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A resistência cultural das imprensas - negra (172 anos), nikkei (89 anos) e indígena (29

anos) - coloca-se como o triângulo de sustentação da comunicação étnico-racial no


Brasil. Essas imprensas reafirmam a preservação da multilateralidade perante a
uniformização da mídia eurocêntrica, além de argüirem o discurso liberal sobre a
liberdade de imprensa, problematizando esse mito. Pois, principalmente, as mídias afro-
brasileira e indígena denunciam, devido a suas precariedades, não ser suficiente o poder
de produzir periódicos, mas de poder massificar significados.

proporcionar algumas argüições que, remetidas aos habitus (Bourdieu, 2004)


individual e / ou coletivo, venha significar a necessidade de se traduzir as
tradições, conforme receita Homi Bhabha (1998).

Imprensa Indígena

Quatro fatores foram fundamentais para o surgimento da imprensa indígena. O


primeiro, político, deve-se ao conjunto de transformações geradas após a
realização do simpósio sobre Relação Interétnica na América do Sul, em 1971,
em Barbados. Na ocasião, antropólogos renomados, entre os quais Darcy
Ribeiro, expressaram de modo tácito a gravidade do intervencionismo estatal
na política indigenista do Brasil. A partir de então, as regiões Norte e Centro-
Oeste, reconhecidas pela alta densidade demográfica indígena, passaram a
ser foco da atenção internacional por parte de indigenistas, ambientalistas,
missionários etc.

O segundo fator pode ser atribuído à política estatal de modernização da


agricultura nas regiões Norte e Centro-Oeste e ao sistema de
telecomunicações que passou a ser implantado fora do eixo sul-sudeste.
Assim, por intermédio da adoção de uma racionalidade embasada na
modernização, estes novos eventos intervieram no modo de vida dos povos
indígenas bem como no ecossistema. As conseqüências foram o aumento dos
conflitos entre índios e não-índios e a difusão do indigenismo.

O terceiro aspecto diz respeito à participação de outros segmentos de não-


índios, entre eles, antropólogos, indigenistas, sanitaristas, ambientalistas, e
outros que, por intermédio de organizações governamentais e não-
governamentais, cristãs e laicas, implementaram ações segundo a
ressignificação das relações entre índios e não-índios no Brasil.

O quarto, e último, deve ser atribuído ao movimento de Educação Indígena.


Este sistematizou as questões mais amplas da interferência do Estado nacional
em cruzamento com as demandas dos povos indígenas. O produto dos
conflitos e necessidades resultou nas páginas das primeiras cartilhas, boletins
e jornais indígenas.
Emergência dos discursos Indígenas

Um dos primeiros resultados da parceria entre índios e não-índios, nas


décadas de 70/80, foi a produção da imprensa indigenista, aquela produzida
por não-índios. O contato de alguns povos indígenas com a produção de
publicações tornava a imprensa uma possível aliada de líderes como Mário
Juruna, Marçal de Souza, Raoni, Ailton Krenak, Marco Terena e Estevão
Taukane, entre outros. É oportuno esclarecer que o redimensionamento de
mentalidades e de comportamentos entre índios e não-índios foi decisivo para
essas alterações.

Os veículos produzidos por não-índios, como o jornal Porantim e a revista


Mensageiro, ambas do Conselho Indigenista Missionário-CIMI, e o jornal
Borduna, para citar alguns entre tantos, demarcavam o alinhamento das
posições não-governamentais. A outra frente era relacionada com a esfera
governamental e, através da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, publicava o
jornal Vituke . Só mais tarde, o órgão lançaria a revista Brasil Indígena e o
jornal Porã'duba.

A politização da questão indígena levaria o movimento de Educação a


incorporar a imprensa como metodologia para a prática da alfabetização e
como instrumento de resgate da história desses povos. Assim, nasceu a mais
recente imprensa étnico-racial no Brasil. A produção, ainda que embrionária,
opera-se de modo irregular e, embora incipiente, tem contribuído para
assegurar a importância das questões indígenas e ambientais, introduzindo,
pela primeira vez, o enunciado da luta indígena através dos próprios
protagonistas. Com isso, a linguagem impressa vem sendo incorporada,
progressivamente, por alguns desses povos. Isso é operado por intermédio de
uma complexidade de fatores que os conduzem a ampliar seus canais de
comunicação com os não-índios a fim de resguardarem suas terras e culturas.

Os Pioneiros da Imprensa Indígena

A Imprensa Indígena ou, como outros autores preferem classificá-la,


"jornalismo indígena" (Schachetti, 2004) está associado com o movimento de
Educação Indígena. Este, incrementado na década de 70, utilizava cartilhas,
por vezes, impressas em folhas mimeografadas. Adotadas como aplicação
metodológica, essas publicações registravam as histórias e exercícios bilíngües
em português e nos idiomas dos povos que tinham escolas em suas aldeias.

BARBALHO, Alexandre. Cultura e Imprensa Alternativa. Fortaleza: Ed. UECE,


2000.
BHABHA, Homi. O Lugar da Cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998.

LESSER, Jeffrey. A negociação da Identidade Nacional: imigrantes, minorias e


a luta pela etnicidade no Brasil. São Paulo: UNESP, 2001.
SODRÉ, Nelson Werneck. A História da Imprensa no Brasil.São Paulo:
Civilização Brasilera, 1966.
VIDAL, Lux. Grafismo Indígena:Estudos de Antropologia Estética.São
Paulo:EDUSP.2000..

ALGUNS CONCEITOS DE CULTURA


� MICHEL DE CERTEAU: cultura como
processo coletivo e incessante de
produção de significados que molda a
experiência social e configura as relações
sociais;
� RAYMOND WILLIANS: cultura como
sistema significante pelo qual uma ordem
social é comunicada, reproduzida,
experimentada e explorada;
� EMILE DURKHEIM: cultura como
elemento de reprodução social: fato social.

CARACTERÍSTICAS DE CULTURA
� CULTURA como traço distintivo do homem:
• Capacidade e hábitos adquiridos e
reproduzidos pelos homens;
• É cumulativa, transmissível e dinâmica:
tradicional e transformadora;
• Vive-se a cultura ao mesmo tempo que a
produz: ação simbólica junto à ação
prática;
• Sistema de significações mediante o qual
uma sociedade é pensada, reproduzida e
vivenciada;
• Diferentes respostas para resolver os
mesmos problemas.

DIVERSIDADE CULTURAL
� Cada realidade cultural possui
uma lógica própria, como
resultado de sua história
particular;
� Culturas não estão isoladas,
levando-se em consideração as
relações tanto internas como
externas;
� Toda cultura teria seus próprios
critérios de organização.

CONCEITO ANTROPOLÓGICO
DE CULTURA, ENTÃO:
processo de construção da realidade
que permite que as pessoas
vislumbrem eventos, ações, objetos
e expressões particulares de modos
distintos, dando ainda significados
aos comportamentos.

CULTURA E ACULTURAÇÃO
� “Aculturação – estudo dos
fenômenos que resultam
quando grupos de indivíduos,
dotados de culturas diferentes,
entram em contato direto e
permanente, daí decorrendo
uma mudança de padrões
destes grupos”.
(OLIVEIRA FILHO, João Pacheco, 1988, p. 30)

Cuidados no uso do termo aculturação,


por Nathan Wachtel
� Deve ser inserido em um processo
histórico;
� Tem como premissa a interação cultural
e não o desaparecimento das culturas;
� Pode resultar na dominação de uma
sobre a outra;
� Busca de espaços garantem a
sobrevivência de uma identidade por
parte dos grupos ameaçados;
� Processo de dominação não é
apreendido da mesma forma por todos
os membros da sociedade.

Surgimento do midcult ou kitsch: cultura


média, quando o consumo se coloca entre
o refinado e o massificado;
• Kitsch: não há criação ou inovação, mas
cópia do que aparece agradavelmente
moderno, que o diferencia da massa;
• Midcult e Masscult: só são possíveis graças
a indústria cultural.
• Cultura de massa pressupõe passividade e
homogeneização.
• Aceitação da cultura de massa: elementos
de consolidação e de identidade;
• A cultura de massa modifica-se e cria
novos significados em fluxo contínuo e
dialético.

CULTURAS HÍBRIDAS
São processos socioculturais
nos quais estruturas ou práticas
discretas, que existiam de forma
separada, se combinam para
gerar novas estruturas, objetos
e práticas.
CANCLINI, Nestor. Culturas híbridas. São Paulo: Edusp,
2003, p. 19.

ETNICIDADE: definição
Falar a mesma língua, estar radicado no
mesmo ambiente humano e no mesmo
território, possuir as mesmas tradições são
fatores que constituem a base fundamental
das relações ordinárias da vida cotidiana.
Marcam tão profundamente a vida dos
indivíduos, que se transformam num dos
elementos constitutivos da sua personalidade
e definem, ao mesmo tempo, o caráter
específico do modo de viver de uma
população. Por outro lado, as relações sociais
que derivam do fato de pertencer a mesma
etnia criam interesses coletivos e vínculos de
solidariedade caracteristicamente
comunitários.
(BOBBIO, Norberto (et all). Dicionário de Política. SP:
Imprensa Oficial, 2000, p. 449)

PRINCIPAIS CARACTERISTICAS
Relacionamento entre grupos que se
consideram, ao são considerados, cultural ou
socialmente distintos.
� Grupos étnicos vistos como diferentes dos
demais, seja pelos outros grupos, seja por eles
mesmos.
� Diferença pode ser determinada pelo outro e
incorporada pelo grupo.
� Identidade étnica: auto-identificação pela
sociedade adjacente.
� Diferença étnica legitimada por aspectos
históricos, sociais e políticos.
� Quando dois grupos étnicos se encontram,
tem-se uma totalidade na qual as sociedade
são entendidas.
Cada grupo étnico elabora um discurso sobre
o outro, a partir de sua historicidade e
perspectivas.
� Tais relações discursivas levam à redefinição
do ser étnico.
� Essa redefinição é um processo dinâmico,
definido pelo entorno social. Necessidade de
aprender uma etnia quando há perigo de
perder sua identidade.
� Não é a diferença cultural que está na origem
da etnicidade, mas é a comunicação cultural
que sugere a idéia de diferença.
� Etnicidade é construída a partir da relação
com o outro – alteridade.

Para Geertz (1978, p.15), a cultura não se trata de um conjunto de padrões de


comportamento. Para ele a cultura é composta por teias de significados das relações e a
sua análise assumindo “[...] a cultura como sendo essas teias e a sua análise; portanto,
não como uma ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência
interpretativa, à procura do significado”. Na antropologia, utiliza-se muito o método
etnográfico nas pesquisas de campo, dessa maneira o etnógrafo passa a fazer parte da
cultura estudada para assim poder interpretar e analisar as teias de relacionamentos e
seus significados.
Ortiz (2000) aborda a mundialização da cultura, que através da globalização o processo
de reconstrução cultural torna-se cada vez mais amplo, sofrendo influências de todas as
partes do mundo, seja através dos meios de comunicação, da interação entre os sujeitos,
do turismo, dentre outros. São mudanças resultantes do sistema cultural e sua
dinamicidade.
Os exemplos do cinema, da publicidade, da indústria fonográfica, da televisão e do
rádio são significativos na medida em que indicam a existência de uma malha
imprescindível para a mobilidade cultural. A circulação, princípio estruturante da
modernidade, se realiza no seu interior (ORTIZ, 2000, p.58).
Por meio dos processos de globalização, traços culturais da modernidade passam a ser
comuns a diferentes culturas, conduzindo a fragmentação identitária. Entretanto, esses
traços não descaracterizam uma cultura e, sim, passam a fazer parte desta, tornando-se
característicos. A mundialização da cultura pode ser
comparada ao processo externo de transferência cultural apresentado por Burns (2002).
Sendo assim, as mudanças culturais, conforme apresentando por Laraia (2004), e a
mundialização da cultura, abordada por Ortiz (2000), são fatores que interferem e
influenciam no constante e dinâmico processo de reconstrução das culturas. Todavia,
não se pode dizer que essas interferências externas são de todo negativas, pois por ser
dinâmica a cultura constantemente estará recebendo influencias exteriores. E através
destas influencias é que a etnicidade de um grupo se evidencia, por meio dos sinais
diacríticos.

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