Manifestações Patológicas - Introdução

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM
ESTRUTURAS DE CONCRETO
Profa. Eliana Barreto Monteiro
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
• Conhecer da evolução dos problemas

• Estudar as suas causas
• Fornecer informações para os trabalhos de reparo e
manutenção
• Contribuir para o entendimento do processo de

produção minimizando a incidência total de problemas
PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS
logos
Patologia pathos (doença) + (ciência, estudo)
“ Ciência que estuda a origem, os sintomas

e o mecanismo de ação das doenças’’
1
PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS
Patologia é parte da Engenharia que estuda os sintomas,

os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das
construções civis, ou seja, é o estudo das partes que
compõem o diagnóstico do problema
(Helene, 1992)
PROCESSO DE DEGRADAÇÃO
É aquele que ocorre quando há uma transformação
dos materiais ao interagirem com o
meio ambiente (John, 1987)
Afeta a durabilidade Reduz a vida útil da estrutura
ORIGEM DAS PATOLOGIAS
CONGÊNITAS FASE DE PROJETO
CONSTRUTIVAS FASE DE EXECUÇÃO
ADQUIRIDAS AGRESSIVIDADE DO MEIO
FENÔMENOS ATÍPICOS
ACIDENTAIS
2
CONGÊNITAS FASE DE PROJETO
Fonte: ROSAS, 2013 7
CONSTRUTIVAS FASE DE EXECUÇÃO
Fonte: BERNHOEFT, 1998

8
ADQUIRIDAS
AGRESSIVIDADE DO MEIO
3
FENÔMENOS ATÍPICOS
ACIDENTAIS
10
Justificativa
Recentemente o assunto passou a ser

tratado de forma mais objetiva,
com a publicação do novo texto
da norma brasileira para projetos de
edifícios de concreto armado e
protendido A NBR 6118 (2007),
ganhando inclusive
um capítulo a parte.
11
Histórico
As lesões ou enfermidades nas

estruturas são fenômenos tão
velhos como os próprios edifícios.
Na Mesopotâmia, há quatro mil
anos, o Código de Hamurabi
já assinalava regras para prevenir
defeitos nos edifícios, sendo
então o primeiro tratado conhecido
sobre patologia na Construção
12
4
Código de Leis de
Hammurabi (1780 a.C.)
Rei da Babilonia
O Código de
Hammurabi é
considerado o primeiro
código civil da história
da humanidade.
Uma cópia foi gravada

num bloco de rocha
diorito negro com 2,4m
de altura contendo 282
artigos. HELENE,2006
13
Código de Leis de Hammurabi

artigos 229 a 233 obras
229. Se uma casa ou parte dela colapsar e matar o proprietário, o

construtor deve ser morto;
230. Se uma casa ou parte dela colapsar e matar o filho do

proprietário, o filho do construtor deve ser morto;
231.…
232…..
233….
14
HELENE,2006
Panorama Estatístico
DISTRIBUIÇÃO SEGUNDO TIPO DE DANO
•22%
•20%
•8%
15
5
DISTRIBUIÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

PELO TIPO DE ELEMENTO
43%
45%
35% 40%
30%
35%
30%
21% 21%
25%
20%
7% 5% 3% 4% 5% 15%
10%
5%
0%
16
INCIDÊNCIA EM PERNAMBUCO
Corrosão
Incidência de Manifestações Patológicas em Estruturas

de Concreto Armado em Pernambuco (Andrade, 1997) 17
(HELENE; PEREIRA, 2007).
18
6
ANALOGIA
ETAPA MEDICINA ESTRUTURA
Idade, sexo, etc. Tipo de estrutura e fundação
Alergias Materiais usados e sua vida útil
Anamnese Histórico de doenças Carregamento
Remédios, vacinas Tempo de construção
Levantamento de danos e sua

Sintomas fisiológicos e psíquicos
tipologia
Ocorrência
Diagnóstico Definição das causas
Ocorrência / histórico
Causas dos danos
Nenhum (defesa natural)

Convivência com os danos
Tópico (remédios, tratamentos, (estabilização natural)
Tratamento etc.)
Reforço localizado
Generalizado (operação,
Reforço generalizado
transplante, etc.)
Ribeiro et al, 2012

19
TIPOS DE DANOS
DANOS CARACTERÍSTICAS INCONVENIENTES
São subjetivos e de efeito Do simples mau estar ao

Estéticos psicológico alarme com pânico
Comprometem o uso e Mau funcionamento de

Funcionais destinação da obra equipamentos
Podem comprometer a
Afetam os elementos estabilidade da obra
Estruturais estruturais
Podem exigir reforços
Ribeiro et al, 2012

20
21
7
REAÇÃO ÁLCALIS-AGREGADO
Ocorre entre o álcalis do cimento (ou de outras fontes) e a sílica

ativa do agregado. Essa reação forma um gel de álcali-silicato
que preenche os poros do agregado, diminuindo sua aderência
com a pasta de cimento e expandindo quando em contato com a água
22
• Reação álcali-agregado ocorre entre os álcalis do cimento com a

sílica reativa presente em determinados agregados na presença de
umidade
• Geram expansão, fissuração e desagregação da pasta de cimento
23
Fonte: PAZINI, 2003 24
8
25
26
27
9
REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO
28
REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO
29
Lixiviação
• Dissolução e remoção dos compostos hidratados da

pasta de cimento.
• Causada pela incidência de águas ácidas, puras,

com presença de cloretos ou sulfatos.
30
10
LIXIVIAÇÃO
Lixiviação da pasta de cimento pela ação de chuva ácida.
Face onde a chuva

Face oposta.
incide diretamente.
31
LIXIVIAÇÃO
32
LIXIVIAÇÃO
33
11
LIXIVIAÇÃO
34
Fonte: FRANCO, 2003
LIXIVIAÇÃO
35
Fonte: FRANCO, 2003
LIXIVIAÇÃO
36
Fonte: Bernhoeft, 2006
12
Fonte: Bernhoeft, 2006
Consequências... 37
Eflorescência
Ocorrem devido à solubilidade do hidróxido de cálcio
(Ca(OH)2) na presença de umidade.
Manchas ocasionadas pela precipitação de carbonato de
cálcio (CaCO3) na superfície do concreto, devido à
evaporação da água que contém o hidróxido dissolvido.
Ocorrem em concreto com alta permeabilidade ou
fissurados.
Encontrada frequentemente em lajes e vigas.
38
EFLORESCÊNCIA
Eflorescência causada pelo

acúmulo de água da chuva na
cobertura. Fonte: PAZINI, 2003
39
13
Centro de Convenções do Recife
EFLORESCÊNCIA 41
EFLORESCÊNCIA 42
14
LINDO NUMA CAVERNA... 43
BOLOR
Bolor ou mofo a colonização por diversas populações de
fungos
Os fungos se “alimentam” do material que compõem a estrutura

surgem as manchas;
e num estado mais evoluído, o comprometimento da estrutura.
Há outros microorganismos que causam o mesmo efeito dos

fungos:
bactérias e algas microscópicas.
FUNGOS + UMIDADE = BOLOR

44
BOLOR EM MARQUISES 45
15
BOLOR EM
MARQUISE
VEGETAÇÃO
46
BOLOR EM VIGA
47
(FERREIRA,2013)
48
16
BEZERRA et al, 2013
BOLOR DEVIDO A FALTA DE

IMPERMEABILIZAÇÃO 49
CHAVES, 2012
BOLOR E MOFO NO FUNDO DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA

50
51
17
PRODUTOS AGRESSIVOS ÀS ESTRUTURAS DE CONCRETO
ÁCIDOS – ATAQUE QUÍMICO
A penetração dos ácidos causa a decomposição

de produtos de hidratação do cimento formando
outros elementos que, se forem solúveis podem
ser lixiviados e, se insolúveis podem expandir no
próprio local onde se formam.
52
Relação de alguns ácidos que atacam severamente o concreto
INORGÂNICOS ORGÂNICOS
Carbônico Acético
Hidroclórico Cítrico
Hidrofluórico Fórmico
Fosfórico Láctico
Sulfúrico Tânico
53
Onde são encontrados?
Águas freáticas
Correntes contendo
CO2
Chuvas ácidas
54
18
Dissolução dos compostos hidratados e
carbonatos
Lixiviação do concreto
Despassivação das armaduras
55
56
Fonte: GENTIL, 2007
57
Fonte: BARRETO, 2013
19
ÁCIDOS – Ataque Ácido Sulfúrico
58
Fonte: PAZINI, 2003
SULFATOS - ATAQUE QUÍMICO
Águas e gases residuais de indústrias;
Atmosfera urbana;
Águas subterrâneas;
Água do mar.
59
Presença de sulfatos - dissolução de compostos

da pasta hidratada
Sulfato + C3A → etringita
Expansão
60
20

Classificação da severidade do ambiente de sulfato
Solúveis em Concentração de
Exposição Sulfatos SO4
No Solo (%) Na Água (ppm)
Leve <0,1 <150
Moderada 0,1 a 0,2 150 a 1500
Severa 0,2 a 2,0 1500 a 10000
Muito
>2,0 >10000
Severa
61
62
Fonte: PAZINI, 2003
MEDIDAS PARA COMBATER O

ATAQUE POR SULFATOS
Uso de cimentos mais resistentes

(baixo teor de C3A)
Redução da porosidade do concreto
↓ relação a/c)
(↓
Uso de películas de pintura impermeabilizantes
63
21
AÇÃO DOS ÓLEOS MINERAIS

SOBRE O CONCRETO
Efeito predominantemente físico

Ataque químico apenas quando há ácidos ou
produtos que se acidificam
(cresol, fenol, cadeias insaturadas)
Isopropil benzeno, parafina, tolueno e xilol são
inofensivos
64
ÓLEOS MINERAIS E PRODUTOS DE

PETRÓLEO E CARVÃO MINERAL
Benzina Gasolina
Naftaleno Óleo diesel

Xileno Parafina
Tolueno Fenóis
65

SOBRE O CONCRETO
Fonte: FRANCO, 2003 66
22
SOBRE O CONCRETO
Fonte: FRANCO, 2003 67
CAPACIDADE DE PENETRAÇÃO DOS ÓLEOS

MINERAIS NO CONCRETO
Alta densidade e viscosidade - penetram lentamente no

concreto
Baixa densidade e viscosidade - penetram rapidamente no
concreto (benzol, petróleo, nafta)
Necessidade de proteção com camada impermeabilizante
Ácidos fracos - dissolução lenta dos compostos da pasta de
cimento hidratado
68
MECANISMO FÍSICO
Penetração nos Redução da

poros do concreto resistência
mecânica
Expulsão da água
Processo
Lento
69
23
PROTEÇÃO DO CONCRETO DE
RESERVATÓRIOS DE COMBUSTÍVEIS
Evitar materiais sintéticos usuais de

impermeabilização
Podem ser dissolvidos
Proteger juntas de concretagem
70
Defeitos de Construção
NINHOS DE CONCRETAGEM
71
NINHOS DE CONCRETAGEM
72
24
73
Fonte: FOSROC, 2002
74
Fonte: FEITOSA, 2011
FALHA DE CONCRETAGEM
75
25
FALHA
DE
CONCRETAGEM
76
Fonte: SOBRINHO, 2012
DESLOCAMENTO ARMADURA
77
FALTA
DE
COBRIMENTO
78
26
FALTA DE COBRIMENTO
Fonte: BERNHOEFT, 2008 79
EXCESSO
DE
ARMADURA
80
EXCESSO DE ARMADURA
81
27
Ferragem flambando

82
Ferragem flambando

83
Ferragem flambando
Fonte: Silva, 2013 84
28
Ferragem flambando
VEGETAÇÃO
Fonte: Silva, 2012

85
86
Ferragem flambando
87
29
Ferragem flambando
88
Ferragem flambando
89
Ferragem flambando
90
30
Um tipo de concreto que,

misturado a uma pequena
porcentagem de fibras ópticas,
é transparente o bastante
para que se
enxergue através de
uma parede
• Composto por 5% de
fibras ópticas e 95% de
concreto
• 10 vezes mais resistente
que o concreto tradicional
• Mais impermeável do que o
tradicional
Uma laje do novo concreto

agüenta uma tensão que
a deforma em curva
esticando-se 5% do seu
tamanho inicial.
Enquanto concretos comuns
se quebrariam sob estas
condições, o novo material
forma micro-fissuras que
se auto-regeneram após
terem sido exposta
à água e dióxido de carbono
O que é?
Concreto flexível, acondicionado em tecido, que ao hidratar,
endurece, formando uma fina camada de concreto, durável,
impermeável, e a prova de fogo.
By S.P.I. Engenharia & Representações
31
By S.P.I. Engenharia & Representações
Reparos Emergências
Encostas
Resumo
96
32
97
98
99
33
A analogia é com os médicos, pois se um erro
médico
pode ser escondido “sete palmos” abaixo da
superfície, um erro de engenharia fica
acumulado alguns metros acima dela...
Um erro médico, normalmente, gera uma vítima

direta; já um erro de engenharia pode vitimar
várias pessoas, destruir patrimônios,
convulsionar cidades! E qual é o valor que a
sociedade dá aos engenheiros?
O fato é que, quando um

engenheiro tem condições
adequadas para desenvolver seu
trabalho, tudo funciona bem... 100
34

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• Contribuir para o entendimento do processo de

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“ Ciência que estuda a origem, os sintomas

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Afeta a durabilidade Reduz a vida útil da estrutura

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ORIGEM DAS PATOLOGIAS

CONGÊNITAS FASE DE PROJETO

CONSTRUTIVAS FASE DE EXECUÇÃO

ADQUIRIDAS AGRESSIVIDADE DO MEIO

CONGÊNITAS FASE DE PROJETO

Fonte: ROSAS, 2013 7

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CONSTRUTIVAS FASE DE EXECUÇÃO

Fonte: BERNHOEFT, 1998

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Recentemente o assunto passou a ser

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As lesões ou enfermidades nas

Uma cópia foi gravada

Código de Leis de Hammurabi

229. Se uma casa ou parte dela colapsar e matar o proprietário, o

230. Se uma casa ou parte dela colapsar e matar o filho do

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DISTRIBUIÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

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Incidência de Manifestações Patológicas em Estruturas

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(HELENE; PEREIRA, 2007).

Levantamento de danos e sua

Nenhum (defesa natural)

Ribeiro et al, 2012

DANOS CARACTERÍSTICAS INCONVENIENTES

São subjetivos e de efeito Do simples mau estar ao

Comprometem o uso e Mau funcionamento de

Ribeiro et al, 2012

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Ocorre entre o álcalis do cimento (ou de outras fontes) e a sílica

com a pasta de cimento e expandindo quando em contato com a água

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• Reação álcali-agregado ocorre entre os álcalis do cimento com a

• Geram expansão, fissuração e desagregação da pasta de cimento

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Fonte: PAZINI, 2003 24

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• Dissolução e remoção dos compostos hidratados da

• Causada pela incidência de águas ácidas, puras,

Lixiviação da pasta de cimento pela ação de chuva ácida.

Face onde a chuva

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Dissolução dos compostos hidratados e

Despassivação das armaduras

Águas e gases residuais de indústrias;

Presença de sulfatos - dissolução de compostos

Uso de cimentos mais resistentes

Efeito predominantemente físico

Naftaleno Óleo diesel

Alta densidade e viscosidade - penetram lentamente no

Evitar materiais sintéticos usuais de

Proteger juntas de concretagem