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Planejamento da aula de 25/09

Texto indicado para leitura:


BOURDIEU, P.; DARBEL, A. O amor pela arte. São Paulo:EDUSP; Porto Alegre: Zouk, 2007.

Desafio Inicial:
O que vocês acham que motiva a ida ao museu? Com qual idade vocês foram ao museu pela primeira vez?

Melhor Solução Escolar do Momento:


- Quem foi Bourdieu?
 Apresentar uma breve biografia do autor e sua teoria sociológica, com destaque para os conceitos de
habitus e campo.
- Trecho do documentário “A sociologia é um esporte de combate” (6min45s - 18 min);
- Destacar alguns conceitos após o documentário:
 Reprodução social: não há mudança como se costuma pensar. Bourdieu chega, com a ajuda das
estatísticas, na inércia, nas permanências do mundo social. Segundo ele, são as constâncias que
permitem a análise sociológica da realidade;
 Desigualdade: as permanências citadas anteriormente levam à transmissão de capital, o que
eterniza desigualdades. Bourdieu dá o exemplo do dinheiro, como capital econômico leva a capital
econômico;
 Capital cultural: domínio da língua, o bom domínio. “Tudo o que se adquire nas famílias cultas”,
“recursos raros divididos desigualmente” por isso gera “proveitos de raridade”. Valorização de pré-
saberes na escola e da boa vontade. É um ciclo: há boa vontade, ela é incentivada, a criança fica
feliz e retribui com mais boa vontade... “Hoje, cada vez mais, nas sociedades contemporâneas, a
reprodução das desigualdades se faz através da transmissão do capital cultural”. Exemplo dos EUA,
a lorota do self made man. Além disso, neste país, o acesso à universidade depende de dois capitais:
capital econômico e capital cultural;
 Legitimação: “tornar justo”; “os dominantes têm interesse de apreciar a desigualdade”; “as pessoas
tendem a dizer que tudo vai bem quando vai bem para elas”. Sociologia como instrumento de auto-
defesa, por isso “a sociologia é um esporte de combate”.
- Leitura compartilhada de alguns trechos do livro selecionados previamente que destacam a visão irônica de
Bourdieu sobre esse “amor à arte” e que colocam sua perspectiva sobre acesso à arte “culta” dentro de sua
teoria sociológica mais ampla.

Desafio mais amplo:


O professor comenta a leitura indicada para a semana seguinte.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DISCIPLINA ARTE E EDUCAÇÃO I

Excertos do livro
BOURDIEU, P.; DARBEL, A. O amor pela arte: os museus de arte pela Europa e seu público.
São Paulo: EDUSP; Porto Alegre: Zouk, 2007.

Excerto 1
Em O amor pela arte, Bourdieu pondera que os museus abrigam tesouros artísticos que se
encontram, ao mesmo tempo (e paradoxalmente), abertos a todos e interditados à maioria das
pessoas. Indivíduos pertencentes a qualquer classe social e com distintos graus de escolarização
frequentam museus, certo? Bem, em termos: para viver a plenitude desse amor, livre de
condicionamentos e limitações, é necessário que os amantes possuam algumas disposições,
adquiridas lentamente, envolvendo dedicação, afinco e o cumprimento de obrigações. Não existe
nem pecado nem perdão, esse amor é uma graça ou um mimo que surge "naturalmente", após a
assimilação do princípio do prazer (culto), produto artificial da arte e do artifício - "a verdade oculta
do gosto culto". (p. 9)

Excerto 2
Ao longo de O amor pela arte, mostra-se como o coração obedece à razão, pois desvendam-se
as condições sociais de acesso às práticas cultivadas, fazendo ver que "a cultura não é um
privilégio natural, mas que seria necessário e bastaria que todos possuíssem os meios para dela
tomarem posse para que pertencesse a todos". (p. 9)

Excerto 3
A "necessidade cultural" é, em seu entender, produto da educação, da ação da escola. (...) A
ação escolar, bastante desigual - porque atua sobre indivíduos previamente dotados, pela ação
familiar, com distintos níveis de competência artística -, envolve jovens já "iniciados" nesse
domínio cultural. A escola, ao inculcar disposições duradouras à prática culta, auxiliando
decisivamente na transmissão do código das obras de cultura erudita, transforma as
desigualdades diante da cultura em desigualdades de sucesso. Fecha-se o círculo que faz com
que capital cultural leve a capital cultural. (p. 9-10)

Excerto 4
A categoria mais respeitada nos museus é a dos detentores de um diploma de final de estudos
secundários, ou seja, indivíduos que assimilaram parte das disposições cultas, produto de uma
educação distribuída de forma desigual, tratando "as aptidões herdadas como se fossem virtudes
próprias das pessoas ['dons'], ao mesmo tempo naturais e meritórias". (p.10)

Excerto 5
A inquietação relativa às características sociais ou culturais dos visitantes não seria uma forma
de pressupor que estes possam estar separados por diferenças que nada têm a ver com aquelas
criadas pela distribuição imprevisível dos dons? "O discernimento dos visitantes, de sua classe
social e de sua nacionalidade, aparece, por um lado, como bastante complicado e, por outro,
considerado por muitos sem interesse, nem utilidade. Alguns museus chegaram mesmo a julgar
que esta questão era inatual, inclusive, inconveniente. Um grande número de museus reconhece
que, além de não terem feito nenhuma tentativa, nem possuírem nenhuma experiência nesse
sentido, e declaram que tal operação é impossível. ” (p. 18)
Excerto 6
Em definitivo, os antigos e os modernos estão de acordo para abandonar, completamente, as
possibilidades de salvação cultural aos acasos insondáveis da graça ou, melhor ainda, ao arbítrio
dos "dons". Como se aqueles que falam de cultura, para si mesmos e para os outros, ou seja, os
homens cultos, só pudessem pensar a salvação cultural segundo a lógica da predestinação; como
se, por terem sido adquiridas, suas virtudes se encontrassem desvalorizadas; como se toda a
sua representação da cultura tivesse a finalidade de autorizá-los a convencer-se de que, segundo
a expressão de um idoso bastante culto, "a educação é algo de inato". (p. 20-21)

Excerto 7
Considerando que a aspiração à prática cultural varia como a prática cultural e que a
"necessidade cultural" reduplica à medida que esta é satisfeita, a falta de prática é acompanhada
pela ausência do sentimento dessa privação; considerando também que, nesta matéria, a
concretização da intenção depende de sua existência, temos o direito de concluir que ela só
existe se vier a se concretizar. O que é raro não são os objetos, mas a propensão em consumi-
los, ou seja, a "necessidade cultural" que, diferentemente das "necessidades básicas", é produto
da educação: daí, segue-se que as desigualdades diante das obras de cultura não passam de
um aspecto das desigualdades diante da Escola que cria a "necessidade cultural" e, ao mesmo
tempo, oferece os meios para satisfazê-la. (p. 69)

Excerto 8
Ao se eximir de trabalhar de forma metódica e sistemática, através da mobilização de todos os
meios disponíveis, desde os primeiros anos da escolaridade, em proporcionar a todos, na
situação escolar, o contato direto com as obras ou, pelo menos, um substituto aproximativo dessa
experiência, a instituição escolar abdica do poder, que lhe incumbe diretamente, de exercer a
ação continuada e prolongada, metódica e uniforme, em suma, universal ou tendendo à
universalidade; ora, tal ação é a única capaz de produzir em série, provocando grande escândalo
entre os detentores do monopólio da distinção culta, indivíduos competentes, providos dos
esquemas de percepção, de pensamento e de expressão que são a condição da apropriação dos
bens culturais, e dotados da disposição generalizada e permanente para se apropriar de tais
bens. A Escola, cuja função específica consiste em desenvolver ou criar as disposições que
fazem o homem culto e constituem o suporte de uma prática duradoura e intensa, ao mesmo
tempo, de forma qualitativa e quantitativa, poderia compensar (pelo menos, parcialmente) a
desvantagem inicial daqueles que, em seu meio familiar, não encontram a incitação à prática
cultural, nem a familiaridade com as obras, pressuposta por todo discurso pedagógico sobre as
obras, com a condição somente de que ela utilize todos os meios disponíveis para quebrar o
encadeamento circular de processos cumulativos ao qual está condenada qualquer ação de
educação cultural. (p.107-108)

Excerto 9
Se a ideologia carismática que transforma o encontro com a obra na ocasião de uma descida da
graça proporciona aos privilegiados a mais "indiscutível" justificação de seu privilégio cultural,
fazendo esquecer que a percepção da obra é necessariamente erudita - por conseguinte,
aprendida -, os visitantes oriundos das classes populares estão bem posicionados para saber
que o amor pela arte nasce de um convívio bem prolongado e não de um golpe repentino: "Com
certeza, é possível amar de paixão, à primeira vista; mas, isso só acontece depois de ter lido
muito, sobretudo, em relação à pintura moderna" (operário, Lille). (p. 90-91)

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