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ESTADO DO MARANHÃO
PJe nº 0804532-48.2017.8.10.0029
DECISÃO
Vistos.
1 . Em 04/12/2018 (ID 15983202) a Administradora Judicial acostou aos autos o Relatório Mensal de Atividades referente ao mês
de outubro /2018. Na sequência, em 14/01/2019 (ID 16561960), o relatório que versa sobre as atividades realizadas no mês
subsequente – novembro /2018.
2 . Banco Santander Brasil S.A (ID 16015479 ) informa ciência quanto ao conteúdo da decisão ID 15963862, que acolheu
parcialmente seus Embargos de Declaração, sanando erro material existente da decisão ID 15090596.
Posteriormente, noticia em 10/12/2018 (ID 16125824) a interposição de Agravo de Instrumento em face da decisão ID 15963862,
o qual tramita nos autos do processo nº 0810560-85.2018.8.10.0000, na 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Maranhão.
Quanto ao tema, mantenho a decisão anteriormente proferida por seus próprios fundamentos. Não há subsidio suficiente para
sobrepor o interesse de um único credor em detrimento da coletividade, cancelando a Assembleia Geral de Credores em curso à
época, até mesmo pelo fato de que os trabalhos já foram concluídos em 01/02/2019, com a votação do Plano de Recuperação
Judicial, conforme reportados pela Administradora Judicial (ID 17007655).
Destaca-se que em 17/12/2018, a 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão trouxe aos autos da presente
recuperação (ID 16286260 ) acórdão proferido no AI 0810560-85.2018.10.0000, interposto pela referida instituição financeira, por
meio do qual é possível verificar que restou indeferido o pedido de efeito ativo em relação ao requerimento de suspensão da
Assembleia em curso, em consonância com o entendimento desta primeira instância.
Ciência às partes.
3 . Euro Comércio de Peças e Lubrificantes Ltda (ID 16057208) requer habilitação de seu crédito e, ainda, que todas as intimações
direcionadas em seu nome sejam remetidas ao patrono Tito Eduardo Valente do Couto, inscrito na OAB/PA 5.596.
As habilitações de crédito deverão ser interpostas pelo peticionamento eletrônico inicial, por dependência ao processo principal,
conforme já pontuado em decisões anteriores. Pedidos de habilitação e divergências protocolizados nos autos principais serão
desconsiderados, em razão da absoluta inadequação da via eleita, nos termos da Lei 11.101/2005.
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4 . Claudio Manoel do Monte Feitosa substabelece os poderes que lhe foram conferidos por Alpha Maquinas e Veículos do
Nordeste Ltda à Dra. Beatriz Silva Feitosa, inscrita na OAB/PI sob o nº16.581, para fins de participação da AGC que ocorrerá dia
11/12/18.
A Administradora Judicial obteve conhecimento prévio de tal fato, conforme se depreende da lista de presentes acostada aos autos
no ID 17007655 e seguintes.
5 . A Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Maranhão (ID 16167812 e 16167935) acosta aos presentes autos o acórdão
proferido no Agravo de Instrumento nº 0802960-13.2018.8.10.0000, interposto por parte do Banco do Nordeste do Brasil S/A em
face da decisão que, na recuperação judicial, determinou que depositasse o montante anteriormente debitado da conta de
titularidade da recuperanda, no importe de R$ 4.364.281,19 (quatro milhões, trezentos e sessenta e quatro mil, duzentos e oitenta e
um reais e dezenove centavos), na conta judicial vinculada ao presente feito. Traz a seguinte ementa:
Desta forma, restou mantida e inalterada a decisão agravada, motivo pelo qual deverá o Banco do Nordeste do Brasil transferir a
quantia anteriormente debitada das contas das recuperandas, no valor de R$ 4.364.281,19 (quatro milhões, trezentos e sessenta e
quatro mil, duzentos e oitenta e um reais e dezenove centavos), para a na conta judicial vinculada ao presente feito, no prazo de
24 (vinte e quatro) horas, contadas da ciência da presente decisão.
Intime-se. Cumpra-se.
6 . Em resposta aos apontamentos da Administradora Judicial constantes do Relatório Mensal de Atividades referente ao mês de
setembro do ano de 2018, protocolizado nos presentes autos, as recuperandas do Grupo TG trouxeram esclarecimentos (ID
16249358).
Intime-se a Administradora Judicial, para exarar seu parecer quanto aos esclarecimentos prestados.
7 . A Administradora Judicial (ID 16184561) acostou aos autos petição, informando que a assembleia realizada no dia 11/12/2018
restou novamente suspensa para o próximo dia 01/02/2018, a realizar-se no mesmo local e horário.
8 . As Recuperandas do Grupo TG acostam aos autos (ID 16249458 ), em 30/01/2019 novo Plano de Recuperação Judicial, a ser
deliberado por parte dos credores quando da retomada dos trabalhos em próxima assembleia, a realizar-se em 01/02/2019,
refletindo as negociações ocorridas até o momento.
9 . A Administradora Judicial (ID 17007655) informa o resultado obtido em assembleia geral de credores realizada em
01/02/2019, com a consequente votação do Plano de Recuperação Judicial. Ao final, pontuou que se faz necessária a análise deste
juízo no que diz respeito à aprovação do Plano de Recuperação Judicial com base no art. 58, parágrafo 1º, da Lei 11.101/05 (“
cram down”), uma vez que houve a aprovação do plano proposto por 3 classes de credores, contudo, na Classe II o plano foi
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aprovado pela maioria dos créditos, havendo, todavia, empate na contagem por cabeças, eis que existem apenas dois
credores presentes na AGC na referida classe.
Pois bem.
TG PARTICIPACOES S. A. e T.G AGRO INDUSTRIAL LTDA. distribuíram a presente recuperação judicial 27/09/2017. O
plano de recuperação judicial inicialmente apresentado, submetido à apreciação dos credores após sucessivas assembleias gerais
de credores, que iniciaram-se em 22/08/2018 e findaram-se com a votação por parte dos credores em 01/02/2019, foi objeto de
uma alteração, protocolizada nos autos em 30/01/2019, à medida que evoluíram as negociações entre as recuperandas e seus
credores. A negociação durou alguns meses e, neste período, os credores aprovaram a suspensão de Assembleias Geral de
Credores para a posterior aprovação ou rejeição do plano. Na derradeira Assembleia Geral, realizada em 01/02/2019, em que
submetida à apreciação dos credores o plano de recuperação alterado e consolidado de ID 16249458, foi este aprovado nos
seguintes termos:
na classe I – trabalhista, houve a aprovação em valor por R$ 3.841.436,13, correspondente a 100% dos votos, e em
cabeças (maioria simples dos presentes), sendo 1867 credores, correspondentes a 100% dos créditos;
na classe II – garantia real, houve a aprovação em valor por R$ 91.674.537,14, correspondente a 79,06% dos votos, e em
cabeças houve a reprovação do plano por 1 credor, correspondente a 50% dos créditos em cabeças;
na classe III – quirografária, houve a aprovação em valor por R$ 5.621.043,27, correspondente a 78,78% dos votos, e
em cabeças houve a aprovação do plano (maioria simples dos presentes) por 25 credores, correspondentes a 92,59% dos
créditos em cabeça;
na classe IV – ME e EPP, houve a aprovação em valor por R$ 90.684,21, correspondente a 100% dos votos e, em
cabeças (maioria simples dos presentes), sendo 14 credores, correspondentes a 100% dos créditos.
Sendo assim, conforme pontuado pela Administradora Judicial, do total dos créditos presentes na assembleia geral de credores,
correspondentes a R$ 127.027.526,71 e 1910 credores em cabeças, houve a aprovação do PRJ em valor pela quantia de R$
101.227.701,00 (79,69%) e em cabeças, por 1907 credores (99,84% dos credores presentes)”.
Nos termos do art.58, da Lei11.101, não há discricionariedade ao magistrado para a concessão ou não da recuperação. Conforme
estabelece o dispositivo legal, cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor. Opta a Lei
11.101/05, num movimento pendular em prol dos credores, a conferir a estes o poder de decisão quanto à viabilidade do plano
para reestruturar o devedor inadimplente. Nesta ótica, a apreciação da viabilidade econômico financeira do plano foi atribuída
exclusivamente aos credores. Oportunas tais considerações iniciais, visto que os entraves atribuídos ao plano pelos credores
dissidentes em assembleia geral de credores, resumidas nas manifestações registradas em ata, estão relacionados com o seu
conteúdo econômico, cuja análise, repito, é vedada ao magistrado. Neste sentido é o posicionamento mais do que consolidado do
C. Superior Tribunal de Justiça:
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impede a apreciação do recurso especial. 3- A ausência de decisão acerca dos dispositivos
legais indicados como violados, não obstante a interposição de embargos de declaração,
impede o conhecimento do recurso especial. 4- No que concerne ao plano de recuperação
judicial apresentado pelo devedor, a assembleia-geral de credores é soberana em suas
deliberações. 5- Hipótese em que o acórdão recorrido não se manifestou a respeito dos
argumentos invocados pela recorrente acerca da necessidade ou não de exame das
circunstâncias constantes no art. 53 da Lei n. 11.101/2005. Dessa forma, nos termos do
enunciado n. 211 da Súmula/STJ, não se revela possível a análise da irresignação recursal. 6-
A insurgência encontra óbice, igualmente, no enunciado n. 7 da Súmula/STJ, pois a existência
de descrição pormenorizadados meios de recuperação no plano aprovado, a demonstração da
viabilidade econômica da recuperanda e a higidez do laudo de avaliação de bens e ativos da
sociedade constituem elementos que, para serem modificados, exigem o revolvimento do
substrato fático-probatório dos autos. 7- Recurso especial não provido." (g.n.)
(REsp1374545/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
18/06/2013, DJe 25/06/2013)
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RE no Ag 1.423.681/BA, Relator Ministro GILSON DIPP, CORTE ESPECIAL, julgado em
16/9/2013, DJe 25/9/2013.) SEGUNDOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS. EMBARGOS
DE DIVERGÊNCIA. TELEFONIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA 182. AUSÊNCIA DE
ATAQUE AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO. PEDIDO DE EFEITOS
INFRINGENTES. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO. À mingua dos vícios
previstos no art. 535 do CPC e não sendo a via escolhida meio de resposta a questionamentos
da partes, é de se ter como inviável a oposição, alertando ao embargante para a aplicação de
multa processual caso persista o intuito de adiar a conclusão da causa. Embargos rejeitados.
(EDcl nos EDcl no AgRg nos EAREsp 220.572/SP, Relatora Ministra MARIA THEREZA
DE ASSIS MOURA, CORTE ESPECIAL, julgado em 1/7/2013, DJe 1/8/2013.) No caso
concreto, sob o pretexto de que houve afronta ao art. 1.022 do CPC/2015, pretende o
embargante nova análise dos argumentos apresentados nos recursos anteriormente interpostos.
Ocorre que tais questões foram devidamente examinadas na decisão ora embargada, conforme
se verifica da seguinte transcrição (e-STJ fl. 2.408): O especial, todavia, não traz impugnação
específica capaz de combater fundamentação do acórdão, de modo que o recurso encontra
óbice na Súmula n. 283 do STF. Nas razões recursais, o recorrente se limita a alegar
genericamente que não foram preenchidos os requisitos para a aprovação do plano de
recuperação judicial, notadamente pela ausência de apoio de 1/3 dos credores presentes à
classe em que houve a recusa. O aresto impugnado, entretanto, concluiu que no caso dos
autos, em que há apenas dois credores a compor uma das classes, não é possível que seja
deixado ao livre arbítrio dessa minoria o destino da empresa em recuperação judicial, devendo
prevalecer os princípios da preservação da empresa e de sua função social. Acrescentou,
ainda, com base no conjunto probatórios dos autos, que o voto de rejeição do plano pelos
referidos credores teria sido abusivo, tendo em vista a ausência de motivos efetivamente
justificantes para a recusa. Tais pontos, aptos, por si sós, a sustentarem o juízo emitido, não
foram rebatidos nas razões recursais, aplicando-se, por analogia, o entendimento da referida
súmula. Relembre-se que o simples fato de a decisão recorrida ser contrária aos interesses da
parte não configura nenhum dos vícios previstos no art. 1.022 do CPC/2015. Além disso, a
contradição que autoriza a interposição de embargos declaratórios é a interna, ou seja, entre as
proposições do próprio julgado, o que não ocorreu no caso. A propósito: PREVIDENCIÁRIO
E PROCESSUAL CIVIL. AUXÍLIO-ACIDENTE. AUSÊNCIA DA REDUÇÃO DA
CAPACIDADE LABORATIVA. REEXAME NECESSÁRIO. DEVOLUTIVIDADE. ART.
475, I, DO CPC. CONTRADIÇÃO INTERNA. INEXISTÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL
IMPROVIDO. (...) IV. 'A contradição a que se refere o inc. I do art. 535 do CPC é a que se
verifica dentro dos limites do julgado embargado (contradição interna), aquela que prejudica a
racionalidade do acórdão, afetando-lhe a coerência, não se confundindo com a contrariedade
da parte vencida com as respectivas conclusões' (STJ, EDcl no AgRg no REsp 1.402.655/RS,
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, DJe de 19/12/2013). V. Agravo
Regimental improvido. (AgRg no AREsp n. 316.048/SP, Relatora Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/9/2014, DJe 23/9/2014.)
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL
NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
RECURSO ESPECIAL. CONTRADIÇÃO. REEXAME DE PROVAS. INEXISTÊNCIA.
REQUALIFICAÇÃO JURÍDICA DOS FATOS. SUCUMBÊNCIA. DISTRIBUIÇÃO. USO
DO IMÓVEL ANTES DA RESCISÃO CONTRATUAL. VALOR LOCATÍCIO. 1. A
contradição que dá ensejo aos embargos de declaração é a interna, ou seja, aquela que se
verifica entre as premissas ou entre estas e a conclusão do julgado embargado. Precedentes. 2.
A atribuição de efeitos jurídicos distintos aos fatos assentados pelas instâncias ordinárias não
é incompatível com o recurso especial. 3. Tendo sido determinada a devolução integral do
valor pago pelo imóvel, o valor locatício durante o período em que foi utilizado por força do
contrato de compra e venda rescindido deve ser calculado, em fase de liquidação de sentença,
para o efeito de abatimento do valor da indenização devida à autora, a fim de evitar
enriquecimento ilícito. 4. Embargos de declaração da Ford Motor rejeitados. Embargos de
declaração do Banco Ford acolhidos em parte. (EDcl nos EDcl no AgRg nos EDcl no REsp n.
790.903/RJ, Relatora Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado
em 7/10/2014, DJe 29/10/2014.) Assim, não se constata nenhuma das hipóteses de cabimento
dos embargos declaratórios. Ao contrário, verifica-se a mera pretensão de reexame do mérito
do recurso, o qual foi exaustivamente analisado. Em face do exposto, REJEITO os embargos
de declaração. Publique-se e intimem-se. Brasília-DF, 25 de abril de 2018. Ministro
ANTONIO CARLOS FERREIRA Relator (STJ - EDcl no REsp: 1724056 SP
2018/0033438-5, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Publicação:
DJ 03/05/2018)
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RECURSO ESPECIAL. DIREITO EMPRESARIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. PLANO.
APROVAÇÃO JUDICIAL. CRAM DOWN. REQUISITOS DO ART. 58, § 1º, DA LEI
11.101/2005. EXCEPCIONAL MITIGAÇÃO. POSSIBILIDADE. PRESERVAÇÃO DA
EMPRESA. 1. A Lei nº 11.101/2005, com o intuito de evitar o "abuso da minoria" ou de
"posições individualistas" sobre o interesse da sociedade na superação do regime de crise
empresarial, previu, no § 1º do artigo 58, mecanismo que autoriza ao magistrado a concessão
da recuperação judicial, mesmo que contra decisão assemblear. 2. A aprovação do plano pelo
juízo não pode estabelecer tratamento diferenciado entre os credores da classe que o rejeitou,
devendo manter tratamento uniforme nesta relação horizontal, conforme exigência expressa
do § 2º do art. 58. 3. O microssistema recuperacional concebe a imposição da aprovação
judicial do plano de recuperação, desde que presentes, de forma cumulativa, os requisitos da
norma, sendo que, em relação ao inciso III, por se tratar da classe com garantia real, exige a
lei dupla contagem para o atingimento do quórum de 1/3 - por crédito e por cabeça -, na
dicção do art. 41 c/c 45 da LREF. 4. No caso, foram preenchidos os requisitos dos incisos I e
II do art. 58 e, no tocante ao inciso III, o plano obteve aprovação qualitativa em relação aos
credores com garantia real, haja vista que recepcionado por mais da metade dos valores dos
créditos pertencentes aos credores presentes, pois "presentes 3 credores dessa classe o plano
foi recepcionado por um deles, cujo crédito perfez a quantia de R$ 3.324.312,50,
representando 97,46376% do total dos créditos da classe, considerando os credores presentes"
(fl. 130). Contudo, não alcançou a maioria quantitativa, já que recebeu a aprovação por cabeça
de apenas um credor, apesar de quase ter atingido o quórum qualificado (obteve voto de 1/3
dos presentes, sendo que a lei exige"mais"de 1/3). Ademais, a recuperação judicial foi
aprovada em 15/05/2009, estando o processo em pleno andamento. 5. Assim, visando evitar
eventual abuso do direito de voto, justamente no momento de superação de crise, é que deve
agir o magistrado com sensibilidade na verificação dos requisitos do cram down, preferindo
um exame pautado pelo princípio da preservação da empresa, optando, muitas vezes, pela sua
flexibilização, especialmente quando somente um credor domina a deliberação de forma
absoluta, sobrepondo-se àquilo que parece ser o interesse da comunhão de credores. 6.
Recurso especial não provido. (STJ - REsp: 1337989 SP 2011/0269578-5, Relator: Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 08/05/2018, T4 - QUARTA TURMA, Data
de Publicação: DJe 04/06/2018)
A Primeira Jornada de Direito Comercial CJF/STJ aprovou os Enunciados n. 44 e 46, que refletem com precisão esse
entendimento:
“44. A homologação de plano de recuperação judicial aprovado pelos credores está sujeita ao
controle de legalidade.”
Feitas tais observações, foge à apreciação judicial questões como o deságio, carência, parcelamento, juros e correção monetária
para as classes de contempladas pelo plano. A respeito, confira-se o entendimento das C. Câmaras de Direito Empresarial do E.
Tribunal de Justiça de São Paulo avalizando a decisão dos credores em situações assemelhadas:
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Agravo de instrumento. Recuperação judicial. Decisão homologatória de plano que previu
condições diversas para credores financeiros, 'credores quirografários essenciais' e credores
quirografários. Criação de subclasses de credores. Possibilidade reconhecida. Precedentes.
Deságio de 30% e parcelamento em 20 anos, com juros de 0,5% ao mês. Possibilidade de
condições mais desfavoráveis já reconhecida pela jurisprudência. Precedentes. Correção
Monetária. Taxa Referencial. Possibilidade. Precedentes. Decisão mantida. Recurso
desprovido."(AI2118761-63.2017.8.26.0000, 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial,
Rel. Des. Claudio Godoy, j. em 12.03.2018 - destaque não original)
Vale destacar que o plano de recuperação detalha, ainda que de forma sucinta, o modelo de reestruturação empresarial proposto. A
análise da viabilidade econômica das medidas previstas no plano e de sua eficiência para o soerguimento da atividade das
requerentes, contudo, é matéria de competência exclusiva dos credores a ele submetidos e não do Juízo. Neste aspecto, a
aprovação do plano pelo quórum verificado sugere que parte substancial dos credores a ele sujeitos enxerga a viabilidade da
permanência da atividade empresarial das requerentes e do plano de restruturação de seu endividamento.
Não há, portanto, nulidade do plano de recuperação que impeça sua homologação.
Os pagamentos deverão ser efetuados diretamente aos credores, que deverão informar seus dados bancários diretamente às
recuperandas, ficando vedado, desde já, quaisquer depósitos nos autos.
Nos termos do art. 61, da LRF, as devedoras permanecerão em recuperação judicial até que se cumpram as obrigações previstas no
plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial, devendo a administradora judicial fiscalizar
mensalmente as atividades em relação ao adimplemento do quanto proposto e aprovado em assembleia.
Segundo o art. 63 da LRF, cumpridas as obrigações vencidas no prazo de dois anos, o juiz decretará por sentença o encerramento
da recuperação judicial.
Não há necessidade de julgamento de todas as habilitações de crédito, publicação de quadro geral de credores ou outras
formalidades, mas estritamente o cumprimento das obrigações exigíveis no biênio.
Portanto, deverá a administradora judicial apresentar relatório pormenorizado, a respeito do cumprimento do plano, ao final do
biênio legal, para encerramento do processo.
10 . Intime-se o Banco do Nordeste do Brasil para transferir a quantia anteriormente debitada das contas das recuperandas, no
valor de R$ 4.364.281,19 (quatro milhões, trezentos e sessenta e quatro mil, duzentos e oitenta e um reais e dezenove centavos),
para a na conta judicial vinculada ao presente feito, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas da ciência da presente
decisão.
Intime-se e Cumpra-se.
Assinado Eletronicamente
AV. NORTE SUL, LOTE 02, S/N - CIDADE JUDICIÁRIA - BAIRRO CAMPO DE BELÉM
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CEP: 65.609-005 - CAXIAS/MA | FONE: (99) 3422-6760
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