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MALASARTE E AS JOIAS
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Histórias de Pedro Malasarte

Viajando sem destino fixo, errante, indiferente aos perigos, Malasarte foi dar na fazenda de um fazendeiro
ricaço, que era casado e tinha uma filha. Dormindo ao relento, à beira do caminho e precisando de uns vinténs;
Malasarte ofereceu-se para trabalhar na casa, e foi aceito pelo fazendeiro ricaço.
Como era tempo de chuva, o chiqueiro estava um lameiro que só vendo. Foi aí que Malasarte teve uma
ideia.
Chegando a noite, campeou os porcos para longe e lhes cortou as caudas. Voltando ao chiqueiro, espetou
no lameiro as caudas dos porcos.
De manhã, quando o dono da casa veio ver a porcada, Malasarte lhe apontou o lameiro e disse-lhe que os
porcos estavam todos atolados, apenas com os rabos de fora. O fazendeiro, desesperado, mandou Malasarte ir
correndo ao celeiro buscar duas enxadas para ver se conseguiriam desenterrar os porcos.
Pedro Malasarte foi às carreiras; lá chegando, viu a dona e a filha colhendo laranjas no pomar e lhes disse:
— O patrão mandou as senhoras me acompanharem.
Elas duvidaram; então Malasarte gritou ao fazendeiro, perguntando:
— As duas, patrão?
— Sim, as duas, pateta! E sem demora!
Então, as senhoras não querendo contrariar o fazendeiro, não puseram mais diferença e acompanharam
Pedro que tomou, com elas, outra direção.
Bem longe da fazenda, Malasarte amarrou-as numa árvore, tirou-lhes todas as joias que eram de grande
preço, e fugiu com toda a porcada que tinha ocultado ali perto.
Quando o fazendeiro, cansado de esperar pelas enxadas, foi ao seleiro e não encontrou Malasarte, saiu a
procurá-lo e acabou achando a mulher e a filha, amarradas a uma árvore e nada de Malasarte.
Quando o fazendeiro voltou ao chiqueiro com a enxada, descobriu que dos porcos só havia os rabinhos, e
que ele é que era o verdadeiro pateta.
A muitas léguas dali, Malasarte negociou a porcada com outro fazendeiro. Com o dinheiro, comprou, no
vilarejo, um bom jogo de roupas e caiu no mundo, muito do contente.

MALASARTE IMPEDE QUE O MUNDO DESABE


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Histórias de Pedro Malasarte

Vinha Pedro Malasarte viajando por uma estrada, quando lhe deu vontade de verter água. Encostou-se a
um paredão pertencente a uma bonita chácara. E quando estava no melhor, apareceu o dono da chácara, de
bota e espora, alumiando raiva nos olhos, armado de uma baita espingarda, a perguntar-lhe quem tinha lhe
autorizado fazer aquilo ali.
Malasarte disfarçou e respondeu:
— Ah! Meu senhor, desde manhã que estou aqui encostado, sem comer, nem beber, só por causa dos
outros.
— Por causa dos outros? Como, assim, por causa dos outros?
— Estou escorando o mundo.
— Ara sô, você está doido!
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— Pois é verdade, seô patrão, vinha eu caminhando com meus pensamentos, no meu quieto, mas,
quando cheguei neste lugar, me apareceu a figura de um anjo que veio descendo do céu, envolto em luz muito
brilhante, que me disse estas palavras:
— Por ordem do senhor Deus o mundo vai acabar à meia-noite de hoje. Imagine o susto que não levei!
Mas o anjo me aquietou:
— Há um remédio para se evitar isso: é encontrar alguém que escore este muro, desde este momento até
depois da meia-noite. Se é só isso, não tem problema, respondi ao anjo, vou cortar uma estaca...
— Não, não há tempo. Antes de um minuto o muro deve estar escorado. E me empurrou para aqui onde
me acho sem poder arredar o pé, pois, se saio, o mundo vem abaixo.
— Deveras! Então, é melhor você escorar bem esse muro.
— Ah! Se o patrão me fizesse o favor de tomar um bocadinho meu lugar enquanto eu vou ali ao mato
cortar uma escora para o muro, tudo estará arranjado, mesmo porque se eu ficar aqui por mais tempo, não vou
resistir e o mundo virá abaixo. Ninguém escapará, a morte é certa.
O chacareiro pensou e resolveu tomar o lugar de Pedro que prometeu voltar logo com a escora, e até hoje
está sendo esperado

O ANIVERSÁRIO MALASARTE
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Histórias de Pedro Malasarte

Era aniversário de Pedro Malasarte. Ele adorava uma festa, mas estava sem dinheiro para festejar o
aniversário. Resolveu então, visitar o primo que tinha muito dinheiro e, certamente, lhe ofereceria alguma
coisa, apesar de ser um tanto pão-duro. Chegando a fazenda do primo, este o recebeu com muito
entusiasmado, não pela visita, mas por economizar assim a viagem a casa do aniversariante. Entraram e o
primo foi logo oferecendo:
— Ó, primo Pedro! Tenho aqui uma broa, fresquinha, que sinhá assou. É tanta que vai durar a semana
inteira.
— Broa de milho, primo?
— É sim, quer um pedaço?
— Não, primo - agradeceu Malasarte - basta um cafezinho.
— Mas é seu aniversário primo, eu reconheço que sou um pão-duro, mas um pouco de cortesia ao primo
não faz mal! Se quiser é só pedir.
Malasarte novamente agradeceu, porém continuou só com o café. Continuaram proseando e, em meio à
prosa, o primo lhe diz:
— Olha Pedro, ontem mandei matar aquele leitão capado que eu vinha engordando. Temos uma porção de
torresmo e toucinho frescos que mandei preparar. Quer um pouco, pois tenho bastante?
— Não me diga isso! Tem muito mesmo?
— É o que lhe digo! Tenho bastante, quer?
— Nada primo, pode deixar, basta um cafezinho.
— Seja dito..., mas quando quiser é só pedir.
Continuaram proseando mais e mais, até que o primo fez nova oferta:
— Pedro, faz tempo que guardo umas garrafas de cachaça. Vamos tomar uns goles para comemorar?
— E é dá boa?
— Da melhor.
— Não primo, para mim basta um cafezinho.
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— Não se faça de rogado que você tá em casa. Quando ficar com vontade é só pedir.
E assim, o primo de Pedro Malasarte, querendo lhe agradar pela passagem do aniversário e ao mesmo
tempo percebendo que Malasarte não estava querendo lhe dar despesa, foi oferecendo um pouco de cada coisa
que tinha na despensa. Malasarte ouvia e recusava; contentando-se só com o cafezinho. E continuaram nessa
toada até que ouviram uma tímida batida na porta. O primo de Malasarte se levantou, abriu a porta e pegou de
espiar; do lado de fora havia uma verdadeira multidão de conhecidos. O primeiro foi logo falando:
— Olha, desculpa a intrusão, mas ficamos sabendo que Pedro Malasarte estava por aqui e passamos
somente para dar lhe dar os parabéns.
Desconfiado, mas sem ter como recusar, o primo convidou a todos para entrar, mas foi logo avisando:
— Meus amigos! Gostaria de lhes oferecer alguma coisa, porém... quase nada tenho na despensa...
Malasarte, deixando de lado o cafezinho e interrompendo o primo, falou:
— Primo, sabe aquele torresmo, aquele toucinho, aquela broa, a cachaça, a suco de laranja, a rosca, a
linguiça, e tudo mais que você me ofereceu? Agora eu até quero um pouquinho, que já me cansei desse
cafezinho que tomava pra modo de esperar o pessoal chegar...
Vosmecê calcule: o primo ficou aturdido, tonteou... parecia inté que estava para dar a alma a Deus;
entretanto, uma vez que o oferecido estava em vigor, acabou bancando toda a festa. Pois foi assim que Pedro
Malasarte teve a sua festança

O JUIZ E A CARTOLA
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Histórias de Pedro Malasarte

A noite já ia alta e Pedro Malasarte, sem nenhum vintém, procurava um bom lugar para dormir, quando
aconteceu dele passar frente à casa de um juiz. Bateu a porta e pediu pousada, dando o nome de tal doutor
fulano, que estava de passagem por aquelas terras.
O juiz costumava a chegar tarde, pois ficava até a meia-noite jogando truco com seu compadre e amigos.
Vai então que o filho do juiz, na sua simplicidade, mandou entrar o hóspede e, depois de Malasarte comer até
se fartar, deu-lhe pousada, no quarto onde o juiz costumava se vestir.
Quando o juiz chegou a casa, o filho lhe contou o que ocorrera e o magistrado ficou muito satisfeito com a
hospedagem. Nem por sombras podia imaginar o que ia suceder.
Lá pela madrugada, quase amanhecendo, Malasarte começou a sentir umas coisas na barriga... Procurou o
vaso e, não o encontrando, abriu a janela... Mas lá fora havia uma cachorrada, que pegou a latir e foi um
barulho de latidos do inferno.
Malasarte estava suando frio. Mas, nisto, avistou na prateleira uma caixa. Abriu; dentro havia uma cartola
de feltro. Estava salvo! Tirou a cartola e, fez nela... Bem, vocês já sabem. Depois pôs outra vez, com muito
cuidado, a cartola na caixa e, esta, no lugar onde estava.
Nesse tempo, a manhã já rompia e Malasarte quando ouviu o tropel dos criados na casa, tratou de cair fora.
Quando vieram chamá-lo para o café, não o encontraram mais.
Na hora do almoço, o Juiz saiu do quarto e foi para o cômodo em que costumava se vestir. Era dia júri.
Vestiu a sobrecasaca, e, distraído, tirou da caixa a cartola e num só golpe a enterrou na cabeça. Não deu outra
coisa, o Juiz ficou com a cara... digamos, enlameada. Além disso, sentiu um cheiro que quase o sufocou.
Começou então a gritar. A família veio em seu socorro, achando que alguma desgraça tinha acontecido.
Ao vê-lo naquele estado, o filho foi buscar um balde de água, a filha sabonete de cheiro e a mulher um
frasco de perfume. O Juiz bufava de raiva. Mas Pedro Malasarte já estava longe.
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MALASARTE E SEU AMIGO ZECA


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Histórias de Pedro Malasarte

Havia, na vila onde Malasarte arranchou-se por uns tempos, uma casa de reputação duvidosa, muito
popular, comandada por certa senhora muito jeitosa conhecida por Dona Iolanda. Malasarte, como todo homem
daquela cidade, aproveitava as noites para visitá-la e tomar alguns tragos de cachaça, enquanto esperava uma
das "meninas folgarem"; pois a fila era sempre longa.
Estava na época da quaresma e a visita a Dona Iolanda virava grande pecado. De modo que os
frequentadores da casa iam aos montes se confessar. Meses antes, o velho padre Loureiro havia entregado a
alma a Deus, e mandaram um vigário jovem, moralista e determinado a penitenciar severamente os pecadores
da vila. Diante disso, alguns dos homens mais prevenidos, deram um jeito de adoecer. Malasarte não se
importou muito com isso e se foi para a igreja confessar, pois quem deve a Deus paga ao diabo.
Na entrada encontrou o amigo Zeca Abreu, de companhia com a noiva Adelaide.
— Uai, sô! Vai se confessar Pedro?
— Vou sim, respondeu Malasarte muito cheio de si, e você?
— Ixe! Num tenho pecado não – respondeu Zeca Abreu, olhado para o céu, como esperando que de lá
caísse um raio, e como, por fim, ele não veio, completou - para mim basta minha linda Adelaide.
Não me diga! – disse Malasarte, vendo que o amigo caçava um jeito de não ter de se acertar com a
Adelaide.
Dito isso, entrou na igreja. Mas minutos depois saiu com duas velas penitência na mão, uma de um metro
meio e outra de meio metro.
— Ora essa, Pedro! Não é possível que sua confissão tenha durado tão pouco – disse o amigo.
— Pois não é, Zeca Abreu? Eu trouxe aqui essas duas velas por ordem do Padre...
— E o que é que tem as duas velas? – perguntou Adelaide, cheia de inocência.
Malasarte apontou para seu Italívio, que saia da igreja segurando uma vela fina com quatro palmos de
altura, murmurando uma mistura de Pai Nosso com Credo e Cruz.
— Vê seu Italívio? Falou para o padre que foi ontem na casa da Senhorita Iolanda e conversou com ela.
— E daí? – perguntou o amigo.
— Eu também contei que fui lá ontem e dei um beijo na Iolanda.
— E daí? – questiona Adelaide.
— E daí que esta vela é para mim; como sou muito amigo de seu noivo, peguei com o padre a dele – disse
acendendo a vela de meio metro e passando a de um metro e meio para o amigo Zeca Abreu.

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