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164 Módulo 7 - Crises, embates ideológicos e mutações culturais na primeira metade do século XX

Em Síntese

• A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) custou muito caro à Europa ou, melhor dizendo, à
Europa ocidental. Mas não a empobreceu apenas. Pôs fim ao seu papel de fábrica e de
banco dos outros continentes, afetou profundamente o comércio mundial e os sistemas
monetários e favoreceu a ascensão económica e política dos EUA que emergem como a
grande potência mundial.
• O novo mapa político da Europa desenhado na Conferência de Paris (1919) pelas potências
aliadas vencedoras e as intenções pacifistas que presidiram à criação da Sociedade das
Nações (SDN) não resultaram na instauração de uma paz efetiva nas relações internacionais.
Ao invés, fizeram emergir novos fatores de instabilidade.
• A crise revolucionária de fevereiro de 1917 na Rússia provocou a abdicação do czar Nicolau II
e o fim do regime imperial. A Revolução de Outubro instigada por Lenine, líder dos bolchevi-
ques, derrubou o “governo burguês” de Kerensky que sucedera a Lvov e abriu o caminho
do poder aos Sovietes. De 1918 a 1921, Lenine impôs a socialização da economia e alterações
revolucionárias na estrutura social, tendo por base a ideologia marxista e o objetivo da edifi-
cação de uma sociedade sem classes. É a fase do “comunismo de guerra”, marcada ainda por
uma violenta guerra civil que opôs os vermelhos, revolucionários, aos brancos, contrarre-
volucionários.
A NEP, lançada em 1921, pretendeu recuperar a economia e sanar a onda de descontenta-
mento social. Em 1922, constituiu-se a URSS. A morte de Lenine, em 1924, abriu um período
de luta pelo poder, cujo desfecho deu a vitória a Estaline que, a partir de 1928, passou a
controlar o governo da URSS.
• O choque da Primeira Guerra Mundial, as crises económicas e sociais e a massificação da
vida urbana provocaram a crise dos valores e comportamentos tradicionais. Os “loucos anos
vinte” revolucionaram o modo de viver, em particular das gerações jovens. A guerra, as
alterações demográficas e a industrialização levaram as mulheres a tomar consciência do
seu papel na sociedade e a reivindicar a igualdade de direitos sociais e políticos.
• Na segunda metade dos anos 20 e sobretudo nos anos 30 a radicalização ideológica, social e
política, associada às crises económicas, tensões sociais e ao medo do caos e do bolchevismo
provocaram, na Europa, a regressão do demoliberalismo e a emergência dos autoritarismos.
• Os revolucionários progressos nos domínios da ciência e da técnica minaram a confiança no
racionalismo e nos postulados científicos positivistas oitocentistas e induziram ao ceticismo
e à rutura com as conceções filosóficas, científicas e artísticas até então dominantes.
• As vanguardas artísticas refletindo o espírito de mudança na literatura e nas artes das pri-
meiras décadas do século XX fizeram da pintura um objeto autónomo em relação ao motivo
que lhe deu origem, promovendo a construção de um novo universo plástico caracterizado
pela exaltação da cor, o desmantelamento da perspetiva e a visão intelectualista do espaço
pictórico. Apesar dos diferentes caminhos trilhados pelas vanguardas, em todas está pre-
sente o sentido de rutura, de libertação e o gosto ou prazer pela inovação.
• Apesar de os primeiros anos do século XX não serem propícios, em Portugal, há uma reno-
vação artística idêntica à que ocorria na Europa – instabilidade política e social (implantação
da República e Primeira Guerra Mundial) e predominância do realismo-naturalismo na pro-
dução e consumo culturais –, figuras como Almada Negreiros e Fernando Pessoa, entre outras,
(“primeiro modernismo”) reunidas à volta das revistas Orpheu e Portugal Futurista e, poste-
riormente, o segundo grupo modernista (anos 20 e 30) associado à revista Presença, projeta-
ram no País as propostas revolucionárias das vanguardas europeias.
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Unidade 1 - Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico 223

Em Síntese

• As conferências dos líderes das principais potências vitoriosas realizadas em Teerão, Ialta e
Potsdam, para deliberar sobre a nova ordem mundial do pós-Segunda Guerra Mundial, con-
sagraram uma nova partilha territorial da Europa e das áreas de influência entre as duas
superpotências, os Estados Unidos e a União Soviética, defensoras de ideologias e de mode-
los político-económicos antagónicos.

• Para cumprir e fazer cumprir esse novo ordenamento, foi criada a Organização das Nações
Unidas (ONU), uma organização internacional de vocação universal, em cujo Conselho de
Segurança, o principal órgão da organização, têm assento em permanência e com direito de
veto cinco potências vencedoras da guerra – EUA, URSS, França, Grã-Bretanha e China – cons-
tituindo uma espécie de Diretório ou “polícias” do mundo.

• A rutura ideológica entre os Aliados está na origem do bipolarismo e do clima de tensão e riva-
lidade político-ideológica, militar e geostratégica, uma paz tensa – ou Guerra Fria – entre o
Leste (comunista) e o Oeste (capitalista), permanentemente pontuada por conflitos arma-
dos sustentados por cada um dos blocos em zonas estratégicas vitais.

• No plano das relações económicas internacionais, os fundamentos da nova ordem foram


estabelecidos pelos Acordos de Bretton Woods (1944): criação de um Sistema Monetário
Internacional (SMI), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional para a
Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD). Estes acordos foram completados pelo GATT
(General Agreement on Tariffs and Trade) com o propósito de liberalizar e de regular o
comércio internacional.

• A debilidade das potências coloniais europeias afetadas pela guerra, o Direito Internacional
depois da Segunda Guerra Mundial (Carta das Nações Unidas, Declaração Universal dos
Direitos Humanos) e o interesse das superpotências em alargar as suas áreas de influên-
cia, aliados ao prestígio internacional de alguns líderes nacionalistas, estimularam as aspi-
rações de emancipação dos povos. A primeira vaga de descolonizações ocorreu ainda na
década de 1940 na Ásia (Índia, Paquistão, Birmânia e Indonésia). A partir da Conferência de
Bandung (1955) a descolonização estendeu-se ao continente africano e à África Negra. Foi
ainda nesta Conferência que nasceu a doutrina do “não-alinhamento” ou neutralismo, insti-
tucionalizada na Conferência de Belgrado (1961), e segundo a qual os países do Terceiro
Mundo se recusavam a alinhar pelas posições políticas de qualquer um dos blocos.

• Entre 1945 e 1964, quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da
ONU e a República Popular da China adquirem capacidade nuclear. Face ao “equilíbrio do
terror”, a ONU e os países possuidores da arma atómica procuram controlar a proliferação
nuclear e a escalada armamentista.

• Depois dos “Trinta Anos Gloriosos” (1945-1975) de forte crescimento económico, as econo-
mias ocidentais em fase de desaceleração motivada pela diminuição da procura, pela
concorrência dos novos países industrializados (NPI), pela subida dos preços das matérias-
-primas e fortemente abaladas pelo “primeiro choque petrolífero” (1973) entram em reces-
são: o keynesianismo é questionado e afirma-se o neoliberalismo.
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244 Módulo 8 - Portugal e o mundo da Segunda Guerra Mundial ao início da década de 80

Documento 3 escritores e jornalistas estrangeiros quiseram observar de perto (Doc. 3). A título de exem-
plo, refira-se a afirmação do professor norte-americano de Ciência Política, Philippe
O significado internacional
da Revolução de 25 de Abril Schmitter, que considerou ter Portugal iniciado, em 1974, “a quarta vaga democratizante”.
A experiência portuguesa Num contexto internacional de Guerra Fria, a esquerdização política e as experiências
agiu como um revelador
do poder popular que se verificaram no período entre o 11 de Março e o 25 de Novem-
poderoso no conjunto das
correntes e das forças bro de 1975 preocuparam seriamente, por razões políticas e estratégicas óbvias, os EUA
políticas, em Portugal e no e os restantes parceiros europeus na OTAN.
mundo. (...) porque, desta
vez, a questão do poder é A instauração da democracia em Portugal e que permitiu ao nosso País abrir-se à
posta em causa, porque as
Europa e ao Mundo teve repercussões no derrube do governo dos coronéis na Grécia, em
consequências são
importantes, para a Europa 1974, que pôs fim a uma ditadura militar. O exemplo de Portugal esteve também bem pre-
e para a África, porque, um sente em Espanha no processo de transição da ditadura (1939-1975) para a democracia,
ano depois, ocorreu o
desmoronamento que se iniciou após a morte de Francisco Franco, em 1975, e no qual o rei Juan Carlos I
inevitável da dinâmica de teve um papel preponderante.
luta de classes em
Portugal. (...) Mas os reflexos da Revolução fizeram-se sentir também noutros continentes, particular-
Daniel Bensaid et al, Portugal: mente em África. A independência das colónias portuguesas provocou uma alteração do
La Révolution em Marche,
Paris, 1975.
equilíbrio estratégico existente, influenciando de forma determinante a evolução política e
social na África Austral: na Rodésia do Sul (atual Zimbabué), o governo de minoria branca
de Ian Smith deu lugar, a partir de 1980, a um governo de maioria negra liderado pelo diri-
? Questão
gente negro Robert Mugabe; na África do Sul, o sistema de apartheid (termo que em african-
1. Qual o significado der significa separação) viria a ser eliminado em 1991, depois de uma longa luta liderada pelo
internacional da revolução ANC – Congresso Nacional Africano – liderado pelo carismático líder Nelson Mandela.
portuguesa?

Em Síntese

• A derrota dos regimes totalitários na Segunda Guerra Mundial fez aumentar a pressão inter-
nacional sobre o regime do Estado Novo e deu novo alento à oposição democrática interna,
onde se destacou o papel do PCP (a única organização sobrevivente da repressão salaza-
rista e ativa durante todo o período da ditadura), dos setores republicanos, socialistas e libe-
rais que, pese embora as divergências entre si, convergiram em organizações unitárias de
caráter antifascista – MUNAF (1943), MUD (1945), candidaturas de Norton de Matos (1949)
e Humberto Delgado (1958), Frente de Ação Patriótica (1964) e diversos Congressos Repu-
blicanos, entre outras ações, algumas delas com impacto internacional (assalto ao paquete
Santa Maria, desvio do avião da TAP para Tânger, manifestações estudantis, criação da
Rádio Portugal Livre, em Argel…).
• Depois do fracasso da tentativa liberalizadora e de modernização económica do marcelismo e
da resolução do problema colonial, a Revolução de 25 de Abril de 1974, desencadeada pelo
MFA, pôs fim ao regime autoritário do Estado Novo com mais de quatro décadas, instau-
rando um novo regime democrático e pluralista fundado nos princípios consagrados na Cons-
tituição de 1976, que garantiu o exercício efetivo da liberdade política dos cidadãos e devol-
veu o poder político à sociedade civil. Ao mesmo tempo, criou as condições para a
integração do país no concerto das nações democráticas europeias e para a independência
das colónias portuguesas, reconhecendo o seu direito à autodeterminação e independência.
• A revolução portuguesa, teve fortes repercussões no estrangeiro. O professor norte-
-americano de Ciência Política Samuel P. Huntington, considerou-a o início da “terceira vaga
democratizante”, que foi prosseguida pelo derrube das ditaduras no Sul da Europa, na Amé-
rica Latina, na Ásia e em África. Por outro lado, a independência das colónias portuguesas
em África acentuou o isolamento dos regimes autoritários da África Austral, em particular
o regime de apartheid sul-africano.

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