JUDAS ISCARIOTES: Leonid Andreiev
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JUDAS ISCARIOTES - Leonid Andreiev
Leonid Andreiev
JUDAS ISCARIOTES
1a edição
img1.jpgIsbn: 9786558941774
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Prefácio
Prezado Leitor
Leonid Andreiev foi um dos principais artistas literários do início do século 20 e é amplamente considerado como um dos talentosos escritores da literatura russa. Em sua prosa, ele refletiu a influência do realismo de A. Chekhov, o fascínio pelos paradoxos psicológicos, de F. Dostoiévski, e uma obsessão constante pela insignificância da vida e a inevitabilidade da morte, à maneira de L. Tolstoi.
Escrito em 1909 e dedicado justamente a Tolstoi, Os Sete Enforcados é considerado por muitos o melhor romance de Andreiev. A obra aponta o horror e a iniquidade da pena de morte em qualquer circunstância, mas vai muito além disso; penetra com maestria e simplicidade em cada uma das tragédias de sete condenados à morte, conduzindo sem concessões ao leitor a uma revelação, um estado de iluminação que só as melhores obras de arte oferecem.
Uma excelente leitura
LeBooks Editora
Sumário
APRESENTAÇÃO
Sobre o autor e obra
JUDAS ISCARIOTES
APRESENTAÇÃO
Sobre o autor e obra
Leonid Andreiev foi um dos principais artistas literários do início do século 20 e é amplamente considerado como um dos mais talentosos escritores do período da Idade de Prata
da literatura russa.
(Leonid Nikolaevich Andreiev; Orel, 1871 - Kuokkala, 1919) foi, como narrador e dramaturgo, um dos escritores russos mais marcantes do final do século XIX e início do século XX. Formado em Direito (1897) em Moscou, mudou-se para o campo literário justamente quando o sucesso de Gorky se desenhava e foi, apesar de sua amizade pessoal, o rival mais qualificado deste último, permanecendo por algum tempo em um estranho equilíbrio entre os dois predominantes correntes, a do realismo, da qual Gorki foi o maior expoente, e a do simbolismo mais complexo e confuso.
A sua vida é escassa em acontecimentos, salvo, por um lado, as reuniões de adeptos do movimento revolucionário de que participou e organizou na sua própria casa em Petrogrado e, por outro, a sua participação em importantes grupos editoriais de sua época. A atividade literária absorveu-o completamente e, dadas as múltiplas vivências psicológicas e artísticas que apresenta, pode-se dizer que sua vida se concentrou na de seus personagens.
Em sua prosa, ele refletiu a influência do realismo de A. Chekhov, o fascínio pelos paradoxos psicológicos de Dostoiévski, e uma obsessão constante pela insignificância da vida e a inevitabilidade da morte, à maneira de L. Tolstoi. Seu interesse mórbido por estados patológicos de consciência se refletiu em obras nas quais tratou de demência, obsessão sexual e suicídio. Essas incursões nas áreas obscuras da sensibilidade da sociedade russa no início do século 20 lhe renderam o desprezo de muitos intelectuais e o favor do público.
A atenção do público e da crítica começou a se concentrar em seus contos entre 1898 e 1901, quando apareceu o conto Era uma vez, que continua sendo uma de suas melhores obras, embora a preferência do público aparentemente tenha se voltado para suas novas obras O Abismo e Into the Fog, de 1902, em que o problema sexual é confrontado com ousadia (uma das famosas questões malditas
da intelligentzia
russa), e Os Sete Enforcados, de 1908, em que o problema político é apresentado em sua aspectos sociais e morais.
Cheia de visões sombrias, sensuais e horríveis, exploração genuína dos aspectos mais sombrios da existência humana, profecia alucinatória de cataclismos iminentes, a obra de Andreiev prefigura a melhor literatura do século 20 e chega até nós brilhante e intacta.
A obra: Judas Iscariotes
Poucos nomes na história são tão identificados com o mal como Judas Iscariotes, o discípulo que traiu Jesus com um beijo e o entregou à morte certa e, pouco tempo depois, se suicidou. No entanto, graças à arqueologia, mas também à literatura, a imagem do discípulo maldito do Novo Testamento vem mudando ao longo do tempo para se situar em um terreno muito mais ambíguo.
Em Judas Iscariotes, Leonid Andreiev nos leva a refletir sobre o verdadeiro papel de Judas na paixão de Cristo e sugere uma possível interpretação: a de que a traição perpetrada por Judas seria uma espécie de desígnio ao qual ele não consegue resistir. Não se trataria, então de um crime intencional, nem de um sentimento de culpa, mas desse desígnio obscuro que parece reger a vida de certos homens contra a vontade deles, contra a razão, contra a salvação.
Teria então, Judas, feito uma espécie de sacrifício, para tornar Jesus um ser Divino e adorado? A traição lançou Judas num abismo tenebroso, do qual. mesmo que desejasse, não poderia jamais escapar? Caberá ao leitor responder essas questões, ou talvez, ficar mais em dúvida ainda ao ler essa pequena obra-prima de Leonid Andreiev.
JUDAS ISCARIOTES
Várias vezes, tinham advertido Jesus Cristo de que Judas Iscariotes era um indivíduo de má reputação e de quem era preciso desconfiar. Seus discípulos, que haviam estado na Judeia, conheciam-no bem; os demais ouviram falar dele muitas vezes, sem que pessoa alguma o elogiasse. Os bons exprobravam-lhe a cobiça, a perfídia, a propensão à mentira e à simulação; os maus, quando se lhes interrogavam sobre Judas, expandiam-se em injúrias e afrontas contra ele.
— Por onde passa semeia a discórdia — afirmavam uns. — Está cheio de segundas intenções; vive como um escorpião, a provocar escândalos.
— Mesmo os ladrões têm amigos — acrescentavam outros — até os salteadores possuem camaradas, e os mentirosos uma mulher a quem, por vezes, confiam uma verdade; mas Judas supera a todos eles e a todos ridiculariza, às pessoas de bem e aos larápios, ainda que ele mesmo seja o mais sagaz e hábil ladrão.
— É o mais feio de quantos nasceram na Judeia — declaravam os que o conheciam de vista.
— Não, Judas Iscariotes, o ruivo, não é dos nossos! — protestavam os vagabundos, com estupefação das pessoas honradas. que não viam muita diferença entre eles e os demais velhacos do país.
Diziam que Judas tinha de há muito abandonado a mulher, a qual levava existência miserável, esforçando-se em vão para