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No HIV se tem marcadores moleculares, antígenos e anticorpos. O primeiro a aparecer é o RNA viral.
O vírus do HIV é um retrovírus. Em seu genoma há RNA, e uma enzima chamada de transcriptase reversa
que constrói uma fita de DNA complementar, a partir
do molde de RNA, e se integra ao DNA humano.
O segundo marcador é o p24 do cerne viral. Em
seguida, se tema IgM e IgG (na verdade, no diagnóstico
não se busca diferenciá-las, pois pode ocorre que se em
uma fase onde a IgM já tenha desaparecido e ela sofre
influência do fator reumatoide, logo se for identificar, que seja IgG). O anticorpo contra o HIV vai
permanecer durante a fase de latência clínica. É importante usar o anticorpo como diagnóstico, porque pode
ser que ele não tenha viremia, mas pode ser que ele tenha anticorpo.
ELISA
IMMUNOBLOT
WESTERN-BLOT
Preparo do gel
Preparo da amostra
Sabemos que a eletroforese leva em consideração as cargas das proteínas possibilitando a corrida e
separação das mesmas, uma vez que são anfóteras. Entretanto, no Western Blot as proteínas são separadas
por peso molecular. Para que as diferentes cargas das proteínas não interfiram no processo, as proteínas a
serem analisadas são tratadas previamente com dodecilsulfato de sódio (SDS -
detergente). Esse agente desnatura a proteína. Ele causa o desnovelamento
conferindo carga negativa uniformemente ao polipeptídeo (a carga natural da
proteína se torna desprezível). Uma vez que todas as proteínas estarão com
carga negativa, o que vai permitir a diferenciação/separação uma da outra, é
o tamanho. Essa etapa é chamada de digestão da amostra.
Em outras palavras, antes de colocá-la na eletroforese, a amostra tem
que ser digerida, ou seja, tratada com SDS. Quando na literatura encontramos
o termo SDS PAGE, quer dizer que se trata de uma eletroforese em gel de
poliacrilamida em condições desnaturantes. Além do tratamento com SDS é necessário tratar a amostra com
uma solução de β-mercaptoetanol que cliva pontes S-S. Assim, se essa proteína ainda tiver alguma
subunidade isso não vai interferir, pois com a quebra, a subunidade vai ficar separada podendo ser também
avaliada. Resumindo: A proteína analisada não é a proteína nativa, é uma proteína desnaturada!
OBS: Para amostra de DNA não é preciso digestão, pois ele já é negativo.
Transferência
Uma vez que as bandas de proteínas foram transferidas para a membrana de nitrocelulose, essa
membrana será submetida à reação imunológica. OBS: essa membrana pode ser corada com corantes que
saem com a água. Isso é feito só para certificar que a transferência ocorreu com sucesso.
Lembre-se que na membrana estarão as bandas de proteínas
separadas por peso molecular, e cada banda se estende horizontalmente
por grande parte do comprimento da membrana, uma vez que na
preparação do gel foi usado o pente preparativo (no primeiro poço
pequeno é colocado o padrão de peso molecular e o segundo poço largo é
onde foi aplicada a amostra).
É feito então cortes verticais na
membrana, resultando em tirinhas (cerca de 4cm) que vão conter uma parte de
todas as bandas.
No caso, foi aplicado proteínas do HIV (antígeno), após a corrida, as
proteínas foram separadas horizontalmente
(ex: uma banda é o gp160, embaixo a gp120,
embaixo a p56 e assim por diante) e transferidas para a membrana.
Quando são feitos os cortes verticais, para obtenção das tiras, em cada
tira vai permanecer as mesmas bandas só que em menor
comprimento. Uma vez obtida as tiras, cada tira é colocada
separadamente em canaletas.
Cada tira vai receber uma amostra de soro de indivíduos
diferentes. Nesse ponto é que se começa análise do teste, pois o
objetivo é saber se um dado paciente tem anticorpos contra alguns dos
antígenos presentes na membrana (ex: anti-gp160, anti-gp120...).
OBS: Quando é feita a eletroforese das proteínas, elas vão ser dispostas em bandas no gel e isso será
transferido para a membrana. Em ambos os casos, essas bandas não são visíveis. Elas só serão visíveis caso
haja uma coloração prévia (as vezes é feita com corante que sai na agua para certificar que a transferência
ocorreu com sucesso) e caso tenha a posterior ligação dos anticorpos do soro do paciente com os
antígenos/proteínas presentes na membrana. Assim, se uma banda conhecida ficar evidenciada após a
reação imunológica, significa que o paciente tem o anticorpo contra aquele antígeno. As figuras anteriores
que representam a membrana já com as bandas evidenciadas foram colocadas para facilitar o
entendimento!
Bloqueio da membrana
Antes de aplicar a amostra de soro sobre a membrana, que contém as bandas de proteínas, é
necessário submeter a membrana a um bloqueio. Isso porque, lembre-se que o objetivo é que os anticorpos
do soro se liguem apenas em cima da banda referente a alguma das proteínas (caso o paciente tenha em seu
soro os anticorpos), mas como a membrana é altamente ligante, é preciso que haja o bloqueio dos sítios
livres (entre as bandas) para que isso não interfira na reação. Caso não haja o bloqueio, tudo estará ligado e
não será possível identificar com clareza as bandas.
O bloqueio dos sítios livres é feito com albumina sérica bovina (pode ser usado a caseína, o soro fetal
bovino...). O que mais é utilizado é o leite desnatado (ex: Leite Molico). Esse procedimento demora mais ou
menos umas duas horas e é feito em agitador gangorra ou vai e vem.
É importante salientar que além de incubar a membrana, o próprio soro do paciente também é
diluído com o leite.
Uma vez que apenas os sítios referentes as bandas das proteínas (antígenos do HIV) estão
disponíveis para a ligação na membrana, se no soro do paciente existirem anticorpos contra as proteínas
presentes a membrana, ocorrerá a ligação. O anticorpo do
soro do paciente é chamado de anticorpo primário. Essa
primeira etapa de incubação é extremamente demorada
(em média 16 horas no agitador).
Posteriormente é feita uma lavagem para retirar o
que não foi ligado e em seguida é adicionado um
conjugado de anti-IgM ou, mais normalmente, anti-IgG.
Isso é chamado de anticorpo secundário. O anticorpo
secundário é marcado com peroxidase ou outro marcador.
O Western Blot colorimétrico é o convencional. Se
for usar o colorimétrico, o ideal é usar a fosfatase alcalina,
enzima muito mais sensível que a peroxidase, mas também pode ser feito o Western Blot
quimioluminescente. Caso seja usado o quimioluminescente, a peroxidase é usada, sendo seu substrato o
peróxido de hidrogênio, e tendo a presença do luminógeno. No caso da fosfatase alcalina, é usado o BCIP
(Bromo Cloro Indolil Fosfato) e o NBT (Nitroblue Tetrazolium). A fosfatase alcalina ataca o bromo cloro
indolil fosfato, o NBT se reduz na presença desse produto e revela uma cor roxa.
O resultado sai positivo se caso houver reação com dois
grupos gênicos, sendo um necessariamente o do envelope (anti-
gp160, anti-gp120, anti-gp41(HIV1), anti-gp36(HIV2). O anti-p24 acaba
aparecendo quase sempre porque é imunogênico. Mas, quando
aparece apenas o anti-p24 não fecha o diagnóstico de HIV, ele sai
como indeterminado.
No exemplo da figura ao lado veja: a tira 1 é o controle
positivo onde estão expressas a identificação das proteínas do HIV por
localização da banda. A tira 2 é de um paciente X. Vemos que estão
evidenciadas as bandas referente a gp160, gp120, gp55, gp56, gp51,
p31 e p24. Ou seja, esse paciente tem em seu soro anti-gp160, anti-
gp120, anti-gp55 e assim por diante. No caso, ele recebe resultado
positivo pois apresenta reação para dois grupos gênicos, incluindo o
do envelope. Já a tira 4, referente a um paciente Y, sai como resultado
indeterminado, pois apresentou apenas anti-p55 e anti-p24. Nenhum
deles é do envelope.
Resumidamente
FLUXOGRAMAS PARA DIAGNÓSTICO
Esse é o fluxograma
convencional de diagnóstico de HIV
(acima de 18 meses). Se usa amostra
de soro do plasma (não pode ser
punção digital) e é feito ELISA de 3ª
geração, cuja janela imunológica é de
21 dias. Pode ser usado também um
de 4ª geração. Se amostra der não
reagente, para HIV, é preciso se
certificar ainda que não tenha tido
risco de contágio no período de 21 dias
da janela imunológica. Caso tenha tido
o risco, é importante que se aguarde
um tempo.
Se a amostra der reagente,
parte para o teste confirmatório que
pode ser o Western-Blot, o
Imunnoblot ou o imunnoblot rápido.
Nessa análise, se o resultado der
reagente, a amostra é reagente para
HIV se tiver acima de 5000 copias, caso
contrário sai como indeterminado. Se
der negativo é feito o teste molecular (PCR), dando este negativo, sai também como indeterminado para
HIV.
Se este teste der negativo, libera a amostra como não reagente. Se o teste der positivo é necessário
confirmar fazendo um teste rápido no sangue. Deve-se tomar cuidado pois o guia do Ministério há falando
sobre a possibilidade de haver uma janela imunológica de até três meses.
ACOMPANHAMENTO LABORATORIAL DE HIV
Uma vez que o indivíduo está devidamente diagnosticado, dois parâmetros são importantes para
acompanhar o paciente: contagem de linfócito TCD4 e carga viral.
Existe uma dúvida sobre o fato da contagem de TCD4: ela serve para acompanhar indivíduos
infectados com HIV ou com AIDS? Até o ano retrasado, se considerava até 500 células de TCD4/ml como o
ideal para começar o tratamento. Atualmente, o médico sugere ao paciente que ele faça o tratamento no
momento do diagnóstico, independente da contagem de TCD4, trata-se, portanto, de uma grande
responsabilidade para o paciente por que ele quem vai decidir sobre o tratamento. Pode ser que isso mude
com o tempo, pois o manejo terapêutico do HIV é revisado a cada dois anos.
Existe muita controversa. Com 350 células o paciente já está muito perto de chegar em AIDS, pois
abaixo de 200 células já é AIDS. Foi visto que 350 é um ponto de corte bom, mas o de 500 células é mais
seguro, sendo melhor ainda. A medida que a pessoa está fazendo o tratamento, a presença do fármaco vai
fazer uma pressão sobre o vírus. O vírus vai ou não sofrer mutação. Essa mutação pode levar a um vírus
inviável, mas, ocasionalmente pode acabar levando a produção de um vírus que é resistente àquele fármaco,
com isso vai perdendo a susceptibilidade. É por conta disso que sempre se protelou ao máximo o
tratamento.
Então se questiona: Se o indivíduo está assintomático, qual é a necessidade de ele começar o
tratamento assim que é diagnosticado? De qualquer forma, o tratamento também tem outros efeitos, como
as várias reações adversas. Pensado por esse lado, será que o médico deve levar essa responsabilidade
sozinho? Por isso que devemos pensar sobre isso. O caso da profilaxia também é algo para se pensar, uma
vez que o paciente faz o tratamento antes mesmo de ter a infecção.
OBS: Lembre-se da diferença entre HIV e AIDS. O paciente estando assintomático, o HIV passa a ser
AIDS quanto estiver abaixo de 200 células/mm3 de TCD4. Se o paciente tiver uma doença definidora de AIDS,
(por exemplo, sarcoma de Kaposi ou doença por Pneumocystis jiroveci, doenças que estão nitidamente
relacionadas com a AIDS), então o indivíduo já é considerado na condição de AIDS, mesmo que ele esteja a
acima de 200 células TCD4. A conduta é a mesma, você começa com um esquema básico (TARV) e a carga
viral é acompanhada.
Outro ponto que é discutido é quando a contagem de TCD4 e da carga viral para avaliar a adesão e
desenvolvimento de falha terapêutica. Hoje, é extremamente questionado a validade da contagem de TCD4
ao longo do tempo. Antes, a cada três ou seis meses se fazia a quantificação de TCD4 e a carga viral. Alguns
pensam que apenas se guiar pela viremia é um bom parâmetro, outros acreditam que não. Pela nossa
experiência, o ideal é seguir os dois. O TCD4 dá sim um parâmetro de como está a pessoa, a questão é por
que custa caro seguir acompanhando os pacientes dosando o TCD4.
Citometria de Fluxo
Dentre os testes de Biologia Molecular podemos citar 3: O Branched DNA (não amplifica material
genético), o RT-PCR e o NASBA (ambos amplificam material genético).
Na Biologia Molecular se usam três características do DNA:
1. Desnaturação -> Se submetermos o DNA ao calor, como 95°C, ou a um pH alto, vai acontecer
a desnaturação do DNA (separação das fitas complementares);
2. Anelamento (hibridização e complementariedade) -> Se você diminuir a temperatura para
60°C e diminuir o pH de 9 para 7, as fitas voltam a se anelar;
3. Extensão -> Se colocarmos nucleotídeos e polimerase, a fita de DNA pode ser estendida.
PCR
O PCR (Reação de Cadeia e Polimerase) se utiliza das três características do DNA discutidas
anteriormente (desnaturação, anelamento, extensão).
Nunca se sabe o quanto se tem de cópia do material alvo na amostra, pode haver muito ou pouco.
Dessa maneira, é necessário amplificar aquilo que interessa para ajudar na identificação. Assim, o PCR é uma
técnica de amplificação do material nucléico. Para tanto, é preciso conhecer o genoma do alvo.
Se conhecemos uma sequência gênica específica de um patógeno (hoje temos os bancos de genes,
que facilitam esse procedimento), podemos obter o chamado primer. O primer é uma sequência que é
similar a aquilo que o patógeno possui, de modo
que a conhecendo, o analista manda construir o
primer. O primeiro ponto do procedimento é
separar a amostra e desnaturá-la. O analista
submete a amostra a uma desnaturação e vai
ocorrer a separação em fitas simples. Feito isso,
coloca-se o primer na solução e, se houver
pareamento/complementariedade, quando baixar
a temperatura, vai haver o anelamento.
Lembrar que em uma fita de DNA há a
sequência 5’ → 3’ e a sequência 3’ → 5’. Essa é uma
informação necessária para a síntese do primer.
Após o primer encontrar o análogo, local
onde vai haver a complementariedade, é
adicionado a DNA polimerase. A polimerase que os
analistas mais usam é a TAQ polimerase, uma polimerase que
tem origem na bactéria Thermus aquaticus. Após acrescentar
o DNA polimerase e os nucleotídeos, o restante da fita será
construída.
Observe que começou com uma fita e terminou com
duas, a isso chamamos um ciclo de amplificação. Um ciclo de
amplificação se resume a desnaturação, anelamento e
extensão. Tudo isso acontece em um termociclador, que
permite variação de temperatura em um intervalo pequeno de
tempo. Alguns ciclos são necessários para que, ao final,
tenhamos um produto que consigamos quantificar, visualizar. Ou seja, o PCR é útil para a amplificação do
DNA, sendo um meio para o exame de diagnóstico, pois ele permite “visualizar” o alvo na amostra, que às
vezes é muito pequeno sendo necessário amplificá-lo.
Ao final, após obtermos o produto da amplificação, submetemos esse produto a uma eletroforese,
de agarose ou poliacrilamida, e se é observado comparando com o padrão de pares de base. Na agarose, os
analistas usavam brometo de etídio. Hoje, a recomendação é que não se utilize mais, mas se adicionem
corantes que sejam fluorescentes. Na poliacrilamida, os analistas usam o nitrato de prata.
Resumidamente: Inicialmente, nós temos o alvo, a sequência que nos interessa, chamado de DNA
template (DNA inicial, aquilo que queremos amplificar). Se tivermos na amostra do plasma o vírus da
Hepatite B, ali haverá meu DNA template. O DNA template (alvo), o DNA polimerase, os primers e os
nucleotídeos são submetidos ao termociclador e, no final, obtemos os produtos de PCR, chamados de
amplicons (amplificação do DNA Template).
A TAQ polimerase é utilizada somente em PCRs em que o alvo é um DNA. Quando trabalhamos com
RNA, como é o caso do HIV, temos que adicionar uma transcriptase reversa e não utilizamos a TAQ
polimerase. Podemos utilizar o Tth, uma enzima de uma bactéria chamada de Thermus thermophilus, que é
uma transcriptase reversa. Ao ser adicionada a transcriptase reversa, esta vai construir o DNA complementar
(cDNA). O cDNA é submetido ao PCR. A isso, chamamos de RT-PCR
(Transcriptase Reversa). Cuidado: RT-PCR é a mesma nomenclatura de
PCR em tempo real.
O PCR em tempo real é aquele em que se acompanha ciclo
por ciclo e usa-se a fluorescência para a detecção. O corante mais
utilizado é o SYBR Green, onde toda vez que há a duplicação do DNA,
o corante se liga, se intercala, e há a emissão de fluorescência,
permitindo que o ciclo de amplificação seja acompanhado passo a
passo. OBS: Esse é chamado de RT-PCR (Real Time-PCR) diferente do
RT-PCR (transcriptase reversa).
No banco de sangue, se justifica o uso do PCR por conta da
diminuição da janela diagnóstica (os analistas observam que é a maior
vantagem do uso da biologia molecular). É empregado ainda para HIV, HVC e HVB (tem janela imunológica
grande). A Hepatite C é o que tem maior janela imunológica, ou seja, o indivíduo demora muito mais para
produzir anticorpos.
Branched DNA
O Branched DNA é uma técnica que usa apenas a propriedade de desnaturação e anelamento. Não
ocorre a terceira etapa de amplificação. Nessa técnica, temos o material template, que pode ser DNA ou
RNA, e o primer. Mas, nesse caso, o primer é marcado, o que é chamado de sonda e há
várias sondas ramificadas, por isso é denominado de Branched DNA. Assim, o sinal
emitido aqui é muito maior, ou seja, a sensibilidade dessa técnica é muito maior.
A vantagem dessa técnica é que não se corre o risco de amplificar aquilo que
não nos interessa. Pois nas técnicas comuns, embora seja adicionado um primer
específico, no final, pode ser obtido um material amplificado que não interessa. Quando se retira essa
terceira etapa, amplifica-se o sinal, aumenta a sensibilidade analítica da técnica de tal forma que não precisa
amplificar a amostra.
NASBA
NASBA é outra técnica também utilizada para HIV, que significa Nucleic acid sequence based
amplification. É uma técnica de amplificação
isotérmica, ou seja, não usa o termociclador.
O material template é um RNA.
Primeiro adiciona-se o primer que
anela com o RNA template e adiciona-se
também uma transcriptase reversa e os
nucleotídeos, assim o DNA complementar
será construído. Coloca em seguida uma
RNAse que vai digerir o RNA template.
Depois adiciona-se o segundo primer
para anelar com a fita complementar. Essa
mesma transcriptase reversa comporta-se
também como polimerase, assim, na presença de nucleotídeos, ela constrói o restante da fita. No final,
coloca-se uma RNA polimerase para, a partir das fitas construídas, formar as fitas de RNA.
Nesse procedimento é usado apenas enzimas, não está usando a temperatura. Pode ser que uso de
enzimas garanta especificidade a depender do kit.
Monitorização terapêutica
É importante monitorar a carga viral do HIV a cada 3 – 4 meses. Isso acontece, na prática, apenas no
início e depois acaba sendo anual. O ideal é que a monitorização seja feita duas vezes por ano a partir do
segundo ano de tratamento.
É importante, quando se pensa em Biologia Molecular, que se use uma mesma técnica, diferente da
sorologia. É preciso que seja feito pela mesma técnica e pelo mesmo laboratório, porque as técnicas não têm
compatibilidade entre si, ou seja, pode dar um resultado em um determinado teste e outro resultado em um
teste diferente, por isso é importante que o analista use sempre as mesmas técnicas.
O aumento ou diminuição da carga viral em 3 vezes é
considerado significativo. Ou seja, em exemplos de variação
entre exames de carga viral (ver tabela ao lado), três vezes
acima ou abaixo do valor basal são considerados
significativos. Normalmente se libera os resultados em log na
base 10 (log10).
Quando o
indivíduo está com
uma carga viral
baixa, ele demora
mais para progredir
para a AIDS. No gráfico ao lado é mostrado a proporção de
sobreviventes sem AIDS e tempo de infecção. Mostra que uma
carga viral elevada a porção de sobrevida sem AIDS é muito menor,
ou seja, o indivíduo chega rapidamente à AIDS quando ele está com
uma carga viral elevada.
Genotipagem HIV
Espera-se que a carga viral se torne indetectável em 3 meses, quando há uso de TARV. Se não
ocorrer essa diminuição, o paciente vai sendo acompanhado e a amostra é submetida à genotipagem.
A genotipagem detecta mutações no gene alvo em que o fármaco atua. Se o indivíduo estiver
tomando os inibidores de protease e de transcriptase reversa, serão esses genes alvos que serão
investigados (pode acontecer de ser em outros genes). Há ainda novos alvos como o gene da gp41 e
integrase. Portanto, é preciso saber quem são os alvos terapêuticos.
O fármaco induz uma pressão sobre o vírus e acaba levando a uma mutação. Essa mutação, por
muitas vezes, leva a uma geração de vírus que são inviáveis, mas, ocasionalmente, o vírus pode se tornar
resistente ao fármaco. A genotipagem informa quais anti-retrovirais não devem ser usados. Assim, se o vírus
tem mutação em uma dada região, aquele anti-retroviral, específico para aquela região, não deve ser usado.
Para detectar esse vírus, na amostra deve haver uma carga viral superior a 1000 cópias/mL, ou seja,
não é detectado em carga viral baixa. Além disso, o paciente deve estar sob uso de TARV, se não o vírus fica
inaparente.
A única condição em que o ministério indica a realização da genotipagem antes do tratamento é em
gestantes infectadas pelo HIV, em pessoas que tenham se infectado com parceiro em uso de TARV e em
crianças antes de iniciar a TARV.
Procedimento da genotipagem: Coleta-se o sangue, extrai-se o RNA, sintetiza o DNA complementar (cDNA) e
amplifica os genes alvo terapêuticos. Após isso, faz-se o sequenciamento e compara-se com o gene selvagem
(gene não multado). Já existem mapas que indicam que em uma certa localização o anti-retroviral já não
pode mais ser administrado.
Diagnóstico Molecular em crianças abaixo de 18 meses de idade
O Teste do pezinho é feito entre 3 e 30 dias de idade de vida. Nele se pesquisa IgM, sendo um
rastreio sorológico, não se trata de um diagnóstico. Serve como pesquisa para Toxoplamose congênita, Sífilis
congênita, Citomegalovirose congênita, Doença de Chagas congênita, Rubéola congênita e HIV-1/-2
congênita.