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PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

EXCELENTÍSSIMO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL


DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE


MINAS GERAIS, no uso de suas atribuições constitucionais, vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência, com fulcro no art. 118, inciso III, da Constituição do Estado
de Minas Gerais, no art. 29, inciso I, da Lei n.º 8.625/93 e no art. 69, inciso II, da Lei
Complementar n.º 34/94, propor

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

em face dos incisos III e IV do art. 17 da Lei nº 1.011/1997; dos


artigos, 2º, 4º, 5º, I, A, B, C, D, E, F, II, A, B, C, D, E, F, III, A, B, C, D, E, F, G, IV, A, B,
C, D, V, A, B, C, D, VI, A, B, C, E, F, VII, A, B, C, D, E, VIII, A, B, C, D, E, F, G, IX, A,
da Lei nº 1.227/2005; dos artigos 1º, caput e §§ 2º e 3º, do art. 3º e Anexo I, da Lei nº

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1.251/2006; da Lei nº 1.298/2009; da Lei Complementar nº 1.320/2009; da Lei nº


1.371/2011, bem como dos artigos 2º e 3º e Anexo I da Lei nº 1.445/2014, todas do
Município de Volta Grande, pelos motivos que a seguir passa a expor.

1. Fundamentos do pedido

1.1 Dos dispositivos legais hostilizados.

Eis os textos legais fustigados:

Lei Municipal nº 1.011, de 05 de fevereiro de 1997

Estabelece a Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal de Volta


Grande e dá outras providências.
[...]
Art. 17 - Fica o Prefeito Municipal autorizado a mediante Decreto,
elaborar o Regimento Interno que regulará a presente Lei, dentro do
prazo de 90 (noventa) dias contados de sua vigência, o qual deverá
dispor sobre:
[...]
III – a consolidação da estrutura administrativa da Prefeitura com
adequação dos cargos instituídos por lei específica;
IV – as atribuições específicas e comuns dos cargos instituídos por
esta Lei assim como os hierarquicamente inferiores;
[...]

Lei Municipal n° 1.227, de 06 de setembro de 2005


Reformula a estrutura administrativa da Prefeitura Municipal de Volta
Grande com alterações à Lei nº 1.011, de 05 de fevereiro de 1997 e dá outras
providências.

[...]
Art. 2º - O artigo 6º da Lei Municipal nº 1011, de 05 de fevereiro de
1997 passa a vigorar com as seguintes alterações:

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“Art. 6º - A Assessoria Técnica é o órgão incumbido de assessorar o


Prefeito, prestando informações sobre a observância de
procedimentos técnicos nas operações e serviços administrativos
atinentes às Secretarias, elaborando serviços de fiscalização,
auditoria, assim como outros necessários ao cumprimento de sua
atividade.
Art. 6º A – A Assessoria Técnica de Engenharia é o órgão incumbido
de prestação de serviços técnicos práticos e de assessoria, na área de
engenharia, com a fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras
e serviços especializados.
Parágrafo único – O cargo de Assessor Técnico de Engenharia, de
livre nomeação e exoneração, será ocupado por profissional
graduado em engenharia civil, regularmente inscrito no Conselho
Regional de Engenharia e Arquitetura.” (NR)
[...]
Art. 4º - O Anexo I da Lei Municipal nº 1011, de 05 de fevereiro de
1997, passa a vigorar com as seguintes alterações:

ANEXO I
Cargos de Provimento em Comissão

DENOMINAÇÃO Nº DE CARGOS PADRÃO E GRAU


[...] [...] [...]
[...] [...] [...]
Assessor Técnico 01 15 C
Assessor Técnico de 01 15 C
Engenharia
Assessor de 01 15 C
Planejamento
Secretária do Prefeito 02 13 A
Motorista do Prefeito 01 12 A
[...] [...] [...]
[...] [...] [...]
[...] [...] [...]
[...] [...] [...]
[...] [...] [...]
[...] [...] [...]
[...] [...] [...]
[...] [...] [...]

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[...] [...] [...]


Administrador 01 11 C
Distrital

[...]
Art. 5º - Ficam mantidos os cargos de chefia, provimento em
comissão e recrutamento amplo, referentes aos órgãos constantes do
artigo anterior, obedecendo à seguinte disposição: (sic)

I - Secretaria de Administração
A – Chefe de Serviço de Administração Padrão 12, Grau E
B – Chefe de Secção Pessoal Padrão 11, Grau C
C – Chefe de Secção Material Padrão 11, Grau C
D – Chefe de Secção Patrimônio Padrão 11, Grau C
E – Chefe de Secção de Sistemas de Padrão 11, Grau C
Informática e Gerenciamento
F – Coordenadoria dos Serviços de Licitação
Coordenador do Serviço de Licitação Padrão 9 Grau A
(dispositivo inserido pelo art. 1º da Lei nº 1.371/2011)

II - Secretaria de Fazenda
A – Chefe de Serviço de Fazenda Padrão 12, Grau E
B – Chefe de Serviço de Contabilidade Padrão 12, Grau E
C – Chefe de Secção Receita Municipal Padrão 11, Grau C
D – Chefe de Secção Tesouraria Padrão 11, Grau C
E – Chefe de Secção de Orçamento Padrão 11, Grau C
e Contabilidade
F – Coordenadoria dos Serviços de Prestação de Contas de Convênios
e Contratos
Coordenador do Serviço de Prestação de Contas de Convênios e
Contratos Padrão 9, Grau A
(dispositivo inserido pelo art. 1º da Lei nº 1.371/2011)

III - Secretaria de Obras, Meio Ambiente e Recursos Hídricos


A – Chefe de Serviço de Obras e Urbanismo Padrão 12, Grau E
B – Chefe de Serviço de Meio Ambiente e Padrão 12, Grau
Recursos Hídricos
C – Chefe de Secção de Engenharia e Obras Padrão 11, Grau C
D – Chefe de Secção de Obras Viárias Padrão 11, Grau C

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E – Chefe de Secção de Limpeza Urbana Padrão 11, Grau C


F – Chefe de Secção de Meio Ambiente Padrão 11, Grau C
G – Chefe de Recursos Hídricos Padrão 11, Grau C

IV - Secretaria de Saúde
A – Chefe de Serviço de Saúde Padrão 12, Grau E
B – Chefe de Secção de Assistência Médica Padrão 11, Grau C
C – Chefe de Secção Odontológica Padrão 11, Grau C
D – Chefe de Secção de Enfermagem e Padrão 11, Grau C
Inspeção Sanitária

V - Secretaria de Assistência Social


A – Chefe de Serviço de Assistência Social Padrão 12, Grau E
B – Chefe de Secção de Assistência Social Padrão 11, Grau C
C – Chefe de Secção de Conselhos Comunitários Padrão 11, Grau C
D – Chefe de Secção de Conselho dos Direitos Padrão 11, Grau C
Da Cidadania

VI - Secretaria de Educação
A – Chefe de Serviço de Educação Padrão 12, Grau E
B – Chefe de Secção de Assistência ao Educando Padrão 11, Grau C
C – Chefe de Secção de Supervisão Escolar Padrão 11, Grau C
[...]
E – Coordenador Escolar Padrão 12, Grau G
(dispositivo inserido pelo art. 3º da Lei nº 1.251/2006)
F – Secretário Escolar Padrão 12, Grau E
(dispositivo inserido pelo art. 3º da Lei nº 1.251/2006)

VII - Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer


A – (dispositivo revogado pelo art. 1º da Lei nº 1.445/2014)
B – Chefe de Serviço de Esporte e Lazer Padrão 12, Grau E
C – Chefe de Secção de Cultura Padrão 11, Grau C
D – Chefe de Secção de Esporte e Lazer Padrão 11, Grau C
E – Administrador de estádios e praças Padrão 11, Grau C
de esportes

VIII – Secretaria de Desenvolvimento Municipal


A – Chefe de Serviço Indústria e Comércio Padrão 12, Grau E
B – Chefe de Serviço de Desenvolvimento Padrão 12, Grau E

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Rural
C – Chefe de Seção de Assistência a Indústria Padrão 11, Grau C
e Comércio
D – Chefe de Secção de Desenvolvimento Padrão 11, Grau C
Município
E – Chefe de Secção de Turismo Padrão 11, Grau C
F – Chefe de Secção de Pecuária Padrão 11, Grau C
G – Chefe de Secção de Agricultura Padrão 11, Grau C

IX – Secretaria de Merenda Escolar:


A – Chefe da Seção da Merenda Escolar Padrão 3 Grau A
(dispositivo inserido pelo art. 1º da Lei nº 1.371/2011)

Lei Municipal n° 1.251, de 22 de junho de 2006

Cria cargos de diretor, coordenador e secretário escolar e dá outras


providências.

Art. 1º. Ficam criados, por esta Lei, cargos de Diretor, Coordenador e
Secretário Escolar, de livre nomeação e exoneração do Chefe do
Executivo, junto à Secretaria de Educação do Município de Volta
Grande, conforme Anexo I da presente.
[...]
§ 2º - São funções do Diretor e do Coordenador Escolar:
I – planejar todo trabalho escolar;
II – organizar, coordenar, controlar e avaliar os trabalhos
educacionais desenvolvidos no estabelecimento;
III – representar a escola perante os órgãos da administração central;
IV – cumprir e fazer cumprir as determinações emanadas dos órgãos
competentes;
V – zelar pela fiel observância do regime didático e disciplinar;
VI – coordenar e supervisionar todas as atividades administrativas
pedagógicas da escola;
VII – estabelecer diretrizes e instruções referentes ao regime
disciplinar técnico administrativo para pessoal, docente e discente;
VIII – promover o bom relacionamento entre todo o pessoal da escola;
IX – favorecer a integração da escola com a comunidade, através da
mútua cooperação na realização das atividades de caráter cívico,
social e cultural;

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X – zelar pela fiel observância do disposto no Regimento em vigor;


§ 3º São funções do Secretário Escolar:
I – atender às solicitações dos órgãos competentes referentes ao
fornecimento de documentos relativos ao estabelecimento;
II – manter atualizada toda a documentação do estabelecimento sob
sua responsabilidade;
III – promover a distribuição dos serviços a seus auxiliares, em
conformidade com as determinações dos órgãos competentes;
IV – responsabilizar-se, na área de sua competência, pelo
cumprimento da legislação de ensino e disposições regimentares;
V – proceder à escrituração escolar conforme disposto na legislação
vigente;
VI – organizar o controle do arquivo escolar;
VII – executar e controlar as normas administrativas da escola.
[...]
Art. 3º. O quadro VI do artigo 6º da Lei Municipal nº 1.227/2005, que
formula a estrutura administrativa da Prefeitura Municipal de Volta
Grande, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 6º
(...)
VI – Secretaria de Educação
(...)
E Coordenadoria escolar;
F Secretário Escolar” (NR)
[...]

ANEXO I
CARGO VENCIMENTO VAGAS
[...] [...] [...]
Coordenador Escolar 737,13 04
Secretário Escolar 668,85 01

Lei Municipal n° 1.298, de 17 de fevereiro de 2009

Cria o cargo de Assessor Jurídico e altera a Lei Municipal nº 1011/2005, de


05 de fevereiro de 1997, com as alterações da Lei Municipal nº 1227/2005,
de 06 de setembro de 2005 e dá outras providências.

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ARTIGO 1º - Fica criado o cargo de provimento em comissão de


Assessor Jurídico, na Organização Administrativa do Município, com
as suas respectivas vagas, padrão e grau de vencimentos, nos termos
da Lei Municipal nº 849, de 28 de Junho de 1990, na forma seguinte:

CARGO VAGAS VENCIMENTOS


PADRÃO GRAU
Assessor Jurídico 02 R$ 1.840,77
15 G

ARTIGO 2º - As descrições e detalhamento do cargo instituído por


esta Lei são as constantes de seu ANEXO I.
ARTIGO 3º - Em decorrência do disposto no art. 1º desta Lei, a alínea
B, do inciso 1, do art. 1º da Lei Municipal nº 1011, de 05 de fevereiro
de 1997, com a redação da Lei Municipal nº 1227/2005, de 06 de
setembro de 2005, passa a ter a seguinte redação:
I – Órgãos de Assessoramento:
A - .....
B – Procuradoria Jurídica
B.1 – Assessoria Jurídica

ARTIGO 4º - As despesas decorrentes da aplicação desta Lei, (sic)


correrão à conta das dotações próprias, constantes do Orçamento
vigente.
ARTIGO 5º - Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entrará
em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos a 01 de
Fevereiro de 2009.

ANEXO I
Cargo: Assessor Jurídico
Descrição Sumária:
- representar a administração municipal em juízo ou fora dele,
postulando ações no interesse do município assim como defendendo
ações ajuizadas contra o município, nos períodos de afastamento,
ausências justificadas do Procurador Jurídico, mediante instrumento
expresso de mandato do Executivo Municipal;
- sob a orientação da Procuradoria Jurídica, assessorar o Executivo
Municipal e os demais serviços da administração e das secretarias;
Descrição Detalhada:

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- analisar contratos, convênios, editais, emitir Pareceres Jurídicos em


processos e expedientes, que deverão ser submetidos ao Procurador
Jurídico;
- proceder orientação aos setores da Administração Municipal;
- elaborar convênios, assessorar diversos órgãos da Prefeitura, na
elaboração de documentos, atas e outros trabalhos em que as
considerações jurídicas sejam necessárias;
- manter atualizada a coletânea de Leis, decretos e jurisprudência de
interesse da Administração Municipal;
- promover os processos de infração à legislação municipal em todas
as suas fases, a fim de defender os interesses do município.
- proceder à cobrança administrativa e judicial dos débitos inscritos
em Dívida Ativa;
- emitir pareceres e assessorar a Comissão Permanente de Licitação e
o Setor de Compras;
-- executar outras tarefas correlatas.

Lei Complementar n.° 1.320, de 30 de setembro de 2009

Cria cargos de provimento em comissão na Administração Municipal de


Volta Grande e dá outras providências.

ARTIGO 1° - Ficam criados os seguintes cargos de Provimento em


Comissão na Administração Municipal, agrupados na Secretaria
Municipal de Saúde, com suas respectivas vagas, padrão e graus de
vencimentos, nos termos da Lei Municipal n 849, de 28 de junho de
1990 e legislação posterior, na forma seguinte:

CARGO VAGAS VENCIMENTO PADRÃO GRAU


Administrador 01 R$1.514,43 15 C
Hospitalar
Secretaria-Geral 01 R$1.025,08 13 E
Hospitalar

ARTIGO 2° - As descrições e detalhamento dos cargos instituídos


por esta Lei são as constantes de seus ANEXOS I e II.

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ARTIGO 3º - As despesas decorrentes da aplicação desta Lei, (sic)


correrão à conta das dotações próprias, constantes do Orçamento
vigente.
ARTIGO 4º - Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entrará
em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos a 01 de
Setembro de 2009.

ANEXO I
Cargo: Administrador Hospitalar:

Descrição Sumária:
- administrar as atividades da Unidade Hospitalar do Município,
praticando todos os atos de gestão concernentes ao seu
funcionamento, sob a subordinação direta do Secretário Municipal de
Saúde.
Descrição Detalhada:
- manter sobre sua subordinação os servidores da Unidade
Hospitalar, verificando no dia a dia, o exercício de suas funções e o
cumprimento do horário de trabalho;
- verificar o cumprimento dos Plantões Médicos e os atendimentos à
população;
- resolver as questões administrativas que surgirem com referência ao
funcionamento da Unidade Hospitalar e, quando não forem de sua
competência, comunicar ao Secretário Municipal de Saúde;
- dar conhecimento ao Secretário Municipal de Saúde de quaisquer
infrações ou irregularidades que ocorram da Unidade Hospitalar;
- executar outras tarefas correlatas.

ANEXO II
Cargo: Secretária-Geral Hospitalar:

Descrição Sumária:
- secretariar os trabalhos da Unidade Hospitalar do Município,
assessorando diretamente o Administrador Hospitalar.
Descrição Detalhada:
- executar as tarefas da Secretaria, tomando conhecimento das
correspondências recebidas, ficando a seu cargo as correspondências
emitidas, que deverão ter o controle através da numeração em ordem

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crescente dos ofícios expedidos, ficando sob sua responsabilidade o


controle de todas as correspondências;
- dar conhecimento ao Administrador Hospitalar e ao Secretário
Municipal de Saúde das correspondências aos mesmos destinadas ou
que sejam de suas competências;
- executar o controle e tomar as providências necessárias para as
compras de alimentos, remédios, material de expediente e demais
utensílios necessários ao regular funcionamento da Unidade
Hospitalar, observando sempre as providências legais para a
aquisição junto ao Setor de Compra do Município e à Comissão
Permanente de Licitações;
- manter sob seu controle, com a devida escrituração, todas as
aquisições da Unidade Hospitalar, seu consumo e estoque;
- relatar todas as irregularidades, administrativas, funcionais ou
fiscais que ocorra na Unidade Hospitalar, seu consumo e estoque;
- relatar todas as irregularidades, administrativas, funcionais ou
fiscais que ocorram na Unidade Hospitalar, dando conhecimento
imediato ao Administrador Hospitalar;
- manter o controle dos Plantões Médicos e da freqüência dos
servidores da Unidade Hospitalar, supervisionando o atendimento
prestado à população;
- verificar os trabalhos desenvolvidos na Unidade Hospitalar,
podendo advertir e solicitar providências ao Secretário Municipal de
Saúde, em hipótese da ocorrência de faltas disciplinares dos
servidores;
- executar outras tarefas correlatas.

Lei nº 1.371, de 21 de junho de 2011.

Cria cargos de provimento em comissão na estrutura administrativa da


Prefeitura Municipal de Volta Grande, altera a Lei Municipal nº 1227/2005,
de 06 de setembro de 2005 e dá outras providências.

ARTIGO 1º - Ficam criados os seguintes cargos de Provimento em


Comissão dos órgãos de nível inferior de que trata o art. 5º da Lei
1.227/2005, de 06 de setembro de 2005:

I – Secretaria de Administração;
A...

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B...
C...
D…
E…
F – Coordenadoria dos Serviços de Licitação
Coordenador do Serviço de Licitação Padrão 9 Grau A

II – Secretaria da Fazenda:
A...
B...
C...
D…
E…
F – Coordenadoria dos Serviços de Prestação de Contas de Convênios
e Contratos;
Coordenador do dos Serviços de Prestação de Contas de Convênios e
Contratos Padrão 9 Grau A

[...]

IX – Secretaria de Merenda Escolar:


A – Chefe de Seção da Merenda Escolar Padrão 3 Grau A

ARTIGO 2 º As descrições e detalhamento dos cargos instituídos por


esta Lei são as constantes de seus ANEXOS I, II e III.
ARTIGO 3º - As despesas decorrentes da aplicação desta Lei, (sic)
correrão à conta das dotações próprias, constantes do Orçamento
vigente.
ARTIGO 4º - Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entrará
em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos a 01 de
Junho de 2011.

ANEXO I
Cargo: Coordenador do Serviço de Licitação

Descrição Sumária:
- coordenar os serviços de Licitação junto à Comissão Permanente ce
Licitação.
Descrição Detalhada:

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- conferir e analisar a regularidade dos expedientes e documentos


encaminhados pelas Secretarias Municipais às Comissões de
Licitação, para fins de instauração de processo licitatório.
- tomar conhecimento e ter sob sua guarda todos os processos
licitatórios encerrados, conferindo a regularidade de suas
tramitações.
- em hipótese de documentação incompleta ou irregular nos
expedientes a serem encaminhados à comissão de licitação, devolvê-
los ao setor de origem para a sua devida regularização.
- manter-se atualizado quanto as Instruções do Tribunal de Contas e
das Leis de Licitação e Pregão, solicitando para tal a orientação da
assessoria jurídica.

ANEXO II
Cargo: Coordenador do Serviço de Prestação de Contas de
Convênios e Contratos

Descrição Sumária:
- coordenar os serviços de Prestação de Contas relativos a Convênios
e Contratos firmados pela Administração Pública Municipal.
Descrição Detalhada:
- tomar conhecimento de todos os convênios e contratos firmados
pela Administração Pública Municipal, agendando seus vencimentos
e prazo para efetuar e encaminhar a Prestação de Contas respectiva.
- diligenciar quanto à regularidade da documentação necessária à
execução da Prestação de Contas.
- providenciar junto à Secretaria competente e ao Serviço de
Contabilidade, informações e os documentos necessários à montagem
do Processo de Prestação de Contas.
- manter sob sua guarda cópia de todos os processos de Prestação de
Contas encaminhados aos órgãos competentes.
- manter-se atualizado quanto às instruções e legislação estadual e
federal, referente à Prestação de Contas de convênios e contratos
firmados com entes públicos, solicitando, se necessário, a orientação
da assessoria jurídica.

ANEXO III
Cargo: Chefe de Seção de Merenda Escolar.
Descrição Sumária:

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- coordenar, orientar, fiscalizar, avaliar e acompanhar os serviços da


Merenda Escolar.
Descrição Detalhada:
- coordenar, orientar, fiscalizar, avaliar e acompanhar os serviços da
merenda escolar nas creches e escolas municipais;
- fiscalizar a merenda escolar ministrada nas creches e escolas,
avaliando a qualidade dos serviços, mediante relatórios mensais, que
deverão ser encaminhados à secretaria de Administração.
- manter contato permanente com a nutricionista, tomando
conhecimento do cardápio da merenda, que deverá ser informado
expressamente, sendo tal documento objeto de arquivo na secretaria
da merenda escolar.
- tomar as providências necessárias ao atendimento das exigências
legais dos órgãos superiores quanto à qualidade e regularidade da
merenda escolar ministrada aos alunos.
- prestar esclarecimentos e informações solicitadas pelo Conselho
Municipal de Alimentação Escolar assim como de outros órgãos
superiores.
- informar à Secretaria Municipal de Merenda Escolar, quaisquer
medidas necessárias a serem tomadas, para o regular funcionamento
da merenda escolar nas creches e escolas municipais, inclusive
notificações de Órgãos Superiores.

Lei nº 1.445, de 17 de março de 2014

Dispõe sobre a extinção de criação de cargos em comissão da estrutura da


Prefeitura Municipal de Volta Grande/MG.

[...]

Art. 2º - Fica criado o cargo em comissão de Chefe de Serviço de


Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, com PADRÃO 10, GRAU
F.
Art. 3º - As atribuições e forma de provimento de que trata ao artigo
antecedente, (sic) são os constantes do anexo I desta Lei.
[...]

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Anexo I
Quadro de Cargo em Comissão
DENOMINAÇÃO PADRÃO GRAU
Chefe de Seção de Patrimônio 10 F
Histórico, Artístico e Cultural

ATRIBUIÇÕES
• Gerenciar Setor de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural
do Município de Volta Grande-MG;
• Identificar os bens históricos, artísticos e culturais do
Município que devem ser preservados;
• Prestar apoio ao Conselho Municipal do Patrimônio Histórico
e Cultural;
• Diligenciar junto aos órgãos públicos para garantir a
salvaguarda dos bens históricos, artísticos e culturais do
Município;
• Implementar políticas públicas para a salvaguarda dos bens
históricos, artísticos e culturais;
• Implementar a Educação Patrimonial junto às escolas e
comunidade do Município;
• Fiscalizar as intervenções feitas nos bens do patrimônio
histórico do Município;
• Fiscalizar o cumprimento das Leis atinentes ao patrimônio
histórico, artístico e cultural do Município;
• Manter arquivo dos livros de tombos e registros do
Município;
• Manter contato com o IEPHA sobre suas atribuições e sobre a
salvaguarda dos bens tombados;
• Diligenciar junto à administração municipal sobre a melhor
aplicação de recursos atinentes à preservação do patrimônio
histórico, artístico e cultural;
• Dar apoio aos eventos culturais do Município.

Divisa-se que as disposições legais em causa padecem do vício da


inconstitucionalidade material, como se demonstrará na sequência.

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1.2 Da ausência de previsão legal das atribuições concernentes aos cargos


em comissão. Inconstitucionalidade.

Infere-se do texto do art. 17, incisos III e IV, da Lei n° 1.011/97, do


Município de Volta Grande, que a discriminação das competências e atribuições dos
órgãos e Secretarias do Município e respectivos cargos serão estabelecidos em
Decreto. Conquanto art. 84, VI, “a”, da Constituição da República permita a
estipulação das competências dos órgãos, por decreto, verifica-se que o Decreto n°
498, de 03 de março de 1997, ao regulamentar a Lei n° 1.011/1997, também fixa as
atribuições dos cargos comissionados constantes do Anexo I da referida lei.

Ora, é cediço que as atribuições específicas de direção, chefia ou


assessoramento hão de estar explicitadas de forma clara e incontroversa na lei que
institui o cargo em comissão.

Nesse esteira, cristalina lição de Marçal Justen Filho:

Somente a lei pode criar o cargo público, entendido como um


conjunto inter-relacionado de competências, direitos e deveres
atribuídos a um indivíduo. Essa é a regra geral consagrada no art. 48,
X, da Constituição, que comporta uma ressalva à hipótese do art. 84,
VI, b. Esse dispositivo permite ao Chefe do Executivo promover a
extinção de cargo público, por meio de ato administrativo.
A criação e a disciplina do cargo público faz-se necessariamente por
lei no sentido de que a lei deverá contemplar a disciplina essencial e
indispensável. Isso significa estabelecer o núcleo das competências,
dos poderes, dos deveres, dos direitos, do modo da investidura e das
condições do exercício das atividades. Portanto, não basta uma lei
estabelecer, de modo simplista, que ‘fica criado o cargo de servidor
público’.

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Exige-se que a lei promova a discriminação das competências e a


inserção dessa posição jurídica no âmbito da organização
administrativa, determinando as regras que dão identidade e
diferenciam a referida posição jurídica.1

Ainda, conforme lição de Diogenes Gasparini, a criação de cargos


“significa sua institucionalização com denominação própria, quantidade certa,
função específica e correspondente estipêndio”2 (grifo nosso).

Demais disso, se função nada mais é que atribuição, ou plexo de


atribuições inerentes a todos os servidores públicos, e se todo cargo tem função, não
restam dúvidas de que é vedado admitir lugar na Administração sem a respectiva
predeterminação de tarefas.

Com isso, tem-se que a simples denominação legal do cargo não


dispensa a discriminação específica de suas respectivas atribuições. Nesse sentido, o
ensinamento de Lúcia Valle Figueiredo:3

[...] Cargo público é o criado por lei (quando concernentes os cargos


aos serviços auxiliares do Legislativo, se criam por resolução da
Câmara ou do Senado, conforme se trate de serviços de uma ou de
outra destas Casas) e expressa o conjunto de atribuições
(competências e deveres) a serem exercidas pelos agentes públicos,
seus titulares (grifo nosso)

Na mesma toada, Maria Sylvia Zanella Di Pietro 4 expõe que:

1
Justen Filho, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 7ª ed. rev. e atual. Belo Horizonte: Forum, 2011, p. 848
2
GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 250.
3
FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo. Malheiros Editores. 8 ed. p. 598.
4
Autora citada in Direito Administrativo, Ed. Atlas, 17 ed., p. 438.

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[...] as várias competências previstas na Constituição para a União,


Estados e Municípios são distribuídas entre seus respectivos órgãos,
cada qual dispondo de determinado número de cargos, criados por
lei, que lhes confere denominação própria, define suas atribuições e
fixa o padrão de vencimento ou remuneratório (grifo nosso).

Crucial registrar, ainda, a lição de Hely Lopes Meirelles5, para quem:

Cargo público é o lugar instituído na organização do serviço público,


com denominação própria, atribuições e responsabilidades
específicas e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido
por um titular, na forma estabelecida em lei. (grifo nosso)

Assim, a delegação de poderes ao Chefe do Executivo para, mediante


decreto, dispor sobre as atribuições dos cargos cujas denominações restaram
estabelecidas na Lei n° 1.011/1997 implica nítida ofensa às normas constitucionais,
segundo as quais a criação de cargos, funções ou empregos públicos depende de lei
em sentido material (arts. 61, § 1º, inciso II, alínea ‘a’, c.c art. 84, inciso VI, alínea ‘a’,
todos da Constituição Federal, e art. 66, III, alínea ‘b’, da Constituição Estadual, as
quais, por simetria, aplicam-se aos Municípios).

Por óbvio, a criação de cargos, sem a estipulação por lei das


atribuições a eles inerentes, ofende não só o princípio da legalidade, mas também da
moralidade administrativa e da impessoalidade, consagrados no caput do art. 13 da
Constituição Estadual e no caput do art. 37 da Constituição Federal.

Nesse tocante, avulta destacar o posicionamento recente do Supremo


Tribunal Federal:

5
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. Malheiros Editores, 32 ed. p. 417.

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EMENTA – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.


EXPRESSÃO “CARGOS EM COMISSÃO” CONSTANTE DO CAPUT
DO ART. 5º, DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 5º E DO CAPUT
DO ART. 6º; DAS TABELAS II E III DO ANEXO II E DAS TAELAS I,
II E III DO ANEXO III À LEI N. 1.950/08 E DAS EXPRESSÕES
“ATRIBUIÇÕES”, “DENOMINAÇÕES”, “ESPECIFICAÇÕES” DE
CARGOS CONTIDOS NO ART. 8º DA LEI N. 1.950/2008. CRIAÇÃO
DE MILHARES DE CARGOS EM COMISSÃO. DESCUMPRIMENTO
DOS ARTS. 37, INC. II E V, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA E
DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA
MORALIDADE ADMINISTRATIVA. AÇÃO JULGADA
PROCEDENTE.
1. A legislação brasileira não admite desistência de ação direta de
inconstitucionalidade (art. 5º da Lei n. 9.868/99). Princípio da
Indisponibilidade. Precedentes.
2. A ausência de aditamento da inicial noticiando as alterações
promovidas pelas Leis tocantinenses ns. 2.142/2009 e 2.145/2009 não
importa em prejuízo da Ação, pela ausência de comprometimento da
essência das normas impugnadas.
3. O número de cargos efetivos (providos e vagos) existentes nos
quadros do Poder executivo tocantinense e o de cargos de
provimento em comissão criados pela Lei n. 1.950/2008 evidencia a
inobservância do princípio da proporcionalidade.
4. A obrigatoriedade de concurso público, com as exceções
constitucionais, é instrumento de efetivação dos princípios da
igualdade, impessoalidade e da moralidade administrativa,
garantidores do acesso aos cargos públicos aos cidadãos. A não
submissão ao concurso público fez-se regra no Estado do Tocantins:
afronta ao art. 37, inc. II, da Constituição da República. Precedentes.
5. A criação de 28.177 cargos, sendo 79 de natureza especial e 28.098
em comissão, não tem respaldo no princípio da moralidade
administrativa, pressuposto de legitimação e validade constitucional
dos atos estatais.
6. A criação de cargos em comissão para o exercício de atribuições
técnicas e operacionais, que dispensam a confiança pessoal da
autoridade pública no servidor nomeado, contraria o art. 37, inc. V,
da Constituição da República. Precedentes.
7. A delegação de poderes ao Governador para, mediante decreto,
dispor sobre “as competências, as atribuições, as denominações das

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unidades setoriais e as especificações de cargos, bem como a


organização e reorganização administrativa do Estado”, é
inconstitucional porque permite, em última análise, sejam criados
novos cargos sem a aprovação de lei.
8. Ação julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade do
art. 5º, caput, e parágrafo único; art. 6º; das tabelas II e III do Anexo II
e das Tabelas I, II e III do Anexo III; e das expressões “atribuições”,
“denominações” e “especificações” de cargos contidas no art. 8º, da
Lei n. 1.950/2008.
9. Definição do prazo máximo de 12 (doze) meses, contados da data
de julgamento da presente ação direta de inconstitucionalidade, para
que o Estado faça a substituição de todos os servidores nomeados ou
designados para ocupação dos cargos criados na forma da Lei
tocantinense n. 1.950.6

Extrai-se dos votos proferidos na supramencionada ADI n.º


4.125/TO que:

Ao delegar ao Chefe do Poder Executivo poderes pra, mediante


decreto, dispor sobre as “competências, as atribuições, as
denominações das unidades setoriais e as especificações dos cargos,
bem como a organização e reorganização administrativa do Estado”,
o legislador estadual acabou por deixar em aberto a possibilidade de
o governador, a pretexto de organizar a estrutura administrativa do
Estado, criar novos cargos sem a edição de lei.
A despeito de existir na parte final desse dispositivo normativo
ressalva taxativa no sentido de que essa atribuição não pode ser
exercida se houver “aumento de despesa, [ou importar] criação ou
extinção de cargos e órgãos públicos”, a depender da abrangência das
alterações afeitas às competências, atribuições, denominações e
especificações dos cargos, pode ficar configurada a
inconstitucionalidade rechaçada das Ações Diretas de
Inconstitucionalidade 3.232/TO, 3.983/TO e 3.990/TO, quando o
Supremo Tribunal Federal, repete-se, afirmou que “a criação de cargos

6
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 4.125/TO – Rel. Min. Cármen
Lúcia Antunes Rocha – DJ nº 30. Divulgação 14.02.2011. Publicação 15.02.2011.

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públicos só pode dar-se mediante edição de lei em sentido formal, e não por
via de decreto” (Ministro Cezar Peluso, DJ 3.10.2008).
Como ponderado pelo Procurador-Geral da República, esse
“dispositivo, ao contrário de se harmonizar com os arts. 61, §1º, II, ‘a’,
e 84, VI, da Constituição, desvirtua as normas por eles veiculadas,
possibilitando ao Governador do Estado agir além da competência
assegurada pelo texto constitucional, de tal sorte que a alteração na
estrutura administrativa, e, em especial, nas competências e
especificações dos cargos públicos, promovidas a título de reorganização,
possuam tamanha significação que representem, na realidade,
verdadeira inovação na ordem jurídica, o que não é admitido pela
Constituição Federal” (grifos no original)
[...]
Se a caracterização de determinado cargo dá-se pelas atribuições
que lhes são conferidas, dúvidas não remanescem de que essas
alterações importariam, reflexamente, na criação de novos cargos.
Daí a inconstitucionalidade das expressões “atribuições”,
“denominações” e “especificações” de cargos contidos no art. 8º da
Lei n. 1.950/2008.7

No mesmo sentido:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Condição.


Objeto. Decreto que cria cargos públicos remunerados e estabelece as
respectivas denominações, competências e remunerações. Execução
de lei inconstitucional. Caráter residual de decreto autônomo.
Possibilidade jurídica do pedido. Precedentes. É admissível controle
concentrado de constitucionalidade de decreto que, dando execução a
lei inconstitucional, crie cargos públicos remunerados e estabeleça as
respectivas denominações, competências, atribuições e remunerações.
2. INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Art. 5° da Lei n°
1.124/2000, do Estado do Tocantins. Administração pública. Criação
de cargos e funções. Fixação de atribuições e remuneração dos
servidores. Efeitos jurídicos delegados a decretos do Chefe do
Executivo. Aumento de despesas. Inadmissibilidade. Necessidade

7
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 4.125/TO – Rel. Min. Cármen
Lúcia Antunes Rocha – DJe nº 30. Divulgação 14/2/2011. Publicação 15/2/2011.

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de lei em sentido formal, de iniciativa privativa daquele. Ofensa aos


arts. 61, § 1°, inc. II, "a", e 84, inc. VI, "a", da CF. Precedentes. Ações
julgadas procedentes. São inconstitucionais a lei que autorize o Chefe
do Poder Executivo a dispor, mediante decreto, sobre criação de
cargos públicos remunerados, bem como os decretos que lhe dêem
execução.8

Em linha harmoniosa, esse Órgão Especial do Tribunal de Justiça de


Minas Gerais, reiteradamente, vem decidindo que “ofende o princípio da
legalidade e moralidade a criação de cargos públicos sem a definição de suas
atribuições específicas.”9

E mais recentemente:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI


COMPLEMENTAR MUNICIPAL QUE CRIA CARGOS EM
COMISSÃO SEM DISCRIMINAR AS RESPECTIVAS ATRIBUIÇÕES.
NÃO DEMONSTRAÇÃO EFETIVA DO ATENDIMENTO AOS
DITAMES CONSTITUCIONAIS. ATRIBUIÇÕES DISCIPLINADAS
EM DECRETO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL.
INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES DO STF.
REPRESENTAÇÃO ACOLHIDA. - À luz da jurisprudência do
excelso STF, a criação de cargos em comissão pressupõe
necessariamente a definição, de forma clara, de suas atribuições,
tratando-se, ainda, de matéria submetida à reserva legal. - Faz-se
imprescindível a descrição legal das atribuições dos cargos em
comissão criados em lei municipal, a fim de viabilizar a verificação da
perfeita subsunção da hipótese normativa concreta ao comando
constitucional excepcional que restringe a criação dos cargos em
comissão às funções de assessoramento, chefia e direção, bem como à
existência de um vínculo especial de confiança. - A criação do cargo
público com descrição de suas atribuições se insere na reserva legal

8
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI 3.232. Rel. Min. Cézar Peluso. Julgamento em 14.08.2008. DJ de
03.10.2008.
9
MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. ADI nº 1.0000.12.126004-6/000. Rel.ª Des.ª
Heloisa Combat. DJ de 20.09.2013.

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absoluta ou formal, não podendo ser disciplinada por simples


decreto.10

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE -


CARGOS DE RECRUTAMENTO AMPLO - EXCEPCIONALIDADE -
CHEFIA, ASSESSORAMENTO E DIREÇÃO - ART. 37, V, da CR/88
E ART. 23 "CAPUT" DA CEMG - FUNÇÕES TÉCNICAS – RELAÇÃO
INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA - CARGO DE
ASSESSOR JURÍDICO - VÍCIO INOCORRENTE - ATRIBUIÇÕES E
DESCRIÇÃO DETALHADA DOS CARGOS - FIXAÇÃO MEDIANTE
DECRETO - PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL - VIOLAÇÃO
CONFIGURADA - PROCEDÊNCIA PARCIAL DA
REPRESENTAÇÃO. O provimento dos cargos em comissão está
delimitado às atribuições de direção, chefia e assessoramento, nos
termos da previsão estampada inciso V, do artigo 37 da CR/88,
reproduzida no artigo 23, "caput" da CEMG. Os cargos cujas
atribuições compreendem a prestação de serviços meramente técnico,
inerentes ao desempenho da rotina administrativa, para os quais não
se vislumbra a relação de fidúcia entre o contratado e o nomeante,
devem ser constituídos como de provimento efetivo. O desempenho
da função de assessor jurídico exige o elemento confiança entre o
titular do cargo e a autoridade nomeante, o que autoriza o
provimento em comissão. Padece de inconstitucionalidade, por
violação ao princípio da reserva legal, o dispositivo de Lei
Municipal que autoriza ao chefe do Executivo editar decreto para o
fim fixar as atribuições e descrição detalhadas dos cargos
comissionados.11

Portanto, patente a inconstitucionalidade do artigo 17, III e IV, da


Lei nº 1.011/1997, dos artigos 2º, 4º, do Anexo I, bem como do art. 5º, I, A, B, C, D,
E, F, II, A, B, C, D, E, F, III, A, B, C, D, E, F, G, IV, A, B, C, D, V, A, B, C, D, VI, A, B,
C, E, F, VII, A, B, C, D, E, VIII, A, B, C, D, E, F, G, IX, A, todos da Lei nº 1.227/2005,

10
MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. ADI nº 1.0000.12.127655-4/000. Rel. Des.
Leite Praça. Julgamento em 27.11.2013. DJ de 24.1.2014.
11
MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. ADI nº 1.0000.13.069299-9/000. Rel. Des.
Afrânio Vilela. Julgamento em 25.6.2014. DJ de 18.7.2014.

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do Município de Volta Grande, porquanto não houve previsão em lei das atribuições
dos cargos comissionados a que se referem.

Por último, ressalte-se que a criação de cargos de provimento em


comissão não pode ser desarrazoada, artificial, abusiva ou desproporcional,
devendo, ater-se às atribuições de assessoramento, chefia e direção para as quais se
empenhe relação de confiança, sendo vedada para o exercício de funções técnicas,
burocráticas ou profissionais às quais é reservado o provimento efetivo precedido de
aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, como apanágio da
moralidade, da impessoalidade e da eficiência. 12

1.3 Legislação municipal. Cargos comissionados. Inexistência de


atribuições concernentes à chefia, ao assessoramento e à direção.
Imprescindibilidade do requisito de confiança entre a autoridade
nomeante e o nomeado não evidente. Inconstitucionalidade.
Precedentes do STF.

Analisando a legislação do Município de Volta Grande, verifica-se a


inconstitucionalidade de parte do art. 1º e de seu § 2º, do §3º, do art. 3º e de parte do
Anexo I da Lei nº 1.251/2006, em relação aos cargos comissionados de Coordenador e
Secretário Escolar.

12
Nesse sentido: STF, ADI 3.706-MS, Rel. Min. Gilmar Mendes, v.u., DJ 05-10-2007; STF, ADI 1.141-GO,
Tribunal Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie, 29-08-2002, v.u., DJ 29-08-2003, p. 16; STF, AgR-ARE 680.288-RS, 1ª
Turma, Rel. Min. Luiz Fux, 26-06-2012, v.u., DJe 14-08-2012; STF, AgR-AI 309.399-SP, Rel. Min. Dias
Toffoli, Informativo STF 663; STF, AgR-RE 693.714-SP, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, 11-09-2012, v.u., DJe
25-09-2012; STF, ADI 4.125-TO, Tribunal Pleno, Rel. Min. Cármen Lúcia, 10-06-2010, v.u., DJe 15-02-2011;
TJSP, ADI 150.792-0/3-00, Órgão Especial, Rel. Des. Elliot Akel, v.u., 30-01-2008

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Patente também a inconstitucionalidade da Lei nº 1.298/2009 e da


Lei Complementar nº 1.320/2009, do Município de Volta Grande, no que tange aos
cargos de Assessor Jurídico, Administrador Hospitalar e Secretária-Geral Hospitalar.

Ressalte-se, ainda, a inconstitucionalidade do disposto na Lei nº


1.371/2011, bem como nos artigos 2º e 3º e no Anexo I da Lei nº 1.445/2014, do
Município de Volta Grande, quanto à criação dos cargos de Coordenador do Serviço de
Licitação, Coordenador dos Serviços de Prestação de Contas de Convênios e Contratos, Chefe
de Seção de Merenda Escolar e Chefe de Seção de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural.

Saliente-se que todos esses cargos, criados no âmbito da


administração do Município de Volta Grande, não se coadunam com os vetores
norteadores do sistema pátrio, no que toca ao provimento em comissão, em flagrante
afronta ao art. 37, caput e incisos II e V, da Constituição Federal e aos artigos 13; 21, §
1º; e 23 da Constituição do Estado de Minas Gerais.

Isso porque as normas fustigadas se afastaram dos direcionamentos


constitucionais e doutrinários traçados para o cargo em comissão, na medida em que
criaram cargos para os quais não se exige o vínculo de confiança entre a autoridade
nomeante e as pessoas que exercerão as atribuições inerentes àqueles.

A toda evidência, essa criação de cargos comissionados contrapõe-se


ao princípio insculpido no art. 21, § 1º, da Constituição Estadual, que consagra a
prévia aprovação em concurso público como condição de acesso aos cargos públicos,
facultada a livre nomeação apenas para funções relevantes, de direção e
assessoramento, cujo exercício reclame, como dito, uma relação de confiança entre
nomeante e nomeado.

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Convém reafirmar que o inciso II do artigo 37 da Constituição da


República, com redação dada pela EC nº 19/98, determina que a investidura em
cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

Acerca da estipulação dos cargos em comissão e das funções de


confiança, o inciso V do artigo 37 da Carta Federal fixa:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento; [...] (grifo nosso)

A seu turno, a Constituição do Estado de Minas Gerais, no § 1º do


artigo 21 e no caput do artigo 23, reproduz o disposto no inciso V do artigo 37 da
Constituição Federal:

Art. 21. Os cargos, funções e empregos públicos são acessíveis aos


brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
como aos estrangeiros, na forma da lei.
§1º - A investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração.

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[...]
Art. 23. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento (caput com redação
dada pelo art. 5º da Emenda à Constituição nº 49, de 13.06.2001).
[...] (grifo nosso)

Em relação aos cargos em comissão, a doutrina ensina:

No que respeita aos cargos em comissão, a Emenda 19 adotou uma


segunda ordem de providência, cuja finalidade, intui-se, é a de conter
a multiplicação desses cargos em todos os níveis da organização
administrativa. Doravante, os cargos em comissão devem
corresponder tão-só a atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Isto é, aos cargos em comissão estará reservado o nível decisório da
hierarquia administrativa. Mais uma razão para que seus ocupantes
sejam profissionais qualificados e conhecedores dos misteres da
atividade administrativa pública. Serão os responsáveis pela
pertinência das decisões de política administrativa do serviço
público, com sustentação técnica.13

E mais:

O titular de cargo em comissão mantém vínculo profissional e


funcional temporário com as atribuições do cargo; são dirigentes e
assessores cuja investidura durará enquanto for íntegra a relação de
confiança que gerou o comissionamento; exaurida a relação, são
exoneráveis ao critério da autoridade competente.14

13
PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres. Da reforma administrativa constitucional. Rio de Janeiro: Renovar, 1999.
503p. p. 91.
14
ob. cit. p. 89.

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Diogenes Gasparini empresta o mesmo sentido aos cargos


comissionados ao considerá-los destinados “à direção, comandos ou chefia de certos
órgãos, onde se necessita de um agente que sobre ser de confiança da autoridade
nomeante se disponha a seguir sua orientação, ajudando-a a promover a direção
superior da Administração".15

Por seu turno, Alexandre de Moraes afirma:

A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação


prévia em concurso público de provas ou provas e títulos, de acordo
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Nesse sentido, o STF editou a Súmula 685: “É inconstitucional toda
modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem
prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento,
em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.”
[...] Ressalte-se que, a alteração da redação do inciso V, do artigo 37,
pela EC nº 19/98, determinando que as funções de confiança,
exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargos
efetivos, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores
de carreira, nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em
lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento [...] 16

Nesse sentido, ao se examinar os cargos em comissão de Coordenador


e Secretário Escolar, de Assessor Jurídico, Administrador Hospitalar e Secretária-Geral
Hospitalar, bem como de Coordenador do Serviço de Licitação, Coordenador dos Serviços de
Prestação de Contas de Convênios e Contratos, Chefe de Seção de Merenda Escolar e Chefe de
Seção de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, verifica-se que as atribuições a eles

15
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1993. p. 208.
16
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2004. p. 331-333.

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afetas consubstanciam mero suporte técnico ao agente político, vale dizer, não estão
vinculadas ao estabelecimento das diretrizes decisórias da cúpula da Administração
do Município de Volta Grande.

Com efeito, acerca de cargos cujas atribuições sejam meramente de


orientação e suporte técnico ao agente político, já decidiu esse colendo Órgão
Especial que:

Também o fato de dentre as atribuições dos três cargos em questão


estar listada a de assessoramento, não autoriza sejam as competências
a eles inerentes tomadas como sendo de chefia, direção ou
assessoramento e, portanto, consoante o permissivo constitucional. A
função de assessoramento se caracteriza por envolver apenas a
orientação e suporte técnico do agente que participa ativamente das
decisões políticas atreladas ao nível hierárquico superior da
Administração Municipal.
Isto porque, todo e qualquer funcionário ou servidor tem o dever de
prestar contas e de fornecer subsídios ao Prefeito ou secretário ao
qual se encontra diretamente subordinado, acerca do andamento dos
programas instituídos e a serem cumpridos pelos quadros aos quais
está integrado. Assim, esta característica, por si só, não é o quanto
basta para tornar o cargo ou função como sendo de assessoramento.
Portanto, deve ser reconhecida a inconstitucionalidade dos Cargos de
Coordenador de Serviços, Assistente de Transporte de Gabinete,
Secretária de Gabinete e Oficial de Gabinete, previstos nos Anexos I e
V da Lei 1539/2007 do Município de Minas Novas.17 (grifos nossos)
A esse respeito, importante colacionar trecho do voto proferido pela
Desembargadora Selma Marques, por ocasião do julgamento da ADI n.º
1.0000.11.025407-5/000:

17
MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Ação Direta de Inconstitucionalidade n.°
1.0000.11.025407-5/000. Rel. Des. Selma Marques. Julgamento em 27.2.2013. DJ de 26.4.2013.

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É dizer, sendo a hierarquia funcional inerente à organização


administrativa, não é o simples fato de ser inerente a determinado
cargo ou função a responsabilidade pela verificação da lisura ou
não do desempenho funcional de servidores que lhe são
subordinados, ainda que possível a aplicação de sanções
disciplinares/administrativas, que autorizam seja o cargo, ou
mesmo a função, tomados como sendo de chefia, assessoramento ou
direção. Para referida caracterização é indispensável o liame entre a
estrutura decisória da administração, ou seja, a ligação entre os
cargos de provimento em comissão, bem como das funções que lhe
são afetas, aos postos funcionalmente atrelados à figura do Chefe do
Executivo.
[...]
Assim, bastasse a existência de atribuições de chefia ou mesmo a
configuração de posição hierarquicamente superior a outras no
escalonamento administrativo, para que pudessem ser instituídos
cargos em comissão, restaria devassada a regra do concurso público
e se tornaria realidade distante o princípio da impessoalidade como
forma de privilegiar a igualdade entre os administrados que
pretendem a investidura nos quadros funcionais da administração.
Nessa hipótese a grande maioria dos cargos integrantes da estrutura,
por definição escalonada de forma hierárquica, da administração
poderia ser reputada como tendo atribuições de chefia,
assessoramento e direção e, por conseguinte, serem preenchidos sem
o pertinente concurso público.
Os cargos cujas atribuições estejam relacionadas a implementar,
observadas as diretrizes postas pela estrutura decisória envolta ao
Chefe do Executivo municipal e, por óbvio, a legalidade, os
objetivos administrativos inerentes às competências que por lei lhe
foram postas, ainda que conservando algum grau de competência
discricionária para seu ocupante e posição hierarquicamente
superior a outros cargos subordinados dentro do respectivo quadro
funcional, não se pode dizer sejam de chefia, direção ou
assessoramento.
Do contrário a regra envolta em feições meritórias, é dizer concurso
público, para galgar o ingresso nos quadros da administração
pública, seria a exceção e, tal qual observado nos anexos listados pelo
Ministério Público Estadual, restaria configurada uma estrutura
quase toda ofensiva ao artigo 23 da Constituição do Estado de Minas
Gerais.

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[...]
Numa leitura atenta se percebe que todos os cargos listados atuam
num segundo momento, ou seja, postas as diretrizes decisórias pela
cúpula da administração municipal, devem os servidores ocupantes
dos referidos cargos zelar pela sua efetivação.
As designações postas em relação a elas pela Lei Municipal
1539/2007 são, quando muito, eminentemente de supervisão,
coordenação e fiscalização, destinadas, sobretudo, a implementar o
bom funcionamento dos serviços e tarefas que lhe são afetas.
Não existe, em tais cargos, qualquer autonomia ou participação
decisória frente ao Chefe do Executivo Municipal e seus secretários,
agentes públicos, aos quais os futuros e eventuais ocupantes estão
hierarquicamente subordinados, ainda que tenham como
subordinados um amplo quadro de servidores - situação, esta última,
como já destacado, inerente à estrutura hierárquica da Administração
Pública.18 (grifos nossos)

Também o Supremo Tribunal Federal confirmou o entendimento


segundo o qual:

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI.
CRIAÇÃO DE CARGO COMISSIONADO SEM CARÁTER DE
ASSESSORAMENTO, CHEFIA OU DIREÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
PRECEDENTES. SÚMULAS 279 E 280/STF. "É inconstitucional a
criação de cargos em comissão que não caráter de assessoramento,
chefia ou direção e que não demandam relação de confiança entre o
servidor nomeado e o seu superior hierárquico" (ADI 3.602, Rel. Min.
Joaquim Barbosa). Para dissentir do entendimento firmado pelo
Tribunal de origem quanto à natureza jurídica dos cargos, bem como
saber se existe subordinação entre o servidor nomeado para a função
criada pela lei e seu respectivo superior hierárquico, faz-se necessário
analisar a legislação local impugnada (Leis nºs 1.786/1998,
1.983/2001, 2.203/2005, 2.267/2005, 2.370/2007, 2.609/2009,
2.675/2010 e 2.843/2011) e reexaminar os fatos e provas constantes
dos autos, providências que não têm lugar neste momento
18
MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Ação Direta de Inconstitucionalidade n.°
1.0000.11.025407-5/000. Rel. Des. Selma Marques. Julgamento em 27.2.2013. DJ de 26.4.2013.

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processual, nos termos das Súmulas 279 e 280/STF. Ausência de


argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. Agravo
regimental a que se nega provimento.19

EMENTA Embargos de declaração em recurso extraordinário.


Conversão em agravo regimental, conforme pacífica orientação da
Corte. Lei distrital que criou cargos em comissão para funções
rotineiras da Administração Pública. Impossibilidade. 1. A decisão
ora atacada reflete a pacífica jurisprudência da Corte a respeito do
tema, a qual reconhece a inconstitucionalidade da criação de cargos
em comissão para funções que não exigem o requisito da confiança
para seu preenchimento. 2. Esses cargos, ademais, deveriam ser
preenchidos por pessoas determinadas, conforme descrição constante
da aludida lei. 3. Embargos de declaração recebidos como agravo
regimental, ao qual é negado provimento.20
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.
CRIAÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO SEM CARÁTER DE
ASSESSORAMENTO, CHEFIA OU DIREÇÃO. 1.
Inconstitucionalidade da Lei Complementar municipal n. 36/2008 e
da Lei municipal n. 2.797/2001. Precedentes do Supremo Tribunal
Federal. 2. Análise da natureza das atribuições do cargo. Súmulas ns.
279 e 280 do Supremo Tribunal. 3. Agravo regimental ao qual se nega
provimento.21

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.


ADMINISTRATIVO. LEI MUNICIPAL. CRIAÇÃO DE CARGOS EM
COMISSÃO. ALEGADA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE
CONFIANÇA. PRECEDENTES DO PLENÁRIO. NECESSIDADE DE
REEXAME FÁTICOPROBATÓRIO. NORMA DE INTERESSE
LOCAL. SÚMULAS 279 E 280 DO STF. DESPROVIMENTO. O
Plenário do Supremo, no julgamento da ADI 3.602, Rel. Ministro
Joaquim Barbosa, assentou a inconstitucionalidade da norma
municipal por incorrer em criação de cargos de direção, chefia e

19
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. RE 820442 AgR/SP, Rel. Min. Roberto Barroso. Julgamento em
20.11.2014. DJ de 21.11.2014.
20
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. RE 376440 ED/DF, Rel. Min. Dias Toffoli. Julgamento em 13.11.2014.
DJ de 14.11.2014.
21
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. RE 801970 AgR/SP, Rel.ª Min.ª Cármen Lúcia. 2ª T. DJ de 13.06.2014.

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assessoramento desprovidos da necessária e característica relação de


confiança. No mesmo sentido: ADI 1141, Rel. Ministra Ellen Gracie,
DJ 29/08/03, ADI/MC 1269, Rel. Ministro Carlos Velloso, Dj
02/06/95, dentre outros . A Súmula 279/STF dispõe verbis: 'Para
simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário'. É que o
recurso extraordinário não se presta ao exame de questões que
demandam revolvimento do contexto fático-probatório dos autos,
adstringindo-se à análise da violação direta da ordem constitucional.
O debate em relação aos efeitos da Lei nº 3.364/10 do município de
Cubatão caracterizaria mera ofensa a direito local, cuja análise é
vedada nesta instância, nos termos da Súmula nº 280/STF, verbis:
'Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário.' 22

E, quanto ao caráter técnico das atribuições inerentes aos cargos de


Assessor Jurídico – criado pela Lei nº 1.298/2009, que demanda provimento efetivo,
pronunciou-se o e. Supremo Tribunal Federal:

EMENTA: CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE. ANEXO II DA LEI
COMPLEMENTAR 500, DE 10 DE MARÇO DE 2009, DO ESTADO
DE RONDÔNIA. ERRO MATERIAL NA FORMULAÇÃO DO
PEDIDO. PRELIMINAR DE NÃO-CONHECIMENTO PARCIAL
REJEITADA. MÉRITO. CRIAÇÃO DE CARGOS DE PROVIMENTO
EM COMISSÃO DE ASSESSORAMENTO JURÍDICO NO ÂMBITO
DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA. INCONSTITUCIONALIDADE. 1.
Conhece-se integralmente da ação direta de inconstitucionalidade se,
da leitura do inteiro teor da petição inicial, se infere que o pedido
contém manifesto erro material quanto à indicação da norma
impugnada. 2. A atividade de assessoramento jurídico do Poder
Executivo dos Estados é de ser exercida por procuradores
organizados em carreira, cujo ingresso depende de concurso público
de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do
Brasil em todas as suas fases, nos termos do art. 132 da Constituição
Federal. Preceito que se destina à configuração da necessária
22
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. RE 710350 AgR, Rel. Min. Luiz Fux. 1ª T. DJ de 20.02.2013.

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qualificação técnica e independência funcional desses especiais


agentes públicos. 3. É inconstitucional norma estadual que autoriza
a ocupante de cargo em comissão o desempenho das atribuições de
assessoramento jurídico, no âmbito do Poder Executivo.
Precedentes. 4. Ação que se julga procedente.23 (grifo nosso).

Esse entendimento foi recentemente reiterado no Agravo n.º 873.745,


que tratava nomeadamente sobre o cargo de Assessor Jurídico do Poder Executivo do
Município de Ibiraci/MG, conforme se extrai de trecho da decisão do Eminente
Relator, Ministro Roberto Barroso:

O recurso extraordinário deve ser provido. Isso porque a conclusão


do Tribunal de origem não se alinha à jurisprudência desta Corte. Na
hipótese, o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, a despeito
de haver relatado atribuições do cargo de assessor jurídico do
Município da Ibiraci que se assemelham às inerentes ao cargo de
Procurador Municipal, assentou a constitucionalidade da lei que
criou o referido cargo em comissão.
[...]
O acórdão recorrido diverge frontalmente da jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, que, no julgamento da ADI 4843-MC-ED-
Ref, da relatoria do Ministro Celso de Mello, declarou a
inconstitucionalidade de norma que criara cargo em comissão com
atribuições semelhantes a do cargo sobre o qual versam os autos.24

No que tange aos cargos de Coordenador Escolar e Secretário Escolar,


verifica-se, por meio de simples leitura da Lei nº 1.251/2006, que as suas atribuições
sequer exigem o contato direto com a cúpula da Administração Municipal, eis que se
voltam à rotina das escolas municipais. Mostram-se, pois, meramente técnicas,

23
BRASIL. Supremo Tribunal Federal Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 4261-RO. Pleno. Rel. Min.
AYRES BRITTO. 02.08.2010.
24
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ARE n.º 873745/MG. Rel. Min. Roberto Barroso. DJ de 06.04.2015.

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operacionais e rotineiras as atribuições conferidas a tais cargos, razão pela qual não
há se falar em imprescindível liame de confiança entre os nomeados e a autoridade
nomeante. Na verdade, constitui atividades a serem realizadas por servidores de
carreira, até mesmo para não haver solução de continuidade, por sucessão de
administradores.

Acerca do tema, vale destacar a decisão proferida por esse colendo


Órgão Especial no julgamento do Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade n.º
1.0521.10.011040-7/002:

INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE.


NORMAS MUNICIPAIS. CRIAÇÃO DE CARGOS EM COMISSÃO.
FUNÇÕES NÃO VINCULADAS À DIREÇÃO, CHEFIA OU
ASSESSORAMENTO. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 23 DA CRFB E
ARTIGO 161, II, DA CEMG. INCONSTITUCIONALIDADE
RECONHECIDA. O ordenamento constitucional estabelece que a
investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei. Faz ressalva às nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Define,
ainda, que as funções de confiança (exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo efetivo) e os cargos em comissão (a
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei) destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento (artigo 37, caput e
incisos II e V, da CRFB; artigos 21, § 1º, e 23, caput, da CEMG).
Alguns dos termos ou expressões contidos nas redações das leis
municipais em comento poderiam até albergar vaga ideia de
legitimidade constitucional (""Chefe"", ""Assessor"", ""Secretário"").
Não obstante a nomenclatura de que se valem, criaram cargos
maquiados de comissionados, sem lhes oferecer, contudo, exata,
pormenorizada e clara atribuição de direção, chefia ou
assessoramento. Criaram cargos cujas atribuições, na verdade, são
meramente técnicas, subalternas, operacionais, burocráticas, tais

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como a de coordenação, instrução, supervisão, auxílio, controle etc.


Exemplos da rotina da Administração Pública municipal, que não
revelam o requisito de confiança a ensejar o amparo constitucional.
De tal modo, por não se tratarem de atividades inerentes aos
legítimos cargos comissionados, de livre nomeação e exoneração, mas
de cargos cujo provimento deve se dar por servidores efetivos, sua
previsão legal, não obstante a nomenclatura utilizada, contrapõe-se
ao princípio insculpido no artigo 37, II e V, da Constituição da
República Federativa do Brasil, e no artigo 21, § 1°, da Constituição
Estadual, que consagra como condição de acesso aos cargos públicos
a prévia aprovação em concurso público.25 (grifos nossos)

No que pertinente aos cargos de Administrador Hospitalar (Anexo I da


Lei Complementar nº 1.320/2009) e Secretária-Geral Hospitalar (Anexo II da Lei
Complementar nº 1.320/2009), como dito, também não preenchem os requisitos
constitucionais exigidos para as hipóteses de provimento em comissão, em flagrante
afronta ao artigo 23 da Constituição do Estado de Minas Gerais e ao inciso V do
artigo 37 da Constituição Federal.

Com efeito, as atribuições acometidas ao Administrador Hospitalar


referem-se à gestão das unidades hospitalares municipais, e, à Secretária-Geral
Hospitalar incumbe secretariá-lo. A insofismável natureza técnica de tais atribuições 26
implica a inconstitucionalidade dos dispositivos legais por meio dos quais tais cargos
foram criados.

25
MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Incidente de Arguição de
Inconstitucionalidade n.° 1.0521.10.011040-7/002. Rel. Des. Armando Freire. Julgamento em 8.8.2012. DJ de
31.8.2012.
26
Nesse sentido, ver o voto proferido pelo i. Des. Barros Levenhagen na ADI 1.0000.13.083036-7/000, julgada
em 29.01.2015. DJ de 20.03.2015.

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Quanto ao Chefe de Merenda Escolar, a quem compete, basicamente,


fiscalizar a merenda escolar ministrada nas creches e escolas, consoante fixado no
Anexo III da Lei nº 1.371/2011, por óbvio, não se enquadra como cargo destinado à
chefia, direção ou assessoramento. O mesmo pode ser dito em relação ao Chefe de
Seção de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, cuja atuação é voltada à aplicação de
recursos atinentes à preservação dos bens históricos, artísticos e culturais do
Município de Volta Grande, segundo se infere do Anexo I da Lei nº 1.445/2014.

Especificamente quanto aos cargos de denominados “Chefes”, esse


Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais também firmou entendimento no
sentido de que:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ART. 1º E DO


ART. 2º, AMBOS DA LEI Nº. 1.450, DE 27 DE JANEIRO DE 2005 -
CONSELHEIRO TUTELAR - ALÍNEA 'B', INCISO I, DO ART. 24;
ALÍNEAS 'B', 'E' E 'G', INCISO IV, DO ART. 24; ALÍNEA 'B', INCISO
V, DO ART. 24; ALÍNEAS 'G' E 'H', INCISO VII, DO ART. 24;
ALÍNEAS 'D', 'E', 'F', 'G' E 'H', INCISO VIII, DO ART. 24,
OBSERVANDO-SE, INCLUSIVE O ERRO MATERIAL
CONSISTENTE NA REPETIÇÃO DOS CARGOS; DAS ALÍNEAS 'C'
E 'D', INCISO X, DO ART. 24; E DA ALÍNEA 'B', INDEVIDAMENTE
GRAFADA COMO ALÍNEA 'A', INCISO XII, DO ART. 24; TODOS
DA LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL Nº. 1.781, DE 16 DE
SETEMBRO DE 2010, AMBAS DO MUNICÍPIO DE ILICÍNEA -
FUNÇÕES MERAMENTE TÉCNICAS - PROVIMENTO ATRAVÉS
DE CONCURSO PÚBLICO - CARGOS EM COMISSÃO -
IMPOSSIBILIDADE - INCONSTITUCIONALIDADES
DECLARADAS. O Conselheiro Tutelar é agente público que, apesar
de prestar serviço público relevante, cuidando da defesa de direitos e
da proteção da criança e do adolescente, não pode ser considerado
ocupante de cargo comissionado, por não desempenhar função de
direção, chefia e assessoramento. Os cargos mencionados na Lei
Complementar Municipal nº 1.781, de 16 de setembro de 2010, do
Município de Ilicínea, todos denominados Chefes de Divisão, cujas

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atribuições estão previstas no artigo 22, da referida Lei


Complementar Municipal, não podem ser considerados como de
direção, chefia e assessoramento, sendo funções meramente
técnicas. Assim, referidos cargos devem ser providos por concurso
público. Procedência dos pedidos que se impõe.27 (grifos nossos)

E mais. Como enfatizado por esse Tribunal de Justiça do Estado de


Minas Gerais, “observando que as admissões irregulares implicam no
reconhecimento da nulidade dos atos pertinentes e na responsabilização das
autoridades responsáveis (art. 37, §2º, CR), o Supremo Tribunal Federal tem
concluído que a lei não pode criar cargos em comissão para exercício de funções
próprias dos cargos de provimento efetivo, não correlacionados às atividades de
direção, chefia e assessoramento e que não exijam, necessariamente, o liame de
confiança em relação à autoridade nomeante”.28

Por fim, no que tange às atribuições do Coordenador do Serviço de


Licitação (Anexo I da Lei nº 1.371/2011) e Coordenador do Serviço de Prestação de Contas
de Convênios e Contratos (Anexo II da Lei nº 1.371/2011), consubstanciam atuações
meramente técnicas, a serem desempenhadas por servidores de carreira. Esse. Aliás,
o posicionamento adotado por esse e. Tribunal de Justiça, no julgamento da ADI nº
1.0000.14.016623-2/000. Veja-se a ementa:

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE -


MUNICÍPIO DE BONITO DE MINAS - LEIS MUNICIPAIS -
CRIAÇÃO DE CARGOS COMISSIONADOS - AUSÊNCIA DE

27
MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça de Minas Gerais. ADI n.º 1.0000.12.061478-9/000. Rel. Des. Antônio
Carlos Cruvinel. Julgamento em 24.4.2013. DJ de 17.5.2013.
28
MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. ADI n.º 1.0000.13.091939-2/000. Rel.ª
Des.ª Vanessa Verdolim Hudson Andrade. Julgamento em 18.11.2014. DJ de 28.11.2014.

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ATRIBUIÇÃO DAS FUNÇÕES DOS RESPECTIVOS - ATRIBUIÇÕES


DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO DE CARGO DE
COORDENADOR - RELAÇÃO DE CONFIANÇA - INEXISTÊNCIA -
INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA - AÇÃO JULGADA
PROCEDENTE.
1 - Para a criação de cargos comissionados, apresenta-se necessário
que o legislador especifique as respectivas atribuições, tendo em vista
a necessidade de demonstrar que se destinam às funções de
assessoramento, chefia ou direção, além de demandarem relação de
confiança entre o servidor nomeado e seu superior hierárquico.
2- Padecem de vício de inconstitucionalidade as normas municipais
do Município de Bonito de Minas, que preveem a criação de cargos
comissionados que encerram funções eminentemente burocráticas, de
supervisão e fiscalização, não caracterizando o exercício de
atribuições de direção, chefia ou assessoramento, além de não
exigirem a configuração do vínculo de confiança entre o servidor e a
autoridade nomeante.[...]29

Nesse diapasão, na legislação do Município de Volta Grande, ora


hostilizada, criam-se cargos públicos de provimento em comissão, cujas atribuições
não evidenciam a imprescindível relação de fidúcia inerente à chefia, à direção e ao
assessoramento. Restaram, pois, violados os arts. 21, § 1º, e 23 da Constituição
Estadual e os incisos II e V do art. 37 da Constituição da República.

2. Dos pedidos

Em face do exposto, o Autor requer seja julgado procedente o


pedido, declarando-se inconstitucionais os incisos III e IV do artigo 17 da Lei nº
1.011/1997, dos artigos 2º, 4º, do Anexo I, bem como do art. 5 º, I, A, B, C, D, E, II, A,
29
MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. ADI nº 1.0000.14.016623-2/000. Rel. Des.
Adilson Lamounier. Julgamento em 27.02.2015. DJ de 13.03.2015.

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B, C, D, E, III, A, B, C, D, E, F, G, IV, A, B, C, D, V, A, B, C, D, VI, A, B, C, VII, B, C, D,


E, VIII, A, B, C, D, E, F, G, todos da Lei nº 1.227/2005, do Município de Volta Grande,
no que se refere aos cargos comissionados de Assessor Técnico, Assessor Técnico de
Engenharia, Assessor Técnico de Planejamento, Secretária do Prefeito, Motorista do Prefeito,
Administrador Distrital, Chefe de Serviço de Administração, Chefe de Seção Pessoal, Chefe de
Seção Material, Chefe de Seção Patrimônio, Chefe de Seção de Sistemas de Informática e
Gerenciamento, Chefe de Serviço de Fazenda, Chefe de Serviço de Contabilidade, Chefe de
Seção de Receita Municipal, Chefe de Seção de Tesouraria, Chefe de Seção de Orçamento e
Contabilidade, Chefe de Serviço de Obras e Urbanismo, Chefe de Serviço de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos, Chefe de Seção de Engenharia e Obras Viárias, Chefe de Seção de Limpeza
Urbana, Chefe de Seção de Meio Ambiente, Chefe de Recursos Hídricos, Chefe de Serviço de
Saúde, Chefe de Seção de Assistência Médica, Chefe de Seção Odontológica, Chefe de Seção de
Enfermagem e Inspeção Sanitária, Chefe de Serviço de Assistência Social, Chefe de Seção de
Assistência Social, Chefe de Seção de Conselhos Comunitários, Chefe de Seção de Conselho
dos Direitos da Cidadania, Chefe de Serviço de Educação, Chefe de Seção de Assistência ao
Educando, Chefe de Seção de Supervisão Escolar, Chefe de Serviço de Esporte e Lazer, Chefe
de Seção de Cultura, Chefe de Seção de Esporte e Lazer, Administrador de Estádios e Praças
de Esporte, Chefe de Serviço de Indústria e Comércio, Chefe de Serviço de Desenvolvimento
Rural, Chefe de Seção de Assistência a Indústria e Comércio, Chefe de Seção de
Desenvolvimento do Município, Chefe de Seção de Turismo, Chefe de Seção de Pecuária e
Chefe de Seção de Agricultura, e, por arrastamento, do Decreto n° 498, de 03 de março
de 1997, por ofensa aos artigos 13, 21, § 1°, 23, art. 66, III, alínea ‘b’, e 165, § 1°, da
Constituição do Estado de Minas Gerais.

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Requer também sejam declarados inconstitucionais o art. 1º e seus §§


2º e 3º, o art. 3º e a parte do Anexo I, da Lei nº 1.251/2006, a Lei nº 1.298/2009, a Lei
Complementar nº 1.320/2009, a Lei nº 1.371/2011, os artigos 2º e 3º e o Anexo I da Lei
nº 1.445/2014, todas do Município de Volta Grande , nos itens em que preveem a
criação dos cargos comissionados de Coordenador Escolar, Secretário Escolar, Assessor
Jurídico, Administrador Hospitalar, Secretária-Geral Hospitalar, Coordenador do Serviço de
Licitação, Coordenador dos Serviços de Prestação de Contas de Convênios e Contratos, Chefe
de Seção de Merenda Escolar e Chefe de Seção de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural ,
em virtude de ofensa aos artigos 21, § 1º, e 23 da Constituição do Estado de Minas
Gerais.

3. Dos requerimentos

Requer o autor sejam citados o Prefeito e o Presidente da Câmara


Municipal de Volta Grande para, querendo, defenderem o texto hostilizado.

Dá-se à causa o valor de R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reais).

Seguem com esta peça:

1. três vias da inicial;

2. três cópias das Leis no 1.011/1997, nº 1.227/2005, nº 1.251/2006,


1.298/2009, da Lei Complementar nº 1.320/2009, e das Leis nº
1.371/2011 e nº 1.445/2014, bem como da certidão de vigência,
devidamente autenticadas.

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Belo Horizonte, 11 de abril de 2016.

CARLOS ANDRÉ MARIANI BITTENCOURT


Procurador-Geral de Justiça

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