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PROF.

ÉLVIO MOSCI PIANCASTELLI

FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

DIMENSIONAMENTOS

GEOMÉTRICO E ESTRUTURAL
REVISÃO 1 - Parcial
abril 2013

ESCOLA DE ENGENHARIA DA UFMG


DEPTO. DE ENGENHARIA DE ESTRUTURAS
Fundações Superficiais
Dimensionamento Geométrico e Estrutural Prof. Élvio Mosci Piancastelli

1. DEFINIÇÃO E TIPOS

Fundação superficial (rasa ou direta) é definida pela NBR-6122/2010 - Projeto e


Execução de Fundações - como sendo:

“elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas


sob a base da fundação (tensões de contato [1]), e a profundidade de assentamento em
relação ao terreno adjacente à fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da
fundação”.
[1]
observação do autor

Convém ressaltar que, em nossa opinião, utilizar a profundidade de assentamento com


critério de definição de fundação direta (superficial ou rasa), por mais absurdo que possa
parecer, não é conveniente, pois o que, na verdade, difere as fundação superficiais das
fundações profundas é a forma de transmissão de cargas ao solo.

As fundações superficiais, segundo a mesma norma, dividem-se nos seguintes tipos:

• Sapata: “elemento de fundação superficial, de concreto armado, dimensionado de modo


que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo emprego de
armadura especialmente disposta para esse fim”.

• Bloco: “elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as


tensões de tração nele resultantes sejam resistidas pelo concreto, sem necessidade
de armadura”.

• Radier: “elemento de fundação superficial que abrange parte ou todos os pilares de uma
estrutura, distribuindo os carregamentos”.

• Sapata associada: “sapata comum a mais de um pilar”.

• Sapata corrida: “sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares
ao longo de um mesmo alinhamento”.

Apesar de não descrito pela NBR 6122/2010, mas por ser muito utilizado em edificações
de um ou dois andares, convém incluir:

• Bloco corrido: bloco sujeito à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao
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longo de um mesmo alinhamento.

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2. FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS RÍGIDAS E FLEXÍVEIS

Observa-se que, na literatura, nunca havia existido um consenso com relação à definição
de um critério capaz de determinar se uma fundação superficial era rígida ou flexível.

Isso ocorria, provavelmente, pelo fato de rigidez e flexibilidade serem conceitos relativos,
o que faz, por exemplo, com que um mesmo objeto possa ser considerado rígido ou
flexível em função do outro com o qual é comparado.

Em 2003, a nova versão da NBR 6118 criou um critério que será descrito no item 2.2.

Com relação às fundações superficiais, o que realmente importa, por influir na escolha do
processo a ser adotado no cálculo das tensões no solo, é a forma final da superfície de
contato (inicialmente plana) da fundação após o recalque do solo.

Por definição, se tal superfície continuar plana, a fundação é dita rígida, caso contrário,
flexível. A Figura 2-1 ilustra as duas situações.

Figura 2-1 - Fundação Superficial Rígida e Flexível -

Pelas situações mostradas na Figura 2-1, pode-se deduzir que, para as mesmas condições
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de solo e superfície de contato, a altura da fundação é que definirá se ela será rígida ou
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flexível.

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De qualquer forma, é importante obter-se uma formulação matemática, com base em


análise física, que bem represente a rigidez da fundação - o coeficiente de rigidez - e,
simultaneamente, definir-se um valor de referência para tal coeficiente, de forma que,
acima dele, a fundação possa ser considerada rígida e, abaixo dele, flexível.

Em análise estrutural, o coeficiente de rigidez é definido como a relação entre uma ação
(carga) e um deslocamento provocado, ou seja:

onde: k = coeficiente de rigidez;


A (Equação 2-1) A = ação (carga concentrada, distribuída ou
k=
D momento);
D = deslocamento (linear ou rotação).

No caso em questão, como interessa a interação entre a fundação e o solo, deve-se


relacionar a rigidez da fundação com a do solo, conforme definido pela equação 2-1, ou
seja, relacionar a flecha da fundação superficial com o recalque do solo.

Dentro do exposto, considerada como uma placa, uma fundação direta pode ter sua rigidez
definida numericamente pela expressão (Pires, A.C.X.):

Ec ⋅ I
K= (Equação 2-2)
E s ⋅ m3 ⋅ n

onde: K = coeficiente de rigidez;


E c = módulo de deformação longitudinal (ou de elasticidade) do concreto;
E s = módulo de deformabilidade, ou edométrico (ou de elasticidade) do solo;
m = dimensão da placa na direção da flexão analisada;
n = dimensão da placa ortogonal à dimensão “m”;
h = espessura da placa;
n ⋅ h3
I = momento de inércia da seção transversal = ( );
12

Como pode ser verificado pela Equação 2.2, a rigidez de uma fundação superficial é
função do seu material (E c ), da sua geometria (m, n, I) e do tipo de solo (E s ) subjacente.
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Para fundações superficiais retangulares, com superfície de contato de dimensões “a ×


b”, conforme Figura 2-2, a aplicação da equação 2-2 fornece:

3
Ec  h 
• flexão na direção de “a” ⇒ Ka =   (Equação 2-3a)
12 E s  a 

3
Ec  h 
• flexão na direção de “b” ⇒ Kb =   (Equação 2-3b)
12 E s  b 

Figura 2-2 - Dimensões de Fundações Superficiais Retangulares

A norma alemã - DIN 4018 - considera:


• estrutura rígida → se K ≥ 0,5;
• estrutura flexível → se 0 ≤ K ≤ 0,5.

Para que se tenham fundações rígidas, ou seja, K ≥ 0,5, as Equações 2-3 conduzem a:

6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥ 3 (Equação 2-4a)
Ec

6 ⋅ b3 ⋅ E s
h≥3 (Equação 2-4b)
Ec

Observa-se que é critério comum denominar como “a” a maior dimensão da sapata.
Assim sendo, salvo raríssimas exceções, basta a utilização da Equação 2-4a para a definição
da rigidez da sapata.

O valor do módulo de deformação longitudinal do concreto (E c ) pode ser obtido pela


expressão abaixo, conforme a NBR-6118/2003-2007:
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E c = 0,85 × 5.600 f ck [em MPa] (Equação 2-5)

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Como curiosidade observa-se que pela NBR 6118/1976, o valor de E c era dado pela
fórmula:

E c = 0,9 × 21000
. fck + 35 [em kgf/cm2] (Equação 2-6)

Tal expressão conduzia a um exagerado valor para o Ec, que não correspondia à realidade.

O módulo de deformabilidade do solo (E s ) pode ser obtido, com base no SPT, através das
correlações dadas pela Tabela 2-1 (Silveira, J.E.S.).

TIPO DE SOLO Módulo Deformabilidade (Es) - kgf/cm2


Areia com pedregulhos 33,0 N
Areia 27,0N
Areia siltosa 21,0 N
Areia argilosa 16,5 N
Silte arenoso 22,5 N
Silte 17,5 N
Silte argiloso 12,5 N
Argila arenosa 21,0 N
Argila siltosa 10,0 N
( N = valor do SPT )
Tabela 2-1 - Valores do Módulo de Deformabilidade do Solo ( E s )

Apesar da formulação apresentada acima (Equações 2-4) não corresponder exatamente à


situação real, ela indica valores capazes de bem orientar o dimensionamento de
fundações superficiais.

Como exemplo dessa não fidelidade, cita-se o fato dela não considerar as dimensões dos
pilares, o que implica na obtenção de coeficientes de rigidez (K) inferiores aos reais, o que
conduz a uma altura de fundação acima da realmente necessária, quando se projeta uma
fundação rígida.

Para a consideração das dimensões do pilar (a o × b o - Figura 2-2) pode-se, nas equações
2-3 e 2-4, como critério do autor, substituir as dimensões da fundação (a x b) por:

por
a 
→ a − a o (Equação 2-7a)

por
b 
→ b − bo (Equação 2-7b)
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2.1. Rigidez Segundo as Equações 2-4 - Exemplos

A seguir são apresentados exemplos de cálculo da altura mínima de sapatas que garante,
com base na Equação 2.4, que ela poderá ser considerada rígida

Exemplo 2-1: Calcular a altura mínima para uma sapata rígida de dimensões 3x2m,
fck=30 MPa, assentada sobre argila siltosa com SPT igual a 5.

6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥3 onde a = maior dimensão da sapata;
Ec

E c = 0,85 × 5.600 30 ≈ 26.100 MPa = 261.000 kgf/cm ;


2

E s = 10 × 5 = 50 kgf/cm2.
6 ⋅ 300 3 ⋅ 50
∴ h≥3 = 31 cm
261.000

∴ Para a sapata ser rígida ⇒ h ≥ 31 cm.

Exemplo 2-2: Calcular a altura mínima para uma sapata rígida de dimensões 3x2m,
fck=30MPa, assentada sobre areia c/ pedregulhos, com SPT igual a 20.

6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥3 onde a = maior dimensão da sapata;
Ec

E c = 0,85 × 5.600 30 ≈ 26.100 MPa = 261.000 kgf/cm ;


2

E s = 33 × 20 = 660 kgf/cm2.
6 ⋅ 300 3 ⋅ 660
∴ h≥ 3 = 74 cm.
261.000

∴ Para a sapata ser rígida ⇒ h ≥ 74 cm.

Exemplo 2-3: Calcular a altura mínima para uma sapata rígida de dimensões 6x2m,
fck=15MPa, assentada sobre argila siltosa com SPT igual a 5.
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6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥ 3 onde a = maior dimensão da sapata;
Página

Ec

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E c = 0,85 × 5.600 30 ≈ 26.100 MPa = 261.000 kgf/cm ;


2

E s = 10 × 5 = 50 kgf/cm2.
6 ⋅ 600 3 ⋅ 50
∴ h≥3 = 63 cm.
261.000
∴ Para a sapata ser rígida ⇒ h ≥ 63 cm.

Exemplo 2-4: Calcular a altura mínima para uma sapata rígida de dimensões 6x2m,
fck=15MPa, assentada sobre areia c/ pedregulhos, com SPT igual a 20.

6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥3 onde a = maior dimensão da sapata;
Ec

E c = 0,85 × 5.600 30 ≈ 26.100 MPa = 261.000 kgf/cm ;


2

E s = 33 × 20 = 660 kgf/cm2.
6 ⋅ 600 3 ⋅ 660
∴h ≥ 3 = 149 cm.
261.000
∴ Para a sapata ser rígida ⇒ h ≥ 149 cm.

Exemplo 2-5: Calcular a altura mínima para uma sapata rígida de dimensões 3x2m,
fck=15MPa, assentada sobre rocha sã.

6 ⋅ a3 ⋅ E s
h≥3 onde a = maior dimensão da sapata;
Ec

E c = 0,85 × 5.600 30 ≈ 26.100 MPa = 261.000 kgf/cm ;


2

E s = E c = 261.000 kgf/cm2.
6 ⋅ 300 3 ⋅ 261.000
∴ h≥3 = 545 cm.
261.000
∴ Para a sapata ser rígida ⇒ h ≥ 545 cm (inviável)
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Conclusão: sobre rocha, uma sapata é, geralmente, ou melhor, sempre, flexível.


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Exemplo 2-6: Comparar os resultados dos exemplos 2-1 a 2-4, objetivando obter a
relação entre a altura da sapata e a sua maior dimensão em planta, para que
ela seja rígida.

Resumo dos resultados dos exemplos 2-1 a 2-4 (para a sapata ser rígida):
Sapata 2×3m; solo fraco (argila siltosa - SPT=5); E s = 50 kgf/cm2 ⇒ h ≥ 31 cm.
Sapata 2×3m; solo resistente (areia c/ pedr. - SPT=20); E s = 660 kgf/cm2 ⇒ h ≥ 74 cm.
Sapata 2×6m; solo fraco (argila siltosa - SPT=5); E s = 50 kgf/cm2 ⇒ h ≥ 63 cm.
Sapata 2×6m; solo resistente (areia c/ pedr - SPT=20); E s = 660 kgf/cm2 ⇒ h ≥149 cm.

Portanto, sendo a = maior dimensão da sapata, tem-se:

h 31 63
• Solo fraco (argila - SPT=5): = = ≅ 0,10 ⇒ h = 0,10a
a 300 600

a − ao
Substituindo-se, conforme Equação 2-7a, “a” por “a - a o ”, tem-se: h≥
10

h 74 149
• Solo resistente (areia - SPT=20): = = = 0,25 ⇒ h = 0,25a
a 300 600
Substituindo-se, conforme Equação 2-7a, “a” por “a - a o ”, tem-se:

a − ao
h≥ (Equação 2-8)
4

Observa-se que a última relação [h ≥ (a-ao)/4] era adotada por vários autores como
condição de rigidez da fundação, o que, como pode ser confirmado pelos resultados
acima, para solos com SPT ≤ 20, é condição excessivamente segura.

2.2. Rigidez Segundo a NBR 6118/ 2003-2007

Segundo o item 22.4.1 da NBR 6118/2003-2007, uma sapata será rígida se atender às duas
equações a seguir. Caso contrário ela deverá ser considerada flexível.

a − ao
h≥ (Equação 2-9a)
3

b − bo
h≥
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(Equação 2-9b)
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Observa-se que o critério da NBR 6118/2003-2007 é mais rigoroso do que qualquer outro
adotado até 2003.

Considerando a Equação 2-4, pode-se verificar que as Equações 2.9 garantem ser rígidas
sapatas apoiadas em solo com SPT ≤ 48, ou seja, solos com tensão admissível próxima de
10 kgf/cm2.

Salienta-se que a máxima tensão admissível normalmente adotada em projetos é 5 kgf/cm2,


correspondente a um SPT da ordem de 25 golpes.

Portanto, em termos de rigidez, o critério da NBR 6112/2010 é exageradamente


conservador.

O aspecto mais interessante do critério da NBR 6118/2003-2007 (Equações 2-9) é que a


altura da sapata definida por ele garante que não ocorrerá o fenômeno da punção, segundo
descrito no item 22.4.2.2-b, a saber:

“ b) trabalho ao cisalhamento também em duas direções, não apresentando ruptura


por tração diagonal, e sim compressão diagonal verificada conforme 19.5.3.1.
Isto ocorre porque a sapata rígida fica inteiramente dentro do cone hipotético de
punção, não havendo portanto possibilidade física de punção.”
(grifo do autor).

3. TENSÕES DE CONTATO - FUNDAÇÕES FLEXÍVEIS E RÍGIDAS

No cálculo das tensões de contato (tensões no solo imediatamente sob a fundação), o fator
de maior relevância é a rigidez da fundação.

No caso de fundações flexíveis (Figura 3-1), essas tensões dependem, além das
deformações da fundação, das deformações do solo, que são regidas pela expressão:

σ = s ⋅ Cr (Equação 3-1)

onde: σ = tensão de contato em determinado ponto;


s = deformação do solo naquele ponto (recalque);
C r = coeficiente de recalque do solo (unidade, p. ex., kgf/cm2/cm = kgf/cm3).
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Figura 3-1 - Fundações Flexíveis

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O cálculo de fundações flexíveis é bem mais complexo do que o das fundações rígidas,
sendo feito, normalmente, via computador, utilizando os conceitos de placa (a fundação)
sobre base elástica (o solo).

Normalmente, evita-se projetar fundações superficiais flexíveis. Entretanto, quando a


fundação é assentada sobre rocha, não há como contornar o problema, sendo a fundação
flexível, visto que a altura a ser adotada para torná-la rígida é inviável (ver exemplo 2-5).

Nesse caso específico (fundação sobre rocha), a NBR6122/96 recomendava que, no cálculo
estrutural, fosse adotado o diagrama de tensões mostrado na Figura 3-2.

Figura 3-2 - Distribuição de Tensões de Contato para Fundações Apoiadas em Rocha

No caso de fundações rígidas - Figura 3-3 -, pelo fato da superfície de contato


permanecer plana, a tensão em determinado ponto sob a base será função, além do
carregamento e da geometria da fundação, principalmente, de sua posição em relação ao
centro de gravidade da seção da base.

Salienta-se que, nas expressões dadas a seguir, não existem termos relativos às
características do solo suporte, dando a falsa impressão deles não influírem. Deve-se
lembrar, entretanto, que para se definir a fundação como rígida, o tipo e a resistência do
solo foram considerados (ver exemplos 2-1 a 2-5).

Figura 3.3 - Fundações Rígidas

As equações da resistência dos materiais, referentes a tensões normais e tensões normais


na flexão, podem ser utilizadas nos cálculos.
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O item a seguir trata especificamente das tensões de contato de fundações rígidas.


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4. TENSÕES DE CONTATO DE FUNDAÇÕES RÍGIDAS PELA TEORIA DA


ELASTICIDADE

Como citado, as tensões de contato de fundações superficiais rígidas podem ser calculadas
utilizando-se as equações da resistência dos materiais, referentes às tensões normais e
tensões normais na flexão.

Condição necessária para a utilização daquelas equações é a de não haver deslocamentos


relativos entre os pontos da superfície de contato, ou seja, que essa superfície permaneça
plana (o que ocorre apenas nas fundações superficiais rígidas).

A equação básica é:

N Mx My
σ ( x, y ) = ± ⋅y± ⋅x (Equação 4-1)
A Ix Iy

onde: σ( x ,y) = tensão de contato no ponto de coordenadas “x” e “y”;

N = carga normal aplicada no centro de gravidade da superfície de contato -


compressão ( + ) ;

A = área da base (base retangular ⇒ a x b - onde “a” é a maior dimensão);


M x = momento fletor em relação ao eixo “x”, aplicado no centro de
gravidade da superfície de contato;
M y = momento fletor em relação ao eixo “y”, aplicado no centro de
gravidade da superfície de contato;
I x = momento de inércia da seção da base em relação ao eixo “x”;
I y = momento de inércia da seção da base em relação ao eixo “y”;
x ⋅ e ⋅ y = módulo das coordenadas do ponto estudado, em relação aos eixos
principais de inércia da seção da base.
sinal ( + ou − ) = em função dos momentos provocarem, no ponto estudado,
tensões de compressão ( + ) ou de tração ( − ) .
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A Figura 4-1 ilustra o descrito. Nela, os pontos I, II, III e IV são aqueles onde as pressões
são calculadas, visto serem locais onde ocorrerão os valores máximo e mínimo de tensões.

Figura 4-1 - Parâmetros da Equação 4.1

Observa-se que os momentos “M x ” e “M y ”, podem também ser expressos em função da


carga normal (N) com excentricidades “e y ” e “e x ”, respectivamente, conforme Figura 4-
2.

Figura 4-2 - Momentos Expressos como Excentricidades da Carga Normal (N)

Antes de continuar com o estudo da equação 4-1, convém comentar sobre a origem das
excentricidades da carga normal atuante na fundação, que são, como já visto, equivalentes
a momentos fletores aplicados na fundação.

As excentricidades podem ser classificadas como:

• Excentricidades Geométricas: quando devidas a pilares, mesmo aqueles solicitados


apenas por carga normal, cujo centro de carga não
coincide com o centro de gravidade da superfície de
contato (pilar excêntrico).
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• Excentricidades Estruturais: quando o pilar, mesmo concêntrico com a superfície de


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contato, apresentar, pelo cálculo estrutural, reações


horizontais ou reações momentos.
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A Figura 4-3 ilustra os dois tipos de excentricidades.

Figura 4-3 - Origem das Excentricidades da Carga Normal na Fundação

Voltando à equação 4-1, é importante observar que ela só pode ser aplicada quando as
dimensões “l x ” e “l y ” e as excentricidades “e x ”e “e y ”, definidas na Figura 4-2, atenderem
à inequação:

ex ey 1
+ ≤ (Equação 4-2)
lx ly 6

A restrição imposta pela equação 4-2 garante que, ao se calcular as tensões no solo pela
equação 4-1, só sejam encontradas tensões de compressão, visto que é impossível existir
tensões de tração entre a fundação e o solo.

Em termos de geométricos, a equação 4-2 limita a excentricidade da carga normal ao


paralelogramo indicado na Figura 4-4, denominado “núcleo central”.

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Figura 4-4 - Campo de Validade da Equação 4-1 - Núcleo Central

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Em função da combinação de valores de carga normal e momentos, ou então, da posição


da excentricidade dentro do núcleo central, podem ser obtidos, com a aplicação da equação
4-1, diagramas de tensões de contato com as configurações indicadas na Figura 4-5.

Figura 4-5 - Configurações do Diagrama de Tensões de Contato pela Equação 4-1

Quando as excentricidades não atenderem à equação 4-2, as tensões no solo devem ser
calculadas conforme um dos dois subitens seguintes.

4.1. Excentricidade em Relação a Apenas um dos Eixos Principais de Inércia

a) Quando e x ≠ 0 e e y = 0, o diagrama de tensões é o indicado na Figura 4-6.

Figura 4-6 - Diagrama de Tensões no Solo para e x ≠ 0 e e y = 0

b) Quando e y ≠ 0 e e x = 0, o diagrama de tensões é o da Figura 4-7.


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Figura 4-7 - Diagrama de Tensões no Solo para e y ≠ 0 e e x = 0


Observa-se que as limitações impostas para 3 e x ’ e 3 e y ’ (Figuras 4-6 e 4-7) garantem que a
área comprimida da superfície de contato da sapata será maior do que a mínima permitida
pela NBR-6122/2010.

A NBR 6122/2010 (em vigor), passou a exigir que, no mínimo 2/3 área da sapata esteja
comprimida (3e’ x ≥ 2l x /3 e 3e’ y ≥ 2l y /3).

A exigência de que mais de 50% da área da sapata estivesse comprimida (3e’ x ≥ l x /2 e


3e’ y ≥ l y /2) era citada na versão de agosto/1984 da NBR-6122.

4.2. Excentricidades em Relação aos Dois Eixos Principais de Inércia

A determinação do diagrama de pressões no solo é, neste caso, mais complexa.

Quatro situações distintas podem ocorrer, dependendo da posição (região) onde se


localizar a carga normal excêntrica. A Figura 4-8-A indica essas quatro regiões.

Para limite de 2/3 da sapata comprimida - NBR-6122/2010 (EM VIGOR)


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Curiosidade: Para limite de 50% da sapata comprimida (Válida Até 2010)

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Figura 4-8 - As Quatro Regiões da Excentricidade Externas ao Núcleo Central


OBS.: caso a maior dimensão da sapata (“a”) esteja na direção do eixo “y”, trocar “a”
por “b”, na Figura 4-8 e em todas as expressões a seguir.

Salienta-se, na Figura 4-8, que existem quatro regiões 1, duas regiões 2 e duas regiões 3.

Para cada região, os diagramas de tensão no solo podem ser obtidos como a seguir descrito
(Pires, A.C.X.).

4.2.1. Região 1

A Figura 4-9 mostra a posição da linha neutra (lugar geométrico dos pontos de tensão
nula) para os casos em que a excentricidade da carga normal cai nessa região.

Figura 4-9 - Região 1 - Posição da Linha Neutra

 
a2
− 12 
a  a
onde: t=  + 2
(Equação 4-3), e
12 e x
 ex 

 
b  b b2 
s=  + 2
− 12  (Equação 4-4)
12  e y 
 e y 

A tensão máxima é dada pela expressão:

⋅ η ⋅ [12 − 3,9(6η − 1)(1 − 2 η)(2,3 − 2 η)]


N
σ max =
16

(Equação 4-5)
a⋅b
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e ey
onde: η= x +
a b
As tensões nos pontos I e III podem ser obtidas através das relações:

σ I σ III σ max
= = (Equação 4-6)
d I d III d max

Obs.: deve-se lembrar de que as tensões no solo são proporcionais às distâncias dos
pontos considerados à linha neutra (LN).

As distâncias, d I , d III e d máx (ver Figura 4-9) podem ser obtidas, com suficiente
precisão, através de desenho em escala.

Se desejado, maior precisão pode ser obtida pela geometria analítica, através das
seguintes expressões:

Equação da reta (a’x + b’y + c’ = 0) que passa por dois pontos P 1 (x 1 , y1 ) e P 2 (x 2 , y2 ):

y − y1
y − y1 = 2 ( x − x1) (Equação 4-7)
x 2 − x1

Obs.: os pontos P 1 e P 2 a serem considerados, correspondem, na Figura 4-9, às extre-


midades do segmento que define a linha neutra, ou seja, P 1 (-a/2 ; -s) e P 2 (t ;b/2).

Distância de um ponto, P (x p , yp ), à reta a’x + b’y + c’ = 0 :

a ,x p + b ,y p + c ,
d= (Equação 4-8)
(a ) + ( b )
, 2 , 2

Obs.: O ponto P corresponde ao ponto no qual se quer calcular a tensão no solo.


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4.2.2. Região 2

A Figura 4-10 mostra a posição da linha neutra para os casos em que a excentricidade da
carga normal cai nessa região.

Figura 4-10 - Região 2 - Posição da Linha Neutra

 
a  a a2
onde: t=  + 2
− 12  (Equação 4-3)
12 e x
 ex 

 3 b − 2 ey 
α = tg −1 ⋅  (Equação 4.9)
 2 t + ex 

A tensão máxima é dada pela expressão:

12 N a + 2t
σ max = ⋅ 2 (Equação 4-10)
a ⋅ tgα a + 12 t 2

A tensão no ponto I pode ser obtida através da relação:

σ I σ max
= (Equação 4-11)
dI d max
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4.2.3. Região 3

A Figura 4-11 mostra a posição da linha neutra para os casos em que a excentricidade da
carga normal cai nessa região.

Figura 4-11 - Região 3 - Posição da Linha Neutra

 
b  b b2 
onde: s=  + 2
− 12  (Equação 4-4)
12  e y 
 e y 

 3 a − 2 ex 
β = tg −1 ⋅ 
 (Equação 4-12)
 2 s + e y 

A tensão máxima é dada pela expressão:

12 N b + 2s
σ max = ⋅ 2 (Equação 4-13)
b ⋅ tgβ b + 12 s2

A tensão no ponto III pode ser obtida através da relação:

σ III σ max
= (Equação 4-14)
d III d max
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4.2.4. Região 4

Com a excentricidade nesta região, o cálculo das tensões conduziria a um diagrama de


tensões com área comprimida inferior a 2/3 da área total da fundação, o que não é
permitido pela NBR-6122/2010.

Portanto, quando a excentricidade cair nessa região, as dimensões da fundação devem ser
alteradas de forma que a carga normal excêntrica fique nas regiões 1, 2 ou 3, claro, no caso
de ser inviável que ela seja posicionada dentro do núcleo central.

Para que seja garantido que a carga normal excêntrica não cairá na região 4 (segundo a
NBR-6122/2010), basta que as excentricidades “e x ” e “e y ” atendam à inequação:

2
  ey 
2
 ex 1
  +   ≤ (Equação 4-15)
 
 lx   ly  12,96

Como curiosidade, comenta-se que para o limite de 50% de área comprimida, preconizado
na NBR-6122/1984, a equação 4-15 se transformaria em:

2
 ex 
2
 ey  1
  +   ≤ (Equação 4-16)
 lx   ly  9

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5. TENSÕES DE CONTATO PELA NBR 6122/1996 (NÃO MAIS EM VIGOR)

Apenas como curiosidade, mostra-se, a seguir, o que a NBR 6122/1996 (não mais em
vigor) preconizava em seu item 6.3.1.3:

“No dimensionamento de uma fundação solicitada por carga excêntrica (V), pode-se considerar a área
efetiva (A) da fundação, conforme indicado na Figura 5-1 [4] . Nesta área efetiva atua uma pressão
uniformemente distribuída (σ), obtida pela equação:
[4]
Figura 2, na NBR 6122.

V
σ= (Equação 5-1)[5] ”
A
[5]
numeração do autor.

Figura 5-1 - Área Efetiva de Fundação com Carga Excêntrica

Preconizava ainda, no item 6.3.1.4:

“A pressão uniformemente distribuída (σ) deve ser comparada à pressão admissível com a qual deve ser
feito o dimensionamento estrutural da fundação.”

Felizmente, a NBR 6122/2010 eliminou tal consideração, que, a nosso ver, não deixava
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de ser absurda.
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6. EXEMPLOS DE CÁLCULO DE TENSÕES DE CONTATO

Exemplo 6.1: Calcular as tensões de contato para o bloco de fundação mostrado na figura.

Solução: Pela equação 4-1, tem-se:

N N 800
σ ( x, y ) = = = = 267 KN / m 2 = 2,67 kgf / cm 2
A (a ⋅ b ) 2 × 1,5
Essa tensão é uniformemente distribuída em toda a superfície de contato.

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Exemplo 6.2: Calcular as tensões de contato para a sapata da figura, que está assentada
sobre a rocha e é solicitada por uma carga de 1.500 kN.

Solução: Pela equação 4-1 ter-se-ia:

N 1500
σ= = = 375KN / m 2 = 3,75kgf / cm 2
(a ⋅ b ) 2 × 2

Entretanto, como a fundação está sobre rocha, deve-se atender ao prescrito na Figura 3-2, a
saber:

σ = 2σ médio = 2 × 375 = 750 KN / m 2 = 7,5kgf / cm 2


O diagrama de tensões no solo é, portanto, o mostrado na figura a seguir.
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Exemplo 6.3 Calcular as tensões de contato para a sapata da figura que está assentada sobre
a rocha e é solicitada por uma carga normal de 900 kN e um momento, em
torno de “y”, de 180 kN.m.

Solução:

My 180 a 3
ex = = = 0,20m < = = 0,5m
N 900 6 6
Portanto, a carga excêntrica está no núcleo central, o que implica na validade da aplicação
da Equação. 4-1.
Assim:

N My 900 180 3
σ ( x, y ) = ± x= ± × = 150 ± 60( KN / m²)
(a ⋅ b ) I y 3 × 2 2 × 33 2
12

σ I , IV = 150 + 60 = 210 KN / m² = 2,1kgf / cm²

σ II ,III = 150 − 60 = 90 KN / m² = 0,9kgf / cm²

Portanto, pela Equação 4.1, o diagrama de tensões no solo seria:


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Entretanto, como a sapata está sobre rocha, deve-se utilizar o seguinte diagrama de tensões:

Ë opinião pessoal do autor que a tensão média deveria considerar, no mínimo, a tensão
máxima e a tensão no eixo do pilar, o que conduziria ao seguinte diagrama de tensões no
solo:

Exemplo 6.4: Calcular as tensões de contato para a sapata da figura sabendo-se que as
solicitações são: N= 1200kN; Mx= 180 kN.m e My= 300 kN.m.
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Solução:
• Cálculo das excentricidades:

My 300
ex = = = 0,25m
N 1200
Mx 180
ey = = = 0,15m
N 1200

Verificando a validade da Equação 4.1, pela Equação 4.2, tem-se:

ex ey 1 0,25 0,15 1 ‘
+ ≤ (?!) ⇒ + = 0,158 < = 0,167
Lx Ly 6 3 2 6

Portanto, a Equação 4.1 pode ser utilizada:


N Mx My 1200 180 2 300 3
σ ( x, y ) = ± y± x= ± × ± ×
A Ix Iy 3× 2 3× 2 3
2 2 × 33 2
12 12

σ ( x , y ) = 200 ± 90 ± 100

σ I = 200 − 90 + 100 = +210 KN / m 2


σ II = 200 − 90 − 100 = +10 KN / m 2
26

σ III = 200 + 90 − 100 = +190 KN / m 2


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σ IV = 200 + 90 + 100 = +390 KN / m 2


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Então:
σ max + 390 KN / m 2
σ min = +10 KN / m 2

Exemplo 6.5: Calcular as tensões de contato para a sapata da figura sabendo-se que as
solicitações são: N= 1200kN, Mx= 0 kN.m e My= 720 kN.m.

Solução:

• Cálculo da excentricidades:

My 720
ex = = = 0,6m
N 1200
Mx 0
ey = = = 0m
N 1200

Verificando a validade da Equação 4.1, pela Equação 4.2, tem-se:

ex ey 1
+ ≤ (?!)
Lx Ly 6
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0,6 0 1
+ = 0,2 > = 0,167
3 2 6
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Portanto, a Equação 4.1 não pode ser utilizada, pois a resultante das forças está fora do
Núcleo Central.

Como a excentricidade localiza-se sobre o eixo dos “x”, são válidas as relações descritas na
Figura 4.6.

Sendo:

Lx 3
ex = 0,6 ⇒ e' x = − ex = − 0,6 = 0,9 m
2 2
Lx 2
3e' x = 3 × 0,9 = 2,7 m ≥ = × 3 = 2,0 m(ok )
2 3
2N 2 × 1.200
σ max = = = 444 kN / m ²
3e' x L y 3 × 0,9 × 2,0

Exemplo 6.6: Calcular as tensões de contato para a sapata da figura sabendo que as
solicitações são: N= 1200 kN, Mx= 180 kN.m e My= 600 kN.m.

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Solução:

• Cálculo das excentricidades:

My
600
ex = =
= 0,5m
N 1200
Mx 180
ey = = = 0,15m
N 1200

Verificando a validade da Equação 4.1, pela Equação 4.2, tem-se:

ex ey 1
+ ≤ (?!)
Lx Ly 6
0,5 0,15 1
+ = 0,24 > = 0,167
3 2 6

Portanto, a Equação 4.1 não pode ser utilizada, pois a resultante das forças está fora do
Núcleo Central.

Por outro lado, é sempre bom verificar se a resultante das forças não cai na Região 4.

Assim sendo, tem-se:

2
e 
2
 ex  1
  +  y  ≤ ⇒
L 
 Lx   y  12,96
2 2
 0,5   0,15  1
  +  = 0,033 < = 0,077
 3   2  12,96

Portanto, a resultante não cai na Região 4. Observa-se que, se caísse, a sapata teria de ser
aumentada de forma orientada pelas excentricidades.

Para a verificação da região, em relação à Figura 4.8, onde se localiza a carga normal
excêntrica (resultante das forças), um croqui em escala é de grande ajuda. Observa-se que,
no caso de se errar tal região, tal fato poderá ser notado pela incoerência dos resultados.
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Croqui em Escala
• Cálculo da posição da linha neutra:

a a a²  3  3 3² 
t=  + − 12  ⇒ t =  + − 12  = 2,72m
12  ex ex2  12  0 ,5 0,5 2


b b b²  2  2 2² 
s=  + − 12  ⇒ s =  + − 12  = 4,37 m
12  e y e y2  12  0 ,15 0,15 2


30

• Determinação das distâncias dos pontos I, III e IV à LN (Linha Neutra):


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Tirando as medidas em escala, obtém-se:

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d IV(máx) =3,33m;
d I = 2,10m, e
d III =0,97m

• Cálculo da tensão máxima:

⋅η [12 − 3,9(6η − 1)(1 − 2η )(2,3 − 2η )]


N
σ max = σ IV =
a ⋅b
e ey 0,5 0,15
sendoη = x + ⇒ + = 0,242
a b 3 2
× 0,242[12 − 3,9(6 × 0,242 − 1)(1 − 2 × 0,242 )(2,3 − 2 × 0,242 )] = 501KN / m²
1200
σ max = σ IV =
3× 2
Cálculo de σI e σIII:

σI σ III σ max σI σ III 501


= = ⇒ = =
dI d III d max 2,10 0,97 3,33

σ I = 316 KN / m ²
σ III = 146 KN / m ²
σ II = 0

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7. DIMENSIONAMENTO GEOMÉTRICO

O dimensionamento geométrico de fundações superficiais consiste na definição da


geometria de sua superfície de contato (base = a x b), para que as tensões transmitidas ao
solo não ultrapassem sua tensão admissível ( σ adm ) e para que a área comprimida seja
maior ou igual ao mínimo exigido (2/3 da área total).

7.1. Fundação Isolada para Pilar Solicitado por Carga Normal

A área da base é diretamente definida através do primeiro termo da Equação 4-1, a saber:

N
σ= (Equação 7-1)
A

Para fundação de base retangular, a expressão, transforma-se em :

N
A = a ⋅b = (Equação 7-2)
σ adm

Na definição das dimensões “a”e “b” da fundação, deve-se observar, conforme Figura 7-1:
a) o centro de carga do pilar deve coincidir com o centro de gravidade da superfície de
contato;
b) nenhuma das dimensões deve ser menor do que 60cm (NBR-6122);
c) apesar de não haver qualquer menção na NBR-6122, é cultura difundida que, sempre que
possível, a relação entre os lados do retângulo (a/b) seja menor ou igual a 2,5;
d) sempre que possível, os quatro balanços da fundação devem ser iguais (L a =L b ), pois isso
conduz a um dimensionamento mais econômico (ver Figura 7-1).

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Figura 7-1 - Fundação com Carga Centrada - Condições para Determinação de a x b


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Cabe, neste momento, comentar sobre a carga normal (N) que solicita a fundação. Para
que haja filosofia única de cálculo, em qualquer situação de solicitação, a carga normal
(N) a ser considerada no projeto deve ser igual a:

N = Ppilar + PPfund . + PPsolo (Equação 7-3)

onde: P pilar = carga normal do pilar;


PP fund. = peso próprio da fundação;
PP solo = peso próprio do solo sobre a fundação.

7.2. Fundação Associada para Pilares Solicitados por Cargas Normais

Todas as considerações feitas nos itens “7.1.a” até “7.1.c” são válidas, desde que no item
“7.1.a” a expressão “centro de carga do pilar” seja substituída pela expressão “centro de
carga dos pilares”.

Com o parágrafo anterior, quer-se dizer que o centro de gravidade da fundação deve
coincidir com o centro de carga dos pilares, conforme ilustra a Figura 7-2.

Figura 7-2 - Fundação com Carga Excêntrica - Condições para Determinação de a x b


Observa-se que na determinação das dimensões “a” e “b” da sapata, devem ser utilizadas as
cargas máximas de todos os pilares.

Observa-se, ainda, que, após a definição das dimensões conforme descrito acima, as
tensões no solo sob a mesma deverão ser calculadas considerando todas as combinações
possíveis de cargas máximas e mínimas dos pilares.

Tais cálculos, necessariamente, deverão ser feitos com base no descrito no item 7.3, pois a
carga normal resultante será excêntrica.
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7.3. Fundação Solicitada por Carga Normal Excêntrica

Quando a fundação é solicitada, além de carga normal, por momentos fletores, as


dimensões da base são obtidas por tentativas, empregando-se a equação 4-1, ou as dos
itens 4.1 e 4.2.

O procedimento de cálculo consiste em:

• definição preliminar das dimensões da fundação (a x b), de forma a atender às


limitações dadas na Figura 7-3, que ilustra o caso de excentricidade geométrica;

• cálculo das tensões de contato;

• comparação da tensão máxima de contato com a tensão admissível no solo;

• novo ciclo de cálculo, caso a tensão máxima supere a admissível.

Figura 7-3 - Fundação com Carga Excêntrica -Condições para Determinação de a x b

A NBR 6122/2010 define que, nas hipóteses nas quais o vento seja o carregamento
principal, é permitido majorar a tensão admissível no solo de 30%.

Como curiosidade, observa-se que a NBR-6122/1996 (não mais em vigor), no item 5.5.3,
preconizava:
“Quando forem levadas em consideração todas as combinações possíveis entre os diversos
tipos de carregamentos previstos pelas normas estruturais, inclusive a ação do vento,
pode-se, na combinação mais desfavorável, majorar em 30% os valores admissíveis das
tensões no terreno e das cargas admissíveis em estacas e tubulões. Entretanto, esses
valores admissíveis não podem ser ultrapassados, quando consideradas apenas as cargas
permanentes e acidentais”.
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Após o dimensionamento geométrico, a definição final do projeto da fundação depende


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apenas do dimensionamento estrutural, que será visto em itens adiante.

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7.4. Exemplos de Dimensionamento Geométrico

Muito bons exemplos de dimensionamento geométrico para fundações superficiais


solicitadas por cargas não excêntricas podem ser encontradas na apostila “Curso de
Estruturas de Fundações - 1a Parte” - Escola de Engenharia da UFMG, de José Ernani da
Silva Silveira e no livro “Exercícios de Fundações” de Urbano Alonso Rodrigues.

A seguir, dois exemplos de dimensionamento geométrico de fundações diretas solicitadas


por cargas excêntricas.

Exemplo 7.4.1: Definir a seção da superfície de contato de uma sapata submetida a carga
normal de 20 tf e momento de 6,5 tfm, sabendo-se que a tensão admissível
no solo é de 15 tf/m².

Solução:

M = M y = 6,5tf .m
My 6,5
ex = = = 0,325m
N 20

• Cálculo de “a” para excentricidade “e x ” ficar no limite do núcleo central(N.C):

a a
= ex ⇒ = 0,325m
6 6
∴ a = 1,95m

Portanto, para valores de “a” maiores e iguais a 1,95m, a seção da sapata estará totalmente
comprimida.
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• 1a tentativa:
Supondo que a=2,5, tem-se:

N 20
bref = = = 0,53 → badt = 1m
σ adm × a 15 × 2,5

20 6,5 2,5
σ = ± × = 8 ± 6,64
2,5 × 1 1× 2,5 3
2
12

σ I , IV = +14,2tf / m²
σ II , III = +1,28tf / m²

Verifica-se que a tensão máxima (14,2 tf/m2) é bem próxima da tensão admissível (15
tf/m2). Por conseguinte, uma segunda tentativa pode ser dispensada.
Assim sendo, a superfície de contato da sapata terá seção de 2,5 x 1m.

Exemplo 7.4.2: Definir a seção da superfície de contato de uma sapata submetida a uma
carga normal de 120 tf e dois momentos perpendiculares de 12 tfm e 9 tfm,
sabendo-se que a tensão admissível no solo é de 20tf/m².

Solução:

My
12
M y = 12tf ⋅ m ⇒ ex = =
= 0,10m
36

N 120
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M 9
M x = 9tf ⋅ m ⇒ e y = x = = 0,075m
N 120
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• Cálculo da Área de Referência (área considerando apenas a carga normal)

120
Aref = = 6m ² ⇒ a ref × bref = 3 × 2m
20
• 1a tentativa: adotando-se a = 3,5m e b = 2,5m

120 9 2,5 12 3,5


σ = ± ⋅ ± ⋅ = 13,71 ± 2,46 ± 2,35
3,5 × 2,5 3,5 × 2,5 3
2 2,5 × 3,5 3
2
12 12

σ max = 18,52t / m²
σ min = 8,90t / m²
A seção da sapata pode ser um pouco reduzida.

• 2a tentativa: adotando-se a=3,0m e b=2,5m

120 9 2,5 12 3,0


σ = ± ⋅ ± ⋅ = 16,0 ± 2,88 ± 3,2
3,0 × 2,5 3,0 × 2,53 2 2,5 × 3,03 2
12 12

σ max = 22,1t / m ²
σ min = 9,90t / m²

Como a tensão máxima (22,1 tf/m2) ultrapassou a tensão admissível (20 tf/m2), a seção
da sapata deve ser aumentada, preferencialmente, a dimensão “a”.

• 3a tentativa: adotando a=3,3m e b=2,5m

120 9 2,5 12 3,3


σ = ± ⋅ ± ⋅ = 14,54 ± 2,62 ± 2,64
3,3 × 2,5 3,3 × 2,5 3
2 2,5 × 3,33
2
12 12

σ max = 19,80t / m ² < σ adm
37

σ min = 9,28t / m ² > o


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Portanto, a superfície de contato da sapata terá seção igual a 3,30m x 2,5mm.


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8. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE BLOCOS

Como já visto, os blocos são projetados de forma que as tensões de tração sejam resistidas
pelo próprio concreto.

Definidas as dimensões da superfície de contato, pelo dimensionamento geométrico, o


dimensionamento estrutural do bloco de fundação consiste apenas na definição de sua
altura.

A Figura 8-1 mostra as seções transversais mais utilizadas para esse elemento estrutural.

Figura 8-1 - Seções Transversais Mais Utilizadas para Blocos

Os blocos, pela teoria da elasticidade, são dimensionados de forma que o ângulo β - em


radianos -, conforme Figura 8-1, atenda à equação:

tgβ σs
= +1 (Equação 8-1)
β σ ct

onde: β = ângulo, em radianos, conforme mostrado na Figura 8-1;


σ s = tensão transmitida ao solo (ideal utilizar σ adm = tensão admissível do
terreno;
38

σ ct = tensão admissível de tração no concreto.


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Cálculo de σ ct segundo a NBR 6118/2003-2007:

2
3
0,7 x0,3 xfck 2
σ ct = 0,85 × = 0,106 fck 3
(com f ck em MPa).
1,2 x1,4

A NBR-6118/2003-2007 preconiza ainda a verificação do cisalhamento, da seguinte forma:

Vsd ≤ Ac × τ wRd

onde: Vsd = força cortante de cálculo na face do pilar ou parede;


Ac = seção de concreto resistente ao cisalhamento;
τ wRd = tensão resistente do concreto ao cisalhamento.

2
3
0,7 x0,3 xfck 2
τ wRd = 0,3 × = 0,0375 fck 3
(com f ck em MPa).
1,2 x1,4

Por curiosidade, apresenta-se o que era anteriormente preconizado, pela NBR-6122/1996,


antes da NBR 6118/2003-2007 fazer referências a estruturas de concreto simples, a saber:

σ ct = f tk 2,5 ≤ 0,8MPa

ftk = resistência característica do concreto à tração, dada, pela


NBR 6118/1976 por:
f
ftk = ck ; para fck ≤ 18PMPa ;
10

ou
ftk = 0,06fck + 0,7 MPa ; para fck > 18MPa .
39
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Salienta-se que, sempre, deve-se ter:

β ≥ 45o (Equação 8-2)

Definido o valor de “β”, a altura “h” é obtida com base nas expressões:

 a − ao 
h1 = tgβ ⋅   (Equação 8-2), e
 2 

 b − bo 
h 2 = tgβ ⋅   (Equação 8-3)
 2 

Para a altura “h”, deve ser adotado o maior dos dois valores entre “h 1 ” e “h 2 ”.

O dimensionamento de um bloco econômico é obtido quando se tem h 1 igual a h 2 , o que


implica no atendimento da relação:

a − a o b − bo
= ou seja:
2 2

a − b = a o − bo (Equação 8-4)

Através da Tabela 8-1, elaborada com base na Equação 8-1, pode-se obter rapidamente o
valor de “β”, a partir da relação “σ adm / σ ct ”.
40
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Tabela 8-1 - Valores de Beta (β) em Função de σ adm σ ct

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8.1. Exemplos de Dimensionamento de Blocos

Exemplo 8.1.1:

Exemplo 8.1.1: Dimensionar bloco de fundação para pilar com carga de 70tf (20x40cm),
considerando que a tensão admissível no solo seja de 2 kgf/cm².

Solução:

Considerando concreto com fck=15MPa:

2
3
0,7 x0,3 xfck 2 2
σ ct = 0,85 × = 0,106 fck 3
= 0,106 × 15 3
= 0,64 MPa = 6,4kgf / cm 2
1,2 x1,4

• Cálculo da seção de contato:

Considerando apenas a carga do pilar N=P pilar- 70000 kgf.

70.000
a×b = = 35.000cm²
2
a − b = 40 − 20 = 20cm

Resolvendo o sistema obtém-se:

a = 198cm ⇒ a adot = 200cm


41

b = 178cm ⇒ badot = 180cm


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Observa-se que a tensão no solo será:

70.000
σs = = 1,94kgf / cm 2
200 × 180

• Cálculo da altura do bloco:

σ adm 2
= = 0,313 → β = 48º
σ ct 6,4

 200 − 40   180 − 20 
h ≥ tg 48º   = tg 48º   = 89cm ⇒ hadot = 95cm
 2   2 

• Verificando o peso do bloco:

PPbloco = 2 × 1,8 × 0,95 × 2,2 ≈ 7,5tf

• Verificando o peso do solo sobre o bloco:


Supondo o embutimento do bloco igual a 2m em solo com Ɣ=1,5t/m²

hterra = embutimento − hbloco = 2 − 0,95 = 1,05m

PPterra = [(2,0 ÷ 1,8) − (0,4 × 0,2 )]1,05 × 1,5 ≈ 5,5tf

Cálculo da porcentagem da PP bloco + PP terra em relação a P pilar .

PPbloco + PPterra = 7,5 + 5,5 = 13tf


PPpilar = 70tf

PPbloco + PPterra 13
= = 0.186 = 18,6%
PPpilar 70

Portanto, verifica-se que o peso do bloco e da terra sobre ele são significativos em relação a
carga do pilar.
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• Um bom procedimento de cálculo é o seguinte:

N = 1,2 Ppilar = 1,2 × 70.000 = 84000kgf


 84000 
a ⋅b = = 42.000cm ² 
 2 
 a − b = 40 − 20 = 20cm 
 
a = 215cm
b = 195cm
comβ = 48º

 215 − 40   195 − 20 
h ≥ tg 48º   = tg 48º   = 97,2cm
 2   2 

• Verificando a carga real normal: (h terra =2-1=1)

Ppilar + PPbloco + PPterra = 70 + (2,15 × 1,95 ×1× 2,2) +


[(2,15 ×1,95) − (0,4 × 0,2)]×1×1,5 = 70 + 9,2 + 6,2 = 85,4tf ≅ 84tf

É importante salientar que para o cálculo da tensão transmitida ao solo, de vê-se utilizar a
carga total solicitante (P pilar + PP bloco + PP terra ), enquanto que para a definição da altura
pode-se usar apenas tensão transmitida ao solo pelo pilar (P pilar ).

• Cálculo do escalonamento do bloco:


H=100cm ⇒ 4 espelhos de 25cm
Deve-se observar que o escalonamento deve ser tal que nenhuma reentrância se situe na área
definida pelos ângulos.β, conforme Figura 8.1
Portanto, a largura máxima do piso de cada degrau deve ser calculada da seguinte forma:

e e 25
tgβ = ⇒ pmax = = = 22,5cm
pmax tgβ tg 48º
43

Padot = 20cm
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• Geometria do Bloco:

PLANTA VISTA

• Verificação da carga normal (N) final


N = Ppilar + PPbloco + PPterra = 70 + (2,29m³ × 2,2tf / m³) + (6,01m³ × 1,5tf / m 3 )

N = 70 +5 + 9 = 84 tf (igual à utilizada nos cálculos).

• Verificação do cisalhamento junto às faces do pilar, segundo critério introduzido pela


NBR-6118/2003-2007::

Vs= 87,5 x215 x 2 = 37.625 kgf ⇒ Vsd = 1,4 x 37.625 = 52.675 kgf.

2
3
0,7 x0,3 xfck 2 2
τ wRd = 0,3 × = 0,0375 fck 3
= 0,0375 × 15 3
= 0,228MPA = 2,28kgf / cm 2
1,2 x1,4

Ac = 195 x 100 = 19.500 cm2.

Vsd = 52.675kgf > Ac × τ wRd = 19.500 × 2,28 = 44.460kgf ⇒ NÃO OK>

Para atender ao novo critério de cisalhamento da NBR-6118/2003-2007 a altura do bloco


deverá ser de, no mínimo:
44
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52.625
h≥ = 118,4cm ∴ hadot . = 120cm
2,28 × 195
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Portanto, a geometria final do bloco deverá ser:

PLANTA VISTA

45
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9. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS RÍGIDAS - MÉTODO


DAS BIELAS COMPRIMIDAS

Definidas as dimensões da superfície de contato, pelo dimensionamento geométrico, o


dimensionamento estrutural de uma sapata, independentemente do método de cálculo
utilizado, consiste na definição de sua altura e das seções transversais de suas armaduras
(flexão, cisalhamento ou punção).

Inicialmente, ou seja, antes do dimensionamento a ser estudado, é conveniente que se


entenda claramente o conceito de “bielas comprimidas”.

Observem-se as duas vigas em balanço mostradas na Figura 9-1.

Figura 9-1 - Vigas em Balanço - Flexão e Cisalhamento

Constata-se que a diferença básica entre as duas vigas da figura consiste na ausência de
estribos na viga B, que ocorre em função da existência de uma única biela comprimida.

A viga B, na verdade, funciona como uma “mão francesa”, sendo dimensionada, portanto,
como uma treliça - o método das bielas comprimidas -, ao contrário da viga A que é
dimensionada à flexão e ao cisalhamento.

É interessante observar que o cálculo de vigas ao cisalhamento, utiliza, também, a


idealização de uma treliça interna (treliça de Mörsch).

Balanços como o da viga B são chamados de “consolos curtos”, e se diferenciam dos


demais balanços pelo fato de obedecerem à relação:

L ≤ d ⋅ (altura ⋅ util) ≤ 2 L (Equação 9-1)


46

Uma sapata cujas dimensões satisfaçam à equação 9-1 pode, por analogia, ser calculada
pelo método das bielas.
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A Figura 9-2 mostra a simbologia adotada para cada dimensão da sapata e as correlações
necessárias para que ela possa ser dimensionada pelo método das bielas.

PLANTA CORTE

Figura 9-2 - Método das Bielas - Relações Geométricas Necessárias (altura útil “d”)

Portanto, para poder ser utilizado o método das bielas, a altura útil da sapata deve atender,
simultaneamente a:

a − ao a − ao b − bo b − bo
≤d≤ (Equação 9-2a) ≤d≤ (Equação 9-2b)
4 2 4 2

Salienta-se que os dois limites superiores da altura útil (d) da sapata, dados pelas equações
9-2a e 9-2b, são pouco destacados na bibliografia técnica. Todavia, o seu não atendimento
pode causar surpresas desagradáveis, em função do surgimento de elevadas tensões de
tração bem acima da face inferior da sapata, exigindo dois níveis de armadura.

Por não se tratar exatamente de um consolo curto, a altura útil “d” da sapata deverá atender,
também, ao dimensionamento à punção.

Entretanto, com o critério definido pela NBR 6118/2003-2007 para uma sapata ser rígida, o
cálculo da punção é desnecessária, conforme visto no item 2.2, a saber:

a − ao b − bo
h≥ (Equação 2-9a) h≥ (Equação 2-9b)
3 3
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Montoya, Messeguer e Morán recomendam que o rodapé (h o ) e a inclinação (θ) da sapata


(Figura 9-2) atendam às relações:

h
ho ≥ ≥ 30cm (Equação 9-3)
3

θ ≤ 30o (Equação 9-4)

O ângulo de 30o corresponde, normalmente, ao ângulo de talude natural do concreto fresco.

Em sapatas com armadura de pequena bitola, tem-se projetado, sem problemas de


detalhamento, rodapé mínimo de 20 cm.

Como curiosidade, observa-se que vários autores, como garantia de não puncionamento,
limitavam inferiormente o valor da altura útil pela prática fórmula a seguir, atribuída a
Caquot:

γf ⋅P
d ≥ 1,44 (Equação 9-5)
0,85 ⋅ fcd

A Figura 9-3 mostra o sistema de forças que formam a treliça interna, idealizada no
método das bielas, na direção do lado “a” da sapata.

Figura 9-3 - Forças que Compõem a Treliça Interna Idealizada


48
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Os triângulos de forças e geométrico indicados na Figura 9-3, permitem escrever:

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a ao

Ta 4 4
tgα = = (Equação 9-6)
P d
2

P ⋅ (a − a o )
∴ Ta = (Equação 9-7)
8d

onde: P = carga do pilar.

T a = força total de tração na direção do lado “a” da sapata.

A armadura total de tração na direção do lado “a” é dada por:

1,4 ⋅ Ta
Asa = ≥ Asa ,min = 0,001⋅ b ⋅ h (Equação 9-8)
fyd

Deve-se verificar o estado limite de fissuração excessiva, conforme NBR 6618/2007 -


Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado, que, hoje, é igual ao do CEB - FIP.

Analogamente, considerando a treliça na direção do lado “b” da sapata tem-se:

b bo

Tb
tgα = = 4 4 (Equação 9-9)
P2 d

P ⋅ ( b − bo )
∴ Tb = (Equação 9-10)
8d

onde: T b = força total de tração na direção do lado “b” da sapata.

A armadura total de tração na direção do lado “b” é dada por:

1,4 ⋅ Tb
Asb = ≥ Asb ,min . = 0,001 ⋅ a ⋅ h (Equação 9-11)
f yd

Deve-se verificar o estado limite de fissuração excessiva, conforme NBR 6618/2010 -


Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado, que é igual ao do CEB - FIP.
49
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É importante salientar que o cálculo pelo método das bielas considera que a tensão no solo
seja uniforme, ou seja, que a fundação seja solicitada apenas por carga normal.

Para a utilização do método nos casos de carga normal excêntrica, é preciso uniformizar
o diagrama de tensões no solo.

O critério mostrado na Figura 9-4 é bastante razoável, sendo, também, um dos mais
utilizados para obras em geral.

Figura 9-4 - Método das Bielas - Uniformização do Diagrama de Tensões no Solo

Registra-se que a NBR-6122/1984 admitia, para efeito de dimensionamento estrutural, a


uniformização mostrada na Figura 9-5.

Tal critério de uniformização pode ser bem menos conservador do que o primeiro,
dependendo das relações existentes entre os valores das três tensões envolvidas.

Figura 9-5 - Método das Bielas - Uniformização de Tensões pela NBR-6122/84


50

Em obras industriais, o critério de considerar a tensão máxima no solo (σ 2 ) como


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distribuída em toda a fundação é facilmente justificado, pelas comuns alterações de

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utilização da edificação, frequentes ampliações, ou mesmo aumento da capacidade de carga


de equipamentos, como, por exemplo, as pontes rolantes.

De qualquer forma, deve-se verificar se o peso próprio da sapata, junto com o peso da
terra sobre ela, não superam as tensões no solo devidas às cargas do pilar, provocando
momentos negativos. Se isto acontecer, armaduras superiores devem ser calculadas, de
forma análoga à das armaduras inferiores.

Salienta-se que a figura geométrica definida por uma sapata com superfície de contato
retangular é a combinação de um paralelepípedo e um obelisco de base retangular,
conforme Figura 9-6.

Figura 9-6 - Sapata – Paralelepípedo + Obelisco de Base Retangular

O seu volume (paralelepípedo + obelisco) é dado pela seguinte expressão (ver Figura 9-6):

h − ho
V = a ⋅ b ⋅ ho +
6
[
⋅ ab + ( a + a o ) ⋅ ( b + b o ) + a o b o ] (Equação 9-12)
51
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9.1. Exemplos de Dimensionamento de Sapatas pelo Método das Bielas

Exemplo 9.1.1: Dimensionar pelo método de bielas, sapata para um pilar com carga normal
de 100tf(25x40), sabendo-se que o solo possui σ adm = 2,3kgf/cm².

Concreto fck=15MPa
Aço CA50

Solução:

• Estimativa da carga normal

N = Ppilar + PPbloco + PPterra = 100 + 15% ×100 = 115tf

• Para sapata mais econômica.


a − b = 40 − 25 = 15cm
115.000
a ⋅b = = 50.000cm³
2,3
Obtem − se :
a = 231cm
b = 216cm
Entretanto b max é limitado pela a distância a divisa.

50.000
bmax = (100 − 2,5)2 = 195cm ⇒ a = = 256,4cm
52

195
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Onde 2,5 é a espessura da forma.

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As dimensões das sapatas serão: a= 260cm ; b=195cm

• Carga normal a ser utilizada no dimensionamento.

Observa-se no dimensionamento da sapata, a carga normal utilizada é a carga do pilar, ou


seja, 100.000kgf.

• Cálculo da altura útil mínima do bloco (d)

- Em função das dimensões (Método das bielas)


a − a 0 260 − 40
d≥ = = 55cm
4 4
b − b0 195 − 25
d≥ = = 42,5cm
4 4

-Em função da punção.

a) Pela fórmula de Caquot (Equação 9-5), sendo γ f =1,4 e γ c =1,4:

γf ⋅ P 1,4 ×100000
d ≥ 1,44 = 1,44 = 56cm
0,85 ⋅ fcd 0,85 ×150 / 1,4

b) Pela NBR 6118/2003-2007 (Equações 2-9)

a − a o 260 − 40
h≥ = = 73,3 ≅ 75cm ⇒ d = 75 − 5 = 70cm
3 3

b − bo 195 − 25
h≥ = = 56,7 ≅ 60cm ⇒ d = 60 − 5 = 55cm
3 3

Portanto, d adot .= 70cm ⇒ h adot. =75cm

• Cálculo das armaduras:

a) Direção da “a”
P (a − a0 ) 100.000(260 − 40)
Ta = = = 39.285kgf
8d 8 × 70
1,4 ⋅ Ta 1,4 × 39.865
Asa = = = 12,8cm²
53

f yd 50.000 / 1,15
Página

OBS.: A fissuração deverá ser verificada pelos critérios da NBR-6118/2003-2007, em


função da bitola a ser utilizada.
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b) Direção de “b”

P(b − b0 ) 100.000(195 − 40)


Tb = = = 27.678kgf
8d 8 × 70
1,4 ⋅ Tb 1,4 × 27.678
Asb = = = 8,9cm²
fyd 50.000 / 1,15

OBS.: A fissuração deverá ser verificada pelos critérios da NBR-6118/2003-2007, em


função da bitola a ser utilizada

• Definição final da geometria

Já definidos: a=260cm; b=195cm e h=75cm

- Calculo de h 0 .

h
h0 ≥ ≥ 30cm
3
obs : h0 ≥ 20cm é admitido para armaduras finas.
α ≤ 30º (equação9 − 4)
balanço direção " a" = (260 − 40) / 2 = 110cm
balanço direção " b" = (195 − 25) / 2 = 85cm

Portanto, é a direção de “b”que definirá o valor de “h 0 ”.

Verificando o valor de h 0 para inclinação máxima (α=30º) 54


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h − h0
tgα = ⇒ h0 = h − L ⋅ tgα
L
no caso : h0min = h − Lb ⋅ tg 30º = 75 − 85 × tag 30º = 25,9cm
 h 75
 = = 25cm
pela equação 9 − 3 : h0 ≥  3 3

30cm
∴ hadot = 30cm

OBS.: é sempre conveniente fazer-se a verificação da tensão final transmitida ao solo

• Detalhamento:

O detalhamento das barras deve atender à NBR 6118.

Os critérios a serem citados no item 10 também devem ser também aqui atendidos.

55
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Exemplo 9.1.2: Dimensionar pelo método de bielas, sapata com as dimensões e solicitações
dadas na figura.

Concreto fck=15MPa e Aço CA50

Solução:

• Cálculo das tensões devidas às carga do pilar.


40 1,6 8,0
σ= ± ⋅y± ⋅x
2,8 ⋅1,5 2,8 ⋅1,5³ 1,5 ⋅ 2,8³
12 12
σ = 9,52 ± 2,03 y ± 2,92 x

σ I = 9,52 − 2,03 × 0,75 + 2,92 ×1,4 = 12,1tf / m²


σ II = 9,52 − 2,03 × 0,75 − 2,92 ×1,4 = 3,9tf / m²
σ III = 9,52 + 2,03 × 0,75 − 2,92 ×1,4 = 7,0tf / m²
σ IV = 9,52 + 2,03 × 0,75 + 2,92 ×1,4 = 15,1tf / m²
σ A = 9,52 − 2,03 × 0,75 + 2,92 × 0,15 = 8,4tf / m²
σ B = 9,52 − 2,03 × 0,75 − 2,92 × 0,15 = 7,6tf / m²
56

σ C = 9,52 + 2,03 × 0,75 − 2,92 × 0,15 = 10,6tf / m²


Página

σ D = 9,52 + 2,03 × 0,75 + 2,92 × 0,15 = 11,5tf / m²


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• Cálculo da carga normal equivalente às cargas do pilar.

- Considerando o lado direito da sapata (maiores tensões no solo):


12,1 + 8,4 + 11,5 + 15,1
σ Imedio
, A, D , IV = = 11,8tf / m ²
4
2 2
⋅ σ IV = × 15,1 = 10,1tf / m ²
3 3
σ equiv = 11,8tf / m ²
'

'
Pequiv = σ equiv
'
⋅ a ⋅ b = 11,8 × 2,8 × 1,5 = 50,0tf

- Considerando o quarto quadrante (maiores tensões no solo):

13,6 + 10,0 + 11,5 + 15,1


σ medio = = 12,4tf / m²
4
'
Pequiv = 12,4 × 2,8 × 1,5 = 52tf

A carga equivalente que se decidiu a ser adotada no dimensionamento é a 52tf.

• Cálculo da altura útil

-Em função das dimensões:

280 − 30
d≥ = 62,5cm
4
150 − 20
d≥ = 32,5cm
57

4
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-Em função da punção.

a) Pela forma de Caquot

1,4 × 52000
d ≥ 1,44 = 41cm
0,85 ×150 / 1,4

b) Pela NBR 6118/2003-2007 (Equações 2-9)

a − a o 280 − 30
h≥ = = 83,3 ≅ 85cm ⇒ d = 85 − 5 = 80cm
3 3

b − bo 150 − 20
h≥ = = 43,3 ≅ 45cm ⇒ d = 45 − 5 = 40cm
3 3

Portanto, d adot .= 80cm ⇒ h adot. =85cm

• Cálculo das armaduras:

a) Direção de “a”.

P ( a − a0 ) 52.000( 280 − 30)


Ta = = = 20.313kgf
8d 8 × 80
1,4 ⋅ Ta 1,4 × 20.313
Asa = = = 6,54cm
fyd 5.000 / 1,15

Asa ,min = 0,001 × 150 × 85 = 12,75cm²

Portanto: As a =12,75 cm2.

b) Direção de “b”.

P (b − b0 ) 52.000(150 − 20)
Tb = = = 10.563kgf
8d 8 × 80
1,4 ⋅ Tb 1,4 × 10.563
As b = = = 3,4cm ²
fyd 5.000 / 1,15
58

Asb , min = 0,001 × 280 × 85 = 23,8cm 2


Página

Portanto: As b =23,8 cm2.


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• Cálculo de “h 0 ”: :

Verificando o valor de h 0 para inclinação máxima (α=30º)

h − h0
tgα = ⇒ h0 = h − L ⋅ tgα
L
no caso : h0min = h − Lb ⋅ tg 30º = 85 − 125 × tg 30º = 12,8cm
 h 85
 = = 28,3cm
pela Equação 9 − 3 : h0 ≥  3 3

30cm
∴ hoadot = 30cm

Portanto, é a direção de “b”que definirá o valor de “h 0 ”.

• Calculo de h 0
La = (280 − 30) / 2 = 125cm
Lb = (150 − 20) / 2 = 65cm
paraα ≥ 30º
h0min = 70 − 65tg 30º = 33cm

Dados para detalhamento:

a = 280cm
Asa = 12,75cm 2
b = 150cm
Asb = 23,8cm 2
h = 85cm
h0 = 33cm Aço CA50
59

f ck = 15 MPa cobrimento = 3cm


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10. DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE SAPATAS RÍGIDAS - TEORIA DA


FLEXÃO

No dimensionamento de sapatas pela teoria da flexão, referência utilizada por diversos


autores é o Boletim 73 - Fascículo 4 - “Recommandations particulières au calcul et à
l’execution des semelles de fondation”- do CEB - Comité Euro-Internacional du Béton.

Os procedimentos descritos neste item, salvo observação explícita em contrário (que


inclui sombreamento), são os preconizados naquele boletim.

O texto será, portanto, resumo de seu conteúdo e, às vezes, transcrições, que, pelo grande
número, não serão colocadas entre aspas.

10.1. Domínio de Aplicação

Os métodos de cálculo e dimensionamento descritos referem-se a sapatas que apresentam


as características geométricas mostradas na Figura 10-1.

Figura 10-1 - Domínio do Método - Relações Geométricas

Convém destacar o valor mínimo da altura da sapata:

Lmax.
h≥ (Equação 10-1)
2

No caso de sapatas com altura variável, a resistência ao esforço cortante deve ser
verificada em todas as seções e o revestimento ser suficiente na zona de ancoragem.

Se as condições geométricas acima não forem satisfeitas, a sapata pode ser considerada
como viga ou placa, e calculada de acordo com a teoria correspondente.
60

Se a altura da sapata for maior do que o dobro de todos os balanços (L), ela deverá ser
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calculada como bloco de fundação, e as recomendações deste item não são aplicáveis.

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Matematicamente, tal limitação é expressa por:

h ≥ 2 L max. ⇒ bloco (Equação 10-2)

Obviamente, o rodapé (h o ) e a inclinação (θ) da sapata (Figura 10-1) devem atender ao


anotado nas equações 9-3 e 9-4.

Observa-se que a altura mínima dada pela equação 10-1 (h ≥ L/2) corresponde à altura
mínima para que a sapata possa ser calculada pelo método das bielas (ver equações 9-2a e
9-2b).

Lembra-se que, pela NBR 6118/2003-2007 uma sapata é considerada rígida se h ≥ L/1,5.

10.2. Bases de Cálculo

O diagrama de pressões no solo é plano, e não admite esforços de tração.

As forças horizontais que porventura solicitem a sapata devem ser equilibradas


unicamente pelas forças de atrito na superfície de contato.

10.3. Dimensionamento da Armadura Inferior

10.3.1. Seções de Referência S 1

Os momentos fletores que determinarão as armaduras inferiores são calculados em relação


a seções de referência denominadas S 1 , situadas além da face do pilar, conforme ilustrado
na Figura 10-2.

61

Figura 10-2 - Seções de Referência S 1 para Momentos Fletores


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A posição das seções S 1 em relação ao pilar, deve-se ao fato de, no caso de pilares
alongados, o valor do momento poder crescer sensivelmente além da seção situada na face
do pilar.

Está implícito, na justificativa acima, que, em pilares não alongados, as seções S 1 podem
ser consideradas nas faces do pilar, sem erros significativos.

A altura útil (d 1 ) das seções S 1 são medidas junto às faces do pilar, coincidindo, portanto
com a chamada altura útil da sapata (d - altura útil máxima). Essa altura não deve
exceder a 1,5 vezes a dimensão do balanço na direção perpendicular à da seção de
referência (direção de instalação da armadura que está sendo calculada). A expressão
matemática dessa limitação é:

d1 = d ≤ 1,5 ⋅ Lmin (Equação 10-3)

Comparando-se as equações 10-3 e 9-2a e 9-2b, verifica-se que o CEB admite, para as
sapatas, altura superior à admitida no método das bielas.

10.3.2. Área da Seção Transversal da Armadura Inferior

Os momentos fletores em cada direção são calculados em relação à seção S 1


correspondente, considerando-se a reação do solo em toda a área da sapata definida pela
seção S 1 e suas bordas. Essas seções (S 1 ) devem ser consideradas, em cada direção, do lado
onde ocorrem as maiores tensões no solo. A Figura 10-3 ilustra o descrito.

Figura 10-3 - Momentos Fletores


62

Definidos os momentos fletores nas duas direções, as áreas das seções transversais das
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armaduras são calculadas como vigas à flexão simples, a partir das características
geométricas das seções de referência S 1 (a x d 1 ou b x d 1 ).
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As armaduras assim calculadas devem ter seções transversais, no mínimo, iguais a:

Asa ,min = 0,001⋅ b ⋅ h (Equação 10-4)

Asb,min = 0,001⋅ a ⋅ h (Equação 10-5)

Se a armadura não for normal à seção de referência S 1 , sua contribuição na resistência


aos momentos fletores deve ser avaliada segundo recomendações referentes às lajes.

A relação entre as áreas das armaduras nas duas direções deve ser maior do que 1/5.

Se o peso próprio da sapata e o peso de terra sobre ela tiverem sido considerados na
determinação das tensões no solo (o que é o indicado), eles devem ser descontados na
avaliação dos momentos. Caso resulte em algum momento negativo, a sapata deverá ser
dotada de armadura superior, conforme Figura 10-4.

Figura 10-4 - Peso Próprio e Terra - Momento Negativo - Armadura Superior

10.4. Disposição da Armadura Inferior

As armaduras inferiores devem ser prolongadas, sem redução de seção, sobre toda a
extensão da sapata.

Nas sapatas de base quadrada, as armaduras inferiores podem ser uniformemente


distribuídas, paralelamente aos seus lados.

Um acréscimo de resistência ao esforço cortante pode ser procurado nas sapatas - placa,
localizando-se maior densidade de armadura em faixas paralelas aos lados do quadrado,
centradas sob o pilar e com largura conforme Figura 10-5.
63
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Figura 10-5 - Sapatas / Placa - Base Quadrada - Resistência a Cortante

Nas sapatas de base retangular, a armadura paralela ao lado maior (“a”) deve ser
uniformemente distribuída. A armadura paralela ao lado menor (“b”) deve ser colocada
de modo que uma maior fração da seção total fique situada numa faixa central, sob o pilar,
conforme mostrado na Figura 10-6.

Figura 10-6 - Sapatas Retangulares - Distribuição da Armadura Paralela ao Lado Menor

Se o balanço (L) da sapata for menor do que sua altura (h), a armadura inferior deve ser
totalmente ancorada na vizinhança das bordas da sapata, devendo o comprimento de
ancoragem ser medido a partir da extremidade da parte relilínea das barras, conforme
Figura 10-7.
64

Figura 10-7 - Ancoragem da Armadura Longitudinal - L ≤ h


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Se o balanço (L) da sapata exceder sua altura (h), a armadura inferior deve ser totalmente
ancorada à partir da seção situada à distância “h” da face do pilar (Figura 10-8).

Figura 10-8 - Ancoragem da Armadura Longitudinal - L > h

Conforme já dito, em nenhum caso a armadura pode ser interrompida antes de ter
atingido a borda da sapata.

10.5. Condições de Aderência da Armadura Inferior

A relação a ser verificada é:

V1d ≤ 0,9 d ⋅ n ⋅ p ⋅ τ bu (Equação 10-6a)

onde: V 1d = esforço cortante de cálculo relativo à seção de referência S 1 (por


unidade de comprimento);
d = altura útil da sapata;
n = número de barras por unidade de comprimento;
p = perímetro de uma barra = π φ (sendo φ = diâmentro de uma barra);
τ bu = 1,8σ *b ≈ 11 2
, 3 fcd (f cd em kgf/cm2).

A equação 10-6a pode, então ser escrita como:

2
V1d ≤ 0,9 d ⋅ n ⋅ π ⋅ φ ⋅ 11
, ⋅ 3 fcd (Equação 10-6b)

A adoção de tensão de aderência (τbu ) inferior (≈30%) à adotada para vigas e lajes
2
( 1,63 fcd ) é justificada pelo fato de haver concentração de cargas sob o pilar, e admitir-se,
no cálculo da força cortante (V 1d ), distribuição uniforme da carga em toda a largura da
65

sapata.
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10.6. Resistência ao Esforço Cortante

10.6.1. Esforço Cortante de Referência

O esforço cortante de referência - V d - é igual à resultante das forças verticais atuantes na


sapata, entre a seção de referência - S2 - e a borda da sapata paralela e mais próxima à ela.
Numa mesma direção, deve-se verificar o cortante nos dois balanços, e analisar o maior
deles.

10.6. 2. Seção de Referência S 2

10.6.2.1. Caso Geral

A seção de referência - S 2 - é perpendicular à superfície de contato da sapata, e situa-se a


uma distância, medida da face do pilar, igual à metade da altura útil (d/2).

Sua largura - b 2 - é dada por:

b2 = bo + d (Equação 10-7)

onde: b o = dimensão do pilar paralela a S 2. ;


d = altura útil da sapata, (altura útil máxima - junto ao pilar).

No caso de sapata sob parede, a largura “b 2 ” é tomada igual à unidade de largura da


sapata, para a qual é avaliado o esforço cortante de referência “V d ”.

A altura útil - d 2 - da seção de referência “S 2 ”é igual à altura útil da sapata medida na


seção S 2 considerada. Ela não deve ser maior do que 1,5 vezes a aba “t 2 ” da sapata, medida
a partir de “S 2 ”. A Figura 10-9 ilustra o descrito.

66
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Figura 10-9 - Seção de Referência - S 2

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Nos casos onde a superfície de apoio da sapata e a seção transversal do pilar são
quadradas ou circulares, concêntricas e uniformemente carregadas, as características da
seção de referência S 2 são tais que conduzem às mesmas disposições previstas nas
recomendações para as superfícies de punção das lajes.

Entretanto, no caso de sapatas de forma alongada, submetidas a reações não uniformes


do solo, não se pode mais admitir que o valor médio da tensão de cisalhamento ao longo da
superfície de punção seja suficientemente representativo da função de resistência.

10.6.2.2. Caso das Sapatas Alongadas

Define-se como alongadas as sapatas nas quais o comprimento do balanço (L) é maior do
que 1,5 vezes a dimensão da sapata medida transversalmente ao balanço.

Nesse caso, a seção de referência S 2 , relativa ao esforço cortante V d , fica situada na face
do pilar, perpendicularmente à direção do balanço. A Figura 10-10 ilustra o descrito.

Figura 10-10 - Sapatas Alongadas - Seção de Referência - S 2

10.6.3. Esforço Cortante Limite

O esforço cortante na seção S 2 não deve ultrapassar os seguinte valores:


15b 2 ⋅ d 2
Vd ,lim = ρ ⋅ fck (Equação 10-8)
γc

1,5b 2 ⋅ d 2
Vd ,lim = ⋅ fck (Equação 10-9)
γc

A *s
onde: ρ = taxa de armadura longitudinal na seção S 2 = ;
b2 ⋅ d 2
67

A *s = área da armadura longitudinal correspondente à largura b 2 ;


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γ c = 1,4 ;
unidades = kgf e cm.
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O segundo limite (equação 10-9), que resulta do primeiro (equação 10-8) colocando-se
ρ = 0,01, é indicado por prudência, visto que não se dispõe de resultados de ensaios em
sapatas com ρ > 1%.
Todavia, porcentagens elevadas de armadura não são freqüentes, mas, sendo o caso, o
critério de aderência (item 10-5) será decisivo.
Os valores limites do esforço cortante V d,lim podem ser majorados quando se dispuser de
armadura de cisalhamento.

10.7. Armaduras Secundárias

A princípio, armaduras secundárias não são exigidas nas sapatas.

10.8. Exemplo de Dimensionamento de Sapatas pela Teoria da Flexão

Exemplo 10.8.1: Calcular as armaduras e fazer as verificações estruturais necessárias para a


sapata da figura e demais dados abaixo.

h=70cm h 0 =30cm d= 63cm

P pilar = 100 tf PP sap =5,8 tf PP terra =7,8 tf (para embutimento=1,5m e γ s =1,5tf/m³)

Concreto fck=15MPa e Aço CA50

Solução:

La = (260 − 40 ) / 2 = 110cm
68

Lb = (195 − 25) / 2 = 85cm


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Lmax 110
h = 70 > = = 55cm(ok ) − ( Equação − 10 − 1)
2 2
d = 63 < 1,5 × 85 = 127,5cm(ok ) − ( Equação − 10 − 3)

• Calculo da armadura inferior

- Tensão no solo devido a P pilar :

110
σs = = 19,7tf / m²
2,6 ×1,95

- Momentos fletores na secção S 1

19,7 ×1,16²
Ma = = 13,25tfm / m
2
19,7 × 0,89²
Mb = = 7,80tfm / m
2

a) Armadura na direção de “a” (A sa )

Observa-se que o cálculo das armaduras e a verificação da fissuração, deste exemplo, foram
feitos conforme a NBR-6118/1978 e não a NBR-6118/2003-2007.

Com:
69

M a =13,25tfm/m;
Página

b f =100cm;
d= 63cm
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Tem-se:

k = 0,0514 ⇒ Asa m = 7,0cm²


Asa = 7 × 1,95 = 13,7cm²
Asa = 11φ12,5c / 18

Verificando-se a fissuração encontra-se: As a = 18ϕ12,5 @11

b) Armadura na direção de “b” (A sb )


Com :
M b = 7,8tfm / m
b f = 100cm
d = 63cm

Tem − se :

k = 0,0302 ⇒ Asb m = 4,05cm² / m ⇒ Asb = 4,05 × 2,6cm²


Asb = 10,5cm² ⇒ 13φ10c / 21

Verificando-se a fissuração encontra-se: As b = 23ϕ10 @11

• Disposição da armadura inferior:

b = 195cm > a0 + 2h = 40 + 2 × 70 = 180


Asa = 18φ12,5c / 11
Asb = 23φ10
2b 2 ×1,95
Asb1 = ⇒ As = × 23φ = 19φ
a+b 260 + 195
Asb 2 = ( As − Asb1 ) / 2 = (23 − 19) / 2 = 2φ
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• Armadura superior:

Ppilar PPsap + Pterra 100 5,8 + 7,8


σs = + = +
a ⋅b a ⋅b 2,6 ×1,95 2,6 ×1,95
σ s = 19,7 + 2,7 = 22,4tf / m²

Pela figura abaixo, observa-se que não ocorrerão momentos negativos na sapata.

• Verificação na aderência da armadura.

V1d ≤ 0,9d ⋅ n ⋅ π ⋅ φ1,13 fcd ² (equação10 − 6b)


− direção de a :
Asa = 18φ12,5
V1d = (1,97 x195 x116) × 1,4 = 44,561 × 1,4 = 62.386kgf
0,9d ⋅ n ⋅ π ⋅ φ1,13 fcd ² = 0,9 × 63 × 18 × 3,14 × 1,25 × 1,13 (150 / 1,4)² = 99.402kgf (OK )

− direção de b :
Asb = 23φ10
V1d = (1,97 x 260 x89) × 1,4 = 45,586 × 1,4 = 63.820kgf
0,9d ⋅ n ⋅ π ⋅ φ1,13 fcd ² = 0,9 × 63 × 23 × 3,14 × 1 × 1,13 (150 / 1,4)² = 101.611kgf (OK )
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• Verificação do esforço cortante. (punção)

d = 63cm
40
d 2 = 23 + × 78,5 = 51,5cm < 78,5(OK )
110
b2 = b0 + d = 25 + 63 = 88cm
(observa − se que a sapata não é alongada )
15b2 .d 2
Vd ,lim = . ρ . fck
γc
comρ ≤ 0,01
Vd = 19,7 × 1,95 × 0,785
Vd = 30,16tf = 30.160kgf
15 x88 x51,5 21,9
Vd ,lim = × × 150
1,4 195 x51,5
Vd ,lim = 27,771kgf
Vd = 30.160kgf > Vd ,lim = 27,771kgf

Portanto, a sapata não passa à punção.

Verifica-se, portanto, que o critério do boletim 73 do CEB é mais rigoroso que o da


NBR6118, mas não deve deixar de dizer que ele é mais realista.

Como “V d ” está um pouco acima de “V d,Lim ”, antes de se optar por aumentar a altura da
sapata deve-se “afinar a ponta do lápis”, corrigindo arredondamentos feitos ao longo do
cálculo inicial.

No caso em questão, basta reparar que o “d” (63cm) utilizando nos cálculos é menor que o
real.
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• Cálculo do “d” real:

h = 70cm;
cobrimento = 3cm;
armadura = φ10eφ12,5.
 1,25 
d = 70 −  3 + 1,0 +  = 65,4cm ⇒ d = 65,4cm
 2 
40
d 2 = 25,4 + × 77,3 = 53,5cm < 77,3(OK )
110
b2 = b0 + d = 25 + 65,5 = 90,5cm

Vd = 19,7 × 1,95 × 0,773


Vd = 29,69tf = 29.690kgf
15 × 90,5 × 53,5 21,9
Vd ,lim = × × 150 ⇒ Vd ,lim = 29,110kgf
1,4 195 × 53,5
Vd = 29.690kgf ≈ Vd ,lim = 29.110kgf

• Dados para detalhamento:

h = 70cm
h0 = 30cm
cobrimento = 3cm
fck ≥ 15MPa
açoCA − 50
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12. BIBLIOGRAFIA:

[1] ABNT - NBR 6122/96 - "Projeto e Execução de Fundações".

[2] ABNT - NBR 6118/78 - "Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado".

[3] Boletim 73 - Fascículo 4 - “Recommandations particulières au calcul et à l’execution des


semelles de fondation” - CEB - Comité Euro-Internacional du Béton

[4] Montoya, P. J.; Mèseguer, A.G. & Cabrè, F. M. - "Hormigón Armado" - 2 Vols. , G.
Gili, 1978.

[5] Santos, Lauro Modesto - “Edifícios de Concreto Armado - Fundações” -Apostila.

[6] Pires, Antônio Carlos Xavier - “Dimensionamento Estrutural de Fundações”, UFRS,


Escola de Engenharia, Depto. de Engenharia Civil, Porto Alegre, 1986, 79p.

[7] Silveira, J.E.S. - “Curso de Estruturas de Fundações” - 1a Parte, UFMG, Escola de


Engenharia, Depto. de Engenharia de Estruturas, Belo Horizonte, Fev/2002, 96pg.

[8] Pfeil, W. - "Pontes em Concreto Armado" - Livros Técnicos e Científicos, 1979.

[9] Tepedino, J. M. - "Fissuração" - Apostila - EEUFMG - Cotec, 1984.

[10] Tepedino, J. M. - "Flexão Simples" - Apostila - EEUFMG - Cotec, 1984.

[11] Tepedino, J. M. - "Cisalhamento" - Manual de Projetos - EPC - Engenharia , Projeto


Consultoria Ltda., 1980.

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