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Decidi esse ano escrever resenhas breves sobre os livros que lerei, não tenho objetivos de

mostrar para alguém ou mesmo publicar em algum blog, são meras anotações particulares
para tentar vencer a luta contra a memória ruim.
Inicio o meu ano com Murakami, autor que já conheci através dos livros Kafka à beira
mar e O Incolor...
APÓS O ANOITECER – HARUKI MURAKAMI
Nesse livro acompanharemos uma madrugada nas ruas de Tóquio. Conforme
prosseguimos na leitura vemos que embora estejamos acompanhando a vida de alguns
personagens, em especial Mari, o livro tem como personagem principal a noturna cidade
de Tóquio e seus personagens solitários. A narrativa é feita por alguém, ou algumas
pessoas conforme sugerido em alguns momentos do livro, que observa o movimento da
cidade como se fosse por câmeras, porém um tipo de observação invisível e que não pode
interferir nos acontecimentos, apenas observar e escutar.
No início vemos uma solitária garota, Mari, que se encontra em uma lanchonete
na madrugada lendo um pesado livro que não nos é informado qual. Após algum tempo
adentra no local um rapaz com um instrumento musical nas costas que pede para sentar-
se com ela e diz a conhece-la. Desse ponto em diante a história se desenrola, entre
encontros e separações desses dois durante essa madrugada. Conforme os dois vão
encontrando-se vemos que a conversa parte de algo mais genérico para um tom cada vez
mais pessoal e menos monótono.
Esses diálogos servem para ficarmos sabendo dos detalhes da vida de Eri Asai,
irmã de Mari que se encontra em estado de sono profundo a dois meses. Porem como
acompanhamos nas câmeras, Eri acorda em determinados momentos que pouco duram,
mas sempre é como se estivesse presa em uma outra dimensão, apesar de a narrativa nos
contar por intermédio de Mari que Eri se alimenta e vai ao banheiro, porém sem que eles
percebam. A câmera que acompanha Mari e Takahashi conforme a mudança de capítulos
e o passar das horas no relógio intercala entre outros personagens, ou situações da cidade.
A partir do encontro desses personagens na lanchonete outros personagens vão
adentrar o mundo solitário da garota que pretendia passar uma noite a sós com seu livro,
entre esses personagens teremos a gerente de um motel que lhe pedi para que ela ajude
com a tradução do chinês de uma cliente que foi agredida no motel, a prostituta chinesa
que foi agredida e duas funcionárias que trabalham no motel. Fora que também
conhecemos o solitário programador que agrediu a garota chinesa.
Todos personagens apresentados demonstram em diversos momentos certa
conexão, mesmo que seja apenas estarem na mesma rua em um semáforo, ou envolvidos
em algo maior. Essas conexões de certa forma nos fazem lembrar o intricado sistema
vascular humano que interconecta todos órgãos em um sistema corpóreo complexo, na
história esse sistema conectado pelas veias é a cidade e suas ruas.
O tema principal desse livro é a solidão, vemos diversos personagens com suas
diferentes formas de solidão. Solidão essa que conforme vemos só pode ser modificada a
partir do contato com o outro, contato esse que vemos acontecer inicialmente de forma
forçada e sem a vontade pelos personagens, porém que vai se desenrolando até um
estabelecimento de vínculo levemente mais estruturado. Fato curioso é que a solidão só
pode ser vencida com contato, contato esse que os personagens demonstram não terem
interesse, assim temos uma dualidade. Dualidade e relação de opostos são elementos
muito comuns no livro, presente na relação das irmãs, na insônia contra o sono profundo,
na passividade contra a agressividade, noite e dia etc.
Esse livro não tem muitos acontecimentos grandiosos, mesmo por que isso não é
do interesse do autor, ele apenas quer discorrer sobres esses fatos da vida noturna dessa
cidade, os quais nós apenas podemos saber o que a câmera nos mostra, sem contudo
termos o direito de se intrometer ou alterar a história, vemos o que nos é mostrado e
participamos como observadores nessa pulsação da cidade que mesmo dormindo se
mostra viva ao som do jazz e dos errantes noturnos e solitários.

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