Sunteți pe pagina 1din 12

406

Inclusão Escolar:
Representações
Compartilhadas de Profissionais
da Educação acerca da
Inclusão Escolar
School inclusion:
Representations about school inclusion shared with
professionals of education

Claudia Gomes &


Fernando
Luis Gonzalez Rey

Pontifícia Universidade
Católica de Campinas
Artigo

PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417


407
PSICOLOGIA CIÊNCIA E
PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417

Resumo: Este trabalho objetivou explorar as representações,


compartilhadas por vinte e cinco profissionais da educação da rede regular
de ensino fundamental, acerca da inclusão escolar de alunos com
necessidades especiais. Para tanto, priorizaram-se os sistemas
conversacionais mantidos na vivência da instituição escolar durante sete
meses de desenvolvimento da pesquisa. As análises das informações
constataram que os aspectos implícitos da instituição escolar acerca da
inclusão escolar estão atrelados a distintas representações: possibilidade
de desenvolvimento educacional, espaço de socialização e práticas
compensatórias. Pôde-se concluir que, enquanto não forem
compreendidos as crenças, os desejos, as frustrações e os afetos dos
professores quanto a sua ação profissional, eles não poderão a assumir o
papel de educar todo e qualquer aluno e, dessa forma, a instituição
escolar continuará reproduzindo o círculo cruel da diferenciação e exclusão
dos alunos. Somente seus sentidos singulares direcionarão posturas na
construção e desenvolvimento de uma escola inclusiva aos alunos
indistintamente.
Palavras-chave: inclusão escolar, ensino fundamental, representações
sociais.

Abstract: This article intended to explore some representations shared


among twenty-five professionals of education (elementary schools) about
the school inclusion of handicapped students. To achieve this goal, it
was necessary to focus on a system based on conversation. The work
was done through experience inside the school institutions in seven
months of research development. The analises of the obtained information
established that implicit aspects of schools about the theme are interlaced
with different representations: possibility of educational development,
place for social meetings and rewarding practices. We can conclude that
as long as teacher’s beliefs, desires, frustrations and affections to their
professional actions are not understood, they will remain in darkness, for
they are not able to assure the position of teaching any student; thus,
school will certainly be trapped on the cruel circle of selection and
exclusion of the handicapped students. Only the teacher’s feelings will
direct an attitude towards the construction and improvement of a school
that can include students without selecting some of them.
Key words: school inclusion, elementary schools, social representation.
408
Inclusão Escolar:
Representações Compartilhadas de Profissionais da Educação acerca da Inclusão Escolar

Políticas inclusivas: a escola Esse é um grande desafio, uma vez que essa
população de alunos se caracteriza,
como eixo da reconstrução
explicitamente, por possuir comprometimentos
social que afetam sua integridade e que podem trazer
prejuízos à locomoção, à coordenação de
Sabe-se que, objetivamente, a ação educacional movimentos, à fala, à compreensão de
aparenta estar fortemente respaldada, seja por informações, à orientação espacial ou à
suas formalizações internacionais, seja pelas percepção e ao contato com outras pessoas.
nacionais (ONU, 1982; ONU, 1990; ONU, Dentre essas, estão as deficiências físicas,
1994; Brasil, 1988; Brasil, 1990; Brasil, 1996). mentais, visuais e auditivas (Brasil, 2001a), que
Porém ressalta-se que, mesmo podendo fixar-se exigem novos posicionamentos a fim de
como uma forma eficaz de propagar e difundir reconstruir as práticas educativas oferecidas.
A necessidade de novas concepções, a educação não tem se
impulsionar a
apresentado como um exemplo efetivo nesse Ao se considerar o aluno com necessidades
mudança do
paradigma processo. Por meio da história das práticas educacionais especiais como cidadão que possui
vivenciado nas educacionais, constata-se que, durante muito direitos e deveres, o enfoque social de suas vidas
instituições tempo, essa área teve como meta a formação e é mudado, e eles passam a ser considerados
escolares deve ser
o desenvolvimento apenas dos alunos também produtores e reprodutores de sua
compreendida na
busca da caracterizados com “normais – normalizados”. realidade social a ponto de sua limitação ser
reconstrução da Há tempos a educação vem constituindo, cada caracterizada como secundária, o que
educação e do vez mais, espaços escolares limitados aos proporciona o desenvolvimento de novas
processo
educativo, não processos de ensino e aprendizagem, processos relações de convivência individuais e sociais. Essa
mais como foco esses que se configuram na criação de ambientes mudança de enfoque, no entanto, parece
exclusivista, mas fragmentados que dia a dia se transformam em esbarrar, prioritariamente, em aspectos subjetivos
como trajeto de que há muito delimitam e estigmatizam esses
um foco de enrijecimento, seleção,
inclusão e
mudança do estigmatização e normatização dos procedimentos alunos.
macro sistema educacionais, e, fundamentalmente, na
social. massificação do desenvolvimento humano (Bock, Subjetividade: implicações no
2003; Novaes, 2002). processo de inclusão escolar
A necessidade de impulsionar a mudança do Repensar e romper o foco e as barreiras
paradigma vivenciado nas instituições escolares dicotomizantes reproduzidas e refletidas pela
deve ser compreendida na busca da reconstrução educação em nossas escolas, prioritariamente
da educação e do processo educativo, não mais apresentada na relação inclusão/exclusão,
como foco exclusivista, mas como trajeto de representa um resgate das dimensões individual
inclusão e mudança do macro sistema social. e coletiva, não massificadas pela cultura vigente,
mas reenquadradas na busca de representações
Inclusão escolar de alunos com sociais, de singularidades, de significados e
necessidades especiais significações, portanto, do caráter subjetivo das
relações vivenciadas.
É na consideração de um novo contexto escolar,
com a inclusão de todos os alunos, inclusive de Assim, direcionar nossas instituições escolares ao
encontro dos fatos complexos é construir uma
alunos com necessidades especiais, que novos
nova vertente de atuação, não apenas
olhares poderão ser direcionados a todos os sujeitos,
determinada, mas fundamentalmente
com o devido entendimento de sua totalidade, com determinante na busca e compreensão dos
a reflexão da bagagem histórica da comunidade na discursos, significados, aspirações e idealizações
qual está inserido e, essencialmente, ao vê-lo como tão singulares nos agentes humanos envolvidos,
uma pessoa ativa e participativa. que se contrapõe ativamente às fragmentações
PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417
409
Claudia Gomes & Fernando Luis Gonzalez Rey PSICOLOGIA CIÊNCIA E
PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417

existentes, sejam elas indivíduo/sociedade, afeto/ A organização das configurações subjetivas,


cognição ou desenvolvimento/aprendizagem, quanto à inclusão escolar de alunos com
entre outros (Gonzalez Rey, 2001). necessidades especiais, é sistêmica,
intercambiando tanto os sentidos subjetivos
Resgatar a subjetividade fundante e presente individuais (crenças, desejos, desafios,
tanto nas ações sociais como nas ações individuais inseguranças) quanto os sentidos subjetivos sociais
impulsionará a consideração dialética entre o (representações, organização simbólica da
individual e o social, relação essa há muito escola); entretanto, até então, muito pouco se
descaracterizada pelas concepções mecanicistas explorou aquilo que, de fato, os agentes humanos “Resgatar a
e passivas do determinismo histórico sobre o envolvidos, entre eles os profissionais da subjetividade
fundante e
indivíduo (Gonzalez Rey, 1989; 2003). educação, realmente sentem quando passa a
presente tanto nas
fazer parte da rotina escolar um aluno atípico ações sociais
A consideração da subjetividade, compreendida em relação aos demais, em decorrência de seus como nas ações
como produção de sentidos, vem alavancar o déficits mentais, físicos ou sensoriais, e que individuais
impulsionará a
indivíduo e toda a sua história a uma nova posição, sentidos cercam seus posicionamentos frente a consideração
agora com sentidos, significados e emotividade. esse novo aluno. dialética entre o
Esses sentidos são inseparavéis tanto dos processos individual e o
simbólicos quanto das emoções, e emergem Enfatiza-se a exploração de seus sentidos não social, relação
essa há muito
integrados frente ao desenvolvimento de apenas em um novo artigo ou parágrafo descaracterizada
atividades dos sujeitos, o que de fato vem legislativo, mas na configuração subjetiva de seus pelas
reconsiderar os elementos de sentidos de sua posicionamentos frente à questão, impulsionada concepções
mecanicistas e
historicidade (Gonzalez Rey, 1995). tanto por seus aspectos objetivos como,
passivas do
prioritariamente, pelos aspectos subjetivos que determinismo
Entretanto, ao referenciar o processo de inclusão integram e se expressam de múltiplas formas histórico sobre o
escolar, verifica-se que, ao mesmo tempo em nos indivíduos que vivenciam a questão, sejam indivíduo.”

que este explicita e objetiva as legislações e eles diretores, professores, pais ou alunos. Gonzalez Rey
políticas educacionais do País, pouco vem
considerar o sentido subjetivo desses sujeitos que Para tanto, ao buscar a investigação da ação
a lei abarca, como se as formulações tanto educacional inclusiva de alunos com
internacionais como nacionais, vastamente necessidades especiais no ensino regular, e
relatadas, pudessem se sobrepor ao relato tentando não explorar os aspectos explícitos, esta
particular e individual dos agentes humanos pesquisa propôs, como objetivo geral, explorar
envolvidos na questão, considerando-os passivos as representações compartilhadas pelos
e reprodutores fiéis de tais formulações. profissionais da educação quanto ao processo
de inclusão escolar de alunos portadores de
Os sentidos subjetivos representam as unidades necessidades especiais.
psicológicas que caraterizam a forma em que
foi subjetivada a experiência vivida, experiência Método
não no que ela, objetivamente, significa para
um observador externo, mas em toda sua carga Ao buscar compreender a inclusão escolar de
emocional e simbólica para aquele que a vive. alunos com necessidades educativas especiais,
Os sentidos constituem o sujeito e, no caso dos visualizando o estudo das representações de
alunos com necessidades especiais, esses profissionais da educação, a epistemologia de
sentidos subjetivos não são menos legítimos do pesquisa qualitativa tornou-se essencial no
que aqueles que caracterizam a vida de qualquer desenvolvimento do trabalho. Ressalta-se que
outra pessoa. São os sistemas desses sentidos, essa compreensão de pesquisa vem oferecer a
associados às experiências vividas, que González forma satisfatória de alcançar as exigências
Rey (2003) tem definido como configurações epistemológicas inerentes ao estudo da
subjetivas. subjetividade, como parte constitutiva do
410
Inclusão Escolar:
Representações Compartilhadas de Profissionais da Educação acerca da Inclusão Escolar

indivíduo e das diferentes formas de organização Procedimentos


social (Gonzalez Rey, 2002).
Os sistemas conversacionais foram firmados
Participantes entre a pesquisadora e os participantes,
direcionados com a devida exploração e o
O grupo de participantes da pesquisa foi aprofundamento nos níveis de discursos ou
formado por vinte e cinco profissionais de narrativas construídas durante sete meses, no
distintas atribuições, sendo elas: uma diretora, período de agosto/2004 a abril/2005, que
uma vice-diretora, uma coordenadora totalizaram vinte e oito semanas de coleta de
pedagógica, duas inspetoras de alunos e vinte informações, obtidas nas visitas realizadas pela
professores de 1ª à 8ª série. Quanto ao gênero pesquisadora, três vezes por semana, nos
dos participantes, dos vinte e cinco profissionais, períodos das 7h às 12h, e das 13h às 17h.
vinte e três eram mulheres, e apenas dois
Vale ressaltar que foi previamente firmado um
homens; o tempo médio de atuação foi de onze
contato com a direção da escola a fim de obter
anos, e, com exceção das duas inspetoras de
a autorização; foi entregue, a todos os
alunos, todos os demais profissionais possuíam
participantes, um termo de consentimento livre
formação superior completa.
e esclarecido quanto às questões éticas da
pesquisa.
O critério de escolha da instituição escolar para
a realização da pesquisa se deu pelo Plano de análise das informações
levantamento prévio do número de alunos com
necessidades educativas especiais, matriculados As informações obtidas por meio dos sistemas
em horário regular (matutino e vespertino) em conversacionais foram, primeiramente,
instituições públicas estaduais. Dessa forma, foi contextualizadas, e, posteriormente, elencadas
delimitado, como local de pesquisa, uma escola em categorias de indicadores, com a formação
estadual de ensino regular da região da Grande de agrupamentos significativos em constante
São Paulo / SP. relação e discussão com o contexto gerador. As
elaborações teóricas foram conduzidas e
Recursos: sistemas alavancadas para uma nova representação do
conversacionais estudo da inclusão escolar de alunos portadores
de necessidades especiais, que permitiram chegar
O diálogo foi considerado fonte essencial e a zonas de sentido do problema inacessíveis à
elemento imprescindível para a qualidade da representação anterior e, em conseqüência,
informação produzida pela pesquisa (Gonzalez visualizar o impulso de novos níveis de construção
teórica sobre a questão educacional inclusiva em
Rey, 2002), e evidenciou uma real construção
nossas escolas.
dinâmica do pesquisador com os participantes,
com a amplitude dos relatos (emotividade,
Resultados e discussão
expressões verbais e corporais, idealizações
e perspectivas, entre outros) em diferentes
Pôde ser constatado, durante o desenvolvimento
momentos (atividades em sala de aula, da pesquisa, que a organização escolar, frente à
atividades em reuniões, horário de intervalo, ação inclusiva de alunos com necessidades
etc). Para tanto, tornou-se imprescindível a especiais, parece ser ordenada por três distintas
utilização da modalidade metodológica de um representações.
diário de pesquisa, que, segundo Flick (2004),
não representa apenas uma finalidade de Inclusão escolar: proposta de modernização das
transcrição de informações, mas é práticas educacionais que enfatizam o respeito
fundamental para a reflexão sobre o processo. às diferenças e diversidades dos alunos: uma das

PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417


411

Claudia Gomes & Fernando Luis Gonzalez Rey PSICOLOGIA CIÊNCIA E


PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417

representações acerca da inclusão escolar de e não têm um acompanhamento que lhes


alunos com necessidades educativas especiais, garanta progresso dentro de seus limites. Isso
compartilhada por um número muito reduzido produz sentidos subjetivos que levam o aluno a
de profissionais da educação, vem configurar vivenciar ansiedade, menos valia e insegurança,
núcleos de sentidos subjetivos, que impulsionam verdadeiras barreiras emocionais para o seu
a modernização das práticas educacionais e desenvolvimento.
enfatizam o respeito às diferenças e às
diversidades dos alunos, com o realce da Constata-se que o princípio de liberdade adotado
possibilidade da elaboração e desenvolvimento por inúmeros profissionais frente aos alunos com
de atividades diferenciadas, como pôde ser necessidades especiais se traduz muito mais por
constatado no relato de uma das profissionais um descaso e descomprometimento do que por
da educação: posturas de respeito e de consideração às Apresento o tema
da aula e cada
limitações do aluno, o que marca um padrão um desenvolve da
Apresento o tema da aula e cada um desenvolve diferenciado de relações, como explicitado no maneira que
da maneira que prefere, desenhos, histórias, relato de uma das profissionais: prefere, desenhos,
histórias, colagens,
colagens, pinturas”; “não vejo problemas em pinturas”; “não vejo
realizar uma adaptação das atividades para ele, Acho um desperdício ele vir até a escola e problemas em
a turma gosta dele, ele participa se sabe ninguém dá nada; fica andando de um lado para realizar uma
adaptação das
responder, isto é incluí-lo”; “eu busco acreditar o outro, e ainda quer limpar a escola; já proibi,
atividades para
nele respeitando o ritmo dele. na minha aula, dele limpar as carteiras, ele é ele, a turma gosta
aluno, não funcionário; ele me procurou na saída dele, ele participa
Assim como prioriza um ambiente escolar que da sala e me disse que precisa aprender a ler e se sabe responder,
isto é incluí-lo”; “eu
inclui maiores demonstrações de respeito e a escrever, pois vai arrumar um emprego. busco acreditar
afetos, como explicitado pela mesma professora: nele respeitando o
“Que desenho é este, você gosta mesmo desse Esse fato vem, aparentemente, mostrar um ritmo dele.

esporte? Eu também gosto, e gostaria que se sentimento de reconhecimento e busca de


esforçasse mais, gosto muito de você, acredito aliança e cumplicidade do aluno com essa
em você”, a representação compartilhada pelos professora, como se a reconhecesse pelas
profissionais, configurada por núcleos que tentativas de novas ações profissionais ao seu
realçam e consideram a diversidade dos alunos, processo de inclusão escolar.
com a elaboração de atividades diferenciadas,
parece vir rebatendo a prática dos demais A possibilidade de alguns professores
professores quanto à denominada liberdade de considerarem o processo de inclusão escolar
saídas constantes da sala que os alunos com pluralidade de desenvolvimento vem
necessidades especiais possuem, fato que pôde proporcionar espaço aos excluídos, com o
ser constatado no seguinte relato: resguardo de suas singularidades e,
necessariamente, identidades diferenciadas, para
Se der uma forçada nele, ele vai, o problema é que, assim, esses alunos possam assumir a
que todo mundo deixa ele fazer o que quer, e, construção e a constituição de suas próprias
quando ele vê a dificuldade, sabe que não precisa relações escolares e, em conseqüência, sociais
enfrentar... é mais fácil para muitos professores, (Vaistman, 1995).
deixar ele fora da sala, pois daí não dá trabalho”;
“antes não fazia nada, mas agora tenta juntar as A efetivação de um processo escolar de
letras, montar as palavras... quanto às continhas, qualidade traz a prioridade do desenvolvimento
ele vai muito bem. de novas atitudes e formas de interação na escola
e exige mudanças no relacionamento pessoal e
A exclusão acentua-se ainda mais quando os social e na maneira de se efetivar os processos
alunos são eximidos de seus deveres escolares de ensino-aprendizagem (Mantoan, 1997).
412
Inclusão Escolar:
Representações Compartilhadas de Profissionais da Educação acerca da Inclusão Escolar

A inclusão escolar de alunos com necessidades ativos frente a esses sentidos sociais vem delimitar
especiais só será bem sucedida se antes forem tanto os professores como os alunos na posição
tomados e observados alguns significados: o de a-sujeitamento.
professor regular deve acreditar que o aluno será
bem sucedido, toda a escola deve estar convicta Documentos, publicações e pesquisas concluem
de aceitar e compartilhar a responsabilidade pela que a efetivação de uma prática educacional
aprendizagem de estudantes com necessidades inclusiva requer, necessariamente, que todos os
especiais e os profissionais de educação devem professores e outros profissionais da educação
estar predispostos a trabalhar em colaboração sejam dotados de materiais, instrumentos e
com as salas de aula regulares (Eric, 2002). referenciais teóricos e práticos para que possam
adaptar suas práticas pedagógicas a fim de incluir
No entanto, posturas dissonantes foram todos os alunos, entre eles o aluno com
observadas quanto ao próprio professor, e foram necessidades especiais, com a construção de novas
claramente evidenciadas ao submergirem os concepções quanto às diferenças, e, acima de
aspectos individuais desses mesmos professores, tudo, com o trabalho em relação à diversidade,
que vivenciam sentidos subjetivos de seja ela física, cognitiva ou social, dentro da escola
potencialidades, desejos, frustrações e
(Marques, Oliveira & Santos, 1998).
competências, mas que são desconsiderados em
sua unicidade e singularidade individual: “Não Entretanto, esses mesmos documentos nada
é isso que é inclusão, colocar todo mundo na relatam quanto à vivência dos sentidos subjetivos
Se der uma escola junto, e o resto, a insegurança, a falta de desses profissionais frente a esse processo e, mais
forçada nele, ele preparo do professor, nada disso conta...” –
uma vez, a simplificação da proposta inclusiva,
vai, o problema é relato de uma das professoras que reitera a falta
que todo mundo por meio da instrumentalização baseada em seus
de consideração ao professor (suas expectativas
deixa ele fazer o inúmeros artigos, cede prioridade às expectativas,
que quer, e, e seus desafios).
temores e aspirações dos professores em relação
quando ele vê a
dificuldade, sabe
à inclusão escolar.
A instrumentalização e a racionalização dos
que não precisa
elementos de sentidos subjetivos, que são
enfrentar... é mais A meta de atender e desenvolver todos os alunos
fácil para muitos singulares e individuais, vêm abarcar a tão bem
indistintamente (proposta da educação inclusiva)
professores, deixar divulgada, porém extremamente ineficiente,
ele fora da sala, depende de os professores se posicionarem
proposta educacional inclusiva, que considera
pois daí não dá efetivamente quanto à questão e serem
seus agentes meros reprodutores, sem se dar
trabalho”; “antes impulsionados prioritariamente a reconhecer seus
não fazia nada, conta de que o sentido subjetivo parte de uma
organização singular que poderá impulsionar ou desejos e definir que contribuições podem dar
mas agora tenta
juntar as letras, não a tão divulgada busca por novas posturas no que se refere à proposta escolar inclusiva.
montar as
profissionais.
palavras... quanto O desenvolvimento de uma política educacional
às continhas, ele
vai muito bem. Somente com a devida consideração à que realmente oficialize uma ação educativa
singularidade dos professores é que novas embasada nas construções e singularidades deve
representações acerca do processo de inclusão avaliar e impulsionar o processo de inclusão
escolar de alunos com necessidades especiais, escolar focado nas diferenças, diversidades e
com novas posturas e formações teóricas e identidades diferenciadas de seus alunos (Silva,
práticas, serão alcançadas. 2000).

A vivência de sentidos subjetivos calcados em Enquanto os docentes não forem revistos como
verdades, a priori estabelecidas, que, ao invés expressão de sentidos subjetivos individuais e
de contrapor, vem enraizar conceitos sociais, como sujeitos construtores e singulares,
dominantes, é claramente constatada no que dotados de crenças, desejos, frustrações e afetos,
se refere ao tratamento de alguns alunos. não poderão assumir o papel de educar todo e
Entretanto, a inexistência de posicionamentos qualquer aluno, de modificar e redirecionar sua

PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417


413
Claudia Gomes & Fernando Luis Gonzalez Rey PSICOLOGIA CIÊNCIA E
PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417

prática profissional para ações mais igualitárias, frisa a delimitação, massificação e padronização
e a instituição escolar continuará reproduzindo do desenvolvimento humano.
o círculo cruel da diferenciação e exclusão dos
alunos. Relato como o descrito abaixo, feito por uma
das professoras e confirmado direta e
Esse fato é alimentado por sentidos subjetivos indiretamente pelos demais profissionais, vem
que denotam medos, inseguranças, frustrações marcar essa representação, bastante comum
e incapacidades no enfrentamento do problema, entre os profissionais: “A vinda dele é só para
porém a falta de capacitação institucional é que conviva com os outros; tudo bem que ele
inseparável desse processo e influencia o aspecto ajuda, varre a sala, mas não tem como haver
subjetivo nos professores, o que forma barreiras aprendizado”. Pode ser constatado que a
para a efetivação da proposta educacional demarcação apenas da socialização como um
inclusiva. dos possíveis caminhos da inclusão escolar é
assumida também em suas posturas e em relatos
Uma das questões claramente evidenciadas é como: “Ele deveria ir para uma escola especial,
que o a-sujeitamento dos professores, presente pois só vem aqui para conversar e até brigar,
tanto na formulação de nossas diretrizes mas não aprende nada”.
educacionais como na prática cotidiana da escola,
firma tanto os padrões de relação dos alunos Assim, torna-se evidenciada a tendência de
como a padronização de suas práticas considerar a inclusão escolar uma possibilidade
profissionais. de socialização, muito mais relacionada ao
objetivo de aproximação, interação e convivência
Ao analisar as inúmeras pesquisas que de tais alunos com o restante da sala do que a
direcionam, fundamentalmente, aos professores um real desenvolvimento cognitivo e social,
a responsabilidade de remover os obstáculos que como se segue no relato de uma das professoras:
se interpõem entre o aluno e o ensino que lhe “Aprender não aprende, mas acho que é
é ministrado, que eles possam assumir sua importante o convívio social; não é porque ele
responsabilidade pelo aprendizado de todo e não aprende que não precisa conviver com os
qualquer aluno, modificar seu enfoque de amigos, e aqui ele tem amigos, não faz a lição,
atuação profissional e considerar os alunos dentro mas o social também é muito importante”.
de sua individualidade e diversidade; esse, sim,
é o primeiro passo para a compreensão das A proposta inclusiva, de acordo com Marques,
práticas inclusivas, assim como a tomada de Oliveira e Santos (1998), para alguns professores,
consciência frente a novas posturas e à sua prática leva em consideração a possibilidade de
de atuação (Mantoan, 1997; Orofino & Zanello, interação social dos alunos portadores de
1999), além da contraposição ativa às práticas necessidades especiais visando muito mais ao
de exclusão escolar como descritas nas próximas bem-estar social desses alunos, fato de extrema
representações compartilhadas pelos importância não fosse a limitação existente na
profissionais. demarcação desenvolvimento cognitivo/social,
como se se estruturassem em processos
Inclusão escolar: delimitação, massificação e dicotômicos.
padronização do desenvolvimento humano
calcada na burocratização do ensino A compreensão meramente instrumentalizadora,
aprendizagem: uma outra representação empregada pela educação, com processos fixos
configurada na instituição escolar por um número e invariáveis, com um conhecimento estático e
relevante de professores vem relacionar os acabado, contrapõe-se ativamente ao
aspectos subjetivos, que limitam a inclusão direcionamento para a formação e o
escolar de alunos com necessidades especiais, desenvolvimento global dos educandos (Gallo,
apenas a uma possibilidade de socialização que 1999).
414
Inclusão Escolar:
Representações Compartilhadas de Profissionais da Educação acerca da Inclusão Escolar

Verifica-se a delimitação e a dicotomia dos especializado, ele poderia obter um maior


processos educacionais, que podem estar desempenho”; “Torna-se muito difícil o trabalho
diretamente relacionados à burocratização dos com ele e o restante da turma”. São expressões
processos de ensino-aprendizagem atualmente verídicas, ao se considerarem as limitações e
empregados em nossas escolas e que deficiências do sistema público de ensino.
impulsionam as diversas justificativas externas.
A instituição escolar parece, cada vez mais, se Como se sabe, em diversas culturas e contextos,
distanciar do foco do problema, e a falta de as barreiras para a inclusão escolar podem estar
preparo e respaldo oferecido parecem sobrepor- relacionadas às pessoas, não apenas aos
se à falta de atitudes e de posicionamentos professores, mas também aos pais e aos demais
coerentes com a prática profissional dos profissionais da educação, ou seja, às pessoas
professores e, em conseqüência, da escola, sem direta ou indiretamente envolvidas, assim como
o devido questionamento frente ao fato de que à ausência de recursos financeiros e materiais, à
a educação e o professor devem ter, como meta, falta de conhecimento e informação e às
atender e desenvolver todos seus alunos características do próprio contexto (pobreza, etc.).
indistintamente; no entanto, em momento Entretanto, é bom ressaltar que a existência de
algum é repensado esse modelo, como fica barreiras a serem transpostas para a efetivação
claro no relato citado: “Não somos uma escola da proposta escolar inclusiva é extremamente
especial...já temos tantos problemas e, nesse compreensível, uma vez que se trata de um
caso, é ele que não tem como aprender; a gente processo um tanto recente no Brasil, e ainda
tem dificuldades até com os “normais”, esses em andamento. As dificuldades ficam ainda mais
que já tem mesmo alguma coisa, daí não dá evidentes se se considerarem as limitações do
mesmo”. sistema público brasileiro de educação. A
inadequação das instalações e dependências de
A formação dos professores, assim como as parcela expressiva das escolas, tanto pelo
deficiências do sistema público de ensino no despreparo do docente para lidar com a inclusão
que se refere à distribuição de materiais e escolar quanto pela inexistência de uma prática
programas que respaldem o processo de inclusão pedagógica que contemple a diversidade das
escolar, especificamente ao preparo do necessidades dos alunos, além da carência de
profissional frente à inclusão escolar, mostra-se materiais básicos (livros, etc.) e de recursos
também, nessa instituição, inexistente, assim tecnológicos avançados e da ausência de equipes
como o respaldo de materiais e métodos de de apoio, representam uma pequena amostra
ensino mais adequados, o que impulsiona das barreiras a serem superadas na escola pública
constantes afirmações como “(...) falta de brasileira para que o processo de inclusão escolar
formação, falta de materiais acessíveis, falta de de alunos com necessidades especiais se torne
especialização”; “não é isso que é inclusão, uma realidade (Gomes & Barbosa, 2006).
colocar todo mundo na escola junto e o resto, a
insegurança, a falta de preparo do professor, nada Entretanto, constata-se que, anteriormente, a
disso conta...”; “na escola especial, tem um exigência feita ao professor de respeito e de
professor o tempo todo com ele”. valorização à diferença dos alunos torna evidente
a necessidade de contextualizar a singularidade
Esses relatos são defendidos e justificados por desse professor no que se refere ao seu sentido
um grande número de professores; ouvem-se, subjetivo quanto à humanização do ensino para
ainda, justificativas como: “falta de preparo, todos. De acordo com Gonzalez Rey (1995), o
tempo, classes numerosas”, ou expressões desenvolvimento e a transformação do sujeito
como: “tem quarenta alunos, mais um”, que são embasados na contradição entre o social e o
parecem ter se transformado em jargões quanto individual, do individual considerado pelo
à proposta de inclusão escolar, somados a posicionamento construtor do indivíduo frente
expressões comuns como: “Em um lugar ao social, ação essa desconsiderada na escola e
PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417
415
Claudia Gomes & Fernando Luis Gonzalez Rey PSICOLOGIA CIÊNCIA E
PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417

que acarreta não apenas o pleno a-sujeitamento Porém, vale firmar que, para que a inclusão
de professores, mas que, fundamentalmente, escolar de alunos com necessidades especiais
se contrapõe ao resgate dos sentidos subjetivos ocorra com sucesso, é imprescindível o
acerca da questão inclusiva e impulsiona uma desenvolvimento adequado do professorado e
terceira e mais delimitada representação acerca o suporte de profissionais especializados, de
da inclusão escolar. métodos de ensino e de atividades adequadas,
entre outros (Eric, 2002), que enfatizem as
Inclusão escolar: práticas de humanização do potencialidades dos alunos e, em conseqüência,
ensino ou práticas sociais compensatórias? Uma os incluam no sistema regular de ensino, sem
outra representação compartilhada pelos discriminá-los por suas deficiências ao compensar
profissionais atribui ao processo de inclusão sua “estada na escola” com práticas de caridade.
escolar de alunos com necessidades especiais
um contexto impulsionador de práticas sociais De acordo com Sestario et al. (2002), a crise
compensatórias, como se seguem nos relatos: educacional que atravessa nosso país é positiva
para o redirecionamento das ações excludentes
Tem que fazer caridade com esses alunos”; “tem e massificadoras até então desenvolvidas por
que ter o dom, não é qualquer um que consegue nossas escolas. Essa crise vem, ainda, propiciar
uma aproximação”; “ são tão prestativos, tenho novas reflexões quanto às práticas educacionais
um ótimo relacionamento com eles, mas dizer empregadas e destinadas aos alunos com
necessidades especiais. Tem que fazer
que fazem alguma coisa... faço acordos, eles caridade com
não me atrapalham e eu deixo eles ficarem na esses alunos”; “tem
sala de aula. Esse desenvolvimento, porém, só poderá ser que ter o dom,
alcançado e aplicado se se partir das mudanças não é qualquer
na formação e no respaldo adequado aos um que consegue
A caridade é compreendida por atos de prover uma
docentes, que conduzirão os procedimentos
roupas, comidas e materiais, e busca justificar e aproximação”; “
educacionais destinados a esses alunos. Serão são tão
recompensar a estada do aluno na escola com
posicionamentos impulsionados pelos sentidos prestativos, tenho
ações desvinculadas de uma prática educacional, um ótimo
subjetivos sociais e individuais, na composição
conforme o relato de uma das dirigentes da relacionamento
de novas representações acerca da inclusão
escola: “A característica mais relevante atribuída com eles, mas
escolar de alunos com necessidades especiais. dizer que fazem
a ele é ser extremamente prestativo (limpeza
alguma coisa...
da sala de aula, do pátio, cuidado com o som da Seja embasado na subjetividade social, seja na faço acordos, eles
escola)”. O próprio aluno incorporou essa subjetividade individual, esses sentidos subjetivos não me
representação ao seu processo de inclusão atrapalham e eu
serão singulares como suas crenças, seus deixo eles ficarem
escolar ao assumir, em diferentes momentos, desafios, inseguranças e concepções, que na sala de aula.
os afazeres de limpeza da escola. direcionarão reflexões e posturas na construção
e no desenvolvimento de uma escola inclusiva
De modo geral, a inclusão escolar de alunos com que ofereça, indistintamente, serviços
necessidades especiais é vista, pelos professores, educacionais a todos os alunos, não calcados
como uma ação muito mais humanitária do que em formalizações legais e racionais, mas no
realmente educacional, e assim, não só as impulso de todos os sujeitos a uma condição
barreiras explícitas como também a falta de constituinte e construtora de suas relações, entre
estrutura predial, de organização escolar, de elas, as relações educacionais.
recursos e métodos educacionais apropriados
devem ser analisados (Mantoan, 1997), e, Considerações finais
essencialmente, os sentidos subjetivos vividos
pelos professores quanto ao processo de inclusão Frente ao objetivo lançado, de explorar as
escolar de uma nova clientela devem ser representações de profissionais da educação no
discutidos e compreendidos em um primeiro processo de inclusão de alunos com
momento. necessidades especiais nas escolas regulares e
416
Inclusão Escolar:
Representações Compartilhadas de Profissionais da Educação acerca da Inclusão Escolar

com o desenvolvimento de uma pesquisa deficiências do sistema público de ensino no que


impulsionada pelo recurso metodológico que se refere à formação adequada de professores,
priorizasse os sistemas conversacionais firmados
à inexistência de materiais destinados a
com os diferentes participantes da pesquisa,
pôde ser constatado que a meta de atender e instrumentalizar a proposta inclusiva e ainda aos
desenvolver todos os alunos, indistintamente aspectos mais explícitos, como as carências
(proposta da educação inclusiva), depende, prediais, financeiras e assistenciais das instituições
prioritariamente, do efetivo posicionamento de escolares.
todos os profissionais de educação da instituição;
quanto à ação educacional, que sejam levados
a reconhecer seus desejos, suas aspirações e Há uma outra representação que configura
suas crenças, ou seja, sua unicidade, dentro sentidos acerca da inclusão escolar de alunos
desse contexto e estabelecer que contribuições com necessidades especiais delimitados a práticas
darão ao processo. e posturas compensatórias. Esses sentidos são
expressos por caridade, por sentimentos
Ao se aprofundarem, especificamente, as
representações compartilhadas em relação ao depreciativos ou ainda pela valorização subalterna
processo de inclusão de alunos portadores de do aluno, e vêm firmar não um reconhecimento
necessidades educativas especiais, puderam ser da diversidade desses alunos, mas diferenciá-los
explorados núcleos representativos que, por ações pré-concebidas de convivência com o
diferentemente, impulsionam a compreensão
“outro” e com suas “diferenças”.
frente à proposta educacional inclusiva e formam
as configurações dos sentidos subjetivos
vivenciados na instituição escolar. Pode-se concluir, que, enquanto, esses
profissionais não forem reconsiderados como
Uma das representações, compartilhada por um sujeitos construtores e singulares, dotados de
número inexpressivo de profissionais, relaciona
crenças, desejos, frustrações e afetos, não
o processo de inclusão escolar de alunos com
necessidades especiais à possibilidade de poderão a assumir o papel de educar todo e
aprendizagem, com realce na necessidade de qualquer aluno, de modificar e redirecionar sua
adaptação de atividades, com a formação de prática profissional para ações mais igualitárias e,
um ambiente mais afetuoso que respeite a dessa forma, a instituição escolar continuará
singularidade de todo e qualquer aluno, o que
reproduzindo o círculo cruel da diferenciação e
reitera a importância que deve ser atribuída ao
exclusão dos alunos.
resgate do professor, como sujeito ativo e
construtor de suas relações e configurações
subjetivas. Entretanto, vale ressaltar que esses
redirecionamentos das práticas educacionais não
Já uma outra representação, configurada pela ocorrerão com a instrumentalização da proposta
grande maioria dos profissionais, delimita a
inclusiva, como foi tão bem divulgado; ela se
proposta educacional inclusiva como
possibilidade de sociabilização do aluno. Tal revela extremamente ineficiente ao considerar
configuração vem refletir os sentidos subjetivos os agentes profissionais apenas reprodutores,
de alguns professores que, ainda calcados na sem se dar conta que os sentidos subjetivos
padronização, delimitação e estigmatização do partem de uma organização singular que poderá
processo de ensino-aprendizagem, assumem um
impulsionar ou não a tão divulgada busca por
posicionamento mais estático e passivo na
construção de uma escola que é para todos, novas posturas profissionais e a efetivação de
mas que impulsiona e destaca as inúmeras uma escola de qualidade para todos.

PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417


417
Claudia Gomes & Fernando Luis Gonzalez Rey PSICOLOGIA CIÊNCIA E
PROFISSÃO, 2007, 27 (3), 406-417

Claudia Gomes
Mestre em Psicologia escolar (PUC-Campinas), doutoranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia
como Profissão e Ciência (PUC-Campinas).

Fernando Luis Gonzalez Rey


Pontifícia Universidade Católica de Campinas

SQS 407 - Bloco R / Ap. 206


Brasília / DF CEP: 70256-180
Telef. (61)-2446753
E-mail : claudiagomes.psi@ bol.com.br - gonzalezrey@terra.com.br

Recebido 22/05/06 Reformulado 19/12/06 Aprovado 26/01/07

BOCK, A. M. B. Psicologia da Educação: Cumplicidade Ideológica. In: GONZALEZ REY, F. Comunicación, Personalidad y Desarrollo. Havana: Referências
Meira, M. E. e Antunes, M. A. M. Psicologia Escolar: Teorias Críticas. Pueblo y Educación, 1995.
São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003, pp. 79-103.
_______________. A Pesquisa e o Tema da Subjetividade. In:
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Obra Psicologia da Educação (13), 2º sem., pp 9-15, 2001.
coletiva de autoria da Editora Revista dos Tribunais. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 1988. _______________. Pesquisa Qualitativa em Psicologia – Caminhos
e Desafios. São Paulo: Thomson, 2002.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (Brasil, nº 8.069/
90) – Publicada em Diário Oficial da União, de 16 de julho de 1990, _______________. Sujeito e Subjetividade. São Paulo: Thomson,
p.13,563. 2003.

MANTOAN, M. T. E. Ser ou Estar: eis a Questão. Explicando o Déficit


BRASIL.Lei de Diretrizes e Bases da Educação.www.mec.gov.br/ Intelectual. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
legis/zip/lei9394/sip, 1996.
MARQUES, L. P., OLIVEIRA, L. A., SANTOS, N. A. S. Integração de Paralisados
BRASIL. Convenção Interamericana para a Eliminação de todas Cerebrais: um Estudo. In: Temas sobre Desenvolvimento, vol. 7, nº 40,
pp.16- 23, 1998.
as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de
Deficiência. Congresso Nacional, Decreto nº 3.956, de 08 de NOVAES, M. H. Convivendo em Novos Espaços e Tempo Educativos. in:
outubro de 2001. Guzzo, R. S. L. (org). Psicologia Escolar: LDB e Educação Hoje. São
Paulo: Alínea, 2002, pp.91-102.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC) – Secretaria de Educação
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (1982). Programa de Ação
Fundamental. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mundial para Pessoas Deficientes. Espanha. Online:
Especial. Brasília: MEC/SEF, 2001. www.defnet.com.br, acessado em 28 de outubro de 2001.

ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS (1990). Declaração Mundial


ERIC Digest. Including students with disabilities in general education
sobre Educação para Todos. Tailândia. Online:
classrooms. ERIC Digest. (citado em janeiro de 2002) Online: www.educaçãoonline.pro.br, acessado em 20 de setembro de 2001.
www.askeric.org/databases/ERIC_Digest/ed358677.html, acessado
em 8 de março de 2002. ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS (1996). Declaração de
Salamanca sobre Princípios, Políticas e Práticas em Educação
Especial. Salamanca: Online: www.direitoshumanos.usp.br, acessado
FLICK, U. An Introduction to Qualitative Research. London: em 17 de setembro de 2001.
Bookman, 2004.
OROFINO A. M. & ZANELLO, V. A. A Subjetividade Social na Escola.
Brasília: Paralelo, 1999.
GALLO, S. Transversalidade e Educação: Pensando uma Educação
Não-disciplinar.In: N. Alves e R. Garcia Leite (org). O Sentido da SESTARIO, A. C., PEREZ, E. C. M. F., PROENÇA, E. C. S., FÁVERO, E. A. G.,
Escola. Rio de Janeiro: DP&ª, 1999, pp. 17 – 43. CORTZ, L., PANTOJA, L. M. P., MANTOAN, M. T. E., LOWENTHAL, R. A
Cartilha: Acesso de Pessoas com Deficiência às Classes e Escolas
Comuns da Rede Regular de Ensino. São Paulo: São Paulo Publicações,
GOMES, C. & BARBOSA, A. J. G. Inclusão escolar do portador de
2002.
paralisia cerebral: atitudes de professores do ensino fundamental.
Revista Brasileira de Educação Especial, Universidade Estadual SILVA, T. T. A Produção Social da Identidade e da Diferença. In: T. T. (org).
Paulista, v.12, nº 1, pp. 85-100, 2006. Identidade e Diferença: a Perspectiva dos Estudos Culturais. Rio de
Janeiro: Vozes, 2000, pp. 73-102.

GONZALEZ REY, F. Educación para la Salud. In: Gonzalez Rey, F. y


VAISTMAN, J. Subjetividade e Paradigma de Conhecimento. In: Boletim
Martinez, A. M.. La Personalidad – su Educación y Desarrollo.
Técnico do Senac, São Paulo, maio/ago, nº 2, (21), pp. 1-9, 1995.
Havana, Playa: Pueblo y Educación, 1989, pp. 25-48.

S-ar putea să vă placă și