Sunteți pe pagina 1din 51

ADMINISTRATIVO II | Isis Miguel

ADMINISTRATIVO II
ÍSIS MIGUEL

“O Senhor dá força ao seu


povo e o abençoa, dando-lhe tudo o
que é BOM”.
Salmos 29.11

E-mail: cartaaosconcurseiros@gmail.com
Instagram: @CartaaosConcurseiros
ADMINISTRATIVO II | Isis Miguel

ADMINISTRATIVO II
ÍSIS MIGUEL

SUMÁRIO

1 LICITAÇÕES – Lei nº 8.666/93 .................................................................................................. 1


1.1 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA ........................................................................................... 1
a) NORMAS GERAIS .......................................................................................................... 1
b) NORMAS ESPECÍFICAS ................................................................................................ 2
1.2 SUJEITOS DA LICITAÇÃO ................................................................................................. 2
1.3 PRINCÍPIOS DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO ............................................................. 3
a) DA LEGALIDADE ........................................................................................................... 3
b) DA IMPESSOALIDADE .................................................................................................. 3
c) DA PUBLICIDADE .......................................................................................................... 3
d) DA MORALIDADE .......................................................................................................... 4
e) DA EFICIÊNCIA/EFICÁCIA ............................................................................................ 4
f) DA AMPLA DEFESA/CONTRADITÓRIO ........................................................................ 4
g) DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO ............................................ 4
h) DO JULGAMENTO OBJETIVO ....................................................................................... 4
i) DO PROCEDIMENTO FORMAL ..................................................................................... 5
j) DA IGUALDADE/ISONOMIA........................................................................................... 5
k) DA PROBIDADE ............................................................................................................. 6
l) DO SIGILO DAS PROPOSTAS ...................................................................................... 6
1.4 DISPENSA E INEXIGIBILIDADE (contratação direta) ......................................................... 6
1.4.1 LICITAÇÃO INEXIGÍVEL .............................................................................................. 6
1.4.2 LICITAÇÃO DISPENSÁVEL ......................................................................................... 8
1.4.3 LICITAÇÃO DISPENSADA ......................................................................................... 11
1.5 MODALIDADES DE LICITAÇÃO ....................................................................................... 13
a) CONCORRÊNCIA ........................................................................................................ 13
b) TOMADA DE PREÇO ................................................................................................... 15
c) CONVITE ...................................................................................................................... 16
d) CONCURSO ................................................................................................................. 18
e) LEILÃO ......................................................................................................................... 19
f) PREGÃO – Lei nº 10.520/2002 ..................................................................................... 19
ADMINISTRATIVO II | Isis Miguel

1.6 FRACIONAMENTO DA LICITAÇÃO .................................................................................. 20


1.7 TIPOS DE LICITAÇÃO ...................................................................................................... 21
1.8 PROCEDIMENTO (fases).................................................................................................. 21
I. Abertura do processo administrativo ............................................................................. 21
II. Abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos
concorrentes (HABILITAÇÃO) ............................................................................................. 22
III. Abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados .......... 22
IV. Verificação das propostas com os requisitos do edital ............................................... 23
V. Julgamento e classificação das propostas .................................................................... 23
VI. Homologação e adjudicação ..................................................................................... 23
1.9 REGISTRO DE PREÇOS .................................................................................................. 25
1.9.1 ATA DE REGISTRO DE PREÇO ................................................................................ 26
1.10 REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO - RDC .................................................. 26
2 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................... 28
2.1 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA ......................................................................................... 28
2.2 SUJEITOS DO CONTRATO .............................................................................................. 28
2.3 CARACTERÍSTICAS ......................................................................................................... 29
2.4 RESPONSABILIDADE DECORRENTE DO CONTRATO .................................................. 33
2.5 EXTINÇÃO DO CONTRATO ............................................................................................. 33
2.6 MODALIDADES DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ............................................... 34
a) CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO ....................................................................... 34
b) CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO PRECEDIDO DE OBRA PÚBLICA ............... 34
c) PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO ......................................................................... 34
d) CONCESSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO ................................................................. 34
e) PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA – “PPP” ..................................................................... 34
f) CONTRATO DE OBRA PÚBLICA ................................................................................. 35
g) CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO .............................................................. 35
h) CONTRATO DE FORNECIMENTO (compras) ............................................................. 35
i) CONTRATO DE GESTÃO ............................................................................................ 36
3 SERVIÇOS PÚBLICOS............................................................................................................ 36
3.1 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS ....................................................................................... 37
a) ELEMENTO SUBJETIVO ............................................................................................. 37
b) ELEMENTO FORMAL .................................................................................................. 37
c) ELEMENTO MATERIAL ............................................................................................... 38
3.2 Princípios ........................................................................................................................... 38
a) Princípio da Continuidade do Serviço Público ............................................................... 38
ADMINISTRATIVO II | Isis Miguel

b) Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico ou Atualidade ........................................ 39


c) Princípio da Igualdade .................................................................................................. 39
d) Princípio da Eficiência (Economicidade) ....................................................................... 39
3.2 ESPÉCIES ........................................................................................................................ 39
3.3 CLASSIFICAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO ...................................................................... 39
3.3.1 Serviços próprios e impróprios .................................................................................... 40
3.3.2 Quanto ao objeto......................................................................................................... 40
3.3.3 Quanto ao alcance ...................................................................................................... 40
3.3.4 Quanto à forma de prestação do Serviço Público ........................................................ 41
3.4 COMPETÊNCIA PARA A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS ............................. 42
3.5 FORMAS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO ....................................................... 42
3.6 DELEGAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO ......................................................................... 43
3.6.1 CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: contrato administrativo ................................. 43
3.6.2 PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO........................................................................ 45
3.6.3 AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO ................................................................... 46
1 LICITAÇÕES – Lei nº 8.666/93

LICITAÇÃO é um procedimento administrativo de observância OBRIGATÓRIA pelas


entidades governamentais, em que, observada a igualdade (isonomia) entre os participantes
(licitantes), deve ser selecionada a MELHOR PROPOSTA para contratar com o Poder Público.

OBS.: Melhor proposta NÃO é necessariamente o menor preço.

CRFB/88, art. 37, XXI – RESSALVADOS os casos especificados na


legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia
do cumprimento das obrigações.

FINALIDADE:
• Selecionar a proposta mais vantajosa ao Estado;
• Permitir que QUALQUER um contrate com o Poder Público, desde que atendidas as
exigências legais (isonomia das contratações);
• Promoção do DESENVOLVIMENTO NACIONAL SUSTENTÁVEL (acrescido
pela Lei nº 12.349/10).

NATUREZA JURÍDICA:
Procedimento administrativo VINCULADO com fim seletivo para realização da
contratação da proposta mais vantajosa para a administração pública.

1.1 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

a) NORMAS GERAIS

UNIÃO – competência PRIVATIVA.

CRFB/88, art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)


XXVII. Normas gerais de LICITAÇÃO e contratação, em todas as
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido
o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de
economia mista, nos termos do art. 173, §1º, III.

1
Lei nº 8.666/93 – NÃO esgota todas as leis gerais.
Lei nº 10.520 – Pregão.
Lei nº 12.462 – Regime Diferenciado de Contratação (RDC) – veio para as licitações para
Olimpíadas, Paraolimpíadas e Copa do Mundo, foi estendida para as Obras do PAC e está aí até
hoje.

b) NORMAS ESPECÍFICAS

TODOS OS ENTES .

ESTADOS e MUNICÍPIOS legislam normas específicas.


As normas específicas NÃO podem contrariar as normas gerais, sob PENA de
ilegalidade.

ATENÇÃO! Dispensa e inexigibilidade de licitação são regras gerais, só quem legisla é


a União.

1.2 SUJEITOS DA LICITAÇÃO

• Administração DIRETA – União, Estado, Município e Distrito Federal;


• Administração INDIRETA – autarquia (agências reguladoras), fundações, empresas
públicas e sociedade de economia mista.
o OBS.: Empresa pública e sociedade de economia mista:
▪ Prestação de serviço público;
▪ Exploração de atividade econômica (art. 173, §1º, III, CRFB/88; art. 119,
Lei nº 8.666/93, Lei nº 13.303/16, Decreto nº 8.945/16).
▪ O TCU faz uma observação com relação a essas pessoas. As empresas
públicas e as sociedades de economia mista têm dupla atividade:
podem prestar serviços públicos ou explorar atividade econômica. Se as
empresas públicas e sociedades de economia mista forem prestadoras
de serviços públicos, elas vão LICITAR SEMPRE . Se elas forem
exploradoras de atividade econômica, elas vão LICITAR APENAS
NA SUA ATIVIDADE-MEIO, não licitam na sua atividade-fim.
• Fundos especiais (é uma impropriedade do legislador) - servem para fazer
assistencialismo, pode ser autarquia ou fundação;
• Entes controlados direta ou indiretamente pelo Poder Público

2
o Ex.: Sesi, Organizações Sociais.

1.3 PRINCÍPIOS DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO

Art. 3º. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio


constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para
a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos.

a) DA LEGALIDADE

Fiel observância do procedimento licitatório em relação à LEI.

Art. 4º. Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou


entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel
observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo
qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que NÃO
interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

b) DA IMPESSOALIDADE

Oportunizar igualdade de condições a TODOS os participantes.


Mesmo tratamento a todos os administrados que estejam na mesma situação jurídica.

c) DA PUBLICIDADE

TODOS os atos e termos sejam expostos ao conhecimento de qualquer interessado.

OBS.: A LICITAÇÃO é pública, SIGILOSAS são as propostas até a data da abertura


dos seus envelopes. A licitação é um procedimento público.
As propostas dos licitantes são trazidas em envelopes lacrados, que são abertos pela
comissão de licitação na frente de todos.

O princípio da publicidade convive em total harmonia com o princípio do “sigilo das


propostas”.

Art. 3º, §3º. A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao
público os atos de seu procedimento, SALVO quanto ao conteúdo das

3
propostas, até a respectiva abertura.

d) DA MORALIDADE

Probidade administrativa. Obediência à moralidade administrativa, lealdade e boa-fé.


É VEDADO ao administrador conduzir-se de modo ofensivo à ética e à moral.

e) DA EFICIÊNCIA/EFICÁCIA

Utilidade da licitação para atingir o fim pretendido. Menor oneração para a Administração.

f) DA AMPLA DEFESA/CONTRADITÓRIO

Em TODAS as fases do procedimento licitatório deve ser oportunizada a ampla defesa e


contraditório. É uma garantia constitucional (CRFB/88, art. 5º, LV).

g) DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO

Respeito às regras previstas no certame.


EDITAL é a lei interna da licitação. Garantia do administrador e dos administrados.

Instrumento convocatório é aquele que convoca, que chama a participar da licitação. É o


EDITAL (lei interna da licitação) para TODAS as modalidades licitatórias, com EXCEÇÃO da
Modalidade Convite, que NÃO tem edital, tem CARTA-CONVITE .

OBS.: A Administração Pública e os Licitantes estão VINCULADOS ao EDITAL.

h) DO JULGAMENTO OBJETIVO

Objetividade ABSOLUTA prevista nas regras do edital. O julgamento deve ser direto,
claro, SEM favorecimentos e SEM perseguições.

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão


de Licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com
os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato
convocatório e de acordo com os fatores EXCLUSIVAMENTE nele
referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos
órgãos de controle.

4
OBS.:
• Tipos de licitação – critérios de julgamento (como as propostas serão julgadas).
Existem para TODAS as modalidades licitatórias, EXCETO para a modalidade
CONCURSO.
o Concurso NÃO tem tipo de licitação.

São 04 os tipos de licitação:

MENOR PREÇO PREGÃO (serve para comprar)

MELHOR TÉCNICA Serviços e produtos de informática, serviços de


TÉCNICA + PREÇO natureza intelectual.

MAIOR LANCE ou OFERTA LEILÃO (é venda)

Se, mesmo atendendo aos critérios de julgamento, as propostas empatam:


CRITÉRIOS DE DESEMPATE (art. 3º, §2º, da Lei nº 8.666/93) – SUCESSIVOS, NÃO
são alternativos:
• Para BENS e SERVIÇOS :
o Produzidos no País;
o Empresas brasileiras – NÃO interessa o capital;
o Empresas que invistam em tecnologia e pesquisa no país;
o Empresas que tenham reserva de vagas para deficientes ou para reabilitados
da previdência.

OBS.: Se as empresas permanecerem empatadas, vai para um SORTEIO – art. 45, §2º.

i) DO PROCEDIMENTO FORMAL

Previsto na lei.
O administrador NÃO pode inovar nem combinar modalidades já existentes.

j) DA IGUALDADE/ISONOMIA

Idêntico tratamento a TODOS os administrados (CRFB/88, art. 37, XXI).


Relacionado ao princípio da impessoalidade.

ADI 3.583. “É inconstitucional a lei estadual que estabeleça como condição

5
de acesso à licitação pública, para aquisição de bens ou serviços, que a
empresa licitante tenha a fábrica ou sede no Estado-membro”.
*Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (LC nº 123/06)

k) DA PROBIDADE

Administrador deve atuar com honestidade para atender o interesse administrativo.

l) DO SIGILO DAS PROPOSTAS

As propostas são SIGILOSAS até a data da abertura dos envelopes.


Ou seja, à licitação deve ser conferida publicidade, mas NÃO às propostas.

1.4 DISPENSA E INEXIGIBILIDADE (contratação direta)

“São licitáveis unicamente objetos que possam ser fornecidos por mais de uma pessoa,
uma vez que a licitação supõe disputa, concorrência, ao menos potencial, entre ofertantes”.
(Celso Antônio Bandeira de Melo)

1.4.1 LICITAÇÃO INEXIGÍVEL

O que caracteriza a inexigibilidade é a INVIABILIDADE de competição. Mesmo que você


queira licitar, você não consegue.

Quando AUSENTE um dos pressupostos.


Impossível competir. Deve ser justificada.

PRESSUPOSTOS PARA REALIZAÇÃO DA LICITAÇÃO:


• Lógico – pluralidade de objeto e de ofertante;
• Jurídico – proteção do interesse público;
• Fático – interesse do mercado e desnecessidade de contratação específica.

CARACTERÍSTICAS:
• Ato VINCULADO , porque o que caracteriza é a inviabilidade de competição;
• Rol EXEMPLIFICATIVO (outras hipóteses poderão existir).

Art. 25. É INEXIGÍVEL a licitação quando houver inviabilidade de


competição, em especial: (ROL EXEMPLIFICATIVO – indica hipóteses)

6
I. Para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam
ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial
exclusivo, VEDADA a preferência de marca, devendo a
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido
pelo órgão de registro do comércio do local em eu se realizaria a
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou
Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II. Para a contratação de serviços técnicos1, enumerados no art. 13 desta
Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória
especialização, VEDADA a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação;
III. Para contratação de profissional de qualquer setor artístico,
diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado
pela crítica especializada ou pela opinião pública.
§1º. Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa
cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho
anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento,
equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades,
permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
§2º. Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se
comprovado superfaturamento, respondem SOLIDARIAMENTE pelo
dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de
serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras
sanções legais cabíveis.

“Em especial” (= exemplos):

a) Único fornecedor/produtor, VEDADA preferência por marcas;


b) Profissionais (serviços técnicos) do art. 13, VEDADA a contratação de serviços de
publicidade e divulgação → um deles é o advogado. Não basta a sua profissão estar no art.
13, você tem que ser o melhor, reconhecido na área. São requisitos CUMULATIVOS . Não
podendo contratar por inexigibilidade serviços de publicidade, necessariamente tem que ser
licitado.
c) Artistas consagrados pela crítica especializada e pela opinião pública → grau
amplo de subjetividade. Esses artistas são contratados DIRETAMENTE ou através de
empresário EXCLUSIVO (apenas daquele artista).

OBS.: Art. 26, parágrafo único → processo justificando a contratação direta. Tem processo
normal como se fosse licitar.

1 Art. 13. Para fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos
relativos a:
I. Estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II. Pareceres, perícias e avaliações em geral;
III. Assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;
IV. Fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obrar ou serviços;
V. Patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI. Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII. Restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

7
1.4.2 LICITAÇÃO DISPENSÁVEL

LICITAÇÃO POSSÍVEL , mas por algum motivo deixa-se de efetuar em nome de outros
interesses públicos. A administração tem liberdade para realizar ou não (é discricionário).

CARACTERÍSTICAS:
• Ato DISCRICIONÁRIO (a Administração pode licitar, se quiser);
• Rol TAXATIVO (34 hipóteses).

OBS.: As hipóteses previstas nos incisos III a XXXIII devem ser JUSTIFICADAS .

Art. 24. É DISPENSÁVEL a licitação: (ROL TAXATIVO – constituem exceção)


I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10 % (dez por cento) do limite previsto
na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma
obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam
ser realizadas conjunta e concomitantemente;
II - para outros serviços e compras de valor até 10 % (dez por cento) do limite previsto
na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde
que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que
possa ser realizada de uma só vez;
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência
de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para
os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de
obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (CENTO E OITENTA)
DIAS CONSECUTIVOS E ININTERRUPTOS , contados da ocorrência da emergência ou
calamidade, VEDADA a prorrogação dos respectivos contratos;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as
condições preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou
normalizar o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores
aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos
oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e,
persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não
superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos
ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que
tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que
o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos
casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa
Nacional; (Regulamento)
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades
precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua
escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

8
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em
consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação
anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao
preço, devidamente corrigido;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo
necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente
com base no preço do dia;
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de
instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha
inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional
específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem
manifestamente vantajosas para o Poder Público;
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade
certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da
administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática
a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração
Pública, criados para esse fim específico;
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira,
necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao
fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável
para a vigência da garantia;
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios,
embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada
eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por
motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais
puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não
exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei;
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com EXCEÇÃO de
materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização
requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer
de comissão instituída por decreto;
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, SEM fins lucrativos
e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação
de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com
o praticado no mercado;
XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento,
limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata
a alínea b do inciso I do caput do art. 23;
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com
concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com
suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de
serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações
sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas
no contrato de gestão;
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência
de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de
exploração de criação protegida;
XXVI - na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade
de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos
termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação;
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos

9
urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados
por associações ou cooperativas formadas EXCLUSIVAMENTE por pessoas físicas de baixa
renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de
equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública;
XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que
envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer
de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão;
XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes
militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior,
necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e
ratificadas pelo Comandante da Força;
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins
lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do
Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma
Agrária, instituído por LEI FEDERAL;
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da
Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela
constantes;
XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos
para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990,
conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes
produtos durante as etapas de absorção tecnológica;
XXXIII - na contratação de entidades privadas SEM fins lucrativos, para a implementação
de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção
de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular
de água;
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos
estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou
estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia
ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico
e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à
execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos
estratégicos para o Sistema Único de Saúde SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que
tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado.
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por
cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de
economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como
AGÊNCIAS EXECUTIVAS .
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a administração pública
estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo NÃO se aplica aos órgãos ou entidades que
produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de
1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS.
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando aplicada a obras e
serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação
específica.
§ 4º NÃO se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9º à hipótese prevista
no inciso XXI do caput.

CUIDADO! Art. 24, inc. V ≠ Art. 48, §3º


• Art. 24, inc. V → LICITAÇÃO DESERTA (hipótese de dispensa) – a administração
pública lançou edital e NINGUÉM apareceu. Quando ninguém aparece, repetir é muito prejuízo

10
para a administração, ela faz contratação DIRETA.
• Art. 48, §3º → LICITAÇÃO FRACASSADA (NÃO é caso de dispensa) – quando
TODOS forem inabilitados (documentação errada), desclassificados (propostas erradas).
Todos vieram, mas com documentação ou propostas erradas. A administração abre um prazo
para que os licitantes corrijam a documentação e as propostas.
o Não corrigido:
▪ Nova licitação; ou
▪ Dispensável na hipótese do art. 24, VII.

OBS.:
• Art. 24, inc. X → aquisição e aluguel de imóvel pela Administração Pública – quando o
imóvel atender as necessidades da Administração e o preço for compatível com o valor de
mercado, a Administração contrata DIRETAMENTE.
• art. 24, inc. XXIV → contratos celebrados pela Administração por meio de OS
(Organização Social) – esta pode prestar serviços ao Poder Público por meio de contratação
DIRETA, desde que os serviços por ela prestados estejam no CONTRATO DE GESTÃO (é
um contrato celebrado pelas OS). A OS faz parte do chamado 3º setor.

1.4.3 LICITAÇÃO DISPENSADA

Dispensa determinada pela lei. Para certas alienações de bens, a lei declara dispensada
a licitação. CONTRATAÇÃO DIRETA POR DETERMINAÇÃO LEGAL. NÃO há
discricionariedade.

CARACTERÍSTICAS:
• Ato VINCULADO ;
• Rol TAXATIVO.

LICITAÇÃO DISPENSADA → eu não tenho escolha. Diz respeito à venda de bens


públicos moveis e imóveis. A administração vende seus bens por meio do leilão. Quando não
encaixar nas hipóteses do art. 17, vende por LEILÃO.

Art. 17. A ALIENAÇÃO DE BENS da Administração Pública, subordinada à existência


de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às
seguintes normas:
I - quando IMÓVEIS, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração
direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais,

11
dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, DISPENSADA
esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida EXCLUSIVAMENTE para outro órgão ou entidade da
administração pública, de QUALQUER esfera de governo, RESSALVADO o disposto nas
alíneas f, h e i;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24
desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de QUALQUER esfera de
governo;
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou
permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados
no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de
dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja
competência legal inclua-se tal atribuição;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou
permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de ATÉ 250 M²
(duzentos e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais
da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o §1º do art. 6º da Lei no
11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais;
e
II - quando MÓVEIS, dependerá de avaliação prévia e de licitação, DISPENSADA esta
nos seguintes casos:
a) doação, permitida EXCLUSIVAMENTE para fins e uso de interesse social, após
avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra
forma de alienação;
b) permuta, permitida EXCLUSIVAMENTE entre órgãos ou entidades da Administração
Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação
específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração
Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração
Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.
§ 1º Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões
que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, VEDADA a
sua alienação pelo beneficiário.
§ 2º A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de
uso de imóveis, DISPENSADA licitação, quando o uso destinar-se:
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, QUALQUER que seja a
localização do imóvel;
II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do órgão
competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e
exploração direta sobre área rural, observado o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952,
de 25 de junho de 2009;
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispensadas de autorização legislativa, porém
submetem-se aos seguintes condicionamentos:
I - aplicação EXCLUSIVAMENTE às áreas em que a detenção por particular seja
comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004;
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da

12
destinação e da regularização fundiária de terras públicas;
III - VEDAÇÃO de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei
agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de
zoneamento ecológico-econômico; e
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de
declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social.
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo:
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, NÃO sujeito a vedação, impedimento ou
inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias;
II - fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que NÃO exceda mil e
quinhentos hectares, VEDADA a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite;
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea
g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo.
IV - (VETADO)
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei:
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante
de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao
da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50 cinquenta por cento) do valor constante da
alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei;
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de
imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas,
desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a
categoria de bens reversíveis ao final da concessão.
§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão,
OBRIGATORIAMENTE os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob
PENA de nulidade do ato, sendo DISPENSADA a licitação no caso de interesse público
devidamente justificado;
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em
garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por
hipoteca em segundo grau em favor do doador.
§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia NÃO
superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir
o leilão.
§ 7º (VETADO)
Art. 18. Na CONCORRÊNCIA para a venda de BENS IMÓVEIS , a fase de habilitação
limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da
avaliação.
Parágrafo único. Revogado.

1.5 MODALIDADES DE LICITAÇÃO

a) CONCORRÊNCIA

Art. 22, §1º. Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer


interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem
possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para
execução de seu objeto.

Transações de MAIOR VULTO (é a maior modalidade de licitação – a mais ampla). É


precedida de ampla publicidade, qualquer interessado que preencha as condições estabelecidas

13
pode participar.

CARACTERÍSTICAS: formalismo e publicidade.

REGRA: $ Concorrência é OBRIGATÓRIA para:


• Obras e serviço de engenharia
o Valor superior a R$ 1.500.000,00 .
• Outros bens e serviços que NÃO a engenharia
o Valor superior a R$ 650.000,00 .
• Compra ou alienação de bens imóveis, RESSALVADO o leilão para bens adquiridos
em procedimento judicial ou dação em pagamento.

EXCEÇÕES: A licitação será na modalidade CONCORRÊNCIA


INDEPENDENTEMENTE do valor para:

Lei nº 8.987/95 e Lei nº 11.079/04 (Lei da Parceria Público


Privada)

a) Contratos de EXCEÇÃO DA EXCEÇÃO : Quando o contrato estiver no


CONCESSÃO de serviços PND (Programa Nacional de Desestatização), a modalidade
públicos licitatória a ser utilizada é LEILÃO (Lei nº 9.074/95). Ex.:
Leilão dos aeroportos inseridos no PND e serviços de
telefonia.

b) Contratos de Decreto-Lei nº 271/67 – o Poder Público pode conceder áreas


CONCESSÃO de direito de para que particulares se instalem. Ex.: Fábrica da Fiat em
uso Pernambuco. A fábrica se instala ali e gera emprego e renda.

OBS.: Apenas para ALIENAÇÃO de IMÓVEL fruto de


DAÇÃO em pagamento ou DECISÃO JUDICIAL –
concorrência ou leilão (art. 19, III).

Dação em pagamento é dar coisa (no caso, imóvel) diferente


c) AQUISIÇÃO (compra) e
de dinheiro.
ALIENAÇÃO (venda) de
Ex.: O CTN autoriza que você pague a sua dívida com relação
bens IMÓVEIS
ao imóvel que você tem, por exemplo, dando outro imóvel.
Decisão judicial
Ex.: Patrícia está sendo processada judicialmente e vai perder
o imóvel. O Poder Público fica com o imóvel.

14
Art. 6º - NÃO confunda com contrato de empreitada global
d) Contratos de (global é forma de pagamento).
EMPREITADA INTEGRAL Empreitada Integral é quando o empreiteiro entrega a obra
pronta para uso.

É aquela em que há empresas estrangeiras (que NÃO


tenham sede no país) participando.

É possível TOMADA DE PREÇOS internacional? SIM,


e) Licitação
quando o órgão que for licitar tenha cadastro internacional dos
INTERNACIONAL
licitantes. Concorrência NÃO precisa de cadastro.

É possível CONVITE internacional? SIM, se não houver


fornecedor do bem ou do serviço no país.

Publicação do aviso até o recebimento da proposta:

EMPREITADA INTEGRAL; ou
MELHOR TÉCNICA; e 45 DIAS
MELHOR TÉCNICA E PREÇO

DEMAIS HIPÓTESES 30 DIAS

b) TOMADA DE PREÇO

Art. 22, §2º. Tomada de preços é a modalidade de licitação entre


interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observadas a necessária qualificação.

Interessados devidamente cadastrados (habilitação prévia, cadastro público) ou que


atenderem a todas as condições exigidas para o cadastramento até o 3º DIA anterior à data do
recebimento das propostas (NÃO precisa de cadastro).

CARACTERÍSTICAS:
• Inscrição do interessado;
• Habilitação prévia (cadastro tem duração de 1 ANO);
• Substituição (pode realizar concorrência).

Tomada de preço é utilizada para:

15
• Obras e serviços de engenharia:
o Acima de R$ 150.000,00 até R$ 1.500.000,00
• Outros bens e serviços que não de engenharia:
o Acima de R$ 80.000,00 até R$ 650.000,00

Publicação do aviso até o recebimento da proposta:

MELHOR TÉCNICA; ou
30 DIAS
MELHOR TÉCNICA E PREÇO

DEMAIS HIPÓTESES 15 DIAS

c) CONVITE

Art. 22, §3º. Convite é a modalidade de licitação entre interessados do


ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de 3 (três) pela unicidade administrativa, a
qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o
estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que
manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro)
horas da apresentação das propostas.

Interessados do ramo pertinente ao objeto, cadastrados ou NÃO, escolhido e convidados


em número MÍNIMO DE 3 .

CARACTERÍSTICAS:
• Os interessados NÃO convidados deverão ser cadastrados no órgão e manifestar
interesse em até 24 HORAS antes do prazo de entrega das propostas;
• NÃO há edital, apenas CARTA-CONVITE (instrumento convocatório do Convite);
• MÍNIMO DE 3 CONVIDADOS;
o OBS.: manifesto desinteresse dos convidados ou limitação (inviabilidade) do
mercado, É POSSÍVEL MENOS DE 3 INTERESSADOS . Ou seja, é válida
a realização do convite, desde que justificada a circunstância (art. 22, §7º).
Caso contrário, repete-se o convite. E, quando existirem mais de 3 interessados
na praça, NÃO podem ser sempre os menos convidados (art. 22, §6º).
• Prazo entre o recebimento da carta-convite e o recebimento das propostas: 5 DIAS
ÚTEIS

16
OBS.: Publicidade de Convite - NÃO precisa ser publicado na imprensa oficial. O
princípio da publicidade é mais reduzido na modalidade convite.

A modalidade Convite é utilizada para:


• Obras e serviços de engenharia:
o Até R$ 150.000,00 .
• Outros bens e serviços que não de engenharia:
o Até R$ 80.000,00.

Modalidades: CONCORRÊNCIA TOMADA DE PREÇOS CONVITE

VALOR • Elevado • Médio • Pequeno

• Publicação na
imprensa. • Publicação na
• Prazo: de 30 A imprensa.

45 DIAS para • REGRA: 15 DIAS. • Afixação na repartição.


PUBLICIDADE melhor técnica, • EXCEÇÃO: 30 DIAS • Prazo: 5 DIAS.
técnica e preço e para melhor técnica, • DIAS ÚTEIS
empreitada integral. técnica-preço.
• DIAS • DIAS CORRIDOS .
CORRIDOS
• CONVIDADOS
• CADASTRADOS; CADASTRADOS
• NÃO (mínimo três)
• UNIVERSAL
CADASTRADOS, desde • NÃO CONVIDADOS
• Todos os
que requeiram o CADASTRADOS, desde
PARTICIPAÇÃO interessados que
cadastramento em até 3 que requeiram
preencham os
DIAS antes do participação em até 24
requisitos.
recebimento das HORAS antes do
propostas. recebimento das
propostas.

OBS.:
• No caso em que couber CONVITE , eu posso utilizar TOMADA e em QUALQUER
caso a CONCORRÊNCIA (Art. 23, § 4º, da Lei nº 8.666/93).
• CUIDADO: é SEMPRE do menor para o maior: quem pode o mais pode o menos.
• A lei VEDA que você crie modalidades e combine modalidades, porque o procedimento

17
da licitação é formal.

RESUMÃO:

Obras/Serviços de engenharia Outros

CONCORRÊNCIA MAIS DE R$ 1.500.000,00 MAIS DE R$ 650.000,00

TOMADA ATÉ R$ 1.500.000,00 ATÉ R$ 650.000,00

CONVITE ATÉ R$ 150.000,00 ATÉ R$ 80.000,00

Art. 24, I e II ATÉ 10% DO VALOR DO ATÉ 10% DO VALOR DO


(Licitação Dispensável) CONVITE: R$ 15.000,00 CONVITE: R$ 8.000,00

Art. 24, §1º

• Empresa pública: CEF,


Correios; 20% do valor do Convite:
20% do valor do Convite:
• Sociedade de economia R$ 16.000,00
R$ 30.000,00
mista: BB, Petrobras;
• Autarquia ou fundação Consórcio: 20% do convite
qualificada como agência Consórcio: 20% do convite
dobrado (R$ 32.000,00 – até
executiva: não é qualquer dobrado (R$ 60.000,00 – até 3
3 entes) ou triplicado (R$
autarquia ou fundação. entres) ou triplicado (R$
48.000,00 – mais de 3 entes)
Tem que ser uma agencia 90.000,00 – mais de 3 entes) a
a depender do número de
executiva. Ex.: INMETRO; depender do número de entes.
entes.
• Consórcios públicos.

OBS.: A Lei nº 13.303/16 (Estatuto das Estatais) trouxe regras de licitação para empresas
públicas e sociedades de economia mista:

• Para OBRAS: os valores vão ATÉ R$ 100.000,00 .


• Para BENS : ATÉ R$ 50.000,00 (art. 29, I e II, da Lei nº 13.303/16).

Esses valores são FIXOS independentemente da modalidade licitatória.

d) CONCURSO

Art. 22, §4º. Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer


interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores,
conforme critérios constantes de edital publicado na impressa oficial com

18
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

Qualquer interessado para selecionar melhor TRABALHO TÉCNICO, CIENTÍFICO


OU ARTÍSTICO , mediante prêmio OU remuneração.
No concurso, NÃO há celebração de contrato. Se o Poder Público quiser executar o
trabalho, projeto, ele vai fazer uma nova licitação (a modalidade depende do valor).
NÃO tem tipo de licitação. Para cada concurso que a administração realiza, um novo
regulamento é elaborado.

OBS.: É a ÚNICA modalidade licitatória que NÃO tem tipo de licitação.

Critérios estabelecidos em edital – antecedência de 45 DIAS .

Comissão especial de concurso – 3 MEMBROS , NÃO precisam ser servidores


públicos (art. 51, §5º).

e) LEILÃO

Art. 22, §5º. Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer


interessados para a venda de bens móveis inservíveis para administração
ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para alienação
de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual
ou superior ao valor da avaliação.

Qualquer interessado para a venda de bens MÓVEIS inservíveis para a administração ou


de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens IMÓVEIS
fruto de decisão judicial ou dação em pagamento (“dar coisa diferente de dinheiro”) a quem
oferecer o MAIOR LANCE , igual ou superior ao valor da avaliação.

Só é cabível quando: o valor dos bens móveis NÃO for superior a R$ 650.000,00 (art.
17, §6º).

Tipo de Licitação: MAIOR LANCE/OFERTA.

f) PREGÃO – Lei nº 10.520/2002

19
Serve para aquisição (compra) de bens e serviços COMUNS (aqueles designados no
edital com expressão usual de mercado). NÃO pode bens e serviços especializados.

Tipo de Licitação: MENOR PREÇO .

CARACTERÍSTICAS:
• Apresenta maior celeridade e eficiência no processo de seleção;
• Preferência pela modalidade ELETRÔNICA (pregão eletrônico), a NÃO eletrônica
deve ser justificada (pregão presencial);
o OBS.: Em âmbito federal, o pregão é OBRIGATÓRIO .
• Princípio do informalismo;
• Não tem Comissão de licitações, quem faz a licitação é o Pregoeiro e a sua equipe de
apoio.

Lei nº 10.520/02, art. 5º. É VEDADA a exigência de:


• Garantia de proposta;
• Aquisição do edital pelos licitantes como condição para participação no certame
(licitação);
• Pagamento de taxas e emolumentos.

O pregão tem procedimento invertido:

LEI nº 8.666/93 LEI nº 10.520/02 (Pregão)

1º Habilitação 1º Classificação
2º Classificação 2º Habilitação

1º Adjudicação
1º Homologação
2º Homologação (dizer que a licitação está
2º Adjudicação
dentro da lei).

Mera expectativa de direito (eu venço a


licitação, mas não sei se vou assinar o Direito subjetivo à contratação
contrato).

1.6 FRACIONAMENTO DA LICITAÇÃO

DIVISÃO DO OBJETO (contratação de obras ou serviços/aquisição de bens) com

20
intenção de se utilizar modalidade licitatória mais simples em detrimento da mais rigorosa que seria
obrigatória, ou ainda o fracionamento ensejando hipótese de dispensa.

Art. 23, §5º. É VEDADA a utilização da modalidade “convite” ou “tomada


de preços”, conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou
serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo
local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre
que o somatório de seus valores caracterizar o caso de “tomada de preços”
ou “concorrência”, respectivamente, nos termos deste artigo, EXCETO
para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por
pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da
obra ou serviço.

1.7 TIPOS DE LICITAÇÃO

• MENOR PREÇO – (melhor preço) proposta mais vantajosa;


• MELHOR TÉCNICA (qualidade);
• MELHOR TÉCNICA E PREÇO;
• MAIOR LANCE OU OFERTA – para alienação de bens ou concessão de direito real de
uso.

OBS.: Para contratação de bens e serviços de informática deve ser utilizada a licitação
tipo técnica e preço (art. 45, §4º).

1.8 PROCEDIMENTO (fases)

COMISSÃO:
• Pode ser ESPECIAL ou PERMANENTE ;
• No mínimo 3 MEMBROS, dos quais pelo menos 2 devem ser servidores do quadro;
• Mandato de 1 ANO;
• No convite, EXCEPCIONALMENTE em unidades administrativas pequenas, poderá
ser um servidor designado;
• No leilão, APENAS o leiloeiro;
• No pregão, pregoeiro, acompanhado ou NÃO de uma comissão de apoio.

I. Abertura do processo administrativo

21
FASE INTERNA - Instauração do Processo Administrativo – indica objeto, recursos,
caracterização do objeto.

FASE EXTERNA – inaugurada pela publicação do EDITAL, o qual é o ato pelo qual a
administração divulga as regras. ATO VINCULADO .
Requisitos básicos do edital (art. 40).

II. Abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação


dos concorrentes (HABILITAÇÃO)

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,


EXCLUSIVAMENTE , documentação relativa a:

I. Habilitação jurídica;
II. Qualificação técnica;
III. Qualificação econômico-financeira;
IV. Regularidade fiscal e trabalhista;
V. Cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.

Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. LEI 3.041/05, DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL.


LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES COM O PODER PÚBLICO. DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA HABILITAÇÃO.
CERTIDÃO NEGATIVA DE VIOLAÇÃO A DIREITOS DO CONSUMIDOR. DISPOSIÇÃO COM SENTIDO AMPLO, NÃO
VINCULADA A QUALQUER ESPECIFICIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL, POR INVASÃO DA
COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO PARA LEGISLAR SOBRE A MATÉRIA (ART. 22, INCISO XXVII, DA CRFB/88). 1.
A igualdade de condições dos concorrentes em licitações, embora seja enaltecida pela Constituição (art. 37, XXI), pode ser
relativizada por duas vias: (a) pela lei, mediante o estabelecimento de condições de diferenciação exigíveis em abstrato; e
(b) pela autoridade responsável pela condução do processo licitatório, que poderá estabelecer elementos de distinção
circunstanciais, de qualificação técnica e econômica, sempre vinculados à garantia de cumprimento de obrigações
específicas. 2. Somente a lei federal poderá, em âmbito geral, estabelecer desequiparações entre os concorrentes e assim
restringir o direito de participar de licitações em condições de igualdade. Ao direito estadual (ou municipal) somente será
legítimo inovar neste particular se tiver como objetivo estabelecer condições específicas, nomeadamente quando
relacionadas a uma classe de objetos a serem contratados ou a peculiares circunstâncias de interesse local. 3. Ao inserir a
Certidão de Violação aos Direitos do Consumidor no rol de documentos exigidos para a habilitação, o legislador estadual se
arvorou na condição de intérprete primeiro do direito constitucional de acesso a licitações e criou uma presunção legal, de
sentido e alcance amplíssimos, segundo a qual a existência de registros desabonadores nos cadastros públicos de proteção
do consumidor é motivo suficiente para justificar o impedimento de contratar com a Administração local. 4. Ao dispor nesse
sentido, a Lei Estadual 3.041/05 se dissociou dos termos gerais do ordenamento nacional de licitações e contratos, e, com
isso, usurpou a competência privativa da União de dispor sobre normas gerais na matéria (art. 22, XXVII, da CRFB/88). 5.
Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente.

III. Abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes

22
habilitados

Ato público. Habilitados/inabilitados.

IV. Verificação das propostas com os requisitos do edital

V. Julgamento e classificação das propostas

Classificados/desclassificados.

VI. Homologação e adjudicação

HOMOLOGAÇÃO – autoridade superior à comissão de licitação delibera, aprovando o


procedimento, se em ordem.

ADJUDICAÇÃO – autoridade que homologou atribui ao vencedor o objeto da licitação. Ato


declaratório, VINCULADO .

OBS.:
• O RESULTADO da licitação NÃO confere direito subjetivo à contratação, mas MERA
EXPECTATIVA.
• A ADJUDICAÇÃO tem FORÇA VINCULANTE , vez que a administração não está
obrigada a contratar, mas, caso decida contratar, deverá contratar o vencedor da
licitação.

PROCEDIMENTO (fases)

CONCORRÊNCIA Edital → habilitação → classificação → homologação → adjudicação.

TOMADA DE PREÇO “Habilitação” → edital → classificação → homologação → adjudicação.

CONVITE Carta-convite → classificação → homologação → adjudicação.

Art. 52. O Concurso a que se refere o §4º do art. 22 desta Lei deve ser
precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no
local indicado no edital.
CONCURSO
§1º. O regulamento deverá indicar:
I. A qualificação exigida dos participantes;
II. As diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

23
III. As condições de realização do concurso e os prêmios a serem
concedidos.

Art. 53. O Leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor


designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação
pertinente.
§1º. Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela
Administração para fixação do preço mínimo de arrematação.
§2º. Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual
estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a

LEILÃO assinatura da respectiva ATA lavrada no local do leilão,


IMEDIATAMENTE entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao
pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação,
sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.

§3º. Nos LEILÕES INTERNACIONAIS , o pagamento da parcela à


vista poderá ser feito em até VINTE E QUATRO HORAS .

§4º. O edital de leilão deve ser amplamente divulgado,


PRINCIPALMENTE no município em que se realizará.

Lei nº 10.520/2002
Decreto nº 3.555/2000 – instituído em todos os entes federativos.

NÃO é obrigatório para todos os entes federativos.


Para a União é OBRIGATÓRIO para aquisição de bens e serviços
comuns (Decreto nº 5.450/2005, art. 4º) e preferencialmente pregão
eletrônico.

Características:
PREGÃO • Princípio da oralidade;
• Princípio do informalismo.
Modalidades:

• Presencial;
• Eletrônico.
Objeto de Contratação:

• Aquisição de bens e contratação de serviços comuns (Decreto


nº 3.555/2000)
• Menor preço.

24
Fases: Comunicado → edital → classificação → habilitação →
adjudicação → homologação (OBS.: há INVERSÃO de etapas).

• Interna – caráter preparatório. Pregoeiro.


• Externa:
o Convocação – publicação do aviso na imprensa oficial,
NÃO havendo jornal de grande circulação.
o Edital – publicação na internet, na homepage do TCU (Lei
nº 9.755/98).
o Apresentação das propostas (mínimo 8 DIAS após a
convocação).
• Sessão – reunião do pregoeiro e dos participantes para escolha
do fornecedor do bem ou do serviço.
o Pública;
o Apresentação de declaração de que estão presentes os
requisitos de habilitação.
• Julgamento das propostas – oferta de valor mais baixo e
propostas com preços até 10% superiores poderão fazer novos
lances verbais.
• Análise da habilitação- somente do vencedor, se inabilitado,
analisa o segundo lugar.
• Adjudicação – homologação.

1.9 REGISTRO DE PREÇOS

Art. 15.

Utilizado para comprar obras e serviços ROTINEIROS .

• Realiza uma CONCORRÊNCIA e a proposta vencedora fica registrada, estando


disponível quando houver necessidade de contratação.
• NÃO obriga a Administração a contratar com o vencedor.

CONDIÇÕES:
• Utilização da CONCORRÊNCIA, EXCETO quando cabível o PREGÃO.
• Necessidade de sistema de controle e atualização dos preços – revisão.
• Validade do registro não pode superar 12 MESES (art. 12).

25
• Registros devem ser publicados TRIMESTRALMENTE .

Órgão gerenciador Responsável pela condução do certamente e gerenciador da ata.

Órgão participante Atua nos procedimentos iniciais e integra a ata de registro de preço.

Utilização por uma pessoa jurídica ou órgão público do registro de


Carona, Aderente ou preço realizado por outra entidade estatal, desde que respeitado o
Órgão não participante limite quantitativo – até 5 VEZES a quantidade total da licitação
(Decreto nº 7.892/13).

1.9.1 ATA DE REGISTRO DE PREÇO

Documento VINCULATIVO , obrigacional, com características de compromisso para


futura contratação nas condições estabelecidas.

OBS.: A existência de preços registrados NÃO obriga a Administração a contratar,


facultando-se a realização de licitação específica para a aquisição pretendida, assegurada
preferência ao fornecedor registrado.

Ou seja, a ATA OBRIGA os fornecedores, mas NÃO obrigada a Administração.

POSSIBILIDADE DE NEGOCIAÇÃO:
• Preço registrado superior ao praticado no mercado, negociação para redução do preço;
• Preço registrado inferior ao praticado no mercado, se impossível cumprir libera o
fornecedor.

1.10 REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO - RDC

Lei nº 12.462/2011, Art. 1º. É instituído o Regime Diferenciado de


Contratações Públicas (RDC), aplicável exclusivamente às licitações e
contratos necessários à realização:
I. Dos JOGOS OLÍMPICOS E PARAOLÍMPICOS DE 2016 ,
constantes da Carteira de Projetos Olímpicos a ser definida pela Autoridade
Pública Olímpica (APO); e
II. Da COPA DAS CONFEDERAÇÕES DA FEDERAÇÃO
INTERNACIONAL DE FUTEBOL ASSOCIAÇÃO – FIFA 2013 e
da COPA DO MUNDO FIFA 2014, definidos pelo Grupo Executivo –

26
Gecopa 2014 do Comitê Gestor instituído para definir, aprovar e
supervisionar as ações previstas no Plano Estratégico das Ações do
Governo Brasileiro para a realização da Copa do Mundo Fifa 2014 –
CGCOPA 2014, restringindo-se, no caso de obras públicas, às constantes
da matriz de responsabilidades celebrada entre a União, Estados, Distrito
Federal e Municípios;
III. De obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os
AEROPORTOS DAS CAPITAIS DOS ESTADOS DA
FEDERAÇÃO distantes até 350 KM (trezentos e cinquenta quilômetros)
das cidades sedes dos mundiais referidos nos incisos I e II.
IV. Das ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC).
V. Das obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de
Saúde – SUS.
VI. Das obras e serviços de engenharia para construção, ampliação e
reforma de ESTABELECIMENTOS PENAIS e UNIDADES DE
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO.
§1º. O RDC tem por objetivos:
I. Ampliar a eficiência nas contratações públicas e a competitividade
entre os licitantes;
II. Promover a troca de experiências e tecnologias para o setor público;
III. Incentivar a inovação tecnológica; e
IV. Assegurar tratamento isonômico entre os licitantes e a seleção da
proposta mais vantajosa para a administração pública.
§2º. A opção pelo RDC deverá constar de forma EXPRESSA do
instrumento convocatório e resultará no afastamento das normas contidas
na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, EXCETO nos casos
EXPRESSAMENTE previstos nesta Lei.
§3º. Além das hipóteses previstas no caput, o RDC também é aplicável às
licitações e contratos necessários à realização de obras e serviços de
engenharia no âmbito dos sistemas públicos de ensino.

A adoção do RDC NÃO é OBRIGATÓRIO . A opção deve ser EXPRESSA, o que afasta
a aplicação subsidiária da Lei nº 8.666/93, EXCETO os casos expressos previstos na Lei nº
12.462/2011.
Há possibilidade de indicação de marca, exigência de amostra, certificação de qualidade,
remuneração variável em função da performance (meta).

27
2 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

São os ajustes que a administração pública, agindo com SUPREMACIA, celebra com
terceiro para a realização dos objetivos de interesse público, nas condições fixadas pela própria
Administração.
“No contrato administrativo, a Administração age como poder público, com poder de império
na relação jurídica contratual; não agindo nessa qualidade, o contrato será de direito privado”.

SÃO CONTRATOS CELEBRADOS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:


• Contratos de direito privado;
• Contratos administrativos:
o Tipicamente administrativos – concessão de serviço público, de obra pública e
de uso de bem público.
o NÃO tipicamente administrativos – tem paralelo no direito privado. Ex.:
empréstimo, depósito, empreitada.

2.1 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

PRIVATIVA da UNIÃO.

CRFB/88, Art. 22, XXVII. Normas gerais de licitação e CONTRATAÇÃO ,


em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, obedecendo o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas
públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, §1º, III,
da CF.

Lei nº 8.666/93.

2.2 SUJEITOS DO CONTRATO

CONTRATANTE ADMINISTRAÇÃO

• Pessoas jurídicas de direito público;


CONTRATADO
• Pessoas jurídicas de direito privado;

28
• OBS.: Microempresas e empresas de pequeno porte (tratamento
diferenciado) – licitação apenas no valor máximo de R$ 80.000,00,
exigência de subcontratação destas empresas, cota de 25% do objeto
da contratação (LC nº 123/2006, art. 48).

2.3 CARACTERÍSTICAS

• Presença da Administração Pública com prerrogativas públicas;


• Finalidade pública;
• Formalismo – obediências à forma prescrita em lei (escrito, assinado, datado,
publicado).
o É NULO o contrato verbal com a administração, SALVO o de pequenas
compras de pronto pagamento, até R$ 4.000,00 ou 5% do valor do convite.
• Licitação prévia (CRFB/88, art. 37, XXI), EXCETO hipóteses de dispensa e
inexigibilidade.
• Publicação – INDISPENSÁVEL a publicação resumida do instrumento do contrato na
imprensa oficial para sua eficácia.
• Natureza de CONTRATO DE ADESÃO (você não muda as regras do contrato. Quem
diz as regras é a administração, você só adere ao contrato)
• Natureza intuito personae – melhor proposta apresentada.
• Comutativo (obrigações recíprocas – para ambas as partes), consensual (acordo de
vontade) e sinalagmático (obrigações recíprocas).
• Presença de CLÁUSULAS EXORBITANTES (cláusulas de privilégios)

CLÁUSULAS EXORBITANTES

I. Administração Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que
pública goza do prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de
garantia nas contratações de obras, serviços e compras.
privilégio de exigir
§ 1º - Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades
do contratado a de garantia:
prestação de I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes
ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema
garantia nas centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central
contratações de do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido
pelo Ministério da Fazenda;
obras, serviços e
II - seguro-garantia;
compras. III - fiança bancária.

II. Alteração Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:

29
unilateral para I - unilateralmente pela Administração:
melhor adequação a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para
melhor adequação técnica aos seus objetivos;
às finalidades de
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência
interesse público. de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites
permitidos por esta Lei;
[...]§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial
atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de
equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus
acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
estabelecidos no parágrafo anterior, SALVO:
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.
(OBS.: Nesse caso o limite de 25% pode ser alterado. Porém se é
acordo, NÃO é cláusula exorbitante).
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I - o NÃO cumprimento de cláusulas contratuais, especificações,
projetos ou prazos;
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,
projetos e prazos;
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a
comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do
fornecimento, nos prazos estipulados;
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, SEM justa
III. Rescisão causa e prévia comunicação à Administração;
unilateral – em caso VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do
contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem
de inexecução total
como a fusão, cisão ou incorporação, NÃO admitidas no edital e no
ou parcial do contrato;
contrato, pode a VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade
designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as
Administração de seus superiores;
Pública rescindi-lo VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na
forma do § 1º do art. 67 desta Lei;
por ato unilateral e
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
escrito.
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da
empresa, que prejudique a execução do contrato;
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo
conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da
esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas
no processo administrativo a que se refere o contrato;
[...]
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente
comprovada, impeditiva da execução do contrato.
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente

30
motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla
defesa.
A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
IV. Fiscalização representante da Administração ESPECIALMENTE designado,
permitida a contratação de terceiros para realizar tal atribuição (Lei nº
8.666/93, art. 67).
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes
SANÇÕES:
I - Advertência;
II - Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento
de contratar com a Administração, por prazo NÃO superior a 2 (DOIS)
ANOS;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes
da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o
V. Aplicação de contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após
decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
penalidade –
sanções motivadas ADMINISTRATIVO – MANDADO DE SEGURANÇA – LICITAÇÃO –
pela inexecução SUSPENSÃO TEMPORÁRIA – DISTINÇÃO ENTRE ADMINISTRAÇÃO
E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INEXISTÊNCIA – IMPOSSIBILIDADE
total ou parcial DE PARTICIPAÇÃO DE LICITAÇÃO PÚBLICA – LEGALIDADE – LEI
8.666/93, ART. 87, INC. III.- É irrelevante a distinção entre os termos
Administração Pública e Administração, por isso que ambas as figuras
(suspensão temporária de participar em licitação (inc. III) e declaração
de inidoneidade (inc. IV) acarretam ao licitante a não-participação em
licitações e contratações futuras.
- A Administração Pública é una, sendo descentralizadas as suas
funções, para melhor atender ao bem comum.
- A limitação dos efeitos da “suspensão de participação de licitação”
NÃO pode ficar restrita a um órgão do poder público, pois os efeitos do
desvio de conduta que inabilita o sujeito para contratar com a
Administração se estendem a QUALQUER órgão da Administração
Pública. Recurso especial não conhecido.
STJ, 2ª Turma, Min Francisco Peçanha Martins, RESP 151567/RJ.
VI. Anulação em
razão do exercício A administração deve declarar a NULIDADE de seus contratos quando
eivados de vício de ILEGALIDADE .
da autotutela

Exceção do contrato NÃO cumprido – exceptio non adimplenti


contractus.
VII. Retomada
O contratado só poderá suspender a execução do contrato ou solicitar a
do objeto sua rescisão se ultrapassados 90 DIAS SEM que a Administração
efetue o pagamento em atraso. SALVO nos casos de guerra,
calamidade pública, e grave perturbação da ordem.
Poder da Administração de alterar, UNILATERALMENTE , as
VIII. Mutabilidade cláusulas regulamentares ou rescindir o contrato antes do prazo
estabelecido, por motivo de interesse público, ou em decorrência do fato

31
príncipe, do fato da administração e da teoria da imprevisão.
A mutabilidade provoca uma quebra no equilíbrio econômico-financeiro
do contrato administrativo que pode ser na álea administrativa (por
alteração unilateral de contrato da administração, pelo fato príncipe e
fato da administração) ou na álea econômica (teoria da imprevisão), as
quais autorizam a recomposição do equilíbrio ou a rescisão.

Alteração unilateral do contrato – a administração pode alterar


unilateralmente o contrato no limite estabelecido na lei.
Art. 65, §1º. O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas
obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor
inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício
ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os
seus acréscimos.

Fato do PRÍNCIPE – administração age como autoridade pública


provocando um desequilíbrio econômico-financeiro. É uma
determinação GERAL que de forma INDIRETA atinge o contrato (ex.:
aumento na alíquota de determinado tributo). Responsabilidade –
mesma esfera.
Art. 65, §5º. Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou
extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando
ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada
repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para
mais ou para menos, conforme o caso.

Fato da ADMINISTRAÇÃO – é uma determinação da administração


INDIVIDUAL DIRETAMENTE relacionada com o contrato, tornando
impossível a sua execução ou provocando o desequilíbrio econômico.
Ex.: a Administração não expede as devidas ordens de pagamento.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da
Administração, por prazo superior a 120 DIAS, SALVO em caso de
calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou
ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo,
independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas
sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses
casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações
assumidas até que seja normalizada a situação;
XV - o atraso superior a 90 DIAS dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou
parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de
calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra,
assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do
cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou
objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos
contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no
projeto;

32
Teoria da IMPREVISÃO – acontecimento EXTERNO ao contrato,
estranho à vontade das partes, imprevisível e inevitável que cause
desequilíbrio muito grande ao contrato (caso fortuito e força maior).

Pacta sunt servanda (os pactos devem ser respeitados)


X
Rebus sic stantibus (estando as coisas assim – Teoria da Imprevisão).

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
II - por acordo das partes:
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente
entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a
justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na
hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução
do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do
príncipe, configurando área econômica extraordinária e extracontratual.

2.4 RESPONSABILIDADE DECORRENTE DO CONTRATO

• Obrigação de execução do contrato;


• Encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do
contrato – obrigação do empregador (contratado) e subsidiariamente a administração como
tomador de serviço, desde que omisso na fiscalização (TST, súmula 331).

2.5 EXTINÇÃO DO CONTRATO

• Cumprimento do objeto;
• Término do prazo – termo final (TODO contrato tem prazo determinado);
• Impossibilidade material (desaparecimento do objeto) ou jurídica (falecimento do
contratado) – caráter intuitu personae;
• Invalidação – vício de ilegalidade; desconstituição – anulação;
• Rescisão do contrato;
o Rescisão unilateral – iniciativa da administração pública;
▪ Atos atribuíveis ao contratado (inadimplência) – reparação dos prejuízos
para o Poder Público.
▪ Motivo de interesse público – ressarcimento dos prejuízos ao contratado.
o Rescisão amigável ou administrativa – acordo entre as partes reduzido a
termo no processo da licitação, desde que conveniente para a administração.
Precedida de autorização da autoridade competente.

33
o Rescisão judicial – normalmente requerida pelo contratado quando haja
inadimplemento pela Administração.
o Rescisão por arbitragem – direitos patrimoniais disponíveis.

2.6 MODALIDADES DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

a) CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

DELEGAÇÃO, por prazo determinado, da prestação de serviço público, mediante


LICITAÇÃO na modalidade CONCORRÊNCIA, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas
em seu próprio nome, mediante remuneração paga, em REGRA, pelo USUÁRIO (tarifa).
Ex.: transporte público, distribuição de água, distribuição de energia.

Lei nº 8.987/95 - o poder concedente poderá intervir na concessão a fim de assegurar a


adequação na prestação do serviço.

b) CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO PRECEDIDO DE OBRA PÚBLICA

Administração Pública DELEGA a outrem, mediante LICITAÇÃO na modalidade


CONCORRÊNCIA, a execução de determinado serviço público com previa obra pública, para
que realize por sua conta e risco, mediante remuneração paga pelos BENEFICIÁRIOS .
Ex.: cobrança de pedágio.

c) PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

Administração DELEGA, por meio de CONTRATO , mediante LICITAÇÃO , a


prestação de um serviço público à pessoa física ou jurídica.

d) CONCESSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO

A administração TRANSFERE a terceiro o uso, de forma especial, anormal ou privativa,


em condições especiais, de determinado bem público, mediante remuneração ou de forma
gratuita.

e) PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA – “PPP”

34
Lei nº 11.079/2004 - CONTRATO administrativo de concessão que pode ser patrocinada
ou administrativa. Concessões especiais.
I. PATROCINADA: contrato de concessão de serviço público ou de obras públicas,
quando houver, além da TARIFA paga pelo usuário, a CONTRAPRESTAÇÃO do parceiro
público ao parceiro privado.
II. ADMINISTRATIVA: prestação de serviço em que a administração pública seja a
usuária direta ou indireta, relativo a execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. Há
somente o PAGAMENTO INTEGRAL DO PREÇO do parceiro público ao parceiro privado.

• Antes da celebração do contrato deverá ser constituída sociedade de propósito


específico, que terá por finalidade implantar e gerir o objeto da parceria.
• PRECEDIDO de licitação na modalidade CONCORRÊNCIA.
• Prazo contratual entre 5 e 35 ANOS .
• Valor contratual de no mínimo 20 MILHÕES DE REAIS

f) CONTRATO DE OBRA PÚBLICA

Particular executa obra pública para UTILIZAÇÃO DO PRÓPRIO ENTE ESTATAL


ou da COLETIVIDADE EM GERAL.
• Rege-se pela lei nº 8.666/93.
• Projeto básico/projeto executivo
• Execução direta/ indireta

g) CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

Contratação de atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a


administração.
• Obrigação de fazer
• Projeto Básico/Projeto Executivo
• Serviço comum/ Serviço técnico-profissional
Ex.: conservação, reparação, transporte, demolição, manutenção etc.

h) CONTRATO DE FORNECIMENTO (compras)

Aquisição de bens móveis necessários à consecução dos serviços administrativos.


Caracterizar o objeto das compras e especificar os recursos financeiros para o pagamento do

35
fornecedor (contratado).

i) CONTRATO DE GESTÃO

Ajuste entre a administração pública direta e a administração indireta ou entidades privadas


(Paraestatais).
Objetivo: estabelecer METAS e cumpri-las para aumentar a eficiência, em troca de maior
autonomia.
• Agência Executiva
• Organização Social

CONVÊNIO - NÃO constitui modalidade de contrato por ser uma forma de ajuste entre o
Poder Público e entidades públicas ou privadas para realização de objetivos de interesse
comuns.
• Propósito de cooperação mútua
• Formalizam-se através de “Termos de Cooperação” ou “Convênios”

CONSÓRCIO ADMINISTRATIVO – acordo de vontades entre duas ou mais entidades


públicas da mesma natureza e mesmo nível de governo ou entre entidades da Administração
Indireta para a consecução de objetivos comuns (Lei nº 11.107/2005).
Exige a criação de uma pessoa jurídica (associação pública ou pessoa jurídica de direito
privado).

3 SERVIÇOS PÚBLICOS

“É todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles
estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples
conveniência do Estado”. (HLM)

“É toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que exerça diretamente ou por
meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às necessidades coletivas,
sob regime jurídico total ou parcialmente público”. (MSZP)

SERVIÇO PÚBLICO - função administrativa do Estado definida pelo constituinte ou pelo


legislador.

36
CARACTERÍSTICAS:
• Sujeito estatal – um dos objetivos do Estado;
• Interesse Coletivo;
• Regime de Direito Público.

3.1 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS

a) ELEMENTO SUBJETIVO

Leva-se em conta o sujeito responsável pela criação e prestação do serviço público.


ESTADO – titular ABSOLUTO.

• Diretamente – CENTRALIZADO (órgão e agentes)


• Indiretamente – DESCENTRALIZADO (outorga ou delegação)
o Prestado pela administração indireta (pública) – SERVIÇO OUTORGADO
(transfere a titularidade e a execução)
▪ Estado cria e transfere às entidades, por lei especial, determinado
serviço público.
o Prestado por administração indireta (privado) e empresas concessionárias,
permissionárias e autorizatárias – SERVIÇO DELEGADO (transfere
apenas a execução).
▪ Estado transfere a prestação de serviço a estas empresas, por meio de:
• LEI – para as Empresas Públicas e Sociedades de Economia
Mista,
• CONTRATO administrativo ou ato unilateral – para os
Particulares.

TITULARIDADE
• Serviços PRIVATIVOS : atribuído a uma das esferas da federação.
o Ex.: serviço postal, polícia marítima (União, art. 21, da CRFB/88), transporte
coletivo intermunicipal (Municípios, art. 30, CRFB/88).
• Serviços COMUNS : podem ser prestados por pessoas de mais de uma esfera
federativa.
o Ex.: saúde pública, proteção do meio ambiente (art. 23, da CRFB/88)

b) ELEMENTO FORMAL

37
Regido por normas de direito público.
Atividade submetida ao regime de direito público.

c) ELEMENTO MATERIAL

ATIVIDADE ADMINISTRATIVA desempenhada que satisfaça os interesses da


coletividade.
Prestação de atividade continuada pela Administração Pública, na busca do interesse
público, fornecendo uma comodidade que será usufruída por TODA a sociedade.
Serviço público = atividade pública.

3.2 Princípios

a) Princípio da Continuidade do Serviço Público

O serviço público é um dever do Estado, NÃO podendo sofrer suspensão na sua execução
(princípio da permanência).

CONSEQUÊNCIAS:
• Greve de agentes públicos
• Inadimplemento do usuário do serviço (prévio aviso, serviço essencial interesse da
coletividade)
• IMPOSSIBILIDADE , em tese, de invocação da cláusula de exceção do contrato NÃO
cumprido contra a Administração
• Aplicação da TEORIA DA IMPREVISÃO
• Ocupação temporária de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços VINCULADOS ao
objeto do contrato nos serviços essenciais

EXCEÇÃO:

Lei nº 8.987/95, art. 6º. Toda concessão ou permissão pressupõe a


prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários,
conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo
contrato. [...]
§ 3º NÃO se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua
INTERRUPÇÃO em situação de emergência ou após prévio aviso,

38
quando
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das
instalações; e
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade.

b) Princípio da Mutabilidade do Regime Jurídico ou Atualidade

A prestação do serviço público deve, SEMPRE , ser feita dentro das técnicas mais
modernas. Está ligado diretamente a eficiência na execução de suas atividades – serviço mais
seguro com melhorias no resultado.

c) Princípio da Igualdade

Tratamento igualitário aos usuários desde que satisfaça as condições legais. Prestados
com a maior amplitude possível e SEM discriminação entre os beneficiários.
PRINCÍPIO DA GENERALIDADE (Universalidade).

d) Princípio da Eficiência (Economicidade)

A execução deve ser mais proveitosa com menor dispêndio. Adequação entre o serviço
e a demanda social de forma a obter proveito do serviço prestado.

3.2 ESPÉCIES

• Serviços públicos EXCLUSIVOS , NÃO delegáveis – prestados diretamente pelo


Estado. Ex.: organização administrativa, serviço postal e correio aéreo nacional.
• Serviços públicos EXCLUSIVOS DELEGÁVEIS – devem ser prestados pelo Estado
diretamente ou mediante delegação a particulares. Ex.: transporte público, energia elétrica.
• Serviços públicos de DELEGAÇÃO OBRIGATÓRIA – devem ser prestados pelo
Estado e por meio de delegação a particulares. Estado NÃO pode monopolizar. Ex.: rádio e
televisão.
• Serviços públicos NÃO EXCLUSIVOS do Estado – Estado e particulares prestam o
serviço SEM necessidade de DELEGAÇÃO . Ex.: saúde, educação, previdência

3.3 CLASSIFICAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO

39
3.3.1 Serviços próprios e impróprios

• SERVIÇO PRÓPRIO
Serviço ESSENCIAL e INDISPENSÁVEL . Prestado diretamente pelo Estado, pela
Administração Indireta ou mediante delegação a particulares (concessão, permissão). Ex.:
energia elétrica, abastecimento de água, telefonia

• SERVIÇOS IMPRÓPRIOS (ou serviços de utilidade pública)


São autorizados, regulamentados e fiscalizados pelo Estado, SEM necessidade de
DELEGAÇÃO. Refere-se a atividade privada, mas por atender a necessidades de interesse geral
NÃO são considerados como serviços públicos, são serviços NÃO EXCLUSIVOS do Estado.
Ex.: saúde, educação e previdência

3.3.2 Quanto ao objeto

• SERVIÇO PÚBLICO ADMINISTRATIVO


Administração pública executa para atender as suas necessidades internas ou preparar
outros serviços que serão prestados ao público.
Ex.: imprensa oficial

• SERVIÇOS PÚBLICOS COMERCIAIS OU INDUSTRIAIS


Administração pública executa, direta ou indiretamente, para atender às necessidades
coletivas de ordem econômica (possibilidade de lucro). Remunerados por tarifa ou preço público.
Concessão ou permissão.
Ex.: distribuição de gás, telecomunicação, transporte.

• SERVIÇO PÚBLICO SOCIAL


Atende necessidades coletivas (reclamos sociais básicos) em que a atuação do
Estado é ESSENCIAL , mas que convivem com a iniciativa privada.
Ex.: serviço de saúde, educação, previdência.

3.3.3 Quanto ao alcance

• INDIVIDUAL OU UTI SINGULI:


Usufruídos direta e individualmente pelo administrado. DIVISÍVEL e específico.
o Serviço individual COMPULSÓRIO – impostos coativamente. Paga-se pelo

40
fato de estar à disposição. A cobrança é feita por TAXA. Ex.: saneamento
básico, coleta de lixo.
o Serviço individual FACULTATIVO – o usuário pode recusar e só paga se
utilizar. A cobrança é feita através de TARIFA ou PREÇO PÚBLICO. Ex.:
telefonia, transporte coletivo.

Súmula 545, STF

• GERAL OU UTI UNIVERSI


A administração presta à coletividade SEM usuário determinado. É INDIVISÍVEL.
Mantido pela receita geral do Estado (arrecadação de IMPOSTOS).
Ex.: limpeza pública, iluminação pública, segurança pública, prevenção de doença.

EMENTA: TRIBUTÁRIO. TIP - TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA.


MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE. INCONSTITUCIONALIDADE. A
orientação do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a Taxa de
Iluminação Pública é inconstitucional, uma vez que seu fato gerador tem
caráter inespecífico e indivisível. Agravo regimental conhecido, mas ao
qual se nega provimento. (STF, AI-AgR 479587/MG, Segunda Turma, Rel.
Ministro Joaquim Barbosa, julgado em 03/03/2009)

STF, súmula 670.

3.3.4 Quanto à forma de prestação do Serviço Público

• SERVIÇO PÚBLICO EXCLUSIVO DO ESTADO INDELEGÁVEIS


Só podem ser prestados pelo Estado, direta ou por Autarquias e Fundações (próprio).
Ex.: Serviços Assistenciais, Segurança Pública, defesa nacional, serviço postal

• SERVIÇO PÚBLICO EXCLUSIVO DO ESTADO DELEGÁVEIS


Devem ser prestados pelo Estado de forma direta ou mediante delegação a particulares.
Ex.: transporte, energia

• SERVIÇO PÚBLICO NÃO EXCLUSIVO DO ESTADO (DELEGÁVEIS )


Serviço públicos sociais também prestados pelo particular. Neste caso, o Estado
supervisiona, coordena, autoriza, regulamenta e acompanha a execução dos serviços (impróprio).
Ex.: saúde, educação, previdência.

41
SERVIÇO PÚBLICO X SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA

SERVIÇO PÚBLICO PROPRIAMENTE DITO SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA

Atender as comodidades dos membros da


Administração presta diretamente à
sociedade. A administração presta direta ou
comunidade, SEM delegação.
indiretamente.
Ex.: Segurança, defesa nacional.
Ex.: telecomunicações, energia, transporte.

3.4 COMPETÊNCIA PARA A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Previsto na Constituição Federal, ou em lei.

Ex.: Art. 21. Compete à União


X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços
de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação
de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos
de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia
de âmbito nacional;
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
princípios e condições:

3.5 FORMAS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO

• EXECUÇÃO DIRETA – prestado pelo Estado (CENTRALIZADA)

42
o Centralizada – serviço praticado diretamente pela Administração Pública.
• EXECUÇÃO INDIRETA – prestados por entidades diversas das pessoas federativas
(DESCENTRALIZADA).
o Descentralizada - realiza a prestação do serviço através da Administração
Indireta ou empresas concessionárias, permissionárias e autorizatárias.

OUTORGA – Estado transfere por LEI determinado serviço público. Transferência da


TITULARIDADE e a EXECUÇÃO. Apenas para as pessoas jurídicas de direito público.
DELEGAÇÃO – Estado transfere por CONTRATO ou ATO UNILATERAL unicamente
a EXECUÇÃO do serviço. Para particulares (contrato) ou entes da Administração Indireta regidos
pelo direito privado (Lei).
DESCONCENTRADA – a própria administração pública realiza o serviço através de seus
órgãos

3.6 DELEGAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO

A prestação do serviço público é transferida para pessoas estranhas ao Estado. É feito


através de concessão, permissão e autorização.

CRFB/88, art. 175. “Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,


diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, sempre através
de licitação, a prestação de serviço público”.

3.6.1 CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: contrato administrativo

• CONCESSÃO COMUM (Lei nº 8.987/95) – serviço público ou obra pública delegados


pela administração por tempo determinado. Precisa de licitação (concorrência). TODOS os
recursos provem de TARIFA paga pelo usuário.

CARACTERÍSTICAS
• Precedida de licitação na modalidade CONCORRÊNCIA;
• O Poder Público fixa a TARIFA a ser paga pelo usuário;
• Contrato de concessão prevê CLÁUSULAS ESSENCIAIS :
o relativas ao serviço adequado;
o aos direitos e obrigações do concedente, concessionário e do usuário;
o prestação de contas;
o fiscalização;

43
o fim da concessão.
• Responsabilidade do concessionário – é OBJETIVA (STF) art. 37, § 6º, CRFB/88
• Concessão à pessoa jurídica ou consórcio de empresas

3.6.1.1 FORMAS DE EXTINÇÃO DA CONCESSÃO

• Por expiração do prazo fixado no ato da concessão;


• Por rescisão judicial – requerida pela concessionária;
• Rescisão consensual
• Por ato unilateral do poder concedente:
o encampação (interesse público);
o caducidade ou decadência (inadimplência do concessionário);
o anulação da concessão.
• Falência do concessionário;
• Extinção da empresa ou morte do concessionário;
• Anulação – ilegalidade

Reversão dos bens vinculados à concessão de serviço público – bens


REVERSÍVEIS. Finda a concessão, a execução e a exploração do serviço retornam à
Administração Pública, assim como os bens e equipamentos públicos. Mera consequência da
extinção da concessão.
Os bens do concessionário VINCULADOS à execução dos serviços públicos também se
integram à Administração Pública, neste caso, poderá ter indenização.

3.6.1.2 PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA (PPP)

Espécie de CONCESSÃO de serviço público. Acordos firmados entre o particular e o


poder público, mediante procedimento licitatório (CONCORRÊNCIA), com o objetivo de
prestação de serviço de forma menos dispendiosa, podendo admitir fornecimento de bens ou
execução de obras. Há uma contraprestação pecuniária do ente estatal além do compartilhamento
dos riscos da atividade executada.

I. Espécies de Parcerias

a) Concessão patrocinada – serviço público ou obra pública em que há cobrança de tarifa


dos usuários além de contraprestação do poder concedente (lei nº 11.079/2004). Ex.: manutenção
de rodovia.

44
b) Concessão administrativa – prestação de serviço em que a Administração é a usuária
direta ou indireta. “terceirização do serviço público” (lei nº 11.079/2004). Ex.: Construção de um
presídio federal e responsabilidade pela prestação do serviço penitenciário, serviço de coleta de
lixo domiciliar, construção e gestão de arenas esportivas.

II. Características Específicas:

• Compartilhamento de riscos na prestação do serviço – responsabilidade SOLIDÁRIA


da Administração;
• Financiamento do setor privado – há investimento do particular;
• Garantias do parceiro-público – instituição ou utilização de fundos especiais;
• Diretrizes da PPP – eficiência, respeito aos interesses e direitos dos destinatários;
• Licitação na modalidade CONCORRÊNCIA;
• Sociedade de propósito específico

3.6.2 PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

Contrato administrativo (contrato de ADESÃO).


Administração DELEGA, à título precário e revogável, a prestação de serviço público.

Divergência doutrinária
1ª posição: ato unilateral e precário
2ª posição: a precariedade foi mitigada em razão da permissão ser contratual, podendo
ser desfeita a qualquer tempo mediante pagamento de indenização (MSZP).

CARACTERÍSTICAS:
• Responsabilidade civil OBJETIVA
• Necessidade de licitação
• Fiscalização
• Política tarifária - Possibilidade de cobrar TARIFA.
• Mutabilidade (alteração das condições de execução do serviço)
• Pessoa física ou jurídica.

3.6.2.1 FORMAS DE EXTINÇÃO DA PERMISSÃO

• Termo final do prazo


• Anulação

45
• ENCAMPAÇÃO (interesse público - rescisão administrativa unilateral)
• Caducidade (permissionário não cumpre as normas)
• Desfazimento por iniciativa do permissionário (via judicial)

CONCESSÃO PERMISSÃO

Modalidade QUALQUER modalidade,


CONCORRÊNCIA
licitatória dependendo do valor do contrato

Contratado Pessoas jurídicas ou consórcios Pessoas jurídicas ou físicas

Autorização Depende de autorização Dispensa lei específica, SALVO


legislativa legislativa EXPRESSA algumas de natureza especial

3.6.3 AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

Ato unilateral, discricionário e precário.


Atender interesses coletivos instáveis ou emergência transitória. Ex.: táxi, despachante,
*telefonia celular.
JSCF - “São atividades autorizadas, mas NÃO se pode considerar serviço público”
(Poder de Polícia) – porte de arma. Art. 175, CRFB/88, prestação indireta de serviço público
– concessão e permissão

CONSUMIDOR X USUÁRIO

CONSUMIDOR USUÁRIO

Consumidor ↔ relação de direito privado Usuário ↔ natureza eminentemente pública


Consumidor ↔ Fornecedor Usuário ↔ Prestador de Serviço

Consumidor ≠ Usuário

Relação jurídica de serviço público (Lei nº 8.987/95) e de consumo (CDC) é diferente.


CRFB/88 trata dos assuntos em dispositivos diferentes:

• Usuário – art. 175, §único, II, Lei nº 8.987/95


• Consumidor – arts. 5º, XXXII, da CRFB/88 e art. 170, V, da Lei nº 8.078/90.

Consumidor = Usuário

Arts. 4º, 6º, 22 e 59 do CDC – serviço público está tutelado no CDC.


Serviços uti singuli (individual facultativo) – tarifa (preço público)

Aplica-se o CDC para usuários do serviço público?

46
47

S-ar putea să vă placă și