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EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE MAMONA EM USINA DE ESCALA PILOTO

VISANDO A PRODUÇÃO DE BIODIESEL


Patrick M. de Oliveira1; Angelo Chaves Carlos1; Joaquín Ariel Morón-Villarreyes2

INTRODUÇÃO

Grande parcela da energia consumida no mundo provém de fontes não


renováveis, como petróleo, carvão e gás natural. Devido ao esgotamento futuro, a
pesquisa de fontes renováveis é de grande interesse (Shuchrdt, 1998). Neste contexto, os
óleos vegetais aparecem como alternativa para substituição ao óleo diesel (Encinar,
1998; Dunn, 2002). A possibilidade do uso de combustíveis de origem agrícola em
motores do ciclo diesel se mostra atrativa tendo em vista o aspecto ambiental, devido ao
fato das fontes agrícolas serem renováveis (Nascimento, 2001; Knothe, 2002).
A aplicação direta de óleos vegetais é limitada devido a algumas propriedades
físicas, como alta viscosidade, baixa volatilidade e caráter poliinsaturado, que implicam
problemas em motores, além de gerar uma combustão incompleta (Dorado, 2004;
Agarwal, 2001). Assim, visando reduzir a viscosidade dos óleos vegetais, alternativas
para redução de viscosidade como a diluição, microemulsão com metanol ou etanol,
craqueamento catalítico e, de maneira geral, reação de transesterificação e esterificação
com etanol ou metanol produzindo biodiesel são atualmente aplicados (Nascimento,
2001).
O biodiesel é uma denominação genérica para combustíveis e aditivos de fontes
renováveis. Em comparação ao óleo diesel as reduções nas emissões de gás carbônico
podem atingir 78%, as emissões de fumaça em 90% e a isenção completa na emissão de
óxidos de enxofre (Lima, 2004).
Devido ao fato de não existirem substitutos em muitas das aplicações do óleo de
mamona, assim como, pela sua versatilidade industrial, a necessidade por este óleo tem
aumentado no Brasil e em outros países industrializados. Com o Programa Nacional de
Produção e Uso do Biodiesel, o governo brasileiro promoveu grandes incentivos à
agricultura familiar, sendo a cultura da mamona reconhecida como uma das oleaginosas

1
Eng. Quím. Mestrandos do PPGQTA/FURG, bolsistas CAPES. E-mails: patrick_moliveira@yahoo.com.br
e angelo.carlos@gmail.com.
2
Prof. Dr. da Escola de Química e Alimentos/FURG. E-mails: joaquinariel@gmail.com e
dqmdoca@furg.br. Endereço: Escola de Química e Alimentos/FURG, Av. Itália km 8, Bairro Carreiros, Rio
Grande, CEP 96201-900
de maior potencial para a produção de biodiesel (Aires, 2008). O objetivo desse trabalho
foi de apresentar os aspectos técnicos das etapas de extração do óleo de mamona para
posterior produção de biodiesel etílico, realizadas pelo Projeto Biosul, descrevendo os
resultados obtidos.

MATERIAL E MÉTODOS

As etapas compreendidas para o processo de extração de óleo de mamona em


Usina de escala piloto foram as seguintes:
Plantio e Colheita
A primeira etapa do projeto teve a aceitação de 17 famílias de agricultores e
contemplou uma área plantada de 38,5 hectares, localizados nas regiões do Povo Novo,
Palma, Quinta e Senandes no município de Rio Grande.
Secagem da baga para debulhamento
A secagem da baga de mamona foi realizada em um forno à lenha com a
finalidade de facilitar a separação da semente tanto da baga quanto da casca interna. A
capacidade do forno a lenha é de 100 kg/h, sendo o aquecimento realizado por ar
quente. A temperatura de aquecimento foi de 50 °C durante 30 minutos.
Debulhamento e Ensacamento
O beneficiamento da semente, compreendendo o debulhamento e o ensacamento
da mesma, foi realizado em uma Máquina Beneficiadora Estacionária da NUX
Metalúrgica Ltda. modelo BMN 30. A capacidade de debulhamento é de 400 kg por
hora, sendo as sacas costuradas manualmente.
Armazenamento na EMBRAPA Pelotas e Armazenamento na Usina Piloto
O armazenamento realizado na EMBRAPA Pelotas – Clima Temperado foi feito
depositando as sacas sobre pallets de madeira. O mesmo procedimento foi aplicado na
Planta de Biodiesel – FURG, onde as sacas de semente de mamona pesando em média
45 kg foram re-armazenadas.
Secagem
Para secagem pré-extração de óleo o equipamento utilizado foi uma Secadora
Misturadora Rotativa da marca Scott Tech, modelo SMR 610 com aquecimento por
resistência elétrica e capacidade de 30 kg por hora. A secagem aplica-se a transferência
de um líquido que está num sólido molhado para uma fase gasosa não saturada.
Extração de óleo bruto
A extração, do tipo prensagem contínua, foi realizada em uma extratora de óleo
de eixo helicoidal da marca Scott Tech, modelo ERT 60II de capacidade nominal de 60
kg por hora, obtendo um óleo de coloração escura, devido ao alto teor de sólidos em
suspensão provenientes da amêndoa e da casca da semente.
Filtração
A filtração é uma aplicação de escoamento de fluidos através de leitos
compactos, e possui como objetivo a separação de um sólido do fluido que o carreia. De
forma resumida, a separação se realiza pela passagem do fluido através de uma
membrana porosa onde as partículas sólidas ficam retidas na membrana e acumulam-se
formando uma camada.
Contudo, devido à alta viscosidade do óleo de mamona e a presença de
particulados em suspensão, a utilização de etanol como solvente se mostrou uma
excelente alternativa. Após uma etapa de decantação a fase de topo foi filtrada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na secagem para debulhamento e beneficiamento foram obtidos 64 % de


sementes em relação à quantidade total da massa de bagas processadas. Na Usina Piloto,
a secagem forneceu uma perda de massa de aproximadamente 10% (umidade absorvida
durante o armazenamento). No processo de extração, a quantidade de torta produzida foi
de 46,88% e de óleo bruto foi de 53,12%. Nos processos de decantação e filtração a
quantidade de materiais particulados correspondeu a 24,51%.
A fim de avaliar a eficiência dos equipamentos em relação à quantidade de óleo
extraído da semente, extrações empregando o método de Soxhlet. Para analisar a
influência do processo na acidez, o índice de acidez foi determinado em cada etapa do
processo, através do método padrão de determinação AOCS. Os resultados dessas
determinações são apresentados na Tabela 1:

Tabela 1: Teor de óleo e índice de acidez nas etapas do processo de extração.


Tipo amostra % óleo IA
Semente Úmida 41,54 ± 0,0183 8,08 ± 0,3980
Semente Seca 43,37 ± 0,0180 7,92 ± 0,3304
Torta 7,00 ± 0,0038 n.d.*
Óleo Bruto 84,05 ± 0,0723 9,57 ± 0,0914
Farinheta 23,04 ± 0,0501 n.d.*
*n.d.: não determinado

CONCLUSÃO

O processo de extração de óleo de mamona em Usina Piloto se mostrou com alta


eficiência, se mostrando necessário o uso de solvente no óleo bruto e lavagens na torta e
farinheta, devido à quantidade de óleo presente nas mesmas. O processo não afetou de
forma relevante o índice de acidez da amostra.

BIBLIOGRAFIA
AGARWAL, A. K.; DAS, L. M.; J. Eng. Gas Turb. Power-T. ASME 2001, 123, 440.
AIRES, R. F. Desempenho agronômico de cultivares de mamona no Rio Grande do Sul.
Pelotas, 2008. 60 p. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Produção Agrícola Familiar)
– Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel”, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
DORADO, M. P.; BALLESTEROS, E.; LÓPEZ, F. J.; MITTELBACH, M.; Energy
Fuels 2004, 18, 77.
DUNN, D. O.; J. Am. Oil Chem. Soc. 2002, 79, 915.
ENCINAR, J. M.; GONZÁLEZ, J. F.; SABIO, E.; RAMIRO, M. J.; Ind. Eng. Chem.
Res. 1999, 38, 2927
KNOTHE, G.; A&G 2002, 12, 222.
LIMA, P. C. R. “O Biodiesel e a Inclusão Social”. Consultoria Legislativa da Câmara
dos Deputados, Brasília, 2004.
NASCIMENTO, M. G.; COSTA NETO, P. R.; MAZZUCO, L. M.; Biotecnologia
Ciência & Desenvolvimento 2001, 19, 28.
SHUCHRDT, U.; SERCHELI, R.; VARGAS, M.; J. BRAZ. Chem. Soc. 1998, 9, 190.

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