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RESUMO
Esse artigo denominado “Uma perspectiva do futuro contemporâneo da pessoa idosa no Brasil”
discutiu a, violência intrafamiliar contra o idoso/a e suas conseqüências, e teve como objetivo
entender o stress que ocasiona a sobrecarga no familiar e ou cuidador na atenção e cuidados
para com esta população, e fatores que influenciam a ocorrência da violência intrafamiliar,
verificando as políticas públicas sociais disponibilizadas pelo Estado, se estão suprindo as
necessidades destes idosos. Metodologia: Pesquisa bibliografia que teve como base a “revisão
narrativa”, buscando a subjetividade dos autores. Resultados: Dependência do idoso o expõe a
situações de violência, expressas pela negligência, violência psicológica e exploração
financeira, sobretudo, por meio da apropriação indevida de bens. Considerações: Observa-se
que o familiar e ou o cuidador da pessoa idosa se sobrecarregam, as violências e negligencias
aparecem colocando em risco a saúde do mesmo, e infelizmente o familiar e ou cuidador
adoecem junto à pessoa cuidada.
Palavras-chave: Violência intrafamiliar, Sobrecarga, Questão Social, Stress.
1-Introdução
aproximadamente a metade do século XX, o que representa um grande desafio para o Estado e
para a sociedade em geral.
Compreendendo a necessidade de aumentar a divulgação desta problemática, o artigo
“UMA PERSPECTIVA DO FUTURO CONTEMPORÂNEO DA PESSOA IDOSA NO
BRASIL”, veio a discutir “O reconhecimento social da violência intrafamiliar contra o
idoso/a” no espaço familiar, com a finalidade de entender o posicionamento da família em
relação à proteção social e preservação de seus direitos. Desta forma, proceder à compreensão
entre teoria e prática, sendo assim a pesquisa que deu origem a este trabalho se volta para
entendimento das políticas públicas vigentes e suas aplicabilidades na sociedade contemporânea.
A violência e maus tratos para com idosos/as eram vistos como uma questão
estritamente familiar, permanecendo encoberta até a metade do século XX. Representa, hoje, um
grande desafio para a sociedade em geral. Provoca, além de óbitos, traumas físicos e emocionais,
o que redunda no aumento da demanda por serviços e programas de saúde específicos. O
envelhecimento traz questões diversificadas, que refletem tanto na sociedade em geral, como na
esfera familiar. As pesquisas e publicações de Silva e Lacerda (2007) apontam uma estimativa de
que na segunda metade deste milênio existirá mais de 31 milhões de pessoas com idade acima de
60 anos no país, o que deixará o Brasil com a sexta população mais envelhecida do planeta.
Com este cenário exposto os casos de denúncia de violência contra idosos vem
crescendo, em muitos casos as agressões estão diretamente ligadas à família e ou responsável
pelo idosos/as, que por estarem em idade bem inferior da população idosa desconhece as
variadas facetas do envelhecimento e as garantias legais existentes, constata-se que as causas do
aumento da violência são diversas e vão desde conflitos interpessoais aos altos índices de
vulnerabilidade social, alterações na estrutura familiar e suas novas configurações, impunidades
jurídicas, omissão do poder público ao deixar de cumprir o que está determinado em lei no que
diz respeito à garantia dos direitos humanos dos idosos.
Os idosos/as em sua grande maioria não efetuam denúncias por medo de represálias
tornam-se assim, um alvo fácil, por na maioria dos casos, pois dependem de seus familiares em
diversos aspectos, seja, na dependência financeira, nos cuidados da saúde ou até mesmo pela
simples convivência familiar permeada por afetos, medos, constrangimentos e mágoas. Sendo
assim, a questão da violência familiar é vista como um assunto delicado que requer atenção e
participação integral e permanente do Poder Público e não a sua negligência de modo a tentar
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trazer solução para este problema, enfatizando e dando visibilidade a consciência nacional desta
grave situação que está longe de ser erradicada da sociedade.
Nesta pesquisa efetuada pode-se refletir acerca das causas que levam a acontecer à
violência intrafamiliar contra a pessoa idosa, que perpassa tanto agressões verbais quanto físicas
e psicológicas, praticadas no ambiente familiar, e o que os leva a não denunciar o fato ocorrido.
O número de denúncias é pouco longe do ideal, são frágeis mais vem se ampliando,
porém apresenta a dificuldade do exercício dos órgãos do Poder Público, em defender e aplicar
penas aos perpetuadores da agressão aos idosos/as.
A dificuldade que o idoso expõe ao proteger seu agressor familiar, por medo de
denunciá-lo, por temer sofrer represálias ou piorar o seu convívio, retarda a efetivação de seus
direitos defendidos pelos instrumentos legais de proteção. Na maioria das dificuldades
expressadas tem-se a falta de conhecimento, por parte dos idosos a respeito dos seus direitos,
haja vista a violação que ocorre das mais variadas formas e devem ser considerado crime,
conforme nos apresenta o Estatuto do Idoso. Segundo Genilda Cordeiro Baroni, presidente da
(ABCMI Nacional) - Associação Brasileira dos Clubes da Melhor Idade:
O pior é que o problema envolve família, e por isso eles se
negam a falar, a denunciar na policia. Nesse caso, nós ficamos com as
mãos amaradas sem poder resolver o problema. A imprensa tem
noticiado constantemente, a morte de pais por filhos, de avós por netos,
tem relatado espancamentos e suicídios que não se explica o por que. O
que tem levado um idoso a se matar? A não ter mais o prazer de viver
quando deveria estar gozando a reta final da sua vida? Algo envolve a
família. Eles roubam os cartõezinhos, outros tiram por serem
procuradores, usam o recurso e ainda dizem: você não paga nem
passagem, para que você quer dinheiro. (DIÁRIO DA BORBOREMA,
22-09-2007).
Leite afirma que os/as idosos/as: “Quando optam por denunciar, os idosos não
conseguem disfarçar o constrangimento, a emoção, e/ou medo às retaliações de seus agressores”
(LEITE, 2012).
Está demonstrada a importância dos direitos sociais devem ser reconhecidos e aplicados
por meio da normatização de instrumentos legais, que são imprescindíveis na garantia dos
direitos dos idosos/as, mas vemos que apesar da existência destes instrumentos legais estarem
materializados na Constituição Federal de 1988, na Política Nacional do Idoso de 1994 e no
Estatuto do Idoso (lei nº 10.741) de 2003, entre outros, verifica-se a ausência de eficientes e
eficazes políticas sociais por parte do Estado que venham a garantir que a família e o cuidador
direto cumpram seu papel no que se refere à proteção e ao cuidado ao idoso/as.
Desta forma a desresponsabilização do Estado para com as políticas públicas recaem
sobre a família, as funções dos poderes públicos acarretando saturação de responsabilidades e
desgastes emocionais, o que não justifica as agressões impostas a esta população, tendo em vista
que esta é uma questão que envolve inúmeras variáveis e a necessidade de uma articulação em
rede.
Vemos que a violência encontra nas relações familiares, um espaço fértil para sua
instalação e propagação, acrescidas de outras formas de violência, que são observadas nas
relações do grupo familiar com a sociedade e o poder público, e que isto ocorre devido ao Estado
não tomar para si a responsabilidade sobre esta parcela de cidadãos.
Observamos que a violência contra os/as idosos/as é exercida por pessoas próximas e
que compartilham o espaço doméstico, como: os empregados, agregados ou visitantes, filhos,
netos e cuidadores, sendo assim toda violência são cometidos no espaço doméstico. Nos dias
atuais percebemos que há diversas formas de organização familiar, podemos deduzir como o
espaço intrafamiliar, como qualquer outro espaço de convivência que apresenta variáveis
situações propensas a ocasionar a violência, que são por vezes ocultadas e/ou mascaradas pelos
seus membros e pela própria sociedade.
Nesta direção, o ambiente familiar é caracterizado por uma ambigüidade, em razão de
ao mesmo tempo ali predominarem relações íntimas e afetivas, e também relações conflituosas e
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abusivas que geram medo, insegurança e em alguns casos levam a demência e ao óbito, a família
deixa de ser vista como o espaço de proteção e cuidado para ocupar o lugar, de opressão,
abandono, abuso físico e emocional, crime e ausência de direitos individuais que deixam de ser
exercidos.
O Ministério da Saúde (2001) relata que, “a violência intrafamiliar é toda ação ou
omissão que interfira no bem-estar, na integridade física, psicológica ou na liberdade e no direito
ao desenvolvimento de outro membro da família”. (MINISTÉRIO DA SAÚDE-2001). Pode ser
perpetrada dentro ou fora do lar por algum membro da família, incluindo pessoas que passam a
assumir a função parental e cuidadores.
Ao pesquisar temas sobre a violência intrafamiliar contra os idosos/as encontram-se as
prováveis causas da violência no seio da família, constata-se que são inúmeras e conforme Silva;
Lacerda, as causas que se apresentam são:
d) Violência Física: caracterizada pelo uso da força física, para forçar os idosos a
fazerem o que não desejam, para feri-los, provocar-lhes dor, incapacidade ou morte;
- Violência social ou estrutural: a base para todos os outros tipos de violência, que está
ligada as relações sociais e as estruturas econômicas e políticas.
Vemos que a violência contra a população idosa se apresenta em forma geral das três
formas elucidadas acima e está presente em todas as relações sociais, caracterizando-se pela
relação entre o perpetuador da agressão e a pessoa vitimizada.
Segundo Minayo (2005) carecemos de diferenciar as causas externas da violência
familiar, por possuírem conceitos diferentes. A primeira está caracterizada pelos resultados dos:
5- Metodologia
Neste trabalho foi realizada a pesquisa bibliográfica com base na “revisão de narrativa”,
buscando subjetividade dos autores, tendo como fundamentação teórica de artigos, dissertações,
teses, trabalhos de conclusão de cursos, livros e entrevistas publicados. Sendo então aplicada à
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6- Considerações finais
Neste artigo demonstra que a pesquisa apresentada nestas páginas que há muitos idosos
que não denunciam seus algozes, por serem na maioria dos casos seus filhos/ (as), netos/ (as),
esposo/ (as) e outros integrantes da família e ou seus cuidadores, esta relação familiar e/ou de
proximidade do perpetuador da agressão, vem a dificultar a existência de mais denúncias, pois
para os/as idosos/as é difícil romper com o uma espécie de pacto feito com os seus familiares,
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em muitos casos ficam com medo de sofrer conseqüências mais agravantes em termos de
violência, caso venham a denunciar.
De modo geral pode-se afirmar que a violência intrafamiliar ocorre motivada por
questões de cunho sociais, econômicos, culturais e políticos, devido aos frágeis programas
estatais, projetos e benefícios que auxiliem efetivamente no cuidado aos/as idosos/as, os
mecanismos legais e normativos para o enfrentamento da violência intrafamiliar contra a
população idosa.
A sociedade deve cobrar do Estado que as políticas públicas sejam executadas e a
família venha a cumprir realmente com sua parte no que se refere à proteção e ao cuidado ao/a
idoso/a e que são indispensáveis, devendo a sociedade contribuir nessa construção de efetivar
estas políticas, bem como a participação de forma efetiva do Estado, da família e da sociedade,
devendo estar em um só consenso na efetivação da proteção digna, saudável e prazerosa aos
idosos, que em muito contribuíram no país e no crescimento de suas famílias, principalmente a
família deve dar uma atenção especial para a experiência que esta população trás, podendo ser
aproveitada de forma a acrescentar o próprio conhecimento no crescimento e amadurecimento
familiar e não desprezar como se aquele/a idoso/a como se não servissem para mais nada.
Observa-se que o familiar e ou o cuidador da pessoa idosa se sobrecarregam,
conseqüentemente sobrevêm o stress acarretando as violências e negligencias de forma a
desconsiderar as queixas deste/a idoso/a colocando em risco a saúde do mesmo, e infelizmente o
familiar e ou cuidador adoecem junto à pessoa cuidada.
No ano de 2018 o Estatuto do Idoso completou quinze anos, o que nos leva ao desafio
de efetivar os direitos desta população idosa.
7-BIBLIOGRAFIA
Livros:
11
GONDIM, Lillian Virgínia Carneiro. Violência intrafamiliar contra o idoso: uma preocupação
social e jurídica. 2ª ed. 2011.
LEITE, Déborah Santiago Costa. Violência Intrafamiliar Contra a Pessoa Idosa: estudo acerca do
Centro Integrado de Apoio e Violência contra a Pessoa Idosa (CIAPVI). 2012. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) - Universidade Federal do Maranhão, São
Luís.
SILVA, Elaine Alves de Oliveira; LACERDA, Ângela Maria Gomes de Matos. A violência e os
maus-tratos contra a pessoa idosa. In Fragmentos de Cultura, v.17, n.3/4, p.239-255, 2007.
REIS, Luana Araújo dos; GOMES, Nadirlene Pereira; REIS, Luciana Araújo dos. Expressão da
violência intrafamiliar contra idosos. Bahia, 2014. Brasil. Ministério da Saúde. Estatuto do
Idoso. 3. Ed. Brasília, 2013.
SANTOSA, Ana Carla Petersen de Oliveira; SILVAB, Cátia Andrade da; CARVALHOC,
Lucimeire Santos. Et al. A construção da violência contra idosos. Rev Brasileira de Geriatria e
Gerontologia, vol. 10. Rio de janeiro, 2007. contato@cieh.com.br www.cieh.com.br
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Artigos/revistas/diários:
Internet
ALVES, Alice Gonçala Ferreira de Azevedo. Segredos de família: considerações sobre os casos
de violência contra a pessoa idosa. 2007. Disponível em:
mpdft.gov.br/senss/anexos/Anexo_7.17_-_Alice_Alves.pdf.
BRASIL. Lei Federal Nº 10.741 de 1° de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá
outras providências. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/lei_10741_06_0118_M.pdf.
CAD. SAÚDE PÚBLICA, Rio de Janeiro, v. 19, n.3, p. 773-781, Disponível em:
www.nesprom.unb.br.
8- ANEXOS
- Notificação de violência interpessoal e auto provocada contra idosos – segundo autor da agressão.
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