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Pág.2 – Índex
Pág.3 – Introdução
Pág.4 – Anos 60
Pág.6 – Anos 70
Pág.8 – Anos 80
Pág.10 – Anos 90
Pág.11 – Actualidade
Pág.14 – Conclusão
Pág.15 – Agradecimentos
Pág.16 – Bibliografia
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Introdução
Face ao mistério de nascer e crescer num meio francamente rural, onde velhos
valores e culturas ainda imperam, símbolo de um Algarve esquecido ou
ignorado, muito maior territorial e culturalmente do que aquilo que por norma é
visto turisticamente como uma grande faixa costeira; e de a partir dai ter
tomado contacto com a música que actualmente aspiro e transpiro (o Jazz);
decidi investigar o que/quem me levou a seguir este caminho.
Marco Martins
Mapa do Algarve
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Anos 60
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Ainda nos anos 60 surge uma figura de grande importância: o saxofonista e
flautista algarvio Manuel Guerreiro.
Manuel Guerreiro saiu do Algarve e foi para Barcelona onde conheceu o
realizador José Maria Nunes, um (também) algarvio, natural de Faro, que se
mudou com o pai para Barcelona nos anos 40.
Juntos viriam a desenvolver uma amizade, e Nunes convidou Guerreiro para
gravar uma banda sonora jazz para o seu novo filme: “Noches de Vino Tinto”
(As noites de vinho tinto) editando-o em 1968.
Na história do jazz no cinema português este filme aparece como um dos
primeiros a utilizar o som jazz para ilustrar as imagens, sucedendo o filme
“Belarmino” de Fernando Lopes editado em 1964, o 1º com banda sonora jazz,
a cargo da direcção musical e composição de Manuel Jorge Veloso.
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Anos 70
Com os anos 70, surge uma revolução (25 de Abril 1974), trazendo uma série
de alterações políticas e sociais, que iriam mudar o rumo de Portugal.
Com o aumento da liberdade de expressão, ideias e culturas, em oposição à
anterior ditadura; o jazz encontrou terreno fértil para crescer.
Algarve: Barlavento
Em 1978, Manuel Guerreiro (sx), “Phil Mendrix” (gt) e “Beto Kalulu” (bt)
juntaram-se com o contrabaixista Carlos Barreto num projecto chamado Som,
que viria a tocar nas sessões de abertura do Festival de Jazz de Cascais.
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Algarve: Sotavento
Será errado considerar o seu trabalho como jazz, pois na verdade este é muito
mais amplo do que isso. Telmo abraçava vários estilos tais como, jazz, rock,
pop, blues, celta entre outros, levando a guitarra para um patamar virtuoso,
espantando e inspirando os músicos com quem contactava.
Graças à sua presença, e convivência com músicos locais, criou as bases para
toda uma série de guitarristas na zona Este do Algarve, que ainda hoje se
fazem ouvir.
Telmo “Marroquino”
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Anos 80
Após ter fundado a Escola de Jazz do Hot Club em 1979, criando também a 1ª
Big Band portuguesa, o contrabaixista Zé Eduardo, mudou-se para Barcelona
em 1982, onde viria exercer funções como director pedagógico no Taller de
Musics, formando também a Zé Eduardo Unit, acompanhando o célebre
pianista catalão Tete Montoliu e compondo para a Orquestra Metropolitana.
À luz da época, nada indicava que esta viagem iria ter posteriormente uma
grande influência no jazz a sul do Tejo.
Envolta nesta “maré” está a cantora Manuela Lopes, que começou a sua
carreira no final da década de 70.
Apoiando-se num repertório jazz, pop e rock, Manuela Lopes e Luís Monteiro
(baterista de Coimbra que tinha estado recentemente a viver em Paris)
juntaram-se a dois músicos holandeses, formando o quarteto Scoobie Doo,
tocando numa série de casinos, bares e pubs.
Ao mesmo tempo que tudo isto acontece, há também que focar que com os
anos 80, houve a chegada de vários músicos brasileiros.
De entre estes podemos destacar Tuniko Goulart (gt), Paulinho Lemos (gt),
Paulo Rosa (bt), Sávio Araújo (sx), Leo Tomich (bt) e Adriano "Dinga” Alves
(bx) entre muitos outros.
Grande parte destes músicos instalou-se em Portimão (barlavento), próximo da
nova localização do clube de Manuel Guerreiro (O Caldeirão) em Carvoeiro,
confraternizando com os músicos locais, africanos e lisboetas que por lá
passavam.
Parafraseando o luthier João Pessoa: “Era como ver o canal Mezzo ao vivo!”
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Com a sua presença e manifestação artística, estes músicos trouxeram uma
sonoridade brasileira ao Algarve, repartindo os palcos com os artistas de jazz e
pop.
Tuniko Goulart
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Anos 90
Em 1992, Manuela Lopes (voz) juntamente com Paulinho Lemos (gt), Sávio
Araújo (sx) e Ricardo Paulino (bx), fizeram a abertura de um concerto de Maria
João Trio (c/ Mário Laginha (pn) e Carlos Bica (cb)) integrado na semana
académica de Faro.
Em seguida, Manuela Lopes muda-se para Lisboa, onde viria a tocar no Hot
Club, no programa Chuva de Estrelas, na RTP e com Filipe La Féria.
No seu regresso em 1994, juntou forças com o baterista Luís Monteiro e
posteriormente com “Phil Mendrix”, iniciando as jam-sessions no bar
Animatógrafo em Faro, passando este também a ser um ponto de referência
para músicos e amantes do jazz.
O “professor” Zé Eduardo
Com a sua vinda, Zé Eduardo traz uma novidade: a noção de escola de jazz.
Movido por um espírito inovador e pela experiencia adquirida ao longo da sua
carreira como músico e pedagogo, montou uma escola em parceria com o IPJ
de Faro chamada Estaleiro da Música.
Na sequência desta escola viria a fazer uma parceria com a Associação
Filarmónica de Faro em 96, criando e dirigindo a Big Band Jazz na Filarmónica.
Esta Big Band era composta por músicos locais e estrangeiros residentes no
Algarve, alguns deles pertencentes à Filarmónica de Lagos.
Os largos custos deste projecto e o fraco apoio autárquico levaram ao seu
encerramento em 1999.
Ainda no decorrer dos anos 90, Zé Eduardo fundou a Escola de Jazz do
Barreiro.
Zé Eduardo
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Actualidade
Em 2004, Hugo Alves forma a Orquestra de Jazz de Lagos, uma Big Band com
18 músicos.
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Em 2007, a Associação Filarmónica de Faro forma a Big Band da Ria Formosa,
dirigida pelo Maestro Edward Machado. Como sua antecessora está a Banda
Funkarmónica (2004) dirigida pelo contrabaixista David Gausden.
Duo Be&Bop
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Para melhor compreender…
Serve este pequeno texto para dissipar a “severa” linha temporal com que este
trabalho se rege.
A divisão por décadas apenas serve para localizar-nos melhor, não fazendo
justiça à dinâmica de interacções realmente passadas.
Na realidade, não houve décadas, mas sim uma história contínua, composta
por vários músicos, eventos e muitos improvisos.
Quanto ao conteúdo, à que ter a noção de que nesta curta datação da história
do jazz no Algarve, são referidos apenas os dados de maior importância.
Ocultos na história, estão mais factos clubs e músicos, que apesar de não
serem referidos, também contribuíram para o crescimento do jazz por terras
algarvias.
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Conclusão
Entre Este e Oeste, ficou um Algarve central, que nos anos 90 com a vinda de
Zé Eduardo, ganhou força e rumo.
Conclusão?
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Agradecimentos
“À moços marafados!”
Obrigado!
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Bibliografia
Livros:
Casa da Cultura de Loulé (2007) “Programa 13º Festival Internacional de Jazz de Loulé”
CD:
“Art life Sahara Baby Jazz Band” (2004) Grémio das Músicas
http://ego.weblog.com.pt/arquivo/189203.html
http://jnpdi.blogspot.com/2007/01/45-anos-de-belarmino-o-primeiro-filme.html
http://lisboa.cervantes.es/FichasCultura/Ficha37809_20_39.htm
http://margemdois.blogspot.com/2007_08_01_archive.html
http://margemdois.blogspot.com/2008/05/telmo-o-marroquino-tributo-15.html
http://orquestradejazzdelagos.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A3o_Kyao
www.farense-basket.com
www.faroleste.blogspot.com
www.margemdois.blogspot.com/2007_08_01_archive.htm
www.myspace.com/betokalulu
www.myspace.com/jazztaparta
www.myspace.com/manuelalopes
www.myspace.com/zemanuelmartins
www.tunikogoulart.net
www.zeeduardo.com
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