O papel do PCMs nos edifícios em um contexto onde as energias

renováveis possuem caráter intermitente

Rodrigo Carlos Fritsch1

1
PDSEAC - Programa Doutoral em Sistemas Energéticos e Alterações Climáticas, Universidade de Aveiro, Portugal
rcfritsch@ua.pt

Keywords: PCMs, Energias renováveis, Intermitência, Thermal Energy Storage (TES), Latent heat thermal energy
storage (LHTES), Alterações climáticas.

Abstract: As a result of the oil crisis in the 1970s, developed countries were forced to implement energy efficiency policies
to minimize the impacts that the growing demand for energy on the planet foreshadowed. The search for
renewable sources and an alternative approach to the current paradigm, where buildings have serious
overheating problems, led to the development of new techniques, equipment and materials. Thus, the search for
alternatives to minimize the thermal problems of buildings, as well as the intermittence of most renewable
energy sources, involves the study of the adoption of energy storage systems (also known as TES - Thermal
Energy Storage), that is capable of reducing the dependence of buildings on fossil fuels, fulfilling the role of
passive regulators of internal temperatures. Therefore, the main objective of this work is to characterize and
discuss the use of PCMs as an alternative to mitigate the problems arising from the constructive paradigm in a
context where renewable energies have an intermittent feature.

1 INTRODUÇÃO ineficiente. A diretiva promove as obras de renovação

Em decorrência da crise do petróleo na década
de 70, os países desenvolvidos viram-se forçados a
implementar políticas energeticamente eficientes,
com vistas à minimização dos impactos que a
demanda crescente de energia no planeta
prenunciava. A busca por fontes renováveis e uma
abordagem alternativa ao paradigma vigente na forma
da concepção e construção dos edifícios,
possibilitaram o desenvolvimento de novas técnicas,
equipamentos e materiais.
Na Europa, o consumo de energia dos edifícios
representa 40 % do consumo total e produz quase
40% das emissões totais de CO2. Ao aperfeiçoar as
regras existentes, tirando partido da evolução
tecnológica recente e incentivando o aumento da
eficiência energética, a UE dá um grande passo no
sentido de cumprir os seus objetivos de eficiência
energética para 2020 e 2030 [1,2,3].
A diretiva aumentará a eficiência energética dos
edifícios e incentivará sua renovação. Um dos seus
objetivos de longo prazo é a descarbonização do atual
parque imobiliário europeu, que é atualmente muito
eficientes em termos de custo, introduz um indicador
de inteligência para os edifícios, simplifica as
inspeções dos sistemas de aquecimento e de ar
condicionado e promove também a mobilidade
elétrica através da criação de lugares de
estacionamento para veículos elétricos [1].
Em contraponto, no início dos anos 2000, o
Brasil viveu um momento de reavaliação das políticas
públicas do setor energético, decorrente de um corte
súbito no abastecimento de energia que atingiu
praticamente todo o país. Tal acontecimento
evidenciou a falta de planejamento e de políticas
sólidas neste setor, onde, a partir de então, iniciou-se
um processo de discussão e implementação de novas
regulamentações e políticas de conservação de
energia, com o intuito de diminuir o consumo em
equipamentos e edificações.
Em 2017, após dois anos de queda, o consumo
de eletricidade no país cresceu 1,2% em relação a
2016, alcançando 467 TWh, mantendo o Brasil entre
os dez maiores consumidores do mundo. As regiões
Sul e Centro Oeste lideraram o crescimento, com
taxas de 3,1% e 2,4%, mas a região Sudeste segue
sendo a região de maior participação no consumo do
país, representando praticamente 50% do total. O
setor industrial segue sendo o maior consumidor, com
quase 36% do total, seguido do setor residencial, com
cerca de 29% [4].
A busca por alternativas para a minimização dos
impactos das alterações climáticas, assim como do
armazenamento de energia em um contexto onde as
energias renováveis possuem caráter intermitente,
passa pelo estudo da adoção de sistemas de
armazenamento de energia (também conhecidos
como TES – Thermal Energy Storage) capazes de
reduzir a dependência dos edifícios aos combustíveis
fósseis, enquanto cumprem o papel de reguladores
passivos das temperaturas dos espaços interiores. A
principal vantagem do uso do armazenamento
térmico (TES) é que ele pode contribuir para
equilibrar a oferta e a demanda de energia quando
essas não coincidem no tempo [6].
Os Phase Change Materials (PCMs), fazem parte
do rol desses elementos, com uma capacidade de
armazenamento de energia latente (Latent heat
thermal energy storage - LHTES) muitas vezes
superior aos materiais com armazenamento sensível.
Esses materiais têm a capacidade de apresentar
alterações cíclicas de mudança de estado, absorvendo
ou dissipando grande quantidade de energia térmica,
o que lhes confere maior capacidade térmica por
unidade de volume em comparação aos materiais
convencionais [7].
Os materiais de mudança de fase têm sido
utilizados em diversos setores, inclusive em
componentes construtivos de edificações.
Geralmente, o produto é aplicado em situações em
que é necessário aumentar a inércia térmica de
recintos, por exemplo, aqueles compostos por
sistemas construtivos leves, que em sua concepção
original apresentam baixa capacidade térmica [8].
Dessa forma, os PCMs contribuem para o controle
das amplitudes térmicas no interior das edificações, o
que promove maior equilíbrio térmico, podendo
reduzir a necessidade de utilização de equipamentos
de climatização de ar, consequentemente
incrementando o conforto e a economia de energia.
Portanto, o objetivo principal deste trabalho é
caracterizar e discutir o uso dos PCMs como
alternativa para mitigação dos efeitos das alterações
climáticas em um contexto onde as energias
renováveis possuem caráter intermitente.
2 O PANORAMA ENERGÉTICO
BRASILEIRO
Segundo o relatório final do Balanço Energético
Nacional de 2018, ano base 2017, a geração de
energia elétrica no Brasil em centrais de serviço
público e autoprodutores atingiu 588,0 TWh em
2017, resultado 1,6% superior ao de 2016.
As centrais elétricas de serviço público,
participaram com 83,5% da geração total. A geração
hídrica, principal fonte de produção de energia
elétrica no Brasil, teve sua participação reduzida em
2,6% na comparação com o ano anterior [9].
A geração elétrica a partir de não renováveis
representou 20,8% do total nacional, contra 19,6%
em 2016. A geração de autoprodutores (APE) em
2017 participou com 16,5% do total produzido,
considerando o agregado de todas as fontes utilizadas,
atingindo um montante de 96,8 TWh. Desse total,
55,4 TWh não foram injetados na rede, ou seja,
produzidos e consumidos pela própria instalação
geradora, usualmente denominada como APE
clássica. A autoprodução clássica agrega as mais
diversas instalações industriais que produzem energia
para consumo próprio, a exemplo dos setores de Papel
e Celulose, Siderurgia, Açúcar e Álcool, Química,
entre outros, além do Setor Energético. Neste último,
destacam-se os segmentos de exploração, refino e
produção de petróleo.
Importações líquidas de 36,4 TWh, somadas à
geração nacional, asseguraram uma oferta interna de
energia elétrica de 624,3 TWh, montante 0,7%
superior a 2016. O consumo final foi de 526,2 TWh,
representando uma expansão de 1,2% em comparação
com 2016 [9].
Notas:
1. Inclui gás de coqueria
2. Inclui importação de eletricidade
3. Inclui lenha, bagaço de cana, lixívia e outras recuperações
Figura 1: Oferta interna de energia elétrica por fonte.
 A figura 1 apresenta a estrutura da oferta interna
de eletricidade no Brasil em 2017.
O Brasil dispõe de uma matriz elétrica de origem
predominantemente renovável, com destaque para a
fonte hídrica que responde por 65,2% da oferta
interna. As fontes renováveis representam 80,4% da
oferta interna de eletricidade no Brasil, que é a
resultante da soma dos montantes referentes à
produção nacional mais as importações, que são
essencialmente de origem renovável.
Do lado do consumo final, houve uma evolução
de 0,9 %, com destaque para o setor agropecuário,
que apresentou um crescimento de 1,7% em relação
ao ano de 2016 [9].
3 O PANORAMA ENERGÉTICO
MUNDIAL
O consumo mundial de energia primária deverá
evoluir a duas velocidades, com estagnação na OCDE
e forte crescimento na não-OCDE, crescimento ainda
assim contido por ganhos de eficiência. As
renováveis e gás natural serão as fontes de energia
com maior crescimento absoluto nas próximas
décadas, sendo que os combustíveis fósseis
continuarão a dominar a matriz energética mundial.
Ao nível da energia final, é expectável alguma
eletrificação e gasificação do consumo energético
mundial, o que demonstra um esforço de
descarbonização global.
A União Europeia (UE) está em linha para
cumprir os objetivos estabelecidos para 2020, mas
será necessário esforço adicional, principalmente por
parte de grandes economias (ex: França, Reino
Unido). Em 2040 prevê-se uma diminuição do
consumo de energia primária e final na UE, com
aumento do peso de renováveis no mix (de 12% para
22%), e também um aumento da eletrificação no
consumo final (peso atual de 22% passa para 27%)
[4].
Figura 2: Evolução mundial do consumo de energia
primária [4].
O crescimento do consumo será potenciado na
quase totalidade por países não-OCDE, onde uma
parte relevante da população ainda não tem acesso a
condições básicas ao nível de energia.
Figura 3: Consumo EP/capita vs. EP/PIB [4].
A verificarem-se estas projeções, até 2040
haverá um forte abrandamento no crescimento do
consumo de energia primária face às últimas décadas
(tcma1990-2014=1,9%). Projeta-se que o consumo
per capita em África em 2040 seja semelhante ao de
2014, o que demonstra que parte significativa da
população continuará a viver com carências
energéticas [4].
A eficiência energética vai ter um papel
determinante na contenção do aumento do consumo
de energia primária. Um dos principais indicadores
para medir a eficiência energética é a intensidade
energética (quantidade de energia por unidade de
PIB). Projeta-se que a intensidade energética se
reduza na generalidade das geografias,
nomeadamente nos países não-OCDE, que são
aqueles com maior potencial de melhoria. Em 2040 a
China deverá ter um consumo de energia per capita
semelhante ao da EU. EUA e UE são os dois grandes
blocos econômicos que deverão reduzir o consumo de
energia primária per capita até 2040 [4].
Atualmente 1,2 bilhões de pessoas vivem ainda
sem acesso à eletricidade, cerca de 1/6 da população
mundial, esperando-se, no entanto, que este valor se
reduza para metade até 2040. As maiores carências se
verificam na África subsaariana e países asiáticos em
desenvolvimento.
Existe uma forte disparidade no consumo de
eletricidade a nível mundial, uma tendência que tem
persistido no tempo e que reflete a elevada
desigualdade económica e social existente. Entre
1990 e 2014, a eletricidade chegou a mais 2,1 bilhões
de pessoas, mais 100 milhões do que o aumento da
população mundial de 2 mil milhões [4].
 O “World Energy Council” prevê que em 2050
ainda existam 500 milhões de pessoas sem acesso a
eletricidade. Além do consumo de eletricidade,
verificam-se outras carências no consumo de energia.
Cerca de 2,7 bilhões de pessoas (38% da população
mundial) ainda utilizam combustíveis sólidos (ex:
lenha, carvão) para iluminação, aquecimento e para
cozinhar. O uso de combustíveis sólidos para
cozinhar está associado a 3,5 milhões de mortes
prematuras devido à poluição do ar.
Figura 4: Distribuição geográfica da população mundial
sem acesso à eletricidade (em milhões), 2014 [8].
Figura 5: Mix mundial de energia primária (% Mtep, 1990
– 2040) [4].
Figura 6: Crescimento mundial de energia primária (%
Mtep, 1990 – 2040) [4].
Em 2040, o petróleo deixará de ser o
combustível fóssil claramente dominante, com
petróleo, carvão e gás natural a assumirem pesos
semelhantes na matriz energética.
As renováveis e gás natural deverão registar os
maiores incrementos absolutos no consumo de
energia primária no mundo. O crescimento das
renováveis deverá ter maior impacto na geração de
eletricidade e o gás natural deverá ter um papel cada
vez mais relevante em vários setores:
• Eletricidade | CCGT1 são flexíveis para fazer o
backup das renováveis intermitentes;
• Indústria | conversão de equipamentos
industriais a petróleo para gás natural traduz-se
tipicamente em ganhos económicos e ambientais;
A procura mundial deverá aumentar para todas
as fontes de energia, sendo que os países da OCDE
deverão reduzir o seu consumo de petróleo e carvão
[4].
4 ENERGIAS RENOVÁVEIS DE
CARÁTER INTERMITENTE
O grande interesse na exploração das energias
renováveis deve-se ao esgotamento acelerado dos
recursos energéticos de origem fóssil. Na geração
tradicional de energia elétrica, a energia produzida
deve ser consumida imediatamente, caso contrário,
será desperdiçada e resultará em perdas econômicas.
Além disso, as energias renováveis de caráter
intermitente como a eólica, solar, das marés, assim
como as hidrelétricas (com alguma parcela de
contribuição que pode ser afetada por flutuações na
intensidade da chuva), não podem ser estocadas
quando da ausência de sistemas de armazenamento de
energia (ESSs), devendo ser utilizadas quando
disponíveis, ou acabam por perder seu potencial
energético e, muitas vezes, não correspondem às
demandas de energia dos consumidores. [10,12].
Diferentemente da energia do carvão, do petróleo
e do gás, a energia que elas produzem não pode ser
"despachada" ou usada quando e como necessário.
Exceções são energia da biomassa e energia
geotérmica [10].
Sovacool (2009) conclui que sistemas de energia
convencionais sofrem problemas de variabilidade e
confiabilidade apenas em um grau diferente do que as
fontes renováveis. Usinas convencionais que operam
com carvão, gás natural e urânio estão sujeitas a uma
enorme variabilidade relacionada a custos de
construção, desequilíbrios de oferta e demanda de
curto prazo, flutuações na oferta e demanda de longo
prazo, crescente volatilidade no preço dos
combustíveis e interrupções não planejadas. Ao
contrário de reiteradas afirmações, quanto maior a
participação das energias renováveis, menos estável o
sistema se tornará [13]. A energia eólica e solar
produzida é muito eficaz quando usada em grande
número em locais geograficamente espaçados (assim,
a lei das médias produz uma oferta relativa
constante). A questão, portanto, não é de
variabilidade ou intermitência per se, mas como tal
variabilidade e intermitência podem ser melhor
gerenciadas, previstas e mitigadas [13].
A busca pelo aumento da disponibilidade,
confiabilidade e segurança do fornecimento de
energia reforçou, consideravelmente, o objetivo de
integrar energia renovável (ER) ao setor elétrico
como estratégia para minimizar o problema da
deficiência de energia, especialmente em
assentamentos isolados fora da rede. No entanto, a
variabilidade nas fontes de reabastecimento,
juntamente com as mudanças condicionais no nível
de consumo de energia em relação ao tempo, trouxe à
tona a necessidade do desenvolvimento e utilização
de sistemas de armazenamento de energia (ESSs)
eficientes. Apesar da natureza estocástica da
reprodução de energia solar e eólica e, em certa
medida, hídrica, o interesse em sua exploração ainda
está crescendo devido à sua sustentabilidade em
termos de receptividade ambiental [11].
Desta forma, uma das alternativas para
minimização dos problemas decorrentes da
intermitência das fontes renováveis é o
armazenamento de energia. A energia armazenada
tem sido usada pela indústria de energia elétrica há
mais de um século no sistema central de fornecimento
de energia, principalmente para nivelamento de
carga, ou seja, para armazenar eletricidade de baixo
custo ou de baixo preço para uso quando o custo de
geração de eletricidade ou o preço de compra é alto.
Isso levou a uma melhor utilização dos ativos para
usinas geradoras de ciclo de trabalho de pico e
intermediário [10].
A história do sistema de armazenamento de
energia começou no início do século 20 com o
surgimento de uma variedade de sistemas com a
capacidade de armazenar energia elétrica na forma de
cargas e que, ao mesmo tempo, permitissem a
descarga quando a energia fosse necessária. Este fato
logrou êxito pela primeira vez com a aplicação do
acumulador de ácido de chumbo que foi usado para
fornecer cargas residuais em uma rede elétrica de
corrente contínua [11].
Se tecnologias intermitentes de energia
renovável, como as baseadas em energia solar, eólica,
ondas e marés, acabarem por fornecer partes
significativas da oferta total de energia, é crucial que
o problema do armazenamento de energia seja
resolvido. Existem várias possibilidades
(amplamente reconhecidas) à frente, incluindo ar
comprimido, armazenamento bombeado, novos
desenvolvimentos em baterias, células de
combustível regeneráveis, “supercapacitores” e assim
por diante. Mas uma que está sendo revisitada
extensivamente por indústrias e institutos de pesquisa
é a produção e armazenamento de hidrogênio a partir
de eletricidade fora dos horários de pico, e em tempos
de excedente de energia renovável, para reutilização
nos mercados de eletricidade, gás e transporte. O
armazenamento a curto prazo e mesmo sazonal e de
longo prazo é tecnicamente viável com esta opção
[10].
Anderson & Leach (2004) comentam que, no
entanto, o uso de armazenamento de energia não se
expandiu significativamente além dessas aplicações
por três razões. (1) A melhoria contínua dos
equipamentos de produção, em especial das turbinas
a gás, conduziu a uma diminuição dos custos da
capacidade de produção de electricidade em pico de
carga e limitou os benefícios do armazenamento de
energia. (2) As dificuldades em encontrar meios de
armazenagem de baixo custo e abundantes, para além
das limitadas oportunidades de armazenagem por
bombeamento. (3) Em vários países, a abordagem
para reduzir as flutuações de pico de carga tem sido
feita através da gestão da procura, por exemplo,
através da incorporação dos preços de pico de carga
na estrutura tarifária ou diretamente, através da
comutação remota de aparelhos por empresas de
serviços públicos e/ou de serviços energéticos. Além
de melhorar a gestão da demanda, os preços de pico
de carga também fornecem o incentivo ideal para o
desenvolvimento de tecnologias de armazenamento
em um mercado de eletricidade liberalizado [10].
Quando consideramos o TES como alternativa,
sabemos que pode ser usado para armazenar calor
termoquímico, sensível ou latente ou uma
combinação destes. Entre as três formas, o
armazenamento de energia térmica latente (LHTES)
apresenta uma elevada capacidade de armazenamento
de energia e uma pequena variação na temperatura de
funcionamento devido à transição de fase dos
materiais de mudança de fase (PCMs) no ponto de
fusão. A quantidade de energia armazenada neste
processo é determinada pelo calor sensível (resultante
de aumentos de temperatura) e pelo calor latente
(resultante de transições de fase). Devido às suas
excelentes propriedades, os PCMs têm atraído muita
atenção em relação às aplicações TES nos últimos
anos. O aumento no interesse de pesquisa é ilustrado
na Figura 7, que mostra o número de estudos
recuperáveis usando as palavras-chave "PCM (s)" e
"armazenamento de calor latente" da Web of Science
nos últimos dez anos [24].
O TES pode ser utilizado para recolher e
armazenar calor residual e para utilizar energia
térmica quando necessário posteriormente. Além
disso, ele também pode contribuir para resolver o
problema de suprimentos e demandas inigualáveis de
energia no tempo e no espaço [25]. Uma breve
revisão sobre os Phase Change Materials será
realizada no capítulo a seguir.
Figura 7: Literaturas recuperadas por palavras-chave de
'PCM(s)' e 'armazenamento de calor latente' da Web of
Science (2006-2016) [24].
5 PCMS – UMA ALTERNATIVA PARA
O ARMAZENAMENTO DE ENERGIA
Os Phase Change Materials ou PCMs, são
sistemas capazes de controlar as perdas e os ganhos
térmicos da envoltória opaca e translúcida das
edificações, minimizando com isso o uso de
equipamentos mecânicos auxiliares para aquecimento
e arrefecimento. Os PCMs podem ser definidos como
materiais dotados da capacidade de alterar o seu
estado físico num determinado intervalo de
temperatura, armazenando calor latente quando
mudam de uma fase sólida para a fase líquida
(ocorrendo uma reação endotérmica), sendo
posteriormente esse calor liberado quando estes
materiais regressam à fase sólida (reação exotérmica)
[14].
PCMs fornecem uma grande capacidade de
aquecimento sobre uma variação restrita de
temperatura, podendo agir como um reservatório
quase isotérmico de calor. Por exemplo, a quantidade
de calor (latente) necessária para mudar 1kg de água
da fase sólida a 0°C para a fase líquida, também a
0°C, permite igualmente aquecer água, na fase
líquida, de 0°C até 80 °C [15].
O princípio da utilização dos PCMs é muito
simples, mas a avaliação da eficácia no contributo das
cargas de calor latente na melhoria do desempenho
energético de todo o edifício é um desafio [16].
Os materiais de construção tradicionais apenas
acumulam energia sob a forma de ‘calor sensível’, os
PCMs não só acumulam quantidades de energia, por
unidade de volume, muito superiores aos materiais
convencionais, mas também o fazem a temperatura
constante (entre os 20°C e os 32°C), contribuindo de
forma significativa para o conforto no interior dos
edifícios [15].
O calor latente de fusão dos PCMs usados na
construção varia entre os 120 e os 200 kJ kg-1. No
caso da água (a 0 °C), o calor latente de fusão é igual
a 333,55 kJ kg-1 e podem ser usados quer em sistemas
ativos quer em sistemas passivos de aquecimento ou
arrefecimento.
No caso dos sistemas passivos, os PCMs podem
ser encapsulados em materiais de construção, tais
como o betão ou o gesso cartonado, em paredes, tetos
ou soalhos, a fim de aumentar a “massa térmica” dos
elementos construtivos, podem captar energia térmica
diretamente através de radiação solar ou
indiretamente através de convecção natural.
Ao aumentar a massa térmica de um edifício, os
PCMs contribuem para melhorar o conforto térmico,
diminuindo a amplitude das temperaturas no interior
desse edifício e mantendo a média em valores
considerados desejáveis durante longos períodos de
tempo [15].
A aplicação de PCMs é particularmente
interessante em edifícios com baixa inércia térmica,
cujas amplitudes térmicas interiores são mais
elevadas. Podem ainda ser usados em sistemas
convencionais de AVAC (Aquecimento, Ventilação e
Ar Condicionado), a fim de aumentar a eficiência
térmica desses sistemas ativos e reduzir os picos da
correspondente carga elétrica.
Finalmente, os PCMs podem ser usados em
suspensão, designada (PCS – Phase Change Slurry),
a fim de aumentar o calor específico de fluidos
térmicos, por exemplo, em coletores solares [15].
5.1 Caracterização dos PCMs
Os PCMs a serem utilizados em projetos de
sistemas para armazenamento térmico devem possuir
propriedades termofísicas, cinéticas e químicas,
detalhadas a seguir
5.1.1 Tipos de PCMs
Alta densidade de armazenamento e alta
capacidade de carregamento e descarregamento de
energia são propriedades desejáveis para qualquer
sistema TES. Há três métodos de TES: sensível,
latente e armazenamento de energia termoquímica.
Existem vários materiais que podem ser usados
como PCMs. Uma maneira comum de distinguir os
PCMs é dividindo-os em PCMs orgânicos,
inorgânicos e eutéticos. Essas categorias são
divididas com base nos vários componentes dos
PCMs (Figura 8).
 a)
b)
c)
Figura 8: Categorização geral dos PCMs [16]
A Figura 9 mostra a diferença na entalpia de
fusão e temperatura de fusão para alguns dos
materiais mais comuns usados como PCMs.
Os PCMs orgânicos podem ser descritos como
parafinas e não-parafinas. As não-parafinas
incluem uma ampla seleção de materiais
orgânicos, tais como ácidos graxos, ésteres,
álcoois e glicóis. De maior interesse neste grupo
são os ácidos graxos que são subdivididos em 6
grupos: caprílico, cáprico, láurico, mirístico,
palmítico e esteárico [17].
Os PCMs inorgânicos são ainda descritos como
sais hidratados e metálicos (os metais têm
temperaturas de fusão muito altas para aplicações
em construções passivas).
O PCMs eutéticos são uma composição de fusão
mínima de 2 ou mais componentes, cada um dos
quais funde e congela congruentemente
formando uma mistura dos cristais componentes
durante a cristalização. Os PCMs eutéticos são
subdivididos em orgânico-orgânico, orgânico-
inorgânico e inorgânico-inorgânico [17].

O desempenho do sistema LHTES passivo com

Figura 9: tipos de PCMs [16]
5.1.2 Propriedades térmicas dos PCMs
Os materiais a serem usados para a mudança de
fase TES devem ter temperatura de fusão /
congelamento na faixa prática de aplicação e devem
ter um alto calor latente de fusão e uma alta
condutividade térmica. Além disso, para ser usado no
projeto de sistemas LHTES passivos, os PCMs
devem ter propriedades termofísicas, cinéticas,
químicas e econômicas desejáveis [17] para diminuir
o impacto ambiental dos sistemas durante seu ciclo de
vida.
Podem ser classificados como:
a) Orgânicos
b) Inorgânicos
c) Eutéticos
PCM está directamente relacionado com as
propriedades térmicas do PCM escolhido. Se for
necessário desenvolver ou optimizar um novo
sistema, as propriedades térmicas do PCM devem ser
conhecidas a priori. No entanto, segundo Soares et al
(2013), os dados fornecidos pelos fabricantes de PCM
podem estar incorretos, incertos e demasiado
optimistas [17]. As medidas devem ser feitas para que
se obtenham as propriedades térmicas corretas da
PCM. As técnicas atualmente mais utilizadas para
determinar as propriedades térmicas dos PCMs são o
calorímetro diferencial de varredura (DSC) e a análise
térmica diferencial (DTA). O calor de fusão, a
capacidade térmica e a temperatura de
fusão/congelamento podem ser obtidos pela técnica
DSC [17,18]. O método DSC permite medir a
quantidade de calor que pode ser absorvida ou
liberada por um corpo submetido a uma mudança de
temperatura (transferência de calor por condução),
em que a diferença na quantidade de calor necessária
para aumentar a temperatura de duas amostras
diferentes em condições idênticas (uma amostra e
uma amostra de referência cujas propriedades são
conhecidas) é medida em função da temperatura. A
reacção térmica da amostra a caracterizar é assim
obtida por comparação com a reacção térmica da
amostra de referência [17,19]. A análise DSC é
comumente utilizada para avaliar as características
térmicas de PCMs, bem como de compósitos com
materiais de construção como placas de gesso
cartonado [17].
Segundo Soares et al (2013), as vantagens e
desvantagens de cada tipo de PCM podem ser
comparadas na tabela 1.
 Tabela 1 – Comparação entre diferentes tipos de PCMs: vantagens e desvantagens
Classificação Vantagens Desvantagens

Orgânicos: parafinas e não-parafinas
- Disponibilidade em uma ampla faixa de
temperatura
- Alto calor latente de fusão (os ácidos graxos
têm alto calor de fusão comparável ao dos
ácidos graxos de parafinas)
- Congelamento com pouco ou nenhum super-
resfriamento
- Mudança de fase congruente
- Propriedades de auto-nucleação
- Sem segregação e boa taxa de nucleação
- Baixa condutividade térmica
- Menor capacidade volumétrica de
armazenamento de calor latente, ou seja, menor
entalpia por mudança de fase
Densidade mais baixa
- Inflamável (possível utilizar aditivos
retardadores de fogo)
- Não compatibilidade com recipientes de
plástico
- Mais caro (as parafinas comerciais são mais
baratas e mais disponíveis do que as parafinas
puras e os ácidos gordos são 2-2,5 vezes mais
caros do que as parafinas de qualidade técnica)
- Mudança de volume relativamente grande (no
entanto, alguns ácidos graxos podem sofrer
pequenas mudanças de volume)

Inorgânicos: sais hidratados - Previsível e termicamente e quimicamente

estável, ou seja, boa estabilidade das
propriedades do material durante ciclos
térmicos repetidos
- Baixa pressão de vapor na forma fundida - Fracas propriedades de nucleação e
- Não perigoso, não reactivo e não corrosivo (os problemas de super-resfriamento
ácidos gordos podem ser ligeiramente - Fusão e desidratação incongruentes no
corrosivos) processo de ciclo térmico
- Compatibilidade com o material de - Segregação de fases durante a transição e
construção convencional problemas de estabilidade térmica
- Reciclável - A sua aplicação pode requerer o uso de alguns
Maior capacidade volumétrica de agentes nucleantes e espessantes
armazenamento de calor latente, ou seja, maior - Decomposição e separação de fases
entalpia de fusão Sais hidratados - Não compatível com alguns materiais de
- Maior calor latente de fusão construção
- Baixo custo e prontamente disponível - Corrosivo para a maioria dos metais e
- Mudança de fase mais acentuada ligeiramente tóxico
- Maior condutividade térmica
- Não inflamável
- Menor alteração de volume
- Compatível com plásticos
- É melhor usar hidratos de sal do que parafinas
para reduzir o impacto ambiental da
fabricação/descarga.

Eutéticos - Temperatura de fusão precisa (pode ser usada
para fornecer a temperatura de fusão desejada
necessária)
- Densidade de armazenamento térmico
volumétrico ligeiramente acima dos compostos
orgânicos
- Sem segregação e mudança de fase
congruente
- Dados disponíveis sobre as suas propriedades
termofísicas são limitados
- Alguns eutécticos gordos têm um odor
bastante forte, pelo que não são recomendados
para utilização como painel de parede PCM.
Fonte: adaptado de Soares et al (2013).

o interesse pela busca de novas tecnologias para

5.2 Incorporação dos PCMs em
elementos constructivos
A tendência recente do consumo mundial de
energia sugere que os edifícios consomem cerca de
27% da energia total [20]. O aumento do consumo
de energia resultou num aumento de seu custo e dos
problemas ambientais. O elevado custo dos
problemas energéticos e ambientais têm despertado
evitar a crescente preocupação sobre a eminente
falta de energia. O armazenamento de calor latente
usando PCMs surgiu como uma alternativa bastante
atraente para a redução da carga térmica em
edifícios [21].
A preparação dos PCMs inclui a engenharia do
ponto de fusão, calor latente de fusão,
condutividade térmica e controle sobre outras
propriedades como sub-resfriamento e retardo de
chama. Várias combinações de diferentes PCMs
foram estudadas para a obtenção do valor ideal de
suas propriedades térmicas. Esterificação,
sulfonação e amidação foram testadas na busca do
PCM mais adequado para utilização em edifícios.
A economia de energia em aplicações de
LHTES depende da optimização de certos
parâmetros, como ponto de fusão/congelamento,
calor latente de fusão/congelamento, calor
específico, condutividade térmica e estabilidade
térmica. Os valores optimizados destes parâmetros
garantem a máxima economia de energia
[14,22,23]. Os PCMs orgânicos oferecem várias
vantagens sobre os PCMs inorgânicos quando de
sua utilização na incorporação em elementos
construtivos. Como eles são menos corrosivos e têm
melhor desempenho térmico, maior estabilidade e
pouco sub-resfriamento, os PCMs orgânicos de base
biológica são considerados como “amigos do
ambiente” [21].
5.3 Materiais usados para o TES em
edifícios
Alta densidade de armazenamento e alta
capacidade para carregamento e descarregamento
de energia são propriedades desejáveis para
qualquer sistema TES. É de conhecimento geral que
existem três métodos de TES: sensível, latente e
armazenamento de energia termoquímica [25].
O calor sensível é o método mais simples para
armazenar energia térmica e consiste em aplicar um
gradiente de temperatura a um meio (sólido ou
líquido) para acumular ou liberar calor. O material
mais comum usado para armazenar energia como
calor sensível é a água. Além disso, certos materiais
baseados em cerâmicas comuns (cimento, concreto,
etc.), algumas pedras naturais como mármore,
granito, argila, arenito e polímeros (PUR, PS, PVC)
também são amplamente utilizados. Desta forma, os
resíduos de vários processos industriais com
propriedades termofísicas adequadas estão se
tornando candidatos adequados para serem usados
para TES de calor sensível[25,26,27].
O armazenamento de calor sensível tem duas
vantagens principais: é barato e sem os riscos
derivados do uso de materiais tóxicos, além disso, o
material usado para armazenar energia está contido
em recipientes como material a granel, facilitando
assim o design do sistema. A principal desvantagem
da aplicação do armazenamento de calor sensível no
sector da construção é o elevado volume que seria
necessário em função da quantidade de calor
desejado armazenado pela tecnologia activa ou
passiva [25,28].
Devido às características térmicas dos
materiais de mudança de fase (PCMs), diferentes
campos de aplicação têm sido largamente
explorados, tais como o uso no envelope de
edifícios, o armazenamento de energia térmica na
indústria (TES), o gerenciamento térmico de
baterias, a gestão de energia elétrica de pico, fibras
térmicas inteligentes e vestuário. Nos últimos anos,
a utilização de PCM em edifícios para melhorar o
ambiente térmico interior, equilibrando a
temperatura ambiente, tem atraído cada vez mais
atenção. À medida que a temperatura do ambiente
aumenta, o material muda de fase de sólido para
líquido [28]. Sendo a reação endotérmica, o PCM
absorve calor. Da mesma forma, quando a
temperatura diminui, o material muda sua fase de
líquido para sólido. Sendo a reação exotérmica, o
PCM liberta calor. A integração do PCM na
envolvente do edifício e nos equipamentos do
edifício, é uma forma de aumentar a capacidade de
armazenamento de energia dos recintos e, em
seguida, racionalizar o uso de energias renováveis e
não renováveis. Consequentemente, não só o
desempenho energético do edifício poderia ser
optimizado, como também uma melhoria do
conforto térmico interior, devido ao seu ambiente
térmico regulado na 'zona de conforto térmico', é
esperada. Como mostrado na Figura 10 (a), as
transferências de calor ao redor do invólucro dos
edifícios são complicadas, consistindo em três tipos
de transferências de calor, condução, radiação e
convecção. Embora muitas literaturas sejam
relatadas, concentrando-se no tema dos PCMs
usados para melhorar o conforto térmico interno e
diminuir o consumo de energia do edifício através
da regulação do processo de transferência de calor e
massa, os tópicos de construção e PCMs não são
discutidos de forma abrangente e especialmente
relatados [28].
Por outro lado, a Figura 10 (b) mostra o
diagrama esquemático da temperatura ambiente não
natural e o grau integrado de desconforto no inverno
e no verão [28,29]. O grau integrado de desconforto
no verão, Isum, é a região abaixo da temperatura
ambiente natural e acima do limite superior da
região confortável, e o grau integrado de
desconforto no inverno, Iwin, é a região abaixo do
limite inferior da região confortável e acima da
temperatura ambiente natural. Pode-se observar que
a temperatura do ar interior muda conforme a
temperatura do ar ambiente, e se mantém um pouco
mais tarde. Além disso, o máximo da temperatura
do ar interior é pouco inferior à temperatura do ar
ambiente, mas o mínimo da temperatura do ar
interior é muito superior à temperatura do ar
ambiente devido ao equipamento utilizado interior.
 Figura 10: desempenho energético do edifício e conforto interior [28].

Regular a temperatura ambiente na faixa de A aplicação dos PCMs no edifício pode ser
conforto térmico poderia diminuir direta e encontrada em diversos exemplos, da seguinte
efetivamente o grau de desconforto. forma:
5.3.1 PCMs usados na optimização do envelope a) Envoltória

Como mostrado na Figura 10 (a), o processo de • PCM em Placas de gesso cartonado

transferência de calor em um edifício é um • PCM em paredes simples
fenômeno bastante complexo, submetido a • PCM na argamassa de reboco, concreto,
solicitações internas e externas. As solicitações tijolos e blocos cerâmicos
externas são devidas ao clima externo local. As
b) Coberturas
solicitações internas vêm do fluxo de radiação solar
que entra no edifício e das cargas internas. Um • Cobertura com PCM incorporado
edifício de alta eficiência energética deve ter uma • Cobertura com multi-camadas de PCM
envolvente energeticamente eficiente que possa • Cobertura com PCMs integrados e
garantir o conforto térmico dos ocupantes com um sistema de aquecimento solar
requisito mínimo de energia do sistema [28,29]. • Cobertura com PCMs integrados e
sistema fotovoltaico
Deste ponto de vista, o TES no envelope é um fator
chave [28,30,31], que consequentemente melhora as
c) Forros/tetos
aplicações dos PCMs.
Ao mesmo tempo, os PCMs possuem calor • PCM incorporado em placas de gesso
latente (LH) de fusão relativamente alto. A cartonado
incorporação de PCMs em paredes, telhados e pisos • Mantas com BioPCM sobre forros/tetos de
de edifícios pode potencialmente aumentar a massa cartonado
térmica desses componentes do gabinete, o que
poderia não diminuir as taxas de transferência de d) Pisos
calor durante as horas de pico, mas poderia reduzir • Piso de concreto com PCM incorporado
as flutuações relativamente altas das temperaturas • Sistema de aquecimento por radiação do
internas. Os efeitos da flutuação de temperatura do piso com PCM
ambiente relativos ao envelope do edifício são • Piso com PCM embutido e teto
atenuados pelo sistema PCM-TES, sendo que uma refrigerado
flutuação de temperatura ambiente na faixa de
conforto é esperada. Portanto, mais e mais Também podemos citar o uso de PCMs na
pesquisadores prestam atenção à otimização da otimização de equipamentos no edifício:
envolvente do edifício usando PCMs [28].
 a) Sistemas de arrefecimento do ar
• Sistema de arrefecimento solar com
PCMs integrados
• Bombas de calor com PCMs integrados
b) Sistemas de aquecimento do ar
• PCM-TES dentro do ciclo da bomba de
calor
• PCM-TES como solução de degelo
ASHP (air source heat pump)
c) Sistemas de ventilação
• Sistema de resfriamento livre acoplado
com PCM-TES
• Unidade de refrigeração com PCM
agregado à janela
• Sistema de ventilação noturna acoplada à
placa com PCM
Há um grande número de pesquisas que
mostram o uso potencial de PCMs em edifícios.
Vários estudos cobriram desde a produção e
caracterização de PCMs até sua incorporação em
edifícios, passando pela potencial de poupança de
energia e impacto ambiental dos edifícios
incorporados com PCM. Os artigos publicados até o
momento revelam que os PCMs têm a capacidade
de reduzir o pico de temperatura interior, deslocar a
hora do pico de temperatura (reduzindo o excesso
de horas de temperatura para além do intervalo de
conforto térmico), melhorar o desempenho
energético global do edifício, utilizar energia
elétrica fora do pico e aumentar a resistência térmica
como uma camada de isolamento [32].
Os PCMs possuem grande potencial que pode
ser replicado tanto para uso residencial como para
uso não residencial.
6 CONCLUSÕES
Em um contexto onde as energias renováveis
possuem caráter intermitente, como vimos no
capítulo 4, o armazenamento de energia surge como
uma das promissoras alternativas capazes de mitigar
o problema.
Em geral, a incorporação de PCMs que
liquefazem à temperatura ambiente, isoladamente
ou em combinação com o arrefecimento livre, tem a
capacidade de reduzir o sobreaquecimento devido
aos picos de temperatura interior ( acima de 26oC )
e criar um conforto térmico aceitável em residências
com menos ou nenhum sistema de arrefecimento
mecânico. Por conseguinte, o potencial de poupança
de energia de todas as várias opções e combinações
deve ser investigado e avaliado de forma crítica
[32].
Projetos efetivos com análise de viabilidade de
custos são necessários para retrofitting com
aplicação de PCMs em sistemas de energia
convencionais para reduzir a atual emissão de gases
de efeito estufa e mininmização dos problemas da
intermitências das fontes renováveis.
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