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DIVULGA ESCRITOR

www.divulgaescritor.com | abr/mai | 2016


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Paul Richard Ugo e sua estréia literária

capa
que merece a saudação: “Incrível!
Fantástico! Extraordinário!”
Pág. 06

BRASIL
Alda Inácio......................................................................................................17
Antônio Guedes Alcoforado ........................................................................22
Entrevistas
Carol Bonacim..............................................................................................27
Claúdia Isadora F. de Oliveira.........................................................................33
Giovane Santos................................................................................................38
Jack Michel......................................................................................................43
José Carlos Sibila............................................................................................48
Luiz Amato.....................................................................................................51
Mary Angela...................................................................................................54
Paulo Marsal...................................................................................................58
Pedroom Lanne..............................................................................................61
Rijarda Giandini.............................................................................................65
Silvia Ligabue..................................................................................................70
T. S. Duque......................................................................................................73
Uiara Melo.......................................................................................................77
Valéria Guerra.................................................................................................81
Vanessa Arruda...............................................................................................85

PORTUGAL
Manuel Amaro................................................................................................89

Participação Colunas
Especial A Vida em Partes – Francisco Mellão Laraya.............15
Mercado Literário – Léo Vieira..............................26
Amilton Costa..................................................................21 Solar de Poetas – José Sepúlveda..................69
Fabiana Juvêncio....................................................................31 Poetas Povoeiros – Amy Dine..................................93
Ramalho Leite.........................................................................36
Noka......................................................................................41
Dilercy Adler......................................................................47
Margarida Lorena Zago....................................................53
Resenha
Nell Morato..........................................................................57
Onã Silva..............................................................................60
Profissional
Alameda – autora Astrid Cabral..............94
Marta Maria Niemeyer.....................................................76
Anchieta Antunes..............................................................84
Helena Santos.......................................................................88

Livros
Francisco Evandro....97
Lola Prata...................99
Lúcia Gonçalves......100
em Foco Neyd Montingelli....101
Valéria Guerra.........102
Revista Divulga Escritor
Revista Literária da Lusofonia

Ano IV
Nº 19
Shirley M. abr/mai 2016
Cavalcante (SMC)
Editora e Coordenadora Publicação:
do projeto Divulga Escritor Bimestral
www.divulgaescritor.com
Editora Responsável:
Shirley M. Cavalcante
Com enorme orgulho e satisfação, apresentamos a segunda edição Divulga DRT: 2664
Escritor: Revista Literária da Lusofonia, 2016.
Nesta edição encontraremos alguns textos em homenagem ao dia das Mães. Projeto gráfico
Tantos sonhos juntos, repletos de esperanças, pequenas conquistas, VIDA. e Diagramação
Vamos juntos ler, divulgar, a Revista Literária da Lusofonia, a Revista EstampaPB
esta composta com entrevistas e matérias exclusivas de escritores e escritoras
contemporâneas. Para Anunciar
Muito obrigada equipe Divulga Escritor, administradores dos grupos: smccomunicacao@hotmail.com
Obrigada, Jose Sepulveda, apoio em Portugal. 55 – 83 – 9121-4094
Obrigada Amy Dine, apoio em Portugal.
Obrigada, Helena Santos, apoio em Portugal. Para ler edições
Obrigada, Francisco Mellão Laraya, apoio Brasil. anteriores acesse
Obrigada, Mirian Menezes de Oliveira, apoio Brasil. www.divulgaescritor.com
Obrigada, José Lopes da Nave, apoio Portugal.
Obrigada, Mário de Méroe, apoio Brasil. Os artigos de opinião são de inteira
Obrigada, Giuliano de Méroe, apoio Brasil. responsabilidade dos colunistas
Obrigada, Ilka Cristina, apoio Brasil que os assinam, não expressando
Obrigada, a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas necessariamente o pensamento da
maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas em entrevistas. Divulga Escritor.
Obrigada, colunistas, que mantém o projeto vivo!
MUITO OBRIGADA, por juntos estarmos Divulgando LITERATURA. por ISSN 2358-0119
juntos estarmos dizendo ao mundo, EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI.
Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma Revista elaborada
por escritores, com distribuição gratuita para leitores de todo o mundo.

Boa Leitura!
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Paul Richard Ugo


e sua estreia literária
que merece a
saudação: “Incrível!
Fantástico!
Extraordinário!”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Publicitário, redator e professor, dos incríveis filmes de Hitchcock.


desde criança criando roteiros Este é Paul Richard Ugo, contista
de filmes imaginários, e depois de mistério que descreve, além da
roteiros de filmes de treinamento, história, o ambiente onde as tramas
publicidades em TV, textos para acontecem fazendo com que cada
anúncios impressos e, em casa, lugar se transforme também em
criando histórias e colecionando um personagem.
ideias. Amante dos livros e filmes
de mistério e de autores como “A leitura pode ser feita com dois
Edgard Alan Poe, H.P. Lovecraft, pontos de vista. O do simples
Stephen King e Humberto de entretenimento para quem
Campos, teve influência da série gosta do estilo, e o da crítica ao
americana de Rod Serling - comportamento humano.”
Twilight Zone, e das produções
da inglesa Hammer Films além Boa Leitura!

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Escritor Paul Richard Ugo é um
prazer contarmos com a sua parti-
cipação no projeto Divulga Escri-
tor, conte-nos o que mais o atrai
nos contos?
Paul Richard Ugo - Contos são his-
tórias curtas, de leitura rápida e que
trazem para dentro de um mesmo
livro, diversas histórias dentro de
um mesmo estilo. É como se lêsse-
mos um seriado como Tales From
The Crypt ou Além da Imaginação
(Twiligth Zone). Gosto do estilo pois
não cansa o leitor. E isso não invali-
da que alguns contos de um mesmo
livro possam ter conexões e ainda
serem histórias independentes. E
isso acontece em meu livro. Acho
que escrevo contos por influência de
excelentes professores que tive na es-
cola e no curso superior pois sempre
me estimularam a escrever redações.
E isso acabou me dando um sentido
de síntese para expor uma história
complexa e atraente em poucas pá-
ginas. Para mim, é uma sensação de
prazer imenso quando termino um
conto. É como terminar de escrever
um livro. Então, imagine um livro
com mais de vinte e dois contos: é
este prazer multiplicado por 20!

Costumas escrever em outros esti-


los literários?
Paul Richard Ugo - Na verdade,
gostaria de escrever mais. Gosto do gares como conteúdo de um blog lhores livros de terror do ano de
estilo novela (no sentido literário, e de textos que tenho. Neste estilo, 2015, segundo o blog Biblioteca
não do folhetim). Tenho algumas somei 13 contos que me parece- do Terror. O livro rendeu um con-
sinopses de romances que ainda ram interessantes para formarem vite para ser um dos roteiristas do
não foram desenvolvidas. Gosto um livro. Mas, acabei me entusias- Canal Medologia do Youtube, que
de escrever crônicas sobre assuntos mando pela opinião de algumas produz vídeos de terror de cur-
variados. Mas elas devem ser lidas pessoas ligadas ao meio literário ta duração. Esta experiência tem
e consumidas de imediato para não para as quais eu enviava pedindo sido muito boa.
perderem o sabor da contempo- opinião, e ao chegar ao vigésimo
raneidade. E para isso, devem ser segundo conto, que me foi ditado Em que momento pensou em es-
publicadas de imediato para man- pela intuição, dei por concluída a crever o seu livro “Contos de Al-
terem seu frescor. E isso está cada obra. Hoje o livro está seguindo guns Lugares”?
vez mais difícil e se limitando a pe- um caminho muito bom, com crí- Paul Richard Ugo - Sempre sen-
quenas análises e comentários nos ticas positivas por parte de leito- ti necessidade de escrever. Desde
posts de redes sociais. res especializados no tema apesar pequeno escrevia roteiros de fil-
de toda a dificuldade que tenho mes que nunca foram produzidos,
Conte-nos um pouco sobre o seu como escritor desconhecido e es- de histórias que nunca viraram
livro Contos de Alguns Lugares. treante. Em dezembro de 2015, livros, até que profissionalmente
Paul Richard Ugo - Comecei a três meses depois do lançamento, esta bagagem acabou por me aju-
escrever os Contos de Alguns Lu- o livro entrou para a lista dos me- dar quando escrevi colunas para
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brenaturais reais que uso em meus
contos. Todos eles contêm elemen-
tos de experiências vivenciadas por
mim sejam pelos lugares por onde
passei ou por coisas que realmente
aconteceram.

O livro tem seu diferencial, por ter


em seu contexto acontecimentos
bizarros e inexplicáveis em forma
de contos, pode nos dar um breve
exemplo de temas abordados na
obra?
Paul Richard Ugo - A leitura pode
ser feita com dois pontos de vista.
O do simples entretenimento para
quem gosta do estilo, e o da crítica
ao comportamento humano. Nos
contos, pessoas normais relatam
seus sofrimentos, suas fraquezas,
suas taras, suas perversões, suas
maldades, bondades. Sofrem discri-
minações, bulling, inveja, ganância,
poder e vários contos se basearam
em fatos acontecidos nos lugares
apresentados. Passeio por várias ci-
dades do Estado de Maryland, pelo
Maine, por Nova York dos anos 80,
pelos bairros de Lisboa de 1959,
pela região do Azeitão, por Londres
e pela Escócia. Sempre detalhando
diversos fatos e curiosidades his-
tóricas e geográficas sobre cada lu-
gar. O bizarro descrito em minhas
histórias não é mais forte do que
jornais, roteiros para filmes pu- Como foi a construção dos contos vemos todos os dias. Só intrigam o
blicitários e textos para anúncios que compõe o livro? leitor pois as motivações são sobre-
em mídia impressa. Mas o sobre- Paul Richard Ugo - Não posso ne- naturais.
natural sempre me fascinou. Desde gar que tenho forte influência da-
meus primeiros filmes em super-8 quilo que vi e ouvi quando criança. Que tipo de textos gostas de ler?
até as gravações de novelas de co- Havia um programa de rádio no Paul Richard Ugo - Gosto de curio-
médias de terror com amigos em Rio de Janeiro chamado “Eu Acre- sidades sobrenaturais, estudos dos
fitas K-7 gravadas em toscos gra- dito no Incrível” que eu ouvia com mistérios da alma, do espírito, da
vadores portáteis, que o tema ter- a empregada doméstica que traba- relação entre o bem e o mal, dos
ror me acompanha. Foi como um lhava em minha casa. Eram assusta- monstros que habitam nossa fan-
pote que foi enchendo até que de- dores. Depois, não perdia nenhum tasia e como eles acabam por se
cidi dividir minhas histórias com filme da Hammer Films com Peter tornarem reais. Gosto de estudos
o público. Gosto de pesquisas e o Cushing, Vincent Price, Bela Lugo- místicos e religiosos, ufológicos,
livro me permitiu isso. E já estou a si, Christopher Lee, dentre outros pesquisar sobre tudo à minha volta
caminho da continuação do livro, ícones da produtora. Depois disso, a (o que já fez com que os mais pró-
desenvolvendo alguns textos. Mas, série americana Twilight Zone, ain- ximos me chamem de Mister Goo-
como sou detalhista e tento conci- da na TV em preto e branco (depois gle). Não me considero um intelec-
liar os problemas do cotidiano com houve um remake produzido por tual pois estes formam conceitos.
a arte de escrever, este projeto de- Steven Spielberg), me deixava sem Me considero um estudioso com
verá tomar um bom tempo. dormir. Tive várias experiências so- boa informação enciclopédica. Fui
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Em que local gostas de escrever?


Paul Richard Ugo - Gosto de escre-
ver em minha casa, sempre depois
que todos vão dormir. Sou notíva-
go. Muitas vezes, no trabalho, du-
rante o dia, tenho “insights” e os
anoto. Depois desenvolvo a ideia e
vou lapidando até dar por completo
e acabado o texto.

Onde podemos comprar o seu li-


vro?
Paul Richard Ugo - Meu livro está
disponível na rede da Livraria da
Travessa, onde foi o lançamento em
outubro de 2015, para o livro físi-
co. No site da editora Autografia, o
leitor pode encontrar o livro físico
e o formato e-book. Na Amazon, a
versão e-book já está disponível. É
só acessar os links a seguir:http://
www.travessa.com.br/contos-de-
-alguns-lugares/artigo/94a3da37-
12c2-4c00-b0c6-a629d08748c3 -
http://www.amazon.com.br/Con-
tos-alguns-lugares-Paul-Richard-
-ebook/dp/B019NMRFV2/ref=sr_
1_1?ie=UTF8&qid=1451083046&
sr=8-1&keywords=contos+de+alg
uns+lugares http://www.autografia.
com.br/loja/contos-de-alguns-lu-
gares/detalhes

Quais os seus principais objetivos


como escritor?
Paul Richard Ugo - Fantasio muitas
coisas e dentre elas, a possibilidade
de ver meus contos serem transfor-
mados em roteiros de cinema. Já
estou feliz de ser roteirista colabo-
rador do Canal Medologia do You-
tube, que produz vídeos de terror
de curta duração. Estou adaptando
algumas ideias para este formato
com sucesso.

Quais os principais hobbies do es-


critor Paul Richard Ugo?
Paul Richard Ugo - Ler, pesquisar,
pescar. Recentemente, encontrei
criado numa família de educadores, sei por algumas experiências mís- um hobbie que tem me encantado
cercado de livros científicos, artísti- ticas na infância que me levaram e me levado aos tempos em que es-
cos e de ciências naturais. Sou um a estudar seus motivos e consequ- tudei teatro, que vivi em estúdios, e
curioso e me aprofundo nos temas ências. Em síntese, sou um ser em criei personagens. O meu canal no
que me agucem a curiosidade. Pas- busca de explicações. Youtube. É muito divertido fazer os
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Ugo. Agradecemos sua participa-


ção no projeto Divulga Escritor.
Que mensagem você deixa para
nossos leitores?
Paul Richard Ugo - Não se limitem
a ler os best sellers ou os escritores
da moda. Busquem novos textos,
novos caminhos literários. Não
caiam nas armadilhas das editoras
e de escritores que caminham nas
sombras de sucessos muitas vezes
de qualidade duvidosa, mas que
acabam sendo consumidos com a
sofreguidão da rápida obsolescên-
cia. Busquem textos que fiquem
gravados em suas almas, que sejam
mais profundos e que possam cons-
truir com seus pedacinhos de papel
recheados de palavras, seres hu-
manos mais ricos de informações,
mais cheios de cultura, mais cheios
de arte. Mesmo aqueles que falam
sobre as mais mórbidas sombras
que habitam nossas almas!

Vamos as rapidinhas
Nome: Paul.
Apelido: Não tenho.
Autor: Gabriel Garcia Marques.
Autora: Maria Clara Machado.
Livro: Minha Vida – de Charles
vídeos que tenho postado e feito so- crise que vivemos, os novos meios Chaplin.
zinho, sem ajuda de ninguém. Pre- permitiram um crescimento no nú- Ator: Vincent Price.
paro meu cenário em casa mesmo, mero de escritores que encontram Atriz: Beth Davis.
meu figurino, faço meu pequeno cada vez mais facilidades em editar Filme: Dracula de Bram Stockler.
roteiro para não fugir do tema, edi- suas obras. Vejo o fenômeno dos Música: Clássica – todas.
to, coloco trilhas, efeitos sonoros, Vlogs e Blogs como um manancial Ídolo: Deus.
visuais, etc. É muito divertido e me usado por editoras para encontrar Prato preferido: Cheio.
tira da realidade por uns instantes. valores que sejam comercialmente Signo: Leão.
Volto ao meu tempo de adolescente. interessantes. Já o mercado publici- Cidade: Barcelona.
E, sem dúvida nenhuma, o melhor tário vive olhando para seu próprio Curiosidade: Meus personagens
hobbie é escrever. Às vezes os tex- umbigo como produtor de entrete- é que dizem o que eu devo escre-
tos saem “a prima pena” tão pron- nimento literário, mas se alimenta ver sobre eles. Parece loucura, mas
tos que até desconfio se não foram cada vez mais destes expoentes es- quem é são?
intuídos por algum escritor morto. critores pois eles são a renovação Frase: A palavra escrita o vento não
Quem sabe? Quem quiser visitar o das tendências, as vozes das tribos leva. A palavra dita se esgota no fim
canal, é só acessar o link com hábitos muito próprios que do sopro que a provoca. A palavra
https://www.youtube.com/channel/ acabam formando segmentos mer- escrita é firme. A palavra dita é som.
UCLYgRcOjRrgvDYC7m2zvGog cadológicos bem definidos e inte- (Paul Richard Ugo)
ressantes.
Como você vê a literatura no mer-
cado publicitário? Pois bem, estamos chegando ao _________________
Paul Richard Ugo - Não tenho fim da entrevista. Muito bom co- Participe do projeto
acompanhado muito o mercado li- nhecer melhor o escritor, publi- Divulga Escritor
terário mas percebo que apesar da citário e professor Paul Richard www.divulgaescritor.com
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Inesquecível Visita
Paul Richard Ugo

Sentado na sala, na mesma poltrona onde


durantes vários anos contemplei livros,
bebi destilados, vinhos e licores e aspirei as
mais doces fumaças de meus cachimbos,
ouvi baterem em minha porta: toc, toc,
toc.
A madrugada alta não me fez pensar em
nada além de quem poderia ser. Pensei ser
o som do vento, talvez um galho seco ba-
tendo na porta, ou algum delírio ou ilusão
provocados pelo álcool.
Toc, toc, toc.
A batida não parecia coisa do acaso. Era
racional, cadenciada, humana.
Toc, toc, toc.
Quem ousaria interromper a paz de quem
vive tão distante da vila e não possui ami-
gos nem parentes?
Toc, toc, toc.
A insistência das batidas não aumentou
seu volume nem demonstrou pressa ou de-
sespero. Pensei em deixar bater até desistir.
Não me interessava naquele momento, ver,
ouvir ou falar com quem quer que fosse.
Toc, toc, toc.
Enchi meu copo com um pouco mais do
caro Bordeaux e tentei voltar a minha
leitura sob a fraca luz do candelabro. As
páginas naquele momento me pareciam
confusas, sem sentido, me fazendo reler
várias vezes o mesmo parágrafo em vão.
Toc, toc, toc.
A insistência começou a me incomodar. _
Quem bate à minha porta a esta hora? –
gritei irritado.
Toc, toc, toc.
Porque não responde? Porque não bate
mais forte, com raiva de não ser atendido?
Porque não grita para se fazer presente?
Resolvi levantar de meu torpor e iniciar
minha caminhada até a porta que parecia
distante.
Toc, toc, toc.
_O que quer de mim, seja lá quem for?
Porque raios não se irrita e bate mais forte?
Porque tamanha e assustadora constância?
– gritei mais uma vez, enquanto caminha-

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va claudicante por conta das dores que o reumatismo me fazendo sentir apenas um frio indescritível onde
me provocava. deveria ser seu corpo físico. Ela continuou ali, imóvel.
Toc, toc, toc. Sem uma solução para tamanho impasse, voltei para
Minha mão fria alcançou a pesada maçaneta e antes o sofá não sem antes acender mais algumas velas.
de abrir a porta, hesitei por alguns instantes esperan- Queria certificar-me de que aquilo era real, mas aquela
do em vão ouvir meu martírio sonoro. Nada aconte- imagem não saia dali, pairando a poucos centímetros
ceu. Desisti da vontade de abrir a porta e voltei a pas- do chão. Pensei que talvez fosse melhor esperar o dia
sos lentos para a minha poltrona de onde não deveria raiar, ou o efeito do álcool terminar.
sair. Ao sentar, acomodando meu corpo às mossas Toc, toc, toc.
anatômicas criadas ao longo de décadas, peguei meu Seria ela novamente? Não. Ela permanecia impávida
livro e reiniciei minha leitura. no mesmo lugar com sua funesta e etérea imagem.
Toc, toc, toc. Toc, toc, toc.
_ Ah, o diabo resolveu rir de mim esta noite! – pensei Quem poderia ser? Teria a morte algum ajudante?
alto. Levantei decidido desta vez em abrir a porta e Seria matar-me uma tarefa para a qual necessitasse
colocar-me frente a frente com esta irritante presença. de ajuda? Havendo somente uma maneira de saber e
Cheguei mais uma vez à porta e a abri rapidamente, acabar de uma vez com esta angústia, voltei até a porta
fazendo com que o vento gelado apagar todas as velas e abri. Era um pobre homem, faminto e trêmulo de
que se esforçavam em iluminar a sala com suas tristes frio. Em seu rosto haviam marcas da lepra que já havia
e trêmulas chamas. A escuridão não me permitiu ver tomado alguns dedos de ambas as mãos, enfaixadas
nada. Apenas senti algo passando por mim, como um por trapos pútridos. O vento gelado que passava por
véu de fina seda atravessando meu rosto na direção seu corpo trazia consigo um forte mau cheiro de quem
da sala. _Quem é você? – perguntei em voz alta. Não não fazia a higiene havia muito tempo. Num impulso,
obtive resposta mas tive a clara impressão que era al- mesmo antes que eu perguntasse a que viera, o maltra-
guém e que talvez estivesse buscando abrigo. As cha- pilho lançou-se sobre mim, empurrando meu corpo
mas da lareira já haviam sido extintas pelas brancas contra a parede, abrindo caminho como um bárbaro
cinzas que abafavam as brasas vermelhas. Mas podia- invasor. Alcançou minha garrafa e grunhindo como
-se sentir ainda, o terno calor das incineradas lenhas. um selvagem sorveu meu caro vinho em um só gole.
Talvez o estranho estivesse neste momento ali, procu- Voltou-se para mim, puxando uma faca da cintura gri-
rando aquecer-se, seguindo por seus sentidos, o calor tando que queria roupas, dinheiro, joias, ouro e comi-
da lareira. Tateei até alcançar um candelabro, antes da. Tentei acalma-lo, porém quase me entregando na
aceso, que ficava em um aparador próximo à porta. certeza de que a morte estava ali somente esperando
Com meus trêmulos dedos, procurei no bolso de meu o meu fim. Pedi calma ao larápio e ofereci mais uma
robe de chambre, fósforos que pudessem aliviar mi- garrafa de vinho, dizendo que ficaria tudo bem pois eu
nha curiosidade e meu medo. Acendi a primeira vela, tinha joias, ouro e dinheiro. O que ele desconhecia era
já olhando em seguida, na direção de onde deveria que a garrafa que lhe ofereci era uma mistura fatal de
estar o misterioso e calado intruso. Nada vi. Acendi venenos usados para o controle da praga de ratos que
a segunda, a terceira, a quarta e antes de completar assolava a pequena vila e seus silos de cereais. Sofrega-
as sete velas do candelabro, já caminhei pela sala na mente e sem se dar conta, o infeliz bebeu vários goles
direção do vulto que agora ia sendo descortinado pela antes de perceber o engodo. Num grito de dor seguido
fraca luz. O terror tomou conta de mim ao deparar- de um farto vômito de sangue, ainda tentou alcançar-
-me com ninguém menos do que ela, a morte, em sua -me com sua faca, caindo aos meus pés se contorcen-
negra e etérea túnica preta, com seu cajado encimado do aos gritos, vertendo sangue pela boca e por suas
por uma foice e seu capuz, ocultando sua cadavérica narinas. Neste momento vi a figura da morte fazer um
face. Tomei coragem e perguntei se minha hora havia sobrevoo pela sala, pousando sobre o corpo moribun-
chegado, mas ela, imóvel, nada respondeu. Insisti na do, levantando sua foice e ceifando de uma vez sua
pergunta sem conseguir qualquer reação. Com uma vida. Como quem arranca uma fronha de um traves-
até então desconhecida coragem, me aproximei de seiro, com suas garras arrancou a alma do desgraçado,
sua face até quase encostar meu rosto no dela, sentin- levando-a consigo pela porta, ainda entreaberta. Antes
do a aura gelada que a circundava. Tentei toca-la com de sair, a morte virou-se para mim e acenou com sua
minhas mãos, porém estas atravessavam seu corpo cabeça.

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Por Francisco Mellão Laraya,


advogado, músico e escritor,
larayaescritor@hotmail.com

A VIDA EM PARTES

A VIDA EM ARTES Pensei um pouco e conclui,


mas isto sou eu! Um homem
comum, que fala do quotidiano
Em nome do pai eu escrevo es- Os atores não eram profissio- com pessoas simples, sem gran-
tas linhas, minha intenção ao come- nais, pois a importância eram as des paisagens, falando de sua
çar escrevê-las era traçar mais uma idéias, e não quem as representas- vida nas ruas em que vive.
forma plena de amor. Fiquei em dú- se, logo não haveria estrelas, apenas E, por ser tão simples, e ser
vida e resolvi contar uma estória! uma: a ilusão das pessoas se encon- comum, todos tem um universo
Um dia sonhei que meus textos trarem com as palavras. igual, e as idéias brotam da ima-
haviam se transformado em filme. Como não eram profissionais, ginação de uma pessoa qualquer,
E antes que isto acontecesse houve não haveria diálogos, apenas um em qualquer lugar, em qualquer
uma extensa discussão sobre a for- monólogo ao fundo, onde se expu- idioma, de qualquer raça desde
ma que haveriam de tomar. sesse o que estava escrito. que habite no mesmo planeta,
Primeiro, o cinema pretendido E ao invés de praias e paisagens como eu!
era de baixo orçamento, que ao in- idílicas, seria em aldeias, onde a be- E meu pai queria que eu fosse
vés de longa metragem fez-se um de leza está na humanidade de quem lá real...
curta duração. vive.

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ENTREVISTA

Escritora Alda Inácio


Alda Inácio é uma vovó de 63 anos
apaixonada pela escrita; nasceu no
rio Grande do sul, morou 12 anos na
Bélgica. Publicou o livro A vida na Bélgica,
relatando o que é viver ilegal fora do Brasil.
Foi professora, diretora de escola, e hoje
vive e trabalha em Goiânia, Goiás. Tem
vários trabalhos publicados em antologias.
Seu último livro acaba de ser lançado e
tem um nome intrigante: Poema Tríptico
Equacional.

Boa leitura! Como dica eu diria:


pensem numa forma
dialética da poesia.
Juntem assuntos
diferentes no mesmo
tema. Misturem tudo
isto e joguem com o
resultado.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) cional, conte-nos como surgiu o rumo que a poesia tradicional to-
conceito deste estilo poético? mou, passando a ser apenas um
Alda Inácio - O prazer é todo meu desabafo do poeta. Ela, como obra
Escritora Alda Inácio é um prazer em participar e sou grata pela opor- literária perdeu a força e o interes-
contarmos com a sua participação tunidade de divulgar meu trabalho se das pessoas. Caiu na mesmice
no projeto Divulga Escritor. Você que é o livro recém lançado Poema eterna, sem renovação consistente e
vem inovando os textos poéticos Tríptico Equacional. O trabalho com isto abriu a porta para a entra-
através da Poesia Triptica Equa- nasceu de uma insatisfação com o da do concretismo. Este não deixa
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de ser uma arte bem válida e admi- Podes nos apresentar um exemplo desta inovadora escrita literária?
rável, no entanto chamar uma gra-
vura de poesia é algo inquietante e
partindo disto eu comecei a cogitar
novas formas de escrita que pudes-
sem valorizar o texto. Assim sur-
giu esta forma estranha de poetizar
chamada Equacional.

Qual o diferencial deste estilo de


poesia literária?
Alda Inácio - O diferencial é astro-
nômico. Chega a despertar em al-
guns leitores o espanto, em outros
o desprezo total e ainda em outros,
admiração. Eu sinto que estes sen-
timentos são típicos de tudo que é
novo, principalmente novo em poe-
sia e a princípio causou um choque
nos poetas, porque ninguém mais
esperava nada de novo na área. O possível com o texto. Você pode anos e 5 meses. Deixei um cargo de
diferencial na verdade é a constru- trocar de lugar os blocos de poemas diretora de escola no Brasil e fui me
ção do poema que junta três blocos sem abandonar o tema. Tudo se en- aventurar em busca de uma nova
de poemas distintos, unidos pelo caixa e o resultado é divertido. cultura, nova língua, no caso a lín-
título, e os três juntos formam um gua francesa e fui ganhar dinheiro.
poema. A construção de um poema Só que eu não contava com as mil
equacional é feita em três modelos Que dicas você dá a quem esta e uma dificuldade que iria passar
diferentes, que dão ideia de uma querendo escrever poemas Tripti- naquele país. O resultado está no li-
equação. Fórmula número um: cos Equacionais? vro autobiográfico que fala de tudo
(a+b+c). Fórmula número dois: a Alda Inácio - É um prazer muito que se passa na Bélgica com os ile-
sobre b+c. Fórmula número três: grande pensar que novos poetas es- gais que moram no país. Falo de
a+b sobre c. Acrescenta-se a isto o creverão poemas equacionais. Isto deportação, minha filha foi depor-
aspecto lúdico que é a brincadeira me emociona e o que tenho a dizer tada, falo de casamento de brasilei-
a eles é que primam pela erudição ros com belgas. Outra filha minha
máxima, melhorem o conteúdo, casou com belga. O livro traz um
porque eu dei apenas algumas pin- texto light, engraçado; eu optei por
celadas iniciais. Como dica eu diria: deixar as dores nas entrelinhas, só
pensem numa forma dialética da para leitores sensíveis compreende-
poesia. Juntem assuntos diferentes rem. Não deixou de ser um desafio
no mesmo tema. Misturem tudo que eu superei, fui, vi, lutei, venci e
isto e joguem com o resultado. É quero morrer no Brasil, onde moro
delicioso. hoje.

Além de “Poema Tríptico Equa- Onde podemos comprar os seus


cional” você tem publicado o livro livros?
“A Vida na Bélgica” este livro é Alda Inácio - Para comprar meus
uma autobiografia? Conte-nos um livros e ler alguns capítulos visite o
pouco sobre esta obra literária? site da Perse Editora, os links mos-
Alda Inácio - A vida na Bélgica foi tro: Link do livro A vida na Bélgica:
publicação única. Inicialmente eu http://www.perse.com.br/novo-
criei o site com o mesmo nome, que projetoperse/WF2_BookDetails.
é referência na Internet para quem aspx?filesFolder=N1358540379046
pretende viver na Europa, princi- Link do livro Poema Tríptico Equa-
palmente na Bélgica. Ali eu vivi 12 cional: http://www.perse.com.br/no-

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voprojetoperse/WF2_BookDetails.
aspx?filesFolder=N1453092203917
Meu e-mail: alda_inacio@hotmail.
com

Quais os seus principais objetivos


como escritora?
Alda Inácio - Como objetivo, eu
pretendo fazer palestras nas uni-
versidades, a começar pela minha
cidade, logo após o carnaval/2016,
mostrando o que é Poema Equacio-
nal. Estarei também onde me cha-
marem. Coloco-me à disposição.
Outros objetivos é continuar crian-
do, talvez nesta área equacional.
Quem sabe um livro infantil, mas
ainda está no esboço inicial. Minha
dedicação a 4 sites ocupa um tempo
enorme. Divido os interesse criati-
vos no site da Bélgica, onde publico
notícias daquele país, é meu site de
maior número de visitantes. Outro
de grande movimento, criei e escre-
vo quase diariamente nele é o Fu-
turo do livro, onde publico concur-
sos de literatura e agora o site novo
Poesia Equacional que é num portal
de literatura.

Pois bem, estamos chegando ao


fim da entrevista. Muito bom co-
nhecer melhor “Poema Tríptico
Equacional” da autora Alda Iná-
cio. Agradecemos sua participa-
ção no projeto Divulga Escritor.
Que mensagem você deixa para
nossos leitores?
Alda Inácio - Tudo vale a pena se
alma não é pequena, já dizia Pessoa.
Aos leitores, obrigada pela paciên-
cia de ler estas linhas, aos escritores:
venham participar deste site Divul-
ga Escritor que traz uma proposta
muito boa, unindo Brasil e Portu-
gal. Contatos da autora: Página do
livro – www.poesia-equacional.com
Blog – http://o-futuro-do-livro.blo-
gspot.com.br log – http://a-vida-
-na-belgica.blogspot.com.br

_________________
Participe do projeto
Divulga Escritor
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DIVULGA ESCRITOR

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Escritor Amilton Costa


Participação especial

Tenho vergonha do meu rosto

Muitas pessoas vivem cercadas Ele não me encarava. De lado, lho não dispõe de psicólogo, o rapaz
por muros, sejam eles imaginários com a mão no rosto, como se algo foi referenciado para atendimento
ou não, trancafiadas em conceitos e pavoroso estivesse na sua boca. com psicólogo noutra equipe.
preconceitos. Criam, dessa forma, Conversando, explicou-me que não A família também precisa de
um mundo restrito, e as mudanças gostava do rosto, se achava magro, orientação, daí a importância de
sempre ficam de lado, esbarram no feio, que o rosto crescera muito. um trabalho interdisciplinar onde
muro da incompatibilidade. Esta- -”Tenho vergonha do meu rosto”, entram Assistente Social, Psicólo-
cionam, não aceitam o novo, não disse ele repetidas vezes. go etc.
questionam, não trabalham para Ouvi tudo em silêncio. Expli- Os pacientes devem ser trata-
que o muro imaginário caia. quei-lhe que estava ali como amigo, dos como pessoas, seres humanos,
Uma família procurou-me para para ajudá-lo, mas só conseguiria que têm sonhos, medos, tristezas,
que visitasse seu filho de 22 anos ajudá-lo se ele me mostrasse o ros- alegrias, e não por números, senhas
que há dois anos vivia trancado, to, e a boca. Perguntei se poderia ir ou tipo de doença.
isolado num quarto. O motivo? Ele ao consultório, a resposta veio rápi-
sente vergonha de mostrar a boca, do, um “não” enfático e explicado
vergonha de sorrir, alega ter uma pela vergonha de se expor.
grande cicatriz no rosto. A mãe Contou-me que só saía de casa
acredita que ele esteja com câncer, à noite, depois que todos estivessem
mas nunca se dispôs a examinar a dormindo, e as ruas vazias. Sim-
boca do filho, acomodou-se diante plesmente um solitário trancafiado
de tais circunstâncias, após algum num mundo cheio de bloqueios,
tempo, resolveu procurar ajuda. que precisa de apoio, de amigos, de
Numa tarde, fui visitar a famí- ajuda.
lia, confesso que já esperava pelo Depois de muito conversar,
pior, pois o relato da mãe do jovem concordou em mostrar-me a boca.
não era nada animador. Chegando Eu já ansioso, procurava mostrar
lá, encontrei a humilde família à calma, já esperava realmente en-
minha espera na sala; fui conduzido contrar um rosto deformado.
até o final de um corredor onde en- Ele levantou, acendeu a luz do
contrei um quarto no qual descan- quarto, virou-se, retirou a mão da
sava um jovem enfermo. Fui apre- boca e ficou na minha frente. Abso-
sentado pela mãe, que nos deixou a lutamente normal, nenhuma lesão,
sós a conversarmos informalmente, nada fisicamente. Psicologicamente _________________
tentei levar uma conversa amigável, ele precisa de ajuda, precisa de tra- Participe do projeto
lutei para conquistar a sua confian- tamento. Divulga Escritor
ça em tão pouco tempo. Como na equipe da qual traba- www.divulgaescritor.com

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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritor Antônio
Guedes Alcoforado
Antônio Guedes Alcoforado nasceu em
Oeiras, Piauí, Brasil, em 1968. Bacharel em
Direito, atua como bancário. Em 2015 iniciou
escrita em contos literários. É vencedor do
Primeiro Concurso Machado de Assis da
Academia Bauruense de Letras em 2015,
com o conto Natal com a Escrava Esperança
Garcia. O conto A Casa da Mãe Joana é
destaque no Panorama Literário Brasileiro
com uma das melhores obras do ano editorial
2014/2015 registrado pelo 1º Colegiado de
Escritores Brasileiros, órgão executivo da Cada palavra que
Litteraria Academiae Lima Barreto, no Rio de saia vinha pranto.
Na realidade todo
Janeiro. Participa emantologias de contos no
o livro é uma
Chile, Uruguai, Argentina, Portugal e Brasil.
homenagem ao
meu filho Marco
Antônio.”
Boa leitura!

Fonte: Assessoria do autor leitor aflorado, eclético na leitu- Em que momento pensou em es-
Antônio Guedes Alcoforado ra. Revistas, biografias, romances, crever “Um Marco em Minha
enfim um leque variado. Os livros Vida”?
Autor Antônio Guedes Alcofora- marcantes: Meu Destino é Pecar de AGA - A minha escrita sempre foi
do é um prazer contarmos com Nelson Rodrigues e 1968 - O ano intimista. Sou Bacharel em Direito
sua participação em nossas pá- que não terminou de Zuenir Ventu- e desde os dezoito anos de idade
ginas conte-nos o que levou a ter ra. Biografias que agradaram: Quase trabalho como bancário. Adoeci
gosto pela escrita literária? Tudo de Danusa Leão e Garrincha, em 2013. Ninguém adoece por que
AGA - Desde jovem tenha o lado A Estrela Solitária de Ruy Castro. quer. É devastador o desânimo e a

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DIVULGA ESCRITOR

Província do Piauí (provavelmente


único documento escrito e registra-
do por uma escrava). É Ganhador
do Primeiro Prêmio Machado de
Assis da Academia de Letras Bau-
ruense de Letras. O conto A Casa
da Mãe Joana é destaque no Pano-
rama Literário Brasileiro com uma
das melhores obras do ano editorial
2014/2015 pelo 1º Colegiado de Es-
critores Brasileiros, órgão executivo
da Litteraria Academiae Lima Bar-
reto, no Rio de Janeiro. Obra fictícia
escrita com expressões populares.

Quais os desafios para escrever


“Um Marco em Minha Vida”?
AGA - O principal desafio foi reler
as histórias. O conto Dezessete por
exemplo. Não consigo reler. Emo-
ciona muito. O choro vem compul-
sivamente. E assim também foi a
escrita. Cada palavra que saia vinha
pranto. Na realidade todo o livro
é uma homenagem ao meu filho
Marco Antônio.

Você é idealizador da antologia


Deitado em Berço Esplêndido.
Conte-nos um pouco sobre objeti-
vos e temas abordados nos textos
que a compõem?
AGA - Deitado eternamente em
berço esplêndido é o trecho do
Hino Nacional do Brasil e expressão
popular para designar os corruptos
que, de geração em geração (eterna-
mente) dispõe do seu país (berço)
para enriquecer-se desavergonha-
damente. O objetivo foi reunir ta-
desesperança. Ainda presentes pela Chile, Argentina, Portugal e Brasil. lentos da Literatura Lusófona, sobre
Síndrome de Burnout, algo como Reuni os contos de várias partici- o tema corrupção. Somos o povo da
estresse crônico. Em 2014 meu filho pações e lancei o livro Um Marco revolta pacífica e silenciosa. Nessa
faleceu trágica e precocemente aos em Minha Vida onde acrescentei os obra temos o encontro das cidades
dezessete anos. (pausa) Toda minha contos premiados. homônimas, Oeiras, separadas pelo
história literária se iniciou em 2015, Oceano Atlântico e unidas pela lu-
final do ano. Por sugestão de duas Quais prêmios? sofonia. Textos escritos com quali-
sobrinhas, no segundo semestre de AGA - O conto Natal com a Es- dade, integridade, transparência e
2015, comecei a escrever e a parti- crava Esperança Garcia, que abre respeito que o tema requer.
cipar de antologias no Brasil. Não o livro Um Marco em Minha Vida
parei mais. Escrevo para amenizar é baseado livremente na história Também escreveu o livro Morcego
os efeitos da Síndrome e do luto que real de uma petição encontrada em em Exibição. De que se trata?
sei ser eterno. Hoje são 21 partici- Lisboa onde uma escrava do sécu- AGA - Também de contos. É um li-
pações em antologias no Uruguai, lo XVIII escreve ao Presidente da vro de bolso. Histórias com mesmo

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DIVULGA ESCRITOR

personagem, o serial killer que mata Quais seus principais objetivos cheias de gente. Então há mercado.
suas vítimas em veículos sobre ro- como autor?
das. Cada história com um veículo AGA - É continuar a me expressar Chegamos ao final da entrevista.
diferente: moto, quadriciclo, carros, através da escrita. É escrever. Tam- Foi bom conhecer melhor o autor
etc. E como um psicopata, ao final, bém unir-nos, autores brasileiros e Antônio Guedes Alcoforado. Dei-
ele se exibe. É morcego porque ele os demais lusófonos. xe uma mensagem aos autores e
mata/atua na noite. aos seus leitores.
O que mais lhe encanta na área li- AGA - Aos autores e leitores, leiam
Quem desejar adquirir seus livros terária? muito. Se interessem. Busquem e
como deve proceder? AGA - É o processo de criação. enfrentem os desafios da escrita.
AGA - Todos os meus livros são Criar a situação e surpreender o lei- Há mercado para todos os gostos.
escritos de forma independente. tor com um final único. Criem. Mais informações no site:
Assim como os artistas da música http://antoniogalcoforado.wix.
que hoje gravam e lançam na inter- Quais as melhorias que você cita- com/aga-autor
net de forma independente. Eu sou ria no mercado literário no Brasil?
o autor e também editor, diagra- AGA - Apesar de tudo que dizem
mador, etc. Depois publico no site contra, eu acredito nesse mercado.
www.clubedeautores.com.br, que os Há poucos concursos literários.
imprime por encomenda. Tem tam- Há poucas editoras fazendo anto- _________________
bém o canal alternativo que é fazer logias. Nichos a serem explorados. Participe do projeto
a encomenda direto a mim por e- Há oportunidade de crescimento. Divulga Escritor
-mail agalivros@yahoo.com.br Apesar de poucas, as livrarias vivem www.divulgaescritor.com

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DIVULGA ESCRITOR

Leo Vieira é escritor


acadêmico em várias
Academias e Associações
Literárias; ator; professor;
Comendador; Capelão
e Doutor em Teologia e
Literatura.
leovieirasilva@gmail.com

MERCADO LITERÁRIO

O Escritor
no Marketing

Promoções, ofertas, sorteios, carreira do escritor e blogueiro. Entendemos que pode apare-
contatos, pesquisa de mercado, Inclusive, muitas propostas de cer alguma indisposição em ter que
negociação com livrarias, ne- trabalho surgem aos profissio- aprender mais e fazer coisas que
gociação com gráficas, tramita- nais que “saem da toca”. Nunca não nos competiria, mas devemos
ções a fim de evitar terceirização em uma época de inclusão digital sempre pensar que “quem quer dá
(onde se acaba gastando mais), se pudesse aprender tanto através um jeito e quem não quer, dá uma
tudo isso é essencial para que as da praticidade de um smartfone desculpa”.
despesas sejam reduzidas, além ou do conforto a casa, em frente O conselho desta vez é: use o
de desenvolver mais o rumo da a um computador. que tem e faça a diferença.

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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritora Carol
Bonacim
Carol Bonacim é formada em Direito pela
Universidade de Ribeirão Preto, e há dois anos,
iniciou sua carreira como escritora, ao redigir a
primeira obra “Operação Arcádia”, um romance-
policial narrado em quatro etapas, e que
promete surpreender o leitor com a similitude
da atual realidade política, social e econômica
brasileira, sem, contudo, perder o encanto e o
charme de um lindo conto de amor vivenciado
pelos protagonistas.
Casada e amante da prática de esportes,
ela divide o tempo entre se dedicar à escrita
É costume no Brasil
e à leitura de obras literárias, assim como à que toda operação
corrida de rua e ao boxe. Redigida de forma das policias judiciárias
ímpar, “Operação Arcádia” promete arrancar seja agraciada
o fôlego de quem aprecia uma eletrizante com um nome
trama de ação, uma hilariante comédia, e uma específico, algo que
inesquecível história de amor. se amolde aos fatos
e aos personagens
investigados.”
Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) parte da minha rotina desde a ado- com a situação social do Brasil (e ain-
lescência, contudo, a falta de oportu- da continuo), devido à atitude deso-
Escritora Carol Bonacim, é um nidade (leia-se dinheiro e tempo) me nesta e corrupta de uma parcela dos
prazer contarmos com a sua par- impediu, por alguns anos, de seguir governantes, pelo descaso com a lei,
ticipação no projeto Divulga Es- adiante e concretizar um sonho de e pela presença maciça do fantasma
critor, conte-nos em que momen- menina: publicar um livro. Operação da impunidade. Diante deste quadro,
to pensou em escrever o seu livro Arcádia surgiu numa época bastante encontrei na escrita um jeito de ex-
“Operação Arcádia”? conturbada para mim, pois passava travasar todos os meus sentimentos,
Carol Bonacim - A priori gostaria de por uma profunda crise profissional sensações e impressões sobre o atual
salientar que sempre fui apaixona- e pessoal. Naquele tempo também, drama nacional vivido e presenciado
da pela sexta arte; ler e escrever faz (2013), fiquei bastante indignada por todos nós, brasileiros.
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DIVULGA ESCRITOR

Quais os fatores determinantes mar os leitores para um debate,


para construção do enredo que um dedo de prosa, e comparti-
compõe a obra? lhar com eles uma área do saber
Carol Bonacim - Os fatores são que é pouco divulgada e difundi-
muitos, incluindo experiências da em nosso território: a noção
pessoais, vivências profissionais, de política, economia, legislação,
o olhar crítico sobre a sociedade a política social, instituições demo-
qual pertenço, os costumes e valo- cráticas e governabilidade, tudo
res adotados por uma nação. Quan- isso de uma forma bem simplis-
do comecei a redigir o livro 1 (o pu- ta, sendo, contudo, o suficiente
blicado), presenciei o Brasil acordar para ensejar questionamentos
de um sono profundo; a população tais como: Será que meu voto va-
despertou para questionar os man- leu a pena? Onde estão usando
dos e desmandos da atual políti- o dinheiro dos impostos que eu
ca de governo. Alguns integrantes pago? A lei está sendo aplicada
dos poderes Executivo, Legislativo para todos?
e Judiciário foram tomados pelo
senso de imoralidade e ilegalidade O livro esta dividido em quatro
(não estou generalizando!), o que etapas, podes nos contar um
culminou numa nação decadente, pouco sobre esta divisão?
corrupta e leviana. Assim, os cida- Carol Bonacim - A narrativa é
dãos começaram a ir para as ruas bastante extensa; relato a saga
protestar, reivindicar seus direitos e da delegada federal Diana Tole-
exigir melhorias sociais das nossas do na condução de um inquéri-
autoridades; foi neste contexto que to que apura o envolvimento de
meu ego guerreiro aflorou, e resol- pessoas muito influentes, endi-
vi “botar a boca no trombone”, e o nheiradas e detentoras de poder,
fiz escrevendo: montei uma história numa organização internacional
fictícia, porém, bastante coerente de tráfico de drogas e armas. No
com a nossa realidade, e imbuí nela decorrer da ação, a delegada faz
uma roupagem romântica, bem descobertas reveladoras do maior
como aproveitei para desbravar, por esquema criminoso e corrupto
meio de palavras, a ira de toda na- conhecido no Brasil; ela toma ci-
ção brasileira. ência de como é feito o transpor-
te dos ilícitos, rastreia o caminho
Por que estes fatores foram deter- do dinheiro, identifica os envolvi-
minantes? dos, ou seja, toda a estrutura desta intitular a obra com um nome que
Carol Bonacim - Porque senti ne- mega quadrilha de criminosos é remetesse à articulação investigati-
cessidade de agir; vi que precisa- desarticulada ao longo dos quatro va em comento. Daí surgiu a ideia
va fazer algo de aproveitável para volumes, e durante esta eletrizante de acrescentar à grafia “Operação”
ajudar a alertar o que acontece no trama policial, Diana acaba se en- a palavra “Arcádia”, vocábulo este
nosso país, mesmo que tal alarde volvendo com um rico empresário que nos remete a uma região situ-
se manifestasse por meio de um espanhol que, indiretamente, acaba ada na península do Peloponeso, ao
romance-policial. Infelizmente, no mudando o curso da maior opera- sul da Grécia. O nome dado a esta
Brasil, são poucos os cidadãos que ção policial já deflagrada no Brasil. cidade-antiga se refere ao semideus
têm acesso a um ensino de quali- Arcas, filho de Zeus e da ninfa Ca-
dade, e que chegam a cursar uma Como foi a escolha do Título? listo. Na mitologia grega, Arcádia
universidade. Dá para contar nos Carol Bonacim - É costume no Bra- era a morada do deus Pã, deus da
dedos, (sentido figurado) as pessoas sil que toda operação das policias natureza e padroeiro dos pastores.
que possuem opinião própria, que judiciárias seja agraciada com um O mito desta lendária pólis está im-
são críticas quanto aos seus direi- nome específico, algo que se amolde presso na literatura, como uma área
tos e deveres, que possuem visão de aos fatos e aos personagens investi- de paisagem idílica e fértil, povoada
mundo, e busquem soluções para gados. Como o desenrolar da nar- de pastores, donzelas ingênuas, de
dirimir os problemas que afligem o rativa acontece em virtude de uma poesia e de música, onde a forma
país. A intenção desta autora é cha- investigação, pensei ser genuíno simples de viver a vida é praticada
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pelos habitantes. No Onde podemos comprar o seu li- ticipação no projeto Divulga Es-
livro de minha autoria vro? critor. Que mensagem você deixa
há a descrição de uma Carol Bonacim - Os exemplares para nossos leitores?
vila de pescadores si- poderão ser adquiridos através do Carol Bonacim - Gostaria de fazer
tuada ao sul do Estado site da Editora Chiado Internacio- minha parte no tocante ao incenti-
do Rio de Janeiro, onde nal (www.chiadoeditora.com), da vo à leitura, fomentar a educação,
se pratica essa mesma Livraria Cultura (www.livrariacul- a diversificação cultural e a busca
forma singela de exis- tura.com.br), através do meu e-mail pelo saber. A ideia é fazer com que
tência. Além disso, é (karollak2@yahoo.com.br), pelo meus textos cheguem a todas as
nesta paradisíaca ilha meu perfil no Facebook (www.face- pessoas, de todos os graus e níveis
que os protagonistas book.com/caroline.oliveirasouza) e de instrução.
descobrem o verdadei- por intermédio do Blog (carolbona- A obra Operação Arcádia, assim
ro sentimento que os cim.blogpost.com.br ). como todas as outras de minha au-
unem, em meio a fortes O valor de venda é de R$ 44,00, e toria são construídas com uma lin-
emoções e revelações a comercialização dos livros dá-se guagem simples, rotineira e de alta
que serão colocadas à no Brasil, Portugal, Cabo Verde e percepção, justamente porque, o
prova. Angola. Gostaria de informar aos intuito desta autora é levar a prática
leitores e amigos que os livros ad- da leitura e a busca pela cultura ao
O que mais a encanta quiridos através do e-mail, da pági- maior número possível de pessoas,
em “Operação Arcá- na no Facebook e pelo Blog sairão e dizer que a leitura pode mudar
dia”? com autógrafos exclusivos. uma vida, uma forma de pensar, de
Carol Bonacim - Mo- compreender os fatos, e pode trans-
déstia à parte, penso Quais os principais objetivos da formar a visão sobre o mundo.
que toda a trama se autora Carol Bonacim? Aproveito o momento para agrade-
mostra envolvente; Carol Bonacim - Digo que sou cer pela oportunidade de participar
prende a atenção dos fissurada em ler e escrever; meu desta renomada revista literária,
leitores e os leva para cotidiano é pautado em meio às le- bem como gostaria de parabenizar a
uma viagem única e tras e frases. Sou viciada em livros, equipe SMC pelo fomento à leitura
inesquecível. O tex- dos mais diversos tipos e gêneros, e à educação. Aos amigos que qui-
to foi elaborado com porque levo comigo uma máxima: serem bater um papo, trocar uma
uma linguagem de fá- “Conhecimento nunca é demais.”. ideia ou experiências, deixo aqui
cil compreensão, car- Pretendo expandir minha singela e meus contatos: e-mail: karollak2@
regado de expressões humilde área do saber, e continuar yahoo.com.br, Facebook: www.fa-
idiomáticas e trejei- divulgando minhas ideias e ideais; cebook.com/caroline.oliveirasouza,
tos criados no dia a compartilhar uma circunstância vi- e o endereço do meu Blog: carol-
dia. Abuso de anedotas regionais vida, trocar receitas de como apro- bonacim.blogpost.com.br. Muito
veitar a vida, praticar a ideologia obrigada a todos e tenham um ano
e até uso sentenças com palavras
“fazer o bem sem olhar a quem”, eivado de boas leituras e ideias!!
de baixo calão, tudo com o fim de pesquisar muito, estudar bastante,
aproximar o contexto vivido pelos enfim, meu sonho é continuar es-
personagens ao nosso cotidiano. A crevendo, e escrevendo com vee-
leitura cativa as pessoas, as fazem mência, se Deus me permitir.
correlacionar a obra de ficção com a Acredito que tenho um dom, o dom
realidade mostrada na TV, nos jor- da escrita, e tal privilégio não pode
nais e rádios; todos se surpreendem ficar restrito tão somente à minha
com a similitude de acontecimen- persona, mas sim deve ser difundi-
do e compartilhado com todos os
tos, e acabam compreendendo, com
leitores e amigos que possuo, como
bastante facilidade, um tema com- também àqueles, que um dia, terei o
plexo que inclui procedimento de prazer e a honra de conquistar.
investigação policial, o universo do
crime e a legislação vigente, e ainda Pois bem, estamos chegando ao _________________
perdem o fôlego com um romance fim da entrevista. Muito bom co- Participe do projeto
incandescente e apaixonante viven- nhecer melhor a escritora Carol Divulga Escritor
ciado pelos protagonistas da série. Bonacim. Agradecemos sua par- www.divulgaescritor.com
DIVULGA ESCRITOR

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Escritora Fabiana Juvêncio


Participação especial

A violência feminina: ação


ou omissão discriminatória

A
mulher contemporânea dios, crianças e doentes mentais. de direitos e oportunidades
apesar da evolução femi- Em 1962, com a edição do Estatuto concedidas ao macho da es-
nina e de várias conquis- da Mulher Casada, ela deixou de ser pécie” (MORGADO, Op. cit.
tas alcançadas, mesmo considerada incapaz e dependente p.13).
assim, ainda, na atualidade conti- do marido. Apesar da nova legis- Há uma inquietação men-
nua sendo considerada um objeto lação permitir às mulheres dispor surável quanto ao índice de
por alguns segmentos da sociedade livremente de seus bens, na prática violência na mulher praticada
que, em algumas das vezes, passí- o homem ainda mantinha um rígi- pelo homem, dos seus agen-
vel de várias formas de violência e, do poder sobre as propriedades em tes causadores e contra quem
condicionada ao silêncio extrema- comum (Oliveira, 2015). Ademais ele comete, contra o homem,
do para não se expor ou excluir-se no início do século XXI que pode o meio ambiente. No entanto,
de um determinado grupo social. ser observado um tímido avanço na não há uma preocupação pela
A violência contra a mulher é legislação brasileira com a promul- violência contra a mulher: a
qualquer ação ou omissão de modo gação das primeiras leis que coíbem violência dos usos e costu-
discriminatório, agressivo e coer- a violência doméstica contra a mu- mes, da imposição dos papéis
citivo pela vítima ser mulher, cau- lher, diante de uma discreta mani- sociais rígidos, a violência da
sando-lhe dano, morte, constrangi- festação da sociedade pelo descon- mulher contra a mulher mais
mento, limitação, sofrimento físico, tentamento com o atual quadro de frágil, a violência da mulher
sexual, moral, psicológico, social, violência conforme o mesmo autor. contra si, fazendo com que ela
político ou econômico, bem como Já Morgado que descreve o aceite sem criticar o que lhe é
perda patrimonial. Essa violência comportamento e o sofrimento da imposto, relegando seus direi-
pode acontecer tanto em espaços mulher: tos e deveres de pessoa ainda
públicos ou privados (AURÉLIO, “A mulher é sucessivamente conforme Morgado.
2005). violentada desde cedo pela
No ano de 1916, o Código Ci- imposição dos papéis sociais; Instituída a Lei 11.340/2006,
vil Brasileiro considerou a mulher desde a mais tenra idade é Lei Maria da Penha surgiu no an-
casada como, um ser, relativamen- treinada para submeter-se a seio de revelar este problema, tirou
te incapaz, determinando à esposa padrões impostos no decorrer dos moldes da violência comum, a
a obrigação de solicitar do marido dos séculos por uma autorida- praticada contra a mulher no seu
autorização à prática dos atos na de machista; violenta a si mes- ambiente doméstico, familiar ou
vida civil, como trabalhar, gerir e ma assumindo estes padrões de intimidade, um estatuto para
dispor dos seus bens. Apenas em sem exercer o direito de criti- socorrer essas vítimas, não somen-
1961 foi modificada a legislação car e sem se conceder o direito te de caráter repressivo, sobretudo,
que igualava as mulheres aos ín- de ser pessoa, com igualdade preventivo e assistencial, na pro-
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DIVULGA ESCRITOR

moção de mecanismos para coibir Souza, Alexandre de Matos Guedes, REFERÊNCIAS


esta agressão (CUNHA, p.20). A Vitor Frederico Kümpel, norteiam- CUNHA, Rogério Sanches,
Lei Maria da Penha veio para coibir -se nessa corrente e Maria Berenice PINTO, Ronaldo Batista.
e prevenir essa violência. Protege Dias conclui com: Violência Doméstica, p.20.
mulher, independe da orientação “Justificativas não faltam para DIAS, Maria Berenice. A Lei
sexual dos envolvidos, tanto numa que as mulheres recebam atenção Maria da Penha na justiça,
relação heterossexual, contra o ho- diferenciada. O modelo conserva- p.56
mem agressor, o filho, o irmão, po- dor da sociedade coloca a mulher DIAS, Maria Berenice. Vio-
dendo a mulher na qualidade de em situação de inferioridade e sub- lência Doméstica e União
companheira de outra figurar tam- missão tornando-a vítima de vio- Homossexual. Disponível
bém como sujeito ativo. Surge uma lência masculina. Ainda que os ho- em: <http://www.saraivajur.
nova concepção de família que se mens também possam ser vítimas com.br>.
define pelo vínculo de afetividade, de violência doméstica, tais fatos Idem, ibidem, p.27.
como manifesta Eliana J. M. Ferrei- não decorrem de razões de ordem MORGADO, Belkis. Op. cit.
ra: “a família modernamente conce- social e cultural. Por isso se fazem p.13.
bida tem origem plural e se revela necessárias equalizações para meio OLIVEIRA, M.B. Especia-
como núcleo de afeto no qual o ci- de discriminações positivas, medi- lista em Direito e Processo
dadão se realiza e vive em busca da das compensatórias que visam re- do Trabalho. Graduado em
própria felicidade” (SOUZA, p.13). mediar as desvantagens históricas, Direito pela UFMS.
Concomitantemente, com o consequências de um passado dis- SOUZA, Sérgio Ricardo de.
surgimento de novos direitos, no- criminatório. ” (DIAS, p.56). Comentários à Lei de Com-
vas relações e novas realidades re- Vislumbramos que, a Lei Maria bate a Violência Contra a
portam a interpretação sociológica da Penha foi instituída como um Mulher, p.13.
da norma “com esse espírito, de- fundamento protetivo para todas as
sarmado, despido de preconceitos, mulheres brasileiras, independente
livre de fetichismos e atento à rea- de fatores socioeconômico, aten-
lidade que o cerca, que deve o in- dendo aos princípios da igualdade,
térprete, em nosso entendimento, da dignidade da pessoa humana,
enfrentar os desafios propostos pela da proteção e da proporcionalida-
lei” (http://www.saraivajur.com.br). de. Sabemos que, para sua eficácia
Com o mesmo propósito Cunha e se faz essencial a participação total
Pinto argumentam o conhecimento da sociedade. Quanto Poder judici-
do Ministro Silvio de Figueiredo do ário, entendemos a necessidade de
Superior Tribunal de Justiça expres- investimento na fundação efetiva
so na jurisprudência RSTJ, 129/364, em redes de atendimento as mulhe-
que a vida é mais rica que nossas res vítimas de violência, quanto ao
teorias. Destacou-se as palavras do atendimento proporcionado acre-
De Page, que o juiz não pode que- ditamos que o mesmo deverá ser
dar-se surdo às exigências do real e ofertado de uma maneira eficaz e;
da vida. Sendo o direito uma norma por profissionais capacitados, sa-
essencialmente viva, destinado a re- pientes do ordenamento jurídico,
ger homens e termina firmando que ou na mais das vezes por operado-
a interpretação das leis não deve ser res do Direito ou futuro bacharéis,
formal, mas sim, real, humana, so- desta feita, por entendedores do
cialmente útil (Idem, ibidem, p.27). âmbito jurídico para proporcionar
Vários doutrinadores como um acolhimento favorável a mulher
Rogério Sanches Cunha, Ronaldo vitimada e um amparo legal a dor
Batista Pinto, Sérgio Ricardo de em questão.

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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritora Claúdia
Isadora F. de Oliveira
Sou gaúcha, nascida em Dom Pedrito, Rio Grande do
Sul. Aos 23 anos vim para Guarulhos, pois tomei posse
num cargo público em um órgão aqui da cidade. Me
formei em Letras Português/Inglês. Fiz pós graduação
em Língua Portuguesa. Frequentei diversos cursos na
área das artes: escrita criativa, roteiro audiovisual,
curso de formação cinematográfica, desenho de moda
básico e atualmente sou aluna do curso de teatro. Além
de escritora, sou cineasta e roteirista, trabalhei como
diretora e roteirista, em parceira com outros colegas,
no curta-metragem Necessidade Básica? (que fala
sobre a saúde pública no Brasil). Atualmente ele está
Me sensibilizou o fato
percorrendo os circuitos de Festivais e Mostras de
e aguçou em mim a
Curta-Metragens nacionais. Recentemente, publiquei o vontade de escrevê-
livro A Verdade em Marcha pelo site PerSe. Mais duas lo romanceado, de
obras literárias serão divulgadas em breve: Eu Fui um acordo com o que eu
Soldado Nazista na Reencarnação Passada e Alatina, a acredito que deveria ter
genia moderna. acontecido com ela.”

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)


tam de forma harmônica e com- mim, essas duas artes são vitais.
Escritora Claudia Isadora Fer- plementar. Para um ator, escrever
nandes de Oliveira é um prazer ajuda a alimentar a sua criatividade, Em que momento pensou em es-
contarmos com a sua participação que poderá ser usada em cena para crever o seu livro “A Verdade em
no projeto Divulga Escritor. Você criar personagens e aprofundá-los. Marcha”?
atua na área literária e teatral, Para um escritor, o teatro propicia Claúdia Oliveira - Em 2013, ao
conte-nos de que forma estas duas uma libertação de suas amarras, saber da notícia de uma juíza que
artes se apresentam em sua vida? pois é uma arte livre, sem precon- havia sido assassinada por uma
Claúdia Oliveira - Elas se apresen- ceitos nem regras absolutas. Para quadrilha de policiais militares

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DIVULGA ESCRITOR

corruptos. Me sensibilizou o fato moderna. Trata-se de um conto de


e aguçou em mim a vontade de uma família que sente a necessidade
escrevê-lo romanceado, de acordo de chamar o gênio da lâmpada para
com o que eu acredito que deveria responder a suas indagações. O ge-
ter acontecido com ela. Foi de uma nio que sai do bule é, na verdade,
certa forma uma catarse, o grito de uma genia, Alatina, e com ela vem
uma catarse por uma sociedade jus- junto seu criado Sheraspin. Surpre-
ta e evoluída. sos, uma reviravolta acontece no lar
com a chegada da esperta genia.
Que temas você aborda nesta
obra? Com relação a peça de teatro da
Claúdia Oliveira - Corrupção, Jul- Escola Viva de Artes Cênicas de
gamento, Questão social, violência, Guarulhos, conte-nos um pou-
revolta, injustiça, esperança, fé e co sobre a peça, já tens os dias
amor. de apresentação? Quem desejar
como deve fazer para assistir?
Como foi a escolha do Título? Claúdia Oliveira - Trata-se de
Claúdia Oliveira - Foi baseado no uma peça criada pelo diretor Clei-
livro de Emile Zola: J’Accuse...! – A ton Pereira em colaboração com
Verdade em Marcha. Devido os fa- os alunos da V turma de teatro da
tos no meu livro se desenrolarem de Escola. Numa pós guerra, a ques-
forma cadenciada, achei apropriado tão feminina é abordada: o corpo
por esse titulo. da mulher como campo de batalha,
a mulher que não consegue enter-
O que mais a encanta nesta obra? rar seu filho, a mulher oráculo, a
Claúdia Oliveira - A luta de uma mulher considerada puta pela so- Agradecemos sua participação
mulher forte num ambiente inóspito. ciedade, a mulher supostamente no projeto Divulga Escritor. Que
santa, entre tantos outros tópicos mensagem você deixa para nossos
Onde podemos comprar o seu li- serão encenados nessa peça que leitores?
vro? terá sua estreia no dia 25 de mar- Claúdia Oliveira - Eu gostaria que
Claúdia Oliveira - Por enquanto, ço de 2016 no teatro Padre Bento. cada vez mais crescesse este desejo
poderá ser encontrado nos sites: A peça será apresentada no sábado em seus corações: o de prestigiar a
www.perse.com.br e www.clubedo- às 20 h e domingo às 19h. Para sa- rica literatura nacional. Contatos
sautores.com.br ber mais informações, só acessar o da autora: https://www.facebook.
link: https://www.facebook.com/ com/claudinhaisadora/?fref=ts
Soube que já temos novos livros groups/300352190011739/?fref=ts email: claudinhaisadora@gmail.
a serem lançados, conte-nos um com
pouco sobre os seus novos proje- Como você vê o mercado literário
tos literários. Nacional?
Claúdia Oliveira - São dois títulos: Claúdia Oliveira - Acredito que ele
1- Eu fui um Soldado Nazista Na esteja passando por uma fase de cri-
Reencarnação Passada, que trata de se, assim como os demais setores,
um grupo de amigos que marcam devido a economia brasileira no
um encontro por meio de um even- momento atual estar cambaleante.
to no Facebook para falar de suas Porém, é um mercado perene: a ne-
lembranças de outra vida como cessidade de ler, do saber, de adqui-
soldado nazista. Num galpão aban- rir conhecimento, o prazer que isso
donado, vão se conhecendo e con- acarreta é algo que suplanta qual-
tando os insights que tiveram. Há quer contratempo econômico.
um barulho de helicóptero se apro-
ximando do local. Um integrante Pois bem, estamos chegando ao
_________________
se desespera e acha que é a policia fim da entrevista. Muito bom co- Participe do projeto
federal atrás dele, porque ele con- nhecer melhor a escritora Claudia Divulga Escritor
tinua nazista... 2- Alatina, a genia Isadora Fernandes de Oliveira. www.divulgaescritor.com

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Escritor Ramalho Leite

Participação especial

UMA “VELHA
SENHORA” JO
E
ra uma quinta-feira, 2 de pensamentos,suas aspirações, no to, o jornal do Partido tornou-se o
fevereiro do ano de 1893, começo vagas,depois francamente jornal do Governo. A União publi-
quando o Partido Republi- definidas e encorpadas aos carac- caria além do noticiário palaciano,
cano do Estado da Parahy- teres que dirigiam o movimento.A os atos emanados da administração
ba fez circular a primeira edição de única modificação que lhe anun- pública. O Diário Oficial, em sepa-
A União. Na capa, os editores pe- ciamos, é a creação d´esta folha, rado, é obra mais recente. O mode-
diam aos seus leitores, “o obsequio poderoso meio externo da cohesão lo serviu até para enriquecer nosso
de devolvel-o á respectiva typogra- e disciplina partidária.Iremos á luz folclore político. Zé Américo, no
phia” no prazo de três dias. Não da imprensa, visitar os arrayaes de Piancó, definiu o político Antonio
explicaram o motivo para essa res- nossos amigos, e crear-lhes um cen- Montenegro: “é mais fiel ao Gover-
tituição, mas o Walter Galvão, hoje tro de intelligencia, e de conselho. no que o chumbo do diário oficial”.
diretor desta folha, acredita que se Iremos a mesma luz prestar nossa Na minha irreverência já conhecida,
tratava de uma pesquisa para avaliar decidida cooperação ao illustre ad- prefiro dizer que A União “é o órgão
o alcance do periódico. ministrador do estado, o exm.sr.dr. mais independente que conheço: é
Na edição inaugural, o novo Alvaro Lopes Machado. O nosso do governo e não nega”.
órgão de imprensa traçava o seu apoio igualmente ilimitado, e sem No primeiro número do perió-
perfil, e se identificava como veí- nenhuma reserva extenderemos ao dico, temos conhecimento de que,
culo político-partidário, disposto a benemérito governo da União, e ao naquele ano de 1893 era Chefe de
defender a agremiação e seus inte- glorioso chefe da Republica, Sr. ma- Polícia da Paraíba o dr. Antonio
grantes. O jornal e o partido eram rechal Floriano Peixoto”. Ferreira Baltar; seu irmão, de nome
um só corpo e um só espírito. Por Da pia batismal aos dias de hoje, Abílio Ferreira Baltar, nomeado Fis-
isso, se dirigiu ao publico leitor “não a linha editorial deste jornal perma- cal, realiza a primeira extração da
para anunciar qualquer nova trans- nece a mesma. Mudam os governos, Loteria, à época, uma concessão
formação mas para configurar os mas sua fidelidade, jamais. A única particular entregue a um felizardo
motivos de sua origem, as formulas mudança foi a oficialização dessa chamado Bernardino Lopes Alhei-
que condensaram os seus primeiros lealdade. Em determinado momen- ros. O primeiro delegado da Capital
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DIVULGA ESCRITOR

OVIAL
era Francisco Chateaubriand Ban- nome desta folha” foi relatada com Areia, respectivamente, ficaram na
deira de Mello. O Assis, do mesmo detalhes a reunião de criação do suplência juntamente com outros
sobrenome e criador dos Diários novo partido realizada no Palácio nomes de rua menos votados.
Associados, tinha, então, um ano de do Governo, quando “duas ordens E encerra sua narrativa o jor-
idade. Naqueles dias, por emissão de cadeiras foram insuficientes para nal A União: “Servido em segui-
de notas falsas, foram presos dois acomodar os convidados”. Foi desig- da um agradável copo de cerveja,
diretores de bancos nacionais; “as nada uma comissão provisória para retiraram-se os convidados plena-
notas falsas do Banco Emissor de comandá-lo, eleita, democratica- mente satisfeitos, não só quanto ao
Pernambuco se distinguem pela im- mente, entre os presentes ao evento. cavalheirismo de trato do honrado
perfeição do mau papel”; o ministro O governador Álvaro Macha- governador, como em relação à pha-
da Fazenda manda que se recebam do asseverou “que não tinha vindo se de verdadeira actividade política,
as notas do Banco Emissor, tidas a Paraíba se não para reconstruir iniciada por tão solene reunião”. Es-
como verdadeiras, até que sejam o que fora demolido e por em or- tava fundado o Partido Republicano
substituídas pelo Banco da Repúbli- dem o que fora desorganizado”. No do Estado da Parahyba e o seu por-
ca; é nomeado um novo diretor para campo partidário desejava juntar os ta-voz, A União.
o Banco da República, o Sr. Tomaz bons elementos de outros partidos Esta semana A União entrou na
Coelho; o governador do Rio de e “fundi-los em um só, compacto era de informática, inaugurou sítio
Janeiro sanciona lei que transfere a e disciplinado”. A votação, apurada e um sistema on-line de envio de
sua Capital para a cidade de There- entre outros por Artur Aquiles e matéria para a publicação no Diário
sópolis; morre a esposa do ministro Tomaz Mindelo, proclamou como Oficial. A Velha Senhora de 123 anos
da Guerra. escolhidos para a primeira diretoria está cada dia mais jovem e dinâmi-
A denominação do jornal deve- do Partido Republicano os srs Diogo ca, sob o comando de uma equipe
-se à união dos próceres dos velhos Sobrinho,Eugenio Toscano,Gama e que se desdobra para oferecer seus
partidos, ao novo Partido Republi- Melo,Moreira Lima e José Evaristo, melhores serviços à Parahyba do
cano comandado por Álvaro Ma- os mais votados.Os srs Targino Ne- Norte. Parabéns !( Nas transcrições
chado. “No intuito de justificar o ves e Cunha Lima, de Bananeiras e mantive a grafia da época)
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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritor Giovane
Santos
Giovane da Silva Santos é mestre em Ciências
da Literatura pela UFRJ. Romancista, roteirista
e contista, leciona Literatura há 18 anos na
rede estadual do Rio de Janeiro. Tem artigos na
revista on-line Garrafas e cursou a Oficina de
Roteiro para TV do roteirista Luiz Carlos Maciel
nos anos 90. Escreveu matérias jornalísticas
sobre comportamento e cultura na Folha
Universitária da Universidade Castelo Branco.
Possui cinco romances, ainda não publicados:
Papo de Amigo, No rastro das estrelas, Os cinco
sentidos do amor, Labo B, Clarear e duas obras Temas como regressão de
publicadas: o romance “Sua vida pode ser um memória, sensitividade e
as novas chances que nos
musical”, lançado na XVII Bienal Internacional do
damos, a partir da auto
Livro no Rio e o livro de contos “Em que esquina
superação que a dança
se esconde essa tal felicidade?” pela editora proporciona, se entrelaçam
Multifoco. Administra o blog Oceano de Histórias. numa narrativa veloz como
a coreografia de uma peça
musical.”
Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Giovane Santos - Cada um de nós a história humana. “Sua vida pode
tem uma trilha sonora, um ritmo ser um Musical” desenhou-se a par-
próprio de caminhar no mundo. tir do desejo de contar como as pes-
Escritor Giovane Santos é um pra- Alguns se reduzem a uma existên- soas mais díspares, loucas e opostas
zer contarmos com a sua partici- cia puramente orgânica, onde nada possíveis podem revitalizar suas
pação no projeto Divulga Escritor, mais resta que satisfazer necessi- existências e daqueles a sua volta
conte-nos em que momento pen- dades instintivas. Outros almejam com a magia de seus pés alados. Daí
sou em escrever “Sua vida pode fazer a diferença para diminuir o surgiu a história de Caíque Montei-
ser um Musical”? cinza acentuado com que pintamos ro, a celebridade dos musicais, que
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DIVULGA ESCRITOR

ciona, se entrelaçam numa narrati-


va veloz como a coreografia de uma
peça musical.

O que mais o encanta no livro


“Sua vida pode ser um musical”?
Giovane Santos - A leveza no trata-
mento de temas que facilmente po-
deriam descambar para um drama
meloso. Todas as personagens apre-
sentam uma complexidade de dra-
mas que poderiam apontar como
solução a tragédia piegas. Porém
construí-los com uma dose extra de
humor torna suas trajetórias e desa-
fios mais encantadores. Um bom-
beiro prestes a ser abandonado pela
esposa, um ogro ambulante carente
de cavalheirismo, uma faxineira que
sonha brilhar nas danceterias, uma
maratonista judeu embromador,
quatro jovens professores idealis-
tas engajados em um projeto social
e um aposentado ator de musicais
cutucado em seus brios. Essa mis-
tura explosiva é palco de conflitos e
soluções inusitadas.

Quais os principais desafios para


escrita desta obra literária? De
que forma estes desafios foram su-
perados?
Giovane Santos - Conhecer mais
sobre o universo dos musicais na-
cionais e hollywoodianos do qual só
sabia superficialmente. Pesquisar os
temas que fogem de nossa zona de
conforto é imprescindível para dar
veracidade a escrita. A terminologia
dos passos da dança, por exemplo,
era fundamental para pensar com
se escondeu no anonimato do fun- onde podemos sempre nos doar a cabeça de um dançarino. Assistir
cionalismo público e num golpe do mais do que pensamos. Uma apos- aos filmes musicais mais popula-
destino se vê intimado a transfor- ta entre uma sexagenária bailarina res para citar com precisão o delí-
mar a vida de desconhecidos num cadeirante e Caíque, seu sobrinho rio que o protagonista vivencia em
musical. desistente da ribalta, detona todas determinado momento do enredo.
as loucuras possíveis para nosso Compreender o desenho de uma
Quais os principais temas aborda- protagonista provar que ainda tem família judaica ortodoxa mesmo
dos nesta obra? ‘pés frenéticos’. Só que para isto ele que esse tema não seja aprofunda-
Giovane Santos - “Sua vida pode precisa descobrir a origem de seu do. Mergulhar na história dos mo-
ser um musical” é uma comédia trauma com os palcos em vidas vimentos culturais que perpassam
romântica. Com uma abordagem passadas. Temas como regressão de um século de existência do clã do
bem-humorada, trata do questio- memória, sensitividade e as novas protagonista da narrativa, assim
namento de qual é nosso papel chances que nos damos, a partir da como os principais fatos históricos
num mundo veloz e fragmentado, auto superação que a dança propor- para sua viagem no tempo para as
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DIVULGA ESCRITOR

décadas de 20 e 60 do século XX. prosear sobre nosso estar no mun- te é que nossos ruídos internos não
Somente esmiuçando esses tópicos, do. Tudo, porém, com o abordagem desafinem o grande concerto do
podemos dar o colorido necessário do humor que retira nossas másca- mundo. Contatos com o autor
ao esqueleto de uma trama. ras e nos desnuda diante do mundo Email: giovanessantos@ig.com.br
como um espelho, que assusta, mas Blog http://oceanodehistorias.com/
Escritor Giovane Santos, nos con- nos permite o passo adiante. https://www.facebook.com/giova-
te, como sua vida pode ser um ne.santos.16718
musical? Como vê o mercado literário Na-
Giovane Santos - Fazer da vida um cional?
musical é optar por não se acomo- Giovane Santos - O mercado literá-
dar aquele sofázinho ensebado em rio, ao mesmo tempo que aposta em
que nosso corpo se amolda te tanto novos talentos, tateia com prudên-
frequentar. É sair da zona de con- cia para abarcar os diversos nichos
forto e entre o derrotismo fácil e o de públicos-leitores da atualidade,
mergulho em nosso lado solar, es- acostumados a uma perspectiva de
colher a segunda opção. Na atual vida veloz, dromológica, onde as te-
crise de valores em que vivemos, máticas ventiladas pela estética do
cercado pela lama de desastres po- cinema e da tevê norteiam o inte-
líticos e sociais, muitos dirão que resse de leitura. Muitas editoras só
isto é uma quimera. Lógico que não apostam em autores indicados por
sairemos sapateando pelas ruas ala- agentes literários, com algum nome
gadas pelo descaso governamental de peso relativo. Outras abrem pro-
durante as chuvas de verão, muito postas alternativas de divulgação
menos dançaremos sobre os táxis e de jovens autores. Contudo como o
carros de passeio como os hippies próprio nome diz é um mercado e o
de Miloš Forman em Hair. Pode- lucro fácil pesa, muitas vezes, mais
ríamos ser confundidos com black do que a qualidade de uma obra.
blocs nos dias atuais. Mas acreditar Um exemplo são as Bienais do Li-
que podemos ser o diferencial em vro. Um equilíbrio entre a demanda
nossas áreas de atuação é uma for- financeira e a qualidade literária se-
ma de bailar com a vida também. ria o ideal.

Onde podemos comprar o seu li- Pois bem, estamos chegando ao


vro? fim da entrevista. Muito bom co-
Giovane Santos - http://www.per- nhecer melhor “Sua vida pode ser
se.com.br/novoprojetoperse/ um musical” do autor Giovane
Livraria Maju no Parque Shopping Santos. Agradecemos sua partici-
Sulacap, zona oeste do Rio de Janei- pação no projeto Divulga Escritor.
ro - Blog http://oceanodehistorias. Que mensagem você deixa para
com/ nossos leitores?
Giovane Santos - As pessoas são
Quais os seus principais objetivos como frascos musicais de estilos va-
como escritor? riados. Dependendo da frequência
Giovane Santos - Falar do lado so- podem vibrar em harmonia conos-
lar da existência humana, das no- co ou provocar um ruído ensurde-
vas chances que nos damos mes- cedor. É como se cada indivíduo
mo imersos num mundo às vezes tivesse uma trilha sonora interna,
cinzento e dromológico. Tratar das que regesse seu comportamento,
nossas pequenas e grandes neuras seu jeito de ser e estar no mundo.
modernas e também dos mistérios Suingada como um reggae nos mais
milenares que nos movem em nos- descolados, tempestivas nos de
_________________
sas caminhadas: vida/morte, di- compasso heavy metal, delicadas Participe do projeto
mensões paralelas, vidas passadas, naqueles de natureza clássica, quase Divulga Escritor
poderes mediúnicos. Filosofar e valsas personificadas. O importan- www.divulgaescritor.com

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DIVULGA ESCRITOR

Escritora Noka
Participação especial

QUEM SOU EU? SIM, ÉS TU ZINHA!


Sou…Eu sei quem sou!... Trouxeste-me a ti, com todo o
Mulher de afectos, a bem amada, amor que tinhas
uma faceta de mim, Ensinaste-me e ensinas-me a
versátil, persuasiva e optimista, engrandecer o meu eu
coração de criança, sim! E a estender a bondade e o
carinho aos demais, com quem
Feição dinâmica e empreendedora, me cruzo
não só pela recompensa do trabalho, que Afinal, dizes que tudo deve ser
é arte, feito com amor
mas por aquilo em que ela me E por isso acredito ser a
transforma. representação viva do melhor
Na esperança que penhorei à felicidade, que há em ti
abraço os sonhos que figuram realidade. Sei que sou o teu sol, porque
assim me fazes sentir…e tu…
Quem sou eu? Zinha, és o meu universo…
Sou…Eu sei quem sou!... onde vivo e sou feliz…porque
tu me fazes ser!
No erro e na adversidade,
granjeio as soluções,
partilho as alegrias e vivo as emoções. Poema e
Na defesa dos valores, encontro todo o arte por
meu ser, Zinha
são os anos que me ensinam tantas Oliveira e
coisas a vencer!... Sousa,
Dezembro
Quem sou eu? 2007
Sou…Eu sei quem sou!...

É na senda dos sentimentos vivos


E no mar da tranquilidade,
Que retenho o mais distintos dos
saberes,
Cada lágrima me ensina uma verdade!
O mais sublime dos feitos, eu sei, eu sei,
eu sei bem!
o presente inteligente, que a Inês me
confere…sou mãe!

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DIVULGA ESCRITOR

Revista Divulgar Escritor | www.divulgaescritor.com | out/nov | 2015


DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritora
JackMichel
JackMichel é o nome artístico
de duas escritoras: Jaqueline
e Micheline Ramos. São irmãs
e nasceram respectivamente
em 20 de fevereiro e em 30
de novembro, na cidade de
Belém, Estado do Pará (Brasil).
Sua obra é ampla e pode ser
descrita entre romances, contos
e poesias. O estilo de escrita de
JackMichel foi influenciado por
autores mundiais clássicos de
...quem deu o xeque-mate
diversos gêneros literários como foi mesmo a inspiração
Oscar Wilde, Hans Christian que nos surgiu no cérebro,
Andersen, Lewis Carrol, Edgar como uma centelha
Allan Poe, Eça de Queirós, brilhante que risca o céu
Machado de Assis, dentre dos pensamentos.”
outros. JackMichel professa o
lema “ESCREVER É VIVER”.

Boa leitura!

Irmãs se unem, Por Shirley M. Cavalcante (SMC) JackMichel - No mesmo instante


inovam e oferecem em que tive o título nas mãos. As-
uma escrita Escritora JackMichel é um prazer sim que vi o título, apaixonei-me
harmoniosa e contarmos com a sua participação por ele. Mas somente depois de pi-
no projeto Divulga Escritor, con- lheriar um tanto com o trocadilho
criativa, em livro original da palavra arco-íris com o
te-nos em que momento pensou
produzido em nome de Jesus, foi que pude analisar
em escrever o livro “Arco-Jesus-
parceria. -Íris”? a profundidade da junção de ambos

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43
DIVULGA ESCRITOR

e perceber que dali realmente se po-


dia tirar algo mágico como um coe-
lho de uma cartola.

Como foi a escrita desta obra es-


crita em parceria entre duas ir-
mãs?
JackMichel - Foi uma escrita que
fluiu fácil no sentido da concepção
geral da narrativa, porém, foi mais
demorada no que concerne às fon-
tes de pesquisa; pois, mesclar ficção
com dados históricos, dando coe-
rência à estrutura formal do texto,
é um paradoxo descomunal: algo
como se colocar um velho e um
moço frente a frente. Mais ou me-
nos isso.

Quais os principais desafios para


escrita desta obra?
JackMichel - Creio que tenham sido
os medos de correr riscos, visto que
o livro traz à tona casos arquivados
que causaram polêmicas, reações
apaixonadas e controvérsias em
muitas partes do mundo e nas mais
diversas épocas. A obra aborda te-
mas eternos como o Assassinato de
Sharon Tate, a Revolução Cultural
chinesa, o extermínio nos campos
de concentração nazistas, a catás-
trofe da Talidomida, a morte pre-
matura de Jim Morrison, a tragédia
particular de Oscar Wilde, o aten-
tado à bomba numa Igreja Batista
da Rua 16 e enfoca personagens no-
tórios como Charles Manson, Mao
Tsé-Tung, Heinrich Himmler e Ku
Klux Klan.

De que forma estes desafios foram


superados? foi mesmo a inspiração que nos sur- mes. Nos sete círculos coloridos do
JackMichel - À medida que o livro giu no cérebro, como uma centelha arco-íris psicodélico de Jesus Cris-
foi sendo escrito e eu e Jack fomos brilhante que risca o céu dos pensa- to, todos os ofendidos concedem a
dando forma a uma escultura não mentos. remissão aqueles que os ofenderam,
modelada; quero dizer que, qual- aqueles que ceifaram suas vidas,
quer receio de exumar antigos fatos O que mais a encanta em “Arco- aqueles que obstaram suas liber-
públicos tão controversos, foi supe- -Jesus-Íris”? dades, aqueles que traficaram seus
rado com o surgimento de um texto JackMichel - Sem dúvida alguma é sentimentos, aqueles que destruí-
tão maravilhoso e emocionante. Fo- a aura benfazeja de perdão, miseri- ram seus sonhos, etc. De qualquer
mos escrevendo de maneira muito córdia, paz e amor que envolve as forma... eu acho que não é fácil ten-
coesa cada parte do todo e, no final vítimas e os seus algozes, como um tar dar bons exemplos para as pes-
das contas, quem deu o xeque-mate véu diáfano de proporções subli- soas, principalmente neste mundo

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atual, onde a violência grassa e todo Quais os seus principais objetivos


escândalo sorri um riso de escárnio como escritora?
no canto da boca. JackMichel - Bem... eu pretendo
assumir estágios de popularidade
Como foi a escolha do Título? cada vez maiores (no bom senti-
JackMichel - Não foi uma escolha, do!). Pretendo que a obra de Jack-
quero dizer, não foi uma ideia tra- Michel seja, num breve tempo, re-
balhada, foi simplesmente o estro conhecida em todo mundo; visto
de Jack que aflorou num momento que tenho espalhado meus originais
muito especial. por editoras de inúmeros países e já
tenho vários acenos positivos. Hoje
Onde podemos comprar o seu li- em dia, a globalização é uma reali-
vro? dade que já está incorporada ao so-
JackMichel - Em Portugal, além do nho. Sonhar não é mais impossível
site da Chiado Editora, o livro tam- numa época em que até os controles
bém pode adquirido em papel (sob remotos são inteligentes.
encomenda) nos seguintes locais:
Fnac, Sonae, ECI, Bertrand, Alme- Pois bem, estamos chegando ao
dina, Auchan, Bulhosa, entre ou- fim da entrevista. Muito bom co-
tros. Em e-book ele está disponível nhecer melhor o livro “Arco-Je-
na Apple iBookstore, Barnes & No- sus-Íris das autoras JackMichel.
ble, Sony, Kobo, Diesel ebook Store Agradecemos sua participação
e Baker & Taylor. No Brasil ele está no projeto Divulga Escritor. Que
à venda na Livraria Cultura (http:// mensagem vocês deixam para
www.livrariacultura.com.br/p/arco- nossos leitores?
-jesus-iris-46098023). O book trai- JackMichel - Tenho a ousadia de
ler de “Arco-Jesus-Íris” estará bre- pedir a todos aqueles que leem este
vemente no Youtube, na página da editorial fantástico, que é o Divul-
Chiado Editora e em minha fanpage, ga Escritor, que valorizem cada vez
no facebook., para todos conferirem. mais os escritores contemporâne-
os que criam suas obras com tanto
Soube que já temos novo livro a amor e carinho para oferecê-las ao
ser publicado, conte-nos sobre público em geral; pois o escritor é
este novo projeto literário ele esta um instrumento delicado que só
sendo escrito em parceria com a toca com harmonia quando ganha
sua irmã? o aplauso dos ouvintes. O link da
JackMichel - Sim, é verdade. Jack- fanpage de JackMichel no facebook:
Michel já fechou contrato com a https://www.facebook.com/Escri-
Drago Editorial e em breve estará torasJackMichel/
lançando “LSD Lua”. Sem nenhuma
falsa modéstia, arrisco dizer que é
uma história fascinante, por trazer
à tona a figura polêmica do LSD e
também por homenagear um gran-
de feito histórico para toda a huma-
nidade: a chegada do homem a lua.
Este livro também foi escrito junto
com Jack, minha parceira literária; e
foi aliando o senso crítico-analítico
de uma e a inventividade de outra
que conseguimos chegar ao produ- _________________
to final de um texto nostalgicamen- Participe do projeto
te romântico que apaixona o leitor a Divulga Escritor
primeira vista. www.divulgaescritor.com

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DIVULGA ESCRITOR DIVULGA ESCRITOR
DIVULGA ESCRITOR

Escritora Dilercy Adler

Participação especial

LIBERTAÇÃO
Aprisiono o verbo
devoro a “carne”
–pecado humano-
cerne do desejo
tresloucado
do fruto proibido
insaciavelmente
insano!...

aprisiono a dor
em amargas palavras
algemadas
–cárcere privado-
esvaziada
da linguagem erótica ...
recrio liturgias que jaz
procissões na impressora
santos e rezas do meu computador
que se pretendem assépticos e digito
e no entanto tácita
mostram-se e indolentemente
contagiam cada letra
com os seus próprios cada sílaba
venenos cada sentença
exoticamente tóxicos! cada cicatriz intensa
aprisiono o amor da vida
no papel A4 que se expõe
e
ao se mostrar
completamente nua
sem qualquer reserva
se ergue
se levanta
alça vôo
...se liberta...
e
me liberta também!!!

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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritor José Carlos


Sibila
José Carlos Sibila é mestre em Ciências da
comunicação pela universidade de São Paulo;
Dramaturgo, com dez pecas escritas e três
encenadas nos teatros brasileiro. As peças já
montadas são “Teto de Lona”; “A eleição da
mãe de Jesus/doida”. Roteirista de diretor de
vários filmes, entre eles os curtas “O grito da
terra e Apesar de você”.

Boa leitura!
É a estória de um jovem
com dupla personalidade
que se vê aprisionado
em um lugar que não
consegue identificar. Sua
única possibilidade de
descoberta e liberdade é
viajar para o passado.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) gico”, também conhecido como me auxiliar da magia para estabe-
“Realismo Fantástico”? lecer a minha estrutura narrativa.
J. C. Sibila - O que me atrai no rea- É um gênero associado em geral à
Escritor José Carlos Sibila, é um lismo mágico é a viabilidade de in- ficção latino-americana, mas que
prazer contarmos com a sua parti- terferência de acontecimentos fan- ocorre também em romances de
cipação no projeto Divulga Escri- tásticos em uma narrativa realista. outras procedências. Na América-
tor, conte-nos o que o encanta no Quando não encontro possibilida- -Latina encontram-se exemplos na
estilo de escrita do “Realismo Má- des narrativas no realismo, procuro obra de Gabriel Garcia Márquez. Na
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DIVULGA ESCRITOR

O que é referência no romance “O


Homem sem passado”?
J. C. Sibila - O fantástico e a hipó-
tese provável de que cada um preci-
sa do passado para seguir a vida no
presente.

Além de escritor você trabalha com


direção de peças teatrais e Cinema,
qual a principal diferença de um
texto adaptado para o cinema de
um texto adaptado para o teatro?
J. C. Sibila - Penso que a pureza de
gêneros, estilos e suportes está um
tanto superada. Nas especificida-
des das estruturas narrativas tenho
a impressão que o texto teatral é
para estórias a serem vividas e só
ganham corpo quando a vida lhes
Europa autores como Milan Kun- que não consegue identificar. Sua é dada pelos atores. Já o cinema e
dera, Fay Weldon, Angela Carter, única possibilidade de descoberta o romance têm características pre-
Jeanette Wisterson introduziram o e liberdade é viajar para o passado. dominantemente narrativas. Mas
fantástico na literatura com grande há que se ter cautela quanto a estas
entusiasmo. Particularmente, acho Qual a mensagem que você quer afirmações para que não se tornem
fundamental que o fantástico não levar ao leitor através da leitura regras duras e imutáveis.
perca o vínculo com a realidade. desta obra literária?
J. C. Sibila - Quero apenas lembrar Com tantas atividades artísticas,
Em que momento pensou em es- que existem atitudes que perma- conte-nos o que mais chama a sua
crever “Criaturas”? necem eternamente conosco e não atenção em um texto?
J. C. Sibila - No início de 2001 edi- basta escondê-las. Às vezes preci- J. C. Sibila - A verossimilhança é o
tei o meu primeiro livro de contos samos viajar para outros tempos e elemento fundamental no texto fic-
pela editora Nativa, com uma série espaços para revisitar os aconte- cional.
de dez contos que inseriam numa cimentos. Magicamente vamos ao
narrativa ficcional os elementos do encontro de alguma realidade es- Pois bem, estamos chegando ao
realismo mágico que me permitiam condida. Mas é sempre bom lem- fim da entrevista. Muito bom
fazer uma leitura fantástica da reali- brar que essa viagem não precisa ri- conhecer melhor o escritor José
dade. Em todos os contos as descri- gorosamente de um tom dramático. Carlos Sibila. Agradecemos sua
ções e diálogos fixam-se de forma Muitos dos meus textos caminham participação no projeto Divulga
obsessiva a superfície do universo pela comédia. Escritor. Que mensagem você dei-
narrado, mas sempre há elementos xa para nossos leitores?
que fogem à realidade, como se fos- Soube que temos livro novo no J. C. Sibila - Procurem ler, assistir,
se um olhar além dela. prelo, pode nos contar um pouco presenciar e ouvir obras que levem
sobre o que vamos ter em breve o receptor à seguinte reflexão; “em
Após a publicação desta obra, para leitura? que isso me modificou”? Serviços:
dando sequência ao acervo literá- J. C. Sibila - Trata-se de um roman- Email do autor: jcsibila@yahoo.
rio do autor José Carlos Sibila foi ce, também na linha do realismo com.br - Link para compra do li-
publicado “Uma alma a procura mágico e o título é “O homem sem vro UMA ALMA A PROCURA
de um corpo” conte-nos o que o passado”. o personagem, após viver DE UM CORPO - https://lp-books.
inspirou a escrever o enredo que muitos anos em um manicômio, é com/loja/literatura/uma-alma-a-
compõe o livro. solto e não consegue se lembrar de -procura-de-um-corpo/
J. C. Sibila - A situação fantástica nada além do presente. um grupo
do personagem levou-me a desen- de pessoas procura então lhe dar _________________
volver este romance. É a estória de outro passado que lhes convém, Participe do projeto
um jovem com dupla personalidade para que ele assuma algumas dívi- Divulga Escritor
que se vê aprisionado em um lugar das sociais cometidas pelo grupo. www.divulgaescritor.com

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ENTREVISTA

Escritor Luiz Amato

Luiz Amato, nascido em abril de 1956, paulista,


casado, tem formação na área de exatas. Seu
interesse por literatura vem desde muito jovem. É
atuante no comércio filatélico. Gosta de destacar
sua paixão por rock pesado, heavy metal e blues.
Guitarrista nas horas vagas.
No universo literário, destaca-se como autor da Série
A Grande Aventura, S.A.G.A.
É também autor de vários contos: Psicos - Fronteira
Final - Deus é mesmo Brasileiro - Louco? Quem?
Eu? - Herói Urbano - Felicidade, um conto de Amor -
O Plantonista – Amor, somente Amor e outros mais,
publicados no livro Lua Cheia, pela plataforma Create
Space da Amazon.com (USA).

Boa leitura!

Fonte: Blog Gettub.com.br


Por Carlos Barros Como surgiu o festival? Qual a maior dificuldade em criar
Luiz Amato - Eu participei de um um evento desse nível?
O que é o FLAL? outro evento, o qual eu considero Luiz Amato - Para a criação, pra-
Luiz Amato - Festival de Literatu- muito bom, de nome; projeto um ticamente nenhuma. Agora para
ra e Artes Literárias. É um even- dia a R$ 0,00 da Ge Benjamim, gerir, muitas. Um exemplo: A co-
to 100% online, gratuito, que tem onde os autores disponibilizam seus municação com os participantes.
como metas principais, divulgar a escritos a custo zero para os partici- Foi criado, em janeiro de 2016, um
literatura e aproximar o público lei- pantes. A partir dele, desenvolvi o grupo exclusivo para isso, onde
tor, do escritor. FLAL. são postadas todas as informações
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para o desenvolvimento das ações tor, como público ou como membro timentos com textos (mesmo com
necessárias. Estamos a duas sema- da coordenação do evento (traba- qualidade excepcional) de ilustres
nas do início do Festival, mas ainda lho voluntário). desconhecidos, se podemos faturar
recebo perguntas do tipo: Para que com títulos e autores (as) conheci-
serve a entrevista? Quem fornece os prêmios dos sor- dos do púbico.
teios?
O que o público poderá encontrar Luiz Amato - Os autores. Nós pedi- De onde pensa que vem a resis-
no festival? mos aos mesmos, dentro da medida tência de alguns leitores quanto a
Luiz Amato - Nesta edição, somos do possível (não existe obrigatorie- obras nacionais?
161 escritores (as) dos mais variados dade), que doem brindes (livros, Luiz Amato - Com certeza do to-
estilos, onde 72 deles, participarão marcadores, botons, etc), para sor- tal desconhecimento do que é, e, da
de bate-papos, sextas e sábados, em tearmos ao público participante. qualidade da literatura nacional. Já
tempo real. O público poderá per- Em escala bem menor, também li um comentário que dizia “Nossa,
guntar o que quiser. Temos também direcionado ao público, recebemos que ruim este livro, tinha que ser
as entrevistas publicadas durante doações de terceiros. um autor nacional”. Quem teceu
os dias da semana, no período do esse comentário, esquece que gene-
evento, onde os autores respondem Como enxerga a literatura nacio- ralizar é errado. Se um não presta,
às perguntas enviadas pelo público. nal atual? não significa que todos não pres-
Adicionamos nesta 2ª edição, entre- Luiz Amato - Eu sempre gosto de tam. Um outro detalhe. Os estran-
vistas com profissionais da área li- usar esse termo: Somos um vul- geiros que aqui chegam, já foram
terária, e um evento que chamamos cão prestes a entrar em erupção. A insistentemente preparados, para
de pré FLAL, onde os participantes quantidade de obras, com qualida- ter excelência em sua qualidade.
inscritos enviam textos, que são pu- de excelente, é muito grande. Te-
blicados anonimamente. O público mos escritores (as) com nível para Haverá o FLAL 3?
pode comentar e avaliar. sucesso mundial. Luiz Amato - Eu penso que sim,
pois, mesmo o festival sendo recen-
Como é a interação entre o públi- O que pensa do trabalho das edi- te, está na 2ª edição, já atingiu pa-
co e os autores? toras quanto a obras nacionais? tamares para figurar no calendário
Luiz Amato - Ela ocorre, principal- Luiz Amato - Sem generalizar, resu- nacional de eventos culturais. Pode
mente, durante os bate-papos, onde mo em duas palavras: Faturamento ser que eu não faça mais parte da
o público, em um sistema de per- e Rotina: A editora é uma empresa, e organização coordenação, mas con-
guntas e respostas em tempo real, como todo negócio visa faturamen- tinuará divulgando e mostrando
obtém informações sobre os mais to. O mesmo tem à plena garantia que a cultura é o maior tesouro de
variados quesitos, do autor partici- ao se editar uma obra estrangeira, já um ser humano.
pante. consagrada, de venda fácil. Aconte-
_________________
ce que esse procedimento, acaba se Participe do projeto
Qualquer um pode participar? tornando uma rotina. Para que per- Divulga Escritor
Luiz Amato - Sim, tanto como au- dermos tempo e arriscarmos inves- www.divulgaescritor.com

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Escritora Margarida Lorena Zago

Participação especial

A Sublimidade do Amor

Onde há ternura se manifestando,


Um ato de coragem em meio às trevas,
Um gesto de amor lhe abençoando,
Um sorriso em meio às lágrimas,
Uma mão estendendo carinho,
Um colo, um seio, acolhendo,
Onde a sublimidade se faz mister,
E a alegria expande-se em Luz,
Na escuridão ou no esplendor de um dia,
Onde o impossível se torna possível,
Haverá sempre uma grande mulher,
Acalentando em seu coração,
A mais brilhante dádiva do Amor,
Que se desvela em nobreza e carinho
Faça sol, chuva, frio ou calor,
Nada impedirá esta guerreira do amor,
Abdicar de sua doação,
À criatura que ela gerou,
Dando sentido à vida,
E completude ao Amor,
Então preste Atenção:
É com certeza a sua Mãe!

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ENTREVISTA

Entrevista sobre
Direitos Autorais
com Doutora Mary
Angela
MARY ÂNGELA MARQUES BRUNO, nascida aos 04
de junho, na cidade de São Paulo- Capital – SP, mais
precisamente no Bairro de Santo Amaro, onde vive até
os dias atuais. Graduou-se em Biomedicina e pós Graduou-se
em Patologia Clínica, pela OSEC – Organização Santamarense de
Educação e Cultura. Atualmente é ADVOGADA e Sócia do Escritório
Marques Bruno Advogados Associados. É Membro Efetiva da
Comissão da Mulher Advogada e da Comissão de Direito Eletrônico
e Crimes de Alta Tecnologia da OAB/SP. Coordenadora Adjunta da
Comissão da Mulher Advogada da OAB Santo Amaro. Membro da
Comissão de Direitos e Defesa dos Animais da OAB Santo Amaro.
Membro do Conselho Diretor da ACSP Distrital Sul, Integrante do
Conselho Diretor IASA (Instituto Advogados Santo Amaro) e da
AASP (Associação dos Advogados de São Paulo).

Boa leitura!

Fonte: Revista Acadêmica Online


Por Giuliano de Méroe e patrimoniais resultantes da explora- Embora a lei não determine obri-
ção de suas criações. O direito autoral gatoriamente o registro, todo au-
Qual a definição de direitos auto- está regulamentado pela Lei de Direi- tor não deveria esquecer nunca de
rais? E o que todo autor deveria sa- tos Autorais (Lei 9.610/98) e protege registrar a sua obra, pois adotando
ber ou nunca esquecer em relação à as relações entre o criador e quem essa postura ficará muito mais fácil
proteção de sua Obra? utiliza suas criações artísticas, literá- a defesa dos direitos do autor. O au-
Dra. Mary Bruno: Direito autoral é rias ou científicas, tais como textos, tor deve ter muito cuidado ao apre-
um conjunto de prerrogativas confe- livros, pinturas, esculturas, músicas, sentar essa obra, até para possíveis
ridas por lei à pessoa física ou jurídica fotografias etc. Os direitos autorais patrocinadores. Antes, ele deve re-
criadora da obra intelectual, para que são divididos, para efeitos legais, em gistrar na Biblioteca Nacional. Por-
ela possa gozar dos benefícios morais direitos morais e patrimoniais. que o que acontece, às vezes, é de

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uma pessoa ficar interessada pelo sível realizar a transferência dos di- lização específica numa mídia e
projeto, ter uma ideia do que aque- reitos de um autor para outro? for utilizado em outra, como o au-
le autor escreveu e depois montar Dra. Mary Bruno: Os direitos mo- tor deverá agir?
com outra equipe. rais não são negociáveis, autor é o Dra. Mary Bruno: Comprovada
senhor possuidor e detentor desses essa situação o autor terá o direito
O registro de uma obra na Biblio- direitos que impedem essa trans- de fazer cessar esse uso indevido e
teca Nacional não é obrigatório ferência. Mas em contrapartida, é consequentemente será indenizado
para seu uso ou publicação. Sen- possível a cessão de direitos patri- por perdas e danos.
do facultativo, quais as vantagens moniais que vão lhe garantir o rece-
desse registro? bimento de uma remuneração. Qual seria o foro competente para
Dra. Mary Bruno: A vantagem é dirimir questões que envolvam di-
que no caso da existência de um con- É possível que uma obra de autor reitos autorais?
flito ou dúvida sobre autoria da obra , vivo, seja administrada por tercei- Dra. Mary Bruno: Depende da si-
o registro facilita muito a defesa. ros, sem prévia consulta ao autor? tuação, mas em regra geral o Códi-
Dra. Mary Bruno: Como disse an- go de Processo Civil dita às regras
Quando determinada obra não for teriormente o autor é sempre o se- de competência, que é a Justiça Es-
registrada, o que seria necessário nhor possuidor da obra, logo sem tadual. Porém se estivermos dis-
para comprovação de sua autoria? a prévia autorização do autor não é cutindo o título da obra, se even-
Dra. Mary Bruno: Em princípio possível que haja a administração. tualmente alguém registrou como
seria necessário um termo de res- Porém, ocorrendo a morte do au- marca no INPI, aí a competência
ponsabilidade, aonde todos os que tor, caberia aos herdeiros autorizar será na esfera Federal.
vierem a ter acesso àquela obra, de- o não esse posicionamento.
verão assiná-lo. Com o surgimento da rede mun-
Se porventura uma obra for re- dial de computadores (internet),
Em casos onde determinadas pes- vendida, objetivando a obtenção qual seria o impacto, sofrido nas
soas tiverem acesso à uma obra de lucro, o autor deverá ser remu- questões que envolvam direitos
sem autorização e está não estiver nerado? autorais?
registrada, como poderíamos pro- Dra. Mary Bruno: Logicamente Dra. Mary Bruno: Pois bem, ouso
var a autoria? que sim, pois essa situação pode- dizer que o impacto foi avassalador,
Dra. Mary Bruno: Em uma situ- mos definir como sendo o chamado pois as pessoas passaram a ter aces-
ação dessa a autoria será provada direito de sequencia. Exemplifican- so a todo e qualquer conteúdo que
através de uma medida judicial, do: Se uma novela for vendida para antes não tinham. Porém ainda não
com apresentação de testemunhas outro país , o autor tem o direito le- existe a consciência plena de que o
e outros manuscritos anteriores ou gal de remuneração. autor, deva ser retribuído.
até mesmo os próprios arquivos de
computadores. E se eventualmente Sabemos que uma mesma obra Como se regulamenta o direito
não houver o registro serão admiti- pode ser utilizada em diferentes autoral na internet hoje no Brasil?
dos qualquer meio de prova permi- mídias, dessa forma como conci- Dra. Mary Bruno: Essa é uma
tido em direito, tais como: emails, liar a utilização dela? questão de grande relevância ! Com
documentos entre outros. Dra. Mary Bruno: Sabemos que advento do Marco Civil da Internet,
um contrato firmado para uma mí- que nada mais é do que a lei que
Até que ponto podemos classificar dia específica pode restringir novos regulamenta o uso da Internet no
uma obra como similar a outra? E contratos para suportes diferentes. Brasil, deliberadamente excluiu de
o que caracteriza o plágio? Por esse motivo, tais contratos de- seu âmbito de aplicação às questões
Dra. Mary Bruno: Nesses casos verão ser interpretados de forma relativas ao direito autoral e aca-
adota-se o critério da subjetividade, restritiva. Por exemplo, se estiver bou limitando-se a dispor que, até
pois se apresenta fora de um con- estipulado que determinada obra a entrada em vigor de lei específica,
texto, sendo impossível sabermos só é liberada para ser prensada em ficaria valendo as regras de direito
se houve ou não o plágio. E, para forma de livro, para que eventual- autoral vigente de 1998. Portanto,
dirimir esta questão necessária se mente se torne um e-book, será ne- não há ainda, regulamentação espe-
faz a figura de um perito para fazer cessária a elaboração de um novo cifica para o direito autoral na inter-
tal aferição. contrato com clausulas específicas. net. É importante dizer que na oca-
sião da elaboração do Marco Civil
Revista Academica On Line: É pos- Quando um contrato previr a uti- da Internet houve certa polêmica

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DIVULGA ESCRITOR

Poderíamos dizer que existem pa- existe um polemico esboço de pro-


íses com legislação mais avançada posta de atualização da lei autoral,
e menos avançada sobre o tema? engavetado há muito tempo. E sen-
Dra Mary Bruno: Primeiramente do assim, acredito que seria neces-
precisamos definir o que se entende sário um adequado balanceamento
por legislação avançada! Vários pa- entre a proteção autoral e as liber-
íses possuem legislações específicas, dades do usuário de internet.
e que regulamentam de forma am-
pla os direitos autorais na internet, No universo cibernético se even-
mas nem sempre as leis represen- tualmente uma pessoa pegar uma
tam um avanço. Nos Estados Uni- foto de um desconhecido do Face-
sobre o tema, entretanto acabou-se dos, por exemplo, vigora um rígido book, imprimir e vender, estaria
deixando passar uma oportunidade sistema de notificação e retirada do ela violando um direito autoral?
ímpar de esclarecer está questão. A conteúdo, pelo qual um determina- Dra. Mary Bruno: Sim. Pois quan-
aplicação por analogia, das normas do provedor de acesso é incentiva- do uma pessoa cria um trabalho,
de 1998 ao âmbito da internet pode do a remover o conteúdo de tercei- por exemplo, ao tirar uma fotogra-
resultar em enrijecimento injustifi- ros, a partir de uma comunicação fia, tem o direito de autor automá-
cado da proteção autoral. Dessa for- extrajudicial de um suposto ilícito. tico. Quando faz upload para uma
ma, atos aparentemente ingênuos e, Em compensação na França, exis- plataforma como Facebook ou Ins-
em tese, inofensivos do nosso coti- te uma lei específica para tentar tagram, muitas vezes aceita sem ler
diano podem acabar configurando bloquear a livre disseminação de ou sem entender completamente
ato ilícito. conteúdo via sistema de comparti- termos de uso escrito em uma lin-
lhamento peer to peer. No Canadá, guagem rebuscada que querem di-
Como podemos falar sobre direito a regra diz, em um primeiro mo- zer: que você cede o uso, embora
autoral na internet , se nesse am- mento, ser necessária a ocorrência a propriedade continue sendo sua.
biente virtual, o conhecimento, de uma notificação ao suposto in- Desta forma, se terceiros não auto-
informação, conteúdo são com- frator, e não a imediata remoção rizados comercializarem essa foto,
partilhados, reaproveitados e uti- extrajudicial do conteúdo suposta- caracteriza-se a violação do direito
lizados sem precedentes e em uma mente ilícito. Enfim, podemos per- autoral.
velocidade assustadora? ceber que o rigor das leis de direitos
Dra Mary Bruno: Como podemos autorais varia de acordo com o país, Sobre os portais de internet , po-
perceber estamos diante de uma si- sendo que em muitos já há regula- deríamos dizer que na prática
tuação delicada, e por esse motivo mentação - ainda que seja contro- são “depósitos” de links de outros
é que as leis sobre direitos autorais versa - sobre o assunto. meios ou publicações?
devem buscar um equilíbrio. Sem Dra. Mary Bruno: Eu diria que
sombras de dúvida que a proteção Poderíamos dizer que existe uma sim, porque geram tráfego de visi-
dos direitos autorais é de suma im- tendência no enrijecimento das tas com conteúdos que não foram
portância, mesmo no âmbito da leis que regulamentam o direito criados por eles, mas fazer o link
internet. Tanto é fato que a Cons- autoral na internet ou um afrou- de outros conteúdos com um vín-
tituição Federal garante expressa- xamento delas? culo é completamente legal. Assim
mente tais direitos. Mas em contra- Dra. Mary Bruno: No âmbito aca- concluo que inevitavelmente a lei
partida, importante se faz elucidar , dêmico, inúmeras são as criticas no sempre correrá atrás da realidade
que tais direitos não são absolutos, tocante ao enrijecimento das leis de da internet e os usuários devem
tanto que a própria Lei de Direitos direitos autorais, até mesmo em vir- aprender a se proteger e a proteger
Autorais traz algumas hipóteses tude do atual contexto sócio cultural suas obras, porque é impossível que
(restritas) de uso de obras intelec- do avanço tecnológico na sociedade a legislação avance na mesma velo-
tuais independente de autorização da informação. Em que pesem essas cidade que a tecnologia.
prévia. Além disso, a Constituição pertinentes críticas, as leis regula-
também protege (no mesmo artigo, doras dos direitos autorais na in-
inclusive), o direito à liberdade de ternet, caminham claramente para
expressão e de informação. Logo, há o enrijecimento, principalmente no _________________
que se balancear a tutela do direito Brasil. Por esse motivo necessário se Participe do projeto
autoral na internet com as liberda- faz, um rigoroso acompanhamento Divulga Escritor
des conferidas ao usuário. do contexto legislativo do país, pois www.divulgaescritor.com

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Escritora Nell Morato

Participação especial
neno das plantas. Pareciam mar-

Amor sem limite garidas e na verdade era piretro. A


flor era usada para a fabricação de
inseticidas e medicamentos veteri-
nários. Fiquei internada dois dias.
Meu pai voltou para a fazenda e a
minha mãe ficou ali comigo.
Era uma situação nova para
Amor. Pode-se mensurar o com o meu pai. Eu ia trabalhar... mim. Minha cabeça doía muito e
amor? Quantificar o sentimento? Um dia pela manhã, meu pai a pele delicada que esteve em con-
E quando que você percebe que é foi chamado pelo “seu” Onofre para tato com as flores, estava vermelha
verdadeiramente amado? Ou que ir à plantação, que precisavam dele e ardia muito. Minha mão estava
retribui o amor que recebe? Acre- por lá. “Seu” Onofre era um em- ligada num soro, que descia lenta-
dito não ser na mesma proporção pregado da fazenda e me chamava mente. Eu dormia, acordava e via o
que o amor da maternidade. Os la- de guriazinha. Eu não tinha au- rosto da minha mãe sorrindo para
ços que unem uma mãe a seu filho torização para ir à plantação, nem mim. Estava sempre ali, bastava eu
são imensuráveis. Naturalmente acompanhada de meu pai. Ele dizia abrir os olhos e lá estava ela, velan-
que existem exceções na natureza que era perigoso para uma guria tão do por mim. O semblante sereno
humana. Vou falar do amor ver- pequena. e afetuoso, as mãos carinhosas afa-
dadeiro. Saímos os três do galpão e meu gando meus cabelos ou acarinhan-
Eu aprontei muito na infância. pai disse que eu deveria ir para do meu rosto. Eu sentia o amor
Cresci livre envolvida pela natureza casa. Reclamei que queria ir junto dela por mim. Como se estivesse
rústica e os animais da fazenda. E com ele, mas não adiantou. Fiquei ainda dentro dela, de tão protegida
assim, eu passava os dias sem te- ali parada olhando meu pai e o seu eu me sentia. E pela primeira vez eu
mer absolutamente nada. Existiam Onofre. Que droga! Não podia ir percebia que era parte dela. Que eu
regras, muitas regras, não pode isso à plantação... Estava zangada, sen- a amava e precisava dela.
por causa daquilo, e assim por dian- tei no chão, bati os pés na grama e Ao final dos dois dias, meu pai
te. Meus pais diziam o que não se minhas pequeninas mãos arranca- retornou para nos levar para casa.
podia fazer e o motivo... a escolha, vam tufos do gramado... Olhei na Fez menção de me tomar em seus
quase sempre era nossa, minha e de direção que eles seguiram e não os braços e eu apenas o beijei no ros-
minhas irmãs. Minha não, eu era avistei. Então eu decidi desobede- to e o abracei com meus pequeni-
uma guria de três anos e não podia cer ao meu pai e segui rumo a tal nos braços. Disse-lhe que iria no
fazer nada. Para quase tudo eu era plantação... E acabei internada no “colinho” da minha mãe. Eles me
muito pequena e poderia me ma- hospital da cidade... amavam e não existia disputa pelo
chucar. Quando meu pai entrou em meu carinho. Sequer passava pela
Todos os dias pela manhã eu casa comigo em seus braços, minha cabeça deles tamanha desfaçatez. E
saia de casa com meu pai para o mãe ficou muito assustada. Decidi- eu sempre preteri a minha querida
“galpão”, tipo um escritório com de- ram que eu precisava de um banho mãe, pela forte ligação que tinha
pósito anexo. Eu tinha uma ligação e depois seguiríamos, de charrete com meu pai.
de extrema adoração pelo meu pai. até a casa do meu tio, que morava E não se pode mensurar o amor
Tão forte, que desde “bebê” eu vivia à beira da estrada e tinha uma ca- de uma mãe pelo seu filho. É um
atrás dele pela casa e por determi- mionete, para que nos levasse até o amor que ultrapassa todas as bar-
nação da minha mãe eu ia, com cer- hospital. reiras e supera todas as dificulda-
cadinho e fraldas, para o tal galpão Eu estava intoxicada com o ve- des. Mãe é um amor sem limite.
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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritor Paulo Marsal


Paulo Marsal, 32, é casado com a Assistente Social
Viviane Marsal, viveu em Winnipeg, Canadá, onde
frequentou a Universidade de Manitoba, possui os
títulos de MBA Internacional em Gestão Estratégica
de Negócios e de Bacharel em Administração de
Empresas.
Não obstante, apesar da sólida formação na área de
negócios, o escritor sempre demonstrou afeição por
história e filosofia.
Hoje é Diretor de Operações (COO), docente para
o nível superior, além de ser estudioso da área de
negócios. Participou de diversos livros como consultor
técnico e produtor intelectual de prefácios e posfácios.
Desde jovem é aficionado por Mitológica Nórdica, Outra coisa que valoriza a
quadrinhos, animações e filmes, principalmente os obra são as ilustrações,
de ação, artes marciais e épicos. Certamente, tal as quais foram muito
fascínio atrelado à leitura e muitas pesquisas, o bem concebidas pelo meu
gabaritaram para dar vida ao livro Oluap: O Guerreiro, amigo Emílio Yamazaki do
leitura obrigatória aos que esperam uma literatura Estúdio Escola Modelo
leve, de qualidade e ação. Design.”

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) ca e contos que versam sobre a ida- Em que momento pensou em es-
de média, principalmente a respeito crever “Oluap: O Guerreiro”?
Escritor Paulo Marsal, é um pra- dos vikings, por outro lado, além Paulo Marsal - Sempre quis es-
zer contarmos com a sua partici- dos textos, sou fascinado pelos fil- crever um livro, principalmente
pação no projeto Divulga Escri- mes, séries e animes do gênero. Por- depois que ingressei no meio aca-
tor, conte-nos o que o motivou a tanto, não havia outro caminho que dêmico como docente, todavia,
ter gosto pela Literatura Épica? não o de escrever um épico, no caso apesar de ser Mestre em Adminis-
Paulo Marsal - Desde pequenino sobre os escandinavos do Século IX tração de Negócios (MBA), não me
sou fanático por mitológica nórdi- (risos). via escrevendo sobre o assunto. A

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DIVULGA ESCRITOR

ideia do Oluap surgiu após um con- vros sejam uma boa fonte de entre-
vite de um amigo Professor Dr. em tenimento aos leitores, pois se trata
Filosofia, quem também é diretor de um texto leve e de qualidade,
na Dialógica Editora e escreveu meu modéstia à parte (risos).
Prefácio, Wagner Guedes. Após al-
gumas negociações, dei vida à obra, Você que já morou no Canadá,
que foi aceita em primeira instância como você vê o mercado literário
pelo Conselho Editorial e precisou brasileiro?
de poucos ajustes para ser publicada. Paulo Marsal - Na minha singela
opinião, há preconceito contra os
Quais os principais desafios para autores brasileiros da nova geração,
escrita da obra? valorizamos apenas aqueles “mons-
Paulo Marsal - Por se tratar de um tros sagrados”, como Machado de
épico, os maiores desafios foram as Assis, um dos meus preferidos, in-
pesquisas de ambientação e voca- clusive, e esquecemos de nossos
bulário, pois há bastantes palavras contemporâneos, contudo, super
oriundas dos vikings ou de portu- valorizamos os escritores estran-
guês arcaico que foram inseridas, como um, então depois de tanto geiros, alguns com toda a razão,
além de cidades e costumes, tudo pesquisar e “matutar”, resolvi inver- mas em via de regra, nem todos são
isso mesclado com a maneira con- ter o meu nome, daí Oluap. melhores que os brasileiros, assim
temporânea de escrever. Oluap de Nordvestland é um jo- como acontece no cinema ou nos
vem de família humilde, que caiu quadrinhos. Como agravante, o
De que forma estes desafios foram nas graças do Rei Ragnar (olha o brasileiro não é muito acostumado
superados? Ragnar aqui! [risos]) e por conta a ler, acredito que 2 a cada 10 fa-
Paulo Marsal - Com muito foco, disso, passou por treinamentos não zem da leitura um hábito, tanto que
determinação, estudo e carinho, só militares, como também intelec- nossas principais livrarias têm dei-
não há outra forma de fazê-lo. tuais e filosóficos, neste contexto, a xado de lado os livros e optado por
personagem se tornou um feroz ba- outras formas de entretenimento
O que mais o encanta em “Oluap: talhador que busca seus ideais com como música, games e filmes, ainda
O Guerreiro”? astúcia e coragem. há aquelas que em suas lojas físicas
Paulo Marsal - A forma cativante e nem mais livros têm.
direta da narrativa, sem muito pre- Onde podemos comprar o seu li-
ciosismo ou escassez de detalhes re- vro? Pois bem, estamos chegando ao
levantes ao enredo. Rápido e direto! Paulo Marsal - No momento Olu- fim da entrevista. Muito bom co-
(risos) São 232 páginas que podem ap: O Guerreiro está disponível para nhecer melhor “Oluap: O Guer-
ser lidas em poucas horas. Outra encomendas nas Livrarias Nobel e reiro” do autor Paulo Marsal.
coisa que valoriza a obra são as ilus- Cultura, pronta entrega na Dialó- Agradecemos sua participação
trações, as quais foram muito bem gica Editora e na unidade do Sho- no projeto Divulga Escritor. Que
concebidas pelo meu amigo Emílio pping Santana da Livraria Nobel, mensagem você deixa para nossos
Yamazaki do Estúdio Escola Mode- seguem os links para compra on-li- leitores?
lo Design. ne: http://www.livrariacultura.com. Paulo Marsal - Que continuem len-
br/p/oluap-o-guerreiro-46124756 do, divulgando e participando do
Como foi a escolha do título, quem http://www.dialogicaeditora.com. Projeto Divulga Escritor, que é uma
é o Guerreiro Oluap? br/#!product/prd1/4314622645/ fantástica iniciativa, e que se divir-
Paulo Marsal - É uma história en- oluap%3A-o-guerreiro Em breve tam lendo o meu livro (risos).
graçada, pois todos os nomes “vi- estará nas Livrarias Cia. dos Livros, Serviços: paulohmmarsal@gmail.
kings” que passavam pela minha Martins Fontes Paulista, Leitura e com - www.facebook.com/paulo-
cabeça já haviam sido usados por Curitiba, todas para compra a pron- marsalautor - www.oluapolivro.
outros autores ou historiadores, a ta entrega ou on-line. com.br
exemplo Ragnar e Erik, que no fi-
nal entraram no livro, porém como _________________
personagens coadjuvantes. Eu pre- Quais os seus principais objetivos Participe do projeto
cisava de um nome inédito, que se- como autor? Divulga Escritor
não “viking”, que ao menos soasse Paulo Marsal - Quero que meus li- www.divulgaescritor.com

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DIVULGA ESCRITOR

Escritora Onã Silva

Participação especial
educação, cultura, saúde;
sendo autora de vários li-
vros e ganhadora de pre-
miações. Mas, é o seu cur-
rículo de mãe que a renova,
diariamente, com poesias
e poeticamente ao lado
do seu lindo nino cachos
de ouro. Anjinho Minho...
Mãezinha Minha... é um
livro mas também uma ex-
Onã Silva, a Poetisa do Cui- pressão de amor mútua de- Capa do livro Anjinho Minho... Mãezinha
dar, Colunista do site DIVULGA mostrada por ambos: a ma- Minha...
ESCRITOR, tem um currículo de mãe escritora e o nino (o
atuação na área de enfermagem, anjinho) como ilustrador.

A poesia “Anjinho, anjinho meu... Anjinho Minho” publicada no livro Anjinho Minho... Mãezinha Minha...

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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritor Pedroom
Lanne
Pedroom Lanne é webwriter, mestre em Comunicação
Social e especialista em novas mídias, mas, sobretudo,
Doom player, dinossauro da era dos BBS e amante
fervoroso de ficção-científica de um modo geral, fã e
apaixonado pela literatura do fantástico. É esta justa
paixão que guia Pedroom em sua obra de estreia como
escritor romancista através da ficção-científica – o título
“Adução” –, uma narrativa que ultrapassa as fronteiras
de seu entusiasmo pelo conhecimento e aflora em
palavras sua linha de pensamento que converge na
busca de um mundo onde sabedoria, fé e utopia
convivem harmonicamente. Como inspiração, Pedroom
é leitor e aficcionado por autores póstumos como Poe, Que o leitor atual
Wells, Verne e Monteiro Lobato, e contemporâneos consiga tirar vantagem
de algo que há pouco
como S. King, J. Anson e Érico Veríssimo. Diz que
tempo era impossível:
seus livros prediletos são “Histórias Extraordinárias”,
manter contato com
“Christiane F.”, “1984” e “Laranja Mecânica”, e o o escritor via Internet,
melhor filme que já viu, pois, além de leitor e escritor é sobretudo os novos
também cinéfilo, foi “Rapa Nui”. escritores.”

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Pedroom Lanne - A trama desse li- lavras, a inspiração para escrever
vro me veio à cabeça no dia 22 de “Adução” veio no primeiro dia do
Escritor Pedroom Lanne é um pra- Dezembro de 2012 quando estive reinício da conta longa do calendá-
zer contarmos com a sua partici- visitando a cidade São Thomé das rio maia. Costumo dizer que essa
pação no projeto Divulga Escritor, Letras em Minas Gerais (Brasil), história foi plantada na minha men-
conte-nos em que momento pen- por ocasião daquela que deveria ser te por algum alienígena, não só pela
sou em escrever o seu livro “Adu- a data do “fim do mundo” previsto ocasião em que a imaginei, também
ção, o Dossiê Alienígena”? no calendário maia. Em outras pa- pelo fato da cidade de São Thomé
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DIVULGA ESCRITOR

ser um ponto turístico conhecido somente consultei um especialis- veio a mente quando estava em São
por supostas visitações e contatos ta, um professor de física, que me Thomé das Letras, é a história dos
de seres extraterrestres. Verdade é ajudou a confirmar a coerência dos alienígenas, de como eles evoluíram
que estive lá de férias com minha assuntos da forma como os abordei. como espécie até um dia conquista-
esposa, ela que não conhecia o lo- O mesmo vale para os campos das rem e habitarem o espaço.
cal, pois, se o mundo fosse mesmo biomédicas e da psicologia, outras
acabar, talvez lá fosse um bom lugar duas áreas de grande apelo dentro Qual a mensagem que você quer
para se estar caso algum alienígena da história que escrevi, das quais transmitir ao leitor através do en-
se dispusesse a nos salvar. É claro obtive muitas informações junto a redo que compõe a obra, nos apre-
que digo isso de brincadeira, verda- especialistas de ambas. sente os principais personagens e
de é que o mundo não acabou e eu sua missão?
tive essa súbita inspiração quando O que mais o encanta em “Adução, Pedroom Lanne - Não posso dar
lá estive, se isso teve alguma influ- o Dossiê Alienígena”? detalhes sobre os protagonistas
ência do além, não existe nenhuma Pedroom Lanne - É difícil, como humanos da história, pois tiraria a
prova material ou consciente do autor, dizer o que mais encanta em graça da leitura já no princípio do
fato, eu prefiro acreditar que o lugar minha obra. Talvez o forte da obra livro. Posso apenas dizer que eles
me inspirou, apenas isso. seja o que mais “desencanta”, pois, foram escolhidos e modelados con-
em grande parte, a história se trata forme o tema que queria abordar
Quais os principais desafios para de uma crítica ou sátira dos nossos que é, como enfatizei anteriormen-
escrita do enredo que compõe a conceitos de vida e sociedade. A te, a história dos alienígenas, inclu-
obra? partir de uma perspectiva conscien- sive a data de partida da história e
Pedroom Lanne - O grande desafio te mais evoluída que a nossa, tento as características dos mesmos fo-
foi abordar temas que estão com- expor o que os alienígenas pensa- ram delineadas com esse objetivo,
pletamente fora da minha área de riam de nossa existência atual aqui por isso, posso dizer, eles são norte-
conhecimento, especialmente para na Terra. Da mesma forma, eu ques- -americanos que vivem no ano de
desenvolver o universo imaginário tiono nossas utopias de um mundo 1978 – não porque quis escrever
no qual vivem os alienígenas da mais desenvolvido, de modo que o uma história “americanófila” ou
história que desenvolvi, o mundo universo alienígena que imaginei criar algo que tivesse apelo para o
quântico, habitado pela espécie que também tem suas falhas e os seus mercado dos EUA, o próprio desen-
denominei Quanticus-sapiens, pois limites, difere-se do nosso apenas volvimento da história vai desmen-
tive que me basear nas mais recen- por praticar uma ética diferenciada tir essa aparência inicial, poderia
tes teorias da física quântica para e mais refinada que a nossa, e, claro, dizer, até, que a história não tem
desenvolvê-lo. Um desafio para um pela tecnologia, que é super, hiper, nada de norte-americana, se trata
mero comunicólogo cuja afinidade ultra-avançada. de uma “armadilha” para os norte-
com a matemática é praticamente -americanos. Quanto a mensagem
nula. Que temas são abordados nesta que quero transmitir, muito sim-
obra? ples, mostrar que muitos de nos-
De que forma estes desafios foram Pedroom Lanne - Embora pareça sos valores, que as dores de nossa
superados? que não, o tema mais forte da obra sociedade atual são mesquinhas e
Pedroom Lanne - Imaginação e é a evolução das espécies, pois a ultrapassadas, que uma existência
intuição são as palavras-chave para aventura não se resume ao drama em nível cósmico implica em dei-
a superação desse desafio, mas não dos personagens humanos (terrá- xarmos tudo isso para trás.
só. Tive que pesquisar muitos sítios queos) que utilizei para compor o
e buscar várias referências sobre enredo da história, se trata de como Como você vê o mercado literário
física quântica, matemática e as- e o quanto uma espécie precisa Nacional?
tronomia para compor uma histó- evoluir em termos tecnológicos e Pedroom Lanne - No Brasil, pés-
ria que fosse coerente com as teo- genéticos para conseguir habitar o simo. Embora exista um boom de
rias atuais. Hoje, a Internet facilita espaço. Nesse sentido, os protago- novas publicações e autores, muito
bastante esse trabalho, de forma nistas humanos formam um elo de em função das facilidades que se
que consegui superar essas dúvidas nossa civilização atual com a civi- tem para publicar um livro hoje em
sem precisar recorrer a entrevistas lização alienígena futurista (tendo dia, ou mesmo se publicar na Inter-
com professores e pesquisadores como pano de fundo uma história net, em termos de mercado, a coisa
do assunto. Consegui reunir as in- sobre viagem no tempo), enquanto continua ruim por aqui. Digo que
formações que precisava sozinho, a história que narro, aquela que me continua em função do que ouço de

Revista Divulgar Escritor | www.divulgaescritor.com | out/nov | 2015


DIVULGA ESCRITOR

outros escritores que já estão nessa


estrada há décadas sem conseguir
um mínimo espaço de destaque.
Aqui no Brasil, e temo que em Por-
tugal o cenário não seja muito di-
ferente segundo alguns relatos que
testemunhei em blogs lusos, só há
espaço para os best-sellers, sobre-
tudo os livros estrangeiros. Aposto
que nas livrarias de Portugal o es-
tande de maior destaque no mo-
mento seja dos livros de Star Wars
e da Marvel, ou seja, exatamente
como acontece por aqui.

Pois bem, estamos chegando ao


fim da entrevista. Muito bom co-
nhecer melhor o escritor Pedroom
Lanne. Agradecemos sua partici-
pação no projeto Divulga Escritor.
Que mensagem você deixa para
nossos leitores?
Pedroom Lanne - Que prestigiem
os novos autores, tem muita coi-
sa boa e substancial surgindo mas
ainda carente de pessoas que se in-
teressem. Que o leitor atual consiga
tirar vantagem de algo que há pouco
tempo era impossível: manter con-
tato com o escritor via Internet, so-
bretudo os novos escritores. Pensem
que, como o amor, um bom livro
pode surgir onde menos se espera.
Quanto ao meu livro, peço ao leitor
que venha se aventurar por minhas
palavras, que tenha perseverança na
leitura, pois retratar a inteligência
alienígena não é simples, e qualquer
dificuldade que criei foi proposital
para ilustrar exatamente isso, ainda
assim, passível de ser compreendi- como escritor, navegar por todas
da ao longo do texto. Somente no minhas páginas na web e nas mídias
final o entendimento será comple- sociais que participo:
to, pois é justamente o que quero http://www.pedroom.com.br
expressar com a palavra que deno- Site da Amazon, sítio de melhor
mina a obra: adução. Faço um apelo oferta para compra do livro ou do
ao publico feminino, pois essa obra ebook “Adução, o Dossiê Alieníge-
é uma obra universal que perpassa na”: E a fanpage do livro no Face-
por temas que, creio, a sensibilidade book: - http://www.facebook.com/
da mulher irá saber apreciar melhor aducao.livro
que os homens. Vou deixar o link de
_________________
meu site pessoal, a raiz de tudo, de Participe do projeto
onde qualquer surfista virtual po- Divulga Escritor
derá conhecer melhor o meu perfil www.divulgaescritor.com

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63
DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritora Rijarda
Giandini
Rijarda Giandini, brasileira de
Fortaleza, casada com Giovanni
e mãe de Artur. Historiadora
e Internacionalista, mora no
Restelo, em Lisboa, desde 2014,
para um doutorado em História
Contemporânea. É diretora do
Instituto da Cidade, em Fortaleza
e membro do Conselho da Camera
di Commércio Italo-Brasiliana do
Nordest. Traduziu adaptou o conto
infantil “Il Principe Felice”, de Oscar
Wilde, para o português e realidade As impressões que
brasileira. Escreveu o livro de Poesia relato são reais. Direitos
“Inquietude”, ambos inéditos. Possui e deveres, em todos os
capítulos de livros e artigos em momentos, observados
revistas sobre Cidades Sustentáveis.
com o espírito
desarmado. Viver Lisboa
não é nenhum sacrifício.
Ao contrário. Amar é
Boa leitura! uma consequência.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) em fazer parte, agora como escrito- Camões, Eça, Pessoa, Saramago,
ra, de um projeto que acompanho Sophia, Cecília, dentre alguns. Con-
Escritora Rijarda Giandini, é um já algum tempo. Parabéns à equipe fesso que sou uma amante do Rio
prazer contarmos com a sua parti- pelo “Divulga Escritor”. O meu en- Tejo. O Tejo me é fascinante pelo
cipação no projeto Divulga Escri- cantamento pela cidade é algo sem- que tem de história, de conquistas,
tor, conte-nos o que a motivou a se pre em estado latente, às vezes “des- de rebuliços e por sua calma cortan-
encantar por Lisboa? coberto” nas entrelinhas de alguns do uma cidade que existe indissoci-
Rijarda Giandini - O prazer é meu escritores que muito prezo como ável do seu rio. Para mim Lisboa é
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DIVULGA ESCRITOR

a moldura do Tejo. As cores refle- ele estivesse em competição. Fo- também muitos descuidos urbanos,
tidas em suas águas acompanham mos ver uma apresentação de fado lixo nas ruas, um quê de desconfor-
as idiossincrasias do tempo. Talvez e uma amiga, professora de Direito to, que foram fascinantes porque
seja o meu primeiro encantamento. Internacional, a Renata em dueto são reais. Perdi-me nesta cidade,
Depois tem a própria cidade. E por de fado...digo que este livro é uma como nos perdemos nas grandes
ela tornei-me uma flaneur diurna. grande celebração à amizade. paixões. Fiz um sem número de fo-
Lisboa é solar, com cores espetacu- tografias que ajudaram a captar al-
lares; a conformação urbana é insti- Como é viver e amar Lisboa? gumas emoções, deslumbramentos,
gante. As ruelas, becos e escadarias, Rijarda Giandini - Viver e Amar encantamento e algumas tristezas
geralmente nos surpreendem. Lisboa não é difícil por nenhuma geradas por maus tratos urbanos. E
Por outro lado, tivemos uma boa re- situação. Ressalto sempre que a ci- com elas fiz a escrita interpretando
cepção dos lisboetas. Especialmente dade, seja ela qual for, é acolhedo- este meu olhar. Resultou em uma
da Universidade por onde faço um ra na proporção da nossa relação obra agradável que se lê rápido e
doutorado em História Contempo- respeitosa com ela. Neste livro eu que faz sonhar. As fotografias assim
rânea. Acredito que foram as jun- apresento um jeito de chegar e per- como fragmentos e noticias do livro
ções ou confluências de uma cidade manecer como parte do todo. Fiz estão no blog www.rijardagiandini.
que por não ser perfeita, limpa, é valer meus direitos, inclusive para a wordpress.com
real e preserva ainda alguns modus bolsa de estudos, reclamei quando
vivendi muito fascinantes. necessário, sugeri quando assim foi Quais os principais desafios para
possível. Participei como voluntária escrita do livro?
Em que momento pensou em es- de ações da minha Junta de Fregue- Rijarda Giandini - O desafio maior
crever “Viver e Amar Lisboa”? sia. O livro foi escrito sem que nin- é sempre começar. Não só a escri-
Rijarda Giandini - Acredito que foi guém soubesse de sua existência. ta. Dar o primeiro passo. Concreti-
na primeira vez que vi o Rio Tejo As impressões que relato são reais. zar as ideias, as intenções. Não há
da minha janela. Senti uma emoção Direitos e deveres, em todos os mo- receita porque é um processo in-
forte e indescritível, como se hou- mentos, observados com o espíri- dividual e absolutamente pessoal,
vesse ancestralidade. Apropriei- to desarmado. Viver Lisboa não é único. Escrevi o livro entre os me-
-me deste canto do Tejo. Contudo, nenhum sacrifício. Ao contrário. ses de Agosto de 2014 e Setembro
demorei a encontra-lo fisicamente. Amar é uma consequência. de 2015. Propositadamente, optei
Mantive com ele uma relação ceri- por fazer com as primeiras impres-
moniosa. “Um resguardo de meni- Rijarda, que temas são abordados sões, os primeiros olhares, virgens
na faceira”. em nesta obra literária? olhares, sem conceitos preestabe-
O mais forte, porém, foi o desejo Rijarda Giandini - Dividi o livro lecidos. Andei durante 9 meses a
em compartilhar este meu momen- em dois grandes capítulos. O pri- pé ou em meios públicos, que são
to com outras pessoas. Pensei em meiro é o “Viver Lisboa” no qual eu bons. Tive a companhia quase sem-
contar, em primeira pessoa, a mi- relato as principais situações prová- pre do Giovanni e do Artur, o que
nha experiência de brasileira, classe veis, como as questões de Educação, tornou o processo mais real, lúdico
média, com filho pequeno, marido Saúde, moradia, supermercados, e compartilhado. Porém, o maior
músico. Talvez muitas pessoas pu- transportes, diversão e entreteni- desafio foi conciliar o primeiro
dessem inspirar-se ou beneficiar-se mento sem custos, etc. Este é um ano do doutorado com o processo
com algumas situações que viven- livro para quem tem um orçamento literário. Não por este último, mas
ciamos. Outro sentimento que ma- controlável. Procurei apresentar al- porque foi um ano em que mudei
chuca é a questão da saudade que ternativas de viver bem sem gastar o foco da minha investigação duas
bate forte, principalmente, dos ami- além. As palavras diferentes, as im- vezes. E cada vez pressupõe novas
gos mais próximos e da família. Daí prescindíveis, a gentiliza e a rude- pesquisas, encontrar orientadores,
o processo de escrita servir como za dos portugueses, dentre outros além das aulas curriculares. Tive,
uma espécie de catarse. Comecei temas. O outro Capítulo é o “Amar também, uma boa dose de sorte.
a passear com os amigos como se Lisboa”. Nele apresento uma Lis- Todos os orientadores tanto do Bra-
aqui estivessem. Levei-os comigo boa margeada pelo Tejo. Adentrei sil quanto de Portugal apoiaram-
em várias locais. Por exemplo: se ví- os bairros, as freguesias, buscando -me nas decisões. E a Universidade
amos uma corrida, em que Lisboa os espaços ainda pouco explora- sempre esteve presente quando as-
é pródiga, pensávamos no Marcos, dos pelo turismo tradicional. Visi- sim necessitei. Enfim, depois de um
nosso amigo brasileiro, morador de tei capelas, monumentos, parques, ano, havia já a definição da Tese, to-
Florença, na Itália. Era como se ali jardins. Descobri preciosidades. Vi das as cadeiras cumpridas com boas

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DIVULGA ESCRITOR

notas e o livro na editora. As noites


insones, o desleixo emocional com
os amigos, o cansaço e uma tendini-
te forte, tornaram-se troféu de um
ano rico em desafios.

De que forma estes desafios foram


superados?
Rijarda Giandini - Não havia pen-
sado nesta pergunta. Muito interes-
sante. Foram muitos papeis desem-
penhados simultaneamente. Penso
que somente o ser Mulher tem esta
capacidade intrínseca de fazer mui-
tas coisas ao mesmo tempo. Sou
uma fã incondicional do Femini-
no. E não tenho nenhum discur-
so sexista. Acho que temos nossos
papeis sociais e temporais, que vão
exercidos. Eu sou muito determi-
nada e rápida. Fui e sou produto da
minha história. Além das questões
propriamente da produção cientí-
fica e literária, há a lida doméstica.
Há o filho de 8 anos, suas necessida-
des e expectativas. Todos os percur-
sos estão relatados no livro.
Talvez o meu melhor recurso hu-
mano seja o meu marido por sua
generosidade conjugal importante
neste meu tempo. E a nossa fé na
Providência que nos acalma e nos
faz crer no melhor caminho.

Onde podemos comprar o seu li-


vro?
Rijarda Giandini - O livro encon-
tra-se disponível em livrarias e para
todos em língua portuguesa através
dos sites Chiado Editora; Wook;
Bertrand.
infância, quando privada dos bens riadora e vou costurando a narrati-
Quais os seus principais objetivos essenciais, eu lia. Eram tempos de va com as informações abalizadas e
como escritora? quase absoluta escassez no Nordes- dentro do contexto.
Rijarda Giandini - Conversar com te do Brasil. E estas viagens através
mais gente. Acho que é quase uma da leitura, foram fundamentais para Em seu perfil vimos que é apaixo-
necessidade atávica de falar, de tro- sedimentar ou pavimentar o meu nada por Itália e Lisboa, em sua
car, compartilhar. Gosto de gente. caminho. Sem as leituras, prova- visão, conte-nos quais os encantos
Continuo acreditando que é a maior velmente, meu destino construído que os diferenciam?
invenção da Natureza. E se possível seria outro. Gostaria de ser uma Rijarda Giandini - A Itália é minha
falar coisas interessantes, leves, gen- viagem prazerosa para as pessoas. primeira paixão fora do Brasil. Sou
tis. Exercitar um lado de literatura O livro Viver e Amar Lisboa, é leve, encantada com suas cidades peque-
aprazível que faça viagens de olhos é gentil. Não há teses ou discussões nas, iguais, de gente que carrega o
abertos. Lembro-me que na minha aprofundadas. Claro que sou histo- seu peso. Gosto do sul da Itália, do

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67
DIVULGA ESCRITOR

mar, das pedras... foi para o sul que Projeto e vejo mais e mais livros e au- Fragmentos do Livro
fui para um sabático que se prolon- tores em nossa língua. Tenho muito
gou por quatro anos! Ali aprendi a orgulho de pertencer a esta grande Rio Tejo:
colher uvas e fazer a sagrada trans- Pátria chamada Língua Portuguesa. “De frente para a Torre
formação em vinho; azeitonas, em Somos um. Divulguem a boa litera- de Belém, sem aproxi-
pés seculares, colheras para o azei- tura, este é o critério. Ler, escrever, mar-me, deixo voar as
te de oliva. Fazer a salsa de pomo- ler. Incentivar o nosso cérebro à lei- gaivotas. Vejo as naus
doro (molho de tomate) plantados tura. Quanto ao meu livro “Viver e saindo em busca do
por mim. É um amor maduro este Amar Lisboa” gostaria que fosse útil ouro, das terras, das
pelas pequenas cidades italianas. para provocar um belo sorriso, para gentes, das especiarias.
Faço meu percurso ao menos uma sonhar, para planejar seu estudo nas Sempre a eterna busca
vez por ano. Giovanni é italiano, do terras de Camões, e para viajar de que nos faz levantar dia
Norte, e é a síntese da minha rela- olhos bem abertos ou fechados em a dia. Os homens por-
ção calma, arrebatadora e perene noites de sonhos. Contatos da auto- tugueses, deixam suas
com o País. Com Lisboa, foi algo ra - Rijarda@icloud.com mulheres, seus meninos,
mais contemporâneo, acho, por Facebook: Rijarda Giandini / Viver suas fomes para saciar
conta do meu olhar de hoje. Ela, a e Amar Lisboa - www.rijardagian- em outras paragens. “
cidade, de repente apresentou-se dini.wordpress.com “Andando! Assim come-
como uma conformação dos meus ço a conhecer a cidade.
anseios. Um amor à primeira vis- Sem pressa ou pré-
ta, talvez. Lembro-me que quando -conceitos concebidos
chegamos para o primeiro encontro e cheios de pecados.
com a direção da minha Univer- Como o corpo da pessoa
sidade, o aeroporto surpreendeu- amada, percorro sem
-nos pela beleza, grandiosidade do juízos. Simplesmente,
shopping internacional e pelo me- admirando as curvas, as
trô dentro do aeroporto. Ali fomos dobras, os montes. Não
recebidos, em pintura em azulejos, há o certo ou o menos.”
por grandes personagens portugue- “Adentrei nos meandros
ses, nos dando às boas vindas. O da vida em Lisboa, suas
primeiro encantamento. Em nos- dificuldades, institui-
so segundo dia de morada, fomos ções, supermercados,
a um supermercado e um senhor lojas e mercados. Como
com não menos de 80 anos, nos estudante de doutorado,
deu uma “boleia”(carona) sem que esposa e mãe vivenciei
eu pedisse...vejo a cidade gentil. e fiz valer meus direitos
Como demonstro no livro Lisboa é de bolsa de estudo, de
uma alternativa muito interessante subsídios, de cidadã e, os
para quem quer ter uma experiên- correspondentes, deve-
cia de moradia. Em termos de custo res. Viver Lisboa é uma
da vida é relativamente menor do face da moeda. A outra,
que a Itália e do que o Brasil. Como Amar Lisboa, é quase
qualidade de vida é superior nos uma consequência.”
dois casos.

Pois bem, estamos chegando ao


fim da entrevista. Muito bom co-
nhecer melhor a autora Rijarda
Giandini. Agradecemos sua par-
ticipação no projeto Divulga Es-
critor. Que mensagem você deixa
_________________
para nossos leitores? Participe do projeto
Rijarda Giandini - Fico sempre Divulga Escritor
contente quando entre no site do www.divulgaescritor.com

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68
DIVULGA ESCRITOR

Por José Sepúlveda

SOLAR DE POETAS

A Gaveta

E
ra frequente reunirmo-nos naquela salinha, perfuração no fundo da mesma. Nos convívios que na-
primariamente concebida para escritório do quela salinha iam acontecendo quase sempre a história
ministro do Evangelho que deveria servir na da gaveta da secretaria vinha a tema de conversa e ami-
nossa pequenina Igreja da Rua do Pinhal. úde gracejávamos com o “descuido “ de certo operário
Mas o espaço só raramente foi utilizado para esse fim, que de forma pouco profissional tinha deixado a gaveta
sendo frequentemente usado como arquivo ou sala de com esse buraco inusitado no interior e que a atravessa-
apoio e fortuitamente para usar o sanitário ali exis- va em toda a sua largura. Como foi possível ter passado
tente. despercebido?
Havia ali dois sofás individuais, uma cadeira de Ó Joaquim, tira lá una minutos para - arranjar isso,
apoio e a cadeira que servia à robusta secretaria de ma- pá! – gracejavam os presentes para o homem tapa-furos
deira ali existente. Uma estante era usada para alojar lá do sítio.
alguns livros e pastas de arquivo da secretaria da Igreja. Durante muito tempo, negligentemente, a gaveta
Num canto, uma porta de acesso ao tal lavabo de apoio permaneceu assim, sem que vivalma tivesse o descorri-
à sala. mento de a mandar consertar. E os comentários iam-se
E era ali que por norma nos reuníamos para cava- sucedendo sem que ninguém tomasse qualquer inicia-
quear um pouco antes de cada reunião. tiva para colmatar o problema.
Entre os frequentadores do espaço estava o Né Pin- Um dia calhou ao Né Pinto sentar-se na cadeira da
to, um invisual, membro assíduo e dedicado da Igreja e secretária. Chegou um pouco mais atrasado e o seu lu-
que duas vezes por semana - fora os dias em que andava gar habitual estava ocupado. Alguém, gentilmente, lhe
a calcorrear por todos os recantos da cidade - se deslo- ofereceu a cadeira da secretária.
cava a pé de sua casa situada a uns dois bons quilóme- No meio daquela cavaqueira reparamos a dado mo-
tros, fizesse chuva ou fizesse sol. Percorria as ruas com mento que a mão do Né , sorrateiramente, se infiltrava
uma ligeireza tal que surpreendia qualquer passante na gaveta até que atingiu o famigerado buraco. Um pe-
que quase sempre o saudava com carinho: sado silêncio se fez sentir na sala e todos os olhares se
- Bom dia, Né… dirigiram espantados para ele.
- Bom dia - respondia, chamando sempre pelo Abriu-a, tateou o forro e detetou o orifício. Silente,
nome os seus interlocutores. estendeu a mão direita por debaixo da gaveta até chegar
- Vais até a Igreja? mesmo lá ao fundo. Tateou de novo, agarrou na ponta
- Vou por aí. É preciso alimentar a alma… do forro e com um brilho nos olhos, empurrou-o em
O Né era operário numa fiação onde exercia com direção a si, recolocando-o no seu devido lugar:
grande profissionalismo a função de revisor de tecidos. - Já está. - desabafou.
Deliciávamo-nos a ouvir as suas histórias às vezes ro- Abriu-a com um sorriso nos lábios e, perante a es-
cambolescas e experiências de vida interessantíssimas. tupefação dos presentes, desabafou: -
Quando abríamos a gaveta, saltava-nos à vista uma Temos gaveta!

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www.divulgaescritor.com
| abr/maiRevista
| fev/mar
| 2016 Divulgar Escritor | www.divulgaescritor.com | out/nov | 2015
| 2016 6969
DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritora Silvia
Ligabue
Formada em Psicologia desde 1989, possui
Certificação Internacional Wellness Coaching pelo
National Wellness Institute. Especializada em
Promoção da Saúde pelo Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da USP e Pós-graduada
em Terapia Cognitiva com base construtivista pela
Universidade Paulista com curso de extensão na
Universidade do Minho-Braga-Portugal (1996) e
Co-fundadora da Sociedade Brasileira de Terapia
Cognitiva. Além de autora do livro “Faça Escolhas, não
terceirize sua vida”, lançado pela editora Autografia
em 2015. Colaboradora do capítulo 10, Depressão, Que as escolhas
do livro, “A poderosa, a vida da mulher pode ser nos concedem uma
sensação de liberdade
melhor a cada dia” Paulo Cezar Fernandes David,
e de resgatar nosso
editora Olivier – 2003 colaboradora do artigo, Pressão
próprio poder.”
para ser bem-sucedido pode destruir seus planos de
felicidade, e textos mensais em qualidade de vida,
autoconhecimento entre outros temas na UOL.

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Silvia Ligabue - Gostaria desde já Acredito muito na prevenção e tra-
agradecer minha participação neste tamento, em viver uma vida com
Escritora Silvia Ligabue, é um projeto que venho acompanhando a qualidade, com mais leveza e então
prazer contarmos com a sua par- algum tempo e que tenho muito res- resolvi falar de tudo isso, de plantar
ticipação no projeto Divulga Es- peito. Sou psicóloga clinica a mais uma semente em cada leitor com
critor, conte-nos o que a motivou de 25 anos , tenho uma consultoria esta leitura e é claro que as escolhas
a escrever o seu livro “Faça esco- em Qualidade de vida no trabalho e cabem a cada um sobre o carinho
lhas, não terceirize sua vida”? sou Coaching em bem estar. que querem seguir.

www.divulgaescritor.com | abr/mai | 2016


70
DIVULGA ESCRITOR

propostas e busquei a se- construiu sua realidade e com isto


riedade e indicação da analisar padrões de pensamentos
melhor editora até que es- geradores de crenças que, se dis-
colhi a minha. Conversei funcionais ou inadequadas, causam
com algumas pessoas do conflitos para a pessoa gerando so-
meio até que decidi. frimento.

Qual a mensagem que Você realiza palestras sobre quais


você quer transmitir ao temas?
leitor através de “Faça Silvia Ligabue - Minhas palestras
escolhas, não terceirize são comportamentais e motivacio-
sua vida”? nais. Alguns temas: - Qualidade de
Silvia Ligabue - Que as Vida e Bem estar “um dos maiores
escolhas nos concedem anseios do ser humano na atualida-
uma sensação de liber- de” - Faça escolhas, não terceirize
dade e de resgatar nosso sua vida.( baseada no meu livro) -
próprio poder. Nos dá a Como tornar os filhos vencedores?
opção de qual a direção - Estamos sempre ganhando tem-
que queremos seguir, por po. O que isso influencia na vida de
nossa própria vontade e nossos filhos?
por isso nos responsabili-
zamos por elas. Deixamos Quem desejar como deve fazer
assim de sermos meras vi- para contratar a palestrante Silvia
timas da vida para sermos Ligabue?
autores. Silvia Ligabue - Enviar um email
para contato@psicorposp.com.
Onde podemos comprar br ou pelos tels. 11 2865-4845 ou
o seu livro? 99129-6351. Ou ainda acessar www.
Silvia Ligabue - Editora psicorposp.com.br, que terão mais
Autografia informações.
Amo escrever desde sempre e além http://www.autografia.com.br/loja/
de textos que escrevo para sites es- faca-escolhas,-nao-tercerize-sua- Pois bem, estamos chegando ao
tou com dois trabalhos em anda- -vida/detalhes E-book Amazon fim da entrevista. Muito bom co-
mento, onde um é um e-book de h t t p : / / w w w. a m a z o n . c o m . nhecer melhor a escritora e pales-
frases e pensamentos para reflexões br/Fa%C3%A7a-escolhas- trante Silvia Ligabue. Agradece-
que deve ficar pronto neste primei- -n%C3%A3o-terceir ize-v id a- mos sua participação no projeto
ro semestre e outro ainda uma sur- -ebook/dp/B011SD3NKQ/ Divulga Escritor. Que mensagem
presa para os meus leitores. Livraria cultura - http://www.ama- você deixa para nossos leitores?
zon.com.br/Fa%C3%A7a-esco- Silvia Ligabue - Que é um grande
Quais os principais desafios para lhas-n%C3%A3o-terceirize-vida- prazer fazer parte deste trabalho e
escrita do livro? -ebook/dp/B011SD3NKQ/ poder mostrar um pouco do meu ,
Silvia Ligabue - O que foi mais que é sem duvida uma grande pai-
complicado foi decidir sobre que Como psicoterapeuta, conte-nos xão e um grande presente da vida.
editora trabalhar, se ficaria tentan- quais os principais objetivos da E ainda que acredito que os pro-
do muito tempo uma maior edito- Terapia Cognitiva? blemas sempre existirão, o ideal é
ra ou se começaria por algo menor Silvia Ligabue - A terapia cogniti- não darmos o alimento para que ele
e após o termino do meu contrato va é baseada no modelo cognitivo o cresça, afinal, nossa única obriga-
buscaria outra possibilidade. qual acredita que o que determina ção nesta vida é ser feliz.
E tudo fluiu muito bem, pois sabia as emoções e o comportamento de
que era um sonho que realizaria. uma pessoa é o modo como ela in-
terpreta as situações vividas, ou me- _________________
De que forma estes desafios foram lhor, como ela estrutura o mundo. Participe do projeto
superados? Tem como objetivo levantar hi- Divulga Escritor
Silvia Ligabue - Analisei varias póteses de como cada indivíduo www.divulgaescritor.com

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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritor T. S. Duque
T.S.Duque nasceu em São Paulo, onde mora
atualmente com a esposa e os dois filhos. É
formado em Engenharia Logística e trabalha
como tal na maior parte do tempo. Começou a
escrever aos 22 anos de idade com o primeiro
volume da série Tânton e as fortalezas de
Asmodeus em 2012, título que o lançou no
universo literário fantástico brasileiro. Sempre
foi apaixonado pelo mundo das letras e a
entrada na literatura ocorreu de forma natural,
através do gosto pela leitura e as ideias que
sempre borbulhavam em sua cabeça. Dessa
paixão literária e dessas ideias nasceu Tânton, É muito difícil lutar
seu principal personagem e mestre, que vem contra isso, contra um
ensinando grandes lições a este autor que está inimigo que se parece
apenas começando e evoluindo. tanto com você. Esse é
um desafio histórico.”

Boa leitura!

T. S. Duque - Olá, o prazer é todo muito de ler, desde muito pequeno,


Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
meu. Quero deixar primeiramente e meu sonho sempre foi fazer parte
um enorme abraço a todos do Pro- desse universo literário, sobretudo,
Escritor T. S. Duque é um prazer jeto Divulga Escritor e também a em um gênero que é pouco difun-
contarmos com a sua participação você que está lendo essa entrevista. dido por aqui: a ficção fantástica.
no projeto Divulga Escritor, conte- Creio que o gosto por escrever nas- Sempre li muito autores de livros
-nos o que o motivou a ter gosto ce depois do gosto por leitura e é por infanto-juvenil e ficção e via, com
pela escrita literária? isso que estou aqui. Sempre gostei pesar, que todos eram estrangeiros,

www.divulgaescritor.com | abr/mai | 2016


73
então pensei: por que não? Depois ou temporada e se inicia em outra
disso comecei a pesquisar e desco- da mesma maneira que terminou a
bri que existem outros autores bra- anterior, sempre achei isso fantás-
sileiros nesse gênero e são fantásti- tico. É como se a história fosse tão
cos. Meu sonho é fazer parte disso a boa ao ponto de você não querer
cada dia mais. que acabe, pois você acaba crian-
do um mundo todo seu, parece que
Em que momento pensou em es- você faz parte dele e, o fim disso,
crever “Tânton”? em nossa cabeça, parece ser o fim
T. S. Duque - Foi quando estava de muitas outras coisas. É como na
dormindo (risos). Tive um sonho vida, gosto de imaginar, um desafio
espetacular de uma cena que está sempre vem seguido de outro e a ba-
no livro e dali comecei a imaginar talha nunca termina até que chegue
todo o universo, a trama, os per- ao real fim. O segredo é não deixar
sonagens, foi um processo de pelo acabar de qualquer jeito ou até que
menos três anos até ter a base para esteja realmente pronto para partir. reino das trevas, que vai em bus-
o primeiro livro concretizada. Tenho certeza que muitos passam ca dos príncipes do inferno para
por isso. subjuga-los e prendê-los no tempo,
Quando iniciou a escrita do livro, afim de livrar a humanidade de suas
já sabia que iria ser uma série? Conte-nos um pouco sobre o pri- influencias demoníacas, além de li-
T. S. Duque - Sim, por um moti- meiro volume “Tânton e as forta- bertar seus irmãos das garras desses
vo simples: sou fã de séries, tanto lezas de Asmodeus”? poderosos habitantes do reino das
de livros quanto cinematográficas. T. S. Duque - O livro narra a tra- trevas. O primeiro livro fala sobre
Gosto de histórias longas, que ter- jetória de Tânton, um jovem que Asmodeus que representa, na histó-
minam parcialmente em um livro carrega uma arma poderosa, no ria, o demônio responsável pela lu-
DIVULGA ESCRITOR

parou e Tânton, agora mais madu- Onde podemos comprar o seu li-
ro e entendendo melhor o que está vro?
acontecendo no mundo, vai em T. S. Duque - O livro pode ser ad-
busca de Azazel, demônio respon- quirido no meu site www.tsduque-
sável pela ira na história. O objeti- oficial.com, ou no site da editora
vo é prendê-lo no tempo e destruir www.editoraapmc.com.br ou atra-
seus domínios no reino das trevas, vés do e-mail t.s.duque@outlook.
fazendo com que seus objetivos no com. O envio é feito para todo o
mundo real também desapareçam. Brasil.
A maior diferença entre os dois li-
vros é que, diferentemente do pri- Quais os seus principais objetivos
meiro volume que trata bastante como escritor?
de explicar a história, a origem de T. S. Duque - Meu principal ob-
Tânton e sua família além de criar jetivo é ser lido, realmente não
o pano de fundo principal, sem dei- há maior prazer. É um hobby que
xar faltar muita aventura, é claro, o quero levar para a vida toda. Além
segundo volume é mais eletrizante de contribuir para um cenário na-
no que diz respeito aos desafios en- cional que tem pouca visibilidade,
frentados por ele e também ao psi- infelizmente, mas que possui seus
cológico envolvido, sobretudo pelo diferenciais históricos para uma so-
encontro com um velho conhecido. ciedade se desenvolver.

Com relação ao enredo, qual a Pois bem, estamos chegando ao


mensagem que você quer transmi- fim da entrevista. Muito bom co-
tir ao leitor? nhecer melhor a série “Tânton” do
T. S. Duque - A mensagem mais autor T. S. Duque. Agradecemos
poderosa desta série é o poder que sua participação no projeto Divul-
temos de fazer todas as coisas acon- ga Escritor. Que mensagem você
tecerem e, acima de tudo, o papel deixa para nossos leitores?
importantíssimo que o amor tem T. S. Duque - Quero agradecer
nisso tudo. É um sentimento que imensamente esta oportunidade
não pode nos faltar, jamais. A his- e quero convidar você, leitor (a) a
tória foca principalmente nisso, no visitar meu site e/ou minhas redes
amor, na esperança e na fé e o que sociais para bater um papo, saber
pode estar em jogo se isso tudo vier mais sobre mim e sobre as histórias
a acabar no mundo. Além disso, por e também ficar por dentro do meu
ser uma história de ficção, muitos próximo lançamento que está em
podem identificar mensagens mui- fase de edição chamado: Senhor dos
to diretas a si mesmos, fato que faz Ossos. Um grande abraço!
parte de qualquer leitura e aí é que Serviços:
está o prazer da literatura. h t t p s : / / w w w. f a c e b o o k . c o m /
T.S.Duque/
O que mais o encanta em “Tânton”? Twitter - @tsduks
T. S. Duque - O que me encan- t.s.duque@outlook.com
xuria e prostituição. Tânton precisa ta muito é a dinâmica entre nosso tsduqueoficial.com
ir até seus domínios e resgatar sua mundo e o reino das trevas que, no
irmã que está presa com ele, mas livro, são os dois cenários princi-
durante a história ele descobre que pais. É incrível como se parecem e
a luta é muito maior do que essa. também a influência, boa e ruim,
que um exerce sobre o outro e vice-
De que forma o enredo continua -e-versa. É muito difícil lutar con-
em “Tânton nas forjas da ira”? tra isso, contra um inimigo que se _________________
T. S. Duque - Nas forjas da ira a parece tanto com você. Esse é um Participe do projeto
história continua exatamente onde desafio histórico. Divulga Escritor
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DIVULGA ESCRITOR

Escritora Marta Maria Niemeyer

Participação especial
Calendário Infância
Janeiro: Tempo de férias,
Na infância brinca-se de faz de conta, o imaginário ul-
viajar de Leste a Oeste, Nor-
trapassa o limite do cenário... Criança brinca com bola, água
te Sul. Banho de mar e céu azul.
e lama. Faz cabana embaixo do lençol da cama. O guri sobe
Fevereiro: Cair na folia com alegria
em árvore, pedala na bicicleta, mergulha na piscina ou na
samba, frevo e marchinha na festa da
praia. Faz castelo na areia e constrói delícias com barro e anda
carochinha.
descalço. Criança gosta de ler e escrever histórias. Desenha e
Março: Estudar e trabalhar com foco e
pinta com pincel e tinta. Pinta um, dois, três e também pinta
emoção para garantir o futuro da nação.
o sete... Na descoberta do mundo ao seu redor vai de Sul ao
Abril: Uma pausa para oração e ga-
Norte, sobe nos montes e viaja na linha do horizonte. Criança
rantir o predão.
constrói seu brinquedo sem fazer segredo... Criança feliz corre,
Maio: Mês das noivas animadas pre-
pula cai e rala o nariz. Sacode a poeira e dá volta por cima, sai
parando o casório, o vestido majestoso pro-
sorrindo bailando e sambando sem cicatriz. Criança conten-
vando na confecção.
te sorri sem dente, o dente está mole não se enrole, chama o
Junho: Muitos festejos encantados ce-
irmão doutor pra tirar sem dor. A infância é inocente diz o que
lebram Santo Antônio e S. João. O forró no
sente, gosta de chocolate e presente. Pipoca e paçoca. Seu me-
arrasta pé ponto alto na comemoração.
lhor amigo é uma foca. Criança com tempo e espaço livre cria,
Julho: O pescador com dois peixes
inventa, raciocina, age e interage. Comunica e não se trumbica.
e três pães cinco mil pessoas alimentou.
Cresce aprende e escina, ao tornar adulta é tranquila e serena,
Ele é pescador de homens, tem a chave do
confiante e produtiva.
segredo.
Agosto: Metade do mundo fazendo
aniversário, balas, bolas e bolos, alegrando
da criançada. Assoprar a velinha já está no
imaginário.
Setembro: A primavera che-
gando um bailar de revoada, a ale- Mulher
gria de pássaros e borboletas en-
feitando a natureza. Flores, cores e
perfumes com brilhos de vaga -lumes. Mulher foi escolhida por DEUS para ser a mãe de seu
Outubro: O camponês fervoroso e espe- filho. Mulher recebeu o dom de gerar e amar, a delicadeza de
rançoso iniciando sua plantação, arroz, criar ternura para educar. Mulher tem capacidade de concluir
milho e feijão... várias coisas ao mesmo tempo. Mulher pode ser mãe, cozi-
Novembro: O décimo terceiro sai ou nheira, lavadeira, arrumadeira, passadeira. MULHER pode
não sai? O ano já acabou, vou planejar mi- ser professora, médica, cantora e escritora. Mulher pode ser
nhas férias. Ufa! Cansado de trabalhar nem arquiteta, motorista ou maquinista. MULHER pode ser o que
consigo imaginar... quiser. A mulher é sempre bela não depende de que a vela.
Dezembro: O foco é Natal, comida, MULHER deve sentir-se sempre bela. Seu olhar que fascina
bebida, luz, brilho e presente... Alguém o sorriso que ilumina, sua palavra que ensina. Majestosa e
lembrando do aniversariante ? poderosa o mundo para ti inclina.

76 76 Revista Divulgar Escritor | www.divulgaescritor.com | out/nov | 2015


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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritora Uiara
Melo
Aos 33 anos Uiara Melo é uma escritora que
gosta de desafios! Residente em Macaé –
RJ, publicou a obra “As várias fases de um
amor” (Livro de poesias), participou de vários
concursos literários, tendo em seu currículo
alguns textos publicados nas seguintes
obras: Antologias de Poetas Brasileiros
Contemporâneos (CBJE), volumes 39 com a
poesia “Você”, 40 “Falta”, 41 “Má Companhia”
e Eldorado Coletânea de Poemas, Crônicas
e Contos 2008(SP), com a poesia “Paixão
Avassaladora”. Seu mais recente trabalho é
o romance-drama “Zafhira – Quando o amor Não tenho objetivos
acontece”, publicado e distribuído de forma fixos, eu só quero tocar
independente. no íntimo do leitor,
escrevo o que gosto,
então espero que as
pessoas gostem do que
Boa leitura!
eu escrevo”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Uiara Melo - Foi o Luiz quem me Divulga Escritor - Em que mo-
convidou e na hora aceitei. Gosto mento se sentiu preparada para
Divulga Escritor - Escritora Uiara de contribuir para coisas boas. publicar o seu primeiro livro de
Melo é um prazer contarmos com poesia “As várias fases de um
a sua participação no projeto Di- Divulga Escritor - O que mais a amor”?
vulga Escritor, conte-nos o que a encanta no evento? Uiara Melo - Quando eu perce-
motivou a participar do Festival Uiara Melo - A oportunidade de bi que havia produzido textos em
de Literatura organizado pelo es- visibilidade, e também por estar co- quantidade suficiente para publica-
critor Luiz Amato? nhecendo outros escritores. ção, então resolvi fazê-lo.
www.divulgaescritor.com | abr/mai | 2016
77
DIVULGA ESCRITOR

para dividir com os leitores a minha


história.

Divulga Escritor - Conte-nos so-


bre o seu mais recente lançamento
“Sem Sombra”?
Uiara Melo - Escrevi Sem Sombra
Será tudo verdade? no ano passa-
do 2014 na plataforma do Wattpad,
como teve muitos acessos e likes, ti-
rei-o de lá e fui estruturá-lo melhor.
Antes de me focar em algum gênero
eu quero passear por outros, então
estou me possibilitando a escrever
outras coisas e ainda vem novida-
des por aí. Voltando a falar do Sem
Sombra, eu o escrevi diante de esse
furacão literário de lobos e vampi-
ros, que acredito que em 2016 serão
anjos e demônios não vou escrever
sobre anoje e demônios porque te-
nho outros textos para finalizar rsr-
srs. Sem Sombra conta a história
de Fernanda Navarro nascida em
Crostford uma cidade fictícia na
Europa. Ela é uma adolescente em
transição para a fase adulta, passa
por incertezas como qualquer outra
adolescente. Depois de um acon-
tecimento ela se vê entre o céu e o
inferno ao lado do Rafael um es-
tranho que será a sua única opção.
Nenhum dos dois escolheram estar
juntos, mas o destino escolheu por
eles, nada como as coincidências.
Eu como sempre quero trazer os
meus personagens para mais pró-
ximo a nossa realidade, então eu
tento de alguma forma humanizá-
-los, dá-los sentimentos reais, não
são super-heróis. E nessa história
Divulga Escritor - Que temas você ram, o cotidiano a rotina também. de vampiros, lobisomem, mestiços
aborda nesta obra? e humanos, eu abordo a essência de
Uiara Melo - O amor em vários as- Divulga Escritor - Como foi a cada personagem, a luta deles para
pectos. construção dos personagens que serem normais em plena década de
compõe a obra? 80. É um romance-fantasia diferen-
Divulga Escritor - Escritora Uiara, Uiara Melo - Foi tranquilo, comecei te, que traz drama, incertezas, deci-
o que a inspirou a escrever o seu com duas e depois durante o desen- sões, paixões e amor. Não é porque
romance “Zafhira”? volver da história foram entrando eu escrevi este livro não, mas ele
Uiara Melo - Tudo começou com os outros, no último ano de escrita está lindo. Uma leitura gostosa, fá-
um diálogo e depois foi tomando (três anos depois), eu fui realmente cil e rápida.
forma e eis que já tinham 10 pági- estruturar a história e fazer a linha
nas, então respirei fundo e dei vida do tempo. Foi nesse momento que Divulga Escritor - Por que adqui-
a imaginação. As pessoas me inspi- parei de brincar e tomei coragem rir o “Sem Sombra”?

www.divulgaescritor.com | abr/mai | 2016


78
DIVULGA ESCRITOR

al/zafhira.html / Ebook na Amazon


/ PDF na Saraiva Ebook.

Divulga Escritor - Quais os seus


principais objetivos como escri-
tora?
Uiara Melo - Não tenho objetivos
fixos, eu só quero tocar no íntimo
do leitor, escrevo o que gosto, então
espero que as pessoas gostem do
que eu escrevo (rsrsrs).

Divulga Escritor - Como você vê o


mercado literário brasileiro?
Uiara Melo - Muito injusto, e
com custo muito fora do normal.
Não concordo na questão de o
escritor ter pouca remuneração
já que ele foi a peça principal do
produto final.

Divulga Escritor - Pois bem, esta-


mos chegando ao fim da entrevis-
ta. Muito bom conhecer melhor a
escritora Uiara Melo. Agradece-
mos sua participação no projeto
Divulga Escritor. Que mensagem
você deixa para nossos leitores?
Uiara Melo - Tenho, agradeço des-
de já a oportunidade de me deixa-
rem fazer parte da sua biblioteca
pessoal. Espero que goste da leitura,
e vem comigo! Ainda iremos dar
muitas gargalhadas e dividir muitas
lágrimas. Beijos.

Uiara Melo - Por que adquirir o do com muito amor, carinho e suor
Sem Sombra? Oras, porque sim. dessa escritora independente que
Posso escrever páginas e mais pá- vos escreve.
gina em defesa dele para vender o
meu peixe. Mas a única coisa que Divulga Escritor - Onde podemos
digo é que a leitura nos faz viajar, e comprar os seus livros?
nessa viagem onde conduzirei o lei- Uiara Melo - A várias fases de um
tor, ele poderá conhecer um pouco amor – Esgotado, pretendo lan-
da cidade de Marvão em Portugal çar novamente em 2016 Zafhira-
junto com a Fernanda, e ainda ser Quando o amor acontece – Comigo _________________
cúmplice de suas decisões e ações. uiarameloautora@gmail.com Participe do projeto
Tenho certeza que o leitor não irá site da Letra e Versos http://www. Divulga Escritor
se arrepender, o livro foi produzin- letraseversos.com.br/livraria-virtu- www.divulgaescritor.com

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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritora Valéria
Guerra
Valéria Guerra Reiter : atriz, escritora, cantora,
historiadora, autora dos livros: Eu preciso de
um Hulk, Expectativas e contos, Lágrimas e
trópicos sonetos e confetti, todos lançados
em bienais do livro de São Paulo, de 2010
a 2014. Ganhou o prêmio Clarice Lispector,
por sua arte literária (em 2015 – pela editora
comunicação) e o prêmio de melhor contista em
2014, reconhecida pela editora Mágico de OZ.
Artilheira da cultura do Forte de Copacabana...
atualmente ministra aulas de teatro na
Agência BR Sete em Petrópolis, dirige a GGG
Empreendimentos Artísticos. E realmente se
refletirmos um
Boa leitura! pouquinho veremos que
o mistério expectante de
uma narrativa que conta
algo nos oferta um
golpe a cada parágrafo,
o que nos desperta para
a vida.”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) advém da fé no cotidiano, no sobre- mem moderno este gosto. Acho que
natural, na ficção, e na vida. Contar criar é algo excepcional, e criar con-
Escritora Valéria Guerra Reiter, é uma história é algo maravilhoso, tos é divino.
um prazer contarmos com a sua seja ela baseada em fatos, ou não;
participação no projeto Divulga a tradição oral que reunia os povos O que mais a encanta neste estilo
Escritor, conte-nos o que a moti- antigos em torno de uma fogueira de escrita literária?
vou a ter gosto por contos? para ouvir as trajetórias aventurei- Valéria Reiter - Compútus (latim)
Valéria Reiter - O gosto por contos ras de antepassados legou ao Ho- que significa conta, gênero literá-

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DIVULGA ESCRITOR

rio que pode ser breve e fictício, e


que pode trazer à tona personagens
que se entrelaçam, e quase se trans-
formar em uma novela. Como diz
um ator amigo meu: A poesia é um
abraço, e o conto é um soco. E real-
mente se refletirmos um pouquinho
veremos que o mistério expectante
de uma narrativa que conta algo
nos oferta um golpe a cada parágra-
fo, o que nos desperta para a vida.

Em que momento se sentiu prepa-


rada para publicar o seu livro “Ex-
pectativas e Contos”?
Valéria Reiter - Depois que lancei
“Eu preciso de um Hulk” na Bienal
do Livro de 2010, em São Paulo,
livro que se constitui de uma mis-
celânea de contos, poesias, sonetos,
e outros gêneros, eu pensei que o
próximo seria constituído por con-
tos, e contos que expressassem o in-
quietante mundo das expectativas
– Aí nasceu “Expectativas e Con-
tos” livro que narra as mudanças, as
surpresas e as angústias de pessoas e
rotinas alteradas ou não...

Que temas são abordados nos tex-


tos que compõem a obra?
Valéria Reiter - Por exemplo, Char-
les é um fisiculturista natural, não
usa sintéticos para ficar forte, pelo
contrário ele é alguém que não tem
vícios, e tem um objetivo : Criar
músculos à la Atlas; fã do ator Lou
Ferrigno (Incrível Hulk dos anos
1980) este herói brasileiro não gosta
nem um pouco de ser interrompi-
do quando está na Academia...Já a
pintora e educadora física Ângela
desiste de casar com Ricardo – um
bom vivant e burguês às portas do
matrimônio, e troca uma vida de
carioca da Barra da Tijuca por um
confim nordestino, onde poderá
através de um projeto social fazer o
bem; E Carlos Sá que expecta seus
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DIVULGA ESCRITOR

cem anos que estão chegando, ama cia de viver me ofereceu através da
seus filhos, netos e bisnetos, porém jornada da existência; ah já ia me
diz que ser velho ou ser novo, é só esquecendo de mais um hobbies:
uma questão de alma... Cantar.

A quem você indica a leitura de Pois bem, estamos chegando ao


“Expectativas e Contos”? fim da entrevista. Muito bom co-
Valéria Reiter - Indicar uma leitu- nhecer melhor o livro “Expecta-
ra como o livro de contos “Expec- tivas e Contos” da autora Valéria
tativas e Contos” é viajar no tempo, Guerra Reiter. Agradecemos sua
pois os vinte e um contos delinea- participação no projeto Divulga
dos neste compêndio merecem ser Escritor. Que mensagem você dei-
lidos por um público variado: Des- xa para nossos leitores?
de pré-adolescentes até seres huma- Valéria Reiter - Deixo três pen-
nos com mais de cem anos. samentos meus que estão no site:
www.pensador.uol.com.br
Como foi a escolha do Titulo? “A vida é um desenho, não morra
Valéria Reiter - Foi sob forte expec- como um rascunho”
tativa de sucesso. “A fé é a razão de quem espera mais
da vida...” “...Tempo é documento...”
Onde podemos comprar o seu li- Contatos com a autora: Escri-
vro? tordeluz@hotmail.com - Va-
Valéria Reiter - O livro foi lançado leriaguerra.357@facebook.com
na Bienal de São Paulo, em 2012, e - Actresspoetry@instagram.com
foi para os sites: www.lpbooks.com - https://www.facebook.com/
e www.livrariacultura.com , assim ExpectativasEContos/?fref=ts
como existem exemplares com o
autor, basta entrar em contato com
escritordeluz@hotmail.com, vale-
riaguerra.357@facebook.com ou
pelo blog www.guerrahulk.blogs-
pot.com.br

Quais os seus principais objetivos


como escritora?
Valéria Reiter - Revolucionar o
Brasil, trazer novos horizontes para
uma geração que está à deriva no
barco embriagado da mesmice cul-
tural, ou seja, tornar o hábito mile-
nar da leitura um direito sagrado,
uma norma, e não uma exceção no
underground da Cultura.

Quais os principais hobbies da au-


tora Valéria Guerra Reiter?
_________________
Valéria Reiter - Escrever, atuar,
Participe do projeto
viajar, e sobretudo socializar com Divulga Escritor
o próximo aquilo que a experiên- www.divulgaescritor.com
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DIVULGA ESCRITOR

Escritor Anchieta Antunes

Participação especial
...queria só mais uma semana
...para amar minha mãe um na fronte coroada de atenções, de expectativa do próximo domingo.
pouquinho mais... para fazer- sensibilidade, cuidados, de zelo Queria com ela desfrutar da
lhe carinhos, passar a mão em pela família; queria dar-lhe um alegria de comer algodão doce
seus cabelos brancos, beijar suas grande abraço filial e receber o e brindar nossos olfatos com a
bochechas. troco em abraço maternal. Queria fragrância dos canteiros de rosas
Queria um pouco mais de acariciar seus braços gordinhos daquela praça encantada. Aquelas
tempo em sua companhia para e dar um carinhoso beliscão nas tardes tinham o néctar do enlevo da
aprender a ser um homem de bem, suas papadas. Queria vê-la sorrir cumplicidade de mãe e filho glabro.
com atitudes retas, com o caráter novamente, a gargalhada do Para mim, aqueles momentos,
formado. prazer da vida na companhia dos eram sempre melhores que uma
Queria me embevecer com filhos criados e educados, prontos tarde no circo. A saudade é opaca
seu sorriso santo, beijar suas mãos para encarar a selva de pedras. porque não tem textura.
gordinhas e sentir o carinho de seus Queria vê-la sorrir a certeza Queria só mais uma semana
cuidados; beber na sua fonte de do dever cumprido, da tarefa para amar, “desesperadamente” a
tolerância, sentir o cheiro do círio realizada com louvor. Queria ir minha mãe que está, desde os meus
de sua esperança, que nunca se com ela fazer a feira do sábado, 17 anos, na companhia de Deus.
apagou. provendo o lar de suas necessidades
Queria só mais uma semana praticas. Ela que “arengava” com
para dedicar todo o meu amor à todos os fregueses por um preço
minha santa mãezinha, minha mãe melhor, presa aos cuidados de um
que tanto me amou, me cuidou, orçamento domestico compatível
pensou minhas feridas de corpo e com os ganhos dos filhos que
alma, velou meu sono agitado por trabalhavam de sol a sol.
pesadelos de estripulias juvenis. Queria sair com ela, de mãos
Queria poder dizer que nunca dadas, para passear na praça e
lhe esqueci, que rezo por ela todas escutar a “retreta” da Banda de
as noites, que peço a Deus que a Musica da Policia Militar, quando
tenha sob seus cuidados, que não a se apresentava no coreto aos
deixe sofrer, que seja sempre amada domingos. Momentos em que ela
por todos os anjos. Queria pedir a cobria sua fisionomia de candura
Deus o perdão de minha saudade, e deleite com o ritmo dos acordes
contra a qual não tenho forças para marciais. Não saía daquela posição
lutar. até que o ultimo som invadisse
Queria só mais um segundo seu momento de puro prazer, e
para presentear-lhe um grande beijo já começava a beber na taça da

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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritora Vanessa
Arruda
Vanessa Arruda é compositora
e escritora, escreve artigos.
Estudou em Itupeva e na
faculdade de pedagogia em
Indaiatuba.

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) “Eu x Eu O Pensamento Inimigo”? Que temas são abordados nesta
Vanessa Arruda - Olá, igualmente, obra?
eu nunca pensei em escrever um li- Vanessa Arruda - Os temas abor-
Escritora Vanessa Arruda é um vro, mas um dia me veio um email dados são os pensamentos e as
prazer contarmos com a sua par- marketing de uma famosa livraria emoções das pessoas em forma de
ticipação no projeto Divulga Es- dizendo se eu já havia pensado em poesia.
critor, conte-nos em que momen- fazer um ebook a partir daí eu
to pensou em escrever o seu livro pensei e comecei o livro. Qual a mensagem que você quer

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DIVULGA ESCRITOR

transmitir ao leitor através dos


textos poéticos apresentados em
“Eu x Eu O Pensamento Inimigo”?
Vanessa Arruda - O que eu mais
quero mostrar é que em tudo há so-
lução e pode ser resolvido, os nos-
sos problemas, os nossos medos, as
nossas incertezas.

Como foi a escolha do Título?


Vanessa Arruda - Escolhi este ti-
tulo por que sei que deixamos de
fazer muitas coisas por causa dos
nossos pensamentos negativos, ele
bloqueia nossas ações e tudo come-
ça a partir dos pensamento e se eles
forem ruins eles se tornam nosso
inimigo.

O que mais a encanta nesta obra


literária?
Vanessa Arruda - O encantar deste
livro é que ele diz sobre o que to-
dos sentem e que ele possa ajudar
as pessoas de alguma forma e que
eles possam gostar das poesias tirar
algum proveito delas.

Onde podemos comprar o seu li-


vro?
Vanessa Arruda - Ele está dispo-
nível em várias livrarias, Cultura,
Perse, Travessa ,Saraiva, Folha e
outras. http://www.livrariacultura.
com.br/p/eu-x-eu-o-pensamento-
-inimigo-42962608

Quais seus objetivos como escri-


tora? Que mensagem você deixa para
Vanessa Arruda - Eu quero escre- nossos leitores?
ver outro livros e quero que ele seja Vanessa Arruda - Muito obrigada
vendido mundialmente. e felicidades, que leiam o livro e
que ele ajude vocês em algum mo-
Quais os principais hobbies a au- mento de turbulência. Site do livro:
tora Vanessa Arruda? http://jogolegal22.wix.com/euxeu
Vanessa Arruda - Adoro estar com http://www.livrariacultura.com.
minha família, gosto muito de ouvir br/p/eu-x-eu-o-pensamento-inimi-
música e claro ler livros. go-42962608

Pois bem, estamos chegando ao


fim da entrevista. Muito bom co- _________________
nhecer melhor a escritora Vanessa Participe do projeto
Arruda. Agradecemos sua partici- Divulga Escritor
pação no projeto Divulga Escritor. www.divulgaescritor.com

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Escritora Helena Santos

Participação especial

MÃE
Mãe…
Sou eu
És tu
Somos nós
Não é quem pariu e sentiu dor…
É quem aconchega e dá calor
É quem acolhe o que não gerou
e por ele morre, por amor
É quem por mais que se sinta perdi- SURPRESA
da,
do filho não abre mão
É sentimento, emoção
não é sangue, direito, nem posse
É quem tem coração Uma lua de algodão
pronto para qualquer situação Num sonho de magia
mesmo que doa, mesmo que perca o Veio cair na minha mão
chão E engravidou-me de alegria
Mas o amor, esse, não perde, não! Tal era a boa energia
Mãe… Perdida em tamanha euforia
Sou eu Nem me lembrei que ela
És tu Era mensageira da paixão
Somos nós Enviada pelo meu amor
Que amamos os filhos de prontidão E foi por pouco que não perdi
sem precisar razão O beijo louco que para mim trazia
É quem para além de dar vida Presente do dono do meu coração!
dá a vida pelo filho, sem se questio-
nar
Ser Mãe, é simplesmente Amar!

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DIVULGA ESCRITOR

ENTREVISTA

Escritor Manuel Amaro


Manuel Amaro Mendonça é licenciado em Engenharia de
Sistemas Multimédia pelo Instituto Superior de Línguas
e Administração de Gaia e trabalha como técnico
especialista numa empresa de serviços informáticos
com cobertura mundial. Nasceu em Portugal, na cidade
de São Mamede de Infesta em Janeiro de 1965, é
casado e reside no concelho de Matosinhos.
É o autor do livro “Terras de Xisto e Outras Histórias”
publicado pela CreateSpace e distribuído pela Amazon.
Tem participações com contos de sua autoria em várias
coletâneas:
“Luís e Isabel” selecionado para “Quando o Amor é
Cego” da Papel D’Arroz Editora
“Tudo por Amor” selecionado para a coletânea “A Bíblia
dos Pecadores”, da Editora Suigeneris Os eventos que
esperam o leitor,
“Prioridades” selecionado para a coletânea
naquela aldeia nas
“Obsessões” da Editora Lua de Marfim
margens do rio Douro,
Foi agraciado com o terceiro prémio no 6º Concurso sem dúvida que
Literário Papel D’Arroz Editora com o conto “Tudo em farão verter muitas
Jogo” que será também incluído na coletânea “O Poder “Lágrimas no Rio.”
do Vicio”

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC) uma honra fazer parte deste proje- de um romance; caímos diretamen-
to que traz visibilidade aos autores te sobre a ação sem ter que estar a
Escritor Manuel Amaro Mendon- e escritores menos conhecidos e faz contar todos os meandros que le-
ça, é um prazer contarmos com a a homenagem aos livros e à palavra varam o protagonista àquele ponto.
sua participação no projeto Divul- escrita, tantas vezes desprezados. Tudo se passa muito depressa e, a
ga Escritor, conte-nos o que o mo- Os contos são histórias curtas mas maior parte das vezes, num curto
tivou a ter gosto por contos? cheias de intensidade. Muitas vezes espaço de tempo. São essas duas
Manuel Amaro - É um prazer e não é mais do que uma cena intensa coisas que me dão muito prazer na
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DIVULGA ESCRITOR

sua escrita, a velocidade suas armas, psicológicas


e a intensidade. Desde o ou não, para ultrapassar
inicio de 2015 já partici- as situações. Se em “Terras
pei em diversas coletâneas de Xisto”, uma submissa
onde os meus contos têm mulher criada e educada
sido sempre selecionados. para servir, vê-se vítima
das arbitrariedades de um
Em que momento pen- fidalgo e tem as rédeas dos
sou em publicar o seu acontecimentos que a su-
livro “Terras de Xistos e focam. Em “Traição I” um
Outras Histórias”? homem que ama “demais”
Manuel Amaro - Já escre- uma mulher (se é que isso
vo há alguns anos, embora é possível) sabe que ela o
de forma desorganizada, trai mas finge não ver, por-
ou seja, não guardava os que ela era feliz. Digamos
escritos, eram basicamen- que cada uma das treze
te poemas dispersos e uma histórias que compõem
ou outra história escrita a este livro são uma lição,
pensar em situações reais. ou um espelho, onde os
Andavam espalhados por leitores poderão reconhe-
todos os lados, até que cer algumas das suas pró-
acabava por os deitar fora. prias histórias. Não posso
Um disparate. Foi nos úl- deixar de parafrasear par-
timos meses de 2014 que cialmente o comentário de
me decidi a dedicar uma um leitor, que muito prezo
atenção mais séria à escri- e que me emocionou bas-
ta e comecei a ler o que di- tante; “Sente-se uma ideia
ziam os escritores, autores transversal a todos os con-
e entusiastas sobre a maté- tos, que se traduz no facto
ria. Em janeiro decidi-me; de não existirem verdades
vou publicar um livro! absolutas mas muitas ver-
Comecei a reunir alguns dades: uma (ou mais) para
dos trabalhos antigos (o conto mais desenrolou-se na minha cabeça cada individuo. Faz-nos recordar
antigo de “Terras de Xisto e Outras como se de um filme se tratasse e eu que entre o preto e branco há uma
Histórias” intitula-se “Ciúme” e é de apreciei-o como tal. Não havia por- variedade infinita de cinzentos. E tu
2005) fiz-lhes umas revisões e co- tanto muito que escolher, o livro ti- descreves muito bem esses cinzen-
mecei a produzir novos trabalhos. nha que ter o nome do conto que eu tos a que normalmente não se dá
No dia 31 de julho de 2015, premi mais gostava, o problema é que os tanta atenção. “
a tecla “publique-se” e três sema- outros não tinham nada a ver com
nas mais tarde tinha os primeiros o tema nem com o ambiente e tive O que mais o encanta em “Terras
exemplares nas mãos. que lhe acrescentar “Outras Histó- de Xistos e Outras Histórias”?
rias” e, modéstia à parte, acho que Manuel Amaro - Este livro vai ser
Como foi a escolha do Título? ficou bem. sempre “o meu livro”, não há amor
Manuel Amaro - O título vem do como o primeiro, não é o que di-
primeiro conto; “Terras de Xisto”. Qual a mensagem que o autor zem? Foi um projeto totalmente
É o meu preferido, gosto de todos quer transmitir ao leitor através “amador”, da escrita, à revisão pas-
os outros, como é óbvio, de outra dos textos que compõe a obra? sando pela capa e a distribuição.
forma não os escreveria, mas aque- Manuel Amaro - Não há apenas Não quer dizer que o próximo tam-
la história foi a “menina dos meus uma mensagem neste livro. Ele é bém não o seja, mas será um ama-
olhos”. Durante semanas os meus composto por várias histórias que dor com novos “truques” e sempre
olhos e os meus sonhos estiveram cada uma delas é uma narrativa de com os olhos cheios do brilho de
inundados das paisagens transmon- eventos traumáticos onde os per- novas histórias. Rever os contos an-
tanas, das aldeias e das gentes, que sonagens tiveram que “dobrar para tigos que incluí neste livro e reviver
eu tanto aprecio. E aquela história não quebrar” e servir-se de todas as os sentimentos que estavam asso-

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DIVULGA ESCRITOR

ciados a algumas dessas histórias “Gosto” ou “Curtir” na página para


foi uma experiência poderosa. As- serem notificados das novidades
sim como foi poderoso o apoio dos que entretanto irão aparecer.
meus amigos e familiares que leram
muitos destes contos e da minha Quais os principais hobbies do au-
inestimável amiga Alcídia Amorim tor Manuel Amaro Mendonça?
que fez o trabalho de revisão de es- Manuel Amaro - Para além de es-
crita e me ajudou a corrigir tantos crever? A escrita e todo o trabalho
dos meus erros. associado de consulta e planeamen-
to já me tomam muito tempo, mas
Onde podemos comprar o seu li- gosto também de fotografia, de for-
vro? ma completamente livre, claro, sem
Manuel Amaro - A distribuição essas coisas de máquinas “xpto”
do livro está a ser feita pela Ama- e regulações de luz e isso. Gosto
zon através dos seus sites no mundo também de caminhar na natureza e
inteiro http://www.amazon.com ou infelizmente não o faço com a fre-
http://www.amazon.eu ou eu mes- quencia que gostaria.
mo posso entregar por correio com
portes gratuitos para todo o territó- Pois bem, estamos chegando ao
rio português através de encomen- fim da entrevista. Muito bom co-
das em http://manuelamaro.wix. nhecer melhor o escritor Manuel
com/terrasdexisto#!encomenda/ Amaro Mendonça. Agradecemos
j4ko6 ou diretamente para o mail sua participação no projeto Divul-
mailto:amaro.autor@gmail.com ga Escritor. Que mensagem você
Não deixem de vistar o site do livro deixa para nossos leitores?
em http://manuelamaro.wix.com/ Manuel Amaro - Desejo que não
terrasdexisto e ver o vídeo promo- deixem de ler, nunca! Que conti-
cional em https://www.youtube. nuem a maravilhar-se com as histó-
com/watch?v=2PobBq2HNRw rias que eu e todos os autores lusó-
fonos escrevemos. Comprem livros!
Soube que temos livro no prelo, Ler na internet é bom para uma ou
conte-nos um pouco sobre seu outra pequena história, para ima-
novo livro. gens e revistas, mas ter um livro nas
Manuel Amaro - O título será “Lá- mãos é uma experiência única que
grimas no Rio”. Uma vez mais, vou nos permite mergulhar em mundos
levar o leitor a ver pelos meus olhos criados propositadamente para nós.
as terras transmontanas e a sofrer Comprem livros escritos em portu-
com os seus protagonistas. Aveli- guês, leiam muito e não deixem de
no Montenegro é o personagem criticar e dar a vossa opinião, boa
principal desta história e é um rico ou má, é ela que nos faz crescer.
proprietário mas, ao contrário do Contatos do autor: http://manue-
André Samões de “Terras de Xisto”, lamaro.wix.com/autor (Inclui blog
não é um déspota. Os eventos que com contos) mailto:amaro.autor@
esperam o leitor, naquela aldeia nas gmail.com
margens do rio Douro, sem dúvida
que farão verter muitas “Lágrimas
no Rio”. Terão que ter paciência e
esperar mais um pouco… talvez no
final de março já esteja à venda. En-
tretanto, como “aperitivo” podem ir
seguindo a sequência de slides que
_________________
está a ser publicada semanalmente Participe do projeto
no Facebook em https://www.face- Divulga Escritor
book.com/LagrimasNoRio/ façam www.divulgaescritor.com

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Por Amy Dine

POETAS POVEIROS

...e chegou enfim o tão ansiado dia 19 de Março! A casa estava cheia e o programa do Mar à Tona
decorreu lindamente. Uma vez mais foi um verdadeiro exito. Deixo-vos um artigo e algumas fotos de um
Jornal da Póvoa que em algumas linhas descreve o evento.

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DIVULGA ESCRITOR

Resenha Divulga Escritor


Por Alexandra
Vieira de Almeida
Doutora em
Literatura Comparada

Livro: Alameda
Autor: Astrid Cabral

A morte e seus mistér


com a autora Astrid C
Tenho um livro de contos à te, que como deusa destruía tudo ultrapassar a morte, seu limite or-
mão ou seria melhor uma obra o que nos era amado e conhecido. gânico e necessário. O objetivo aqui
de cantos? Os textos de Alameda Aqui, em Astrid a memória vegetal é essencializar a vida, já que esta é
constroem o rico jogo textual com da morte, suas reminiscências vis- obscurecida pela morte. Os cantos
a morte. A face do ser percorren- lumbram o que era pleno e habita- ou contos deste livro espetacular são
do os labirintos da vegetação, suas do pelos cantos líricos das plantas, forças vegetais que buscam o con-
emoções, medos, receios, frente de seu mundo belo e poetizado, um solo da perenidade que a literatura
aos limites do mundo à sua volta Paraíso longínquo a servir de mora- pode proporcionar. Nos versos de
ou às próprias desditas do homem, da para este reino vegetal: “Muda- Dickinson, temos: “Não nos atraem
que corta como lâmina o brilho da ria em definitivo para o jardim do os Enigmas/Que pouco nos escon-
natureza. Cultura e natureza, ser e VERDE ETERNO, onde encontra- dem - /Nenhuma coisa está mais
vegetação, os mundos que se inter- ria, na alameda condigna à sua es- morta/Que a surpresa de Ontem
calam, sem se saber quem ou o quê pécie, um canteiro perpétuo”. –“ As plantas querem sobrepujar o
fala, a humanidade ou a natura. A O canto dos vegetais é um per- inelutável destino que lhes compe-
simbiose homem/natureza nos ser- curso, um diário de suas lamenta- te através desta memória de outras
ve para adentrar o universo dos li- ções, que mescla a voz do narrador eras, que está inscrita nas suas for-
mites. Emily Dickinson era mestra ao da natureza, é uma tentativa de mas. É triste o canto destas espécies
na arte de discursar sobre a mor-
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DIVULGA ESCRITOR

como caminho para a eternidade, à vegetação sempre presente na es-


um percurso para a imagem salví- crita, os papéis acorrentados de luto
fica de algo que enfraquece as bor- e introspecção.
das e círculos do vazio, a morte. A A malha fina e sensorial deste
literatura serve como desafio a esta livro fenomenal percorre as veias
vida eterna. É pela linguagem, por líricas das plantas e seu univer-
seu canto lírico que o universo dos so particular, criando a unidade e
vegetais aqui em Astrid percebe que semelhança entre ser e natureza,
esta perenidade não é necessária e os mesmos ciclos de vida, morte e
é só uma utopia desmentida pelos renovação: “No prato, as sementes
lindos cantos em prosa desta mo- velam pela laranja desaparecida e se
numental obra de louvor à nature- prometem em vão repeti-la dentro
za, Alameda. No magnífico livro em breve”. Resta aos homens e aos
“De Orfeu e de Perséfone – Morte vegetais se aqueceram neste fogo do
e Literatura”, organizado por Lélia renascimento, que retarda a morte
Parreira Duarte, temos no texto de e a memória, o limite que a própria
apresentação da organizadora uma vida em sua multiplicidade impõe.
reflexão sobre a morte e a literatu- A escrita é uma forma de salvação,
ra, como se aquela fosse necessária de renovação que a excelente As-
para a construção do imaginário trid Cabral nos ensina, nós leitores
poético: “Sendo realização do que e apreciadores de uma das obras de
é impossível experienciar, ela se contos mais belas que este Brasil já
localiza num espaço que é como o viu. Um livro que pertence ao canto
do rumor que precede as palavras órfico da superação da morte a par-
e que se encontra em seus interstí- tir da linguagem e da necessidade

rios
cios: é deserto e exílio fora da terra daquela ao seu esvaziamento e sen-
prometida, errância, algo sempre tido. Nesta terceira edição de 2014
por vir.” pela Ibis Libris, o livro Alameda,
Percorrer os labirintos do uni- que foi lançado originalmente em
verso vegetal parece-nos a sabe- 1963, ganha novo corpo com uma

Cabrals
doria de uma voz que não se quer capa belíssima, orelha de Fausto
calar. Apesar da imobilidade e inér- Cunha, apresentação da prima da
cia deste mundo, como a escritora autora, Leyla Leong, que é tocante
várias vezes salienta, é a mobilidade e bela, e análise crítica do saudoso
do mundo que o cerca que lhe dá o Antônio Paulo Graça. Este corpo
dinamismo necessário para suas re- teórico maravilhoso percorre os
voluções, transformações e altera- fios das palavras de Astrid e insti-
ções, conduzindo a todos aos ciclos gam à leitura desta obra fascinante
como é triste a dor do ser em despir- da vida e da morte. O homem altera pelo corpo dilacerado dos vegetais.
-se da vida para conquistar a morte o fluxo da natureza a partir de sua
– seu medo mais apavorante. Um cultura, mas a natura responde com Link para compra do livro:
vaso que cai com a planta ou a en- sua beleza e cânticos não trans- http://ibislibris.loja2.com.
xurrada das águas ou o vento, a pi- cendentais, mas mais do que ima- br/4757639-ALAMEDA
sada dos homens levam os vegetais nentes. Aqui, neste livro de contos
para este limite que é uma agressivi- excepcional, temos o universo da Mais informações sobre a autora:
dade à sua memória do futuro, um vegetação como resposta à agressi- http://malabarismospoeticos.blo-
devir para a perenidade, que por vidade do homem, a delicadeza do gspot.com.br/2016/03/a-brilhante-
estar além, apresenta-se aqui como vegetal se mostra como chuva, lágri- -escritora-do-brasil-astrid.html
uma utopia vegetal como são todas ma que percorre os olhos dos seres,
as utopias do homem, fadadas ao a compreensão, dor e sofrimento de
fracasso. Esta palavra, fracasso é o seu limite e da morte, que certeira
que define este universo frondoso transmuta tudo em vida artística, o
das flores, árvores, plantas e todas belo no homem e na natureza, que
as espécies do mundo vegetal. aqui é transcrito a partir de belíssi-
O título “Alameda” se oferece mos contos de Astrid Cabral, cantos
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LIVROS EM FOCO | AUTOR FRANCISCO EVANDRO |

O Autor tas, da Academia de Letras e artes


Francisco Evandro é Oficial da de Fortaleza-CE ( ALAF ), Prêmio
reserva do Exército, professor de Daimants Arts And Education–Vi-
Matemática e Física com Pós - gra- êna Áustria.
duação em Instrumentação para o Recebeu medalha D’argeant
ensino da matemática, Pós-Gradua- ofertada pela Academie Du Mérite
ção em Psicopedagogia, Especializa- et Dévolumente de Paris – França.2,
do em Planejamento Educacional e Diploma e medalha ofertada pela
especializado em Medidas de Acele- Divine Academie Française des
ração de Aprendizado. Arts Lettres et Culture sendo eleva-
Autor dos livros: Momentos do a membro D’Honneur, recebeu
Poéticos / Reflexões do Amanhã /A também, medalha do Mérito Cul-
Voz do Coração / Costumeira Ca- tural “Austragésimo de Athaíde”, a
minhada – Contos e Poesias /Mãe qual lhe foi ofertada pela Academia
Ana, a filha de Xangô / Convivên- de Letras e Artes de Paranapuan-
cias / O galo de Bombaim / Conver- -RJ, por sua contribuição a cultura
sas de Botequim/ Pérolas Nascentes nacional. Recebeu em Itabira-MG,
/ Destinos que se Tocam / O Canto em 4 de Agosto de 2012, o Troféu
da Mãe da Lua / A Valsa dos Versos Carlos Drumond de Andrade, por
/ Folhas ao Vento/ L’amores Dècalé. ter sido destaque literário nacional.
Recebeu várias premiações e O autor esta desenvolvendo no-
condecorações, das quais pode- vos trabalhos literários, que serão
mos citar: Medalha e diploma Luiz apresentados ao público leitor de
Vaz de Camões, autor destaque da acordo com as publicações realizadas.
Literarte, membro da Associação Site do autor http://www.fran-
Internacional de Escritores e Artis- ciscofarick.com/

O Galo de Bombaim surpreende


leitor com questionários sobre os
contos ao término do livro
O Galo de Bombaim um belíssimo livro, uma das pérolas escri-
ta, é um livro infanto-juvenil embasado em parábolas de linguagem
lúdica e inventiva, apresentando contos imaginativos destinados ao
público interessado em histórias de paladar atraente.
O livro através de suas páginas nos leva a caminho do devaneio
com extraordinária propriedade e adequação. Um livro agradável à
todos os gostos e idades e quem o ler mergulhará em um mar de qui-
meras e ilusões e principalmente ficará maravilhada com as gravuras
não longo de suas páginas.
O diferencial deste livro são as gravuras e os ensinamentos através
de suas belíssimas histórias e ao final de cada conto, o leitor terá um
glossário sobre as principais palavras e ao término do livro uma ques-
tionário sobre todos os contos.

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DIVULGA ESCRITOR

Do autor Francisco Evandro,


“Destinos que se tocam”, é
premiado, e se torna referência
Internacional
Livro premiado pela Accademia Interzionali II Convivio Sicilia-
-Itália, como melhor livro de romance estrangeiro de 2009 em concur-
so realizado por aquela academia. O livro é um divisor de água, por que
o leitor mergulhará em inúmeras histórias de personagens que cruzam a
vida dos protagonistas. A construção de cada um deles e suas experiências
vivenciadas demandam sua atenção ao não-linear e sensibilidade para a
percepção das metáforas (a linguagem figurada utilizada para narrar o ato
sexual). A mensagem é transmitida através do relato de cada história como
uma obra ficcional ou realista e cabe o leitor descobrir.

“A escolhida” do autor Francisco Evandro

Lisa Mara Desiré acorda no de Capella e por causa disso, a Po-


dia de sua 16ª primavera e segui- lícia Federal entra em ação e tem
damente fatos irão acontecendo também seu delegado abduzido,
desde um simples copo de suco de porque ele zombou das ordens da-
uva cair em sua calça jeans, nova, das pelo dirigente máximo de Ca-
a chegada de seus dias de verão, pella, e em sua volta à Terra é dado
e sua primeira viagem à Capella como louco. Em Capella Lisa Mara
contra sua vontade e os fatos vão se vem a conhecer uma Matemática
sucedendo continuadamente sem brilhante de nome Nadjane, a qual
que ela possa intervir a seu favor. também fora forçada a ir para Ca-
Torna-se uma pessoa especial em pella por outros motivos, ela estava
Capella, porque o líder máximo a em fase de término de projeto so-
deseja como consorte, enquanto bre supercondutores e tal fato veio
na Terra ela se torna obrigada a a despertar a cobiça dos poderosos
depor na Polícia Federal, por conta da máfia japonesa e eles desejavam
do desaparecimento de jovens es- roubar esse projeto e matá-la e a se-
colhidas para renovar a povoação gue o drama...

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LIVROS EM FOCO | AUTORA LOLA PRATA |

Em livro, Curso de
Técnicas Poéticas
com a autora Lóla
Prata

Sobre a autora
Lóla Prata, nome literário de MARIA
DE LOURDES PRATA GARCIA, santis-
ta, mora em Bragança Paulista SP desde
1974 e, na Cidade Poesia, dedica-se à
literatura. Fundadora da ASES –Associa-
ção de Escritores- Presidenta da seção da
União Brasileira de Trovadores -UBT-,
correspondente da Academia Feminina
de Letras de Jundiaí SP, da Academia
Feminina de Ciências, Letras e Artes de
Santos SP, Academia Pontagrossense de
Letras de Ponta Grossa PR, Academia
de Letras e Artes de Caldas Novas GO,
entre outras agremiações literárias.
Dezoito livros publicados em papel,
sendo 1 Dicionário de Rimas ARRIMO
(cadeira 35 da Academia Internacional
de Lexicografia) e E EU SEI FAZER
VERSOS?, ensino de estruturas poéti-
cas.
Comendadora Municipal por serviços
prestados à Cultura.
Homenagem da Câmara Municipal em
2008.
Consulesa Honorífica pela Real Acade-
E EU SEI FAZER VERSOS? mia de Letras de Porto Alegre RS.
Três livros impressos e comercializados
Curso de esquemas poéticos, apresentando pouco mais de 70 com a LiteraCidade, editora de Belém
técnicas clássicas, medievais, modernas e pós-modernas, brasilei- PA.
ras e estrangeiras, de elaboração de poemas. Quinze dos livros, são e-books no for-
Na 2ª parte, vocabulário relativo às peculiaridades gramaticais mato Kindle, autopublicados na loja da
que orientam a perfeita contagem métrica dos versos, assim como Amazon para serem lidos em qualquer
definem estruturas (Acróstico, Diacróstico, Teléstico, Breve, Lime- suporte eletrônico.
rique, Leonino, Parlenda, Nênia, Soneto, Ex-Libris, Trevo, Triver- Site da autora:
sos, Xácara, etc.) para confecção de trabalhos literários tanto em http://www.lolaprata.com.br/novo/E-
verso como em prosa. -EU-SEI-FAZER-VERSOS-.php
Tem por objetivo o aprimoramento dos poetas na nobre arte Email contato:
de versejar. lola@pratagarcia.com
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LIVROS EM FOCO | AUTORA LÚCIA GONÇALVES |

Livro “O Monte das Tílias”


“O Monte das Tílias” é a verdadeira história de
amor, com os enleios e encruzilhadas que marcam
a vida quotidiana. Onde a esperança de que a felici-
dade pode ser alcançada se torna o objetivo basilar
do enredo.
Ao leitor é exigido ler com os cinco sentidos,
“arquitetando” os aromas, as cores, os cheiros, o pa-
ladar, os cenários de um Alentejo verdadeiramente
sedutor, devido à forma emotiva como cada detalhe
é descrito.
Os momentos íntimos, não chocando, são ou-
sados e arrebatadores. A descoberta da intimidade é
romântica, detalhada e muito, muito feminina.
A narrativa surge como uma ousada combina-
ção entre a veracidade do contexto e a ficção do en-
redo, enriquecida pelo suspense dos mistérios que
rodeiam a vida das personagens de Amélia e João
Morgado e a luta para punir os vilões. Sobre a autora
Uma história de amor, uma viagem no tempo, Lúcia Mª Lopes Gonçalves, nascida em Luanda,
um policial, um roteiro pelas tradições alentejanas. vem viver com a família para Portalegre (Portugal)
em 1981. Formou-se como Professora do 1º Ci-
clo do Ensino Básico em 1994 na Escola Superior
de Educação de Portalegre. Completou a forma-
ção académica ao frequentar o Complemento de
Formação com especialização em Língua Portu-
guesa em 2006 na Universidade Aberta. Em 2010
especializa-se com o grau de Mestre na Universida-
de de Évora no Curso de Administração e Gestão
Escolar. Antes de iniciar os seus estudos superiores
trabalhou como jornalista do Jornal / Rádio Fonte
Nova e na Rádio Portalegre. Atualmente concilia a
profissão docente com a de Presidente da Direção
da Associação Juvenil para o Desenvolvimento Co-
munitário da Ribeira de Nisa, secretária da Assem-
bleia de Freguesia de Carreiras e Ribeira de Nisa,
membro do Conselho Municipal da Juventude e
do Conselho Municipal da Educação da Câmara
Municipal de Portalegre, colaboradora do Jornal
Alto Alentejo e de Juíza Social. Na área da escrita o
que mais ambiciona é deleitar os leitores com a sua
escrita. Que ela proporcione momentos aprazíveis
nos quatro cantos do mundo.
Página da colunista no Facebook
https://www.facebook.com/lucia.papafina
Blog - http://prazeres-do-livro.blogspot.pt/

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LIVROS EM FOCO | AUTORA NEYD MONTINGELLI |

Livro: “A culpa
da paixão”
Em Barretos/SP, uma jovem apaixona-se por um ban-
dido procurado. A família tradicional da cidade e seu pai
policial fazem de tudo para separá-los, mas não conseguem.
A paixão da moça e a obsessão do meliante, fazem com que
todo o esforço da família seja em vão. Pensando em prote-
ger sua família, Anely some e resolve tratar dos seus pro-
blemas amorosos em Curitiba/Pr, longe de todos, inclusive
do namorado. Quase um ano depois, o seu retorno culmina
em um confronto com bandidos e policiais dentro da sala
de parto onde a sua irmã está dando à luz. Muitas mortes e
feridos e a jovem acaba presa. A vida de um dos bebês que
nasceram naquela sala será marcada por surpresas impres- A autora
sionantes. Depois de 30 anos será que os erros serão repa- Neyd Montingelli, nasceu em Curitiba
rados? Quem pode matar o passado? é casada e tem 4 filhas. Tem Formação em
Psicologia, Nutrição, Processamento de
alimentos e Laticínios. É aposentada pela
Caixa Econômica Federal. Tem 12 livros
publicados e participa em 62 antologias.
Foi premiada em concursos literários de
contos, crônicas e poesias. Membro da
ALUBRA e ALB/Araraquara, do Núcleo de
Letras e Artes de Buenos Aires e de Lisboa,
da Academia ALMAS de Salvador/Ba, do
Centro de Letras do Paraná e da Embaixada
da Poesia. Recebeu troféu Cecília Meireles
e Federico Garcia Lorca; Medalha Monteiro
Lobato; Medalha Melhores Poetas da
Magico de Oz, Troféu Melhores Cronistas,
Certificado de Responsabilidade Cultural
Semeador de Livros e Amigos da Juruá
Editora e o Certificado de Responsabilidade
Cultural do Instituto Memória Piá Bom de
História. O livro Cavalos e contos recebeu
o prêmio de melhor livro de contos pela
Literarte.
Escreve todos os dias e em seus textos e
poesias, gosta de inserir episódios divertidos,
dramáticos, reais ou não, e principalmente
inusitados. A família é o seu tema preferido
e mesmo nos contos fictícios, coloca
acontecimentos que lembram os episódios
vividos pelos familiares.

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LIVROS EM FOCO | AUTORAVALÉRIA GUERRA |

Sinopse
Os vinte e um contos aqui desenvolvidos trazem
a tona um insigth sobre a vida, numa releitura ro-
manceada em sentimentos e palavras. Há vivências
e energias bem soltas neste compêndio que se ba-
seia também em fatos reais desenrolados em contos
– este gênero literário tão necessário ao leitor desde
sempre. A autora conta histórias com expectativas e
remete o leitor no tempo, sem cronologia.

Sobre a autora
Valéria Guerra Reiter : atriz, escritora, cantora, his-
toriadora, autora dos livros: Eu preciso de um Hulk,
Expectativas e contos, Lágrimas e trópicos sonetos
e confetti, todos lançados em bienais do livro de
São Paulo, de 2010 a 2014. Ganhou o prêmio Clari-
ce Lispector, por sua arte literária (em 2015 – pela
editora comunicação) e o prêmio de melhor con-
tista em 2014, reconhecida pela editora Mágico de
OZ. Artilheira da cultura do Forte de Copacabana...
atualmente ministra aulas de teatro na Agência BR
Sete em Petrópolis, dirige a GGG Empreendimen-
tos Artísticos.
Contato para compra do livro:
escritordeluz@hotmail.com
Contatos da autora:
Valeriaguerra.357@facebook.com
Actresspoetry@instagram.com
https://www.facebook.com/
ExpectativasEContos/?fref=ts

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