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FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
DIMENSIONAMENTOS
GEOMÉTRICO E ESTRUTURAL
REVISÃO 1 - Parcial
abril 2013
1. DEFINIÇÃO E TIPOS
• Radier: “elemento de fundação superficial que abrange parte ou todos os pilares de uma
estrutura, distribuindo os carregamentos”.
• Sapata corrida: “sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares
ao longo de um mesmo alinhamento”.
Apesar de não descrito pela NBR 6122/2010, mas por ser muito utilizado em edificações
de um ou dois andares, convém incluir:
• Bloco corrido: bloco sujeito à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao
1
Página
Observa-se que, na literatura, nunca havia existido um consenso com relação à definição
de um critério capaz de determinar se uma fundação superficial era rígida ou flexível.
Isso ocorria, provavelmente, pelo fato de rigidez e flexibilidade serem conceitos relativos,
o que faz, por exemplo, com que um mesmo objeto possa ser considerado rígido ou
flexível em função do outro com o qual é comparado.
Em 2003, a nova versão da NBR 6118 criou um critério que será descrito no item 2.2.
Com relação às fundações superficiais, o que realmente importa, por influir na escolha do
processo a ser adotado no cálculo das tensões no solo, é a forma final da superfície de
contato (inicialmente plana) da fundação após o recalque do solo.
Por definição, se tal superfície continuar plana, a fundação é dita rígida, caso contrário,
flexível. A Figura 2-1 ilustra as duas situações.
Pelas situações mostradas na Figura 2-1, pode-se deduzir que, para as mesmas condições
2
de solo e superfície de contato, a altura da fundação é que definirá se ela será rígida ou
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flexível.
Em análise estrutural, o coeficiente de rigidez é definido como a relação entre uma ação
(carga) e um deslocamento provocado, ou seja:
Dentro do exposto, considerada como uma placa, uma fundação direta pode ter sua rigidez
definida numericamente pela expressão (Pires, A.C.X.):
Ec ⋅ I
K= (Equação 2-2)
E s ⋅ m3 ⋅ n
Como pode ser verificado pela Equação 2.2, a rigidez de uma fundação superficial é
função do seu material (E c ), da sua geometria (m, n, I) e do tipo de solo (E s ) subjacente.
3
Página
3
Ec h
• flexão na direção de “a” ⇒ Ka = (Equação 2-3a)
12 E s a
3
Ec h
• flexão na direção de “b” ⇒ Kb = (Equação 2-3b)
12 E s b
Para que se tenham fundações rígidas, ou seja, K ≥ 0,5, as Equações 2-3 conduzem a:
6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥ 3 (Equação 2-4a)
Ec
6 ⋅ b3 ⋅ E s
h≥3 (Equação 2-4b)
Ec
Observa-se que é critério comum denominar como “a” a maior dimensão da sapata.
Assim sendo, salvo raríssimas exceções, basta a utilização da Equação 2-4a para a definição
da rigidez da sapata.
Como curiosidade observa-se que pela NBR 6118/1976, o valor de E c era dado pela
fórmula:
E c = 0,9 × 21000
. fck + 35 [em kgf/cm2] (Equação 2-6)
Tal expressão conduzia a um exagerado valor para o Ec, que não correspondia à realidade.
O módulo de deformabilidade do solo (E s ) pode ser obtido, com base no SPT, através das
correlações dadas pela Tabela 2-1 (Silveira, J.E.S.).
Como exemplo dessa não fidelidade, cita-se o fato dela não considerar as dimensões dos
pilares, o que implica na obtenção de coeficientes de rigidez (K) inferiores aos reais, o que
conduz a uma altura de fundação acima da realmente necessária, quando se projeta uma
fundação rígida.
Para a consideração das dimensões do pilar (a o × b o - Figura 2-2) pode-se, nas equações
2-3 e 2-4, como critério do autor, substituir as dimensões da fundação (a x b) por:
por
a
→ a − a o (Equação 2-7a)
por
b
→ b − bo (Equação 2-7b)
5
Página
A seguir são apresentados exemplos de cálculo da altura mínima de sapatas que garante,
com base na Equação 2.4, que ela poderá ser considerada rígida
Exemplo 2-1: Calcular a altura mínima para uma sapata rígida de dimensões 3x2m,
fck=30 MPa, assentada sobre argila siltosa com SPT igual a 5.
6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥3 onde a = maior dimensão da sapata;
Ec
E s = 10 × 5 = 50 kgf/cm2.
6 ⋅ 300 3 ⋅ 50
∴ h≥3 = 31 cm
261.000
Exemplo 2-2: Calcular a altura mínima para uma sapata rígida de dimensões 3x2m,
fck=30MPa, assentada sobre areia c/ pedregulhos, com SPT igual a 20.
6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥3 onde a = maior dimensão da sapata;
Ec
E s = 33 × 20 = 660 kgf/cm2.
6 ⋅ 300 3 ⋅ 660
∴ h≥ 3 = 74 cm.
261.000
Exemplo 2-3: Calcular a altura mínima para uma sapata rígida de dimensões 6x2m,
fck=15MPa, assentada sobre argila siltosa com SPT igual a 5.
6
6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥ 3 onde a = maior dimensão da sapata;
Página
Ec
E s = 10 × 5 = 50 kgf/cm2.
6 ⋅ 600 3 ⋅ 50
∴ h≥3 = 63 cm.
261.000
∴ Para a sapata ser rígida ⇒ h ≥ 63 cm.
Exemplo 2-4: Calcular a altura mínima para uma sapata rígida de dimensões 6x2m,
fck=15MPa, assentada sobre areia c/ pedregulhos, com SPT igual a 20.
6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥3 onde a = maior dimensão da sapata;
Ec
E s = 33 × 20 = 660 kgf/cm2.
6 ⋅ 600 3 ⋅ 660
∴h ≥ 3 = 149 cm.
261.000
∴ Para a sapata ser rígida ⇒ h ≥ 149 cm.
Exemplo 2-5: Calcular a altura mínima para uma sapata rígida de dimensões 3x2m,
fck=15MPa, assentada sobre rocha sã.
6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥3 onde a = maior dimensão da sapata;
Ec
E s = E c = 261.000 kgf/cm2.
6 ⋅ 300 3 ⋅ 261.000
∴ h≥3 = 545 cm.
261.000
∴ Para a sapata ser rígida ⇒ h ≥ 545 cm (inviável)
7
Exemplo 2-6: Comparar os resultados dos exemplos 2-1 a 2-4, objetivando obter a
relação entre a altura da sapata e a sua maior dimensão em planta, para que
ela seja rígida.
Resumo dos resultados dos exemplos 2-1 a 2-4 (para a sapata ser rígida):
Sapata 2×3m; solo fraco (argila siltosa - SPT=5); E s = 50 kgf/cm2 ⇒ h ≥ 31 cm.
Sapata 2×3m; solo resistente (areia c/ pedr. - SPT=20); E s = 660 kgf/cm2 ⇒ h ≥ 74 cm.
Sapata 2×6m; solo fraco (argila siltosa - SPT=5); E s = 50 kgf/cm2 ⇒ h ≥ 63 cm.
Sapata 2×6m; solo resistente (areia c/ pedr - SPT=20); E s = 660 kgf/cm2 ⇒ h ≥149 cm.
h 31 63
• Solo fraco (argila - SPT=5): = = ≅ 0,10 ⇒ h = 0,10a
a 300 600
a − ao
Substituindo-se, conforme Equação 2-7a, “a” por “a - a o ”, tem-se: h≥
10
h 74 149
• Solo resistente (areia - SPT=20): = = = 0,25 ⇒ h = 0,25a
a 300 600
Substituindo-se, conforme Equação 2-7a, “a” por “a - a o ”, tem-se:
a − ao
h≥ (Equação 2-8)
4
Observa-se que a última relação [h ≥ (a-ao)/4] era adotada por vários autores como
condição de rigidez da fundação, o que, como pode ser confirmado pelos resultados
acima, para solos com SPT ≤ 20, é condição excessivamente segura.
Segundo o item 22.4.1 da NBR 6118/2003-2007, uma sapata será rígida se atender às duas
equações a seguir. Caso contrário ela deverá ser considerada flexível.
a − ao
h≥ (Equação 2-9a)
3
b − bo
h≥
8
(Equação 2-9b)
Página
Observa-se que o critério da NBR 6118/2003-2007 é mais rigoroso do que qualquer outro
adotado até 2003.
Considerando a Equação 2-4, pode-se verificar que as Equações 2.9 garantem ser rígidas
sapatas apoiadas em solo com SPT ≤ 48, ou seja, solos com tensão admissível próxima de
10 kgf/cm2.
No cálculo das tensões de contato (tensões no solo imediatamente sob a fundação), o fator
de maior relevância é a rigidez da fundação.
No caso de fundações flexíveis (Figura 3-1), essas tensões dependem, além das
deformações da fundação, das deformações do solo, que são regidas pela expressão:
σ = s ⋅ Cr (Equação 3-1)
O cálculo de fundações flexíveis é bem mais complexo do que o das fundações rígidas,
sendo feito, normalmente, via computador, utilizando os conceitos de placa (a fundação)
sobre base elástica (o solo).
Nesse caso específico (fundação sobre rocha), a NBR6122/96 recomendava que, no cálculo
estrutural, fosse adotado o diagrama de tensões mostrado na Figura 3-2.
Salienta-se que, nas expressões dadas a seguir, não existem termos relativos às
características do solo suporte, dando a falsa impressão deles não influírem. Deve-se
lembrar, entretanto, que para se definir a fundação como rígida, o tipo e a resistência do
solo foram considerados (ver exemplos 2-1 a 2-5).
Como citado, as tensões de contato de fundações superficiais rígidas podem ser calculadas
utilizando-se as equações da resistência dos materiais, referentes às tensões normais e
tensões normais na flexão.
A equação básica é:
N Mx My
σ ( x, y ) = ± ⋅y± ⋅x (Equação 4-1)
A Ix Iy
A Figura 4-1 ilustra o descrito. Nela, os pontos I, II, III e IV são aqueles onde as pressões
são calculadas, visto serem locais onde ocorrerão os valores máximo e mínimo de tensões.
Antes de continuar com o estudo da equação 4-1, convém comentar sobre a origem das
excentricidades da carga normal atuante na fundação, que são, como já visto, equivalentes
a momentos fletores aplicados na fundação.
Voltando à equação 4-1, é importante observar que ela só pode ser aplicada quando as
dimensões “l x ” e “l y ” e as excentricidades “e x ”e “e y ”, definidas na Figura 4-2, atenderem
à inequação:
ex ey 1
+ ≤ (Equação 4-2)
lx ly 6
A restrição imposta pela equação 4-2 garante que, ao se calcular as tensões no solo pela
equação 4-1, só sejam encontradas tensões de compressão, visto que é impossível existir
tensões de tração entre a fundação e o solo.
13
Página
Quando as excentricidades não atenderem à equação 4-2, as tensões no solo devem ser
calculadas conforme um dos dois subitens seguintes.
A NBR 6122/2010 (em vigor), passou a exigir que, no mínimo 2/3 área da sapata esteja
comprimida (3e’ x ≥ 2l x /3 e 3e’ y ≥ 2l y /3).
Salienta-se, na Figura 4-8, que existem quatro regiões 1, duas regiões 2 e duas regiões 3.
Para cada região, os diagramas de tensão no solo podem ser obtidos como a seguir descrito
(Pires, A.C.X.).
4.2.1. Região 1
A Figura 4-9 mostra a posição da linha neutra (lugar geométrico dos pontos de tensão
nula) para os casos em que a excentricidade da carga normal cai nessa região.
a2
− 12
a a
onde: t= + 2
(Equação 4-3), e
12 e x
ex
b b b2
s= + 2
− 12 (Equação 4-4)
12 e y
e y
(Equação 4-5)
a⋅b
Página
e ey
onde: η= x +
a b
As tensões nos pontos I e III podem ser obtidas através das relações:
σ I σ III σ max
= = (Equação 4-6)
d I d III d max
Obs.: deve-se lembrar de que as tensões no solo são proporcionais às distâncias dos
pontos considerados à linha neutra (LN).
As distâncias, d I , d III e d máx (ver Figura 4-9) podem ser obtidas, com suficiente
precisão, através de desenho em escala.
Se desejado, maior precisão pode ser obtida pela geometria analítica, através das
seguintes expressões:
y − y1
y − y1 = 2 ( x − x1) (Equação 4-7)
x 2 − x1
a ,x p + b ,y p + c ,
d= (Equação 4-8)
(a ) + ( b )
, 2 , 2
4.2.2. Região 2
A Figura 4-10 mostra a posição da linha neutra para os casos em que a excentricidade da
carga normal cai nessa região.
a a a2
onde: t= + 2
− 12 (Equação 4-3)
12 e x
ex
3 b − 2 ey
α = tg −1 ⋅ (Equação 4.9)
2 t + ex
12 N a + 2t
σ max = ⋅ 2 (Equação 4-10)
a ⋅ tgα a + 12 t 2
σ I σ max
= (Equação 4-11)
dI d max
18
Página
4.2.3. Região 3
A Figura 4-11 mostra a posição da linha neutra para os casos em que a excentricidade da
carga normal cai nessa região.
b b b2
onde: s= + 2
− 12 (Equação 4-4)
12 e y
e y
3 a − 2 ex
β = tg −1 ⋅
(Equação 4-12)
2 s + e y
12 N b + 2s
σ max = ⋅ 2 (Equação 4-13)
b ⋅ tgβ b + 12 s2
σ III σ max
= (Equação 4-14)
d III d max
19
Página
4.2.4. Região 4
Portanto, quando a excentricidade cair nessa região, as dimensões da fundação devem ser
alteradas de forma que a carga normal excêntrica fique nas regiões 1, 2 ou 3, claro, no caso
de ser inviável que ela seja posicionada dentro do núcleo central.
Para que seja garantido que a carga normal excêntrica não cairá na região 4 (segundo a
NBR-6122/2010), basta que as excentricidades “e x ” e “e y ” atendam à inequação:
2
ey
2
ex 1
+ ≤ (Equação 4-15)
lx ly 12,96
Como curiosidade, comenta-se que para o limite de 50% de área comprimida, preconizado
na NBR-6122/1984, a equação 4-15 se transformaria em:
2
ex
2
ey 1
+ ≤ (Equação 4-16)
lx ly 9
20
Página
Apenas como curiosidade, mostra-se, a seguir, o que a NBR 6122/1996 (não mais em
vigor) preconizava em seu item 6.3.1.3:
“No dimensionamento de uma fundação solicitada por carga excêntrica (V), pode-se considerar a área
efetiva (A) da fundação, conforme indicado na Figura 5-1 [4] . Nesta área efetiva atua uma pressão
uniformemente distribuída (σ), obtida pela equação:
[4]
Figura 2, na NBR 6122.
V
σ= (Equação 5-1)[5] ”
A
[5]
numeração do autor.
“A pressão uniformemente distribuída (σ) deve ser comparada à pressão admissível com a qual deve ser
feito o dimensionamento estrutural da fundação.”
Felizmente, a NBR 6122/2010 eliminou tal consideração, que, a nosso ver, não deixava
21
de ser absurda.
Página
Exemplo 6.1: Calcular as tensões de contato para o bloco de fundação mostrado na figura.
N N 800
σ ( x, y ) = = = = 267 KN / m 2 = 2,67 kgf / cm 2
A (a ⋅ b ) 2 × 1,5
Essa tensão é uniformemente distribuída em toda a superfície de contato.
22
Página
Exemplo 6.2: Calcular as tensões de contato para a sapata da figura, que está assentada
sobre a rocha e é solicitada por uma carga de 1.500 kN.
N 1500
σ= = = 375KN / m 2 = 3,75kgf / cm 2
(a ⋅ b ) 2 × 2
Entretanto, como a fundação está sobre rocha, deve-se atender ao prescrito na Figura 3-2, a
saber:
Exemplo 6.3 Calcular as tensões de contato para a sapata da figura que está assentada sobre
a rocha e é solicitada por uma carga normal de 900 kN e um momento, em
torno de “y”, de 180 kN.m.
Solução:
My 180 a 3
ex = = = 0,20m < = = 0,5m
N 900 6 6
Portanto, a carga excêntrica está no núcleo central, o que implica na validade da aplicação
da Equação. 4-1.
Assim:
N My 900 180 3
σ ( x, y ) = ± x= ± × = 150 ± 60( KN / m²)
(a ⋅ b ) I y 3 × 2 2 × 33 2
12
Entretanto, como a sapata está sobre rocha, deve-se utilizar o seguinte diagrama de tensões:
Ë opinião pessoal do autor que a tensão média deveria considerar, no mínimo, a tensão
máxima e a tensão no eixo do pilar, o que conduziria ao seguinte diagrama de tensões no
solo:
Exemplo 6.4: Calcular as tensões de contato para a sapata da figura sabendo-se que as
solicitações são: N= 1200kN; Mx= 180 kN.m e My= 300 kN.m.
25
Página
Solução:
• Cálculo das excentricidades:
My 300
ex = = = 0,25m
N 1200
Mx 180
ey = = = 0,15m
N 1200
ex ey 1 0,25 0,15 1 ‘
+ ≤ (?!) ⇒ + = 0,158 < = 0,167
Lx Ly 6 3 2 6
σ ( x , y ) = 200 ± 90 ± 100
Então:
σ max + 390 KN / m 2
σ min = +10 KN / m 2
Exemplo 6.5: Calcular as tensões de contato para a sapata da figura sabendo-se que as
solicitações são: N= 1200kN, Mx= 0 kN.m e My= 720 kN.m.
Solução:
• Cálculo da excentricidades:
My 720
ex = = = 0,6m
N 1200
Mx 0
ey = = = 0m
N 1200
ex ey 1
+ ≤ (?!)
Lx Ly 6
27
0,6 0 1
+ = 0,2 > = 0,167
3 2 6
Página
Portanto, a Equação 4.1 não pode ser utilizada, pois a resultante das forças está fora do
Núcleo Central.
Como a excentricidade localiza-se sobre o eixo dos “x”, são válidas as relações descritas na
Figura 4.6.
Sendo:
Lx 3
ex = 0,6 ⇒ e' x = − ex = − 0,6 = 0,9 m
2 2
Lx 2
3e' x = 3 × 0,9 = 2,7 m ≥ = × 3 = 2,0 m(ok )
2 3
2N 2 × 1.200
σ max = = = 444 kN / m ²
3e' x L y 3 × 0,9 × 2,0
Exemplo 6.6: Calcular as tensões de contato para a sapata da figura sabendo que as
solicitações são: N= 1200 kN, Mx= 180 kN.m e My= 600 kN.m.
28
Página
Solução:
My
600
ex = =
= 0,5m
N 1200
Mx 180
ey = = = 0,15m
N 1200
ex ey 1
+ ≤ (?!)
Lx Ly 6
0,5 0,15 1
+ = 0,24 > = 0,167
3 2 6
Portanto, a Equação 4.1 não pode ser utilizada, pois a resultante das forças está fora do
Núcleo Central.
Por outro lado, é sempre bom verificar se a resultante das forças não cai na Região 4.
2
e
2
ex 1
+ y ≤ ⇒
L
Lx y 12,96
2 2
0,5 0,15 1
+ = 0,033 < = 0,077
3 2 12,96
Portanto, a resultante não cai na Região 4. Observa-se que, se caísse, a sapata teria de ser
aumentada de forma orientada pelas excentricidades.
Para a verificação da região, em relação à Figura 4.8, onde se localiza a carga normal
excêntrica (resultante das forças), um croqui em escala é de grande ajuda. Observa-se que,
no caso de se errar tal região, tal fato poderá ser notado pela incoerência dos resultados.
29
Página
Croqui em Escala
• Cálculo da posição da linha neutra:
a a a² 3 3 3²
t= + − 12 ⇒ t = + − 12 = 2,72m
12 ex ex2 12 0 ,5 0,5 2
b b b² 2 2 2²
s= + − 12 ⇒ s = + − 12 = 4,37 m
12 e y e y2 12 0 ,15 0,15 2
30
d IV(máx) =3,33m;
d I = 2,10m, e
d III =0,97m
σ I = 316 KN / m ²
σ III = 146 KN / m ²
σ II = 0
31
Página
7. DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO
A área da base é diretamente definida através do primeiro termo da Equação 4-1, a saber:
N
σ= (Equação 7-1)
A
N
A = a ⋅b = (Equação 7-2)
σ adm
Na definição das dimensões “a”e “b” da fundação, deve-se observar, conforme Figura 7-1:
a) o centro de carga do pilar deve coincidir com o centro de gravidade da superfície de
contato;
b) nenhuma das dimensões deve ser menor do que 60cm (NBR-6122);
c) apesar de não haver qualquer menção na NBR-6122, é cultura difundida que, sempre que
possível, a relação entre os lados do retângulo (a/b) seja menor ou igual a 2,5;
d) sempre que possível, os quatro balanços da fundação devem ser iguais (L a =L b ), pois isso
conduz a um dimensionamento mais econômico (ver Figura 7-1).
32
Página
Cabe, neste momento, comentar sobre a carga normal (N) que solicita a fundação. Para
que haja filosofia única de cálculo, em qualquer situação de solicitação, a carga normal
(N) a ser considerada no projeto deve ser igual a:
Todas as considerações feitas nos itens “7.1.a” até “7.1.c” são válidas, desde que no item
“7.1.a” a expressão “centro de carga do pilar” seja substituída pela expressão “centro de
carga dos pilares”.
Com o parágrafo anterior, quer-se dizer que o centro de gravidade da fundação deve
coincidir com o centro de carga dos pilares, conforme ilustra a Figura 7-2.
Observa-se, ainda, que, após a definição das dimensões conforme descrito acima, as
tensões no solo sob a mesma deverão ser calculadas considerando todas as combinações
possíveis de cargas máximas e mínimas dos pilares.
Tais cálculos, necessariamente, deverão ser feitos com base no descrito no item 7.3, pois a
carga normal resultante será excêntrica.
33
Página
A NBR 6122/2010 define que, nas hipóteses nas quais o vento seja o carregamento
principal, é permitido majorar a tensão admissível no solo de 30%.
Como curiosidade, observa-se que a NBR-6122/1996 (não mais em vigor), no item 5.5.3,
preconizava:
“Quando forem levadas em consideração todas as combinações possíveis entre os diversos
tipos de carregamentos previstos pelas normas estruturais, inclusive a ação do vento,
pode-se, na combinação mais desfavorável, majorar em 30% os valores admissíveis das
tensões no terreno e das cargas admissíveis em estacas e tubulões. Entretanto, esses
valores admissíveis não podem ser ultrapassados, quando consideradas apenas as cargas
permanentes e acidentais”.
34
Exemplo 7.4.1: Definir a seção da superfície de contato de uma sapata submetida a carga
normal de 20 tf e momento de 6,5 tfm, sabendo-se que a tensão admissível
no solo é de 15 tf/m².
Solução:
M = M y = 6,5tf .m
My 6,5
ex = = = 0,325m
N 20
a a
= ex ⇒ = 0,325m
6 6
∴ a = 1,95m
Portanto, para valores de “a” maiores e iguais a 1,95m, a seção da sapata estará totalmente
comprimida.
35
Página
• 1a tentativa:
Supondo que a=2,5, tem-se:
N 20
bref = = = 0,53 → badt = 1m
σ adm × a 15 × 2,5
20 6,5 2,5
σ = ± × = 8 ± 6,64
2,5 × 1 1× 2,5 3
2
12
∴
σ I , IV = +14,2tf / m²
σ II , III = +1,28tf / m²
Verifica-se que a tensão máxima (14,2 tf/m2) é bem próxima da tensão admissível (15
tf/m2). Por conseguinte, uma segunda tentativa pode ser dispensada.
Assim sendo, a superfície de contato da sapata terá seção de 2,5 x 1m.
Exemplo 7.4.2: Definir a seção da superfície de contato de uma sapata submetida a uma
carga normal de 120 tf e dois momentos perpendiculares de 12 tfm e 9 tfm,
sabendo-se que a tensão admissível no solo é de 20tf/m².
Solução:
My
12
M y = 12tf ⋅ m ⇒ ex = =
= 0,10m
36
N 120
Página
M 9
M x = 9tf ⋅ m ⇒ e y = x = = 0,075m
N 120
Revisão 1 - Parcial (abril-2014)
Fundações Superficiais
Dimensionamento Geométrico e Estrutural Prof. Élvio Mosci Piancastelli
120
Aref = = 6m ² ⇒ a ref × bref = 3 × 2m
20
• 1a tentativa: adotando-se a = 3,5m e b = 2,5m
Como a tensão máxima (22,1 tf/m2) ultrapassou a tensão admissível (20 tf/m2), a seção
da sapata deve ser aumentada, preferencialmente, a dimensão “a”.
Como já visto, os blocos são projetados de forma que as tensões de tração sejam resistidas
pelo próprio concreto.
A Figura 8-1 mostra as seções transversais mais utilizadas para esse elemento estrutural.
tgβ σs
= +1 (Equação 8-1)
β σ ct
2
3
0,7 x0,3 xfck 2
σ ct = 0,85 × = 0,106 fck 3
(com f ck em MPa).
1,2 x1,4
Vsd ≤ Ac × τ wRd
2
3
0,7 x0,3 xfck 2
τ wRd = 0,3 × = 0,0375 fck 3
(com f ck em MPa).
1,2 x1,4
σ ct = f tk 2,5 ≤ 0,8MPa
ou
ftk = 0,06fck + 0,7 MPa ; para fck > 18MPa .
39
Página
Definido o valor de “β”, a altura “h” é obtida com base nas expressões:
a − ao
h1 = tgβ ⋅ (Equação 8-2), e
2
b − bo
h 2 = tgβ ⋅ (Equação 8-3)
2
Para a altura “h”, deve ser adotado o maior dos dois valores entre “h 1 ” e “h 2 ”.
a − a o b − bo
= ou seja:
2 2
a − b = a o − bo (Equação 8-4)
Através da Tabela 8-1, elaborada com base na Equação 8-1, pode-se obter rapidamente o
valor de “β”, a partir da relação “σ adm / σ ct ”.
40
Página
Exemplo 8.1.1:
Exemplo 8.1.1: Dimensionar bloco de fundação para pilar com carga de 70tf (20x40cm),
considerando que a tensão admissível no solo seja de 2 kgf/cm².
Solução:
2
3
0,7 x0,3 xfck 2 2
σ ct = 0,85 × = 0,106 fck 3
= 0,106 × 15 3
= 0,64 MPa = 6,4kgf / cm 2
1,2 x1,4
70.000
a×b = = 35.000cm²
2
a − b = 40 − 20 = 20cm
70.000
σs = = 1,94kgf / cm 2
200 × 180
σ adm 2
= = 0,313 → β = 48º
σ ct 6,4
200 − 40 180 − 20
h ≥ tg 48º = tg 48º = 89cm ⇒ hadot = 95cm
2 2
PPbloco + PPterra 13
= = 0.186 = 18,6%
PPpilar 70
Portanto, verifica-se que o peso do bloco e da terra sobre ele são significativos em relação a
carga do pilar.
42
Página
215 − 40 195 − 20
h ≥ tg 48º = tg 48º = 97,2cm
2 2
É importante salientar que para o cálculo da tensão transmitida ao solo, de vê-se utilizar a
carga total solicitante (P pilar + PP bloco + PP terra ), enquanto que para a definição da altura
pode-se usar apenas tensão transmitida ao solo pelo pilar (P pilar ).
e e 25
tgβ = ⇒ pmax = = = 22,5cm
pmax tgβ tg 48º
43
Padot = 20cm
Página
• Geometria do Bloco:
PLANTA VISTA
Vs= 87,5 x215 x 2 = 37.625 kgf ⇒ Vsd = 1,4 x 37.625 = 52.675 kgf.
2
3
0,7 x0,3 xfck 2 2
τ wRd = 0,3 × = 0,0375 fck 3
= 0,0375 × 15 3
= 0,228MPA = 2,28kgf / cm 2
1,2 x1,4
52.625
h≥ = 118,4cm ∴ hadot . = 120cm
2,28 × 195
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PLANTA VISTA
45
Página
Constata-se que a diferença básica entre as duas vigas da figura consiste na ausência de
estribos na viga B, que ocorre em função da existência de uma única biela comprimida.
A viga B, na verdade, funciona como uma “mão francesa”, sendo dimensionada, portanto,
como uma treliça - o método das bielas comprimidas -, ao contrário da viga A que é
dimensionada à flexão e ao cisalhamento.
Uma sapata cujas dimensões satisfaçam à equação 9-1 pode, por analogia, ser calculada
pelo método das bielas.
Página
A Figura 9-2 mostra a simbologia adotada para cada dimensão da sapata e as correlações
necessárias para que ela possa ser dimensionada pelo método das bielas.
PLANTA CORTE
Figura 9-2 - Método das Bielas - Relações Geométricas Necessárias (altura útil “d”)
Portanto, para poder ser utilizado o método das bielas, a altura útil da sapata deve atender,
simultaneamente a:
a − ao a − ao b − bo b − bo
≤d≤ (Equação 9-2a) ≤d≤ (Equação 9-2b)
4 2 4 2
Salienta-se que os dois limites superiores da altura útil (d) da sapata, dados pelas equações
9-2a e 9-2b, são pouco destacados na bibliografia técnica. Todavia, o seu não atendimento
pode causar surpresas desagradáveis, em função do surgimento de elevadas tensões de
tração bem acima da face inferior da sapata, exigindo dois níveis de armadura.
Por não se tratar exatamente de um consolo curto, a altura útil “d” da sapata deverá atender,
também, ao dimensionamento à punção.
Entretanto, com o critério definido pela NBR 6118/2003-2007 para uma sapata ser rígida, o
cálculo da punção é desnecessária, conforme visto no item 2.2, a saber:
a − ao b − bo
h≥ (Equação 2-9a) h≥ (Equação 2-9b)
3 3
47
Página
h
ho ≥ ≥ 30cm (Equação 9-3)
3
Como curiosidade, observa-se que vários autores, como garantia de não puncionamento,
limitavam inferiormente o valor da altura útil pela prática fórmula a seguir, atribuída a
Caquot:
γf ⋅P
d ≥ 1,44 (Equação 9-5)
0,85 ⋅ fcd
A Figura 9-3 mostra o sistema de forças que formam a treliça interna, idealizada no
método das bielas, na direção do lado “a” da sapata.
a ao
−
Ta 4 4
tgα = = (Equação 9-6)
P d
2
P ⋅ (a − a o )
∴ Ta = (Equação 9-7)
8d
1,4 ⋅ Ta
Asa = ≥ Asa ,min = 0,001⋅ b ⋅ h (Equação 9-8)
fyd
b bo
−
Tb
tgα = = 4 4 (Equação 9-9)
P2 d
P ⋅ ( b − bo )
∴ Tb = (Equação 9-10)
8d
1,4 ⋅ Tb
Asb = ≥ Asb ,min . = 0,001 ⋅ a ⋅ h (Equação 9-11)
f yd
É importante salientar que o cálculo pelo método das bielas considera que a tensão no solo
seja uniforme, ou seja, que a fundação seja solicitada apenas por carga normal.
Para a utilização do método nos casos de carga normal excêntrica, é preciso uniformizar
o diagrama de tensões no solo.
O critério mostrado na Figura 9-4 é bastante razoável, sendo, também, um dos mais
utilizados para obras em geral.
Tal critério de uniformização pode ser bem menos conservador do que o primeiro,
dependendo das relações existentes entre os valores das três tensões envolvidas.
De qualquer forma, deve-se verificar se o peso próprio da sapata, junto com o peso da
terra sobre ela, não superam as tensões no solo devidas às cargas do pilar, provocando
momentos negativos. Se isto acontecer, armaduras superiores devem ser calculadas, de
forma análoga à das armaduras inferiores.
Salienta-se que a figura geométrica definida por uma sapata com superfície de contato
retangular é a combinação de um paralelepípedo e um obelisco de base retangular,
conforme Figura 9-6.
O seu volume (paralelepípedo + obelisco) é dado pela seguinte expressão (ver Figura 9-6):
h − ho
V = a ⋅ b ⋅ ho +
6
[
⋅ ab + ( a + a o ) ⋅ ( b + b o ) + a o b o ] (Equação 9-12)
51
Página
Exemplo 9.1.1: Dimensionar pelo método de bielas, sapata para um pilar com carga normal
de 100tf(25x40), sabendo-se que o solo possui σ adm = 2,3kgf/cm².
Concreto fck=15MPa
Aço CA50
Solução:
50.000
bmax = (100 − 2,5)2 = 195cm ⇒ a = = 256,4cm
52
195
Página
γf ⋅ P 1,4 ×100000
d ≥ 1,44 = 1,44 = 56cm
0,85 ⋅ fcd 0,85 ×150 / 1,4
a − a o 260 − 40
h≥ = = 73,3 ≅ 75cm ⇒ d = 75 − 5 = 70cm
3 3
b − bo 195 − 25
h≥ = = 56,7 ≅ 60cm ⇒ d = 60 − 5 = 55cm
3 3
a) Direção da “a”
P (a − a0 ) 100.000(260 − 40)
Ta = = = 39.285kgf
8d 8 × 70
1,4 ⋅ Ta 1,4 × 39.865
Asa = = = 12,8cm²
53
f yd 50.000 / 1,15
Página
b) Direção de “b”
- Calculo de h 0 .
h
h0 ≥ ≥ 30cm
3
obs : h0 ≥ 20cm é admitido para armaduras finas.
α ≤ 30º (equação9 − 4)
balanço direção " a" = (260 − 40) / 2 = 110cm
balanço direção " b" = (195 − 25) / 2 = 85cm
h − h0
tgα = ⇒ h0 = h − L ⋅ tgα
L
no caso : h0min = h − Lb ⋅ tg 30º = 75 − 85 × tag 30º = 25,9cm
h 75
= = 25cm
pela equação 9 − 3 : h0 ≥ 3 3
30cm
∴ hadot = 30cm
• Detalhamento:
Os critérios a serem citados no item 10 também devem ser também aqui atendidos.
55
Página
Exemplo 9.1.2: Dimensionar pelo método de bielas, sapata com as dimensões e solicitações
dadas na figura.
Solução:
'
Pequiv = σ equiv
'
⋅ a ⋅ b = 11,8 × 2,8 × 1,5 = 50,0tf
280 − 30
d≥ = 62,5cm
4
150 − 20
d≥ = 32,5cm
57
4
Página
1,4 × 52000
d ≥ 1,44 = 41cm
0,85 ×150 / 1,4
a − a o 280 − 30
h≥ = = 83,3 ≅ 85cm ⇒ d = 85 − 5 = 80cm
3 3
b − bo 150 − 20
h≥ = = 43,3 ≅ 45cm ⇒ d = 45 − 5 = 40cm
3 3
a) Direção de “a”.
b) Direção de “b”.
P (b − b0 ) 52.000(150 − 20)
Tb = = = 10.563kgf
8d 8 × 80
1,4 ⋅ Tb 1,4 × 10.563
As b = = = 3,4cm ²
fyd 5.000 / 1,15
58
• Cálculo de “h 0 ”: :
h − h0
tgα = ⇒ h0 = h − L ⋅ tgα
L
no caso : h0min = h − Lb ⋅ tg 30º = 85 − 125 × tg 30º = 12,8cm
h 85
= = 28,3cm
pela Equação 9 − 3 : h0 ≥ 3 3
30cm
∴ hoadot = 30cm
• Calculo de h 0
La = (280 − 30) / 2 = 125cm
Lb = (150 − 20) / 2 = 65cm
paraα ≥ 30º
h0min = 70 − 65tg 30º = 33cm
a = 280cm
Asa = 12,75cm 2
b = 150cm
Asb = 23,8cm 2
h = 85cm
h0 = 33cm Aço CA50
59
O texto será, portanto, resumo de seu conteúdo e, às vezes, transcrições, que, pelo grande
número, não serão colocadas entre aspas.
Lmax.
h≥ (Equação 10-1)
2
No caso de sapatas com altura variável, a resistência ao esforço cortante deve ser
verificada em todas as seções e o revestimento ser suficiente na zona de ancoragem.
Se as condições geométricas acima não forem satisfeitas, a sapata pode ser considerada
como viga ou placa, e calculada de acordo com a teoria correspondente.
60
Se a altura da sapata for maior do que o dobro de todos os balanços (L), ela deverá ser
Página
calculada como bloco de fundação, e as recomendações deste item não são aplicáveis.
Observa-se que a altura mínima dada pela equação 10-1 (h ≥ L/2) corresponde à altura
mínima para que a sapata possa ser calculada pelo método das bielas (ver equações 9-2a e
9-2b).
Lembra-se que, pela NBR 6118/2003-2007 uma sapata é considerada rígida se h ≥ L/1,5.
61
A posição das seções S 1 em relação ao pilar, deve-se ao fato de, no caso de pilares
alongados, o valor do momento poder crescer sensivelmente além da seção situada na face
do pilar.
Está implícito, na justificativa acima, que, em pilares não alongados, as seções S 1 podem
ser consideradas nas faces do pilar, sem erros significativos.
A altura útil (d 1 ) das seções S 1 são medidas junto às faces do pilar, coincidindo, portanto
com a chamada altura útil da sapata (d - altura útil máxima). Essa altura não deve
exceder a 1,5 vezes a dimensão do balanço na direção perpendicular à da seção de
referência (direção de instalação da armadura que está sendo calculada). A expressão
matemática dessa limitação é:
Comparando-se as equações 10-3 e 9-2a e 9-2b, verifica-se que o CEB admite, para as
sapatas, altura superior à admitida no método das bielas.
Definidos os momentos fletores nas duas direções, as áreas das seções transversais das
Página
armaduras são calculadas como vigas à flexão simples, a partir das características
geométricas das seções de referência S 1 (a x d 1 ou b x d 1 ).
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A relação entre as áreas das armaduras nas duas direções deve ser maior do que 1/5.
Se o peso próprio da sapata e o peso de terra sobre ela tiverem sido considerados na
determinação das tensões no solo (o que é o indicado), eles devem ser descontados na
avaliação dos momentos. Caso resulte em algum momento negativo, a sapata deverá ser
dotada de armadura superior, conforme Figura 10-4.
As armaduras inferiores devem ser prolongadas, sem redução de seção, sobre toda a
extensão da sapata.
Um acréscimo de resistência ao esforço cortante pode ser procurado nas sapatas - placa,
localizando-se maior densidade de armadura em faixas paralelas aos lados do quadrado,
centradas sob o pilar e com largura conforme Figura 10-5.
63
Página
Nas sapatas de base retangular, a armadura paralela ao lado maior (“a”) deve ser
uniformemente distribuída. A armadura paralela ao lado menor (“b”) deve ser colocada
de modo que uma maior fração da seção total fique situada numa faixa central, sob o pilar,
conforme mostrado na Figura 10-6.
Se o balanço (L) da sapata for menor do que sua altura (h), a armadura inferior deve ser
totalmente ancorada na vizinhança das bordas da sapata, devendo o comprimento de
ancoragem ser medido a partir da extremidade da parte relilínea das barras, conforme
Figura 10-7.
64
Se o balanço (L) da sapata exceder sua altura (h), a armadura inferior deve ser totalmente
ancorada à partir da seção situada à distância “h” da face do pilar (Figura 10-8).
Conforme já dito, em nenhum caso a armadura pode ser interrompida antes de ter
atingido a borda da sapata.
2
V1d ≤ 0,9 d ⋅ n ⋅ π ⋅ φ ⋅ 11
, ⋅ 3 fcd (Equação 10-6b)
A adoção de tensão de aderência (τbu ) inferior (≈30%) à adotada para vigas e lajes
2
( 1,63 fcd ) é justificada pelo fato de haver concentração de cargas sob o pilar, e admitir-se,
no cálculo da força cortante (V 1d ), distribuição uniforme da carga em toda a largura da
65
sapata.
Página
b2 = bo + d (Equação 10-7)
66
Página
Nos casos onde a superfície de apoio da sapata e a seção transversal do pilar são
quadradas ou circulares, concêntricas e uniformemente carregadas, as características da
seção de referência S 2 são tais que conduzem às mesmas disposições previstas nas
recomendações para as superfícies de punção das lajes.
Define-se como alongadas as sapatas nas quais o comprimento do balanço (L) é maior do
que 1,5 vezes a dimensão da sapata medida transversalmente ao balanço.
Nesse caso, a seção de referência S 2 , relativa ao esforço cortante V d , fica situada na face
do pilar, perpendicularmente à direção do balanço. A Figura 10-10 ilustra o descrito.
1,5b 2 ⋅ d 2
Vd ,lim = ⋅ fck (Equação 10-9)
γc
A *s
onde: ρ = taxa de armadura longitudinal na seção S 2 = ;
b2 ⋅ d 2
67
γ c = 1,4 ;
unidades = kgf e cm.
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O segundo limite (equação 10-9), que resulta do primeiro (equação 10-8) colocando-se
ρ = 0,01, é indicado por prudência, visto que não se dispõe de resultados de ensaios em
sapatas com ρ > 1%.
Todavia, porcentagens elevadas de armadura não são freqüentes, mas, sendo o caso, o
critério de aderência (item 10-5) será decisivo.
Os valores limites do esforço cortante V d,lim podem ser majorados quando se dispuser de
armadura de cisalhamento.
Solução:
La = (260 − 40 ) / 2 = 110cm
68
Lmax 110
h = 70 > = = 55cm(ok ) − ( Equação − 10 − 1)
2 2
d = 63 < 1,5 × 85 = 127,5cm(ok ) − ( Equação − 10 − 3)
110
σs = = 19,7tf / m²
2,6 ×1,95
19,7 ×1,16²
Ma = = 13,25tfm / m
2
19,7 × 0,89²
Mb = = 7,80tfm / m
2
Observa-se que o cálculo das armaduras e a verificação da fissuração, deste exemplo, foram
feitos conforme a NBR-6118/1978 e não a NBR-6118/2003-2007.
Com:
69
M a =13,25tfm/m;
Página
b f =100cm;
d= 63cm
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Tem-se:
Tem − se :
• Armadura superior:
Pela figura abaixo, observa-se que não ocorrerão momentos negativos na sapata.
− direção de b :
Asb = 23φ10
V1d = (1,97 x 260 x89) × 1,4 = 45,586 × 1,4 = 63.820kgf
0,9d ⋅ n ⋅ π ⋅ φ1,13 fcd ² = 0,9 × 63 × 23 × 3,14 × 1 × 1,13 (150 / 1,4)² = 101.611kgf (OK )
71
Página
d = 63cm
40
d 2 = 23 + × 78,5 = 51,5cm < 78,5(OK )
110
b2 = b0 + d = 25 + 63 = 88cm
(observa − se que a sapata não é alongada )
15b2 .d 2
Vd ,lim = . ρ . fck
γc
comρ ≤ 0,01
Vd = 19,7 × 1,95 × 0,785
Vd = 30,16tf = 30.160kgf
15 x88 x51,5 21,9
Vd ,lim = × × 150
1,4 195 x51,5
Vd ,lim = 27,771kgf
Vd = 30.160kgf > Vd ,lim = 27,771kgf
Como “V d ” está um pouco acima de “V d,Lim ”, antes de se optar por aumentar a altura da
sapata deve-se “afinar a ponta do lápis”, corrigindo arredondamentos feitos ao longo do
cálculo inicial.
No caso em questão, basta reparar que o “d” (63cm) utilizando nos cálculos é menor que o
real.
72
Página
h = 70cm;
cobrimento = 3cm;
armadura = φ10eφ12,5.
1,25
d = 70 − 3 + 1,0 + = 65,4cm ⇒ d = 65,4cm
2
40
d 2 = 25,4 + × 77,3 = 53,5cm < 77,3(OK )
110
b2 = b0 + d = 25 + 65,5 = 90,5cm
h = 70cm
h0 = 30cm
cobrimento = 3cm
fck ≥ 15MPa
açoCA − 50
73
Página
12. BIBLIOGRAFIA:
[4] Montoya, P. J.; Mèseguer, A.G. & Cabrè, F. M. - "Hormigón Armado" - 2 Vols. , G.
Gili, 1978.
*****
74
Página