diante chegarem a ellas, saião
das referida Corte, e terras deutro de seis mezes, que correrão do dia
em que for publicada nesta Corte esta Minha Resolução, e todos os
que assim não o cumprirem, sendo Seculares serão desnaturalisados,
e confiscados os seus bens, que tiverem nestes Meus Reinos, e Senho*
rios, em qualquer tempo que forem achados; e sendo Ecclesiasticos,
ou Regulares de qualquer condição, Dignidade, ou Ordem, serão des
naturalisados; e Mando outro sim, que todos os Vassallos do Papa Se
culares, Ecclesiasticos, ou Regulares, de qualquer condição, Digni
dade, ou Ordem, que se acharem nestes Meus Reinos, e Senhorios,
saião dos ditos Reinos, e Ilhas adjacentes dentro de dous mezes, que
começarão nesta Corte do dia em que se publicar esta Resolução; e
nas Provincias, e Reino do Algarve, e Ilhas adjacentes, do em que
se fizer notoria por Editaes nas Cabeçás das Counarcas; e pelo que res
peita aos mais Senhorios, Ordeno que saião delles no termo, que Man
do declarar ao Conselho Ultramarino, e se dentro dos referidos ter
» mos não tiverem sahido dos ditos Meus Reinos, e Senhorios, serão ex
» pulsos pelas Minhas Justiças, e incorrerão os que forem Seculares na
» confiscação de todos os seus bens, que em qualquer tempo forem acha- .
» dos : E esta Minha Resolução Ordeno se pratique com as Pessoas Ex
e trangeiras, Seculares, Ecclesiasticas, ou Regulares, de qualquer con
» dição, Dignidade, ou Ordem que se acharem nestes Meus Reinos, e
» Senhorios, ou a elles vierem daqui em diante, que de algum modo ser
" virem, ou tiverem cargos, ou occupações pertencentes de qualquer sor*
744 1760
» te ao serviço do Papa, ou seus Dominios, ou da Curia Romana: E
» pelo que respeita aos Meus Vassallos assim Seculares, como Ecclesias
» ticos, Regulares de qualquer condição, Dignidade, ou Ordem, em
» que concorre qualquer das sobreditas circunstancias, incorrerão os Se
º culares em pena de desnaturalisamento, e confiscação de todos os seus
» bens, que em qualquer tempo forem achados; e serão desnaturalisados
» os Ecclesiasticos, ou Regulares sobreditos, se logo que esta Resolu
ção for publicada nesta Corte, ou nas Cabeças das Comarcas em que
viverem, não dimittirem qualquer dos referidos Cargos, ou occupações,
ou daqui em diante os aceitarem, ou exercerem : Hei outro sim por
bem declarar, que todos os Vassallos do Papa, de qualquer qualidade,
Estado, ou condição assima referidas, que vierem a estes Reinos, ou
Senhorios delles depois desta Minha Resolução, não sejão admittidos;
e se de facto forem nelles achados se pratique com os taes o mesmo,
que por este Decreto tenho resolvido, a respeito dos quaes ao presen
te se achão nos ditos Meus Reinos, e Senhorios. A Meza do Desem
bargo do Paço o tenha assim entendido; e nesta conformidade o faça
executar, mandando pôr Editaes nesta Corte, e em todas as Comar
cas do Reino, e Ilhas adjacentes, para que se pratiquem com os trans
- gressores as penas, e procedimentos, que Ordeno; e pelo que respeita
ás Conquistas Mando declarar ao Conselho Ultramarino o que deve ex
» cutar. Lisboa Occidental 5 de Julho de 1728. = Com a Rubrica de
» Sua Magestade. - * * * * * * - - , -
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* **
-
Pon quanto ElRei Meu Senhor, e Pai, que Santa Gloria haja com
os motivos da defeza, e indemnidade da Sua Authoridade Régia, que
forão manifestos, expedio a cinco de Julho do anno de mil setecentos e
vinte e oito o Decreto cujo theor he o seguinte. • -
Impresso avulso.
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Por quanto ElRei Meu Senhor, e Pai, que Santa Gloria haja, com os
motivos da defeza, e indemnidade da sua Authoridade Régia, que fo
rão manifestos, expedio a cinco de Julho do anno de mil setecentos e
vinte e oito o Decreto cujo theor he o seguinte.
» Tenho resolvido, que todos os Vassallos do Papa, que se acha
rem ao presente em Meus Reinos, e Senhorios, saião delles dentro do
tempo, que lhes mandei prescrever; e que daqui em diante não sejão
admittidos nelles os que de novo vierem, por ser assim conveniente ao
Meu Serviço; e porque tambem o he que nos mesmos Reinos, e Se
nhorios não se admittão fazendas, ou generos alguns da Corte de Ro
ma, e terras do Papa, nem se lhes dem despachos nas Alfandegas:
Sou Servido que do dia desta Resolução fiquem prohibidas as ditas fa
zendas, e generos, e se lhes não dê despacho nas Alfandegas, ou ve
nhão em nome dos Vassallos do Papa, ou de quaesquer Pessoas de ou
tra Nação, e ainda que venhão em nome dos Meus Vassallos, e se pra
tique com os ditos generos, e fazendas o mesmo, que com as fazendas,
e generos de contrabando, e as fazendas, e generos, que já estiverem
nas Alfandegas, se entreguem sem se despacharem ás Pessoas a quem
» pertencerem fazendo termo de as tirarem, e remetterem para fóra do
» Reino dentro de seis mezes; e não o cumprindo assim, ficarão logo
» perdidas para a Minha Fazenda; e quanto ás fazendas, e generos que
» já estiverem despachadas, e tiradas das Alfandegas em poder de par
33
ticulares para as venderem, serão obrigados a manifestallas ás Minhas
º Justiças, dentro de dez dias da publicação desta Minha Resolução, e
1760 • 747
* . . é=#*<>"+ #
TE U ELREI Faço saber aos que este Alvará de Declaração virem, que
devendo a Minha Lei de vinte e einco de Junho deste presente anno,
em que Fui Servido astabelecer a segurança pública da Minha Corte,
e Reinos, ser observada literalmente, sem as interpretações, que por
ella se achão prohibidas: E sendo informado de que sobre a expedição
dos Passaportes, e Guias, com que os Viandantes devem sahir da mes
ma Corte, e Comarcas destes Reinos, se tem movido algumas dúvidas
dignas da Minha Real consideração: Para occorrer a ellas, fazendo-as
cessar em commum beneficio: Sou Servido ordenar o seguinte:
1 Todas as pessoas, que quizerem sahir da Corte, e Cidade de Lis
boa, serão obrigadas a tirar Passaportes, que lhes mandarão passar os
Ministros dos Bairros, em que morarem, pelos seus respectivos Escri
vães, os quaes levarão dous vintens pelo trabalho de encherem os cla
ros dos mesmos Passaportes, sem que levem os ditos Ministros da assi
gnatura delles algum emolumento. O mesmo se praticará em todas as
Comarcas destes Reinos com as pessoas, que houverem de sahir dellas
para fóra.
2 Não serão porém necessarios os ditos Passaportes no districto da
Corte, nem ás pessoas, que forem para as suas fazendas, e quintas; nem
aos que forem trabalhar pelos seus Oficios, e Artes; nem aos Almocre
ves, Regatões, e pessoas que vivem cinco "#" redor da mesma Cor
2
748 I760
-
I760 749 -
#…}}*Cº?k=# … : • - -
Pos quanto, não foi da Minha Real Intenção, que pelo novo Metho
do, que determina para o despacho das Causas Crimes a Minha Lei
de vinte e cinco de Junho proximo precedente, fosse a Meza Grande da
Casa da Supplicação, gravada com os feitos por sua natureza ordinarios,
que como taes se despacharão na Meza dos Corregedores do Crime da Cor
te: com os Desembargadores Estravagantes, que lhes erão nomeados por
Adjuntos; nem que na referida Meza por passarem os sobreditos feitos
de ordinarios a summarios perdessem os Juizes delles as assignaturas,
que levavão até ao tempo da promulgação da mesma Lei: Sou Servidó
declarar quanto a esta parte; ordenando, que os feitos por sua natureza
ordinarios, que como taes se despachárão na Meza dos Corregedores do
Crime da Corte, se fiquem despachando nella, sem embargo de serem
summarios, e que nelles venção os Relatores, e Adjuntos Estravagan
tes as mesmas assignaturas, que até agora vencião. O Arcebispo Rege
dor o tenha assim entendido, e faça observar. Palacio de Nossa Senho
ra da Ajuda aos 19 de Agosto de 176o. = Com a Rubríca de Sua Ma
gestade.
*-+.…<>}} ??
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que sendo-Me
presente que os Siganos, que deste Reino tem hido degradados para o
Estado do Brazil, vivem tanto á disposição da sua vontade, que usando
dos seus prejudiciaes costumes, com total infracção das Minhas Leis,
causão intoleravel incommodo aos moradores, comettendo continuados
furtos de cavallos, e escravos, e fazendo-se formidaveis por andarem
sempre incorporados, e carregados de armas de fogo pelas estradas, on
de com declarada violencia praticão mais a seu salvo os seus perniciossi
simos procedimentos; e considerando que assim para socego público, co
mo, para correcção de gente tão inutil, e mal educada, se faz preciso
ºbrigallos pelos termos mais fortes, e eficazes a tomar a vida civil: Sou
Servido ordenar, que os rapazes de pequena idade filhos dos ditos Siga
nos se entreguem judicialmente a Mestres, que lhes ensinem os oficios,
e artes mecanicas, e aos adultos se lhes assente praça de Soldados, e
por alguns tempos se repartão pelos Presidios, de sorte que nunca este
jão muitos juntos em hum mesmo Presidio, ou se fação trabalhar nas
obras publicas, pagando-se-lhe o seu justo salario, prohibindo-se a todos
poderem commerciar em bestas, e escravos, e andarem em ranchos:
Que não vivão em Bairros separados, nem todos juntos, e lhes não seja
permittido trazerem armas, não só ao que pelas Minhas Leis são prohi
bidas, que de nenbuma maneira se lhes consentirão, nem ainda nas via
gens; mas tumbem aquellas, que lhes poderião servir de adorno: E que
as mulheres vivão recolhidas, é se occupem naquelles mesmos exercicios,
750 I760
de que usão as do Paiz; e Hei por bem, que pela mais leve transgres
são do que neste Alvará Ordeno, o que for comprehendido nella, seja
degradado por toda a vida para a Ilha de S. Thomé, ou do Principe,
sem mais ordem, e figura de Juizo, nem por meio de Appellação, ou
Aggravo, do que o conhecimento summario, que resultar do juramento
de tres testemunhas, que deponhão perante quaesquer dos Ministros Cri
minaes respectivos aos districtos, onde fizerem a transgressão, e prova
da quanto baste, se execute logo a sentença do exterminio, sem que
della possa ter mais recurso. Pelo que: Mando ao Presidente, e Conse
lheiros do Meu Conselho Ultramarino, ao Vice-Rei, e Capitão General
de mar, e terra do Estado do Brazil, e a todos os Governadores, e Ca
pitães Móres delle, aos Governadores das Relações da Bahia, e Rio de
Janeiro, Desembargadores dellas, e a todos os Ouvidores, e mais Minis
tros, e Oficiaes de Justiça do dito Estado executem, e fação observar
sem dúvida este Meu Alvará, como nelle se contém, o qual se publica
rá, e registará na Minha Chancellaria Mór do Reino; e para que venha
á noticia de todos, e se não possa alegar ignorancia, será tambem pu
blicado nas Capitanias do Estado do # e em cada huma das suas
Comarcas, se registará nas ditas Relações, e nas mais partes, onde se
melhantes se costumão registar, lançando-se este proprio na Torre do
Tombo. Lisboa 20 de Setembro de 1760. = Com a Assignatura de Sua
Magestade.
Regist. na Chancellaria Mór da Corte, e Reino no Li
vro das Leis, a fol. 163; e impr. na Officina de An
tonio Rodrigues Galhardo.
*=+tom+ #
tras sem faculdade alguma nos Terrenos das referidas Praças, e Mari.
inha; e nos de Terceiras pessoas, Barracas, ou Casa de Taboados, e
Frontaes, não para se repararem a si, e ás suas familias das injúrias do
tempo, como devia ser; mas sim para as arrendarem a terceiros por pre
ços excessivos: Sou Servido cassar, annullar, e haver por de nenhum ef
feito todas, e quaesquer licenças, ou faculdades, que contra as Minhas
Reacs Ordens, e Providencias especiaes estabelecidas depois do referi
do Terremoto; se hajão concedido sem immediata Resolução Minha, pa
ra a erecção de Casas de madeiras, Barracas, ou quaesquer outros se
melhantes Edificios, nos sobreditos lugares publicos; como tambem to
dos os arrendamentos, e contratos celebrados verbalmente, ou por escri
to sobre os alugueres, habitação, ou translação dos sobreditos Edificios;
para que por taes licenças, ou contratos dellas emanados, se não possa
fazer Obra alguma em Juizo, ou fóra delle: Ordenando, que os Proprie
tarios, e Inquilinos dos referidos Edificios sejão obrigados a evacuar del
les os ditos Terrenos publicos, e alheios até o ultimo dia do mez de De
zembro proximo futuro: E que não o fazendo assim até o referido dia se
fação as demolições, e evaçuações dos materiaes que dellas resultarem
(à custa das pessoas a quem pertencerem os mesmos Edificios) pelos
Ministros Inspectores dos Bairros verbalmente de plano, e sem figura de
Juizo, na conformidade dos Editaes de trinta de Dezembro de mil sete
centos cincoenta e cinco; dez de Fevereiro de mil setecentos cincoenta e
seis; e dos Avisos expedidos para a demolição das Casas, e Barracas, que
se havião levantado nas Marinhas da Boa-Vista, e da Ribeira da mesma Ci
dade de Lisboa. Por hum efeito da Minha exuberantissima Clemencia per
mitto que os Donos dos sobreditos Edificios possão perceber os alugueres
delles até o referido dia ultimo de Dezembro proximo futuro, não obstante
a nulidade dos contratos por elles feitos, a qual ficará sempre em seu
vigor para surtir daquelle dia em diante todos os seus referidos efeitos.
E para que as referidas Praças possão servir ao uso público, a que são
destinadas: Hei por bem que nellas determine o Senado da Camara lu
gares para a venda dos comestiveis, que a ellas costumão vir, assim do
mar, como da terra, com tanto que nellas senão edifique Casa alguma
de madeira, frontal, ou outra materia, que seja fixa, ou estavel; mas
sim, e tão sómente Cabanas amoviveis, e volantes, que com qualquer
nova Ordem se possão levantar, e mudar para onde não embaracem as
obras publicas, e particulares, que tenho determinado nas referidas Pra
ças: Regulando o mesmo Senado as pensões, que dos ditos lugares se
houverem de pagar, pelas que antes se pagavão dos semelhantes lugares
do Rocio, e Ribeira: Dando a cada hum dos sobreditos lugares deter
minada, e impreterivel medida, que os iguale a todos: Guardando no
estabelecimento das mesmas pensões huma inteira igualdade de sorte, que
hum não pague mais do que o outro: Procedendo-se logo ás ditas medi
ções, e arbitramentos livre, e gratuitamente sem o menor emolumento,
em huma materia do Meu Real Serviço, e do Bem commum dos Meus
Vassallos: E consultando-Me, o que se arbitar sobre as referidas pen
sões, e medidas dos lugares de venda, para Eu resolver o que for Servi
do, e Me parecer mais conforme á utilidade pública. -
E U ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará com força de Lei vi
rem, que havendo sido da Minha Real Intenção, que as disposições, e pe
mas prescriptas, e declaradas nos Paragrafos sexto e setimo dos Estatutos
da Junta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios, para se sentem
ciarem, e castigarem os descaminhos das fazendas, e os contrabandos, fos
sem igualmente observadas, e executadas, assim nestes Reinos, como
em todos os Meus Dominios Ultramarinos: Me foi representado pela mes
ma Junta, que nas Provedorias da Fazenda Real do Brazil, se senten
ceião os referidos delictos, pelo modo, e com as penas sómente, que se
achavão determinadas antes da publicação dos sobreditos Estatutos, re
sultando desta desigualdade, que os Réos de hum mesmo crime sejão
mais favorecidos, ou menos castigados no Brazil, que no Reino; porque
perdendo sómente a fazenda aprehendida, ou sendo-lhes imposta a pena
do tresdobro nos casos, em que ella se incorre, não ficão inhabilitados
para servirem oficios de Justiça, ou de Fazenda, e para mais negocia
rem por si, ou por interposta pessoa, nem contra os mesmos Réos tem
a Minha Real Fazenda a sua intenção fundada, como, para arrancar as
raizes de tão prejudicial declito, foi por Mim determinado nos mesmos
Estatutos. E porque a Minha Real Providencia, á qual tem recorrido a
mesma Junta por parte dos communs interesses do Commercio, não deve
permittir, que se continue o abuso, com que até agora se tem procedido
em tão importante materia: Sou Servido, em confirmação, e declaração
dos referidos Estatutos, e de todas as Leis, e Foraes, até agora pro
mulgados a este mesmo respeito, ordenar o seguinte.
A Disposição do Capitulo dezesete, Paragrafo quinto dos Esta
tutos da Junta do Commercio, que concede a jurisdicção privativa ao De
sembargador Conservador geral da mesma Junta para se sentenciar os
delictos dos descaminhos dos Meus Reaes Direitos, e dos Contrabandos,
promovendo nas mesmas causas o Desembargador Procurador Fiscal, se
deve entender comprehensiva de todos, e quaesquer descaminhos, e con
trabandos, apprehendidos, ou denuneiados, não só em Lisboa, e seu
Termo, como por afectada, ou indisculpavel ignorancia, se tem algumas
vezes entendido, mas tambem em todas, e quaesquer jurisdicções deste
Reino; com a distincção sómente, de que o processo verbal, que con
siste no Auto da Tomadia, e da Denúncia, será ordenado em Lisboa pelo
Desembargador Conservador geral, excepto o caso de serem as apprehen
sões, ou Denúncias feitas pelos Officiaes da Alfandega, como se determi
na no referido Paragrafo; e em todas as mais Cidades, e Villas, ou Luga
res do Reino, serão os sobreditos processos ordenados pelos Ministros de
Letras do lugar mais visinho, e remetidos com as fazendas, e os Réos
aº referido Desembargador Conservador geral da Junta, para serem sen
tenciados na fórma ordenada pelos Estatutos da mesma Junta, de cujo
I76O 753
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{
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que havendo-Me
sido presentes por Consultas do Conselho da Fazenda, e outros Tribu
naes, os inconvenientes, que a experiencia tem mostrado na prática da
cobrança dos dez por cento, estabelecidos a favor dos Juizes Executo
res, e mais Oficiaes da Arrecadação da Minha Real Fazenda para se
rem deduzidos de todas as dívidas, que por execução viva se cobrassem
dos devedores morosos; tendo-se conhecido, que aquelle meio, além de
oneroso, não tem produzido o efeito, a que foi ordenado: Hei por bem
reduzir os ditos emolumentos a cinco por cento sómente, pagos á custa
dos sobreditos devedores morosos, que o forem da data deste em diante,
além de hum por cento, que da mesma sorte deve pertencer aos Solici
tadores dos Feitos da mesma Fazenda: Para que de todas as quantias,
que por execução viva se cobrarem, paguem os devedores delas mais
seis por cento em compensação, e pena da injusta retensão, e demora
dos Cabedaes do Meu Erario Régio: Repartindo-se os sobreditos cinco
por cento pelos Juizes Executores, e mais Oficiaes das Executorías por
hum justo rateio: E pertencendo sempre o referido hum por cento aos
Solicitadores dellas. Antes de se lhe contarem os referidos emolumentos,
serão os Autos continuados aos Procuradores Fiscaes das respectivas re
partições da Minha Real Fazenda, para que pelos termos delles exami
nem se os sobreditos Executores, os seus Oficiaes, tiverão negligencia
1760 755
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756 176o
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Plano, e distribuição das Ruas, qne estão abertas no Terreno, que jaz
entre as Praças do Commercio, e do Rocio mandado estabelecer pelo
Decreto de Sua Magestade, expedido a 5 do corrente mez de Novem
vro de 1760.
RUA NO V A D E EL R E I.
se-lhes onde não chegarem as lojas desta Rua, as mais, que necessarias
forem na Rua de Santa Justa, como vai abaixo declarado.
R UA. A U R E A.
RUA DA CONCEIÇÃO.
Assim se denominará a segunda das referidas seis Travessas, e
nella se accommodarão os Mercadores de lojas de retroz.
RUA DE S. Nico LÁo.
Assim se denominará a terceira das ditas Travessas, e nella se
1760 759
RUA DA ASSUMPÇA O.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que, tendo com
sideração a Me haver sido representado por parte da Meza do Bem Com
mum dos Mercadores das cinco classes, em que se acha dividido o Com
mercio, que se faz por miudo na Cidade de Lisboa, haver mostrado a
experiencia, que as Minhas Reaes Providencias, dadas no Capitulo se
gundo dos Estatutos dos mesmos Mercadores, e nas mais Leis, e De
terminações, que tenho ordenado a consolidar o crédito dos mesmos Mer
cadores, e evitar as quebras, e contrabandos tão prejudiciaes ao mesmo
crédito, e giro do Commercio, se achavão fraudados por diferentes Cai
xeiros desencaminhados das casas dos seus respectivos Patrões, e por ou
tras pessoas, que fingindo os cabedaes proprios, que não tem, conse
guem Alvarás para abrirem lojas, e as abrem efectivamente para ven
derem fazendas alheas, ou fiadas; sem conhecimento do seu verdadeiro
valor, e sem fundo de cabedal para responderem ao pagamento dellas nos
seus devidos tempos; donde vem a seguir-se os gravissimos inconvenien
tes de barateamentos prejudiciaes ao commum do Commercio, e de que
bras nocivas ao crédito dos homens bons das referidas Classes: E tendo
attenção a se haverem verificado na Minha Real Presença as referidas
fraudes, e os sobreditos inconvenientes, que dellas resultão, por Con
sulta da Junta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios, e por ou
tros pareceres de Ministros prudentes, e experimentados, que houve por
bem ouvir sobre essa materia: Ordeno, que da publicação deste em
diante as penas estabelecidas nos Estatutos da Meza do Bem Commum
dos referidos Mercadores contra os que tem duas, ou mais lojas, ou ven
dem por miudo, se imponhão contra todos os Propostos, que tiverem
760 1760
menos de ametade de todos os lucros nas vendas da loja, onde fizerem
as vendas; sendo além disto de nenhum vigor, e efeito, não só os Con
tratos, pelos quaes se lhes derem a crédito as fazendas, que houverem
de vender de outra sorte; mas tambem qualquer Escrito, ou Convenção
particular, que for dirigida a diminuir a referida meia parte de todos os
lucros respectivos em qualquer sociedade, para a qual entre socio Mer
cador com a sua assistencia na loja, que for aberta em seu nome; sem
que taes Contratos, ou Escritos, e Convenções particulares possão pro
duzir algum efeito, ou prestar algum impedimento em Juizo, ou fóra
delle: Antes aquelles, que os houverem feito, ficarão cumulativamente
condemnados de mais na outra pena de inhabilidade para mais não abri
rem loja de alguma das referidas cinco Classes nestes Reinos, e todos
os seus Dominios: Registando-se na Junta do Commercio, e na Meza
do Bem Commum as Sentenças contra elles proferidas, para a todo o
tempo constar a inhabilidade, em que forem incursos.
Pelo que: Mando ao Presidente da Meza do Desembargo do Pa
ço, Regedor da Casa da Supplicação; Védores de Minha Real Fazen
da, Presidentes do Conselho Ultramarino, da Meza Consciencia, e Or
dens; e do Senado da Camara; Chanceller da Relação, e Casa do Por
to, Junta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios, Desembarga
dores, Corregedores, Juizes, Justiças, e Officiaes dellas, a quem o Co
nhecimento deste pertencer, o cumpräo, e guardem, e fação cumprir,
e guardar, tão inteiramente como nelle se contém, sem embargo de
quaesquer Leis, Alvarás, Regimentos, Decretos, ou Resoluções em
contrario, que Hei por bem derogar para este efeito sómente, ficando
aliàs sempre em seu vigor. E para que venha á noticia de todos: Mando
ao Desembargador do #º Manoel Gomes de Carvalho, do Meu Con
selho, e Chanceller Mór do Reino, que a faça publicar na Chancella
ria, enviar Cópias impressas sob Meu Sello, e seu signal, a todos os
Tribunaes, Ministros, e mais Pessoas, que o devem executar: Regis
tando-se em todos os lugares, onde se costumão registar semelhantes
Leis, e mandando o Original para a Torre do Tombo. Dado no Palacio
de Nossa Senhora da Ajuda a 15 de Novembro de 176o. = Com a As
signatura de ElRei, e a do Ministro.
Regis. na Secretaria de Estado dos Negocios do Rei
no Livro III, do Registo das Consultas da Junta do
Commercio destes Reinos, e seus Dominios a fol.
62. vers., e impresso avulso.
# #…»*--*
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que o Provedor,
e mais Irmãos da Irmandade de Santa Cecilia dos Cantores desta Cor
te, de que sou Protector, Me representárão por sua petição o decadente
estado a que se acha reduzida a dita Irmandade, e os Professores da Ar
te da Musica tão necessaria para o culto Divino, em razão de se intro
metterem a exercitar nas Festas muitas Pessoas, que não são Professo
res da Musica, nem sabem cousa alguma della: Recorrendo á Minha
Real Protecção para obviar os ditos inconvenientes: E attendendo ao seu
justo requerimento: Ordeno, que nenhuma Pessoa possa exercitar por
I760 • 76 |
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* * *
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+-+vor, é-+
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que considerando, que depois de haver estabelecido a regularidade, e
a boa fé do Commercio dos Vinhos do Alto Douro, assim na pureza del
les, como na commodidade dos seus preços; mostrou a experiencia, que
os Lavradores do mesmo genero não tinhão no consumo ordinario das
Tavernas toda a necessaria sahida para os Vinhos inferiores, que ficão
redundando nas Adegas por não poderem gastar-se: Tendo attenção ao
que o dito respeito Me foi #*#*# não só por parte dos mesmos
Lavradores do Douro, mas pelos das Tres Provincias da Beira, Minho,
e Traz dos Montes, e até pelos Negociantes da Cidade do Porto, e por
outras pessoas zelosas do Bem Commum: Attendendo ao mesmo tem
á grande necessidade que ha nos Meus Reinos, e Dominios de nelles
segurar para o seu consumo o necessario provimento de Aguas ardentes
de boa Lei, e puras: e sendo informado de que depois do Meu Alvará
de dez de Setembro de mil setecentos cincoenta e seis, em que reduzi
ao termo de tres legoas ao redor da Cidade do Porto o districto em que
sómente seria lícito á Companhia, e seus Feitores vender vinho a Ra
mo, se tem continuando, e continúa em commetter algumas das mes
mas fraudes, e abusos, que prohibo no dito Alvará , pela contiguidade
de alguns lugares visinhos ao dito Terreno, da qual se tem abusado con
tra a Minha sobredita Lei, para por elles se fraudar assim o Genero,
como o Privilegio exclusivo da mesma Companhia: Sou Servido ordenar
a todos os sobreditos respeitos o seguinte.
I. Determino que a Junta da Companhia Geral da Agricultura das
Vinhas do Alto Douro mande logo estabelecer todas as Fabricas de A
guas ardentes, que necessarias forem, naquelles sitios das referidas tres
176O 768
Provincias, que se achar que são mais proprios para as referidas Fabri
C3S.
*-*…>…ºk----$
Sendº presente a ElRei meu Senhor, que ainda se achão por entregar
tís Partes interessadas diferentes Terrenos, em que se achão dispostas a
edificar nas ruas novas, que se abrírão entre a Praça do Commercio,
Rocio, Rua nova do Almada, e Rua nova da Princeza; ao mesmo tem
po, em que se achão ha muito promptos os alinhamentos divisorios nas
diferentes Propriedades que se devem fabricar, e tambem expedidos os
prospectos, que devem regular a simetria das mesmas ruas: He o mes
ino Senhor Servido, que os Ministros Inspectores, a quem pertence, de
soccupando-se de toda, e qualquer outra diligencia, passem a fazer im
766 | 7560
Impresso avulso.
4=#*Oººm=$
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo a exacta observancia das Leis mercantis, e a boa fé do Com
mercio as duas bazes em que se sustentão a reputação, e o interesse das
Companhias de negocio: E tendo a da Agricultura das Vinhas do Alto
Douro por objecto principal a conservação da Lavoura, sem a qual, mos
trou a experiencia, que não podião subsistir as tres Provincias da Beira,
Minho, e Traz os Montes, para sobre esta certa consideração se faze
rem mais necessarias aquella exacta observancia, e indispensavel boa fé;
de sorte que a respeito dellas não póde haver providencia, e precaução
que não seja justa, e necessaria: Sou Servido que o Juiz Conservador
da mesma Companhia (ou quem seu cargo servir no tempo presente, e
futuro) no mez de Fevereiro de cada hum anno proceda a huma exacta
devaça, que depois de se tirar pela primeira vez ficará sempre aberta:
Inquirindo nella sem limitação de tempo, e sem determinado número de
testemunhas todas as que julgar que são melhor informadas, e necessa
rias forem para constar da verdade dos factos (a qual sómente será atº
tendida nestes casos) contra os transgressores, assim da Instituição da
mesma Companhia, e do Alvará de trinta de Agosto de mil setecentos
e cincoenta e sete; como das mais Leis que até agora estabeleci, e de
futuro se estabelecerem a beneficio da mesma Companhia; e especialmen
te contra os que distrairem para fins particulares os dinheiros communs
que lhes forem entregues para o serviço da mesma Companhia, paga
mentos dos Lavradores; soccorro daquelles, entre elles necessitados, a
quem se adiantão dinheiros para cultivarem as suas Vinhas; fretes, ou
jornaes dos Feitores, Barqueiros, Serventes, ou Homens de trabalho;
e contra os que subornarem os Compradores , e Provadores de Vinhos
para qualificarem com simulação, e ventagem os que forem dos seus pa
rentes, amigos, e patrocinados: Procedendo-se contra os culpados como
forjustiça na sobredita fórma, e sentenciando-se na Relação em huma só ins
tancia pelo sobredito Juiz Conservador com os Adjuntos, que lhe nomear
o Governador da Relação, e Casa do Porto, ou quem seu cargo servir.
Pelo que: Mando ao Presidente da Meza do Desembargo do Pa
co; Regedor da Casa da Supplicação; Védores da Minha Real Fazenda;
Presidente do Conselho Ultramarino; Meza da Consciencia, e Ordens;
e do Senado da Camara; Chanceller da Relação, e Casa do Porto; De
1760 767
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ANNO DE 1761.
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+
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que por quanto
Pela Minha Lei dada no Palacio de Nossa Senhora da Ajuda em tres
de Setembro de mil setecentos cincoenta e nove, e publicada na Chan
cellaria Mór do Reino em tres de Outubro do mesmo anno, declarei os
Regulares da Companhia denominada de JEsus, habitantes nos Meus
Reinos, e todos os seus Dominios, por notorios Rebeldes, Traidores,
Adversarios, e Aggressores, que tinhão sido, e erão ainda então actual
mente contra a Minha Real Pessoa, e Estados, contra a paz pública dos
176.I. 77 |
Meus Reinos, e Dominios, e contra o bem commum dos Meus fiéis Vas
sallos: Ordenando que como taes fossem tidos, havidos, e reputados: Ha
vendo-os desde logo em efeito da mesma Lei por desnaturalisados, pros
criptos, e exterminados: E mandando que efectivamente fossem, como
forão, expulsos de todos Meus Reinos e Dominios para nelles mais não
poderem entrar: E porque pelas sobreditas, desnaturalisação, proscrip
ção, exterminio, e total expulsão dos mesmos Regulares, ficárão vagos
nos Meus Reinos, e Dominios, todos os bens temporaes consistentes em
móveis (não dedicados immediatamente ao Culto Divino) em mercado
rias de com mercio, em fundos de terras, e casas, e em rendas de dinhei
ro, de que os mesmos Regulares tinhão dominio, e posse como livres,
sem serem gravados com os encargos de Capellas, ou algumas outras
Obras pias: E tendo ouvido sobre esta materia muitos Ministros Theolo
gos, e Juristas do Meu Conselho, e Desembargo, muito doutos, e zelo
sos do serviço de Deos, e Meu, com o parecer dos quaes Me conformei:
Sou Servido, que todos os bens da referida natureza, como bens vacan
tes, sejão logo incorporados no Meu Fisco, e Camara Real, e lançados
nos livros dos Proprios da Minha Real Fazenda. E conformando-Metam
bem com os mesmos pareceres: Sou Servido outro sim declarar reverti
dos á Minha Real Coroa todos os outros bens, que della havião sahido
para os sobreditos Regulares proscriptos, e expulsos com os seus Padroa
dos. Pelo que toca aos outros bens por sua natureza Seculares, que se
achão gravados com os encargos de Capellas, suffragios, e semelhantes
Obras pias: Sou Servido outro sim (conformando-Me tambem com os mes
mos pareceres) ordenar, que delles se faça logo huma Relação, em que
distinctamente se declarem os que forem pertencentes á disposição de.
cada hum dos Testadores, ou Doadores com as penções nelles impostas;
para Eu lhes dar Administradores, que conservem os referidos bens, e
bem cumpräo com os encargos delles, de sorte que não pereção por es
1árem vacantes.
E este se cumprirá em tudo, e por tudo como nelle se contém.
Pelo que: Mando á Meza do Desembargo do Paço, Regedor da Casa da
Supplicação, Conselheiros da Minha Real Fazenda, e dos Meus Domi
nios Ultramarinos, Meza da Consciencia, e Ordens, Senado da Cama
ra, Junta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios; Junta do De
posito público; Capitães Generaes , Governadores, Desembargadores,
Corregedores, Juizes, e mais Oficiaes de Justiça, e Guerra a quem o
conhecimento deste pertencer, que o cumpräo, e guardem, e fação cum
prir, e guardar tão inteiramente como nelle se contém, sem dúvida, ou
embargo algum, e não obstantes quaesquer Leis, Regimentos, Alvarás,
Doações, Disposições, ou estilos contrarios, que todas, e todos Hei por
derogados, como se delles fizesse individual, e expressa menção , para
este efeito sómente, ficando aliás sempre em seu vigor. E ao Doutor
Manoel Gomes de Carvalho Desembrargador do Paço, do Meu Conselho,
e Chanceller Mór destes Meus Reinos, Mando que o faça publicar na
Chancellaria, e que delle se remettão cópias a todos os Tribunaes, Ca
beças de Comarcas, e Villas destes Reinos: Registando-se em todos os
lugares, onde se costumão registar semelhantes Leis: E mandando-se o
Original para a Torre do Tombo. Dado em Salvaterra de Magos a 25
de Fevereiro de 1761. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist., na Chancellaria Mór da Corte, e Reino no li.
vro das Leis a fol. 154., e impr. avulso.
Eeeee 2
772 176 |
+--Yºoººk-k
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que pela Junta
do Commercio destes Reinos, e seus Dominios Me representárão alguns
dos Fabricantes de sedas da Cidade do Porto; que havendo estabelecido
os seus Teares em casas alugadas, os inquietavão, e pertendião expul
sar dellas outros alugadores, com o titulo de alguns Privilegios, de que
se lhes seguia muito consideravel prejuizo, obrigando-os a despejar as
casas depois de armada a fabrica das suas Officinas, pedindo-Me lhes con
cedesse a graça do Privilegio da Aposentadoria passiva para todos os Fa
bricantes das mesmas Manufaturas. E sendo o objecto que moveo a Mi
nha Real Grandeza, e Paternal Providencia o augmento destas utilissi
mas Fábricas; em beneficio dos Meus fiéis Vassallos; de que não só de
vem gozar os Fabricantes da Cidade de Lisboa, e seu Termo, aos quaes
pelo Paragrafo decimo dos Estatutos da Real Fabrica das sedas Fui Ser
vido conceder o referido Privilegio; mas tambem os da Cidade do Porto,
e de todas as Provincias: Hei por bem declarar, que todos os Fabrican
tes de sedas, em cujas Oficinas se acharem dous Teares ao menos, se
jão privilegiados com a Aposentadoria passiva para efeito de não serem
expulsos das casas alugadas, em que houverem estabelecido os referidos
Teares. Cujo Privilegio prevalecerá a outro qualquer por mais exuberan
te que seja, menos contra os Proprietarios das casas alugadas, os quaes
jurando que as pedem para seu uso na fórma da Lei , ou mostrando
que se lhes não tem feito os pagamentos devidos, poderão obrigar os Fa
bricantes ao rigoroso despejo, usando dos meios ordinarios, que lhes ficão
permittidos para estes casos sómente. * ** *** * *
Impresso avulso.
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/
DoM JOSE por Graça de Deos Rei de Portugal, e dos Algarves,
d'aquem e d’além Mar, em Africa Senhor de Guiné, e da Conquista,
Navegação, Commercio da Ethiopia, Arabia, Persia, e da India, &c.
Faço saber a todos os que esta Carta virem, que havendo Eu considera
do que da boa, e regular instrucção da Mocidade he sempre tão depen
dente o bem Espiritual, e a felicidade Temporal dos Estados; para a
propagação da Fé, e augmento da Igreja Catholica; epara o serviço dos
Soberanos, e utilidade pública dos Póvos, que vivem debaixo do seu Go
verno; como nestes Reinos testificárão os Gloriosos, e fecundos progressos,
com que por efeitos dos Estudos, e da Companhia, que o memoravel In
fante Dom Henrique estabeleceo, e fundou na Villa de Sagres, e na Cida
de de Lagos, para a Astronomia, Geografia, Navegação, e Commercio
maritimo, se formárão os muitos Sabios, e famozos Varões, que, depois
de haverem dilatado com os seus illustres feitos os Dominios desta Coroa
na Africa Occidental, os achou o Reinado do Senhor Rei Dom Manoel
tão graduados, e tão experimentados; não só naquellas utilissimas disci
plinas; mas tambem na mais sã, e mais sólida Politica Christã, com que
em poucos annos por mares até então desconhecidos descubrírão, e Con
quistárão duas tão grandes porções da Azia, e da America : Havendo
tambem considerado que a Religião, o Zelo, e a Providencia do mesmo
Senhor Rei Dom Manoel, seguidas pelo Senhor Rei Dom João III., co
nhecendo sobre aquellas decisivas experiencias, que os referidos Estudos
se farião mais ferteis quando fossem cultivados em Collegios, nos quaes
a regularidade das horas, e a virtuosa emulação dos Estudantes concor
ressem para elles se adiantarem nas suas profissões com maior brevida
774 176 |
ensinar de graça; de tal sorte que já nos Reinados dos Senhores Reis Dom
Sebastião, e Dom Henrique, não só chegarão a extinguir de todo aquelle
Collegio, mas passárão com os sobreditos abusos a pôr em consternação
toda a Universidade de Coimbra: E por quanto o commum sentimento
dos referidos Ministros, com que Me conformei, foi que o meio de res
taurar de tantas, e tão deploraveis ruinas hum Estabelecimento tão util,
e tão indispensavel, não podia ser outro que não fosse o de excitar os
Estatutos, e a fórma do governo do sobredito Collegio de Escolas meno
res de Linguas, e de Artes, e de os fazer observar como antes se pra
ticavão em tudo o que fosse applicavel ao """ presente: Havendo res
peito ao referido, e desejando quanto em Mim he restituir aos Meus fiéis,
e amados Vassallos as irreparaveis perdas, que por mais de dous Seculos
tiverão na falta daquelles uteis, e fructuosos Estudos, que antes havião
florecido com tanto credito da Nação, e com tanto augmento da Igre
ja, e utilidade pública do Reino: Hei por bem restabelecer na Minha
Corte, e Cidade de Lisboa hum Collegio com o titulo de Collegio Real
dos Nobres, para nelle se educarem cem Porcionistas: O qual quero que
se conserve sempre no Meu inteiro Dominio, e na Minha privativa, e im
mediata Protecção, para delle, ou della não poder mais sahir debaixo de
qualquer côr, pretexto, ou motivo por mais apparente, ou especioso que
seja, dando-lhe logo para o seu governo os Estatutos seguintes.
T I T U L O I.
3 Deve cuidar muito seriamente na paz, socego, boa ordem dos Por
cionistas, e direcção de todo o Collegio; fazendo observar exactamente
os Estatutos, assim pelo que toca á Religião, e bons costumes, como
pelo que pertence aos Estudos, e ás Artes.
4 Visitará as Aulas com frequencía, e sem determinadas horas, ven
do as lições dellas; para assim animar os Applicados louvando-os publica
mente, e admoestando os Negligentes para se emendarem.
5 Fará castigar os excessos que os Collegiaes commetterem contra os
Estatutos, ou contra o socego do Collegio até a pena de reclusão pelo
tempo que lhe parecer justo. Quando porém a culpa requerer de castigo
mais forte, informará della o Director Geral, para este ou dar as provi
dencias que lhes parecerem justas cabendo no seu expediente, ou Me in
formar sendo caso que necessite de maior providencia. •
Do Vice-Reitor.
T I T U L O IV,
Dos Vice-Prefeitos.
as Linguas Franceza, e Italiana; ainda que será muito mais util aos que
forem mais capazes, e estudiosos procurarem possuir tambem a Lingua
Ingleza.
2 As Lições serão pela maior parte de viva voz, sem que os ditos
Professores carreguem os Discipulos com multidão de preceitos desneces
sarios em Linguas que são vivas, e que se aprendem muito mais facil
mente, e melhor, lendo, conferindo, e exercitando em repetidas práti
cas. Os livros para estas applicações serão sempre correctos, uteis, e
agradaveis; e os Professores de louvaveis costumes, ainda que não de
vem assistir dentro no Collegio, mas sim virem a elle dar as suas lições
nas horas, que para isso lhe vão determinadas.
T I T U L O IX.
e nella tenhão todas o seu fundamento; para maior proveito dos Colle
giaes, e mais facil expedição das suas applicações, Ordeno que tenhão
Professores distinctos, e unica, e privativamente destinados a estes Exer.
"ClClOS,
T I T U L O XI.
Do Professor da Fysica.
T I T U L o XII,
•
T I T U L O XIV.
T I T U L o XVII.
Da Junta da Administração das Rendas, e da Economia da
Collegio.
para que possa constar dellas em todo o tempo sem a menor dúvida ou
demora. * * *
5 O dinheiro pertencente á Receita, e Despeza do mesmo Collegio;
se guardará sempre em Cofre de tres Chaves; das quaes terá huma o
Reitor; outra o mais antigo entre os Conselheiros Professores; e a ter
ceira o que tambem tiver maior antiguidade dos tres Collegiaes.
6 Para receber, e pagar, se nomeará sempre o dia, que fica orde
nado para as Sessões Semanarias do Conselho. Em cada huma dellas se
extrahirá do Cofre, e entregará ao Mordomo do Collegio o dinheiro ne
cessario para a despeza, que se houver de fazer na Semana seguinte: As
signando Conhecimento da sua importancia: Participando quotidianamen
te ao Guarda Livros a despeza, que houver feito para se lançar no Livro
Diario: E dando conta com entrega no fim da Semana do dinheiro, que
houver recebido, para se lhe fazer descarga delle; sem a qual se achar
lançada, e approvada pelo Conselho, não poderá este dar-lhe outra algu
ama quantia por modica que seja, • •
T I T U L o XVIII.
Do Cartorario, e Cartorio do Collegio.
1 Na mesma Contadoria haverá huma casa separada, que sirva de
Archivo para mella se guardarem os Titulos, e Papeis pertencentes ao
Collegio, e seus bens, rendas, e privilegios: Commettendo-se a arruma
ção, e Custodia dos mesmos Titulos, e Papeis a hum Cartorio, que sem.
pre os tenha em boa ordem, e segurança para os ministrar á Junta da
Fazenda em todas as occasiões, que lhe for por ella ordenado.
2 Para este lugar de Cartorario serão eleitas pela pluralidade dos vo
tos da mesma Junta da Fazenda tres Pessoas que entre as do serviço do
Collegio parecerem mais idoneas: Propondo as em Primeiro, Segundo,
e Terceiro lugar ao Director Geral, para que este escolha entre os pro
postos o que julgar que he mais apto; ficando sempre o mesmo Cartorio,
e Archivo debaixo da jurisdicção, e direcção da sobredita Junta da Fa
zenda; para esta visitar o Cartorio, e examinar o estado delle huma vez
pela menos em cada hum dos mezes do Anno; e para ordenar tudo o que
lhe parecer necessario para a boa custodia, arrumação, e ordem dos Li
vros, e Papeis. • -
T I T U- L O XIX.
Dos Bibliothecarios, Livraria, e laboratorio do Collegio. •
T I T U L O XX.
ta delle para fóra: O qual será proposto e nomeado na fórma que fica
declarada no Titulo XVIII., ou de entre os Commensaes do mesmo Col
legio, ou das Pessoas de fóra delle; e terá hum Solicitador, para expe
dir por elle as diligencias, e requerimentos, que se houverem de fazer
nas Audiencias, e nos outros lugares onde não poder tratallas com decó
ro o sobredito Agente: Sendo assim este como o seu Solicitador em tudo,
e por tudo subordinados á Junta da Fazenda: E dando nella conta em
todas as semanas de tudo o que obrarem aos ditos respeitos., º
* T I T U L o XXI. ,
Do Mordomo do Collegio, e seu comprador. -
•
• •
T I T U L o XXII.
… Dos Cozinheiros, O SÉRIS Ajudantes. {
• ! ..."
T I T U L o XXIII. E
* , ,
º
+ +
Do Dispenseiro.
, , ' T I T U L O XXIV. · , !
* * * * * ** * # … Dos Porteiros.
• * ; "" ) • * *
c. 10 Item será obrigado a ter barridas cada dia as entradas de fóra das
portas, a Portaria, e a principal escada que della sóbe ao Collegio.
| | | Item não poderá permittir nem que na Portaria se ajuntem Pes
soas de fóra a conversar sem que tenhão negocio com algum dos Minis
tros, ou Commensaes do Collegio; nem menos poderá per si, ou por in
terposta Pessoa comprar livros, escrivaninhas, móveis, ou vestidos dos
Collegiaes;
seja. nem receber delles gratificação alguma, qualquer que ella •
- 12 E sendo caso que não cumprão com o que fica assima ordenado se
rão multados pela primeira vez em tres dias de salario; pela segunda em
seis; e pela terceira serão expulsos irrimissivelmente. •
13 Determino que na Porta do Carro haja outro Porteiro para dar ser
ventia por ela á Picaria, Cozinha, Dispensa, e mais Oficinas do Colle
gio, e seus Serventes.
1761 79 |
14 Não poderá porém permittir, que pela dita Porta haja de entrar,
ou sahir algum Collegial, ou qualquer outra Pessoa das que se exercita
rem no Collegio; nem que pela mesma Porta entre Pessoa alguma de fó
ra a fazer visitas, ou ter conversações com os sobreditos; sobpena de ex
pulsão irrimissivel, e das mais que reservo a Meu Real arbitrio.
T I T U L O XXV.
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Impresso avulso.
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem :
Que havendo tido certa informação, de que depois que a influencia dos
Regulares da Companhia chamada de Jesus contaminou a Politica, e
Economia do Estado da India; empregando nelle o espirito de sedição,
e de discordia , com que por principio costumou sempre aquella infesta
Sociedade alienar, não só os Estados destes Reinos huns dos outros ; e
não só dentro em cada hum dos mesmos Estados as Corporações, que os
constituem ; mas até as mesmas familias particulares: Para que inter
pondo as suas artificiosas maquinações no meio destas geraes discordias;
E enfraquecendo com ellas (debaixo da apparencia de as pacificarem)
as forças naturaes dos mesmos Estados, Corporações, e Familias , en
groçassem assim o desmedido poder, que chegárão a arrogar-se nestes
Reinos, e todos seus Dominios: De sorte, que servindo-se os sobreditos
Regulares daquelle pernicioso artificio, vierão a conseguir, que entre os
Meus Vassallos naturaes destes Reinos e entre os quaes são nascidos no
Estado da India, se viessem a introduzir diferenças, aversões, despre
zos, e até inhabilidades dos segundos dos mesmos Vassallos, com afec
tado esquecimento, e manifesta transgressão das pias Leis, e louvaveis
costumes, que tiverão unidos desde a primeira idade todos os Meus Vas
sallos daquelle Estado, com os que a elle passão deste Reino, em huma
causa commua de honras, consanguinidades, e interesses; sem que nel
le para os empregos, Matrimonios, e civilidades se fizessem outras algu
mas diferenças, que não fossem aquellas, com que as Virtudes, as Le
tras, as Acções recommendaveis, e os cabedaes licitamente adquiridos
pelo decurso dos tempos, vão constituindo as diversas Classes, que den
tro na mesma identica Nação, distinguem os diferentes Estados; e den
tro em cada hum delles as diferentes Classes; os diferentes Gremios, de
que se compoem as bem ordenadas Monarquias. E tendo ouvido sobre es
te importante negocio muitos, Ministros do Meu Conselho, e Desembar
go, com cujos pareceres Me conformei, em ordem aos fins, de obviar a
tão perniciosas transgressões; e de extinguir todos os abusos, que dellas
resultarem: Sou Servido excitar eficazmente a observancia de todas as
sobreditas Leis, e de todos os sobreditos usos, e costumes louvaveis: Or
denando, que todos os Meus Vassallos nascidos na India Oriental, e Do
minios, que tenho na Asia Portugueza; "# "… baptizados; e
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794 1761 •
não tendo outra inhabilidade de Direito, gozem das mesmas honras, pree
minencias, prerogativas, e privilegios, de que gozão os naturaes destes
Reinos, sem a menor diferença; havendo-os desde logo, não só por ha
belitados para todas as Honras, Dignidades, Empregos, Póstôs, Officios,
e Jurisdicções delles; mas recommendando muito seriamente aos Vice
Reis do mesmo Estado, e Ministros, e Oficiaes delle, que para as so
breditas Honras, Dignidades , Empregos 2. Póstos, e Oficios attendão
sempre nos concursos com preferencia aos Naturaes das respectivas ter
ras, mostrando-se capazes; sob pena de que do contrario Me darei por
muito mal servido, e lhe estranharei, como achar justo, conforme a exi
gencia dos casos. Item: Estabeleço que qualquer pessoa de qualqueres
tado, ou condição que seja que desprezar, ou distinguir no tracto, e na
civilidade os sobreditos Naturaes da India, ou seus filhos, ou descenden
tes; chamando-lhes Negros, ou Mistiços; ou applicando-lhes outras seme
lhantes antonomasias odiosas, e de ludribio; ou pertendendo com aquel
les pretextos inhabilitallos para as Honras, Dignidades, Empregos, Pós
tos, Oficios, e Jurisdicções, a que conforme as suas diferentes gradua
ções, serviços, e prestimo estiverem a caber; Sendo pessoa que tenha o
Fôro de Fidalgo da Minha Casa, perca o Fôro, que nella tiver, além das
mais penas, que reservo a Meu Real arbitrio: Sendo Nobre perderá a
Nobreza, que tiver, ficando reduzido á ordem dos peões, com a multa
de duzentos pardáos para a parte ofendida, e quatro mezes de prizão
debaixo de chave na Cadeia pública, dobrando , e triplicando todas as
referidas penas cumulativamente á proporção das reincidencias da sobre
dita culpa: Sendo Cavalleiro de qualquer das Ordens Militares, Mando,
(como Grão Mestre, e perpétuo Governador dellas) que além das sobre
ditas penas em todas as partes, que lhe são aplicaveis, seja suspenso do
uso do Habito, que tiver, até se Me dar conta, para Eu determinar o
que Me parecer justo: E sendo Peão, será condemnado nas mesmas pe
nas pecuniarias, e de prizão, da qual irá degradado para Moçambique
por tempo de cinco annos pela primeira vez; e se lhe aggravarão as pe
nas pelas outras reincidencias na sobredita fórma. Item: Prohibo , que
aos Naturaes da mesma India, que forem Christãos baptizados, se não
conservem contra suas vontades os Cognomes das Familias, donde hou
verem sahido, ou dos Oficios, e Ministerios delles: Ordenando que a to
dos os sobreditos se conceda o uso dos sobrenomes, e Appelidos, de que
usão as Familias destes Reinos, como nelles se está praticando sem dif
ferença alguma. — E este se cumprirá tão inteiramente como nelle se
contém, sem dúvida, ou embargo algum. Pelo que: Mando ao Vice-Rei,
e Capitão General do Estado da India; Chanceller, Desembargadores da
Relação delle; Ouvidores, Juizes, Justiças, e mais Pessoas, a quem o
conhecimento deste pertencer, o eumpräo, guardem , e fação cumprir,
e guardar inteiramente, como nelle se contém, não obstante quaesquer
Leis, Regimentos, Extravagantes, Provisões, Opiniões, e Glozas, de
Doutores, que sejão em contrario, que todas, e todos Hei por derogados
para este efeito sómente, ficando aliás sempre em seu vigor: Hei outro
sim por bem, que este Alvará se Registe nos Livros das Camaras de Gôa,
Bardez, Salsete, Diu, Damão, e mais lugares aonde pertencer, depois
de haver sido publicado, e afixado nos lugares publicos da mesma Cidade
de Gôa, Diu, e Damão: E Mando, que valha como Carta feita em Meu
Nome, passada pela Chancellaria, e Sellada com os Sellos pendentes das
Minhas Armas, posto que pela dita Chancellaria não ha de fazer transito;
e ainda que o seu efeito haja de durar mais de hum , e muitos annos;
1761 795
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que tendo consi
deração aos inconvenientes que resultão ao Commercio, que os Meus
Vassallos fazem no Porto de Moçambique, do Estanque, ou monopolio
do Vellorio, ou Missanga que nelle se acha estabelecido: E desejando
promover as utilidades do mesmo Commercio a favor dos que nelle se
empregão em commum beneficio: Hei por bem abolir o sobredito Es
tanque, ou monopolio eom todos os Administradores, e Oficiaes que pa
ra elle se tinhão nomeado como se nunca houvesse existido: Reservando
sómente para a Minha Real Fazenda aos Direitos de vinte por cento de
entrada do referido genero computados pelo commum preço das primei
ras vendas; os Direitos que delle se devem pagar por sahida como actual
mente pagão as fazendas que de Moçambique se navegão para os Pórtos
da Costa Oriental de Africa, e Ilhas adjacentes. Observando-se em tu
do o mais os Direitos de entrada, e sahida da Alfandega de Moçambi
que o que actualmente se pratíca em quanto Eu não estabelecer nova
Pauta sobre as informações que tenho mandado fazer sobre esta materia.
No caso de existir algum Vellorio ou Missanga pertencente á Minha
Real Fazenda daquelles sortimentos para o sobredito Estanque: Deter
mino que em quanto o mesmo Vellorio, ou Missanga existente não for ,
exportado, se suspenda a liberdade que por este Alvará tenho estabele
cido a favor dos particulares em commum. Querendo porém estes divi
dir entre si o referido Vellorio existente comprando-o pelo seu justo, e
costumado preço; se repartirá entre elles por hum igual rateio, e sem
monopolio a favor de alguns com prejuizo do Commercio commum dos
referidos particulares: Os quaes ficarão neste caso gozando desde logo da
plena
guma.liberdade de commerciarem no referido genero sem restricção al
• •
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EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará virem, que por par
te de Luiz Alazard, e Filippe de Napoles, Negociantes nesta Praça de
Lisboa, e naturalisados nestes Meus Reinos, Me foi representado, que el
les Supplicantes havião intentado estabelecer nesta Cidade huma Fabrica
de Gommas para Polvilhos, obrigando-se a prover o Reino do referido ge
nero, e não exceder de mil setecentos réis no preço de cada humu ar
roba das mesmas Gommas. Porém como a execução do sobredito inten
to seria de grande despeza, e para segurar o producto da mesma manu
factura se lhes fazia necessaria a concessão do Privilegio exclusivo por
tempo de dez annos; Me pedião lhe fizesse mercê de conceder o sobre
dito Privilegio; como tambem a Aposentadoria activa, e passiva para a
mesma Fabrica. E mandando consultar o Requerimento dos Supplicantes
pela Junta do Commercio destes Reinos e seus Dominios, e por Minis
tros do Meu Conselho, com cujos pareceres Fui Servido conformar-Me:
Hei por bem, que mostrando os Supplicantes, ou seus Successores, na
referida Junta dentro no termo de seis mezes, contados do dia da data
deste, que tem estabelecido a nova Fabrica de Gommas para Polvilhos
com tanta abundancia, que seguramente baste para supprir o ordinário
consummo do referido genero nestes Meus Reinos; e precedendo tam
bem o exame, de que conste que das mesmas Gommas assim pelo que
toca ás qualidades exteriores, como pelo que pertence á saude pública,
1761 799 |
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Lei virem, que re
presentando-Me a Junta da Administração da Companhia Geral do Grão
Pará, e Maranhão, os prejuizos que resultavão á mesma Companhia das
vendas que fazem as pessoas, que comprão Escravos sobre crédito, com
o destino de os empregarem na Agricultura, e Fabricas daquelle Esta
do: vendendo depois os mesmos Escravos antes de estar a Companhia
inteiramente paga, para satisfazerem outras dividas, ou anteriores, ou
posteriores, em fraude da mesma Companhia: E concorrendo tambem
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Pºr justos motivos que Me forão presentes: Sou Servido haver por susr
penso ao Provedor da Casa da Moeda, Mathias Aires Ramos, até segun
da Ordem Minha; e que no entretanto sirva de Provedor da mesma Ca:
sa com toda a jurisdicção de Provedor o Thesoureiro della Manoel José
de Perelonge, como antes se tinha, praticado, ordenando-lhe, que para
a prompta expedição das partes, e regularidade das Fabricas, em quan
to Eu não der outra mais especial providencia, faça exactamente obser
var as disposições do Regimento, principalmente pelo que toca aos Es
crivães da Receita, da conferencia, e dos manifestos; aos Juizes da Ba
lança; aos fundidores; aos Ensaiadores; aos Fiéis do ouro, e prata;
aos guardas do Cunho; aos moedeiros, e mais Oficiaes, como tambem
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1761 803
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804 1761
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La U ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que não havendo sido bastantes as repetidas Leis que em diversos tem
pos forão estabelecidas pelos Senhores Reis Meus Predecessores para ob
viarem, nem ás superfluas, e dispendiosas ostentações dos casamentos
publicos com as quaes (contra o costume das Cortes mais polidas da Eu
ropa) humas vezes se tem arruinado inteiramente, outras se tem dete
riorado muito as Casas da Nobreza na mesma occasião, em que se tra
tava de as continuar; nem aos extraordinarios excessos com que no nô
jo, e luto das Viuvas, e Pessoas distinctas se tem praticado os abusos de
se fecharem inteiramente as janellas de todas as casas, e de serem as
mesmas Viuvas reduzidas ao canto de huma casa escura com a cama no
pavimento della, e de não sahirem de tão funesta habitação antes de ser
Passado hum anno, e de haverem no decurso delle contrahido muitos, e
muito graves achaques, os quaes de modo ordinario lhes ficão durando
toda a vida: Tendo consideração ao referido: Depois de ter consultado
sobre esta materia os do Meu Conselho, e outros Ministros dos mais gra
duados, e de mais experimentada prudencia, com cujos pareceres Me
conformei: Hei por bem declarar, e ampliar aos ditos respeitos as Leis,
e Pragmaticas antecedentes na maneira seguinte. . .
1: Prohibo que do dia da publicação desta em diante se faça na Mi
nha Corte pelas Pessoas della, que tiverem o Foro de Moço Fidalgo da
Minha Casa, e dahi para cima, com tres contos de réis de renda an
nual em bens vinculados, e da Coroa, e Ordens, ou dahi para cima, al {
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Regist, no Conselho da Fazenda no Livro I. a fol.
197. vers, •
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1761 • 809
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E U ELREI Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem,
que sendo informado dos muitos, e grandes inconvenientes, que resultão
do excesso, e devassidão, com que contra as Leis, e costumes de ou
tras Cortes polidas se transporta annualmente da Africa, America, e Asia,
para estes Reinos hum tão extraordinario número de Escravos Pretos,
que, fazendo nos Meus: Dominios Ultramarinos huma sensivel falta para
a cultura das Terras, e das Minas, só vem a este Continente occupar
os lugares dos moços de servir, que ficando sem commodo, se entregão
á ociosidade, e se precipitão nos vicios, que della são naturaes conse
quencias: E havendo mandado conferir os referidos inconvenientes, e
outros dignos da Minha Real providencia, com muitos Ministros do Meu
Conselho, e Desembargo , doutos, timoratos, e zelosos do serviço de
Deos, e Meu, e do Bem Commum, com cujos pareceres Me conformei:
Estabeleço, que do dia da publicação desta Lei nos pórtos da America,
Africa, e Asia; e depois de haverem passados seis mezes a respeito dos
primeiros, e segundos dos referidos pórtos, e hum anno a respeito dos
terceiros, se não possão em algum delles carregar, nem descarregar nes
tes Reinos de Portugal, e dos Algarves, Preto, ou Preta alguma: Orde
mando, que todos os que chegarem aos sobreditos Reinos, depois de ha
verem passado os referidos Termos, contados do dia da publicação desta,
fiquem pelo beneficio della libertos, e forros, sem necessitarem de outra
alguma Carta de manumissão, ou alforria, nem de outro algum Despa
cho, além das Certidões dos Administradores, e Officiaes das Alfande
gas dos lugares onde portarem, as quaes Mando que se lhes passem lo
go com as declarações dos lugares donde houverem sahido, dos Navios
em que vierem, e do dia, mez, e anno em que desembarcarem; vencen
do os sobreditos Administradores, e Officiaes os emolumentos das mes
mas Certidões, quatropeados, á custa dos Donos dos referidos Pretos,
ou das Pessoas, que os troxerem na sua companhia. Dilatando-se-lhes
porém as mesmas Certidões por mais de quarenta e oito horas, contí
nuas, e successivas contadas da em que derem entrada os Navios, in
correrão os Oficiaes, que as dilatarem, na pena de suspensão até Mi
nha mercê: E neste caso recorrerão os que se acharem gravados aos Jui
zes, e Justiças das respectivas Terras, que nellas tiverem jurisdicção
ordinaria, para que qualquer delles lhes passe as ditas Certidões com os
mesmos emolumentos, e com a declaração das dúvidas, ou negligencias
dos sobreditos Administradores, ou Officiaes das Alfandegas; a fim de
que, queixando-se delles as Partes aos Regedores, Governadores das
Justiças das respectivas Relações, e Jurisdicções, fação logo executar
esta de plano, e sem figura de Juizo, e declarar da mesma sorte as pe
nas assima ordenadas. Além dellas Mando , que a todas, e quaesquer
Pessoas, de qualquer estado, e condição, que sejão, que venderem, com
prarem, ou retiverem na sua sujeição, e serviço, contra suas vontades,
como Escravos, os Pretos, ou Pretas, que chegarem a estes Reinos, de
pois de serem passados os referidos Termos, se imponhão as penas, que
por Direito se achão estabelecidas, contra os que fazem carceres priva
dos, e sujeitão a Cativeiro os Homens, que são livres. Não he porém da
Minha Real intenção, nem que a respeito
|-
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, e Pretas, que já
812 1761
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Por justos motivos, que Me forão presentes, Sou Servido, que no Jui
zo da Coroa, se não tome conhecimento de Recurso algum, que para
ele se enterponha do Juiz Executor das Bullas, e Indultos de Santa Igre
ja de Lisboa, em quanto Eu não mandar o contrario: E que achando-se
já entrepostos, e ainda julgados alguns dos sobreditos Recursos, senão
proceda por elles, nem pelas Sentenças que se houverem proferido: O Ar
cebispo Regedor o tenha assim entendido, e faça executar. Nossa Senho
ra da Ajuda 28 de Setembro de 1761. = Com a Rubríca de Sua Mages
tade.
Regist, na Casa da Supplicação no Livro XVI, a fol.
212 vers.
1761 813
| Kuomik…#
*-****-*
EU LREI Faço saber aos que este Alvará virem, que os Homens de
Negocio da Cidade do Porto Me fizerão a representação cujo theor he o
seguinte. = SENHOR. — Os Homens de Negocio da Praça do Porto, re
flectindo nos muitos, e emineutes riscos, a que vão expostas as Esqua
dras, que da mesma Cidade se dirigem para as do Rio de Janeiro, e
Bahia, não só pela incessante preseguição de toda a sorte de Mouros,
que continuamente navegão nas Costas do Continente destes Reino, e
Hlhas, mas tambem pelos saltos (muitas vezes acontecidos) de alguns
Piratas, que as abordão em Mar largo, roubando-lhes do mantimento,
que levão, e generos que conduzem, tudo quanto apetece sua obstina
da, e insaciavel ambição, e ponderando, que destes insultos resultão as
consideraveis perdas, que experimentão, e o temor de muitos Negoci
antes, que abandonão o Commercio; para que os damnos se evitem, e
o mesmo Commercio floreça, recorrem á paternal, e inextinguivel be
nificencia de Vossa Magestade, para que lhes permitta a licença de fa
bricarem duas Fragatas de vinte e quatro até trinta Peças cada huma,
para que estas, Armadas em Guerra, acompanhem as Esquadras, que
da mesma Cidade sahirem para qualquer dos Pórtos da America, para
onde lhes he permittida a negociação, e voltem com as mesmas associa
das ás Frotas de Lisboa, e debaixo das Ordens do seu Commandante,
até áquelle ponto, em que conforme ás Reaes Determinações de Vossa
Magestade se mandão separar as Esquadras, Comboiando as desta Cida
8|4 1761,
Riº qual no fim de cada anno se extrahirá conta corrente para a Vossa
Magestade ser manifesto o uso daquella dinheiro, que andará sempre in
teiro e totalmente separado do do fundo, e interesses da negociação da
Companhia. Os Militares que forem precisos para as ditas duas Fraga
tar (menos os Capitães de Mar, e Guerra, e Oficiaes, que a Junta pro
porá, sendo Vossa Magestade Servido conceder-lhe essa Graça ) se tiº
rarão dos Corpos dos dous Batalhões, que guarnecem a Cidade do Porto,
permittindo Vossa Magestade á Junta a licença de pedillos por Carta
ao Governador das Armas do mesmo Partido, e ordenado-lhe a elle os
aprompte na mesma fórma e tempo que a Junta lhos pedir; satisfazen
do-lhes a Camara os seus soldos da Contribuição estabelecida para o seu
pagamento, visto que a não defendem menos na Guarda dos interesses,
que substancialisão o Corpo que os conserva no seu Presidio; e tanto
embarcadas, como em terra lhes correrá o tempo, e contarão os Servi
ços para o adiantamento de seus póstos, como se estivessem encorpora
dos nos seus respectivos Batalhões. E os soldos dos Capitães de Mar, e
Guerra, e Officiaes que por Vossa Magestade hão de ser confirmados se
satisfarão pelo rendimento da Contribuição. Com a mais resignada obe
diencia, e profundo acatamento, poem na Presença de Vossa Mages
tade esta súpplica, para que pela incomprehensivel benevolencia Pater
nal amor, e tão magnanimo, como piedoso Coroação, attenda á cons
ternação em que se achão estes obedientes, fiéis Vassallos de Vossa Ma
gestade nella, assignados. Porto a dezoito de Outubro de mil setecentos
sessenta e hum. = Antonio de Araujo Gomes. = Manoel Gomes Lei
tão. = Francisco Rodrigues da Silva Praça. = Manoel da Costa Sant
Iago. Antonio Gonçalves Serra. = Pedro Martins Gonçalves. = Vicen
te de Noronha Leone Cernache. = João de Basto Maia Pereira. = João
Ferreira de Sampaio. = Manoel Ferreira Velho. = Antonio Rodrigues
da Silva Praça. = Manoel de Figueirôa Pinto. = José Pereira Barros.
= Pedro Podrosim da Silva. = Manoel Francisco Monteiro. = Ma
noel Rodrigues Braga. = José de Sá Carvalho. = Manoel Vaz Camello.
r= Manoel Lopes da Costa. = José de Pinho e Sousa. = José Pinto
Vieira. = Amaro Francisco Guimarães. = João de Sousa e Mello. =
Manoel Alvares de Sousa. = João Ribeiro Lima. = José Carneiro de
Sampaio. = Braz d' Abreu Guimarães. = Luiz Antonio Souto. = Pe
dro Gomes d'Abreu. = José Pinto de Meirelles. = Francisco Barbo
sa dos Santos. = João Pereira de Carvalho. = Ventura Fernandes de Mei
relles. = Gaspar Barbosa Carneiro. = Antonio José da Cunha. = Do
mingos Francisco Guimarães. — E attendendo ao louvavel zelo dos Sup
plicantes: Hei por bem acceitar, e confirmar o voluntario Donativo por
elles oferecido: E que se estabeleça, regule, arrecade, e administre na
mesma fórma por elles apontada, só com as diferenças de que, as duas
Fragatas serão, huma de trinta, outra de trinta e seis Peças, e de que
a construcção dellas se regulará pelas fórmas que forem remettidas do Ar
senal Real de Lisboa, e assignados pelo primeiro Constructor delle, em
quanto Eu não mandar o contrario. E este se cumprirá como nelle se
contém, sem dúvida, ou embargo algum, não obstante quaesquer Leis,
Regimentos, ou Disposições de Direito Commum, ou Patrio; valendo
como Carta passada pela Chancellaria, ainda que por ella não ha de pas
sar, e posto que seu efeito haja de durar mais de hum e muitos annos,
sem embargo das Ordenações que estão em contrario, porque todas as
ditas Leis, Regimentos, Disposições, e Ordenações, Hei por deroga
das para este efeito sómente, como se de cada huma fizesse especial
816 1761
menção, ficando aliás sempre em seu vigor. Pelo qué: Mando aos Gor
vernadores da Relação, e Casa do Porto, e das Armas daquelle Parti
do, ou quem seus Cargos servir, ao Provedor, e Deputados da Compa
nhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro, Ministros e Of
ficiaes de Justiça, Guerra, e Fazenda, e mais Pessoas destes Meus Rei
nos, a quem o conhecimento deste pertencer, que o cumpräo, e guar
dem, e fação inteiramente, cumprir e guardar, como nelle se contém,
impondo aos que fraudarem o referido voluntario, e necessario imposto,
que os mesmos Supplicantes estabelecem para a sua defeza as mesmas
penas, que se achão innovadas por Minhas Leis, Regimentos, e Ordens,
contra os descaminhadores dos Direitos que são devidos á Minha Real
Coroa. Dado no Palacio de Nossa Senhora da Ajuda a 24 de Novembro
de 1761. = Com a Assignatura de ElRei, e a doMinistro.
Regist, no Livro II. da Companhia Geral da Agri- , ,
cultura das Vinhas do Douro. a fol. b2. vers. se- , :
• *-+vº"#-* • #
• }
, , T I T U L O I.
Do Thesouro Geral.
T I T U L O II.
# Do Thesoureiro Mór.
• T I T U L O III.
, 1 Sou Servido crear hum Thesoureiro Mór, o qual será Pessoa digna
de confiança, não só pela sua fidelidade, e intelligencia, mas tambem
pela exacta vigilancia, que deve ter em que os Chefes das Repartições
abaixo declaradas tenhão sempre os seus Livros, e Contas delles em
dia, para dellas se extrahirem nos Sabbados de cada semana (ou nas
sextas feiras se forem feriados) os resumos, que devem passar ao Livro,
que Ordeno se estabeleça para elles: Dando no mesmo dia conta do que
constar do mesmo Livro ao Inspector Geral para Me fazer presente em
todas as semanas o estado do Thesouro, e das Receitas, e Despezas,
que nelle se fizerem. •
T I T U L o IV. -
e, 2 Logo que tomar posse lhe entregará o Inspector Geral hum Livro por
ele numerado, rubricado, e enserrado; para no mesmo acto em que qual
quer Rendeiro, Almoxarife, Thesoureiro, Recebedor, ou outras Pessoas
semelhantes entregarem á boca do Cofre (onde sempre devem ser feitas
as entradas, e sahidas do Thesouro) qualquer quantia de dinheiro, a
lance immediatamente na pagina esquerda do referido Livro, com a da
ta do dia na margem: Declarando dentro na referida pagina por palavras
curtas, e resumidas, assim a Pessoa, que entregou a quantia de que se
tratar, como o de que procedeo a tal quantia: E conferindo as ditas Par
tidas
de quequotidianamente
as recebeo. com o Thesoureiro Mór para este assignar em fé
• • " * * * * * •
- - T I T U L o viI.
, , . -- • Do Porteiro do Thesouro.
• |- #
,,1 Determino que haja hum Porteiro, o qual tenha a seu cargo as
chaves do Thesouro, o cuidado de abrir, e fechar as portas nos seus de
vidos tempos, e o de visitar quotidianamente as casas antes que as por
tas se fechem, para que dellas para dentro não possa ficar pessoa algu
ma escondida: O que se entende pelo que toca ás chaves, que não fo
rem da casa forte, e da Guarda dos Cofres, porque desta casa só terá
a primeira chave o Thesoureiro Mór, a segunda o seu Escrivão , e a
terceira o Contador Geral das Rendas, e Direitos Reaes desta Corte, e
Provincia da Estremadura. ; v | -
T I T U L O VIII.
T I T U L o IX.
A : Dos contínuos do Thesouro. , . #
T I T U L O X. . . ?
|- Da Guarda dº Thesouro. - • -
T I T U L O XIV.
breditos reditos, para pagar por todo o mez de Janeiro ( até onde che
gar o dinheiro) aos Proprietarios, a que pertencer, pela mesma ordem,
que forem chegando, e não pela da folha, a qual estará sempre patente
aos Interessados, que a quizerem ver: Que no dia sete de Fevereiro a
presentando o mesmo Thesoureiro os titulos dos pagamentos, que hou
ver feito na fórma assima declarada, se lhe entregue outra quarta parte
da importancia annual dos mesmos reditos para satisfazer na mesma con
formidade até onde chegar: Que, apresentando os Titulos deste segun
do pagamento, se lhe entregue no dia sete de Março outra quarta parte
da mesma annual importancia, para continuar em satisfazer aos Filhos
desta Folha: E que, apresentando igualmente em sete de Abril os Ti
tulos do terceiro pagamento, so lhe entregue a outra quarta, e ultima
parte da sobredita importancia annual para acabar de fazer completo o
pagamento da referida folha: ao tempo, em que vier cobrar a primeira
quarta parte do segundo anno, se ajuste com o mesmo Thesoureiro Ge
ral a sua conta do anno precedente, ou para ficar suspenso, não haven
do cumprido com ella: ou para se dar por quite, e livre havendo cumpri
do com as suas obrigações, tudo na fórma assima ordenada. -
Mmmmm 2
828 1761
-
* *
|- | … …
Nºki, #… para os
C | [] [1C1.
Rendimentos dos Almoxarifados de Miranda,
} :
Num. 21. Livro para os Rendimentos dos Novos Direitos dos Officios,
e Direitos da Chancellaria de Pernambuco. • • •
Num.
da, e23 Livrodepara
Jouzeiro os Rendimentos das Passagens dos Rios Janga
Pernambuco. • • * *
Nnnnn
834 1761
das, Terças partes dos Oficios, e mais Direitos Reaes das Capitanías
do Cuyabá, e Mato Grosso.
#=#*<>"#=$
/
DoM JOSE por Graça de Deos Rei de Portugal, e dos Algarves,
d'aquem e d’além Mar, em Africa Senhor de Guiné, e da Conquista,
Navegação, Commercio da Ethiopia, Arabia, Persia, e da India, &c.
Faço saber aos que esta Minha Carta de Lei virem, que por quanto por
outra Lei dada no mesmo dia de hoje obviando com os indispensaveis
motivos nella expressos aos inconvenientes, que tinhão resultado de serem
os bens, e rendas da Minha Real Coroa arrecadados pelas muitas repar
tições, em que até agora andarão divididos; estabeleci hum Thesouro
Geral; reduzindo nelle a hum só, e unico Cofre todos os recebimentos,
e pagamentos do Meu Real Erario: Porque os mesmos motivos de inte
resse commum, e utilidade pública fazem coherente, justo, e necessario,
que assim como as Receitas, e Despezas dos sobreditos bens, e rendas
# que toca aos Cálculos, e procedimentos de facto, forão reduzidas a
um só, e unico Thesouro; da mesma sorte as materias concernentes á
administração, e arrecadação do Meu Real Patrimonio, que necessitão
do exercicio das jurisdicções voluntaria, ou contenciosa, e que por isso
não podem ser determinadas senão por Ministros professores de Letras,
se reduzão tambem a huma só, e unica jurisdicção privativa, certa, e
invariavel; que fazendo cessar todos os conflictos de jurisdicções distin
ctas; determine, e sentenceie os casos pertencentes ás sobreditas duas
jurisdicções; cumprindo com o Meu Real serviço; guardando ás partes
seu direito; e tudo por termos, que, sendo em si simplices, claros, e
superiores a toda a justa dúvida, sejão ao mesmo tempo tão breves, que
a decisão dos negocios desta natureza se faça compativel com as urgen
cias publicas, que em semelhantes negocios não admittem dilações, que
não sejão de muito perniciosas consequencias: E havendo tambem ouvi
do sobre esta importante materia muitos Ministros de sã consciencia,
de consumada literatura, e experiencia, e de conhecido zelo, com cujos
pareceres Me conformei: Sou Servido reduzir a huma só, e unica juris
dicção todos os requerimentos, causas, e dependencias pertencentes á
cobrança, e arrecadação, e pagamento das rendas dos bens da Minha
Coroa, que forem dependentes das sobreditas jurisdicções, voluntaria,
ou contenciosa, com total exclusiva de todas as outras jurisdicções, que
até agora se exercitárão ; e tudo isto na maneira abaixo declarada.
T I T U L O I.
T I T U L O II.
H A, B I L I T A Ç Ó E S.
1 Sendo tão importante entre os negocios, de que até agora se achou
encarregado o Conselho, o das Habilitações das Pessoas, que se pertem
dem legitimar com sentenças de justificação; ou para succederem a ou
tras Pessoas que tem mercês da Minha Coroa de juro, e herdade, ou
em vidas; ou para Me requererem a satisfação de serviços de terceiros;
ou para outros efeitos de attendiveis consequencias: E havendo mostra
do huma longa, e qualificada experiencia, que tantos, e tão importan
tes negocios daquella gravidade, quantos são os que a multiplicação das
Gentes, e a multiplicidade das Mercês da Coroa, e dos outros interes
ses particulares tem accumulado depois de alguns annos a esta parte, se
não podem despachar opportuna, e competentemente pelo expediente de
hum só Ministro, que sendo o mais antigo do Conselho, era preciso que
fosse o mais gravado de annos, e de occupações: Sou Servido abolir, e
Hei desde logo por abolido o emprego de Juiz das Justificações do Rei
1761. 837
no com o ordenado que lhe pertencia: E Mando que os papeis que até
agora se despacharão in solidum pelo dito Juiz, sejão daqui em diante
repartidos por huma igual, e rigorosa distribuição entre todos os Minis
tros do mesmo Conselho: No qual aquelles, em quem cahir o turno ser
virá de Relator para propôr os papeis, e escrever o que for vencido pela
pluralidade dos votos dos Ministros, que se acharem presentes; com tan
to que sempre haja tres votos conformes: Recolhendo-se em hum Cofre
os emolumentos que o Juiz das Justificações extincto levou até agora das
Partes; para que no fim de cada quartel sejão repartidos por todos os so
breditos Ministros levando cada hum delles huma igual porção.
Antiguidades, Graduações das Tenças, e seus Assentamentos.
2 Para desterrar os abusos, que Fui informado de que se tem intro
duzido nas antiguidades, e graduações das Tenças assentadas nos Al
moxarifados da Minha Real Fazenda, em grave prejuizo della, e dos Fi
lhos das respectivas Folhas; humas vezes conservando-se nas mesmas fo
lhas Tencionarios falecidos por dilatados annos, depois dos seus faleci
mentos; outras vezes impondo-se aos filhos, netos, e bisnetos de outros
Tencionarios os mesmos nomes delles para se simular debaixo da identi
dade dos nomes, a outra identidade das Pessoas, sendo em si diversas:
Ordeno que o Conselho da Minha Real Fazenda reparta igualmente as
diferentes Estações, em que se achão as referidas Tenças assentadas
pelos Ministros, que constituem o dito Tribunal; para examinarem o que
nellas passa ao dito respeito: Que ao mesmo tempo mande pôr Editaes
nos lugares publicos da Cidade de Lisboa; e nas Cabeças de Comarca
de todos estes Reinos, e seus Dominios, para que todas as pessoas que
houverem assentado Tenças nas sobreditas Estações, fação exibir os seus
Padrões Originaes ante os respectivos Conselheiros a quem tocar com as
suas Certidões de baptismo para nelles se examinarem as verbas dos seus
assentamentos: Que os termos dos referidos Editaes sejão de trinta dias
para os que estiverem nesta Corte, e na distancia de vinte legoas del
la; de sessenta dias para os que viverem dentro no Continente destes
Reinos, fóra da referida distancia de vinte legoas; de seis mezes para os
que viverem nas Ilhas dos Açores, Madeira, e Cabo Verde; e de dous
annos para os que viverem na Africa, America, e Asia; comminando
se a todos a pena de perderem as Tenças que tiverem, e de se tirarem
os seus nomes das folhas no caso de não haverem comparecido nos refe
ridos termos; porque assim o Mando: Que assim como forem chegando
os referidos Padrões, se dê huma ressalva gratuita aos que os apresenta
rem para sua defeza, e os vá combinando em sua casa o Conselheiro a
quem tocar com os seus respectivos assentamentos: Que de tudo o que
resultar destas combinações vá fazendo cada hum dos sobreditos Conse >
brançasómente.
feito pelos Provedores,•
cuja jurisdicção Hei por extineta para este ef>
• •
- 21 Para que nos sobreditos Cofres das Cabeças das Comarcas haja
sempre a arrecadação, e segurança que convem : Mando, que as Cama
ras nomeiem para elles Recebedores pelos quaes fiquem obrigadas na con
formidade do que tenho determinado a respeito dos Recebedores das Si
2as; vencendo os que tiverem a seu cargo o recebimento das Terças nas
Cabeças das Comarcas emolumentos iguaes aos que vencem os sobredi
tos Recebedores das Sizas: E guardando o dinheiro em Cofres de tres
chaves; das quaes terão huma os mesmos Recebedores; outra os Juizes
de fóra, ou quem seus cargos servir; e a terceira os Escrivães da Cama
ra, que o serão da Receita, e Despeza dos mesmos Recebedores, as
quaes se farão sempre á boca dos referidos Cofres indispensavelmente. ,
* 23 , Attendendo a que todas as providencias estabelecidas no Regimen
to, e todas as que depois delle estabelecêrão os Senhores Reis Meus Pre
decessores, para a opportuna cobrança dos quatro e meio por cento, que
forao oferecidos pelos Meus Vassallos para o pagamento das Tropas, que
constituem a defeza do Reino, não bastarão até agora para que huma
tão necessaria contribuição deixasse de padecer atrazos, e fallencias in
compativeis com as applicações, que fizerão os seus objectos: Determi
no que o Superintendente Geral desta Corte, e seu termo estabeleça lo
go em sua casa hum Cofre de duas chaves, do qual ele tenha huma, e
outra o Escrivão do seu cargo: Que no referido Cofre faça entrar pelos
"… - - -
1761 - 843
achem feitos até o fim do mez de Fevereiro de cada hum anno: E que
delles se remettão annualmente Relações ao Inspector Geral do Thesou
ro para neste constarem as importancias, que devem entrar nelle.
Arrendamentos dos Bens, e Direitos, que devem ser arrematados por
Contratos.
descriptos na outra Relação, que vai tambem junta a esta Lei debaixo
do Numero Segundo) se estipulará que paguem hum quartel sobre ou
tro: E para os outros Contratos, que se celebrarem sobre frutos da ter
ra, em que as colheitas, e vendas delles são sempre annuaes (quaes são
os descriptos na outra Relação que tambem vai junta debaixo do Núme
ro Terceiro ) se estipularão os pagamentos divididos em duas iguaes por
ções, huma pelo São João, outra pelo Natal; dando-se aos Contratado
res para cada hum dos sobreditos dous pagamentos sessenta dias de es
pera, contínuos, successivos, e improrogaveis, e no fim dos quaes se
procederá contra elles a remoção, e execução, na fórma que tenho or
denado.
34 Item: Attendendo a que os atrazos, e distracções dos pagamem
tos das Rendas da Minha Real Coroa pelas maliciosas alegações, com
que muitos Contratadores dellas procurárão iludir as suas obrigações,
debaixo dos pretextos de perdas, e de casos furtuitos, erão já escanda
losos ao tempo em que se publicárão; o Capitulo cento e cincoenta e
quatro das Ordenações da Fazenda dadas em dezesete de Outubro de
mil quinhentos e dezeseis, que só permittio as encampações nos dous ca
sos nelle expressos; o Alvará de quatorze de Julho de mil quinhentos e
vinte e quatro, que, confirmando o mesmo Capitulo cento e cincoenta e
quatro, extendeo os dous casos nelle declarados á remissão, ou quita;
e outro Alvará de vinte e seis de Março de mil quinhentos e oitenta e
dous, que, defendendo geralmente as encampações, e remissões, com
clausulas mais exuberantes, determinou que em nenhum caso furtuito,
ordinario, ou extraordinario; sólito, ou insólito, nem ainda naquelles
dous casos, que havião exceptuado os Senhores Reis D. Manoel, e D.
João o III.; não só se não admittisse encampação, ou remissão aos Ren
deiros, e Contratadores das Rendas Reaes; mas antes estes se entem
desse sempre haverem contratado com renunciação de todos os sobredi
tos casos para ainda nelles ficarem obrigados, e os não poderem alegar,
como escusa para retardarem as execuções que contra elles fizessem: E
sendo informado com a mesma certeza de que todas as referidas Leis fo
rão, e se achão ainda frustradas por interpretações de Direito commum,
que o não he, nem deve ser contra os casos expressos nas Disposisões
das Leis particulares desta Monarquia: Para que de huma vez cesse hum
abuso de tão perniciosas consequencias: Prohibo da mesma sorte , que
da publicação desta Lei em diante se possa fazer arrematação, ou Con
trato algum sobre Rendas dos Bens, e Direitos da Minha Coroa, sem
que estipule por clausula literalmente expressa, que os sobreditos Ren
deiros, e Contratadores renuncião todos os casos, furtuitos, ordinarios,
ou extraordinarios, e todos os casos sólitos, ou insólitos; cogitados, ou
não cogitados; e que em todos, e cada hum delles ficarão sempre obriga
dos sem delles se poderem valer, nem os poderem allegar em tempo al
gum, e para algum efeito qualquer, que elle seja: A qual clausula conven
cional se cumprirá sempre na sobredita fórma literalmente assim como for
estipulada, sem que já mais se possa controverter em Juizo, ou fóra del
le a sua validade; não obstantes quaesquer Disposições de Direito com
mum; Decisões; ou Opiniões de Doutores, assim Reiniculas, como es
tranhos, que todas Hei por derogadas, e invalidas ao dito respeito.
35 Porque porém póde haver entre os sobreditos casos alguns que se
fação dignos da Minha Religiosa, e indefectivel clemencia; reservo pa
ra o Meu immediato conhecimento a decisão dos casos em que concor
rem aquelas circunstancias; para nelles mandar proceder como achar que
1761 847
he mais justo; sem que com tudo este remedio extraordinario possa ser
vir de impedimento aos meios ordinarios, com que na fórma desta Lei
se proseguirem a execuções; em quanto não houver juninediata, e espe
Rial Ordeu Miuba para nellas se obstar, em todo, ou em parte.
. • T I T U L o III.
Do que se deve observar no mesmo Conselho para o despacho dos
negocios pertencentes á Jurisdicção contenciosa.»
E tudo
para debaixo
entrar da pena de perdimento dos Oficios, e de inhabilidade
em outros. •
N U M E R O I.
Ppppp 2
852 · 176 |
NUM E R O II.
# kººk #
Pos quanto pela extinção dos Contos do Reino e Casa ficão abolidos
os Oficiaes de Guarda Mór dos mesmos Contos, e de Thesouro dos de
positos, de que he proprietario Antonio Vás Coimbra, e de Escrivães das
Execuções de que são proprietarios Antonio de Araujo e Silva, e Bar
tholomeu Gomes Leiria; e posto que as Cartas dos Oficiaes de Justiça
e fazenda sempre são por sua natureza expedidas com expressa Condi
ção, de que nos casos de se extinguirem os mesmos Officios, não fica
obrigada a cousa alguma a Minha Fazenda; com tudo por hum acto da
Minha Real Clemencia, e por Graça especial, que não fará exemplo:
Fui Servido mandar gratificar a cada hum dos sobreditos pela Thesoura
ria Geral com dez annos dos Ordenados, que actualmente vencem; pa
ra os poderem applicar em beneficio de suas Casas e familias. O Conse
lho da Fazenda o tenha assim entendido, e na Consulta que Me deve
fazer dos Oficiaes dos Contos, que ficarão desoccupados para Eu os pre
ferir nos Officios que Vagarem, não comprehenderá os sobreditos Anto
mio Vás Coimbra, Antonio de Araujo e Silva, e o Bartholomeu Gomes
Leiria, e fará lançar seus Nomes na folha por onde até agora vencêrão
os Ordenados competentes aos mesmos Oficios. Nossa Senhora da Aju
da 29 de Dezembro de 1761. = Com a Rubríca de Sua Magestade.
Regist. no Conselho da Fazenda no Livro I. a fol.
214 UC/"S»
A NNO D E 1762.
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará de Declaração virem, que
por justas razões do Meu Real serviço, e boa administração de Minha
Fazenda: Fui Servido, por Alvará de dez de Maio de mil setecentos e
quarenta e sete, fazer Mercê aos Estrangeiros, que viessem á Villa de
Setubal a carregar de Sal, que pudessem trazer todas as mercadorias,
que quizessem, para dellas darem entrada na Alfandega da dita Villa,
e pagarem os Direitos das fazendas, que por sua livre vontade quizes
sem deixar na mesma Villa; e que as mais poderião trazer para a Cida
de de Lisboa, dando as fianças na fórma do Regimento, para na Alfan
dega della pagarem os direitos, que devessem, na fórma declarada no
mesmo Alvará. E attendendo ao que sobre esta materia Me foi presente
em Consulta da Junta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios:
E querendo facilitar o Commercio deste genero em commum beneficio:
Hei por bem declarar, que a Minha Real Determinação do Alvará de
dez de Maio de mil setecentos quarenta e sete, he comprehensiva de to
dos os Hiates, ou outras quaesquer Embarcações Portuguezas, que fo
rem carregar de Sal á Villa de Setubal, para assim se ficar daqui em
diante observando.
Este Alvará se cumprirá tão inteiramente como nelle se contém.
Pelo que: Mando á Meza do Desembargo do Paço, Conselho da Fazen
da, e Ultramar, Meza da Consciencia, e Ordens, Casa da Supplicação,
Senado da Camara, Junta do Commercio destes Reinos, e seus Domi
nios, e a todos os Corregedores, Provedores, Ouvidores, Juizes, e Jus
tiças dos Meus Reinos, e Senhorios cumprão, e guardem este Alvará,
e o fação inteiramente cumprir, e guardar como nelle se contém, sem
dúvida alguma, e não obstante quaesquer Leis, Regimentos, Alvarás,
e Ordens em contrario: E valerá como Carta passada pela Chancellaria,
posto que por ella não faça transito. Dado no Palacio de Nossa Senhora
856 1762
} #*<>"+ #
Pon quanto pela Publicação das duas Leis de vinte e dois de Dezem
bro do anno proximo passado ficárão os Almoxarifes, que até agora fo
rão Juizes dos Direitos Reaes, e Executores das suas Receitas, sendo
simplices Recebedores, que como taes fazem desnecessarios os outros Re
cebedores separados que houve até ao presente: E por que nos referidos
termos se faz tambem preciso occorrer á expedição dos cazuaes inciden
tes, que na cobrança dos Almoxarifados da Casa das Carnes, Siza da
Fructa, Pescado Fresco, Meza dos Vinhos, das Tres Casas, do Paço da
Madeira, Meza do Sal, Consulados da Alfandega, Casa da India, Pór
tos Secos, e outras semelhantes, se costumão presentar, como são por
exemplo, Denúncias, Tomadias, e outras contingencias deste genero:
Fui Servido Ordenar aos ditos respeitos ( para mais facil execução das
referidas Leis ), que nos Almoxarifados, ou Thesourarias, em que ha
Almoxarifes, ou Thesoureiros Proprietarios, fiquem extinctos os Rece
bedores separados, que houve até agora, e os Ordenados que elles ven
cião: Que nas outras repartições, onde os Recebedores, forem Proprie
tarios, passem estes para Recebedores na fórma das sobreditas Leis, fi
cando extinctos os Oficios que elles até aqui exercitárão: E que todos
os referidos incidentes de Denúncias, Tomadias, e outras semelhantes
occorrencias sejão da Jurisdicção privativa do Juiz de India e Mina, o
qual Mando que conheça das referidas materias verbalmente de plano,
e pela verdade sabida, sem guardar nos Processos os termos ordinarios,
mas sim, e tão sómente aquelles, que necessarios forem para o desco
brimento da verdade, e defeza das Partes, conforme o Direito Natural,
e Divino, dando Aggravo para o Conselho da Minha Real Fazenda, co
mo dos Corregedores do Civel da Cidade, que tem igual graduação se
entrepoem para a Casa da Supplicação, vencendo á custa das Partes as
mesmas assignaturas, que os sobreditos Corregedores vencem actualmen
te: E sendo processados os Autos pelos mesmos Escrivães, que delles o
forão até agora. O Arcebispo Regedor da Casa da Supplicação, o tenha
assim entendido. Nossa Senhora da Ajuda em 16 de Janeiro de 1762. =
Com a Rubríca de Sua Magestade.
Regist, na Casa da Supplicação no Livro XVI. a fol.
2 l 7 VC7"S,
# §uo? K H}
*-*…>…}} }}
EU LREI Faço saber aos que este Alvará virem, que attendendo ao
excesso, a que tinha chegado na Minha Corte o luxo das Carruagens;
transgredindo-se com elle de tempos a esta parte as Leis, e costumes,
que louvavelmente se tinhão estabelecido: Para obviar a esta desordem
com beneficio público: Ordeno, que da publicação deste em diante, ne
nhuma Pessoa de qualquer condição, que seja, possa andar na Cidade
de Lisboa, e dentro na distancia de huma legoa della, em Carruagem
de mais de duas bestas: sobpena de perdimento da Carruagem, e bes
tas, que nella forem; e de hum anno de degredo para fóra da mesma
Corte na distancia de vinte legoas, sendo os transgressores Moços Fi
dalgos da Minha Casa, ou dahi para cima; e para o Presidio de Maza
gão, sendo de menor Foro: Exceptuando sómente os Coches de Minha
Real Casa: E declarando, que não he da Minha Real Intensão compre
hender nesta Prohibição os Coches dos Embaixadores, e Ministros Pu
blicos das Cortes da Europa; nem os dos Cardeaes, dos Patriarchas, e
Qqqqq
858 1762
dos Arcebispos, e Bispos, que andarem na Minha dita Corte; posto que
será muito mais conforme ao seu estado, que nella dêm antes exemplos
de moderação, do que de fausto.
E este se cumprirá tão inteiramente como nelle se contém. Pelo
que: Mando á Meza do Desembargo do Paço, Regedor da Casa da Sup
licação, Conselheiros da Minha Real Fazenda, e dos Meus Dominios
{## , Meza da Consciencia, e Ordens, Senado da Camara, Junº
ta do Commercio destes Reinos, e seus Dominios, Junta do Deposito
Público, Desembargadores, Corregedores, Juizes, e mais Oficiaes de
Justiça, e Guerra, a quem o conhecimento deste pertencer; que o cum
prão, e guardem, e fação cumprir, e guardar tão inteiramente, como
nelle se contém, sem dúvida, ou embargo algum; e não obstantes quaes
quer Leis, Regimentos, Alvarás, Disposições; ou Estilos contrarios,
que todas, e todos Hei por derogados, como se delles fizesse individual,
é expressa menção, para este efeito sómente: ficando aliàs sempre em
seu vigor. E ao Doutor Manoel Gomes de Carvalho, do Meu Conselho,
Desembargador do Paço, e Chanceller Mór destes Meus Reinos, Man
do, que o faça publicar na Chancellaria; e que delle se remettão, Có
pias a todos os Tribunaes: Registando-se em todos os lugares, onde se
costumão registar semelhantes Alvarás: E mandando-se o Original para
a Torre do Tombo. Dado no Palacio de Nossa Senhora da Ajuda a 2 de
Abril de 1762. = Com a Assignatura de ElRei, e a do Ministro.
Regist. na Chancellaria Mór da Corte e Reino no Li
vro das Leis a fol. 208., e impr. avulso.
{ #*<>"+ #
Impresso avulso.
# #«…»º: #
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Sºsnº coherente, e justo, que assim como desde que o Meu Exercito
foi arregimentado, se conformárão nas denominações os Póstos delle até
Brigadeiro inclusivamente, com o que ao dito respeito observão todas
as outras Nações da Europa, se pratique o mesmo com os outros Póstos
de mais superior graduação: Sou Servido, que os Sargentos Móres de
Batalha se fiquem daqui em diante denominando Marechaes de Campo;
os Mestres de Campo Generaes, Tenentes Generaes; os que entre elles
forem provídos no Governo da Infantaria, Generaes de Infantaria; pra
ticando-se o mesmo a respeito dos que Eu prover nos Governos da Ca
vallaria, e Artilheria: e que aos outros Generaes, a quem se passavão
até agora Patentes de Governadores das Armas, se expeção daqui em
diante com a denominação de Marechaes dos Meus Exercitos. O Conse
lho de Guerra o tenha assim entendido, e faça observar. Palacio de Nos
sa Senhora da Ajuda a 6 de Abril de 1762. = Com a Rubríca de Sua
Magestade.
Impresso avulso.
•
*-+venºk-->
•
EU ELREI Faço saber aos que este Meu Alvará virem, que sendo
Me presente a irregularidade com que no Castello de São Jorge, e nos
Presidios de Beirollas, Fortalezas da Marinha, e Barra de Lisboa, Guar
nições dellas, e das Náos, e seus aprestos, se faz o serviço da Artilha
ria, e dos Oficiaes, e Soldados, que no Corpo della, nas Guarnições dos
sobreditos Presidios, e outros exercicios da sua obrigação, se empregão
na fórma antiga das Ordenanças chamadas de Pé de Castello, e de Tro
go; em razão de que conservando-se os ditos Oficiaes, e Soldados em
hum estado equivoco, entre Militares, e Paizamos; e não fazendo por
isso o serviço com a decencia, e boa ordem, com que o fazem as Tro
pas regulares; se tem seguido daquela indiferença muitos, e muito
grandes inconvenientes tão prejudiciaes ao mesmo serviço, como á esti
mação dos que nelle se empregão na sobredita fórma: E obviando a es
tes attendiveis, inconvenientes em commum beneficio: Estabeleço que
os sobreditos Pes de Castello, Presidios; e Troço de Artilheiros, fiquem
1762 861
# #*Gº#=#
* - - - - ** * ( - -
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Impresso avulso.
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# *—***** #
# -* *@"+ *
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#--Roºk-R
EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem, que sendo-Me
representado por parte dos Meus Vassallos, que se achão ausentes des
tes Reinos por crimes, que, havendo Eu perdoado aos criminosos pre
zos no Limoeiro por Decreto de vinte e oito de Agosto de mil setecen
tos sessenta e hum, seria muito conforme á Minha Real Benignidade,
1762 • 867
# #«…!!--*
beck, que serve de Governador das Justiças, por elle foi proposto a to
dos os Ministros desta Relação, que se achavão presentes, que sendo
no dia de hontem 17 do corrente pelo General das Armas deste Partido
insinuado aos Ministros Subalternos desta Cidade, debaixo de cuja juris
dicção estavão os Cofres della, devião com toda a cautela segurallos, por
haver justo receio, de invadirem os Castelhanos, nossos inimigos, que
se achão conquistando a Província de Traz dos Montes; por cujo moti
vo se fazia tambem preciso ponderar, que pelo alto respeito, que con
servava este Tribunal na representação do Principe Soberano, ficaria
exposto ao indecoroso ultrage, que se podia recear dos inimigos, verifi
cada a invasão delles, fazendo-se necessario buscar meio opportuno pa
ra evitar este successo, por todos os motivos o mais sensivel: pelos Mi
nistros abaixo assignados foi votado, que elle Governador sem perda de
tempo, supposta a distancia, em que se acha o bloqueio de Provincia de
Traz dos Montes, daria conta a Sua Magestade Fidelissima, para o di
to Senhor resolver o destino, que havia de seguir o Corpo desta Relação,
no caso de se augmentar, e fazer evidente o perigo; a fim de que a Sua
Real Authoridade não experimente a falta daquelle religioso respeito, que
sempre lhe tributárão os seus fiéis Vassallos; e pelo que toca aos Cofres,
e Archivo da mesma Relação, se posessem promptos com todo o segre
do, para poderem logo transportar-se a lugar seguro, havendo maior
urgencia. Porto, era, ut supra. = Como Governador, Crasbeck. = Lei
te. = Barrozo. = Cardozo. = Ferreira. = Sá Lopes. = Barreto. = Dou
tor Sequeira. = Miranda. = Campello. = Abreu. = Moniz.
Impresso na Colleção dos Assentos da Supplicação a
qual dá este na Relação do Porto no liv. competen
te a fol. 119.
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A R T I G O II.
A R T I G O III.
A R T I G O IV.
A R T I G o VII.
Para a ordinaria economia do Regimento, e para que os Capitães
das Companhias possão ter os meios necessarios para as recrutas, nos ca
sos de morte, ou deserção; ficarão na Caixa mil duzentos e trinta e sete
réis cada mez do vencimento de cada Soldado. E dos tres mil e trezen
872 1762
Cada hum dos ditos Regimentos depois que huma vez for estabele
lecido, ficará contratado por tempo de seis annos: sem que antes de ser
findo o referido termo, contado do dia, em que se fizer completo, possa
ser reformado. #
A R T I G O XI.
A R T I G O XIII.
A R T I G O XIV.
A R T I G o XIX.
Tomando as sobreditas Companhias em tempo de guerra as forra
gens, que lhe forem necessarias, nos Armazens de Sua Magestade, se
as não poderem achar em outra parte, não pagarão por ellas maior pre
ço, do que pagarem as Tropas Portuguezas. * . -
A R T I G. O XX.
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874 1762.
A R. T.I G O XXI.
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. A R T I e o XXIII.
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A R T I G O XXIV.
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A R T I G O XXV.
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A R T I G. O XXVI.
A R T I G o XXVII, º
- Será permettido a cada Companhia ter hum Vivandeiro, para dar
casa de pasto aos Officiaes, e prover do necessario aos Soldados; com
prando tudo pelos preços correntes; sem que estes se lhes possão aug
mentar. Com tanto porém, que se lhes será defendido venderem cousa
alguma a pessoas estranhas das suas Companhias, debaixo da pena de se
rem castigados como Monopolistas. ** , !
*
A R T I G o XXVIII,
No caso, em que qualquer Batalhão venha a ser reformado depois
de haver servido os seis annos estipulados nestas Condições; querendo
os Oficiaes entrar nas Tropas de Sua Magestade, serão nellas recebidos
nos póstos competentes ás graduações, em que se acharem : e em quan
to nao houver póstos vagos, em que sejão provídos, gozarão de meio sol
do para o seu sustento. - - }
A R T I G O XXIX.
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Pos quanto sendo passado o tempo determinado para a arrematação
dos Assentos das munições de boca dos Meus Exercitos, não houve até
agora Pessoas, que nelles lançassem: E attendendo a que nem a indis
pensavel necessidade da defeza destes Reinos póde já permittir a dila
ção de se esperar, que a dita arrematação se faça pelos meios ordina
rios; nem isso seria praticavel nas circunstancias da Guerra actual; por
que se o provimento dos ditos Exercitos se confiasse a hum só Assentis
ta Geral, faltando este em cumprir com as suas obrigações, seria a sua
falta no cumprimento dellas de irreparavel prejuizo, ou contra as mes
mas Tropas, ou contra a defeza do Reino; e confiando-se a Assentistas
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876 | 1762
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averiguação
bilhete lhe farão
na maneira o despacho da Companhia de que se tratar por hum
seguinte: •
Regimento do Coronel. F. _*
Companhia do Capitão F. |-
..... #Á ....
.... para
para tantos
tantos Cabos de Esquadra.
Soldados #### à tanto
*
•
cada hum.
.... # .... aoou
Soldado F., órc.
sete dias, que só venceo v. g., seis •
dados, que por qualquer causa deixarem de receber os seus soldos, achan
do-se depois que lhe devem ser abonados, se lhes abonem nos despachos
seguintes, com declaração da causa que para isso houve.
Em ordem ao mesmo fim da maior expedição dos Commissarios de
mostras, Oficiaes que com elles servem, Pagadores Geraes, e por con
sequencia do maior desembaraço, e brevidade dos pagamentos dos refe
ridos soldos: Determina Sua Magestade, que os ditos pagamentos se abo
nem, e sejão levados em conta pelos recibos dos Capitães expedidos na
sobredita fórma, sem a dependencia de outra alguma formalidade, ou
processo, que não seja conferencia dos mesmos recibos com os Termos
das Listas assima ordenados. •
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Nao tendo sido da Minha Real Intenção alterar a ordem regular das
antiguidades do Exercito com prejuizo daquelles Oficiaes, que se acha
vão na quasi posse dellas por legitimos titulos, ao tempo em que outros
passárão por ordem Minha a occupar maiores Póstos: Sou Servido orde
nar, que as antiguidades de todos os Oficiaes do Meu Exercito se regu
lem pelo que determina o Decreto de trinta de Abril de mil setecentos
e trinta e cinco; a Minha Real Resolução de trinta de Janeiro de mil se
tecentos e cincoenta e quatro; e Aviso, que mandei fazer ao Meu Con
selho de Guerra em vinte de Maio do referido anno. O mesmo Conselho
de Guerra o tenha assim entendido, e faça executar. Palacio de Nossa
Senhora da Ajuda a 25 de Agosto de 1762. <= Com a Rubríca de Sua
Magestade. •
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EU ELREI Faço saber aos que este Alvará virem: Que sendo tão no
torias as invasões, e estragos, que os Exercitos de Castella tem feito
neste Reino, como as Extraordinarias despezas, com que desde os prin
cipios do presente anno tenho esforçado as faculdades do Meu Real Era
rio, assim no nunca visto número de Tropas, que constitue os Meus
Exercitos, como nas tambem nas não vistas quantidades de Armamentos,
Artilharias, e de toda a sorte de Munições de Guerra, e de boca, que
a indispensavel necessidade pública da natural defeza da Dignidade , e
segurança da Minha Coroa, e da Liberdade, e Protecção dos Meus Fiéis
Vassallos fez necessario accumular, e accrescentar de dia em dia, cada
vez mais, á proporção, que se forão manifestando as forças, com que os
Meus Reinos tem sido, e se achão acommettidos, e hostilisados: E sendo
igualmente notorio que, não obstante conhecer Eu que a dita indispen
savel necessidade pública de huma tão natural, e instante defeza, por
1762 883
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casa de cada hum dos Superintendentes particulares hum Cofre com tres
chaves das quaes ele tenha huma; outra o Escrivão do seu cargo; e a
terceira aquelle dos Lançadores, que sahir por sorte entre os nove: Pe
la outra parte, que as receitas, e despezas se fação sempre á boca dos
referidos Cofres em dias, e horas para isso determinados, que não serão
menos de tres tardes cada semana em quanto durar a cobrança de cada
Semestre: E pela outra parte em fim que os livros dos Lançamentos, e
descargas se conservem sempre dentro nos mesmos Cofres sem dellespo
derem sahir de modo algum para as mãos de terceiras pessoas quaesquer
que ellas sejão.
T E R C E IR A P R O V I D E N C I A.
5 Para que cessem todas as fraudes com que humas vezes por vin
gança se tem lançado a algumas partes muito mais do que devem; ou
tras se tem ommittido propriedades inteiras, por muitos, e successivos
annos; outras se tem lançado em quantias insignificantes, enormissima
mente lesivas dos fins com que se estabeleceo este Subsidio para ficar
inutil: He Sua Magestade Servido, que no Lançamento delle; obser
vando-se o disposto no Regimento de nove de Maio de mil seiscentos e
cincoenta e quatro, em quanto á substancia, se proceda em quanto ao
modo da arrecadação na maneira seguinte.
6 Todos os Lançamentos de prºpriedades de Casas se farão pessoal
mente pelas ruas da Cidade, e seus suburbios debaixo da inspecção oc
cular dos respectivos Superintendentes, e Lançadores: Principiando pe
lo lado direito de cada rua: Descrevendo, e numerando especificamen
te cada propriedade debaixo de separado Titulo: Continuando-se sem in
terpolação pela ordem successiva, e rigorosa dos numeros, que forem se
guindo, os quaes serão tantos, quantas forem as propriedades: E obser
vando-se depois o mesmo pelo lado esquerdo de cada huma das referidas
ruas: Tudo na mesma conformidada do que se praticou na calamidade
do Terremoto para se conservar a distincção das propriedades dos dife
rentes donos, em commum beneficio dos que as possuião.
7 Consistindo alguma, ou algumas das mesmas propriedades em di
versas habitações occupadas por diferentes Inquilinos, se comprehende
rão todas debaixo da mesma denominação do dono a quem pertencerem ;
e debaixo do mesmo identico Titulo: Principiando-se pelas lojas com a
declaração de quantas são; do preço em que andão de renda, ou de af
foramento; das profissões das Pessoas, que as occupão, sendo daquelas
que devem maneio na conformidade do Titulo II. do Regimento da De
cima: Passando-se na mesma conformidade aos primeiros andares: Del
les aos segundos, terceiros, e quartos, se os houver: E escrevendo-se
as importancias das sobreditas rendas por letra, e não por algarismo.
8 Os ditos Arruamentos se farão em hum Livro, que haverá em ca
da Freguezia para este efeito rubricado, e enserrado pelos respectivos
Superintendentes, e sujeito á Inspecção, e Correição do Superintenden
te Geral, que o ficará sendo daqui em diante, não só do Termo, mas
tambem da Cidade. |-
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Rua de N.
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Quanto ás Provincias
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do Reino.
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e º 36. Nas Cidades, e Villas de cada huma das ditas Comarcas, e seus
suburbios, se farão os Lançamentos com a mesma arrecadação de Livro,
e com a mesma formalidade, que fica, assima estabelecida para a Cida
de de Lisboa, e seu Termo, em tudo o que forem.applicaveis. Porém
as propostas dos Lançadores se farão ás Juntas das Cabeças das mesmas
Comarcas compostas do Corregedor, do Provedor , do Juiz de Fóra, ou
dos que seus cargos servirem; de hum Nobre, e de hum do Povo; elei
tos pelas Camaras, para dos seis que lhe forem propostos de cada profis
são escolherem os tres, que lhe parecerem mais idoneos, ou mandarem
proceder a segundas propostas; no caso em que não achem habeis os que
nas primeiras vierem nomeados. * * … " ….…º
. .} * *
41 Pelo que toca aos maneios dos gados, lãs, colmeias, e mais gran
gearias se observará pelo arbitramento dos Lançadores, o que a este res
peito se acha ordenado.
42 Na Provincia da Estremadura se praticará o mesmo no que for ap
plicavel, só com a diferença de que o milho se reputará a oito vintens
por cada alqueire, como todos os legumes, e sementes, que não forem
trigo: Ao qual se dará o valor a respeito de duzentos e quarenta réis
cada alqueire; e ao azeite o mesmo preço de oitocentos réis que fica es
tabelecido para a Provincia do Além-Téjo.
43 Nas Provincias da Beira, e Traz os Montes se observará tambem
o mesmo no que for applicavel, com a diferença de que por ora atten
dendo Sua Magestade ás vexações, que nellas tem feito os inimigos, se
avaliará sómente por hum tostão cada alqueire de centeio, e por oito vin
tens o milho, feijão, e mais legumes; e por duzentos réis o alqueire de
trigo. •
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Impresso avulso. …
! …, … • -
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E U ELREI Faço saber aos que este Alvará virem: Que havendo-se
efferecido a Junta do Commercio destes, Reinos, e seus Dominios,
para se empregar na execução do Alvará de vinte e seis de Setembro
proximo passado, cobrando, e fazendo prompto por semestres, o Subsi
dio Militar da Decima pelos meios de huma quota certa de vinte e qua
tro contos de réis annuaes; de huma Derrama particularmente feita pe
la mesma Junta entre os Negociantes da Praça de Lisboa, naturaes, e
naturalisados, em quanto for necessario para se prefazer, a referida quota
annual durante as despezas da presente guerra; se Eu houvesse por bem
sob 1762
1762 + 897
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