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120 horas Enfermagem em

Diabetes

Com certificado
Samara Calixto Gomes
online

Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem em Diabetes" do EAD


(www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução
total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do
autor (Artigo 29).
120 horas
Enfermagem em
Diabetes
Com certificado Samara Calixto Gomes
online

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...............................................................................................................5
CLASSIFICAÇÃO ..........................................................................................................6
2.1 DIABETES TIPO 1 (DM1) .....................................................................................7
2.2 DIABETES TIPO 2 (DM2) .....................................................................................7
2.3 DIABETES GESTACIONAL .................................................................................7
SINTOMAS E FATORES DE RISCO DO DIABETES ..............................................8
ESTRATIFICAÇÃO DOS RISCOS ............................................................................10
4.1 ESCORE DE FRAMINGHAN .............................................................................11
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA
AO PORTADOR DE DIABETES ...............................................................................13
CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA AVALIAÇÃO INICIAL .......................15
CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA ACOMPANHAMENTO APÓS
DIAGNÓSTICO DE DM. .............................................................................................17
7.1 HISTÓRICO ..........................................................................................................18
7.2 EXAME FÍSICO ...................................................................................................18
7.3 DIAGNÓSTICO DAS NECESSIDADES DE CUIDADO ..................................19
7.4 PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA ..............................................................20
7.5 IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA ...........................................................20
7.6 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CUIDADO..................................................20
CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA ACOMPANHAMENTO DO PÉ
DIABÉTICO ..................................................................................................................22
8.1 AVALIAÇÃO DA PELE ......................................................................................25
8.2 AVALIAÇÃO MUSCULOESQUELÉTICA ........................................................25
8.3 AVALIAÇÃO VASCULAR .................................................................................26
8.4 AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA .........................................................................26
8.4.1 Teste de Sensibilidade com Monofilamento de 10 g ..................................... 26
8.4.2 Teste com o Diapasão de 128 Hz .................................................................. 27
8.4.3 Teste para a Sensação de Picada.................................................................... 28
8.4.4 Teste para o ReflexoAquileu ......................................................................... 28
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E O CUIDADO INTEGRAL AO
PACIENTES E FAMILIARES ....................................................................................29
ORIENTAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO DO DM ............................................30
10.1 TERAPIA MÉDICA NUTRICIONAL (TMN)...................................................30
10.2 ATIVIDADE FÍSICA..........................................................................................31
10.3 INSULINOTERAPIA .........................................................................................31
10.4 HIPOGLICEMIANTES ORAIS .........................................................................32
INTRODUÇÃO .............................................................................................................34
HISTÓRICO ..................................................................................................................35
CONCEITO DE DIABETES MELLITUS .................................................................37
3.1 CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA .......................................................................37
3.1.1 Diabetes tipo 1 ............................................................................................... 38
3.1.2 Diabetes tipo 2 ............................................................................................... 38
3.1.3 Diabetes Gestacional ..................................................................................... 39
3.2 ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DO DIABETES ..................................39
PRÉ-DIABETES............................................................................................................40
CRITÉRIOS ATUAIS PARA O DIAGNÓSTICO DO DIABETES ........................42
5.1 RASTREIO PARA DIABETES EM INDIVÍDUOS ASSINTOMÁTICOS ........43
5.2 DETECÇÃO E DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS GESTACIONAL
(DMG) .........................................................................................................................44
5.3 PREVENÇÃO DO DIABETES TIPO 2 ...............................................................44
5.4 MONITORIZAÇÃO GLICÊMICA ......................................................................45
5.5 TESTES DE HEMOGLOBINA GLICADA (A1C) ..............................................46
5.6 METAS GLICÊMICAS EM ADULTOS .............................................................46
5.7 CONDUTA NA HIPOGLICEMIA .......................................................................46
5.8 INDICAÇÕES PARA A CIRURGIA BARIÁTRICA ..........................................47
TRATAMENTO DO DIABETES ................................................................................48
6.1 TRATAMENTO DO DM1 ...................................................................................48
6.1.1 Terapia Médica Nutricional (TMN) .............................................................. 49
6.1.2 Atividade Física ............................................................................................. 49
6.1.3 Insulinoterapia ............................................................................................... 49
6.1.4 Transplante .................................................................................................... 51
6.2 TRATAMENTO DO DM2 ...................................................................................51
6.2.1 Terapêutica Médica Nutricional (TMN)........................................................ 52
6.2.2 Atividade Física ............................................................................................. 52
6.2.3 Antidiabéticos Orais ...................................................................................... 52
6.2.1 Insulinoterapia ............................................................................................... 53
AVALIAÇÃO ................................................................................................................54
REFERÊNCIAS ............................................................................................................58
Assistência em
Diabetes

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Unidade 1 – A Relação de Emprego

01
INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e


associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins,
nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos.

Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos


patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas, resistência à ação
da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros.

O diabetes é hoje uma das principais prioridades da saúde pública em virtude da sua
elevada carga de morbimortalidade e de suas complicações. O impacto econômico do diabetes
continua a subir por causa dos custos de cuidados de saúde crescentes e de uma população em
envelhecimento.

No Brasil, junto com a hipertensão arterial é responsável, de longe, pela primeira causa de
mortalidade e de hospitalizações, de amputações de membros inferiores. Estima-se que a
proporção de diabetes não diagnosticada em diversos países no mundo está entre 30% e 60%.

A assistência de enfermagem envolve o controle dessa patologia e o acompanhamento


desses pacientes, com auxílio de ações educativas que buscam o desenvolvimento do autocuidado,
o que contribuirá na melhoria da qualidade de vida e na diminuição da morbimortalidade.

Maiores informações, no curso de: ATUALIZAÇÕES EM DIABETES MELLITUS

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Unidade 2 – Classificação

02
CLASSIFICAÇÃO

O DM é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a


complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos,
cérebro, coração e vasos sanguíneos.

Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos


patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas, resistência à ação
da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros.

Além dos tipos descritos a seguir, também existem outros tipos específicos de diabetes
menos frequentes que podem resultar de:

 Defeitos genéticos da função das células beta;

 Defeitos genéticos da ação da insulina;

 Doenças do pâncreas exócrino;

 Endocrinopatias;

 Efeito colateral de medicamentos;

 Infecções; e

 Outras síndromes genéticas associadas ao diabetes.

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Unidade 2 – Classificação

2.1 DIABETES TIPO 1 (DM1)


O termo tipo 1 indica destruição da célula beta que eventualmente leva ao estágio de deficiência
absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose,
coma e morte.

A destruição das células beta é geralmente causada por processo autoimune, que pode ser
detectado por autoanticorpos circulantes como antidescarboxilase do ácido glutâmico, anti ilhotas
e anti insulina. Em menor proporção, a causa da destruição das células beta é desconhecida.

O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente progressiva,


principalmente, em crianças e adolescentes, com pico de incidência entre 10 e 14 anos, ou de forma
lentamente progressiva, geralmente em adultos.

2.2 DIABETES TIPO 2 (DM2)


O termo tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina. A administração de
insulina nesses casos, quando efetuada, não visa evitar cetoacidose, mas alcançar controle do
quadro hiperglicêmico. A cetoacidose é rara e, quando presente, é acompanhada de infecção ou
estresse muito grave.

A maioria dos casos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura.


Geralmente, mostram evidências de resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de
insulina manifesta-se pela incapacidade de compensar essa resistência. Em algumas pessoas a ação
da insulina é normal, e o defeito secretor mais intenso.

2.3 DIABETES GESTACIONAL


É a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de intensidade variada, geralmente se resolvendo no
período pós-parto, mas retornando anos depois em grande parte dos casos.

Seu diagnóstico é controverso. A OMS recomenda detectá-lo com os mesmos


procedimentos diagnósticos empregados fora da gravidez, considerando como diabetes
gestacional valores referidos fora da gravidez como indicativos de diabetes ou de tolerância à
glicose diminuída.

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Unidade 3 – Sintomas e Fatores de Risco do Diabetes

03
SINTOMAS E FATORES DE RISCO DO
DIABETES

Aproximadamente metade dos portadores de diabetes tipo 2 desconhecem sua condição, uma
vez que a doença é pouco sintomática. O diagnóstico precoce do diabetes é importante, pois
o tratamento evita suas complicações.

Os sintomas clássicos de diabetes são os “4Ps":

 Poliúria;

 Polidipsia;

 Polifagia; e

 Perda involuntária de peso.

Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são:

 Fadiga;

 Fraqueza;

 Letargia;

 Prurido cutâneo e vulvar;

 Balanopostite; e

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Unidade 3 – Sintomas e Fatores de Risco do Diabetes

 Infecções de repetição.

Algumas vezes o diagnóstico é feito a partir de complicações crônicas como neuropatia,


retinopatia ou doença cardiovascular aterosclerótica.

Entretanto, como já mencionado, o diabetes é assintomático em proporção significativa


dos casos, a suspeita clínica ocorrendo então a partir de fatores de risco para o diabetes.

A maioria dos casos de diabetes, próximo a 90%, são do tipo 2, pouco sintomáticos,
podendo passar despercebida e retardar portanto o diagnostico o tratamento e favorecer a
ocorrência de complicações.

A presença de uma ou mais das seguintes condições sugerem a possibilidade da


presença de diabetes:

 Familiares próximos portadores de diabetes

 Idade maior que 45 anos

 Excesso de peso ou obesidade

 Pressão Alta

 Colesterol elevado

 Mulheres com antecedentes de filhos nascido com mais de 4.0 Kg

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Unidade 4 – Estratificação dos Riscos

04
ESTRATIFICAÇÃO DOS RISCOS

Usamos o termo estratificar para reconhecer os diferentes graus de risco/vulnerabilidade de cada


pessoa. Assim, vemos que cada um tem suas próprias necessidades.

Para estratificar, preciso identificar os fatores riscos de cada pessoa e classifica-los como
leve, moderado ou alto.

Essa definição deve sempre seguir classificações de risco já validadas. No caso do diabetes
e de outras doenças cardiovasculares, seguimos o Escore de risco de Framinghan, que avalia e
classifica o risco de ocorrer um evento cardiovascular nos próximos dez anos.

Conhecendo os riscos de cada paciente ou usuário de sua área de atuação, auxilia ao


enfermeiro e a toda equipe de Atenção Básica a adequar suas ações para que sejam todas voltadas
para suas necessidades, tanto individuais como coletivas, conforme o perfil da população.

O processo de estratificação possui três etapas. A primeira é a coleta de informações sobre


fatores de risco prévios. Na segunda etapa, será avaliada a idade, exames de LDLc, HDLc, PA e
tabagismo. Após avaliação da presença das variáveis mencionadas, inicia a terceira etapa, em que
se estabelece uma pontuação e, a partir dela, obtém-se o risco percentual de evento cardiovascular
em dez anos para homens e mulheres, da seguinte forma:

 Risco baixo: escore inferior a 10%;

 Risco intermediário: escore entre 10 e 20%;

 Risco alto: superior a 20%.

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Unidade 4 – Estratificação dos Riscos

4.1 ESCORE DE FRAMINGHAN


Trata-se de um método desenvolvido nos Estados Unidos, com base em um grande estudo
populacional, chamado ESTUDO DE FRAMINGHAM, iniciado em 1948 na cidade de Framingham,
Massachusetts.

Foi criada com o objetivo de identificar os fatores que contribuíam para o desenvolvimento
das doenças cardiovasculares, visto que na época de sua criação, pouco se conhecia sobre fatores
de risco cardiovascular.

Foram recrutados 5.209 habitantes de Framingham, de ambos os sexos e sem doença


cardíaca aparente, que realizaram extensa avaliação clínica e laboratorial e tiveram seus hábitos de
vida cuidadosamente analisados. A partir de então eles retornaram para serem avaliados a cada 2
anos. Os resultados dessas observações permitiram a identificação dos principais fatores de risco
cardiovascular hoje conhecidos tais como sexo, idade, níveis pressóricos, tabagismo, níveis de HDLc
e LDLc, entre outros.

Essa escala mede o risco de uma pessoa apresentar angina, infarto do miocárdio ou morrer
de doença cardíaca em 10 anos. Classifica-se da seguinte forma, de acordo com os resultados de
cada avaliação.

Fatores que indicam Baixo risco/Intermediário:

 Tabagismo

 Hipertensão

 Obesidade

 Sedentarismo

 Sexo masculino

 História familiar de evento cardiovascular prematuro (homens <55 anos e mulheres <65
anos)

 Idade >65 anos

Fatores que indicam Alto risco/Intermediário:

 Acidente vascular cerebral (AVC) prévio

 Infarto agudo do miocárdio (IAM) prévio

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Unidade 4 – Estratificação dos Riscos

 Lesão periférica – Lesão de órgão-alvo (LOA)

 Ataque isquêmico transitório (AIT)

 Hipertrofia de ventrículo esquerdo (HVE)

 Nefropatia

 Retinopatia

 Aneurisma de aorta abdominal

 Estenose de carótida sintomática

 Diabetes mellitus

No entanto, não há um consenso de que o DM, isoladamente, configure um alto fator de


risco cardiovascular. Estudo apontou que pessoas com diabetes sem infarto do miocárdio prévio
têm um risco 43% menor de desenvolver eventos coronarianos em comparação com as pessoas
sem diabetes com infarto do miocárdio prévio.

Além disso, se o usuário apresenta apenas um fator de risco baixo/intermediário, não há


necessidade de calcular o escore, pois ele é considerado como baixo risco cardiovascular (RCV). Se
apresentar ao menos um fator de alto RCV, também não há necessidade de calcular o escore, pois
esse paciente já é considerado como alto RCV.

O cálculo será realizado apenas quando o usuário apresentar mais de um fator de risco
baixo/intermediário.

Vale ressaltar que essa escore trata-se apenas de uma estimativa de risco e que o fato de
ter baixo risco agora não significa que nunca terá doença cardíaca. A melhor prevenção é sempre
manter hábitos saudáveis.

Nas consultas de enfermagem o processo educativo deve preconizar a orientação de


medidas que comprovadamente melhorem a qualidade de vida: alimentação balanceada, estímulo
à atividade física regular, redução do consumo de bebidas alcoólicas e abandono do tabagismo.

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Unidade 5 – Atribuições e Competências do Enfermeiro na Assistência ao Portador de
Diabetes

05
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DO
ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO
PORTADOR DE DIABETES

A assistência de enfermagem deve acontecer em todos os níveis de atenção do Sistema Único de


Saúde (SUS). A consulta de enfermagem tem o objetivo de conhecer a história pregressa do
paciente, seu contexto social e econômico, grau de escolaridade, avaliar o potencial para o
autocuidado e avaliar as condições de saúde. O autocuidado deve ser sempre orientado pelo
enfermeiro e deve ser desenvolvido um plano de autocuidado, que deve ser voltado às
necessidades de cada paciente e seus fatores de risco, identificados durante o acompanhamento.

São atribuições dos enfermeiros:

 Desenvolver atividades educativas, por meio de ações individuais e/ou coletivas, de


promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade;

 Desenvolver atividades educativas individuais ou em grupo com os pacientes diabéticos;

 Realizar consulta de enfermagem com pessoas com maior risco para diabetes tipo 2,
definindo claramente a presença do risco e encaminhado ao médico para rastreamento
com glicemia de jejum quando necessário;

 Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, estratificando risco


cardiovascular, orientando mudanças no estilo de vida e tratamento não medicamentoso,
verificando adesão e possíveis intercorrências ao tratamento, encaminhando o indivíduo
ao médico, quando necessário;

 Estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão (grupos de


pacientes diabéticos);

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13
Unidade 5 – Atribuições e Competências do Enfermeiro na Assistência ao Portador de
Diabetes

 Programar, junto à equipe, estratégias para a educação do paciente;

 Solicitar, durante a consulta de enfermagem, os exames de rotina definidos como


necessários pelo médico da equipe ou de acordo com protocolos ou normas técnicas da
instituição de serviço;

 Orientar pacientes sobre automonitorização (glicemia capilar) e técnica de aplicação de


insulina;

 Repetir a medicação de indivíduos controlados e sem intercorrências;

 Encaminhar os pacientes portadores de diabetes, de acordo com a especificidade de cada


caso (com maior frequência para indivíduos não aderentes, de difícil controle, portadores
de lesões em órgãos alvo ou com co-morbidades) para consultas com o médico;

 Acrescentar, na consulta de enfermagem, o exame dos membros inferiores para


identificação do pé em risco;

 Realizar, também, cuidados específicos nos pés acometidos e nos pés em risco;

 Perseguir, de acordo com o plano individualizado de cuidado estabelecido junto ao


portador de diabetes, os objetivos e metas do tratamento (estilo de vida saudável, níveis
pressóricos, hemoglobina glicada e peso);

 Organizar junto ao médico, e com a participação de toda a equipe de saúde, a distribuição


das tarefas necessárias para o cuidado integral dos pacientes portadores de diabetes;

 Usar os dados dos cadastros e das consultas de revisão dos pacientes para avaliar a
qualidade do cuidado prestado em sua unidade e para planejar ou reformular as ações em
saúde.

A equipe multiprofissional deve ser composta por vários outros profissionais,


especialmente nutricionistas, professores de educação física, assistentes sociais, psicólogos,
odontólogos, e até portadores do diabetes mais experientes dispostos a colaborar em atividades
educacionais.

A atuação dessa equipe é vista como bastante enriquecedora, destacando-se a importância


da ação interdisciplinar para a prevenção do diabetes e suas complicações.

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Unidade 6 – Consultas de Enfermagem para Avaliação Inicial

06
CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA
AVALIAÇÃO INICIAL

Toda pessoa com presença de fatores de risco, requerer investigação diagnóstica laboratorial. O
processo de educação em saúde do usuário deverá ser contínuo e iniciado desde a primeira
consulta. Para isso, é importante que o plano de cuidado seja pactuado com a pessoa e inclua as
mudanças de estilo de vida (MEV) recomendadas.

A orientação sobre MEV não é exclusiva do enfermeiro. Todos os profissionais da Saúde


podem e devem orientar essas medidas. Essas ações possuem baixo custo e risco mínimo, ajudam
no controle da glicemia e de outros fatores de risco, aumentam a eficácia do tratamento
medicamentoso, causando necessidade de menores doses e de menor quantidade de fármacos, e
diminuem a magnitude de muitos outros fatores de risco para doenças cardiovasculares.

A avaliação inicial da primeira consulta, busca descobrir a existência de um problema


associado que requeira tratamento imediato ou investigação mais detalhada.

Para estabelecer um plano terapêutico é preciso classificar o tipo de diabetes e o


estágio glicêmico.

É de competência do enfermeiro, realizar consulta de enfermagem para pessoas com maior


risco para desenvolver DM tipo 2, abordando fatores de risco, estratificação do risco cardiovascular
e orientação sobre MEV.

A consulta de enfermagem tem o objetivo de conhecer a história pregressa do paciente,


seu contexto social e econômico, grau de escolaridade, avaliar o potencial para o autocuidado e
avaliar as condições de saúde.

É importante que o enfermeiro estimule e auxilie a pessoa a desenvolver seu plano de


autocuidado em relação aos fatores de risco identificados durante o acompanhamento. Esse
processo educativo deve preconizar a orientação de medidas que comprovadamente melhorem a

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Unidade 6 – Consultas de Enfermagem para Avaliação Inicial

qualidade de vida: hábitos alimentares saudáveis, estímulo à atividade física regular, redução do
consumo de bebidas alcoólicas e abandono do tabagismo.

O teste laboratorial mais utilizado para diagnóstico do DM é a glicemia de jejum (nível de


glicose sanguínea após um jejum de 8 a 12 horas).

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Unidade 7 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento após Diagnóstico de DM

07
CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA
ACOMPANHAMENTO APÓS
DIAGNÓSTICO DE DM.

Pode ser realizada com a aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e possui
seis etapas inter-relacionadas entre si, objetivando a educação em saúde para o autocuidado. São
elas:

 Histórico;

 Exame físico;

 Diagnóstico das necessidades de cuidado;

 Planejamento da assistência;

 Implementação da assistência;

 Avaliação do processo de cuidado.

A SAE precisa estar voltada para um processo de educação em saúde que auxilie o indivíduo
a conviver melhor com a sua condição crônica, reforce sua percepção de riscos à saúde e
desenvolva habilidades para superar os problemas, mantendo a maior autonomia possível e
tornando-se corresponsável pelo seu cuidado.

As ações devem ser desenvolvidas para auxiliar a pessoa a conhecer o seu problema, seus
fatores de risco correlacionados, identificar vulnerabilidades, prevenir complicações e conquistar
um bom controle metabólico que, em geral, depende de alimentação regular e de exercícios físicos.

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Unidade 7 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento após Diagnóstico de DM

7.1 HISTÓRICO
Momento de colher as informações mais importantes do paciente:

 Identificação e isso inclui seus dados socioeconômicos, ocupação, moradia, trabalho,


escolaridade, lazer, religião, rede familiar, vulnerabilidades e potencial para o autocuidado.

 Antecedentes familiares e pessoais buscando a história familiar de diabetes, hipertensão,


doença renal, cardíaca e diabetes gestacional.

 Suas queixas atuais, história sobre o diagnóstico de DM e os cuidados implementados,


tratamento prévio.

 Medicamentos utilizados, tanto para DM como outros problemas de saúde.

 Investigação de seus hábitos de vida, sua alimentação, sono e repouso, atividade física,
higiene, funções fisiológicas.

 Identificação de fatores de risco como tabagismo, alcoolismo, obesidade, dislipidemia,


sedentarismo.

Além de todos esses cuidados, é importante a percepção da pessoa diante de sua doença,
tratamento e autocuidado.

7.2 EXAME FÍSICO


Avaliar:

 Altura, peso, circunferência abdominal e IMC.

 Pressão arterial com a pessoa sentada e deitada.

 Alterações de visão.

 Exame da cavidade oral, com atenção para a presença de gengivite, problemas


odontológicos e candidíase.

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Unidade 7 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento após Diagnóstico de DM

 Frequência cardíaca e respiratória e ausculta cardiopulmonar.

 Avaliação da pele quanto a sua integridade, turgor, coloração e manchas.

 Membros inferiores: unhas, dor, edema, pulsos pediosos e lesões; articulações (capacidade
de flexão, extensão, limitações de mobilidade, edemas); pés (bolhas, sensibilidade,
ferimentos, calosidades e corte das unhas). Leia mais sobre exame dos pés no Capítulo 5
deste Caderno.

 Durante a avaliação ginecológica, quando pertinente, deve-se estar atento à presença de


candidaalbicans.

7.3 DIAGNÓSTICO DAS NECESSIDADES DE CUIDADO


Essa etapa é a interpretação e suas conclusões quanto às necessidades, aos problemas e às
preocupações da pessoa para direcionar o plano assistencial. É importante reconhecer
precocemente os fatores de risco e as complicações que podem acometer a pessoa com DM,
identificarem a sintomatologia de cada complicação, intervir precocemente, principalmente atuar
na prevenção evitando que esses problemas aconteçam.

É fundamental estar atento para as seguintes situações:

 Dificuldades e déficit cognitivo, analfabetismo;

 Diminuição da acuidade visual e auditiva;

 Problemas emocionais, sintomas depressivos e outras barreiras psicológicas;

 Sentimento de fracasso pessoal, crença no aumento da severidade da doença;

 Medos: da perda da independência; de hipoglicemia, do ganho de peso, das aplicações


de insulina;

 Insulina: realiza a autoaplicação? Se não realiza, quem faz? Por que não autoaplica?
Apresenta complicações e reações nos locais de aplicação? Como realiza a conservação
e o transporte?

 Automonitorização: Consegue realizar a verificação da glicemia capilar? Apresenta


dificuldades no manuseio do aparelho?

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Unidade 7 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento após Diagnóstico de DM

7.4 PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA


Nessa etapa serão elaboradas estratégias de prevenção para minimizar ou corrigir os problemas
identificados nas etapas anteriores, sempre estabelecendo metas com a pessoa com DM. Alguns
pontos são importantes no planejamento da assistência. O enfermeiro deve sempre
abordar/orientar sobre:

 Sinais de hipoglicemia e hiperglicemia e orientações sobre como agir diante dessas


situações;

 Motivação para modificar hábitos de vida não saudáveis;

 Percepção de presença de complicações;

 A doença e o processo de envelhecimento;

 Uso de medicamentos prescritos, indicação, doses, horários, efeitos desejados e colaterais,


controle da glicemia, estilo de vida, complicações da doença;

 Uso da insulina e o modo correto de como reutilizar agulhas; planejamento de rodízio dos
locais de aplicação para evitar lipodistrofia.

 Solicitar e avaliar os exames previstos no protocolo assistencial local.

 Quando pertinente, encaminhar ao médico e, se necessário, aos outros profissionais.

7.5 IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA


Essa etapa deve acontecer de acordo com as necessidades e grau de riscos individuais, de sua
capacidade de adesão e motivação para o autocuidado, a cada encontro.

Dificuldades para o autocuidado precisam de um suporte maior. O apoio poderá vir da


equipe de saúde ou familiares.

7.6 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE CUIDADO


Avaliar com o paciente e seus cuidadores, quanto às metas de cuidados foram alcançadas e o seu
grau de satisfação em relação ao tratamento. Procurar sempre observar se ocorreu alguma
mudança a cada retorno à consulta. Avaliar a necessidade de mudança ou adaptação para

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Unidade 7 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento após Diagnóstico de DM

reestruturar o plano, caso seja necessário. E lembrar-se de sempre registrar o processo de


acompanhamento.

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Unidade 8 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento do Pé Diabético

08
CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA
ACOMPANHAMENTO DO PÉ DIABÉTICO

Uma das principais complicações crônicas do DM são as úlceras de pés, também chamadas de pé
diabético. As complicações de extremidades inferiores têm se tornado um crescente e significante
problema de saúde pública por estarem associadas a neuropatias e doença arterial periférica que
predispõem ou agravam as lesões nos pés, levando subsequentemente à infecção e amputação.
Entretanto, essa complicação pode ser prevenida por meio do exame frequente dos pés de pessoas
com DM.

O estímulo ao autocuidado faz parte das ações de prevenção de úlcera nos pés. Para avaliar
o potencial para o autocuidado, o enfermeiro precisa observar alguns desses seguintes aspectos:

 Conhecimento do paciente sobre o diabetes;

 Conhecimento sobre os cuidados com os pés e as unhas;

 Comportamento do paciente com relação aos seus pés;

 Cuidado executado pela pessoa;

 Apoio familiar para o cuidado com os pés;

 Condições dos calçados e das palmilhas.

As úlceras no pé da pessoa com DM podem ter um componente isquêmico, neuropático ou


misto.

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Unidade 8 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento do Pé Diabético

Níveis de glicose elevados cronicamente provocam danos nos nervos periféricos, levando a
um quadro chamado de neuropatia diabética. Nesse caso, o paciente pode perder a sensibilidade
normal dos pés, tendo dificuldade de sentir dor e de distribuir corretamente o peso do corpo sobre
estes.

Estes fatores podem levar a uma pressão anormal em regiões dos pés, até mesmo em uma
simples caminhada. Isso facilita o surgimento de pontos de pressão calosos e ferimentos na pele,
tecidos moles, ossos e articulações.

A neuropatia diabética pode também enfraquecer certos músculos dos pés, contribuindo
ainda mais para o surgimento de deformidades. Ao longo do tempo, repetidas lesões nos ossos e
articulações podem alterar drasticamente a anatomia do pé, criando um ciclo vicioso onde cada
nova lesão favorece o aparecimento de outras.

Outro fator importante no desenvolvimento do pé diabético é a lesão dos vasos sanguíneos


que nutrem os pés. O diabetes cronicamente mal controlado, causa danos às artérias dos membros
inferiores, diminuindo o fluxo de sangue para os pés. Esta má circulação pode causar isquemia da
pele, contribuindo para a formação de úlceras e prejudicando a cicatrização de feridas. Em alguns
pacientes a lesão vascular é tão grave que partes do pé tornam-se isquêmicos, evoluindo para
gangrena.

O terceiro fator para o surgimento do pé diabético é o comprometimento do sistema


imunológico que ocorre no DM facilitando a ocorrências de infecções e tornando difícil a
cicatrização de feridas. Devido à má circulação sanguínea, os antibióticos podem não chegar ao
local da infecção adequadamente, havendo risco da infecção se espalhar para a corrente sanguínea,
provocando sepse.

Assim, é recomendado que toda pessoa com DM realize o exame dos pés anualmente,
identificando fatores de risco para úlcera e amputação. Durante a consulta de enfermagem, alguns
aspectos da história são essenciais para a identificação das pessoas de maior risco para ulceração
dos pés.

Várias condições contribuem para a ulceração nos pés da pessoa com DM. São elas:

 Amputação prévia

 Úlcera nos pés no passado

 Neuropatia periférica

 Deformidade nos pés

 Doença vascular periférica

 Nefropatia diabética (especialmente em diálise)

 Mau controle glicêmico

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Unidade 8 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento do Pé Diabético

 Tabagismo

O enfermeiro também deve questionar a presença de sintomas neuropáticos positivos (dor


em queimação ou em agulhada, sensação de choque) e negativos (dormência, sensação de pé
morto), além da presença de sintomas vasculares (como claudicação intermitente), controle
glicêmico e complicações.

Em uma consulta de enfermagem para pessoas com DM na Atenção Básica, será possível,
por meio da avaliação sistemática dos pés, prevenir, suspeitar ou identificar precocemente
neuropatia periférica com diminuição da sensibilidade, deformidades, insuficiência vascular e
úlcera em membro inferior. É fundamental o adequado registro em prontuário dessa avaliação. Se
forem identificadas anormalidades durante a avaliação também deverá ser registrado o manejo
com cada um dos achados específicos.

A seguir, serão citados alguns achados específicos no exame do pé de pessoas com DM e


sugestões de manejo:

 Úlcera, descoloração, edema, necrose: avaliação se nova úlcera, descoloração, edema ou


necrose.

 Ausência de pulsos: Avaliar sinais e sintomas de isquemia e encaminhar para avaliação


especializada.

 Calo: Avaliar a necessidade de remoção do calo.

 Infecção fúngica: Encaminhar para avaliação médica para tratamento com antimicótico.

 Infecção bacteriana: Encaminhar para avaliação médica imediata para tratamento.

 Unha encravada: Avaliar a necessidade de correção e orientar para que não tente corrigir
o problema sozinho.

 Deformidades em pés: Orientar calçado apropriado e considerar avaliação com ortopedista


ou encaminhar para órtese.

 Higiene inadequada: Escuta para identificar fatores que não permitem a higiene adequada
e orientações sobre o tema.

 Calçados e/ou meias inadequadas: Implementar estratégias educativas e de apoio para


realizar as orientações sobre calçados e meias adequados.

 Desconhecimento sobre autoavaliação e autocuidado: Orientar e anotar no prontuário a


necessidade de avaliação frequente com reforço das orientações. Implementar estratégias
para desenvolvimento do autocuidado, identificar rede de apoio e manter apoio até que a
pessoa ou sua rede tenha autossuficiência.

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Unidade 8 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento do Pé Diabético

O exame de inspeção inicia-se ao pedir que o paciente retire seus calçados e meias. O local
deve estar bem iluminado. Nesse momento, deve ser feito a avaliação do próprio calçado, se estes
são apropriados aos pés dessa pessoa, se estão ajustados e confortáveis. É importante observar
seis características do calçado: estilo, modelo, largura, comprimento, material e costuras na parte
interna.

O calçado ideal para pessoas com DM deve privilegiar o conforto e a redução das áreas de
pressão. Oriente o uso de sapatos de cano alto e couro macio, que permitam a transpiração do pé,
e também alguns tipos com alargamento da lateral para acomodar as deformidades como artelhos
em garra e háluxvalgus.

O segundo passo é o exame físico minucioso dos pés que didaticamente pode ser dividido
em quatro etapas:

 Avaliação da pele;

 Avaliação musculoesquelética;

 Avaliação vascular;

 Avaliação neurológica.

8.1 AVALIAÇÃO DA PELE


A inspeção da pele deve incluir a observação da higiene dos pés e corte das unhas, pele ressecada
e/ou descamativa, unhas espessadas e/ou onicomicose, intertrigo micótico, pesquisando-se a
presença de bolhas, ulceração ou áreas de eritema.

Diferenças na temperatura de todo o pé ou parte dele, em relação ao outro pé, podem


indicar doença vascular ou ulceração. Nesta situação, deve-se avaliar a necessidade de
encaminhamento ao cirurgião vascular.

8.2 AVALIAÇÃO MUSCULOESQUELÉTICA


Essa avaliação inclui a inspeção de eventuais deformidades. Deformidades rígidas são definidas
como contraturas que não são facilmente reduzidas manualmente e, frequentemente, envolvem
os dedos.

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Unidade 8 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento do Pé Diabético

As deformidades mais comuns aumentam as pressões plantares, causam ruptura da pele e


incluem a hiperextensão da articulação metarsofalangeana com flexão das interfalangeanas (dedo
em garra) ou extensão da interfalangeana distal (dedo em martelo).

8.3 AVALIAÇÃO VASCULAR


A palpação dos pulsos pedioso e tibial posterior deve ser registrada como presente ou ausente.
Além do pulso é importante observar a temperatura, os pelos, o estado da pele e dos músculos. Na
ausência ou diminuição importante de pulso periférico, atrofia da pele e músculos, rarefação dos
pelos, deve-se avaliar a necessidade de encaminhamento para um cirurgião vascular.

8.4 AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA


A avaliação neurológica tem o objetivo de identificar a perda da sensibilidade protetora (PSP), que
pode se estabelecer antes do surgimento de eventuais sintomas.

São abordados quatro testes clínicos que são práticos e úteis no diagnóstico da PSP:

 Monofilamento de 10 g;

 Diapasão de 128 Hz;

 Percepção de picada, e

 Reflexoaquileu.

Recomenda-se que sejam utilizados, pelo menos, dois destes testes para avaliar a PSP. De
preferência o teste com monofilamento de 10 g associado a outro. Um ou dois resultados alterados,
sugerem PSP. Em todos os testes, deve-se aplicar, no mínimo, três repetições, intercalada com uma
aplicação falsa. Um teste normal é quando o paciente afirma que sente, no mínimo, duas das três
repetições.

8.4.1 Teste de Sensibilidade com Monofilamento de 10 g

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Unidade 8 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento do Pé Diabético

Recomenda-se que quatro regiões sejam pesquisadas: hálux (superfície plantar da falange distal) e
as 1º, 3º e 5º cabeças dos metatarsos de cada pé, determinando uma sensibilidade de 90% e
especificidade de 80%.

O paciente deverá estar sentado na frente do enfermeiro e com os pés apoiados, de forma
confortável. Orientar sobre a avaliação e demonstrar o teste com o monofilamento utilizando uma
área da pele com sensibilidade normal. Em seguida, solicite que ele feche os olhos.

O filamento é aplicado sobre a pele perpendicularmente produzindo uma curvatura no fio.


Essa curvatura não deve encostar-se à pele da pessoa, para não produzir estímulo extra. Áreas com
calosidades devem ser evitadas.

Figura 01 – Descrição do teste com monofilamento.

Solicite ao paciente responder “sim” ao sentir o toque e “não” quando não sentir nada. Não
esqueça de questionar onde foi sentida a pressão. Repetir duas vezes no mesmo local, mas alternar
com, pelo menos, uma aplicação “simulada”, quando nenhum filamento é aplicado (em um total
de três perguntas em cada ponto).

8.4.2 Teste com o Diapasão de 128 Hz

Figura 01 – Teste com diapasão sobre a falange distal do hálux.

O uso desta ferramenta é uma forma prática de avaliar a sensibilidade vibratória. O cabo
do diapasão deve ser posicionado sobre a falange distal do hálux. Alternativamente, o maléolo

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Unidade 8 – Consultas de Enfermagem para Acompanhamento do Pé Diabético

lateral pode ser utilizado. O teste é considerado anormal quando a pessoa perde a sensação da
vibração enquanto o examinador ainda percebe o diapasão vibrando.

Primeiro, aplique o diapasão nos punhos, cotovelos ou clavícula do paciente para que ele
saiba o que esperar. Ele não deverá ver onde será aplicado o diapasão.

8.4.3 Teste para a Sensação de Picada

É realizado com um objeto pontiagudo para testar a percepção tátil dolorosa da picada como uma
agulha ou palito, na superfície dorsal da pele próxima a unha do hálux. A falta de percepção diante
da aplicação do objeto indica um teste alterado e aumenta o risco de ulceração.

8.4.4 Teste para o ReflexoAquileu

Com o tornozelo em posição neutra, utiliza-se um martelo apropriado para percussão do tendão
de Aquiles. O teste é considerado alterado quando há ausência da flexão do pé.

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Unidade 9 – Assistência de Enfermagem e o Cuidado Integral ao Paciente e Familiares

09
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E O
CUIDADO INTEGRAL AO PACIENTES E
FAMILIARES

Chamamos de cuidado integral a prevenção e controle feito com o paciente e todos que os cercam.
Pode ser familiares ou cuidadores, ou seja, todas as pessoas próximas ao paciente portador de
diabetes.

O cuidado integral ao paciente com diabetes e sua família é um desafio para o enfermeiro,
especialmente para poder ajudá-lo a mudar seus hábitos de vida, o que estará diretamente ligado
à vida de seus familiares e amigos.

Aos poucos, ele deverá aprender a gerenciar sua vida com diabetes em um processo que
vise qualidade de vida e autonomia e para isso é importante que a família e/ ou seus respectivos
cuidadores estejam na mesma luta, procurando reforçar e incentivar a uma cultura de estilos de
vida saudáveis.

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29
Unidade 10 – Orientações Sobre o Tratamento do DM

10
ORIENTAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO
DO DM

As principais metas do tratamento incluem o controle dos níveis de glicemia e prevenção das
complicações agudas e de longo prazo. O enfermeiro pode contribuir ajudando os pacientes a
desenvolver habilidades no manejo do autocuidado e orientando-os sobre as principais formas de
tratamento.

10.1 TERAPIA MÉDICA NUTRICIONAL (TMN)


O valor calórico total (VCT) da TMN deve ser apropriado para permitir estado nutricional,
crescimento e desenvolvimento adequados. A ingestão alimentar diária deve ser feita em três
refeições principais:

 Café da manhã com 20% VCT;

 Almoço com 20% VCT; e

 Jantar com 30% VCT.

E, preferencialmente, três refeições complementares: meio da manhã e da tarde e


antes de se deitar, com 10% VCT cada uma ou com 5, 10 e 15% VCT, respectivamente.

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Unidade 10 – Orientações Sobre o Tratamento do DM

Cada uma das refeições principais deve conter os três macronutrientes: carboidratos,
gordura e proteínas nas proporções recomendadas para a população em geral, além dos
micronutrientes (minerais), vitaminas e fibras.

Com relação aos efeitos glicêmicos dos carboidratos, a quantidade total dos mesmos
nas refeições e lanches é mais importante que sua fonte ou tipo, que podem ser açúcares,
oligossacarídeos, polissacarídeos.

Recomenda-se que as principais fontes de carboidratos sejam: cereais, frutas,


vegetais e leite desnatado. Os pacientes sob a terapia insulínica intensiva devem ajustar as
doses de insulina pré-refeição de acordo com a quantidade de carboidratos da refeição e do
nível glicêmico presente.

10.2 ATIVIDADE FÍSICA


A atividade física é desejada por seus vários efeitos benéficos, principalmente em relação ao
sistema cardiovascular, mas deve ser regular, pois há consumo de glicose pelo músculo em
exercício independentemente da insulina, devendo fazer parte do plano terapêutico.

O alvo mínimo é de 150 minutos/semana que equivalem a 30 min/5 dias ou 50 min/


3 dias, semanalmente.

Também para os com DM2 a TMN e a atividade física são os fundamentos da


terapêutica. Infelizmente, em geral a aderência a estas duas condutas, com redução de peso,
é pequena.

Assim, com frequência é necessária a prescrição de antidiabéticos orais. Com a


evolução da doença, frequentemente há necessidade de associação dos medicamentos orais
e por fim da administração de insulina, para o controle glicêmico.

10.3 INSULINOTERAPIA
A insulina deve ser iniciada assim que for feito o diagnóstico de DM1. A escolha do melhor esquema
terapêutico deve levar em consideração:

 Características das insulinas;

 Idade do paciente;

 Estágio puberal;

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31
Unidade 10 – Orientações Sobre o Tratamento do DM

 Horário de escola;

 Trabalho;

 Atividades físicas;

 Padrão de alimentação; e

 Aceitação do esquema proposto pelo paciente e pela família.

Em contraste com o DM1, a insulina não é componente obrigatório da terapia do


DM2, embora após vários anos de doença ela se torne necessária.

A explanação feita para o DM1 aqui também é válida. Deve-se, entretanto, ressaltar que a
maior aderência à introdução da insulinoterapia em diabéticos tipo 2 ocorre quando o fazemos
prescrevendo uma dose pequena de insulina de ação intermediária antes do paciente se deitar
(“bed-time insulin”), com manutenção da posologia antidiabética oral durante o dia.

Posteriormente, se necessário, acrescentamos a segunda dose, pela manhã e retiramos a


sulfoniluréia, se for o caso, enquanto podemos manter a droga oral que diminui a resistência a
insulina, ex. metformina e até mesmo as medicações que diminuem a glicemia pós-prandial.

10.4 HIPOGLICEMIANTES ORAIS


Medicamentos tomados por via oral, que, por diferentes formas, dependendo de sua classe,
provocam diminuição da glicemia plasmática. São medicamentos largamente utilizados no
tratamento do DM 2. Permitem seu controle e evitam complicações inerentes à doença.

Devido ao grande número de fármacos destinados ao tratamento do Diabetes, e seus


diferentes mecanismos de ação, é imprescindível ter a orientação quanto ao uso para que seu
efeito seja alcançado de formamais eficaz.

A dose e o horário devem ser seguidos rigorosamente, pois influenciam diretamente


na ação do medicamento.

Os mecanismos de ação e possíveis efeitos colaterais devem ser relatados ao paciente.


Por exemplo, interações medicamentosas e a importância da automonitorização para
controle e acompanhamento da eficácia terapêutica.

É sempre importante lembra-los de que todo medicamento deve ser tomado mediante
prescrição médica, e a interrupção deve ser comunicada ao médico.

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32
Diabetes
Mellitus

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Unidade 1 – A Relação de Emprego

01
INTRODUÇÃO

Apesar de ser uma doença que acompanha a atual rotina contemporânea, o Diabetes Mellitus (DM)
está longe de ser um fenômeno moderno, uma vez que já é conhecida desde a Antiguidade.

Considerada atualmente como uma epidemia mundial, torna-se também um grande


desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o perfil sanitário mundial está se


alterando rapidamente, especialmente nos países em desenvolvimento. Os conhecimentos sobre a
natureza das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), sua ocorrência, seus fatores de risco e
populações sob risco também estão em transformação.

Em 2014, havia 387 milhões de casos diabetes e que até o ano 2035, esse número
pode chegar até 592 milhões de pessoas.

Estima-se que 179 milhões ou quase metade do total de pessoas com diabetes ainda não
foram diagnosticadas e que a cada 7 segundos, 1 pessoa morre por diabetes no mundo. No Brasil,
em uma população adulta (de 20 a 79 anos) 11,6 milhões tem diabetes e que há 3,2 milhões de
casos não diagnosticados (20-79).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o perfil sanitário mundial está se


alterando rapidamente, especialmente nos países em desenvolvimento. Os conhecimentos sobre a
natureza das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), sua ocorrência, seus fatores de risco e
populações sob risco também estão em transformação. Ainda de acordo com a OMS, até o ano de
2025 o número de brasileiros com diabetes chegará a mais de 350 milhões.

É importante observar que já existem informações e evidências científicas suficientes para


prevenir e/ou retardar o aparecimento do diabetes e de suas complicações e que pessoas e
comunidades progressivamente têm acesso a esses cuidados.

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Unidade 2 – Histórico

02
HISTÓRICO

A primeira descrição documentada dos sintomas do diabetes até hoje encontrada está em um
papiro egípcio. Posteriormente, por volta de 500 anos a.C., o indiano Susruta, diagnosticou
o diabetes mellitus em seus pacientes, entre as mais de 1.200 doenças estudadas por ele. Foi
o primeiro a diferenciar dois tipos de diabetes: o primeiro tipo era diagnosticado em pessoas
jovens e altamente fatal, enquanto o segundo era típica de adultos obesos.

Foram os gregos a cunhar o termo “diabetes”. Apolônio de Memphis (250 a.C.) foi
o primeiro a usar a palavra, que significa passar através de devido à passagem de líquido
pelo corpo dos pacientes. Mellitus, que em latim quer dizer mel foi adicionado mais tarde na
literatura médica ocidental, embora na medicina indiana já fosse usado, numa referência à
urina adocicada que atraía formigas e abelhas.

Como na Antiguidade, durante a Idade Média o diabetes continuou sendo


diagnosticado através do método de provar a urina dos pacientes: o sabor doce correspondia
ao diagnóstico positivo. No entanto, os médicos árabes, no mesmo período, descreveram em
detalhes o coma hipoglicêmico e recomendaram uma dieta rica em grãos - preservando e
atualizando os estudos clássicos de Hipócrates.

Por volta de 1600, distinguem-se duas escolas de pensamento no ocidente: a que


preferia uma dieta para repor o açúcar perdido na urina, e a outra que apostava na restrição
dos carboidratos para reduzir os efeitos atribuídos ao excesso de açúcar.

Em 1775, uma substância “açucarada” foi detectada pela primeira vez na urina pelo
britânico Matthew Dobson, a qual foi finalmente analisada e identificada como sendo glicose
pelo químico francês Michel EugèneChevreul. É nesse período que o açúcar começa a ser
demonizado na dieta dos que tinham diabetes.

O médico alemão Paul Langerhans abriu caminho com a descoberta das células
ilhotas do pâncreas em 1869. Durante um experimento em 1889, cientistas notaram que um
cão adquiriu diabetes após ter o pâncreas removido e concluíram que o pâncreas seria crucial
para o metabolismo sanguíneo.

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35
Unidade 2 – Histórico

Em 1910, Sharpey-Shafer sugere que uma substância química produzida pelo


pâncreas faltava no organismo das pessoas com diabetes e propõe que tal substância seja
chamada de insulina.

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Unidade 3 – Conceito de Diabetes Mellitus

03
CONCEITO DE DIABETES MELLITUS

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença do metabolismo da glicose causada pela falta ou
má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e cuja função é quebrar as
moléculas de glicose para transformá-las em energia a fim de que seja aproveitada por todas
as células.

A ausência total ou parcial desse hormônio interfere não só na absorção do açúcar


como na sua transformação em outras substâncias, tais como proteínas, músculos e gordura.

Há duas formas atuais para classificar o diabetes, a classificação etiológica do diabetes,


definidos de acordo com defeitos ou processos específicos, e a classificação em estágios de
desenvolvimento, incluindo estágios pré-clínicos e clínicos, este último incluindo estágios
avançados em que a insulina é necessária para controle ou sobrevivência.

3.1 CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA


Os tipos mais frequentes são o diabetes tipo 1, anteriormente conhecido como diabetes juvenil,
que compreende cerca de 10% do total de casos, e o tipo 2, anteriormente conhecido como
diabetes do adulto, que compreende cerca de 90% do total de casos.

Outro tipo encontrado com maior frequência e cuja etiologia ainda não está esclarecida é
o diabetes gestacional, que, em geral, é um estágio pré-clínico de diabetes, detectado no
rastreamento pré-natal.

Outros tipos específicos de diabetes menos frequentes podem resultar de defeitos


genéticos da função das células beta, defeitos genéticos da ação da insulina, doenças do pâncreas
exócrino, endocrinopatias, efeito colateral de medicamentos, infecções e outras síndromes
genéticas associadas ao diabetes.

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37
Unidade 3 – Conceito de Diabetes Mellitus

Vejamos abaixo os três principais tipos:

3.1.1 Diabetes tipo 1

O DM1 é o resultado da destruição de células betapancreáticas com consequente deficiência


de insulina. Na maioria dos casos, essa destruição de células beta é mediada por
autoimunidade, porém existem casos em que não há evidências de processo autoimune,
sendo, portanto, referidos como forma idiopática de DM1. Compreende 5% a 10% dos casos.

A instalação da doença ocorre mais na infância e adolescência e é


insulinodependente, isto é, exige a aplicação de injeções diárias de insulina.

A taxa de destruição das células beta é variável, sendo, em geral, mais rápida entre
as crianças. A forma lentamente progressiva ocorre em adultos, sendo referida como diabetes
autoimune latente do adulto.

O DM1 idiopático corresponde à minoria dos casos e caracteriza-se pela ausência de


marcadores de autoimunidade contra as células beta e não associação a haplótipos do sistema
HLA. Os indivíduos com essa forma de DM podem desenvolver cetoacidose e apresentam
graus variáveis de deficiência de insulina.

Como a avaliação dos autoanticorpos não se encontra disponível em todos os centros,


a classificação etiológica do DM1 nas subcategorias autoimune e idiopática pode não ser
sempre possível.

3.1.2 Diabetes tipo 2

Nesse tipo, as células são resistentes à ação da insulina. É o principal tipo de diabetes,
compreendendo cerca de 90% do total de casos. Caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da
insulina. Em geral, ambos os defeitos estão presentes quando a hiperglicemia se manifesta, porém
pode haver predomínio de um deles.

Considerado um tipo específico para adultos com mais de 40 anos, atualmente vê-se
com maior frequência em jovens, em virtude de maus hábitos alimentares, sedentarismo e
stress da vida urbana.

A maioria dos pacientes com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e


cetoacidose raramente se desenvolve de modo espontâneo, ocorrendo apenas quando se associa
a outras condições como infecções.

Os diabéticos tipo 2 não dependem de insulina exógena para sobreviver, porém podem
necessitar de tratamento com insulina para obter controle metabólico adequado.

Este material é parte integrante do curso online "Enfermagem em Diabetes " do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme
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38
Unidade 3 – Conceito de Diabetes Mellitus

Por ser pouco sintomática o diabetes na maioria das vezes permanece por muitos anos sem
diagnóstico e sem tratamento o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no
cérebro.

3.1.3 Diabetes Gestacional

Durante a gravidez ocorrem adaptações na produção hormonal materna para permitir o


desenvolvimento do bebê.

A placenta é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina,


responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo.

O pâncreas materno, consequentemente, aumenta a produção de insulina para


compensar este quadro de resistência à sua ação.

Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre e elas desenvolvem


quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue.

Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente


intrauterino, há maior risco de crescimento fetal excessivo, que chamamos de macrossomia
fetal e, consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e
diabetes na vida adulta.

O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher. Não é comum a


presença de sintomas. Suaetiologia ainda não está esclarecida é o diabetes gestacional, que,
em geral, é um estágio pré-clínico de diabetes, detectado no rastreamento pré-natal.

3.2 ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DO DIABETES


É reconhecido que o diabetes passa por estágios em seu desenvolvimento. É importante perceber
que os vários tipos de diabetes podem progredir para estágios avançados de doença, em que é
necessário o uso de insulina para o controle glicêmico.

Além disso, antes do diabetes ser diagnosticado, já é possível observar alterações na


regulação glicêmica ou tolerância à glicose diminuída e glicemia de jejum alterada, e o seu
reconhecimento pelo clínico permite a orientação de intervenções preventivas.

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39
Unidade 4 – Pré-Diabetes

04
PRÉ-DIABETES

Como o título já sugere, este termo é usado para identificar as pessoas que possuem risco
potencial de desenvolver o diabetes.

É uma forma ou um estado intermediário entre a normalidade e o diabetes do tipo 2


no adulto. No entanto, sabe-se que nem todos irão deixar a condição de pré-diabético para
se tornar um diabético. Mas, por precaução, são considerados em estado de risco para essa
progressão.

Existem fatores que são considerados de risco para o desenvolvimento do diabetes.


Entre eles estão:

 Idade, principalmente, acima de 45 anos;

 Excesso de peso;

 Sedentarismo;

 Hipertensão arterial;

 Alterações nas taxas de colesterol e triglicérides sanguíneos; e

 História familiar de diabetes;

 Mulheres que geraram filhos com mais de 4 kg ou que sejam portadoras de Síndrome
dos Ovários Policísticos também têm risco aumentado.

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40
Unidade 4 – Pré-Diabetes

Nesses casos, preconiza-se a realização da dosagem de glicemia de jejum ou a


realização do Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG), para possível detecção de pré-
diabetes ou mesmo diabetes.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, a melhor maneira de identificar


o pré-diabetes é através da dosagem da glicemia. Sua definição laboratorial dá-se quando a
taxa de glicemia de jejum, com resultados entre 110 mg/dL e 125 mg/dl e/ou quando o valor
de glicemia na segunda hora do teste de sobrecarga oral à glicose, também chamado de curva
glicêmica, está entre 140 e 199 mg/dl.

A quantidade de pessoas que evoluem para o diabetes é parecida nos grupos que têm
glicemia de jejum alterada e os que apresentam alterações nas taxas de glicemia na segunda
hora do teste oral. No mais, apesar de serem raros, outros grupos que não apresentarem essas
condições e nem fatores de risco, também podem desenvolver diabetes no futuro.

É importante salientar que as pessoas que adquirem novos hábitos no estilo de vida,
tais como a atividade física regular resultando na diminuição do peso corporal, ajudam a, no
mínimo, retardar o aparecimento do diabetes.

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41
Unidade 5 – Critérios Atuais para o Diagnóstico do Diabetes

05
CRITÉRIOS ATUAIS PARA O
DIAGNÓSTICO DO DIABETES

Para que seja necessário solicitar de exames para diagnóstico do DM, precisamos pesquisar os
fatores de risco, bem como os sinais e sintomas característicos da doença.

Devemos sempre atentar para os “quatro P’s”:

 Poliúria;

 Polidipsia;

 Polifagia

 Perda inexplicada de peso.

Embora possam estar presentes no DM tipo 2, esses sinais são mais agudos no tipo 1 e
podem progredir para cetose, desidratação e acidose metabólica, especialmente na presença de
estresse agudo.

Sintomas mais vagos e menos específicos também podem estar presentes, como:

 Fadiga, fraqueza e letargia;

 Visão turva (ou melhora temporária da visão para perto);

 Prurido vulvar ou cutâneo, balanopostite.

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42
Unidade 5 – Critérios Atuais para o Diagnóstico do Diabetes

O diagnóstico do diabetes baseia-se na detecção da hiperglicemia. Existem quatro tipos de


exames que podem ser utilizados no diagnóstico do DM:

 Glicemia casual,

 Glicemia de jejum,

 Teste de tolerância à glicose com sobrecarga de 75 g em duas horas (TTG),

 Hemoglobina glicada (HbA1c).

Para que o diagnóstico seja estabelecido em adultos, os valores devem ser confirmados em
um dia subsequente, por qualquer um dos critérios descritos, exceto em gestantes.

A confirmação não é necessária em um paciente com sintomas típicos de descompensação


e com medida de níveis de glicose plasmática ≥ 200mg/dl.

Para o diagnóstico do diabetes em crianças que não apresentam um quadro característico


de descompensação metabólica com poliúria, polidipsia e emagrecimento ou de cetoacidose
diabética, são adotados os mesmos critérios diagnósticos empregados para os adultos.

Devido ao aumento significativo da incidência de DM1 em crianças menores de cinco anos,


devemos atentar para essa faixa etária devido à dificuldade de evidenciar a sintomatologia, pois
muitas vezes essas crianças usam fraldas e mamam o que dificulta a percepção da poliúria e
polidipsia.

A perda de peso, a irritabilidade, a desidratação, são alguns dos sinais e sintomas que
devem despertar a atenção médica para o diagnóstico do diabetes em crianças. A descompensação
em cetoacidose ainda é, infelizmente, uma realidade da maior parte dos diagnósticos de diabetes.

5.1 RASTREIO PARA DIABETES EM INDIVÍDUOS


ASSINTOMÁTICOS
O teste de rastreio para a detecção de diabetes tipo 2 (DM2) e para a avaliação do risco futuro
para diabetes em pessoas assintomáticas deve ser considerado em adultos de qualquer idade
que apresentem sobrepeso ou obesidade (IMC ≥ 25 kg/m2 e que apresentem um ou mais dos
fatores de risco para diabetes.

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43
Unidade 5 – Critérios Atuais para o Diagnóstico do Diabetes

Em pessoas que não apresentem fatores de risco, os testes de rastreio devem ser
iniciados aos 45 anos de idade.

5.2 DETECÇÃO E DIAGNÓSTICO DE DIABETES MELLITUS


GESTACIONAL (DMG)
Teste de rastreio para DM2 não diagnosticado deve ser realizado na primeira consulta de
pré-natal nas gestantes com fatores de risco, utilizando critérios padrão para diagnóstico. Em
gestantes cuja presença do diabetes é desconhecida, os testes de rastreio devem ser iniciados
entre as semanas 24 e 28 de gestação, utilizando-se o teste oral de tolerância à glicose com
75 g.

O diagnóstico de DMG é confirmado quando qualquer dos valores seguintes de


glicemia for atingido:

 Glicemia de jejum ≥ 92 mg/dL;

 Glicemia pós-prandial de 1 hora ≥ 180 mg/dL; ou

 Glicemia pós-prandial de 2 horas ≥ 153 mg/dL.

Deve-se reavaliar a possível persistência do diabetes entre a 6ª e 12ª semanas do


período pós parto. Mulheres com história de DMG devem ser reavaliadas para a presença de
diabetes a cada três anos.

5.3 PREVENÇÃO DO DIABETES TIPO 2


Pacientes com tolerância diminuída à glicose, glicemia de jejum alterada e hemoglobina
glicada (A1C) entre 5,7% e 6,4% devem ser encaminhados para um programa de perda de
7% do peso corpóreo, associado a um aumento da atividade física para, pelo menos, 150
minutos/semana de atividade física moderada, como a caminhada, por exemplo.

Veja abaixo, a tabela de valores preconizados para o diagnóstico do DM2 e seus


estágios pré-clínicos:

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Unidade 5 – Critérios Atuais para o Diagnóstico do Diabetes

Categoria Glicemia de TTG Glicemia


jejum casual

Glicemia
normal
<100 <140 <200

Glicemia
alterada
>100 e <126

Tolerância
Diminuída à
Glicose ≥140 e <200

Diabetes
Mellitus
<126 ≥200 200*

*com sintomas clássicos (os 4P’s)

A terapia preventiva com metformina pode ser considerada em pacientes com maior
risco de desenvolver diabetes, tais como aqueles com múltiplos fatores de risco e progressão
da hiperglicemia (A1C ≥ 6,0%) apesar das intervenções no estilo de vida.

5.4 MONITORIZAÇÃO GLICÊMICA


A automonitorização glicêmica deve ser realizada três ou mais vezes por dia em pacientes
que utilizam múltiplas injeções diárias de insulina ou que utilizem bomba de insulina. Em
diabéticos com uso menos frequente de insulina ou que estejam apenas com terapia
nutricional, a automonitorização pode ser um guia bastante útil para o sucesso da terapia.

É fundamental a educação do paciente quanto à prática adequada da


automonitorização. A monitorização contínua da glicose (MCG) juntamente com esquemas
intensivos de insulinoterapia pode ser útil para a redução da A1C em pacientes com diabetes
tipo 1 (DM1) após os 25 anos.

Embora a evidência de redução de A1C seja menos expressiva para crianças,


adolescentes e adultos jovens, a MCG pode ser útil para esses grupos.

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Unidade 5 – Critérios Atuais para o Diagnóstico do Diabetes

5.5 TESTES DE HEMOGLOBINA GLICADA (A1C)


Os testes de A1C devem ser realizados pelo menos duas vezes ao ano em pacientes com
controle estável e na frequência de 4 vezes ao ano em pacientes com alterações na terapêutica
ou que não estejam atingindo as metas glicêmicas recomendadas.

A utilização de testes rápidos para a avaliação da A1C no local de atendimento com


a utilização de sangue capilar (por exemplo, o teste “A1C Now”) permite resultados em
apenas 5 minutos e promove decisões mais precisas e mais pontuais sobre as alterações
terapêuticas necessárias.

5.6 METAS GLICÊMICAS EM ADULTOS


A redução da A1C para níveis abaixo ou ao redor de 7,0% demonstrou reduzir as
complicações microvasculares e neuropáticas do diabetes e, se implementada logo após o
diagnóstico de diabetes, pode também promover a redução, em longo prazo, da doença
macrovascular.

Portanto, a meta de A1C para a maioria das pessoas adultas e não grávidas é de
<7,0%. Metas menos rígidas de A1C podem ser apropriadas para pacientes com uma história
de hipoglicemia severa, expectativa de vida limitada, complicações micro e macrovasculares
avançadas, condições extensivas de comorbidades, entre outras.

5.7 CONDUTA NA HIPOGLICEMIA


Glicose na dose de 15 a 20 gramas é o tratamento preferencial para indivíduos conscientes
com hipoglicemia, embora qualquer forma de carboidrato que contenha glicose possa ser
utilizada. Se após 15 minutos a glicemia não estiver normalizada, o tratamento deve ser
repetido.

Tão logo a glicemia retorne ao normal é recomendado o consumo de uma refeição


ou lanche para prevenir recorrência da hipoglicemia. O glucagon deve ser prescrito para
todos os indivíduos significante de hipoglicemia severa. Não só os profissionais de saúde
como também os familiares devem ser instruídos quanto à correta administração de
glucagon.

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Unidade 5 – Critérios Atuais para o Diagnóstico do Diabetes

Indivíduos com hipoglicemia não percebida ou um ou mais episódios de


hipoglicemia severa devem ser orientados a aumentar suas metas glicêmicas para evitar a
repetição dos episódios de hiperglicemia.

5.8 INDICAÇÕES PARA A CIRURGIA BARIÁTRICA


A cirurgia bariátrica deve ser considerada para adultos com IMC > 35 kg/m2 e diabetes tipo
2, especialmente se o diabetes e as comorbidades associadas forem de difícil controle através
da terapia farmacológica e de estilo de vida. Pacientes com DM2 submetidos à cirurgia
bariátrica necessitam suporte de estilo de vida e supervisão médica durante toda a vida.

Embora alguns estudos tenham demonstrados benefícios glicêmicos da cirurgia


bariátrica em pacientes com DM2 e IMC entre 30 a 35 kg/m2, não há no momento evidência
suficiente para uma recomendação genérica deste tipo de cirurgia em pacientes com IMC
< 35 mg/m2, exceto em condições experimentais de estudo clínicos.

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Unidade 6 – Tratamento do Diabetes

06
TRATAMENTO DO DIABETES

O tratamento do diabetes exige, além do acompanhamento médico e enfermagem especializados,


os cuidados de uma equipe multidisciplinar. O tratamento do DM consiste em terapia médica
nutricional; atividade física; insulinoterapia e farmacoterapia.

6.1 TRATAMENTO DO DM1


Os principais objetivos do tratamento são:

 Promover o controle metabólico, incluindo níveis euglicêmicos nos períodos pós-absortivos


e pós-prandiais;

 Permitir crescimento e desenvolvimento adequados;

 Promover o bem-estar físico e psíquico;

 Evitar as complicações crônicas.

Nesse caso, o tratamento tem melhores resultados quando proporcionado por uma equipe
multidisciplinar, da qual o paciente precisa ser membro ativo e principal. Desta equipe, devem
também fazer parte: o endocrinologista, nutricionista, psicoterapeuta, educador físico e
enfermeiro.

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Unidade 6 – Tratamento do Diabetes

6.1.1 Terapia Médica Nutricional (TMN)

O valor calórico total (VCT) da TMN deve ser apropriado para permitir estado nutricional,
crescimento e desenvolvimento adequados. A ingestão alimentar diária deve ser feita em três
refeições principais:

 Café da manhã com 20% VCT;

 Almoço com 20% VCT; e

 Jantar com 30% VCT.

E, preferencialmente, três refeições complementares: meio da manhã e da tarde e


antes de se deitar, com 10% VCT cada uma ou com 5, 10 e 15% VCT, respectivamente.

Cada uma das refeições principais deve conter os três macronutrientes: carboidratos,
gordura e proteínas nas proporções recomendadas para a população em geral, além dos
micronutrientes (minerais), vitaminas e fibras.

Com relação aos efeitos glicêmicos dos carboidratos, a quantidade total dos mesmos
nas refeições e lanches é mais importante que sua fonte ou tipo, que podem ser açúcares,
oligossacarídeos, polissacarídeos.

Recomenda-se que as principais fontes de carboidratos sejam: cereais, frutas,


vegetais e leite desnatado. Os pacientes sob a terapia insulínica intensiva devem ajustar as
doses de insulina pré-refeição de acordo com a quantidade de carboidratos da refeição e do
nível glicêmico presente.

6.1.2 Atividade Física

A atividade física é desejada por seus vários efeitos benéficos, principalmente em relação ao
sistema cardiovascular, mas deve ser regular, pois há consumo de glicose pelo músculo em
exercício independentemente da insulina, devendo fazer parte do plano terapêutico.

O alvo mínimo é de 150 minutos/semana que equivalem a 30 min/5 dias ou 50 min/


3 dias, semanalmente.

6.1.3 Insulinoterapia

A insulina deve ser iniciada assim que for feito o diagnóstico de DM1.

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Unidade 6 – Tratamento do Diabetes

A escolha do melhor esquema terapêutico deve levar em consideração:

 Características das insulinas;

 Idade do paciente;

 Estágio puberal;

 Horário de escola;

 Trabalho;

 Atividades físicas;

 Padrão de alimentação; e

 Aceitação do esquema proposto pelo paciente e pela família.

6.1.3.1 Insulinas Humanas


Insulina regular (R): Insulina humana, a R deve ser usada para correções de glicemias elevadas ou
como insulina préprandial, com aplicação 30 minutos antes da refeição para que o pico de ação
coincida com a absorção do alimento.

Insulina intermediária (NPH - Neutral ProtamineHagedorn): A NPH é baseada na adição


de protamina à insulina, que retarda a absorção da insulina após aplicação no subcutâneo. Seu
aspecto é de uma suspensão de aspecto turvo, que exige uma mistura prévia à aplicação para
homogeneização para estabilização.

6.1.3.2 Análogos da Insulina


São produtos sintéticos, provenientes de modificações na estrutura da molécula da insulina,
desenvolvidos com o objetivo de aproximar o tratamento à fisiologia da secreção de insulina.

Os análogos da insulina de ação ultrarrápida existentes são a insulina asparte, lispro e


glulisina. Estas insulinas possuem início de ação mais rápido, pico mais precoce e tempo de duração
mais curto que a insulina R.

Pelo seu rápido início de ação, pode ser administrada imediatamente antes das refeições,
para controle da glicemia pós-prandial.

A comparação com a R mostra menos excursões hiperglicêmicas pós-prandiais, menor risco


de hipoglicemias, e redução discreta da hemoglobina glicada, e permitem maior flexibilidade e
conveniência para crianças e adolescentes.

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Unidade 6 – Tratamento do Diabetes

Insulina glargina e detemir são análogos que tentam imitar a secreção basal de insulina.
Comparadas com a NPH, apresentam ação mais prolongada, redução da variabilidade glicêmica e
redução de hipoglicemias (principalmente noturnas), com manutenção ou discreta melhora da A1C.

A glargina deve ser aplicada uma vez ao dia, pela manhã ou à noite. A detemir pode ser
aplicada uma (pela manhã ou à noite) ou duas vezes ao dia. Está também associada à menor ganho
ponderal. As insulinas detemir e glargina não devem ser misturadas com outras insulinas pelo risco
de modificação da farmacocinética de uma delas.

6.1.4 Transplante

Tratamento mais eficaz para o diabetes seria o transplante do pâncreas ou das células ß.

O primeiro tem sido realizado junto ao transplante renal há mais tempo e mais
frequentemente, tendo havido consideráveis progressos na técnica e nos resultados. Todavia,
devido à necessidade de imunossupressão prolongada, o transplante de pâncreas só está
indicado numa fase tardia da microangiopatia, como a insuficiência renal crônica.

O segundo envolve técnica cirúrgica bem mais simples e evitaria a terapia


imunossupressora, mas, embora tenha havido progressos, ainda vários obstáculos técnicos,
principalmente em relação ao número e preservação da vitalidade das células ß, precisam ser
vencidos.

6.2 TRATAMENTO DO DM2


Em contraste com o DM1, a insulina não é componente obrigatório da terapia do DM2,
embora após vários anos de doença ela se torne necessária.

Entre os diabéticos tipo 2 há um largo espectro clínico de: disfunção das células ß,
índice de massa corporal e resistência à insulina que requer uma escolha cuidadosa das várias
opções terapêuticas.

Os pacientes com DM2 sendo mais velhos têm com maior frequência associação com
outros problemas clínicos, tais como: hipertensão arterial, dislipidemia e osteoporose, que
precisam ser tratados concomitantemente.

Como para os diabéticos tipo 1, o tratamento para os de tipo 2 é mais eficaz quando
conduzido por uma equipe multidisciplinar, da qual o paciente precisa ser um participante
ativo.

Também para os com DM2 a TMN e a atividade física são os fundamentos da


terapêutica. Infelizmente, em geral a aderência a estas duas condutas, com redução de peso,

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51
Unidade 6 – Tratamento do Diabetes

é pequena. Assim, com frequência é necessária a prescrição de antidiabéticos orais. Com a


evolução da doença, frequentemente há necessidade de associação dos medicamentos orais
e por fim da administração de insulina, para o controle glicêmico.

6.2.1 Terapêutica Médica Nutricional (TMN)

Tudo o que foi escrito para o DM1 é válido para o DM2, exceto quanto à necessidade em
geral da TMN ser hipocalórica para o controle glicêmico, principalmente nos períodos pós-
prandiais e redução do peso, uma vez que grande parte dos diabéticos tipo 2 são obesos.
Com a diminuição de peso há diminuição da resistência à insulina, com melhora metabólica.

6.2.2 Atividade Física

O que foi referido para o DM1 também se aplica para o DM2 com o benefício adicional de
poder proporcionar perda de peso.

6.2.3 Antidiabéticos Orais

Compreendem:

 Medicamentos que diminuem a resistência à insulina:

Metformina: É uma biguanida que tem menor risco de causar acidose lática se
observadas suas contra-indicações. Age principalmente diminuindo a neoglicogênese
hepática. Pode determinar perda de peso e reduz os níveis de triglicérides de 10 a 15% e do
inibidor-1 do ativador do plasminogênio (PAI-1). Os efeitos colaterais mais frequentes são
distúrbios digestivos.

Tiazolidinedionas ou Glitazonas: Incluem, atualmente, a rosiglitazona e a


pioglitazona. Agem principalmente ativando o receptor de insulina nos tecidos adiposos,
muscular e hepático com aumento da utilização de glicose pelos mesmos. As
glitazonasligam-se a um receptor nuclear proliferador ativado dos peroxisomas γ (PPAR-γ),
levando a um aumento da expressão dos transportadores de membrana da glicose (GLUT 4).
Corroborando com esta ação, agem também bloqueando as ações antiinsulinas do TNF-α e
de outras citocinas. Como efeito colateral indesejado tem-se o ganho de peso (2-3 kg).

 Medicamentos que estimulam a secreção de insulina

Sulfoniluréias: Junto com as biguanidas são os medicamentos mais antigos


utilizados no tratamento do DMT2 e os mais prescritos. São hipoglicemiantes orais. Têm

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52
Unidade 6 – Tratamento do Diabetes

como principal mecanismo de ação estimular a secreção de insulina ligando-se a seu receptor
na superfície das células ß, com fechamento dos canais de K+ dependentes de ATP,
resultando em despolarização das células. As sulfoniluréias de segunda geração são mais
eficazes e têm menos efeitos colaterais que as de primeira geração (clorpropamida). Quanto
aos últimos, destaca-se o ganho ponderal e a possibilidade de hipoglicemia.

Glinidas: Incluem, atualmente, a repaglinida (derivado do ácido benzóico) e a


nateglinida (derivado da D-fenilalanina). Agem também nas células ß estimulando a
secreção de insulina à glicose. Diferente, porém, das sulfonilúreias, têm início de ação mais
rápido e duração de ação menor, estando indicadas para o controle glicêmico pós-prandial.

 Medicamentos que diminuem a absorção intestinal de glicose

Acarbose: É um inibidor das α-glicosidases intestinais bloqueando a entrada da


glicose na circulação e controlando a glicemia pós-prandial, todavia, os dissacarídeos não
absorvidos sofrem fermentação no interior das alças intestinais pela flora bacteriana
causando os sintomas de: meteorismo, flatulência e diarreia. Estes efeitos adversos nem
sempre são tolerados pelos pacientes. Iniciando o tratamento com doses baixas de 25 mg nas
refeições, ajuda a tornar tais efeitos menos intensos. A acarbose também diminui de modo
consistente a trigliceridemia pós-prandial em cerca de 20%.

 Associações

Geralmente inicia-se o tratamento com antidiabético oral que diminua a resistência à


insulina (ex.: metformina). Se não se conseguir o controle glicêmico desejado deve-se
associar uma segunda classe de medicamento: glinida ou acarbose, para o controle das
glicemias pós-prandiais ou sulfoniluréia, para o controle glicêmico nas 24 h. Se necessário,
pode-se associar uma terceira classe de medicamento.

6.2.1 Insulinoterapia

A explanação feita para o DM1 aqui também é válida. Deve-se, entretanto, ressaltar que a maior
aderência à introdução da insulinoterapia em diabéticos tipo 2 ocorre quando o fazemos
prescrevendo uma dose pequena de insulina de ação intermediária antes do paciente se deitar
(“bed-time insulin”), com manutenção da posologia antidiabética oral durante o dia.

Posteriormente, se necessário, acrescentamos a segunda dose, pela manhã e retiramos a


sulfoniluréia, se for o caso, enquanto podemos manter a droga oral que diminui a resistência a
insulina, ex. metformina e até mesmo as medicações que diminuem a glicemia pós-prandial..

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AVALIAÇÃO

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Você precisa atingir um aproveitamento igual ou superior a 60% para poder emitir o seu
certificado.

1. O valor calórico total (VCT) da TMN deve ser apropriado para permitir estado nutricional,
crescimento e desenvolvimento adequados. A ingestão alimentar diária deve ser feita
preferencialmente em quantas refeições?

a. Apenas 03 refeições: café da manhã, almoço e jantar;

b. Apenas 02 refeições: café da manhã e almoço. As outras não são importantes;

c. 06 refeições. 03 principais: café da manhã, almoço e jantar; e mais 03 complementares:


meio da manhã e da tarde e antes de se deitar.

d. Apenas 03 refeições principais: meio da manhã e da tarde e antes de se deitar.

2. Os 04 sintomas clássicos de diabetes são:

a. Fadiga; Fraqueza; emagrecimento e Prurido;

b. Infecções de repetição; Letargia; polifagia e emagrecimento;

c. Poliúria; Fadiga; Fraqueza e Letargia;

d. Poliúria; Polidipsia; Polifagia perda involuntária de peso.

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3. As principais metas do tratamento incluem:

a. Monitoramento das áreas de risco de hipertensão;

b. Avaliação física e alimentar dos diabéticos;

c. O controle dos níveis de glicemia e prevenção das complicações agudas e de longo prazo.

d. Consumir o máximo possível de insulina.

4. As orientações de prevenção e controle feito com o paciente e todos que os cercam, denomina-
se:

a. Cuidado integral aos pacientes e familiares;

b. Diagnóstico de diabetes;

c. Aconselhamento individual;

d. Anamnese e exame físico.

5. Na consulta de enfermagem para acompanhamento do pé diabético, uma das etapas é o exame


físico minucioso dos pés que pode ser dividido em:

a. Uma única etapa. Avaliação da história clínica dos familiares do paciente.

b. 02 etapas. Avaliar a presença de calos e má higienização.

c. 03 etapas. Avaliação dos calçados, rua onde o paciente mora e seu emprego;

d. 04 etapas. Avaliação da pele, musculoesquelética, vascular e neurológica.

6. Fazem parte da classificação etiológica do diabetes:

a. Diabetes tipo 1;

b. Diabetes tipo 2;

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c. Diabetes gestacional;

d. Todos os tipos acima.

7. Qual o termo usado para identificar a forma ou um estado intermediário entre a normalidade
e o diabetes do tipo 2 no adulto?

a. Defeitos genéticos da função das células beta;

b. Pré-diabetes;

c. Diabetes pós prandial;

d. Síndromes genéticas associadas ao diabetes.

8. A atividade física é desejada por seus vários efeitos benéficos. Portanto, deve ser orientado ao
paciente portador de diabetes que tipo de plano terapêutico?

a. Caminhada de 2h/ dia, em 7 dias por semana;

b. O alvo mínimo é de 150 minutos/semana que equivalem a 30 min/5 dias ou 50 min/ 3 dias,
semanalmente;

c. O alvo máximo é de 150 minutos/semana que equivalem a 30 min/5 dias ou 50 min/ 3 dias,
semanalmente;

d. Musculação por 2h/ dia, em 7 dias por semana.

9. Não fazem parte dos principais objetivos do tratamento do diabetes:

a. Aplicação de insulina no mínimo 3 vezes por manhã, somente em dias de consultas anuais;

b. Promover o controle metabólico, incluindo níveis euglicêmicos nos períodos pós-absortivos


e pós-prandiais;

c. Promover o bem-estar físico e psíquico;

d. Evitar as complicações crônicas.

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10. Não se classifica no grupo de antidiabéticos orais:

a. Insulina NPH;

b. Metformina;

c. Sulfoniluréias;

d. Glinidas.

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REFERÊNCIAS

Aproveite para estudar também as referências bibliográficas e ampliar ainda mais o seu
conhecimento.

BATISTA, M. C. R. et al. Avaliação dos resultados da atenção multiprofissional sobre o controle


glicêmico, perfil lipídico e estado nutricional de diabéticos atendidos em nível primário. Rev. utr.
v. 18 n. 2 Campinas, mar./abr. 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica nº 35. Estratégias para o cuidado da
pessoa com doença crônica/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento
de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica nº 36. Estratégias para o cuidado da
pessoa com doença crônica: diabetes mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

DIRETRIZES da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2013-2014/ Sociedade Brasileira de Diabetes;


[organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio]. – São Paulo: AC Farmacêutica, 2014.

MAGANHA, C. A.; ABRAO, K. C.; ZUGA IB, M. Tratamento do diabetes melito gestacional baseado
em achados ultrassonográficos. Rev Assoc. Méd. Bras.v. 50 n. 3 São Paulo jul. /set. 2004.

MAGANHA, C. A.; et al. Tratamento do diabetes mellitus gestacional. Rev. Assoc. Méd. Bras. v. 49
n. 3 São Paulo jul./set. 2003.

MARTINEZ, M. C.; LATORRE, M. R. D. O. Fatores de risco para hipertensão arterial e diabetes melito
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Outubro 2006.

MERCK SHARP & DOHME (MSD) Monografia do Januvia: Uma nova abordagem para o controle
glicêmico no diabetes mellitus tipo 2. Lisboa junho 2006.

NEGRI, G. Diabetes mellitus: Plantas hipoglicemiantes com princípio natural ativo. Rev. Bras. Cienc.
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Referência

OLIVEIRA, C. L.; et al. Obesidade e síndrome metabólica na infância e adolescência. Rev. Nutr. v.
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pacientes com diabetes tipo 2. Arq. Bras. EndocrinolMetab v. 51 n. 2. São Paulo, mar. 2007.

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PICON, P. X. ; et al. Análises dos critérios de definição da síndrome metabólica em pacientes com
diabetes melito tipo 2. Arq. Bras. Endocrinol. Metab. v. 50 n. 2 São Paulo, Abril 2006.

POLACOW, V. O. ; LANCHA-JUNIOR, A. H. Dietas hiperglicídicas: efeitos da substituição


isoenergetica de gordura por carboidratos sobre o metabolismo de lipídios, adiposidade corporal
e sua associação com atividade física e com o risco de doença cardiovascular. Arq. Bras. de
Endocrinol. Metab. vol. 51 n. 3 São Paulo, Abril 2007.

SANTOS, V. P.; SIVEIRA, D. R.; CAFFARO, R. A. Fatores de risco para amputações maiores primárias
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SELIGMAN, L. C.; DUNCAN, B. B.; BRANCHTEIN, L. Obesidade e ganho de peso gestacional:


cesariana e complicações de parto. Rev. Saúde Pública., v. 40, n. 3, São Paulo, junho 2006.

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