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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – MEC


SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLOGIA – SETEC
INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ – CAMPUS CASTANHAL
CURSO DE AGRONOMIA

MARIA SUZANE LAVAREDA DE OLIVEIRA


RAIMUNDO NONATO DA SILVA

A AQUISIÇÃO DE GÊNEROS DA AGRICULTURA FAMILIAR PARA INCLUSÃO


NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR DE TOMÉ – AÇU/PA.

Castanhal – PA
2016
MARIA SUZANE LAVAREDA DE OLIVEIRA
RAIMUNDO NONATO DA SILVA

A AQUISIÇÃO DE GÊNEROS DA AGRICULTURA FAMILIAR PARA INCLUSÃO


NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR DE TOMÉ – AÇU/PA.

Trabalho de Curso submetido ao Instituto


Federal do Pará – Campus Castanhal como
parte dos requisitos necessários para a
obtenção do Grau de Bacharel em
Engenharia Agronômica Sob a orientação
da Profª. Msc. Regiara Modesto Croelhas.

Castanha-PA
2016
MARIA SUZANE LAVAREDA DE OLIVEIRA

RAIMUNDO NONATO DA SILVA

A AQUISIÇÃO DE GÊNEROS DA AGRICULTURA FAMILIAR PARA INCLUSÃO


NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR DE TOMÉ – AÇU/PA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia do Pará - IFPA Campus Castanhal, como requisito parcial para a obtenção do
título de Bacharel em Agronomia.

Data da defesa: 25/04/2016.

Banca Examinadora

______________________________________________________________________
Prof.ª M.Sc. Regiara Croelhas Modesto (Orientadora - Presidente)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA Campus Castanhal

______________________________________________________________________
Profª. Dra. Roberta de Fátima Rodrigues Coelho
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – IFPA Campus Castanhal
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural e Gestão de
Empreendimentos Agroalimentares

____________________________________________________________________
Profª. Msc. Maria Cristina das Neves Silva
Faculdade de Castanhal – ESTÁCIO/FCAT

CASTANHAL – PA
2016
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado coragem e saúde para superar as dificuldades.

Ao instituto Federal do Pará - Campus Castanhal, seu corpo docente, a todos os professores e
alunos que fizeram e fazem parte da minha caminhada, aos funcionários que sempre foram
atenciosos.

Agradeço a minha orientadora, Regiara Croelhas Modesto pelas correções e incentivos nos
dado, que colaboraram com o amadurecido muitas de nossas ideias a respeito da Politica
Publica do PNAE.

Agradeço aos meus familiares, irmãs que sempre foram minhas melhores amigas e nunca me
deixaram desistir, aos meus irmãos, sobrinhos, cunhados em especial aos meus pais, José de
Oliveira Neto e Adelina Lavareda de Oliveira, que me deram a oportunidade da vida.

Ao meu companheiro e amigo Paulo Henrique Martins Scaramussa, pelas horas de incentivos
e paciência não deixando faltar carinho e amor juntamente com nossa adorável filha

A minha sogra Sandra Martins que me deu suporte quando precisei me ausentar para estudar,
ao meu cunhado Joao Carlos Martins Scaramussa. Aos meus amigos que me apoiaram e me
deram forças, Raimundo Nonato da Silva, Camila Sampaio, Vagner Nascimento e Bruna
Ciarini.

Agradeço a Prefeitura Municipal de Tome Açu, Em especial a secretaria de Agricultura e


todos os agricultores que nos receberam carinhosamente em suas comunidades.

Agradeço a todos que fizeram parte dessa jornada de forma indireta ou direta, deixo meu
muito obrigada!

Maria Suzane Lavareda de Oliveira


AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos...

A Deus pelo dom da vida.

A minha família, Rogerio, Rodrigo e Junior e em especial a minha Esposa Maria José Lopes
Monteiro, pela compreensão, dedicação, apoio e palavras de conforto.

A minha orientadora Professora Regiara Modesto Croelhas, pela atenção, paciência e


acompanhamento durante todo o processo.

A minha colega Suzane Lavareda pela dedicação, esforço e companheirismo.

A todos os meus professores do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará -


IFPA Campus CASTANHAL.

Ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará - IFPA Campus


CASTANHAL, ao qual tenho um profundo respeito e gratidão, por fazer parte da minha
formação profissional desde o médio técnico enquanto Escola Agrotécnica até a graduação,
agora como IFPA Campus Castanhal.

A todos os meus colegas da turma de Agronomia 2011, que com eles convivi em um período
de cinco anos, e que me acolheram e me ajudaram na minha graduação.

E a todos os amigos que me ajudaram direta e indiretamente na construção deste trabalho.

Raimundo Nonato da Silva


RESUMO:
O Programa Nacional de Alimentação Escolar é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação e visa transferência, em caráter suplementar, de recursos financeiros às entidades
executoras do programa para suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos matriculados
no ensino básico da escolas públicas e filantrópicas. Em 2009, a legislação do programa inclui a
categoria agricultura familiar como beneficiaria direta, possibilitando o acesso a no mínimo 30% dos
recursos disponibilizados possibilitando, entre outros, o desenvolvimento rural. Porém, estudo
realizado pelo FNDE/MDA (2010), a região Norte está entre as regiões que compram menos produtos
alimentícios da Agricultura Familiar. No Estado do Pará, alguns municípios comprovam este cenário.
Assim, esta pesquisa foi realizada no Município de Tome-Açu e teve como objetivo realizar um
levantamento de potenciais organizações socioprodutivas da agricultura familiar para acesso ao
PNAE, além de investigar as principais dificuldades enfrentadas por elas na inserção dos gêneros
alimentícios da agricultura familiar na alimentação escolar. A pesquisa foi do tipo exploratória e para a
coleta de dados foram utilizadas as ferramentas FOFA (Fortalezas, Fraqueza, Oportunidades,
Ameaças) e o Calendário Sazonal. Quatro associações do municipio apresentaram potencial efetivo e
interesse em acessas a política pública: Associação dos Trabalhadores Rurais de Tomé Açu –
ASTRUTA; Associação de Moradores Unidos de Miritipitanga – ASMUMI e Associação de
Moradores, Agricultores e Quilombolas da Comunidade Nova Betel. Entre os principais gargalos para
o não acesso destas organizações ao PNAE estão problemas na organização dos agricultores e falta de
assistência técnica e extensão rural.

Palavras chaves: Agricultura Familiar; Organização; Políticas Públicas.

ABSTRACT:

The National School Feeding Programme is managed by the National Fund for Education
Development and aims to transfer, additional character, financial resources for executing the program
entities to partially meet the nutritional needs of students enrolled in primary education in public
schools and philanthropic . In 2009, the program includes legislation family farming category as a
direct benefit, enabling access to at least 30% of the resources allowing, among others, rural
development. However, a study conducted by the FNDE/MDA (2010), the northern region is among
the regions that buy less food products Family Agriculture. In the State of Para, some municipalities
prove this scenario. Thus, this research was conducted in the city of Tome-Acu and aimed to carry out
a survey of potential socio-productive family farming organizations for access to PNAE, and to
investigate the main difficulties faced by them in the insertion of foodstuff of family farming in the
food school. The research was exploratory type and data collection were used the tools SWOT
(Strengths, Weakness, Opportunities, Threats) and the Seasonal Calendar. Four associations of the
municipality showed effective potential and interest in acessas public policy: Association of Rural
Workers of Tome Acu - ASTRUTA; Residents Association Miritipitanga - ASMUMI and Residents
Association, Farmers and Quilombolas New Bethel Community. Among the major bottlenecks for the
lack of access of these organizations to PNAE are problems in the organization of farmers and lack of
technical assistance and rural extension.
.

Key words: Family Farming; Organizations; Public policy.


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 8
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 9
2.1 Políticas Públicas ........................................................................................................... 9
2.2AgriculturaFamiliar ...................................................................................................... 12
2. 3. Histórico do Programa Nacional de Alimentação Escolar ........................................ 16
3. METODOLOGIA ................................................................................................................... 24
3. 1. Município de Tomé Açu, Estado do Pará. ................................................................. 24
3. 2. Caracterizações da área de estudo. .......................................................................... 25
3. 3. Tipo de pesquisa ....................................................................................................... 26
3.4 Percurso metodológico. ............................................................................................... 26
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 27
4.1 Organizações Socioprodutivas do municípios de Tomé-Açu, Estado do Pará ........... 27
4.1.1. Associação dos Trabalhadores Rurais de Tomé Açu – ASTRUTA..................... 27
4.1.2. Associação de Moradores Unidos de Miritipitanga – ASMUMI ........................ 28
4.1.3. Associação de Nova Betel. ....................................................................................... 28
4.2.4. Associação de Santa Luzia. ...................................................................................... 29
4.2 Execução do PNAE no Município de Tomé – Açu, Estado do Pará (2011-2014)...... 30
4.3. Análises das Potencialidades e Dificuldades das Associações Pesquisadas
(Fortalezas, Fraquezas, Oportunidades. Ameaças). .............................................................. 34
4.3.1. Associação dos Trabalhadores Rurais de Tomé Açu – ASTRUTA. ................... 34
4.3.2. Associação de Moradores Unidos de Miritipitanga – ASMUMI ......................... 36
4.3.4 Associação de Produtores e Produtoras de Agricultura Familiar do Município de
Tomé-Açu – APPRAFAMTA. ................................................................................................. 41
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS. .............................................................................................. 43
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................... 45
APÊNDICES ................................................................................................................................ 51
8

1. INTRODUÇÃO

A efetivação do direito à alimentação, como direito fundamental, exige, em todos


os níveis, um olhar transdisciplinar, pois passa pela adoção de políticas e estratégias
sustentáveis de produção, distribuição, acesso e consumo de alimentos seguros e de
qualidade, promovendo-se a saúde com uma alimentação saudável (BRASIL, 2014).
Para garantia desse direito, os Programas de Alimentação Escolar – PAE foram,
inicialmente, implementados nos países menos desenvolvidos, de maneira geral, como uma
das estratégias de proteção social destinadas às populações mais vulneráveis, cujo objetivo
era redução do nível de pobreza. Neste contexto, estes programas surgiram, alguns desde
1940, com um caráter assistencialista, destinados a avaliar a fome em curto prazo, reduzir a
desnutrição entre os estudantes de educação primária e atrair e manter as crianças na escola
(MANFIOLLI, 2014).
Em cada país, esses Programas se desenvolveram de maneira distinta de acordo
com as políticas sociais existentes, a colaboração internacional, o potencial de recursos
locais, as realidades da população escolar, as oportunidades de participação e organização
social, as prioridades de acordo com a vulnerabilidade, a organização das escolas e outros
fatores (MANFIOLLI, 2014).
No Brasil, dentre as políticas públicas que integram o Sistema Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional está o Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE), onde diversos estudos têm apontado na sua trajetória histórica avanços em
relação a seus objetivos, gestão, execução, abrangência e articulação com outros setores
além da educação, tornando-se um dos maiores programas de alimentação escolar do
mundo (SILVA et al, 2015).
Em 2009, com a Lei nº 11.947/2009 o PNAE apresenta como público todos os
beneficiários da categoria Agricultora Familiar. O atual marco regulatório torna a relação
entre a alimentação escolar e a agricultura familiar legalmente viável e têm demonstrado
potencialidades para efetivação dos preceitos da Segurança Alimentar e Nutricional, tanto
dos agricultores familiares como de públicos vulneráveis como crianças e adolescentes,
pois consegue ao mesmo tempo incrementar oportunidades de uma maior produção e
disponibilização de alimentos mais adequados nos cardápios das escolas públicas
(TRICHES e SCHNEIDER, 2012).
9

Porém, segundo SANTOS (2001) os dados da compra da Agricultura Familiar para


Alimentação Escolar entre os anos de 2010 e 2013, demonstram que apesar da evolução do
percentual de aquisição da agricultura familiar, 28% das entidades executoras do país ainda
compraram menos de 30% do total dos recursos repassados pelo FNDE para tais
aquisições e, em um recorte nacional, a região Norte está entre as regiões que compram
menos produtos alimentícios da Agricultura Familiar.
No Estado do Pará, dentre os municípios com aquisição inferior ao definido na
legislação do Programa Nacional de Alimentação Escola está o município de Tomé Açu,
no qual, do montante de recursos repassados entre 2011 e 2014, que somaram R$
6.944.643,60 (Seis milhões, novecentos e quarenta e quatro mil, seiscentos e quarenta e
três reais e sessenta centavos) apenas R$ 1.179.764,42 (Um milhão cento e setenta e nove
mil, setecentos e sessenta e quatro reais e quarenta e dois centavos) foram destinados à
compra de gêneros alimentícios da agricultura familiar, ou seja, 6,99% do total repassado.
Assim, o objetivo desta pesquisa foi realizar um levantamento de potenciais
organizações socioprodutivas da agricultura familiar para acesso ao PNAE, além de
investigar além de investigar as principais dificuldades enfrentadas por elas na inserção dos
gêneros alimentícios da agricultura familiar na alimentação escolar.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Políticas Públicas


O conceito de Políticas Públicas é muito amplo e alguns autores apresentam
concepções complementares a respeito desta. A área de Políticas Públicas consolidou na
última metade do século XX um corpo teórico próprio e um instrumental analítico voltado
para a compreensão de fenômenos de natureza político-administrativa. Os conhecimentos
produzidos vêm sendo largamente utilizado por pesquisadores, políticos e administradores
que lidam com problemas públicos em diversos setores de intervenção e nas mais
diferentes áreas: ciências políticas, sociologia, economia, administração pública, direito,
etc. (RODRIGUES, 2011; SECCHI, 2012).
As políticas públicas em suas diversas definições são compreendidas como fluxo de
decisões públicas, um processo com vistas ao bem comum da população a quem se
destinam; ações governamentais dirigidas a resolver determinadas necessidades públicas
(GELIINSKI e SEIBEL, 2008; SARAIVA, 2007). Rua (2005) complementa que o termo
política referente ao termo politics, refere-se às atividades políticas, ou seja, ao uso de
10

procedimentos diversos que expressam relações de poder e que se destinam a produzir uma
solução pacífica a conflitos relacionados a decisões públicas. Sendo estas decisões
intenções sobre a solução de um problema. “A política pública é uma ação intencional,
com objetivos a serem alcançados (SOUZA, 2006)”.
Não existe ainda consenso na literatura sobre o conceito ou definição de Políticas
Públicas. Em geral, entendem-se Políticas Públicas como instrumento ou conjunto de ação
dos Governos (SOUZA, 2006), uma ação elaborada no sentido de enfrentar um problema
público (SECCHI, 2012). Apesar das Políticas públicas não se apresentarem em sua real
dinâmica, o ciclo das políticas públicas tem grande utilidade e pode auxiliar na organização
das estratégias, esse processo de organização faz com que a complexidade seja
simplificada e ajuda nossos administradores e políticos a solucionarem um determinado
problema público (MAIA, 2015). Castro (1989) salienta que a formulação e a
implementação de programas e políticas sociais representam os principais aspectos nos
estudos de avaliação. Enquanto a formulação está associada à escolha de uma política
específica, parte da fundamentação de seu conteúdo, e indica os valores implícitos nos
objetivos almejados com a sua execução.

Segundo Lima (2012), Políticas públicas consistem em ações tomadas pelo Estado
que têm como objetivo atender os diversos setores da sociedade civil. Essas políticas são
muitas vezes feitas juntamente e com o apoio de ONGs (Organizações Não
Governamentais) ou empresas privadas. Quanto aos seus tipos, as políticas públicas podem
ser distributivas, redistributivas e regulatórias, sendo que podem atuar na área industrial,
institucional, agrícola, educacional e da assistência social. Política consiste no conjunto de
procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à
resolução pacífica dos conflitos quanto aos bens públicos. (RUA, 1998; LIMA, 2012).

Junqueira e Lima (2008) ensaiam que as sociedades modernas têm como principal
característica a diferenciação social. Seus membros não apenas possuem atributos
diferenciados, como também possuem ideias, valores, interesses, e aspirações diferentes.
Tudo isso faz com que a vida em sociedade seja complexa e frequentemente envolva
conflitos: de opinião, de interesses, de valores, etc. Desse modo, para que a sociedade
possa sobreviver e progredir, o conflito deve ser mantido dentro de limites administráveis,
e para isso, existem apenas dois meios: a coerção e a política. O uso da coerção pura e
simples traz inúmeros problemas sociais, declaram os autores, além do que, quanto mais
11

utilizada, mais reduzido se torna seu impacto, e mais elevado se torna seu custo. Resta
então, como opção socialmente mais responsável, a política. Esta envolve coerção – como
possibilidade – mas não se limita e ela. Por isso é que o Estado implementa políticas
públicas, pois estas compreendem um conjunto de decisões e ações estrategicamente
selecionadas, relativas à alocação de valores normativos e pecuniários com a finalidade de
implementar determinadas ações objetivando promover o crescimento e o desenvolvimento
de um setor econômico ou de um lócus geográfico (RUA, 2005, citado por JUNQUEIRA e
LIMA, 2008).

Entre os principais aspectos a serem avaliados no processo de formulação de


políticas públicas podem ser considerados: situações que interferem na formação da
agenda governamental, tipo do processo decisório, instrumentos para participação política,
centralização X descentralização, seletividade X universalização dos benefícios,
mecanismos de captação de recursos, relações entre o Estado e o setor privado, critérios
para destinação de recursos, hierarquia dos programas.
De acordo com Bellen e Trevisan (2008) a construção histórica da agenda de
políticas públicas no Brasil pode ser identificada e dividida em etapas. Porém, não se
pretende um aprofundamento detalhado em cada etapa, apenas uma descrição sumária dos
últimos anos e seus destaques. Nas palavras dos autores análise de políticas públicas
experimentou um Boom na década de 1980, impulsionada pela transição democrática. São
três os motivos da expansão. Em primeiro lugar, pelo deslocamento na agenda pública.
Durante os anos 1970, a agenda pública se estruturou em torno de questões relativas ao
modelo brasileiro de desenvolvimento, onde a discussão limitava-se aos impactos
redistributivos da ação governamental e ao tipo de racionalidade que conduzia o projeto de
modernização conservadora do regime ditatorial.

Para Bellen e Trevisan (2008) eram centrais para essa agenda as questões de arranjo
institucional: descentralização, participação, transparência e redefinição do mix público-
privado nas políticas. A essa transformação da agenda seguiu-se uma redescoberta na
agenda de pesquisas das políticas municipais e descentralização. Em segundo lugar, não
obstante o fim do período autoritário constatou-se que os obstáculos à consecução de
políticas públicas efetivas continuaram existindo, o que serviu para fortalecer os estudos
sobre políticas.
12

A perplexidade e o desencantamento em relação ao Estado levaram a um maior


interesse sobre as condições de efetividade da ação pública. Em terceiro lugar, a difusão
internacional da ideia de reforma do Estado e do aparelho de Estado passou a ser o
princípio organizador da agenda pública dos anos 1980-90, o que provocou uma
proliferação de estudos de políticas públicas. As questões de arranjo institucional
ganharam grande centralidade na agenda: “(...) ao tomar-se o modo e a qualidade da
intervenção pública na economia e na sociedade como objeto de estudo, cria-se por
extensão um programa de pesquisa de caráter empírico sobre questões relativas à eficiência
de políticas e programas” (Melo, 1999; BELLEN e TREVISAN, 2008). Por outro lado, se
antes o encantamento da imaginação social brasileira era o Estado, nos anos 1990, esse
apego passa a ser direcionado, paulatinamente, para a sociedade civil. Em outras palavras,
portanto, as políticas públicas são os planos, programas, projetos e ações implementadas
pelo poder executivo dos diferentes níveis dos governos.

A discussão sobre as políticas públicas vem ganhando maior espaço nas agendas
governamentais à medida que permite orientar e avaliar as ações dos governantes nas
diversas áreas de atuação (SOUZA, 2006). O caso em estudo analisa políticas públicas de
alimentação e nutrição, voltadas à área de segurança alimentar e nutricional (SAN),
focando dois programas: o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), porém neste trabalho serão abordados
aspectos relacionados especificamente ao Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE).

2. 2 Agricultura Familiar
Agricultura familiar não é propriamente um termo novo, mas seu uso recente, com
ampla penetração nos meios acadêmicos, nas políticas de governo e nos movimentos
sociais, adquire novas significações. Quando o poder público implanta uma política federal
voltada para este segmento, o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar –
PRONAF (BRASIL, 1996) ou quando cria a Lei 11.326/2006, a primeira a fixar diretrizes
para o setor (BRASIL, 2006), a opção adotada para delimitar o público foi o uso
“operacional” do conceito, centrado na caracterização geral de um grupo social bastante
heterogêneo. Já no meio acadêmico, encontramos diversas reflexões sobre o conceito de
agricultura familiar, propondo um tratamento mais analítico e menos operacional do termo.
(ALTAFIN, 2007).
13

Ao lado das classificações acadêmicas, surge a delimitação formal do conceito de


agricultor familiar, prevista na Lei 11.326, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo
presidente da República em 24 de julho de 2006. Esta lei considera:

“[...] agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que


pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos
seguintes requisitos: I - não detenha, a qualquer título, área maior do
que 4 (quatro) módulos fiscais; II - utilize predominantemente mão-de-
obra da própria família nas atividades econômicas do seu
estabelecimento ou empreendimento; III - tenha renda familiar
predominantemente originada de atividades econômicas vinculadas ao
próprio estabelecimento ou empreendimento; IV - dirija seu
estabelecimento ou empreendimento com sua família” (Brasil, 2006).
Tendo em conta o atendimento de tais requisitos, inclui ainda “[...]
silvicultores que cultivem florestas nativas ou exóticas e que promovam o
manejo sustentável daqueles ambientes; [...] aqüicultores que explorem
reservatórios hídricos com superfície total de até 2 ha (dois hectares) ou
ocupem até 500m³ (quinhentos metros cúbicos) de água, quando a
exploração se efetivar em tanques-rede; [...] extrativistas pescadores que
exerçam essa atividade artesanalmente no meio rural, excluídos os
garimpeiros e faiscadores” (BRASIL, 2006).

De acordo com Lima e Junqueira (2008) o termo agricultura familiar propõe


diversas nuances em sua definição. Nas palavras dos autores esse modelo de agricultura
ainda é um conceito em evolução, com significativas raízes históricas e ligadas à produção
camponesa tradicional. Essas transformações vividas pelo agricultor familiar moderno não
representam ruptura definitiva com as formas de produção anteriores, mas, pelo contrário,
mantém uma tradição camponesa que fortalece sua capacidade de adaptação às novas
exigências da sociedade.

Nessa conjuntura, Lima e Junqueira (2008) argumentam que a agricultura familiar


não é uma categoria social recente nem uma categoria analítica nova na sociologia rural.
No entanto, dada sua utilização, significado e abrangência, assume ares de novidade e
renovação nos últimos anos no Brasil, até pelas mudanças que o vem ocorrendo no país,
tanto na área macroeconômica (estabilidade dos preços, aumento dos investimentos) como
no contexto político (criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, fortalecimento
dos movimentos sociais).

Guerra et al. (2007) caracteriza esse sistema de produção da agricultura familiar


como aquele que combina a posse dos meios de produção e a realização do trabalho. Não
14

há separação entre gestão da propriedade e execução do trabalho, estando ambos sob


responsabilidade do produtor e sua família. Muitas terminologias têm sido empregadas
historicamente para se referir ao mesmo sujeito: camponês, pequeno produtor, lavrador,
agricultor de subsistência, agricultor familiar. No entanto, essa substituição de termos e
nomenclaturas obedece, em parte, à própria evolução do contexto social e às
transformações sofridas por esta categoria, mas é resultado também de novas percepções
sobre o mesmo sujeito social.

Silva et al (2015) esclarecem que o conceito de agricultura familiar deve ser


entendido de forma genérica como aquela em que a família, ao mesmo tempo em que é
proprietária dos meios de produção, assume o trabalho no estabelecimento produtivo. No
entanto, ponderam os autores, isto não significa que o agricultor sendo dono dos meios de
produção produza apenas para a sua subsistência, eles, também, podem se organizar e
desenvolver atividades com intuito de garantir benefícios futuros, o que descontrói o mito
da agricultura familiar em ser considerado um atraso em alguns locais, bem como mudar a
concepção dos agricultores sobre a mercantilização dos meios de subsistência, o que
significa subordinar a substância da própria sociedade às leis de mercado.

Muito pertinente é o que Alves (2010) coloca quando diz que as definições
políticas da agricultura familiar tomam como base que a grande maioria das tarefas do
estabelecimento são realizadas pela família. A mão-de obra assalariada é um evento raro.
A definição impõe restrições quanto ao tamanho do estabelecimento ou do negócio para
eliminar os grandes estabelecimentos administrados pela família.
Nessa perspectiva, vale lembrar o que Lima e Junqueira (2008) escrevem a respeito
do tamanho da propriedade ao dizer que a legislação brasileira define a propriedade
familiar como imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua
família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e progresso
socioeconômico, com área máxima fixada para cada região assim como seu tipo de
exploração, podendo ser, eventualmente, trabalhado com a ajuda de terceiros – Estatuto da
Terra, Lei 4.504/64 (enfoque dos autores). Posteriormente, continuam Lima e Junqueira
(2008) a Lei n° 11.326/06 caracteriza a agricultura familiar como sendo aquela
desenvolvida em propriedades rurais de até 04 (quatro) módulos fiscais, onde predomina o
trabalho familiar sobre a mão-de-obra total do estabelecimento. O valor da unidade
15

“módulo fiscal” é fixado pelo INCRA, e varia de município para município, com base nos
critérios do art. n° 4 do Decreto 84.685/80.
Bianchini (2005) chama a atenção para um enfoque importante na questão da
agricultura familiar quando relatam que historicamente, as principais dificuldades para o
desenvolvimento da produção agrícola familiar no Brasil são: baixa capitalização, acesso a
linhas de crédito oficiais, acesso à tecnologia, disparidade produtiva inter-regional, acesso
à assistência técnica à produção rural, e acesso aos mercados modernos. Características
como: multisetoriedade rural; diversidade produtiva (através de sistemas integrados de
produção animal, vegetal, e manejo florestal); e tipo de mão-de-obra utilizada na produção;
são comuns a um grande universo de pequenos agricultores familiares.

Nesta conjuntura, a partir das características em tela, não se pode deixar de se


refletir sobre a base de um projeto nacional de desenvolvimento para este segmento rural
brasileiro, através da implementação de uma política pública que atenda as especificidades
da agricultura familiar no Brasil. A este respeito, Lima e Junqueira (2008) destacam que os
problemas enfrentados pela agricultura familiar no Brasil e as especificidades do setor
requerem políticas públicas pertinentes, que viabilizem estes pequenos empreendimentos
produtivos, promovam a fixação do produtor rural no campo – evitando novos fluxos de
êxodo rural – e contribuam para o desenvolvimento regional.

No entender de Lima e Junqueira (2008) a partir da identificação das necessidades


específicas do setor de produção familiar compõe-se a base de um projeto nacional de
desenvolvimento para este segmento rural brasileiro, e pôde-se implementar uma política
pública que objetiva o desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil. Esta política está
amparada na Lei n° 11.326, de 24/07/2006, que estabelece as diretrizes da Política
Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Rurais Familiares.

Chayanov (1981) reforça que o interesse da família agricultora de obter lucro com
sua atividade produtiva, está necessariamente subordinado à satisfação da família. E isso
ocorre devido não haver a separação entre gestão e trabalho, estando ambos sob a
responsabilidade do produtor e sua família. Enquanto a necessidade de contratar mão-de-
obra, ela ocorre de forma a complementar a força de trabalho da família. Sob esta ótica,
para Denardi (2001, citado por LIMA e JUNQUEIRA, 2008) um estabelecimento familiar
16

é, ao mesmo tempo, uma unidade de produção e de consumo, e uma unidade de produção e


reprodução social.

2. 3. Histórico do Programa Nacional de Alimentação Escolar


No Brasil, o marco inicial que influenciou a concepção e a implementação de ações
na área de alimentação e nutrição situa-se no início da década de 40, com o inquérito de
Josué de Castro (ARRUDA e ARRUDA, 2007), quando o então Instituto de Nutrição
defendia a proposta do Governo Federal oferecer alimentação escolar. Entretanto, não foi
possível concretizá-la, por indisponibilidade de recursos financeiros (FORMIGA, 2011).

Na década de 50, com a edição do Decreto n° 39.007, de 11 de abril de 1956,


passou a ser denominada Campanha Nacional de Merenda Escolar, com a intenção de
promover o atendimento em âmbito nacional e, em 1965, pelo decreto nº 56.886/65 foi
alterado para Campanha Nacional de Alimentação Escolar (CNAE), Concomitantemente,
surgiram os programas de ajuda americana entre os quais se destacavam: “Alimentos para
a paz”, financiado pela USAID; o “Programa de alimento para o desenvolvimento”,
voltado ao atendimento das populações carentes e a alimentação de crianças em idade
escolar pelo “Programa mundial de Alimentos”, da FAO/ONU. Neste período era enviado
para as escolas dos municípios e estados considerados mais carentes de recursos
financeiros, gêneros alimentícios para a distribuição dos escolares do que hoje é intitulado
de ensino fundamental (7 a 14 anos) (BRASIL, 1956).

Segundo Collares et al. (1995) no contexto histórico do PNAE até a década de 50


não havia, no País, um fornecimento regular da alimentação escolar. Neste período, havia a
organização particular das escolas, por iniciativa das Caixas Escolares do fornecimento de
alimentação à totalidade dos alunos, ou aos mais carentes, conforme a necessidade e/ou
disponibilidade de recursos. Em todas as escolas, a caixa era mantida por contribuição
voluntária dos alunos que podiam contribuir e de firmas locais. “A proposta das caixas era,
eminentemente, de cunho assistencialista, imprimindo um significado especial,
classificatório, à expressão aluno da caixa.” (COLLARES e MOYSÉS, 1995).

A partir de 1976, embora financiado pelo Ministério da Educação e gerenciado pela


Campanha Nacional de Alimentação Escolar, o programa era parte do II Programa
Nacional de Alimentação e Nutrição (PRONAN) e somente em 1979 passou a denominar-
se Programa Nacional de Alimentação Escolar. Com a promulgação da Constituição
17

Federal, em 1988, ficou assegurado o direito à alimentação escolar a todos os alunos do


ensino fundamental por meio de programa suplementar de alimentação escolar a ser
oferecido pelos governos federal, estaduais e municipais (FORMIGA, 2011).
No início da década de 90, um grande número de entidades de classe e movimentos
sociais foram contrários ao sistema centralizado do programa devido a sua extensão de
atendimento, ineficácia, consumo elevado de recursos financeiros e deficiências no
controle da qualidade dos alimentos. Os alimentos oferecidos não se adequavam aos
hábitos alimentares dos alunos, suas perdas e deterioração eram grandes e a permanente
descontinuidade do Programa comprometia a universalidade e a equidade no atendimento
aos beneficiários (SPINELLI et al., 2002). A solução encontrada foi à descentralização dos
recursos financeiros destinados à alimentação escolar dos municípios, intercedida pelas
Secretarias Estaduais de Educação. A adesão dos municípios seria voluntária, uma vez
garantidos os pré-requisitos essenciais à administração do Programa (SPINELLI et al.,
2002).
Com a Medida Provisória nº 1.784/98 (BRASIL, 1998), a municipalização deixa de
ocorrer por livre adesão, passando a ser obrigatória a todos os municípios. Assim, a gestão
do programa para atendimento à rede municipal e filantrópica passou a ser efetuada,
compulsoriamente, pela respectiva prefeitura municipal. Mais tarde, com a publicação da
Medida Provisória nº 1979-19 em 2000 (BRASIL, 2000) ficou estabelecido à
obrigatoriedade de que, pelo menos, 70% dos recursos transferido pelo governo Federal
fossem aplicados exclusivamente na aquisição de produtos básicos (produtos
semielaborados e produtos frescos), respeitando os hábitos alimentares regionais e a
vocação agrícola do município, com vista a melhorar a qualidade da alimentação oferecida
e fomentar o desenvolvimento da economia local e, em 2001, a Medida Provisória N°
2178-36 de 24 de agosto de 2001, estabeleceu as diretrizes do Programa, podendo-se
destacar (BRASIL, 2001):

1. Os cardápios deveriam ser elaborados por nutricionistas, contando com a participação


dos membros do CAE;
2. Os cardápios devem respeitar os hábitos alimentares da localidade, sua vocação agrícola
e preferência por produtos básicos, dando prioridade aos semielaborados e in natura;
3. Na aquisição dos gêneros alimentícios, terão prioridade os produtos da região, visando à
redução de custos;
18

A seguir, a Resolução/CD/FNDE nº 15/2003 chegou a estabelecer uma pauta de


alimentos básicos para o PNAE, incluindo banha, toucinho defumado e rapadura,
provavelmente visando à valorização das culturas alimentares regionais (BRASIL, 2003).
Entretanto, as Resoluções/CD/FNDE nº 35/2003 e nº 45/2003 suprimiram essa pauta, o
que representou um avanço para o programa, já que ela engessava sua execução e indicava
a opção por alimentos de elevado conteúdo de gordura saturada e açúcar (FNDE, 2003).
Em 2006, pela Resolução FNDE/CD nº 32, o PNAE passa a funcionar por meio da
transferência de recursos financeiros em caráter complementar, de forma a garantir, no
mínimo, 15% das necessidades diárias dos alunos beneficiados e 30% para alunos
indígenas e quilombolas. O objetivo era atender às necessidades nutricionais dos alunos
durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento e
desenvolvimento dos alunos; a aprendizagem e o rendimento escolar; a formação de
hábitos alimentares saudáveis; dinamização da economia local; respeito aos hábitos
regionais e a vocação agrícola da região (BRASIL, 2006). A referida Resolução
estabeleceu que o nutricionista deveria assumir a responsabilidade técnica pelo Programa,
ou seja, deverá acompanhá-lo desde a aquisição dos alimentos até a sua distribuição ao
aluno, corroborando e complementando o que o Conselho Federal de Nutricionistas - CFN
já havia estabelecido (CHAVES et al., 2013).
A Resolução FNDE/CD nº 32/2006 estabeleceu ainda que o cálculo do montante de
recursos financeiros destinados a cada Entidade Executora, para atender ao público-
beneficiário seria calculado tomando-se por base a seguinte fórmula: VT = A x D x C,
sendo: VT = Valor a ser transferido; A = Número de alunos; D = Número de dias de
atendimento e, C = Valor per capita da refeição. O valor per capita da alimentação escolar,
repassado naquele momento era de R$ 0,22 (vinte e dois centavos de real) para os alunos
matriculados nas creches, pré-escolas e nas escolas do ensino fundamental e de R$ 0,44
(quarenta e quatro centavos de real) para os alunos matriculados em creches e escolas
indígenas e nas localizadas em áreas remanescentes de quilombos e o número de dias de
atendimento a ser considerado no cálculo dos valores devidos às EEx era de 200 dias
letivos/ano (BRASIL, 2006).
Em 2009, a Resolução nº 38/FNDE reafirmava que às Unidades Executoras, são
entidade representativa da comunidade escolar (caixa escolar, associação de pais e mestres,
conselho escolar e similares), responsável pelo recebimento dos recursos financeiros
transferidos pela EE e pela execução do programa em favor das escolas que representam,
19

deveriam utilizar os recursos financeiros observando-se a legislação que regiam as


licitações e contratos, Lei Nº 8.666/93 e suas alterações (BRASIL, 2009).
Em 2009, a lei nº 11.947 trouxe novas perspectivas para o PNAE, como a extensão
do programa para toda a rede pública de educação básica e de jovens e adultos e, a
recomendação de um percentual mínimo do repasse do FNDE para aquisição de produtos
da agricultura familiar. Dada a importância da inclusão desta categoria no Programa
Nacional de Alimentação Escolar será iniciado um novo tópico na pesquisa para discussão
do assunto (BRASIL, 2009).
2.4 O Programa Nacional de Alimentação Escolar a partir da Lei nº 11.947/2009
e sua relação com a agricultura familiar.

O PNAE constitui-se em importante estratégia para garantia da Segurança


Alimentar e Nutricional (SAN), já que promove o Direito Humano à Alimentação
Adequada (DHAA) por meio da alimentação escolar e é o único programa brasileiro de
cunho alimentar que possui atendimento universalizado1. O programa tem seu histórico
desde a década de 40, mas somente em 2009, com a promulgação da Lei nº 11.947/2009
incluiu a Categoria Agricultura Familiar como público beneficiário direto.
A referida Lei dispõe no artigo 2º, inciso V que o atendimento da alimentação
escolar deve garantir a inserção da agricultura familiar com incentivo à aquisição de
gêneros alimentícios variados, produzidos em âmbito local, com prioridade às
comunidades tradicionais indígenas e quilombolas. A legislação, em seu artigo 14, também
especifica que, no mínimo, 30% do total dos recursos repassados pelo FNDE deverão ser
destinados à aquisição de alimentos diretamente do agricultor ou empreendedor familiar
rural ou de suas organizações. Com isso, o programa passa a apoiar o desenvolvimento
local, incentivando aquisição de alimentos diversificados e produzidos na própria região,
proporcionando maior adequação aos seus hábitos alimentares (BRASIL, 2009).
Além da inclusão da Agricultura Familiar, a Lei destaca ainda a garantia do direito
a todo cidadão a uma alimentação saudável e adequada as suas condições fisiológicas,
independentemente de sua condição socioeconômica e étnica, além do respeito à cultura e
o regionalismo como base na adequação de cardápios de cada região, priorizando os
assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e quilombolas,
para que estes sejam investidos na aquisição de produtos da agricultura familiar
estimulando o desenvolvimento econômico das comunidades locais (BRASIL, 2009).
20

Porém, para a garantia da inclusão da Agricultura Familiar os processos de aquisição dos


produtos também precisaram ser revistos, pois segundo Peixinho (2011), historicamente, no
Brasil, os agricultores familiares enfrentaram vários obstáculos como, a falta de políticas de
crédito, falta de infraestrutura e, principalmente, ausência de canais de comercialização dirigidos
especificamente à sua produção agrícola. Como resultado, a agricultura familiar teve
dificuldades para comercializar seus produtos no mercado dos programas públicos, incluindo o
da alimentação escolar, entre outros, aos entraves burocráticos e às exigências do processo de
licitação estabelecidas pela Lei n º 8.666/93 (BRASIL, 1993), que regulamenta as licitações e
compras da Administração Pública.

Embora a Lei n. 8.666/93 não proibisse a compra direta, ela também não fazia referência a
isso. A falta de regramento gerava várias interpretações, fazendo com que todo o aparato
administrativo – setor de compras, tesouraria, financeiro e jurídico – alegasse a impossibilidade e
o impedimento do processo (TRICHES et al., 2012). Somente em 1993, a Lei nº 10.696, de 02
de julho de 2003 instituiu o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e desburocratizou o
processo de aquisição dos produtos da agricultura familiar para o atendimento aos programas
públicos, dispensando, neste caso específico, as regras de licitação requeridas pela Lei 8.666/93,
criando, portanto, um marco jurídico capaz de possibilitar uma presença mais efetiva do Estado
no apoio aos processos de comercialização desenvolvidos por esta categoria específica de
produtores (BRASIL, 2003).

Baseado neste marco jurídico a Lei nº 11.947/2009, em seu Art. 14, enunciou que a
aquisição poderia ser realizada dispensando-se o procedimento licitatório, desde que os preços
sejam compatíveis com os vigentes no mercado local, observando-se os princípios inscritos no
art. 37 da Constituição Federal, e os alimentos atendam às exigências do controle de qualidade
estabelecidas pelas normas que regulamentam a matéria. Porém, ainda que referenciado a
dispensa, a legislação não fez referência a qualquer outro procedimento legal (BRASIL, 2009).

Somente em 2013, com a Resolução nº 26 de 17 de junho de 2013, em seu Art.20 é


instituído a Chamada Pública como processo alternativo a dispensa de licitação, conforme
enunciado: “§ 2º Procedimento administrativo específico à compra de gêneros alimentícios da
Agricultura Familiar e Empreendedores Familiares Rurais” (BRASIL, 2013). Ainda segundo
esta Resolução, os preços de aquisição dos produtos devera ser através de pesquisas de preços no
mercado local, e este deve ser a media entre os preços pesquisados no mínimo entre três
mercados em âmbito local “territorial, estadual ou nacional, nessa ordem, priorizando a feira do
produtor da Agricultura Familiar, quando houver.” outra medida importante segundo esta
Resolução, (26/2013) é que nos “Estados, Distrito Federal, Municípios e escolas federais onde o
21

valor total de repasse do FNDE para execução do PNAE seja superior a R$ 700.000,00
(setecentos mil reais) por ano, a EEx. poderá optar por aceitar propostas apenas de organizações
com DAP Jurídica, desde que previsto na chamada pública”. (BRASIL, 2013)

Embora os critérios de seleção sejam mencionados na Resolução 26/2013, somente em


2015 com a publicação da Resolução CD/FNDE nº 04 de 02 de abril de 2015, é que os mesmos
ficaram com maior clareza, para seleção e classificação dos projetos de venda. O Art.25
desta Resolução (04/2015) diz que: “Para seleção, os projetos de venda habilitados serão
divididos em: grupo de projetos de fornecedores locais, grupo de projetos do território
rural, grupo de projetos do estado, e grupo de propostas do País” (BRASIL, 2015).

§ 1º - Entre os grupos de projetos, será observada a seguinte ordem de


prioridade para seleção:
I - o grupo de projetos de fornecedores locais terá prioridade sobre os
demais grupos.
II - o grupo de projetos de fornecedores do território rural terá prioridade
sobre o do estado e do País.
III - o grupo de projetos do estado terá prioridade sobre o do País.
§ 2º - Em cada grupo de projetos, será observada a seguinte ordem de
prioridade para seleção:
I - os assentamentos de reforma agrária, as comunidades tradicionais
indígenas e as comunidades quilombolas, não havendo prioridade entre
estes;
II - os fornecedores de gêneros alimentícios certificados como orgânicos
ou agroecológicos, segundo a Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003;
III - os Grupos Formais (organizações produtivas detentoras de
Declaração de Aptidão ao PRONAF - DAP Jurídica) sobre os Grupos
Informais
(agricultores familiares, detentores de Declaração de Aptidão ao
PRONAF - DAP Física, organizados em grupos) e estes sobre os
Fornecedores Individuais (detentores de DAP Física);

Outro ponto importante que merece destaque é o limite individual de venda do


agricultor familiar, com a publicação da Resolução/CD/FNDE nº 38, de 16 de julho de
2009, a mesma determina que a Entidade Executora devera comprar no máximo 9.000,00
(nove mil Reais) Dap/ano do Agricultor Familiar e do Empreendedor Familiar Rural. Em
2013 com a publicação da Resolução 26/2013 este valor passa a ser de no máximo 20.000
(vinte mil reais) por DAP/ano. E em 2015 a resolução 04/2015 em seu inciso “I” e “II”
respectivamente diz que: “A comercialização com fornecedores individuais e grupos
informais, os contratos individuais firmados deverão respeitar o valor máximo de R$
20.000,00 (vinte mil reais), por DAP Familiar /ano/EEx” e “Para a comercialização com
grupos formais o montante máximo a ser contratado será o resultado do número de
22

agricultores familiares, munidos de DAP Familiar, inscritos na DAP Jurídica multiplicado


pelo limite individual de comercialização, utilizando a seguinte fórmula: Valor máximo a
ser contratado = nº de agricultores familiares (DAPs familiares) inscritos na DAP jurídica
x R$ 20.000,00. (BRASIL, 2013).
Outro avanço do PNAE ocorreu no período de 2003 a 2011, com aumento dos
valores per capita transferidos pelo FNDE aos Estados, Municípios e Distrito Federal. Em
2003, o FNDE passou a assumir a alimentação escolar no ensino infantil (creches),
repassando recursos de forma diferenciada para essa modalidade de ensino. Nos anos
posteriores foi aumentando significativamente os valores per capita para creches, escolas
indígenas e quilombolas. Destaca-se que a Portaria Interministerial nº 17/2007 que criou o
Programa Mais Educação que aumenta a oferta educativa nas escolas públicas por meio
de atividades optativas como acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e
lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde,
comunicação, educação científica e educação econômica (BRASIL, 2007).
Com isso o PNAE passou a repassar um per capita maior para os alunos que
aderem ao Programa, com a exigência de que as Entidades Executoras devem ofertar três
refeições ao dia para esses alunos. Como podemos observar na tabela abaixo (Tabela 2), os
valores per capita de 2008 a 2012 tiveram um aumento significativo (BRASIL 2007).

Tabela 2: demonstrativa com os valores corrigidos/alunos/modalidade de ensino de 2008 a


2012, conforme as resoluções.

Resolução Resolução Resolução Resolução/


Modalidade de Ensino /FNDE nº /FNDE nº /FNDE nº FNDE nº
32/2006 38/2009 67/2009 8/2012
2006 2009 2010 2012
Creche 0,22 0,44 0,60 1,00
Pré-escola 0,22 0,22 0,30 0,50
Ensino Fundamental 0,22 0,22 0,30 0,30
Ensino Médio 0,22 0,30 0,30
EJA 0,22 0,30 0,30
Indígena 0,44 0,44 0,60 0,60
Quilombola 0,44 0,44 0,60 0,60
Mais Educação - 0,66 0,90 0,90

Fonte: FNDE/MEC (2015).

Atualmente, são atendidos pelo Programa os alunos de toda a educação básica


(educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos)
23

matriculados em escolas públicas, filantrópicas e em entidades comunitárias (conveniadas


com o poder público), por meio da transferência direta de recursos financeiros.

Embora a Lei 11.947/09 seja relativamente recente e o processo de


operacionalização da compra da agricultura familiar pelo PNAE encontra-se em dois
momentos bem distintos, dependendo talvez, da região em que esteja se avaliando a
implementação da política, pois se em alguns locais se discute o acréscimo no valor dos
produtos orgânicos ou agroecológicos, em outros se discute a execução financeira do
percentual mínimo de 30% conforme definido pela legislação. Por outro lado, existe
também uma diferença substancial do volume de investimentos do programa por região do
país (Figura 1).

Figura 1: Mapa dos recursos repassados pelo FNDE por estado em 2011

Fonte: MDA et al, 2012


24

3. METODOLOGIA

3. 1. Município de Tomé Açu, Estado do Pará.

O município de Tomé-Açu, está localizado na mesorregião do Nordeste Paraense e


microrregião de Tomé-Açu no Bioma Amazônia, com uma latitude 02º04’52" e 03º16’36"
Sul e uma longitude 47º55’38" e 48º26'46" Oeste de Greenwich, tendo como limites os
municípios: ao norte, Acará e Concórdia do Pará; a leste São Domingos do Capim, Aurora
do Pará e Ipixuna; ao Sul o município de Ipixuna e a Oeste Tailândia e Acará. Está situado
a 280 km de Belém por via rodoviária (PA-140) e 270 km com percurso pelos rios Acará e
Guamá (RODRIGUES et al., 2001). Apresenta uma área territorial de 5.145,338 km² e
uma população de 56.518 habitantes, dos quais 31.563 são residentes na área urbana e
24.955 na zona rural, o que corresponde a 56% e 44% respectivamente, dados de acordo
com o Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2012).

No município, o relevo predominante é o plano, com amplitude altimétrica entre 14


e 96 metros em relação ao nível do mar. O clima da região corresponde ao tipo Am,
classificação de Köppen, com temperatura média máxima de 34,4ºC e temperatura média
mínima de 21,1ºC e precipitação anual elevada em torno de 2.500 mm, apresentando
distribuição irregular durante os meses do ano e caracterizando duas estações, uma estação
chuvosa que vai do mês de novembro ao mês de junho e outra menos chuvosa que vai do
mês de julho a outubro, quando ocorrem índices totais pluviométricos mensais inferiores a
100 mm. Os solos são representados por latossolos amarelo distrófico em suas fases
texturais, variando de média a argilosa e de topografia ondulada (PACHÊCO; MATOS,
2006).

Sua rede hidrográfica é representada pela bacia do rio Acará-Mirin e seus afluentes
o rio Tomé-Açu (seu principal afluente), o rio Mariquita e o rio Cuxiú. O município fica
situado na margem esquerda do rio Acará-Mirin que atravessa o município no sentido
norte-sul (RODRIGUES et al., 2001). Apresenta vegetação natural, caracterizada como
floresta equatorial subperenifólia densa das terras baixas e densa aluvial, com vegetação
secundária na forma de capoeiras, resultante da ação de atividades agrícolas, extrativistas e
madeireiras e implantação de diferentes culturas agrícolas como a pimenta-do-reino. Os
ecossistemas naturais da região Nordeste Paraense, sofreram grandes alterações,
provocadas pela forte pressão da ocupação humana na área, causando mudanças
25

ambientais, devido ao desmatamento e prejudicando dessa forma a biodiversidade na


região (RODRIGUES et al., 2001).

Sua ocupação agrícola por meio da imigração japonesa ocorreu em duas fases: uma
com a predominância de monocultivos de pimenta-do-reino e cacau no período de 1940 a
1970 e a fase atual com o crescimento de sistemas agroflorestais (YAMADA, 1999). Nesta
fase destacam-se espécies arbóreas remanescentes da mata original como a Castanha-do-
Brasil, o cedro (Cedrelafissilis Vell) e o ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia Vahl). A
dinâmica da vida social, econômica e cultural do povoado de Tomé-Açu gerou em torno da
atividade agrícola e da Cooperativa, cooperativa agrícola mista de Tomé Açu (CAMTA).
A agricultura em Tomé-Açu continua sendo uma atividade importante, tendo diversificado
as atividades produzidas. Atualmente, o Município é constituído apenas do Distrito-Sede:
Quatro Bocas (REIS; PEREIRA, 2014).

A atividade predominante na economia do município de Tomé-Açu é a agricultura,


que constitui sua principal fonte de renda e que durante muitos anos foi representada pelo
cultivo da pimenta-do-reino. Com o declínio da cultura iniciaram-se outras atividades
produtivas como fruticultura, pecuária, piscicultura e extrativismo vegetal em áreas
florestais. Os sistemas agrícolas tradicionais vêm se desenvolvendo juntamente com os
sistemas agroflorestais, cuja expansão vem aumentando nos últimos anos e a pimenta-do-
reino faz parte de cultivos consorciados ou em sistemas agroflorestais junto com outras
culturas (PACHÊCO; MATOS, 2006; VARELA; SANTANA, 2009).

3. 2. Caracterizações da área de estudo.

O estudo foi realizado em 4 (quatro) Associações do Município de Tomé-Açu:

1. Associação dos Trabalhadores Rurais de Tomé Açu – ASTRUTA que possui 23 sócios,
dos quais 10 participaram desta pesquisa (Apêndice J);
2. Associação de Moradores Unidos de Miritipitanga – ASMUMI que possui 23 sócios,
dos quais 10 participaram desta pesquisa (Apêndice K);
3. Associação de Produtores e Produtoras de Agricultura Familiar do Município de Tomé-
Açu – APPRAFAMTA ASMUMI que possui 24 sócios, dos quais 12 participaram
desta pesquisa (Apêndice L);
4. Associação de Moradores, Agricultores e Quilombolas da Comunidade Nova Betel que
possui 50 sócios, dos quais 20 participaram desta pesquisa;
26

3. 3. Tipo de pesquisa
A pesquisa realizada foi um estudo de caso que Segundo Godoy (1995) tem o
objetivo de aprofundar a descrição de determinado fenômeno, o investigador pode optar
pelo estudo de situações típicas (similares a muitas outras do mesmo tipo) ou não usuais
(casos excepcionais). O estudo de caso tem se tornado a estratégia preferida quando os
pesquisadores procuram responder às questões "como" e "por quê" certos fenômenos
ocorrem, quando há pouca possibilidade de controle sobre os eventos estudados e quando o
foco de interesse é sobre fenômenos atuais, que só poderão ser analisados dentro de algum
contexto de vida real. Adotando um enfoque exploratório e descritivo, o pesquisador que
pretende desenvolver um estudo de caso deverá estar aberto às suas descobertas. Mesmo
que inicie o trabalho a partir de algum esquema teórico, deverá se manter alerta aos novos
elementos ou dimensões que poderão surgir no decorrer do trabalho. O pesquisador deve
também preocupar-se em mostrar a multiplicidade de dimensões presentes numa
determinada situação, uma vez que a realidade é sempre complexa.

3.4 Percurso metodológico.

O estudo se iniciou com coleta de dados documentais, tais como: (Extrato de DAP
(Declaração de Aptidão ao Pronaf); Editais chamadas Públicas (Apêndices); em sites
oficiais (Extrato de DAP Web; Receita Federal) e levantamento bibliográfico. O segundo
passo na pesquisa foi a realização de reuniões para aplicação das ferramentas: FOFA e
Calendário Sazonal.
Segundo Marinho e Freitas (2015), a FOFA é uma ferramenta do Diagnóstico Rápido
Participativo que possibilita o diagnóstico e avaliação de processos socioambientais e
produtivos referentes a um determinado grupo social, organização e instituição. A partir
dessa metodologia é possível identificar as Fraquezas, as Oportunidades, as Fortalezas e as
Ameaças (FOFA) que interferem na dinâmica do grupo envolvido no processo de
diagnóstico/intervenção. Faria e Neto (2006) reforçam que em um Calendário Sazonal, o
que move a discussão é o tempo, as diferenças sazonais que marcam determinados
aspectos da realidade, como chuvas, doenças, variações da população, disponibilidade de
recursos financeiros ou naturais, entre outros.
A aplicação da FOFA e do Calendário Sazonal foram realizados em cada uma das
Associação, onde a reunião iniciou com uma breve explicação sobre o PNAE e em seguida
sobre as metodologias que seriam realizadas. Os agricultores foram divididos em grupos,
27

sendo que cada grupo recebeu uma cartolina e um pincel para que eles pudessem anotar as
fortalezas, fraquezas, oportunidades e ameaças observadas em sua organização
socioprodutiva. Ao final de cada reunião, os grupos apresentavam o resultado da
metodologia construída.
Após a conclusão da FOFA foi construído o Calendário Sazonal. Os recursos para
registros das falas foram o gravador e máquina fotográfica, previamente autorizados pelos
entrevistados. É importante ressaltar que as fotografias, são um meio universal de se
comunicar. A partir dela é possível observar, conhecer, bem como, documentar, mostrar,
vermos o mundo e ele nos vê. Considerando seu poder de interação, podemos prever o
quanto esses recursos podem influenciar as pessoas e ajudar a documentar fatos
considerados importantes para a sociedade. (OLIVEIRA; FRISONI, 2009).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Organizações Socioprodutivas do municípios de Tomé-Açu, Estado do Pará

4.1.1. Associação dos Trabalhadores Rurais de Tomé Açu – ASTRUTA


A comunidade de Itabocal foi fundada na década de 70, por moradores da própria
região de Tome-Açu, sendo que o primeiro morador foi o Senhor Luis Ciqueira. Segundo
relato dos moradores da Comunidade, o mesmo chegou à região através do Igarapé
Itabocal, que deu origem ao nome da comunidade. Itabocal está localizado no ramal
Itabocal, Rodovia PA 140 km 03, sentido Quatro bocas/Tome-Açu e a 07 km da PA 140.
Na comunidade, atualmente, existe cerca de 40 famílias e uma única associação com a
razão social de Associação dos Trabalhadores Rurais de Tomé Açu – ASTRUTA.

No momento da pesquisa (Março/2016), a associação contava com 23 sócios e é


considerada pelos participantes deste estudo, uma associação organizada, o que facilita o
acesso a recursos para produção, comercialização, entre outros serviços, fazendo com que
a comunidade se desenvolva e com isso melhore a qualidade de vida dos moradores da
comunidade. Segundo os atores participantes da pesquisa, a ASTRUTA mantém parcerias
com a prefeitura de Tomé Açu, Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de
Tomé-Açu (Sintraf Tomé-Açu), além de considerarem que a casa agropecuária -
AGRONAG, segundo eles é muito importante para associação, devido à facilidade do
acesso aos insumos.
28

4.1.2. Associação de Moradores Unidos de Miritipitanga – ASMUMI


A comunidade de Miritipitanga surgiu através de assentamentos das famílias de
agricultores realizado pelo INCRA em 1989. Os primeiros moradores do assentamento são
oriundos dos municípios de Tomé – Açu, Irituia, Concórdia do Para e Mãe do rio, o
assentamento está localizada na PA 140 km 25 sentido Tomé-Açu/Concórdia do Pará. No
assentamento moravam 96 famílias que receberam um lote cada, equivalente a vinte e
cinco (25) hectares por família. Segundo o morador do assentamento, André Bentes
“anteriormente existiam cerca 90 famílias, devido à venda elevadas de terras, hoje existe
cerca de setenta 70 famílias apenas, fora os agregados”. Vários projetos foram implantados
no assentamento Miritipitanga. O primeiro deles foi o projeto Fomento que ajudava com
maquinários, depois foi o projeto de Habitação, posteriormente o de crédito rural para o
plantio de pimenta do reino e de reflorestamento.
A Associação de Moradores Unidos de Miritipitanga – ASMUMI foi fundada no
ano de 1992, pelos agricultores familiares do Assentamento Miritipitanga e, atualmente,
possui um quadro social de 13 (trezes) sócios e suas reuniões acontecem sempre no início
de cada mês. Segundo os participantes desta pesquisa, através dessa organização os sócios
buscam maiores oportunidades econômicas, sociais e ambientais com melhores condições
de acesso ao crédito rural, compra coletiva de insumos agrícolas bem como a formação de
parcerias com órgãos públicos e privados, com a finalidade de novos mercados para seu
produtos, aumentar, e melhorar a produção, geração de renda, por meio da produção de
produtos orgânicos ambientalmente sustentáveis e consequentemente um aumento na renda
familiar.

4.1.3. Associação de Nova Betel.


No ano de 1964 o Senhor Mendonça Matias – remanescente de quilombolas –
juntamente com sua família migrou da comunidade Jupuúba pertencente ao município de
Acará, também no Estado do Pará para a local onde hoje se localiza a comunidade Nova
Betel. Depois que o Sr. Mendonça adentrou na região, outras pessoas foram atraídas para o
local, em função do solo fértil e áreas de matas primárias. Neste contexto histórico, o
Senhor Ernestinho Chermont – também remanescente de quilombolas – foi o segundo a
chegar na região e com sua família fixou moradia no local. A família do seu Mendonça e
de seu Ernestinho que já estava unida por matrimônios anteriores à migração permanecem
29

no local até os dias de hoje. Para homenagear um monte citado na bíblia, a comunidade
passou a ser chamada Nova Betel.

A comunidade Nova Betel, fica a 27 km do distrito de Quatro Bocas no município


de Tomé –Açu e possui cerca de 70 (setenta) moradores. Inicialmente, os agricultores
familiares se organizaram em uma associação fundada em 21 de novembro do ano de 2010
denominada Associação de Moradores e pequenos produtores da Comunidade Nova
Betel que funcionou com razão social até 06 de dezembro do ano de 2015.

Porém, em 03 de março de 2016 A Fundação Cultural Palmares (FCP) reconheceu


a comunidade como remanescente de quilombos e a Associação passou a ser denominada
Associação de Moradores, Agricultores e Quilombolas da Comunidade Nova Betel
composta por 50 (cinquenta) associados.

4.2.4. Associação de Santa Luzia.


A comunidade Santa Luiza, foi fundada em 1960, os primeiros habitantes são
oriundos da cidade de Cametá, no estado do Pará. A origem do nome da comunidade está
relacionada especialmente por estes habitantes serem devotos de Santa Luzia, abrange os
ramais Bragantinos, Nova Olinda, Curimã e São José e fica localizada a 5 km do centro
urbano mais próximo, Vila da Forquilha, 27 km do Distrito de Quatro Bocas e 40 km da
sede do município de Tomé-Açu e as condições de acesso são consideradas razoáveis pela
maioria da população. (REIS; PEREIRA, 2014).

Em relação à organização da comunidade, as famílias participam de uma associação


organizada cuja razão social é, Associação de Produtores e Produtoras de Agricultura
Familiar do Município de Tomé-Açu - APPRAFAMTA, fundada no ano de 2005, essa
ação possibilita a atuação como captores de recursos para a produção e comercialização de
seus produtos, tornando-os mais eficientes e produtivos. A associação possui atualmente
vinte e quatro (24) sócios, abrangendo cinquenta (50) famílias.

A APPRAFAMTA mantém diversas parcerias com órgãos como a Prefeitura


Municipal de Tomé-Açu que estimula o apoio no fornecimento de insumos, assistência
técnica e elaboração de cursos de capacitação, Comissão Executiva do Plano da Lavoura
Cacaueira (CEPLAC), Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Tomé-Açu
(Sintraf Tomé-Açu), Incubadora Tecnológica de Desenvolvimento e Inovação de
30

Cooperativas e Empreendimentos Solidários (INCUBTEC) do Instituto Federal do Pará


(IFPA-Campus Castanhal), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do
Pará (EMATER-PA), Planejamento e Assessoria Técnica Rural S/C Ltda. (REIS;
PEREIRA, 2014).

4.2 Execução do PNAE no Município de Tomé – Açu, Estado do Pará (2011-2014)


No município de Tomé-Açu o volume de recursos repassados pelo FNDE no
período de 20011-2014 somaram R$ 6.756.404,40 (Seis milhões, setecentos e cinquenta e
seis mil, quatrocentos e quatro reais e quarenta centavos), e o percentual mínimo que é
30%, conforme a Lei 11.947/2009 só foi atingido no ano de 2014 (Gráfico 1).

Gráfico 1: Valor repassado para o município de Tome-Açu nos ano de 2011 a 2014
percentual de aquisição da Agricultura Familiar

R$1.999.287,60

R$1.761.636,00
R$1.613.860,80

R$ 1.381.620,00

R$508.947,45
R$401.182,00

R$116.070,80 R$153.564,17

8,40% 8,72% 20,07% 31,54%

2011 2012 2013 2014

Valor repassado pelo FNDE Valor de aquisição da A.F Percentual de aquisição

Fonte: FNDE 2016

A aquisição dos gêneros alimentícios da agricultura familiar no Programa Nacional


de Alimentação Escolar no município de Tomé-Açu foram efetuadas da seguinte forma,
em seus anos correntes: No ano de 2011 foi inicialmente aberto o Edital de Pregão
Presencial para grupos Formais (grupos compostos por associações ou cooperativas)
(Apêndice A). Porém, este foi declarado deserto. Assim, segundo a Entidade Executora foi
lançado novo Edital, dispensando-se o processo licitatório para agricultores individuais
(DAP individual), porém adotando o critério preço para seleção da proposta, não
ultrapassando o limite de R$ 8.000,00 (oito mil reais) por agricultor. Esses dados foram
fornecidos pela Comissão Especial de Licitação/Prefeitura Municipal de Tome-Açu, 2016.
31

No ano de 2012, a situação se repetiu e, segundo a Entidade Executora, as compras


dos gêneros da agricultura familiar só ocorreram após o Pregão Presencial N° 9/ 2012 –
0602003 habilitar agricultores individuais (DAP individual) para o fornecimento.

Em 2013 – As compras foram realizadas após o Pregão Presencial N° 9/ 2013 –


3101001 ser declarado deserto, quando segundo a Entidade Executora após lançamento de
novo edital, as compras foram realizadas por meio de dispensas de licitação, podendo
participar agricultores individuais (DAP individual) e grupos formais. Neste ano, o
fornecedor de alimentos ao PNAE foi a Associação dos Trabalhadores Rurais de Tomé –
Açu, abrangendo 30 associados.

Somente no ano de 2014 as compras foram realizadas com dispensas de licitação


por meio da Chamada Pública N° 001/2014, onde puderam ser habilitados Grupos
Formais, Grupos Informais e agricultores individuais (DAP individual), não ultrapassando
o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por agricultor (Tabela 3).

Tabela 3. Relação dos fornecedores do PNAE de 2011 a 2014.

Edital de
Fornecedores, por
Chamada Pública Produtos fornecidos
contrato
ou Licitação
Abacaxi, Banana,
Castanha do Brasil,
Frutas Laranja, Mamão,
Melancia, Milho Verde,
Pupunha
Polpa de Açaí, Polpa de
Maracujá, Polpa de
Polpas de
Acerola, Polpa de
frutas
Individuais (DAP Cupuaçu; Polpa de
Edital de Licitação individual) Taperebá
1 nº 9/2011 - Total de Macaxeira, Batata Doce,
1301003 fornecedores: Tubérculos
Inhame
30 (Trinta)
Cebolinha, Coentro,
Couve, Abobora, Cariru,
Hortaliças
Jambu, Pimentinha,
Pimentão, Pepino

Farinha de Tapioca,
Outros
Farinha de Mandioca
32

Edital de
Fornecedores, por
Chamada Pública Produtos fornecidos
contrato
ou Licitação
Abacate, Mamão,
Melancia, Quiabo,
Frutas Limão, Laranja, Alface,
Banana, Taperebá,
Goiaba.
Polpa de Maracujá, Polpa
de Muruci, Polpa de
Polpas de
Individuais (DAP Cupuaçu, Polpa de
frutas
individual) Abacaxi, Polpa de Açaí,
Edital nº 9/2012 - polpa de acerola.
2 Total de
0602003
fornecedores:
22 (Vinte e dois) Tubérculos Macaxeira

Tomate, abobora, couve,


cheiro verde, pepino,
Hortaliças
repolho, cebolinha,
maxixe, pimentinha,

Outros Farinha de mandioca.

Abacate, banana, coco


Frutas seco, mamão melancia
Abacaxi, laranja, mamão,

Polpa de acerola, polpa


Polpas de de goiaba, polpa de
Frutas maracujá, polpa de
Individuais (DAP cupuaçu, polpa de
individual) = 47 abacaxi, polpa de açaí.
(quarenta e sete)
+ Tubérculos Macaxeira
Edital n° 9/2013 - Grupo Formal Maxixe verde, abobora,
3
3101001 (Associação dos alface, cheiro verde,
Trabalhadores Rurais Hortaliças
cebolinha, couve, pepino,
de Tomé – Açu) pimentinha.
Carne moída, farinha de
tapioca, farinha de
mandioca, frango
congelado, carne bovina
Outros com osso para sopa,
carne bovina magra,
tomate integral, pão de
queijo.
33

Edital de
Fornecedores, por
Chamada Pública Produtos fornecidos
contrato
ou Licitação

Melancia, banana, milho


Frutas
verde

Polpa de açaí, polpa de


maracujá, polpa de
Polpas de
acerola, polpa de
frutas
cupuaçu e polpa de
taperebá,

Macaxeira
Tubérculos

Informais (DAP
individual) = 53
(cinquenta e três)

4 Edital n° 001/2014 +
Grupo Formal
(Associação dos Abobora, abobrinha,
Trabalhadores Rurais cariru, cebolinha,
de Tomé – Açu) Hortaliças cheiro verde, couve,
jambu, pimentinha,
pimentão, pepino.

Outros Farinha de mandioca,


farinha de tapioca.

Fonte: Comissão Especial de Licitação/Prefeitura Municipal de Tome-Açu, 2016

Atualmente no município três associações possuem DAP Jurídica e estariam


habilitadas a participar da Chamada Pública enquanto Grupo Formal, desde que
apresentem os demais documentos necessários: Certidões junto INSS, FGTS, Fazenda,
34

Estatuto Social atualizado, Ata de posse da atual diretoria, Projeto de Venda e Declaração
de origem dos produtos (Tabela 4).

Tabela 4 – Organizações da Agricultura Familiar que possuem DAP Jurídica no município


de Tomé-Açu, Para (2016).
Data de
CNPJ Razão Social Emissor
Emissão
Associação de Moradores Unidos de
02791815000161 16/02/2015 SINTRAF
Miritipitanga
Associação dos Produtores e Produtoras
07615231000159 02/03/2015 SINTRAF
Rurais da Agricultura Familiar
Associação Dos Trabalhadores Rurais De
00809737000150 06/04/2015 SINTRAF
Tome-Açu
Fonte: MDA/SAF/DAP Web (2016).

Assim, o levantamento das potencialidades de oferta da agricultura familiar e suas


organizações é de fundamental importância para a efetivação da política pública do PNAE.
Desta forma, serão apresentados a seguir os dados referentes as organizações pesquisadas
no município de acordo com as metodologias participativas construídas.

4.3. Análises das Potencialidades e Dificuldades das Associações Pesquisadas


(Fortalezas, Fraquezas, Oportunidades. Ameaças).
A importância da avaliação das organizações da agricultura familiar para oferta de
alimentos é fundamental, pois facilita iniciativas dos agricultores para a aquisição de
produtos, além de ser um instrumento de ação que define o conjunto de atividades
desenvolvidas por pessoas com interesses comuns. Schröetter (2011) acrescenta que um
novo espaço que se abre no mercado de produtos para a alimentação escolar, a agricultura
familiar tem mais uma importante oportunidade de comercialização rentável. Para isto, é
preciso organização, uma vez que as políticas públicas para o setor priorizam os
agricultores e agricultoras familiares organizados em associações e cooperativas.

4.3.1. Associação dos Trabalhadores Rurais de Tomé Açu – ASTRUTA.

A construção da FOFA não foi uma atividade fácil. Embora a metodologia esteja
pautada nos princípios da PNATER é necessário que haja envolvimento entre o
extensionista (neste caso os pesquisadores) e a comunidade.
35

A ASTRUTA já comercializa junto ao PNAE desde 2014 e, talvez, por este motivo
não tenha havido maiores considerações as dificuldades de acesso a política pública. Ao
contrário, a todo momento, os envolvidos buscavam ter certeza de que a pesquisa não
inviabilizaria a habilitação da associação na próxima Chamada Publica. Assim, os dados
elencados como pontos positivos e negativos são apresentados na Matriz FOFA (Tabela 5).
Tabela 5 – Matriz FOFA: elementos do cenário da Associação dos Trabalhadores Rurais
de Tomé Açu – ASTRUTA, Tomé Açu, PA.
FATORES INTERNOS FATORES EXTERNOS

FORTALEZAS OPORTUNIDADE
C P P
E O  Entrega da produção  Acesso AGRONAG – C O
N N agrícola é feita de forma (Loja de produtos E N
Á T direta a Prefeitura do agropecuários). N T
R O Município de Tome Açu. Á O
I S  Participar dos cursos R S
O  Organização comunitária ofertados pelo SEBRAE I
P por meio da Associação – aos agricultores. O
P O ASTRUTA. P
E S  Acesso ao PNAE O O
S I  Agricultura diversificada. T S
I T I I
M I M T
I V I I
S O S V
T S T O
A A S
FRAQUEZAS AMEAÇAS

P  Baixa produção de produtos  Dificuldade em P


C O agrícolas. conseguir insumos C O
E N agrícolas. E N
N T  A desunião de alguns N T
Á O Á O
moradores.  Concorrência do
R S R S
I mercado local I
O  Falta de transporte para o (Supermercado O N
N carregamento da produção RADAR). E
P E agrícola. P G
E G  Falta de adubos orgânicos para  Falta de assistência E A
S A a produção de hortaliças. . técnica. S T
I T I I
M I M V
I V I O
S O S S
T S T
A A
Fonte: Elaborada pelo autor (2016).
36

A matriz apresenta alguns dados controversos e que chamam atenção como mostra
os fatores internos, tendo como uma fortaleza a organização comunitária por meio da
Associação – ASTRUTA, porém, nas fraquezas os participantes da oficina mostraram que
existe uma desunião entre os associados, onde dificulta o desenvolvimento da comunidade.
Nas falas dos participantes, o maior problema elencado foi a dificuldade de acesso a
parcerias, entre elas a Natura e a Beraca. Outro destaque é para a produção de alimentos.
Embora a associação participe do PNAE desde 2014 e entregue uma variedade de 30
diferentes produtos, a baixa produção de produtos agrícolas aparece como fraqueza da
organização. Assim, segundo os agricultores familiares participantes, devido a oferta de
produtos não ser suficiente para atender o PNAE, às vezes eles precisam comprar de outros
agricultores para suprir a demanda de produtos no contrato do PNAE (Tabela 6). Além
disso, que falta assistência técnica é o principal fator para o não alcance da produtividade
esperada. Por outro lado, segundo os participantes, a associação é potencial produtora de
hortaliças e a falta de adubos orgânicos indispensável a produção é uma ameaça.

Tabela 6: Calendário sazonal do ano de 2016 dos fornecedores do PNAE, Associação –


ASTRUTA - Itabocal, Tomé – Açu, Pará.
Culturas Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Coentro (Coriandrum sativum) X X X X X X X X X X X X

Cebolinha (Allium fistulosum L.) X X X X X X X X X X X X

Jambu (Acmella oleracea) X X X X X X X X X X X X

Mamão (Carica papaya L.) X X X X X X

Abobora (Cucurbita moschata) X X X X X X X

Fonte: Elaborada pelo autor (2016).

4.3.2. Associação de Moradores Unidos de Miritipitanga – ASMUMI


A associação ASMUMI comercializa junto ao PNAE desde 2015. Na construção da
FOFA (Tabela 7) participaram os associados junto aos diretores de escola. Na comunidade
Miritipitanga, os sócios consideram a organização comunitária através da associação
ASMUNI como a maior fortaleza do local e descreveram que umas das suas principais
fraquezas seria a falta de organização dos demais moradores que não participam da
associação, que em muitos casos até se beneficiam da associação sem nenhum
compromisso com os outros associados. A falta de atuação da Assistência Técnica e
37

Extensão Rural que compromete a qualidade da produção e, por esse motivo, eles se
sentem ameaçados com o aparecimento de pragas e doenças e compromete a produção, não
sabendo lidar com essa situação e acabam em muitos casos perdendo parte de suas
produções. Porém, mesmo com essas dificuldades possuem uma produção bastante
diversificada, conforme Calendário Sazonal (Tabela 8).

Tabela 7 – Matriz FOFA: elementos do cenário do PNAE na Associação – ASMUMI -


Miritipitanga, Tomé Açu, PA.

FATORES INTERNOS FATORES EXTERNOS

FORTALEZAS OPORTUNIDADE
C P P
E O  Produção agrícola C O
N N diversificada.  Chamada Publica para acesso ao E N
Á T N T
PNAE
R O Á O
I S
 Organização Comunitária – R S
O Associação ASMUMI.  Atuação efetiva da Secretaria I
P Municipal de Agricultura nas O
P O atividades junto à comunidade e a P
E S Associação; O O
S I T S
I T I I
M I  Sindicatos dos Trabalhadores de M T
I V Agricultura Familiar – SINTRAF I I
S O S V
T S T O
A A S
FRAQUEZAS AMEAÇAS
P  Falta de organização de alguns  Ausência de atuação da Secretaria de PO
C O moradores. Obras, pois os ramais estão C NT
E N E OS
intrafegáveis e comprometem o
N T N
Á O
 Falta de transporte para o escoamento da produção; Á NE
R S carregamento da produção R GA
I agrícola.  Falta de atuação da Assistência I T
O Técnica e Extensão Rural que O I
N  Baixa produção de produtos compromete a qualidade da produção; VO
P E agrícolas. P S
E G  Aparecimento de pragas e doenças na E
S A  Os moradores consideram os produção; S
I T atravessadores uma fraqueza I
M I M
para a comunidade.  As Mudanças climáticas atrapalham
I V I
S O
na qualidade da produção. S
T S T
A  Burocracia para acesso ao PNAE A

 Falta de insumos agrícolas que só


conseguem comprar no Município de
Castanhal..
Fonte: Elaborada pelo autor (2016).
38

Tabela 8: Calendário sazonal do ano de 2016 dos fornecedores do PNAE - ASMUMI -


Miritipitanga, Tomé – Açu, Pará.
CULTURAS jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov Dez

Alface (Lactuca sativa) X X X X X X X X X X X

Banana (Mussa spp). X X X X X X X X X X X X

Couve (Brassica oleracea ) X X X X X X X X X X X X

Mandioca (Manihot esculenta SPP). X X X X X X X X X X X X

Macaxeira (Manihot esculenta SSP). X X X X X X X X X X X X

Melancia (Citrullus lanatus) X

Pimentinha (Capsicum spp). X X X X X X X X X X X X

Açai (Euterpe oleracea) X X X X X

Acerola (Malpighia emarginata) X X X X X X X X X X X X

Goiaba (Psidium guajava) X X X X

Muruci (Byrsonima crassifólia). X X X X X

Maracujá (Passiflora spp.) X X X X X X X

Taperebá (Spondias mombin) X X X X X

Fonte: Elaborada pelo autor (2016).

Os sócios dizem que acabam tendo dificuldades em entender algumas situações


relacionadas ao PNAE, por esse motivo dizem que tanta burocracia seria uma ameaça, se
tivessem esclarecimento das Entidade Executora e Entidade Articuladora, como palestras,
oficinas, orientação de formas simples e claras relacionadas ao programa seria bem mais
fácil para compreenderem a essência do programa e entender melhor como funciona cada
documento que se é solicitado para acesso ao PNAE. Em comparação com o trabalho do
Leite (2013) foram levantados alguns pontos semelhantes. Os agricultores foram unânimes
em apontar a burocracia que enfrentam com o PNAE como um entrave ao
desenvolvimento deste mercado na região. Além da burocracia, algumas observações
foram feitas como as situações das estradas nas comunidades, seguido por falta de apoio
público para os produtores.

Quanto às oportunidades, os mercados institucionais são vias que podem contribuir


para inserção de recursos nas associações, que venha a ser usado para sanar limitações
39

enfrentadas. Além dos mercados institucionais há o mercado livre do município onde a


maior parte da produção é comercializada.

. 4.3.3. Associação de Moradores, Agricultores e Quilombolas da Comunidade


Nova Betel.
A comunidade quilombola Nova Betel, tem como suas principais fortalezas a água
encanada de boa qualidade, uma produção diversificada e a organização comunitária por
meio da Associação Nova Betel. Porém, tem como fraqueza a desunião comunitária que
seria a falta de interesses de alguns moradores para se associarem e assim, tornar a
comunidade mais fortalecida e decentralizar as atividades somente nas mãos de uma
pessoa, isso gera sobrecargas para os associados ou associado responsável em assumir a
maioria das atividades comunitária (Tabela 9).
Segundo Jorge et al (2013) foi realiza analises em seu trabalho que diz ser
perceptível a falta de motivação que ocorre nas organizações, não havendo participação
constante nas atividades da associação, pela maioria dos associados, isto gera outro
impasse: a necessidade de centralizar as atividades na diretoria, que fica responsável por
maior parte das atividades.
Tabela 9 – Matriz FOFA: elementos do cenário do PNAE na Associação de Nova Betel,
Tomé Açu, PA.

FATORES INTERNOS FATORES EXTERNOS

FORTALEZAS OPORTUNIDADE
C P C P
E O  Água encanada de boa  Parcerias com a Hidro energia, E O
N N qualidade. Cooperativa Agrícola Mista de N N
Á T Tomé Açu -CAMTA, Agência de Á T
O R O
R  Produção diversificada e de Cooperação Internacional do
S I S
I qualidade. Japão - JICA, por meio de O
O P
iniciativas a construção de um P
O  Organização comunitária sistema de avicultura na O O
O S por meio da Associação – comunidade, além de incentivar a T S
T I Nova Betel. construção da horta orgânica e I I
I T ações solidárias em meses M T
M I comemorativos, como Natal, dia I I
I V das crianças, dia das mães. S V
S O T O
T S A S
A
40

FRAQUEZAS AMEAÇAS
C C
E P  Falta de transporte para o  Constante queda de energia. E
O carregamento da produção  Carência de uma unidade de Saúde
N N
N agrícola. na comunidade.
Á T  A desunião de alguns  Biopalma, provocando o êxodo Á P
R O moradores. rural. R O
I S  Ausência de mão de obra,  Prefeitura Municipal de Tomé- açu, I N
O pouca mão de obra para os moradores se sentem O T
N serviços no campo. abandonados. O
P E  Difícil acesso as estradas no  Falta de assistência técnica. P S
E G período chuvoso, Inverno.  Falta de informações e E
S A  Falta de organização de conhecimentos sobre o PNAE. S N
I T alguns moradores.  Ausencia de atuação da Secretaria I E
M I  Falta de transporte para o de Obras, pois os ramais estão M G
I V carregamento da produção intrafegáveis e comprometem o I A
S O agrícola. escoamento da produção; S T
T S  Baixa produção de produtos  Falta de atuação da Assistência T I
A agrícolas. Técnica e Extensão Rural que A V
 Os moradores consideram os compromete a qualidade da O
atravessadores uma ameaça produção; S
para a comunidade.  Aparecimento de pragas e doenças
na produção;
 As Mudanças climáticas atrapalham
na qualidade da produção.
 Burocracia para acesso ao PNAE
 Falta de insumos agrícolas que só
conseguem comprar no Município
de Castanhal.
Fonte: Elaborada pelo autor (2016).

Apesar de possuírem uma produção de diversificada (Tabela 10), tem dificuldade


com a escassez de mão de obra, pois se tem muito trabalho no campo para poucos
trabalhadores na associação, mas o pouco que se conseguem é de boa qualidade. Uma das
situações descritas por eles foi a falta de um posto de saúde na comunidade, surgindo como
uma ameaça aos associados, principalmente aos idosos e crianças que precisam se
deslocar-se a 7 km para comunidade mais próxima, Vila Socorro, quando precisam de
assistência medica, sendo observado um número bem expressivo de idosos e crianças. O
que chamou atenção na oficina foi os moradores relatarem que não conheciam o Programa
Nacional de Alimentação Escolar – PNAE ou simplesmente merenda escolar como é
conhecidos pelos agricultores dessa região, isso se dar devido à falta de informação por
parte da Entidade Executora e Entidade Articuladora responsáveis pelas informações sobre
o PNAE, lembrando que eles possuem todos os requisitos proposto no programa.
41

Tabela 10: Calendário sazonal do ano de 2016 dos produtores rurais da Associação de
Nova Betel, Tomé – Açu, Pará.
Culturas jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Pimenta do Reino (Piper nigrum L.) X X X X X

Açai (Euterpe oleracea) X X X X X

Mandioca (Manihot esculenta) X X X X X X X X X X X X

Abobora (Cucurbita pepo) X X X X X X X

Melancia (Citrullus lanatus) X

Fonte: Elaborada pelo autor (2016).

4.3.4 Associação de Produtores e Produtoras de Agricultura Familiar do


Município de Tomé-Açu – APPRAFAMTA.
A associação da comunidade Santa Luzia participou da venda de seus produtos para
o PNAE no ano de 2015, em 2016 os moradores da comunidade disseram que devido à
questão de valores os mesmos não iriam participar. Segundo o presidente da associação
ARAFRAMTA:

Não fornecemos esse ano para a merenda escolar, devido à questão de


valores dos nossos produtos, não dava, devido ser um negócio de ano,
então eles nos ofereceram um preço muito pequeno pela nossa condição,
pelo nosso trabalho, pelo que nos gastamos, fomos analisar que iriamos
meter a mão no bolso para pagar nossos serviços, queremos ter lucro.
Eles nos entenderam e quem sabe no próximo semestre podemos fornecer
nossos produtos para merenda escolar (Fala do Sr . Eraldo do Carmo).

Santa Luzia tem como ponto positivo mais discutido na matriz FOFA a organização
Comunitária por meio da Associação – APRAFAMTA, gerando uma visão mais ampla
sobre a comunidade e o desenvolvimento da mesma, a mão de obra especializada,
produção diversificada (Tabela 11) para atuação na agroindústria se torna fundamental, os
moradores destacam parceria com IFPA – Castanhal que priorizam o setor de extensão e
pesquisa e incentivam os seus filhos a ingressarem na instituição em busca de qualificação
profissional para o desenvolvimento da comunidade, outro ponto forte que eles destacaram
é a implantação de uma Agroindústria na Comunidade, para eles com essa agroindústria os
seus produtos agora vai ter um valor diferenciados dos outros por serem produtos
elaborados, e promovendo assim a verticalização da produção e em consequência a
agregação de valor aos produtos industrializados.
42

Tabela 11 – Matriz FOFA: elementos do cenário do PNAE na Associação –


ARAFRAMTA - Santa Luzia, Tomé Açu, PA.
FATORES INTERNOS FATORES EXTERNOS

FORTALEZAS OPORTUNIDADE
C
E P  Organização  Parceiras com o Instituto Federal do Pará C P
N O Comunitária por meio da – IFPA. Oferecendo qualificação para os E O
Á N Associação – filhos dos agricultores da comunidade. N N
R T APRAFAMTA. Á T
I O  Seus produtos são vendidos diretamente R O
O S  Reflorestamento para BERACA (Empresa genuinamente I S
(Modelos agroflorestais) brasileira com abordagem internacional, O
O que investe no desenvolvimento de
T P  Mão de obra ingredientes e tecnologias sustentáveis). O P
I O especializada, para A comunidade de Santa Luzia possui T O
M S atuação na agroindústria. outras parcerias com a EMPRAPA, I S
I I EMATER, VEDA, Loreal Paris, Conabe, M I
M T  Existência da Natura. Por meio de vendas de seus I T
I I Agroindústria na produtos ou pesquisas na comunidade. S I
S V Comunidade. T V
T O  Acesso ao mercado local do Município. A O
A S  Agricultura S
diversificada.

 Abastecimento
comunitário por meio do
poço artesiano.

FRAQUEZAS AMEAÇAS

C  Difícil acesso as estradas durante o


E  Ausência da Certificação período chuvoso.
C
N P da Vigilância Sanitária P
Á O dos produtos, nesse caso  Pontes de acesso à comunidade E O
R N das polpas de frutas. precária. N N
I T  Falta de coleta de lixo. Á T
O O R O
S  Dificuldade em adquirir  Falta de transporte no carregamento da I S
P a certificação de produção agrícola. O
E produção orgânica, sendo
S N visto pelos moradores  Constante queda de energia. N
I E como uma alternativa P E
M G mais saudável.  Falta de divulgação para se ter acesso E G
I A ao PNAE. S A
S T  Falta de acesso à I T
T I internet.  Falta de Infraestrutura na comunidade. M I
A V  Estação muito chuvosa prejudica I V
O algumas culturas, como o aparecimento S O
S de pragas em culturas de ciclo curto. Ex.; T S
hortaliças. A
 Presença marcante dos atravessadores
Fonte: Elaborada pelo autor (2016).
43

Umas das dificuldades enfrentadas pelos moradores e a estação muito chuvosa que
prejudica algumas culturas, como o aparecimento de pragas em culturas de ciclo curto. Ex.;
hortaliças. Isso acaba sendo umas das principais ameaças enfrentadas pelos agricultores,
segundo eles, metade dos sócios já receberam a certificação orgânica e a outra metade
ainda não receberam o certificado, sendo que os que receberam só podem vender a
semente por meio dessa certificação, observou que as polpas de frutas não são certificadas,
por esse motivo a questão dos associados que não possuem o certificado para venda de
seus produtos, acabam vendendo seus produtos por preços abaixo do que deveriam vender,
a resolução 26/2013 diz que os produtos orgânicos fornecidos pelos agricultores para o
PNAE, deverão ser acrescido 30% do valor dos produtos convencionais de mercado.

Segundo os Associados da comunidade o que dificulta o acesso ao PNAE seria a


falta de informação, eles acreditam que se existissem divulgação em rádios, jornais e
internet ou panfletos seria mais fácil para eles aderirem e não perderem o período de
acesso, a questão de palestras, oficinas poderia melhorar o entendimento da comunidade.
Por outro lado, a associação garante ter uma diversificação de produtos que poderiam
atender ao PNAE (Tabela 12).

Tabela 12: Calendário sazonal do ano de 2016 dos produtores rurais da – ARAFRAMTA -
Santa Luzia, Tomé – Açu, Pará.
Culturas jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov Dez
Pimenta do reino (PipernigrumL.) X X X X X X X X X X X X

Açai (Euterpe oleracea) X X X X X

Cacau (Theobroma cacao). X X X X X X X X X X X X

Cupuaçu (Theobroma grandiflorum ) X X X X X X

Maracujá (Passiflora spp.) X X X X X X X

Fonte: Elaborada pelo autor (2016).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar, em suas diretrizes, contribui com o


desenvolvimento rural sustentável garantindo o acesso da agricultura familiar aos
mercados institucionais e integra-se, por extensão, a ampliação do acesso universal de
44

alimentos por estudantes do ensino básico educação básica (educação infantil, ensino
fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos).

Paradoxalmente, nota-se, que mesmo sendo obrigatória a aquisição dos gêneros da


agricultura familiar, no município de Tome-Açu, a efetividade desse abastecimento foi de
extrema dificuldade. Por um lado, a aquisição por meio de processo licitatório, na
modalidade pregão não é interessante para o agricultor, pois em muitos casos o valor
apresentado no projeto de venda não supri o custo de produção do item.

Por outro, os agricultores familiares tem dificuldades em organizar-se e nesta


pesquisa não conseguiram informar a quantidade produzida ao longo do ano. Portanto, o
papel da assistência técnica e extensão rural é de fundamental importância para a
organização social e produtiva dos agricultores familiares, o que nesta pesquisa não foi
observado.

Assim, este estudo aponta para a necessidade de estudos mais aprofundados pelos
envolvidos nesta política pública – aqui destacados – os gestores, agricultores e
extensionista – para a ampliação e institucionalização desses mercados. A contratação de
mais técnicos para os serviços de assistência técnica e extensão rural, em especial os
serviços prestados pela EMATER é fundamental para fazer o acompanhamento dos
agricultores na organização e gestão da sua propriedade, elaborando um escalonamento
para que os mesmos possam produzir e fornecer seus produtos de forma regular. Além do
aumento do quadro técnico, a capacitação continuada dos profissionais é de grande
importância para atuação no campo.

Além disso, a redução dos custos do transporte dos produtos através da aquisição de
um veículo utilitário, seria uma sugestão para as associações aqui pesquisadas, pois todas
declaram ter dificuldades em relação ao transporte de seus produtos agrícolas. Em relação
as entregas do PNAE, a entidade executora poderia ter um ponto fixo para entrega dos
produtos de modo a facilitar a logística de entrega.
O atuação mais efetiva do Conselho de Alimentação Escolar – CAE, embora este
não tenha sido objeto direto deste estudo, poderia garantir o cumprimento da legislação
pela prefeitura municipal da compra de no mínimo 30% do recurso do FNDE na aquisição
de gêneros da agricultura familiar.
45

6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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APÊNDICES

Apêndice A. Edital – Pregão Presencial, ano 2011.


52

Apêndice B. Resultado do Edital – Pregão Presencial, ano 2011.


53

Apêndice C. Edital – Pregão Presencial, ano 2012


54

Apêndice D. Resultado do Edital – Pregão Presencial, ano 2012.


55

Apêndice E. Edital – Pregão Presencial, ano 2013


56

Apêndice F. Edital – Resultado do Pregão Presencial, ano 2013


57

Apêndice G. Construção participativa da FOFA (Fortalezas, Fraquezas, Ameaças e


Oportunidades), Associação dos trabalhadores Rurais de Tomé – Açu, ASTRUTA.

Fonte: Autores da pesquisa, 2016.

Apêndice H. Construção participativa da FOFA (Fortalezas, Fraquezas, Ameaças e


Oportunidades), Associação dos moradores unidos de Miritipitanga – ASMUMI.

Fonte: Autores da pesquisa, 2016.


58

Apêndice I. Construção participativa da FOFA (Fortalezas, Fraquezas, Ameaças e


Oportunidades), Associação de Moradores, Agricultores e Quilombolas da Comunidade
Nova Betel.

Fonte: Autores da pesquisa, 2016.

Apêndice J. Construção participativa da FOFA (Fortalezas, Fraquezas, Ameaças e


Oportunidades), Associação de Produtores e Produtoras de Agricultura Familiar do
Município de Tomé-Açu – APPRAFAMTA.

Fonte: Autores da pesquisa, 2016.


59

Apêndice K. lista dos sócios da associação Unidos de Miritipitanga – ASMUMI


60

Apêndice L. lista dos sócios da associação Associação dos Trabalhadores Rurais de Tomé
Açu – ASTRUTA.
61

Apêndice M. lista dos sócios da Associação de Produtores e Produtoras de Agricultura


Familiar do Município de Tomé-Açu – APPRAFAMTA.

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