Sunteți pe pagina 1din 6

VIENTOS DE NINAR

VIENTOS DE NINAR

"A distância na proximidade, a proximidade na


distância, é o paradoxo que domina hoje todos os
nossos esforços por reatar com as heranças culturais
do passado, por reativá-las num modo atual"

Paul Ricoeur

Introdução

O projeto Vientos de Ninar é uma performance musical, que busca um ambiente


de imersão dos sentidos. O centro do trabalho são as narrativas sonoras dos
instrumentos de sopro nativos, além de
narrativas que se fundem aos cantos
tradicionais dos povos originários.

Os instrumentos de sopro (Vientos) têm


características peculiares, pois em muitas
comunidades tradicionais são ferramentas de
conexão com o mundo dos espíritos, assim como tambores, maracás etc. Sua
característica é do elemento ar, da conexão com
os pássaros, e com o sutil. Em geral são
instrumentos de meditação e silênciamento, que
levam a um estado profundo de relaxamento e
introspecção. Buscam a conexão com os ventos,
quando se encontram com as arvores, fazendo
sons modais e orgânicos.
A flauta é um instrumento muito antigo dentro da humanidade, sua origem está
vinculada ao aparecimento do xamanismo, onde o ser humano utilizava madeiras, osso
para produzir sons, soprando o objeto. A cangoeira (Do tupi kãg'wer, 'osso sem carne'.),
por exemplo, flauta indígena feita de ossos de guerreiros mortos é muito antiga, e é
encontrada em diversos sítios arqueológicos:

As flautas foram um dos primeiros instrumentos musicais criados pelos homens.


Os não-índios encontraram, em sítios arqueológicos, flautas esculpidas em
ossos com 40.000 anos de idade. Já na história de povos indígenas de todo o
mundo as flautas também estão presentes desde o tempo em que os deuses
viviam na terra, e hoje são utilizadas em festas e em rituais. Entre várias etnias
da América do Sul encontra-se um sistema musical-mitológico baseado em
instrumentos de sopro que são exclusivos dos homens e tabu para as mulheres.
É curioso notar que estas flautas sagradas estão presentes em grupos indígenas
de línguas e costumes muito diferentes, e separados entre si por milhares de
quilômetros. O etnólogo Stephen Hugh-Jones, em estudo sobre os índios
Barasana do noroeste da Amazônia, defendeu que tais flautas sagradas seriam,
para os homens, símbolos do amadurecimento e da demonstração de
criatividade. Um contraponto em relação às mulheres, em quem estas
características apresentam-se de forma mais clara: a primeira menstruação é um
sinal claro do início do amadurecimento; e a concepção e educação das crianças
é um sinal seguro da capacidade de criação e elaboração que possuem as
mulheres.1

O Uruá é uma flauta utilizada em diversos rituais, como os do


Yawalapiti por exemplo. É considerado sagrado pelos
indígena e indispensável no ritual do Kwarup, a despedida
dos mortos realizada no Alto Xingu, para índios Enawenê-
Nawê a flauta (Iaum Khuá) tem grande importância,
sendo utilizada em rituais e tendo até o seu local
específico dentro da aldeia, a Casa das Flautas. Estão
intimamente ligadas a seres do subterrâneo na
formação dos clãs dos Enawenê-Nawê etc.

Existem centenas de tipos de flautas, das mais diversas


etnias, o importante é perceber como sua presença gera tantos mitos e como seu uso é
sagrado. E mais importante, são instrumentos que tem uma vida própria, um sonoridade
modal que com seus acidentes, determina sua característica.

1
http://www.iande.art.br/boletim028.htm
O discurso dos Vientos com a palavra se intercalam, e compõe o ambiente de
cuidado e acolhimento, o Ninar. As narrativas
míticas são sempre um lugar profundo in illo
tempore, no princípio. O poder da narrativa é
do encantamento, e como é entendido dentro
da cultura Guarani é Nhê’é, palavra-espírito-
nome, portanto, todo palavra é sagrada, e no
contexto das narrativas tradicionais cantada.

Portanto, a representação nos povos tradicionais está estritamente relacionada


com a espiritualidade, ou antes, com a
conexão com o mundo (sagrado)
fenomênico. Neste sentido contar uma
história e um canto tem o mesmo campo
semântico de re-presentação do tempo da
criação.

Segundo Richard Schechner, a estrutura do comportamento restaurado, ou do


transporte da consciência do participante, reestruturam faixas de memória, que são
atualizadas em todos num mesmo tempo. Portanto, o ato de narrar dentro deste contexto
é uma performance etnológica, mas também esteticamente concebível.

Neste contexto que se desenvolve a pesquisa deste trabalho.


Encenação

A proposta de encenação é uma busca pelo simples e o mínimo. A beleza destas


experiências de conexão está na reduzida
parafernália com relação ao show ou ao
espetacular. Neste sentido o espaço vazio é
fundamental. Em contraponto, o uso da
multimídia ajuda a criar o ambiente onírico,
que conduz à atenção as imagens que são de
ambientes naturais. A produção das imagens
segue o mesmo método, que é a observação da natureza e dos fenômenos sem
julgamento, de forma imersiva, captando o momento, interagindo apenas através do
olhar.

A estrutura de um espetáculo lítero-musical é intercalada com contações de


história, que são introduções de cantos e narrativas sobre os instrumentos e suas
cosmologias.

O repertório das narrativas partem de dois


eixos principais, as narrativas de povos que vivem nas
Américas, e que estejam vinculadas aos mitos
etiológicos. Porém o repertório leva em consideração
a capacidade das histórias estarem dentro dos cantos,
e neste sentido parte-se do universo do canto até a
narrativa e vice-versa. Portanto a relação entre palavra
e fala ornada sem intercalam.
Informações importantes

 A performance tem duração de 45 minutos onde será apresentado o


repertório musical em sua totalidade com instrumentos de sopro, assim
como a descrição de instrumentos diversos, cosmologias e as narrativas
dos povos originários; O repertório tem músicas das culturas Kariri-
Xocó, Fulni-ô, Fulkaxós, Andina, Guarani, Oglala etc.
 As narrativas e cantos são de domínio público
 Público alvo a partir de 7 anos.
 Necessidades técnicas: Projetor, 3 MICs, Mesa de som (um canal será
ligado aparelho de tablet no palco), Iluminação Cênica (dois focos
Fresnel)

Ficha técnica

Performance e Sonoplastia: William B. Figueiredo

Imagens e Tratamento: William, David Santos e Og Reis

S-ar putea să vă placă și