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seen he SERED 0, Classen page CULM, QL ks A Shee bebe L¢tridihe nme wu Rroliceds Onto. & Caiheuer Sprchew SS Ques Mating Bons Zoot. capiruco 3 A CRITICA GENETICA COMO PRATICA Na primeira patte deste livro, propusemos uma tevisio a historia da critica genética e de seus principais conccitos. A pattlt dessa tevisio, chegamos a uma nova proposta de ani Ise, com base mas nogdes de descontimuidade, espagc de réla 750s ¢ praticas de escrita, Dedicamios a segunda parte do livto a discutir essas priticas. Agora, resta debrucac-nos sobre os ‘manusctitos ¢ entar na prdpria pritica da critica genética, Em gue momento os manuscritos se transfottriam em documen. tos? Como ter acesso a esses.documentos? Como identificar #5 descontinuidades? Como o olhar do pesquisador campos de relagdes? Como outros geneticistas tém c do a estudar essas priticas de escrita? Essas so al perguntas que o leitor encontrard problematizaday nio necessariimente zespondidas, 1. Quando 0 manuscrito se transforma em documento @ E preciso ter acesso a0s manuscritos originals? Essa pergunts pode ter vias tespostas, de acord origem, dos pesquisadores. Segundo a definicio ile Ab CRECE RC SCEELELE ESS SST ubL SECSEEEEERERLELEELEELEELLLELELELEL 102 w sscwever soune escneven Grésilion, a findadora da exitics genética francesa, os manus. eros sio absohutamente necessérios, Para € 0 movimento evocado pel materialidade dos documentos, 6 que nos impede de pensar em uma cri. tica sem manuscritas. £ importante entendes, de quat forma, que quando a autora usa 2 palavre “manuscritos”, ela info se reféze apenas aos autgiafos de um eseritor,mias'a todo de documento que possa constituir uma etipa de cotn. posiglo de uma obra, txis como verses impressas de um 10- mance, arquivos de computador, gravagdes fonogrificas ete Por isso, a critica genética jamais terminaria com a massifi. cago do uso do computadar pelos escrizozes, ippe Willemart, no entanto, vé esse vealidade de modo um pouco diferente, Em um artigo sobre um prow grams de reconhecimento vocal, ele vislumbra a perspec ve de 08 escritozes no deixarem mais nenhum registro de seu pracesso de elaboracio, Nesse caso, 0 que aconteceria coma critica genérica? Para ele, a disciplina deverd erifren- kma questo que ja se apresenta nos dias de hoje:a possibilidade de pensar o proceso de criagio sera manuserites, Que restarig 30 a0 gencricista sendo mabalhar ste 6 ext sultavo.e sobre of excites parlelosia cereespoueénci, 20 vie #8, as retenhas dis obras ou oustos testemonhoe gu stiente spareceriam? Asim, o geneticists pode se langse na busca do rocessoele etiagio sem se preocupar com os mantis 1 Wacata, Philppe:"A exten genéccs dionte do programa de econhecimento vocal”, Manus 12, Revista de Celies Genétien Sb Paar Annattume 2006, PB ae SORMTICA GENESICA COMB eRATIEA « 108 A busca de uma origem ¢ @ busca de ume eseritura Mais importante’ do que pensar nesses novos que Willemart propde & se deter na oposicio g creve entre a busca de uma-origem ¢ a busca de uma es tara. Por um lado, a exitica genética, concebida como a recons- truco das etapas pelas quais o autor passou,seria a bused de uma origem, Mesmo’ que suas conclusées sejam ape péteses de um pesquisador, ela pretend tentar apontar 0 Gio do processo e seu desenvolvimento. busta-de tama eset! tara, por outro lado, apontaria sirmplesmente relagdes entce sesitos que pudessem dar conta de um movimento esc Quem jf trabalha nessa diresio nfo veri problema al enftentar 0 desafio de ndo ter mais acesso a manuse: ir em sua pesquisas,Aiguns pretenden rec percurie genético do comeco dos tages 0 texto pblicado « deverto edicbee indo do texto publieado-e poven preoc Som uma crorilogia que n£0 cossexponde a realdade dieu bentendem que nossa mente cxbalha como ers um pale undo o tempo do ealendiio, es vido mais facilment Gos oes Tidos,cideeacs de tebalho ou anoxagSes @ bsze & caciturn Faris entio pescu ‘rise, om om arguivos digializados em computador, CD eu ds O segundo tipe de estudos genéticos apontido por W mart abre também as portas para a pesquisas sobre criagiio obras fore do Ingar onde se encontra 0 acervo do excritae. $» tcabalharem com obras estrangeitas, por éxemplo, os geneticis- ‘ts deverdo expetar até obter uma bok de doutcrada (que por= 2. Op ci, pp. 389, 104 4 esoneven sopne esenzven mits estigio no exterior) on entio fuanciac uma viagem com 6 prdprios recursos para ter acesso aos manusctitos origi nals. Na pritica, esse tempo de espera leva os pesquitadores a entrarem em contato coi os problemas da gétese so. mente muito tarde, quando:jé estio sa fase final de suas pes quisas.A proposta de Willemart permite que os geneticistas Possain refletir sobre a criagio deste « iniciaglo cientiica, Pattir de textos anterionss, reserihas ¢ publicagdies, acessiveis a parcir-de qualquer lugar do planeta. E importante entender, no entanto, que os dois grupos de geneticistas baseiain suas pesquisas io trabalho de com, paragio. Em nenhum caso o pesquisador simplesmente es ecula sobre o processo de ctiagio a partir da obra fal. Ble deve ter acesso a pelo menos dois textos de etapas diferentes ae da criagdo, mesmo que esses textos nio pettencam ao mes- 2) mo autor. Por exemplo, seria possivel chegar 2 algum movi- mento de escritura a partir da comparagdo do texto final de umautor e do texto de outro autar que serviu como inspiza= gao.ou fonte da escritur. E0 caso de um. artigo do préprio Willernare sobre © tempo redescoberto, de. Marcel Proust, io gual compaca um trecho que fiz referencia & historia de Zo- beidayde As mil ¢ uma noites,¢ 0 propria epis6dio original da obra drabe’. Esse tipo de pesquisa também foi desenvolvido por Rosie Mehoudar, que, em sua distertasio de meserado, compara Os contes indianos, de Mallacmé, 20s contos india ‘nos coletados por Mary Sumumrer, que 0 poeta fancé’ uss como fonte para sua escritura’, Embora estas pesquisas nio traba- 43. Wiutstiakr, Philippe. "Da forums sos prot » Kiceratra © morfodindmiea” ins Fein deg iatoes de Moni. Sto Paulo: Andabluine, 2000, iiguagem # wbjetviide nos Cx Disteisgie de metrad defendida 1ob re Barbos, Universidade de Séo Paulo, 1998 inde TETTT ARICA GENETICH COMO PAATICN « 105 Them com. manuscritos, ees partem do estabelecimento de relagdes entre documentos de trabalho, o que definimos comio © objeto das pesquisas genéticas Ao limitar 0 trabalho do geneticisa 2 comparacio de dois (eXt0s, por exemapio, ndio podeinos ter a pretensio de recons. cuir 0 processo de criagig, Uma opsio desse tipo implica a Recessidade de criat um recorte dentro do procesto, Assinn, © objetivo do trabalho, nesse caso, ado seria dar conta de to. dis as etapas da claboragio da obra, mas de umn aspecto des- 2 elaboragio ou, nas palavras de Willemart, de movinientos da escritura Essa proposta apresenta varios pontés em comum coin nosso desenvolvimento te6tico da primeira parte deste livto, O isolamento de “movimentos de escritura"’a pastic da com. aragdo entre documentos pode ser-também chamado de bis. ca de espagos de telagSes; ‘Meso em casos em que dispomos de maaior quantidade de documentos, incluindo os manuscritos originals, a opeio elo recotte ou por espacos de.relacdes & vilida para quent prloridade & discussio dos movimentos de escriuen, Quan tomaior fora quantidade de documentos utilizads, wials ob- Jetos deverio ser descritos-e mais miovimnentos devetio serin terpretados, 0 que compromete a profundidade di rellexio, Deste modo, pode sci mais. proveitoso observar um tema (por exemplo, uma personagem, um espaco, uma estruturg poética, determinado foco narrativo) em um extenso dossié de documentos de um romance de que elaborar um traba- ho sobre “a criagio como um todo” deise romance, 2. Como ter acesso a esses documentos Por maais restito que sejao recorte escolhide, é sempre de selfvel ter acesso 20s snanuscritos da obra caja criagio quere sae TOP P a retasaaaeas AVTAVVUUTT

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