Sunteți pe pagina 1din 1

A estruturação lógica do discurso acadêmico: Observa-se que a estruturação do discurso acadêmico decorre da existência de formas,

modos, instrumentos, recursos linguísticos próprios para a tradução textual de modelos de pesquisa (típicos às ciências clássicas, às
humanas, à filosofia). Chamamos tais recursos de princípios, tamanha sua importância para a elaboração fundamental desse tipo de escrita
e porque são indispensáveis à decodificação significativa dessas textualidades. Seu conhecimento e o saber sobre como utilizá-los
implicarão na adequada codificação das práticas de pesquisa por parte dos sujeitos autores e, na eficaz compreensão dessas mensagens
através da apropriada decodificação (significativa) por parte dos sujeitos leitores. Ambos os fenômenos encontram-se limitados pelo saber
acerca dos princípios que atuará como fator interveniente, seja na escrita, seja na leitura. A seguir, analisam-se os referidos princípios.

Princípio da Estruturação Lógica: Quando agrupamos certos modos de textualidade por características específicas, chamamos tais
grupamentos de Gêneros ou Tipos textuais. É possível qualificá-los por meio de certas características, tais como estilo, função social,
público de destino, regência de normatividade técnica, pouca ou muita flexibilidade para modificações, contextos de produção, presença
precisa de divisões funcionais, etc. A partir da perspectiva da Semiótica Discursiva e da metodologia de análise estrutural de textos (PGS ou
percurso gerativo do sentido) aplicadas à análise de textos filosóficos e científicos, adotaremos a distinção das seguintes características ou
categorias agrupadas em níveis presentes nos textos que são: (i) o nível estrutural narrativo (formado por elementos especificamente
demarcados, explicitamente ou não, no texto, como suas partes, elementos, divisões funcionais, critérios nominais que designam funções
(e.g.; introdução, desenvolvimento, conclusão), presença necessária de elementos fundamentais ao gênero (e.g.; no gênero acadêmico, a
tese e argumentação); (ii) o nível de conteúdo/temático (será o efeito do preenchimento dos elementos estruturais do nível narrativo com
as informações temáticas de cada gênero e as áreas de conhecimento a que pertencem), (iii) o nível fundamental (que se refere aos
fundamentos implícitos que possibilitam aquela construção, elaboração, reestruturação de saberes: as oposições fundamentais, os
modelos de racionalidade das comunidades científicas, os repertórios conceituais partilhados por certa tradição de área de conhecimento,
os quadros referenciais teóricos, as estruturas lógicas profundas e tácitas aos modelos cognitivos expostos narrativa e textualmente).
Dessa forma, os Gêneros Acadêmicos são caracterizados níveis (i) estrutural, (ii) de conteúdo e (iii) fundamental. Apesar
de haver subtipos específicos (Artigo, Ensaio, Monografia, Tese, Dissertação, Capítulos de Livros, Livros, Escrita Discente Acadêmica), os
elementos-funções do nível estrutural serão os mesmos: Tema, Tese, Argumentação. A definição desses elementos será imprescindível na
organização do texto em sua escrita e em sua leitura. Observe que eles aparecerão alocados em outros elementos textuais, e.g., no Título
apresenta-se o tema e seu “recorte”, no Resumo, veremos a tese, seu modo de obtenção e a conclusão que deriva, na Introdução e no
Desenvolvimento bem como nos Capítulos, presenciaremos o desenrolar da Argumentação. Os subtipos divergirão nos demais níveis
(conteúdo e fundamental) de acordo com a subárea a que pertencerem (Ciências Naturais, Físicas, Médicas, Humanas).
Assim, a estruturação lógica da narrativa científica diz respeito a esses três níveis e seus modos de organização; os modos
qualitativos (precisão, domínio de elaboração, rigor na aplicação de critérios) pelos quais se estruturam incidirão determinantemente na
produção dos significados que portam. A compreensão de uma pesquisa e seus processos, de uma defesa de posição adotada, de uma
exposição ou de uma argumentação estará em enorme medida implicada naqueles modos de elaboração dos elementos-funções que
compõem os níveis da estruturação lógica do texto. E já que o registro linguístico básico de estruturação da textualidade acadêmica é o
modo dissertativo-argumentativo, dissertar implica (i) expor uma posição acerca de uma objeto (em relação a um aspecto específico de um
tema, assume-se posição afirmativa, negativa ou questionadora), e (ii) argumentar implica justificar racionalmente essa tomada de posição
através de recursos específicos: explicitar conceitos, analisar relações, sintetizar elementos analisados, fazer explicações, realizar
comentários. A exposição (i) é realizada através da Tese e essa é sustentada (justificada racionalmente) através da Argumentação.
Uma Tese (do grego θέσις: 'posição') é uma proposição. Proposição é um termo usado em lógica para descrever o conteúdo
de asserções. Uma asserção é um enunciado linguístico cujo conteúdo pode ser tomado como verdadeiro ou falso. Essas duas qualidades
podem ser obtidas através de duas modalidades de lógica: (i) por correspondência (o enunciado tem sua veracidade justificada em razão
de sua existência e verificação externa), (ii) interna ao enunciado (auto evidente, raciocínio dedutivo).
A argumentação refere-se ao uso de recursos, estratégias ou dispositivos para que se ateste/justifique/valide a qualidade de
veracidade no sentido de adequação e coerência de uma tese adotada. Esses dispositivos variarão de acordo com a área e metodologia de
pesquisa (e.g; Filosofia: análise, explicação, comparação, crítica, avaliação, investigação sobre a validade de teses, pesquisa acerca do valor
de verdade de perspectivas, explicitação de valores e ideologias fundantes de sistemas, análise de fenômenos culturais e psíquicos, tipos
variados de pesquisa qualitativa ou quantitativa, experiências grupais ou em primeira pessoa, raciocínios matemáticos (equações,
deduções, induções, analogias, derivação dialética, exemplificação), processos analíticos, métodos interpretativos – como as investigações
lógico-semânticas presentes nos arquitextos filosóficos). Comumente, a argumentação filosófica não pode prescindir de: (i) definição
precisa ou explicitação dos valores de significado e sentido de conceitos e relações, (ii) explicação de conceitos e relações, (iii) identificação
do Quadro Referencial Teórico (programa de pesquisa, ideologia, corte epistemológico).

Princípio da Compreensão Textual


Quando se lê um texto acadêmico, essa leitura deve estar fundamentada tanto na compreensão do texto pelo texto, quanto em
textualidades do mesmo gênero, transversais ou na remissão não explícita a conhecimentos enciclopédicos que constituem pré-requisitos
necessários aquele tipo de leitura. O texto acadêmico deve pautar-se pelo fundamentalmente Princípio da Auto-referencialidade, o que
significa que ele deve conter exposições necessárias e suficientes para a compreensão da mensagem que porta sem que haja suposições
sobre repertórios externos ao texto que comprometam sua compreensão e cuja ausência impediria o leitor de realizá-la. Mas também,
como um exemplo textual de um gênero insere-se numa cadeia histórica de textos modelares, em se tratando da Filosofia e das Ciências,
referencias externas serão uma constante. Compreender um texto acadêmico implica (i)decodificar as unidades léxico-semânticas,
sobretudo na modalidade de conceitos e relações, (ii) definir relações variadas entre os elementos estruturais, (iii) distinguir recursos
lógico-retóricos utilizados (argumentação), (iv) identificar níveis estruturais bem como seus elementos constitutivos, (v) reconhecer o
quadro referencial teórico de filiação.

S-ar putea să vă placă și