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Nome dos autores: João Victor Trigueiro Leal1, Adriana Almeida Cutrim2
1
jvtrigueiro@hotmail.com, adrianaacutrim@gmail.com
Universidade Federal De Campina Grande, Rua Aprígio Veloso, 882 – CEP: 58.429-900, Bairro
Universitário, Campina Grande, PB.
1. INTRODUÇÃO
O Gás Natural vem adquirindo crescente importância como recurso energético no Brasil. No ano de
2017, os setores de geração termelétrica e industrial tem se destacado, representando, respectivamente,
37,6% e 28,1% do total do consumo de Gás Natural (EPE, 2018b).
Além disso, as perspectivas de produção de Gás Natural (GN) nos próximos anos apontam um aumento
significativo na oferta nacional de Gás Natural seco (GNS), também chamado de GN especificado, até 2025,
sendo que este aumento é proveniente principalmente de campos do Pré-Sal, que já mostra o crescimento
da produção entre 2016-2017, de 5,8% no período (EPE, 2018b).
Para que o Gás Natural seja ofertado ao mercado, é necessária sua especificação em Unidades de
Processamento de Gás Natural (UPGNs) em conformidade com a Resolução ANP nº 16/2008 (ANP, 2008).
Por conseguinte, o parque instalado de processamento no Brasil tem passado por uma série de
investimentos, desde 2007, tanto para ampliar sua capacidade quanto para adequá-la ao novo perfil de
produção. De 1999 até 2015, a capacidade instalada de UPGNs no Brasil aumentou em 375%, com a
consolidação de grandes polos de processamento como o de Cabiúnas/RJ e o de Caraguatatuba/SP (EPE,
2016).
O presente trabalho irá detalhar as principais UPGNs do país, desde localização, capacidade máxima,
fator de utilização, os produtos processados, suas quantidades, o tipo de tecnologia de processamento
adotado pelas UPGNs e a infraestrutura de transporte. Após isso, será mostrado também o novo projeto de
UPGN e a infraestrutura necessária para conectá-la aos campos produtores atuais e previstos.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Trabalho avaliado pela banca examinadora composta pelos professores Adriana Almeida Cutrim
(orientador/UAEPetro), Kássie Vieira Farias (membro/UAEPETRO) e Renato de Carvalho Valarim Júnior
(Gerente Regional/PBGÁS)
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Período 2018.2
Pode-se definir o GN como a mistura de hidrocarbonetos que existe já na fase gasosa ou dissolvidas no
óleo, nas condições de reservatório, permanecendo no estado gasoso nas condições de superfície (ROSA
et al., 2006).
Para a caracterização do Gás Natural, torna-se necessário expressar a participação individual dos seus
componentes. Isto é feito pela definição de sua composição, que é a descrição dos componentes com as
suas respectivas quantidades relativas. Esta composição pode ser definida de diferentes modos, sendo a
mais comum expressa em quantidade de matéria.
Conforme comentado no tópico acima, o GN é composto basicamente por átomos de carbono e
hidrogênio (hidrocarbonetos), sendo o seu componente principal o metano ( ) e, seu restante, constitui-
se de pequenas parcelas de etano ( ), Propano ( ) e outros hidrocarbonetos de pesos moleculares
maiores. Além disso, há também contaminantes, como o nitrogênio ( ), o dióxido de carbono ( ), e o
sulfeto de hidrogênio ( ). A Tabela 1 abaixo ilustra a composição típica, na forma de porcentagem
volumétrica (ou quantidade de matéria) do GN no Brasil (VAZ et al., 2008) e na Paraíba (PBGÁS, 2011).
É definido como a temperatura a uma dada pressão na qual aparece a primeira gota de líquido no gás e,
caso essa gota seja um hidrocarboneto, será chamado de temperatura de orvalho de hidrocarbonetos, caso
seja água, será a temperatura de orvalho da água. As técnicas mais utilizadas para a medição da umidade
e do ponto de orvalho da água são a utilização do perclorato de magnésio, óxido de alumínio, cristal de
quartzo ou espelho resfriado (VAZ et al., 2008).
É dada pela massa de água em um volume de gás, em certas condições de temperatura e pressão,
geralmente calculadas na condição padrão americana. Na prática, o teor de umidade do GN é comumente
obtido por meio do uso de modelos termodinâmicos de equações de estado, de equações computacionais
empíricas, cartas empíricas ou determinado por análises químicas (VAZ et al., 2008).
Pode ser apresentado como poder calorífico superior (PCS) e poder calorífico inferior (PCI), que são,
respectivamente, a quantidade de energia liberada na forma de calor na combustão completa de uma
quantidade definida de gás com ar a pressão constante onde, no primeiro, a água formada estará no estado
líquido e, no segundo, estará no estado vapor, sendo relacionado pela Equação 1:
(1)
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Onde a representa a massa de água gerada pela reação de combustão dividida pela massa de
combustível (VAZ et al., 2008).
É o intervalo de concentração no qual a substância inflamável pode produzir combustão quando uma
fonte de ignição e um comburente está presente. Especificamente, este possui dois extremos, são eles: O
Limite Superior de Inflamabilidade (LSI), acima do qual a mistura é muito rica na substância inflamável para
queimar e o Limite Inferior de Inflamabilidade (LII), abaixo do qual o comburente, na mistura, está em
excesso e o combustível é muito pobre para queimar, em ambos casos não se consegue a propagação da
chama (ESCALANTE, 2016).
2.4. Especificação do GN
No Brasil, existem duas especificações para o Gás Natural, a primeira aborda os requisitos de qualidade
do gás para transferência, que abrange a unidade produtora e a unidade de processamento, enquanto a
segunda se refere aos requisitos de qualidade para o transporte, que abrange a comercialização do gás.
No primeiro, os requisitos são estabelecidos pelo sistema que receberá o gás, ou seja, a UPGN. O rigor
dessa qualidade, no entanto, não é suficiente para que o gás seja utilizado nem no sistema interno da
unidade produtora, muito menos externamente a essas instalações.
Já a especificação do Gás Natural para transporte é estabelecida pela Resolução ANP nº 16, criada em
2008, define os requisitos para fins de comercialização do mesmo no Brasil.
A cadeia produtiva do GN é composta por várias etapas, que vão desde a exploração de bacias
sedimentares até a entrega do produto ao consumidor final. Essa cadeia compõe-se das atividades de
exploração, perfuração, completação, produção, condicionamento, transferência, processamento,
transporte, distribuição e comercialização (VAZ et al., 2008). Neste trabalho, será dado ênfase apenas para
o segmento de processamento de Gás Natural. Segue na Figura 1 abaixo a Cadeia de valor do GN.
2.6.1. Objetivos
Partindo para a estrutura básica de uma UPGN, pode-se afirmar que esta é composta basicamente por
duas áreas diferentes e sistemas auxiliares e de tratamento de produto, conforme Figura 2 abaixo.
A unidade pode operar tanto em terra quanto no mar, no Brasil, por exemplo, devido ao custo
operacional, de instalação, da proximidade com Gasodutos e mercado consumidor, todas as unidades
brasileiras são em terra (CORDEIRO, 2011).
Nos sistemas, a parte de liquefação dos componentes mais pesados do GN, também chamada de área
fria, ou unidade de ajuste de ponto de orvalho do Gás Natural (UAPO), opera com baixas temperaturas e
altas pressões, condições que favorecem a condensação da riqueza (frações pesadas) do GN, gerando
uma fração líquida de alto valor agregado.
Já a área responsável pelo fracionamento do líquido de Gás Natural (LGN) gerado pela área fria é
denominado área quente ou unidade de processamento de condensado (UPCGN), operando com
temperaturas mais altas e pressões mais baixas que a área fria, essas condições favorecem o
fracionamento do LGN em produtos finais com especificação bem definida.
O sistema de tratamento de produtos, ou unidade de tratamento do gás (UTG), é responsável pela
garantia de qualidade dos produtos obtidos e também pela especificação requerida para a corrente de Gás
Natural da unidade, sendo como seus principais sistemas os tratamentos dessulfurizantes (EPE, 2016).
Os sistemas auxiliares são responsáveis pela geração das facilidades necessárias para a perfeita
operação das áreas fria e quente e pelos sistemas de tratamento dos produtos gerados. Os principais
sistemas auxiliares são: Sistema de aquecimento de óleo térmico, Sistema de compressão a Propano e o
sistema de desidratação de GN. No primeiro, um forno aquece o óleo térmico e este cede carga térmica
para todos os refervedores da área quente da unidade. Já o segundo é utilizado como fonte fria para
obtenção da temperatura necessária para a condensação das frações pesadas do gás e, o último, é
responsável pela retirada da água do gás, visando evitar a formação de hidratos na unidade durante a etapa
de resfriamento (VAZ et al., 2008).
As plantas desse tipo apresentam custo de investimento intermediário devido à utilização de ciclos de
refrigeração, geralmente a Propano, na etapa de redução da temperatura do gás, exigindo a desidratação
deste gás, comumente realizada com Monoetilenoglicol (MEG). Estas unidades têm como objetivo principal
especificar o gás processado, majoritariamente servindo como uma unidade de ajuste de ponto de orvalho,
sem grandes compromissos com a especificação do líquido gerado ou com a maximização desta fração.
Esse processo recupera o LGN, que podem ser posteriormente separados em GLP e Gasolina Natural. O
processo por esse método consiste meramente no resfriamento do gás de modo a promover a condensação
do Propano e mais pesados. A Figura 4 apresenta um fluxograma simplificado do processo de refrigeração
simples (EPE, 2016)
temperatura proporcionada por um ciclo de Propano e pela absorção exotérmica provocada pela lavagem
em contracorrente do Gás Natural com um óleo de absorção adequado, geralmente aguarrás, uma fração
de hidrocarbonetos na faixa do Octano ao Dodecano.
O princípio deste processo é a diferença entre a pressão de vapor dos componentes no óleo e sua
pressão parcial no gás. Como a 1ª é menor que a 2ª, ocorre a transferência de massa do gás para o óleo,
com liberação de energia e consequente aumento de temperatura. Este princípio se aplica a todos os
hidrocarbonetos, porém, numa segunda etapa, quando a pressão é reduzida, os componentes leves são
liberados do óleo, ficando retidos apenas os hidrocarbonetos pesados. As recuperações comumente obtidas
são: Etano (menor que 50%), Propano (90-95%), Butano e mais pesados (100%), sendo capaz de garantir a
especificação do gás processado. A Figura 5 exibe um fluxograma simplificado do processo de absorção
refrigerada (EPE, 2016).
Figura 5: Fluxograma Simplificado do Processo de Absorção Refrigerada.
Por fim, os processos combinados são uma das junções possíveis dos processos acima, sendo a mais
comum a utilização do processo de Joule-Thomson com a Refrigeração Simples.
A escolha do processo adequado aos objetivos da unidade de processamento envolve uma abordagem
econômica, que é abordado em um estudo de viabilidade técnica e econômica, por uma equipe
multidisciplinar e altamente capacitada. Dentre os fatores determinantes, a composição do gás se destaca,
pois, pode eliminar a aplicação de certas tecnologias. De uma forma geral a Tabela 2 serve de orientação
para a definição do processo, pois indicam restrições dos processos.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
Neste trabalho, as informações foram coletadas por meio de sítios eletrônicos, tanto dos órgãos do
governo relacionados ao setor de Petróleo e Gás, como a Agência Nacional do Petróleo, Gás e
Biocombustíveis (ANP), o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE),
quanto de empresas mistas nacionais sendo utilizado como parâmetro de referência a bibliografia contido
no livro Tecnologia da Indústria do Gás Natural de (VAZ et al., 2008), nos trechos referentes a UPGNs.
Para geração das figuras que mostra a infraestrutura das UPGNs, foi utilizado o Software ArcReader®
da ESRI embasado pelo Zoneamento Nacional de Recursos de Óleo e Gás, da EPE (EPE, 2017) e, para as
imagens de satélite, foi utilizado o Software WebMap da EPE (EPE, 2018a).
4. DISCUSSÃO
Nesse capítulo, serão mostradas a infraestrutura atual das UPGNs, os principais produtos de cada uma.
Após isso, será aprofundada as principais UPGNs, detalhando sua infraestrutura e, por fim, será abordada
as UPGNs que estão em fase de construção e planejamento.
Atualmente, há 41 UPGNs no País, distribuídas nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Na Tabela 3
abaixo, será resumida as informações básicas dos Complexos de Unidades em funcionamento de
Processamento de Gás Natural.
Redutora de
Refrigeração
EVF BA Candeias 6000 0 2007 Ponto de
Simples
Orvalho
Absorção Recupera e
Lubnor CE Fortaleza 350 0 1987
Refrigerada fraciona LGN
Reduc Duque de Absorção Recupera e
RJ 2500 0 1983
U-2500 Caxias Refrigerada fraciona LGN
Reduc Duque de Recupera e
RJ 2000 0 Turbo-Expansão 1987
U-2600 Caxias fraciona LGN
Duque de Recupera e
Reduc UFL I RJ 2500 5,4 - 1983
Caxias fraciona LGN
Duque de Recupera e
Reduc UFL II RJ 2000 5,4 - 1987
Caxias fraciona LGN
Separa C1 e C2
Cabíunas Refrigeração
RJ Macaé 2800 0 1997 do LGN
(URGN) Simples
contendo C3
Cabíunas Absorção Recupera e
RJ Macaé 580 0 1987
(UPGN) Refrigerada fraciona LGN
Cabíunas Fracionamento de Fracionamento
RJ Macaé 0 1,5 1987
(UPCGN) Condensado de Condensado
Separa C1 do
Cabíunas II
RJ Macaé 4500 0 Turbo-Expansão 2004 LGN contendo
(URL)
C2 lÍquido
Separa C1 do
Cabiunas
RJ Macaé 4500 0 Turbo-Expansão 2002 LGN contendo
(URL)
C2 lÍquido
Cabiunas II Fracionamento de Fracionamento
RJ Macaé 0 1,5 2007
(UPCGN) Condensado de Condensado
Cabiunas III Fracionamento de Estabilizadora
RJ Macaé 0 1,5 2009
(UPCGN) Condensado de condensado
Separa C1 do
Cabíunas III
RJ Macaé 4860 0 Turbo-Expansão 2009 LGN contendo
(URL)
C2 lÍquido
Separa C1 do
Cabíunas II
RJ Macaé 5400 0 Turbo-Expansão 2016 LGN contendo
(UPGN)
C2 lÍquido
Cacimbas - Fracionamento de Fracionamento
ES Linhares 0 1,5 2008
UPCGN Condensado de Condensado
Cacimbas
Recupera e
Golfinho I ES Linhares 3500 0 Turbo-Expansão 2010
fraciona LGN
(UPGN)
Cacimbas
Recupera e
Golfinho II ES Linhares 3500 0 Turbo-Expansão 2010
fraciona LGN
(UPGN)
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Portanto, conforme ilustra na Figura 7, percebe-se que há 4 UPGNs no Norte (10%), 9 UPGNs
no Nordeste (22%), 32 UPGNs no Sudeste (68%) e nenhuma UPGN no Centro-Oeste e Sul. Percebe-se
também que a UPGN mais antiga em funcionamento é de 1962.
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Abaixo, na Figura 9, mostra-se a localização das UPGN’s (existentes e em projeto, que serão
comentadas em breve) e da infraestrutura de movimentação que as interligam. Por meio da Figura 9, é
perceptível a concentração das UPGNs na região Sudeste. Observa-se, também, a malha integrada do Gás
Natural, que atravessa a região nordeste e sudeste (GASENE) e também a conexão ao Gasoduto que vem
da Bolívia (GASBOL), além da malha do Norte, que se encontra isolada do restante do país.
Por fim, na Tabela 4 abaixo, encontra-se os produtos gerados pelos complexos de UPGNs citados, a
capacidade nominal e a capacidade utilização.
A Lubnor (CE) processou gás até o ano de 2015. Percebe-se que os Complexos que processam a maior
quantidade de Gás são o complexo de Cabiúnas, Caraguatatuba, Urucu, Cacimbas e a EVF. Percebe-se
também que a capacidade de processamento do país é de 95,65 MM m³/d, sendo processado 66,8 MM
m³/d, resultando num fator de utilização de quase 70%.
Tabela 4: Volumes de Gás Natural processado e produção de Gás Natural seco, GLP, C5+ (Gasolina
Natural), etano e Propano, segundo polos produtores em 2017.
Volume de Gás Natural processado e produção de Gás Natural seco, GLP,
C5+, etano e Propano Gás
Capacidade de
Polos produtores Natural Fator de
processament
(Unidade da Gás Produtos obtidos processad utilizaçã
o (milhões
Federação) Natural o (milhões o
GLP (m³) C5+ (m³) Etano Propano Gás seco m³/d)
processad m³/d)
(mil m³) (m³) (mil m³)
o (mil m³)
Total 24.392.15 3.284.69 1.574.16 391.81 600.07 22.342.24
95,650 66,828 69,9%
6 4 7 0 6 5
Atalaia (SE) 382.375 65.971 21.861 - 84 357.905 3,000 1,048 34,9%
Candeias (BA) 659.493 70.835 31.230 - - 559.726 4,900 1,807 36,9%
Cabiúnas (RJ) 6.814.335 561.426 266.595 - - 6.092.722 25,000* 18,669 72,1%
Cacimbas (ES) 2.991.054 720.582 200.896 - - 2.526.622 16,000 8,195 51,2%
Guamaré (RN) 573.749 119.847 33.485 - 46 535.363 5,700 1,572 27,6%
Lubnor(CE) 0 - - - - - 0,350 - 0,0%
Pilar (AL) 464.583 60.768 19.067 - - 445.116 1,800 1,273 70,7%
Reduc (RJ) 391.81 599.73
449.455 506.502 342.316 326.540 5,000 1,231 24,6%
0 6
RPBC (SP) 287.248 8.538 46.548 - - 277.912 2,300 0,787 34,2%
Sul Capixaba (ES) 482.048 - 27.483 - - 481.154 2,500 1,321 52,8%
Urucu (AM) 4.247.362 766.610 143.099 - 210 3.955.358 12,200 11,637 95,4%
Caraguatatuba
(SP)
5.296.191 403.615 417.385 - - 5.043.214 20,000 14,510 72,6%
Estação Vandemir
Ferreira (BA) 1.744.262 - 24.203 - - 1.740.613 6,000 4,779 79,7%
Por serem os 5 maiores complexos, serão detalhadas as seguintes UPGNs: Cabiúnas, Caraguatatuba,
Urucu, Cacimbas e as UPGNs da Refinaria Duque de Caxias (REDUC), onde, juntos, representaram 81,2%
do GN produzido e 72,2% da capacidade nominal do país e, além disso, essa última produz 100% do etano
e 99,9% do Propano do país (ANP, 2018).
O pólo de Cabiúnas, no município Macaé-RJ, recebe o Gás Natural do campo de Lula pelo Gasoduto
Rota 2 (ou Rota Cabiúnas) da Bacia de Santos, pelo módulo de Lula/Iracema, recebendo o gás da FPSO
Cidade de Itaguaí e da FPSO Cidade de Mangaratiba, totalizando 12 milhões de m³ por dia (MMm³/d) (ANP,
2016). O Rota 2 dobrou o processamento de Gás Natural do Complexo de Cabiúnas entre 2016-2017, de
13 MMm³/d para quase 25 MMm³/d (PETROBRAS, 2017).
A Tabela 5 abaixo ilustra as 9 UPGNs da região, percebe-se, quanto ao processo termodinâmico, a
existência de 4 UPGNs que utilizam Turboexpansão, 3 UPCGNs (Fracionamento de condensado), 1 de
Absorção Refrigerada e 1 de Refrigeração Simples.
Esse complexo também processa 100% do Gás Natural da Bacia de Campos, que vem dos seguintes
Gasodutos principais: Gasoduto Ponto A-Cabiúnas, duto terrestre na Estação de Barra de Furado que liga
Cabiúnas a dutos submarinos das seguintes plataformas: Plataforma de Enxova (PCE-1) e Plataforma de
Pampo (PPM-1) pelo ramal direito e da Plataforma de Garoupa (PGP-1), Plataforma de Namorado (PNA-1)
pelo ramal esquerdo. Além desses, o Enchovão é ligado diretamente ao complexo de Cabiúnas, que vem
da PCE-1, além do Gasoduto PPM-1-Ponto A que também é ligado desta forma. Isso totaliza, como já era
de se esperar, os outros 13 MMm³/d processados no complexo.
As UPGNs geram 17MMm³/d de gás especificado, que integram a malha pelo Gasoduto Cabiúnas-
Vitória (GASCAV), 4500 m³/d de LGN, que é enviado para a REDUC, pelo Gasoduto Cabiúnas-Reduc
(GASDUC), como insumo petroquímico no Polo Gás-Químico do Rio de Janeiro para gerar etano e
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Propano, 1560 m³/d de GLP, que é entregado as distribuidoras CEG-Campos e CEG-Cabo Frio e para as
Usinas Termoelétricas Energia (UTEs) Mário Lago e Norte Fluminense após sair do terminal Cabiúnas, e
741 m³/d de Gasolina Natural, que é injetada no petróleo proveniente das bacias de Campos e Santos.
(TRANSPETRO, 2014) e (ANP, 2018).
A Figura 10 ilustra a imagem de satélite do complexo de Cabiúnas e, a figura em amarelo são suas
UPGNs, as retas amarelas são Gasodutos e as retas em preto, Oleodutos. A Figura 11 ilustra a
infraestrutura do Complexo, com o Gasoduto Rota 2 destacado em amarelo e o Enchovão de roxo.
O Rota 1 passa pela Plataforma de Mexilhão (PMXL-001), com um ramal que traz o gás dos Campos de
Uruguá e Tambaú, pelo Gasoduto Tambau-Uruguá e Uruguá-Mexilhão, da FPSO Cidade de Santos,
levando até ao Complexo de Caraguatatuba.
Após ser processado, o GN gera como produtos a Gasolina Natural (1144 m³/d), sendo o maior produtor
deste, o GLP (1106 m³/d), que vão para as bases de GLP em São José dos Campos, e o GNS para o
consumo, por meio do Gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (GASTAU), que se interliga a malha de
distribuição do sudeste, produzindo 17,4 MMm³/d (PETROBRAS, 2016).
A Figura 12 abaixo ilustra a localização do Complexo, seus Gasodutos, os diversos campos e poços
exploratórios da região. O Rota 1 foi destacada em amarelo e o trecho Sapinhoá-Lula de roxo. Na Figura 13,
tem-se a imagem de satélite do complexo, a posição específica das UPGNs está indicada pela figura
amarela.
Já no Complexo de Urucu, localizada no pólo Arara em Coari-AM, as UPGNs recebem o gás dos poços
dos Campos da região do Rio Urucu pelo Gasoduto Urucu-Coari (GARSOL, de cor escura na Figura 14). A
Tabela 7 abaixo ilustra que o Complexo de Urucu está dividido em quatro UPGNs, Urucu I, II, III e IV, que
representam a totalidade das Unidades da Região Norte. A partir do mesmo, é perceptível que a maioria
das UPGNs trabalham com o processo termodinâmico de Turboexpansão, com apenas a primeira utilizando
o processo termodinâmico de Absorção Refrigerada.
Após ser processado nas UPGNs, o gás especificado e seus produtos seguem até Manaus pelo
Gasoduto Coari-Manaus, que levará o GLP para o terminal aquaviário Solimões, onde suprirá os mercados
e parte do Nordeste. O Gás Especificado, por sua vez, atenderá as termoelétricas a GN da região por
diversos ramais ao longo do Gasoduto (EPE, 2017).
Ao lado, na Figura 14, mostra a localização de satélite e na Figura 15 a infraestrutura de abastecimento
da região. Além disso, o polo de Urucu foi o que mais produziu GLP (23,3%), produzindo 767 mil m³ em
2017 (ANP, 2018).
O Complexo de Cacimbas, no município de Linhares-ES, recebe tanto o Gás Natural dos campos
terrestres da bacia Espirito Santo-Mucuri, quanto dos campos marítimos, como Peroá e Cangoá, pelo
Gasoduto de Peroá, dos campos de Golfinho, Canapu e Camarupim, pelos Gasodutos de Camarupim e
Golfinho e campos do parque das baleias da Bacia de Campos como Jubarte, pela FPSO P57, Cachalote e
Baleia Franca, pelo FPSO Capixaba, por meio do Gasoduto Sul Norte Capixaba (GSNC). A Tabela 8 abaixo
ilustra as 7 UPGNs do Complexo, percebe-se que 3 utilizam o processo de Turboexpansão, 3 utilizam
fracionamento de condensado, como UPCGN e uma delas utiliza o Processo Combinado de Joule Thomson
com Refrigeração Simples.
Ela é capaz de processar 16 MM m³/d e 15 mil barris de condensado, produzindo 7 MM m³/d de gás
especificado que são enviados para as distribuidoras e UTEs do Sudeste e Nordeste pelos GASCAV e
Gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC), 2 mil m³/d de GLP, atendendo toda a demanda do estado do ES e
exportando para outros estados do país e 550 m³/d de Gasolina Natural (EPE, 2018a). A Figura 16 abaixo é
ilustra a vista aérea do Complexo e, a Figura 17, a sua infraestrutura, com um destaque para Cacimbas, em
amarelo.
Para finalizar o tópico, as UPGNs da REDUC, se encontram no município de mesmo nome, no RJ. A
Tabela 9 abaixo ilustra as 4 UPGNs da REDUC, que trabalham com os processos de Turboexpansão e
Absorção Refrigerada. As unidades de Fracionamento de Líquido (UFLs) não utilizam processos
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termodinâmicos de resfriamento do Gás Natural em suas atividades. É devido as UFLs que a REDUC
produz 100% do etano e 99% do Propano oriundo das UPGNs.
A REDUC recebe, como já fora comentado, o LGN (4500 m³/d) e parte do gás (1,2 MMm³/d) das
UPGNs do terminal de Cabiúnas pelo Gasoduto GASDUC II e III, para ser processado, gerando Etano
(1073 m³/d), Propano (1643 m³/d), GLP (1388 m³/d), Gasolina Natural (938 m³/d) e Gás Especificado (0,89
MMm³/d).
O Gás Especificado, pelo GASBEL abastece Minas Gerais, e leva o GASVOL (REDUC-Estação Volta
Redonda), onde é retirado o etano dessa corrente e encaminhado ao complexo Gás-químico do Rio de
Janeiro, local em que se transformará em polietileno (plástico). A
A Figura 18 abaixo mostra a Imagem de satélite do complexo da REDUC e suas UPGNs, perceba que
esse desenho em amarelo é o conjunto de UPGNs, o desenho em forma de círculo amarelo são as esferas
de GLP e as retas em preto são Gasodutos. Já a Figura 19 mostra a infraestrutura do local.
IV Jornada de Trabalhos de Conclusão de Curso de Engenharia de Petróleo UFCG/UAEPetro
Período 2018.2
Nesse tópico, será comentado sobre a única UPGN que está em fase de projeto/desenvolvimento e sua
infraestrutura.
O COMPERJ, na cidade de Itaboraí-RJ, iniciou suas obras em março de 2008, com sua operação
prevista, na época, para meados de 2012, sendo o único complexo de UPGN em andamento no país, com
previsão atual de finalização em 2020 (PETROBRAS, 2008).
Contando com uma capacidade nominal de 21 MM m³/d, por meio de três módulos de processamento
de 7 MMm³/d, o complexo foi definido após a decisão de escoar parte do Gás Natural dos campos de Lula
Norte, Iara, Entorno de Iara, Sépia, Buzios, Libra e Jupter da Bacia de Santos, pela Rota Maricá, ou Rota 3,
que terá capacidade de escoar 18 MM m³/d, também com conclusão em 2019 (PETROBRAS, 2018). Para
se chegar nos 21 MM m³/d, que é a capacidade do complexo, virá 3 MM m³/d de Cabiúnas, pelo GASDUC 2
e, após o processamento, as frações mais leves serão enviadas pelo Gasoduto ainda em projeto Itaboraí-
Guapimirim, que terá capacidade de 16,6 MM m³/d. Já o GLP será enviado por um “GLPduto” da COMPERJ
e o Terminal de Campos Montes Elíseos (TECAM), que possibilitará enviar o GLP paras Ilha redonda e Ilha
comprida, onde haverá esferas de armazenamento de GLP e, por fim, a Gasolina Natural será armazenada
no próprio COMPERJ para ser enviado ao TECAM. A Figura 20 ilustra a infraestrutura da COMPERJ.
IV Jornada de Trabalhos de Conclusão de Curso de Engenharia de Petróleo UFCG/UAEPetro
Período 2018.2
5. CONCLUSÕES
6. AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida e saúde; Aos meus pais, Sônia e Francisco, pelo investimento realizado em mim:
tempo, dedicação, dinheiro, investimentos esses impagáveis. A minha namorada, Alessandra, pela
inspiração e suporte. Aos meus amigos, por tornarem a minha vida na Universidade prazerosa, sem vocês,
seria impossível terminar esse curso e, por último e não menos importante, a Profª Drª Adriana Cutrim, por
ter escrito as primeiras linhas da minha trajetória profissional, por todo carinho, conselhos, preocupação e
dedicação aos alunos, profissionalismo e pela postura exemplar, que me acolheu, desde o terceiro período,
em diversos projetos durante toda a minha trajetória acadêmica.
A vocês, minha eterna gratidão!
7. REFERÊNCIAS
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Prof. Drª Adriana Almeida Cutrim
Unidade Acadêmica/ UFCG
Orientador
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Eng. Renato de Carvalho Valarim Júnior
Gerente Regional/ PBGÁS
Membro Examinador
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Prof. Kássie Vieira Farias
Unidade Acadêmica/ UFCG
Membro Examinador