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Campina Grande-PB
2018
Copyright © EDUEPB
Divulgação
Danielle Correia Gomes
Revisão Linguística
Elizete Amaral de Medeiros
Normalização Técnica
Jane Pompilo dos Santos
Foto da Capa
Tycho Brahe Fernandes
(autorretrato-alheio.blogspot.com.br).
341.60981
R281 Reforma Trabalhista. / Rosangela Tremel e Ricardo Calcini
(Organizadores). - Campina Grande: EDUEPB, 2018.
965 p.
Modo de acesso: eduepb.uepb.edu.br/e-books
ISBN 978-85-7879-529-0
1. Direito do Trabalho – Brasil. 2. Reforma trabalhista
- Aplicabilidade. 3. Lei Nº 13.467/2017 – Brasil. 4. Jornada
de trabalho. 5.Teletrabalho – Brasil. I.Tremel, Rosangela
(Org.). II. Calcini, Ricardo (Org.).
21. ed. CDD
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Luciano Nascimento
Ricardo Calcini
Rosangela Tremel
DA JORNADA DE TRABALHO -
NOVOS PARÂMETROS DE CONTROLE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Aline Moreira Dacosta
Eduardo Luiz Brock
HIPERSUFICIÊNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 497
Luis Otávio Camargo Pinto
APRESENTAÇÃO
T
odos os dias o sol cumpre seu ciclo iluminando a terra
e retirando-se para dar lugar à noite. Todos os dias o ser
humano labora, executando seu trabalho com as ferra-
mentas de que dispõe, sejam físicas ou intelectuais. Este é o
significado da fotografia escolhida para capa deste e-book, cujo
conteúdo é resultado do altruísmo dos estudiosos do direito
do trabalho que se dispuseram a jogar as primeiras luzes sobre
as mudanças trazidas pela Lei nº13.467/2017, chamada de
Reforma Trabalhista.
A ideia da Editora da Universidade Estadual da Paraíba,
Eduepb, que deu origem a este projeto, era reunir algumas
opiniões sobre os primeiros reflexos deste novo norte legal
e, cumprindo sua função social, disponibilizar a todos os
interessados.
O projeto prosperou e os ângulos de estudos se multiplica-
ram em tantos, que o leitor atento, ao navegar nestas páginas
virtuais, terá retrato do momento da linha do tempo da reforma
trabalhista, em alguns casos sob a interpretação específica
da Medida Provisória 808, revogada em 23 de abril de 2018,
porém vigente durante a preparação desta obra.
Incerteza é o que mais temos todos neste momento histó-
rico. Aliás, os que aceitaram o convite para integrar este e-book
são profissionais das mais diferentes atividades relacionadas
ao direito do trabalho, alocados em instituições diversas, em
todas as instâncias, oriundos de diferentes regiões brasilei-
ras, porém um detalhe, além da formação jurídica básica, a
todos une indelevelmente: o arrojo em construir o que será
histórico.
12
Luciano Nascimento
Ricardo Calcini
Rosangela Tremel
13
DA JORNADA DE TRABALHO -
NOVOS PARÂMETROS DE CONTROLE
J
ornada de trabalho é o intervalo de tempo em que o traba-
lhador se coloca à disposição do empregador em razão de
um contrato de trabalho.
Esse período de tempo foi estabelecido no início do século
XIX com o objetivo de limitar e controlar o tempo de trabalho
realizado. Na maioria dos países europeus, no início dos anos
1800, esse limite de tempo perfazia uma jornada entre 12 e 16
horas de trabalho por dia, enquanto que nos Estados Unidos a
jornada de trabalho era realizada entre 11 e 13 horas diárias.
Desde praticamente a organização desse controle de
tempo de trabalho, movimentos reivindicatórios buscaram a
8 Artigo 58, §2º CLT: O tempo despendido pelo empregado desde a sua
residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno,
caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo
empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo
à disposição do empregador. (Redação dada pela Lei nº 13.467/2017).
9 Art. 4º CLT: Considera-se como de serviço efetivo o período em que o
empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando
ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
§ 2o: Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será
computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal,
ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1o do art. 58
desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar
proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições
climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa
para exercer atividades particulares, entre outras: I - práticas religiosas;
19
B) Intervalo Intrajornada
11 Ibid., p.867.
21
Considerações Finais
Referências
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 9.
ed. São Paulo: LTr, 2010.
Introdução
A
reforma trabalhista traz sensíveis mudanças, não só no
tocante a direitos materiais, como também no que tange
ao direito processual do trabalho, procurando, em nosso
sentir, minimizar demandas inconsequentes e responsabilizar
aqueles que litigam de forma temerária na Justiça Laboral, além
de buscar dar maior segurança jurídica as partes.
Para tanto, além de tocar em temas de grande controvérsia,
como prescrição intercorrente, responsabilidade do antecessor,
definir de forma mais exata o grupo empresarial, o que integra
ou não as verbas de natureza salarial, contratos intermitentes,
também penaliza a testemunha e as partes que comprovada-
mente alterarem a verdade dos fatos, condena em custas o
autor da ação que infundadamente não comparece a audiên-
cia, tomando tempo do judiciário em vão, dentre tantas outras
imposições exaradas pela Lei 13.467/17.
E continua:
Em outras palavras, no que se refere às condu-
tas típicas e ilícitas praticadas antes do início
da vigência da Reforma Trabalhista e que dei-
xaram de ser infração, permanecem puníveis
todas as violações perpetradas, tanto no que
se refere às autuações já lavradas - e que são
objeto de processos administrativos em curso -
quanto no que se referea infrações que venham
a ser verificadas em ação fiscal ocorrida em
momento posterior aoinício da vigência da
Lei 13.467/2017, desde que se refiram a fatos
geradores ocorridos sob a égide do arcabouço
normativo anterior à Reforma, respeitado o
prazo prescricionalde cinco anos, previsto na
Lei 9.873/19993.
Tal solução se impõe, uma vez que não
há, nem na Lei 13.467/2017, nem na MP
808/2017, qualquer disposição anistiando
infrações cometidas em momento anterior à
sua vigência, tampouco prevendo a retroa-
tividade das novas normas celetistas a fatos
geradores de infrações consumadas em
momento anterior. Desse modo, conclui-se
que a ReformaTrabalhista se aplica aos contra-
tos de trabalho vigentes, com efeitos ex nunc,
isto é, a partir do momento de sua entrada
em vigor em diante, sem efeitos retroativos e
com respeito aos atos jurídicos praticados em
momento anterior.
Nesse contexto, é oportuno registrar que a
retroação da norma, no sistema jurídico bra-
sileiro, é exceção, e não regra. A Constituição
Federal possui norma de caráter geral a regular
o direito intertemporal, em seu art. 5°, inciso
33
3 Sérgio Pinto Martins destaca em seu livro Direito Processual do Trabalho. 27.
ed., ed. São Paulo: Atlas. p.36.
34
Conclusão
Referências
MARTINS, Sérgio Pint. Direito Processual do Trabalho. 27. ed.
São Paulo: Editora: Atlas.
REALE,Miguel, Lições preliminares de direito. 2. ed.São Paulo:
ed. Saraiva, 1995.
SUSSEKIND, Arnaldo Lopes. Instituições de Direito do Trabalho.
19. ed. vol 1.São Paulo: Editora: LTr.
40
Introdução
A
s relações são modificadas com o passar do tempo. Como
dizem: “nada é para sempre”. O mundo vive em cons-
tante mutação, com o direito do trabalho não poderia
ser diferente. As necessidades individuais são sempre ilimita-
das, pressionando o mercado a encontrar soluções baratas e
competitivas para satisfazer as necessidades dos consumidores.
Ocorre que muitas dessas soluções envolvem a modificação
dos meios de produção e das relações de trabalho.
Insta esclarecer que o Direito é um fato social, dinâmico,
precípuo para a pacificação social. Assim sendo, é tarefa difícil
acompanhá-lo, pois este não se resume apenas a conceituações
técnicas. É mais do que isto. O espírito da Lei destina-se a pró-
pria sociedade, sem distinções. 2
Para acompanhar essas mudanças, visando adaptar o
“socialmente desejável” ao “economicamente possível”, direi-
tos foram flexibilizados e houve a precarização do trabalho,
Dumping social
Conclusão
Referências
COSTA, Jefferson Alexandre. Efetividade das prerrogativas e
dos poderes sindicais e a relação jurídica interna. Disponível
em:<https://jeffersoncosta. jusbrasil. com. br/artigos/228529281/
efetividade-das-prerrogativas-e-dos-poderes-sindicais-e-a-relacao-
juridica-interna>. Acesso em: 06 fev. 2018.
O INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO
DA PERSONALIDADE JURÍDICA E SUAS
REPERCUSSÕES NO PROCESSO DO
TRABALHO À LUZ DA LEI Nº 13.467/17
Bruno Klippel1
Introdução
O
presente estudo possui por finalidade analisar o tema
“desconsideração da personalidade jurídica”, previsto
nos artigos 133 a 137 do CPC e sua aplicação no pro-
cesso do trabalho, especialmente após a reforma trabalhista,
empreendida pela Lei nº 13.467/17, que disciplinou o pro-
cedimento na seara trabalhista, determinando a aplicação do
Código de Processo Civil, diante de sua compatibilidade.
Somente após a reforma trabalhista é que um tema tão caro
à Justiça do Trabalho passou a ser regulamentado na CLT, tendo
em vista a inclusão do art. 855-A, que ainda de forma tímida,
trata de alguns importantes pontos da matéria, como recorribili-
dade da decisão, suspensão do processo e concessão de tutelas
de urgência.
Referências
ALMEIDA, Cléber Lúcio de. Incidente de desconsideração da per-
sonalidade jurídica.In:O Novo Código de Processo Civil e seus
Reflexos no Processo do Trabalho. Salvador: Juspodivm.
Introdução
A
chamada Reforma Trabalhista foi iniciada em 22.12.2016
com o envio do Projeto de Lei encaminhado pelo
Presidente da República Michel Temer à Câmara dos
Deputados, recebendo o número PL 6.787/2016, o qual alte-
rava apenas as redações ou inseria disposições concernentes
aos seguintes artigos da CLT: 47, 47-A, 58-A, 523-A, 611-A, 634
e 775. Ou seja, o referido PL 6.787 tratava exclusivamente de 7
(sete) artigos que alterariam a CLT, com ênfase para a introdução
do art. 611-A, que instituiu a supremacia das normas oriundas
de negociação coletiva sobre as leis editadas pelo Estado.
O Presidente da República discursou no dia 22.12.2016,
alegando que estava encaminhando um projeto de lei, oriundo
Teoria da acumulação
Teoria do conglobamento
Considerações finais
Referências
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito do trabalho. 9.
ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
96
Edilton Meireles1
Introdução
I
novando de forma marcante em nosso ordenamento jurídico,
a Lei n. 13.467/17, que implantou a denominada Reforma
Trabalhista, inseriu na CLT o novo art. 223-G.
Este dispositivo legal, por sua vez, tratou de introduzir em
nosso ordenamento jurídico critérios que devem ser considera-
dos para o arbitramento da indenização por danos imateriais.
No presente artigo, portanto, tratamos de abordar esse,
procurando apontar os acertos e desacertos do legislador.
Do processo avaliatório
Conclusões
Referências
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso especial 608.918.
Rel. Min. José Delgado. J. 20 maio 2004. Brasília. Diário de
Justiça. 2004. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/processo/
revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequen-
cial=475376&num_registro=200302071291&data=20040621&-
formato=PDF>. Acesso em: 21 fev. 2018.
Fabiano Zavanella1
P
ara iniciar o estudo proposto é fundamental um esforço
histórico para entender a evolução de alguns institutos
centrais na discussão da equiparação salarial, dentre eles e
em especial do próprio salário.
Na história do mundo o salário, por óbvio, era desconhe-
cido no regime de escravidão onde tínhamos apenas artífices
que trocavam a mão de obra por um ajustado valor em espécie
ou algum produto.
Da mesma forma não dá para se falar em salário no período
ocupado pelas chamadas corporações de ofício onde a rela-
ção estabelecida era de outra ordem porque não se tratava de
um vínculo de emprego, sendo certo que a partir do início da
manufatura é que se começa praticar pagamentos que rece-
bem o contorno de salário em pese a ausência total de margem
negocial por parte dos trabalhadores, logo, era fixado por inteira
subjetividade do empregador.
Assim sendo é razoável afirmar que tão somente com o
surgimento do capitalismo e da hipotética liberdade contratual
o trabalho humano era visto como uma mercadoria e a máxima
exploração da mão de obra era algo rotineiramente observado.
O trabalhador era juridicamente livre para
contratar as condições que deveriam regular
o seu contrato de trabalho; mas essa liber-
dade era apenas formal, porque a lei da oferta
e da procura impunha-lhe a aceitação das
piores condições de trabalho, inclusive salá-
rios aquém do indispensável para própria
subsistência.2
Da conclusão
Referências
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho.13.
ed. São Paulo: Editora LTR, 2014.
135
Introdução
O
presente artigo, após abordar a própria Reforma que
redundou na lei nº 13.467/2017, pretende debater seus
efeitos na negociação coletiva, nomeadamente, no que
tange à atuação dos sindicatos, considerando sua razão de ser e
as dificuldades que encontram para atuarem.
1 *
Desembargador Federal do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho da
15ª Região. Membro da Academia Nacional de Direito Desportivo.
137
No E. STJ: “2. A tutela jurídica do direito patrimonial, por sua vez, deve ser at
[sic] de vias próprias e independentes, desobstruindo o caminho para direito
fundamental de busca da felicidade”. REsp nº 1.281.236 , Relatora Ministra
Nancy Andrighi
141
Considerações finais
Referências
ALEXANDRINO, José de Melo. Jurisprudência da Crise.
Das Questões Prévias às Perplexidades. Organizadores
Gonçalo de Almeida Ribeiro e luis Pereira Coutinho. O
Tribunal Constitucional e a Crise – Ensaios Críticos. Almedina,
junho/2014.
36 MIA COUTO.E se Obama fosse africano? 5. reimpr. Cia das Letras, p.144.
159
Introdução
N
o bojo de qualquer sociedade estruturada sobre o
modelo de produção capitalista, salta aos olhos a cen-
tralidade do trabalho.
A verdade carregada nesta assertiva é tamanha que o cons-
tituinte originário, no intuito de mitigar a exploração humana
típica das relações intersubjetivas desiguais, nas quais uma das
partes detém o poder inerente à sua condição de proprietário
dos meios de produção e a outra, ao lado de muitas e muitas
3 A gerar uma espécie de competição pelas vagas que inexiste (ou se verifica
com intensidade extremamente reduzida) do outro lado da relação jurídica
trabalhista.
164
4 PAULA, Carlos Alberto Reis de. Dispensa coletiva e negociação. In: Revista
do Tribunal Superior do Trabalho, Brasília, Síntese, v.77, n.2, abr/jun.2011.
p.211.
5 Comentários à Reforma Trabalhista: Lei 13467, de 13 de julho de 2017. Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017. p.59.
166
8 Id.Ibid.
9 Id.Ibid.
10 Comentários à Reforma Trabalhista: Lei 13467, de 13 de julho de 2017. Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017. p.59. Homero Batista Mateus
da Silva, por sua vez, afirma que as dispensas plúrimas são aquelas “feitas em
pequenos blocos” (Comentários à Reforma Trabalhista. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2017. p.91).
168
Nesta linha, seria inválida a dispensa coletiva enquanto não negociada com
o sindicato de trabalhadores, espontaneamente ou no plano do processo
judicial coletivo. A d. Maioria, contudo, decidiu apenas fixar a premissa, para
casos futuros, de que "a negociação coletiva é imprescindível para a dispensa
em massa de trabalhadores", observados os fundamentos supra. Recurso
ordinário a que se dá provimento parcial (DEJT 04.09.2009).
17
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.
asp?idConteudo=234798>. Acesso em: 20 set. 2017.
177
20 Tida por insuficiente para o fim a que se destina até mesmo pelos defensores
da constitucionalidade da dispensa coletiva antes da Reforma. Nesse sentido,
vide Júlio Bernardo do Carmo (O Estado pode obstar a dispensa coletiva?).
Disponível em: <http://www.trt3.jus.br/download/artigos/pdf/96_estado_
dispensa_coletiva.pdf>. Acesso em: 20 set. 2017.
21 O caráter repentino não é suficientemente afastado pelo aviso prévio, que,
aliás, comporta até a forma indenizada (CLT, artigo 487 §1º).
181
25
TST. Correição Parcial ou Reclamação Correicional nº 1000393-
87.2017.5.00.0000. Rel. Min.Ives Gandra da Silva Martins Filho.
d.j.05.01.2018. Disponível em: https://www.conjur.com.br/dl/ministro-tst-
garante-demissao-coletiva.pdf. Acesso em: 01.02.2018. Também: TRT-da
15ª Região. Mandado de Segurança 0005021-85.2018.5.15.0000. Rel. Juiz
Marcelo Magalhães Rufino. d.j.15.01.2018. Disponível em: <http://www.
migalhas.com.br/arquivos/2018/1/art20180118-03.pdf##LS>. Acesso em: 20
fev. 2018.
26 Decisão monocrática da Desembargadora Beatriz Renck, do TRT da 4ª Região,
nos autos do Mandado de Segurança 0022585-20.2017.5.04.0000. Disponível
em: <https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/modulos/noticias/156727>. Acesso
em: 01 fev. 2018.
188
Considerações finais
Referências
CARMO, Julio Bernardo do. O Estado pode obstar a dispensa
coletiva? Disponível em: <http://www.trt3.jus.br/download/arti-
gos/pdf/96_estado_dispensa_coletiva.pdf>. Acesso em: 19 ago.
2017.
sindical (concluem que a lei “liberou geral”), vide: LIMA, Francisco Melton
Marques de Lima; LIMA, Francisco Péricles Rodrigues Marques de. Reforma
Trabalhista: entenda ponto a ponto. São Paulo: LTr, 2017. p.78. Vide,
também, MIGLIORANZI, Juliana Migot; HABERMANN, RaíraTuckmantel.
(Comentários à Reforma Trabalhista. Leme: Habermann, 2017. p.149): “Logo,
indo além em oposição do que apregoa, o projeto autorizou, expressamente,
e com isso até incentiva, as dispensas coletivas, contrariando a jurisprudência
do TST, que, passou a exigir uma negociação prévia com os sindicatos
objetivando o resultado social e economicamente trágico da eliminação
coletiva de empregos”. Como visto, entende-se que esta interpretação macula
de inconstitucionalidade o dispositivo, que, pelo demonstrado neste estudo,
pode ser entendido conforme a Constituição, a resultar na manutenção da
exigência da prévia negociação coletiva.
190
Gleibe Pretti1
O
tema a ser abordado nesse artigo, ou seja, a arbitragem,
é um dos métodos alternativos mais utilizado de solu-
ção de litígios fora da esfera judiciária.
Trata-se de uma instituição privada, instalada exclusiva-
mente por vontade das partes, devendo essas, serem capazes e
o conflito versar sobre direitos patrimoniais disponíveis (as par-
tes possam legalmente dispor), confiando a um terceiro neutro
e imparcial, o qual é denominado juiz arbitral (imparciais), que
pode ser indicado pelas partes, nomeados por juiz ou consenti-
dos por elas em indicação de terceiro.
Diferentemente da conciliação e mediação, tendo em vista
que as mesmas, nos dias de hoje, tratando-se de uma “grande
1 Professor das Faculdade UnG, assim como dos cursos IDP, Alfa Concursos,
Pretti Cursos e Instituto JB Oliveira. Advogado, Perito Judicial (Avaliação
de imóveis e grafotécnica) e árbitro do Ministério da Cultura (MinC)-
Departamento de direitos intelectuais (DDI). Formado pela Universidade São
Francisco, em Direito. Licenciado em Sociologia. Pós-graduado em Direito
Constitucional pela UNIFIA. Pós-graduado em Direito e processo do Trabalho
pela UNIFIA. Mestre pela Universidade de Guarulhos. Autor de mais de 40
livros em especial, Direito Contratual do Trabalho pela ed. LTR, Arbitragem
nas relações de Trabalho, ed. LTR. Prática Trabalhista com modelos de peças
e contratos, conforme a reforma Ed. LTR.
193
Conclusões
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023:
informação e documentação: referências: elaboração. Rio de
Janeiro, 2002.
Introdução
A
106ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada
entre os dias de 05 e 16 de junho de 2017, em Genebra,
Suíça, foi marcada e certamente será lembrada pelo
“caso Brasil”. O país, por pouco, não figurou na lista dos 24
casos selecionados para a discussão individual ao longo da
Conferência, no tocante à violação das normas internacionais
do trabalho, mas continua na lista dos 40 países que estão
12
Modernização... Disponível em: <http://www.psdb.org.br/acompanhe/
noticias/itamaraty-parabeniza-rogerio-marinho-por-defesa-de-modernizacao-
da-lei-trabalhista-na-oit/>. Acesso em: 01 jul.2017.
214
13
Violações... Disponível em:<http://www.cut.org.br/noticias/centrais-
consultam-oit-sobre-violacoes-na-reforma-da-clt-26d6/>. Acesso em: 03 jul.
2017.
14 Reforma...Disponível em: <http://www.cut.org.br/noticias/oit-condena-
reforma-trabalhista-brasileira-c39b/> Acesso em: 20 jul. 2017. (Grifos nossos).
216
Considerações finais
Referências
ILO. Disponível em: <http://www.ilo.org/public/portugue/region/
eurpro/lisbon/html/portugal_visita_guiada_ 03b_pt.htm>. Acesso
em: 03 jul. 2017.
Introdução
A
Lei 13.467, de 13 de julho de 2017, com início de
vigência em 11 de novembro de 2017 (art. 6º), alterou a
Consolidação das Leis do Trabalho e as Leis 6.019/1974,
8.036/1990 e 8.212/1991, a fim de adequar a legislação às
novas relações de trabalho.
Diversas são as modificações decorrentes da assim cha-
mada reforma trabalhista, tanto na esfera do Direito material,
como processual do trabalho2.
No presente estudo, propõe-se examinar as principais modi-
ficações quanto ao regime das férias na relação de emprego.
Conceito
Fundamento normativo
3 GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de direito do trabalho. 11. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2017. p.1061.
4 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do trabalho. 28. ed. São Paulo, Atlas, 2012.
p.591.
5 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do trabalho. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
p.591.
227
Natureza jurídica
Classificação
Período aquisitivo
Período concessivo
Conclusão
Referências
DELGADO, Mauricio Godinho.Curso de direito do trabalho. 16.
ed. São Paulo: LTr, 2017.
Joalvo Magalhães1
Introdução
A
Lei 13.467/2017, que instituiu a denominada Reforma
Trabalhista, entrou em vigor no dia 11/11/2017, com o
propósito de estabelecer mudanças profundas na legis-
lação trabalhista. Mais que a mera alteração de alguns artigos
da CLT, foram criados novos institutos jurídicos e revistos prin-
cípios basilares do Direito do Trabalho.
Nesse contexto, surge o debate acerca da aplicação tem-
poral da nova lei, de modo a definir se os novos preceitos legais
atingem os contratos de trabalho em curso ou se aplicam ape-
nas aos novos pactos empregatícios surgidos após 11/11/2017.
Antes de responder ao questionamento, faz-se necessário anali-
sar o sistema jurídico brasileiro, que prevê a aplicação imediata
da lei, mas preserva o princípio da irretroatividade.
Irretroatividade
Graus de retroatividade
Retroatividade máxima
Retroatividade média
Retroatividade mínima
Posicionamento do stf
Direito adquirido
Estatuto da profissão
8 ROUBIER. Les conflits de Lois dans le Temps. I. 1929, p.371 apud MARANHÃO,
Délio. Instituições de direito do trabalho. 18. edição. São Paulo: LTr, 1999.
9 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. 8.ed. São
Paulo: LTr, 2009.
249
10 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
250
Conclusão
Referências
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 9 ed.
São Paulo: LTr, 2013.
O
artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho, na
sua redação original, ditava que a prova das alegações
incumbia à parte que as fizesse.
Diante da sua laconicidade, tal preceito na prática não pas-
sava de letra morta, razão pela qual ainda ao tempo do Código
de Processo Civil de 1973 os juslaboralistas passaram a aplicar
o artigo 333 da lei em questão no Processo do Trabalho, para
compreenderem, em síntese, que ao autor incumbia a prova do
fato constitutivo do seu direito, ao passo que ao réu se impunha
12 Note-se, aliás, na dicção civilista até mesmo quando o juiz não inverte o
ônus da prova, ele deve distribui-lo previamente, na decisão de saneamento,
consoante determina o artigo 357, III, do CPC/2015.
275
Sínteses conclusivas
Referências
CAMBI, Eduardo. Curso de direito probatório. Curitiba: Juruá,
2014.
279
Introdução
Q
uem leu a clássica obra Os Miseráveis, do escritor fran-
cês Victor Hugo, certamente não tem dificuldades para
entender a importância do instituto da prescrição para
o Direito. Houvesse sido reconhecida a extinção da pretensão
punitiva do Estado, Jean Valjan não precisaria fugir do Inspetor
Javert e poderia continuar a viver como o homem ressociali-
zado, pai de família caridoso, bom empregador e bom prefeito
que era quando eles se reencontraram muitos anos depois de se
conhecerem nas Galés da época.
Assim como para o direito penal, a prescrição tem inegá-
vel importância para o Direito do Trabalho. Inexistisse ela, o
empregador poderia ser demandado décadas depois por irregu-
laridades que cometeu e já não comete mais, pondo em risco
empregos presentes para a quitação de débitos passados.
Interrupção da prescrição
Prescrição intercorrente
Considerações finais
Referências
CATHARINO, José Martins. Prescrição (Direito do trabalho) I. In
FRANÇA, R. Limongi. Enciclopédia Saraiva de Direito. São Paulo:
Saraiva, 1977.
P
ara o desencanto da maioria dos operadores jurídicos,
o Projeto de Lei da Reforma Trabalhista foi aprovado em
tempo recorde e virou norma legal. Trata-se da Lei 13.467,
publicada no Diário Oficial da União em 14 de julho de 2017,
com vacatio legis de 120 dias.
Nela há muitas novidades na seara do direito material e
algumas no direito processual. A maioria delas constitui verda-
deiro retrocesso no campo dos direitos fundamentais, máxime
o direito de acesso à jurisdição (art. 5º, XXXV). Mencionem-se
aqui duas regras processuais que se sobressaem: a contagem
do prazo não mais em dias corridos, mas em dias úteis, ex vi
do art. 775 da CLT; e os honorários de sucumbência recíproca,
previstos no novo art. 791-A, § 3º, da CLT.
Diante dessas inovações, cabe indagar se a lei processual
passa a vigorar de forma imediata ou retroativa. Com outras
Conclusão
14
NUNES, Jorge Amaury Maia;NÓBREGA, Guilherme Pube. Direito
intertemporal e lei processual no tempo: anotações sobre o (ainda) novo
Código que desponta no alvorecer de sua aguardada vigência. Revista
Migalhas, publicado em 27 de julho de 2017. Fonte: <www.migalhas.com.
br/ProcessoeProcedimento/106,MI235786,81042-Direito+intertemporal+e+l
ei+processual+no+tempo+anotacoes+sobre+o>.
15 MEDINA, José Miguel Garcia;WAMBIER, Luiz Rodrigues; WAMBIER, Teresa
Arruda Alvim. Segurança jurídica e irretroatividade da norma processual.
Revista Jurídica da Seção Judiciária de Pernambuco, p.336. Fonte: <https://
revista.jfpe.jus.br/index.php/RJSJPE/article/view/80>.
305
Referências
AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. 3. ed. Ed.
Método, 2011.
Nota introdutória
P
romulgada e publicada a Lei n. 13.467/2017, questão tor-
mentosa que se coloca é a relacionada à data correta da
vigência desta lei, que envolve aspectos de direito mate-
rial e processual nas inúmeras regras advindas da denominada
Reforma Trabalhista. Não basta perquirir sobre contagem do
prazo de vacatio legis, para se ter em conta a data em que ter-
mina o prazo de vacância de 120 dias estabelecido no art. 6º
da lei em comento e a data em que se inicia a efetiva vigência
da novel lei de regência que altera (e/ou acrescenta) 104 dispo-
sitivos da Consolidação. Há inúmeras situações jurídicas que
reclamam interpretação particular; a título meramente exem-
plificativo, o regramento sobre justiça gratuita, honorários de
perito, honorários de sucumbência – no campo processual –,
Honorários periciais
Honorários de sucumbência
Considerações finais
Referências
MAIOR, Jorge Luiz Souto. Direito processual do trabalho: efetivi-
dade, acesso à justiça e procedimento oral. São Paulo: LTr, 1998.
Josley Soares1
A
contestação é a principal forma de defesa do réu e tam-
bém a principal forma de ataque à pretensão do autor. É
conhecida também como peça de bloqueio.
Em regra, contempla defesas processuais (preliminares,
artigo 337 do NCPC) e defesa de mérito. A defesa de mérito
compreende a defesa direta (ataque ao fato constitutivo) e
defesa indireta de mérito (alegação pelo réu de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor).
Poderá ser apresentada na modalidade escrita, como tradi-
cional e preponderantemente acontece, mas também na forma
verbal, no prazo de 20 minutos, em audiência, como deflui do
artigo 847.
Por que existe aludida forma verbal, reduzida a termo
pelo secretário de audiência, na ata, consagrou-se também
o costume de se permitir ao réu que requeira retificações ou
complementos da defesa já apresentada, muito embora a parte
contrária sofra com isso e sempre levante seus protestos sob o
argumento da preclusão.
Referências
MIESSA, Elisson.Processo do trabalho. Juspodivm, 2018.
356
Introdução
A
s festas de final de ano têm um importante papel na
consciência coletiva. É tempo de reunir a família, ami-
gos e colegas de trabalho, para celebrar o Natal e o Ano
Novo. Especialmente no Ano Novo, é comum que as pessoas
realizem uma espécie de balanço do ano que passou, revendo
os erros e os acertos, e tracem planos para o ano que se inicia,
com projetos voltados a realizar sonhos.
A Lei nº 13.467/17, tendo entrado em vigor no apagar das
luzes de 2017 (11/11/2017), fez tantas alterações para o futuro,
que gerou na comunidade jurídica trabalhista essa sensação de
réveillon. Não se pode perder de vista que a Lei nº 13.467/17
realizou uma espécie de “reforma” na CLT, mas esta continua
vigente, com sua história e seus princípios.
Terá realmente sido ela a maior alteração da história da
CLT?
Para compreender os planos que nova lei traça para o
futuro, é preciso fazer um resgate do passado, do que já foi
Década de 1930
Fontes da CLT
Elaboração da CLT
Alterações na clt
Contextualização
Conteúdo
Perspectiva político-democrática
Perspectiva jurídico-sistemática
Conclusão
Referências
AZEVEDO, Aluísio de. O cortiço. 30. ed. São Paulo: Ática, 1997.
EWING, Bradley T.; NORTH, Charles M.; TAYLOR, Beck A.; The
employment effects of a “good cause” discharge standard in
Montana. In: ILR Review,v.59,n.1,p.17-33. Out., 2005.
Fonte: http://sislex.previdencia.gov.br/paginas
396
E
m oposição ao trabalho subordinado, caracterizado pela
relação de emprego, existe o chamado trabalho autônomo,
que também se trata de uma espécie do gênero relação de
trabalho.
Amauri Mascaro Nascimento (2014) descreve o trabalho
subordinado como aquele no qual o trabalhador (ou empre-
gado) “volitivamente transfere a terceiro definir o modo como o
trabalho lhe será prestado, competindo ao favorecido a direção,
o poder de organização, o poder de controle e o poder disci-
plinar na relação jurídica na forma do ordenamento jurídico3.”
Referências
AGUIAR, ANTÔNIO CARLOS (Coord.). Reforma Trabalhista –
Aspectos Jurídicos. São Paulo: Quartier Latin, 2017.
432
Considerações iniciais
D
iante do mar de turbulências econômicas e políticas
que, ciclicamente, assolam o país, testemunhou-se, em
2017, um dos momentos mais marcantes da história do
Direito do Trabalho brasileiro, a Reforma Trabalhista, que tem
como referência legislativa central a Lei 13.467/2017.
Sob o argumento (talvez falacioso ou, até mesmo, fan-
tasioso) de que, por meio da Reforma, ter-se-ia a geração de
emprego, reestruturação econômica e adequação do Direito
do Trabalho ao contexto verdadeiramente brasileiro (já que a
CLT, em 1943, fora pensada com base em legislações estrangei-
ras, com destaque à inglesa e italiana), teve-se a promulgação
precipitada da Lei 13.467, objeto de posterior e imediata altera-
ção pela MP 808/2017, aumentado, ainda mais, o ambiente de
insegurança e insatisfação daqueles que são, de fato, os princi-
pais destinatários das regras: os trabalhadores.
Critérios especiais
Tempo residual
Horas in itinere
Jornadas especiais
Considerações finais
Referência
RUSSOMANO, Mozart Victor. Curso de Direito do Trabalho.
9.ed. Curitiba: Juruá, 2006.
453
Introdução
A
Lei 13.467 de 14 de julho de 2017 tramitou na câmara
dos deputados sob o projeto 38 de 2017 passou pelo
período de vacatio legis de 120 dias, período curto para
alterações de proporções tão relevantes, tanto no que tange ao
direito material, quanto no que tange ao direito processual do
trabalho.
Dentre às tantas alterações legislativas da denominada
reforma trabalhista, houve regulamentação e inovação quanto
aos indicadores de transcendência do recurso de revista para
o Tribunal Superior do Trabalho – TST, sendo este considerado
pré-condição de admissibilidade do aludido recurso.
Conclusão
Referências
DELGADO, Mauricio Godinho. A reforma trabalhista no Brasil.
São Paulo. LTr, 2017.
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004, p. 2.749.
LEI N.º 13.467, de 13 de Julho de 2017. Reforma Trabalhista.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2017/lei/L13467.htm. Acesso em 27/01/2018.
LIMA. Francisco Meton Marques de. Reforma trabalhista.
Entenda ponto a ponto. São Paulo. LTr, 2017.
MARTINS FILHO, Ives Gandra da Silva. Ob. cit., p. 916.
SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 10.
ed. De acordo com o novo CPC. São Paulo: LTr, 2016.
SILVA, Homero Batista Mateus. Comentários à reforma traba-
lhista. Análise da Lei 13.467/2017. Artigo por artigo. São Paulo.
Revista dos Tribunais, 2017.
Introdução
E
sse estudo tem o objetivo de analisar a essência das con-
venções coletivas de trabalho da indústria paranaense sob
a perspectiva da sua influência na cidadania do trabalha-
dor e na sustentabilidade empresarial em tempos de reforma
trabalhista.
Salutar se faz, por essa razão, discorrer sobre o próprio
instituto da negociação coletiva e sua fundamentação consti-
tucional. Mesma importância se dá também aos atores sociais
que fazem parte das tratativas coletivas: os sindicatos. A eles
cabe a função de representar trabalhadores ou empregadores
pelos caminhos do entendimento e do acordo.
A Lei 13.467/17 que entrou em vigor na data de 11/11/17,
chamada de Reforma Trabalhista, alterou alguns parâmetros no
que diz respeito as relações individuais e coletivas de traba-
lho. O reflexo dessa nova legislação nas indústrias do Paraná foi
mensurado através da análise do teor dos instrumentos coletivos
holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-
novarum_po.html>. Acesso em: 19 set. 2014.
7 GUNTHER, Luiz Eduardo. A negociação coletiva do trabalho como direito
fundamental: necessidade de afirmação da tutela dos direitos de personalidade
na atividade empresarial mundializada. In: Revista Jurídica UNICURITIBA,
Curitiba, n.21, Temática n. 5, p. 95-121, p. 2008.
469
partindo do princípio de que o progresso social não vem por si só, não é
automático e exige que medidas específicas sejam adotadas”. As organizações
de empregadores são importantes “pelo papel essencial que desempenham
na criação de emprego e no crescimento econômico”. “Além dos interesses
específicos, existem pontos de encontro evidentes entre essas organizações:
o pleno emprego, a luta contra a inflação, a relação entre qualidade de
emprego e produtividade, etc. Existem também limites: os limites físicos do
crescimento e as condicionalidades econômicas em geral, que não devem
ser subestimados, sob pena de riscos de quebras e falências, particularmente
no atual momento histórico, onde a globalização marca o ritmo. Os
interlocutores sociais estão ‘condenados’ a inserir-se neste contexto. São eles
que, por seu conhecimento do meio trabalhista, pela legitimidade que lhes
outorga sua representação, foram chamados a regular as relações trabalhistas
e as condições de trabalho”. GERNIGNON, 2002, p. 13.
23 POCHMAN, Marcio. Sindicalismo patronal brasileiro: auge e declínio.
Disponível em: <http://www.seade.gov.br/produtos/spp/v12n01_13.pdf>.
Acesso em: 12 mar. 2013.
24 SANTOS, Ariovaldo. A Confederação Sindical Internacional: resposta à
crise sindical? Disponível em: <http://www.unicamp.br/cemarx/anais_v_
coloquio...?Ariovaldo_Santos.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2013.
25 SANTOS, 2013.
475
26 RIFKIN, Jeremy. O fim dos empregos: o declínio inevitável dos níveis dos
empregos e a redução da força global de trabalho. São Paulo: MAKRON
Books, 1996, p, 86.
27 ALVES, Giovanni. O novo (e precário) mundo do trabalho. São Paulo:
Boitempo, 2000, p. 85.
28 POCHMAN, 2013.
29 POCHMAN, loc.cit.
30 DEJOURS, Christophe. Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio
de Janeiro: Editora Fiocruz, 2004, p. 25.
31 DEJOURS, loc. cit.
476
Cidadania do trabalhador
39 OLIVEIRA, Paula Julieta Jorge de. A cidadania é para todos. Direitos, deveres e
solidariedade. Disponível em: <http://www.oabsp.org.br/subs/santoanastacio/
institucional/artigos/a-cidadania-e-para-todos.direitos-deveres-e>. Acesso
em: 01 jun. 2013.
40 CAMARGO, Orsan. O que é cidadania? Disponível em: <http://www.
brasilescola.com/sociologia/cidadania-ou-estadania.htm>. Acesso em: 01
jun. 2013.
41 SILVA, José Afonso. Comentário Contextual à Constituição. São Paulo:
Malheiros Editores Ltda, 2009, p. 35.
42 Ibid.,p. 36.
43 Ibid., p.36.
44 MARSHALL, Thomas Humphrey. Cidadania, classe social e status. Rio de
Janeiro: Zahar, 1967.
45 DIAS, Wladimir Rodrigues. Sobre o conceito de cidadania e sua aplicação
ao caso brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 15, n. 2446, 13 mar. 2010.
Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/14512>. Acesso em: 24 abr.
2013.
479
Sustentabilidade empresarial
Considerações finais
Referências
ALLAN, Nasser Ahmad. A Reforma Trabalhista: contratos de
emprego precários e organização sindical. In: DALLEGRAVE
NETO, José Affonso; KAJOTA, Ernani (Coords.) Reforma
492
HIPERSUFICIÊNCIA
A
lei 13.467/17, ao abordar a hipersuficiência, trouxe
importantes alterações que, sabemos, gerou e ainda
está gerando muitos debates. A propósito, esse entrave
começa da própria utilização/interpretação do afixo hiper
(utilizado tão somente com o objetivo de intensificar o afixo
“super”) que, para alguns juristas, é apto a gerar interpretações
distorcidas2.
Antes que se ingresse na análise do artigo 444, “caput”, da
CLT, é de rigor relembrar que a reforma trabalhista, no campo
Hipossuficiência e vulnerabilidade
4 Cf. Roberto Senise Lisboa, Contratos difusos e coletivos, 2ª ed., São Paulo,
Revista dos Tribunais, 2000, p. 300.
5 “As normas legais nada mais fazem do que discriminar situações, à moda
que as pessoas compreendidas em umas ou em outras vem a ser colhidas
por regimes diferentes. Donde a alguns são deferidos determinados direitos
e obrigações que não assistem a outras, pois abrigadas em diversa categoria,
regulada por diferente plexo de obrigações e direitos.” (MELLO, Celso Antônio
502
Conclusão
Referências
CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo: um comen-
tário à Lei n.º 9.307/96. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
Introdução
A
Lei nº 13.467/2017, intitulada “Reforma trabalhista”,
trouxe para a ordem jurídica polêmicas e controversas
inovações, cuja constitucionalidade e convencionali-
dade devem ser detidamente aferidas por aqueles e aquelas que
vivenciam, pensam e aplicam o direito.
As luzes lançadas sobre as negociações coletivas, que pas-
sam a ter funções diversas no ordenamento jurídico3, e, em
alguma medida, a retirada da obrigatoriedade da contribui-
ção sindical – desobrigação cujos fundamentos e ausência de
mediações sociais são questionáveis – renovam o imprescindí-
vel debate sobre a liberdade sindical no país.
6 Ibid., p.121-122.
517
Conclusão
Referências
BRASIL. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Processo nº
TST-ED-RR-214-96.2014.5.10.0001, 7ª Turma, pendente de
publicação.
N
a concepção da globalização que potencializa de forma
máxima as questões econômicas e financeiras, em detri-
mento do patrimônio social construído em séculos de
lutas e dos princípios de solidariedade internacional, sob a justi-
ficativa de necessidade de adequação do ordenamento jurídico
brasileiro as perspectivas dos mercados nacional e internacio-
nal em um cenário, político-social conturbado e maximizado
pela descrença da sociedade, nas instituições e nas suas repre-
sentações políticas e sociais, potencializada ao máximo pelo
processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff e pelo
desemprego, sem qualquer discussão reflexiva pela sociedade,
mas sob o bordão falacioso de rearranjo da economia interna
para o aumento dos postos de trabalho, em 13 de julho de 2017
foi aprovada a lei 13.467 que institui a Reforma Trabalhista.
Considerações finais
Referências
ALEXY Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução
Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008.
Introdução
A
reforma trabalhista trouxe profundas alterações no
sistema laboral brasileiro e está em vigor desde o dia
11.11.2017, com as alterações promovidas pela Medida
Provisória n.º 808/2017. É grande a expectativa acerca da
resposta do Poder Judiciário em relação a trechos da Lei n.º
13.467/2017, principalmente após a posse da nova diretoria
do Tribunal Superior do Trabalho ocorrida no dia 26.02.2018,
ocasião na qual o presidente empossado, assegurou a aplica-
ção da Constituição Federal quando houver conflito com a lei
ordinária2.
O objetivo do presente artigo é afastar o embate ideoló-
gico que lamentavelmente tem pautado as discussões acerca
da nova lei trabalhista, para enfrentar o tema proposto que diz
respeito a prescrição intercorrente no processo do trabalho que
Interrupção da prescrição
Prescrição intercorrente
6 RÁO, Vicente. O direito e a vida dos direitos. 5. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1999.
556
7 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do trabalho. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
p. 615.
557
8 PINTO, José Augusto Rodrigues. Execução trabalhista. 10. ed. São Paulo: LTr,
2004.
558
11 ALMEIDA, Isis de. Manual de direito processual do trabalho. 9. ed. São Paulo:
LTr, 1998. v. 2, p. 441.
560
Conclusão
Referências
ALMEIDA, Isis de. Manual de direito processual do trabalho. 9.
ed. São Paulo: LTr, 1998. v. 2.
Sítios da internet
IG - <www.economia.ig.com.br>.
Mauro Schiavi1
Do arquivamento
O
art. 844, da CLT fora substancialmente alterado para
fixar o pagamento de custas em caso de arquivamento
do processo por ausência do reclamante na audiência,
ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar,
no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo
legalmente justificável, sendo certo que o pagamento das cus-
tas processuais, pelo reclamante, será condição para o ingresso
com nova reclamação.
Doravante, diante do arquivamento, para evitar o pagamento
das custas processuais, o reclamante terá que comprovar, no
prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legal-
mente justificável. O prazo começa a fluir da própria audiência,
sem necessidade de notificação do reclamante. Argumentam
os defensores da alteração, que ela imprimirá maior seriedade
ao processo do trabalho, evitará extinções prematuras do pro-
cesso, e compensará em parte os custos da máquina diante do
arquivamento.
1 Mauro Schiavi é Juiz Titular da 19ª Vara do Trabalho de São Paulo. Mestre e
Doutor em Direito pela PUC/SP. Professor no Curso de Pós-Graduação do
Mackenzie/SP. Professor Convidado do Curso de Pós-Graduação Autor de 17
livros, dentre eles: Manual de Direito Processual do Trabalho. 13ª ed. São
Paulo: LTr, 2018.
570
Da revelia
Referências
MARTINS, Melchíades Rodigues. O preposto e a representação
do empregador em juízo trabalhista e órgãos administrativos.
São Paulo: LTr, 2002.
Maximiliano Carvalho1
Introdução
S
egundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
- IPEA2, o tempo médio de tramitação do processo traba-
lhista em fase de conhecimento é de 161 (cento e sessenta
e um) dias, enquanto a média para o cumprimento de sentença
ultrapassa 1.000 (mil) dias3.
Quando analisados os dados por Tribunal Regional do
Trabalho, percebe-se queda drástica no tempo da fase de conhe-
cimento quando existe o estímulo ao peticionamento líquido,
como é o caso, por exemplo, do Tribunal Regional do Trabalho
da 8ª Região - TRT8:
Quadro 14
TEMPO MÉDIO DA ETAPA TEMPO MÉDIO DA ETAPA
TRIBUNAL DE CONHECIMENTO DE EXECUÇÃO
(DIA) (DIA)
1 304,89 873,86
3 81,62 778,66
4 226,24 884,31
5 192,64 1124,71
6 113,71 619,69
7 186,16 1814,38
8 68,94 451,54
9 229,13 2088,4
10 129,52 1515,35
11 116,74 280,97
12 190,54 1112,53
13 138,15 1990,25
14 50,18 1033,59
15 247,31 1122,6
16 101,61 1032,31
17 173,86 854,14
18 95,95 513,4
19 131,44 1222,27
20 103,21 1082
21 93,15 2065,47
22 100,39 470
23 174,74 1609,74
24 146,6 1468,53
BRASIL 161,12 1027,61
4 VIEIRA RÊGO, Caio – Relatório sobre o tempo e o custo das ações trabalhistas,
março de 2015. Disponível em www.ipea.gov.br
586
Breve histórico
5 CLT, “Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão
devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco
por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar
da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. [...]”
595
6 CPC, Art. 324. O pedido deve ser determinado. § 1o É lícito, porém, formular
pedido genérico: I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os
bens demandados; II - quando não for possível determinar, desde logo, as
consequências do ato ou do fato; III - quando a determinação do objeto ou
do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
596
Referências
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-Lei n.º
5.452, de 1º de maio de 1943.Diário Oficial [da] Republica
Federativa do Brasil, Brasília, DF.
7 https://www.youtube.com/results?search_query=pje+calc. Acesso em
05/09/2017
8 Art. 47. Os TRTs promoverão investimentos para a formação e aperfeiçoamento
dos usuários, inclusive pessoas com deficiência, com o objetivo de prepará-
los para o aproveitamento adequado do PJe.
§ 3º Sem prejuízo do disposto no § 2º deste artigo, bem como no
desenvolvimento de outras expertises, os magistrados de 1º e 2º graus, bem
como os servidores usuários do PJe serão capacitados em: I – princípios da
teoria geral do direito processual eletrônico; II – uso do editor de textos do
PJe; e III – liquidação de sentenças no Sistema “PJe Calc Tribunais”.
Art. 49. Sem prejuízo do disposto no art. 47 desta Resolução, o CSJT, às
suas expensas promoverá, anualmente, a capacitação de magistrados de 1º
e 2º graus, observando: I – dois encontros, um a cada semestre, voltado à
disseminação e debate dos princípios da teoria geral do direito processual
eletrônico; II – dois encontros, um a cada semestre, voltado à prática eletrônica
de atos processuais (regras de negócio) e conhecimento das funcionalidades
do PJe; e III – dois encontros, um a cada semestre, voltados à liquidação de
sentenças no Sistema “PJe Calc Tribunais”.
605
Introdução
O
ano de 2017 ficará marcado de forma indelével na his-
tória do Direito do Trabalho no Brasil, em razão das
inúmeras alterações corridas na CLT, com a promulga-
ção da Lei nº 13.467/17.
A legislação aprovada trouxe mudanças significativas no
direito individual do trabalho, no direito coletivo do trabalho
e no direito processual do trabalho, seguindo diretrizes gerais
que, ao final, podem ser classificadas como “flexibilizadoras”
do princípio protecionista.
O objetivo do presente artigo é examinar os novos contor-
nos da negociação coletiva de trabalho no Brasil diante do novo
quadro legal instituído, para avaliar o impacto dessas mudanças
e refletir acerca da reforma sindical que não aconteceu.
2 http://pmdb.org.br/wp-content/uploads/2015/10/RELEASE-TEMER_A4-
28.10.15-Online.pdf, consulta em 01/12/2017.
608
3 https://www.dieese.org.br/notatecnica/2017/notaTec178reformaTrabalhista.
html, consulta em 03/12/2017.
4 http://www.cesit.net.br/wp-content/uploads/2017/11/Texto-de-discussão-5-
Negociacao-coletiva-e-sindicalismo-1.pdf, consulta em 09/12/2017.
610
5 http://www.portaldaindustria.com.br/relacoesdotrabalho/media/publicacao/
chamadas/Novos_Desafios_web.pdf consulta em 01/03/2018.
611
6 http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2262.pdf, consulta
em 02/12/2017
613
Conclusão
Referências
CAMPOS, André Gambier. Sindicatos no Brasil: o que esperar no
futuro próximo? In: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/
PDFs/TDs/td_2262.pdf. Rio de Janeiro: IPEA, 2016.
Introdução
O
presente artigo tem por finalidade a exposição breve de
conceitos relacionados à representatividade de traba-
lhadores em seus respectivos locais de trabalho, à luz
do disposto nas regras internacionais de proteção ao trabalho,
bem como na legislação trabalhista pátria.
Ao final, pretende-se traçar um panorama entre as formas
de representação sindical e não sindical no local de trabalho
e sua contribuição para o alcance da efetivação dos direitos
trabalhistas e os avanços trazidos pela Lei n. 13.467/2017 –
chamada Lei da Reforma Trabalhista.
3 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
(...) omissis;
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
4 VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;(grifo nosso).
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;(grifo nosso).
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos
de revezamento, salvo negociação coletiva;(grifo nosso).
5 Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
(...) omissis;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho;
625
10 CF. Art. 7. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido
em lei (g.n.);
11 CF. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados,é assegurada a
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-
lhes o entendimento direto com os empregadores (grifo nosso).
12 CLT. Art. 617. Os empregados de uma ou mais empresas que decidirem
celebrar Acordo Coletivo de Trabalho com as respectivas empresas darão
ciência de sua resolução, por escrito, ao Sindicato representativo da categoria
profissional, que terá o prazo de 8 (oito) dias para assumir a direção dos
entendimentos entre os interessados, devendo igual procedimento ser
observado pelas empresas interessadas com relação ao Sindicato da respectiva
categoria econômica.
§1°. Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem que o Sindicato tenha se
desincumbido do encargo recebido, poderão os interessados dar conhecimento
do fato à Federação a que estiver vinculado o Sindicato e, em falta dessa, à
correspondente Confederação, para que, no mesmo prazo, assuma a direção
dos entendimentos. Esgotado esse prazo, poderão os interessados prosseguir
diretamente na negociação coletiva até o final(grifo nosso).
628
14 Idem, p.250-258.
15 Idem, p. 282-290.
16 Neste sentido, transcreve-se o teor do artigo 87, do Estatuto de los
Trabajadores:
Artículo 87. Legitimación.
1. En representación de los trabajadores estarán legitimados para negociar
en los convenios de empresa y de ámbito inferior, el comité de empresa, los
632
22 Idem. p. 26.
639
Considerações finais
Referências
BORTOLOTTO, Rudimar Roberto. Os aspectos da representativi-
dade no atual direito sindical brasileiro. São Paulo: LTr, 2001.
Introdução
5 Ibid., p. 37.
6 CINTRA, Antônio Carlos de A.; Grinover, Ada Pellegrini; Dinamarco, Cândido
Rangel. Teoria geral do processo. São Paulo: Malheiros editores, 2008. p.248.
7 CUNHA, op cit, p.37.
646
8 DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. v.1. 17.ed. Editora
Juspoivm, 2015. p.199.
647
Da obrigatoriedade
Da facultatividade
A suspensão do processo
Conclusão
Referências
CUNHA, Leonardo José Carneiro. Jurisdição e competência. Rio
de Janeiro: Revista dos Tribunais. 2008
DIDIER Jr., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. v.1. 17. ed.
Editora Juspoivm, 2015.
Introdução
O
s contratos de trabalho, justamente por serem dados
entre seres humanos, estão sujeitos à mesma insta-
bilidade e variação de querências e humores que as
pessoas podem experimentar em todos os outros aspectos de
suas convivências. Se, por exemplo, estando o empregador
contrariado por um problema familiar, irritado por uma ques-
tão financeira ou pela simples derrota de seu time de futebol,
pudesse livremente alterar as regras do contrato de seu empre-
gado como desforra, direcionando sua frustração, por exemplo,
para a redução do salário do trabalhador, estaríamos a um passo
da barbárie na convivência social.
De outra fala, não fossem as regras de estabilização das
relações jurídicas, o contrato – principalmente os de trato con-
tínuo como esse – estariam sujeitos à variação das marés de
humores e à flutuação das vontades das pessoas. Ao Direito
5 GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito do Trabalho. 12. ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2018. p.586
6 ROMAR, Carla Teresa Martins. op. cit. p.57.
676
7 CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 14. ed. São Paulo: Método,
2017. p.985
8 O autor dedica a maior parte do capítulo XXVI de seu Curso de Direito do
Trabalho para analisar as alterações do contrato de trabalho, iniciando sua
classificação pela divisão em alterações do tipo subjetivo e objetivo, sendo
aquela voltada para as mudanças dos sujeitos envolvidos no contrato, e
estas pelas mudanças incidentes sobre as regras de organização do trabalho.
Por sua vez, aponta que entre as alterações do tipo objetivo, podem-se
encontrar alterações qualitativas, quantitativas e circunstanciais do contrato.
Remetemos o leitor a quem interesse um estudo mais aprofundado a essa
677
lição. Por ora, este trabalho tem por escopo a análise da alteração que envolve
a modificação da função do trabalhador para fins de retrocessão, e com isso
a redução salarial pela supressão da gratificação de função ou parcela salarial
a ela relativa.
9 RUSSOMANO, Mozart Victor. Curso de Direito do Trabalho. 9.ed. São Paulo:
Juruá, 2016. p.148.
10 CASSAR, Vólia Bomfim. op. cit. p.985.
11 GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. op. cit.. p.586.
678
24 Idem. p. 69.
690
25 Idem. p. 72.
26 GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. op. cit. p.587.
691
(...)
Processo: ERR Número: 1944 Ano: 1989.
Acórdão SDI - 2155/92.31
38 Idem. p. 240.
702
39 Idem. p. 131.
703
Conclusão
Referências
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 4. ed.
São Paulo: LTr, 2008.
Introdução
O
bjetiva-se com este breve trabalho fazer algumas
reflexões sobre o Direito do Trabalho e seu papel na
sociedade contemporânea e os impactos da reforma
trabalhista aprovada pela Lei n. 13.467/2017 sobre o meio
ambiente do trabalho e saúde dos trabalhadores no Brasil.
Será feita uma breve evolução a respeito da proteção legal
ambiental, especialmente a partir da Constituição Federal de
1988, até chegarmos à análise de alguns importantes aspectos
trazidos pela dita reforma trabalhista que entrou em vigor em
12/11/2017. Por fim, serão examinadas possíveis consequências
que poderão advir da lei nova para a saúde dos trabalhadores e
os prejuízos para a sociedade brasileira.
2 Esse direitos são considerados piso vital mínimo, como frequentemente tem
sustentado o Professor Fiorillo.
712
Terceirização de serviços
terceirizacao-traz-acidentes-presidente-anamatra - acesso em
06/09/2017).
Se assim já era quando a terceirização era admitida apenas
nas atividades-meio do tomador de serviços, a situação poderá
se agravar ainda m,ais daqui em diante com contratação de ter-
ceiros totalmente liberada.
Teletrabalho
Conclusões
Referências
BARRETO, Margarida. Violência, saúde, trabalho: uma jornada
de humilhações. São Paulo: EDUC - FAPESP, 2003.
Raphael Miziara1
Introdução
N
o dia 11 de novembro de 2017 entrará em vigor a Lei
nº 13.467 de 13 de julho de 2017 (Reforma Trabalhista)
que, dentre outros significantes aspectos, inclui no Título
II da CLT (Das normas gerais de tutela do trabalho) o Capítulo
II-A, para consagrar o regime jurídico do teletrabalho no Brasil.
Com isso, após decorrido o período de vacância legal
(cento e vinte dias da publicação oficial), a prestação de ser-
viços em regime de teletrabalho no país deverá observará o
disposto no Capítulo II-A da CLT, conforme disposição expressa
constante do artigo 75-A da CLT.
Nesse cenário, este escrito pretende fazer a análise do texto
legal com o desiderato de trazer à lume o verdadeiro sentido e
alcance por detrás das linhas postas pelo legislador.
Inicialmente, enfrentar-se-á o conceito de teletrabalho no
país, bem como seus elementos caracterizadores. Em prosse-
guimento, far-se-á a análise dos requisitos formais do contrato
de teletrabalho, bem como das possibilidades de alteração do
pactuado no curso do contrato.
Formalidades contratuais
A duração do trabalho
Considerações finais
Referências
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Teletrabalho carece de legis-
lação para garantir o direito à desconexão. Revista Consultor
Jurídico, 15 de junho de 2016.
Introdução
O
advento da Lei n° 13.467/17 que altera substancial-
mente o cenário das relações laborais, denominada de
“Reforma Trabalhista” enseja diversos posicionamentos
em relação às novas regras, direitos e paradigmas na relação
entre empregadores e trabalhadores.
Com o objetivo de pontuar algumas dessas alterações,
sobretudo, na seara da extinção contratual, focamos apresentar
as principais regras vigentes anteriormente a Reforma e ana-
lisarmos as novas regras, alterações e paradigmas, buscando,
num senso crítico-reflexivo discorrer sobre as mudanças em
cortejo, examinando as novidades nas modalidades de extinção
contratual e na quitação do contrato de trabalho.
A exposição de ideias do presente capítulo, busca retra-
tar de forma clara e profissional quais as mudanças clássicas
que interferem positiva ou negativamente as relações entre
12 Idem.
13 LIMA, Francisco Meton Marques et al.Reforma Trabalhista – Entenda Ponto a
Ponto. LTr., p.78.
760
14 SCARLECIO, op.cit.,p.80.
761
Considerações finais
Referências
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho.
São Paulo: LTr, 2016.
Renata Do Val1
A
história nos mostra que desde os primórdios do direito do
trabalho com a revolução industrial a jornada sempre foi
matéria muito discutida, e até antes disso podemos veri-
ficar a sua existência em leis isoladas, e em passagens bíblicas2:
“No sétimo dia Deus já havia concluído a obra
que realizara, e nesse dia descansou.” A Bíblia
(GÊNESIS 2:2)
“Trabalhe seis dias, mas descanse no sétimo;
tanto na época de arar como na da colheita”.
A Bíblia (ÊXODO 34:21)
“Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou,
porque nele descansou de toda a obra que rea-
lizara na criação.” A Bíblia (GÊNESES 2:3).
7
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao67.htm>. Acesso em: 2018 jan. 2018.
8 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 2018 jan. 2018.
770
10 MARTINS. Sergio Pinto. Direito do Trabalho. São Paulo: Atlas, 2012. p.545.
11 ABUD, Cláudia José.Jornada de Trabalho e compensação de horários. São
Paulo: Atlas, 2008. p.135.
12 Disponível em: <http://www.tst.jus.br/sumulas>. Acesso em: 2018 jan. 2018.
772
23
Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/Portaria-
mte-702-2015.htm>. Acesso em: 2018 jan. 2018.
783
Considerações finais
Referências
ABUD, Cláudia José. Jornada de trabalho e compensação de
horários. São Paulo: Atlas, 2008.
O
acesso à Justiça é uma garantia constitucional. Conforme
lição de Mauro Cappelletti e Bryant Garth3, a garantia
de acesso à Justiça não se limita à retirada de entraves
financeiros (custos), mas também o acesso aos conhecimentos
técnicos adequados (assistência jurídica), celeridade na pres-
tação jurisdicional (prestação jurisdicional em tempo útil) etc.
Por outro lado, a gratuidade judiciária, assim como a gra-
tuidade de qualquer outro serviço público, não faz desaparecer
7 Ob. cit.
8 Relatório Justiça em Números 2017 – Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
página 36.
9 TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Relatório Geral da Justiça do Trabalho:
Relatório Analítico 2016. Brasília. Coordenadoria de Estatística e Pesquisa do
TST. 2016, p. 37. (http://www.tst.jus.br/documents/10157/3bd84696-5b95-
56dc-1a66-29b804f92d39). Acesso em 24.10.2017.
10 RAMOS, Edith Maria Barbosa; MILHOMEM, Maria José Carvalho de Souza.
Acesso à justiça: Quando a morosidade e litigiosidade representam entraves à
administração da Justiça. Revista Cidadania e Acesso à Justiça, 2015. <http://
www.indexlaw.org/index.php/acessoajustica/article/view/356>.
11 ABDO, Helena Najjar.O abuso do processo. São Paulo:Ed. RT, 2007, p.190.
791
12 Ibid. p.191.
13 PUOLI, José Carlos Batista Puoli, Os poderes do juiz e as reformas do
processo civil. São Paulo:Ed. Juarez de Oliveira, 2002, p.183.
792
15 Tradução livre:
O pedido do peticionário para proceder na forma pauperis (gratuita) é negado,
e a secretaria é orientada a não aceitar quaisquer outras petições dele como
medidas extraordinárias, a menos que ele pague a taxa de registro exigida
pela regra 45 (a) deste Tribunal e submeta sua petição em conformidade
com Regra 33. O processamento contínuo de seus pedidos frívolos como de
caráter extraordinário não permite ao Tribunal alocar seus recursos limitados
de forma a promover os interesses da justiça. Os Pauperis (beneficiários de
gratuidade) que protocolam petições para si não estão sujeitos às considerações
financeiras que detêm outros litigantes de apresentar petições frívolas, e os
tribunais inferiores emitiram ordens destinadas a conter abusos graves por
pessoas que procederam na forma pauperis. O peticionário permanece livre
para apresentar pedidos na forma pauperis para outro tipo de assistência, se
ele se qualificar e não abusar novamente desse privilégio.
797
22 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=10923918.
Acesso em: 19 out. 2017.
803
Conclusão
Referências
ABDO, Helena Najjar.O abuso do processo. São Paulo: Ed. RT,
2007, p.190-191.
Notas introdutórias
M
uito se discute, atualmente, sobre o tema da terceiri-
zação, o qual representa, em síntese, uma derivação
– em maior escala – da teoria da divisão e especiali-
zação do trabalho dentro da empresa, desenvolvida por Adam
Smith, na obra "A Riqueza das Nações" (1776).
Os estudiosos e a própria Justiça do Trabalho sempre
extraíram os fundamentos da terceirização a partir da leitura do
artigo 455 da Consolidação das Leis do Trabalho (subemprei-
tada), do artigo 25 da Lei nº 8.987/1995 (regime de concessão
e permissão), do artigo 94, II, da Lei nº 9.472/1997 (telecomu-
nicações), da Lei nº 7.102/83 (vigilância bancária), da Lei nº
6.019/1974 (trabalho temporário), e, sobretudo, com respaldo
3 BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 6.ed. São Paulo:
LTr, 2010. p. 452.
4 MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 7.ed. São Paulo: Saraiva,
2016, p. 457.
814
determinados e específicos.”.
8 O critério objetivo da subordinação surgiu com a doutrina europeia, em
especial com a italiana, e encontrou adeptos no Brasil, como Paulo Emílio
Ribeiro Vilhena e Arion Sayão Romita. Recentemente, parte da doutrina e
da jurisprudência vem adotando a Subordinação Estrutural, principalmente
nos casos de terceirização e trabalho à distância (teletrabalho). Gustavo
Filipe Barbosa Garcia explica a subordinação estrutural como um fenômeno
inerente à relação de emprego, a qual é reconhecida quando “o empregado
desempenha atividades que se encontram integradas à estrutura e à dinâmica
organizacional da empresa, ao seu processo produtivo ou às suas atividades
essenciais (...)” (GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Manual de Direito do
Trabalho. São Paulo: Método, 2009. p. 64).
817
9 Lei 13.467/2017, Art. 5o-C. “Não pode figurar como contratada, nos termos
do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos titulares ou sócios tenham,
nos últimos dezoito meses, prestado serviços à contratante na qualidade de
empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício, exceto se os referidos
titulares ou sócios forem aposentados.”.
818
15 CLT, Art. 9º. “Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.”.
16 CC, Art. 932. “São também responsáveis pela reparação civil: (…) III - o
empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.”.
17 CC, Art. 942. “Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de
outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais
de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação. Parágrafo
827
Conclusões
Referências
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as meta-
morfoses e a centralidade do mundo do trabalho. 16. ed. Editora:
Cortez, 2015.
836
Introdução
A
s alterações legislativas implementadas pela Lei n.
13.467/2017, conhecida como Reforma Trabalhista,
estão sujeitas a diversas espécies de críticas (de ordem
jurídica, moral ou política), é uma realidade inafastável daque-
les que trabalham no âmbito das Cortes trabalhistas.
Entre tantas alterações, trataremos daquela encetada na
parte atinente à liquidação de sentença, em especial qual a con-
sequência no procedimento de apuração dos valores a serem
objeto de execução do título judicial, que deu nova redação ao
art. 879, da CLT.
A preocupação do texto será indicar quais as condutas
atuais em relação às anteriores e o que implicará na duração
do processo, preocupação pujante dos que buscam o Judiciário
visando encontrar uma solução para sua demanda.
Natureza da liquidação
Abrangência da liquidação
Considerações finais
Referências
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do
trabalho. 16. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
C
onforme já tive a oportunidade de comentar em outra
obra de minha autoria2, a reforma trabalhista foi rea-
lizada em tempo muito exíguo não sendo dada a
oportunidade da sociedade como um todo debater a referida
legislação, não havendo a participação da classe trabalhadora,
do empresariado, e demais interessados havendo nítida viola-
ção da Convenção 144 da OIT.
Passados estes esclarecimentos iniciais iremos analisar
como era a gratuidade à pessoa física antes da lei 13.467/2017
para posteriormente analisar as alterações realizadas pela lei
13.467/2017 no que tange ao objeto do nosso estudo (gratuidade
da justiça) e, posteriormente analisaremos as alterações com
base na Constituição Federal, Código Civil e da jurisprudência.
3 http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/jogador-
do-santos-que-se-declarou-pobre-perde-acao-milionaria/pop_
up?refererPlid=10730&_101_INSTANCE_89Dk_viewMode=print&_101_
INSTANCE_89Dk_languageId=pt_BR.
856
8 https://www.conjur.com.br/2017-dez-24/rodrigo-arantes-sucumbencia-
r e f o r m a - t r a b a l h i s t a - r u i m - a dvo g a d o s ? u t m _ s o u r c e = d l v r. i t & u t m _
medium=facebook.
9 Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
lei/l13105.htm>. Acesso em: 2018 jan. 2018.
866
11 https://www.conjur.com.br/2017-dez-24/rodrigo-arantes-sucumbencia-
r e f o r m a - t r a b a l h i s t a - r u i m - a dvo g a d o s ? u t m _ s o u r c e = d l v r. i t & u t m _
medium=facebook.
869
Referências
Artigo Conjur. Disponível em: https://www.conjur.com.
br/2017-dez-24/rodrigo-arantes-sucumbencia-reforma-trabalhis-
ta-ruim-advogados?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook>.
Acesso em: jan. 2018.
Rosângela Tremel1
Introdução
P
ara que haja uma prestação jurisdicional célere e eficaz,
o Direito deve ser dinâmico. A meta de alcançar tal dina-
mismo não é diferente no âmbito da Justiça do Trabalho.
A relutância manifestada pelos Tribunais Regionais do
Trabalho (TRT), bem como o Tribunal Superior do Trabalho
(TST), para a concessão da gratuidade de justiça às pessoas
jurídicas, aduzindo que apenas os reclamantes trabalhadores
estariam autorizados a serem beneficiários do instituto da gra-
tuidade no Judiciário, regido pela Lei nº 1.060/50, vem sendo
objeto de reflexão há bastante tempo. Se observado pela égide
do inciso IV do art. 1º da Constituição Federal, que prega, como
princípio fundamental, o da livre iniciativa, esta nunca foi a
pelo Estado quanto a pessoa física, naquilo que não lhe fosse
naturalmente incompatível como o objeto deste artigo, o direito
à Justiça gratuita.
A percepção cotidiana do litigante é de que a busca inces-
sante para conferir maior celeridade ao processo do trabalho
se dava fosse buscando exaustivamente a conciliação, fosse
reduzindo a possibilidade da interposição de recursos. A fim de
limitar segunda hipótese, o art. 7º da Lei nº 5.584/70 impôs a
necessidade de deposito recursal prévio, sob pena de deserção
e o art. 14 dessa Lei limitou a concessão da gratuidade de jus-
tiça, in verbis:
Art. 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência
judiciaria a que se refere a Lei nº 1.060, de 5
de fevereiro de 1950, será prestada pelo sindi-
cato da categoria profissional a que pertencer
o trabalhador.
1º a assistência é devida, a todo aquele que
perceber salario igual ou inferior ao dobro do
mínimo legal, ficando assegurado igual bene-
fício ao trabalhador de maior salário, uma vez
provado que sua situação econômica não lhe
permite demandar, sem prejuízo do sustento
próprio ou da família.
2º a situação econômica do trabalhador será
comprovada em atestado fornecido pela
autoridade local do Ministério do Trabalho e
Previdência Social, mediante diligencia suma-
ria, que não poderá exceder de 48 (quarenta e
oito) horas.
3º Não havendo no local a autoridade refe-
rida no parágrafo anterior, o atestado deverá
se expedido pelo Delegado de Polícia da cir-
cunscrição onde resida o empregado.
874
10 Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e
no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e
emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal
Superior do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002).
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais
do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício,
o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos,
àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento)
do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017).
11 O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido
poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e
não suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos
que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida
exclusivamente por pessoa natural.
§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a
concessão de gratuidade da justiça.
§ 5º Na hipótese do § 4º, o recurso que verse exclusivamente sobre valor de
honorários de sucumbência fixados em favor do advogado de beneficiário
estará sujeito a preparo, salvo se o próprio advogado demonstrar que tem
direito à gratuidade.
§ 6º O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a
litisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo requerimento e deferimento
expressos.
§ 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente
estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao
relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para
realização do recolhimento.
881
12 Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e
no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e
emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal
Superior do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002).
§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017).
13 ARAUJO, Fábio Caldas de. Curso de Processo Civil: Parte Geral, atual. com a
lei 13.256/2016 Malheiros, 2016. Tomo 1, p.278-279.
882
14 WAMBIER, Teresa Arruda Alvim;DE MELLO, Rogerio Licastro Tores; RIBEIRO, Leonardo
Ferees da Silva.Primeiros comentários ao Novo Código de Processo Civil: artigo
por artigo. Editora RT. (versão digital).
15 CUNHA, Rogerio de V. A reforma trabalhista.O que muda com a Lei
13.467/17?. Disponível em: <https://rogeriovcunha.jusbrasil.com.br/>.
Acesso em: 20 jan. 2017.
883
VOTO
I - CONHECIMENTO
BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA AO
IMPETRANTE
No recurso ordinário, o impetrante renova
o pleito de concessão dos benefícios da
justiça gratuita. Declara que não possui con-
dições financeiras para arcar com as custas
processuais.
Nos termos do art. 790, § 3º, da CLT, "é
facultado aos juízes, órgãos julgadores e pre-
sidentes dos tribunais do trabalho de qualquer
instância conceder, a requerimento ou de ofí-
cio, o benefício da justiça gratuita, inclusive
quanto a traslados e instrumentos, àqueles que
perceberem salário igual ou inferior ao dobro
do mínimo legal, ou declararem, sob as penas
da lei, que não estão em condições de pagar
as custas do processo sem prejuízo do sustento
próprio ou de sua família".
De outro lado, consoante o art. 98, "caput", do
CPC, "a pessoa natural ou jurídica, brasileira
ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais
e os honorários advocatícios tem direito à gra-
tuidade da justiça".
O art. 99, § 3º, do CPC completa: "presume-se
verdadeira a alegação de insuficiência dedu-
zida exclusivamente por pessoa natural".
Assim, para a concessão dos benefícios da jus-
tiça gratuita, revela-se bastante a declaração
de miserabilidade jurídica firmada pela parte,
à qual a Lei reconhece presunção relativa de
veracidade.
O recorrente apresenta,dentro do prazo alusivo
ao recurso ordinário, declaração de pobreza,
nos moldes legais, afirmando que não possui
888
Considerações finais
Referências
ARAÚJO, Fábio Caldas de. Curso de Processo Civil: Parte Geral,
atual.com a lei 13.256/2016. São Paulo: Malheiros, 2016. Tomo
1.
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; DE MELLO, Rogerio Licastro Tores; RIBEIRO, Leonardo
Ferees da Silva. Primeiros comentários ao Novo Código de Processo
Civil: artigo por artigo. Editora RT. (versão digital).
897
Considerações iniciais
É
com grande satisfação e agradecimento que recebemos o
convite dos organizadores desta obra coletiva para deba-
ter ideias e deixar consignadas nossas impressões sobre a
Lei nº 13.467/2017 que trouxe inovações a nossa septuagenária
Consolidação das Leis do Trabalho.
Nas minhas aulas da graduação, digo que não existe meio
termo: ou os operadores do direito odeiam as inovações ou as
adoram. É incrível como as mudanças introduzidas na seara
laboral não foram apenas estudadas no período da vacatio legis
que durou 120 dias, como ocorreu, por exemplo, com as novas
regras do Código de Processo Civil publicadas em 2015, para
Considerações finais
Referências
ALEMÃO, Ivan.A reforma trabalhista de 2017 e o TST. In:Revista
LTr, Ano 81, Setembro de 2017, v. 9. São Paulo: LTr, p.1121/1130.
I
nterpretar e conhecer o direito do trabalho, além de uma
aproximação histórica, envolve também o estudo dos atores
sociais e da dinâmica das relações que entre si estabelecem
(de conflito e de consenso), da mediação estatal por meio de
leis reguladoras do trabalho e das formas de solução dos con-
flitos coletivos. É desta trama social e política da qual decorre
18 MARQUES, Cláudia Lima. O ‘diálogo das fontes’ como método da nova teoria
geral do direito: um tributo à Erik Jayme. In: Diálogo das fontes: do conflito
à coordenação de normas do direito brasileiro. Claudia Lima Marques,
coordenação. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012, p.19. Assim,
os direitos humanos, os direitos fundamentais e constitucionais, os tratados,
as leis e códigos, estas fontes não mais se excluem, ou não mais se revogam
mutuamente; ao contrário, elas ‘falam’ umas às outras e os juízes são levados
a coordenar estas fontes ‘escutando’ o que as fontes ‘dizem’.
19 MARQUES, Cláudia Lima. Op. cit. p. 26-27. A autora faz o seguinte convite
à reflexão: “(...) di-a-logos, duas ´lógicas´, duas ‘leis’ a seguir e a coordenar
um só encontro no ‘a’, uma ‘coerência’ necessariamente “a restaurar” os
valores deste sistema, desta “nov-a” ordem de fontes, em que uma não mais
“re-vo-ga” a outra (o que seria um mono-logo, pois só uma lei “fala”), e,
sim, dialogam ambas as fontes, em uma aplicação conjunta e harmoniosa
guiada pelos valores constitucionais e, hoje, em especial, pela luz dos
921
24 SILVA, Walkure Lopes Ribeiro da. Autonomia privada coletiva. In. Curso de
Direito do Trabalho. Vol. 3. Direito coletivo do trabalho/ organizador Jorge
Luiz Souto Maior, Marcus Orione Gonçalves Correia. São Paulo: LTr, 2008 –
(Coleção Pedro Vidal Neto).
25 Neste ponto é que nota a diferença fundamental entre dois sentidos possíveis
da palavra “flexibilização”: como “re-regulamentação”, que é saúdável; ou
924
37 PERONE, Giancarlo. Diritto sindacale tra essere e dover essere. In: ADL –
Argomenti di diritto del lavoro, n. 1/2012, Cedam
38 A promulgação da Constituição de 1978 gerou prontamente o desejo de
atuação do legislador infraconstitucional em conteúdos sócio-laborais já que
a erradicação das persistentes estruturas autoritárias do franquismo o exigia.
Ademais, o tradicional perfil intervencionista do ordenamento espanhol
demandava essa atuação com toda naturalidade. A política de concertação
social, dos macro-acordos e da negociação coletiva centralizada constituíram-
se então, nesse sentido, um marco referencial no qual os sindicatos foram
os grandes protagonistas e ascenderam a um lugar de grande legitimação
perante a sociedade civil.
936
Seguridad Social. San Sebastián, 17-18 mayo 2012, p. 23-24. disponível em:
<http://www.aedtss.com/images/stories/301_Ponencia_Federico_Navarro.
pdf>. E as matérias são aquelas ali enumeradas: salário produtividade
relacionado a resultados da empresa, abono de compensação de horas extras
e retribuição adicional de trabalho em turnos, gestão de horário e distribuição
de tempo do trabalho,escala de turnos e planejamento anual das férias,
adaptação no âmbito da empresa do sistema de classificação profissional,
adaptações acerca das modalidades de contratação, medidas adicionais que
favoreçam a conciliação entre vida laboral, familiar e pessoal e outros temas
de condições específicas de trabalho.
58 CRUZ VILLALÓN, Jesús. Estructura y concurrencia de niveles negociales
dentro de un nuevo marco normativo. XXVII Jornadas de Estudio sobre
Negociación Colectiva. Comisión Consultiva Nacional de Convenios
Colectivos. Madrid. Ponencia de 10.12.2014. p. 17.
948
70 SANTOS, Ronaldo Lima dos. Teoria das normas coletivas. 2. ed. São Paulo:
LTr, 2009, p. 293. É deste autor a teoria da necessidade de motivação do
instrumento, tomado como negócio jurídico causal, bem como a incidência
do princípio da primazia da realidade para a análise do instrumento coletivo
negociado.
959
Referências
ALONSO OLEA, Manuel; BARREIRO GERMÁN, González. El
Estatuto de los Trabajadores. Texto, comentarios, jurisprudencia.
Madrid: Civitas, 1995.