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INSTRUÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL

Nº 23

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
PRÉ-HOSPITALAR
2ª Edição

MINAS GERAIS
2017
2
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

COMANDANTE-GERAL DO CBMMG
CEL BM LUIZ HENRIQUE GUALBERTO MOREIRA

CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO CBMMG


CEL BM HÉLDER ÂNGELO E SILVA

ELABORAÇÃO (2ª EDIÇÃO)


CAP BM VITOR COSTA LEITE
1º TEN BM ALEXANDRE CARDOSO BARBOSA
1º TEN BM BRUNO CÉSAR AMORIM MACHADO
1º TEN CHRISTIAN COELHO CORDEIRO
1º TEN BM ABEL SENHORINHO FERREIRA
2º TEN BM HUGO COSTA TAKAHASHI
2º TEN BM RICARDO ALVES BARBOSA
2º SGT BM BRUNO ALVES BICALHO
3º SGT BM MARINA MATHEUS MARÇAL
3º SGT BM RODRIGO DUARTE RODRIGUES
3º SGT BM THAIS RIBEIRO DA SILVA
3º SGT BM FELIPE BORGES RIBEIRO

REVISÃO MÉDICA
MAJ PM QOS YORGHOS LAGE MICHALAROS – MÉDICO ESPECIALISTA EM
CARDIOLOGIA
MAJ PM QOS DENISE MARQUES DE ASSIS - MÉDICA ESPECIALISTA EM
NEUROLOGIA
DR. MARCUS VINÍCIUS MELO DE ANDRADE- MÉDICO ESPECIALISTA EM
CLÍNICA MÉDICA E MEDICINA INTENSIVA - PROFESSOR ASSOCIADO DA
FACULDADE DE MEDICINA DA UFMG
DR. FERNANDO MACEDO BASTOS – MÉDICO ESPECIALISTA EM
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

1ª EDIÇÃO
Vide: M663 Minas Gerais. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
Instrução Técnica Operacional n.23 - Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar. Corpo
de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. 169p. 1. Atendimento Pré
hospitalar 2. Primeiros Socorros 3.Trauma 4. Procedimentos I. Título CDU: 616.02551
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

ILUSTRAÇÕES DE ADVERTÊNCIA

- Advertência de alerta

- Advertência de competência privativa do profissional médico ou


necessidade de apoio pelo Suporte Avançado de Vida

LISTA DE FIGURAS

 Figura 1 - Algoritmo de avaliação do paciente.


 Figura 2 - Traçado Eletrocardiógrafo da TVSP – Taquicardia Ventricular Sem
Pulso.
 Figura 3 - Traçado Eletrocardiógrafo da FV - Fibrilação Ventricular.
 Figura 4 - Traçado Eletrocardiógrafo do RSN – Ritmo Sinusal Normal.
 Figura 5 - Deslocamento Manual do Útero para a Esquerda.
 Figura 6 - Locais comumente referenciados com dor em caso de Em.
Cardiovasculares.
 Figura 7 - Identificação visual de queda facial e debilidade dos braços,
conforme a Escala de Cincinatti.
 Figura 8 - Posição dos dedos do socorrista em forma de “V” para
descomprimir a face do feto em caso de parto pélvico.
 Figura 9 - Manobra de Bracht.
 Figura 10 - Posição de Trendelenburg com quadril elevado e cabeça baixa.
 Figura 11 - Zonas de inervação conforme segmento medular para avaliação
da altura da lesão no TRM.

 Figura 12 - Regra dos “9” para estimativa do percentual da área de superfície


do corpo queimada.

 Figura 13 - Algoritmo do método START.


 Figura 14 - Posicionamento dos cones e da viatura durante atendimento de
ocorrência.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

LISTA DE QUADROS

 Quadro 1 - Resumo de atendimento de Suporte Básico de Vida.


 Quadro 2 - Identificação visual de queda facial e debilidade dos braços,
conforme a Escala de Cincinatti.
 Quadro 3 - Classificação do afogamento.
 Quadro 4 - Relação das prioridades do método START com quadros clínicos.
 Quadro 5 - Tabela com interpretação dos resultados da oximetria.
 Quadro 6 - SatO2 pré-ductal aceitável para o recém-nascido.
 Quadro 7 - Uso de oxigênio suplementar.
 Quadro 8 - Características gerais e estratégias de abordagem do paciente de
0-18 anos.
 Quadro 9 - Distância de posicionamento dos cones em relação à velocidade
da via durante sinalização.
 Quadro 10 - Tabela de sinais vitais.
 Quadro 11 - Classificação do choque hipovolêmico no adulto.
 Quadro 12 - Escala de APGAR.
 Quadro 13 - Escala de Coma de Glasgow Adulto.
 Quadro 14 - Escala de Coma de Glasgow Pediátrica.
 Quadro 15 - Escala de Trauma Escore.
 Quadro 16 - Capacidade e dimensões dos cilindros de oxigênio mais comuns.
 Quadro 17 - Conversão de unidades de medidas.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

GLOSSÁRIO

A
Abaulamento - ato ou efeito de abaular, tornar convexo.
Abandono - deixar um paciente com trauma ou doença antes do pessoal de
resgate/equipe de bombeiros chegar. Deixar o local sem dar informações sobre o
paciente também é considerado uma forma de abandono.
Abdome - região do corpo entre o diafragma e a pélvis que abriga parte do aparelho
digestório.
Abdome agudo - Dor abdominal de aparecimento súbito e não traumático
geralmente referenciada como a queixa principal do paciente.
Abdominal (cavidade) - cavidade anterior de corpo que se localiza entre o
diafragma e os ossos da pélvis. Aloja e protege os órgãos abdominais, glândulas,
vasos e nervos importantes.
Abdominal (quadrante) - as quatros zonas da parede abdominal anterior, são
usadas para referências rápidas, na localização de estruturas de traumas e de dor.
Abdução - movimento de um membro afastando-se da linha média do corpo.
Abrasão - arranhão, escoriação.
Abscesso - uma coleção de pus associada com morte de tecido e infecção.
Acidente com múltiplas vítimas - qualquer acidente, desastre ou emergência que
envolva mais de um paciente.
Adução - movimento de uma extremidade em direção à linha média do corpo.
Afundamento do tórax - condição onde várias costelas estão fraturadas de tal
modo que a parede do tórax não consegue mover-se adequadamente durante a
respiração.
Alérgico - qualquer substância que causa uma resposta alérgica.
Alvéolos - pequenas cavidades pulmonares tipo saco, onde ocorre uma troca
gasosa entre gases alveolares e o sangue capilar pulmonar.
Amnésia - perda de memória. Essa perda geralmente é de forma súbita.
Amputação - remoção cirúrgica ou traumática de uma parte do corpo. A maioria das
amputações é de extremidades ou de uma de suas partes.
Angina - dor no tórax próximo ao coração, frequentemente causada por um
suprimento insuficiente de sangue no coração.
Angústia respiratória ou insuficiência respiratória - qualquer dificuldade para
respirar. Às vezes, o problema é grave e requer cuidados de emergência. Uma vez
que tal situação tenha iniciado é difícil de predizer, a curto prazo, o curso do
problema.
Antisséptico - substância hipoalergênica e atóxica com ação letal e inibitória do
crescimento dos microorganismos.
Aorta - maior artéria do corpo que conduz sangue oxigenado para o organismo.
Apneia - parada da respiração.
Apgar – Escala de avaliação neonatal que avalia a frequência cardíaca, esforço
respiratório, tônus muscular, irritabilidade e coloração da pele. Cada critério vale dois
pontos, totalizando uma nota de 0-10. Notas inferiores a 7 podem ser em função da
prematuridade e requer avaliações consequentes.
Arritmia - falta de ritmo; irregularidade e desigualdade das contrações do coração.
Artéria - cada um dos vasos que conduzem o sangue do coração a todas as partes
do corpo.
Artéria femoral - artéria principal da extremidade inferior, localizada na parte
superior (coxa).
Arteríola - artéria muito pequena, de dimensões microscópicas.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Arteriosclerose - "endurecimento das artérias" causado pela deposição de cálcio.


Articulação - junção natural de dois ou mais ossos.
Asfixia - suspensão ou supressão da atividade respiratória e da circulação do
sangue.
Asma - condição em que ocorre uma constrição dos bronquíolos, causando uma
redução do fluxo de ar.
Asséptico - limpo, livre de partículas de contaminação. Não significa estéril.
Assistolia - é a total ausência de atividade elétrica no coração, com consequente
parada cardíaca.
Aterosclerose - aumento da espessura e perda de elasticidade das paredes
internas das artérias, acompanhados de formação de ateromas.
Átrio - câmara superior do coração.
Avulsão – ferimento em que parte do tecido é arrancada do corpo.

B
Bandagem - um dispositivo, como gaze ou atadura, que pode ser usado para
manter um curativo no lugar.
Bilateral - que existe em ambos os lados do corpo.
Bradicardia - termo utilizado na medicina para designar uma diminuição na
frequência cardíaca.
Brônquio - a porção das vias aéreas que conecta a traqueia aos pulmões.
Bronquíolos - pequenas terminações que levam o ar do ambiente aos alvéolos
pulmonares e vice-versa.

C
Cãibras - condição provocada pela perda de fluidos e sais do corpo. Usualmente
ocorre em pessoas que trabalham em locais com calor excessivo e
com grande esforço muscular.
Cânula de Guedel (cânula orofaríngea) - dispositivo oral que ajuda a manter a
língua afastada da orofaringe, promovendo a abertura das vias aéreas.
Cânula nasofaríngea - sonda flexível que é lubrificada e inserida no nariz de um
paciente até o nível da nasofaringe (atrás da garganta) para permeabilizar as vias
aéreas superiores.
Capilar - vaso sanguíneo microscópico no qual ocorre as trocas entre a circulação
sanguínea e os tecidos.
Cardíaco - que se refere ao coração.
Cateter - tubo flexível que é introduzido no corpo para permitir drenagens ou
infusões de fluidos.
Cavidade pélvica - parte baixa da cavidade abdominal, cercada pelos ossos da
pelve.
Cavidade pleural - espaço entre as duas membranas pleurais: parietal e visceral.
Cavidade torácica - cavidade do corpo, superior ao diafragma. Faz a proteção do
coração e pulmões.
Cefaleia - dor de cabeça, localizada ou difusa.
Cefálico - referente à cabeça.
Cérvix - a parte inferior do útero onde começa a vagina.
Cetoacidose - condição de um diabético quando utiliza muita gordura, tentando
obter energia por falta de glicose disponível.
Cetônico - hálito de odor adocicado e amoniacal. É um sinal de coma diabético.
Choque - reação do corpo em resposta a falência do sistema circulatório em prover
sangue e oxigênio adequadamente para todos os órgãos, tecidos e células.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Cianose - coloração azulada da pele e das mucosas, devido a baixa oxigenação


sanguínea.
Coágulo - uma formação composta de fibras e um emaranhado de células
sanguíneas que ajudam a parar a hemorragia de uma ferida.
Cóccix - osso mais baixo da coluna vertebral.
Coma - é o estado no qual uma pessoa perde completa ou parcialmente a
consciência, devido a baixa atividade elétrica encefálica.
Compressão direta - pressão direta aplicada ao local do sangramento.
Convulsão - alteração no funcionamento do cérebro que causa contrações
descontroladas dos músculos.
Cordão umbilical - estrutura que liga o corpo do feto à placenta.
Coroamento - quando a cabeça do bebê está saindo pela abertura vaginal, durante
o parto.
Coronárias - artérias que irrigam o coração (miocárdio).
Corte - ferimento aberto com extremidades lisas (incisão) ou extremidades
irregulares (laceração).
Crepitação - um ruído que ocorre pelo atrito das partes fraturadas.
Crônico - termo usado para significar muito tempo ou que ocorre com frequência.
Curativo - cobertura protetora, ajuda no controle de hemorragias e previne a
contaminação das feridas.
Curativo oclusivo - curativo fechado.

D
Delirium tremens - uma severa reação que ameaça a vida, relacionada à
abstinência de álcool do paciente. As mãos do paciente tremem, pode ocorrer febre
alta, alucinações, comportamentos incomuns e convulsões.
Dequitação - expulsão da placenta após o nascimento do bebê.
Derme - a segunda camada da pele. É rica em vasos sanguíneos e nervos,
encontra-se abaixo da epiderme.
Desfibrilação - aplicação de um choque elétrico no paciente numa tentativa de
restabelecer um ritmo normal espontâneo do coração.
Desfibrilador externo automático (DEA) - um aparelho elétrico que pode detectar
batidas irregulares do coração (fibrilações) e dar um choque no tórax do paciente.
Desmaio - perda temporária da consciência, causada pela redução de sangue no
cérebro.
Diabetes - doença causada pela produção inadequada de insulina.
Diafragma - músculo da respiração que separa a cavidade abdominal da cavidade
torácica.
Diástole - período durante o qual o coração recupera seu volume de repouso,
depois da contração; relaxamento cardíaco.
Diastólica - referente à diástole.
Dispneia - dificuldade respiratória.
Distal - longe de um ponto de referência.
Distendido - inflado, inchado, dilatado.
Distensão - ferimento no músculo causado pela hiperextensão.
Doença infecciosa - qualquer doença causada por agentes infecciosos
microbianos, tais como bactérias ou vírus.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

E
Eclâmpsia - uma complicação na gravidez que produz convulsões e pode levar ao
coma ou até à morte.
Edema - inchaço devido ao acúmulo de líquidos nos tecidos.
Emergências Ambientais – para fins desta ITO 23, o termo Emergências
Ambientais empregado no Módulo 500, do inglês: environmental emergencies, foi
utilizado segundo os manuais norte-americanos de referência e compõem
procedimentos que não se enquadram diretamente na questão de emergências
clínicas e/ou emergências traumáticas. Além disso, é necessário destacar que não
se deve confundir o termo com a ideia de situações relativas às “emergências
ambientais” comuns em nossa realidade operacional, como incêndios florestais,
enchentes e inundações.
Enfisema - doença crônica na qual os pulmões sofrem uma perda progressiva da
elasticidade.
Epiglote - saliência de cartilagem e outros tecidos que estão no topo da laringe. Ela
fecha as vias aéreas na hora da deglutição, desviando os sólidos e líquidos para o
esôfago.
Epilepsia - disfunção cerebral que cursa com descargas elétricas desorganizadas e
excessivas do cérebro, que interrompem temporariamente sua função habitual e
produzem manifestações involuntárias no comportamento, no controle muscular, na
consciência e/ou na sensibilidade do indivíduo.
Epistaxe - sangramento nasal.
Equimose - descoloração da pele devido a uma hemorragia interna. Tipicamente
uma marca "preta e azul".
Escala de Coma de Glasgow - escala confiável para estimar rapidamente
gravidade da disfunção neurológica em pacientes com alteração da consciência.
Escápula - um osso grande, par e chato, localizado na porção póstero-superior do
tórax, que se articula com a clavícula.
Escoriação - ferimento aberto que lesa a camada superficial da pele.
Esfigmomanômetro - aparelho para verificar a pressão arterial.
Esôfago - tubo muscular que conduz o alimento da boca para o estômago.
Estabilização - imobilização feita em uma parte lesada do corpo, com o objetivo de
ajudar a reduzir os movimentos, minimizando a dor ou espasmos musculares.
Estéril - livre de toda a forma de vida microbiana.
Estetoscópio - instrumento que amplia os sons.
Evisceração - termo aplicado a saída de algum órgão ou parte dele por uma ferida
aberta.
Exame pré-natal - acompanhamento médico realizado durante a gestação.
Expiração - soltar o ar, exalar.

F
Falanges - ossos dos dedos.
Faringe - garganta.
Fêmur - osso da coxa.
Feto - criança no estágio intra-uterino, com mais de 8 semanas.
Fibrilação Ventricular – ritmo cardíaco em que as contrações ocorrem sem
coordenação das fibras musculares do coração.
Fibrina - material de proteína fibrosa responsável pelos coágulos de sangue.
Fibrinolítico - ativadores do plasminogênio usados na terapêutica da trombose
arterial para dissolver rapidamente a rede de fibrina e assim dissolver os trombos
Fíbula - osso lateral da perna.
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Flexão - movimento de ângulo de uma articulação.


Fluxômetro - dispositivo de medida que permite ao usuário ajustar o fluxo de
oxigênio selecionando 2, 4, 6, 8...15 litros por minuto.
Formigamento - sensação de comichão ou agulhada, que surge espontaneamente
quando ocorre compressão dos vasos sanguíneos ou nervos.
Fratura - quebra, rachadura ou lasca de uma parte óssea.

G
Gemelar - relativo a gêmeos; diz-se de dois ou mais irmãos ou irmãs nascidos no
mesmo parto.
Genitália - órgãos reprodutores externos.
Geniturinário - sistema genital e urinário.
Genupeitoral - ação de dobrar os joelhos unindo-os em direção ao tórax.
Glicose - açúcar simples, primeira fonte de energia para o corpo.

H
Hematoma - coleção de sangue abaixo da pele ou tecidos, geralmente resultante de
um trauma.
Hemorragia - perda de sangue causado por uma solução de continuidade em vasos
sanguíneos.
Hemiplegia – paralisia de um dos lados do corpo.
Hipoglicemia - é um distúrbio provocado pela baixa concentração de glicose no
sangue.
Hipotermia - ocorre quando a temperatura corporal do organismo cai abaixo do
normal (35°C), de modo não intencional.
Hipovolemia - perda de sangue ou plasma pelo organismo.
Hipóxia - inadequado suprimento de oxigênio aos tecidos do corpo.

I
Icterícia – é uma síndrome caracterizada por uma coloração amarelada na pele e
mucosas devido a uma acumulação de bilirrubina no organismo.
Imobilização - aplicação de um dispositivo que imobiliza uma extremidade
deformada, inchada e dolorida. Imobilizar - fixar ou restringir parte do corpo para
reduzir ou eliminar o movimento.
Infarto - definido como uma lesão tecidual isquêmica irreversível, devida à falta de
oxigênio e nutrientes em determinada parte de um órgão.
Inflamação - presença de dor, calor, vermelhidão e inchaço de tecidos quando há
um processo infeccioso, irritativo ou traumático.
Inspiração - entrada de ar para os pulmões.
Insulina - hormônio produzido pelo pâncreas, que transporta o açúcar (glicose) para
as células do organismo.
Intravenoso - dentro da veia.
Isquemia - provisão de sangue diminuída para um órgão ou tecidos.

L
Laringe - parte das vias aéreas entre a garganta e a traqueia.
Ligamento - tecido fibroso que liga as articulações aos ossos.
Luxação - deslocamento de uma extremidade de um osso em uma articulação.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

M
Mandíbula - o osso do queixo.
Medial - linha vertical, central do corpo.
Meninges - membranas que revestem o cérebro e a medula.
Miocárdio - músculo cardíaco.
Mobilização - termo usado para descrever qualquer procedimento organizado para
mover uma vítima, de um local para outro.
Movimento paradoxal torácico - quando um segmento da parede do tórax move-se
para a direção oposta ao restante. Está associado ao afundamento do tórax.
Muco - humor viscoso e semitransparente que constitui a base de muitas secreções;
mucosidade.
Músculo intercostal - músculos que se localizam entre as costelas, ajudando a
aumentar o volume da cavidade do tórax.

N
Neoplasia - termo relacionado ao crescimento exagerado de células; proliferação
celular sem controle e autônoma; tumor.

P
Palpação - toque manual feito para sentir uma parte do corpo, tais como o crânio,
tórax, abdome, membros superiores e inferiores ou o pulsação.
Parada cardíaca - interrupção da atividade cardíaca
Paralisia - perda da habilidade para mover uma parte do corpo. A sensibilidade da
área também pode estar ausente.
Parto pélvico - parto onde as nádegas ou pernas do bebê se apresentam primeiro
durante o parto.
Perfusão capilar - fluxo de sangue pelos vasos capilares.
Períneo - região localizada entre os órgãos genitais externos e o ânus.
Peritônio - membrana que envolve e delimita a cavidade abdominal.
Permeável - desobstruído; livre.
Pleura - dupla membrana que reveste a parede dos pulmões.
Pneumotórax – lesão que resulta na presença de ar no espaço pleural, comumente
levando ao colapso pulmonar.
Posterior - atrás, costas.
Pressão arterial diastólica - a pressão sanguínea na parte interna das artérias,
quando o coração está relaxado. Veja pressão arterial sistólica.
Pressão arterial sistólica - a pressão sanguínea na parede das artérias, quando o
coração está contraído. Veja pressão sanguínea diastólica.
Pressão intracraniana - pressão no interior do crânio, que pode variar em virtude
do acúmulo de líquidos nessa cavidade.
Pressão sanguínea - a pressão causada pelo sangue que força as paredes dos
vasos. Normalmente é medida a pressão do sangue nas artérias.
Priapismo - ereção peniana involuntária, sem estímulo sexual, persistente
associada a algum dano espinhal.
Proximal – é aplicada na descrição anatômica, para indicar que a parte do corpo
referida se situa mais próxima de um centro, articulação ou linha mediana.
Pulmonar - que se refere aos pulmões.
Pulso - a expansão e contração alternada das paredes das artérias combinadas
com a ejeção de sangue pelo coração.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Pulso distal - um pulso medido no fim de uma extremidade. Normalmente refere-se


ao pulso radial nas extremidades superiores e o pulso pedioso para as extremidades
baixas. Ver pulso radial e pulso pedial.
Pulso pedial ou pedioso - pulso perceptível no "peito" do pé.
Pulso radial - pulso palpável no punho.

R
Rádio - osso lateral do antebraço.
Respiração - ato de respirar. A troca de oxigênio e gás carbônico ocorre nos
pulmões.
Respiração artificial - manobra de forçar a entrada de ar ou oxigênio para o pulmão
de um paciente que não esteja respirando adequadamente ou com dificuldade
respiratória. Também chamada de ventilação artificial.
Respiração diafragmática - respirações fracas e rápidas com pequeno ou nenhum
movimento do tórax. Há um leve movimento do abdome. O esforço do paciente para
tomar fôlego utiliza apenas o músculo do diafragma.
Ressuscitação cardiopulmonar (RCP) - conjunto de manobras sobre o coração e o
pulmão para, artificialmente, manter a respiração e a circulação.
Ressuscitação pulmonar - substituição artificial da função ventilatória do paciente.

S
Sangramento arterial - perda de sangue por uma artéria. O fluxo geralmente é
rápido e jorra refletindo as batidas do coração.
Sangramento venoso - perda de sangue por uma veia, de cor vermelho escuro.
SpO2 pré-ductal - medida da saturação por oxigênio avaliada na mão direita do RN.
Sibilo - ruído característico da asma brônquica, semelhante a um assobio agudo.
Sistêmico - refere-se ao corpo todo.
Sístole - contração cardíaca simultânea para os dois ventrículos e átrios.
Sistólico - relativo à sístole.
Sudorese - secreção de suor; transpiração.

T
Tala rígida - dispositivo duro feito de material com pequena flexibilidade (como
metal, plástico ou madeira) para imobilizar articulações e extremidades acima e
abaixo do local da lesão.
Taquicardia – frequência cardíaca acima dos parâmetros normais.
Tecidos moles - tecidos do corpo que compõem a pele, músculos, nervos, vasos
sanguíneos, tecidos gordurosos, células de revestimento que recobre órgãos e
glândulas.
Tração - ação de puxar com suavidade um membro para estabilizar um segmento
ósseo ou articulação.
Trauma - lesão causada por transferência de energia ao corpo através de um
agente físico externo.
Trombose - formação de um coágulo em um vaso sanguíneo.

V
Vascular - referente aos vasos sanguíneos.
Veias - vasos sanguíneos que retornam sangue para o coração.
Ventilação - enchimento os pulmões de ar.
Ventrículo - câmaras inferiores do coração. Bombeiam sangue do coração para os
pulmões e para todo o corpo.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Vênula - porção mais fina das veias que começa no final do leito capilar e retorna
sangue para as veias maiores.
Vértebra - unidade óssea da coluna vertebral.
Vias aéreas - estruturas anatômicas onde ocorre a passagem de ar, que entrou pelo
nariz e boca, para efetuar troca gasosa em nível pulmonar.
Visão transitória – é a redução parcial ou total da visão de um ou ambos os olhos,
decorrente de problemas circulatórios envolvendo o nervo óptico ou córtex occipital.

Z
Zigomático - osso da face, também chamado de zigoma.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

LISTA DE SIGLAS

AHA American Heart Association


AIT Ataque Isquêmico Transitório
AVC Acidente Vascular Cerebral
AVDN Alerta – Responde a Estímulo Verbal – Responde à Dor – Não Responde
AVE Acidente Vascular Encefálico
BPM Batimentos por Minuto
BVM Bolsa Válvula Máscara
COF Cânula Orofaríngea
CTB Código de Trânsito Brasileiro
DCAP-QELS Deformidade – Contusão – Abrasão – Punção / Penetração = Queimadura –
Edema – Laceração – Sensibilidade
DD Doença Descompressiva
DEA Desfibrilador Externo Automático
DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
EAP Edema Agudo de Pulmão
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
ECG Escala de Coma de Glasgow
EPI Equipamento de Proteção Individual
Gu BM Guarnição Bombeiro Militar
HR Hospital de Referência
IFC Isolamento de Fluidos Corporais
ILCOR International Liaison Committee on Resuscitation
IRPM Incursão Respiratória Por Minuto
LPM Litros por minuto
MDL Mecanismo de Lesão
MO Motocicleta Operacional
MTV Manually-Triggered Ventilator (Ventilação Manualmente Acionada)
NDD Natureza da Doença
OPQRST Origem – Provocado por... – Qualidade – (ir)Radiação – Severidade – Tempo
OVACE Obstrução de Vias Aéreas por Corpos Estranhos
PAS Pressão Arterial Sistólica
PCR Parada Cardiorrespiratória
PHTLS Prehospital Trauma Life Support
PR Parada Respiratória
RAPH Relatório de Atendimento Pré-Hospitalar
RCP Ressucitação Cardiopulmonar
REDS Relatório de Evento de Defesa Social
RN Recém - Nascido
SAMPUM Sinais/Sintomas – Alergia – Medicações – Passado Médico – Última Alimentação
– Mecanismo da Lesão/Natureza da Doença
SBV Suporte Básico de Vida
SAV Suporte Avançado de Vida
SpO2 Saturação Parcial de Oxigênio
TCE Trauma Crânio-Encefálico
TS Trauma Score (escala de trauma score)
TRM Trauma Raquimedular
VPM Ventilações por Minuto
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

INTRODUÇÃO 16
Prefácio................................................................................................................. 17
Definições............................................................................................................. 19
Conceitos Importantes para o APH....................................................................... 20
MÓDULO 100 – AVALIAÇÃO DO PACIENTE 24
P 101 Avaliação do Paciente ................................................................... 25
P 102 Instrumentos Avaliatórios................................................................ 31
MÓDULO 200 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA 36
P 201 PCR Adulto .................................................................................... 37
P 202 PCR Criança e Lactente................................................................. 40
P 203 OVACE Adulto e Criança ............................................................... 43
P 204 OVACE Lactente e Neonatal ......................................................... 44
P 205 Parada Resp. Adulto Criança Lactente .......................................... 46
P 206 SBV Neonatal ................................................................................ 48
P 207 DEA ............................................................................................... 51
P208 Situações Especiais em SBV......................................................... 54
MÓDULO 300 - EMERGÊNCIAS CLÍNICAS 58
P 301 Emergências Cardiovasculares ..................................................... 59
P 302 AVC/AVE......................................................................................... 62
P 303 Emergências Respiratórias ............................................................ 66
P 304 Crise Convulsiva ............................................................................ 68
P 305 Diabetes Mellitus e Hipoglicemia ................................................... 70
P 306 Emergências Obstétricas ............................................................... 73
P 307 Abdome Agudo .............................................................................. 79
P 308 Emerg. Psiquiátricas e Comportamentais ...................................... 80
P 309 Envenenamento e Intoxicação ....................................................... 82
P 310 Abuso de Álcool e Drogas ............................................................. 85
MÓDULO 400 – TRAUMAS 87
P 401 Trauma Crânio-Encefálico (TCE) ................................................... 88
P 402 Trauma Raquimedular (TRM) ........................................................ 90
P 403 Trauma Torácico ............................................................................ 93
P 404 Trauma Abdominal ......................................................................... 95
P 405 Trauma Pélvico e Genital ............................................................... 96
P 406 Choque Elétrico ............................................................................. 98
P 407 Ferimentos Específicos .................................................................. 100
P 408 Hemorragia .................................................................................... 103
P 409 Lesões Músculo Esqueléticas ........................................................ 105
P 410 Lesões na Cabeça e Pescoço ....................................................... 107
P 411 Queimaduras .................................................................................. 109
P 412 Violência Sexual ............................................................................ 112
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

MÓDULO 500 – EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS 114


P 501 Afogamento .................................................................................... 115
P 502 Acidentes de Mergulho .................................................................. 118
P 503 Animais Peçonhentos / Perigosos ................................................. 121
P 504 Emergências Relacionadas ao Calor ............................................. 123
P 505 Hipotermia e Congelamento .......................................................... 125
MÓDULO 600 – PROCEDIMENTOS GERAIS 128
P 601 Isolamento de Fluidos Corporais ................................................... 129
P 602 Triagem Pré-Hospitalar .................................................................. 131
P 603 Oximetria de Pulso ......................................................................... 134
P 604 Administração de Oxigênio ............................................................ 135
P 605 Aspiração de Vias Aéreas .............................................................. 142
P 606 Pac. Pediátricos – Generalidades e Abuso ................................... 144
P 607 Pac. Portador Deficiência Física e Mental ..................................... 147
P 608 Paciente Idoso – Generalidades e Abuso ..................................... 148
P 609 Operação de Veículos de APH ...................................................... 150
P 610 Extração ......................................................................................... 153
P 611 Outro Profissional de Saúde na Cena ........................................... 159
P 612 Recusa de Atendimento ................................................................. 160
P 613 Presunção de Óbito ....................................................................... 162
APÊNDICE 164
Apêndice 01 Aspectos Médicos, Legais e Éticos............................................ 165
Apêndice 02 Sinais Vitais ............................................................................... 167
Apêndice 03 Estado de Choque .................................................................... 169
Apêndice 04 Escala de APGAR ..................................................................... 172
Apêndice 05 Escala de Coma de Glasgow – Adulto ..................................... 173
Apêndice 06 Escala de Coma de Glasgow – Pediátrica .............................. 174
Apêndice 07 Escala de Trauma Score ........................................................... 175
Apêndice 08 Mapa Carga Padrão Equipamentos de APH........................... 176
Apêndice 09 Duração de Cilindro de O2 ........................................................ 181
Apêndice 10 Primeira Resposta..................................................................... 183
Apêndice 11 Modelo de Ficha de APH........................................................... 185
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 188
16
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

- Introdução -
17
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

PREFÁCIO

As mortes decorrentes de traumas são um grande problema de saúde no


mundo inteiro. Segundo a 7º edição do livro Prehospital Trauma Life Support -
PHTLS - elas são responsáveis por aproximadamente 14 mil casos fatais
diariamente em todo o planeta, ficando entre as cinco maiores causas de óbito no
mundo. De acordo com dados do Ministério da Saúde (DATASUS), no ano de 2011,
foram registrados no Brasil, 145.842 óbitos por causas externas (acidentes,
homicídios, etc.). As mortes ocorridas por doenças cardiovasculares também
apresentam um número bastante expressivo no território nacional, sendo que em
2011, foram registrados nos bancos de dados (DATASUS) 103.486 óbitos por
doenças isquêmicas do coração e 100.751 óbitos por doenças cerebrovasculares.
Ocorrem aproximadamente 800 casos de Parda Cardiorrespiratória (PCR) por dia
em nosso país (RECH et al, 2006, p.397), sendo em grande parte fora do ambiente
hospitalar (residências, rua, etc.).
Os militares do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) atuam
no Atendimento Pré-hospitalar (APH) prestando os primeiros atendimentos e
transporte às vítimas de incidentes clínicos, traumáticos, obstétricos e psiquiátricos.
São profissionais com treinamento em suporte básico de vida, com ações não
invasivas.
Nos últimos anos, observou-se um crescimento da demanda por serviços
nesta área, causado pelo aumento do número de acidentes e da violência urbana,
tornando necessária a adoção de medidas para implantar um processo de
aperfeiçoamento do atendimento às urgências e emergências.
Nesse contexto e com o objetivo de prestar Atendimento Pré-Hospitalar de
qualidade à população, o CBMMG edita a segunda edição da Instrução Técnica
Operacional nº 23, abordando atualizações ocorridas entre a 1ª Edição deste
documento e o ano de 2016, como as novas diretrizes do International Liaison
Committee on Resuscitation (ILCOR) e metodologias contidas nas ultimas edições
do livro Prehospital Trauma Life Support (PHTLS).
De posse da nova edição da ITO-23, o Bombeiro Militar terá um instrumento
de retaguarda atualizado para pesquisa e uma doutrina sólida de amparo técnico e
jurídico. Assim, cabe à guarnição BM prestar um atendimento sistemático, que se
18
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

estende do dimensionamento da cena até as comunicações e documentação


posteriores ao atendimento.
A ITO-23 está organizada em 6 módulos por tipo
de atendimento, acrescido de um conjunto de apêndices
de suporte. Como alerta, é usado o triângulo ao lado, a
fim de reforçar ou contradizer certas condutas, fazer
ressalvas ou esclarecer alguns procedimentos. O símbolo médico acima (chamado
caduceu) é usado para alerta ao socorrista quanto à necessidade de apoio de uma
equipe de suporte avançado de vida.
19
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

DEFINIÇÕES

As definições a seguir são importantes para que os militares possam entender


os níveis de assistência pré-hospitalar (básico e avançado) e em quais situações
(urgência e emergência) essa assistência se faz necessária.

Serviço de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel: “Considera-se como nível pré-


hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento que procura chegar
precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza
clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar a
sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe
atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente
hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde.”1
Suporte Avançado de Vida: tratamento médico de emergência que vai além de
suporte básico de vida, proporcionando manejo avançado das vias aéreas, incluindo
a intubação, monitorização cardíaca avançada, desfibrilação, estabelecimento e
manutenção de acesso intravenoso e terapia medicamentosa.
Suporte Básico de Vida: nível específico de assistência pré-hospitalar prestada por
profissionais treinados, focado em avaliar rapidamente o estado de um paciente,
manutenção vias aéreas, respiração e circulação de um paciente; controle do
sangramento externo, evitando o choque; prevenção de novas lesões ou deficiência.
Urgência: ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de
vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata.
Emergência: ocorrência imprevista de agravo à saúde que impliquem em risco
iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico
imediato.

1
Definição apresentada pela Portaria nº 2048/2002 do Ministério da Saúde.
20
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

CONCEITOS IMPORTANTES PARA O APH

Os militares envolvidos nos atendimentos e no planejamento de alocação de


recursos de APH devem observar os conceitos a seguir, a fim de garantir que as
vítimas sejam atendidas no menor tempo possível, proporcionando maiores
possibilidades de sobrevivência e reabilitação.

“Hora de Ouro”: atualmente é denominado de “Período de Ouro”, segundo o qual -


em linhas gerais - quanto mais tempo decorre entre o agravo traumático à saúde e o
atendimento pré-hospitalar e hospitalar, maior a probabilidade de morte dos
pacientes traumatizados graves, pois as mortes no trauma ocorrem em 3 períodos
distintos, denominados picos, nos quais as intervenções pré-hospitalares e
hospitalares devem ser executadas, o que demonstra a interferência do fator tempo
na sobrevivência dos pacientes. O primeiro pico de mortes ocorre entre minutos até
1 hora do trauma, e corresponde a 50% das mortes. Estas mortes geralmente só
poderiam ser evitadas com medidas de prevenção. O segundo pico está entre as
primeiras 4 horas, e nele ocorrem 30% das mortes. É neste período que o APH pode
fazer a maior diferença. O terceiro pico está entre dias a semanas após o trauma,
em que ocorrem os outros 20% das mortes. Sendo assim, cada paciente possui um
período específico em que o tempo será fator crucial para um bom prognóstico.
Diante desse fato, o Serviço de Atendimento Pré-Hospitalar deve buscar chegar até
a vítima e transportá-la para o hospital com o tratamento ideal no menor tempo
possível.

“Minutos de Platina”: dentro do “Período de Ouro” encontramos os “Minutos de


Platina”, termo este consagrado pelo PHTLS, segundo o qual, o tempo máximo de
permanência da equipe de APH no local da ocorrência deve ser de 10 minutos. No
caso do CBMMG, devem ser ressalvadas as poucas exceções a este período de 10
minutos, contidas nesta ITO. Sendo assim, quanto menor o tempo desde o trauma
até o paciente dar entrada em um hospital de referência, maiores são suas
possibilidades de sobrevida.

Tempo Resposta: em nível pré-hospitalar uma das principais causas de óbito, seja
por trauma ou problemas clínicos, é a falta de oxigênio chegando aos tecidos,
originada por hemorragias, parada cardiorrespiratória e outros problemas. Em muitos
21
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

casos, estes problemas podem ser resolvidos com ações de Atendimento Pré-
Hospitalar. Neste sentido, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o
tempo de resposta ideal está entre 4 a 6 minutos, compreendidos do momento em
que o chamado dá entrada na Central de Emergências (COBOM / SOU / SOF) até o
momento em que equipe intervencionista (Guarnição BM) chega à cena da
emergência médica.

O preconizado pela OMS fundamenta-se no fato de que após 4 a 6


minutos de instalada uma parada cardiorrespiratória (PCR) iniciam-se os danos
cerebrais. Após 10 minutos a morte encefálica é certa2. Além disso, em caso de
fibrilação ventricular, se o APH (ressuscitação cardiopulmonar e desfibrilação) inicia-
se nos primeiros 4 a 6 minutos após a PCR, o índice de sobrevivência é cerca de
43%. Se iniciada entre 8 a 12 minutos da PCR, é de apenas 6%, em média3.
Observe-se que para cada minuto de PCR sem ressuscitação cardiopulmonar
(RCP), as chances da vítima sobreviver decaem de 7 a 10%.

Nesse sentido, é essencial que o CBMMG adote posturas proativas visando


à redução do tempo-resposta, através de medidas como:

1. atendimento telefônico eficaz e despacho rápido de viaturas;

2. criação de postos avançados ou estabelecimento de pontos-base em áreas


prioritárias;

3. empenho de viaturas diversas em ações de primeira resposta.

RCP de Alta Qualidade: em casos de PCR, o tratamento em nível de suporte


básico de vida é a realização de compressões de qualidade, ventilações eficazes e
desfibrilação rápida. Por isso, todos os militares do CBMMG deverão estar bem
capacitados à realização destas ações através de programas de treinamento
contínuo em todos os níveis, tendo em vista que uma PCR pode ocorrer em
qualquer lugar, a qualquer hora, com qualquer pessoa. Por este conceito entende-se
que não basta apenas fazer, mas tem que se fazer certo.

“Corrente da Sobrevivência Extra-Hospitalar”: os casos de PCR convergem, em


geral, para uma unidade de cuidados intensivos em um hospital. Entretanto, para

2,3 AMERICAN HEART ASSOCIATION (USA). Suporte Básico de Vida para Profissionais de Saúde. São Paulo:
American Heart Association, 2010.
22
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

que a vítima tenha chances de sobreviver e receber alta hospitalar, é de suma


importância que ela receba atendimento pré-hospitalar por uma série de ações, que
compõem os elos da chamada corrente da sobrevivência pré-hospitalar:

1. Reconhecimento e acionamento do serviço médico de emergência;

2. RCP imediata de alta qualidade;

3. Rápida Desfibrilação;

4. Serviços médicos básicos e avançados de emergência;

5. Suporte avançado de vida e cuidados pós-PCR.

É importante observar que o CBMMG realiza ações até o 4º elo desta corrente.

Integração da sociedade no atendimento às vítimas: pessoas acometidas por


situações de urgência e emergência, na maioria das vezes, necessitam de
atendimento inicial da comunidade local. Dessa forma, é de extrema importância o
treinamento da comunidade em primeiros socorros. Estas pessoas ajudam a reforçar
os elos da corrente da sobrevivência pré-hospitalar, permitindo aos pacientes terem
maiores chances de sobrevivência e diminuição de seqüelas.

“Princípios de Ouro do Atendimento ao Traumatizado”: os princípios


apresentados a seguir são as principais medidas a serem adotadas durante o
atendimento prestado pelos bombeiros militares às vítimas, principalmente nos
casos de trauma. Estes princípios apresentam as prioridades a serem reconhecidas
e tratadas, que contribuirão para um melhor prognóstico do paciente.

1. Garantir a segurança da cena, dos socorristas e da equipe;

2. Avaliar a necessidade de outros recursos;

3. Reconhecer a Biomecânica envolvida nas lesões;

4. Reconhecer as lesões com risco de vida já na avaliação primária;

5. Cuidar da via aérea do paciente traumatizado com controle da coluna cervical;

6. Providenciar suporte ventilatório e oferecer oxigênio para manter SatO2 superior


a 95%;

7. Controlar toda hemorragia externa;


23
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

8. Tomar as medidas iniciais para o tratamento do choque, incluindo a restauração


e a manutenção da temperatura normal do organismo e a imobilização adequada
das lesões músculo-esqueléticas;

9. Manter a estabilização manual da coluna até que o paciente esteja imobilizado


em prancha longa;

10. Iniciar o transporte para o hospital apropriado mais próximo em, no máximo, 10
minutos após a chegada ao local;

11. Uma vez adequadamente tratadas ou descartadas as lesões com risco de vida,
obter o histórico médico do paciente e fazer o exame secundário;

12. Comunicar ao hospital de destino as informações do paciente e das


circunstâncias do trauma de maneira técnica e meticulosa;

13. Acima de tudo, não causar mais dano.


24
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

MÓDULO 100
- Avaliação do Paciente -
25
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 101 – AVALIAÇÃO DO PACIENTE

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA
a. Providencie o Isolamento dos Fluídos Corporais (IFC) por dispositivos
de barreira (Coloque-os, na seguinte sequência: avental, máscara, óculos,
luvas).
b. Mantenha a cena segura:
i. Se a cena está comprovadamente insegura, torne-a segura. Se
necessário, acione outros órgãos. Do contrário, não entre na cena;
ii. Promova a segurança da Gu BM e do paciente;
iii. Promova a segurança das testemunhas e dos demais profissionais
presentes na cena;
iv. Preserve o local que contenha indícios de crime;
v. Proceda ao estacionamento da viatura, iluminação e sinalização da via,
conforme o módulo P 609.
c. Descubra a Natureza da Doença – NDD (Clínico) ou o Mecanismo de
Lesão – MDL (Trauma):
i. Casos clínicos – Natureza da Doença – NDD:
1. Verifique junto ao paciente, familiares ou testemunhas por que o
CBMMG foi acionado – NDD;
2. Determine o número total de pacientes:
(a) Solicite recursos adicionais, inclusive suporte avançado de vida e
transporte aéreo, se necessário;
(b) Inicie a triagem, se for o caso, conforme P 602.
3. Se recursos são disponíveis, proceda à avaliação inicial.
ii. Trauma - Mecanismo de Lesão – MDL:
1. Obtenha informações do paciente, familiares ou testemunhas e
inspecione na cena qual é o MDL;
2. Determine o número total de pacientes:
(a) Solicite recursos adicionais, inclusive suporte avançado de vida e
transporte aéreo, se necessário;
(b) Estabeleça o SCO, se houver necessidade;
(c) Inicie a triagem, se for o caso, conforme P 602.
3. Relacione o acidente com as possíveis lesões das vítimas.
4. Se paciente com suspeita de TRM, proteja a coluna espinhal do
paciente estabilizando manualmente a cabeça no momento da
abordagem.
5. Avalie a responsividade, identifique-se pelo nome, diga que você é um
Bombeiro Militar e peça consentimento para ajudá-lo.
6. Execute a avaliação primária (ABCDE).
26
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
a. Paciente responsivo – conversa ou chora? Estabeleça a Escala de
Coma de Glasgow, se possível:
i. Etapa A (Vias aéreas com controle da coluna cervical);
1. Abra as vias aéreas superiores:
(a) Retire ponte fixa, prótese parcial removível e prótese total, se
presentes e caso estejam obstruindo as vias aéreas (a prótese,
principalmente a total, pode ser imprescindível para a manutenção
do formato anatômico da boca);
(b) Avalie quanto à existência de objetos ou algo que precisa ser
removido; realize oximetria de pulso; forneça oxigênio, se
necessário, conforme P 604.
ii. Etapa B (Respiração):
1. Avalie a QUALIDADE:
(a) Profundidade: superficial, normal ou profunda;
(b) Frequência: lenta, normal ou rápida;
(c) Esforço: presente ou ausente;
(d) Bilateralidade: expansão simétrica ou assimétrica;
(e) Se respiração inadequada ou na presença de ferimentos graves no
tórax, realize intervenções necessárias;
iii. Etapa C (Circulação: avalie H3P):
1. Controle a Hemorragia externa, caso haja;
Avalie a QUALIDADE;

(a) Pulso: adulto e criança (radial)/lactente e neonato (braquial;)


(b) Perfusão capilar;
(c) Pele (temperatura, cor e umidade).
iv. Etapa D (Disfunção Neurológica):
1. Classifique conforme a Escala de Coma de Glasgow (ECG), caso não
tenha sido feita anteriormente;
2. Se ECG < 15, faça a avaliação das pupilas.
v. Etapa E (Exposição ao ambiente):
1. Exponha o paciente com controle da hipotermia - retirar ou cortar a
quantidade de roupa necessária para determinar a presença ou a
ausência de uma condição ou lesão;
2. Cubra o paciente, prevenindo a hipotermia e minimizando o choque.
b. Paciente irresponsivo:
i. Avalie a existência de respiração e pulso em concomitância:
1. Respiração: observe expansão visível de tórax e abdômen;
Pulso: adulto e criança (carotídeo)/ lactente e neonato (braquial);
27
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. Trate possível PR ou PCR, conforme módulo 200.


ii. Etapa A (Vias aéreas com controle da coluna cervical):
1. Abra as vias aéreas superiores:
(a) Pacientes clínicos: a manobra de hiperextensão da coluna cervical
e elevação do queixo (head-tilt chin-lift);
(b) Pacientes de trauma ou natureza da lesão desconhecida: estabilize
a coluna cervical e tracione a mandíbula (jaw thrust/ chin lift);
(c) Retire ponte fixa, prótese parcial removível e prótese total, se
presentes e caso estejam obstruindo as vias aéreas (a prótese,
principalmente a total, pode ser imprescindível para a manutenção
do formato anatômico da boca);
(d) Avalie quanto à existência de objetos ou algo que precisa ser
removido; realize oximetria de pulso; forneça oxigênio, se
necessário, conforme P 604. Aspire as vias aéreas, se necessário;
(e) Insira cânula orofaríngea (COF) (ECG ≤ 8, sem reflexo de vômito) e
forneça oxigênio, se necessário, conforme P 604.

 Se o paciente está inconsciente, ou a respiração é inadequada ou ausente,


pode ser necessário auxiliar a respiração utilizando adjuntos respiratórios
(máscara facial, cânula orofaríngea e bolsa válvula máscara) e ofereça
oxigênio conforme P 604.

iii. Etapa B (Respiração):


1. Avalie a QUALIDADE:
(a) Profundidade: superficial, normal ou profunda;
(b) Frequência: lenta, normal ou rápida;
(c) Esforço: pouco, normal ou muito;
(d) Bilateralidade: expansão simétrica ou assimétrica;
(e) Se respiração inadequada ou na presença de ferimentos graves no
tórax, realize intervenções necessárias;
iv. Etapa C (Circulação: avalie H3P):
1. Controle a Hemorragia externa, caso haja;
2. Avalie a QUALIDADE;
(a) Pulso: adulto e criança (radial)/lactente e neonato (braquial;)
(b) Perfusão capilar;
(c) Pele (temperatura, cor e umidade).
28
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Identifique a prioridade do paciente.


 Em pacientes responsivos ou irresponsivos, se há alguma circunstância que
ameace a vida (instabilidade crítica no “ABC” ou “D”), trate-a imediatamente.
 Em pacientes responsivos ou irresponsivos, se há um caso de Load and Go,
conforme P 102 (“alta prioridade”), após avaliar e tratar os principais
problemas do “ABCD”, transporte imediatamente e faça demais avaliações e
tratamentos durante o transporte para a unidade de saúde.
 Intercepte com o Suporte Avançado de Vida, se disponível, a caminho da
unidade de saúde, ou conforme regulação médica.

3. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Paciente de Trauma:
i. Em paciente COM Mecanismo de Lesão Significativo:
1. Execute o exame físico detalhado da cabeça aos pés, procurando por
DCAP – QELS, conforme P 102;
2. Avalie sinais vitais e oximetria;
3. Avalie o SAMPUM;
4. Classifique na Tabela de Trauma Score revisado;
5. Reavalie a decisão de transporte.
ii. Em paciente SEM Mecanismo de Lesão Significativo:
1. A avaliação é dirigida para a lesão específica (queixa principal);
2. Avalie os sinais vitais e oximetria;
3. Avalie o SAMPUM;
4. Classifique na Tabela de Trauma Score revisado;
5. Reavalie a decisão de transporte.
b. Paciente de Caso Clínico:
i. Paciente responsivo:
1. Avalie o histórico do paciente e a doença atual;
2. Avalie SAMPUM;
3. Avalie O P Q R S T;
4. Execute o exame físico detalhado, somente se necessário;
5. Avalie os sinais vitais e oximetria;
6. Reavalie a decisão de transporte.
ii. Paciente irresponsivo:
1. Execute o exame físico detalhado da cabeça aos pés, procurando por
DCAP – QELS, conforme P 102;
2. Avalie sinais vitais e oximetria;
29
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

3. Obtenha o histórico do SAMPUM de testemunhas, solicitante e


familiares da vítima na cena da ocorrência, se possível, antes de
conduzir o paciente;
4. Reavalie a decisão de transporte.
 O tempo total de cena deve ser, preferencialmente, de no máximo 10
minutos. Exceção: vítima em local de difícil acesso e ordem contrária da
regulação médica.
 Mecanismo de lesão não significativo é associado a lesões específicas (por
exemplo, corte no dedo). Nesses casos, não se exige exame físico detalhado.
A avaliação é dirigida para a lesão específica (queixa principal).

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. Repita a avaliação primária. Para paciente estável, no máximo a cada 15
minutos. Para paciente instável, constantemente.
b. Repita a avaliação secundária referente às queixas e lesões do
paciente.
c. Cheque intervenções:
i. Confira se o fornecimento de oxigênio e ventilação estão adequados;
ii. Confira o controle de hemorragia;
iii. Confira a adequação de outras intervenções.

5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Comunicação com a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF:
i. Ao chegar à cena, repasse à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU /
SOF a situação geral da ocorrência, quantidade e condição clínica das
vítimas, além de necessidade de apoio adicional, inclusive SAV;
ii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF a necessidade
de acionamento dos hospitais de referência, incluindo o tempo de
chegada;
iii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF os seguintes
dados do paciente:
1. Dados pessoais (nome, idade, carteira de identidade, etc.);
2. Achados da avaliação;
3. Frequência respiratória;
4. Frequência cardíaca;
5. Pressão arterial sistólica e diastólica;
6. Oximetria de pulso;
7. Escala de Coma de Glasgow;
8. Escala de Trauma Score;
30
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

9. Procedimentos adotados;
10. Outros que a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF solicitar.

 A critério da regulação médica poderá ser determinado aos socorristas a


execução de procedimentos não previstos neste Protocolo de APH, nos limites
das atribuições legais dos Bombeiros Militares.

b. Comunicações Verbais:
i. Depois de chegar à unidade de saúde, relate verbalmente o ocorrido à
equipe de saúde;
ii. Refira-se ao paciente pelo nome (se é conhecido);
iii. Resuma a queixa principal, histórico do agravo à saúde, condutas
executadas na cena, tratamentos adicionais dados em deslocamento,
resposta do paciente, dados vitais e informações adicionais.
c. Comunicações Interpessoais:
i. Estabeleça e mantenha contato visual com o paciente;
ii. Quando atuar, posicione-se no mesmo nível ou no nível mais baixo que o
paciente;
iii. Seja honesto com o paciente;
iv. Use uma linguagem que o paciente possa entender;
v. Tenha domínio de sua própria linguagem corporal;
vi. Fale claramente, devagar e com boa pronúncia;
vii. Chame o paciente pelo nome dele;
viii. Se o paciente tiver dificuldade para ouvir, fale claramente com os lábios
visíveis;
ix. Dê tempo para o paciente responder sua pergunta antes de fazer a
próxima;
x. Aja e fale com calma, de maneira confiante.
d. Relatório de Atendimento Pré-Hospitalar / REDS conforme instrução
operacional específica (ITO-25).
31
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 102 – INSTRUMENTOS AVALIATÓRIOS

1. CASOS DE “LOAD AND GO” (“PEGUE E LEVE”)


a. Definição:
Casos em que, principalmente, durante as etapas “ABCD” da avaliação
primária, e/ou durante a avaliação secundária, detectam-se lesões que
ameacem a vida. Com o objetivo de minimizar o tempo de início do tratamento
definitivo, somente os procedimentos vitais devem ser proporcionados na cena.
Na sequência, o transporte deve ser iniciado e as demais condutas devem ser
executadas durante o deslocamento.
b. Exemplos:
i. Má impressão geral;
ii. Irresponsivo (não responde, não tosse, nem geme);
iii. Responsivo, mas não obedece a comando;
iv. Respiração difícil;
v. Pneumotórax hipertensivo;
vi. Eviscerações;
vii. Trauma combinado com:
1. Antecedentes médicos relevantes;
2. Idade maior que 55 anos;
3. Hipotermia;
4. Queimaduras;
5. Gravidez.
viii. Estado de choque – hipoperfusão;
ix. TCE com ECG < 10;
x. Amputação acima do pulso ou tornozelo;
xi. Fratura de fêmur bilateral;
xii. Instabilidade pélvica;
xiii. Hipotensão mantida PAS <90 mmHg;
xiv. Obstrução que não pode ser removida de forma mecânica;
xv. Parto complicado;
xvi. Dor torácica, com PA sistólica menor que 100 mmHg;
xvii. Hemorragia descontrolada – exanguinante;
xviii. Dor severa em qualquer parte do corpo;
xix. Incapacidade para mover qualquer parte do corpo;
xx. Qualquer condição que impeça a vítima de respirar e o SAV não se faz
presente;
xxi. Qualquer outro caso em que a vítima esteja instável ou com lesão grave.
32
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. CASOS DE MECANISMO DE LESÃO (MDL) SIGNIFICATIVOS


a. Definição:
i. São casos em que há uma grande transferência de energia para o corpo
humano, durante a Biomecânica do Trauma. O socorrista deve considerar
que todo paciente que apresentar trauma pelos mecanismos a seguir, deve
ser considerado um potencial portador de uma lesão vertebromedular.

a. Exemplos:
i. Ejeção do veículo;
ii. Morte de outro passageiro do mesmo veículo;
iii. Queda de uma altura igual ou superior a 3 vezes a altura do paciente,
especialmente se cabeça e/ou dorso colidem com superfície rígida; de
modo geral são consideradas graves qualquer queda, especialmente em
idosos;
iv. Capotamento de veículo;
v. Colisão a alta velocidade;
vi. Atropelamento;
vii. Acidente com motocicletas e bicicletas;
viii. Inconsciência ou alteração do estado mental após trauma;
ix. Trauma penetrante na cabeça, tórax ou abdome;
x. Lesões ocultas - relacione a cena com o paciente e avalie a transferência
de energia;
xi. Outros eventos cuja transferência de energia seja considerável e atinja
órgãos vitais.

3. EXAME FÍSICO DETALHADO


a. Pacientes com lesões específicas (por exemplo, corte no dedo), sem
Mecanismo de Lesão Significativo, não exigirão exame físico detalhado.
b. Deve ser executado na cena; exceto se a cena estiver insegura e/ou houver
casos de Load and Go.
c. Avalie cabeça, face, ouvidos, pescoço, tórax, abdome, pelve, extremidades e
região posterior do tronco, procurando por DCAP – QELS:
i. D eformidades;
ii. C ontusões;
iii. A brasões;
iv. P unção /Penetração;
-------------------------------------------
v. Q ueimaduras;
vi. E dema;
vii. L acerações;
viii. S ensibilidade;
33
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

d. Execute o exame físico detalhado da cabeça aos pés (céfalo-caudal) da


seguinte forma:
i. Avalie a cabeça;
ii. Avalie os olhos:
1. Pupilas alteradas;
2. Corpos estranhos;
3. Sangue na órbita;
iii. Avalie o nariz - saída de líquor ou sangue;
iv. Avalie a boca:
1. Dentes fraturados;
2. Obstruções;
3. Inchaço ou laceração na língua;
4. Odores;
5. Descoloração.
v. Avalie a orelha - saída de líquor ou sangue;
vi. Avalie o pescoço:
1. Distensão das veias jugulares;
2. Crepitação;
3. Desvio de traqueia.
vii. Aplique o colar cervical, após avaliação do pescoço;
viii. Avalie o tórax:
1. Crepitação;
2. Movimento paradoxal;
3. Avalie o murmúrio vesicular no ápice e base do tórax, nas regiões
hemiclaviculares e hemiaxilares, bilateralmente.
ix. Avalie o abdome:
1. Rigidez;
2. Flacidez;
3. Distensão;
4. Dor.
x. Avalie a pelve (Antero-postérior, Látero-lateral e sínfise púbica) apenas
uma vez durante todo o atendimento;
xi. Avalie as quatro extremidades. Verifique:
1. Pulso distal;
2. Sensibilidade;
3. Motricidade;
4. Perfusão capilar.
34
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

xii. Role o paciente – para verificar as costas, quando for posicioná-lo na


prancha longa.

4. SAMPUM
i. S inais e sintomas;
ii. A lergias;
iii. M edicamentos que faz uso;
iv. P assado médico;
v. U ltima alimentação;
vi. M ecanismo da lesão / Natureza da doença.

5. OPQRST
i. O rigem / início – Quando começou a dor ou o desconforto?
ii. P rovocação / paliação – Alguma coisa melhora ou piora a dor?
iii. Q ualidade – Descreva a dor (queimação, facada, incômoda, dolorida,
lancinante/penetrante);
iv. R eferida / irradiação / região – A dor se move ou permanece localizada?
v. S everidade – Classifique sua dor ou desconforto em uma escala de 0 a
10;
vi. T empo / duração – Há quanto tempo você tem a dor/desconforto?
35
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

AVALIAÇÃO DA CENA

AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
 LOAD AND GO¹
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
 
PACIENTE DE TRAUMA PACIENTE CLÍNICO
 
Reconsidere o Mecanismo de lesão
COM MDL SEM MDL
RESPONSIVO IRRESPONSIVO
SIGNIFICATIVO SIGNIFICATIVO
 
Exame físico Avaliação Dirigida à Exame físico
Histórico da Doença
detalhado Queixa Principal detalhado
 
Sinais vitais e
Sinais vitais e Sinais Vitais e SAMPUM
Oximetria Oximetria Oximetria
 
SAMPUM SAMPUM Avalie O P Q R S T SAMPUM
 
Exame físico detalhado, Reavalie a Decisão
Trauma Score
somente se necessário de Transporte
 
Reavalie a Decisão de Transporte Sinais Vitais e Oximetria
 
Reavalie a Decisão de
Transporte

AVALIAÇÃO CONTINUADA

COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Figura 1 - Algoritmo de avaliação do paciente

¹ Se detectado algum caso de “Load and Go”, realize o tratamento necessário e


desloque para o hospital. As próximas etapas serão realizadas durante o
deslocamento.
36
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

MÓDULO 200
- Suporte Básico de Vida -
37
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 201 – PCR ADULTO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Conduta
i. O socorrista 1 verifica o nível de consciência da vítima, tocando em seu
ombro e perguntando se está bem enquanto o socorrista 2 assume a
estabilização da cabeça;
ii. Se inconsciente, o socorrista 1 verifica a respiração através da expansão
visível do tórax e o pulso carotídeo simultaneamente de 5 a 10 seg,
enquanto o socorrista 2 tenta inserir a COF e providencia a abertura das
vias aéreas;
iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal
ou agônica - gasping) e nenhum pulso definido em 10 segundos acione
apoio, inclusive SAV, e providencie o DEA rapidamente;
iv. Se há apenas 1 socorrista:
1. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida;
2. Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 2 ventilações com
elevação visível do tórax preferencialmente com uma pocket mask;
3. Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA esteja disponível e
com as pás conectadas no paciente ou, após 2 minutos de RCP,
apareça outro socorrista para revezar.
v. Se há 2 ou mais socorristas (RCP em equipe):
1. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida;
2. O socorrista 1 inicia a RCP com 30 compressões e 2 ventilações
comprimindo a BVM, o socorrista 2 realiza a abertura de vias aéreas e
vedação da máscara com as duas mãos e o socorrista 3, após acionar
o SAV, opera o DEA ;
3. Havendo apenas dois socorristas, o socorrista 1 inicia as compressões
e ventilações e o socorrista 2 instala e opera o DEA;
4. Após dois minutos ou 5 ciclos de 30 compressões por 2 ventilações,
caso o DEA não esteja disponível, troca-se o compressor (intervalo
máximo de 5 seg. para troca).
 Execute compressões rápidas e fortes, na metade inferior do osso esterno
(Não comprima sobre o processo xifóide), com frequência de no mínimo 100 por
minuto e no máximo 120 por minuto.
 A profundidade das compressões deve ser de no mínimo 5 cm e não mais do
que 6 cm.
Permita o retorno total do tórax após cada compressão. Não se apoie sobre o
tórax após cada compressão e durante as ventilações.
 Minimize as interrupções entre os ciclos de compressões.
 Sempre que possível, mesmo estando com dois socorristas, execute a
ventilação a 04 mãos, que consiste em vedar a mascará com 02 mãos (
38
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

socorrista 02) e ventilar apertando a bolsa do BVM com as duas mãos a bolsa (
socorrista 01 ou 03).;
Durante o tratamento de uma PCR com 03 socorristas, o terceiro socorrista,
além de operar o DEA, deverá executar as ventilações comprimindo a bolsa da
BVM com as duas mãos caso esteja disponível, enquanto o socorrista 02
mantém abertura de vias aéreas e vedação da mascara da BVM utilizando as
duas mãos e o socorrista 1 realiza as compressões torácicas;
 Evite excesso de ventilação (pode provocar distensão gástrica e dificulta o
retorno venoso ao coração).

vi. Permita que o DEA faça a leitura, assim que disponível e conectado:
1. Faça rodízio entre as posições dos socorristas a cada leitura do DEA,
trocando principalmente o compressor.
vii. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP iniciando pelas
compressões;
viii. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões;
ix. Se o SAV não está disponível/a caminho, transporte para o HR nos
seguintes casos:
1. O paciente apresenta sinais de retorno espontâneo da circulação;
2. Após a aplicação de 6 a 9 choques, consecutivos ou não, separados
por 2 minutos de RCP;
3. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por 2 minutos de
RCP, de que o choque não é indicado.
x. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados com
manobras de RCP com 30x2. A troca do compressor será a cada dois
minutos ou 5 ciclos;
xi. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.

 Somente cesse a RCP em caso de: a) início de rigor mortis; b) exaustão


dos membros da Gu BM após os revezamentos; c) determinação pelo SAV ou
regulação médica; d) transferência do paciente a outra equipe; e) retorno
espontâneo da circulação, manifestado por movimentos, retorno da
consciência e/ou respiração normal.
Use dispositivos de feedback para monitorar o tempo, frequência e
profundidade das compressões. Não havendo dispositivos para monitorar o
tempo faça a troca do compressor a cada 5 ciclos.
 Em caso de ambiente hostil, a Gu BM fica autorizada a iniciar o
deslocamento mesmo fora dos critérios anteriores deste protocolo.
39
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Se o paciente estiver com via aérea avançada, não cesse as compressões


para fazer ventilações. Ministre uma ventilação a cada 6 seg (10
ventilações/min) assíncronas com compressão torácica. Cerca de 1 segundo
por ventilação.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia e a AHA, as faixas etárias
para pacientes pediátricos são: do momento do parto até alta da maternidade
(neonato), indivíduo que teve alta da maternidade até 1 ano (lactente). A faixa
etária da criança é de 1 ano até a puberdade e do adulto/adolescente da
puberdade em diante.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
40
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 202 – PCR CRIANÇA E LACTENTE

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Indicação Para Uso Desse Protocolo:
i. Lactente: da alta da maternidade até um ano de idade.
ii. Crianças: de um ano de idade até a puberdade.
b. Conduta:
Verifique a consciência da vítima (em criança, toque em seu ombro e pergunte se
está bem; em lactentes, toque nos pés);

i. Se inconsciente, cheque a respiração e o pulso (carotídeo para crianças e


braquial para lactentes) simultaneamente de 5 a 10 seg;
ii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal
ou agônica - gasping) e nenhum pulso definido em 10 segundos ou
lactentes com frequência cardíaca menor ou igual a 60 bpm com sinais de
hipoperfusão, acione apoio, inclusive SAV, e providencie o DEA
rapidamente;
iii. Se há apenas 1 socorrista:
1. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida;
2. Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 2 ventilações, com
elevação visível do tórax;
3. Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA esteja disponível e
com as pás conectadas no paciente ou, após 2 minutos de RCP,
apareça outro socorrista para revezar.
4. Compressões torácicas em lactente e com 1 socorrista são executadas
com a técnica dos dois dedos (anelar e médio) localizados 1 dedo
abaixo da linha intermamária.
iv. Se há 2 ou mais socorristas (RCP em equipe):
1. Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida;
2. O socorrista 1 inicia a RCP com 15 compressões e 2 ventilações
comprimindo a bolsa da BVM; o socorrista 2 realiza a abertura de vias
aéreas e vedação da mascara com as duas mãos e o socorrista 3, após
acionar o SAV, opera o DEA;
3. Após as 15 compressões torácicas, abra rapidamente as vias aéreas e
forneça 02 ventilações com expansão visível do tórax;
(a) Compressões torácicas em lactente e em dupla são executadas
com a técnica dos dois polegares, mãos circundando o tórax. Não
ventile e comprima ao mesmo tempo, a menos que esteja com via
aérea avançada;
4. Havendo apenas dois socorristas, o socorrista 1 inicia as 30
compressões e 2 ventilações e o socorrista 2 instala e opera o DEA;
41
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

1. Após dois minutos ou 10 ciclos de 30 compressões por 2 ventilações,


caso o DEA não esteja disponível, troca-se o compressor (intervalo de
5 seg. para troca);
 Execute compressões rápidas e fortes, na metade inferior do osso esterno,
com frequência de no mínimo 100 por minuto e no máximo 120 por minuto.
 A profundidade das compressões deve ser cerca de 5 cm em criança e
cerca de 4 cm em lactente.
 Em criança, posicione 1 ou 2 mãos na metade inferior do osso esterno
(dependendo do tamanho da criança). Não comprima sobre o processo xifóide.
Permita o retorno total do tórax após cada compressão. Não se apoie sobre o
tórax após cada compressão e durante as ventilações.
 Minimize as interrupções entre os ciclos de compressões.
 Evite excesso de ventilação (pode provocar distensão gástrica e dificulta o
retorno venoso ao coração).
 Sempre que possível, mesmo estando com dois socorristas, execute a
ventilação a 04 mãos, que consiste em vedar a mascará com 02 mãos
(socorrista 02) e ventilar apertando a bolsa do BVM com as duas mãos a bolsa
(socorrista 01 ou 03).
 Durante o tratamento de uma PCR com 03 socorristas, o terceiro socorrista,
além de operar o DEA, deverá executar as ventilações comprimindo a bolsa da
BVM com as duas mãos caso esteja disponível, enquanto o socorrista 02
mantém abertura de vias aéreas e vedação da mascara da BVM utilizando as
duas mãos.
Caso esteja sozinho com uma criança ou lactente vítima de parada
cardiorrespiratória não presenciada e tenha que deixá-la sozinha para pedir
ajuda ou buscar um DEA, execute primeiro 2 minutos de RCP para depois se
ausentar.
v. Permita que o DEA faça a leitura assim que disponível e conectado;
1. Faça rodízio entre as posições dos socorristas a cada leitura do DEA,
trocando principalmente o compressor.
vi. Quando o DEA estiver disponível, em crianças o socorrista deve utilizar
eletrodos pediátricos e em lactentes o socorrista deve utilizar um
atenuador de carga pediátrico; se o DEA não estiver disponível, utilize o
DEA padrão;
vii. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP pelas compressões;
viii. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões;
ix. Se o SAV não está disponível/a caminho, transporte para o HR nos
seguintes casos:
2. O paciente apresenta sinais de retorno espontâneo da circulação;
3. Após a aplicação de 6 a 9 choques, consecutivos ou não, separados
por 2 minutos de RCP;
42
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

4. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por 2 minutos de


RCP, de que o choque não é indicado.
x. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados com
manobras de RCP com 30 X 2 (1 socorrista) ou 15 X 2 (2 socorristas) com
troca do compressor a cada dois minutos ou 10 ciclos;
xi. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.

Somente cesse a RCP em caso de: a) início de rigor mortis; b) exaustão


dos membros da Gu BM após os revezamentos; c) determinação pelo SAV ou
regulação médica; d) transferência do paciente a outra equipe; e) retorno
espontâneo da circulação manifestado por movimentos, retorno da
consciência e/ou respiração normal.
Use dispositivos de feedback para monitorar o tempo, frequência e
profundidade das compressões. Não havendo dispositivos para monitorar o
tempo faça a troca do compressor a cada 10 ciclos.
 Em caso de ambiente hostil, a Gu BM fica autorizada a iniciar o
deslocamento mesmo fora dos critérios anteriores deste protocolo.
Se o paciente estiver com via aérea avançada, não cesse as compressões
para fazer ventilações. Ministre uma ventilação a cada 6 seg (10
ventilações/min) assíncronas com compressão torácica. Cerca de 1 segundo
por ventilação.
 Em caso de lactente, FC ≤ 60 bpm é indicativo de parada cardiorrespiratória.
A verificação de pulso carotídeo em Lactente pode acarretar isquemia
cerebral. Não se verifica, portanto, pulso carotídeo em lactente, e sim pulso
braquial.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia e a AHA, as faixas etárias
são: do momento do parto até alta da maternidade (neonato), indivíduo que
teve alta da maternidade até 1 ano (lactente). A faixa etária da criança é de 1
ano até a puberdade e do adulto/adolescente da puberdade em diante.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
43
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 203 – OVACE ADULTO E CRIANÇA

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL


a. Conduta:
i. Verifique consciência. SE CONSCIENTE, verifique o sinal universal de
engasgo (mãos no pescoço). Em seguida constate:
1. A vítima respira normalmente?
2. A vítima consegue falar?
3. A vítima consegue tossir?
ii. Caso positivo para algum critério acima, acalme o paciente e o encaminhe
a recurso hospitalar na posição sentado;
iii. SE CONSCIENTE, expressando o sinal universal de engasgo e não
consegue falar, tossir ou respirar, inicie as compressões abdominais
contínuas em J até desalojar o corpo estranho ou o paciente tornar-se
inconsciente;
iv. Lembre-se: Na grávida e no obeso a posição das mãos e os movimentos
são diferenciados; as mãos devem ser posicionadas no osso esterno,
executando movimentos de compressão torácica.
v. Se o paciente TORNAR-SE INCONSCIENTE, cheque a boca a procura do
corpo estranho, mas sem fazer varredura. Caso não o encontre encaminhe
o paciente ao Hospital fazendo RCP durante o transporte;
vi. Se durante o primeiro contato com o paciente o mesmo JÁ ESTIVER
INCONSCIENTE, inicie a RCP pelas compressões e siga o protocolo de
RCP;

 Lembre-se: Lembre-se: após cada ciclo de compressões cheque


rapidamente a boca à procura do corpo estranho, sem fazer varredura digital
as cegas, antes das 2 ventilações".
 Forneça O2 conforme P 604.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
44
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 204 – OVACE LACTENTE E NEONATO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL


a. Conduta:
i. Verifique consciência. SE CONSCIENTE, verifique:
1. A vítima respira normalmente?
2. A vítima consegue chorar?
3. A vítima consegue emitir som?
ii. Caso positivo para algum critério acima, acalme o paciente e o encaminhe
a recurso hospitalar no colo do socorrista / pai / mãe;
iii. SE CONSCIENTE e não consegue tossir nem emitir som, e a obstrução
tenha sido por líquido, peça à mãe, pai ou parente que sugue com a boca
a boca e o nariz da vítima; em seguida o socorrista deve ventilar 2 vezes.
Caso a obstrução se mantenha, execute 5 pancadas entre as escápulas, 5
compressões no tórax;
1. Faça as pancadas e compressões e até o líquido sair, o paciente
respirar normalmente ou tornar-se inconsciente.
iv. SE CONSCIENTE e não consegue tossir, nem emitir som, e a obstrução
tenha sido por corpo estranho sólido detectado ou presenciado, retire o
corpo estranho se visível. Caso não veja o corpo estranho e/ou a
obstrução se mantenha, execute 5 pancadas entre as escápulas, 5
compressões no tórax;
1. Faça as pancadas e compressões até o objeto sair, o paciente respirar
normalmente ou tornar-se inconsciente.
v. Se o paciente TORNAR-SE INCONSCIENTE, cheque a boca à procura do
corpo estranho, mas sem fazer varredura. Caso não o encontre encaminhe
o paciente ao Hospital fazendo RCP durante o transporte;
vi. Se durante o primeiro contato com o paciente o mesmo JÁ ESTIVER
INCONSCIENTE, inicie a RCP pelas compressões e siga o protocolo de
RCP.

 São sinais de OVACE, cianose e olhos arregalados, além da dificuldade de


chorar, tossir e emitir sons.
 Durante a desobstrução, a cabeça do paciente deve permanecer em nível
inferior ao do corpo.
 Nunca faça compressão abdominal.
 Na obstrução por líquido, caso o pai, mãe ou parente não queira e/ou não
sugou com a boca, o socorrista deve iniciar de imediato as 5 pancadas entre as
escápulas, 5 compressões no tórax.
 Lembre-se: havendo obstrução e inconsciência, após cada ciclo de
compressões, cheque rapidamente a boca à procura do corpo estranho antes
de fazer as respirações de resgate.
45
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Mesmo que haja o retorno espontâneo da respiração, a guarnição BM deverá


conduzir ao hospital devido ao risco de aspiração de algum corpo estranho.
 Forneça O2 conforme P 604.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
46
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 205 – PARADA RESP. ADULTO, CRIANÇA e LACTENTE

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL


a. Parada respiratória em Adulto:
i. Verifique a consciência da vítima (tocando em seu ombro e perguntando
se está bem);
ii. Se inconsciente, cheque a respiração e o pulso simultaneamente de 5 a 10
seg.
iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal
ou agônica “gasping”), porém pulso está presente, acione apoio, inclusive
SAV e solicite o DEA rapidamente;
iv. Faça 1 ventilação a cada 5 a 6 segundos (cerca de 10 a 12 ventilações
por minuto) e a cada 2 minutos ou 20 ventilações cheque pulso
novamente.
1. Para fins de padronização das equipes de resgate utilizaremos 1x5x20.
v. Com via aérea avançada (em apoio ao médico atendente) utilizando a
BVM ou a válvula MTV-100 (ou similar), forneça 1 ventilação a cada 6
segundos, ou cerca de 10 ventilações por minuto.
b. Parada respiratória em Criança e Lactente.
i. Verifique a consciência da vítima (tocando em seu ombro e perguntando
se está bem – em criança – ou tocando os pés – em lactente);
ii. Se inconsciente, cheque a respiração e o pulso (carotídeo para crianças e
braquial para lactentes) simultaneamente de 5 a 10 seg;
iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração anormal
ou agônica “gasping”), porem pulso está presente, acione apoio, inclusive
SAV, solicite o DEA rapidamente;
iv. Faça 1 ventilação a cada 3 a 5 segundos ou cerca de 12 a 20 ventilações
por minuto e a cada 2 minutos cheque pulso novamente:
1. Para fins de padronização das guarnições de resgate utilizaremos
1x3x30.
v. Com via aérea avançada (em apoio ao médico atendente) utilizando a
BVM ou a válvula MTV-100 (ou similar) forneça 1 ventilação a cada 6
segundos durante 10 ciclos por minuto;
 Aqueça o paciente - PRINCIPALMENTE LACTENTE E NEONATO - evitando a
hipotermia e o estado de choque.
 Após os dois minutos de ventilações, caso o paciente não tenha pulso,
Inicie RCP.
 Use dispositivos eletrônicos para marcar o tempo de 2 minutos para as
ventilações. Não havendo, marque os ciclos descritos acima.
 Forneça O2 conforme P 604
47
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
48
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 206 – SBV PARA RECÉM-NASCIDO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Indicação:
i. Para utilização no CBMMG, aplicam-se a bebês que acabaram de nascer e
precisam ser reanimados durante as primeiras horas do nascimento no
ambiente pré-hospitalar. No ambiente intra-hospitalar o bebê será
considerado neonato, porém geralmente não haverá atuação de militares
do CBMMG dentro do hospital. Pacientes que receberam alta da
maternidade, mesmo tendo menos de 28 dias tratar como lactente.
b. Conceitos:
i. Recém-nascido (RN): para fins deste Protocolo, é o neonato que acabou
de nascer, dos primeiros minutos a algumas horas após o nascimento;
c. Condutas:
i. Se o parto é iminente, a guarnição deverá fazer um briefing e preparar os
equipamentos, BVM, oxigênio, cânula, oxímetro e kit parto;
ii. O chefe da guarnição deverá separar previamente funções para a equipe:
ventilação com BVM, monitoramento e compressões;
iii. Avaliação inicial do RN:
1. A fim de verificar se o RN necessitará de reanimação a equipe deverá
fazer três perguntas:
(a) Gestação a termo?
(b) Bom tônus muscular?
(c) Respirando ou chorando?
2. Se o RN é termo, está respirando ou chorando e tem bom tônus
muscular forneça, cuidados de rotina:
(a) Coloque em contato pele a pele com a mãe e cubra com lençol
limpo ou manta;
(b) Limpe as vias aéreas se necessário;
(c) Seque e continue monitorando.
3. Se responde negativamente a uma das perguntas acima realize as
seguintes intervenções:
(a) Aqueça;
(b) Reposicione vias aéreas (posição neutra);
(c) Limpe as vias aéreas se necessário;
(d) Seque, estimule;
(e) Cheque respiração e frequência cardíaca;
(f) A equipe deve tentar realizar estas ações da maneira mais
simultânea possível, em não mais de 1 minuto (“minuto de ouro”).
49
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Acione o SAV tão logo observe uma condição crítica: cianose, dispneia,
OVACE, parada respiratória, PCR, frequência cardíaca < 100 bpm,
prematuridade.
 Se o RN apresentar situações que necessitam de reanimação, clampear e
cortar o cordão umbilical imediatamente.

iv. Após o “minuto de ouro”, se RN não respira ou apresenta “gasping”


libere vias aéreas e forneça ventilações por 30 segundos:
1. Para fins de padronização das guarnições de resgate ventile com BVM
durante 30 segundos no ritmo “aperta/solta/solta/aperta” (cerca de 20 a
30 insuflações);
2. Se, após as ventilações, o RN está respirando, freq. cardíaca > 100
bpm e a pele está rosada, apenas monitore o paciente e NÃO
FORNEÇA O2;
3. Se, após as ventilações, o RN está respirando e freq. cardíaca é > 100
bpm, mas o RN está cianótico, ofereça O2 suplementar conforme
módulo P 604 – alcançando as faixas alvo e reavalie após 30 seg;
4. Se, após as ventilações, freq. cardíaca é de 60 a 100 bpm realize
ventilações novamente por mais 30 seg. tente corrigir possíveis erros;
5. Se freq. cardíaca ≤ 60 BPM ou pulso ausente, inicie RCP pelas
compressões torácicas na frequência de 3 comp x 1 resp por 30
segundos a fim de atingir a frequência de 120 eventos por minuto (90
comp.+ 30 resp.)
6. Reavalie a frequência cardíaca a cada 30 segundos.
7. Se após estas manobras o RN não apresentar aumento em sua
frequência cardíaca e, o tempo até o hospital é menor que o tempo de
chegada do SAV na cena, inicie deslocamento executando RCP;
8. Se tempo até o hospital é maior que tempo de chegada do SAV,
permaneça na cena executando RCP.
v. Após o minuto de ouro se o RN respira, porém com dificuldade e tem
cianose persistente, reposicione e libere as vias aéreas, monitore a
saturação de oxigênio e forneça oxigênio suplementar caso necessário,
conforme P-604. Em seguida realize o transporte para o hospital de
referência. Se possível realize interceptação pelo SAV.
 Em caso de RN, FC ≤ 60 bpm é indicativo de parada cardiorrespiratória.
 Cuidado com hipotermia, principalmente com RN prematuros. Se possível use
a luz dicróica, ar condicionado da viatura, manta aluminizada ou embrulho
plástico até o pescoço.
 Não é indicado o uso de Desfibrilador em RN.
 A verificação de pulso carotídeo em RN pode acarretar isquemia cerebral,
portanto se verifica pulso somente braquial ou femoral.
 Considere ausculta do precórdio e uso de oxímetro (mão direita) para avaliar a
frequência cardíaca.
50
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Para avaliar o pulso do RN conte por 6 segundos e multiplique por 10.


 Forneça 40 a 60 insuflações por minuto no RN que necessite assistência
ventilatória (aperta/solta/solta/aperta).
 Forneça O2 conforme P 604.
 Compressões torácicas em dupla são executadas com a técnica dos dois
polegares mãos circundando o tórax, na razão de 3 compressões para 1
ventilação. Não ventile e comprima ao mesmo tempo.
 Aplicam-se os mesmos procedimentos descritos neste protocolo em caso de
reanimação em neonatos (bebês que se encontrem no período de hospitalização
inicial até antes de ter alta da maternidade).
 Aplicam-se aos RN os procedimentos de desobstrução de vias aéreas
previstos nos protocolos P 204 e P 306 (item 2;a;ii;7).

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
51
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 207 – DEA

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Indicações:
vi. PCR com ritmo chocável (FV – Fibrilação Ventricular e TVSP – Taquicardia
Ventricular Sem Pulso);

Figura 2 - Traçado Eletrocardiógrafo da TVSP – Taquicardia Ventricular Sem Pulso


(FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)

Figura 3 - Traçado Eletrocardiógrafo da FV - Fibrilação Ventricular


(FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)

vii. Adulto, Criança, Lactente, exceto RN, com as devidas pás específicas para
cada paciente e atenuadores de corrente se possível ou pás de adultos
para todos os pacientes se apenas estas estiverem disponíveis;
b. Contra indicações:
i. Paciente respirando, com pulso, ritmo sinusal normal e recém nascido.

Figura 4 - Traçado Eletrocardiógrafo do RSN – Ritmo Sinusal Normal)


(FONTE: http://www.medicinaintensiva.com.br/ecgpatologico.htm)

c. Potenciais efeitos adversos / complicações do uso:


i. Queimadura na pele do paciente;
ii. Desativação de marca-passo ou cardiodesfibrilador implantado (CDI);
iii. Lesões no operador ou pessoas próximas em contato com o paciente.
d. Precauções no uso do DEA:
i. Afaste o paciente de água e de superfície molhada;
ii. Antes de conectar as pás, sempre seque e limpe o local permitindo que o
adesivo da pá cole perfeitamente;
52
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

iii. Afaste as pás cerca de 2 a 2,5 cm de distância do marca-passo ou


cardiodesfibrilador implantado (CDI);
iv. Afaste as pás de local lesionado da pele;
v. Retire adesivo de medicação transcutânea se houver, limpe e seque a
superfície onde a pá será instalada;
vi. Não movimente o paciente durante a utilização do DEA, devido aos
artefatos de ruídos e à simulação de FV decorrentes do próprio
movimento;
vii. Não toque nem deixe ninguém tocar o paciente durante a análise do ritmo
e a administração do choque;
viii. Raspe os pelos do tórax do paciente, se necessário, nos locais onde serão
colocadas as pás;
ix. Evite operar o DEA próximo a celulares e rádios de comunicação (HT)
ligados, linhas de trem e metrô, e linhas de alta voltagem;
x. Retire, quando possível, correntes, adornos e assessórios metálicos do
pescoço e mamilo do paciente antes de colocar as pás;
xi. Não use o DEA concomitante com oximetria de pulso, aparelhos de
pressão e equipamentos médicos em contato com o paciente sob
monitoramento.

Remova fontes de oxigênio e gases anestésicos inflamáveis antes de


executar a desfibrilação. Há risco de incêndio e de explosão!

e. Conduta para utilização do DEA:


i. Inicie RCP até que o DEA esteja disponível:
1. Prepare o paciente, ligue o DEA, conecte as pás (continue a RCP).
Quando do sinal de “analisando o ritmo cardíaco”, não toque no
paciente e PARE a RCP;
2. Se choque indicado:
(a) Afaste todas as pessoas de perto do paciente;
(b) Pressione o botão de choque ao vê-lo piscar;
(c) Reinicie imediatamente a RCP pelas compressões;
(d) A cada 2 minutos o DEA reinicia a avaliação.
3. Se choque não indicado:
(a) Continue a RCP.
4. Se o SAV não está disponível/a caminho, transporte para o HR nos
seguintes casos:
(a) A vítima apresenta sinais de retorno espontâneo da circulação;
(b) Após a aplicação de 6 a 9 choques, consecutivos ou não,
separados por 2 minutos de RCP;
53
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

(c) O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por 2 minutos


de RCP, de que o choque não é indicado.
ii. Posição das pás:
1. As pás devem ser posicionadas de forma anterolateral, para que a onda
elétrica atravesse o coração. Posições alternativas, porém, podem ser
consideradas, com base nas características individuais do paciente,
aceitando-se: anteroposterior, infraescapular anteroesquerda e
infraescapular anterodireita.

 A RCP deverá ser realizada até que o DEA esteja em condições de ser
utilizado, e que seja, o mais rápido possível.

f. DEA e transporte:
i. Se durante o transporte, o paciente entrar em PCR dentro da UR, pare,
desligue a viatura e adote os passos de RCP e de desfibrilação;
ii. Se a UR estiver em deslocamento com RCP em andamento, não pare a
viatura, nem cesse a RCP para o DEA analisar o ritmo; mesmo que o
choque for indicado, ele não deverá ser ministrado. Apenas mantenha as
pás conectadas e aderidas ao paciente.
g. Situações especiais:
i. Se durante a aplicação do DEA a bateria descarregar, continue a RCP e
inicie deslocamento.

 Evite usar telefone celular próximo ao DEA. O alto nível de reação


eletromagnética emitida pode resultar numa grande interferência prejudicando
o funcionamento do DEA e colocando em risco o paciente.

 O DEA foi desenvolvido para aplicação em procedimentos de desfibrilação


que possibilita estímulo elétrico ao coração podendo ser usado por qualquer
pessoa em ambiente hospitalar ou extra-hospitalar, dando suporte avançado à
vida.
 O DEA é um equipamento energizado internamente capaz de operar
recebendo energia de uma fonte de alimentação elétrica interna. Não abra o
equipamento. Não dê choques com as pás curto-circuitadas, pois o dispositivo
de disparo pode danificar-se. O paciente deverá estar imóvel durante a análise.
Não utilize as pás se o invólucro estiver violado.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
54
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 208 - SITUAÇÕES ESPECIAIS EM SBV

1. PCR TRAUMÁTICA
a. Conduta:
i. Verifique se a situação se enquadra em PCR de origem clínica ou
traumática e acione o SAV:
1. Se for de origem clínica proceda ao tratamento conforme P - 201 e P -
202.
ii. Se confirmada PCR de origem traumática, além das ações previstas nos
protocolos anteriores trate simultaneamente:
1. Hemorragias graves:
(a) Considere o uso de torniquete e curativos com agentes
hemostáticos.
2. Maximize as intervenções em vias aéreas e oxigenação;
3. Se possível, restrinja movimentos da coluna cervical;
4. Determine qual é o hospital de referência mais próximo, com
capacidade de cirurgia e transfusão de sangue;
(a) Considere transporte aeromédico;
(b) Avalie o tempo de chegada do SAV no local e o tempo de
deslocamento da UR até o hospital;
(c) Se após a primeira análise do desfibrilador ele não indicar choque e
o tempo de chegada do SAV for maior que o tempo de chegada da
UR até o hospital, inicie o deslocamento realizando RCP conforme
P - 201 e 202;
(d) Se após a primeira análise do desfibrilador ele indicar choque
proceda conforme PCR clínica (módulo 200).
(e) Em caso de retorno de circulação espontânea e o SAV não esteja
presente, limite a realizar na cena apenas intervenções de controle
de vias aéreas, hemorragias E DESLOQUE IMEDIATAMENTE
PARA O HOSPITAL DE REFERÊNCIA.

2. PCR EM GESTANTE
a. Conduta:
i. Verifique se a vítima é gestante com mais de 20 semanas de gestação:
1. Caso positivo, além dos procedimentos previstos em P - 201 e P - 202,
realize Deslocamento Manual do Útero para a Esquerda antes de iniciar
as compressões, conforme figura abaixo.
55
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Figura 5 - Deslocamento Manual do útero para a Esquerda. A - uso de uma mão. B - duas mãos
(FONTE: http://circ.ahajournals.org/content/132/18_suppl_2/S501/F1.expansion.html)

3. RCP EM AFOGADOS
b. Conduta:
i. Verifique se a vítima se encontra dentro ou fora da água:
1. Se a vítima se encontra fora da água no momento da chegada da
guarnição da UR, proceda conforme P - 201 e P - 202;
2. Caso contrário, realize SBV dentro da água conforme P-501 e retire o
paciente da água.
ii. Após retirar a vítima da água:
1. Verifique a consciência da vítima (em adultos e crianças, toque em seu
ombro e pergunte se está bem; em lactentes, toque nos pés);
2. Se inconsciente acione apoio, inclusive SAV, e providencie o DEA
rapidamente;
3. Libere as vias aéreas e cheque a respiração usando a técnica VOS
(ver, ouvir e sentir), ouça, sinta a respiração e veja se o tórax se
movimenta;
4. Se não respira realize 5 ventilações de resgate e mantenha as vias
aéreas liberadas;
5. Cheque o pulso (carotídeo para adultos/crianças e braquial para
lactentes);
6. Se a vítima não tem pulso definido em 10 segundos ou em caso de
crianças e bebês, frequência cardíaca menor ou igual a 60 bpm com
sinais de hipoperfusão, realize RCP;
7. Para todas as faixas etárias, se há apenas 1 socorrista:
(a) Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida;
(b) Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 2 ventilações de
resgate, com elevação visível do tórax;
(c) Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA esteja disponível e
com as pás conectadas no paciente ou, após 2 minutos de RCP,
apareça outro socorrista para revezar.
8. Para todas as faixas etárias, se há 2 ou mais socorristas (RCP em
equipe):
(a) Deite o paciente de costas em superfície plana e rígida;
56
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

(b) Havendo mais de dois socorristas, o socorrista 1 inicia a RCP com


15 compressões, o socorrista 2 realiza 2 ventilações e o socorrista
3, após acionar o SAV, opera o DEA;
(c) Após as 15 compressões torácicas, abra rapidamente as vias
aéreas e forneça duas ventilações de resgate com expansão visível
do tórax;
(d) Havendo apenas dois socorristas, o socorrista 1 inicia as 30
compressões e 2 ventilações e o socorrista 2 instala e opera o DEA;
(e) Após dois minutos (ou 10 ciclos) de 15 compressões por 2
ventilações, caso o DEA não esteja disponível, troca-se o
compressor (intervalo de 5 seg. para troca).
iii. Permita que o DEA faça a leitura assim que disponível e conectado;
1. Faça rodízio entre as posições dos socorristas a cada leitura do DEA,
trocando principalmente o compressor.
iv. Para crianças e lactentes, ao usar o DEA, o socorrista deve utilizar um
atenuador de carga pediátrico, se disponível; se não, utilize o DEA padrão;
v. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP pelas compressões;
vi. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões;
vii. Se o SAV não está disponível/a caminho, transporte para o HR nos
seguintes casos:
1. O paciente apresenta sinais de retorno espontâneo da circulação
(tempo ou pulso);
2. Após a aplicação de 6 a 9 choques, consecutivos ou não, separados
por 2 minutos de RCP;
3. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por 2 minutos de
RCP, de que o choque não é indicado.
viii. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados com
manobras de RCP com 30 X 2 (1 socorrista) ou 15 X 2 (2 socorristas) com
troca do compressor a cada dois minutos;
ix. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.

 A qualidade da RCP, frequência, profundidade, posição das mãos durante a


reanimação, técnicas de ventilação e critérios para cessar os esforços devem
ser os mesmos descritos em P-201 e P-202.
Use dispositivos de feedback para monitorar o tempo, frequência e
profundidade das compressões. Não havendo dispositivos para monitorar o
tempo faça a troca do compressor a cada 10 ciclos.

4. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


5. TRANSPORTE
6. AVALIAÇÃO CONTINUADA
7. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
57
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

TABELA DE ATENDIMENTO DE SUPORTE BÁSICO DE VIDA

1 SOCORRISTA 2 SOCORRISTAS OU MAIS


PACIENTE
PR PCR PR PCR
Frequência de
Frequência de 40 a
40 a 60
RN/Neonato 60 ventilações/
3x1x30seg ventilações/ 3x1x30seg
min. durante 30
min. durante 30
segundos
segundos
Lactente 1 x 3 x 2min (ou 30 1 x 3 x 2min (ou 15 x 2 x 2min
30 x 2
ciclos) 30 ciclos) (ou 10 ciclos)
Criança 1 x 3 x 2min (ou 30 1 x 3 x 2min (ou 15 x 2 x 2min
30 x 2
ciclos) 30 ciclos) (ou 10 ciclos)
Adulto 1 x 5 x 2min (ou 20 1 x 5 x 2min (ou 30 x 2 x 2 min
30 x 2
ciclos) 20 ciclos) (ou 5 ciclos)
Segue as faixas Segue as faixas 15 x 2 x 2min
Afogado 30 x 2
etárias acima etárias acima (ou 10 ciclos)
Quadro 1 - Resumo de atendimento de Suporte Básico de Vida
58
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

MÓDULO 300
- Emergências Clínicas -
59
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 301 – EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Distúrbios cardiovasculares: conjunto de doenças e condições envolvendo
o coração e os vasos sanguíneos que podem alterar em pressão e volume o
sangue/oxigênio disponível aos órgãos nobres (cérebro, coração e pulmão).

Figura 6 - Locais comumente referenciados com dor em caso de Em. Cardiovasculares


Fonte: www.mdsaude.com.br

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Sinais e sintomas mais comuns:
i. Dor no peito (retroesternal – centro / ou precordial – à esquerda);
ii. Dor irradiando para braço esquerdo;
iii. Dor irradiando para mandíbula;
iv. Pressão ou desconforto no tórax;
v. Pressão no abdômen, no pescoço ou nas costas;
vi. Desconforto na região epigástrica;
vii. Dificuldade respiratória (dispneia);
viii. Sudorese excessiva;
ix. Pulso irregular ou fraco;
x. Veias do pescoço dilatadas;
xi. Náuseas;
xii. Tontura;
xiii. Fadiga;
xiv. Vômito;
60
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

xv. Desmaio.
b. Fatores de risco não modificáveis (fixos):
i. Idade avançada;
ii. Etnia;
iii. Hereditariedade;
iv. Sexo.
c. Fatores de risco modificáveis:
i. Hipertensão arterial;
ii. Tabagismo;
iii. Diabetes mellitus;
iv. Colesterol alto;
v. Obesidade;
vi. Sedentarismo.
d. Fatores contribuintes:
i. Estresse excessivo;
ii. Ingestão de álcool e drogas.
e. Fatores precipitantes (presente em cerca de 50% dos casos):
i. Exercícios anormalmente vigorosos;
ii. Estresse emocional grave;
iii. Doenças graves.
f. Conduta:
i. Mantenha vias aéreas pérvias;
ii. Previna o estado de choque:
1. Forneça oxigênio, caso necessário, conforme P 604;
2. Aqueça o paciente;
3. Afrouxe suas vestes;
4. Não permita que o paciente faça esforço físico – caminhe, fale muito
etc.
iii. Forneça apoio emocional e acalme o paciente;
iv. Monitore sinais vitais e o esforço respiratório e esteja preparado para RCP,
se necessário, conforme Módulo 200;
v. Se paciente estiver consciente, mantenha-o em posição de conforto
(normalmente semi-reclinado ou sentado);
vi. Se paciente estiver inconsciente, mantenha-o em decúbito dorsal,
aqueça, forneça O2 conforme P 604 (se necessário), monitore sinais vitais
e encaminhe rapidamente ao hospital.
61
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Atente para o relato de histórico médico e de uso de medicamentos. A


coleta de dados e anamnese dirigida não deverá atrasar o transporte.
 No deslocamento para emergências cardiovasculares o socorrista já deve
estar preparado para utilizar o DEA.
 Algumas situações especiais como hipotermia, afogamento, trauma,
choques elétricos, descargas de raios e gravidez podem provocar uma parada
cardíaca.

3. TRANSPORTE
a. Se o trânsito flui bem, desloque em Código 2 (faróis acesos, luzes de
emergência ligadas, sirenes desligadas, conforme P 609). Em caso de
trânsito congestionado, ou quando for valer-se das prioridades previstas no
CTB, desloque em Código 3 (faróis acesos, luzes de emergência ligadas,
sirenes ligadas).

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
b. O COBOM / CIAD e as SOU / SOF, além de conhecer as limitações de cada
hospital de referência em dar sequência à corrente de sobrevivência, devem
sempre notificar ao hospital, antecipadamente, a chegada de um paciente
com possível doença cardiovascular.
c. Colete e/ou documente todas as medicações de uso domiciliar e os repasse
ao médico que o atender.
62
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 302 – AVC / AVE


ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL / ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Acidente Vascular Cerebral / Acidente Vascular Encefálico (AVC/ AVE):
o AVC/AVE conhecido popularmente como "derrame cerebral" se refere a
qualquer processo patológico que comprometa a circulação cerebral. Pode
ser dividido em dois tipos:
i. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI): o mais comum, é causado
pela falta de sangue em determinada área do cérebro, decorrente da
obstrução de uma artéria;
ii. Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH): é causado por
sangramento devido ao rompimento de um vaso sanguíneo.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Sinais e sintomas mais comuns:
i. Vertigem, confusão mental com perda visual parcial;
ii. Forte dor de cabeça;
iii. Forte dor de cabeça acompanhada de náuseas e vômitos;
iv. Falta de coordenação, perda de força;
v. Diplopia: visão dupla e embaçada;
vi. Disfasia: alteração na linguagem e compreensão em qualquer de suas
formas;
vii. Hemiparesia: enfraquecimento incompleto ou parcial de um lado do corpo
(mais grave nas mãos e metade completa da face);
viii. Hemiplegia: paralisia de um lado do corpo.
b. Outros sinais e sintomas encontrados:
i. Ausência de movimento nos olhos, exceto nas pálpebras;
ii. Ptose palpebral (queda da pálpebra);
iii. Falta de ar e sudorese;
iv. Nível alterado de responsividade;
v. Anisocoria: diferença no tamanho das pupilas;
vi. Síncope, torpor, convulsão, coma (E.C. Glasgow<8);
vii. Hipertensão arterial e hipertermia;
viii. Disfagia: deglutição difícil;
ix. Incontinência urinária;
x. Alterações visuais;
c. Fatores de risco:
63
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

i. Idade avançada;
ii. Hereditariedade;
iii. Doença cardiovascular;
iv. Hipertensão arterial;
v. Tabagismo;
vi. Diabetes mellitus;
vii. AIT - Ataque Isquêmico Transitório (déficit neurológico);
viii. Histórico de colesterol alto;
ix. Obesidade;
x. Sedentarismo;
xi. Estresse excessivo;
xii. Dificuldade de coagulação;
xiii. História de trauma craniano;
xiv. Cirurgias recentes;
xv. Uso de anticoncepcionais;
xvi. Uso de drogas (cocaína / anfetamina);
xvii. Uso de anticoagulantes;
xviii. Neoplasias.
d. Conduta:
i. Mantenha vias aéreas pérvias;
ii. Monitore o esforço respiratório e esteja preparado para assistência
ventilatória;
iii. Forneça oxigênio, se necessário, conforme P 604;
iv. Se o paciente estiver inconsciente ele deve ser transportado na posição
de decúbito lateral esquerdo para que o socorrista possa monitorá-lo
constantemente, mantendo o controle de suas vias aéreas e garantindo
uma boa ventilação. Se o paciente estiver alerta, ele pode ser transportado
na posição de conforto (normalmente semi-reclinado ou sentado) ou na
posição de decúbito dorsal com a cabeça e ombros levemente elevados;
v. Mantenha o paciente em repouso, sob observação contínua, monitorização
constante e fornecimento de oxigênio durante o transporte de acordo com
a avaliação da saturação de O2 (suspender em caso de SatO2 ≥94%);
vi. Aqueça o paciente. Não superaqueça-o acima de 37,6ºC;
vii. Afrouxe um pouco as roupas do paciente;
viii. Avalie a responsividade por meio da Escala Pré-Hospitalar de Cincinatti e
Escala de Coma de Glasgow – ECG;
ix. Encoraje membros da família a acompanhar o paciente até o hospital para
que possam informar o histórico do paciente à equipe médica;
64
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

x. Quando da chegada no hospital mantenha os procedimentos até a equipe


médica responsável assumir o paciente, devidamente informada de toda
situação.
e. Escala pré-hospitalar de Cincinatti.
i. Uma anomalia encontrada em qualquer um deles a probabilidade de um
AVC é igual a 72%.

SINAIS COMANDO NORMAL ANORMAL


Peça ao paciente que Ambos os lados do Um lado do rosto não
QUEDA
sorria e/ou mostre os rosto movem-se se move tão bem
FACIAL
dentes. igualmente. quanto ao outro.
Peça ao paciente que
DEBILIDADE Ambos os braços Um braço não se move
feche os olhos e mantenha
DOS movem-se ou cai em relação ao
os braços estendidos por
BRAÇOS igualmente. outro.
10 segundos.
Peça ao paciente para O paciente utiliza as O paciente pronuncia
FALA dizer “o rato roeu a roupa palavras palavras ininteligíveis,
ANORMAL do rei de Roma” ou outra corretamente, com usa palavras incorretas
frase similar. pronúncia clara. ou é incapaz de falar.
Quadro 2 - Escala de Cincinatti.

Figura 7 - Identificação visual de queda facial e debilidade dos braços, conforme a Escala de Cincinatti
Fonte: Stroke Center - Cincinnati (Acesso em 23/11/2012)

 A determinação do momento de início dos sintomas é crucial para fins de


tratamento. O momento do início dos sintomas é o último momento
em que o paciente foi visto assintomático.
 Tempo é cérebro!!! Campanhas mundiais como o PACTO AVC ou o
protocolo FAST (F-Face; A-Arm; S-Speak e T-Time), reforçam a importância do
reconhecimento rápido para início do tratamento hospitalar com fibrinolíticos
(ativadores do plasminogênio) na terapêutica da trombose arterial, a fim de
dissolver rapidamente a rede de fibrina e assim dissolver os trombos, quando
o tempo do início dos sintomas até a chegada ao HR for inferior a 4,5 horas.
Portanto, não atrase o deslocamento para o hospital.
65
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. As aferições de pressão arterial devem ser estabelecidas em intervalos de 10
a 20 minutos e nunca em uma única aferição.
b. Deve-se aferir a duas extremidades superiores, comparando-as.

5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. O COBOM / CIAD, as SOU / SOF devem sempre notificar ao hospital de
referência quanto à chegada de um paciente com possível AVC.
b. Colete e/ou documente todas as medicações de uso domiciliar e as repasse
ao médico que o atender.
66
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 303 – EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Emergências Respiratórias: indicam a dificuldade encontrada pelo sistema
respiratório em desempenhar adequadamente sua principal função, ou seja,
a promoção das trocas gasosas. Há várias doenças respiratórias congênitas
e adquiridas cujos sintomas afetam a capacidade ventilatória e entre as
principais estão a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), a asma e a
pneumonia.
2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
b. Sinais e sintomas:
i. Ausência temporária de respiração (apneia);
ii. Respiração superficial;
iii. Respiração rápida e profunda;
iv. Respiração ruidosa;
v. Sensação vertiginosa;
vi. Ansiedade, agitação, letargia e sonolência;
vii. Cianose de extremidades ou periférica (lábios e dedos);
viii. Dor torácica referida como aperto;
ix. Tosse contínua;
x. Alteração na oximetria de pulso;
xi. Respiração com emprego de musculatura acessória (tiragem intercostais e
de fúrcula).
c. Conduta:
i. Mantenha o paciente em posição de conforto (sentado ou semi-reclinado);
ii. Administre oxigênio, se necessário, conforme P 604;
iii. Aqueça o paciente;
iv. Afrouxe um pouco as roupas do paciente;
v. Ofereça apoio emocional.

3. AVALIAÇÃO CONTINUADA
4. TRANSPORTE
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES

 Se o paciente apresenta respiração inadequada ou ausente, faça a


ventilação assistida com BVM e suplementação de oxigênio, conforme P 604.
Utilize cânula orofaríngea se o paciente estiver com ECG menor ou igual a 8 e
sem reflexo de vômito.
67
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Se o paciente faz uso de broncodilatadores (“bombinhas”), prescrita por um


médico, pergunte-o se fez uso, incentivando-o a usar, conforme a prescrição.
O Socorrista deve estar familiarizado com este dispositivo.

 Se o paciente é crítico, a GU BM deve transportá-lo com urgência ao HR,


além de acionar e interceptar o SAV, se disponível, para manobras invasivas
de obtenção de vias aéreas e ventilação.
68
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 304 – CRISE CONVULSIVA

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Crises convulsivas: alteração involuntária e repentina dos sentidos, do
comportamento, da atividade muscular ou do nível de consciência que resulta
da irritação ou da superatividade das células cerebrais. A convulsão é uma
atividade muscular reflexa frequentemente observada em crises convulsivas.
Uma crise convulsiva pode ocorrer sem convulsões.
2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Reconhecimento:
i. Crise de ausência (Pequeno mal):
1. Olhar fixo e ausente, que dura apenas alguns segundos;
2. Não envolve convulsões;
3. Mais comum em crianças;
4. Grito epiléptico.
ii. Crise tônico-clônica generalizada (Grande mal):
1. Estado mental alterado;
2. Rigidez e contrações musculares alternadas (convulsões);
3. Suspensão temporária da respiração;
4. Estupor pós ictal (fase pós-comicial) – estado de sonolência profunda e
letargia que se instala ao final da convulsão.
b. Sinais e sintomas:
i. Espasmos musculares ( convulsões);
ii. Dor referida em todo o abdome ou em região especifica;
iii. Palidez acentuada, devido à apneia;
iv. Náuseas e vômitos;
v. Saliva espumosa;
vi. Respiração superficial;
vii. Taquicardia ou bradicardia;
viii. Taquipneia ou dispneia;
ix. Sudorese fria;
x. Febre;
xi. Dor abdominal à palpação no exame físico;
xii. Abdome contraído, globoso ou escavado;
xiii. Defesa muscular abdominal no exame físico.
69
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

c. Conduta:
i. Proteja o paciente (ampare sua cabeça, porém não contenha seus
movimentos);
ii. Em caso de secreção na boca, lateralize o paciente. Use abridor de
mandíbula. Não insira os dedos na boca do paciente;
iii. Administre O2, se SatO2 ≤ 94%;
iv. Mantenha o paciente em posição de conforto (decúbito dorsal ou semi-
reclinado);
v. Afrouxe um pouco as roupas do paciente;
vi. Aqueça o paciente;
vii. Ofereça apoio emocional.

3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
70
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 305 – DIABETES MELLITUS (HIPOGLICEMIA/HIPERGLICEMIA)

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Diabetes tipo I: doença na qual o corpo produz pouca ou nenhuma insulina,
sendo que os pacientes necessitam de injeções diárias de insulina. Essa
condição normalmente aparece na infância.
b. Diabetes tipo II: doença na qual o corpo não produz quantidade suficiente
de insulina ou quando as células não respondem bem a essa substância.
Essa condição normalmente aparece na fase adulta e geralmente é
controlada através de dieta e/ou por meio de medicamentos.
c. Hiperglicemia: condição que resulta de níveis insuficientes ou da ausência
de insulina e excesso de açúcar no sangue.
d. Hipoglicemia: condição que resulta do excesso de insulina e níveis
insuficientes ou ausência de açúcar no sangue.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Hipoglicemia (choque insulínico):
i. Sinais, sintomas e eventos relacionados:
1. Glicemia capilar <60 mg/dL;
2. Paciente tomou insulina demais;
3. Alteração no nível de consciência;
4. Convulsão focal ou generalizada;
5. Agitação e mudança de comportamento;
6. Paciente em jejum prolongado (não se alimentou);
7. Pele fria e úmida;
8. Taquicardia;
9. Cefaleia;
10. Palidez;
11. Salivação abundante;
12. Fome, borborigma ("ronco" na barriga);
13. Náuseas, vômitos, desconforto abdominal;
14. Atividade mental anormal com prejuízo do julgamento;
15. Ansiedade, alteração de humor, depressão, choro e medo;
16. Negativismo, irritabilidade, agressividade e fúria;
17. Cansaço, fraqueza, apatia, letargia, sono;
18. Confusão, amnésia, tontura, delírio;
19. Alteração de pupilas (dilatadas);
20. Olhar fixo, visão embaçada, visão dupla;
71
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

21. Atos automáticos;


22. Dificuldade de fala;
23. Descoordenação motora, às vezes confundida com embriaguez;
24. Déficit motor, paralisia, hemiparesia, parestesia, estupor.
b. Hiperglicemia:
i. Sinais, sintomas e eventos relacionados:
1. Glicemia capilar > 200 mg/dl;
2. Paciente não tomou insulina;
3. Poliúria (aumento do volume urinário);
4. Polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de líquidos);
5. Polifagia (apetite aumentado);
6. Mudanças no formato das lentes dos olhos levando a dificuldades de
visão. (Paciente relata visão borrada);
7. Cansaço;
8. Pele seca e quente;
9. Cefaleia;
10. Dispneia;
11. Hálito cetônico (alta concentração de cetona do sangue);
12. Náuseas e Vômitos;
13. Dor abdominal;
14. Alteração de consciência (confusão, sonolência, letargia, hostilidade,
mania, pânico, agresividade etc);
15. Coma com progressão para PCR.
c. Conduta:
i. Obtenha o SAMPUM e OPQRST. Considere:
1. Histórico de diabetes mellitus;
2. Medicações usadas em tratamento:
(a) Insulina – tipo, dose, frequência, última dose;
(b) Medicações orais - tipo, dose, frequência, última dose;
3. Última alimentação do paciente;
4. Recente doença ou lesão;
5. Atividade física recente;
6. Gravidez;
7. Verifique uso de álcool;
8. Histórico de reações a diabetes.
ii. Conduta geral:
72
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

1. Obtenha os sinais vitais;


2. Se paciente possui glicosímetro prescrito por médico, verifique com a
vítima qual a última leitura. Caso o mesmo não tenha feito a medição,
estimule-o a fazer;
3. Prepare-se para fazer aspiração de vias aéreas;
4. Não perca tempo na cena da ocorrência. Considere situações de load
and go;
5. Se paciente está consciente:
(a) Não lhe permita exercitar-se; deite-o na maca ou cadeira de rodas e
o encaminhe à UR;
(b) Proteja vias aéreas;
(c) Previna o choque. Aqueça o paciente. Ofereça oxigênio, se
necessário, conforme P 604;
(d) Em caso de hipoglicemia e sob regulação médica (quando houver),
forneça glicose instantânea ou açúcar comum por via oral ao
paciente, desde que o paciente tenha condição de engolir
espontaneamente.
6. Se paciente está inconsciente:
(a) Proteja as vias aéreas. Aspire se necessário;
(b) Previna o choque. Aqueça o paciente. Ofereça oxigênio, se
necessário, conforme P 604.
3. AVALIAÇÃO CONTINUADA
4. TRANSPORTE
a. Posicione o paciente em posição de conforto;
b. Trate agravos que ameaçam a vida em deslocamento.

5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
 Nem todos os sinais ou sintomas podem estar presentes no paciente.
 Paciente considerado crítico deve ser transportado com urgência ao
hospital de referência. Acionar e interceptar o SAV, se disponível.
 Estimule aqueles pacientes com glicosímetro de uso crônico a utilizar o
aparelho, a fim de repassar para a central de operações ou Regulação Médica.
73
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 306 – EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Parto normal iminente:
i. Sinais e sintomas:
1. Contrações uterinas cíclicas (primeira fase do parto);
2. Rompimento da bolsa amniótica;
3. Apresentação cefálica do feto (coroamento);
4. Taquicardia e taquipneia;
5. Dor durante as contrações.
ii. Conduta:
1. Sempre que possível leia o cartão pré-natal da gestante e busque
informações sobre a gestação (se houve internações, doenças
infectocontagiosas, hipertensão arterial, diabetes ou outras
complicações);
2. Deite a gestante em decúbito dorsal, com pernas fletidas e com joelhos
afastados;
3. Exponha os materiais do Kit Parto;
4. Ponha um lençol limpo sobre a maca (ou local apropriado, onde será
colocado o recém nascido - RN) próximo à pelve da gestante;
5. Quando a cabeça coroar, apoie a mesma com uma das mãos, com leve
pressão para evitar uma expulsão muito rápida e causar alguma lesão
no RN e na parturiente;
6. Ainda na passagem do feto pelo canal vaginal, tente identificar se há
circular de cordão (cordão enrolado no RN), desvencilhando-o. Se
possível já faça uma limpeza prévia da face do RN, com uma
compressa limpa;
7. Após a saída do RN, deite-o no lençol sobre a maca (ou local
apropriado) e aspire suas vias aéreas com aspirador tipo pera, apenas
se tiverem obstruídas;
8. Mantenha o RN no mesmo nível da pelve da mãe até que seu cordão
umbilical seja clampeado;
9. Clampeie o cordão umbilical (se RN é termo e não necessita de
reanimação aguarde aproximadamente 60 segundos para isso):
(a) O 1º clamp a aproximadamente 17 cm (“um palmo”) da parede
abdominal do RN;
(b) O 2º clamp a aproximadamente 7 cm (“4 dedos”) após o 1º clamp,
ou seja, o 2º clamp ficará a 25 cm da parede abdominal do RN;
(c) Em seguida, corte entre os dois.
10. Seque rapidamente o RN e aqueça-o pele a pele com a mãe, após o
envolva com a manta aluminizada ou lençol;
11. Aguarde a saída da placenta (dequitação), sem puxá-la, guarde-a em
um saco plástico e a deixe no hospital;
74
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

12. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico após a dequitação;


13. Oriente a mãe a estender as pernas e uni-las, sem apertá-las;
14. Faça massagens circulares no sentido horário no abdômen da mãe, na
região do útero, para reduzir a hemorragia puerperal;
15. Caso não haja restrições, estimule a mãe a amamentar o RN o quanto
antes (esse método reduz a hemorragia puerperal);
16. Considere fornecimento de oxigênio para o RN e à mãe, se necessário,
conforme P 604;
17. Avalie e classifique o RN na escala APGAR 1 minuto após o
nascimento, repita isto após 5 e 10 minutos, mesmo durante o
transporte, se possível.

 Se o cartão pré-natal informar a presença de doença infecto-contagiosa ou


se não houver cartão pré-natal não estimule o aleitamento materno.
 O clampeamento favorece a dequitação e sua demora propicia a icterícia. O
clampeamento deve ser realizado entre 1 a 3 minutos após o nascimento, a fim
de favorecer a adaptação externa do neonato. Para aqueles RN com
necessidade de reanimação e para os prematuros é recomendado o
clampeamento precoce do cordão umbilical.

b. Parto anormal:
i. Sinais e sintomas:
1. Apresentação pélvica do RN no ato do parto (as nádegas ou ambos os
membros inferiores apresentam-se primeiro);
2. Apresentação invertida (nasce um braço ou uma perna primeiro);
3. Prolapso do cordão umbilical;
4. Presença de mecônio (fezes no RN) no líquido amniótico;
5. Nascimento múltiplo;
6. Crise convulsiva no trabalho de parto;
7. Parto prematuro;
8. Natimorto.
ii. Conduta:
1. Em parto pélvico, segue-se conduta similar à assistência ao parto
normal:
(a) Aguarde o parto progredir naturalmente sem jamais puxar o RN.
Caso ocorra circular de cordão umbilical, se visível, retire-o do
pescoço do RN;
(b) Caso o parto esteja progredindo, aguarde a saída das nádegas,
membros e tronco. O socorrista deve amparar o tronco do bebê no
antebraço. Aguarde a cabeça sair espontaneamente. Enquanto isso
75
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

introduza dois dedos na cavidade vaginal, com a palma da mão


voltada para a face do RN. Coloca-se, então, o dedo indicador do
lado de uma narina e o dedo médio do lado da outra narina, em
forma de V e descomprima a face do feto, facilitando a respiração.
Figura 8:

Fig. 8 - Posição dos dedos do socorrista em forma de “V” para descomprimir a face do feto em caso de parto pélvico.
(Fonte: www.triton.edu, acessado em 20/09/2016)

(c) Caso o tronco tenha saído e a cabeça estiver demorando a sair,


pode-se realizar a manobra de Bracht, que consiste em rebater o
feto sobre o abdômen da mãe, sem executar tração, figura 9:
1. As mãos do socorrista devem envolver o feto de forma que os
polegares mantenham as coxas do RN juntas ao abdômen do RN;
2. Os outros dedos ficam localizados na região sacrococcígea do feto;
3. Sem tracionar o feto, ele é soerguido em torno da púbis da mãe;
4. Por último, o feto é rebatido progressivamente sobre o abdome da
mãe até que a cabeça se desprenda espontaneamente.
5. Caso o socorrista não obtenha sucesso nesta manobra, deve
realizar o transporte para o hospital imediatamente, utilizando a
posição descrita acima no item b e figura 8.

Fig. 9 - Manobra de Bracht. A - visão frontal; B - visão lateral (Fonte: Zugaib Obstetrícia - 2ª edição)

(a) Se houver apresentação das nádegas ou os membros inferiores,


porém o parto não estiver progredindo naturalmente, transporte a
gestante para o hospital imediatamente. Para tanto, a mãe poderá
ser deitada em decúbito lateral esquerdo com o quadril elevado por
travesseiro ou cobertor dobrado ou ser deitada de costas na maca,
com a cabeça baixa e o quadril elevado por travesseiro ou cobertor
76
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

dobrado (posição de Trendelenburg), conforme figura 10. Cubra o


membro exposto com gaze ou compressa estéril.
(b) Se houver apresentação de um dos membros primeiro, transporte a
gestante imediatamente para o hospital. Para tanto, a mãe deverá
ser deitada de costas na maca, com a cabeça baixa e o quadril
elevado por travesseiro ou cobertor dobrado (posição de
Trendelenburg). Isso aliviará a pressão no feto e no cordão
umbilical. Não puxe o membro nem tente empurrá-lo para dentro da
vagina novamente. Cubra o membro exposto com gaze ou
compressa estéril.
2. Em caso de prolapso do cordão, transporte a gestante imediatamente
para o hospital. Para tanto, mantenha a mãe deitada de costas na
maca, com a cabeça baixa e o quadril elevado por travesseiro ou
cobertor dobrado (posição de Trendelenburg). Usando luvas
esterilizadas, introduza os dedos indicador e médio no canal do parto e
empurre gentilmente o bebê, de forma a descomprimir o cordão
umbilical, figura 10. Cubra o cordão com compressa úmida em soro
fisiológico 0,9%;

Fig.10 - Posição de Trendelenburg. Nesta figura, além da posição da mãe, observa-se o socorrista
empurrando a cabeça do feto para dentro do canal do parto a fim de evitar que a cabeça comprima o cordão
umbilical. A ação de empurrar com os dedos a cabeça do feto só deve ser utilizada em caso de prolapso do
cordão umbilical. (Fonte: www.triton.edu, acessado em 20/09/2016).

Em nascimentos múltiplos, a conduta será a mesma que em parto


normal, devendo-se clampear e cortar o cordão umbilical do primeiro
RN antes do nascimento do próximo:
(a) Nascimento de prematuros também tem conduta semelhante ao
parto normal, ressaltando-se a necessidade precoce de se aquecer
o RN;
(b) Em caso do RN nascer com PCR, inicie as manobras de RCP
conforme P 206, exceto se for um caso de natimorto evidente
(bolhas, odor forte e desagradável etc.);
(c) Em todos os casos, mantenha administração de O2 para a mãe, se
necessário, conforme P 604;
(d) Dê apoio emocional à mãe;
(e) Monitore sinais vitais e nível de consciência da mãe e do RN.
77
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

c. Hemorragia pré-parto:
i. Sinais e sintomas:
1. Surgimento de hemorragia vaginal excessiva (metrorragia) antes do
momento do parto;
2. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede, ansiedade,
taquipneia, taquicardia, pele pálida, fria e úmida etc.);
3. Ausência de movimentação fetal.
ii. Conduta:
1. Posicione a gestante em decúbito lateral esquerdo;
2. Mantenha as vias aéreas pérvias;
3. Administre oxigênio em caso de sinais de estado de choque;
4. Aqueça a vítima com manta aluminizada em caso de grandes
hemorragias;
5. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico (não se deve introduzir
nada no canal vaginal);
6. Não ofereça nada para a gestante ingerir;
7. Monitore os sinais vitais e nível de consciência.
d. Aborto:
iii. Sinais e sintomas:
1. Cólica, dor e contrações abdominais;
2. Hemorragia vaginal excessiva (metrorragia);
3. Saída de fragmentos de tecidos do feto pelo canal vaginal;
4. Indícios de estado de choque (hipotensão, fraqueza, tonteira, sede,
ansiedade, taquipneia, taquicardia, pele pálida, fria e úmida etc.).
iv. Conduta:
1. Posicione a gestante em decúbito lateral esquerdo;
2. Mantenha as vias aéreas pérvias;
3. Administre oxigênio em caso de sinais de estado de choque;
4. Aqueça a vítima com manta aluminizada em caso de grandes
hemorragias;
5. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico (não se deve introduzir
nada no canal vaginal);
6. Não ofereça nada para a vítima ingerir;
7. Dê apoio emocional;
8. Caso saia algum tecido fetal, guarde-o em saco plástico e leve-o para o
hospital junto com a mãe;
9. Monitore os sinais vitais e nível de consciência.
78
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Em caso de suspeita de aborto provocado, deve-se considerar sinais e


sintomas de intoxicação exógena e tratá-la conforme P 309.

3. TRANSPORTE
a. O motorrista deve deslocar com velocidade moderada e com o máximo de
cuidado possível, devido ao risco de queda do binômio (mãe e RN) da maca.

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
79
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 307 – ABDOME AGUDO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Conceito: o desconforto abdominal agudo pode se originar de diversos
sistemas, como o cardíaco, gastrointestinal, genitourinário, dentre outros com
diversas causas possíveis. O objetivo do APH no abdome agudo não é
identificar a causa da dor, mas fornecer o atendimento adequado e conduzir
o paciente ao serviço de pronto atendimento o mais rápido possível.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Reconhecimento:
i. Dor abdominal de aparecimento súbito e não traumático geralmente
referenciado como a queixa principal do paciente.
b. Sinais e sintomas:
i. Dor referida em todo abdome ou em região específica;
ii. Palidez acentuada;
iii. Náuseas e vômitos;
iv. Taquicardia ou Bradicardia;
v. Taquipneia ou Dispneia;
vi. Sudorese fria;
vii. Febre;
viii. Dor abdominal à palpação no exame físico;
ix. Abdome contraído, globoso ou escavado;
x. Defesa muscular abdominal no exame físico.
c. Conduta:
i. Administre O2, se necessário, conforme P604;
ii. Mantenha o paciente em posição de conforto (decúbito dorsal, semi-
reclinado ou posição fetal);
iii. Aqueça o paciente;
iv. Afrouxe um pouco as roupas do paciente;
v. Ofereça apoio emocional.

3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
80
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 308 – EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS E COMPORTAMENTAIS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Conduta:
i. Determine se a cena é segura. Se não, afaste-se e solicite apoio de outras
Gu BM, PMMG, SAMU (USA), etc.;
ii. Tente estabelecer um diálogo com o paciente;
iii. Dialogue com técnica:
1. Use um tom calmo, direto e enfático;
2. Apresente claramente os limites e opções do paciente;
3. Respeite seu espaço pessoal;
4. Evite olhar direto nos seus olhos;
5. Não adote uma postura de confronto.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


b. Considere outras causas de comportamento anormal:
i. Hipóxia, hipoperfusão, hipoglicemia;
ii. Abuso de álcool ou drogas;
iii. AVC, TCE, estágio pós-comicial, etc.

 Solicite suporte avançado, se disponível, para proceder à contenção


farmacológica se o paciente estiver agitado, não cooperativo ou violento.

 A abordagem enérgica, quando necessária, deve ser realizada sempre por


três socorristas. O primeiro abordará o portador de sofrimento mental com
uma das mãos em um dos ombros do paciente e a outra mão na testa, isso por
trás do paciente. O segundo abraçará o tronco, imobilizando os braços, pela
frente. E, finalmente, o terceiro abraça os joelhos amortecendo a queda.

c. Conduta:
i. Objetivo: Restabelecer o equilíbrio emocional e social das pessoas
envolvidas na situação de urgência e emergência.
1. Contenha mecanicamente o paciente apenas se for necessário. Utilize
ataduras ou outro meio que não cause lesões para imobilizar o paciente
na maca, somente se o mesmo oferecer perigo para si, para a Gu BM
ou da USA ou para outras pessoas;
81
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. Deite o paciente na maca central da UR e nela imobilize os quatro


membros. Após, confirme se não há prejuízo para a respiração e
circulação. Utilize a prancha longa nos casos onde não houver acesso
para a maca no local;
3. Se o paciente estiver cuspindo na Gu BM posicione uma máscara de
tecido (EPI) na face dele;
4. Coloque o paciente em uma posição de conforto, se possível;
5. Não coloque o paciente em posição prona (decúbito ventral) na maca;
6. Para deprimidos: reserve o tempo necessário para o diálogo,
investigando ideias suicidas e estrutura familiar;
7. Para psicóticos: investigue perda de contato com a realidade
(alucinação e delírios), evitando sempre termos valorativos, falas de
julgamento e linguagem técnica e agressiva;
8. Para violentos: investigar a causa direta ou indireta desse
comportamento, investigar dependência química, histórico de abuso ou
atividade criminosa.

 Se após a contenção mecânica o paciente permanecer agitado ou violento,


ofereça O2 em máscara facial, se necessário. Considere hipóxia.

3. TRANSPORTE
a. Mantenha a contenção mecânica durante o transporte.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Relate no RAPH / REDS as razões pelas quais foi necessária a contenção
mecânica do paciente.
82
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 309 – ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Promova a segurança da cena:
i. Não entre em locais confinados ou com atmosfera tóxica sem EPI
apropriado para a atividade;
ii. Tente identificar a substância tóxica;
iii. Solicite apoio, se necessário;
iv. Proceda ao IFC.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Sinais e sintomas:
i. Tonturas;
ii. Náuseas;
iii. Cefaleia;
iv. Vômitos;
v. Formação excessiva de saliva ou espuma na boca;
vi. Estado mental alterado, podendo chegar à inconsciência;
vii. Alterações pupilares (contraída ou dilatada);
viii. Dor abdominal;
ix. Aumento da frequência cardíaca;
x. Padrões respiratórios anormais e dispneia;
xi. Espasmos musculares;
xii. Erupção cutânea;
xiii. Lacrimejamento;
xiv. Diarreia;
xv. Pruridos e ardência na pele;
xvi. Vermelhidão cutânea;
xvii. Choque anafilático;
xviii. Sudorese;
xix. Taquicardia;
xx. Bradicardia;
b. Conduta:
i. Mantenha as vias aéreas pérvias;
83
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

ii. Forneça O2 em alta concentração se o nível de consciência estiver


alterado, encurtamento da respiração, dificuldade respiratória ou paciente
tossindo;

 Em casos confirmados de intoxicação por PARAQUAT®, pesticida usado


rotineiramente em lavouras de tomate, a suplementação de oxigênio deve ser
evitada mesmo em casos de insuficiência respiratória, pois pode potencializar
o distúrbio pulmonar provocado pelo estresse oxidativo.

 A intoxicação aguda é a principal causa de coma sem motivo aparente.


Fique atento, pois condições como TCE, AVC e IAM podem simular condições
de intoxicação aguda.

 As intoxicações mais graves são por via oral. Elas ocorrem frequentemente
quando o paciente está buscando obter os efeitos dos medicamentos de
maneira mais rápida, ou então, estão relacionadas ao paciente usuário de
múltiplas medicações.

iii. Considere acionar o SAV, se disponível;


iv. Determine:
1. O quê – especifique a toxina e a quantidade envolvida
2. Se possível, leve com segurança para o hospital frasco do
comprimido/produto envolvido;
(a) Não transporte “produtos perigosos”, apenas medicamentos;
3. Quando – tempo de exposição;
4. Por quê – a causa da exposição (acidente, etc.);
5. Onde – identifique o ambiente da exposição (local confinado, indústria,
silos, plantações, etc.);
i. Trate toxinas específicas baseado em cuidados específico:
1. Substâncias ingeríveis:
(b) Não dê nada para o paciente beber;
(c) Não induza vômito;
2. Substâncias inaláveis:
(a) Retire o paciente do ambiente tóxico (usando EPI);
(b) Trate os sintomas: vômito, tosse, decréscimo do nível de
consciência, etc.;
(c) Ventile se necessário;
(d) Monitore com oxímetro de pulso, exceto em caso de intoxicação por
monóxido de carbono ou cianeto, em que a leitura é falsa. Ver P
603.
3. Substâncias absorvíveis
(a) Remova as roupas contaminadas;
84
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

(b) Lave a área contaminada copiosamente, ao menos por 15 min e


continue em rota para o hospital:
i. Líquidos – lave abundantemente, mas sem contaminar áreas
corporais não afetadas;
ii. Pós – usando EPI, raspe os resíduos da pele e lave com água
abundante o que permanecer;
iii. Olhos expostos a líquidos ou pós – lave o olho afetado com soro
fisiológico abundantemente, do nariz para a orelha, com a cabeça
lateralizada;
iv. Esteja preparado para atuar em caso de PCR.

3. TRANSPORTE
a. Transporte o paciente na posição semi-reclinada ou sentada, se possível.

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
85
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 310 – ABUSO DE ÁLCOOL E DROGAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Sinais e sintomas:
i. Depressão do sistema nervoso (sonolência, coma, letargia e diminuição da
resposta à dor);
i. Tremores (principalmente se a vítima está sofrendo de abstinência),
abstinência acompanhada à dor;
ii. Problemas digestivos que incluem gastrite, vômito, sangramento e
desidratação;
iii. Respiração excessivamente lenta ou ausente, crises convulsivas do tipo
grande mal;
iv. Delirium tremens que significa "delírio trêmulo" graças às alucinações e
tremedeira durante sua ocorrência. Trata-se de uma psicose causada pela
abstinência e ou suspensão do uso de drogas ou medicamentos
frequentemente associada ao alcoolismo;
v. Distúrbios visuais, confusão mental e falta de coordenação muscular;
vi. Comportamento desinteressado;
vii. Perda de memória e alucinações (vultos e vozes);
viii. Odor característico (no caso de álcool).

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


b. Conduta:
i. Geral – Para todos os pacientes:
1. Fique alerta para obstrução de vias aéreas e problemas respiratórios;
2. Esteja pronto para aspirar e permeabilizar vias aéreas se o paciente
perder a consciência, entrar em crise convulsiva ou vomitar;
3. Auxilie o paciente durante o vômito, lateralizando-o e aspirando-o;
4. Previna o choque. Ofereça O2, se necessário e aqueça o paciente.
ii. Paciente consciente:
1. Chame o paciente pelo nome;
2. Identifique e trate a queixa principal;
3. Posicione o paciente na posição de segurança (sentado ou lateralizado)
para evitar a aspiração de vômito;
4. Não deixe o paciente ferir a si mesmo;
5. Fique alerta à mudança de comportamento.
iii. Paciente inconsciente:
1. Proceda a avaliação do paciente conforme P 101;
86
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. Examine os bolsos da vítima e ao seu redor para procurar evidências de


medicamentos, que podem complicar o quadro de forma significativa;
3. Forneça SBV, conforme Módulo 200.
iv. Paciente em overdose:
1. Esteja preparado para uma parada cardíaca. Monitore os sinais vitais
constantemente; sua prioridade principal é manter as vias aéreas
desobstruídas;
2. Não entre em pânico; trate a vítima com calma. Se ela estiver inalando
uma substância tóxica ou estiver em perigo iminente, retire-a do local;
3. Se o paciente estiver consciente, tente sentá-lo ou deitá-lo. Não tente
contê-lo, a não ser que ela represente uma ameaça;
4. Estabilize e mantenha as vias aéreas desobstruídas. Remova qualquer
corpo estranho da boca ou da garganta que possa ameaçar a
respiração, incluindo próteses dentárias, sangue, muco ou vômito;
5. Auxilie a respiração, se necessário;
6. Monitore os sinais vitais frequentemente; vitimas de overdose podem
estar conscientes em um dado momento e entrar em coma em seguida.
Em caso de complicações respiratórias ou cardíacas, trate
imediatamente qualquer condição que ponha a vida da vítima em risco;
7. Fique alerta às reações alérgicas;
8. Reduza os estímulos ao máximo; diminua a iluminação e leve-o para o
hospital de referência;
9. Explique com cuidado cada etapa de tratamento para ajudar a reduzir a
paranoia.
3. AVALIAÇÃO CONTINUADA
4. TRANSPORTE
a. Conduta:
i. Pacientes conscientes sem suspeita de TRM devem ser conduzidos na
posição semi-sentado;
ii. Pacientes inconscientes e/ou com suspeita de TRM devem ser
transportados na posição de decúbito dorsal;
iii. O paciente deve realizar o mínimo de esforço. Sempre que for necessário
movimentá-lo, os socorristas devem fazê-lo;
iv. Mesmo em caso de solicitação de SAV, o transporte deve ser iniciado
imediatamente. A Unidade de Resgate deverá ser interceptada pelo
suporte avançado.

5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Informe qualquer sinal de sangue no vômito (sangue vermelho-vivo no vômito
pode ser sinal de ruptura de vasos sanguíneos no estômago ou no esôfago).
87
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

MÓDULO 400
- Traumas -
88
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 401 – TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE)

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Sinais e sintomas:
i. Cortes ou lacerações no couro cabeludo;
ii. Inconsciência ou redução do nível de consciência (Escala de Coma de
Glasgow – ECG);
iii. Exposição de massa cefálica;
iv. Ferimento penetrante na cabeça (arma de fogo, arma branca, objetos
encravados);
v. Edema, saliências, deformidade ou fragmentos ósseos na superfície
craniana;
vi. Sinal de Guaxinim (hematoma periorbitário) ou Sinal de Battle (equimose
retro-auricular);
vii. Diâmetros pupilares desiguais (anisocoria);
viii. Pupilas com reação lenta ou nula à luz;
ix. Sangramento pelo nariz (rinorragia) e/ou pelos ouvidos (otorragia) ou saída
de líquor (fluido claro) também pelos ouvidos ou nariz;
x. Fraqueza (paresias) ou formigamento (parestesias) em um lado do corpo;
xi. Alteração dos sinais vitais;
xii. Náuseas e vômito, quando conjugados com os outros sinais/sintomas
específicos do TCE;
xiii. Crise convulsiva quando conjugada com outros sinais/sintomas
específicos;
xiv. Cefaleia e/ou dor no local da lesão.
b. Conduta:
i. Estabilização cervical manual/mecânica. Mantenha a coluna cervical
alinhada em posição neutra, sem tração significativa na cabeça e pescoço.
A força exercida deve ser apenas a suficiente para, em vítima sentada ou
de pé, remover o peso no sentido axial e alinhar a cabeça com o eixo
longitudinal;
ii. Manter as vias aéreas pérvias. Em vítimas inconscientes, com controle
cervical (chin-lift, jaw-trust ou jaw-lift);
iii. Utilizar cânula orofaríngea (COF) em vítimas com ECG ≤ 8, sem reflexo de
vômito;
iv. Administrar oxigênio com máscara facial e bolsa reservatória com vazão
superior a 10 l/min;
89
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

v. Aspirar orofaringe em caso de vômito e/ou hemorragias nas vias aéreas


superiores (rinorragia e/ou otorragia);
vi. Controlar hemorragias com curativos oclusivos;
vii. Estabilizar objetos encravados com compressas volumosas sem removê-
los;
viii. Não impedir saída de líquor e/ou sangue do nariz (rinorragia) ou ouvidos
(otorragia);
ix. Aquecer a vítima com manta aluminizada;
x. Considerar estado de choque;
xi. Monitorar sinais vitais e nível de consciência (Escala de Coma de
Glasgow).

3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
90
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 402 – TRAUMA RAQUIMEDULAR (TRM)

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. São eventos presumivelmente relacionados à TRM:
i. Ejeção do veículo;
ii. Morte de outro passageiro do mesmo veículo;
iii. Queda de altura, especialmente se cabeça e/ou dorso colidem com
superfície rígida;
iv. Capotamento de veículo;
v. Colisão a alta velocidade;
vi. Atropelamento;
vii. Acidente com motocicletas e bicicletas;
viii. Inconsciência ou alteração do estado mental após trauma;
ix. Trauma penetrante na cabeça, tórax ou abdome;
x. Mergulho em água rasa.

Figura 11 - Zonas de inervação conforme segmento medular para avaliação da altura da lesão no TRM.
Fonte: www.aic.cuhk.edu.hkweb8Dermatomes.htm, acesso em 27/10/12 às 14:40.
91
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


b. Sinais e sintomas:
i. Lesões ocultas - relacione o mecanismo da lesão e avalie a transferência
de energia;
ii. Histórico de lesão ou anormalidade na coluna;
iii. Trauma significativo acima das clavículas;
iv. Perda de sensibilidade em extremidades;
v. Paralisia (perda de movimento ou função) de membro;
vi. Fraqueza ou paresia de extremidades;
vii. Dor na região cervical;
viii. Sinais e sintomas de paraplegia e tetraplegia;
ix. TCE;
x. Hipotensão mesmo após infusão venosa (choque neurogênico);
xi. Priapismo.

c. Conduta:
i. Mantenha a coluna cervical imobilizada. Primeiro manualmente, depois por
meio de imobilizador lateral de cabeça ou KED e prancha longa;
ii. Aplique o colar cervical do tamanho apropriado;
iii. Imobilize na posição encontrada se:
1. Resistência;
2. Espasmos dos músculos do pescoço;
3. Aumento da dor;
4. Parestesia (formigamento) durante o posicionamento do pescoço;
5. Comprometimento das vias aéreas ou respiração.
iv. Mantenha a via aérea pérvia, assista a respiração, avalie a circulação e
proceda as intervenções se necessário;
v. Administre O2 conforme P 604;
vi. Imobilize inicialmente com o KED se o paciente estiver sentado e, em
seguida, imobilize-o em prancha longa;
vii. Imobilize o paciente em prancha longa se o mesmo estiver em pé ou
deitado:
1. O rolamento deve ser utilizado preferencialmente como forma de
posicionamento do paciente em prancha longa, estando ele em
decúbito dorsal, lateral ou ventral;
2. O método de elevação da vítima deverá ser utilizado apenas em
situações onde não seja viável o rolamento, como em fraturas de pelve,
presença de obstáculos, evisceração, objetos encravados ou
92
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

empalados de modo que impossibilitem o rolamento. Também não se


deve rolar o paciente sobre um lado do corpo lesionado e em lesões
cruzadas ou bilaterais de maneira que o rolamento agrave a lesão.
viii. Não eleve as pernas do paciente, nem a prancha longa, ainda que em
estado de choque;
ix. Aqueça o paciente.

3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. Reavalie continuamente.
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. Comunique o hospital de referência a respeito da chegada de paciente
instável com TRM.

 Em crianças pequenas utilize coxins sob suas costas para manter a coluna
cervical na posição neutra.
 Não utilize KED em pacientes no interior de veículos instáveis. Faça retirada
rápida.
 Em vítimas instáveis que se encontrem sentadas, sendo possível, insira a
prancha longa em seu dorso, seguindo o mesmo procedimento de
imobilização de vítimas que se encontram em pé.
 Nas imobilizações em prancha longa, prenda os tirantes na seguinte ordem:
tórax, pelve, cabeça e membros inferiores.
93
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 403 – TRAUMA TORÁCICO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Sinais e sintomas:
i. Dor localizada em segmento do tórax;
ii. Dor em inspiração profunda;
iii. Edema, saliências, deformidade ou fragmentos ósseos na região torácica;
iv. Movimento paradoxal na ventilação quando há tórax instável (duas ou mais
costelas adjacentes são fraturadas, em pelo menos dois pontos);
v. Dilatação das veias jugulares – no pneumotórax hipertensivo;
vi. Dificuldade respiratória (dispneia);
vii. Padrões anormais de ventilação (taquipneia, bradipneia ou respiração
superficial - que são movimentos respiratórios curtos etc.);
viii. Coloração azulada (cianose) dos lábios e extremidades;
ix. Desvio de traqueia – no pneumotórax hipertensivo;
x. Saída de bolhas (ar e sangue) em ferimentos abertos no tórax e nas vias
respiratórias;
xi. Vítima reclama de gosto de “ferrugem” na boca (hemorragia interna) a até
a eliminação de sangue por meio da tosse;
xii. Formigamento (parestesia) em extremidades;
xiii. Diminuição do murmúrio vesicular;
xiv. Enfisema subcutâneo.
b. Conduta:
i. Estabilização cervical manual/mecânica; Mantenha a coluna cervical
alinhada em posição neutra, sem tração significativa na cabeça e pescoço.
A força exercida deve ser apenas a suficiente para, em vítima sentada ou
de pé, remover o peso no sentido axial e alinhar a cabeça com o eixo
longitudinal;
ii. Manter as vias aéreas pérvias. Em vítimas inconscientes, considerar
abertura das vias com controle cervical (chin-lift, jaw-trust ou jaw-lift);
iii. Caso não haja indícios de TCE/TRM, elevar a cabeceira da maca (posição
de ortopneia);
iv. Considere assistência ventilatória com uso de BVM;
v. Aspire orofaringe e narinas em caso de vômito e/ou hemorragias nas vias
aéreas superiores (rinorragia e/ou otorragia);
1. Utilize cânula orofaríngea (COF) em vítimas inconscientes e ECG ≤ 8,
sem reflexo de vômito;
94
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

vi. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas sem removê-


los, conforme P 407;
vii. Em trauma aberto, aplique “curativo oclusivo de três lados” com material
impermeável, observando:
1. Durante a expiração o curativo deve permitir a saída de ar (o curativo
não pode ficar aderido à pele a ponto de se tornar um curativo
totalmente oclusivo);
2. Se após aplicação do curativo de três lados houver piora no esforço
respiratório do paciente, diminuição da saturação por oxigênio e
agravamento de sinais de hipóxia, retire o curativo e o recoloque em
seguida, permitindo assim a descompressão toráxica.
viii. Em trauma fechado, não deve ser aplicado curativo que impeça a
expansão torácica.

Forneça O2, conforme P 604 e previna o estado de choque.

3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO.
95
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 404 – TRAUMA ABDOMINAL

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Sinais e sintomas:
i. Vômito contendo sangue (hematêmese);
ii. Trauma (aberto, fechado, penetrante) no abdômen;
iii. Objetos encravados no abdômen;
iv. Rigidez e/ou dor abdominal;
v. Hemorragia vaginal ou pelo reto;
vi. Exposição de órgãos da parede abdominal (evisceração);
vii. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede, ansiedade,
taquipneia, taquicardia, pele pálida, fria e úmida etc.) sem causa aparente.
b. Conduta.
i. Posicione a vítima em posição decúbito dorsal, sempre que possível;
ii. Mantenha as vias aéreas pérvias;
iii. Administre oxigênio, conforme P 604;
iv. Aqueça a vítima com manta aluminizada;
v. Em ferimentos abertos sem evisceração, controle a hemorragia com
curativo compressivo;
vi. Em ferimentos abertos com evisceração, cubra os órgãos exteriorizados
com compressa úmida (com soro fisiológico 0,9%) e cubra esta compressa
com plástico estéril para reter o calor;
vii. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas sem removê-
los;
viii. Não ofereça nada para a vítima ingerir;
ix. Remova roupas molhadas (água, sangue etc.) da vítima para prevenir
hipotermia;
x. Monitore sinais vitais e nível de consciência.

 Jamais tente recolocar as vísceras expostas dentro da cavidade abdominal devido


ao risco de contaminação dos segmentos com possível infecção e de morte do
paciente.

3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
96
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 405 – TRAUMA PÉLVICO E GENITAL

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Sinais e sintomas:
i. Queixa de dor na pelve;
ii. Edema progressivo, escoriações e hematomas na pelve;
iii. Ferimentos pélvicos abertos com evidências de fratura;
iv. Deformidade pélvica;
v. Rotação do membro inferior (interno ou externo);
vi. Presença de sangue na urina (hematúria);
vii. Crepitação à palpação;
viii. Hipotensão sem causa aparente;
ix. Outros indícios de estado de choque sem causa aparente;
x. Objetos encravados na pelve;
xi. Hemorragia vaginal ou pelo reto.
a. Conduta:
i. Posicione a vítima em decúbito dorsal, sempre que possível;
ii. Mantenha as vias aéreas pérvias;
iii. Forneça oxigênio conforme P 604;
iv. Realize palpação suave na pelve durante a avaliação física (látero-lateral,
ântero-posterior e em sínfise púbica);
v. Em ferimentos abertos sem evisceração, controle a hemorragia com
curativo compressivo;
vi. Em ferimentos abertos com evisceração, cubra os órgãos exteriorizados
com compressa úmida (com soro fisiológico 0,9%) e cubra esta compressa
com plástico estéril para reter o calor;
vii. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas sem removê-
los;
viii. Em caso de hemorragia vaginal, cubra-a com absorvente higiênico (não se
deve introduzir nada no canal vaginal);
ix. Remova roupas molhadas (água, sangue etc.) da vítima para prevenir
hipotermia;
x. Aqueça a vítima com manta aluminizada;
xi. Não ofereça nada para a vítima ingerir;
xii. Monitore sinais vitais e nível de consciência;
97
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

xiii. Havendo indícios de fratura pélvica, utilize um cobertor enrolado (ou


equivalente) entre as pernas do paciente, desde a virilha até os pés, e
amarre-o com bandagens, podendo ser duas abaixo do joelho (pernas) e
duas acima (coxas), começando da extremidade para o tronco. Pode ainda
ser utilizada a técnica do uso do imobilizador dorsal (tipo KED) invertido.

 O exame físico da pelve (que é feito com palpações suaves) deve ser
realizado somente uma vez, pois repetidas manipulações nos exames podem
agravar a situação da vítima.

3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
98
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 406 – CHOQUE ELÉTRICO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Conduta:
i. Garanta a segurança de todos os envolvidos na cena;
ii. Desligue a fonte de energia ou afaste o paciente (com segurança) desta
fonte, antes de iniciar o atendimento;
iii. Acione outros órgãos, se necessário (concessionárias de energia, Polícia
Militar etc.).

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Efeitos da corrente elétrica no corpo:
i. Alteração do nível de consciência;
ii. Dispneia;
iii. Lesões associadas com trauma (quedas, ejeções etc.);
iv. Queimaduras;
v. Laceração;
vi. Amputação traumática;
vii. Hemorragia decorrente de lesões associadas;
viii. Parada Cardiorrespiratória.
b. Conduta:
i. Mantenha vias aéreas pérvias;
ii. Monitore o esforço respiratório e esteja preparado para assistência
ventilatória;
iii. Se necessário, forneça oxigênio, conforme P 604;
iv. Se possível, localize o ponto de entrada e de saída da corrente elétrica
(para posterior tratamento da lesão);
v. Avalie a queimadura, se houver, e trate-a conforme P 411;
vi. Previna estado de choque;
vii. Trate parada cardiorrespiratória, caso haja, conforme Módulo 200;
viii. Trate as lesões potencialmente associadas ao choque elétrico conforme os
protocolos específicos (fraturas, hemorragias, TCE, TRM etc.).

 Choques elétricos podem causar parada cardiorrespiratória. Mesmo que o


paciente pareça estável, esteja preparado para complicações que envolvam
vias aéreas ou circulação. Monitore o paciente e esteja preparado para usar o
DEA.
99
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Não toque na vítima antes que o circuito tenha sido interrompido.


 Em choques elétricos, nem sempre as queimaduras são o problema mais
grave. Arritmias cardíacas, danos ao Sistema Nervoso Central (SNC), traumas
a órgãos internos e até mesmo fraturas podem ocorrer.

3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
100
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 407 – FERIMENTOS ESPECÍFICOS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Amputação:
i. Sinais e sintomas:
1. Evidente falta do membro;
2. Dor no membro amputado (dor fantasma);
3. Sangramento excessivo, discreto ou ausente.
ii. Conduta:
1. Ponha o paciente deitado, em uma posição de conforto, se não há
suspeita de TRM;
2. Limpe a superfície do coto do membro amputado, mas não esfregue;
3. Nunca complete uma amputação parcial;
4. Contenha a hemorragia, conforme P 408;
5. Coloque o membro amputado, ou parte dele em um recipiente envolto
com gaze estéril embebida com soro fisiológico ou Ringer Lactato
dentro de um recipiente estéril (de preferência);
6. Não coloque a parte amputada em contato direto com gelo;
7. Não imersa a parte amputada diretamente em solução salina;
8. Coloque o recipiente com o membro amputado dentro de outro
recipiente com gelo, mas não use gelo seco;
9. Imobilize a parte amputada para evitar lesões adicionais;
10. Transporte a parte amputada com o paciente;
11. Trate o choque e ministre O2.

 O transporte do paciente não deve ser atrasado para se procurar a parte


amputada. Oriente quem ficou na cena de como preservar e encaminhar a
parte amputada para o hospital de referência.

b. Avulsão:
i. Sinais e sintomas:
1. Ferimento em que parte de tecidos é arrancada do corpo;
2. Dor e hemorragia intensa;
101
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

ii. Conduta:
1. Adote os mesmos procedimentos para amputação.
c. Ferimentos abertos: laceração, escoriação, incisão e punção:
i. Sinais e sintomas:
1. Sangramento e dor local ou irradiando (conforme local e profundidade).
ii. Conduta:
1. Exponha a ferida, retire ou corte as roupas do paciente;
2. Limpe a superfície ferida. Retire objetos sólidos macro, de preferência
com pinça, mas não tente desbridamento nem lavá-la;
3. Controle a hemorragia, conforme P 408;
4. Mantenha o paciente deitado e calmo. Não aumente a circulação;
5. Previna o choque e forneça oxigênio.
d. Objetos encravados e empalados:
i. Sinais e sintomas:
1. Objetos encravados são aqueles que penetram a pele e se fixam
criando orifícios não naturais ao corpo.
2. Objetos empalados são aqueles que penetram por orifícios naturais do
corpo e nele permanecem.
ii. Conduta:
1. Objetos encravados na bochecha com hemorragia profusa ou
dificultando a respiração:
(a) Remova objetos encravados se isto puder ser feito sem resistência;
(b) Se objeto estiver em estruturas mais profundas (ex.: palato)
imobilize-o no lugar;
(c) Mantenha vias aéreas abertas, facilitando a drenagem da boca;
(d) Contenha hemorragia com compressa entre os dentes e a
bochecha e faça curativo externamente;
(e) Considere a possibilidade de dentes soltos e outros objetos sólidos
na boca do paciente e os retire;
(f) Prepare-se para realizar aspirações.
2. Objetos encravados no olho:
(a) Estabilize o objeto com curativo estéril e rolos de ataduras. Cubra-o
com um copo firmemente fixado para impedir toques e
movimentações;
(b) Cubra o olho não afetado;
(c) Previna o estado de choque e forneça O2;
(d) Dê suporte emocional ao paciente.
102
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

3. Objetos encravados / empalados em outros locais (que não o olho e a


bochecha):
(a) Estabilize o objeto com curativo volumoso;
(b) Não remova o objeto, a menos que esteja impedindo a RCP;
(c) Previna o estado de choque e forneça O2;
(d) Dê suporte emocional ao paciente.
4. Objeto estacionário ou fixo encravado / empalado:
(a) Se possível, tente cuidadosamente cortar o objeto;
(b) Se não possível cortar, tente transportá-lo com o paciente;
(c) Se não possível transportar nem cortar, tente retirá-lo devagar.
Acione o SAV, se disponível;
(d) Imobilize o objeto com curativo volumoso.

 Em caso de objeto encravado no tórax, que presumivelmente atingiu o


coração, que esteja movimentando-se de forma rítmica, conforme os
batimentos cardíacos, não o imobilize. Deixe-o “pulsar” com o coração.

3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
103
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 408 – HEMORRAGIA

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Hemorragia interna:
i. Sinais e sintomas:
1. Sangramento por orifícios naturais do corpo;
2. Vômito com sangue (hematêmese) ou tosse contendo sangue
(hemoptise);
3. Trauma (aberto, fechado, penetrante) em tórax, abdômen ou pelve;
4. Rigidez e/ou dor abdominal;
5. Hemorragia vaginal (metrorragia) ou pelo reto;
6. Fraturas em ossos longos;
7. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede, ansiedade,
taquipneia, taquicardia, pele pálida, fria e úmida, hipotensão, alteração
da consciência etc.) sem causa aparente.
ii. Conduta:
1. Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
2. Manter as vias aéreas pérvias;
3. Administrar oxigênio conforme P 604;
4. Aquecer a vítima com manta aluminizada;
5. Remover roupas molhadas (água, sangue etc.) da vítima para prevenir
hipotermia;
6. Imobilizar fraturas, caso haja, o quanto antes para reduzir lesões
internas, conforme P 409;
7. Não oferecer nada para a vítima ingerir;
8. Aplicar compressa fria sobre o possível local da hemorragia. Não
aplique a compressa diretamente sobre a pele;
9. Monitorar sinais vitais e nível de consciência.
b. Hemorragia externa.
i. Sinais e sintomas:
1. Perda sanguínea (arterial, venosa ou capilar) que sai de pontos de
ruptura de tecidos, de origem traumática;
2. Presença de sangue de coloração vermelho vivo, geralmente em jatos
sincrônicos (hemorragia arterial);
3. Presença de sangue de coloração vermelho escuro inicialmente com
saída contínua (hemorragia venosa);
104
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

4. Presença de sangue de coloração de intensidade intermediaria aos


anteriores, mas com escoamento lento (hemorragia capilar).
ii. Conduta:
1. Faça compressão direta com compressa seca e bandagem;
2. Deve-se sobrepor as compressas em hemorragia aguda, sem a
remoção da anterior;
3. Utilize torniquete para controlar hemorragias externas graves, apenas
nos casos em que a pressão direta for ineficiente;
4. Utilize torniquete (com manguito do esfigmomanômetro, bandagem não
estreita, ao menos 5 cm, ou torniquete comercial):
(a) Coloque o torniquete 5 cm antes do local da lesão (posição
proximal);
(b) Uma vez administrado o torniquete não o afrouxe mais;
(c) Mantenha o torniquete exposto;
(d) Anote o horário de administração e informe aos profissionais de
saúde no hospital;
(e) Se após a utilização do torniquete, a hemorragia reiniciar, deve-se
confeccionar outro torniquete próximo ao primeiro, até que cesse o
sangramento;
(f) Na utilização do esfigmomanômetro deve-se inflar o manguito com
controle de percepção de pulso distal, após a ausência de pulso
periférico, deve-se inflar o manguito mais 60 mmHg. Monitore o
esfigmomanômetro, certificando-se que não há perda de pressão
durante o deslocamento.
5. Administre oxigênio conforme P 604;
6. Aqueça a vítima com manta aluminizada, em grandes hemorragias;
7. Em fraturas expostas, deve-se primeiro conter a hemorragia para
depois imobilizar o membro;
 O sangue pode ficar retido nas roupas da vítima, no chão, areia, grama etc.
A vítima pode ter mudado de local, impedindo ao socorrista ver o volume
deixado na cena da hemorragia.
 Em caso de objeto encravado no membro, com hemorragia, posicione
compressas envolvendo o objeto e aplique pressão sobre as compressas.
Cuidado para não pressionar o objeto e introduzi-lo ainda mais.
 Não lave a lesão com soro fisiológico, pois isso favorece o aumento ou
retorno da hemorragia. Use compressa seca para remover excesso de detritos
da lesão (sem fricção excessiva).
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
105
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 409 – LESÕES MÚSCULO ESQUELÉTICAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Conduta:
i. Assegure vias aéreas pérvias, respiração e circulação adequadas;
ii. Mantenha a cabeça e coluna cervical imobilizadas manualmente, em caso
de mecanismo de lesão significativo, conforme P 101, ou suspeita de TRM.
2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Procedimentos comuns a todos os tipos de lesões:
i. Manualmente imobilize a articulação acima e abaixo do local lesionado;
ii. Avalie pulso distal, perfusão capilar, sensibilidade e motricidade distais
antes de aplicar talas de imobilização.

 Considere todo ferimento aberto próximo a local de lesão músculo


esquelética como possível fratura aberta.

iii. Remova ou corte as roupas do membro lesionado;


iv. Remova relógio e jóias da extremidade afetada;
v. Trate hemorragia, se presente. Não faça excessiva compressão;
vi. Se houver edema, pode ser aplicado indiretamente gelo ou compressa fria
no local;
vii. Imobilize o membro lesionado conforme as seguintes diretrizes:
1. Ossos longos:
(a) Se o osso estiver angulado tente alinhar o membro aplicando tração
manual antes de imobilizar com talas. Se houver resistência ao
movimento ou presença de dor significativa, imobilize na posição
encontrada;

 Imobilize fratura aberta (com exposição óssea visivel) na posição


encontrada.

(b) Meça a tala e a aplique, imobilizando o membro e a articulação


acima e abaixo do local lesionado;
(c) Mantenha o pé e a mão em posição funcional (neutra);
(d) Reavalie pulso distal, perfusão capilar, sensibilidade e motricidade
depois de aplicar talas de imobilização.
2. Lesões nas ou próximo às articulações:
106
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

(a) Aplique estabilização manual;


(b) Avalie pulso distal antes e depois da aplicação da tala;
(c) Imobilize o membro na posição encontrada;
(d) Imobilize uma articulação acima e outra abaixo do local lesionado.
b. Aplicação da tala de tração de fêmur:
i. Indicação:
1. Fraturas fechadas em terço médio (diáfise) do fêmur.
ii. Contraindicação:
1. Fraturas de fêmur associadas a:
(a) Fraturas em extremidades;
(b) Lesões envolvendo o joelho;
(c) Lesões envolvendo pelve, ou glúteos;
(d) Amputação parcial ou avulsão com separação óssea no membro;
(e) Lesões em perna, pé ou tornozelo.
2. Esmagamento de músculo da coxa e/ou fêmur;
3. Fratura aberta do fêmur.
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

 Trate o choque.
 Administre O2 conforme P 604.
107
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 410 – LESÕES NA CABEÇA E PESCOÇO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Lesões nos olhos:
i. Conduta:
1. Cubra os olhos com curativo oclusivo seco, inclusive o não afetado;
2. Não lave o ferimento em caso de corte ou objeto encravado;
3. Estabilize objeto encravado com várias camadas de gaze/compressas e
cubra o objeto com copo plástico, se disponível, para se evitar o toque
no mesmo;
4. Em vítimas inconscientes ou desorientadas, deve-se prender suas
mãos na ou maca para evitar que possam remover o curativo
agravando a lesão;
5. Em caso de avulsão do olho, não tente recolocá-lo na cavidade orbital;
6. Não faça compressão direta no globo ocular;
7. Trate queimaduras conforme P 411.
b. Lesões faciais:
i. Conduta:
1. Não havendo suspeita de TCE ou TRM, mantenha a vítima sentada
com a cabeça levemente inclinada para frente, permitindo-se a
drenagem de sangue pela boca;
2. Em cortes externos, contenha a hemorragia com curativo compressivo
no local;
3. Em cortes internos, contenha a hemorragia com curativo compressivo
no local, com uma ponta dele para fora da boca (para facilitar sua
retirada se necessário). Deve-se atentar com o risco de aspiração do
curativo;
4. Estando a vítima em prancha longa, utilize o aspirador para garantir as
vias aéreas pérvias.
5. Remova próteses dentárias, caso obstruam a respiração;
6. Caso o objeto encravado obstrua as vias respiratórias, siga P 407;
7. Em avulsão (perda de tecido) use gaze/compressa em abundância.
Coloque a parte avulsionada em um plástico estéril ou gaze,
preferencialmente resfriados;
8. Em caso de avulsão de dente em traumas isolados (acidentes
domésticos), transporte o dente avulsionado em copo com leite
(preferencialmente) ou soro fisiológico, sem tocar na raiz do dente, nem
limpá-lo.
108
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

c. Lesões em nariz:
i. Conduta:
1. Não havendo suspeita de TCE ou TRM, ponha a vítima sentada com a
cabeça levemente inclinada para frente, apertando-se suas narinas,
orientando a respirar pela boca;
2. Mantenha a compressão das narinas pelo tempo necessário para se
controlar a hemorragia;
3. Estando a vítima em prancha longa, utilize o aspirador para garantir as
vias aéreas pérvias;
4. Estabilize objetos encravados/empalados sem removê-los e sem
obstruir as vias respiratórias;
5. Não oclua as narinas com curativos;
6. Em avulsão (perda de tecido) use compressa em abundância. Coloque
a parte avulsionada em um plástico estéril ou gaze, preferencialmente
resfriados, conforme P 407.
d. Lesões em orelhas:
i. Conduta:
1. Em caso de lesão com hemorragia na orelha, faça curativo compressivo
no local;
2. Em caso de sangramento pelo ouvido (otorragia), faça curativo frouxo
cobrindo toda a orelha, sem impedir a saída de sangue e líquor;
3. Em lacerações, utilize diversas camadas de compressa começando
atrás da orelha e depois na sua frente;
4. Em avulsão (perda de tecido) use compressa em abundância. Coloque
a parte avulsionada em um plástico estéril ou gaze, preferencialmente
resfriados.
e. Lesões no pescoço:
i. Conduta:
1. Mantenha as vias aéreas pérvias;
2. Faça compressão direta no local com a sua mão enluvada;
3. Aplique a pressão necessária para parar o sangramento, mas não
pressione ambos os lados ao mesmo tempo;
4. Faça curativo oclusivo com material não aspirável através do ferimento
aberto. A borda do curativo deve ultrapassar ao menos 5 cm da borda
do ferimento;
5. Coloque uma bandagem sobre o curativo oclusivo;
6. Não permita que a bandagem obstrua as vias aéreas nem a circulação
do pescoço;
7. Se o mecanismo de lesão puder causar lesão cervical, imobilize o
pescoço com colar cervical.
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
109
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 411 – QUEIMADURAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Verifique o tipo de queimadura:
i. Térmicas (pelo frio e pelo calor);
ii. Elétricas;
iii. Químicas.
b. Mantenha a cena segura. Retire a vítima do ambiente hostil.
2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Profundidade da queimadura:
i. Primeiro Grau (superficial): atingindo apenas a primeira camada da pele
(epiderme); caracteriza-se por ser uma queimadura dolorosa, mas que
regride em poucos dias. A pele fica avermelhada;
ii. Segundo Grau (moderada): queimadura mais profunda (epiderme +
derme), causa bolhas (flictenas), eritemas e manchas e é muito dolorosa;
iii. Terceiro Grau (profunda): pode atingir todas as camadas como tecido
gorduroso, músculos, nervos, vasos, ossos e órgãos; aparência
esbranquiçada, com tecidos negros e sem vida; não há dor porque as
terminações nervosas responsáveis pela sensibilidade à dor foram também
queimadas; nas bordas poderá haver queimaduras de primeiro e segundo
grau.
b. Extensão de uma queimadura – regra dos 9:
i. Percentual da superfície corporal:

Figura 12 - Regra dos “9” para estimativa do percentual da área de superfície do corpo queimada.
110
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

c. Aspectos da queimadura:
i. Primeiro Grau (superficial): seca, rubor, edema mínimo ou ausente;
ii. Segundo Grau (moderada): flictenas, aspecto húmido (exsudativo),
aspecto rosado, edema;
iii. Terceiro Grau (profunda): seca, branca pálida (aspecto de couro) ou
carbonizada, rígida e sem elasticidade, destruição total de terminações
nervosas, folículos pilosos e glândulas sudoríparas com possível
destruição óssea.
d. São queimaduras graves:
i. Em mãos, pés, face, virilha, nádegas, genitália, coxas e queimaduras
circunferenciais do tronco ou dos membros;
ii. Em vias aéreas (manifestadas por dificuldade respiratória, dor e pelos
nasais chamuscados);
iii. De 2º e 3º graus em mais que 20% da área do corpo;
iv. Queimaduras elétricas;
v. Queimaduras associadas a:
1. Idade maior de 55 anos e menor 5 anos;
2. Fraturas em ossos longos.
e. Sinais e Sintomas:
i. Primeiro Grau (superficial): dor que suaviza com o frio e hipersensibilidade;
ii. Segundo Grau (moderada): dor e hipersensibilidade;
iii. Terceiro Grau (profunda): indolor, edema, choque, possibilidade de porta
de entrada e de saída na queimadura elétrica.
 A extensão aparente da lesão tecidual em uma queimadura elétrica, não
reflete com exatidão a gravidade da lesão. Trate sempre como grave.
 Os pacientes queimados podem ter outras lesões e o aspecto da
queimadura não pode desviar a atenção dos socorristas de lesões com risco
de vida.

f. Conduta:
i. Exponha o corpo do paciente, removendo as roupas não aderidas a pele.
Corte as roupas aderidas a pele;
ii. Remova anéis, relógios e joalherias;
iii. Determine a área afetada e a profundidade;
iv. Em queimaduras térmicas por calor, resfrie a área afetada com água
potável ou soro fisiológico frios (ideal entre 12ºC e 18ºC), por no mínimo 10
minutos, limitando-se a no máximo 10% da área corporal total, para evitar
hipotermia. Não utilize gelo ou água em temperatura inferior à supracitada;
v. Cubra a área queimada com curativo estéril umedecido com soro
fisiológico ou use o Kit de Queimaduras da UR;
111
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

vi. Em queimaduras químicas por substâncias em pó, raspe antes de lavar,


tentando retirar a maior quantidade possível; se a queimadura for causada
por substâncias líquidas, lave abundantemente. Em ambos os casos, a
lavagem deve durar pelo menos 15 minutos, com água corrente. Procure
saber a natureza química e o tempo de ação dos produtos. A solução
salina deve ser utilizada na limpeza apenas em ausência de água;
vii. A queimadura deverá ser protegida do ar, do vento, da poeira e outras
sujeiras;
viii. Cubra o olho queimado e o não queimado com compressa de gaze
umedecida com soro fisiológico. Em caso de lesão ocular por agentes
químicos, irrigar durante todo o transporte, até a chegada ao hospital;
ix. Dedos queimados devem ser separados com gaze;
x. Em queimaduras elétricas verifique sempre dois possíveis locais de lesão;
Frequentemente, este tipo de queimadura pode levar a vítima a PCR -
esteja preparado para realizar RCP;
xi. Não fure nenhuma bolha;
xii. Trate lesões adicionais;
xiii. Previna o estado de choque e forneça O2 conforme P 604;
xiv. Considere acionar SAV, se disponível.
 Cuidado ao resfriar paciente pediátrico. Isso pode acelerar o estado de
choque.
 Em pequenas queimaduras pode-se usar a regra das palmas para estimar a
área da superfície corporal queimada. A palma de uma das mãos da vítima
(incluindo os dedos) equivale a aproximadamente 1% da superfície corporal.
 A regra de resfriar apenas 10% da superfície corpórea se refere apenas a
queimaduras de 2º e 3º grau.

3. TRANSPORTE
a. Transporte a um centro de referência;
b. Aqueça o paciente durante o transporte.

4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
112
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 412 – VIOLÊNCIA SEXUAL

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Conduta:
i. Atenção com sua segurança. O agressor pode estar por perto;
ii. Tente preservar a cena do crime para a atuação da perícia;
iii. Socorrista do mesmo sexo da vítima pode melhor se relacionar com ela se
a mesma encontra-se em crise emocional;
iv. Não expresse julgamento da situação. Mantenha uma atitude de cuidado
do paciente;
v. Tanto quanto possível, desencoraje a vítima a trocar de roupa, lavar-se,
urinar e defecar a fim de preservar evidências;
vi. Mantenha o fato sobre estrita confidencialidade;
vii. Tão logo confirme a violência sexual, acione a polícia, caso não tenha sido
feito antes.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Sinais e sintomas:
i. Alterações emocionais: vítima chorosa;
ii. Lesões faciais com hemorragia profusa são comuns;
iii. Dor e sangramento no local do abuso;
iv. Outras lesões difusas.
b. Conduta:
i. Tranquilize a vítima e forneça apoio emocional;
ii. Administre O2, se indicado;
iii. Trate lesões específicas conforme protocolos específicos;
iv. Havendo sangramento na vagina, faça curativo compressivo. Não
introduza compressa no canal vaginal;
v. Não limpe secreções da área genital e anal;
vi. Administre oxigênio conforme P 604;
vii. Esteja alerta ao choque e trate-o.

3. AVALIAÇÃO CONTINUADA
4. TRANSPORTE
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
i. Não relate detalhes do fato ao COBOM / SOU / SOF próximo a vítima,
responsáveis por ela ou parentes;
113
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

ii. Relate no REDS / RAPH todos os fatos observados e tratamentos


oferecidos;
iii. Se a vítima for menor de idade, a Unidade deve acionar o conselho tutelar
nos termos do Art. 12 do ECA, caso não tenha sido feito pelos órgãos
policiais;
iv. Se a vítima for idosa, a Unidade deve acionar as autoridades competentes
(Art. 19 do Estatuto do Idoso), caso não tenha sido feito pelos órgãos
policiais:
1. Autoridade policial;
2. Ministério Público;
3. Conselho Municipal do Idoso;
4. Conselho Estadual do Idoso;
5. Conselho Nacional do Idoso;
v. Se a vítima for mulher, além dos encaminhamentos acima, acionar a
autoridade policial, nos termos da Lei Federal Nº 11.340, de 7Ago06 – Lei
Maria da Penha, caso não tenha sido feito.

 Não tente examinar a área genital e anal, a menos que haja sangramento
abundante a ser contido.
114
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

MÓDULO 500
- Emergências Ambientais -
115
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 501 - AFOGAMENTO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Afogamento é a aspiração de líquido não corporal por submersão ou
imersão.
b. Afogamento primário - é o tipo mais comum de afogamento. Ocorre o
quadro de asfixia. É encontrado em cerca de 87% dos casos. Não tem causa
precipitante. A vítima apresenta cianose e congestão, podendo apresentar
espuma em boca e nariz.
c. Afogamento Secundário - é o afogamento causado por patologia ou
incidente associado que o precipita. Ocorre em 13% dos casos de
afogamento.
d. Grau Resgate - ocorre quando a vítima é resgatada da água e não
apresenta tosse ou espuma na boca e/ou nariz.
e. Já cadáver - é a morte por afogamento sem chances de iniciar RCP,
comprovada por tempo de submersão superior a 1 hora ou sinais evidentes
de morte.
f. Classificação do afogamento:

Grau Sinais

1 Tosse sem espuma na boca / nariz.

2 Pouca espuma na boca / nariz.

Grande quantidade de espuma na boca / nariz, com pulso


3
radial.

Grande quantidade de espuma na boca / nariz, sem pulso


4
radial.

5 Parada respiratória, com pulso.

6 Parada cardiorrespiratória (PCR).

Afogamento > 1 hora, ou sinais evidentes de morte.



Não inicie RCP, acione perícia.
CADÁVER

Quadro - 3 Classificação do afogamento.


Fonte: adaptado de Szpilman 2015.
116
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Sinais e sintomas mais comuns e conduta:
i. Grau Resgate:
1. Sinais e sintomas:
(a) Sem tosse, sem espuma na boca/nariz nem dificuldade na
respiração.
2. Conduta:
(a) Avalie e libere do local.
ii. Afogamento Grau 1:
1. Sinais e sintomas:
(a) Tosse sem espuma na boca ou nariz.
2. Conduta:
(a) Repouso, aquecimento e medidas que visem o conforto e
tranquilidade do paciente;
(b) Não há necessidade de oxigenação ou hospitalização, podendo ser
liberada após recuperação.
iii. Afogamento Grau 2:
1. Sinais e sintomas:
(a) Pouca espuma na boca e/ou nariz.
2. Conduta:
(a) Oxigênio a 5 litros/min, com cateter nasal;
(b) Aquecimento corporal, repouso e tranquilizar a vitima;
(c) Encaminhar ao Hospital.
iv. Afogamento Grau 3:
1. Sinais e sintomas:
(a) Muita espuma na boca e/ou nariz, com pulso radial.
2. Conduta:
(a) Oxigênio a 15 litros/min, com máscara de não reinalação;
(b) Posição lateral de segurança sobre o lado direito;
(c) Encaminhar ao Hospital;
v. Afogamento Grau 4:
1. Sinais e sintomas:
(a) Muita espuma na boca e/ou nariz sem pulso radial.
2. Conduta:
(a) Oxigênio por máscara de não reinalação a 15 litros/min no local do
acidente;
(b) Observe a respiração com atenção - pode haver parada respiratória
– utilize o oxímetro de pulso;
(c) Posição lateral de segurança sobre o lado direito;
(d) Encaminhar ao Hospital.
117
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

vi. Afogamento Grau 5:


1. Sinais e sintomas:
(a) Parada respiratória com pulso carotídeo ou sinais de circulação
presente.
2. Conduta:
(a) Verifique o ABC (afogamento presenciado) e/ou CAB (afogamento
não presenciado – vítima atendida posteriormente);
(b) Ventilação com BVM com O2 a 15 l/min - utilize oxímetro de pulso;
(c) Após retornar a respiração espontânea - trate como grau 4;
(d) Posição lateral de segurança sobre o lado direito;
(e) Encaminhar ao Hospital.
vii. Afogamento Grau 6:
1. Sinais e sintomas:
(a) Parada Cardiorrespiratória (PCR).
2. Conduta:
(a) Trate na sequência ABC (afogamento presenciado - VÍTIMA NA
ÁGUA) e/ou CAB (afogamento não presenciado - vítima atendida
posteriormente FORA DA ÁGUA);
(b) Reanimação Cardiopulmonar (RCP) conforme Módulo 200 com a
diferença que se paciente na água o socorrista deverá fornecer até
10 ventilações de resgate antes de retirar da água, se puder fazer
com segurança (equipamento apropriado e pessoal devidamente
dimensionado);
(c) Após retirada da água, o socorrista deverá realizar a técnica VOS,
fornecer 5 respirações de resgate, depois, mantendo A e B, verifica-
se o C. Caso não haja pulso, proceder a RCP com uso de DEA e
O2, conforme P 208;
(d) Após sucesso da RCP, com retorno da consciência, trate como grau
4.
 Se o socorrista presenciou o processo de afogamento e retirou o paciente
da água (salvamento aquático) executa o ABC. Se quando chegou ao local a
vítima já estava fora da água, executa o CAB conforme módulo 200.
 Se paciente estiver na água, sem respirar, o socorrista deve fornecer até 10
ventilações antes de retirar da água, se for possível executar com segurança.
 Em afogamento classificado no grau 2 ao grau 6 ,aqueça o paciente, forneça
O2, previna ou trate o choque.

3. AVALIAÇÃO CONTINUADA
4. TRANSPORTE
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
118
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 502 – ACIDENTES DE MERGULHO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Sinais e sintomas:
i. Constate Mal Descompressivo (MD) a partir dos sinais e sintomas
característicos, queixa principal e Escala de Coma de Glasgow;
ii. Verifique se o paciente respirou debaixo d’água usando um aparato com ar
comprimido:
1. Se não:
i. O acidente não é relacionado ao mergulho. Transporte ao
hospital mais próximo.
2. Se sim:
ii. Verifique se os sinais e sintomas são moderados ou graves:
(a) Moderados;
1. Fadiga;
2. Erupção na pele;
3. Coceira.
(b) Graves
1. Fraqueza fora do normal;
2. Dores nas articulações, abdômen e região lombar;
3. Tonteira, dificuldade de ver e falar;
4. Paralisia e formigamento;
5. Dificuldade de respirar, tosse severa, boca espumante e
sangrenta;
6. Diminuição ou perda de consciência;
7. Convulsões.
b. Conduta.
i. Classifique o paciente na Escala de Coma de Glasgow – ECG;
(a) Se sintomas são moderados:
1. Administre O2 a 100%;
2. Aqueça o paciente;
3. Deixe o paciente deitado de lado, com corpo nivelado, com a
cabeça amparada;
4. Administre por via oral líquidos sem álcool, como sucos de fruta,
para reidratá-lo;
5. Esteja atento para sintomas mais sérios;
119
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

6. Encaminhe ao hospital mais próximo.


(b) Se sintomas são graves:
1. Mantenha uma via aérea aberta;
2. Caso necessário inicie RCP;
3. Caso o paciente esteja respirando por si mesmo forneça O2 a
100%;
4. Aqueça o paciente;
5. Deixe o paciente de lado, com o corpo nivelado e a cabeça
amparada;
6. Em caso de convulsões, não contenha o paciente, ampare sua
cabeça e pescoço;
7. Proteja o paciente do calor excessivo, frio umidade e vapores
nocivos;
8. Caso o paciente esteja consciente administre por via oral
líquidos sem álcool, como sucos de fruta, para reidratá-lo;
9. Transporte imediatamente para o hospital mais próximo;
10. Continue fornecendo O2 durante o transporte mesmo que haja
melhora.
ii. Mesmo que aplicando os primeiros socorros o paciente apresente melhora,
não interrompa o fornecimento de O2 até que o mesmo esteja dentro de
um hospital, sendo atendido por um médico. A primeira referência é o
hospital mais próximo, sempre;
iii. O uso de O2 a 100% para acidentes de mergulho com vítimas respirando,
estando conscientes ou não, será sempre com válvula de demanda e sem
umidificador, mesmo durante o transporte. Para pacientes em parada
respiratória ou cardiorrespiratória será sempre com bolsa válvula-máscara
com O2 a 15 l/min, sem umidificador;
iv. Nunca deixe um mergulhador acidentado com a cabeça para baixo,
cabeça para cima ou sentado. Ficou comprovado que nestas posições ele
desenvolve embolia e edema cerebral mais rapidamente.
3. AVALIAÇÃO CONTINUADA
4. TRANSPORTE
a. Conduta:
i. Não coloque a vítima de mergulho em uma aeronave de asa rotativa antes
de 12 horas após o mergulho, sem antes fornecer O2 e encaminhar ao
hospital mais próximo do local do acidente por ambulância terrestre;
ii. O voo após o mergulho pode provocar doença descompressiva através da
produção e expansão de bolhas já existentes, desidratação devido à
altitude e induzir a doença descompressiva (DD), principalmente após um
mergulho repetitivo longo e de saturação;
120
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

iii. Caso seja estritamente necessário o deslocamento aéreo, o piloto deve


buscar realizar o voo evitando atingir altitudes elevadas, visando o bem-
estar do paciente.

5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO

 O ambiente físico do mergulho afeta o corpo e pode resultar em problemas


de saúde. Nem todos os médicos estão familiarizados com os sinais e
sintomas de doenças de mergulho.

 Após alguns minutos ou horas respirando gás comprimido (mergulho


autônomo ou dependente) a manifestação de sinais e sintomas característicos
pode exigir a imediata remoção para um serviço de medicina hiperbárica.

 Os sintomas de Doença Descompressiva (Bends) são: dores articulares,


amortecimento, formigamento ou fraqueza. São sintomas menos comuns:
dores nas costas ou abdominais, paralisia, perda do controle de bexiga ou
intestino, falta de ar, dores de cabeça, cegueira parcial ou total, confusão
mental, dores no peito, tosse e vertigem.

 São sinais e sintomas de embolia arterial gasosa (EAG): Alteração do nível


de consciência, inconsciência, paralisia, fraqueza, confusão mental, dores de
cabeça ou qualquer alteração neurológica. Pode estar associado com
pneumotórax, enfisema do mediastino e/ou subcutâneo na região do pescoço
e tórax. Pode ocorrer em qualquer mergulho respirando gases comprimidos,
inclusive em profundidades pequenas, como a 1 metro.

 Os principais sinais e sintomas de DD acontecem até 2 horas após o


mergulho.

 Os principais sinais e sintomas de EAG acontecem até meia hora após o


mergulho.

 Não perca tempo tentando diagnosticar se foi DD ou EAG, trate como mal
descompressivo e inicie os primeiros socorros até conseguir um histórico
detalhado sobre os fatos e auxílio de um médico hiperbárico.
121
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 503 – ANIMAIS PEÇONHENTOS / PERIGOSOS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Mantenha a cena segura. Se impossível à UR, acione Salvamento, PMMG,
IBAMA etc.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Sinais e sintomas:
i. Dor no local da inoculação;
ii. Hematoma no local da inoculação;
iii. Vermelhidão no local da inoculação (eritema);
iv. Inchaço no local da inoculação (edema);
v. Perda da motricidade;
vi. Fraqueza;
vii. Dormência;
viii. Náuseas;
ix. Vômito;
x. Pulso rápido (taquicardia);
xi. Dificuldade respiratória (dispneia);
xii. Hemorragia no local da inoculação;
xiii. Hemorragia nasal (epistaxe);
xiv. Hemorragia por vias urinarias (hematúria);
xv. Pálpebras caídas (ptose palpebral);
xvi. Salivação grossa e excessiva;
xvii. Sudorese;
xviii. Ansiedade.

 Os sinais e sintomas estão diretamente relacionados com que tipo de


veneno/peçonha foi inoculado no paciente.

b. Conduta:
i. Mantenha o paciente calmo e em repouso;
ii. Identifique o animal agressor (cobra, aranha, insetos, escorpiões,
morcego) se possível;
iii. Identifique o local da inoculação (identificar com caneta, se possível);
122
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

iv. Lave o local da lesão (inoculação, arranhaduras e mordeduras) com água


e sabão neutro;
v. Deite o paciente. Caso o paciente esteja dispneico, coloque-o na posição
semi-sentada;
vi. Forneça oxigênio conforme P 604;
vii. Não deixe o paciente se movimentar excessivamente;
viii. Remova anéis, joias, braceletes e outros objetos que possam fazer
constrição no membro afetado;
ix. Não corte ou perfure a pele para extrair sangue;
x. Não aperte, esprema ou aspire o local da inoculação;
xi. Não utilize torniquetes;
xii. Pode ser aplicada compressa fria, EXCETO PARA PICADAS DE
COBRAS;
xiii. O socorrista deve manter o membro no mesmo nível do coração, com o
paciente na posição decúbito dorsal;
xiv. Em caso de acidente com cobras do gênero Bothrops (jararacas), manter o
membro afetado elevado acima do nível do coração para diminuir o edema
e evitar o desenvolvimento da síndrome compartimental;
xv. Leve o paciente imediatamente ao hospital de referência mais próximo
para continuidade do tratamento, incluindo soroterapia para alguns casos.
 Não perca tempo tentando localizar o animal. Em caso de mordida de
animal, trate os ferimentos conforme protocolos próprios.
 Havendo suspeita de hidrofobia, comunicar ao hospital e orientar os
responsáveis ou zoonoses a manter o animal preso por 10 dias. Em caso de
militar agredido por animal com suspeita de hidrofobia, este deverá procurar
unidade de saúde.
 Morcegos podem ser reservatórios de vírus, protozoários e bactérias,
podendo, em específico os hematófagos, serem transmissores da raiva
quando estiverem contaminados pelo vírus rábico. A transmissão pode se dar
através da mordedura por animais contaminados, bem como através do
contato com saliva e/ ou sangue do animal em pele lesionada ou mucosa.
 As fezes dos morcegos oferecem riscos relacionados à contaminação com o
fungo da Histoplasmose, que se manifesta como uma micose, podendo evoluir
para anemia e pneumonia aguda, caso o agente se instale nos pulmões.
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
123
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 504 – EMERGÊNCIAS RELACIONADAS AO CALOR

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Tipos de emergências mais comuns:
i. Câimbras musculares pelo calor:
1. Causa:
(a) Incapacidade de repor cloreto de sódio (NaCl) perdido na sudorese;
(b) Problemas eletrolíticos e musculares.
2. Sinais e sintomas:
(a) Câimbras musculares dolorosas, normalmente nas pernas e
abdômen.
ii. Desidratação:
1. Causa:
(b) Incapacidade de repor a perda de suor com líquido.
2. Sinais e sintomas:
(a) Sede, náusea, fadiga excessiva;
(b) Redução da capacidade física e mental.
iii. Exaustão pelo calor:
1. Causa:
(a) Esforço físico no calor excessivo, sem ingestão adequada de água.
2. Sinais e sintomas:
(a) Taquicardia, fraqueza, marcha instável;
(b) Fadiga extrema, pele úmida e pegajosa;
(c) Cefaleia, tontura, náusea e desmaio;
(d) Se não tratada, pode provocar INTERMAÇÃO.
iv. Intermação:
1. Causa:
(a) Altas temperaturas centrais > 40,6ºC;
(b) Rupturas celulares, disfunção de múltiplos órgãos e sistemas;
(c) Distúrbio neurológico com falha no centro termorregulador.
2. Sinais e sintomas
(a) Alterações no estado mental;
(b) Comportamento irracional ou delírio;
(c) Possível tremor;
124
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

(d) Inicialmente taquicardia, evoluindo tardiamente para bradicardia;


(e) Hipotensão, respiração rápida e superficial;
(f) Pele quente, úmida ou seca;
(g) Perda da consciência, convulsões e coma.
b. Conduta.
i. Câimbras musculares pelo calor:
1. Remova para um lugar fresco;
2. Faça alongamento muscular;
3. Permita ao paciente beber líquidos isotônicos (se não houver outro
agravo clínico ou traumático associado e se não houver diminuição do
nível de consciência).
ii. Desidratação:
1. Reponha a perda de suor com líquidos levemente salgados (se não
houver outro agravo clínico ou traumático associado e se não houver
diminuição do nível de consciência);
2. Mantenha o paciente em posição de decúbito dorsal.
iii. Exaustão pelo calor:
1. Remova da fonte de calor e posicione o paciente em local fresco (pode
ser dentro da UR, com ar condicionado ligado);
2. Resfrie o corpo com água fria e ventilação;
3. Permita ao paciente ingerir líquidos levemente salgados ou isotônicos
(se não houver outro agravo clínico ou traumático associado e se não
houver diminuição do nível de consciência).
iv. Intermação:
1. Resfrie imediatamente o paciente com água gelada ou pacotes de gelo
nas axilas, virilha e pescoço;
2. Envolva o paciente com panos úmidos e ventile o seu corpo;
3. Não dê nada para o paciente beber;
4. Trate o estado de choque;
5. Transporte imediatamente.

3. TRANSPORTE
a. Se o paciente estiver com náusea ou vômito transporte em decúbito lateral.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
125
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 505 – HIPOTERMIA E CONGELAMENTO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Promova a segurança da cena. Se o paciente está em uma câmara de
resfriamento, por exemplo, retire-o com EPI adequado.
b. Segundo a AHA, assim se classifica a hipotermia:
i. Leve: 34 a 36ºC;
ii. Moderada: 30 a 34ºC;
iii. Grave: < 30ºC.
c. Segundo o PHTLS:
i. Hipotermia primária é causada por condições ambientais adversas:
1. Imersão em água com temperatura < 21ºC;
2. Exposição em atmosfera fria etc.
ii. Hipotermia secundária é causada por condições fisiológicas adversas:
1. Recém-nascidos e lactentes;
2. Associadas ao alcoolismo ou traumas;
3. Drogas ou medicamentos;
4. Cocaína;
5. Idosos;
6. Hipotireoidismo, doenças cardíacas e diabetes;
7. Queimados;
8. Pacientes desnutridos;
9. Moradores de rua.
iii. O congelamento ocorre quando o membro afetado esfria a menos de 2ºC,
causando destruição de células com aparecimento de bolhas e
hematomas.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Sinais e sintomas:
i. Hipotermia leve:
1. Sensação de frio;
2. Nível de consciência inalterado;
3. Tremores;
4. Respiração rápida;
ii. Hipotermia moderada:
1. Rigidez muscular;
126
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. Perda da coordenação;
3. Paciente confuso, letárgico e sonolento;
4. Pacientes normalmente sentados ou deitados (não confundir com uso
de drogas e álcool).
iii. Hipotermia grave:
1. Irresponsivo;
2. PA indeterminável;
3. 1 ou 2 movimentos respiratórios por minuto;
4. Parada cardiorrespiratória;
5. Morte aparente.
b. Conduta geral:
1. Retire o paciente do ambiente frio;
2. Retire roupas molhadas;
3. Leve para interior da UR e aqueça o ar (ideal 29º C);
4. Cubra a cabeça, pescoço e tronco com cobertores quentes;
5. Monitore a temperatura corporal;
6. Evite agitação e movimentação exagerada do paciente;
7. Não permita que ele ande ou se exercite;
8. Cubra todo o corpo com cobertor;
9. Pacientes conscientes, sem agravos adicionais, podem beber líquidos
quentes não alcoólicos e sem cafeína.
c. Conduta específica para hipotermia:
1. Em hipotermia moderada e grave, fluidos intravenosos a 40º C (apenas
SAV):
(a) O BM pode aquecer o soro fisiológico envolvendo o frasco em
toalha e colocando sobre o motor da UR parada.
2. Em hipotermia grave, RCP se necessário;
3. Administre O2, conforme P 604;
4. A oximetria pode estar alterada, conforme visto em P 603.
d. Conduta específica para congelamento:
1. Cubra frouxamente o membro afetado com uma compressa seca, estéril
e não aderente, sem comprimir;
2. Os dedos das mãos e dos pés devem ser separados e protegidos por
gaze estéril;
3. Não drene as bolhas;
4. Tente elevar as mãos e os pés para reduzir o edema (se não houver
lesão musculoesquelética associada);
127
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

5. Não permita que a parte descongelada volte a congelar (risco de


trombose).

 “O paciente não está morto até que esteja aquecido e morto”. Ou seja,
pacientes hipotérmicos podem parecer mortos, mas tem potencial de serem
viáveis. Faça RCP e aqueça o paciente antes de presumir a morte.
 Acione o SAV, se disponível.

3. TRANSPORTE
a. Proteja os tecidos frágeis contra lesões adicionais durante o transporte de
vítima de congelamento.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
128
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

MÓDULO 600
- Procedimentos Gerais-
129
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 601 – ISOLAMENTO DE FLUIDOS CORPORAIS

1. CRITÉRIO DE EMPREGO DO PROTOCOLO


a. Este procedimento deve ser adotado quando houver contato com
substancias corpóreas do paciente e/ou quando for realizar
limpeza/desinfecção de áreas ou equipamentos contendo sangue e outros
fluidos corpóreos.
b. A cada paciente atendido, o socorrista pode entrar em contato com diversos
microrganismos patogênicos sem saber, portanto biossegurança é para todo
atendimento.

2. PARA TODOS OS TIPOS DE PACIENTES


a. Use luvas de procedimento em todos os chamados em que houver a
possibilidade de contato com sangue ou qualquer outro fluido corporal
(drenagem, urina, vômito, fezes, diarreia, saliva, muco nasal e secreção
genital) ou quando precisar tocar objetos que entraram em contato com
esses.
b. Lave suas mãos frequentemente durante o serviço e sempre após cada
chamado. Lave as mãos mesmo se tiver utilizado luvas durante o
atendimento e se possível reidrate a pele com creme de escolha pessoal.
c. Utilize água e sabão neutro durante 15 segundos antes de secar.
d. Antes de lavar, retire relógios, anéis e qualquer adorno das mãos e braços.
e. Molhe completamente as mãos e pulsos e dispense sabão em ambas.
f. Ensaboe as mãos friccionando todas as faces (palma, dorso, interdigitais,
articulações e unhas).
g. Enxágue as mãos totalmente no sentido das extremidades para o centro.
h. Pegue o papel toalha, feche a torneira sem tocá-la e enxugue ambas as
mãos.
i. Use sempre óculos contra respingo de fluidos corporais provenientes de
hemorragias arteriais ou qualquer outro ferimento. Caso ocorra o contato
entre os fluidos do paciente e a pele do socorrista, tão logo seja possível,
lave a região com água e sabão.
j. Use máscara com válvula de sentido único ou máscara com reservatório
quando precisar realizar ventilação no paciente.

a. Reporte imediatamente qualquer acidente entre pele não integra ou


mucosa do socorrista e o sangue ou fluidos da vítima para
Comandante de Bombeiros da Unidade – CBU. Um serviço médico
deve ser procurado o mais breve possível a fim de iniciar tratamento
profilático anti-HIV e/ou avaliação.
130
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

3. CONDUTA PARA PREVENÇÃO DE EXPOSIÇÃO A DOENÇAS


RESPIRATÓRIAS
a. As precauções respiratórias são indicadas para o atendimento de pacientes
conhecidamente portadores de patologias de transmissão respiratória, por
exemplo: Tuberculose, H1N1, gripe, SARS entre outras.
b. Para esses pacientes e para os suspeitos utilize máscara N95 (ou nível
melhor), óculos de proteção e capote de proteção.
c. Se a condição respiratória do paciente permitir coloque a máscara nele.
d. Limpe e realize a desinfecção, conforme protocolo próprio, de todos os
materiais e equipamentos utilizados na ocorrência que sejam reutilizáveis e
descarte em saco branco os descartáveis.
4. DESCARTES APROPRIADOS
a. Substitua peças de fardamento contaminadas colocando-as em saco branco,
para posterior lavagem em casa separadamente, conforme Plano de
Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS de sua Unidade.
b. Todo lixo dos sacos brancos deve ser recolhidos por caminhões da coleta de
lixo hospitalar, para ser descontaminado antes de ir para o aterro sanitário.
131
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 602 – TRIAGEM PRÉ-HOSPITALAR

 Processo utilizado em situações em que o número de vítimas ultrapassa a


capacidade de resposta das equipes de socorro. Segue os algoritmos de triagem
dos métodos Start e JumpStart.

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA
a. Providencie o IFC;
b. Mantenha a cena segura;
c. Descubra a NDD (Clínico) ou o MDL (Trauma);
d. Determine o número total de vítimas;
e. Solicite recursos adicionais;
f. Acione o plano de catástrofe, se houver necessidade;
g. Inicie a triagem:
i. Dê um comando de voz para todas as vítimas presentes para que aquelas
que consigam andar saiam da zona quente e se dirijam a um local seguro,
definido pela Gu BM;
ii. Avalie individualmente cada vítima que permanecer no local, da seguinte
forma:
1. Verifique se respira:
2. Verifique se respira:
(a) Se a vítima NÃO respira:
6. Para adulto ou criança, reposicione vias aéreas;
7. Se adulto retomou a respiração, classifique-o como VERMELHA.
Se não retomou, classifique-o como PRETA;
8. Se o paciente é pediátrico, antes de atribuir a classificação,
verifique o pulso carotídeo;
9. Se não tem pulso, classifique-a como PRETA;
10. Se tem pulso, execute 5 respirações de resgate, conforme
JumpStart;
11. Se não respirou, classifique-a como PRETA; se respirou, como
VERMELHA.
(b) Se a vítima respira:
1. Se tiver movimentos respiratórios maior que 30 IRPM (Adulto) ou
menor que 15 e maior 45 IRPM (Criança), classifique-a como
VERMELHA;
2. Se tiver movimentos respiratórios menor ou igual a 30 IRPM
(Adulto) e entre 15-45 IRPM (Criança), verifique:
(c) A perfusão capilar em adultos e pulso radial em pacientes pediátricos:
132
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

i. Se a perfusão capilar é maior que 2 segundos ou pulso radial


ausente, classifique-a como VERMELHA;
ii. Se a perfusão capilar é menor ou igual a 2 segundos ou pulso
radial presente, verifique se cumpre ordem simples em adultos e
AVDN em pacientes pediátricos:
iii. Se cumpre ordem simples em adultos ou alerta em caso de
pacientes pediátricos, classifique-a como AMARELA;
iv. Se não cumpre ordem simples em caso de adultos ou não está
alerta em caso de pacientes pediátricos, classifique-a como
VERMELHA;

MÉTODO START

PARÂMETROS VITAIS
PRIORIDADE QUADROS SUGESTIVOS AÇÕES
ENCONTRADOS

- Respiração presente, Lesões tratáveis, com Vítimas em


maior a 30 IRPM, no risco imediato de vida; estado crítico.
adulto, ou menor que 15 dificuldade respiratória, Tratamento e
e maior que 45 IRPM, na hemorragia não transporte
PRIORIDADE 1 criança. controlável, diminuição do imediato.
(VERMELHA) nível de consciência,
- Perfusão capilar > 2
sinais de choque,
segundos;
queimaduras graves.
- Não obedece a
comandos simples.

- Respiração presente, Lesões graves, sem risco Segunda


menor ou igual a 30 imediato de vida; prioridade.
IRPM (adulto) e entre 15 queimaduras sem Permitem adiar
PRIORIDADE 2 e 45 IRPM na criança; problemas de vias aéreas, atenção, podem
fraturas ósseas sem aguardar o
(AMARELA) - Perfusão capilar ≤ 2
choque ou hemorragia. transporte.
segundos;
- Obedece a comandos
simples.

- Paciente que pode Lesões de partes moles Lesões menores.


PRIORIDADE 3 andar pelo cenário da mínimas, sem risco de Não requerem
(VERDE) ocorrência – paciente vida ou incapacitação. atenção imediata.
deambulando.

SEM - Paciente que não Pacientes mortos ou


PRIORIDADE respira após abertura das apresentando lesões XXX
vias aéreas. irreversíveis.
(PRETA)
Quadro 4 - Relação das prioridades do método START com quadros clínicos.
133
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Figura 13 - Algoritmo do método START


134
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 603 – OXIMETRIA DE PULSO


1. CONCEITO
a. Oximetria de Pulso é um procedimento não-invasivo usado para determinar o
valor de saturação de oxigênio (SpO2) e a frequência de pulso periférico.
b. Provê aos socorristas um alarme precoce da diminuição da oxigenação
porque fornece medida contínua da oxigenação.
c. O oxímetro de pulso deve ser utilizado como ferramenta auxiliar de avaliação
do paciente em ambiente pré-hospitalar e durante transporte.
d. É uma ferramenta essencial de monitorização de frequência cardíaca e
saturação, sendo preditora da necessidade de uso de oxigênio.
2. ORIENTAÇÕES PARA O USO DO OXÍMETRO
a. Deverá ser utilizado longe de fonte de calor, fora da luz solar direta e em
local onde não haja umidade excessiva.
b. Deverá ser colocado o probe (sensor) do oxímetro no dedo (de preferência o
indicador) ou no lóbulo da orelha.
c. Utilize sensores de tamanho e tipos adequados de acordo com a faixa etária
e características físicas do paciente.
d. Não utilize em presença de agentes anestésicos inflamáveis.
e. Não utilize na presença de equipamento de ressonância.
f. Não utilize concomitante a descarga elétrica de um desfibrilador externo
automático.
g. Não utilizar debaixo de lâmpada dicróica da UR ou sob luz forte.
h. O aparelho pode ser afetado na presença de fontes eletromagnéticas e de
radiofrequência.
i. Evite quedas e choques mecânicos.
 Pacientes com hipotermia, estado de choque (perfusão periférica ruim),
usando de drogas vasoativas, anemia falciforme, intoxicação por monóxido de
carbono, esmalte de unha negro ou metálico, se mexendo, com calafrios,
dedos calejados, dias frios e úmidos, o oxímetro pode não ter acurácia.
3. A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Percentual Classificação da Cuidado Geral do Paciente
de O2 Hipóxia
94% a 100% Normal Somente se necessário administre oxigênio
91% a 93% Hipóxia Leve Somente se necessário administre oxigênio
86% a 90% Hipóxia Significativa
Administre O2 a 100%
(Considere ventilação assistida)
≤ 85% Hipóxia Grave Administre O2 a 100%
(Considere ventilação assistida)
Atente para a falta de acurácia na leitura conforme nota acima. Os padrões variam
entre 1-2% conforme literatura adotada.
Quadro 5 - Tabela com interpretação dos resultados da oximetria.
135
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 604 – ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
a. Benefício do O2 no APH:
i. Oxigenação dos tecidos hipóxicos;
ii. Redução dos edemas dos tecidos;
iii. Facilita a respiração;
iv. Alivia sintomas;
v. Reduz os riscos dos sintomas residuais, melhorando o prognóstico pós-
atendimento.
b. Equipamentos disponíveis para ventilação/administração de O2:
i. Para pacientes respirando (conscientes ou não) utilize:
1. Válvula de inalação por demanda com máscara Tru-Fit ou ventilação de
fluxo com pressão positiva (Válvula de Demanda - VD) ou similares;
2. Máscara de não reinalação com bolsa reservatória;
3. Cateter nasal.
ii. Para pacientes que não estão respirando:
1. BVM (bolsa válvula máscara);
2. Válvula de inalação por demanda com máscara Tru-Fit ou ventilação de
fluxo com pressão positiva (Válvula de Demanda - VD) ou similares;
3. Máscara oronasal para ressuscitação (pocket-mask).
c. Segurança ao manusear oxigênio puro.
i. Oxigênio não é inflamável, mas é comburente;
ii. Não permita o uso de qualquer tipo de óleo, lubrificante ou graxa em
qualquer cilindro ou equipamento que esteja em contato com O2;
iii. Não permita a presença de brasas, chamas, faíscas ou que se FUME
próximo ao O2 e aos equipamentos;
iv. O local onde será utilizado o O2 deverá ser ventilado;
v. Sempre mantenha a válvula fechada e o sistema purgado quando o O2 não
estiver sendo utilizado;
vi. Nunca deixe o cilindro de O2 solto e não permita que caia ou role;
vii. Não deixe o cilindro exposto a temperaturas maiores que 52°C;
viii. Assegure-se de que o cilindro de O2 a ser utilizado encontra-se dentro do
prazo de validade do teste hidrostático.
136
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. INDICAÇÃO PARA ADMINISTRAÇÃO DE O2


a. A decisão para oxigenar será baseada na condição clínica do paciente.
i. SpO2 ≥ 94% é considerado normoxia em adultos e crianças;
ii. Oxigênio suplementar não é necessário se a SpO2 ≥ 94%, a menos que o
paciente esteja com desconforto/aflição respiratória, de forma aguda,
dispneico, ou que haja suspeita de intoxicação por CO, acidentes de
mergulho e em pacientes vítimas de Laod and Go.
 Desconforto respiratório estará presente se o paciente apresenta
batimento de asa de nariz, tiragem intercostal, tiragem subdiafragmática e
tiragem esternal, sibililos, estridor e dificuldade em falar.
b. Quadros mais comuns com indicação para uso de O2:
i. Todo paciente com quadro sugestivo de insuficiência respiratória aguda
por patologia clínica ou traumática;
ii. Emergências diabéticas;
iii. Crise convulsiva;
iv. Alergias e choque anafilático;
v. Estado de choque;
vi. Hemorragias;
vii. DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica);
viii. AVC (acidente vascular cerebral) / AVE (acidente vascular encefálico);
ix. Queimaduras;
x. Afogamento;
xi. Envenenamento e intoxicações;
xii. Emergências obstétricas;
xiii. Aborto natural ou induzido;
xiv. IAM (infarto agudo do miocárdio);
xv. Dor aguda.
3. CONDUTA GERAL
a. Antes de iniciar a oxigenoterapia certifique-se se a saturação do paciente
está inadequada, se o paciente apresenta quadro de desconforto respiratório
ou é vítima de intoxicação por monóxido de carbono/ acidente de mergulho;
b. Assegure-se que o local seja seguro, adequado, ventilado e ausente de
perigo;
c. Abra as vias aéreas. Remova objetos, corpo estranho, secreções e/ou aspire
se necessário;
d. Insira a cânula orofaríngea selecionando o tamanho adequado, se ECG ≤ 8,
sem reflexo de vômito;
e. Utilize o protocolo de OVACE, PR e PCR, conforme Módulo 200,
concomitante ao uso de O2;
f. Não retarde o início da RCP para fornecimento de O2;
g. Constate se todo o equipamento está montado e pronto para utilização;
137
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

h. Verifique se a mangueira de pressão intermediária está conectada à saída de


fluxo contínuo e/ou regulador multifuncional e não permita que se dobre
durante a utilização;
i. Abra (através do registro) o cilindro de O2 totalmente e volte ½ volta como
medida de segurança;
j. Verifique a pressão do cilindro e garanta que não existem vazamentos no
sistema;
k. Se utilizando máscara de não reinalação com bolsa reservatória, coloque um
dedo dentro da máscara, fechando a válvula de não retorno até que a bolsa
reservatória esteja inflada (faça isto antes de utilizar no paciente);
l. Se utilizando a BVM com bolsa reservatória aguarde que o reservatório de O2
infle primeiro antes de utilizar no paciente;
m. Se utilizando a válvula de demanda ouça a válvula abrir durante a inspiração,
certificando-se do seu correto funcionamento;
n. Se utilizando uma máscara oronasal (pocket mask) para ressuscitação com
entrada de O2, certifique-se de que está havendo passagem correta de O2
por dentro da máscara;
o. Observe a máscara que esteja utilizando (sempre transparente) embaçar
durante a expiração e desembaçar durante a inspiração;
p. Em caso de uso do cateter nasal certifique-se de que a embalagem esteja
lacrada e ajuste adequadamente ao paciente;
q. Observe a expansão e o retorno do tórax durante a administração de O2
r. Monitore e mantenha o conforto do paciente;
s. Continue verificando a resposta do paciente quanto ao uso de O2 e quanto ao
correto funcionamento do sistema de O2, evitando vazamentos, o mau
funcionamento do equipamento, falhas em inflar e desinflar as bolsas etc;
t. Se o paciente apresentar quadro de convulsão ou vômito interrompa
temporariamente o fornecimento de O2, avalie vias aéreas, aspire se
necessário e garanta a permeabilidade das vias aéreas e respiração;
u. Caso o paciente não tolere o fornecimento de O2, troque o tipo de
equipamento, diminuindo a concentração e continue o fornecimento de O2.
Se persistir a intolerância do paciente, utilize a técnica de tenda aumentando
a concentração circulante ao redor da cabeça do paciente;
 Uma leitura da SpO2 entre 94 e 100% geralmente indica oxigenação
adequada. Uma leitura da SpO2 entre 91 e 93% sugere hipóxia leve.
 A SpO2 menor do que 90% sugere hipóxia significativa ou grave.
 Tais parâmetros não se aplicam ao RN nas primeiras horas de vida.
 Nos casos em que os sinais e sintomas sejam sugestivos de IAM ou AVC,
ministre O2 apenas em pacientes com saturação inferior a 94%.
 Além das restrições acima, fique atento ao ofertar oxigênio para o neonato,
devido ao risco de retinopatias.
 Quanto aos pacientes com DPOC, os benefícios do oxigênio ultrapassam os
riscos, desde que a equipe mantenha monitorização contínua dos parâmetros
dos sinais vitais do paciente.
138
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

4. FAIXAS ALVO DE SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO DE ALGUMAS


EMERGÊNCIAS4
a. Emergências médicas que exigem alta concentração de oxigênio (100%)
em todos os casos:
i. Choque, sepse, trauma grave;
ii. Parada cardíaca e durante a ressuscitação;
iii. Anafilaxia;
iv. Envenenamento por monóxido de carbono ou cianeto.
b. Emergências nas quais é provável que os pacientes necessitem de
oxigenoterapia (variando entre baixa e alta concentração - 24 a 100% -
dependendo da gravidade do caso), com faixa-alvo de saturação 94-98%
i. Pneumonia;
ii. Asma;
iii. Insuficiência cardíaca aguda;
iv. Embolia pulmonar.
c. Emergências nas quais é provável que os pacientes necessitem de
oxigênio controlado, com faixa-alvo de saturação 88-92%
i. Exacerbação aguda de DPOC;
ii. Doença aguda em pacientes com fibrose cística;
iii. Doença respiratória aguda em pacientes com síndrome de hipoventilação
da obesidade ou obesidade mórbida;
iv. Doença respiratória aguda em pacientes com condições neuromusculares
ou musculoesqueléticas crônicas.
d. Emergências em que a oferta de oxigênio é aconselhada apenas se o
paciente estiver hipoxêmico e com desconforto respiratório.
i. Infarto Agudo do Miocárdio e AVC;
ii. Manejo em andamento de sobreviventes de parada cardíaca com
circulação espontânea restabelecida;
iii. Crise falciforme ou anemia aguda;
iv. Emergências obstétricas;
v. Envenenamentos (exceto em casos de monóxido de carbono ou cianeto);
vi. Distúrbios metabólicos e renais com taquipneia devido a acidose
(respiração de Kussmaul).
5. CONDUTA EM PACIENTE RESPIRANDO

4
Adaptado de Ronan O’Driscoll, Centro Acadêmico de Ciências de Saúde de Manchester,
Universidade de Manchester, Salford Royal University Hospital, Medicina Respiratória,
Salford, Reino Unido ronan.o’driscoll@srft.nhs.uk
139
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

a. Com cateter nasal: utilize de 1 a 6 lpm (24 a 44%) na maioria dos casos
clínicos com SpO2 normal e com esforço/dificuldade respiratória.
a. No caso de DPOC utilize baixa concentração de O2 com cateter nasal, 1 a 2
lpm. Persistindo a hipóxia / cianose aumente aos poucos.
b. Emergências Clínicas com SpO2 normal e com esforço/dificuldade
respiratória, pode-se utilizar válvula inaladora de demanda ou máscara de
não reinalação com bolsa reservatória a 10 lpm (60 a 100%).
c. Emergências Clínicas com SpO2 indicativa de hipóxia utilize válvula inaladora
de demanda a 15 lpm ou máscara de não reinalação com bolsa reservatória
a 15 lpm (80 a 100%). Controle a saturação mantendo na faixa alvo de
saturação.
d. Em emergências traumáticas utilize máscara de não reinalação com bolsa
reservatória de 10 a 15 lpm (80% a 100%), se saturação indicativa de hipóxia
ou trauma grave. Em casos de trauma grave com SpO2 normal, a prevenção
do choque pode ser realizada inicialmente com cateter nasal 1-6 lpm,
devendo ser feito o monitoramento constante, avaliando-se a necessidade de
aumento de fluxo. Caso a vítima entre em hipóxia, troque o equipamento.

6. USO DE O2 EM PACIENTE IRRESPONSIVO (PR-PCR)


a. BVM com O2 a 15 lpm (80% a 100%).
b. Para recém-nascidos, inicia-se o procedimento em ar ambiente, e se
necessário, titula-se o fornecimento de oxigênio buscando atingir as faixas
alvo conforme tabela abaixo:
TABELA - SpO2 PRÉ-DUCTAL ACEITÁVEL PARA O RECÉM-NASCIDO
Minutos de Vida Saturação aceitável
Logo após o parto 30 a 40%
1 minuto 60 - 65%
2 minutos 65 - 70%
3 minutos 70 - 75%
4 minutos 75 - 80%
5 minutos 80 - 85%
10 minutos 85 - 90%
Quadro 6 - SpO2 pré-ductal aceitável para o recém-nascido.

 Recém nascidos apresentam nas primeiras 24 horas saturação em torno de


85 a 93%, sendo em média 90%.
 A leitura confiável da saturação de oxigênio (SpO2) e da FC através do
oxímetro demora cerca de 1-2 minutos após o nascimento, desde que haja
débito cardíaco suficiente, com perfusão periférica.
 Verifique a saturação no RN sempre no pulso direito.
140
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Quando o oxigênio suplementar for utilizado para reanimação, oferecer


inicialmente O2 a 40% (BVM sem bolsa reservatória - 8 L/min) e ajustar a oferta
de acordo com a SpO2 desejável (faixa alvo) e a FC, ambas determinadas pela
oximetria de pulso.

7. TABELA DE USO DE O2 SUPLEMENTAR


Fluxo Percentual de Condição
Equipamento utilizado (lpm - litros Concentração do
por minuto) de Oxigênio Paciente
1 24% Respirando
2 28% Respirando
Cateter nasal 3 32% Respirando
4 36% Respirando
5 40% Respirando
6 44% Respirando
Máscara oronasal para ressuscitação Parado ou
15 55%
(pocket mask) Respirando
Máscara facial simples (sem válvula
de não-reinalação e sem bolsa 10 40 – 60% Respirando
reservatória)
Máscara facial com bolsa reservatória
6 a 10 35 – 60% Respirando
e sem válvula de não-reinalação
Máscara facial com válvula de não
10 a 15 90% - 100% Respirando
reinalação e com bolsa reservatória
Bolsa Válvula Máscara (BVM) com Parado
15 100%
bolsa reservatória
Bolsa Válvula Máscara (BVM) sem Parado
15 60 - 80%
bolsa reservatória
MTV-100 Parado ou
15 a 22 100%
(Manually-Triggered Ventilator) Respirando
Quadro 7 - Uso de oxigênio suplementar.
Fonte: Adaptado de Nancy Caroline's Emergency Care in the Streets. 6 ed. 2008.

 Salvo orientação médica contrária, NÃO administre O2 umidificado devido


ao risco de contaminação.
 A oxigenação não substitui as ventilações de resgate. Controle
constantemente o tempo de utilização disponível de oxigênio.
 Não forneça O2 a um NEONATO via cateter nasal ou máscara facial. Caso
seja necessário, use a técnica de oferta de O2 em TENDA.
 Não utilize cateter nasal em crianças menores de 8 anos ao administrar O2.
Utilize máscara facial de não reinalação.
 Não utilize O2 durante a aplicação do choque do DEA – risco de explosão.
141
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

8. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)

9. TRANSPORTE
a. Permita a circulação de ar dentro da UR durante transporte de paciente
utilizando O2;
b. Mantenha boa vedação de máscara/paciente criando um selo hermético
evitando escape de O2;
c. Não permita cilindro solto dentro da UR a fim de se evitar acidentes;
d. Assegure-se de que o equipamento de O2 utilizado no paciente seja
descartado, limpo ou testado após o uso.
10. AVALIAÇÃO CONTINUADA
e. Durante o uso de O2 fique atento à necessidade de aspiração de vias aéreas.
11. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
142
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 605 – ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Indicações:
i. Secreções traqueobrônquicas, vômito, saliva, sangue na boca e orofaringe,
de difícil expectoração ou em pacientes com tosse ineficaz.
a. Potenciais efeitos adversos / complicações do uso:
i. Reflexo de vômito;
ii. Hipóxia, se demorar além de 15 segundos;
iii. Cessação das insuflações e oxigenação durante aspiração;
iv. Estimulação vaso vagal com risco de PCR.
b. Tipos de equipamentos de aspiração:
i. Equipamentos elétricos portáteis;
ii. Equipamentos elétricos montados na UR;
iii. Régua tripla da UR – por Venturi;
iv. Equipamento portátil e manual.
c. Tipos de cateteres de sucção:
i. Cateter rígido:
1. Usado na boca de pacientes responsivos e boca e orofaringe de
pacientes irresponsivos;
2. Oferece melhor resultado em relação ao flexível para aspirar material
particulado. Exemplo: vômito.
ii. Cateter flexível:
1. Usado na nasofaringe e em situações onde o cateter rígido não pode
ser usado;
2. Mais usado para aspirar material líquido. Exemplo: saliva. Não oferece
bom resultado para materiais particulados;
3. Contra indicado nos casos de ruptura de palato causados por trauma e
em bebês (até 1 ano).
d. Conduta.
i. Certifique-se de que os equipamentos estejam em condições de uso
(estéreis ou em desinfecção de alto nível);
ii. Utilizando de técnica asséptica isole os fluidos corporais por dispositivo de
barreira;
iii. Reúna os equipamentos necessários à aspiração;
iv. Estabilize o aspirador elétrico numa base firme;
v. Ligue o equipamento (se elétrico) e conecte o cateter;
143
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

vi. Insira o cateter na cavidade oral até a base da língua, se possível, sem
acionar o vácuo;
vii. Aplique aspiração. Mova o cateter de um lado a outro;
viii. Aspire por no máximo 15 segundos;
1. Em lactentes e crianças o tempo de aspiração deve ser o menor
possível;
2. Somente aspire RN se após o nascimento o mesmo não esboçar
reação respiratória ou choro e suas vias aéreas estiverem obstruídas
(utilize pera de aspiração);
3. Se o paciente tem vômito (êmese) ou secreção que não possam ser
aspirados facilmente, lateralize-o e limpe sua orofaringe;
4. Se o paciente produz tanta secreção quanto o aspirador possa aspirar,
faça sucção por no máximo 15 segundos, ventile por no máximo 30
segundos (com O2 a 15 lpm) e aspire novamente. Continue desta
maneira;
5. Se necessário lave o interior do cateter (aspirando soro fisiológico) para
desobstruí-lo.

 Insira o cateter – rígido ou flexível – na orofaringe até o onde pode ser visto,
próximo à base da língua.
 Fique atento para o reflexo de vômito! Risco de broncoaspiração e PCR!
 Não é recomendado o uso de cateteres de aspiração em pacientes com
sinais de lesão de base de crânio. Nestes casos, coloque o paciente de lado.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
144
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 606 – PACIENTES PEDIÁTRICOS – GENERALIDADES E ABUSO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Classificação etária para fins da abordagem clínica:
i. Neonato: do momento do parto até alta da maternidade;
ii. Lactente: indivíduo que teve alta da maternidade até 1 ano;
iii. Criança: paciente cuja idade estiver acima de 1 ano até a puberdade.
 Para fins de Estatuto da Criança e do Adolescente, a faixa etária da criança é
de 0 a 12 anos incompletos e adolescente é entre 12 e 18 anos incompletos.
 Para fins de SBV, siga as classificações etárias da AHA.

2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


a. Características gerais e estratégias de abordagem do paciente de 0-18
anos:

Idade Características Estratégias de abordagem


- Lactentes não gostam de ser - Mantenha os pais por perto;
separados dos pais; - Mantenha mãos e estetoscópio
- Tem mínimo de ansiedade com quentes;
estranhos; - Observe sinais primeiramente à
- Estão acostumados a serem distância;
0a1 despidos, mas gostam de ser - Aborde pelos pés. Observe
ano aquecidos; coração e pulmões primeiro. Depois
- Lactentes novos seguem movimentos a cabeça;
com os olhos; - Segure a máscara de O2 perto do
- Lactentes mais velhos são mais rosto.
ativos;
- Não gostam da máscara de oxigênio.
- Não gostam de ser separados dos - Mantenha os pais por perto;
pais; - Explique que ela não é má;
- Acreditam que suas doenças são - Tire uma peça de roupa por vez
punições por serem más; e vista novamente;
- Não gostam de lactentes. Não - Examine primeiro o tronco;
gostam de serem despidas; - Ofereça conforto e se possível
1a3
- Assustam-se facilmente; dê seu brinquedo favorito;
anos
- Apresentam reações exacerbadas, - Considere a escolha da criança;
sentem medo fácil; - Segure a máscara perto da face
- Podem entender mais que da criança.
conseguem expressar;
- Sentem-se sufocados pela máscara
de O2.
3a6 - Não gostam de ser separados dos - Mantenha os pais por perto;
145
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

anos pais; - Tire uma peça de roupa por vez


- Acreditam que suas doenças são e vista-a novamente;
punições por serem más; - Mantenha a calma;
- Não gostam de lactentes. Não - Explique o que você está
gostam de serem despidas; fazendo;
- Tem medo de dor, sangue e - Segure a máscara de O2
ferimento; pediátrica, mantendo-a próximo ao
- São curiosas, comunicativas e rosto da criança.
podem cooperar;
- Não gostam da máscara de O2.
- Cooperam, mas gostam que suas - Permita que a criança tenha a
ideias sejam ouvidas; responsabilidade de contar a sua
- Temem sangue, dor, desfiguramento história;
6 a 12
e ferimentos permanentes; - Explique o exame;
anos
- São envergonhadas e não gostam - Apresente-se confiante, calmo e
que seus corpos sejam expostos. com boas maneiras;
- Respeite a timidez do paciente.
- Adolescentes querem ser tratados - Apesar de eles gostarem de ser
como adultos; tratados como adultos, necessitam
- Adolescentes julgam-se indestrutíveis, de tanta atenção como as crianças;
mas tem medo de lesões e - Apresente-se de maneira calma,
desfiguramentos; respeitosa e transmita confiança;
- Adolescentes variam em termos de - Explique o que você está
12 a 18
desenvolvimento físico e emocional e fazendo durante o socorro;
anos
podem não se sentir bem com suas - Respeite a timidez. Considere
mudanças corporais. avaliá-lo próximo a seus pais;
- Sempre que possível o
socorrista que faz o exame físico
deve ser do mesmo sexo que a
vítima.
Quadro 8 - Características gerais e estratégias de abordagem do paciente de 0-18 anos.

b. São possíveis achados físicos de abuso:


i. Equimoses ou hematomas em diferentes estágios de cura;
ii. Equimoses ou marcas de mordida no rosto, lábios da boca, pescoço,
punho, coxas, tornozelos ou dorso;
iii. Ferimentos em ambos os olhos ou ambos os lados da face (normalmente
apenas um lado da face é ferido em um acidente);
iv. Marcas agrupadas, que formam padrões regulares, que refletem a forma
de artigos como um cabo elétrico, fecho do cinto, garfo ou dentes
humanos;
v. Queimaduras com pontas de cigarro ou por imersão, principalmente na
palma das mãos e solas dos pés (marcas tipo luvas e meias);
vi. Queimadura por superfície aquecida: ferro de passar roupa, fogão, panela;
vii. Sinais de mordida;
viii. Lesão ou sangramento na genitália, períneo e região anal;
146
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

ix. Marcas de compressão manual: esganadura, estrangulamento, unhadas,


agarrões etc.;
x. Luxações, múltiplas fraturas, entorses e distensões;
xi. Hemorragia no couro cabeludo compatível com tentativa de se arrancar o
cabelo;
xii. Fratura ou perda de dentes;
xiii. Síndrome de “shaken baby” – bebê sacudido:
1. Déficit neurológico sem trauma externo aparente;
2. Déficit motor.
c. São possíveis achados psicológicos / comportamentais de abuso:
i. Fadiga crônica;
ii. Comportamento inapropriado, tais como criança mais velha (10 anos, por
exemplo) chupar o dedo, balançando e mordendo;
iii. Relatos de ausência em casa dos pais ou responsáveis;
iv. Frequente ausência ou atraso na escola;
v. Hipocondria;
vi. De queixoso passa a adotar comportamento agressivo;
vii. Comportamento inapropriado para a idade;
viii. Paciente implorando por comida;
ix. Atraso no desenvolvimento mental ou emocional;
x. Uso de álcool ou drogas.
d. Conduta:
i. Trate lesões específicas conforme protocolos próprios.

3. AVALIAÇÃO CONTINUADA
4. TRANSPORTE
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. Em caso de maus tratos / agressões
i. Encaminhe o RAPH / REDS conforme a DIAO;
ii. A Unidade deve acionar o conselho tutelar nos termos do Art. 12 do ECA,
se já não foi feito por órgão policial.

 Segundo o parágrafo único do art. 4º do ECA a criança e o adolescente tem


a primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias
147
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 607 – PACIENTE COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E MENTAL

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Paciente surdo:
i. Mantenha-se desinibido;
ii. Certifique-se que o paciente é realmente surdo;
iii. Verifique se o paciente sabe ler os lábios;
iv. Ao falar, mantenha a face iluminada;
v. Articule bem as palavras;
vi. Não se vire durante a fala;
vii. Se o paciente não sabe ler os lábios, use sinais;
viii. Aponte para seu corpo antes de tocar no dele;
ix. Não finja entender.
b. Paciente cego:
i.Aja naturalmente – não se envergonhe;
ii.Antecipe para o mesmo o que você vai fazer;
iii.Mantenha-o informado do arredor;
iv. Lembre-se de 3 coisas:
1. Não grite com ele (o paciente é cego, não surdo);
2. Não mude a maneira de falar habitualmente (inclusive diga “veja”/
“olhe”);
3. Mantenha contato contínuo através da fala ou toque.
v. Nunca empurre ou puxe um paciente cego.
c. Paciente com deficiência física:
i. Apresentam dificuldade maior no exame físico;
ii. Pergunte ao paciente sobre a extensão do dano anterior ao atendimento;
iii. Portador de necessidades especiais gosta de ser independente – tenha
paciência.
d. Paciente com transtornos mentais e comportamentais:
i.
Mantenha-se calmo e desenvolva comunicação efetiva com o paciente;
ii.
Trate o paciente naturalmente;
iii.
Faça perguntas cujas respostas sejam SIM ou NÃO;
iv.
Descubra se o paciente tem noção de tempo e lugar;
v.
Avaliar o nível de compreensão do paciente;
vi.
Obtenha a história e faça ao exame lentamente. Prepare-se para respostas
lentas e para dar repetidas explicações.
3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
148
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 608 – PACIENTE IDOSO – GENERALIDADE E ABUSO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


a. Paciente geriátrico: acima de 65 anos (obs.: o estatuto do idoso aplica-se a
pacientes de idade igual ou superior a 60 anos).
2. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)
a. Características gerais do idoso:
i. Diminuição da:
1. Acuidade visual;
2. Reação pupilar;
3. Função renal;
4. Água total do corpo;
5. Capacidade respiratória;
6. Estatura;
7. Audição;
8. Produção de saliva;
9. Débito e frequência cardíaca;
10. Elasticidade da pele;
11. 15 a 30% da gordura corporal;
12. Atividade esofágica;
13. Olfato e paladar.
b. Conduta:
i. Trate-o como paciente adulto;
ii. Demonstre respeito;
iii. Não use gírias nem intimidade excessiva;
iv. Fale em tom audível, não necessariamente alto;
v. Diga as palavras pausadamente e precisamente;
vi. Esteja atento a familiares e amigos.
c. São indícios de maus tratos:
i. Explicações não plausíveis sobre lesões físicas;
ii. Demora injustificada para solicitar socorro;
iii. Solicitações frequentes para socorro;
iv. Medo ou distanciamento do socorrista;
v. Cuidador se recusa a deixar o paciente sozinho com os BMs;
vi. Medo do cuidador ou familiar;
149
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

vii. Reação anormal do cuidador ou familiar.


d. Possíveis achados físicos de maus tratos:
i. Contusões em áreas incomuns (interna do braço, tronco, nádegas,
escalpe);
ii. Hematomas e ferimentos em estágios diferentes de cicatrização;
iii. Roupas sujas ou inadequadas para a estação;
iv. Padrão precário de higiene pessoal;
v. Lesão ou sangramento na genitália, períneo e região anal;
vi. Desidratação, desnutrição e perda de peso inesperado;
vii. Úlceras de pressão (úlceras de decúbito);
viii. Lesões similares aos objetos que a causaram;
ix. Queimaduras com pontas de cigarro ou por imersão, principalmente na
palma das mãos e solas dos pés (marcas tipo luvas e meias);
x. Sinais de mordida;
xi. Marcas de compressão manual: esganadura, estrangulamento, unhadas,
agarrões etc.;
xii. Luxações, múltiplas fraturas ou fraturas em espiral;
xiii. Hemorragia no couro cabeludo compatível com tentativa de se arrancar o
cabelo;
xiv. Fratura ou perda de dentes.
e. Conduta:
i. Trate lesões específicas conforme protocolos próprios.

3. TRANSPORTE
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Em caso de maus tratos:
i. Encaminhe o RAPH / REDS conforme a DIAO;
ii. A Unidade deve acionar as autoridades competentes (Art. 19 do Estatuto
do Idoso), se já não foi feito pela autoridade policial:
1. Ministério Público;
2. Conselho Municipal do Idoso;
3. Conselho Estadual do Idoso;
4. Conselho Nacional do Idoso.
150
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 609 – OPERAÇÃO DE VEÍCULOS DE APH

1. AO ASSUMIR O SERVIÇO
a. A assunção do serviço será conforme a Instrução Técnica Operacional Nr
01/2015.
b. A Gu de UR, coordenada pelo seu comandante, deverá conferir:
i. As condições gerais do veículo: água, óleos, pneus, luzes de emergência e
de atendimento (internas e externas), faróis, freios etc.;
ii. Os mapas cargas da viatura (mapa carga de equipamentos médicos, mapa
carga de ferramentas etc.);
iii. O sistema fixo e móvel de oxigênio;
iv. A carga das baterias dos equipamentos de emergência;
v. Os rádios de comunicação.

2. DESLOCAMENTO PARA OCORRÊNCIA


a. Adote uma direção defensiva ao longo do deslocamento, com velocidade
moderada, a fim de se evitar acidentes e danos em equipamentos do mapa
carga da UR;
b. Siga o disposto na ITO-01/2015 em relação aos códigos de deslocamento;
c. As sirenes e sinais luminosos intermitentes devem ser acionados somente
em casos de emergência real;
d. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB)
i. “Os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia,
os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de
prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada,
quando em serviço de urgência e devidamente identificados por
dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha
intermitente”;
ii. A prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com
velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas
as demais normas do Código.
 Durante o deslocamento todos os ocupantes da UR devem utilizar cintos de
segurança, inclusive pacientes e acompanhantes.

3. NA CENA
a. Nunca pare na zona quente e evite parar na zona morna, devido aos
perigos à viatura: produtos químicos, calor, objetos perfurantes dos pneus
etc. Se possível pare a viatura na zona fria.
b. Estacione, preferencialmente, na mesma faixa onde ocorreu o acidente.
151
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

c. Sinalize a via com cones conforme quadro abaixo:


Distância do 1º Cone à Viatura
Tipos de Velocidade
Com chuva, neblina,
Vias Máxima Permitida Com pista seca
fumaça e à noite
Vias Locais 40 km/h 40 passos longos 80 passos longos
Avenidas 60 km/h 60 passos longos 120 passos longos
Vias de
Fluxo 80 km/h 80 passos longos 160 passos longos
Rápido
Rodovias 110 km/h 110 passos longos 220 passos longos
Quadro 9 - distância de posicionamento dos cones em relação á velocidade da via durante sinalização.

Obs.: cada vez que o pé (ou direito, ou esquerdo) toca o chão considera-se um passo. O
passo longo tem cerca de 1,30 a 1,50 metros.

1º Cone Viatura Cena


(Preferencialmente não UR)
Figura 14 - Posicionamento dos cones e da viatura durante atendimento de ocorrência.

d. O 1º cone (início da sinalização) é o primeiro a ser visualizado pelos


motoristas usuários da via que estão na faixa onde ocorreu o acidente. Se
nas duas, ambas devem ser sinalizadas.
e. A UR ou outro veículo de emergência (preferencialmente) deve estar entre o
fluxo de veículos e a cena.
f. Mantenha as luzes de emergência ligadas, pois segundo o Código de
Trânsito Brasileiro (CTB) é infração de trânsito deixar de manter ligado, nas
situações de atendimento de emergência, o sistema de iluminação vermelha
intermitente dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e salvamento,
de fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados.
g. Se a UR é a primeira viatura de emergência na cena, pare antes da zona
quente, de forma a proteger a Gu BM de eventual colisão provocada por
outro veículo e de modo que o farol e as luzes da viatura iluminem a cena.
h. Estacione de maneira a garantir uma rápida partida da cena e o máximo de
segurança para a Gu BM.
i. Preferencialmente o atendimento da ocorrência deverá ocorrer atrás da UR.
Assim, se há outra viatura na cena, posicione-a no lugar da UR apresentada
na figura acima.
j. À noite ou em baixa iluminação, a Gu BM deve utilizar coletes reflexivos
durante atendimento em via pública.

 A sinalização e o isolamento devem permitir o trabalho seguro da GU BM.


152
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Os demais motoristas da via devem VER a sinalização, COMPREENDER o


que ela quer dizer e ter tempo de REAÇÃO, evitando assim novos acidentes.

 Havendo necessidade, peça aos agentes de trânsito para interromper


totalmente o fluxo de veículos. Na ausência dos mesmos, a Gu BM deve
providenciar a interrupção.

4. AO DESLOCAR PARA HOSPITAL


a. Apenas use as sirenes se estritamente necessário.
b. Segundo a AHA, o uso de sirenes durante transporte de paciente consciente
com emergência cardiovascular (infarto, angina, insuficiência cardíaca
congestiva, taquicardia ventricular etc.) não é benéfico e pode ser maléfico
ao paciente (evidência classe III).
c. Desligue a sirene ao aproximar-se de hospitais, inclusive o do destino do
paciente.
d. A UR tem a capacidade de transportar até duas vítimas imobilizadas em
prancha longa. Caso tenha duas vítimas, a que esteja mais grave deve ir na
maca principal ou primária (maca com rodas). A outra vítima é imobilizada
sobre o banco localizado no lado direito da viatura presa por cintos.
e. Não é recomendado o transporte de duas vítimas em condições críticas em
uma mesma UR, exceto em casos excepcionais de ausência de recursos,
demora no tempo de deslocamento de outra viatura, locais remotos, dentre
outros.

 Não é permitido à Gu BM, ao paciente ou ao acompanhante fumar ou


alimentar-se no interior da UR, esteja esta em deslocamento ou parada.
 Após cada atendimento, limpe e descontamine a viatura e os equipamentos,
conforme a necessidade. Reponha materiais, se necessário.
153
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 610 – EXTRAÇÃO

1. DIMENSIONAMENTO DA CENA
a. Conduta 1 – Mantenha a cena segura:
i. Considere os seguintes riscos potenciais:
1. Colisão contra postes de iluminação com risco de queda de fiação,
transformador e o próprio poste;
2. Colisão contra edificações com risco de queda de estrutura;
3. Vazamento de combustível líquido ou gasoso (GNV);
4. Veículos transportando produtos perigosos;
5. Veículos com risco de queda em depressões;
6. Veículos ocupados por criminosos em fuga ou em flagrante;
ii. Isole e sinalize a cena:
1. Utilize cones fotoluminescentes e as luzes das viaturas, conforme P
609;
2. Antes da abordagem ao veículo deverá ser armada uma linha direta de
prevenção com esguicho de vazão regulável, em carga pressurizada,
ou ser posicionado um militar com extintor de incêndio preparado para
ser utilizado em caso de princípios de incêndios;
3. Solicite apoio do policiamento, de outros órgãos e serviços, e mesmo de
outras Gu BM, se necessário;
4. Verifique se os sistemas de segurança do veículo foram acionados, por
exemplo, air bag.
b. Conduta 2 - estabilize o veículo:
i. O veículo deverá ser estabilizado para o trabalho seguro da GU BM:
1. A GU BM deverá se prevenir contra tombamento, amassamento do teto,
deslizamento ou qualquer outro movimento que venha a pôr em risco a
operação.
ii. O procedimento pode ser feito por meio de calços, escoras, cabos, fitas
tubulares ou outros dispositivos aplicáveis no mínimo em 3 pontos de
escora e estabilização;
iii. A GU BM deverá cortar o cabo da bateria e prevenir riscos de incêndio e
explosão.
c. Conduta 3 - Triagem dos Pacientes:
i. Verifique quantos pacientes há no veículo e priorize o atendimento;
ii. Verifique se há vítimas encarceradas;
iii. Em caso de vítimas não encarceradas, os socorristas devem realizar os
tratamentos necessários e proceder à extração da vítima;
154
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

iv. Em caso de vítimas encarceradas, é necessário que se realize o


procedimento de desencarceramento para que então se possa proceder
com a extração da vítima, devendo-se avaliar a necessidade de apoio;

v. Verifique a necessidade de uma extração rápida manual e/ou a


necessidade de SAV.

 A segurança e proteção do paciente é fator prioritário para a Gu BM na cena


durante a extração.
 Vítimas encarceradas apresentam uma probabilidade de morte no local 8,2
vezes maior do que a de vítimas não encarceradas.
 A principal causa de morte de vítimas encarceradas (45,2%) é a hemorragia;
já para vítimas não encarceradas, é o TCE (88,9%).

d. Conduta 4 - Abertura do Veículo:


i. Faça a remoção de janela ou porta, com ferramentas combinadas,
cortadores, extensores, alargadores e serra sabre, para permitir a
intervenção de socorrista ou médico no interior do veículo para avaliar
melhor o paciente e iniciar tratamento;
ii. Faça a tração e remoção do volante, elevação do painel, retração dos
bancos, remoção dos tetos, remoção dos pedais e abertura da 3ª porta;
iii. Retire as ferragens da vítima e nunca a vítima das ferragens.
e. Conduta 5 - Secção de parte do Veículo:
i. Corte e retire partes do veículo para permitir acesso seguro a GU BM e
seus equipamentos médicos, sem causar danos adicionais ao paciente.

1. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
a. Definição da técnica:
i. Para que se defina a técnica de extração apropriada para a situação, é
necessário que seja considerado o cenário da ocorrência e a avaliação do
paciente, definindo-se a gravidade de suas lesões por meio do processo
mnemônico (ABCDE) e classificando a vítima em crítica, instável ou
estável:
1. Crítica: vítima em parada respiratória, cardiorrespiratória ou condição
ambiental que ofereça risco iminente. Deve ser utilizada a chave de
Rauteck.
2. Instável: vítima que está em perigo imediato de vida, normalmente
casos de load and go. Deve ser utilizada a técnica de extração rápida.
3. Estável: vítima com lesões leves ou que não possui lesões aparentes.
Deve ser utilizada a técnica de extração com KED.
155
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. TÉCNICAS DE EXTRAÇÃO
a. Chave de Rauteck - deve ser utilizada em vítimas com a classificação crítica
ou em casos que apresentem situações de insegurança, tais como veículos
incendiados. Realize a técnica conforme a seguinte descrição:
1. Retire o cinto de segurança do paciente;
2. Passe o braço direito, primeiramente, pelas costas da vítima;
3. Na sequência, passe-o debaixo do braço direito da vítima;
4. Segure o queixo/ pescoço (estabilize manualmente a coluna cervical);
5. Pressione a face da vítima contra a sua;
6. Passe o braço esquerdo debaixo do braço esquerdo da vítima; e, com a
mão esquerda, segure o antebraço esquerdo da vítima junto com a
calça e/ou cinto dela;
7. Gire a vítima o necessário e retire-a.
b. Extração rápida - são necessários pelo menos 3 socorristas e deve ser
utilizada em vítimas com a classificação instável. Realize a técnica conforme
a seguinte descrição:
1ª Fase:
1. Socorrista 01: aproxima-se do veículo pela frente para a vítima
visualizá-lo; em seguida, com estabilização manual da cabeça, avalia a
responsividade;
2. Socorrista 02: coloca o cilindro de oxigênio com a válvula topo aberta e
fluxômetro fechado em posição estável e segura e a máscara acessível
ao socorrista 01;
3. Socorrista 03: posiciona a maca da viatura com a prancha próximo ao
local da retirada da vítima, se possível.
2ª Fase:
1. Socorrista 02: posiciona-se no banco traseiro, retira o encosto de
cabeça e assume a posição da estabilização manual da cabeça do
paciente;
2. Socorrista 01: abre a porta do motorista e faz a avaliação ABCDE do
paciente. Após verificar o A (Abertura da via aérea), coloca a máscara
de oxigênio no paciente com vazão de 12 a 15 l/min, se necessário;
3. Socorrista 03: retira o cinto de segurança, mensura e coloca o colar
cervical e coloca o oxímetro no dedo do paciente.
3ª Fase: Após avaliado o paciente e constatada a necessidade de realizar a
extração rápida.
1. Socorrista 01: segura o tórax do paciente.
2. Socorrista 02: comanda a execução de inclinar a vítima para a frente
para facilitar o giro. Logo em seguida comanda o 1º giro de 45º do
156
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

paciente. Em seguida, o socorrista 03 assume a estabilização da


cabeça enquanto o socorrista 02 sai do carro e reassume esta posição
e, posteriormente, o socorrista 02 comanda o 2º giro de 45º.
3. Socorrista 03: segura as pernas com um dos braços abaixo da coxa da
vítima e a outra mão sobre o painel do veículo para servir de apoio,
realiza o 1º giro de 45° acompanhando as pernas da vítima. Na
sequência, retira a perna da vítima do espaço do motorista uma de cada
vez, pegando na ponta dos pés da vítima e o trazendo em direção ao
banco do passageiro;
4. Com as pernas da vítima sobre o assento do passageiro, a equipe
realiza o 2º giro de 45º do paciente;
4ª Fase:
5. Socorrista 02: Assume a estabilização manual da cabeça;
6. Socorrista 03: retira-se do veículo e coloca a prancha longa apoiada no
banco do motorista;
1. O paciente é colocado na prancha pelos socorristas 01 (tórax) e 02
(cabeça).
5ª Fase:
14. Socorrista 01 e 02: deslizam o paciente na prancha até o ponto que o socorrista
03 consiga assumir a estabilização manual da cabeça do paciente;
15. O socorrista 01 coloca o cilindro de oxigênio entre as pernas do paciente com a
válvula de demanda voltada para os pés do paciente.
16. Os socorristas posicionam a prancha com o paciente em um local mais próximo e
seguro para então dar sequência ao atendimento.
c. Extração com KED - deve ser utilizada em vítimas com a classificação
estável. Realize a técnica conforme a seguinte descrição:
1ª Fase:
1. Socorrista 01: aproxima-se do veículo pela frente, para a vítima
visualizá-lo; e, com estabilização manual da cabeça, avalia a
responsividade;
2. Socorrista 02: coloca o cilindro de oxigênio com a válvula topo (registro)
aberta e fluxômetro fechado em posição estável e segura e a máscara
acessível ao socorrista 01;
3. Socorrista 03: posiciona a maca da viatura com a prancha próximo ao
local da retirada da vítima;
4. Socorrista 01 prepara o KED, soltando os dois tirantes longos (tirantes
da virilha) e os posicionando atrás do colete por cima das abas de
fixação da cervical; na sequência, coloca o KED em cima do teto do
carro para ele ter acesso quando for utilizá-lo.
157
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2ª Fase:
1. Socorrista 01: abre a porta do motorista e faz a avaliação ABCDE do
paciente. Após verificar o A (Abertura da via aérea), coloca a máscara
de oxigênio no paciente com vazão de 12 a 15 l/min, se necessário;
2. Socorrista 02: posiciona-se no banco traseiro, retira o encosto de
cabeça e assume a posição da estabilização manual da cabeça do
paciente;
3. Socorrista 03: retira o cinto de segurança, mensura e coloca o colar
cervical e coloca o oxímetro no dedo do paciente.
3° Fase:
1. Socorrista 03: apoia uma das mãos, anteriormente, sobre o tronco e a
outra mão, posteriormente, no tronco;
2. Socorrista 02: estabilizando manualmente a cabeça, comanda que o
paciente seja movimentado para frente; apenas o suficiente para que o
KED seja posicionado entre a vítima e o encosto do banco;
3. Socorrista 01: coloca o KED na região posterior do tronco;
4. Socorristas 02 e 03: Após ajuste do KED, sob o comando do socorrista
02, retornam a vítima para o banco do carro;
5. Socorristas 01 e 03: realizam o fechamento dos tirantes do tórax na
sequência adequada, primeiro o central, inferior e por fim o tirante
superior;
6. Posteriormente, realizam o fechamento e ajuste dos tirantes da virilha;
7. Após o posicionamento dos tirantes de perna, caso haja um espaço
entre a cabeça da vitima e o KED, insira o coxim do KED de modo a
preencher o referido espaço;
8. O socorrista 01: fecha os tirantes da cabeça, formando um “X”;
9. Antes de iniciar a retirada da vítima os socorristas devem acochar os
tirantes de abdômen e tórax.
4° Fase:
1. Socorrista 02: segurando o KED pelas alças superiores da cabeça,
comanda o giro do paciente;
2. Socorrista 01: segurando nas alças laterais do KED, realiza o primeiro e
segundo giro de 45°;
3. Socorrista 03: segura as pernas com um dos braços abaixo da coxa da
vítima e a outra mão sobre o painel do veículo para servir de apoio,
realiza o primeiro giro de 45° acompanhando as pernas da vítima;
4. Na sequência, retira a perna da vítima do espaço do motorista uma de
cada vez, pegando na ponta dos pés e os trazendo em direção ao
banco do passageiro;
5. Com as pernas da vítima sobre o assento do passageiro, a equipe
realiza o segundo giro.
158
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

5ª fase:
1. Socorrista 02: retira-se do veículo e coloca a prancha longa apoiada no
banco do motorista.
6ª fase:
1. Socorrista 01: coloca a vítima deitada na prancha;
2. Socorrista 03: flexiona e eleva as pernas da vítima, retira os dois
tirantes da virilha. Na sequência, as pernas da vítima são colocadas na
prancha;
3. Socorrista 02: comanda o arrastamento da vítima para a posição correta
na prancha. Os socorristas, utilizando as alças do KED, deslizam a
vítima;
4. Socorrista 01: coloca o cilindro de oxigênio entre as pernas da vítima
com o registro do cilindro voltado para os pés da vítima.
5. Socorrista 01: desconecta o tirante superior do tórax após a prancha
longa ser posicionada no solo;

A descrição das técnicas apresentadas foi realizada com base em uma


situação modelo em que o paciente era o motorista.
Dependendo da situação, adaptações serão necessárias e a GUBM deverá
adotar as técnicas descritas como base para as adaptações.
Os airbags do veículo podem funcionar de 5 a 20 minutos após corte da
bateria. Fique atento ao desencarceramento e pontos de corte a fim de evitar
trauma adicional ao paciente e acidentes com a GU BM.

3. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA (HISTÓRICO E EXAME FÍSICO DETALHADO)


4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
159
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 611 – OUTRO PROFISSIONAL DE SAÚDE NA CENA

1. Considere a presença de médico, enfermeiro ou outro profissional de saúde não


pertencentes ao CBMMG na cena como um potencial apoiador a Gu BM;
2. A Gu BM deve acatar suas orientações de procedimentos, desde que não
contrariem as diretrizes do Protocolo de APH do Socorrista;
3. Caso o mesmo dê uma ordem que possa prejudicar o paciente explique a ele,
conforme o Protocolo de APH do Socorrista, as razões pelas quais você não a
pode cumprir;
4. Em caso de conflito, solicite a intervenção do médico regulador (se disponível) ou
do COBOM-CIAD / SOU/SOF, ou mesmo do CBU, se o tempo total de cena o
permitir;
5. Anote o nome completo, o Nº do CRM, do COREM ou de outro Conselho a que
pertença o profissional que intervier na ocorrência;
6. Relate no RAPH/REDS os procedimentos técnicos adotados pelo profissional;
7. Faça um relatório ao comandante da UEOp ou ao CBU a respeito do conflito
havido, citando dados completos da ocorrência e testemunhas.
160
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 612 – RECUSA DE ATENDIMENTO

1. QUESTÕES LEGAIS
a. Todas as pessoas têm direito constitucional à assistência à saúde;
b. A vida e a saúde são bens indisponíveis;
c. O BM, como garantidor legal, possui o dever de socorrer;
d. Se a vítima interpõe óbices intransponíveis ao auxílio, não há que se falar em
crime de omissão de socorro;
e. Em caso de recusa de paciente vítima de lesões leves (ou potencialmente
leves), em que o próprio paciente ou representante legal pode buscar socorro
adequado ou providenciar sua própria assistência por meios próprios,
também não há crime.
2. EXECUTE A AVALIAÇÃO DO PACIENTE CONFORME MÓDULO 100.
3. OS SEGUINTES DADOS DEVEM SER CONHECIDOS DO SOCORRISTA,
ANTES QUE O PACIENTE POSSA RECUSAR FORMALMENTE O
ATENDIMENTO:
a. O paciente está alerta e orientado quanto à pessoa, tempo e lugar?
b. Há algum sinal que o impeça de compreender as consequências de sua
decisão, tais como:
i. Uso de álcool ou drogas;
ii. Desordens psiquiátricas ou psicológicas;
iii. Paciente apresenta-se como um perigo para si e para outros;
iv. Trauma de cabeça;
v. Histórico de doença que afeta sua capacidade mental;
vi. Alguma outra condição clínica que possa limitar sua capacidade de pensar
racionalmente;
vii. Baixa idade.
c. Os sinais vitais estão normais?
d. O paciente compreende as possíveis consequências de sua recusa?
e. O paciente oferece uma resistência instransponível ao atendimento?
f. O quadro clínico do paciente é potencialmente grave?
4. SE O PACIENTE (OU REPRESENTANTE LEGAL) RECUSA O
ATENDIMENTO, MAS A GUARNIÇÃO BM ENTENDE QUE ELE NECESSITA
DE ATENDIMENTO MÉDICO:
a. Tente contar com os familiares, amigos ou pessoas próximas a ele no sentido
de ajudar a convencê-lo da gravidade de sua condição;
b. Contate a regulação médica (se disponível) ou o médico do paciente (se
disponível), e permita que o paciente fale com um profissional médico que
161
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

possa auxiliar a Gu BM a convencê-lo da necessidade do atendimento e


transporte;
c. Se o paciente ainda recusa atendimento, solicite SAV (se disponível), para
auxiliar a Gu BM;
d. Se ainda assim não houver sucesso nas tentativas, solicite autoridade policial
para auxiliar no socorro e/ou registrar a recusa de atendimento.
5. SE O PACIENTE POSSUI LESÕES LEVES, SE O MECANISMO DE LESÃO
NÃO FOI SIGNIFICATIVO E O MESMO NÃO DESEJA SER ATENDIDO, O
SOCORRISTA PODERÁ ACATAR SEU DESEJO.
6. OS DADOS PESSOAIS E CLÍNICOS DO PACIENTE E OS DADOS DA
OCORRÊNCIA DEVEM SER COLHIDOS EM TODOS OS CASOS DE RECUSA.
CASO O PACIENTE NÃO PERMITA A COLETA DESTES DADOS, TAL FATO
DEVE CONSTAR EM RELATÓRIO (RAPH/REDS)
7. ARROLE 2 TESTEMUNHAS E ORIENTE O PACIENTE QUANTO AOS
SEGUINTES ASPECTOS:
a. A Gu BM que o atendeu não é composta por médico (em caso de SBV);
b. A Gu BM não tem aparelhos médicos de alta resolução nem dispõe de
exames laboratoriais precisos para fornecer um diagnóstico médico preciso
da gravidade do paciente;
c. Seu estado médico pode se agravar em decorrência de eventual condição
clínica oculta não detectada pela Gu BM;
d. O serviço de emergência do CBMMG está disponível 24 horas/dia e
acessível via telefone 193.
162
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

P 613 – PRESUNÇÃO DE ÓBITO

1. QUESTÕES LEGAIS
a. Somente profissional médico pode expedir a declaração de constatação de
óbito;
b. Em casos óbvios, contudo, o profissional não médico pode constatar o óbito.
São situações extremas.
2. PROPOSTA
a. Auxiliar a Gu BM a constatar ou presumir o óbito do paciente em ambiente
extra-hospitalar.
3. INDICAÇÕES
a. Presunção de óbito, sem que se inicie as manobras de RCP deve ser
considerada apenas nas seguintes condições:
i. Decapitação;
ii. Decomposição;
iii. Rigor mortis (é um sinal reconhecível de morte que é causado por uma
mudança bioquímica nos músculos, causando um endurecimento nos
músculos do cadáver, impossibilitando de movimentá-los ou manipulá-los);
iv. Livor mortis (livor hipostático ou livor cadavérico): é um sinal de morte, no
qual há o aparecimento de manchas róseas ou arroxeadas na parte do
corpo em contato com a superfície, devido à gravidade.
v. Secção de tronco com parada cardiorrespiratória;
vi. Esmagamento total de crânio com parada cardiorrespiratória;
vii. Carbonização;
viii. Paciente adulto sem pulso e apneico, mesmo após permeabilização de
vias aéreas, em ocorrências com múltiplas vítimas, em que os recursos
operacionais são insuficientes para atendimento de todas as vítimas, mas
apenas das vivas (que respiram e tem pulso);
ix. Paciente pediátrico, com pulso mas sem respiração, mesmo após abertura
de vias aéreas e realização de cinco ventilações, em ocorrências com
múltiplas vitimas, em que os recursos operacionais são insuficientes para
atendimento de todas as vitimas, mas apenas das vivas ( que respiram e
tem pulos);
x. Vítimas presas às ferragens, escombros ou encarceradas de alguma
forma, que estejam sem respiração e sem pulso, quando o tempo de
retirada for superior a 30 minutos;
xi. Vítimas apresentando lesões com baixa probabilidade de sobrevivência,
por exemplo, atingida por projétil na cabeça com exposição de massa
encefálica, em zona quente (ambiente sob fogo) no caso de resgate tático.
xii. Afogamento sem chances de iniciar RCP, comprovada por tempo de
submersão superior a 1 hora ou sinais evidentes de morte.
163
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Em caso de mulher grávida, mesmo com lesão incompatível com a vida (e.g.
esmagamento total de cabeça) com PCR testemunhada, deve-se iniciar a RCP
e transportá-la para o hospital de referência mais próximo, na tentativa de
salvar o feto!
 Paciente hipotérmico pode sobreviver mesmo em situações extremas de
parada cardiorrespiratória.
164
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Apêndices
165
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

APÊNDICE 01 – ASPECTOS MÉDICOS, LEGAIS E ÉTICOS

1. ASPECTOS MÉDICOS
a. O consentimento do paciente:
i. Ainda que a saúde e a vida sejam bens jurídicos indisponíveis segundo o
direito brasileiro, o socorrista deve obter o CONSENTIMENTO do paciente
ou seu representante legal para atendê-lo.
b. Considera-se implícito o consentimento de uma vítima inconsciente;
c. Diante da recusa em ser atendido, agir conforme P 612;
d. Somente são consideradas mortes óbvias ao socorrista os casos citados em
P 613.
2. ASPECTOS LEGAIS
a. O socorrista Bombeiro Militar executa suporte básico de vida em pacientes
acometidos de agravos clínicos, traumáticos, obstétricos e psiquiátricos.
Suas atribuições no APH estão definidas principalmente nas seguintes
normas:
i. Constituição Federal de 1988, Art. 144, § 5º;
ii. Constituição Estadual de 1989, Art. 142, Inciso II;
iii. Lei Complementar Nº 54, de 13Dez99, art 3º e 27;
iv. Portaria Nº 2.048/02 – Ministério da Saúde;
v. Resolução Nº 1.671/03 – Conselho Federal de Medicina;
vi. Documentos normativos do CBMMG: Resoluções, Memorandos,
Instruções, dentre outros.
b. O Bombeiro Militar tem o DEVER DE AGIR, pois segundo o §2º do art. 29 do
Código Penal Brasileiro – CPB “...o dever de agir incumbe a quem tenha
por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância...”, mesmo que
tenha que enfrentar o perigo, conforme §1º do art. 24 do mesmo CPB;
c. No seu agir, o BM deve guiar-se pelo Princípio da Legalidade Estrita, pelo
qual o agente público somente pode fazer o que a norma manda, não o que
ela não proíbe;
d. Imprudência é a conduta positiva praticada pelo agente que, por não
observar o seu dever de cuidado, vem a causar o resultado lesivo que lhe era
previsível. É o agir a mais que o permitido;
e. Negligência, ao contrário, é uma conduta negativa. É sempre deixar de fazer
aquilo que a diligência normal impunha. É o agir a menos que o exigido;
f. Imperícia ocorre quando há uma inaptidão, momentânea ou não, do agente
no exercício de arte ou profissão. Diz-se que a imperícia está ligada,
basicamente, à atividade profissional do agente. É inobservância de regra
técnica.
166
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 Segundo interpretação do § 2º do Art. 13 do Código Penal Brasileiro, se o


Bombeiro Militar se omite em socorrer, ele responde pelos danos sofridos pelo
paciente. Se o paciente vem a óbito, por exemplo, o BM responde por
homicídio, e não por omissão de socorro apenas.

3. ASPECTOS ÉTICOS
a. A ética bombeiro-militar é definida pelas normas, regras e regulamentos, e
em especial pela lei estadual nº 14.310 , de 19/06/02 – Código de Ética e
Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais;
b. Sigilo Profissional – é a obrigação do Bombeiro Militar “não revelar
informações pessoais ou relativas à situação clínica da vítima a quem não
esteja diretamente envolvido no atendimento da emergência e que dessas
informações devam ter conhecimento”.
c. Direitos do paciente:
i. Segundo o art. 196 da Constituição Federal de 1988, “Saúde é direito de
todos e dever do Estado.” São, ainda, DIREITOS DO PACIENTE:
1. Identificar o profissional de saúde – Bombeiro ou não - por nome
completo, função ou cargo;
2. Ser identificado e tratado pelo nome e sobrenome, não pelo nome da
doença ou do agravo da saúde (Ex: aidético, tuberculoso, leproso,
drogado) ou por apelidos e termos pejorativos;
3. Receber explicações claras sobre o tipo de atendimento que está
recebendo por parte do socorrista, o que inclui cópia da RAPH/REDS;
4. Atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte de todos os
profissionais – BM e outros;
5. Ter seu caso tratado com sigilo e discrição.
167
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

APÊNDICE 02 – SINAIS VITAIS

1. CONCEITO
a. Sinais vitais são as medidas das mais básicas funções do corpo. São quatro:
temperatura, pressão arterial, respiração e pulso. São indicativos importantes
também a cor da pele e mucosas, perfusão capilar e oximetria de pulso.
b. Seus valores possuem pequenas alterações conforme as referências
bibliográficas adotadas.

2. MEDIDAS
a. Temperatura corporal (axilar):
Normal Febre discreta Febre moderada Febre Elevada Hiperpirexia
36,6° a 37,2°C 37,3° a 38,4°C 38,5° a 39,0°C 39,1° a 40,5°C >40,5°C
b. Incursões respiratórias por minuto (IRPM):
Adulto Criança Bebê Neonato
12 a 20 15 a 30 25 a 50 30 a 60

c. Pulso (batimentos cardíacos por minuto – BCPM):


Adulto Criança Bebê/Neonato
60 a 100 70 a 150 100 a 160

d. Pressão arterial:
Adulto Criança / Bebê
Sistólica (mm Hg) 110-140 80 + 2X Idade
Diastólica (mm Hg) 60-90 2/3 Sistólica
Quadro 10 - Sinais vitais.

3. PROCEDIMENTOS PARA SE MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL


a. Observações gerais:
i. Explique para o paciente o procedimento que será realizado;
ii. O manguito deve ter largura de dois terços em relação ao comprimento da
porção da extremidade onde será medida a PA.
b. Método Auscultatório:
i. Posicione a vítima com o braço apoiado no nível do coração;
ii. Localize o manômetro de modo a visualizar claramente os valores da
medida;
iii. Selecione o tamanho da braçadeira indicada para o paciente (adultos,
crianças e bebês). A largura do manguito deve corresponder a 40% da
circunferência braquial e seu comprimento a 80%;
168
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

iv. Localize a artéria braquial ao longo da face interna superior do braço


palpando-a;
v. Envolva a braçadeira em torno do braço, centralizando o manguito sobre a
artéria braquial;
vi. Mantenha a margem inferior da braçadeira a 2,5cm acima da dobra do
cotovelo e encontre o centro do manguito dobrando ao meio;
vii. Determine o nível máximo de insuflação palpando o pulso radial até seu
desaparecimento, registrando o valor (pressão sistólica palpada) e
aumentando mais 30 mmHg;
viii. Posicione o estetoscópio sobre a artéria braquial palpada abaixo do
manguito na fossa antecubital;
ix. Desinsufle o manguito de modo que a pressão caia de 2 a 3 mmHg por
segundo;
x. Identifique a pressão sistólica (máxima) observando no manômetro o ponto
correspondente ao primeiro batimento regular audível;
xi. Identifique a pressão diastólica (mínima) observando no manômetro o
ponto correspondente ao último batimento regular audível;
xii. Desinsufle totalmente o aparelho com atenção voltada ao completo
desaparecimento dos batimentos;
xiii. Retire o aparelho do braço e guarde-o cuidadosamente a fim de evitar
danos;
xiv. Anote a PA e a hora. Exemplo PA. 126X84 mmHg, 10h55min.
c. Método Palpatório:
i. Coloque as pontas dos dedos no pulso radial. Sinta o pulso;
ii. Determine o nível máximo de insuflação palpando o pulso radial até seu
desaparecimento, registrando o valor (pressão sistólica palpada) e
aumentando mais 30 mmHg;
iii. Vagarosamente esvazie o manguito, observando o manômetro ou a coluna
de mercúrio;
iv. Quando perceber o retomo do pulso radial, leia a pressão sistólica
aproximada;
v. Anote a PA, hora e método usado. Exemplo: PAS 120 mmHg (palpação),
10h55min.
 A posição em que a vítima se encontra (em pé, sentado ou deitado), atividade física
recente, a emoção ou dor da ocorrência e o equipamento inadequado podem alterar
os níveis da pressão.
169
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

APÊNDICE 03 – ESTADO DE CHOQUE

1. SINAIS E SINTOMAS
a. Sinais e sintomas universais de todos os tipos de choques:
i. Sinais precoces:
1. Taquicardia;
2. Pulso fraco;
3. Reenchimento capilar > 2 segundos;
4. Palidez cutânea;
5. Vasoconstrição cutânea (cianose);
6. Sudorese;
7. Pele fria.
ii. Sinais tardios:
1. Hipotensão arterial;
2. Taquipneia;
3. Alterações neurológicas (comportamentais).
b. Sinais e sintomas típicos dos choques específicos:
i. Choque cardiogênico:
1. Hipertensão seguido de hipotensão;
2. Taquicardia seguida de Bradicardia;
3. Dispneia;
4. Sudorese;
5. Palidez cutânea;
6. Alterações neurológicas (comportamentais).
i. Choque neurogênico:
1. Hipotensão;
2. Bradicardia;
3. Pele rosada e bem perfundida.
ii. Choque psicogênico:
1. Hipotensão;
2. Bradicardia seguida de taquicardia.
ii. Choque séptico:
1. Hipotensão persistente;
2. Pele quente e ruborizada;
3. Calafrios;
170
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

4. Febre;
5. Taquipneia;
6. Taquicardia.
iii. Choque anafilático:
1. Pele avermelhada, com coceira ou queimação;
2. Edema de face e língua;
3. Respiração ruidosa e difícil;
4. Hipotensão arterial;
5. Pulso fraco;
6. Tontura;
7. Palidez e cianose;
8. Coma.
i. Choque hipovolêmico (hemorrágico):
1. Ansiedade e inquietação;
2. Náuseas e vômitos;
3. Boca, língua e lábios secos;
4. Sede intensa;
5. PA sistólica menor que 90 mmHg (tardio);
6. Taquicardia;
7. Taquipneia seguida de bradipneia com respiração rápida e profunda;
8. Enchimento capilar acima de 2 segundos;
9. Pele fria, úmida e pegajosa;
10. Palidez ou cianose;
11. Olhos opacos e pupilas dilatadas;
12. Torpor e coma.
c. Classificação do choque hipovolêmico hemorrágico no adulto:
Classe I Classe II Classe III Classe IV
Perda sanguínea (ml) 700 – 750 ml 750 - 1500 ml 1500 - 2000 ml > 2000 ml
Perda sanguínea (%) Até 15% 15 -30% 30-40% > 40%

Frequência de pulso < 100 Entre 100 -120 120 - 140 >140
Muito
Pressão Arterial Normal Normal Diminuída
Diminuída
Frequência
14-20 20-30 30-40 >35
Respiratória
Estado Mental Ansiedade Ansiedade Ansioso Ansioso e
Leve Moderada e Confuso Letárgico
Quadro 11 - Classificação do choque hipovolêmico no adulto.
171
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

2. TRATAMENTO
a. Conduta geral:
i. Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
ii. Manter as vias aéreas pérvias;
iii. Administrar oxigênio conforme P 604;
iv. Controlar hemorragias externas;
v. Aquecer a vítima com manta aluminizada e/ou cobertor;
vi. Remover roupas molhadas (água, sangue etc.) da vítima para prevenir
hipotermia;
vii. Imobilizar fraturas, caso haja, o quanto antes para reduzir lesões internas,
conforme P 409;
viii. Não oferecer nada para a vítima ingerir;
ix. Aplicar compressa fria sobre o possível local da hemorragia interna. Não
aplique a compressa diretamente sobre a pele;
x. Monitorar sinais vitais e nível de consciência;
xi. Iniciar transporte para o hospital o mais rápido possível;
xii. Considere acionamento de SAV e interceptação durante o deslocamento.
172
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

APÊNDICE 04 – ESCALA DE APGAR

1. CONCEITO
a. É a escala de avaliação do quadro da vitalidade do neonato, logo após o
nascimento.
2. PARÂMETROS
a. Escala de APGAR: avalia-se através da pontuação determinada no
momento do nascimento e aos 5 (cinco) minutos de vida.
PONTUAÇÃO
PARÂMETROS
0 1 2
Frequência Cardíaca Ausente Menor que 100 BPM Maior que 100 BPM
Choro fraco Choro forte
Esforço Respiratório Ausente
Respiração irregular Respiração regular
Discreta flexão de
Tônus Muscular Flácido Semiflexão completa
extremidade
Reflexos de
Ausente Resposta com careta Tosse ou espirro
Irritabilidade
Cianose Corpo róseo,
Coloração da Pele generalizada extremidades Completamente róseo
ou palidez cianóticas
Quadro 12 - Escala de APGAR.

3. CONDUTA
a. Devem ser feitas três medições: no primeiro, no quinto e no décimo minuto.
b. Quando a nota de cinco minutos for inferior a 7, novas avaliações devem ser
realizadas a cada cinco minutos, por até 20 minutos, e adequadamente
registradas.
c. Não deve servir para decisão quanto à reanimação do neonato.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. O resultado encontrado deve ser informado ao médico no hospital, uma vez
que as notas obtidas no primeiro e quinto minutos são registradas no “Cartão
da Criança”.
173
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

APÊNDICE 05 – ESCALA DE COMA DE GLASGOW – ADULTO


1. CONCEITO
a. Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma escala neurológica com objetivo de
registrar o nível de consciência e responsividade de um paciente.
2. PARÂMETROS
a. Abertura Ocular
Espontânea 4 pontos Olhos abertos espontaneamente com movimentos normais.
À voz 3 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um estímulo
verbal, não necessariamente à ordem de “abra os olhos”.
À dor 2 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante estímulo doloroso.
Ausente 1 ponto Não abre os olhos.
b. Resposta Verbal
Orientada 5 pontos Consegue descrever quem é, e o que aconteceu etc.
Confusa 4 pontos Responde às perguntas, mas não sabe descrever quem é,
onde está ou o que aconteceu.
Palavras 3 pontos Diz palavras isoladas e sem sentido, não conseguindo formar
desconexas frases completas.
Sons 2 pontos Não consegue sequer articular palavras, emitindo apenas
ininteligíveis murmúrios ou grunhidos.
Ausente 1 ponto Não emite qualquer som vocal.
c. Resposta Motora
Obedece a 6 pontos É capaz de executar movimentos mediante solicitação verbal,
comandos do tipo “aperte minha mão, levante a perna, mova o pé etc”
Localiza 5 pontos Consegue localizar a região onde está sendo estimulado
estímulos dolorosamente e tenta remover a mão do examinador para
dolorosos impedi-lo.
Retira à dor 4 pontos Retirada inespecífica: o indivíduo retira o estímulo doloroso
mediante flexão do membro estimulado, numa resposta
reflexa.
Flexão 3 pontos Ao ser estimulado flexiona as extremidades superiores e
anormal estende as extremidades inferiores assumindo a atitude de
(decortica- decorticação.
ção)
Extensão 2 pontos Ao ser estimulado, estende as extremidades superiores e
anormal inferiores assumindo a chamada atitude de descerebração.
(Descere-
bração)
Ausência de 1 ponto Irresponsivo.
resposta
Quadro 13 - Escala de Coma de Glasgow - Adulto.

3. CLASSIFICAÇÃO DO TCE SEGUNDO A PONTUAÇÃO NA ECG ADULTA


a. TCE Leve - 13 a 15.
b. TCE Moderado - 9 a 12.
c. TCE Grave - 3 a 8.
174
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

APÊNDICE 06 – ESCALA DE COMA DE GLASGOW - PEDIÁTRICA

1. CONCEITO
a. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) pediátrica é uma escala neurológica
com objetivo de registrar o nível de consciência e responsividade de um
paciente pediátrico menor de 5 anos durante a avaliação inicial. Sempre que
possível, será contínua e após um traumatismo craniano ou traumas
diversos.
2. PARÂMETROS
a. Abertura Ocular
Espontânea 4 pontos Olhos abertos espontaneamente. Abre os olhos.
À voz 3 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um estímulo
verbal.
À dor 2 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um pequeno
estímulo doloroso.
Ausente 1 ponto Não abre os olhos.
b. Resposta Verbal
Balbucio 5 pontos Orientado para o som, segue objetos, fixa objetos,
interage, sorriso social e “palavra apropriada (>1ano)”.
Choro 4 pontos Choro contínuo, mas consolável; palavra inapropriada.
irritante
Choro a dor 3 pontos Choro persistente irritado, inconsolável, gemendo.
Gemido a 2 pontos Inquieto, agitado, inconsolável e geme.
dor
Ausente 1 ponto Não emite qualquer som.
c. Resposta Motora
Movimento 6 pontos É capaz de executar movimentos espontâneos ou propositais
espontâneo sozinho.
Retira ao 5 pontos Consegue sentir a região onde está sendo estimulada e tenta
toque se afastar.
Retira à dor 4 pontos Consegue sentir a região onde está sendo estimulada a dor e
se afasta.
Flexão 3 pontos Ao ser estimulado flexiona as extremidades superiores e
anormal estende as extremidades inferiores assumindo a atitude de
decorticação.
Extensão 2 pontos Ao ser estimulado, estende as extremidades superiores e
anormal inferiores assumindo a chamada atitude de descerebração.
Ausente 1 ponto Ausência de qualquer resposta
Quadro 14 - Escala de Coma de Glasgow Pediátrica.

3. CLASSIFICAÇÃO DO TCE SEGUNDO A PONTUAÇÃO NA ECG PEDIÁTRICA


a. 13 a 15 – leve.
b. 9 a 12 – moderado.
c. 3 a 8 – grave.
175
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

APÊNDICE 07 – ESCALA DE TRAUMA SCORE

1. CONCEITO
a. A escala de Trauma Score (TS) visa quantificar o nível da gravidade de um
paciente traumatizado, sendo assim fator decisivo para orientar a conduta do
socorrista no atendimento e na triagem (situação onde a emergência
ultrapassa a capacidade de resposta).
b. É composta de uma combinação de resultados a partir de três categorias:
Escala de Coma de Glasgow, Pressão Arterial Sistólica e Frequência
Respiratória.
c. A Escala de Trauma Score não inclui o enchimento capilar e a expansão
pulmonar, visto a subjetividade destes.
2. PARÂMETROS
a. Escala de Trauma Score

Pontos na Escala Pressão


Frequência
Valor de Coma de Arterial
Respiratória
Glasgow Sistólica
4 13 - 15 > 89 10 - 29
3 9 - 12 76 - 89 > 29
2 6-8 50 - 75 6-9
1 4-5 1 - 49 1-5
0 3 0 0
Quadro 15 - Escala de Trauma Escore.

Interpretação do resultado da escala de trauma:

Trauma leve: 11 a 12.


Trauma moderado: 7 a 10.
Trauma grave: 0 a 6.
176
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

APÊNDICE 08 – MAPA CARGA PADRÃO DE EQUIPAMENTOS DE APH

1. MAPA CARGA PADRÃO DE UR

Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL TAM QUANT.


1 Abridor de mandíbula -- 1a2
Litro (1000 ml) 2a3
2 Álcool Etílico 70% Almotolia (250
1
ml)
Aparelho de oxigênio portátil completo composto de
Almotolia (250
3 cilindro de 3 lts (ou maior), manômetro, fluxômetro e 1
ml)
máscara facial. Acondicionado em bolsa ou maleta.
4 Avental descartável (EPI do TEM) -- 10 a 15
5 Aspirador elétrico portátil de secreções -- 1
6 Aspirador portátil manual -- 1
7 Aspirador tipo pêra 2a8 1
8 Ataduras de crepom de 15 cm de diâmetro ( Pct c/ 12) -- 2a3
9 Bóia tipo lifebelt (salsichão) -- 1
10 Bolsa de resgate, em cordura (cor azul ou laranja) -- 1
11 Campo operatório – pacote com 50 unidades -- 1
Pacote com
12 Compressa de Gaze Estéril 11 fios 7,5 x 7,5 cm 5
10 unid.
13 Capa de chuva -- 4
14 Capacete para salvamento -- 4
15 Catéter nasal -- 10 a 15
16 Cobertor -- 2a3
Baby 1
Pediátrico 1
17 Colar cervical de peça única, modelo stiffineck ou No Neck 1
similar PP 1
Pequeno 2
Médio 2
Grande 2
18 Colchonete -- 1
19 Adulto 1
Colete de imobilização dorsal tipo KED
Pediátrico 1
20 Colete reflexivo -- 4
21 Cone sinaleiro escamoteável reflexivo -- 3
22 Conjunto com 6 cânulas de guedel (tam. de 0 a 5) -- 1
Desfibrilador Externo Automático (DEA) contendo 01
23 eletrodo adulto, 01 eletrodo pediátrico e 01 barbeador -- 1
para tricotomia.
Pediátrico 1
24
Esfigmomanômetro Adulto 2
Neonatal 1
25 Esparadrapo (Rolo de 0,10 a 4,5 mts) -- 2a3
26 Pediátrico 1
Estetoscópio
Adulto 2
177
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

27 Extintor de PQS 8 Kg -- 1
28 Fita zebrada para isolamento -- 2a3
29 Hipoclorito de sódio a 1% Litro (1000 ml) 2 a 3
30 Imobilizador de cabeça tipo bashaw -- 2
Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL TAM QUANT.
31 Imobilizador pediátrico de corpo inteiro -- 1
32 Kit de queimadura -- 2a3
33 Kit obstétrico -- 2
34 Kit para salvamento em altura -- 1
35 Lanterna a pilha de 3 elementos1 -- --
36 Lanterna de recarga em viatura1 -- 2
37 Lanterna de verificação de pupila - 1
38 Lençol de papel (Rolo com 50 mts) -- 1
39 Luva de borracha para limpeza e desinfecção (par) -- 4a6
Pequeno 1
40 Luva descartável (Caixa com 50 pares) Médio 1
Grande 1
41 Luva de vaqueta (ou de couro e tecido) - par -- 3a4
42 Maca escamoteável com rodas -- 1
43 Maca tipo colher1 -- 1
44 Maca tipo Sked -- 1
45 Manta aluminizada -- 3a5
46 Máscara facial com reservatório para oxigenioterapia -- 3a5
47 Máscara facial (EPI) -- 40 a 50
48 Óculos de proteção -- 3a4
Oxímetro de pulso portátil com probe (sensor)
49 -- 1
pediátrico e adulto
50 Plástico estéril para curativos específicos 5 a 10
51 Pocket mask -- 1
52 Prancha longa1 -- 1a2
53 Prancha longa de metal1 -- 1
54 Prancheta de metal -- 1
55 Protocolo de APH -- 1
56 Rádio HT completo (bateria, antena e capa) -- 1
Neonatal 1a2
57 Respirador manual adulto tipo AMBU com reservatório Pediátrico 1a2
Adulto 1a2
Litro (1000 ml) 2a3
58 Sabão líquido neutro Almotolia (250
1
ml)
59 Saco de lixo de 30 lts -- 10 a 12
Tam 8 4a8
60 Sonda de aspiração flexível
Tam 12 4a8
61 Sonda de aspiração rígida -- 2a3
62 Soro fisiológico (Frasco com 50 ml) -- 4a6
Pequeno 3
63 Talas moldáveis de espuma e metal Médio 6
Grande 4
178
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

GG 4

Tenda (dispositivo de oxigenoterapia neonatal) Tamanho


64 2
único

65 Termômetro --- 1
Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL TAM QUANT.
66 Tesoura ponta romba (para tecidos e couro) -- 2
67 Tesoura de lister serrilhada -- 2
68 Tracionador de fêmur adulto -- 1
69 Tracionador de fêmur pediátrico -- 1
70 Luva estéril de plástico para aspiração --- 5

2. MAPA CARGA PADRÃO PARA BOLSAS DE APH EM GERAL (exceto


para unidades de resgate e motos operacionais)

BOLSA DE APH
Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL TAM QUANT.
1 Abridor de mandíbula -- 1
Litro (1000 ml) 1
2 Álcool Etílico 70% Almotolia (250
1
ml)
3 Avental descartável (EPI) -- 3
4 Aspirador portátil manual -- 1
5 Aspirador tipo pêra 8 1
6 Ataduras de crepom de 15 cm de diâmetro (Pct c/ 12) -- 1
7 Campo operatório Unidade 20
Pacote com
8 Compressa de Gaze Estéril 11 fios 7,5 x 7,5 cm 5
10 unid.
Pediátrico 1
PP 1
9 Colar Cervical Pequeno 1
Médio 1
Grande 1
10 Conjunto com 6 cânulas de guedel (tam. de 0 a 5) -- 1
Pediátrico 1
11
Esfigmomanômetro Adulto 1
Neonatal 1
12 Esparadrapo (Rolo de 0,10 a 4,5 mts) -- 1
13 Pediátrico 1
Estetoscópio
Adulto 1
14 Kit de queimadura -- 1
15 Kit obstétrico -- 1
16 Lanterna de verificação de pupila - 1
17 Luvas descartáveis (pares) P 10
179
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

M 10
G 10
18 Manta aluminizada -- 2
19 Máscara facial (EPI) -- 5
20 Óculos de proteção -- 4
21 Plástico estéril para curativos específicos 2
22 Pocket mask -- 1
P 2
23 Talas moldáveis de espuma e metal M 2
G 2
24 Tesoura ponta romba (para tecidos e couro) -- 1
25 Termômetro -- 1

3. EQUIPAMENTOS COMPLEMENTARES PARA VIATURAS OPERACIONAIS


(exceto para Unidades de Resgate e Motocicletas Operacionais)

EQUIPAMENTOS COMPLEMENTARES
1 Adulto 1
Colete de imobilização dorsal tipo KED
Pediátrico 1
Desfibrilador Externo Automático (DEA) contendo 01
2 eletrodo adulto, 01 eletrodo pediátrico e 01 barbeador -- 1
para tricotomia.
3 Imobilizador de cabeça tipo bashaw -- 1
Oxímetro de pulso portátil com probe (sensor)
4 -- 1
pediátrico e adulto
5 Prancha longa com tirantes -- 1
Neonatal 1
6 Respirador manual tipo AMBU com reservatório Pediátrico 1
Adulto 1

OBSERVAÇÕES:
1. Os materiais de limpeza e assepsia previstos deverão possuir registro do
Ministério da Saúde.
2. Para as viaturas que atuam em primeira resposta, recomenda-se acrescentar à
sua carga os materiais e equipamentos disposto na tabela 3.
3. Os materiais e equipamentos descritos nas tabelas 1 a 3 representam um padrão
ideal para as viaturas. Havendo necessidade de se acrescentar outros, tal
procedimento será efetuado com autorização do Comandante da UEOp, que
decidirá baseado nos seguintes aspectos:
 necessidade operacional demonstrada;
 relação custo x benefício;
 qualificação dos socorristas para utilizarem os itens incrementados;
180
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

 possibilidade de acondicionamento adequado nos compartimentos da


Unidade de Resgate.
4. Composição dos kits
Os Kits acima descritos terão a seguinte composição:
4.1 Kit para queimadura
 01 cobertor térmico aluminizado - tam: 2,10 X 1,40 M ou plástico estéril;
 01 pacote de atadura de rayon - tam: 7,5 X 5 CM;
 01 pacote de gaze vaselinada - tam: 7,6 X 7,6 CM;
 01 protetor para queimadura e evisceração - tam 1 X 1 M;
 01 frasco de soro fisiológico - frasco de 250 ML.
4.2 Kit para parto
 02 aventais descartáveis;
 01 bisturi descartável nº 22;
 02 braceletes para identificação;
 01 compressa estéril de 15 X 10 CM;
 01 compressa estéril de 30 X 15 CM;
 01 cobertor térmico - Tam: 2,10 X 1,40 M;
 02 clamps estéreis (prendedor umbilical);
 02 lençóis descartáveis 2,00 X 0,90 CM;
 02 pares de luva estéril Tam M (7,5 ou 8,5);
 01 saco de expurgo hospitalar 20 litros;
 02 absorventes hospitalares.

5. É recomendado aos militares, quando transitando fardados, portar 1 máscara de


ressuscitação, 2 pares de luvas de procedimentos, gases e ataduras.
181
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

APÊNDICE 09 – DURAÇÃO DE CILINDRO DE O2

1. CILINDROS MAIS COMUMENTE COMERCIALIZADOS

Capacidade Peso Quantidade em m3 Altura

3 litros 5 kg 0,45 m3 0,40 cm

5 litros 7 kg 0,75 m3 0,40 cm

7 litros 10 kg 1,00 m3 0,45 cm

15 litros 17 kg 2,40 m3 0,88 cm

20 litros 30 kg 4,00 m3 0,72 cm

40 litros 48 kg 8,00 m3 1,32 cm

50 litros 58 kg 10,00 m3 1,42 cm


Quadro 16 - Capacidade e dimensões dos cilindros de oxigênio mais comuns.

2. DURAÇÃO RESIDUAL DO CILINDRO

P x C_
Tr = ; onde
1atm x Q

Tr = Tempo residual, em minutos


P = Pressão do Cilindro, em bar (utilizando o manômetro)
C = Capacidade hidráulica do cilindro, em litros (esta informação está gravada no
corpo do cilindro)

1 atm = Pressão atmosfera aproximada

Q = Vazão, em litros por minuto

Dado: a) 1 atm ~ 1 bar, pois 1 atm = 760 mmHg e 1bar = 750 mmHg

b) O ideal seria utilizar a variação da pressão

Observação: Quando os manômetros do CBMMG apresentarem uma leitura da


pressão do cilindro em unidade que não seja BAR, é necessário realizar a conversão
para mesma unidade de pressão na fórmula e ainda adaptar a unidade de volume
conforme o sistema internacional.
182
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Tabela de Conversão

Pressão atm PSI (lbf/in2) Bar Pascal (Pa)

atm 1,0 14,6959 1,01325 101325

PSI (lbf/in2) 0,0680 1,0 0,06895 6894,8

Bar 0,9869 14,5 1,0 10000

Pascal (Pa) 0,000009869 0,0001450377 0,00001 1,0

Quadro 17 - Conversão de unidades de medidas.


Fonte: http://falandofisicamente.blogspot.com.br/2011/06/relatorio-foguete-agua.html, acesso 21/11/12 às 16h.

MÉTODO DE CÁLCULO DO TEMPO RESIDUAL DO CILINDRO

1.1 Dados hipotéticos: Cilindro de 50 L, pressão do manômetro de 100 bar e vazão


ou fluxo de 10 litros/min.

Cálculo:

Tr = 100 bar x 50 litros / 10 (litros/ min) x 1 atm

Resultado 500 min residuais.

Equação Global:

X minutos residuais = Pressão x Capacidade

Vazão x Pressão atmosférica


183
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

APÊNDICE 10 – PRIMEIRA RESPOSTA

1. CONCEITO

Empenho de viaturas (exceto URs) para realizar o primeiro atendimento a uma


vítima de agravo à saúde, até a chegada de Unidade de Resgate ou que outra
ambulância assuma o paciente.

2. CRITÉRIOS PARA EMPENHO

O COBOM/CIAD e/ou SOU/SOF, ao tomar a decisão de empenho das viaturas para


a Primeira Resposta seguirá os seguintes critérios:
i. Indisponibilidade de Unidades Resgate (UR) ou ambulâncias de outros
órgãos;
ii. Elevado tempo previsto de deslocamento da UR ou ambulâncias, havendo
possibilidade de redução do risco de morte e de danos adicionais com o
empenho de viatura em primeira resposta em paralelo à UR ou
ambulância;
iii. Atendimento a vítimas de agravo a saúde em casos de lesões que
ameacem a vida. Exemplos:
1. Não respira ou apresenta respiração difícil;
2. Parada Cardiorrespiratória (PCR);
3. Obstrução de vias aéreas;
4. Vítima irresponsiva (não responde, não tosse, nem geme);
5. Afogamento;
6. Indícios de estado de choque (pele úmida, pálida, fria e pegajosa);
7. Hemorragia grave;
8. Ferimento perfurante em cabeça, e/ou tórax, e/ou abdômen;
9. Ferimento por disparo de arma de fogo;
10. Eviscerações;
11. Vítima com politraumatismo;
12. Fraturas abertas;
13. Amputação acima do pulso ou tornozelo;
14. Fratura de fêmur;
15. Instabilidade pélvica;
16. Lesões causadas por choque elétrico;
17. Queimaduras em face e/ou vias aéreas;
18. Queimaduras de 2º e 3º graus em mais de 20% da área do corpo;
184
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

19. Dor no peito característica de Infarto Agudo do Miocárdio;


20. Parto iminente com apresentação cefálica;
21. Outras lesões graves que ameacem a vida.
iv. Considerar as chances de sucesso no socorro ao se empenhar tais
viaturas, uma vez que se o tempo de deslocamento for demasiado e o
paciente puder ser transportado por meios próprios a Unidades de Saúde,
esta orientação deve ser repassada aos solicitantes, como nos casos de
ferimentos penetrantes por armas de fogo ou brancas. Nesses casos, pode
ser planejada a interceptação do veículo particular por Unidade de Resgate
ou ambulância;
v. Considerar a seguinte ordem de prioridade para empenho:
1. Motocicleta Operacional;
2. Viatura de Salvamento;
3. Viatura de emprego múltiplo (ABS);
4. Coordenador de Bombeiros da Unidade (CBU);
5. Viatura de combate a incêndio;
6. Outras viaturas disponíveis.
185

APÊNDICA 11 - FICHA DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR


(pag.1)

I - QUALIFICAÇÃO DA VÍTIMA
NOME: IDADE: SEXO:  M  F
END.(av, rua, etc.): NUM/COMP:
BAIRRO: MUNICÍPIO: CEP
UF: RG: CPF TEL:
II – TIPO DA OCORRÊNCIA
1.  TRAUMA 2. CLÍNICO
 ASSISTÊNCIA AO PARTO  EMERGÊNCIAS
 ACIDENTE VASCULAR METABÓLICAS
 ACIDENTE BICICLETA  ATROPELAMENTO
 ACIDENTE MOTOCICLETA POR AUTOMÓVEL
CEREBRAL (AVC)  PARADA
 CONVULSÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
 AFOGAMENTO  CHOQUE ELÉTRICO
 DESMAIO (SÍNCOPE)  TENTATIVA DE
 AGRESSÃO FÍSICA  COLISÃO
 DISPNÉIA SUICÍDIO
 AGRESSÃO ARMA BRANCA  QUEDA DE ALTURA
 DISTÚRBIO PSIQUIÁTRICO  INFARTO AGUDO DO
 AGRESSÃO ARMA DE FOGO  QUEIMADURA
 DOR PRECORDIAL MIOCÁRDIO (IAM)
 AGRESSÃO POR ANIMAL  OUTROS: __________
 INTOXICAÇÃO EXÓGENA  OUTROS __________
 ANIMAL PEÇONHENTO _____________________
 EMERGÊNCIAS _____________________
RESPIRATÓRIAS
III - VEÍCULO
1. TIPO DE VEÍCULO 2. CONDIÇÃO DE SEGURANÇA 3. SITUAÇÃO (VÍTIMA) 4. POSIÇÃO DO VEÍCULO
 AUTOMÓVEL AIR BAG ATIVOU
 BICICLETA  SIM  NÃO  À PÉ  CONDUTOR
 CAMINHÃO  EM AUTO  BANCO DIANTEIRO
 MOTOCICLETA USAVA CAPACETE  EM BICICLETA  BANCO TRASEIRO
 ÔNIBUS  SIM  NÃO  EM MOTO  GARUPA
 OUTROS: ________  OUTROS: _________  OUTROS:_____________
___________________ USAVA CINTO ____________________ ________________________
 SIM  NÃO ____________________
 NÃO OBSERVADO

IV – PRINCIPAIS LESÕES  SEM LESÕES APARENTES


LOCAL DA LESÃO
TIPO DE LESÃO CRÂNIO FACE PESCOÇO DORSO TÓRAX ABDÔMEN MSD MSE BACIA MID MIE
CONTUSÃO
ESCORIAÇÃO
F.C. CONTUSO
F. PERFURANTE
FRATURA ABERTA
FRATURA FECHADA
OUTROS:
_________________
_______________
_______________
V – QUEIMADURA
ADULTO CRIANÇA BEBÊ
1. TIPO DE QUEIMADURA
 ELÉTRICA  QUÍMICA  TÉRMICA
2. VIAS AÉREAS ATINGIDAS
 SIM  NÃO
3. SUPERFÍCIE ATINGIDA (%):
Cabeça e pescoço: 9% Cabeça e pescoço: 18% Cabeça e pescoço: 18%
Tronco: 36% Tronco: 36% Tronco: 36%
4. PRODUTO CAUSADOR: Cada Membro Superior: 9% Cada Membro Superior: 9%
Cada Membro Superior: 9%
Cada Membro Inf. 18% Cada Membro Inf. 13,5% Cada Membro Inf. 13,5%
Períneo: 1% Períneo: 1% Períneo: 1%
186

APÊNDICA 11 - FICHA DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR


(pag.2)

VI – ESCALA DE COMA DE GLASGOW (INICIAL)


1. ABERTURA OCULAR 2. MELHOR RESPOSTA VERBAL 3. MELHOR RESPOSTA MOTORA
 4 ESPONTÂNEA  5 ORIENTADO  6 OBEDECE À COMANDOS
 3 À VOZ  4 CONFUSO  5 APROPRIADA À DOR
 2 À DOR  3 DESCONEXO  4 RETIRADA À DOR
 1 AUSENTE  2 INCOMPREENSÍVEL  3 FLEXÃO
 1 AUSENTE  2 EXTENSÃO
 1 AUSENTE

PULSO: SaO2: ESCALA DE C. DE GLASGOW:


F. RESP: PA: TEMPERATURA:
VII – ESCALA DE TRAUMA SCORE
1. RESPIRAÇÃO / MIN 2. P.A. SISTÓLICA 3. ESCALA DE COMA GLASGOW
 4 11 a 29  4 +89  4 13 - 15
 3 +29  3 76 a 89  3 9 - 12
 2 6 a 10  2 50 a 75  2 6-8
 1 1a5  1 1 a 49  1 4-5
 0 0  0 0  0 3

RESULTADO A ESCALA DE TRAUMA ESCORE:


VIII - SAMPUM
S
A
M
P
U
M
IX – PROCEDIMENTOS EFETUADOS

 1 DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS  7 IMOBIL. DE MEMBRO INFERIOR


 13 MACA TIPO COLHER
 2 OXIGÊNIO  8 IMOBIL. DE MEMBRO SUPERIOR
 14 KED
 3 VENTILAÇÃO COM BVM  9 PRANCHA LONGA
 15 ASSISTÊNCIA AO PARTO
 4 MASSAGEM CARDÍACA EXTERNA  10 DESFIBRILAÇÃO
 16 OUTROS: ________________
 5 COLAR CERVICAL  11 TRAÇÃO DE MEMBRO INFERIOR
______________________________
 6 CURATIVOS  12 MACA TIPO SKED

X - DESTINO DADO À VÍTIMA / UNIDADE DE SAÚDE QUE RECEBEU O PACIENTE

XI - NOME E REGISTRO DO PROFISSIONAL QUE ATENDEU A VÍTIMA


NOME: REGISTRO:
XII - MATERIAIS UTILIZADOS (MARCAR COM UM X O MATERIAL USADO E DISCRIMINAR A QUANTIDADE NA FRENTE)
( ) Atadura:________________________ ( ) Álcool (ml):_______________________ ( )Peça Facial Filtrante (N95):______
( ) Campo operatório:________________ ( ) Luvas de Procedimento P:___________ ( ) Esparadrapo:_________________
( ) Tala PP:________________________ ( ) Luvas de Procedimento M: __________ ( ) Saco de Lixo Hospitalar:________
( ) Tala P:_________________________ ( ) Luvas de Procedimento G:___________ ( ) Sonda de Aspiração Flex._______
( ) Tala M:_________________________ ( ) Kit Queimados:____________________ ( ) Sonda de Aspiração Rígida.______
( ) Tala G:_________________________ ( ) Gaze estéril (pacote pequeno):________ ( ) Hipoclorito 1% (ml):____________
( ) Tala GG:_______________________ ( ) Eletródo adulto:____________________ ( ) Luva Estéril:__________________
( ) Frasco de soro:__________________ ( ) Eletródo infantil:___________________ ( ) Cateter Nasal:________________
( ) Manta Aluminizada:_______________ ( ) Máscara Cirúrgica:_________________ ( ) Sabonete Líquido (ml):_________
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

OBSERVAÇÕES:

1. Modelo de ficha de atendimento pré-hospitalar para ser impressa e deixada nas


viaturas. Não tem o objetivo de ser arquivada e servir de banco de dados, pois o
REDS foi cirado para este fim.
2. A ficha serve apenas para anotações de dados importantes a serem transcritos
para o REDS e também para facilitar o registro de dados relativos aos pacientes
(sinais vitais, SAMPUM, escalas, etc.) que serão transmitidos à unidade hospitalar
ou profissional de saúde que receber o paciente.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

Referências Bibliográficas
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar

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Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação e revoga as disposições em


contrário.

Quartel em Belo Horizonte, 13 de janeiro de 2017.

(a) Helder Ângelo e Silva, Coronel BM


Chefe do Estado-Maior

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