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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2018.0000885601

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº


1090442-64.2015.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que é apelante/apelado
FERNANDO CAMILO FARIAS, é apelado/apelante EA SPORTS ELECTRONIC ARTS
LTDA..

ACORDAM, em 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de


São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso do autor e
e negaram provimento ao recurso da ré, V.U.", de conformidade com o voto do Relator,
que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores SILVÉRIO


DA SILVA (Presidente sem voto), SALLES ROSSI E PEDRO DE ALCÂNTARA DA
SILVA LEME FILHO.

São Paulo, 7 de novembro de 2018

MÔNICA DE CARVALHO
RELATORA
Assinatura Eletrônica
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

3ª Vara Cível Central - Capital

Apelação n. 1090442-64.2015.8.26.0100

Apelantes: FERNANDO CAMILO FARIAS e ELETRONIC ARTS LTDA. (“EA”)

Apelados: reciprocamente

Juiz prolator: Andréa Galhardo Palma

Voto n. 2673

USO DE IMAGEM Jogador de futebol profissional Inserção


de imagem em jogo eletrônico Fifa Soccer e Fifa Manager
Cerceamento de defesa afastado Desnecessidade de apresentação
dos próprios jogos Fato incontroverso Artigo 374, III, do CPC
Prescrição afastada Persistência da comercialização dos jogos
Impossibilidade de aplicação da supressio Situação em que não
houve tolerância, mas anterior desconhecimento da utilização -
Autorização obtida coletivamente por entidades que representam
os atletas profissionais, que não substitui a autorização individual
Uso indevido da imagem caracterizado Utilização que gera
vantagens econômicas em favor da produtora dos jogos
Indenização devida Submissão a precedentes desta Corte, que
fixaram o parâmetro de R$ 5.000,00 por edição em que houve o
uso Sucumbência que deverá ser proporcionalmente carreada
contra a ré, em razão do princípio da causalidade Recurso do
autor provido em parte e da ré não provido.

Vistos.

Trata-se de recursos de apelação interpostos para


impugnar a sentença de fls. 1235/1240, cujo relatório adoto, que julgou
procedente o pedido inicial para fixar indenização no valor de R$ 10.000,00 em
relação ao uso de imagem de atleta profissional em jogo eletrônico, sem sua
autorização.

Segundo o apelante-autor, a sentença merece ser


reformada, em síntese, porque o valor da condenação é irrisório, pleiteando a
fixação de R$ 17.500,00 por cada aparição (fls. 1263/1279).

Apela, também, a ré, alegando (i) cerceamento de


defesa, em razão da necessidade de apresentação de prova documental
suplementar, (ii) que o autor não juntou documentos indispensáveis para sua
pretensão, quais sejam, os próprios jogos. Além disso, alegou (iii) ter havido

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prescrição, (iv) que houve válida autorização para o uso da imagem, através das
entidades coletivas dos atletas, (v) que em cada jogo é disponibilizada a imagem
de 15.000 atletas, não havendo como remunerá-los todos, e que ele representa
apenas 0,006% do total de jogadores em cada jogo, (vi) que a exposição de
pessoa famosa não gera direito à indenização, (vii) que ocorreu a supressio, já
que o autor demorou a procurar judicialmente seus interesses, pede,
subsidiariamente, (viii) a diminuição do valor arbitrado e, por fim, (ix) que o
autor responda por parte das verbas sucumbenciais (fls. 1285/1333).

Recursos tempestivos, preparados e com apresentação


de contrarrazões recíprocas (fls. 1340/1383 e 1391/1417).

Manifestação da ré (fls. 1430/1433), com documentos


(fls. 1434/1903), sobre os quais se manifestou o autor (fls. 1914/1915).

Houve oposição ao julgamento virtual (fl. 1912).

Esse é o relatório.

Passo ao voto.

O recurso do autor merece ser provido em parte e o da


ré não merece ser provido.

O juiz possui a prerrogativa de indeferir a produção de


provas que entender protelatórias, ou seja, que na realidade apenas prejudicam
a celeridade do processo e que não tragam nenhum benefício concreto para o
desfecho da lide. O juízo, que é destinatário da prova, deve considerar todos os
elementos dos autos para formação de sua convicção, cabendo a este ponderar a
valoração e a utilidade de cada prova. Neste sentido, entende o Colendo Superior
Tribunal de Justiça:

“A tutela jurisdicional deve ser prestada de modo a


conter todos os elementos que possibilitem a compreensão da controvérsia, bem
como as razões determinantes de decisão, como limites ao livre convencimento do
Juiz, que deve formá-lo com base em qualquer dos meios de prova admitidos em
direito material, hipótese em que não há que se falar cerceamento de defesa pelo
julgamento antecipado da lide, e que o magistrado tem o poder-dever de julgar
antecipadamente a lide, desprezando a realização de audiência para a produção
de prova testemunhal, ao constatar que o acervo documental acostado aos autos
possui suficiente força para nortear e instruir seu entendimento.” (REsp nº
102303/PE, Relator: Ministro Vicente Leal).

Este também é o entendimento desta Câmara:

“Quanto à preliminar, não há razão para anular a


sentença por cerceamento de defesa, na medida em que era desnecessária maior
dilação probatória à solução do litígio. Daí a ausência de impedimento ao
julgamento antecipado da lide. Importante ressaltar que o julgador é o
destinatário final das provas, e cabe a ele determinar a suficiente instrução do
processo. Assim, fica afastada a preliminar” (TJSP. - 8ª Câmara de Direito
Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo - Relatora CLARA MARIA ARAÚJO
XAVIER - Apelação nº 1025669-69.2016.8.26.0554 -Voto nº 772).

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A ré alega que quer produzir prova documental


suplementar, mas nem aponta qual teria sido essa prova, e qual sua relevância
para o deslinde do caso concreto. Anote-se que a ré, mais tarde, chegou a
apresentar documentos que qualificou como “novos”, sobre os quais se
manifestou o autor, pelo que, embora não houvesse o vício, a ré conseguiu
apresentar os elementos que pretendia.

Também não convence a alegação de que era


indispensável que o autor apresentasse, em juízo, os próprios jogos, sugerindo,
inclusive, que ele os adquirisse. A ré não impugnou o fato de que o jogador teve
sua imagem incluída nos jogos. Trata-se de fato incontroverso que dispensa a
produção de prova (artigo 374, III, do CPC). Além disso, foram apresentados
documentos pelo autor com imagens das telas dos jogos, que comprovam que
sua imagem foi mesmo inserida nos programas. Se a ré fazia tanta questão,
poderia ela mesma apresentar os jogos, os quais nem precisaria comprar no
mercado, o que se justifica pelo princípio da carga dinâmica das provas1. E não
se pode olvidar que a ré conhece o material que ela mesma produziu, pelo que
não haveria dificuldade na defesa a partir dessa circunstância. Logo, trata-se de
elemento de prova cuja juntada aos autos era dispensável.

Em relação à prescrição, a ré alega que as edições dos


jogos são lançadas no final do ano anterior, pelo que estariam prescritas as
pretensões relativas ao Fifa Soccer de 2009, 2010 e 2011, e Fifa Manager de
2008, 2009 e 2010, por superado o prazo trienal. Contudo, se os jogos
continuavam a ser comercializados, temos que se protrai no tempo o alegado
dano e, portanto, a possibilidade de indenização.

Apenas para que se tenha uma ideia, numa visita a


conhecida loja virtual de produtos eletrônicos, o jogo Fifa Soccer 2011 continua
à venda, agora em 2018, por sete dólares, mais a despesa de postagem2. Logo,
não tendo sido retirado do mercado sete anos depois, podemos deduzir que os
demais também vinham sendo comercializados pelo menos até 2012, três anos
antes da propositura da ação.

Não foi superado o prazo prescricional, portanto.

No mais, o reconhecimento do dever de indenização


era mesmo de rigor.

No caso concreto, o autor é jogador profissional de


futebol, conhecido no meio esportivo como “Camilo”, e pede a devida
remuneração por sua imagem ter sido indevidamente utilizada nos jogos
eletrônicos Fifa Soccer, edições 2009, 2010 e 2011, e Fifa Manager, edições
2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2014, no valor de R$ 17.500,00, por cada

1“Consagra-se
legislativamente a ideia de que deve ter o ônus da prova a parte que apresentar maior
facilidade em produzir a prova e se livrar do encargo. Como essa maior facilidade dependerá do caso
concreto, cabe ao juiz fazer a análise e determinar qual o ônus de cada parte no processo. Registre-
se que, diante da omissão do juiz, as regras continuaram a ser aplicadas como sempre foram sob a
égide do CPC/1973, ou seja, caberá ao autor o ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito e
ao réu, os fatos impeditivos, modificativos e extintivos”. (NEVES, Daniel Amorim Assumpção, 2016,
p. 1423)
2
https://www.amazon.com/FIFA-Soccer-11-Playstation-3/dp/B003KZJA9Y?th=1 acesso em 17.10.2018

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aparição, o que resulta R$ 157.500,00.

Não se pode considerar que o acerto feito entre a ré e


as entidades coletivas que representam os atletas profissionais seja suficiente
para fins de autorização de imagem. Esta deve ser específica, e a ré não
demonstrou, no caso concreto, portar essa autorização.

O direito de imagem, consagrado e protegido pelo


artigo 5º, X e XXVIII, a, da Constituição Federal da República, e artigos 11 e
seguintes, do Código Civil, como um direito de personalidade autônomo, na
verdade, representa a projeção da personalidade física da pessoa, incluindo os
traços fisionômicos, o corpo, atitudes, gestos, sorrisos, indumentárias. O nome é
outras das projeções da personalidade.

Essas projeções podem ser objeto de uma licença de


uso, pela qual a pessoa autoriza que terceiro use sua imagem ou nome,
auferindo valores em razão dessa autorização. Tal licença é bastante usada por
celebridades (jogadores de futebol, artistas, etc.) que recebem valor pecuniário
para associarem sua imagem, por exemplo, a uma empresa. Aliás, existe franca
controvérsia quanto à natureza de salário dos valores recebidos a partir dessa
licença, o que retiraria a competência da Justiça Estadual, caso houvesse
necessidade de apreciação desse pedido.

O fato de ser o autor uma pessoa pública não equivale


a dizer que sua imagem possa ser utilizada sem qualquer controle. Os
precedentes trazidos pela ré em suas razões tratam do uso jornalístico ou
meramente informativo. Aqui estamos tratando de uso que tem reflexos
econômicos, sendo que os jogos Fifa são, como a própria ré admite, bastante
populares e apresentam boas vendas. Se não fosse importante para a
comercialização do produto a imagem de cada jogador, esta não traria
informações sobre seus atributos, tais quais: clubes em que atuou, porte físico,
potência de chute, toque, agressividade, e até o peso e a altura.

A Súmula 403 do STJ dispõe que: “Independe de


prova ou prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de
pessoa com fins econômicos ou comerciais”.

Se o uso foi desautorizado, há dever de reparação.

E não se alegue a incidência da figura parcelar da boa


fé denominada supressio.

“A supressio significa o desaparecimento de um direito,


não exercido por um lapso de tempo, de modo a gerar no outro contratante ou
naquele que se encontra no outro polo da relação jurídica a expectativa de que
não seja mais exercido. Pode-se dizer que o que perdeu o direito teria abusado do
direito de se omitir, mantendo comportamento reiteradamente omissivo, seguido
de um surpreendente ato comissivo, com que já legitimamente não contava a outra
parte” (Wambier, Luiz Rodrigues. Revista dos Tribunais 915/280, janeiro de
2.012).

Para que se reconheça a supressio deve haver


tolerância decorrente de inequívoco conhecimento, representando a omissão

Apelação nº 1090442-64.2015.8.26.0100 - São Paulo - VOTO N º2673 5/9


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uma forma de inspirar no outro a certeza de concordância por parte do omitente.


Se era desconhecido o uso pelo autor de sua imagem, não há omissão. Tanto
que, assim que soube do uso, o autor procurou pela indenização devida.

Cabe discutir, então, qual o valor dessa indenização.

Segundo as razões recursais do autor, a ré tem um


faturamento superior a quatro bilhões de dólares anuais.

No caso, embora a imagem do autor apareça


interagindo com a de outros atletas, como foi aventado na sentença para fixação
do valor, ela é individualizada, inclusive com informações sobre atributos do
jogador.

O fato de terem alguns atletas aceitado a quantia de


R$ 1.500,00, para uso de sua imagem, não vincula o autor, que, como já se
disse, não consentiu.

Existe farta jurisprudência nesta Corte sobre casos


idênticos, em que se deliberou majoritariamente que a ré pagaria R$ 5.000,00
sobre cada aparição.

Nesse sentido:

“APELAÇÃO CÍVEL. Ação indenizatória. Direito de


imagem. Reprodução não autorizada de imagem de jogador profissional em jogos
de videogame. Sentença de parcial procedência para condenação da ré ao
pagamento de R$ 5.000,00 por aparição do autor em cada uma das edições dos
jogos (2011 e 2012 do FIFA Soccer e 2011, 2012, 2013 e 2014 do FIFA Manager).
Apelações de ambas as partes. APELO DA RÉ. Inépcia da inicial. Não ocorrência.
Autor que colacionou aos autos os elementos necessários à propositura da
demanda, possibilitando à ré o exercício pleno de seu direito de defesa.
Prescrição. Afastamento. Lançamento da nova versão dos jogos que não implica
em imediata retirada de circulação do mercado das versões anteriores, que
continuam disponíveis para venda até os dias de hoje, como demonstrado pelo
autor ao adquirir os exemplares. Supressio. Inaplicabilidade no caso dos autos.
Contratos celebrados entre a ré e a FIFPRO que não suprem a necessidade de
autorização expressa e direta do autor. Direito à imagem do atleta profissional de
futebol que é fundamental, personalíssimo, e não inerente ao contrato especial de
trabalho desportivo. Autor que não cedeu o direito de uso e exploração de sua
imagem, com fins comerciais, nos jogos eletrônicos FIFA Soccer e FIFA Manager,
produzidos e comercializados pela ré. Imagem do autor que tem valor econômico.
Indenização por uso indevido da imagem que é devida. Juros legais que incidem
desde cada ato ilícito (Súmula 54, do C. STJ). Correção monetária desde o
arbitramento. Recurso desprovido. APELO DO AUTOR. Pleito de majoração da
verba indenizatória. Não cabimento. Sentença que utilizou o parâmetro adotado
por este Egrégio Tribunal de Justiça, em situação análoga, considerando-se,
ainda, as peculiaridades do caso. Ônus sucumbenciais, contudo, que devem ser
integralmente carreados à ré. Inteligência da Súmula 326, do STJ. Recurso
parcialmente provido” (Apelação/Indenização por Dano Moral
1130940-71.2016.8.26.0100 - Relator(a): José Joaquim dos Santos - Comarca:
São Paulo - Órgão julgador: 2ª Câmara de Direito Privado - Data do julgamento:

Apelação nº 1090442-64.2015.8.26.0100 - São Paulo - VOTO N º2673 6/9


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18/09/2018).

“Direito autoral. Alegação de violação de direito de


imagem do autor, jogador de futebol, em jogos de videogame denominados FIFA
SOCCER, edições 2008, 2009, 2013 e 2014 e FIFA MANAGER, edições 2008,
2009 e 2014, todos de propriedade da ré. Inexistência de prescrição por se tratar
de violação continuada após a colocação dos jogos no mercado consumidor. Não
se pode cogitar de supressio se não há relação contratual direta a exigir a boa-fé
objetiva, nem se pode extrair, da inércia, a justa expectativa de que o direito pela
violação da imagem não seria exercido. Violação ao direito de imagem
comprovada e até reconhecida que gera o dever de indenizar. Exclusão daqueles
em que o clube possuía direito de imagem cedida à requerida. Fixação em R$
12.000,00 para cada violação, no total de R$ 36.000,00, que é adequada,
inclusive com juros moratórios fluirão a partir de cada evendo danoso e não desde
a primeira violação, nos termos da Súmula 54 do STJ. Recurso do autor improvido
e parcialmente provido o da requerida” (Apelação/Direito de Imagem
1131119-05.2016.8.26.0100 - Relator(a): Maia da Cunha - Comarca: São Paulo -
Órgão julgador: 4ª Câmara de Direito Privado - Data do julgamento:
22/03/2018).

“APELAÇÃO Ação de indenização por dano moral


Direito de imagem Autor, jogador profissional de futebol, pede indenização pelo
uso indevido e desautorizado de sua imagem em jogos de videogame Sentença
de procedência das lides principal e secundária. APELAÇÃO DO AUTOR Pleitos
de (1) majoração da verba indenizatória; (2) cômputo de juros moratórios a partir
da citação; e, (3) imposição dos ônus sucumbenciais exclusivamente à ré
Cabimento Majoração necessária Quantum indenizatório majorado para R$
30.000,00 (trinta mil reais), ou seja, R$ 5.000,00 (cinco mil reais) pela edição de
cada jogo, levando em conta o parâmetro utilizado por este Egrégio Tribunal de
Justiça, em caso análogo Valor que é suficiente para, de uma só vez, compensar
o sofrimento experimentado pelo autor, bem como punir a conduta da ré, com a
finalidade de evitar a reincidência, observados os princípios da proporcionalidade
e razoabilidade Precedentes do TJSP Juros legais que incidem desde cada ato
ilícito (Súmula 54, do Col. STJ) Ônus sucumbenciais integralmente carreados à
ré Inteligência da Súmula 326, do Col. STJ Recurso provido. APELAÇÃO DA RÉ
EA SPORTS ELECTRONIC ARTS LTDA. PRELIMINAR Nulidade da sentença
Cerceamento de defesa Não caracterização O juiz é o destinatário das provas,
cabendo a ele decidir pela necessidade de produção Conjunto probatório
constante dos autos suficiente para o deslinde da ação Desnecessidade de
produção de outras provas Princípio da livre apreciação das provas e
convencimento motivado do juiz (art. 370, do novo CPC) Preliminar rejeitada
PREJUDICIAL DE MÉRITO Prescrição Não ocorrência Não há provas de que o
lançamento da nova versão dos jogos implica imediata retirada de circulação do
mercado das versões anteriores, que continuam disponíveis para venda até os
dias de hoje MÉRITO Direito à imagem do atleta profissional de futebol que é
fundamental, personalíssimo, e não inerente ao contrato especial de trabalho
desportivo, à exceção do direito de arena Autor que não cedeu o direito de uso e
exploração de sua imagem, com fins comerciais, nos jogos eletrônicos FIFA Soccer
e FIFA Manager, edições 2011, 2012 e 2014, produzidos e comercializados pela
ré, a qualquer pessoa, física ou jurídica, incluindo o Esporte Clube Bahia e o Clube
Atlético Mineiro Imagem do autor que tem valor econômico, ainda que diverso do

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de outros atletas com maior notoriedade Indenização por uso indevido da


imagem que é devida Contratos celebrados entre a ré e a FIFPRO que não
suprem a necessidade de autorização expressa e direta do autor Inteligência
dos artigos 87 e 87-A da Lei nº 9.615/98 Observância da Súmula 403, do Col.
STJ s Instituto da suppressio Inaplicabilidade à hipótese dos autos Precedentes
do TJSP Recurso improvido. APELAÇÃO DO LITISDENUNCIADO ESPORTE
CLUBE BAHIA Clube que licenciou o direito de uso e reprodução da imagem do
autor, sem o deter, apenas para a edição de 2014 dos games, não o tendo feito
para as edições de 2011 e 2012 Dever de ressarcimento que deve ser limitado a
1/3 (um terço) da condenação da ré na lide principal Precedente do TJSP, em
caso análogo Recurso parcialmente provido. APELAÇÃO DO LITISDENUNCIADO
CLUBE ATLÉTICO MINEIRO PREJUDICIAL DE MÉRITO Prescrição Não
ocorrência Não há provas de que o lançamento da nova versão dos jogos implica
imediata retirada de circulação das versões anteriores do mercado, que
continuam disponíveis para venda até os dias de hoje MERITO Clube que
licenciou o direito de uso e reprodução da imagem do autor, sem o deter, apenas
para as edições de 2011 e 2012 dos games, não o tendo feito para a edição de
2014 Dever de ressarcimento que deve ser limitado a 2/3 (dois terços) da
condenação da ré na lide principal Recurso parcialmente provido. RECURSO DO
AUTOR PROVIDO, PARCIALMENTE PROVIDO O DOS LITISDENUNCIADOS E
IMPROVIDO O DA RÉ” (Apelação/Direito de Imagem 1008890-77.2015.8.26.0100
- Relator(a): Rodolfo Pellizari - Comarca: São Paulo - Órgão julgador: 6ª Câmara
de Direito Privado - Data do julgamento: 08/02/2018).

“Apelações Cíveis. Responsabilidade civil Ação de


indenização por danos morais Uso indevido de imagem Utilização não
autorizada de imagem de jogador de futebol em jogos eletrônicos ("FIFA Soccer" e
"FIFA Manager") produzidos e comercializados pela ré Denunciação da lide ao
Esporte Clube Bahia, clube em que atuava o autor à época em que os jogos
eletrônicos em questão foram lançados no mercado Sentença que julgou
procedente tanto a ação principal quanto a lide secundária Recursos de
apelação interpostos pelo denunciado, pelo autor e pela ré denunciante
Preliminar de inépcia da inicial suscitada pela ré denunciante corretamente
afastada pelo MM. Juízo a quo Juntada de novos documentos pela ré Ausência
de prejuízo às demais partes Ausência de fundamento para o pedido de
processamento do feito em segredo de justiça, já indeferido no julgamento do A.I.
nº 2174120-66.2015.8.26.0000 Elementos dos autos que comprovam a
utilização da imagem do autor, jogador de futebol profissional conhecido como
"Potita", nos jogos eletrônicos "FIFA Soccer", edições 2013 e 2014, e "FIFA
Manager", edições 2013 e 2014, sem a devida autorização Contratos de licença
celebrados com a FIFPRO e com o denunciado Esporte Clube Bahia que não
eximiam a ré da obrigação de obter de junto ao autor autorização para a utilização
de sua imagem nos referidos jogos eletrônicos Instituto da suppressio
Inaplicabilidade à hipótese dos autos Ato ilícito configurado Danos morais
caracterizados Utilização indevida da imagem Dano inserto no próprio uso
indevido e que independe de prova de prejuízo Inteligência da súmula nº 403 do
Egrégio Superior Tribunal de Justiça Indenização devida Majoração do
quantum indenizatório de R$ 10.000,00 para R$ 20.000,00, valor reputado
adequado diante do dano sofrido e do ato ilícito praticado pela ré Juros de mora
que deverão incidir a partir do evento danoso Indenização por dano moral fixada
em montante inferior ao postulado na inicial que não implica em sucumbência

Apelação nº 1090442-64.2015.8.26.0100 - São Paulo - VOTO N º2673 8/9


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recíproca Súmula nº 326 do C. Superior Tribunal de Justiça Lide secundária -


Contrato de Licença de Marcas celebrado com o Esporte Clube Bahia que envolvia
apenas a cessão dos "Materiais do CLUBE", não podendo o denunciado ser
responsabilizado pelo reembolso da indenização paga pela ré em decorrência do
uso indevido da imagem do autor Recurso de apelação interposto pelo autor
provido para majorar a indenização por danos morais Recurso de apelação
interposto pelo denunciado provido para julgar improcedente a lide secundária
Recurso de apelação interposto pela ré denunciante desprovido Dá-se provimento
aos recursos de apelação do denunciado e do autor e nega-se provimento ao
recurso de apelação da ré denunciante” (Apelação/Direito de Imagem
1129632-68.2014.8.26.0100 - Relator(a): Christine Santini - Comarca: São Paulo
- Órgão julgador: 1ª Câmara de Direito Privado - Data do julgamento:
10/10/2017).

Sendo nove as aparições, teríamos o valor de R$


45.000,00 a indenizar.

Por fim, em relação à sucumbência, o artigo 85 do


atual CPC estipula a obrigatoriedade da imposição dos honorários, os quais
sequer admitem compensação. Contudo, não se pode negar que a condenação
na verba sucumbencial decorre da responsabilidade de uma parte em impor à
parte adversa que ingresse com ação ou que nela se defenda. É por isso que
cada vez mais tem sido invocado o princípio da causalidade para explicar a
distribuição das verbas do processo entre as partes. Somente quem tenha dado
causa à propositura da ação é que deve arcar com as despesas do processo.

Além disso, prevê a Súmula 326, do STJ, que: “Na


ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao
postulado na inicial não implica sucumbência recíproca”.

Considerando que a sentença foi proferida já sob a


atual legislação, mas considerando que a sucumbência foi carreada
exclusivamente contra a ré já no patamar máximo, mantenho-a como fixada em
primeiro grau de jurisdição.

Posto isso, dou parcial provimento ao recurso do


autor e nego provimento ao recurso da ré, para majorar o valor da indenização
para R$ 45.000,00, mantidos os demais termos da sentença proferida.

MÔNICA DE CARVALHO

Relatora

Apelação nº 1090442-64.2015.8.26.0100 - São Paulo - VOTO N º2673 9/9

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