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Camila Figueiredo
POSLIT/UFMG, doutoranda
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No original: “(…) one logic for thinking about the flow of content across media.”
Todas as traduções neste texto são minhas.
316 Anais da XII SEVFALE, Belo Horizonte, UFMG, 2015
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Para uma descrição mais detalhada dos conceitos e da história da narratologia, ver
o verbete “Narratology”, de Jan Christoph Meister, no âmbito do projeto the living
handbook of narratology, da Universidade de Hamburgo.
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No original: “two (or more) texts (...) share elements such as characters, imaginary
locations, or fictional worlds.”
Visões da prática transmídia a partir de..., p. 313-322 317
Na Intermidialidade (transmidialidade)
Nota-se que, na área da Intermidialidade, ainda poucos estudiosos
se dispõem a examinar a transmídia. No entanto, o fenômeno vem
adquirindo maior relevância ultimamente, e também é possível notar
uma expansão naquilo que o termo vem a designar.
De grande influência na área da Intermidialidade, Irina O. Rajewsky
tratou brevemente da transmidialidade em seu livro Intermedialität (2002).
Para a autora, a categoria transmidiática descreve a presença de certo
tema, estética ou discurso através de uma variedade de mídias diferentes.
Exemplos de transmidialidade, portanto, seriam as estéticas do futurismo
e do steampunk, que podem estar presentes na pintura, na literatura, na
escultura, na moda, nos quadrinhos, em filmes, etc.
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No original: “So, we can see something like Dark Lord: The Rise of Darth Vader as
a extension of the transmedia narrative that has grown up around Star Wars because it
provides back story and insights into a central character in that saga. (…) By comparison,
a Star Wars breakfast cereal may enhance the franchise’s branding but it may have limited
contribution to make to our understanding of the narrative or the world of the story.”
Visões da prática transmídia a partir de..., p. 313-322 319
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O outro tipo seria a transposição intersemiótica, em que ficaria claro que certo conteúdo
ou aspecto formal foi transferido originalmente de uma mídia para outra.
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No original: “Transmedial phenomena are phenomena that are non-specific to
individual media. Since they appear in more than one medium, they point to palpable
similarities between heteromedial semiotic entities. Transmediality appears, for instance,
on the level of ahistorical formal devices and ways of organizing semiotic complexes,
such as repetition of motifs and thematic variation(e.g., in music and literature),
metalepsis (in fiction, film, painting, etc.), and narrativity.”
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Segundo Elleström, todos os produtos midiáticos podem ser analisados a partir de
uma perspectiva sincrônica, em termos de combinação e integração, e também a partir
de uma perspectiva diacrônica, em termos de mediação e transformação. Nota-se que
as perspectivas não são excludentes, ou seja, um mesmo produto midiático pode ser
examinado sincronicamente e diacronicamente. (2013, p. 115, grifos meus)
320 Anais da XII SEVFALE, Belo Horizonte, UFMG, 2015
Conclusão
A abordagem mais recorrente no Brasil é a que trata o fenômeno
sob a perspectiva da Comunicação Social, que também é a de Henry
Jenkins. Essa abordagem está atrelada principalmente aos departamentos
de Comunicação e Marketing das universidades, que têm discutido
ativamente o assunto e promovido diversos fóruns e congressos
específicos sobre o tema. As contribuições sob essa ótica ajudam a
entender, em especial, os apelos financeiros e os aspectos sociais do
fenômeno transmídia. Por outro lado, os aspectos artísticos e históricos
são normalmente contemplados na perspectiva da Literatura Comparada
e da Intermidialidade. Dependendo do foco de determinada análise, é
natural que se opte por uma ou outra abordagem. Contudo, para que o
fenômeno transmídia possa ser analisado sob diversos ângulos e em toda
a sua complexidade, o ideal é que haja uma colaboração entre as áreas
de estudo mencionadas.
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No original: “(…) compare traits, structures and forms of meaning that are to be found
in many qualified media, within a specific historical context or crossing historical and
social boundaries, where they ‘circulate’ without being definitely linked to the one or
the other medium.”
Visões da prática transmídia a partir de..., p. 313-322 321
Referências
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322 Anais da XII SEVFALE, Belo Horizonte, UFMG, 2015