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Bovary?
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Falamos de uma psicopatologia que foi descrita pela primeira vez em 1892, pelo filósofo
Jules de Gaultier. No seu ensaio, baseado na obra literária de Madame Bovary, ele se
refere à figura da sua protagonista, Emma, como o perfeito estereótipo da pessoa que
sofre o que ele chamou de “uma insatisfação crônica afetiva”.
Emma será seduzida por dois deles, primeiro por um jovem estudante e, logo, por um
mulherengo chamado Rodolphe. A relação com ambos é possessiva, ciumenta e muito
submissa. Diante do abandono de seus amantes, ela acaba se suicidando ao ingerir
arsênico em pó.
Madame Bovary, assim como outros personagens literários como Anna
Karenina, renuncia à sua família e ao seu papel como esposa por perseguir o
amor. Isso, por um lado pode parecer bastante rígido, mas, por outro lado, é uma grande
crítica ao amor idealizado. Emma está tão obcecada por satisfazer as suas ânsias que
não se importa em endividar a família, descuidar da filha ou prejudicar as pessoas ao seu
redor.
“Cuidado com a tristeza, é um vício”.
-Gustave Flaubert–
Cada vez que elas se apaixonam por alguém novo e ficam obcecadas por ele. Idealizam
de tal forma que é impossível fazê-las mudar de ideia, inclusive se a pessoa em questão
não as corresponde ou não lhes convêm.
2. Relações impossíveis
Devido à sua incapacidade para manter uma relação real, elas costumam recorrer
aos amores impossíveis. Pode acontecer que já tenham um companheiro sentimental e
mesmo assim continuam perseguindo a ilusão do amor ideal com outra pessoa.
Isso as leva à infidelidade porque, ao não saberem ficar sozinhas, elas raramente vão
terminar relacionamentos se não têm um “ás”- outra pessoa – na manga. As relações
complicadas ou com pessoas atormentadas as atraem por considerá-las
românticas e apaixonadas.
3. Insatisfação constante
Pouso tempo depois de começar um relacionamento, elas começam a descobrir que
seu companheiro sentimental é um ser humano, ou seja, tem também os seus
defeitos. A idealização desaparece e, com esse desvanecimento, chega a frustração de
novo. Elas já não consideram que essa pessoa seja a adequada e começam a mostrar
sintomas de desinteresse.
Elas nunca chegam a se sentir satisfeitas com ninguém, porque não entendem o amor
além da primeira etapa de paixão. A visão de relacionamento é limitada e baseada em
histórias ou personagens que nunca experimentaram a tranquilidade, os problemas ou a
monotonia.