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EXCELENTÍSSIMO SR.

JUIZ DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE


JUIZ DE FORA - MG

Autos do Processo nº 5010115-52.2016.8.13.0145

JUSTIÇA GRATUITA

CRISTIANO EMÍLIO PESSOA DE ALMEIDA, já


devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, mui
respeitosamente, por intermédio de seu Procurador que a esta subscreve, não
concordando com a Sentença proferida, interpor, no prazo legal, RECURSO DE
APELAÇÃO, nos termos das razões articuladas adiante.

Requer, por fim, seja o presente recebido e processado nos


seus regulares efeitos, bem como encaminhado à Superior Instância para o
reexame postulado.

Em tempo, salienta o apelante que deixa de recolher


custas de preparo do presente recurso por estar amparado pela gratuidade
processual que lhe foi deferida.

Termos em que pede e espera deferimento.

Juiz de Fora, 26 de Setembro de 2017.

Fernando José Santos da Silveira


OAB/MG 151.947
EXCELENTÍSSIMO SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS

APELANTE: CRISTIANO EMÍLIO PESSOA DE ALMEIDA


APELADO: BANCO PAN S/A

COLENDA CÂMARA,
EMÉRITOS JULGADORES.

RAZÕES DE APELAÇÃO

SÍNTESE DOS FATOS

Cuida-se de ação proposta pelo apelante visando a


condenação do apelado ao pagamento de indenização por danos morais
decorrentes da negativação indevida de seu nome, dentre outros pedidos.

Consoante à narrativa dos fatos, nos meses de Agosto/2015,


Março/2016 e Abril/2016, o apelado deixou de efetivar descontos de R$ 416,85,
na folha de pagamentos do recorrente, relativos ao contrato de empréstimo nº
706290793-1, por não ter encontrado margem consignável para tanto.

Não obstante os descontos terem sido normalmente


retomados nos meses subsequentes, o nome do autor foi incluído em cadastros
de maus pagadores, como comprova documentação carreada à peça de ingresso.

Em que pese a ilicitude do ato praticado pelo apelado, o


Juízo singular julgou improcedentes os pedidos autorais, aduzindo que o apelado
agiu no exercício regular de um direito, entendendo ter sido correta a inclusão do
nome do recorrente em cadastros de maus pagadores.

Tal decisão, data vênia, não está em consonância com a


Legislação vigente, nem tampouco com o entendimento firmado pelo Egrégio
TJMG, pelo que deve ser reformada por esta honrada Corte, como restará
demonstrado a seguir.
DOS FUNDAMENTOS PARA REFORMA

A Lei Estadual 19.976/11 disciplina os empréstimos


consignados feitos pelos Servidores e Pensionistas do Estado de Minas Gerais.
Eis o Artigo 1º da aludida Legislação:

Art. 1º – As consignações em folha de pagamento de servidor


público civil ou militar, ativo ou inativo e de pensionista da administração direta,
autárquica e fundacional dos Poderes do Estado, do Ministério Público e do Tribunal de
Contas serão reguladas por esta lei.

Uma vez que o apelante é pensionista do Estado de Minas


Gerais, como comprovam seus demonstrativos de pagamentos carreados à
exordial, tem-se que as regras da Lei citada supra são aplicáveis ao caso em
apreço.

Veja-se, pois, o Artigo 19, P.U., da Legislação Estadual:

Art. 19 – Na hipótese de a consignação referente à amortização


de empréstimos e financiamentos não poder ser integralmente efetivada por falta de
margem consignável, será utilizado o saldo disponível, e os valores que eventualmente o
ultrapassarem serão incorporados ao saldo devedor da operação, incidindo sobre eles os
encargos contratuais pactuados.
Parágrafo único – Os valores a que se refere o caput serão
descontados por ocasião do vencimento da operação de crédito, com a prorrogação do
prazo das prestações.

Ora, vez que a situação em apreço se amolda com perfeição


à hipótese do Artigo 19, parágrafo único, da Lei 19.976/11, tem-se que o apelado
não poderia incluir o nome do ora apelante em cadastros de maus pagadores,
mas deveria ter alargado o número de parcelas devidas tão logo encontrasse
margem consignável na folha de pagamentos do recorrente.

Portanto, caracterizado está o ato ilícito – inclusão


indevida do nome do apelante em cadastros de maus pagadores – ensejador
de indenização por danos morais.
A esse respeito, segue o entendimento deste Egrégio
Tribunal:

Processo: Apelação Cível


1.0000.15.043270-6/002
6024446-31.2015.8.13.0024 (1)
Relator(a): Des.(a) Claret de Moraes
Data de Julgamento: 18/07/0017
Data da publicação da súmula: 19/07/2017
Ementa:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS -
SERVIDOR PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS - EMPRÉSTIMO
CONSIGNADO - DESCONTO SUPERIOR À MARGEM CONSIGNÁVEL -
PRORROGAÇÃO DA DÍVIDA - LEI ESTADUAL Nº 19.490/11 -
NEGATIVAÇÃO INDEVIDA - DANO MORAL IN RE IPSA- VALOR - R$ 5.000,00 -
RAZOÁVEL E PROPORCIONAL. 1 - "Mostra-se indevida a negativação nos
cadastros restritivos de crédito, em que pese a existência da dívida decorrente
da ausência do desconto em folha, pois, na hipótese de empréstimo consignado
concedido a servidores do Estado de Minas Gerais, a Lei Estadual nº 19.490/11
prevê expressamente em seu art. 19 que deverá haver o prolongamento da dívida."
(TJMG, Apelação Cível nº Apelação Cível 1.0024.12.046251-0/002, Relatora Desa.
Mariângela Meyer, 18/03/2014). 2 - Conforme entendimento do STJ, a
inscrição indevida do nome em cadastros de restrição ao crédito configura o dano
moral in re ipsa, ou seja, independe de prova (STJ, AgInt no AREsp 896102 / RJ,
Ministro HERMAN BENJAMIN, 06/03/2017). 3- O valor da indenização por danos
morais deve ser fixado considerando o grau da responsabilidade atribuída ao réu, a
extensão dos danos sofridos pela vítima, bem como a condição social e econômica
do ofendido e do autor da ofensa, atentando-se, também, para os princípios
constitucionais da razoabilidade e da proporcionalidade.

Ademais, o banco apelado não trouxe aos autos cópia


do contrato firmado entre as partes, em que houvesse permissão expressa
para recebimento dos valores devidos pelo apelante de outra forma, que não
a consignação de descontos em sua folha de pagamentos.

Logo, inexistindo permissão para cobrança dos valores


devidos pelo recorrente de forma distinta da consignação em sua folha de
pagamentos, a negativação do nome do apelante revela-se, também sob este
prisma, absolutamente indevida e, por conseguinte, ensejadora da indenização
pleiteada na peça de ingresso.
Sobre o tema, o entendimento desta Corte:

Processo: Apelação Cível


1.0015.16.001594-5/001
0015945-86.2016.8.13.0015 (1)
Relator(a): Des.(a) Shirley Fenzi Bertão
Data de Julgamento: 12/07/2017
Data da publicação da súmula: 18/07/2017
Ementa:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E
REPETIÇÃO DO INDÉBITO - EMPRÉSTIMO CONSIGNADO CONTRATADO PELA
AUTORA - AUSÊNCIA DE DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO POR FALTA
DE MARGEMCONSIGNÁVEL - ALEGAÇÃO NÃO COMPROVADA - INSCRIÇÃO EM
CADASTROS DE INADIMPLENTES - ILEGALIDADE - DANO MORAL CONFIGURADO
- DEVOLUÇÃO EM DOBRO E DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DO DÉBITO -
IMPOSSIBILIDADE. - Cabia ao banco réu trazer aos autos provas de que não foi
possível o refinanciamento por ausência de margem consignável e ainda, de que
no contrato firmado entre as partes previa outras formas de pagamento do
empréstimo, em caso de ausência de margem consignável. - O banco réu sequer
juntou aos autos o contrato de empréstimo consignado firmado entre as partes,
deixando, assim, de cumprir com o seu ônus de provar os fatos impeditivos,
extintivos ou modificativos do direito da autora, nos termos do artigo 373, II do
Código de Processo Civil. - Não restou comprovada a inadimplência da autora,
referente ao contrato de número 210870289 que deu origem à inscrição, e, portanto,
deve ser considerada indevida a anotação do seu nome nos órgãos de proteção ao
crédito. - A autora não faz jus à declaração de inexistência de débito, nem mesmo à
devolução em dobro de valores que, supostamente, estão sendo descontados em
duplicidade de sua folha de pagamento. - A efetivação
da negativação indevida torna indiscutível a presença de danos morais, pois estes
decorrem automaticamente da negativação, sendo prescindível a comprovação de
efetivo prejuízo, na medida em que este é presumido.

Destarte, seja pelo desrespeito à Legislação Estadual


praticada pelo apelado, seja pelo fato deste não ter acostado aos autos provas de
que as parcelas devidas pelo apelante poderiam ser cobradas de forma distinta
da consignação em sua folha de pagamentos, faz-se imperiosa a reforma da
Sentença proferida pelo Juízo a quo, razão pela qual requer seja reformada a
decisão objurgada, a fim de que o apelado seja condenado ao pagamento de
indenização por danos morais ao apelante, bem como seja determinada a
retirada do nome do apelante de cadastros de inadimplentes, dando-se
procedência aos pedidos autorais.
CONCLUSÃO

Em razão de todo o exposto, assim requer:

- Que o presente Recurso seja RECEBIDO e CONHECIDO


pelo Egrégio TJMG;

- Que seja dado PROVIMENTO ao presente Recurso, para


que seja integralmente reformada a Sentença objurgada, a fim de que o apelado
seja condenado ao pagamento de indenização por danos morais ao apelante,
bem como seja determinada a retirada do nome do apelante de cadastros de
inadimplentes, dando-se procedência aos pedidos autorais;

- Que seja o apelado condenado ao pagamento de


honorários sucumbenciais devidos pela fase recursal, não obstante à inversão
dos honorários sucumbenciais fixados em 1ª instância.

De Juiz de Fora para Belo Horizonte, 26 de Setembro de 2017.

Fernando José Santos da Silveira


OAB/MG 151.947

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